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Apostila do Curso

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1 
 
 
 
 
 
 2 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 
SECRETARIA DE GESTÃO E ENSINO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA 
 
COORDENAÇÃO-GERAL DE ENSINO 
COORDENAÇÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
 
CONTEUDISTA 
Carlos Antônio Borges 
 
REVISÃO DE CONTEÚDO 
Thiago César Fagundes Santos 
Victória Pereira de Vasconcelos de Abreu 
 
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA 
Ardmon dos Santos Barbosa 
Márcio Raphael Nascimento Maia 
 
SETOR DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
 
PROGRAMAÇÃO E EDIÇÃO 
Ozandia Castilho Martins 
Vinícius Alves de Sousa 
 
DESIGNER 
Ozandia Castilho Martins 
Vinícius Alves de Sousa 
Zulmiro José Machado Filho 
 
DESIGNER INSTRUCIONAL 
Luana Manuella de Sales Mendes 
 
 
 
 
 
 3 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO DO CURSO ................................................................................................................... 4 
DIVISÃO DOS MÓDULOS: .......................................................................................................................... 5 
OBJETIVOS DO CURSO.............................................................................................................................. 6 
MÓDULO 1 – SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO ................................................................................ 8 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................................................................ 8 
OBJETIVOS DO MÓDULO ..................................................................................................................................... 9 
DIVISÃO DAS AULAS ......................................................................................................................................... 10 
AULA 1 – COMPOSIÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO .................................................. 11 
AULA 2 – COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES COMPONENTES DO SISTEMA DOS 
ÓRGÃOS NORMATIVOS ............................................................................................................................. 13 
AULA 3 – ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA ........................................... 23 
FINALIZANDO .................................................................................................................................................... 24 
MÓDULO 2 – INFRAÇÕES DE TRÂNSITO ............................................................................................. 26 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .......................................................................................................................... 26 
OBJETIVOS DO MÓDULO ................................................................................................................................... 26 
DIVISÃO DAS AULAS ......................................................................................................................................... 27 
AULA 1 – TIPIFICAÇÃO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO ....................................................................... 28 
AULA 2 – COMPETÊNCIAS PARA A FISCALIZAÇÃO .......................................................................... 30 
AULA 3 – COMPLEXIDADE DA CARACTERIZAÇÃO DE INFRAÇÕES DE TRÂNSITO ................. 32 
AULA 4 – CONEXÃO COM CRIMES DE TRÂNSITO .............................................................................. 51 
AULA 5 – ESCLARECENDO OUTRAS QUESTÕES .............................................................................. 57 
TRÂNSITO DE MOTOCICLETA ENTRE VEÍCULOS PARADOS .............................................................................. 59 
OBRIGATORIEDADE DO TACÓGRAFO ................................................................................................. 66 
PAÍSES SIGNATÁRIOS DA CONVENÇÃO DE VIENA OU COM ACORDOS DE RECIPROCIDADE ........................... 72 
FINALIZANDO .................................................................................................................................................... 75 
MÓDULO 3 – PENALIDADES E MEDIDAS ADMINISTRATIVAS ......................................................... 77 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .......................................................................................................................... 77 
AULA 1 – CONCEITO DE AUTORIDADE E DE AGENTE DA AUTORIDADE .................................... 79 
AULA 2 – PENALIDADES ........................................................................................................................... 80 
AULA 3 – MEDIDAS ADMINISTRATIVAS ................................................................................................ 86 
AULA 4 – ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA ........................................... 93 
FINALIZANDO .................................................................................................................................................... 95 
MÓDULO 4 – PROCESSO ADMINISTRATIVO DE TRÂNSITO ............................................................. 97 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .......................................................................................................................... 97 
AULA 1 – DO COMETIMENTO DA INFRAÇÃO DE TRÂNSITO À IMPOSIÇÃO DA PENALIDADE 99 
AULA 2 - ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA PARA A 
EFETIVIDADE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO............................................................................. 104 
FINALIZANDO .................................................................................................................................................. 110 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................................... 112 
CRÉDITOS ................................................................................................................................................... 115 
 
 
 
 
 4 
APRESENTAÇÃO DO CURSO 
 
A legislação de trânsito muda constantemente e envolve muitas questões, 
como as que se deslocam nas vias públicas em sentidos e direções diversas. Nesse 
contexto, o profissional de segurança pública na área de trânsito precisa de 
conhecimentos específicos e de reciclagem de conhecimentos com frequência diante 
dessas mudanças no âmbito da lei e nos diversos órgãos que atuam nessa área. 
Um trânsito harmonioso e seguro depende do empenho de todos os 
envolvidos nesse processo. 
Os profissionais que fazem parte do Sistema Único de Segurança Pública 
(Susp) necessitam de comprometimento, integração e capacitação, pois são as 
pessoas responsáveis a assegurar o seguinte direito: “direito de todos e dever dos 
órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito” (art. 1º, § 2º do 
Código de Trânsito Brasileiro – CTB). 
 
 
Figura 1: Trânsito 
Fonte: Do conteudista. 
 
O propósito do presente curso é aplicar a legislação de trânsito diante das 
infrações administrativas. Para isso há a necessidade de dominar conhecimentos da 
estrutura e dos órgãos e entidades competentes do sistema de trânsito, dos tipos de 
https://www.canva.com/photos/MADGyQKi_ic-landscape-photography-of-cars/
 
 
 
 5 
condutas infratoras previstas no CTB e as providências que devem ser adotadas pelo 
profissional de segurança, e por fim, do processo administrativo em todas as suas 
etapas, desde a autuação à punição do infrator. 
 
 
Figura 2: Estrada 
Fonte: Do conteudista. 
 
