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ABORDAGEM BAYESIANA PARA IDENTIFICAÇÃO DE FALHAS EM COMPÓSITOS LAMINADOS ATRAVÉS DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR Luiz Alberto da Silva Abreu Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia Mecânica. Orientador: Hélcio Rangel Barreto Orlande Rio de Janeiro Março de 2011 ABORDAGEM BAYESIANA PARA IDENTIFICAÇÃO DE FALHAS EM COMPÓSITOS LAMINADOS ATRAVÉS DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR Luiz Alberto da Silva Abreu DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA MECÂNICA Examinada por: ________________________________________________ Prof. Hélcio Rangel Barreto Orlande, Ph.D. ________________________________________________ Profª. Carolina Palma Naveira Cotta, D.Sc. ________________________________________________ Prof. Marcelo José Colaço, D.Sc. ________________________________________________ Prof. Rodrigo Otávio de Castro Guedes, Ph.D. RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL MARÇO DE 2011 iii Abreu, Luiz Alberto da Silva Abordagem Bayesiana para Identificação de Falhas em Compósitos Laminados Através da Transferência de Calor/ Luiz Alberto da Silva Abreu. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2011. XVIII, 138 p.: il.; 29,7 cm. Orientador: Helcio Rangel Barreto Orlande Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de Engenharia Mecânica, 2011. Referencias Bibliográficas: p. 116-118. 1. Problemas Inversos. 2. Detecção de falhas em Compósitos Laminados. 3. Transformada Integral Generalizada. 4. Metropolis-Hastings. I. Orlande, Helcio Rangel Barreto. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Mecânica. III. Titulo. iv “Amor com amor se paga...” Sta. Teresinha do Menino Jesus Dedico este trabalho à Deus, à minha família e aos meus amigos. v AGRADECIMENTOS DEUS, Autor da minha vida e de tudo o que foi criado, pela sua presença real e perceptível. MINHA ESPOSA MILENA Pelo carinho e paciência. Uma pessoa realmente especial. Pela disponibilidade de ajudar, Amor com Amor se paga... MEUS PAIS E FAMILIARES: que souberam dividir os momentos difíceis neste ano de chuvas incomuns, AOS AMIGOS DA REPÚBLICA Gustavo, Alisson, Vanessa e Joyce, pela ajuda e paciência logo no início de tudo, Quando ainda estava me adaptando ao Rio. ALUNO DE MESTRADO DIEGO Pelas incansáveis discussões teóricas, durante todo o curso foi um amigo com quem pude contar MEU ORIENTADOR PROF. HELCIO Pela sua constante participação no trabalho, incentivando e acompanhando de perto. Sua ajuda foi fundamental para que tudo fosse realizado. DEMAIS AMIGOS Agradeço ainda à todos os amigos que fiz neste período,entre eles: Prof. Renato Cotta, Prof. João Nazareno a Profª. Carolina Naveira Cotta os alunos de mestrado: Karol, Milena, Guilherme, Marcelo. vi Resumo da Dissertação de Mestrado apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.) ABORDAGEM BAYESIANA PARA IDENTIFICAÇÃO DE FALHAS EM COMPÓSITOS LAMINADOS ATRAVÉS DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR Luiz Alberto da Silva Abreu Março/2011 Orientador: Helcio Rangel Barreto Orlande Programa: Engenharia Mecânica Atualmente, materiais compósitos são comumente utilizados na engenharia, com muitas aplicações práticas. Um típico exemplo envolvendo o uso de compósitos formados por camadas de diferentes materiais é a indústria aeronáutica, devido à sua grande força e rigidez, bem como sua densidade. Geralmente, tal tipo de compósito é formado por camadas de diferentes materiais. A qualidade da adesão entre as camadas tem um papel fundamental no desempenho e na vida útil da estrutura do compósito. Desta forma, a detecção não destrutiva de falhas na ligação das camadas adjacentes é extremamente importante para o monitoramento da saúde estrutural. Neste trabalho, foi resolvido um problema inverso de condução de calor para a identificação do coeficiente de troca térmica no contato, que pode ser diretamente associado à qualidade da adesão entre as camadas. O problema físico envolve o aquecimento da superfície superior de um compósito de duas camadas. A formulação do problema direto é solucionada com um método hibrido que combina a Técnica da Transformada Integral Generalizada (GITT) com diferenças-finitas. Medidas simuladas de temperatura na superfície aquecida são usadas na análise do problema inverso para identificar a variação espacial do coeficiente de troca térmica no contato na interface. O problema inverso é resolvido através de Inferência Bayesiana, com o Método de Monte Carlo e Cadeia de Markov, implementado através do Algoritmo Metropolis-Hastings. O resultado obtido revela que a metodologia proposta é capaz de estimar quantitativamente e qualitativamente as falhas de junções entre placas de diferentes tamanhos. vii Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.) BAYESIAN APPROACH FOR FAILURES IDENTIFICATION ON LAMINATED COMPOSITES THROUGH HEAT TRANSFER Luiz Alberto da Silva Abreu March /2011 Advisors: Helcio Rangel Barreto Orlande Department: Mechanical Engineering Composite materials are commonly used in engineering nowadays, with many practical applications. One typical example involves the use of composites formed by layers of different materials in the airplane industry, because of its greater strength and stiffness. Generally, such kind of laminated composites is formed by layers of different materials. The quality of the adhesion between layers plays a fundamental role for the performance and lifetime of the composite structure. As a result, the non-destructive detection of failures in the bonding of adjacent layers is extremely important for structural health monitoring. In this paper, we solve an inverse heat conduction problem for the identification of the interface thermal contact conductance, which can be directly associated to the quality of the adhesion between layers. The physical problem involves the heating of the external surface of a composite with two layers. The direct problem formulation is solved with a hybrid method that combines the Generalized Integral Transform Technique (GITT) and finite-differences. Simulated temperature measurements taken at this heated surface are used in the inverse analysis to identify the spatially varying interface contact conductance. Such measurements are assumed to be taken with an infrared camera, which allows for high spatial resolution and high data acquisition frequency. The present inverse problem is solved within the Bayesian statistical paradigm, with a Markov chain Monte Carlo method implemented through Metropolis-Hastings’ algorithm. The results obtained reveal that the proposed methodology is capable of estimating quite well bonding failures of different sizes. viii SUMÁRIO CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .................................................................................. 1 CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 3 2.1 Materiais Compósitos ............................................................................. 3 2.2 Solução de Problemas de Condução de Calor ........................................6 2.3 Problemas Inversos em Transferência de Calor...................................... 8 2.4 Problema Inverso via Inferência Bayesiana ............................................ 8 CAPÍTULO 3 - PROBLEMA FÍSICO ....................................................................... 10 3.1 Modelo Físico ....................................................................................... 10 3.2 Formulação Matemática Geral .............................................................. 11 3.3 Formulação Matemática Adimensional ................................................ 12 3.4 Formulação Matemática particular com duas camadas ........................ 14 CAPÍTULO 4 - SOLUÇÃO DO PROBLEMA DIRETO ........................................... 16 4.1 Aplicando GITT nas Direções Longitudinais da Placa ........................ 16 4.2 Aplicando Diferenças Finitas na Direção Transversal da Placa ........... 21 4.3 Implementação Numérica ..................................................................... 25 4.4 Reordenando os autovalores ................................................................. 26 CAPÍTULO 5 - PROBLEMA INVERSO ................................................................... 28 5.1 Formulação do problema inverso.......................................................... 28 5.2 Solução do Problema Inverso ............................................................... 29 5.3 O Algoritmo Metropolis-Hastings ........................................................ 31 CAPÍTULO 6 - RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................... 34 6.1 Verificação da Solução do Problema Direto ......................................... 35 6.2 Problema Direto com falha de contato entre as placas ......................... 67 6.3 Solução do Problema Inverso ............................................................... 77 CAPÍTULO 7 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES ................................................... 114 CAPÍTULO 8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................ 116 APÊNDICE A - Teste I em regime permanente ........................................................ 119 ix APÊNDICE B - Teste I em regime transiente ........................................................... 