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PEDIATRIA - Assuntos variados Imunização, semiologia, tosse, IVAS, IVAI, diarreias agudas e síndromes respiratórias


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LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
PEDIATRIA
IMUNIZAÇÃO
O processo em que se oferece o antígeno para que o corpo produza o
anticorpo.
PNI(Programa Nacional de Imunização)
Fatores da imunidade infantil: ferro, vitamina D e zinco
A vacinação começa intra-utero, prossegue com o aleitamento
materno (natural) e se segue com as vacinas (artificial) e infecçõe.
Como são divididas:
A imunização é uma preparação capaz de induzir resposta imune
naquele indivíduo que a recebe, para que uma vez exposto, já
disponha de anticorpos protetores.
Como funcionam:
1) Uma forma muito enfraquecida ou totalmente inativada do
agente que causa a doença é introduzida no organismo.
2) As defesas do organismo entram em ação e esse combate gera
anticorpos e memória imunológica.
3) Se no futuro o agente ativo atacar o organismo, os anticorpos
específicos vão agir contra, para não desenvolver a doença.
*Com a vinda dos venezuelanos aumentou as doenças: sarampo e
tuberculose.
Tipos de vacina:
-Atenuadas: SCR, VOP, febre amarela, BCG, rotavírus, varicela
-Inativadas: VIP, DTP, influenza, raiva (não tem risco de desenvolver
poliomielite vacinal)
-Conjugadas: Polissacarídeos conjugadas a proteínas, pneumo
decavalente, meningo c
-Recombinantes: Engenharia genética
-Combinadas: DTP, pentavalente, tríplice viral
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
BCG -> 1º vacina
-Contra tuberculose
-Bacilo de Calmette-Guérin
-Administração: Via braço
-Preparada com cepas atenuadas de M. bovis
-Prevenção das formas graves (Tb miliar - neuro tb e Tb meningea)
-Ter no mínimo 2kg
-Até no máximo 4 anos
-Não existe reforço de BCG
*A resposta à vacina demora cerca de três meses
BCG e hepatite B: Ideal que todo RN tome ao nascer
-Pneumonnia por cavitações é suspeito de tuberculose
-Caso grave de pneumonia eM qualquer criança deve testar
tuberculose e HIV
OBS.: A revacinação da criança que não desenvolveu cicatriz deixou
de ser recomendada pelo Ministério da Saúde em fevereiro de 2019.
Contraindicação
-Imunodeficiência
-RN com peso baixo <2000g
-Lesões de pele extensa
-Grávidas
Menores de um ano de idade
-Não vacinado: vacinar
-Vacinados: não vacinar outra dose de BCG
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Único caso de tomar reforço é com 6 meses quando o bebê tiver
contato prolongado com portador de hanseníase.
Aos 2 meses:
-Penta/DTP: perturces (coqueluque), tétano, difiteria, hepatite B
-Pneumo 10: (10 sorotipo de pneumo) pneumo 13(particular)
-Rota vírus
-VIP/VOP
Aos 3 meses:
Meninge C
Aos 4 meses: (2ª dose das vacinas tomadas no 2º mês)
-Penta/DTP
-Pneumo 10
-Rota vírus
-VIP/VOP(poliomielite) VIP-injetável VOP-oral(gotinha)
Aos 5 meses:
-Meningo C (2ª dose)
Rotavírus e poliomielite gotas não pode fazer em ambiente hospitalar pois sai
nas fezes.
Aos 6 meses:
-Penta
-VIP/VOP
3ª dose de ambas
Aos 9 meses:
-Febre amarela (1ª dose)
Aos 12 meses:
-Pneumo 10
-Meningo C
-Tríplice viral (dose única)
Reforço das duas primeiras
Aos 15 meses
- 1º reforço com DTP
- 1º reforço com VOP
- Tetra viral e hepatite A (dose única)
Aos 4 anos
- 2º reforço com DTP
- 2º reforço com VOP
-Febre amarela (refoço)
-Varicela (dose única)
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Aos 9 anos:
Adolescente de 10 a 19 anos (HPV)
-Hepatite: 3 doses
-Meníngeo (11 e 12 ans) dose única
-Febre amarela: dose única
-Triplíce viral: 2 doses (até 29 anos)
SEMIOLOGIA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Etapas da infãncia e da adolescência
Recém-nascido: 0-28 dias de vida
Lactente 29 dias até 2 anos de idade
Pré-escolar: entre 2 e 7 anos de idade
Escolar: dos 7 aos 10 anos de idade
Adolescente: dos 10 aos 19 anos de idade
Não deixar qu o choro atrapalhe a consulta, pois o exame físico deve
ser realizado em sua integridade.
A ausculta pulmonar nas crianças menores, pode até ser facilitada
pelo choro, pois os lactentes não obedecem ao comando de inspirar
profundamente (o que ajudaria na ausculta dos sons pulomonares).
Iatrogênia: quando médico por imprudência causa algo em uma
paciente.
A síndrome de Stevens-Johnson e a necrólise epidérmica tóxica são
comumente causadas por medicamentos ou por infecções. Os
sintomas típicos de ambas as doenças incluem descamação da pele,
febre, dores pelo corpo, uma erupção vermelha plana e bolhas e
feridas nas membranas mucosas. Muitas vezes causadas por imperícia
médica.
Puericultura: ciência que reúne todas a noções suscetíveis de
favorecer o desenvolvimento físico e psíquico das crianças, desde o
período da gestação até a puberdade (acompanhamento de todas
as crianças que não necessariamente estão doentes)
ANAMNESE PEDIÁTRICA :
-Queixas referidas da mãe e intercorrências;
-Condições gestacionais e perinatais;
-Risco ao nascer e risco evolutivo;
-Verificar a realização dos resultados dos teste de triagem neonatal;
*Testes de triagem neo-natal: pézinho, orelinha, linguinha, olhinho,
coraçãozinho.
-Alimentação (o que come, como é preparado..);
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
-Diurese e hábito intestinal ( frequência, aspecto..);
-Higiene física : banho diário, coto umbilica, com os utensílios da
criança;
-Higiene mental: condições emocionais e ambientais (com quem mora,
se frequenta creche);
-Situação vacinal.
EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO
-Varia conforme com a idade
-Conversar com a criança e país antes e durante o exame;
-Céfalo-caudal
Quando for realizar o exame físico de bebês, o ideal é começar a
avaliar o bebê no colo da mãe, para evitar o choro, já que o mesmo
pode alterar os sinais vitais.