DIVISÃO DOS MÓDULOS: 
 
Este curso é composto pelos seguintes módulos: 
 
- Módulo 1 – Sistema Nacional de Trânsito; 
- Módulo 2 – Infrações de trânsito; 
- Módulo 3 – Penalidades e medidas administrativas; 
- Módulo 4 – Processo administrativo de trânsito. 
https://www.canva.com/photos/MADGvpSdMlQ-road-in-between-green-tree-under-white-clouds-and-blue-sky/
 
 
 
 6 
OBJETIVOS DO CURSO 
 
Ao final do estudo deste curso, você será capaz de:-Identificar a composição do Sistema Nacional de Trânsito (SNT); 
-Diferenciar as competências dos órgãos e entidades componentes do SNT, 
aplicando-as ao trabalho desenvolvido por sua corporação, integrante do Sistema 
Único de Segurança Pública; 
 
 
-Enquadrar comportamentos infratores das regras de circulação e conduta à 
correta tipificação descrita nos artigos de 162 a 255 do CTB; 
-Adotar medidas administrativas previstas na legislação quando da autuação 
de infração de trânsito, de acordo com a competência do profissional de segurança, 
diferenciando-a da que afeta à autoridade de trânsito; 
-Compreender o desenvolvimento do processo administrativo de trânsito desde 
o cometimento da infração até punição do infrator, bem como as atribuições do 
profissional de segurança neste processo. 
A lei nº 13.675/2018 no §2º do art. 9º prevê os integrantes operacionais do 
Susp. In verbis: 
 § 2º, Art. 9º São integrantes operacionais do Susp: 
 I - polícia federal; 
 II - polícia rodoviária federal; 
 III – (VETADO); 
 IV - polícias civis; 
 V - polícias militares; 
 VI - corpos de bombeiros militares; 
 VII - guardas municipais; 
 VIII - órgãos do sistema penitenciário; 
 IX - (VETADO); 
 X - institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação; 
 XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp); 
 XII - secretarias estaduais de segurança pública ou congêneres; 
 XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec); 
 XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Senad); 
 XV - agentes de trânsito; 
 XVI - guarda portuária. 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=%C2%A0%C2%A0%C2%A0%20Art.%207%C2%BA%20Comp%C3%B5em%20o%20Sistema%20Nacional%20de%20Tr%C3%A2nsito%20os%20seguintes%20%C3%B3rg%C3%A3os%20e%20entidades%3A
 
 
 
 7 
 
 
Figura 3: Vias 
Fonte: Do conteudista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.canva.com/photos/MADGx6bK2AA-parked-gray-car/
 
 
 
 8 
MÓDULO 1 – SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO 
 
Apresentação do módulo 
 
O Sistema Nacional de Trânsito é composto por órgãos e entidades das esferas 
da administração pública Federal, Estadual e Municipal, desempenhando atribuições 
integradas e harmônicas entre si, para o desenvolvimento da Política Nacional de 
Trânsito objetivando a segurança, a fluidez, o conforto, a defesa ambiental e a 
educação para o trânsito, bem como a fiscalização do seu cumprimento. 
 
 
Figura 4: Semáforo 
Fonte: Do conteudista. 
 
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), esse sistema pode ser 
definido como: 
“o conjunto de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios que tem por finalidade o exercício das atividades de 
planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e 
licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem de condutores, 
educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, 
fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de 
penalidades” (CTB, art. 5º). 
https://www.canva.com/photos/MAAm7J_bDH4-traffic-lights/
 
 
 
 9 
 
 
Figura 5: Condução 
Fonte: Do conteudista. 
 
Cada órgão desempenha atividades específicas, de acordo com a natureza 
(normativa, executiva, fiscalizadora ou recursal) e nos limites da sua competência 
legal. Contudo, a legislação possibilita ampliar o alcance da fiscalização de trânsito 
através da celebração de convênios de cooperação técnica entre os órgãos e 
entidades executivas do Sistema Nacional de Trânsito. 
 
Objetivos do módulo 
 
Ao final do estudo desse módulo, você será capaz de: 
 
- Enumerar os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de 
Trânsito; 
- Identificar as competências de cada órgão, relacionando-as à sua atuação 
como profissional de segurança pública; 
- Compreender a ampliação da competência para a fiscalização de trânsito, por 
meio da celebração de convênios entre os órgãos componentes do sistema, com o 
objetivo de aumentar a eficiência e a segurança para os usuários da via pública. 
 
https://www.canva.com/photos/MADQ5D6gKv0-pov-of-man-driving-car/
 
 
 
 10 
Divisão das aulas 
 
Este módulo compreende as seguintes aulas: 
 
Aula 1 – Composição do Sistema Nacional de Trânsito; 
Aula 2 – Competências dos órgãos e entidades componentes do sistema; 
Aula 3 – Atuação do profissional de segurança pública. 
 
 
 
 
 11 
AULA 1 – COMPOSIÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO 
 
Os órgãos que compõem o Sistema Nacional de Trânsito (CTB, art. 7º) podem 
ser assim apresentados, de acordo com as funções desempenhadas para alcance 
dos objetivos do referido sistema: 
 
1. ÓRGÃOS NORMATIVOS E CONSULTIVOS: 
a) Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN); 
b) Conselhos Estaduais de Trânsito (CETRAN); 
c) Conselho de Trânsito do Distrito Federal (CONTRANDIFE). 
 
2. ÓRGÃOS EXECUTIVOS: 
a) De trânsito: 
a1) Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) – União; 
a2) Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) – Estados e DF; 
a3) Superintendência Municipal de Trânsito (SMT) – municípios 1 
 
1 Nomenclatura exemplificativa, podendo sofrer alterações de acordo com a lei orgânica do município, bem como 
estabelecer a sua estrutura administrativa como secretaria, superintendência, autarquia, dentre outras. 
A lei nº 9.503 no seu Art. 7º do CTB, dispõe (In verbis): 
 
Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e entidades: 
 
I - o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e 
órgão máximo normativo e consultivo; 
 
II - os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito do 
Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e 
coordenadores; 
 
III - os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios; 
 
IV - os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios; 
 
V - a Polícia Rodoviária Federal; 
 
VI - as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e 
 
VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm
 
 
 
 12 
b) Rodoviários: 
b1) Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) – União; 
b2) Departamento de Estradas de Rodagem (DER) 2 - Estados e DF; 
b3) Órgão Rodoviário Municipal – Municípios. 
 
