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1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 1 1ª FASE 37° EXAME Ética Prof. Leonardo Fetter 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 2 Olá! Boas-Vindas! Cada material foi preparado com muito carinho para que você possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua- lidade. Lembre-se: o seu sonho também é o nosso. Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação! Com carinho, Equipe Ceisc. ♥ 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 3 1ª FASE OAB | | 37° EXAME Ética Prof. Leonardo Fetter Sumário 1. Legislação da Ordem dos Advogados ..................................................................................... 4 2. Órgão de Gestão da OAB ........................................................................................................ 5 3. Eleições e mandatos na OAB ................................................................................................ 10 4. Inscrição na OAB ................................................................................................................... 12 5. Licenciamento e cancelamento da inscrição .......................................................................... 14 6. Estagiário ............................................................................................................................... 15 7. Advogado empregado ............................................................................................................ 16 8. Atividades privativas do advogado ......................................................................................... 18 9. Sociedade de advogados ....................................................................................................... 18 10. Procuração e mandato ......................................................................................................... 21 11. Honorários advocatícios ....................................................................................................... 22 12. Advocacia pro bono ............................................................................................................. 27 13. Direitos e prerrogativas do advogado .................................................................................. 28 14. Direitos da mulher advogada .............................................................................................. 34 15. Publicidade profissional ....................................................................................................... 35 16. Infrações e sanções disciplinares ........................................................................................ 38 17. Processo disciplinar ............................................................................................................. 40 18. Incompatibilidade e impedimento ......................................................................................... 42 Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, reco- menda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. Bons estudos, Equipe Ceisc. Atualizado em outubro de 2022. 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 4 1. Legislação da Ordem dos Advogados O Estatuto da Advocacia e a OAB foi instituído pela Lei Federal (ordinária) no 8.906/1994 – com mais de 80 artigos. Tal legislação foi regulamentada pelo Conselho Federal, o chamado Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB (com cerca de 150 artigos). Paralelamente, ainda se tem o Código de Ética e Disciplina, ato administrativo, de competência do Conselho Federal, voltado para os deveres do profissional (com 80 artigos). 1.1. Natureza jurídica da OAB Não há dúvida de que é serviço público, com personalidade jurídica e forma federativa. A OAB tem natureza jurídica especial e única, sui generis, sendo pessoa jurídica de direito público interno, que executa serviço público federal, porém não equiparável a autarquia nem a entidade paraestatal, conforme definição do STF exarada na ADI no 3.026/DF (rel. Min. Eros Grau – Tribunal Pleno – j. 8-6-2006 – publicado em 29- 9-2006). *Para todos verem: esquema. O A B Sem vínculo com a Administração Pública Imunidade Tributária (bens, rendas e serviços) Membro da Diretoria ou Conselheiro - atividade gratuita (não são remunerados) Pode criar seu próprio título executivo (conforme o art. 46, §1º, do Estatuto da Advocacia e da OAB) 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 5 2. Órgão de Gestão da OAB 2.1. Conselho Federal (arts. 51 a 55 do Estatuto) O Conselho Federal é integrado por três Conselheiros Federais (a chamada delegação) oriundos dos Conselhos Seccionais (equivocadamente chamados de OAB Estadual), que são eleitos (compõem a chapa do Conselho Seccional) e têm mandato de três anos. Também são considerados membros do Conselho Federal seus ex-presidentes (honorários e vita- lícios) – nas deliberações estes têm apenas direito de manifestação (voz), não de voto (decisão). O voto no Conselho Federal é por delegação (mas, na escolha da Diretoria, cada membro da de- legação tem um voto – art. 53 do Estatuto). E para os votos, vale a maioria da delegação (se houver empate, o voto vai ser invalidado – art. 77 do Regulamento Geral). Estatuto da Advocacia e a OAB Art. 53. O Conselho Federal tem sua estrutura e funcionamento definidos no Regulamento Geral da OAB. § 1o O Presidente, nas deliberações do Conselho, tem apenas o voto de qualidade. § 2o O voto é tomado por delegação, e não pode ser exercido nas matérias de interesse da unidade que represente. § 3o Na eleição para a escolha da Diretoria do Conselho Federal, cada membro da dele- gação terá direito a 1 (um) voto, vedado aos membros honorários vitalícios. (Incluído pela Lei no 11.179/2005) Regulamento Geral Art. 77. O voto da delegação é o de sua maioria, havendo divergência entre seus mem- bros, considerando-se invalidado em caso de empate. § 1o O Presidente não integra a delegação de sua unidade federativa de origem e não vota, salvo em caso de empate. § 2o Os ex-Presidentes empossados antes de 5 de julho de 1994 têm direito de voto equi- valente ao de uma delegação, em todas as matérias, exceto na eleição dos membros da Diretoria do Conselho Federal. Importante! A competência do Conselho Federal está instituída nos incisos do art. 54 do Estatuto da OAB e, recentemente, sofreu modificações. Art. 54. Compete ao Conselho Federal: I – dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; II – representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos advoga- dos; III – velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia; IV – representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos inter- nacionais da advocacia; V – editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários; VI – adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos Seccionais; VII – intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação desta lei ou do regulamento geral; VIII – cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão ou 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 6 autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código de Ética e Disci- plina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa; IX – julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos neste estatuto e no regulamento geral; X – dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos; XI – apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balançoe as contas de sua diretoria; XII – homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos Seccionais; XIII – elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Con- selho ou de outro órgão da OAB; XIV – ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei; XV – colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou creden- ciamento desses cursos; XVI – autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus bens imóveis; XVII – participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual; XVIII – resolver os casos omissos neste estatuto. XIX – fiscalizar, acompanhar e definir parâmetros e diretrizes da relação jurídica mantida entre advogados e sociedades de advogados ou entre escritório de advogados sócios e advogado associado, inclusive no que se refere ao cumprimento dos requisitos norteado- res da associação sem vínculo empregatício; (Incluído pela Lei no 14.365, de 2022) XX – promover, por intermédio da Câmara de Mediação e Arbitragem, a solução sobre questões atinentes à relação entre advogados sócios ou associados e homologar, caso necessário, quitações de honorários entre advogados e sociedades de advogados, obser- vado o disposto no inciso XXXV do caput do art. 5o da Constituição Federal. (Incluído pela Lei no 14.365, de 2022) Parágrafo único. A intervenção referida no inciso VII deste artigo depende de prévia apro- vação por dois terços das delegações, garantido o amplo direito de defesa do Conselho Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisória para o prazo que se fixar. *Para todos verem: esquema. Órgãos do Conselho Federal da OAB Conselho Pleno Órgão Especial do Conselho Pleno Câmaras Julgadoras Diretoria Presidente 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 7 Importante! O presidente não precisa ser Conselheiro Federal, conforme o parágrafo único do art. 67 do Esta- tuto. 2.2. Conselhos Seccionais (arts. 56 a 59 do Estatuto) Um Conselho Seccional por Estado (por isso conhecido como OAB Estadual – ou seção Estadual da OAB, embora não mais exista esta última denominação). É composto do Presidente e sua Diretoria, bem como dos Conselheiros Estaduais (estes têm direito de votar, de decidir e deliberar – e o voto é unipessoal, diferente do Conselho Federal, que é por delegação). Também podem participar das reuniões do Conselho Seccional o presidente da Caixa de Assistên- cia dos Advogados (CAA), os conselheiros federais, o presidente do Conselho Federal, presidentes das subseções, presidente do Instituto dos Advogados e ex-presidentes do próprio Conselho. Estes últimos podem participar das reuniões e têm o direito de manifestação (voz – de emitir opinião), mas não poderão participar das deliberações, ou seja, não terão o direito de votar (este será exercido apenas pelos conse- lheiros e diretoria). 