Sinais vitais inicialmente
Cabeça : forma, perímetro cefálico, fontanela, fáscies, implantação
das orelhas, implantação das orelhas, tamanho da língua
Como medir a região cefálica: passa a fita na região da glabela e
atrás na protuberância occipital.
*A orelha deve ser implantada na altura do canto do olho da criança
Fontanela (normotensão, abaulada, deprimida)
Anterior: Fecha de 9 meses a 15 meses
Posterior: Nasce aberta e fecha até 2 meses de vida
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
-Doença que causa abaulamento de fontanela: hidrocefalia,
meningite, trauma que cause sangramento.
-O que causa fontanela deprimida(funda): desidratação
Otoscopia : sempre deve ser realizada na criança
Avaliar a cor da pele, mucosas, palmas, plantas e pavilhão auricular
*Dedos em baquetas de tambor indica cardiopatia, pneumopatia.
Snal de criança que não tem boa perfusão periférica.
Avaliar a lingua: lingua geográfica, mas é um sinal que pode ser
fisiológico na criança
Avaliar se ha monilíase oral (sapinho)
Avaliar condinção dentária: dentes em mal estado de concervação,
desntes com presença de cárie, pois isso pode ser a porta de entrada
para o agente infeccioso
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Endocardite: é uma doença que afeta o endocárdio, isto é, provoca
inflamação na membrana que reveste a parede interna do coração e
as válvulas cardíacas, muitas vezes tendo como porta de entrada a
boca
Garganta: avaliar amígdalas (tamanho, coloração, se há algum
exsudato purulento, lesão)
Avaliação de nível de consciência
-Avaliar interação com os pais, dar brinquedos e ver reação, fazer
algum estímulo para ver a reação do bebê, perguntar dos pais padrão
de vigília e sono, se ela está ativa e reativa, avaliar interesse pelos
brinquedos, choro inconsolável, criança apática, criança muito
sonolenta.
Pescoço: buscar adenomegalias, linfonodos palpáveis( se são
dolorosos, se são móveis, se tem flogose).
Tórax: realizar ausculta, percussão, frêmito tóraco-vocal
Frequência respiratória (IRPM) do bebê é muito maior que a de um
adulto
Frequência cardíaca
Abdome
Abdome da criança é protuberante, pouco desenvolvimento da
musculatura da parede
Palpação:vísceras, tumores, massas..
Genitália
Região genital e perineal
Inspeção
Características sexuais
Hérnias inguinais
Meninos: fimose, criptoquidia (quando o testiculo não desceu do
abdome)
Meninas: sinéquia vulvar
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Fimose: incapacidade de expor a glande do menino
Avaliar região perianal: sinal de ist, abuso sexuais
Hidrocele: acúmulo de líquido
Antropometria: até 2 anos deitadaMaior que 2 anos mede em pé
DNPM (desenvolvimento neuropsicomotor)
Avaliação puberal
Meninas: 8 a 13 anos telarca
Meninos: 9 a 14 anos
Critérios de Tanner
Caderneta da criança
TOSSE
-É uma das principais causas de procura de atendimento médico
pediátrico
-É um mecanismo de defesa para eliminar secreções e corpos
estranhos das vias aéreas
-É um mecanismo de disseminação de doenças
-Quando excessiva na duração e intensidade deve ser investigada
quanto a sua etiologia
Semiologia
Características da tosse:seca produtiva, rouca…
Ritmo diário
Época e condições de início
Enfermidades, sinais e sintomas associados
A tosse envolve um arco reflexo complexo que se inicia com a
estimulacao dos receptores da tosse, que se situam no: nariz, seios
paranasais, faringe… e respondem a estímulos, térmicos irritativo e ..
Não existem receptores de tosse no parênquima pulmonar e nos
alvéolos, o que explica possibilidade de pneumonias alveolares e/ou
extensas cursarem sem a presença de tosse
Antecedentes
Roteiro de exame físico: somatoscopia(padrão respiratório e estado
nutricional), otoscopia, nasoscopia,oroscopia, AR
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
O exame do pezinho diagnóstica FC
Se tem indicadores específicos para alguma doença (mais asmático..)
TOSSE AGUDA
A tosse é um mecanismo fisiológico de defesa respiratória que
aumenta a libertação de secreções e partículas das vias aéreas e
protege da aspiração de materiais estranhos. O reflexo da tosse é
desencadeado pela estimulação de receptores localizados entre a
faringe e os bronquíolos terminais, que enviam, através de ramos dos
nervos glossofaríngeo e vago, estímulos aferentes para o centro da
tosse, localizado no tronco cerebral.
A tosse tem 3 fases: fase inspiratória; encerramento da glote,
relaxamento do diafragma e contração dos músculos expiratórios; e
abertura brusca da glote
A classificação da tosse não é consensual, mas pode genericamente
denir-se tosse aguda (com duração inferior a 3 semanas), crónica
(com duração superior a 4-8 semanas) e subaguda (zona cinzenta
entre tosse aguda e crónica, com duração de 3-8 semanas).
Epidemiologia
Estudos populacionais revelaram que a tosse isolada reportada pelos
pais tem uma elevada prevalência, sendo um dos principais motivos
de consulta em idade pediátrica. A tosse reportada tem uma
prevalência estimada de 28% nos rapazes e 30% nas raparigas.
História Clínica
Anamnese
Na anamnese deve inquirir-se a natureza da tosse; se é seca ou
produtiva; a forma de início (súbito, gradual, relacionada com
episódio de engasgamento); a sua duração, frequência, intensidade e
relação com actividades diárias (durante ou após as refeições,
nocturna, ao acordar, após o exercício, após exposição ao frio). Na
eventualidade de existir expetoração, rara nas crianças pequenas,
deve caracterizar-se em qualidade e quantidade, cor, cheiro e
presença de sangue. Questionar ainda acerca de sazonalidade,
agravamento com exposição a potenciais alergénios, e exposição
activa e passiva ao tabaco. Documentar sintomatologia
acompanhante: febre, pieira, estridor, dispneia, dor torácica, coriza,
prurido nasal, odinofagia, otalgia, entre outros. Avaliar o estado
vacinal e contexto epidemiológico.
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Exame objetivo:
Cianose, adejo nasal, tiragem, balanceio da cabeça ou pieira audível.