3. ÓRGÃOS FISCALIZADORES 
a) Polícia Rodoviária Federal (PRF) – União 
b) Polícias Militares (PM) – Estados e DF 
 
4. ÓRGÃOS RECURSAIS 
Juntas Administrativas de Recursos de Infração (JARI) 
 
 
Figura 6: Fotografia 
Fonte: Marcelo Camargo/Agência Brasil. 
 
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2019-06/plataforma-da-rodoviaria-e-interditada-por-
risco-de-desabamento-1581292376-1 
 
2 Nomenclatura exemplificativa, podendo sofrer alterações de acordo com a organização administrativa do 
Estado da Federação. Por exemplo, em Goiás é denominado Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes 
(Goinfra). 
 
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2019-06/plataforma-da-rodoviaria-e-interditada-por-risco-de-desabamento-1581292376-1
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2019-06/plataforma-da-rodoviaria-e-interditada-por-risco-de-desabamento-1581292376-1
 
 
 
 13 
AULA 2 – COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES COMPONENTES DO 
SISTEMA DOS ÓRGÃOS NORMATIVOS 
 
 
 
Tanto o CONTRAN, em nível nacional, como o CETRAN/CONTRANDIFE, no 
âmbito da unidade da federação brasileira em que tem sede, desempenham 
harmonicamente as funções normativas, consultivas e coordenadoras para alcance 
dos objetivos da Política Nacional de Trânsito (conforme Resolução nº 514/2014-
CONTRAN). 
 
As competências do Conselho Nacional de Trânsito estão estabelecidas no 
art. 12 do Código de Trânsito Brasileiro*,ou seja, o estabelecimento de normas 
regulamentares expressamente delegadas pela Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 
1997 (CTB), estabelecido por meio de resoluções, tem destaque nesse meio. 
Estas resoluções são resultado das constantes transformações e evoluções 
dos equipamentos e dispositivos de segurança dos veículos e também a necessidade 
de se adequar a sociedade em que se vive. Hoje, mais de oitocentas resoluções já 
foram modificadas e encontram-se ainda dezenas que permanecem ativas desde 
antes do CTB (1998) entrar em ação. Assim, torna-se mais importante perceber que 
a atuação do profissional de segurança pública na área de trânsito exige constante 
atualização para estar a par dessas atualizações. 
O CONTRAN também é responsável por responder consultas que chegam até 
ele em relação à aplicação da legislação de trânsito. A sede encontra-se em Brasília, 
é comandado pelo Ministro de Estado da Infraestrutura e composto pelos seguintes 
representantes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Representantes 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
RESOLUÇÃO%20CONTRAN%20Nº%20514,%20DE%2018%20DE%20DEZEMBRO%20DE%202014%20(diariofiscal.com.br)
RESOLUÇÃO%20CONTRAN%20Nº%20514,%20DE%2018%20DE%20DEZEMBRO%20DE%202014%20(diariofiscal.com.br)
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm
 
 
 
 14 
Pensando no contexto de que o trânsito é um assunto completo e requer 
conhecimentos específicos de quem trabalha com ele, o CONTRAN passou a 
disponibilizar Câmaras Temáticas, que contam com especialistas nos assuntos 
técnicos e tem como objetivo estudar o assunto e oferecer sugestões, com 
fundamentos técnicos, para auxiliar na tomada de decisões do colegiado. São elas: 
Figura 8: Representantes 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
As competências dos Conselhos Estaduais de Trânsito e do Conselho de 
Trânsito do Distrito Federal estão estabelecidas no art. 14 do Código de Trânsito 
Brasileiro e possuem as mesmas competências que o CONTRAN em nível da unidade 
federativa em que têm circunscrição. Porém, com o poder normativo vinculado a ele, 
a extensão é bem menor, pois as regulamentações do CONTRAN são válidas em todo 
o território nacional. Com isso, o CETRAN/CONTRADIFE não tem o poder de criar 
normas diferentes do que foi definido pelo CONTRAN. 
O CETRAN/CONTRANDIFE também é responsável por responder questões 
em relação à aplicação da legislação de trânsito e constitui-se em grau de recurso, ou 
seja, a parte que perdeu a ação, não se conformou e faz o requerimento de nova 
apreciação, do julgamento das penalidades aplicadas pelos órgãos executivos e 
fiscalizadores dos Estados ou municípios. Ao contrário do CONTRAN, esse órgão 
também julga os recursos contra decisões dos órgãos executivos de trânsito nas 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=%C2%A0%20Art.%2014.%20Compete,na%20esfera%20administrativa.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=%C2%A0%20Art.%2014.%20Compete,na%20esfera%20administrativa.
 
 
 
 15 
situações de inaptidão permanente, verificadas nos exames realizados para a 
aquisição da Carteira Nacional de Habilitação. 
Você pode conferir mais informações sobre a gestão e 
operacionalização das atividades do CETRAN/CONTRANDIFE, como também 
as diretrizes para produção do seu regimento interno na Resolução nº 
688/2017-CONTRAN. 
DOS ÓRGÃOS EXECUTIVOS DE TRÂNSITO 
 