2.2.1. Caixa de Assistência dos Advogados (art. 62 do Estatuto) A Caixa de Assistência dos Advogados (CAA) é vinculada ao Conselho Seccional e tem como ob- jetivo prestar assistência aos advogados inscritos (órgão assistencial), conforme o art. 62 do Estatuto. Ad- quire personalidade jurídica quando seu Estatuto for aprovado e registrado junto ao Conselho Seccional e pode possuir patrimônio próprio, que será incorporado ao Conselho Seccional no caso de extinção da CAA. Estatuto da Advocacia e a OAB Art. 62. A Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade jurídica própria, des- tina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. § 1o A Caixa é criada e adquire personalidade jurídica com a aprovação e registro de seu estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, na forma do regulamento geral. § 2o A Caixa pode, em benefício dos advogados, promover a seguridade complementar. § 3o Compete ao Conselho Seccional fixar contribuição obrigatória devida por seus inscri- tos, destinada à manutenção do disposto no parágrafo anterior, incidente sobre atos de- correntes do efetivo exercício da advocacia. § 4o A diretoria da Caixa é composta de cinco membros, com atribuições definidas no seu regimento interno. § 5o Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias. § 6o Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo. § 7o O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de seus membros, pode intervir na Caixa de Assistência dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção. 2.2.2. Tribunal de Ética e Disciplina (TED) A atribuição do Tribunal de Ética e Disciplina está definida no art. 71 do Código de Ética e Disciplina: Código de Ética e Disciplina Art. 71. Compete aos Tribunais de Ética e Disciplina: 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 8 I – julgar, em primeiro grau, os processos ético-disciplinares; II – responder a consultas formuladas, em tese, sobre matéria ético-disciplinar; III – exercer as competências que lhe sejam conferidas pelo Regimento Interno da Secci- onal ou por este Código para a instauração, instrução e julgamento de processos ético- disciplinares; IV – suspender, preventivamente, o acusado, em caso de conduta suscetível de acarretar repercussão prejudicial à advocacia, nos termos do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil; V – organizar, promover e ministrar cursos, palestras, seminários e outros eventos da mesma natureza acerca da ética profissional do advogado ou estabelecer parcerias com as Escolas de Advocacia, com o mesmo objetivo; VI – atuar como órgão mediador ou conciliador nas questões que envolvam: a) dúvidas e pendências entre advogados; b) partilha de honorários contratados em conjunto ou decorrentes de substabelecimento, bem como os que resultem de sucumbência, nas mesmas hipóteses; c) controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de advogados. Importante! A principal atribuição será de julgar, em primeiro grau, o processo disciplinar – seria a primeira instância (a segunda instância seria uma das Câmaras vinculadas ao Conselho Seccional, ou seja, o re- curso contra decisão do TED). 2.3. Subseção (arts. 60 e 61 do Estatuto) A Subseção é parte autônoma do Conselho Seccional, abrange um ou mais municípios, desde que possua, pelo menos, 15 advogados a ela vinculados, de acordo com o art. 60 do Estatuto. Quando tiver mais de cem advogados inscritos e vinculados, a subseção pode criar seu Conselho, conforme o § 3o do art. 60 do Estatuto. Estatuto da Advocacia e a OAB Art. 60. A Subseção pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de competência e autonomia. § 1o A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de quinze advogados, nela profissionalmente domiciliados. § 2o A Subseção é administrada por uma diretoria, com atribuições e composição equiva- lentes às da diretoria do Conselho Seccional. § 3o Havendo mais de cem advogados, a Subseção pode ser integrada, também, por um conselho em número de membros fixado pelo Conselho Seccional. § 4o Os quantitativos referidos nos §§ 1o e 3o deste artigo podem ser ampliados, na forma do regimento interno do Conselho Seccional.§ 5o Cabe ao Conselho Seccional fixar, em seu orçamento, dotações específicas destina- das à manutenção das Subseções. § 6o O Conselho Seccional, mediante o voto de dois terços de seus membros, pode intervir nas Subseções, onde constatar grave violação desta lei ou do regimento interno daquele. Art. 61. Compete à Subseção, no âmbito de seu território: I – dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB; II – velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia, e fazer valer as prer- rogativas do advogado; III – representar a OAB perante os poderes constituídos; IV – desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por delegação de competência do Conselho Seccional. Parágrafo único. Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do regimento interno deste, e ainda: 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 9 a) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo Conselho Seccional; b) editar resoluções, no âmbito de sua competência; c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina; d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e emitindo parecer prévio, para decisão do Conselho Seccional. 2.3.1. Conferência Nacional dos Advogados (arts. 145 a 149 do Regulamento Geral) É órgão consultivo do Conselho Federal, reunindo-se trienalmente. Regulamento Geral Art. 145. A Conferência Nacional da Advocacia Brasileira é órgão consultivo máximo do Conselho Federal, reunindo-se trienalmente, no segundo ano do mandato, tendo por ob- jetivo o estudo e o debate das questões e problemas que digam respeito às finalidades da OAB e ao congraçamento da advocacia. § 1o As Conferências da Advocacia dos Estados e do Distrito Federal são órgãos consul- tivos dos Conselhos Seccionais, reunindo-se trienalmente, no segundo ano do mandato. § 2o No primeiro ano do mandato do Conselho Federal ou do Conselho Seccional, deci- dem-se a data, o local e o tema central da Conferência. § 3o As conclusões das Conferências têm caráter de recomendação aos Conselhos cor- respondentes. Art. 146. São membros das Conferências: I – efetivos: os Conselheiros e Presidentes dos órgãos da OAB presentes, os advogados e estagiários inscritos na Conferência, todos com direito a voto; II – convidados: as pessoas a quem a Comissão Organizadora conceder tal qualidade, sem direito a voto, salvo se for advogado. § 1o Os convidados, expositores e membros dos órgãos da OAB têm identificação especial durante a Conferência. § 2o Os estudantes de direito, mesmo inscritos como estagiários na OAB, são membros ouvintes, escolhendo um porta-voz entre os presentes em cada sessão da Conferência. Art. 147. A Conferência é dirigida por uma Comissão Organizadora, designada pelo Pre- sidente do Conselho, por ele presidida e integrada pelos membros da Diretoria e outros convidados. § 1o O Presidente pode desdobrar a Comissão Organizadora em comissões específicas, definindo suas composições e atribuições. § 2o Cabe à Comissão Organizadora definir a distribuição do temário, os nomes dos expo- sitores, a programação dos trabalhos, os serviços de apoio e infra-estrutura e o regimento interno da Conferência. Art. 148. Durante o funcionamento da Conferência, a Comissão Organizadora é represen- tada pelo Presidente, com poderes para cumprir a programação estabelecida e decidir as questões ocorrentes e os casos omissos. Art. 149. Os trabalhos da Conferência desenvolvem-se em sessões plenárias, painéis ou outros modos de exposição ou atuação dos participantes. § 1o As sessões são dirigidas por um Presidente e um Relator, escolhidos pela Comissão Organizadora. § 2o Quando as sessões se desenvolvem em forma de painéis, os expositores ocupam a metade do tempo total e a outra metade é destinada aos debates e votação de propostas ou conclusões pelos participantes. § 3o É facultado aos expositores submeter as suas conclusões à aprovação dos partici- pantes. 