Ter em atenção que algumas características acústicas da tosse
apontam para etiologias especícas, como a “tosse de cão” , na
laringite viral, o pigarro na rinite alérgica e a tosse coqueluchóide, nas
síndromes pertussis.
Realizar otoscopia, rinoscopia e observação da orofaringe. Realizar um
exame torácico completo, com especial atenção para a presença de
macicez ou hiperressonância à percussão, e auscultação pulmonar
com fervores, crepitações, sibilos ou diminuição do murmúrio vesicular,
localizados ou generalizados.
Por fim, excluir sinais de doença crónica subjacente, como má
progressão ponderal, hipocratismo digital, deformidade torácica ou
atopia (xerose cutânea, saudação alérgica)
Diagnóstico diferencial:
- IVRS (incluindo constipação, traqueíte, epiglotite e laringite);
- Infecção das vias respiratórias inferiores (incluindo bronquiolite,
bronquite, pneumonia e síndromes pertussis);
- Aspiração de corpo estranho;
- Primeira apresentação de doença crónica (por exemplo, asma, rinite
alérgica).
Exames complementares:
A maioria das crianças com tosse não necessita de realizar qualquer
investigação, já que o seu curso é autolimitado.
Deve considerar-se a realização de radiograa do tórax na presença
de: sinais do aparelho respiratório inferior, hemoptises, tosse de
agravamento progressivo após 2-3 semanas, ou suspeita de aspiração
de corpo estranho ou de patologia respiratória crónica não
diagnosticada
Tratamento:
Embora os pais refiram frequentemente benefício na toma de
medicamentos de venda livre para o tratamento da tosse (incluindo
antitússicos, anti-histamínicos e combinações de anti-histamínicos com
descongestionantes nasais), não existe evidência científica robusta
que sustente a sua prescrição, havendo ainda o risco de causarem
efeitos adversos importantes.
As IVRS requerem tratamento com antipiréticos, hidratação adequada
e aspiração de secreções.
Pode estar indicada terapêutica dirigida, na presença de diagnósticos
especícos como: pneumonia adquirida na comunidade, laringite,
asma e tosse convulsa.
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
A prescrição de anti-histamínicos e corticóides nasais é benéca nas
crianças com tosse de etiologia alérgica.
Evolução:
Na maioria das situações, a tosse decorre de infecção respiratória alta
e resolve espontaneamente em 3 a 4 semanas. Estudos prospectivos
de tosse aguda sugerem que, em 50% dos casos, há remissão da tosse
em 10 dias e, em 90%, em 25 dias; assim, 10% ainda têm sintomatologia
na terceira e quarta semanas (doentes com evolução para tosse
subaguda).
A tosse pode ter um impacto muito signicativo, particularmente
quando se arrasta no tempo, inuenciando negativamente o sono, a
actividade diária e a qualidade de vida das crianças e seus
cuidadores. O prognóstico é habitualmente bom, tratada a causa
subjacente.
TOSSE CRÔNICA
A tosse é um mecanismo siológico de defesa respiratória. Dene-se
tosse crónica como aquela cuja duração é superior a 4-8 semanas, ,
período ao m do qual a maioria das causas transitórias de tosse
infecciosa já resolveu e que, portanto, identica as crianças que podem
necessitar de investigação adicional.
História clínica
- Anamnese
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
A história familiar deve centrar-se em patologia respiratória, brose
quística (FQ) e atopia. Nos antecedentes pessoais, incluir período
neonatal, alimentação (problemas de deglutição, alergias ou
intolerâncias alimentares), eczema atópico, sintomas digestivos
(vómitos, características das fezes), patologia respiratória (bronquiolite,
broncoespasmo, pneumonias de repetição), queixas
otorrinolaringológicas (rinite, sinusite, otite, amigdalite), alterações do
sono (roncopatia, apneias) e episódio de engasgamento.
Deve caraterizar-se a tosse quanto à idade de instalação, forma de
início (súbita, progressiva), natureza (seca ou produtiva), qualidade
(rouca, paroxística), frequência (persistente, intermitente, nocturna, ao
acordar), factores desencadeantes (ar frio, exercício, alimentação,
estação do ano, início com constipação) e factores de alívio
(broncodilatadores, anti-histamínicos, sono). Caracterizar resposta a
antibiótico eventualmente prescrito.
Se existir expetoração, rara nas crianças pequenas, deve
caracterizar-se em qualidade e quantidade, cor, cheiro e presença de
sangue.
Como sintomas acompanhantes podem ocorrer: sibilância, dispneia,
toracalgia, febre, má progressão ponderal, perda de peso, anorexia,
astenia, sudorese nocturna, alterações neurológicas, entre outros.
Inquirir acerca de: exposição activa e passiva ao tabaco, poluentes
domésticos e fumo de lareira; proximidade a eixos viários, aeroportos
ou indústrias poluentes; contacto com animais; e medicação habitual,particularmente fármacos que possam provocar tosse. Questionar se
pessoas com contacto próximo apresentam tosse persistente
(familiares, professores, empregada doméstica).
Avaliar o estado vacinal e contexto epidemiológico, nomeadamente
em relação a tuberculose e vírus da imunodeciência humana.
Realizar uma observação sistemática, incluindo peso, estatura e
estado nutricional. Documentar sinais de diculdade respiratória,
hiperinsuação ou deformidade torácica.
Realizar otoscopia (corpo estranho), rinoscopia (hipertroa dos cornetos,
pólipos) e observação da orofaringe (hipertroa amigdalina).
Na auscultação, valorizar redução do murmúrio vesicular, assimetrias,
sibilância e fervores. Ao exame cardíaco, pesquisar sopros, extrassons e
pulsos anormais.
Pesquisar hepato e esplenomegalia, massas abdominais, distensão
abdominal e prolapso retal.
Documentar edema das extremidades, cianose e hipocratismo digital.
Descrever eventuais lesões cutâneas, alterações neurológicas e
dismoras sugestivas de doença genética.
É muito importante observar-se a criança a tossir. Nos casos de
recém-nascidos ou lactentes, deve igualmente observar-se uma
refeição.
O exame físico normal não exclui a existência de patologia
subjacente.