O Departamento Nacional de Trânsito tem as competências definidas no art. 
19 do CTB, em especial na atividade de emissão dos documentos de habilitação do 
condutor de veículo automotor (Permissão Para Dirigir, Carteira Nacional De 
Habilitação e Permissão Internacional Para Conduzir Veículo) e dos documentos de 
registro e licenciamento anual de veículo, de acordo com que o DETRAN dos 
Estados/DF transmite. 
Os Registros Nacionais de Carteira de Habilitação (RENACH), de 
veículos (RENAVAM) e de infrações de trânsito (RENAINF) também são 
atividades organizadas e mantidas pelo DENATRAN. A organização da 
estatística geral de trânsito no território nacional e a organização de 
projetos e programas para combater a violência no trânsito e estimular a 
educação, engenharia, administração, policiamento e fiscalização de trânsito é 
de responsabilidade também do mesmo órgão. 
O Departamento Estadual de Trânsito tem as competências definidas no art. 
22 do CTB e suas principais atribuições são: 
(a) a realização do processo de concessão da CNH, desde o funcionamento 
dos centros de formação de condutores (CFC), emissão das licenças de 
aprendizagem para os candidatos à habilitação, realização dos exames escritos e 
práticos de direção veicular, emissão da Permissão para Dirigir (PD), da Autorização 
para Conduzir Ciclomotor (ACC) e da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), desde 
que atendidos os requisitos previstos na legislação de trânsito, conforme delegação 
do DENATRAN, acima referida; 
(b) a aplicação das penalidades de suspensão do direito de dirigir e de 
cassação da CNH/PD, obedecido ao devido processo administrativo, devendo tais 
medidas ser comunicadas ao DENATRAN para anotações no RENACH; 
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/19239245/do1-2017-08-16-resolucao-n-688-de-15-de-agosto-de-2017-19239081
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/19239245/do1-2017-08-16-resolucao-n-688-de-15-de-agosto-de-2017-19239081
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2019.%20Compete%20ao%20%C3%B3rg%C3%A3o%20m%C3%A1ximo%20executivo%20de%20tr%C3%A2nsito%20da%20Uni%C3%A3o%3A
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2019.%20Compete%20ao%20%C3%B3rg%C3%A3o%20m%C3%A1ximo%20executivo%20de%20tr%C3%A2nsito%20da%20Uni%C3%A3o%3A
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2019.%20Compete%20ao%20%C3%B3rg%C3%A3o%20m%C3%A1ximo%20executivo%20de%20tr%C3%A2nsito%20da%20Uni%C3%A3o%3A
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2019.%20Compete%20ao%20%C3%B3rg%C3%A3o%20m%C3%A1ximo%20executivo%20de%20tr%C3%A2nsito%20da%20Uni%C3%A3o%3A
 
 
 
 16 
(c) as providências relacionadas ao registro e licenciamento de veículos 
automotores, conforme delegação do DENATRAN, acima referida (vistoria, 
emplacamento, transferência de propriedade, verificação das condições de segurança 
veicular, baixa definitiva do registro, emissão do Certificado de Registro e do 
Certificado de Licenciamento Anual, dentre outras); 
(d) executar a fiscalização de trânsito, autuar infrações de trânsito, aplicar 
medidas administrativas e penalidades cabíveis na área de competência do Estado (a 
seguir especificada). 
Houve uma inovação, proposta pelo Código de Trânsito Brasileiro ao dividir a 
competência da fiscalização com os municípios. Antes de 1998, o Município tinha 
os encargos de pavimentação, sinalização, manutenção e operação das vias públicas 
e o Estado fazia a fiscalização do seu uso e o recolhimento dos valores das multas 
aplicadas, ou seja, o município tinha o ônus e o Estado, o bônus. 
Com a correção dessa divergência, o CTB separou as competências da 
fiscalização do Estado e do município nas vias urbanas municipais, ficando 
estabelecida a competência do DETRAN para a fiscalização das infrações 
relacionadas à regularidade da documentação de veículos e condutores e das 
condições de segurança dos veículos. Você verá mais informações sobre essa 
questão no módulo 2 – Infrações de trânsito. 
O órgão executivo municipal tem as competências definidas no art. 24 do 
CTB e suas atribuições de destaque são: 
(a) planejar, regulamentar e operar o trânsito de pessoas, veículos e 
animais nas vias públicas do município, por meio do sistema de sinalização e 
dispositivos de controle viário (semáforos, reguladores de velocidade, fiscalização por 
câmeras, dentre outros), podendo, inclusive, implementar sistema de 
estacionamentorotativo pago; 
(b) registrar e licenciar veículos de propulsão humana e de tração animal 
(bicicletas, carroças e similares) e emitir autorização para conduzi-los, fiscalizando, 
autuando e aplicando penalidades decorrentes de infrações de trânsito relativas a 
estes veículos; 
(c) executar a fiscalização de trânsito, autuar infrações de trânsito, aplicar 
medidas administrativas e penalidades cabíveis na área de competência do município 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2024.%20Compete%20aos%20%C3%B3rg%C3%A3os%20e%20entidades%20executivos%20de%20tr%C3%A2nsito%20dos%20Munic%C3%ADpios%2C%20no%20%C3%A2mbito%20de%20sua%20circunscri%C3%A7%C3%A3o%3A%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%20(Re
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2024.%20Compete%20aos%20%C3%B3rg%C3%A3os%20e%20entidades%20executivos%20de%20tr%C3%A2nsito%20dos%20Munic%C3%ADpios%2C%20no%20%C3%A2mbito%20de%20sua%20circunscri%C3%A7%C3%A3o%3A%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%20(Re
 
 
 
 17 
(circulação, estacionamento, parada, excesso de peso, dimensões e lotação dos 
veículos). 
A Resolução nº 066/1998-CONTRAN tornou mais detalhada a distribuição de 
competências entre Estado e município para a fiscalização de trânsito nas vias 
públicas urbanas, na qual você, profissional de segurança pública, pode separar as 
infrações de trânsito que cabem originalmente ao órgão no qual você atua. Existem 
algumas infrações de trânsito que são, ao mesmo tempo, de competência do Estado 
e do município, por exemplo: deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de 
segurança (CTB, art. 167); disputar corrida (CTB, art. 173); desobedecer às ordens 
vindas da autoridade competente de trânsito ou de seus agentes (CTB, art. 195). 
Figura 9: Fiscalização em vias urbanas 
Fonte: Do conteudista. 
 