121 APÊNDICE C - Teste II em regime transiente .......................................................... 125 APÊNDICE D - Teste III em regime transiente ........................................................ 129 APÊNDICE E - Teste IV em regime transiente ........................................................ 133 x LISTA DE FIGURAS Figura 3.1 - Meio compósito laminado constituído por ‘ MaxI ’ camadas. ....................... 10 Figura 4.1 - Discretização por diferenças finitas ao longo do eixo Z. ............................ 22 Figura 5.1 - Representação esquemática da obtenção de medidas experimentais.......... 28 Figura 6.1 - Esquema do problema geral. ....................................................................... 34 Figura 6.2 - Representação esquemática do teste 1, em regime permanente. ................ 38 Figura 6.3 - Gráfico de temperatura versus posição para um valor dech alto, em regime permanente...................................................................................................................... 39 Figura 6.4 - Distribuição de temperatura na superfície, no tempo final t = 100s. .......... 40 Figura 6.5 - Gráfico de temperatura versus posição para um ch muito baixo, em regime permanente...................................................................................................................... 41 Figura 6.6 - Gráfico demonstrando a diminuição da descontinuidade do valor das temperaturas na interface à medida que o ch →∞ . ......................................................... 42 Figura 6.7 - Representação esquemática do primeiro teste em regime transiente. ......... 44 Figura 6.8 - Gráfico de temperatura versos tempo para o teste 1, em regime transiente. ........................................................................................................................................ 46 Figura 6.9 - Posição z versus temperatura para o teste 1, em regime transiente. ........... 47 Figura 6.10 - Distribuição de temperatura na superfície, para o teste 1 em regime transiente. ........................................................................................................................ 48 Figura 6.11 - Representação esquemática do segundo teste em regime transiente. ....... 50 Figura 6.12 - Gráfico de temperatura versos tempo para o teste 2, em regime transiente. ........................................................................................................................................ 52 Figura 6.13 - Posição z versus temperatura para o teste 2, em regime transiente. ......... 53 Figura 6.14 - Distribuição de temperatura na superfície, para o teste 2 em regime transiente. ........................................................................................................................ 54 Figura 6.15 - Representação esquemática do terceiro teste em regime transiente ......... 54 Figura 6.16 - Temperatura versus tempo para o problema teste 3, em regime transiente. ........................................................................................................................................ 57 Figura 6.17 - Posição z versus temperatura para o teste 3, em regime transiente. ......... 58 Figura 6.18 - Distribuição de temperatura na superfície, para o teste 3 em regime transiente. ........................................................................................................................ 59 Figura 6.19 - Representação esquemática do quarto teste em regime transiente. .......... 59 xi Figura 6.20 - Temperatura versus tempo para o problema teste 4, em regime transiente. ........................................................................................................................................ 63 Figura 6.21 - Posição z versus temperatura para o teste 4, em regime transiente .......... 64 Figura 6.22 - Distribuição de temperatura na superfície para o teste 4 em regime transiente. ........................................................................................................................ 64 Figura 6.23 - Analise da solução de T x x ...................................................................... 65 Figura 6.24 - Analise da solução de T x y ...................................................................... 65 Figura 6.25 - Variação espacial do Biot de contato,cBi , com Titânio exposto ao fluxo de calor com malha em x e y, 11x11. .................................................................................. 68 Figura 6.26 - Variação espacial do Biot de contato,cBi , com Titânio exposto ao fluxo de calor com malha em x e y, 11x11. .................................................................................. 68 Figura 6.27 - Gráfico de distribuição de temperatura no tempo com Titânio exposto ao fluxo de calor com malha em x e y, 11x11. .................................................................... 70 Figura 6.28 - Distribuição de temperatura adimensional na superfície, na posição adimensional Z=1, onde o fluxo de calor foi imposto, no tempo final 6. ...................... 70 Figura 6.29 - Distribuição de temperatura adimensional na superfície, na posição adimensional Z=1, onde o fluxo de calor foi imposto, no tempo final 0.065 ................ 71 Figura 6.30 - Distribuição de temperatura adimensional na superfície, na posição adimensional Z=1, onde o fluxo de calor foi imposto, no tempo final 0.13. ................. 72 Figura 6.31 - Distribuição de temperatura adimensional na superfície,na posição adimensional Z=1, onde o fluxo de calor foi imposto, no tempo final 0.065. ............... 73 Figura 6.32 - Distribuição de temperatura adimensional na superfície, na posição adimensional Z=1, onde o fluxo de calor foi imposto, no tempo final 0.13. ................. 74 Figura 6.33 - Gráfico de variação espacial do biot de contato, cBi , com Titânio exposto ao fluxo de calor com malha em x e y, 21x21. ............................................................... 75 Figura 6.34 - Gráfico de variação espacial do Biot de contato, cBi , com malha em x e y, 21x21. ............................................................................................................................. 75 Figura 6.35 - Distribuição de temperatura adimensional na superfície, na posição adimensional Z=1, para 441 sensores, no tempo 0.065. ................................................. 76 Figura 6.36 - Distribuição de temperatura adimensional na superfície, na posição adimensional Z=1, para malha em x e y = 21 x 21, no tempo 0.13. ............................... 77 Figura 6.37 - Biot exato comparado com o Biot estimado. ............................................ 80 Figura 6.38 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. ............ 81 xii Figura 6.39 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ......... 81 Figura 6.40 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ......................................................................................................... 81 Figura 6.41 - Biot exato comparado com o Biot estimado. ............................................ 83 Figura 6.42 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. ............ 83 Figura 6.43 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ......... 83 Figura 6.44 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ......................................................................................................... 84 Figura 6.45 - Biot exato comparado com o Biot estimado. ............................................ 85 Figura 6.46 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. ............ 86 Figura 6.47 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ......... 86 Figura 6.48 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ......................................................................................................... 86 Figura 6.49 - Biot exato comparado com o Biot estimado. ............................................ 88 Figura 6.50 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. ............ 88 Figura 6.51 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ......... 88 Figura 6.52 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ......................................................................................................... 89 Figura 6.53 - Biot exato comparado com o Biot estimado. ............................................ 90 Figura 6.54 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. ............ 91 Figura 6.55 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ......... 91 Figura 6.56 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ......................................................................................................... 91 Figura 6.57 - Biot exato comparado com o Biot estimado. ............................................ 93 Figura 6.58 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. ............ 93 Figura 6.59 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ......... 93 Figura 6.60 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ......................................................................................................... 94 Figura 6.61 - Biot exato comparado com o Biot estimado. ............................................ 96 Figura 6.62 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. ............ 96 Figura 6.63 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ......... 