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Diagnóstico diferencial
Malformações congénitas:
Fístula traqueoesofágica (FTE) e fenda laríngea: associam-se a
episódios de engasgamento, tosse produtiva e irritabilidade
durante as refeições
Laringotraqueomálacia
Sequestro pulmonar; quisto broncogénico
Tumor mediastínico
Doença cardíaca congénita com congestão pulmonar
Anéis vasculares
Infecção:
- Infecção viral recorrente e tosse pós-viral Haemophilus influenzae,
Streptococcus pneumoniae e Moraxella catarrhalis
Síndrome pertussis: Bordetella pertussis e parapertussis, Chlamydia,
Mycoplasma, vírus respiratórios: tosse seca que ocorre em
espasmos paroxísticos, frequentemente emetizante; nos
pequenos lactentes, pode associar-se a guincho inspiratório
- Infeção granulomatosa: tuberculose; infecção fúngica
- Doença pulmonar supurativa crónica: pneumonia recorrente;
abcesso pulmonar; FQ (geralmente associa-se a má progressão
ponderal e esteatorreia, como resultado da má-absorção
secundária a insuciência pancreática); corpo estranho retido;
discinesia ciliar primária (DCP)
- Imunodeciência
Doença alérgica
- Asma: a tosse, habitualmente seca, pode ser o sintoma mais
proeminente da asma
- Asma com variante de tosse: tosse isolada (habitualmente seca)
devida a asma, sem sibilância
- Síndrome da tosse das vias aéreas superiores (rinorreia posterior):
rinite alérgica; sinusite
Aspiração:
- Doença neuromuscular ou do neurodesenvolvimento
- Reuxo gastroesofágico (RGE): raro como causa isolada
Doença do interstício pulmonar
Tosse psicogénica: tosse repetitiva, seca, por vezes semelhante a um
latido, habitualmente intensa na presença dos pais, professores e
prossionais de saúde, que cessa durante a noite e quando a criança
está concentrada numa atividade. É rara em crianças pequenas e
muitas vezes inicia-se com uma infeção respiratória alta viral. Trata-se
de um diagnóstico de exclusão
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Iatrogenia: inibidores da enzima conversora da angiotensina e outros
Outros:
1)Tosse otogénica: irritantes (como cerúmen) podem causar tosse
crónica numa minoria de doentes nos quais o ouvido externo é
enervado por um ramo do nervo vago
2)Hemossiderose pulmonar
3)Exposição ativa ou passiva ao fumo do tabaco
Exames complementares
Se a anamnese e exame físico sugerirem uma causa especíca para a
tosse, os exames complementares devem ser dirigidos a essa hipótese.
Nos restantes casos, está indicada a realização de radiograa do tórax
que, quando alterada, sugere patologia subjacente.
Nos doentes com idade superior a 4-6 anos, deve realizar-se
espirometria com prova de broncodilatação.
Na ausência de sintomas sugestivos de tosse especíca, e se radiograa
torácica e espirometria normais, deve fazer-se o diagnóstico presuntivo
de tosse inespecíca e manter uma atitude expectante, avaliando
regularmente a criança para a emergência de semiologia de tosse
especíca.
Se a tosse for produtiva, obter uma amostra de expetoração para
avaliação microbiológica e citologia diferencial.
Os testes imunoalergológicos (pricks cutâneos e doseamento de IgEs
especícas) podem ajudar no diagnóstico de asma.
A broncoscopia urgente está indicada na suspeita de aspiração de
corpo estranho, podendo também ser útil na avaliação de malácia da
via aérea, FTE e estenose, e para colheita de lavado broncoalveolar.
Tratamento:
O tratamento da tosse depende do diagnóstico estabelecido,
existindo guidelines, como as Normas de Orientação Clínica da
Direcção Geral da Saúde, para o tratamento da asma, FQ,
imunodeciências, DCP e tuberculose, entre outros.
espirometria normais e sem indicadores clínicos de doença subjacente.
Neste caso, a natureza da tosse (seca ou produtiva), irá determinar a
abordagem
Na criança com tosse seca, de resto saudável, deve reduzir-se a
exposição a aeroirritantes (como o tabaco) e, após um período de
cerca de 4 semanas de vigilância, se o quadro não resolver, pode
fazer-se um ensaio de corticóides inalados, em particular na criança
com sensibilização alérgica. Recomenda-se um curso de 8 semanas
de corticóide inalado, com suspensão posterior; o diagnóstico de
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
asma com variante de tosse estabelece-se se o quadro recorrer com a
suspensão do fármaco.
A criança com tosse produtiva, de resto saudável, pode ter BBP,
beneciando de um curso prolongado (2-3 semanas) de antibióticos
(amoxicilina - ácido clavulânico), com posterior reavaliação. Se não
houver resolução do quadro, ponderar segundo curso de antibióticos,
mantendo sempre vigilância para o surgimento de semiologia
sugestiva de causa especíca. Se o quadro se mantiver após o segundo
curso de antibióticos, iniciar investigação de doença pulmonar
supurativa crónica
Numa criança com tosse inespecíca isolada, de resto saudável, sem
sinais de doença especíca, não estão indicados ensaios empíricos
com fármacos para asma, rinite alérgica ou RGE.
A terapia de sugestão, o biofeedback e a auto-hipnose têm-se
demonstrado ecazes na abordagem da tosse psicogénica.
Não existe evidência cientíca robusta que sustente a utilização de
supressores da tosse ou outros fármacos de venda livre, havendo ainda
o risco de causarem efeitos adversos.
Deve ser eliminada a exposição de todas as crianças a aeroirritantes
como o fumo do tabaco e poluentes domésticos.
BBP - Bronquite bacteriana persistente; CI – corticóide inalado; DPSC –
doença pulmonar supurativa crónica; FQ – fibrose quística; DCP –
discinesia ciliar primária; ID – imunodeficiência.
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Evolução
A tosse pode ter um impacto muito significativo, particularmente
quando se arrasta no tempo, influenciando negativamente o sono, a
atividade diária e a qualidade de vida das crianças e seus cuidadores.
O prognóstico depende da causa subjacente.
A tosse inespecífica isolada, numa criança de resto saudável, tem
habitualmente bom prognóstico, resolvendo espontaneamente.
SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS
SÍNDROME BRÔNQUICA
Decorre de acometimento crõnquico por enfermidades que
provoquem redução do calibre, dilatação e/ou hipersecreção
brônquica. Tais alterações manifestam-se clinicamente por dispneia
acompanhadas de sensação de constrição ou aperto no tórax, dor
torácica difusa, sibilância e tosse.
A tosse que pode ser seca ou produtiva, é decorrente da irritação
brônquica e/ou do aumento da produção de muco.