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 10 3. Eleições e mandatos na OAB 3.1. Apontamentos gerais De forma resumida: 1. São eleições diretas (para o Conselho Seccional, Subseção e CAA), enquanto a eleição para o Conselho Federal é indireta. 2. O mandado é de três anos. 3. O voto é secreto e em chapas (não pessoas de forma individual). 4. Nas eleições diretas, o voto é obrigatório para todo advogado regularmente inscrito. Dessa forma, os advogados votarão em chapas regularmente inscritas para o Conselho Seccional (Diretoria, Conselheiros Seccionais, Três Conselheiros Federais e Diretoria da CAA) e Subseção (Diretoria e Conselho da Subseção – se existir). Nas eleições diretas, o voto será obrigatório para os advogados regularmente inscritos – inscrição principal (não votar representa multa – 20% sobre o valor da anuidade). O voto será facultativo para os advogados com inscrição suplementar (para votar deve avisar com antecedência). 3.2. Dos requisitos para a candidatura São requisitos para a candidatura (cargos de gestão na OAB) aqueles previstos nos arts. 63, § 2o, do Estatuto e 131, § 6o, do Regulamento Geral: Estatuto da Advocacia e da OAB Art. 63. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na segunda quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato, mediante cédula única e vota- ção direta dos advogados regularmente inscritos. (...) § 2o O candidato deve comprovar situação regular perante a OAB, não ocupar cargo exo- nerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de 3 (três) anos, nas eleições para os cargos de Conselheiro Seccional e das Subseções, quando houver, e há mais de 5 (cinco) anos, nas eleições para os demais cargos. (Redação dada pela Lei no 13.875/2019) Regulamento Geral Art. 131. São admitidas a registro apenas chapas completas, que deverão atender ao percentual de 50% para candidaturas de cada gênero e, ao mínimo, de 30% (trinta por cento) de advogados negros e de advogadas negras, assim considerados os(as) inscri- tos(as) na Ordem dos Advogados do Brasil que se classificam (autodeclaração) como ne- gros(as), ou seja, pretos(as) ou pardos(as), ou definição análoga (critérios subsidiários de heteroidentificação). § 6o Fica delegada à Comissão Eleitoral, de cada Seccional, analisar e deliberar os casos onde as chapas das Subseções informarem a inexistência ou insuficiência de advogados negros (pretos e pardos) e advogadas negras (pretas e pardas), com condições de elegi- bilidade a concorrer nas chapas, no percentual aprovado em 30% (trinta por cento) referido no caput deste artigo. 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 11 *Para todos verem: esquema. Importante! Também não poderá ser candidato o advogado que exercer cargo público demissível ad nutum, ou seja, que não tem estabilidade – o fato de não ter estabilidade retira a necessária independência do advo- gado, não permitindo sua candidatura. 3.3. Vedação para votar São proibidos de votar os advogados na condição de inadimplentes (devendo anuidade) e os esta- giários (inscritos na OAB – estagiário paga anuidade, mas não tem direito de votar). 3.4. Eleição do Conselho Federal A eleição no Conselho Federal é indireta; quem vai eleger a diretoria são os Conselheiros Federais (os quais são em número de três e são eleitos junto com a chapa do Conselho Seccional). Cuidado! O presidente do Conselho Federal não precisa ser Conselheiro Federal (art. 67, par. ún., do Estatuto da OAB). Art. 67. A eleição da Diretoria do Conselho Federal, que tomará posse no dia 1o de feve- reiro, obedecerá às seguintes regras: (...) Parágrafo único. Com exceção do candidato a Presidente, os demais integrantes da chapa deverão ser conselheiros federais eleitos. Situação regular perante a OAB (em dia com as anuidades)Não ocupar cargo exonerável ad nutum. Não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação. Exercer efetivamente a profissão há mais de 3 (três) anos, nas eleições para os cargos de Conselheiro Seccional e das Subseções, quando houver, e há mais de 5 (cinco) anos, nas eleições para os demais cargos. 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 12 Importante! Os três Conselheiros Federais de cada Estado, que assumem no Conselho Federal, são chamados de delegação. Nas decisões de competência do Conselho Federal, esses Conselheiros Federais apresen- tarão um voto por delegação. Para a eleição de Diretoria do Conselho Federal, o voto é individual de cada Conselheiro, não há voto por delegação. Ainda, sobre as decisões dentro de cada órgão de gestão, é importante atentar-se para os seguintes questionamentos: O que é ter voz? É ter direito de manifestação. O que é ter direito de ter voto? É o direito de decisão. Quem tem direito de votar e de voz dentro dos órgãos de gestão? Os advogados que foram eleitos para isso. Quem tem direito só de voz? Aquelas pessoas que foram permitidas, ou seja, autorizadas a se manifestar, por exemplo, ex-presidentes. 4. Inscrição na OAB Inicialmente, é necessário recordar que a condição de Advogado se adquire com a inscrição na OAB (e não com a aprovação no Exame da OAB – este é apenas um dos requisitos para postular a inscri- ção). Dessa forma, os requisitos para inscrição junto a OAB estão definidos no art. 8o do Estatuto: Estatuto da Advocacia e da OAB Art. 8o Para inscrição como advogado é necessário: I – capacidade civil; II – diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficial- mente autorizada e credenciada; III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; IV – aprovação em Exame de Ordem; V – não exercer atividade incompatível com a advocacia; VI – idoneidade moral; VII – prestar compromisso perante o conselho. § 1o O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB. § 2o O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo. § 3o A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar. § 4o Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial. As atividades incompatíveis estão definidas no art. 28 do Estatuto (e geram a proibição absoluta do 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 13 exercício da advocacia – e exatamente por isso não permitem o deferimento da inscrição). Atenção! A falta de idoneidade moral deve ser analisada pelo Conselho Seccional (por decisão de dois terços de seus membros), a fim de impedir a inscrição (sendo concedido ao interessado o direito ao contraditório). Ex.: o Conselho Federal já definiu que a prática de violência contra a mulher, assim definida na Convenção Interamericana de Belém do Pará, constitui fator apto a demonstrar a ausência de idoneidade moral para a inscrição de bacharel em Direito nos quadros da OAB, independentemente da instância crimi- nal (no entanto, cada Conselho Seccional tem liberdade de analisar, caso a caso, a idoneidade – ou ausên- cia dela – para fins de deferimento ou indeferimento da inscrição). Deferida e autorizada a inscrição, o advogado somente receberá sua Carteira profissional depois de prestar compromisso perante o Conselho Seccional (juramento previsto no art. 20 do Regulamento Geral). Tal compromisso é solene, formal e, principalmente, personalíssimo, ou seja, não pode ser feito por procuração. A inscrição deverá ser feita perante o Conselho Seccional onde o advogado exercerá a advocacia com habitualidade. Será denominada inscrição principal. Ainda, poderá o advogado, facultativamente, bus- car inscrição em outro Conselho Seccional, a denominada inscrição suplementar. O advogado deverá pos- suir uma inscrição principal e poderá ter quantas inscrição suplementares quiser (sempre uma – e apenas uma – por Conselho Seccional). Quando a inscrição suplementar será obrigatória? 1ª situação: quando o advogado estiver atuando em mais de cinco causas em Conselho Seccional onde ele não tenha a inscrição principal. Ex.: advogado com inscrição principal no Rio Grande do Sul pode atuar – exercer a advocacia – em qualquer Estado; mas se possuir mais de cinco ações num Estado, deverá providenciar a inscrição suple- mentar naquele Conselho Seccional correspondente. 2ª situação: quando o advogado for sócio de Sociedade de Advogados, deverá obrigatoriamente possuir inscrição (principal ou suplementar) perante o Conselho Seccional onde a sociedade foi registrada. Não será exigido um novo exame de ordem para cada inscrição suplementar. Para cada inscrição (principal ou suplementar) haverá a incidência de uma anuidade (ex.: dez inscrições, dez anuidades). A inscrição principal autoriza e habilita o advogado a exercer a advocacia em qualquer Estado (ou Conselho Seccional). Importante! Para atuar nos Tribunais Superiores não haverá necessidade de Inscrição Suplementar. 