96 Figura 6.64 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ......................................................................................................... 97 Figura 6.65 - Biot exato comparado com o Biot estimado. ............................................ 99 xiii Figura 6.66 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. ............ 99 Figura 6.67 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ......... 99 Figura 6.68 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ....................................................................................................... 100 Figura 6.69 - Biot exato comparado com o Biot estimado. .......................................... 101 Figura 6.70 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. .......... 102 Figura 6.71 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ....... 102 Figura 6.72 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ....................................................................................................... 102 Figura 6.73 - Biot exato comparado com o Biot estimado. .......................................... 104 Figura 6.74 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. .......... 104 Figura 6.75 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ....... 105 Figura 6.76 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ....................................................................................................... 105 Figura 6.77 - Biot exato comparado com o Biot estimado. .......................................... 107 Figura 6.78 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. .......... 107 Figura 6.79 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ....... 108 Figura 6.80 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ....................................................................................................... 108 Figura 6.81 - Biot exato comparado com o Biot estimado. .......................................... 109 Figura 6.82 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. .......... 110 Figura 6.83 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ....... 110 Figura 6.84 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato. ....................................................................................................... 110 Figura 6.85 – Biot exato comparado com o Biot estimado. ......................................... 112 Figura 6.86 - Biot exato à esquerda comparado com o Biot estimado à direita. .......... 113 Figura 6.87 - Desvio padrão dos resultados para a estimativa do Biot de contato ....... 113 Figura 6.88 - Estabilização da Cadeia de Markov para um ponto com falha e para um ponto com contato térmico perfeito. ............................................................................. 113 Figura A.1 – Desenho esquemático do teste 1, em regime permanente ....................... 119 Figura B.1 – Desenho esquemático do teste 1, em regime transiente ........................... 121 Figura C.1 – Desenho esquemático do teste 1, em regime permanente ........................ 125 Figura D.1 – Desenho esquemático doteste 1, em regime permanente ........................ 129 Figura E.1 – Desenho esquemático do teste 1, em regime permanente ........................ 133 xiv LISTA DE TABELAS Tabela 6.1 - Dimensões do material compósito ............................................................. 34 Tabela 6.2 - Temperatura dos meios externos e temperatura inicial da placa ................ 35 Tabela 6.3 - Propriedades Termofísicas dos Materiais utilizados .................................. 35 Tabela 6.4 - Parâmetros de entrada do teste 1, em regime permanente. ........................ 38 Tabela 6.5 - Tabela de temperatura versus posição para um ch muito alto, em regime permanente...................................................................................................................... 40 Tabela 6.6 - Tabela de temperatura versus posição para um ch muito baixo, em regime permanente...................................................................................................................... 41 Tabela 6.7 - Análise de convergência da série em X e Y, para o teste 1 em regime permanente...................................................................................................................... 43 Tabela 6.8 - Parâmetros de entrada do teste 1 em regime transiente ............................. 46 Tabela 6.9 - Tabela de valores de temperatura versos tempo para o teste 1, em regime transiente. ........................................................................................................................ 47 Tabela 6.10 - Análise de convergência da série em X e Y, para o teste 1 em regime permanente...................................................................................................................... 48 Tabela 6.11 - Parâmetros de entrada do teste 1 em regime transiente ........................... 52 Tabela 6.12 - Tabela de valores de temperatura versos tempo para o teste 2, em regime transiente . ....................................................................................................................... 53 Tabela 6.13 - Parâmetros de entrada do teste 1 em regime transiente ........................... 57 Tabela 6.14 - Tabela de valores de temperatura versos tempo para o teste 3, em regime transiente ......................................................................................................................... 57 Tabela 6.15 - Parâmetros de entrada do teste 1, em regime permanente. ...................... 62 Tabela 6.16 - Tabela de valores de temperatura versos tempo para o teste 4, em regime transiente ......................................................................................................................... 63 Tabela 6.17 - Análise de convergência da série em X e Y, para o teste 1 em regime permanente...................................................................................................................... 66 Tabela 6.18 - Parâmetros de entrada do teste 1, em regime permanente. ...................... 69 Tabela 6.19 - Análise de convergência da série em X e Y, para o teste 1 em regime permanente...................................................................................................................... 72 Tabela 6.20 - Parâmetros de entrada para o problema inverso ....................................... 78 Tabela 6.21 - Resultados obtidos para titânio exposto ao fluxo de calor. ...................... 80 Tabela 6.22 - Resultados obtidos para epóxi exposto ao fluxo de calor. ....................... 82 xv Tabela 6.23 - Resultados obtidos para titânio exposto ao fluxo de calor. ...................... 85 Tabela 6.24 - Resultados obtidos para epóxi exposto ao fluxo de calor. ....................... 87 Tabela 6.25 - Resultados obtidos para titânio exposto ao fluxo de calor. ...................... 90 Tabela 6.26 - Resultados obtidos para epóxi exposto ao fluxo de calor. ....................... 92 Tabela 6.27 - Resultados obtidos para titânio exposto ao fluxo de calor. ...................... 95 Tabela 6.28 - Resultados obtidos para titânio exposto ao fluxo de calor. ...................... 98 Tabela 6.29 - Resultados obtidos para epóxi exposto ao fluxo de calor. ..................... 101 Tabela 6.30 - Resultados obtidos para titânio exposto ao fluxo de calor ..................... 104 Tabela 6.31 - Resultados obtidos para titânio exposto ao fluxo de calor ..................... 107 Tabela 6.32 - Resultados obtidos para epóxi exposto ao fluxo de calor. ..................... 109 Tabela 6.33 - Resultados obtidos para titânio exposto ao fluxo de calor. .................... 112 xvi LISTA DE SÍMBOLOS SÍMBOLOS LATINOS a - Comprimento dimensional do material compósito, em [ ]m . A - Comprimento adimensional do material compósito. b - Largura dimensional do material compósito, em [ ]m . B - Largura adimensional do material compósito. (...)Bi - Número de Biot, adimensional. c - Espessura dimensional do material compósito, em [ ]m . 1mat c - Espessura do material 1 que compõe o compósito laminado, em [ ]m . 2mat c - Espessura do material 2 que compõe o compósito laminado, em [ ]m . C - Espessura adimensional do material compósito. gradx - Número de sensores na direção x, na superfície do compósito laminado. grady - Número de sensores na direção y, na superfície do compósito laminado. (...)h - Coeficiente de transferência de calor, em 2W m K . (...)k - Condutividade térmica dos materiais que formam o compósito laminado, em [ ]W mK . IJF - Número máximo de autovalores reordenados. n - Tempo discretizado, na malha de diferenças finitas. tn - Posição discretizada referente ao tempo, no vetor de medidas realizadas. medN - Número máximo de medidas realizadas. máxN - Número de nós na malha de diferenças finitas para o tempo discretizado. ,(...)Nψ - Integral de normalização para a direção x. ,(...)Nϕ - Integral de normalização para a direção y. ,(...)ZN - Integral de normalização para a direção z. P - Vetor de parâmetros, no problema inverso. q - Fluxo de calor imposto à superfície superior do compósito laminado. xvii t - Tempo dimensional, em [ ]s iT - Temperatura nas camadas do compósito laminado, em oC T∞ - Temperatura do fluido em que a superfície inferior do compósito laminado esta em contato, em oC . *T∞ - Temperatura do fluido em que a superfície superior do compósito laminado esta em contato, em oC . v - Matriz de covariância dos parâmetros no problema inverso. W - Inversa da matriz de covariância dos erros de medição. x - Variável independente para a direção x, em [ ]m X - Variável independente adimensional, para a direção x. y - Variável independente para a direção y, em [ ]m . Y - Variável independente adimensional, para a direção y. Y - Vetor contendo as todas as temperaturas medidas na superfície do compósito laminado em diferentes tempos. z - Variável independente para a direção z, em [ ]m . cz - Posição dimensional da interface entre as camadas do compósito laminado particular com duas camadas, em [ ]m . cZ - Posição adimensional da interface entre as camadas do compósito laminado particular com duas camadas. Z - Variável independente adimensional, para a direção z SÍMBOLOS GREGOS (...)