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LULA LÁ, LULA CÁ A “flexibilidade” do Presidente Lula em matéria do binômio confessionalismo-laicidade do Estado é cada vez mais evidente. Depois de dizer ao papa, em São Paulo, que o Brasil era um Estado laico, em maio de 2007, nosso Presidente mandou seu ministro das relações exteriores assinar a concordata com o Vaticano, em novembro de 2008. Agora, outra versão dessa “flexibilidade” aparece. Duas semanas depois da assinatura da concordata, o Presidente participou de um evento contra a exploração sexual, no Rio de Janeiro. Defendeu aí uma posição progressista, a de que a educação sexual no âmbito familiar é tão importante quanto a alimentação. Ao anunciar o envio ao Congresso Nacional de projeto de lei de repressão à pornografia infantil e o abuso sexual de crianças e adolescentes, declarou: “É preciso acabar com a hipocrisia religiosa de não permitir que temas importantes como este sejam tratados à luz do dia. O recado vale para todas as religiões.” (O Povo On line, Fortaleza, 26/11/2008) De volta ao Rio de Janeiro, nove meses depois, a religião deixou de ser um poço de hipocrisia e virou panacéia. Em um ato comemorativo do sesquicentenário da Igreja Presbiteriana no Brasil (que, aliás, rejeitou a concordata), o Presidente defendeu que toda criança tenha formação religiosa. Para ele a religião pode manter os jovens longe da violência e da delinqüência, como se fosse uma espécie de controle social, bem ao gosto das correntes mais conservadoras. E concluiu: “Com mais religião, o mundo seria menos violento e com muito mais paz.” (Folha Online, 20/8/2009) Enfim, parece que, pelo menos nessa matéria, o Presidente Lula tem mensagens bem “flexíveis”, ora progressistas, ora conservadoras, emitidas ao gosto dos destinatários do momento.
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