4.1. Advogado estrangeiro Para advogar no Brasil, o advogado deve se inscrever na OAB, submetendo-se aos mesmos requi- sitos do advogado brasileiro (terá, no entanto, que revalidar seu diploma, circunstância que não é de 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 14 competência da OAB). Pode o advogado estrangeiro, no entanto, receber uma autorização (precária) para dar Consultoria em direito estrangeiro (mediante requerimento ao Conselho Seccional). Atenção! Conforme o Provimento CFOAB no 129/2008 (Tratado de Reciprocidade), podem os advogados portugueses exercer advocacia no Brasil, assim como advogados brasileiros advogar em Portugal. 5. Licenciamento e cancelamento da inscrição 5.1. Licenciamento Licenciamento é forma de interrupção temporária da inscrição. Ou seja, é uma forma de o advogado suspender sua capacidade postulatória, pois durante o período de licenciamento ele não pode advogar (nem pagar a anuidade). O advogado licenciado não perde o número (tampouco sua inscrição é cancelada). *Para todos verem: esquema. 5.2. Cancelamento da inscrição Configura interrupção definitiva do exercício da advocacia. Com o cancelamento, a pessoa deixa de ser advogado, perde sua capacidade postulatória. Pode acontecer em cinco hipóteses: H ip ó te s e s d e L ic e n c ia m e n to Exercício - temporário - atividade incompatível Doença mental curável Requerimento justitificado 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 15 *Para todos verem: esquema. Importante! Recordar que, se já é incompatível no ato da inscrição, haverá o seu indeferimento (art. 8o do Esta- tuto). A aplicação, por três vezes, da pena de suspensão gerará a pena de exclusão, que acarretará o cancelamento da inscrição. 6. Estagiário Para obter a inscrição como estagiário, devem ser obedecidos os requisitos do art. 9o do Estatuto. Estatuto da Advocacia e da OAB Art. 9o Para inscrição como estagiário é necessário: I – preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8o; II – ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. § 1o O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia cre- denciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina. § 2o A inscrição do estagiário é feitano Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico. § 3o O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode freqüentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB. § 4o O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em Direito que queira se inscrever na Ordem. § 5o Em caso de pandemia ou em outras situações excepcionais que impossibilitem as A pedido (PERSONALÍSSIMO) - não precisa ser fundamentado, mas deve ser assinado pelo advogado postulante. EXCLUSÃO (pena mais grave do Estatuto) - a punição com a exclusão vai gerar o cancelamento da inscrição. O exercício de Atividade Incompatível (forma definitiva).** Perda dos requisitos da inscrição (art. 8º do Estatuto). Falecimento do Advogado. 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 16 atividades presenciais, declaradas pelo poder público, o estágio profissional poderá ser realizado no regime de teletrabalho ou de trabalho a distância em sistema remoto ou não, por qualquer meio telemático, sem configurar vínculo de emprego a adoção de qualquer uma dessas modalidades. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) § 6o Se houver concessão, pela parte contratante ou conveniada, de equipamentos, siste- mas e materiais ou reembolso de despesas de infraestrutura ou instalação, todos destina- dos a viabilizar a realização da atividade de estágio prevista no § 5o deste artigo, essa informação deverá constar, expressamente, do convênio de estágio e do termo de estágio. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) O Estagiário com inscrição na OAB paga anuidade (mas não pode votar) e tem direito a praticar todos os atos privativos da advocacia, desde que em conjunto com o advogado (e sob a responsabili- dade deste). De forma isolada, ou seja, sem a presença do advogado, o estagiário pode: a) obter carga dos autos (com autorização e sob a supervisão do advogado); b) obter certidões; c) fazer petição de juntada (assinando sozinho). O Estagiário, para atuar no processo, deve ter poderes, ou seja, ele deve aparecer na procuração ou no substabelecimento. Importante! Estagiário não pode fazer publicidade (nem em conjunto com o advogado). Contudo, é permitido ao bacharel em direito buscar inscrição como estagiário, na forma do art. 9o, § 4o, do Estatuto. Alteração singela, mas relevante, diz respeito à possibilidade de o estágio profissional ser feito no regime de teletrabalho, fixando-se algumas exigências quanto a requisitos do termo de convênio e de está- gio (art. 9o, §§ 5o e 6o, do Estatuto). 7. Advogado empregado É um profissional assalariado, mas esta relação de emprego não pode retirar sua independência profissional. Tem jornada de trabalho de oito horas diárias e 40 semanais. Ainda, o advogado empregado tem direito aos honorários de sucumbência – todavia, poderá acertar com o empregador (contratualmente ou em convenção coletiva) forma de partilha de tais honorários (ou até renunciá-los). Importante! Será considerado período de trabalho o tempo que o advogado estiver à disposição do empregador (e as horas extraordinárias serão remuneradas no percentual de 100%). 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 17 7.1. Do horário noturno Horário noturno será o período entre as 20h de um dia até as 5h do dia seguinte (com adicional de 25%). Atenção/Cuidado! Alteração recente do Estatuto (art. 18, §§ 1o, 2o e 3o, do Estatuto). O § 1o simplesmente traz a redação do antigo parágrafo único do dispositivo – nenhuma novidade. Ou seja, permanece a ideia e regra de que o advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. Estatuto da Advocacia e da OAB Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia. § 1o O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego. Já os §§ 2o e 3o inovam, permitindo que o labor do advogado empregado seja prestado de maneira presencial, híbrida (mista) ou remota (não presencial), a depender de acordo in- dividual entre trabalhador e empregador, que poderá, inclusive, prever a transição entre os mencionados regimes de prestação laboral. § 2o As atividades do advogado empregado poderão ser realizadas, a critério do empre- gador, em qualquer um dos seguintes regimes: (Incluído pela Lei no 14.365/2022) I – exclusivamente presencial: modalidade na qual o advogado empregado, desde o início da contratação, realizará o trabalho nas dependências ou locais indicados pelo emprega- dor; (Incluído pela Lei no 14.365/2022) II – não presencial, teletrabalho ou trabalho a distância: modalidade na qual, desde o início da contratação, o trabalho será preponderantemente realizado fora das dependências do empregador, observado que o comparecimento nas dependências de forma não perma- nente, variável ou para participação em reuniões ou em eventos presenciais não desca- racterizará o regime não presencial; (Incluído pela Lei no 14.365/2022) III – misto: modalidade na qual as atividades do advogado poderão ser presenciais, no estabelecimento do contratante ou onde este indicar, ou não presenciais, conforme as condições definidas pelo empregador em seu regulamento empresarial, independente- mente de preponderância ou não. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) § 3o Na vigência da relação de emprego, as partes poderão pactuar, por acordo individual simples, a alteração de um regime para outro. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) Alteração do art. 20 do Estatuto Diante das modificações trazidas, a jornada de trabalho do advogado empregado será majorada para oito horas diárias e quarenta horas semanais, dobrando-se os limites anteriormente estabelecidos. Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, quando prestar serviço para em- presas, não poderá exceder a duração diária de 8 (oito) horas contínuas e a de 40 (qua- renta) horas semanais. (Redação dada pela Lei no 14.365/2022) § 1o Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação. § 2o As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adi- cional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito. § 3o As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento. 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 18 8. Atividades privativas do advogado Em primeiro lugar, frise-se: Bacharel em Direito e Estagiário não são advogados (ou seja, não podem agir ou atuar naquelas atividades definidas como privativas da advocacia). São atividades privativas da advocacia: a) consultoria e assessoria jurídica: somente podem ser feitas por advogado; b) direção e gerência jurídica; c) visar atos constitutivos (contratos sociais) de pessoa jurídica; d) postular em juízo: é atividade privativa, mas com exceções (habeas corpus em qualquer instância, jus postulandi trabalhista, JEC (limitação de valor), JEF/JEFP, e revisão criminal). Microempresa e empresa de pequeno porte não precisam de visto de advogado para os seus atos constitutivos. Nestes casos, das exceções, será possível postular em juízo sem a presença do advogado. No JEC criminal, a presença do advogado do acusado é obrigatória. 