As causas mais comuns são: asma, DPOC, bronquiectasia e infecções
traqueobrônquicas. Em todas essas doenças observa-se a redução de
calibre dos brônquios devido a edema de mucosa brônquica,
aumento de produção de muco e aumento do tônus broncomotor,
portanto, o principal achado no exame físico que caracteriza a
síndrome brônquica é a presença de sibilos, roncos e estertores grossos.
Na asma a broncoconstrição e o edema são decorrentes de
inflamação brônquicade origem alérgica; na DPOC é decorre da
resposta inflamatória anormal dos brônquios à inalação de partículas
ou gases tóxicos; na bronquiectasia do infiltrado inflamatório nas vias
respiratórias de pequeno e médio calibres; na infecção
traqueobrônquica pela liberação de mediadores inflamatórios
provocada pelo agente infeccioso.
Asma brônquica. A síndrome brônquica na asma é caracterizada por
sibilos, roncos e/ou estertores grossos. A inspeção e a palpação podem
estar normais. No entanto, pode haver aumento da frequência
respiratória e redução bilateral da expansibilidade, se o paciente
estiver hiperinsuflado (asma em crise). Nesse caso haverá também
hipersonoridade, redu-
ção do frêmito toracovocal e do murmúrio vesicular, bilateralmente.
Bronquite crônica da DPOC. É uma condição caracterizada por
secreção de muco na árvore brônquica. A manifestação clínica
principal é tosse com expectoração mucopurulenta de pequeno
volume, que persiste por meses, alternando períodos de melhora e
piora, dependendo se há infecções, poluição atmosférica e uso de
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
tabaco. Ao exame físico do tórax, o princial achado são os estertores
grossos disseminados em ambos os hemitórax. Roncos e síbilos são
frequentes e pode-se encontrar redução bilateral da expansibilidade,
hipersonoridade e redução do frêmito toracovocal e do murmúrio
vesicular nos indivíduos com enfisema associado. Bronquiectasia. Na
bronquiectasia ocorre dilatação irreversível dos brônquios em
consequência de destruição de componentes da parede destes
ductos. As bronquiectasias comprometem segmentos, lobos
pulmonares ou vários lobos em ambos os pulmões.
A manifestação clínica mais comum é uma tosse produtiva, com
expectoração mucopurulenta abundante, principalmente pela
manhã. Hemoptises são frequentes.
No caso de doença incipiente o exame físico do tórax e a radiografia
costumam ser normais. À medida que as bronquiectasias se tornam
abundantes, a inspeção pode revelar anormalidades (aumento da
frequência respiratória, redução da expansibilidade uni ou bilateral),
alteração do frêmito toracovocal (habitualmente diminuição devido à
broncoconstrição associada). Nessa situação pode haver
hipersonoridade à percussão e redução do murmúrio vesicular. À
ausculta encontram-se, na área correspondente às bronquiectasias,
estertores grossos, roncos ou sibilos. Nas bronquiectasias Pasais extensas,
observa-se redução da expansibilidade e submacicez nestes locais.
Infecções brônquicas. A bronquite aguda geralmente é causada por
vírus que compromete as vias respiratórias desde a faringe,
manifestando-se por sintomas gerais (febre, cefaleia), desconforto
retroesternal, rouquidão, tosse seca, seguida após alguns dias de
expectoração mucosa que se transforma em mucopurulenta, se
houver infecção bacteriana secundária. À inspeção, palpação e
percussão, nada de anormal se observa. À ausculta, o principal
achado são estertores grossos em ambos os pulmões. Podem-se ouvir,
também, roncos e sibilos esparsos, inconstante. Os dados obtidos ao
exame físico do tórax são variáveis, dependendo da localização e da
extensão das áreas comprometidas.
Sintomas e exames físico na sindrome brônquica
* Sintomas, Dispneia e tosse. Podem estar ausentes.
* Inspeção. Taquipneia, redução da expansibilidade e tiragem.
* Palpação. Frêmito toracovocal normal ou diminuído.
* Percussão. Som claro pulmonar ou hipersonoridade.
*Ausculta, Diminuição do murmúrio vesicular com expiração
prolongada, sibilos predominantemente expiratórios em ambos os
campos pulmonares. Pode haver roncos e estertores grossos.
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SÍNDROME PARENQUIMATOSA
As síndromes parenquimatosas são basicamente: consolidação,
atelectasia e hiperaeração.
As principais causas de consolidação pulmonar são as pneumonias, o
infarto pulmonar e a tuberculose. As causas de atelectasia são as
neoplasias e corpos estranhos. A síndrome de lo enfisema pulmonar.
Podem hiperacração é representada pelo Pp Do atão ser incluídas
entre as síndromes parenquimatosa passiva dos pulmões e a
escavação ou caverna pulmonar.
Sindrome de consolidação pulmonar. A condensação do parênquima
pulmonar caracteriza-se pela ocupação dos espaços alveolares por
células e exsudato
As principais manifestações clínicas são dispneia e e que pode ser
seca ou produtiva e os principais achados de exame físico são:
aumento do FTV, submacicez ou macicez à percussão e presença de
estertoração fina.
Quando há expectoração, é comum à presença de sangue misturado
com muco ou pus (expectoração hemoptoica). Na tuberculose, as
hemoptises são frequentes. Além da sensação de desconforto
retroesternal, quando há comprometimento da pleura, surge dor
localizada em um dos hemitórax com as características de dor
pleurítica.
Sintomas e exames físico na consolidação pulmonar
* Sintomas. Tosse produtiva, dispneia e dor torácica.
* Inspeção. Taquipneia e expansiblidade diminuída do lado
acometido.
* Palpação. Expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal
aumentado.
* Percussão, Submacicez ou macicez.
* Ausculta, Presença de estertores finos. Pode haver som brônquico ou
broncovesicular, substituindo o murmúrio vesicular, sopro tubário,
broncofonia, egofonia ou pectorilóquia.
Atelectasia.
A atelectasia tem como elemento principal o desaparecimento de ar
dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja ocupado por células ou
exsudato. Os principais achados são redução do FTV e macicez, uma
combinação indistinguível do exame físico do derrame pleural, pois na
maior parte dos casos de derrame pleural não é possível demonstrar
redução do FTV e macicez móveis.