α - Difusividade térmica dos materiais que formam o compósito laminado, em 2m s . (...)β - Autovalores para a direção x. (...)γ - Autovalores para a direção y. (...)η - Autovalores para a direção z. xviii iθ - Temperaturas adimensionais nas camadas do compósito laminado. θɶ - Temperatura transformada (...)λ - Autovalores reordenados. µ - Média dos parâmetros, da informação a priori gaussiana, no problema inverso. σ - Desvio padrão das medidas.Biσ - Desvio padrão da informação a priori gaussiana. τ - Tempo adimensional. ϕ - Autofunções para a direção x. ψ - Autofunções para a direção y. 1 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO A análise de falhas em compósitos laminados constitui uma importante área do conhecimento em engenharia, devido à sua crescente aplicação em diversos campos da indústria. Muitas razões contribuem para este crescimento, dentre os quais se destacam: a necessidade de materiais mais leves, fáceis de instalar e transportar, mais resistentes e com propriedades termofísicas, acústicas e mecânicas cada vez mais específicas para uma determinada aplicação (AMITECH, 2010). Atualmente existem diversas aplicações para os compósitos laminados, com destaque para as indústrias de defesa, hidráulica, naval, aeronáutica e petrolífera. Nesta última, tais materiais vêm sendo usados, por exemplo, em tubulações e tanques, por serem leves e resistentes à corrosão. Assim, investimentos vêm sendo feitos para evitar os inúmeros problemas que podem ser causados por falhas internas e externas nestes materiais (AMITECH, 2010). Desta forma, a caracterização e análise do comportamento destes novos materiais vêm se tornando fundamental para sua correta aplicação. Destaca-se neste trabalho a grande importância em avaliar e qualificar o surgimento de falhas internas dos compósitos laminados, especialmente nas juntas entre as placas que formam estes materiais. Este trabalho tem como principal objetivo analisar, do ponto de vista térmico, a existência de possíveis falhas entre as camadas de um material compósito laminado. Esta análise será realizada em duas etapas, a saber: a solução do problema direto; e a solução do problema inverso de transferência de calor de detecção de falhas na adesão entre placas de materiais compósitos laminados. A solução do problema inverso será obtida com o método de Monte Carlo com Cadeias de Markov (MCMC) (KAIPIO e SOMERSALO, 2004). Devido à complexidade da solução do problema direto, que será detalhado adiante, propõe-se aqui uma solução do mesmo através de uma técnica híbrida que faz uso da Transformada Integral Generalizada (GITT) (COTTA, 1993) e de diferenças finitas (PLETCHER e ANDERSON, 1997), considerando um coeficiente de troca térmica no contato dependente da posição na superfície, ����, ��. No capítulo 2 é apresentada uma revisão bibliográfica sobre os assuntos referentes à elaboração deste trabalho. Buscou-se focar nesta revisão: os conhecimentos básicos sobre compósitos laminados, bem como as técnicas existentes para a solução de problemas diretos e inversos em condução de calor através de meios compostos por 2 mais de uma camada. Desta forma, pode-se situar o presente trabalho no atual contexto dos estudos existentes na literatura. No capítulo 3 propõe-se um modelo físico e matemático para o problema direto de condução de calor tridimensional transiente através de um meio composto com coeficiente de transferência de calor no contato, ����, ��, variando na seção transversal do material. Inicialmente, propõe-se uma formulação geral dimensional e adimensional. Em seguida, no capítulo 4, o problema direto é solucionado para um caso particular (envolvendo duas camadas de um compósito laminado) através de um método híbrido (analítico/numérico) utilizando para isto a técnica de transformada integral generalizada e o método de diferenças finitas. No capítulo 5 é apresentada a solução do problema inverso de transferência de Calor, utilizando o método de Monte Carlo com Cadeia de Markov (MCMC). No problema inverso utilizaram-se medidas de temperatura realizadas na superfície do material, onde se aplicou um fluxo de calor conhecido. Com estas medidas e conhecendo as propriedades de cada material que compõe o compósito laminado, estimou-se o coeficiente de transferência de calor no contato. Desta forma, pode-se não apenas quantificar locais onde existam falhas nas interfaces entre os compósitos, mas também qualificar estas falhas. No Capítulo 6 são apresentados e discutidos os resultados obtidos. Inicialmente buscou-se verificar a solução do problema direto. Para isto, foram usados quatro testes cujas soluções analíticas são apresentadas nos apêndices deste trabalho. Utilizando a solução do problema direto, foram simuladas medidas de temperatura com erros controlados para gerar resultados de alguns casos da solução do problema inverso, envolvendo materiais utilizados na indústria aeronáutica. Considerou-se diferentes informações a priori (informativa e não-informativa) e avaliou-se diferentes níveis de erros das medidas, assim como a convergência das cadeias de Markov. O capítulo 7 apresenta as conclusões do trabalho, contendo um balanço daquilo que foi realizado aqui. Neste capítulo também são apresentadas sugestões para trabalhos futuros. 3 CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Materiais Compósitos Segundo a literatura, um material “composto”, ou “compósito” é definido como o resultado da combinação de dois ou mais materiais distintos em suas propriedades físicas. Trata-se de uma classe de um meio heterogêneo cujo objetivo é a obtenção de um material que, combinando as características de seus componentes, apresente um desempenho mecânico, acústico, térmico, etc, desejado (JONES, 1975). Os materiais compósitos têm sido utilizados cada vez mais em substituição dos materiais convencionais, devido à carência dos mesmos em atender às crescentes exigências do mercado (FARO, 2008). De acordo com o tipo dos materiais constituintes e dos processos de fabricação, há diferentes classificações de materiais compósitos, tais como: Compósitos Fibrosos; Compósitos Particulados; Compósitos Laminados (GIBSON, 1994). Os Compósitos Laminados apresentam-se pela laminação de diferentes camadas, de materiais distintos (como fibra de vidro, resinas, etc) a combinação destas diferentes camadas resulta num material cujas características são melhoradas de acordo com a expectativa de aplicação do mesmo (GIBSON, 1994). Nas indústrias aeronáutica, naval ou petrolífera, algumas características são freqüentemente encontradas como: aumento da resistência mecânica, durabilidade, resistência à corrosão, menor peso, maior facilidade na instalação, etc (AMITECH, 2010). Em geral muitos consideram que materiais compósitos são a última palavra em tecnologia de materiais para uso aeronáutico (ZANATTA, 2010), por reunirem especificamente duas propriedades de suma importância para este setor: baixo peso e alta resistência. Existem vários métodos de fabricação de compósitos laminados, a saber: (i) Laminação manual; (ii) Laminação a vácuo ; (iii) Métodos automatizados; entre outros. Na laminação manual, o método mais comum, consiste em banhar as fibras de material escolhido com a matriz sobre um molde (esta matriz pode ser de alguma resina, por exemplo epóxi) camada por camada, retirando o excesso de resina com uma espátula e um rolo. Na laminação a vácuo o processo é semelhante, com a diferença que o compósito é selado em uma bolsa plástica que por sua vez é conectada através de tubos e válvulas, a uma bomba de vácuo. Neste processo existe uma maior compactação da peça e assim, menos chances de formação de falhas internas. Nos processos 4 automáticos todo o processo automatizado tem temperatura e pressão controladas de maneira a evitar que falhas internas ocorram. Este métodos de fato são os mais utilizados pela indústria, embora não garantam que possam haver falhas nas junções entre as resinas e as fibras. Um dos tipos de compósito mais comum é aquele formado por estruturas em sanduíche. A idéia de sanduíche se deve ao fato de que um componente apresenta duas camadas externas feitas, no caso, em laminados de materiais compostos, e um núcleo, normalmente feito com alguma forma de espuma expansível (poliestireno,poliuretano) ou o famoso “honeycomb”, ou “colméia” (ZANATTA, 2010). Algumas camadas constituintes de meios compósitos laminados são reforçadas com fibras e outros materiais, que vistos microscopicamente são meios heterogêneos (REDDY, 