9. Sociedade de advogados 9.1. Conceito e formação da Sociedade de Advogados Pessoa jurídica, formada única e exclusivamente por advogados (seus sócios), com o objetivo de atuarem atividades privativas da advocacia. Adquire personalidade jurídica (passa a ser titular de direitos e obrigações) com o registro de seus atos constitutivos junto ao Conselho Seccional competente (não é registrada na Junta Comercial ou em outro Cartório Extrajudicial). O sócio deve ter inscrição (principal ou suplementar) no Conselho Seccional onde a sociedade de advogados foi registrada. A sociedade de advogados pode ter filial, desde que seja em outro Conselho Seccional (não poderá a sociedade ter filial no mesmo Conselho Seccional onde está a sociedade regis- trada). O advogado somente pode ser sócio de uma sociedade de advogados por Conselho Seccional. Importante! Alteração no art. 15 do Estatuto. Essas alterações/inclusões dizem respeito ao advogado associado, ou seja, aquele que, mesmo sem vínculo empregatício e sem dela ser sócio, para ela presta serviço e participa limitadamente dos seus resultados. Estatuto da Advocacia e da OAB Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. § 1o A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 19 personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. (Redação dada pela Lei no 13.247/2016) § 2o Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o Código de Ética e Disciplina, no que couber. (Redação dada pela Lei no 13.247/2016) § 3o As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte. § 4o Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma so- ciedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. (Redação dada pela Lei no 13.247/2016) § 5o O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado no Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar. (Redação dada pela Lei no 13.247/2016) § 6o Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar em juízo clientes de interesses opostos. § 7o A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um advo- gado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei no 13.247/2016) § 8o Nas sociedades de advogados, a escolha do sócio-administrador poderá recair sobre advogado que atue como servidor da administração direta, indireta e fundacional, desde que não esteja sujeito ao regime de dedicação exclusiva, não lhe sendo aplicável o dis- posto no inciso X do caput do art. 117 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, no que se refere à sociedade de advogados. (Promulgação de partes vetadas) (Incluído pela Lei no 14.365/2022) § 9o A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia deverão recolher seus tributos sobre a parcela da receita que efetivamente lhes couber, com a exclusão da receita que for transferida a outros advogados ou a sociedades que atuem em forma de parceria para o atendimento do cliente. (Promulgação de partes vetadas) (Incluído pela Lei no 14.365/2022) § 10. Cabem ao Conselho Federal da OAB a fiscalização, o acompanhamento e a defini- ção de parâmetros e de diretrizes da relação jurídica mantida entre advogados e socieda- des de advogados ou entre escritório de advogados sócios e advogado associado, inclu- sive no que se refere ao cumprimento dos requisitos norteadores da associação sem vín- culo empregatício autorizada expressamente neste artigo. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) § 11. Não será admitida a averbação do contrato de associação que contenha, em con- junto, os elementos caracterizadores de relação de emprego previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) § 12. A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia podem ter como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual ou compartilhado com outros es- critórios de advocacia ou empresas, desde que respeitadas as hipóteses de sigilo previs- tas nesta Lei e no Código de Ética e Disciplina. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) O § 9o Tem o intuito admitir que, mesmo que a sociedade de advogados receba honorá- rios de outros advogados que com ela tenham firmado parceria (e tenha ocorrido trans- ferência de valores em decorrência dessa parceria), a sociedade de advogados não pre- cisa recolher tributo sobre esta parcela de receita que não teve nela, sociedade, seu des- tino final (pois foi repassada ao parceiro). Ou seja, recolherá tributos apenas e tão so- mente sobre a parcela que efetivamente lhe couber. O § 10 atribui competência ao Con- selho Federal para definir (fiscalizar, acompanhar) parâmetros e diretrizes entre advoga- dos e sociedade de advogados. Já o § 11 deixa claro que o advogado associado não se confunde com o advogado empregado das sociedades de advogados, explicitando que não será admitida a averbação do contrato de associação que contenha, em conjunto, os elementos caracterizadores de relação de emprego previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). E o § 12 admite o compartilhamento do local de trabalho entre 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 20 sociedades de advogados ou sociedade unipessoal de advocacia, inclusive com empre- sas, “desde que respeitadas as hipóteses de sigilo” previstas no próprio Estatuto da Ad- vocacia e no Código de Ética e Disciplina. Modificação do § 2o do art. 16. Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de socie- dades de advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar. (Redação dada pela Lei no 13.247/2016) § 1o A razão social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo. § 2o O impedimento ou a incompatibilidade em caráter temporário do advogado não o exclui da sociedade de advogados à qual pertença e deve ser averbado no registro da sociedade, observado o disposto nos arts. 27, 28, 29 e 30 desta Lei e proibida, em qual- quer hipótese, a exploração de seu nome e de sua imagem em favor da sociedade. (Redação dada pela Lei no 14.365/2022) § 3o É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia. § 4o A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão “Sociedade Indi- vidual de Advocacia”. (Incluído pela Lei no 13.247/2016) Foi explicitado o que já se encontrava previsto na legislação vigente, ou seja, que o advogado im- pedido ou incompatibilizado com o exercício da advocacia de forma temporária não é considerado excluído da sociedade (devendo ser tal circunstância averbada no registro da Sociedade). Todavia, traz importante situação: o fato de que não pode ser usado o nome ou imagem do advogado temporariamente afastado. Inclusão do art. 17-A ao Estatuto. No art. 17-A do Estatuto, passa a ser prevista a figura do advogado associado, possibilitando que o advogado possa associar-se a umaou mais sociedades de advogados ou a sociedades unipessoais de advocacia, sem vínculo empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados. Art. 17-A. O advogado poderá associar-se a uma ou mais sociedades de advogados ou sociedades unipessoais de advocacia, sem que estejam presentes os requisitos legais de vínculo empregatício, para prestação de serviços e participação nos resultados, na forma do Regulamento Geral e de Provimentos do Conselho Federal da OAB. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) O caput do art. 17-B do Estatuto exige a “pactuação de contrato próprio” para a associação de advogado, podendo ser de caráter geral ou específico a determinada causa, a ser registrado no respectivo Conselho Seccional da OAB. Já o seu parágrafo único detalha o conteúdo exigido desse contrato. Art. 17-B. A associação de que trata o art. 17-A desta Lei dar-se-á por meio de pactuação de contrato próprio, que poderá ser de caráter geral ou restringir-se a determinada causa ou trabalho e que deverá ser registrado no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede a sociedade de advogados que dele tomar parte. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) Parágrafo único. No contrato de associação, o advogado sócio ou associado e a sociedade 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 21 pactuarão as condições para o desempenho da atividade advocatícia e estipularão livre- mente os critérios para a partilha dos resultados dela decorrentes, devendo o contrato conter, no mínimo: (Incluído pela Lei no 14.365/2022) I – qualificação das partes, com referência expressa à inscrição no Conselho Seccional da OAB competente; (Incluído pela Lei no 14.365/2022) II – especificação e delimitação do serviço a ser prestado; (Incluído pela Lei no 14.365/2022) III – forma de repartição dos riscos e das receitas entre as partes, vedada a atribuição da totalidade dos riscos ou das receitas exclusivamente a uma delas; (Incluído pela Lei no 14.365/2022) IV – responsabilidade pelo fornecimento de condições materiais e pelo custeio das despe- sas necessárias à execução dos serviços; (Incluído pela Lei no 14.365/2022) V – prazo de duração do contrato. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) 10. Procuração e mandato 10.1. Disposições gerais Para que o advogado atue em nome de seu cliente, é necessário que ele receba poderes para tanto. A forma processual é a outorga da procuração. A procuração, como todo contrato, pode ter prazo determi- nado – se não contiver prazo, presume-se que ela tem eficácia até a conclusão da causa (art. 13 do CED). Objetivamente, a procuração não se extingue ou perde valor/eficácia pelo decurso do tempo. O advogado tem o direito de atuar sem procuração em casos de urgência – juntar no prazo de 15 dias (podendo ser prorrogado por mais 15). Código e Ética e Disciplina Art. 11. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindo- lhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordi- nar a intenções contrárias do cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à estra- tégia traçada. (...) Art. 13. Concluída a causa ou arquivado o processo, presume-se cumprido e extinto o mandato. Atenção! O advogado não pode aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído. Art. 14. O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis. 10.2. Da renúncia A renúncia é a forma de extinção da procuração e dos poderes nela outorgados. Notificado o cliente, o advogado ainda é responsável pelos atos processuais por dez dias (caso um novo profissional se habilite antes de terminado tal prazo, encerra-se a responsabilidade). Quem renuncia é o advogado! Não existe necessidade de a renúncia ser motivada. 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 22 10.3. Da revogação Revogação é uma forma de extinção da procuração e dos poderes nela outorgados por iniciativa do cliente. Na revogação, não existe o prazo de responsabilização por dez dias. Importante! A renúncia e a revogação não desobrigam o cliente de pagar os honorários advocatícios (inclusive verba de sucumbência – neste caso, de forma proporcional ao trabalho desenvolvido). 10.4. Do substabelecimento É a forma de o advogado transferir poderes recebidos na procuração para outro advogado (relação advogado com advogado). O substabelecimento pode ser com ou sem reserva de poderes: a) com reserva de poderes: compartilhamento de poderes (poderá atuar tanto o advogado que subs- tabeleceu quanto o advogado substabelecido); b) sem reserva de poderes: o advogado que substabelece se afasta do processo (e exatamente por isso que, aqui, será necessária a anuência/concordância do cliente). 11. Honorários advocatícios Previsão legal: arts. 22 a 26 da Lei no 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advoga- dos do Brasil). Corresponde à remuneração ao profissional da advocacia pelos serviços prestados. São divididos em três tipos: a) convencionados; b) arbitrados; c) sucumbência. Estatuto da Advocacia e a OAB Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência. § 1o O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Secci- onal da OAB, e pagos pelo Estado. O § 2o fixa critérios para o arbitramento de honorários advocatícios, na falta de estipulação ou de acordo, fixando que, obrigatoriamente, devam ser observadas as disposições do Código de Processo Civil que regulam os honorários de sucumbência: 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 23 § 2o Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, ob- servado obrigatoriamente o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 6o-A, 8o, 8o-A, 9o e 10 do art. 85 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Redação dada pela Lei no 14.365/2022) § 3o Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final. § 4o Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir- se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou. § 5o O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de mandato outorgado por advogado para defesa em processo oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da profissão. § 6o O disposto neste artigo aplica-se aos honorários assistenciais, compreendidos como os fixados em ações coletivas propostas por entidades de classe em substituição proces- sual, sem prejuízo aos honorários convencionais. (Incluído pela Lei no 13.725/2018) § 7o Os honorários convencionados com entidades de classe para atuação em substituição processual poderão prever a faculdade de indicar os beneficiários que, ao optarem por adquirir os direitos, assumirão as obrigações decorrentes do contrato originário a partir do momento em que este foi celebrado, sem a necessidade de mais formalidades. (Incluído pela Lei no 13.725/2018) Atenção! O § 8o define e reconhece como honorários convencionados aqueles decorrentes da indicação de cliente entre advogados ou sociedades de advogados (vale lembrar que o § 9o do art. 15 foi vetado – ou seja, tal dispositivo perdeu sua função). § 8o Consideram-se também honorários convencionados aqueles decorrentes daindica- ção de cliente entre advogados ou sociedade de advogados, aplicada a regra prevista no § 9o do art. 15 desta Lei. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) 11.1. Honorários contratados/convencionados Contratados e fixados entre o advogado e o cliente, sendo, como regra, uma obrigação de meio (e não de resultado – poderá, excepcionalmente, ser de resultado, quando, por exemplo, o advogado for con- tratado para elaborar uma minuta de contrato). Quando tal contrato (de honorários fixados entre advogado e cliente) não estabelecer ou fixar forma de pagamento, o Estatuto orienta/sugere a seguinte forma: *Para todos verem: esquema. 1/3 no início 1/3 até a decisão de 1ª instância 1/3 no final 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 24 11.1.1. Honorários cota litis (parte na lide) É maneira de contratar honorários com o cliente (é fixado um percentual no resultado, no benefício que o cliente receber). O advogado deve receber em pecúnia/dinheiro e não em bens (para receber em bens, deve existir cláusula contratual declarando que o cliente não tem como pagar em dinheiro). Não existe disposição definindo o percentual adequado dos honorários cota litis, todavia, o art. 50 do CED prevê que, quando acrescidos dos honorários da sucumbência (os honorários cota litis somados aos de sucumbência), não podem ser superiores às vantagens advindas a favor do cliente. 11.2. Honorários arbitrados Serão fixados pelo Poder Judiciário, mediante postulação (ação do advogado contra o cliente), pois não foram convencionados previamente. Ou seja, ausente o contrato escrito entre cliente e advogado, negando-se o cliente a efetuar o pagamento, a alternativa do profissional da advocacia será entrar com uma ação contra o cliente, pedindo que o juiz arbitre os honorários. 11.3. Honorários de sucumbência Verba honorária fixada pelo Poder Judiciário, em processo judicial, em que condena a parte vencida (perdedora no processo) ao pagamento de honorários em favor do advogado da parte vencedora (o per- centual deverá obedecer ao disposto no art. 85, § 2o, do CPC, entre 10% e 20% da condenação). Código de Processo Civil Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. (...) § 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível men- surá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: I – o grau de zelo do profissional; II – o lugar de prestação do serviço; III – a natureza e a importância da causa; IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. 11.3.1. Honorários assistenciais Foi criada, em 2018, a figura dos honorários assistenciais, aqueles pagos a um advogado contratado por entidade sindical para prestar assistência jurídica ao trabalhador sem condições financeiras de arcar com os custos de um defensor. Na forma do art. 22, § 6o, do Estatuto, são aqueles fixados em ações coletivas propostas por enti- dades de classe em substituição processual, sem prejuízo aos honorários convencionais. Simplificando, seriam honorários de sucumbência, fixados na Justiça do Trabalho, em benefício dos advogados contratados pelos sindicatos para defesa de direitos coletivos. 11.3.2. Prescrição dos honorários A pretensão de cobrar os honorários prescreverão em 5 (cinco) anos, prazo este contado (depen- dendo de cada caso, ou da origem dos honorários): a) do vencimento do contrato; 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 25 b) do trânsito em julgado da sentença que o fixou; c) do término do serviço extrajudicial; d) da desistência ou da transação; e) da renúncia ou da revogação. Dicas! O advogado pode executar os honorários de sucumbência em seu nome. Crédito de honorários não autoriza ao advogado o saque de duplicatas ou qualquer outro título de crédito. O advogado pode emitir fatura contra o cliente para pagamento dos honorários – se o cliente pedir ou autorizar (mas esta fatura não poderá ser levada a protesto). Cheque ou nota promissória emitidos pelo cliente para pagamento dos honorários podem ser leva- dos a protesto (desde que antes o advogado tenha tentado amigavelmente o recebimento do crédito). É autorizado o uso de cartão de crédito para o recebimento de honorários. Inclusão do art. 22-A no Estatuto. Art. 22-A. Fica permitida a dedução de honorários advocatícios contratuais dos valores acrescidos, a título de juros de mora, ao montante repassado aos Estados e aos Municí- pios na forma de precatórios, como complementação de fundos constitucionais. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) Parágrafo único. A dedução a que se refere o caput deste artigo não será permitida aos advogados nas causas que decorram da execução de título judicial constituído em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal. (Promulgação de partes vetadas) (Incluído pela Lei no 14.365/2022) Fixa e define que será permitida a dedução de honorários advocatícios contratuais dos valores acres- cidos, a título de juros de mora, ao montante repassado aos Estados e aos Municípios na forma de preca- tórios, como complementação de fundos constitucionais. Atenção ao art. 24 do Estatuto. Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os esti- pular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, con- curso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial. § 1o A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado, se assim lhe convier. § 2o Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários de su- cumbência, proporcionais ao trabalho realizado, são recebidos por seus sucessores ou representantes legais. (...) § 3o-A. Nos casos judiciais e administrativos, as disposições, as cláusulas, os regulamen- tos ou as convenções individuais ou coletivas que retirem do sócio o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência serão válidos somente após o protocolo de petição que revogue os poderes que lhe foram outorgados ou que noticie a renúncia a eles, e os ho- norários serão devidos proporcionalmente ao trabalho realizado nos processos. (Incluído 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 26 pela Lei no 14.365/2022) § 4o O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica os honorários, quer os convencionados, quer os concedidos por sentença. A inclusão do § 3o-A ao art. 24 do Estatuto prevê que somente sejam consideradas válidas as disposições, as cláusulas, os regulamentos ou as convenções individuais ou coletivas que retirem do sócio o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência “nos casos judiciais e administrativos”, após o protocolo de petição que revogue os poderes que lhe foram outorgados ou que noticie a renúncia a eles. Ainda assim, os honorários serão devidos proporcionalmente ao trabalho reali- zado. A Inclusão do § 5o assegura o direito aos honorários proporcionais ao trabalho realizado nos processos judiciais e administrativos em que tenha atuado, na hipótese de encerramento da relação contratual com o cliente. § 5o Salvo renúncia expressa do advogado aos honorários pactuados na hipótese de en- cerramento da relação contratual com o cliente, o advogado mantém o direito aos honorá- rios proporcionais ao trabalho realizado nos processos judiciais e administrativos em que tenha atuado, nos exatos termos do contrato celebrado, inclusive em relação aos eventos de sucesso que porventura venham a ocorrer após o encerramento da relação contratual. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) A inclusão do § 6o deixa claro e definitivo, sem qualquer dúvida, que distrato e a rescisão do contrato de prestação de serviços advocatícios, mesmo que formalmente celebrados, não configuram renúncia expressaaos honorários pactuados. § 6o O distrato e a rescisão do contrato de prestação de serviços advocatícios, mesmo que formalmente celebrados, não configuram renúncia expressa aos honorários pactua- dos. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) A Inclusão do § 7o estipula que, na ausência de contrato de prestação de serviços advocatícios e fixação de honorários, estes devem ser arbitrados conforme as disposições contidas no art. 22. § 7o Na ausência do contrato referido no § 6o deste artigo, os honorários advocatícios serão arbitrados conforme o disposto no art. 22 desta Lei. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) Inclusão do art. 24-A ao Estatuto. Art. 24-A. No caso de bloqueio universal do patrimônio do cliente por decisão judicial, garantir-se-á ao advogado a liberação de até 20% (vinte por cento) dos bens bloqueados para fins de recebimento de honorários e reembolso de gastos com a defesa, ressalvadas as causas relacionadas aos crimes previstos na Lei no 11.343, de 23 de agosto de 2006 (Lei de Drogas), e observado o disposto no parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) § 1o O pedido de desbloqueio de bens será feito em autos apartados, que permanecerão em sigilo, mediante a apresentação do respectivo contrato. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 27 § 2o O desbloqueio de bens observará, preferencialmente, a ordem estabelecida no art. 835 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei no 14.365/2022) § 3o Quando se tratar de dinheiro em espécie, de depósito ou de aplicação em instituição financeira, os valores serão transferidos diretamente para a conta do advogado ou do es- critório de advocacia responsável pela defesa. (Incluído pela Lei no 14.365, de 2022) § 4o Nos demais casos, o advogado poderá optar pela adjudicação do próprio bem ou por sua venda em hasta pública para satisfação dos honorários devidos, nos termos do art. 879 e seguintes da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei no 14.365/2022) § 5o O valor excedente deverá ser depositado em conta vinculada ao processo judicial. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) Criou-se, em benefício do advogado, o privilégio consistente na garantia do recebimento de seus honorários contratuais, mesmo sob bloqueio universal do patrimônio do cliente, até o montante de 20% dos bens bloqueados. Importante ressaltar que essa possibilidade de desbloqueio não atinge os bloqueios determina- dos em decorrência do crime de tráfico de drogas. Os §§ 1o a 5o dispõem sobre o pedido de desbloqueio; a ordem preferencial de pagamento dos honorários sobre os bens do cliente; a maneira como deve ser transferido esse paga- mento diretamente para a conta do advogado ou do seu escritório; e a opção do advogado pela adjudicação de bem ou venda em hasta pública. Inclusão do parágrafo único ao art. 26 do Estatuto. A regra é aquela contida no caput: no parágrafo único foi criada uma exceção, permitindo que o advogado substabelecido com reserva de poderes cobre diretamente o cliente (sem a participação do advogado que substabeleceu), desde que tenha (o advogado substabelecido) contrato celebrado com o cliente. Art. 26. O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de o advogado substabelecido, com reservas de poderes, possuir contrato celebrado com o cliente. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) 12. Advocacia pro bono Durante determinado período, entendeu-se que o advogado não poderia trabalhar sem cobrar ho- norários (que tal atitude poderia configurar forma de aviltamento de honorários). Com o intuito de regular essa atividade, foi trazida para o sistema brasileiro a possibilidade do exer- cício da advocacia pro bono. Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária (G E V) de serviços jurí- dicos – essas são as características principais. Este tipo de atuação pode acontecer em favor de instituições 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 28 sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional. Também pode ser exercida para pessoas naturais hipossuficientes. E, de forma bem objetiva, não poderá o advogado atuar como pro bono com objetivos político-partidários ou eleito- rais, nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de clientela. Segundo o Provimento no 166/2015 do Conselho Federal da OAB, os advogados que desempenha- rem a advocacia pro bono estão impedidos de exercer a advocacia remunerada, em qualquer esfera, para a pessoa natural ou jurídica que se utilize de seus serviços pro bono (art. 4o e § 1o). Provimento CFOAB no 166/2015 Art. 4o Os advogados e os integrantes das sociedades de advogados e dos departamentos jurídicos de empresas que desempenharem a advocacia pro bono definida no art. 1o deste Provimento estão impedidos de exercer a advocacia remunerada, em qualquer esfera, para a pessoa natural ou jurídica que se utilize de seus serviços pro bono. § 1o O impedimento de que trará este artigo cessará uma vez decorridos 3 (três) anos do encerramento da prestação do serviço pro bono. § 2o É igualmente vedado vincular ou condicionar a prestação de serviços pro bono à contratação de serviços remunerados, em qualquer circunstância. 