As causas mais comuns são as neoplasias e os corpos estranhos que
ocluem o lúmen de brônquios. Se a oclusão situar-se em um brônquio
principal, ocorre atelectasia do pulmão inteiro; se estiver em brônquios
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lobares ou segmentar, a atelectasia fica restrita a um lobo ou a um
segmento pulmonar.
Quanto maior a área comprometida, mais intensas serão as
manifestações clínicas, representadas por dispneia, sensação de
desconforto e tosse seca.
Sintomas e exames físico na atelectasia
* Sintomas. Dispneia, tosse seca.
* Inspeção, Retração do hemitórax e tiragem.
* Palpação. Expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal diminuído
ou abolido.
* Percussão, Submacicez ou macicez.
* Ausculta. Redução do murmúrio vesicular, ressonância vocal
diminuída.
Pode haver som brônquico ou broncovesicular substituindo o murmúrio
vesicular.
Enfisema pulmonar. A hiperaeração que se observa no enfisema
pulmonar resulta de alterações anatômicas caracterizadas pelo
aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal,
acompanhadas de modificações estruturais das paredes alveolares.
Clinicamente é representada pela entidade denominada enfisema
pulmonar, que apresenta algumas variedades anatômicas,
dependendo da sede e da extensão do comprometimento dos ácinos
e dos lóbulos. A manifestação clínica mais importante é a dispneia,
que se agrava lentamente. No início ocorre apenas aos grandes
esforços, mas, nas fases avançadas, aparece até em repouso. Na fase
final surgem as manifestações
de insuficiência respiratória.
Nas fases iniciais, ao exame físico do tórax encontram-se apenas
redução do murmúrio vesicular e expiração prolongada, com a
evolução da doença somam-se tórax em tonel, FTV diminuído e
hipersonoridade.
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Congestão passiva dos pulmões. As principais causas da congestão
passiva dos pulmões são a insuficiência ventricular esquerda e a
estenose mitral. O líquido se acumula no interstício, causando dispneia
de esforço, dispneia de decúbito e dispneia paroxistica noturna, além
de tosse seca, estertores finos nas bases e, às vezes, sibilância.
Sintomas e exame físico na congestão passiva dos pulmões
* Sintomas. Dispneia de decúbito e paroxística notuma, tosse seca ou
com expectoração rósea, na congestão aguda.
* Inspeção. Expansibilidade normal ou diminuída.
* Palpação. Expansibilidade normal ou diminuída e frêmitotoracovocal normal ou aumentado.
* Percussão. Submacicez nas bases pulmonares.
* Ausculta. Estertores finos nas bases dos pulmões. Ressonância vocal
normal.
Escavação ou caverna pulmonar. As cavernas pulmonares são
consequência de eliminação de parênquima em uma área que sofreu
necrobiose. Isso pode ocorrer nos abscessos, neoplasias, micoses, mas
a causa principal ainda é a tuberculose. As manifestações clínicas são
muito variáveis, predominando tosse produtiva e vômica fracionada
ou não.
Para ser detectada ao exame físico, é necessário que a caverna
esteja próxima à periferia do pulmão e que tenha diámetro mínimo de
mais ou menos 4 cm.
SÍNDROME PLEURAL
As síndromes pleurais compreendem a síndrome pleurítica, a “sindrome
de derrame pleural e a síndrome pleural respiratória (pneumotórax).
Sindrome pleurítica. A pleurite, ou seja, a inflamação dos folhetos
pleurais, pode ocorrer em várias entidades clínicas, destacando-se a
tuberculose, as pneumonias, a doença reumática e outras
colagenoses, viroses e as neoplasias da pleura e pulmão. Ela é
caracterizada pela presença do atrito pleural
Na pleurite aguda, o principal sintoma é a dor localizada em um dos
hemitórax, com características de dor pleurítica. Além de dor, podem
ocorrer tosse, dispneia, febre e outros sintomas relacionados com a
causa da pleurite. À medida que a inflamação da pleura evolui, existe
produção de líquido que se acumula no espaço pleural e afasta o
folheto parietal do visceral, causando o desaparecimento da dor
pleurítica e do atrito pleural. Dessa maneira, a síndrome pleurítica pode
evoluir para a síndrome de derrame pleural.
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Síndrome de derrame pleural. Nos derrames pleurais, observados nas
pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, sindrome nefrótica e
na insuficiência cardíaca, pode haver dor sem as características de
dor pleurítica, tosse seca e dispneia cuja intensidade depende do
volume do líquido acumulado.
Os principais achados do exame físico são FTV reduzido e macicez.
Síndrome pleural respiratória ou pneumotórax. No pneumotórax, o que
se acumula no espaço pleural é ar, que penetra através de lesão
traumática, ruptura de bolha subpleural, ou em certas afecções
pulmonares (tuberculose, pneumoconiose, neoplasias) que põem em
comunicação um ducto com o espaço pleural.
As principais manifestações clínicas são a dor no hemitórax
comprometido, tosse seca e dispneia, no exame físico chama a
atenção o FTV reduzido e a hipersonoridade. A intensidade da
dispneia depende da quantidade de ar e de outros mecanismos que
podem acompanhar o pneumotórax. Pode haver derrame pleural
associado, configurando o hidropneumotórax.
IVAS
INFECÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES
-Um dos principais problemas de saúde das crianças
-Responsáveis por 40-60% das consultas pediátricas e oo principal
motivo para uso de antibiótico na criança
Infecções de vias aéreas superiores mais comuns:
Resfriado comum
Rinossinusite
Farinngoamigdalite
Otite média aguda
Laringite
Refriado comum: Doença com evidência de inflamação aguda na
mucosa nasal ou faríngea, mas sem associação a outras condições
respiratórias específicas.
-Estudos mostram que as crianças apresentam de 6 a 8 refriados por
ano, durante dos primeiros 5 anos de vida.
-O principal agente etiológico é o rinovírus
-É uma infecção de via aérea superior leve, autolimitada, com
sintomas de coriza, dor de garganta, espirros e congestão nasal.
-Sintomas iniciam:
Em pacientes com rinovírus ou coronavírus: 2 dias após inoculação
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Em pacientes com vírus sincicial: 5 dias após inoculação
Principais fatores que contribuem para a disseminação desta doença:
-Higiene das mãos ruim
-Superpopulação
-Frequentar creches e escolas
Diagnóstico:
Clínico, sem necessidade de exames complementares
Tratamento:
Deve ser sintomático, pois o refriado tem curta duração e evolução
autolimitada.