 
Devido ao fato do Distrito Federal não ser dividido em territórios e 
administrações municipais, ou seja, ser uma unidade de federação sui generis, o 
DETRAN/DF terá competência ampla para fiscalização de trânsito, abrangendo, 
também, as responsabilidades previstas no art. 24 do CTB. É o que estabelece o § 1º 
do art. 24 do CTB: “As competências relativas a órgão ou entidade municipal serão 
exercidas no Distrito Federal por seu órgão ou entidade executivo de trânsito”. 
Para entender melhor: 
Distribuição da competência para fiscalização em vias urbanas 
ESTADO MUNICÍPIO 
Regularidade da documentação de 
veículos e condutores e das condições de 
segurança dos veículos 
 
Uso da via: circulação, estacionamento e 
parada, excesso de peso, dimensões e 
lotação dos veículos 
 
Ex: falta de CNH, exame médico vencido, 
licenciamento atrasado, veículo sem 
equipamento obrigatório. 
Ex: avanço de sinal, excesso de 
velocidade, contramão de direção, 
estacionamento em local proibido. 
 
https://drive.google.com/file/d/0B6s4dqs3dWUWQzZ0bjZoRFZKVHc/view?resourcekey=0--x_nb1xwvZFYhTSffHIFDA
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=%C2%A0%C2%A0%20Art.%20167.%20Deixar%20o%20condutor%20ou%20passageiro%20de%20usar%20o%20cinto%20de%20seguran%C3%A7a%2C%20conforme%20previsto%20no%20art.%2065%3A
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%20173.%20%C2%A0Disputar%20corrida%3A%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%20(Reda%C3%A7%C3%A3o%20dada%20pela%20Lei%20n%C2%BA%2012.971%2C%20de%202014)%C2%A0%C2%A0%C2%A0%20(Vig%C3%AAncia)
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%20195.%20Desobedecer%20%C3%A0s%20ordens%20emanadas%20da%20autoridade%20competente%20de%20tr%C3%A2nsito%20ou%20de%20seus%20agentes%3A
 
 
 
 18 
 
Figura 10: Vagas Reservadas 
Fonte: Valter Campanato/Agência Brasil 
 
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2016-01/multa-para-quem-estaciona-em-vagas-
reservadas-aumenta-140-1581289761 
 
DOS ÓRGÃOS EXECUTIVOS RODOVIÁRIOS 
 
Diferentemente dos órgãos executivos de trânsito, em que a distribuição das 
competências é estabelecida em artigos diferentes conforme os níveis federal, 
estadual e municipal (CTB, art. 19, 22 e 24, respectivamente), a definição das 
responsabilidades dos órgãos executivos rodoviários é a mesma, independente da 
atuação do poder público. Isso acontece porque no que diz respeito à operação e 
fiscalização de trânsito nas estradas e rodovias, as competências não são distribuídas 
em mais de um órgão executivo. 
Assim, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, os 
Departamentos de Estradas de Rodagem (ou outra denominação similar, conforme 
o Estado) e os órgãos rodoviários municipais (onde houver, pois dificilmente algum 
município terá uma estrutura exclusiva para o trânsito urbano e outra para o trânsito 
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2016-01/multa-para-quem-estaciona-em-vagas-reservadas-aumenta-140-1581289761
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2016-01/multa-para-quem-estaciona-em-vagas-reservadas-aumenta-140-1581289761
 
 
 
 19 
rodoviário) têm as competências definidas no art. 21 do CTB. Suas atribuições de 
maior destaque são: 
 
(a) planejar, regulamentar e operar o trânsito de pessoas, veículos e 
animais nas rodovias sob seu domínio, por meio do sistema de sinalização e 
dispositivos de controle viário (semáforos, reguladores de velocidade, fiscalização por 
câmeras, dentre outros); 
(b) executar a fiscalização de trânsito, autuar infrações de trânsito, aplicar 
medidas administrativas e penalidades cabíveis em sua extensão de atribuição 
operacional; 
(c) vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar 
e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a circulação (veículos 
com mais de uma unidade tracionada, de dimensões excedentes à capacidade da 
rodovia, dentre outros). 
 
 
 
Figura 11: Transporte de Cargas 
Fonte: Marcelo Camargo/Agência Brasil 
 
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2021-06/caminhoes-transporte-de-cargas-
1622564437 
 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2021.%20Compete%20aos%20%C3%B3rg%C3%A3os%20e%20entidades%20executivos%20rodovi%C3%A1rios%20da%20Uni%C3%A3o%2C%20dos%20Estados%2C%20do%20Distrito%20Federal%20e%20dos%20Munic%C3%ADpios%2C%20no%20%C3%A2mbito%20de%20sua%20circunscri%C3%A7%C3%A3o%
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2021-06/caminhoes-transporte-de-cargas-1622564437
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2021-06/caminhoes-transporte-de-cargas-1622564437
 
 
 
 20 
DAS POLÍCIAS MILITARES DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL 
 
A competência da Polícia Militar é estabelecida no art. 23, inciso III do 
CTB, nestes termos: “executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme 
convênio firmado, como agente do órgão ou entidade executivos de trânsito 
ou executivos rodoviários, concomitantemente com os demais agentes 
credenciados” (grifo nosso). 
Para o conhecimento de algum policial militar que cuidadosamente chegou até 
este ponto do texto, podemos dizer que a Polícia Militar não tem nenhuma 
competência originária para a fiscalização administrativa do trânsito em nosso 
país! Além de dividir a competência do Estado para a fiscalização do trânsito com o 
município nas vias urbanas, o CTB tirou essa responsabilidade da Polícia Militar. 
Assim, se for conveniente e viável para a administração pública, o DETRAN e 
os departamentos estaduais de estradas de rodagem estaduais podem: 
 