13. Direitos e prerrogativas do advogado 13.1. Deveres do advogado São deveres do advogado, de acordo com o art. 2o do CED: Código de Ética e Disciplina Art. 2o O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado De- mocrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em conso- nância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes. Pará- grafo único. São deveres do advogado: I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia; II – atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dig- nidade e boa-fé; III – velar por sua reputação pessoal e profissional; IV – empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional; V – contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI – estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, preve- nindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII – desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica; VIII – abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b) vincular seu nome ou nome social a empreendimentos sabidamente escusos; c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a digni- dade da pessoa humana; d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste; e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 29 quais tenha vínculos negociais ou familiares; f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes. IX – pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos indi- viduais, coletivos e difusos; X – adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da Justiça; XI – cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe; XII – zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia; XIII – ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesados necessi- tados. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que tenha mani- festado anteriormente. Importante! a) O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização. b) É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo ou na via administrativa falseando deliberada- mente a verdade e utilizando de má-fé. c) É vedado o oferecimento de serviços profissionais que implique, direta ou indiretamente, angariar ou captar clientela. Atenção/Cuidado! Alteração recente do Estatuto. Estatuto da Advocacia e a OAB Art. 2o O advogado é indispensável à administração da justiça. § 1o No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social. § 2o No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público. § 2o-A. No processo administrativo, o advogado contribui com a postulação de decisão favorável ao seu constituinte, e os seus atos constituem múnus público. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) § 3o No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei. Art. 2o-A. O advogado pode contribuir com o processo legislativo e com a elaboração de normas jurídicas, no âmbito dos poderes da república. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) (...) Art. 5o O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. (...) § 4o As atividades de consultoria e assessoria jurídicas podem ser exercidas de modo verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente, e independem de outorga de mandato ou de formalização por contrato de honorários. (Incluído pela Lei no 14.365/2022) 13.2. Prerrogativas do advogado Estatuto da Advocacia e a OAB Art. 6o Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. Parágrafo único. As autoridades e os servidores públicos dos Poderes da República, os serventuários da Justiça e os membros do Ministério Público devem dispensar ao 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 30 advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho, preservando e resguardando, de ofício, a imagem, a reputação e a integridade do advogado nos termos desta Lei. (Redação dada pela Lei no 14.365/2022) O parágrafo único do art. 6o do Estatuto fixou o rol daqueles que devem dispensar ao advogado, quando no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia – devendo ser respeitada a imagem, a reputação e a integridade do advogado. Objetivamente, tal alteração vai no sentido positivo de reforçar a dignidade da atuação do advogado, como também corrobora as condições necessá- rias para o bom desempenho desse múnus público – e, importante, atualiza a orientação legal em harmonia com a Lei de Abuso de Autoridade (Lei no 13.869/2019). O inciso X do art. 7o do Estatuto garante ao advogado o uso da palavra, pela ordem, não só em juízo (como já previa o texto anterior), mas também em “tribunais administrativos”, órgãos de deliberação coletiva da administração pública ou Comissão Parlamentar de Inquérito, mediante intervenção pontual e sumária. Art. 7o São direitos do advogado: (...) X – usar da palavra, pela ordem, em qualquer tribunal judicial ou administrativo, órgão de deliberação coletiva da administração pública ou comissão parlamentar de inquérito, me- diante intervenção pontual e sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em re- lação a fatos, a documentos ou a afirmações que influam na decisão; (Redação dada pela Lei no 14.365/2022) (...) A intenção do uso da palavra pela ordem é esclarecer equívocos ou dúvidas em relação a fatos, documentos ou, ainda, afirmações que influam na decisão. Importante! Aqui, não foi garantido o direito de uso da palavra para replicar acusações ou censuras que forem feitas ao advogado em juízo. A revogação do § 2o do art. 7o do Estatuto foi no sentido de afastar a imunidade profissional do advogado quanto a excessos por ele cometidos. O § 2o-B do art. 7o fixou as situações de cabimento da sustentação oral pelos advogados nos recur- sos contra decisões monocráticas do relator que julgar o mérito ou não conhecer da apelação, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, embargos de divergência, ação rescisória, mandado de segurança, reclamação, habeas corpus e outras ações de competência originária. A realidade é que com essa regulamentação de hipóteses mais precisas de sustentação oral fica superado, ao menos parcialmente, o entendimento do Supremo Tribunal Federal firmado na ADI no 1.105- 7. O § 6o-D do art. 7o do Estatuto traz a ideia de preservação do sigilo do conteúdo dos documentos (mídia e objetos) não relacionados com a investigação (mesmo quando for impossível que eles sejam se- parados daqueles que forem/devam ser apreendidos). O § 6o-E traz a previsão no sentido de que, uma vez não observado o sigilo das informações apre- endidas e não relacionadas à investigação, o representante da OAB deverá informar (via relatório), a fim de 1ª Fase | 37° Exame da OAB Ética 31 que a OAB tome as providências que entender adequadas, podendo inclusive apresentar notícia crime contra os envolvidos (os quais deverão ser nominados e identificados no relato apresentado pelo represen- tante). O § 6o-I do art. 7o do Estatuto definiu a proibição para o advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu cliente, fixando que tal situação pode ser punida com a sanção de exclusão, prevista no inciso III do caput do art. 35 do Estatuto (bem como às penas do crime de violação de segredo profissional, previstas no art. 154 do CP). Vale recordar, aqui, que as hipóteses de exclusão estão previstas no art. 38 do Estatuto: Estatuto da Advocacia e a OAB Art. 38. A exclusão é aplicável nos casos de: I – aplicação, por três vezes, de suspensão; II – infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. Art. 34. (...) (...) XXVI – fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; XXVII – tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia; XXVIII – praticar crime infamante; (...) Ou seja, como não ocorreu a inserção ou modificação em tais dispositivos, presume-se que o legis- lador esteja definindo que o advogado que fizer a colaboração premiada se tornará moralmente inidôneo... (definir como crime infamante não parece adequado). Melhor, com certeza, teria sido que o legislador inserisse nos arts. 34 e 38 dispositivo específico quanto à colaboração premiada. Nos §§ 14, 15 e 16 do art. 7o do Estatuto, foi atribuída competência privativa do Conselho Federal da OAB (dentro de processo disciplinar próprio) para dispor, analisar e decidir sobre a prestação efetiva do serviço jurídico realizado pelo advogado. Importante! Fez-se a previsão de nulidade do “ato praticado com violação da competência privativa do Conselho Federal da OAB”. Na mesma linha e intenção, também foi fixada a competência privativa do Conselho Federal para analisar e decidir sobre “os honorários advocatícios dos serviços jurídicos realizados pelo advogado”. Verdadeiramente, tal dispositivo aprofunda o caráter da OAB como entidade singular de serviço público independente, na exata definição do STF, na ADI no 3.026. No art. 7o-B do Estatuto, foi apenas incrementada a pena nele cominada, para o crime de violação das prerrogativas do advogado, aumentando-a de 3 (três) meses a 1 (um) ano de detenção, e multa, para 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. 13.3. Inviolabilidade do escritório (local de trabalho) É garantido ao advogado
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