-Ingestão hídrica aumentada
Complicações: Se houver piora da prostação e persistência da febre
por mais de 72h indica a possibilidade de complicações bacterianas.
As complicações mais frequentes são otite média aguda, sinusite e
pneumonia.
Prevenção:
-Lavagem das mãos
-Vacinação
Otite média aguda: Infecção da orelha média caracterizada pela
intalação rápida dos sinais e sintomas de inflamação.
-Mais alta prevalência de OMA durante os seis meses e três anos,
sobretudo no primeiro ano.
-Mais frequetne depois do refriado comum
-Patógenos mais comuns: H. influenzae, S. pneumoniae e M. catarrhalis.
Fatores de risco:
Disfunção da tuba auditiva é o fator primmordial na gênese da OM
Predisposição genética
História familiar de OMA recorrente
Gemelaridade
Prematuridade
Aleitamento artificial
Tabagismo passível
Sinais e sintomas:
Otalgia
Febre
Com ou sem otorreia
Irritabilidade
Dificuldade de dormir
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Sintomas de IVAS como tosse, obstrução nasal ou rinorreia podem
precedeer ou acompanhar a OMA.
-> O pneumococo é provavelmente o agente mais comum de OMA
*Lactentes com menos de 8 ssemanas de vida deve-se pensar em
Streptococcus do grupo B, enterobactérias gram-negativas e
Clamydia trachomatis.
Diagnóstico:
-Abaulammennto da membrana timmpânica moderado ou grave
-Novo surgimento de otorreia não relacionado a otite externa aguda
-Hhiperemia intensa da mebrana timpânica
Tratamento:
Nas primeiras horas deve visar o alívio da dor.
Menores de 6 meses: Antibioticoterapia
Maiores de 24 mesess sem sinais de gravidade: medicação analgésica
e observação
- Antibióticoterapia: Amoxilina de 50-90 mg/kg/dia por 10 dias
Se for alérgica a penicilina: azitromicina 10mg/kg/dia no primeiro dia e
5mg/kg/dia nos próximos 4 dias
Prevenção: Em otites médias recorrentes deve-se indicar a vacina
contra influenza, além da pneumocócica conjugada.
Rinossinussite aguda: Processo innflamatório da mucosa de
revestimento do nariz e seios paranasais.
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
-Em 80% dos casos ocorre apos IVAS de etiologia viral ou em
consequência de anomalias anatômicas ou alergias.
É classficada como aguda quando o sintomas estão presentes a
menos de 4 semanas, subagudas quando estão de quatro a 12
semanas, e crônica por mais de 12 semanas.
Agentes bacterianos mais comuns:
- S. pneumoniae
- Haemophilus influenzae não tipável
- Moraxella catarrhalis
Prevalência: Apos seis a oito anos de idade
Quadro clínico
Rinorreia
Tosse
Febre
Obstrução nasal
Halitose
Cefaleia
Dor facial
Odinofagia (viral)
Apresentações clínicas que remetem a RSA bacteriana:
1. Sinais e sintomas de resfriado que percite por mais de 10 dias com
qualquer tipo de rinorreia ou tosse que piora à noite
2. Resfriado mais grave que o usual, com febre alta, rinorreia purulenta
copiosa, edema periorbitário e dor
3. Resfriado que após 5 dias piora
Diagnóstico:
-Clinico
--Exames de imagem: TC permanece como método para estudos dos
seios paranasais, mas não é necessaria para definir diagnóstico.
Tratamento
-Higiene nasal com solução salina
Em casos de associaçõo com outras morbidades como asma ou OMA,
pode-se prescrever Amoxilina 45mg/kg/dia com duração de 10 a 14
dias
Faringoamigdalite aguda: Inflamação das estruturas faríngeas com o
surgimento de eritema, edema, exsudato faríngeo, ulceras e vesículas
- A maioria dos casos de faringoamigdalite é de etiologia viral antes
dos 3 anos de idade.
Influenza, parainfluenza e coronavirus (quadro leve)
Adenovirus (mais serias)
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
*Os quadros virais são de resolução esponntânea
Se tratando de casos bacterianos o Streptococus beta-hemolítico do
grupo A é a bactéria mais comumente encontrada
Características virais: Rinorreia, tosse, ulceras orais, rouquidão
Diagnóstico: Swab da orofaringe
Tratamento:
Bacteriano - Penicilina ou amoxilina
Laringite aguda: Inflamaçao da porção subglótica da laringe, que
ocorre durante uma infecção por vírus respiratórios. A congestão e
edema dessa região acarretam em obstrução da via aérea
Etiologia viral mais comum:
Vírus parainfluenza (tipo 1 2 e 3)
InfluenzaA e B
Vírus sincicial respiratório
Quadro clínico:
- Coriza
- Febrícula
- Tosse
- Dificuldade respiratória
Em casos de obstrução mais grave: estridor mais intenso, tiragem
supraesternal, batimento de asa de nariz, extridor respiratório e
agitação, dispneia, palidez, cianose, torpor, convulsões, apneia e
morte.
Tratamento:
Costicosteroides (necessidade de hospitalização)
Epinefrina inalatória (melhora de falência respiratória)
A laringite é umaa infecção viral autolimitada que não responde à
antibioticoterapia.
IVAI
INFECÇÃO DAS VIAS AÉREAS INFERIORES
Bronquiolite viral aguda (BVA): É a infecção das vias aéreas inferiores
mais comum em lactentes.
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
- Pode ocorrer em até 10% das crianças no primeiro ano de vida
É uma doença respiratória aguda que acomete criaanças
menores de dois anos (maior incidência entre o terceiro e o quarto mês
de vida), causada por infecção viral das vias aéreas inferiores.
É caracterizada por inflamação aguda, edema e necrose do epitélio
das pequenas vias aéreas, aumento de produção de muco e
broncoespasmo.
Etiologia: Vírus respiratório sincicial (VRS) é o mais frequente, embora
metapneumovírus humano (MPVH), rinovírus, vírus influenza, adenovírus,
parainfluenza, corona vírus, enterovírus e bocavírus tambem possam
causar BVA.
-Não confere imunidade permanente
Trasmissão: por aerrosóis de grandes particulas em pequenas distâncias
(espirro)
Epidemiologia
O VRS é o agente etiológico mais prevalente, sendo responssável por
50-80 dos casos em períodos de sazonalidade.