(a) constituir estrutura de fiscalização própria; 
(b) aproveitar as décadas de trabalho desenvolvido e de formação profissional 
da Polícia Militar nesta área de atuação estatal, por meio de convênio, em razão do 
qual agirá por delegação e em nome do órgão executivo responsável pela 
fiscalização de trânsito, de acordo com as atribuições estabelecidas nos artigos 21 
e 22 do CTB, anteriormente analisados. 
Como os órgãos executivos e a corporação militar estão no mesmo campo deatuação do Estado/DF, os recursos materiais e logísticos tornam-se convergentes em 
proveito do interesse público em celebrar os convênios de cooperação técnica e 
mesmo ocorrendo à celebração do convênio, nada impede que o órgão executivo 
insira ou mantenha ao mesmo tempo a fiscalização por meio de agentes do próprio 
órgão, como ocorre, por exemplo, no Distrito Federal. 
Percebe-se a atuação de batalhões de trânsito urbano nas maiores cidades do 
Brasil e a atuação de batalhões rodoviários nas rodovias e estradas estaduais por 
causa dos convênios explicados acima. Isso acontece de acordo com a estruturação 
orgânica da Polícia Militar. 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2023.%20Compete%20%C3%A0s%20Pol%C3%ADcias%20Militares%20dos%20Estados%20e%20do%20Distrito%20Federal%3A
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2023.%20Compete%20%C3%A0s%20Pol%C3%ADcias%20Militares%20dos%20Estados%20e%20do%20Distrito%20Federal%3A
 
 
 
 21 
DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL 
 
A Polícia Rodoviária Federal tem as competências definidas no art. 20 do 
CTB. Destacam-se as seguintes atribuições: 
(a) realizar o patrulhamento ostensivo, ou seja, de maneira evidente, 
executando operações relacionadas com a segurança pública; 
(b) aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito, as 
medidas administrativas decorrentes e os valores obtidos de estada e remoção de 
veículos; 
(c) efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito; 
(d) assegurar a livre circulação nas rodovias federais. 
 
Figura 12: Operação Policial 
Fonte: Elza Fiúza/Agência Brasil 
 
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2016-06/policia-faz-operacao-para-
desocupar-hotel-em-brasilia-1581289761-8 
 
A PRF tem a competência procedente para a fiscalização de trânsito nas 
rodovias e estradas federais por meio de convênio com o órgão executivo 
rodoviário, podendo, assim, agir em nome próprio, sem a necessidade de convênio 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2020.%20Compete%20%C3%A0%20Pol%C3%ADcia%20Rodovi%C3%A1ria%20Federal%2C%20no%20%C3%A2mbito%20das%20rodovias%20e%20estradas%20federais%3A
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2020.%20Compete%20%C3%A0%20Pol%C3%ADcia%20Rodovi%C3%A1ria%20Federal%2C%20no%20%C3%A2mbito%20das%20rodovias%20e%20estradas%20federais%3A
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2016-06/policia-faz-operacao-para-desocupar-hotel-em-brasilia-1581289761-8
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2016-06/policia-faz-operacao-para-desocupar-hotel-em-brasilia-1581289761-8
 
 
 
 22 
com o DNIT (que também tem competência para esta fiscalização, conforme art. 21, 
VI do CTB). 
Também existe outra diferença em relação ao funcionamento, a polícia militar 
junto ao órgão da PRF – conforme disciplinado na Portaria nº 132 de 
14/02/2011/Ministério da Justiça – é responsável por atribuir penalidades. 
Outra distinção da Polícia Militar está no funcionamento, junto à estrutura 
organizacional da PRF, pois, quem é responsável por impor penalidades, deve 
oferecer ao infrator o regular exercício do direito de defesa. 
 
DOS ÓRGÃOS DE RECURSO 
 
Estabelece o art. 16 do CTB: 
 
“Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito ou rodoviário 
funcionarão Juntas Administrativas de Recursos de Infrações – JARI, 
órgãos colegiados responsáveis pelo julgamento dos recursos 
interpostos contra penalidades por eles impostas”. 
 
As competências das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações, que 
atuam junto aos órgãos que têm atribuição legal para fiscalizar e conferir penalidades 
que foram decorrentes de infração de trânsito, em grau de primeira instância 
administrativa, são as seguintes: 
(a) julgar os recursos que foram pedidos pelos infratores; 
(b) solicitar ao órgão responsável pela aplicação da penalidade, caso 
necessário, informações complementares relativas aos recursos, objetivando 
uma melhor análise da situação recorrida; 
(c) encaminhar aos órgãos e entidades executivas de trânsito e executivas 
rodoviárias informações sobre problemas observados nas autuações e 
apontados em recursos que se repitam sistematicamente (CTB, art. 17). 
 
Caso ocorra o indeferimento do recurso e o infrator não concordar com a 
decisão tomada pela JARI, ele poderá, dentro do prazo legal estabelecido, solicitar 
um segundo recurso à instância administrativa superior. Você verá mais informações 
sobre esse assunto no módulo 4 – Processo administrativo de trânsito. 
Você pode consultar mais informações sobre a composição, 
organização e funcionamento e também as diretrizes para elaboração do 
regimento interno da JARI na Resolução nº 357/2010-CONTRAN. 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=%C2%A0%C2%A0%20Art.%2017.%20Compete%20%C3%A0s%20JARI%3A
https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao_contran_357_10.pdf
 
 
 
 23 
AULA 3 – ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
Na aula anterior, você estudou as atribuições de cada órgão integrante do 
Sistema Nacional de Trânsito e suas competências estabelecidas pelo CTB, com isso, 
podemos especificar a atuação dos seguintes profissionais de segurança pública: 
- Policiais rodoviários federais: 
tem como função fiscalizar o trânsito de veículos, pessoas e animais nas rodovias e 
estradas federais podendo ser o órgão que tem direito de autuar todas as infrações 
previstas no CTB; 
- Agentes municipais de trânsito: 
(a) fiscalizam as vias urbanas do município onde estão lotados, principalmente as 
infrações relacionadas ao uso da via (circulação, estacionamento, parada, excesso 
de peso, dimensões e lotação dos veículos); 
(b) fiscalizam as rodovias e estradas municipais (onde houver) com direito de autuar 
todas as infrações previstas no CTB; 
- Policiais militares: 
(a) fiscalizam as vias urbanas do município onde estão inseridos, focando, 
principalmente, nas infrações relacionadas à regularidade da documentação de 
veículos e condutores e das condições de segurança dos veículos (conforme 
convênio com o DETRAN); 
(b) fiscalizam o trânsito de veículos, pessoas e animais nas rodovias e estradas 
estaduais com direito de autuar todas as infrações previstas no CTB (conforme 
convênio com o DER – ou equivalente). 
 