1997). Porém, espera-se tratar estas camadas neste trabalho como meios homogêneos do ponto de vista macroscópico, ou seja, as propriedades em cada camada do material não homogêneo serão analisadas através de seus valores efetivos. Ambos os casos estão largamente analisados na literatura (ÖZIŞIK, 1993, MIKHAILOV e ÖZIŞIK, 1984, COTTA, 1993), destaca-se que do ponto de vista macroscópico, o tratamento dado para os compósitos laminados pode-se dar a qualquer material composto, constituído por várias placas. Conforme (DA SILVA, et al., 2008), através de um estudo comparativo das propriedades mecânicas em flexão de um laminado hibrido e de dois outros laminados, um apenas com fibras de vidro e um apenas com fibras de curauá, obteve-se um resultado excelente para o novo laminado híbrido. Segundo (CÂNDIDO, et al., 2000), a técnica de fabricação de laminados de material pré-impregnado com bordas moldadas é uma opção interessante para a industrialização da produção de compósitos poliméricos avançados por laminação a vácuo e cura em autoclave, porque reduz custos de fabricação e não há perda de peças por delaminação de borda devido ao corte. Entretanto, deve-se atentar para o fato de que há uma predisposição para o surgimento de bolsas de resina no material. Portanto é preciso que seja escolhida uma seqüência de empilhamento que não favoreça tal desvantagem. Existem inúmeras razões para o surgimento de falhas em compósitos laminados. As mais comuns são: danos provenientes do processo de fabricação e presença de tensões internas entre as camadas do compósito ou nas fibras que estas contêm em sua construção (LIU, 1988). Desta forma, uma grande parte dos danos encontrados em 5 compósitos laminados estão presentes internamente no material e são observados externamente apenas em situações extremas (MORAES, 1999). Segundo a literatura (SCHÖNTAG, 2009), encontram-se diferentes classificações para os tipos de danos em materiais compósitos laminados, de maneira geral os principais termos são: “delaminations” ou “disbonds”, “ debonds” e “kissing bonds”. Delaminação (delamination) ou disbonds refere-sem ao descolamento de uma lâmina ou uma parte de uma lâmina que compõe o material compósito laminado, debonds é o termo utilizado quando esta falha ocorre numa região onde já havia sido realizado um reparo, e finalmente kissing bonds é o termo utilizado para falhas ocorridas por falta de material aderente entre as interfaces (SCHÖNTAG, 2009). Entretanto existem inúmeras outras nomenclaturas utilizadas para diferentes casos de falhas em compósitos laminados, cita-se aqui apenas os mais utilizados e comuns. Neste contexto, conclui-se que é de grande importância conhecer, quantificar e qualificar estas falhas internas na indústria como as delaminações internas, devido às diversas aplicações envolvendo grandes custos, transporte de materiais com alto risco para o meio ambiente (como na indústria petrolífera) e outros. Para detectar falhas em compósitos laminados, existem diversos métodos dentre os quais destacam-se os ensaios não-destrutivos (END), de grande interesse no mercado, entre eles: Exames ultrasonografia do tipo “C-Scanning”, de radiografia, inspeção visual, exame por transmissão de luz, microscopia, termografia de infravermelho, (MORAES, 1999). De acordo com (FRANCO, et al., 2006), a caracterização de fraturas de laminados de tecidos de fibras de vidro-epoxi , através de técnicas de investigação e análise de falhas, permite estabelecer o início da falha e qual a seqüência de falhas no laminado. Através do ensaio de cisalhamento interlaminar, observaram-se múltiplos cisalhamentos, além de cisalhamento intralaminar nos compósitos analisados. A microscopia eletrônica de varredura não pode determinar a direção ou modo da falha. De acordo com (SCHÖNTAG, 2009), existem muitos métodos para adetecção de falhas em compósitos laminados, através de diversos tipos de END’s, entretanto poucos são eficientes aos detectar delaminações. Em seu trabalho (SCHÖNTAG, 2009) propos um estudo para caracterizar a profundidade em que se localizam defeitos internos em materiais compósitos, apresentando um estudo sobre shearografia associado ao carregamento vibracional. 6 Segundo (HUNG, et al., 2007), existe a possibilidade de detectar profundidade da falha de maneira inversa, quando é conhecida a temperatura do material e as propriedades do mesmo (o que é proposto neste trabalho). Entretanto, encontrou-se nesta pesquisa apenas a metodologia direta, onde aplica-se calor uniformemente sobre a superfície do material a ser avaliado e monitora-se as alterações na distribuição de temperaturas por um determinado período de tempo (SKF, 2011, JARRETA NETO, 2009, PREDMESKY e ZALUZEC, 2000). Nestes métodos diretos, aplica-se uma fonte uniforme de calor numa superfície e a utilizando uma câmera termográfica monitora-se a mesma, desta forma, quando uma estrutura está livre de falhas, a distribuição de temperaturas não muda conforme a superfície se aquece e se resfria, mas permanece uniforme. Entretanto, as áreas com falha se aquecem mais em comparação com áreas bem coladas, devido à um baixo coeficiente de troca térmica de contato entre estes materiais. Nestas abordagens, a região superficial onde existe falha é determinada, mas a profundidade onde esta falha ocorre não é mensurada, diferente do que ocorre na abordagem através do problema inverso (SKF, 2011). Assim de maneira simplificada, conhecer a profundidade onde a falha se encontra significa determinar a posição exata onde a mesma ocorre e assim todas as suas dimensões. 2.2 Solução de Problemas de Condução de Calor Soluções analíticas para problemas de difusão de calor, inclusive em meios compostos, são encontradas na literatura (ÖZIŞIK, 1993) para diversos casos de equações diferenciais parciais (homogêneas e não homogêneas) que regem estes problemas, utilizando para isto as técnicas de separação de variáveis e a Técnica da Transformada Integral Clássica (CITT). Foram obtidas soluções para o caso composto por um único material para diversas classes de problemas, com modelos transientes uni, bi e tridimensionais com condições de contorno homogêneas e não-homogêneas (ÖZIŞIK, 1993), inclusive para alguns casos onde o meio é considerado heterogêneo e suas propriedades termofísicas variam em seu interior. Foram obtidas ainda (ÖZIŞIK, 1993) soluções para meios compostos por várias camadas, de materiais diferentes, cujas propriedades são constantes dentro de cada uma destas (abordagem a ser utilizada aqui para o problema de difusão de calor em compósitos laminados). Entretanto, para este caso, as soluções devido à complexidade 7 do mesmo são mais restritas, sendo encontradas soluções apenas unidimensionais, com a existência de uma resistência de contato constante ou problemas tridimensionais onde considerou-se a hipótese de contato térmico perfeito. Em princípio, não foram encontrados na literatura soluções analíticas envolvendo um problema tridimensional que se considerasse uma resistência térmica de contato entre os meios, que pudesse variar espacialmente. Esta suposição é essencial para a formulação do problema direto que se pretende resolver aqui, para a análise de falhas em compósitos laminados. Soluções analíticas para problemas de difusão de calor estão compiladas considerando sete classes de formulações (MIKHAILOV e ÖZIŞIK, 1984). As soluções obtidas para os materiais compostos são considerados como um caso especial do problema de classe II, definido e solucionado por (MIKHAILOV e ÖZIŞIK, 1984). Nestes casos existe a necessidadeda solução de um problema de autovalor associado e de uma busca por seus autovalores. Este trabalho é de grande complexidade, pois envolve equações transcendentais que dificultam muito a busca por estes autovalores (COTTA, 1993). Nestes casos precisa-se de uma técnica mais acurada para encontrar estes autovalores, como a contagem de sinais ou a Transformada Integral Generalizada (COTTA, 1993), que constitui um avanço na solução de problemas de Sturm-Liouville. A técnica por trás da solução utilizando contagem de sinais para a determinação destes autovalores foi expandida e encontram-se na literatura alguns tópicos sobre este assunto (COTTA e NOGUEIRA, 1988, MULHOLLAND e COBBLE, 1972). A técnica da Transformada Integral Clássica posteriormente foi acrescida de uma abordagem híbrida dando origem à Técnica da Transformada Integral Generalizada (GITT), oferecendo assim a possibilidade de resolver problemas antes tratados como não transformáveis através de uma abordagem numérico-analítica (COTTA, 1993). Problemas de autovalor envolvendo meios heterogêneos, com propriedades internas do meio variáveis , foram resolvidos, (NAVEIRA COTTA, 2009), inclusive expandindo as propriedades termofísicas do meio em autofunções, permitindo uma abordagem totalmente analítica do sistema transformado. Soluções puramente numéricas são encontradas na literatura para casos envolvendo transferência de calor tridimensional ou em meios compostos. Observou-se que o custo computacional destas técnicas é alto (WANG, et al., 2003), mesmo quando são usadas técnicas relativamente modernas (Método ADI-3D). Tal custo computacional torna difícil a solução do problema inverso através do método MCMC 8 (KAIPIO e SOMERSALO, 2004), o qual necessita da solução do problema direto milhares de vezes durante sua execução. 