Maior incid~encia no sexo masculino
A mortalidade é rara em países desenvolvidos e ocorre em menos de
1% dos casos de infecção por BVA
Fisiopatologia
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Quadro clínico:
Inicialmente -> Coriza hialina e tosse
Evoluem para taaquipneia, tiragem intercostal e sibilância
Exames complementares
Leucograma (Util para identificação de quadro viral e bacteriano)
Saturação de O2 < 92%
PCR
Cultura
Indicações de internação
A BVA é usualmente autolimitada, como melhora dos sintomas
respiratórios entre dois e cinco dias. Os sibilos podem permanecer por
mais tempo.
Sinais de gravidade
Comprometimento do estado geral
Saturação de O2 < 92%
FR < 70irpm
Atelectasia (radiografia de torax)
Complicações: Insufici~encia respiratória e apneia.
Tratamento: Baseado em medidas de suporte
Em casos de hospitalização, oxigenioterapia, nebulização com
adrenalina.
Coqueluche: A coqueluche, também conhecida como pertússis ou
tosse convulsa, é uma infecção altamente contagiosa do trato
respiratório causada pela bactéria Bordetella pertussis.
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Transmissão:
O ser humano é o único animal que abriga a bactéria Bordetella
pertussis (gram-negativa)
A coqueluche é uma doença altamente contagiosa, sendo a
transmissão feita através de aerossóis e gotículas das vias aéreas
lançadas ao ambiente, principalmente durante a tosse.
Sintomas:
Após a exposição à bactéria Bordetella pertussis, o tempo médio de
incubação é de 7 a 10 dias.
Estágio catarral: de 1 a 2 semanas (febre, mal-estar geral, coriza e
tosse seca)
Estágio paroxístico: de 2 a 6 semanas (tosse, inspiração
forçada, guincho)
Estágio de convalescença: mais 2 a 6 semanas (tosse oersistente
sem guincho)
Complicações: Pneumotórax, distensão muscular, crises convulsivas,
hernias umbilicais, fratura de costela, pneumonia, lesoes no ouvido,
lesoes nos olhos, prolapso retal.
Hiperleucocitose -> formção de trombos
*Coração felpudo
Diagnóstico:
Swab nasofaríngeo posterior
PCR
Medidas: Isolamento respiratório por 5 dias
Se tiver mais de um ano e não tiver complicações, o tratamento é
domiciliar. Menores de 1 ano, devem ficar internadoss.
Vacinas:
-> Pentavalente
-> DTP
-> Coqueluche acelular DTPa
Tem que tomar a vacina em toda gestação, a partir da 20ªsemana de
gestação.
*Guincho: Tosse tosse, ai faz uma inspiraçãao forçada (é em crise)
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
DIARREIAS AGUDAS
Anamnese: Duração, numero diário de evacuações, presença de
sangue nas fezes, número de episódios de vômitos, presença de febre
ou outras manifestações clínicas, praticas alimentares prévias ou
vigentes, outros casos de diarreia em casa ou na escola, oferta e
consumo de líquidos, uso de medicamentos, histórico de imunizações.
Sais para reidratação oral composição/envelope salvou milhões de
vidas.
Mesmo no epitélio lesado, a junção da glicoese e o sódio, permite que
a absorção continue a acontecer.
EXAME FÍSICO:
Peso
Ectoscopia
Exame direto
Avaliação do estado de hidratação
SRO com osmolaridade reduzida
SAIS PARA REIDRATAÇÃO ORAL
COMPOSIÇÃO / ENVELOPE
CLORETO DE SÓDIO 3,5g
CITRATO 2,9g
CLORETO DE POTÁSSIO 1,5g
GLICOSE 20g
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Desidratação grave: Dois ou mais sinais, com pelo menos um de
gravidade
Tratamento plano A:
Diarreia sem desidratação
-Aumentar ingestão de líquidos
-Manter alimentação
-Orientação
Administrar zinco uma vez ao dia, 10-14d
Até seis meses de idade: 10mg/dia
Maiores de seis meses de idade: 20mg/dia
-Dar maais líquido que o habitual para previnir desidratação
-Manter a alimentaação habitual para previnir desnutrição
-Se o paciente não melhorar em dois dias ou apresentar qualquer um
dos sinais abaixo, levá-lo ao serviço de saúde.
Sinais de perigo:
1. Piora da diarreia
2. Vômitos repetidamente
3. Muita sede
4. Recusa alimentar
5. Sangue nas fezes
6. Febre
Tratamento plano B:
Diarreia + desidratação - conduta frente a vômitos e febre
Uso da SNG:
-Perda de peso após 2 horas
-Võmitos persistentes
-Distensão abdominal
-Dificuldade de ingestão
-Velocidade+ 20-30mL/KG/H
Redução em casos de vômitos
-Administrar sais de reidratação oral (SRO)
-Apenas como orientação inicial - o paciente deverá receber de 50 a
100mL/kg, no período de 4-6 horas.
-Durante a reidratação, avaliar o paciente
Diarreia + desidrattaçãao TRO
-Volume 50-100mL/KG em 4-6 horas
-Manter alimentação ao seio
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Hidratação veenosa após uso da SNG
-Perda de peso após 2 horas
-Vômitos persistentes
-Crise convulsiva
Manutençao do estado de hidratação
-Fornecer envelopes de SRO
-Oferecer soro após cada evacuação
-Mnter aleitamento ao seio
-+1 refeição até a recuperação nutricional
Tratamento plano C:
-Hidratação venosa
-Fase de expansão
Para tratar a desidratação grave na unidade hospitalar:
O Ministério da Saúde adverte: Antidiarreicos e antieméticos NÃO
devem ser usados
LIS MARTINS - MEDICINA - 4 PERÍODO
Recomendações:
Nao diluir alimentos
Tentar oferecer umma refeição a mais
Não restringir gordura (maior teos calórico)
Os enterócitos obtem os seus nutrientes do conteúdo luminal
Suplementação com zinco
20mg para crianças com diarreia aguda
10mg para lactentes <6meses
Uso de antibiótico na diarreia:
- Disenteria
- Cólera grave
Medicamentos contraindicados:
Antieméticos (Metoclopramida)
Antiespasmódicos (Elixir paregórico) risco de megacolon tóxico
Antipiréticos
Prevenção da diarreia
-Seio materno
-Imunizações
-Saneamento básico
-Lavagem das mãos
*Coprocultura
Antibiograma

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