O Código de Trânsito Brasileiro prevê, em seu art. 25, que os órgãos e 
entidades executivos do Sistema Nacional de Trânsito poderão celebrar convênio, 
delegando suas atividades, visando uma maior eficiência e segurança para os 
usuários da via. 
A competência para fiscalizar infrações de trânsito nas vias urbanas do 
município pode ser ampliada tanto para os agentes de trânsito, como para os policiais 
militares, se houver interesse dos participantes do processo. Até mesmo nos 
municípios que não tenham estrutura organizacional, logística e humana, pode ser 
 
 
 
 24 
feita a delegação das atribuições para a Polícia Militar, sem haver necessidade da 
participação de agentes de trânsito na competência municipal. 
Também é prevista a delegação de competências entre o órgão executivo 
rodoviário e o de trânsito, mesmo não acontecendo com frequência, em qualquer 
esfera de organização, seja federal, estadual ou municipal. 
O CTB, em seu art. 7º-A, também prevê a possibilidade de convênio entre a 
autoridade portuária (ou a entidade que tenha licença no porto organizado) e os 
órgãos executivos do município e do Estado, juridicamente interessados, para 
facilitar a autuação por descumprimento da legislação de trânsito, podendo ser 
definido para toda a área física do porto organizado, inclusive, nas áreas dos terminais 
alfandegados, nas estações de transbordo, nas instalações portuárias públicas de 
pequeno porte e nos respectivos estacionamentos ou vias de trânsito internas. 
O art. 25-A do CTB estabelecetambém que os agentes dos órgãos policiais da 
Câmara dos deputados e do Senado Federal, se houver convênio com entidades de 
trânsito que possuam demarcações sobre a via, podem aplicar a atuação de infração 
e enviá-las ao órgão competente. Isso acontece nos casos em que a infração que foi 
cometida nos arredores do Congresso Nacional ou nos locais que também são de sua 
responsabilidade e que comprometam de alguma maneira os serviços lá prestados ou 
coloque em risco a segurança das pessoas ou do patrimônio das Casas Legislativas. 
 
Finalizando 
 
Neste módulo, você estudou que: 
- O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto dos órgãos e entidades da 
administração pública federal, estadual e municipal que têm por finalidade alcançar os 
objetivos da Política Nacional de Trânsito. Estes órgãos desempenham funções 
específicas: (a) normativas (CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE); (b) 
executivas (DENATRAN, DETRAN, DER, dentre outros); fiscalizadoras (Polícia 
Rodoviária Federal e Polícia Militar); recursais (JARI). Apesar das funções serem 
específicas, são interdependentes para harmonia de todo o sistema. 
- Cada órgão componente do Sistema Nacional de Trânsito tem as 
competências definidas no Código de Trânsito Brasileiro (artigos de 12 a 24). A 
maior dificuldade de compreensão das competências pode ocorrer nas vias urbanas 
municipais, onde há atuação de mais de um órgão executivo (estadual e municipal). 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%207o-A,12.058%2C%20de%202009)
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2025-A.%20%C2%A0Os,14.071%2C%20de%202020)%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%20(Vig%C3%AAncia)
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9503Compilado.htm#:~:text=Art.%2012.%20Compete%20ao%20CONTRAN%3A
 
 
 
 25 
Apesar disso, o CTB e a Resolução nº 066/1998-CONTRAN fazem o papel de 
regularizar a distribuição das competências, assim sintetizada: ao Estado cabe 
fiscalizar a regularidade da documentação de veículos e condutores e das condições 
de segurança dos veículos e ao munícipio cabe fiscalizar o uso da via (circulação, 
estacionamento e parada, excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos). 
- O profissional de segurança pública, na fiscalização de trânsito, atua de 
acordo com a competência definida para o órgão no qual está inserido. Porém, 
visando maior eficiência e segurança para os usuários da via, é prevista a celebração 
de convênio entre os órgãos executivos de trânsito e rodoviários, o que pode tornar 
mais abrangente a fiscalização à totalidade das infrações de trânsito em vias urbanas 
municipais, em rodovias e estradas. 
 
 
 
 
 26 
MÓDULO 2 – INFRAÇÕES DE TRÂNSITO 
 
Apresentação do módulo 
 
O profissional de segurança pública, em seu dia a dia de trabalho com a 
fiscalização de trânsito encontra muitas informações que devem ser processadas para 
que seu trabalho seja mais eficaz. 
Você irá aprender algumas considerações pertinentes à tipificação das 
condutas humanas que descumprem as normas gerais de circulação e 
conduta, previstas nos artigos 26 a 67 do Código de Trânsito Brasileiro. É 
importante estar atento a esse conteúdo, pois é necessário saber como 
enquadrar, de modo correto e legalizado, o infrator para a sua efetiva 
penalização. 
Também é necessário que você tenha atenção em relação a competência do 
órgão executivo, ao qual o profissional de segurança pública se vincula e pelo qual 
age, se a autuação for realizada na fiscalização da via pública urbana, onde, conforme 
visto na Aula 3 do módulo 1, há atuação de mais de um órgão executivo ao mesmo 
tempo. 
Algumas infrações de trânsito são complexas em sua distinção, o que necessita 
um conhecimento adequado de outras disposições no CTB e, algumas vezes, em 
resoluções do CONTRAN. 
Outras infrações podem ter conexão com crimes de trânsito, o que também 
exige uma análise atenciosa, para que as providências adotadas pelo profissional de 
segurança pública não omitam o devido tratamento e repressão pelo sistema judiciário 
nacional. 
 