2.3 Problemas Inversos em Transferência de Calor Nos problemas diretos, tradicionalmente conhecidos, as causas são dadas e os efeitos das mesmas são determinados. Por outro lado nos problemas inversos os efeitos (como distribuição de temperaturas numa placa) são dados, e as causas são estimadas (ÖZIŞIK e ORLANDE, 2000). Problemas inversos são encontrados em diversas áreas da ciência e engenharia. Cientistas e engenheiros de diversas áreas, assim como físicos matemáticos etc estão interessados em solucionar problemas inversos por diferentes razões (ÖZIŞIK, 1993). Este trabalho está focado na solução de um problema inverso em condução de calor (Inverse heat Conduction Problems - IHCP) com o objetivo de utilizar os resultados para determinar qualitativamente falhas em compósitos laminados. Como já foi dito anteriormente, a solução particular deste problema inverso é de grande interesse para as indústrias de materiais, petrolífera, aeroespacial, entre outras. Existem diversas obras literárias sobre problemas inversos em transferência de calor, destacam-se inicialmente alguns trabalhos pioneiros, os quais venceram as primeiras grandes dificuldades impostas pela instabilidade e caráter mal posto típico desta classe de problemas. Entre os cientistas pioneiros pode-se citar: A. N. Tikhonov, O.M. Alifanov e J. V. Beck (ÖZIŞIK e ORLANDE, 2000). Os conceitos fundamentais sobre IHCP podem ser encontrados em (ÖZIŞIK e ORLANDE, 2000), juntamente com quatro técnicas de solução de problemas inversos em transferência de Calor, tanto para estimativa de parâmetros como para estimativa de funções. Além de soluções de interesse prático na engenharia envolvendo problemas de condução, convecção e radiação. 2.4 Problema Inverso via Inferência Bayesiana Na abordagem estatística Bayesiana tenta-se utilizar toda a informação disponível a priori a fim reduzir a quantidade de incerteza em um problema. Ou seja, enquanto a informação nova é obtida, nela está combinada toda a informação precedente, dando a base para procedimentos estatísticos. O mecanismo formal usado para combinar a informação nova com a informação previamente disponível é 9 conhecido como o teorema de Bayes (WINKLER, 2003, PLETCHER e ANDERSON, 1997). O algoritmo de Metropolis-Hastings é um dos Métodos MCMC (KAIPIO e SOMERSALO, 2004). A cadeia de Markov é um caso particular de um processo estocástico com estados discretos e apresenta a propriedade Markoviana (uma homenagem ao matemático Andrei A. Markov). Esta propriedade, também chamada de memória Markoviana, define que os estados anteriores são irrelevantes para a predição dos estados seguintes, desde que o estado atual seja conhecido. Desta forma o processo Markoviano depende apenas do estado atual (ORLANDE, 2009). Técnicas Bayesianas foram utilizadas para identificar simultaneamente a condutividade térmica, a capacidade térmica e um fluxo de calor, num problema inverso unidimensional não-linear de transferência de calor. Utilizou-se para isto o algoritmo Metropolis-Hastings, citado anteriormente (MOTA, et al., 2008). Dois filtros Bayesianos foram utilizados, um linear e outro não-linear, com sucesso para estimar o perfil transiente de temperaturas num problema de transferência de calor linear e em outro não-linear. Especificamente os filtros utilizados foram os Filtro de Kalman e Filtro de Partículas (ORLANDE, et al., 2008). Na identificação de propriedades e parâmetros termofísicos variáveis, utilizando técnicas bayesianas de estimativa de parâmetros e funções, a utilização da técnica de termografia por infravermelho é de grande interesse, fornecendo uma quantidade representativa de medidas, tanto no espaço quanto no tempo, criando assim novos horizontes na análise da condução de calor em meios heterogêneos (FUDYM, 2006 , FUDYM, et al., 2007]. A técnica da transformada integral generalizada (GITT) foi aplicada na análise dos problemas direto e inverso de condução de calor em meios heterogêneos, incluindo uma abordagem inovadora de análise inversa no campo transformado, realizando a transformação integral dos dados experimentais (NAVEIRA COTTA, et al., 2009). 10 CAPÍTULO 3 - PROBLEMA FÍSICO 3.1 Modelo Físico O objetivo deste trabalho é a detecção e qualificação de falhas de contato na interface de placas de compósitos laminados, através da identificação da distribuição espacial da resistência de contato e fazendo uso da solução de um problema inverso de transferência de calor. Desta forma, considera-se neste trabalho um meio compósito laminado com máxI camadas, resultando em uma espessura total c . Todas as placas são consideradas com os mesmos comprimentos e larguras dados por a e b , respectivamente, tal como ilustrado na Figura 3.1. Figura 3.1 - Meio compósito laminado constituído por ‘ MaxI ’ camadas. Assume-se a existência de uma resistência de contato, modelada através de um coeficiente de transferência de calor de contato ( ),cih x y , entre cada uma destas camadas, o subscrito max1,2, ,i I= … corresponde ao número da camada, neste capítulo. Tal coeficiente é muito pequeno nas posições onde houver falha e muito grande onde houver contato térmico perfeito entre as camadas. Por simplicidade, será utilizado o sistema cartesiano de coordenadas retangulares e serão consideradas propriedades térmicas constantes dentro de cada camada que constitui o compósito laminado. As superfícies laterais perda de calor desprezível e as superfícies superior e inferior estarão submetidas à troca de calor por convecção, sendo na superfície inferior com um meio à uma temperatura ambiente T∞ e na superfície superior, com um meio à uma temperatura diferente *T∞ . Um fluxo de calor ( ), ,q x y t é considerado imposto sobre a superfície superior, conforme indicado na figura 3.1. 11 3.2 Formulação Matemática Geral A equação de condução de calor para o caso tridimensional transiente com multicamadas pode ser escrita para as regiões 0 x a< < ,0 y b< < e 1i iz z z− < < , para um tempo 0t > , da seguinteforma, (ÖZIŞIK, 1993). ( ) ( ) ( ) ( )2 2 2 2 2 2 , , , , , , , , , , ,1 ,i i i i i T T T T t x y z x y z t x y z t x y z t x y z t α ∂ ∂ ∂ ∂ = + + ∂ ∂ ∂ ∂ (3.1) onde neste capítulo o subscrito max1,2, ,i I= … corresponde ao número da camada e iα corresponde a difusividade térmica do material ‘i ’. A condição de contorno em 0 0z z= = para 0 x a< < ,0 y b< < e 0t > pode ser escrita como: ( ) ( )1 0 11 0 , , , , , , T h x y z t k x y z t hT z T∞− = ∂ + ∂ (3.2) onde ( )k corresponde a condutividade térmica nas diferentes camadas e ( )h é o coeficiente de troca térmica, nos índices 0 e máxI entre os meios fluidos e as superfícies inferior e superior do compósito, os demais índices referem-se ao coeficiente de troca térmica entre as placas, cih . Na interface entre as placas, para 0 x a< < ,0 y b< < , iz z= , para 0t > e considerando ( )max1,2, , 1i I= −… escrevemos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 1 1 , , , , , , , , , , , , , ,, , i i i ci i i i i i T T z z T h x y T x y z t x y z t k k x y z t k x y z T z t x y z t + + + = − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ =∂ (3.3) 12 No contorno em maxI z z c= = para0 x a< < , 0 y b< < e 0t > temos: ( ) ( ) ( )max max max max max * , , , , , , , ,II I I I x y z tT hk x y z t h T q z y tT x∞ ∂ + = + ∂ (3.4) Nos contornos 0x = , x a= e 0 y b≤ ≤ para 0 z c< < e 0t > considerou-se a hipótese de perda de calor desprezível, ou seja: ( ), , , 0i T x y x t x ∂ = ∂ (3.5) Da mesma maneira, nos contornos 0y = , y b= e0 x a≤ ≤ para 0 z c< < e 0t > considerou-se a hipótese de perda de calor desprezível, ou seja: ( ), , , 0i T x y x t y ∂ = ∂ (3.6) Considerando a condição inicial para 0 x a< < ,0 y b< < ,0 z c< < , para 0t = como temperatura uniforme, dada pela temperatura do meio em contato com a superfície superior da placa, isto é, ( ) max *, 1, , 2, , ,i x y z t T TT i I ∞ = = = … (3.7) onde *T é a temperatura inicial do compósito laminado. 3.3 Formulação Matemática Adimensional Utilizando os seguintes grupos adimensionais: ( ) ( ) ( ) * * * * * * * 2 ; ; ; ; ; ; ; ; ; , ; , ; ref i i ref i i ref ref ref ref ci ci ref k T T kT T q q q k c q kT T yx z a b X Y Z A B c c c c c t h X Y c Bi X Y kc α θ α α α τ ∞∞ ∞ −− = = = = = − = = = = = = = (3.8) 13 onde o subscrito ref indica que são parâmetros de referência, estes serão definidos numericamente na apresentação dos resultados, os sobrescritos * indicam propriedades ou parâmetros adimensionais. Com estes grupos adimensionais pode-se reescrever as equações (3.1) até (3.7), inicialmente em 0 X A< < ,0 Y B< < , 1i iZ Z Z− < < , para 0τ > e considerando max1,2, ,i I= … : ( ) ( ) ( ) ( )2 2 2 * 2 2 2 , , , , , , , , , , , ,1 i i i i i X Y Z X Y Z X Y Z X Y Z Z X Y τ τ τθ τθ θ θ α τ ∂ ∂ ∂ ∂ = + + ∂ ∂ ∂ ∂ (3.9) no contorno 0 0Z Z= = para 0 Z A< < ,0 Y B< < e 0τ > : ( ) ( )1*1 0 1 , , , , , , 0k Bi Z X Y Z X Y Z θ θ τ τ ∂ − + = ∂ (3.10) na interface entre as placas, para 0 X A< < ,0 Y B< < , iZ Z= , para 0τ > e considerando ( )max1,2, , 1i I= −… : ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1* * 1 * 1 , , , , , , , , , , , , , ,, , i i i i i i ci i i X Y Z X Y Z X Y Z k k Z Z k Bi X Y X Y Z X Y Z Z τ τθ θ θ θ τθ τ τ + + + = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = − ∂ (3.11) no contorno em max 1IZ Z= = para 0 X A< < , 0 Y B< < e 0τ > : ( )max max max max max * * *, ,II I I Ik Bi q X Y BiZ θ θ τ θ∞ ∂ + = + ∂ (3.12) onde * * * * * * 1 T T T T T T T Tθ ∞ ∞∞ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞= = − − = − − − 14 nos contornos 0X = , X A= e 0 Y B≤ ≤ : ( ), , , 0i X Y Z X θ τ∂ = ∂ (3.13) nos contornos 0Y = , Y B= e 0 X A≤ ≤ : ( ), , , 0i X Y Z Y θ τ∂ = ∂ (3.14) considerando a condição inicial para 0 X A< < ,0 Y B< < ,0 1Z< < , para 0τ = e considerando max1,2, ,i I= … * * * * * * 0i TT T T T T T T θ θ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ − − − −= = = = (3.15) 3.4 Formulação Matemática particular com duas camadas Nesta seção, particulariza-se a formulação geral dada pelas equações (3.9-3.15) para o caso envolvendo apenas duas camadas, o qual será abordado neste estudo. O subscrito i deixará de ser necessário para representar as diferentes camadas do material compósito, desta maneira será reutilizado daqui para frente para representar os autovalores na direçãoX . Para 0 X A< < ,0 Y B< < e 0τ > temos: 2 2 2 1 1 1 1 * 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 * 2 2 2 2 1 Para 0 1 1 X Y Z Z X Y Z θ θ θ θ α τ θ θ θ θ α τ ∂ ∂ ∂ ∂= + + ∂ ∂ ∂ ∂ < < ∂ ∂ ∂ ∂ = + + ∂ ∂ ∂ ∂ (3.16) Lembrando que ( )* *, ,q X Y qτ = , ( )1 1, , ,X Y Z τθ θ= e ( )2 2, , ,X Y Z τθ θ= no contorno 0 0Z Z= = para 0 Z A< < ,0 Y B< < e 0τ > * 11 0 1 0k BiZ θ θ+− ∂ = ∂ (3.17) 15 na interface entre as placas, para 0 X A< < ,0 Y B< < , cZ Z= , para 0τ > : ( )[ ] * *1 2 1 2 * 1 1 2 1,c k k Z Z k Bi X Y Z θ θ θ θ θ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = = − ∂ (3.18) no contorno em max 1IZ Z= = para 0 X A< < , 0 Y B< < e 0τ > : * * *22 2 2 2k Bi q BiZ θ θ θ∞ ∂ + = + ∂ (3.19) nos contornos 0,X X A= = e0 Y B≤ ≤ : ( ) ( )1 2, , , , , , 0 X X Y Z X Y X Zθ θτ τ∂ ∂ = ∂ = ∂ (3.20) nos contornos 0,Y Y B= = e0 X A≤ ≤ : ( ) ( )2 1, , 0, , , , Y X Y Z X Y Y Zθ θτ τ∂ ∂ ∂ = = ∂ (3.21) para a condição inicial: * *1 2 * * * * * 0 T T T T T T T T θ θ ∞ ∞ ∞ ∞ ∞ = = = − − − = − (3.22) 16 CAPÍTULO 4 - SOLUÇÃO DO PROBLEMA DIRETO Neste capítulo apresenta-se a técnica de solução do problema direto, envolvendo a formulação do problema físico dado pelas equações (3.16-3.22). A partir deste capítulo o subscrito i será utilizado para representar o índice dos diferentes autovalores na direção adimensional X. Para o problema direto, são consideradas conhecidas a geometria das placas, as propriedades termofísicas do meio, as condições de contorno e as condições iniciais. O objetivo do problema direto é determinar o campo de temperaturas nas placas. A solução do problema direto é obtida aqui utilizando-se um método híbrido, aplicando-se a Transformada Integral Generalizada (GITT) (COTTA, 1993) nas direções longitudinais da placa (direções X e Y) e diferenças finitas na direção transversal da placa (direção z), conforme descrito a seguir. 4.1 Aplicando GITT nas Direções Longitudinais da Placa Definindo um par, transformada-inversa, para X e Y (ÖZIŞIK, 1993, COTTA, 1993): ( ) ( ) ( ) ( ) 0 0 0 0 , , , , , , , , , , , , A B i j i j X Y i j i j i j Z X Y Z dYdX X Y Z Z θ β γ τ ψ ϕ θ τ θ τ ψ ϕ θ β γ τ = = ∞ ∞ = = = = ∫ ∫ ∑∑ ɶ ɶ (4.1) onde as autofunções normalizadas são definidas como: , , jii j i jN Nψ ϕ ϕψψ ϕ= = (4.2) e podem ser obtidas diretamente de (ÖZIŞIK, 1993), ou seja, solucionando os problemas auxiliares: ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 2 2 2 2 0;0 0;0 0; 0 ; 0; 0 0; 0; X Y X X A Y Y B X Y X Y X Y X A Y B X Y ψ ϕ β ψ γ ϕ ψ ϕ ψ ϕ ∂ ∂ + = < < + = < < ∂ ∂ ∂ ∂ = = = = ∂ ∂ ∂ ∂ = = = = ∂ ∂ (4.3) 17 ou seja: ( ) ( ) 0 0 ,0 0 ,0 ,0 , , , 1 onde para 0 cos onde para 0 2 ii i i i i i N A N N X A N N N ψ ψ ψ ψ ψ ψ ψψ β βψψ β = = = = = = = ≠ (4.4) e ( ) ( ) 0 0 ,0 0 ,0 ,0 , , , 1 onde = para 0 cos onde para 0 2 jj j j j j j N B N N Y B N N N ϕ ϕ ϕ ϕ ϕ ϕ ϕϕ γ γϕ ϕ γ = = = = = = ≠ (4.5) onde ( ) ( ) 2, 0 , A i i iN X dXψ β ψ β= ∫ e ( ) ( ) 2 , , 0 , B j j j jN N Y dYϕ ϕγ γ = ∫ . Os autovalores iβ e jγ são as raízes positivas das equações transcendentais ( ) 00 0 sin 0 0i iA β β β = = ≠ (4.6) ( ) 00 0 sin 0 0j jB γ γ γ = = ≠ (4.7) operando com 0 0 _ A B i j X Y dYdXψ ϕ = = ∫ ∫ as equações (3.16-3.22) que governam o problema com duas camadas, podemos reescrevê-las da seguinte forma: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 1 1 2 2 1* 2 1 2 2 2 2 2 2* 2 2 , , , , , ,1 , , , , , , , , ,1 , , , i j i j i j i j i j i j i j i j Z Z Z Z Z Z Z Z θ β γ τ θ β γ τ β γ θ β γ τ α τ θ β γ τ θ β γ τ β γ θ β γ τ α τ ∂ ∂ = − + ∂ ∂ ∂ ∂ = − + ∂ ∂ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ (4.8) no contorno 0 0Z Z= = para 0 Z A< < ,0 Y B< < e 0τ > : ( ) ( )1*1 0 1 , , , , , , 0 i j i j Z k Bi Z Z θ β γ τ θ β γ τ+ ∂ − ∂ = ɶ ɶ (4.9) 18 no contorno em 1NZ Z= = para 0 X A< < , 0 Y B< < e 0τ > : ( ) ( ) ( )2*2 2 2 , , , , , , , i j i j Z k Bi Z d i j Z θ β γ τ θ β γ τ ∂ + = ∂ ɶ ɶɶ (4.10) onde ( ) ( )* *2 0 0 0 0 , , , A B A B i j i j X Y X Y d i j q X Y dYdX Bi dYdXτ ψ ϕ θ ψ ϕ∞ = = = = = +∫ ∫ ∫ ∫ ɶ e deve ser calculado considerando que e i jψ ϕ são diferentes para ( )0 e 0i i= ≠ e ( )0 e 0j j= ≠ . Serão considerados dois casos particulares para a função ( )* , ,q X Y τ , a primeira delas considera que a função é constante igual a constq em todo o tempo e uniforme em toda a superfície da placa. O segundo caso considera que esta função será constante no tempo, dada por constq e uniforme somente nas posições entre 10 X A≤ ≤ e 10 Y B≤ ≤ , sendo nula fora desta região. As posições intermediárias 1A e 2B são definidas da seguinte maneira: 10 A A< < e 10 B B< < . Desta forma, no primeiro caso, as integrais existentes em ( ) ,d i jɶ que compõe o sistema que soluciona ( )1 , , ,m u Zθ β γ τɶ e em ( )2 , , ,m u Zθ β γ τɶ podem ser calculadas analiticamente para ( 0, 0)i j= = , ( 0, 0)i j= ≠ , ( 0, 0)i j≠ = e ( 0, 0)i j≠ ≠ respectivamente da seguinte forma: ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) * 0 0 2 0 0 * 0 0 * 2 2 * 0 2 0 ( , ) ( , ) ( 2 sin( )( ) 2 sin 2sin si , , n ) ( ) i j const const i j const i j j j i i i j i j const i j A d A B q B B Bi B i q d q d B A Bi A A B Bi A q B d β γ θ β γ γ θ γ β β β θ β γ θ β γ γ β γ = = ∞ = ≠ ∞ ≠ = ∞ ≠ ≠ ∞ + + = + = = = + ɶ ɶ ɶ ɶ (4.11) Similarmente, as integrais existentes em ( ) ,d i jɶ podem ser calculadas para o segundo caso, onde as integrais podem ser calculadas analiticamente reescrevendo-as da seguinte forma: ( ) ( ) 1 1 * * 2 0 0 0 0 , , , A B A B i j i j X Y X Y d i j q X Y dYdX Bi dYdXτ ψ ϕ θ ψ ϕ∞ = = = = = +∫ ∫ ∫ ∫ ɶ . 19 Como pode ser visto neste caso a integração é realizada apenas onde o fluxo de calor é imposto. Assim o termo transformado ( ) ,d i jɶ para este caso é escrito como: ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( )( ) 2 * 0 0 0 0 * 0 0 * 0 0 1 1 * 2 1 1 2 1 1 2 1 1 ( , ) ( , ) ( , ) 2 sin sin 2 sin sin 2 sin sin sin si , ) n ( j j const i j const i j const i j co j i i i i j i j i st i j n j Bi AB A B A B ABi B A B A B BBi A B A A B Bi A B A B q d q d q d q B d A θβ γ β γ θ β θ γ γ γ β β β β γ β γ γ β β γ θ γ ∞ ∞ = = = ≠ ∞ ≠ = ∞ ≠ ≠ = + + + + = = = ɶ ɶ ɶ ɶ (4.12) Para a condição inicial, onde a aplicação da transformada é zero: * *1 2 0θ θ= = ɶ ɶ (4.13) Finalmente na interface entre as placas, para 0 X A< < ,0 Y B< < , iZ Z= , para 0τ > serão consideradas as equações: ( ) ( ) ( ) ( )[ ] 1 2* * 1 2 1,( , )* 1 2 1 0 0 , , , , , , , , , , i j i j A B i j i j i j c X Y Z Z k k Z Z Z k Bi X Y dYdX Z θ β γ τ θ β γ τ θ β γ τ ψ ϕ θ θ = = ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = = −∫ ∫ ɶ ɶ ɶ (4.14) Para transformar o termo do lado direito da equação (4.14) deve-se lembrar que 1θ e 2θ podem ser escritas, usando as fórmulas da inversa (equações (4.1)) como: ( ) ( ) ( ) ( ) 1 1 0 0 2 2 0 0 , , , , , , , , , , , , m u m u m u m u m u m u X Y Z Z X Y Z Z θ τ ψ ϕ θ β γ τ θ τ ψ ϕ θ β γ τ ∞ ∞ = = ∞ ∞ = = = = ∑∑ ∑∑ ɶ ɶ (4.15) 20 Substituindo as equações (4.15) na equação (4.14) obtêm-se a equação na interface entre as placas como: ( )1,( , )*1 2,( , ) 1,( , ) 0 0 , , ,i j m u m u m u k A i j m u Z θ θ θ ∞ ∞ = = ∂ = − ∂ ∑∑ ɶ ɶ ɶ (4.16) Onde: ( ) ( ) 0 0 , , , , A B i m j u c X Y A i j m u Bi X Y dYdXψ ψ ϕ ϕ = = = ∫ ∫ (4.17) Assim como no cálculo de dɶ , serão consideradas duas possibilidades para a função ( ),cBi X Y , na primeira ela será considerada constante na posição e no segundo caso (de interesse para este trabalho) ela será considerada dependente da posição em X e Y. Para os casos onde o ( ),cBi X Y const= pode-se utilizar a propriedade de ortogonalidade, desta forma pode-se escrever: ( ) { { 0 0 0, 0, 1, 1, , , , A B c i m j u X Y i m j u i m j u A i j m u Bi dX dYψ ψ ϕ ϕ = = ≠ ≠ = = = ∫ ∫ ���������� (4.18) ( ) 0 , para i m ou , , , , para ou c j u A i j m u Bi i m j u ≠ ≠ = = = (4.19) Neste trabalho as integrais com Biot variando superficialmente, ( ),cBi X Y , serão obtidas realizando a integração da equação (4.17) através de métodos numéricos, uma vez que a função ( ),cBi X Y será estimada através da solução do problema inverso conforme descrito no capítulo 5. Especificamente no problema direto, a integral poderia ser calculada inclusive analiticamente, uma vez que a função ( ),cBi X Y seria conhecida. Porém optou-se por métodos numéricos, devido ao fato de que no problema inverso esta função ( ),cBi X Y será desconhecida e serão obtidas estimativas para a mesma em pontos discretos de uma malha computacional em X e Y. Utilizou-se então aproximações por Cubic Splines (CONTE e DE BOOR, 1980) para fazer o cálculo destas integrais. 21 Optou-se neste trabalho ainda por não utilizar a técnica da transformada integral generalizada também na direção Z devido à grande dificuldade em encontrar os autovalores associados às soluções obtidas com este método. Como existe uma variação espacial do ( ),cBi X Y seria necessário que a técnica de contagem de sinais fosse expandida para este caso. Os autovalores necessitam de uma técnica específica (contagem de sinais) para serem encontrados devido à grande complexidade das autofunções e com isto a ocorrência de autovalores em freqüências e amplitudes com variações muito bruscas. Exigindo que o método de detecção das raízes das autofunções seja muito refinado e desta forma demore um tempo computacional excessivo. Desta forma, o termo ( ), , ,i j Zθ β γ τɶ será resolvido numericamente utilizando o método de diferenças finitas, conforme descrito a seguir. 4.2 Aplicando Diferenças Finitas na Direção Transversal da Placa Considerando o método implícito de diferenças finitas as equações governantes transformadas (equações 4.8) podem ser reescritas na forma para 0 X A< < ,0 Y B< < e para a posição discretizada 0 fk K< < (ver figura 4.1) (PLETCHER e ANDERSON, 1997) para um tempo discretizado 0n> . ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 1 1 1 1, , , 1, , , 1, , , 1 1, , , 1, , , 1 2 2 1 1, , ,* 2 1 1 1 1 1 1 2, , , 2, , , 2, , , 1 2, , , 2, , , 1 2 2 1 2, , ,* 2 2 2 21 21 n n n n n i j k i j k i j k i j k i j k n i j i j k n n n n n i j k i j k i j k i j k i j k n i j i j k Z Z θ θ θ θ θ β γ θ α τ θ θ θ θ θ β γ θ α τ + + + + − + + + + + + − + + − − + = − + ∆ ∆ − − + = − + ∆ ∆ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ (4.20) Onde o subscrito 1,0,..., , ...c c fk K K K+= , sendo cK e 1cK + as posições de interface (como mostra a figura 4.1), e max0,1,...n N= o tempo discretizado. Foram considerados na discretização a existência de quatro nós fictícios demonstrados na figura pela linha pontilhada e pelo ‘ * ’. Podendo por simplicidade desprezar então o subscrito referente ao material 1 e 2, uma vez que o nó discretizado já carrega esta informação. 22 Figura 4.1 - Discretização por diferenças finitas ao longo do eixo Z.Reescrevendo a equação (4.20) em 0 X A< < ,0 Y B< < : ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 1 1 1 1 1, , , , 1 , , , , 1 1 1 1 2 2 2, , , , 1 , , , , 1 para 0 1 n n n n i j k i j k i j k i j k n n n n i j k i j k i j k i j k R S R Z R S R θ θ θ θ θ θ θ θ + + + − + + + + − + = − + − < < = − + − ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ (4.21) onde * 1 1 2 1 R Z τα ∆= ∆ , * 2 2 2 2 R Z τα ∆= ∆ , ( )* 2 21 1 1( , ) 2 1i jS i j R α τ β γ = + ∆ + + , ( )* 2 22 2 2( , ) 2 1i jS i j R α τ β γ = + ∆ + + Escrevendo a equação (4.20) para o nó 0k = obtém-se: ( ) ( ) ( ) ( ) 1 1 1 1 1 1, ,0 , , 1 , ,0 , ,1( , ) n n n n i j i j i j i jR S i j Rθ θ θ θ + + + −= − + − ɶ ɶ ɶ ɶ (4.22) onde o termo ( ) ( )*0 1 1 , , 1 , , n n i j i j K θ θ+ +− = ɶ ɶ é a temperatura obtida no nó fictício *0K (Figura 4.1) obtido a partir da discretização da condição de contorno em 0Z = , ou seja: ( ) ( ) ( ) ( )*0 1 1 1 11 0 , , 1 , ,0 , ,1*, , 1 2n n n n i j i j i ji j K Z Bi k θ θ θ θ+ + + +− ∆= = − +ɶ ɶ ɶ ɶ (4.23) 23 Assim reescrevendo a equação (4.21) utilizando (4.22), a equação para o nó 0k = pode ser escrita como: ( ) ( ) ( ) 1 11 0 1 1 1, ,0 , ,0 , ,1* 1 ( , ) 2 2n n ni j i j i j Z Bi S i j R R k θ θ θ+ + ∆= + − ɶ ɶ ɶ (4.24) Escrevendo a equação (4.20) para o nó fk K= obtém-se: ( ) ( ) ( ) ( ) 1 1 1 2 2 2, , , , 1 , , , , 1 ( , ) f f f f n n n n i j K i j K i j K i j K R S i j Rθ θ θ θ+ + + − + = − + −ɶ ɶ ɶ ɶ (4.25) O termo ( ) ( )* 1 1 , , 1 , ,c f n n i j K i j K θ θ+ ++ = ɶ ɶ é a temperatura obtida no nó fictício em *fK , obtida pela equação de contorno discretizada em 1Z = : ( ) ( ) ( ) ( ) ( )* 1 1 1 12 2 2* *, , 1 , , , , 1, , 2 2 2 2 , f f ff n n n n i j K i j K i j Ki j K Z Z d i j Bi k k θ θ θ θ+ + + + + − ∆ ∆= = − +ɶɶ ɶ ɶ ɶ (4.26) Podendo ser reescrita como: ( ) ( ) ( ) ( ) 1 12 2 2 2 2 2 2* *, , , , 1 , , 2 2 2 ( , ) 2 2 , f f f n n n i j K i j K i j K Z Z R S i j R Bi R d i j k k θ θ θ+ + − ∆ ∆= − + + − ɶɶ ɶ ɶ (4.27) Para o primeiro nó de interface, pode-se escrever: ( ) ( ) ( ) ( )* 1 1 1 1 1 1, , , , 1 , , , , 1 ( , ) c c c c n n n n i j K i j K i j K i j K R S i j Rθ θ θ θ+ + +− += − + − ɶ ɶ ɶ ɶ (4.28) O termo ( )* 1 , , 1c n i j K θ + + ɶ é obtido de uma das duas equações de contorno discretizadas, em cZ Z= , note a utilização do nó fictício de interface * 1cK + , assim pode-se escrever: ( ) ( ) ( ) ( ) ( )* 1 1 1 11 , , 1 , , , , 1*, , 1 0 01 2 , , , c c cc n n n n m u K m u K i j Ki j K m u Z A i j m u k θ θ θ θ ∞ ∞ + + + + + −+ = = ∆ = − + ∑∑ɶ ɶ ɶ ɶ (4.29) 24 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )1 1 1 111 1 1, , , , 1 , , , , 1 , ,* 0 01 2 ( , ) 2 , , , c c c c c n n n n n i j K i j K i j K m u K m u K m u Z R S i j R A i j m u k θ θ θ θ θ ∞ ∞ + + + + − + = = ∆ = − + − − ∑∑ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ (4.30) Para o segundo nó da interface pode-se escrever: ( ) ( ) ( ) ( )* 1 1 1 2 2 2, , 1 , , 1 , , 2, , ( , ) c c cc n n n n i j K i j K i j Ki j K R S i j Rθ θ θ θ+ + ++ + += − + − ɶ ɶ ɶ ɶ (4.31) O termo ( )* 1 , , c n i j K θ +ɶ sai da manipulação algébrica das duas equações discretizadas do contorno na interface, utilizando os nós de interface * 1cK + e * cK : ( ) ( ) ( ) ( ) ( )* 1 1 1 12 , , 1 , , , , 2*, , 0 02 2 , , , c c cc n n n n m u K m u K i j Ki j K m u Z A i j m u k θ θ θ θ ∞ ∞ + + + + + + = = ∆ = − − + ∑∑ɶ ɶ ɶ ɶ (4.32) Desta forma a segunda equação discretizada na interface pode ser escrita como: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )1 1 1 122 2 2, , 1 , , 1 , , , , 1 , , 2* 0 02 2 , , , ( , ) 2 c c c c c n n n n n i j K m u K m u K i j K i j K m u Z R A i j m u S i j R k θ θ θ θ θ ∞ ∞ + + + + + + + + = = ∆ = − + − ∑∑ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ (4.33) Em resumo pode-se reescrever o problema (4.20) a (4.33) discretizado pelo método de diferenças finitas na direção Z, como sendo: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 11 0 1 1 1, ,0 , ,0 , ,1* 1 1 1 1 1 1 1, , , , 1 , , , , 1 1 1 11 1 1 1, , , , 1 , , , , 1 , ,* 1 ( , ) 2 2 ( , ) 2 ( , ) 2 , , , c c c c n n n i j i j i j n n n n i j k i j k i j k i j k n n n n i j K i j K i j K m u K m u Z Bi S i j R R k R S i j R Z R S i j R A i j m u k θ θ θ θ θ θ θ θ θ θ θ θ + + + + + − + + + + − + ∆ = + − = − + − ∆ = − + − − ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 0 0 1 1 1 12 2 2 2, , 1 , , 1 , , , , 1 , , 2* 0 02 1 1 2 2 2, , , , 1 , , , , 1 2 , , , ( , ) 2 ( , ) c c c c c c n K m u n n n n n i j K m u K m u K i j K i j K m u n n n n i j k i j k i j k i j k Z R A i j m u S i j R k R S i j R θ θ θ θ θ θ θ θ θ ∞ ∞ + = = ∞ ∞ + + + + + + + + = = + + + − + ∆ = − + − = − + − ∑∑ ∑∑ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ( ) ( ) ( ) ( ) 1 1 12 2 2 2 2 2 2* *, , , , 1 , , 2 2 2 ( , ) 2 2 , f f f n n n i j K i j K i j K Z Z R S i j R Bi R d i j k k θ θ θ+ + − ∆ ∆ = − + + − ɶɶ ɶ ɶ (4.34) 25 O sistema dado pelas equações (4.34) é resolvido para cada um dos índices i,j resultantes da transformação integral nas direções X e Y, conforme detalhado acima na seção 4.1. Este sistema é acoplado nas condições de contorno na interface cZ Z= , que resulta nas equações discretizadas (4.34). A solução numérica deste sistema acoplado é discutida abaixo. 4.3 Implementação Numérica O sistema (4.34) foi resolvido numericamente em ambiente de programação FORTRAN. Para isto, foi utilizado o método de Gauss-Seidel com SOR (successive over relaxation), que é uma técnica utilizada comumente para acelerar a convergênca de métodos iterativos de ponto fixo como o Gauss Seidel.(CONTE e DE BOOR, 1980). Uma vez que o sistema esta discretizado e os nós de interface são ck K= e 1ck K= + , pode-se reescrever o sistema de equações (4.35) da seguinte forma: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 1 1 0 1 1 1, ,0 , ,0 , ,1 * 1 1 1 1 1 1 1, , , , , , 1 , , 1 1 1 11 1 1, , , , , , 1 , , 1 , ,* 1 2 ( , ) 2 ( , ) 2 2 , , , c c c c n n n i j i j i j n n n n i j k i j k i j k i j k n n n n i j K i j K i j K m u K m u K Z Bi R S i j R k R R S i j Z R R A i j m u k θ θ θ θ θ θ θ θ θ θ θ θ + + + + + − + + + + − + ∆ = + + = + + ∆= + + − ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 1 0 0 1 1 1 12 2 2 2, , 1 , , 1 , , 1 , , , , 2* 0 02 1 1 2 2, , , , , , 1 , , ( , ) 2 , , , 2 ( , ) c c c c c c n m u n n n n n i j K i j K m u K m u K i j K m u n n n i j k i j k i j k i j k S i j Z R A i j m u R S i j k R R θ θ θ θ θ θ θ θ θ ∞ ∞ + = = ∞ ∞ + + + + + + + + = = + + − + ∆ = − − + = + + ∑∑ ∑∑ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ɶ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 21 1 1 2 2 2 2 2 2 2* *, , , , , , 1 2 2 ( , ) 2 2 , ( , ) 2 f f f n n n n i j K i j K i j K S i j Z Z R R d i j S i j R Bi k k θ θ θ + + + − ∆ ∆ = + + + ɶɶ ɶ ɶ (4.35) Existem, portanto, dois nós de interface referentes às duas temperaturas existentes no mesmo ponto, na posição cZ Z= , um para o material 1 e outro para 2 respectivamente. Como pode ser observado, para a solução do problema é necessário que se saiba a priori os valores de ( ) ( ) 1 1 , , 1 , , e c c n n m u K m u Kθ θ + + + ɶ ɶ . Então a forma definida neste trabalho para conseguir calcular as temperaturas a cada tempo foi considerando um método iterativo. 26 Assim obtêm-se ( ) ( ) 1 1 , , 1 , , e c c n n i j K i j Kθ θ + + + ɶ ɶ ao final do processo iterativo do método de Gauss- Seidel com SOR (CONTE e DE BOOR, 1980). A solução final do problema é encontrada ao substituir os resultados obtidos
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