Objetivos do módulo 
 
Ao final do estudo desse módulo, você será capaz de: 
- Tipificar infrações de trânsito para correto enquadramento nos atos de seu 
registro; 
- Distinguir as competências para a fiscalização de trânsito, de acordo com o 
órgão no qual atua o profissional de segurança pública; 
- Esclarecer pontos que são complexos em relação a determinadas infrações 
de trânsito e a possibilidade de existir conexão com crimes de trânsito. 
 
 
 
 
 27 
Divisão das aulas 
 
Este módulo compreende as seguintes aulas: 
Aula 1 – Tipificação de infração de trânsito; 
Aula 2 – Competências para a fiscalização; 
Aula 3 – Complexidade da caracterização de infrações de trânsito; 
Aula 4 – Conexão com crimes de trânsito; e 
Aula 5 – Esclarecendo outras questões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
AULA 1 – TIPIFICAÇÃO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO 
 
Toda norma geral de circulação e conduta, prevista nos artigos de 26 a 67 
do CTB, quando descumprida, gera a ocorrência de infração de trânsito, prevista 
nos artigos de 162 a 255 do Código de Trânsito Brasileiro. Dessa forma, quando o 
condutor não cumpre a norma de conduta prevista no art. 28 do CTB (o condutor 
deverá, a todo o momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e 
cuidados indispensáveis à segurança do trânsito) ocorre o enquadramento na 
infração de trânsito do art. 169 do CTB (dirigir sem atenção ou sem os cuidados 
indispensáveis à segurança: infração – leve; penalidade – multa). 
Tipificação de infração de trânsito é a exata correspondência entre 
a conduta observada pelo profissional de segurança pública e a sua previsão 
em dispositivo legal no CTB. Exemplo disso é a conduta de avançar o sinal 
amarelo do semáforo, na direção de veículo automotor, é infração prevista no 
art. 208 do CTB (avançar o sinal vermelho do semáforo: infração – gravíssima; 
penalidade – multa), mas avançar sinal amarelo do semáforo é infração de 
trânsito? Sim. Mas não corresponde à exata previsão do art. 208, pois o sinal 
vermelho é elemento essencial para ocorrer à infração de trânsito. 
Observe a seguinte pergunta: Como o condutor do veículo deve agir ao se 
deparar com o sinal amarelo do semáforo? A resposta é: O condutor deve parar o 
veículo. A exceção é se não for possível parar em condições seguras. O sinal 
amarelo indica o término do direito de passagem, sendo permitido prosseguir em 
movimento apenas quando o semáforo indica a luz verde (conforme Manual Brasileiro 
de Sinalização de Trânsito, vol. V, p. 25). 
Desse modo, qual será a correta tipificação da infração de trânsito quando o 
condutor, ao invés de parar o veículo, acelera e avança o sinal amarelo do semáforo? 
Segundo o art. 269, segunda parte, do CTB (dirigir [...] sem os cuidados 
indispensáveis à segurança: infração – leve; penalidade – multa). 
Neste módulo, você aprenderá sobre a caracterização das infrações de trânsito 
e as providências adequadas de como registrar a infração (autuação). Você verá mais 
informações sobre isso no Módulo 4 - Processo administrativo de trânsito. 
Para que você possa melhor entender o conceito de tipificação de infração 
de trânsito, veja abaixo um brinquedo infantil de encaixe de formas geométricas, que 
 
 
 
 29 
busca desenvolver em bebês e crianças as habilidades de motricidade, 
reconhecimento de cores e coordenação motora: 
 
Figura 13: Brinquedo Infantil 
Fonte: Companhia dos Brinquedos. 
 
Observe que na tampa branca (em formato de flor), no limite superior do 
recipiente azul, estão dispostas sete figuras geométricas vazadas para entrada do 
correspondente bloco colorido de diferentes formas. Somente será possível a entrada 
do bloco colorido ao interior do brinquedo se for exatamente encaixado na figura 
geométrica vazada. 
Agoraimagine que as figuras geométricas vazadas que estão na tampa branca 
são as infrações de trânsito previstas no CTB e considere que cada bloco colorido é 
a conduta que vai ser observada pelo agente de trânsito. Assim, quando ocorre o 
encaixe perfeito no bloco colorido na figura vazada, pode ser constatado que houve 
ali a tipificação correta da conduta conforme está previsto na lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
AULA 2 – COMPETÊNCIAS PARA A FISCALIZAÇÃO 
 
Você estudou no conteúdo da aula 2 do módulo 1 que a Resolução nº 
066/1998-CONTRAN distribuiu detalhadamente as competências entre Estado e 
município para a fiscalização de trânsito nas vias públicas urbanas. Agora você verá 
abaixo essa resolução, em formato de tabela, juntamente com as infrações de trânsito 
previstas no CTB. Na primeira coluna encontra-se o “código de infração” (informação 
essencial que o agente precisa saber para decretar o auto da infração), na segunda 
coluna encontra-se a “descrição da infração” e na terceira coluna a informação de 
quem é o responsável pela competência, o Estado ou o município. Veja: 
Quadro 1: Extrato de trechos da resolução nº 066/1998-CONTRAN 
Fonte: Do conteudista. 
 
É importante lembrar que quando se fala da fiscalização em rodovias e 
estradas, sejam estaduais ou federais, não há distribuição dessa competência. O 
responsável pela atuação das infrações de trânsito previstas no CTB poderá ser tanto 
a polícia militar quanto a polícia rodoviária federal. 
Foi organizado pelo CONTRAN o Manual Brasileiro de fiscalização de trânsito 
– Volume I – infrações de competência municipal, nele encontram-se as normas 
editadas para orientar a atuação dos agentes municipais de trânsito urbano 
(competência do município). 
Por meio da Resolução nº 561/2015, foi instituído o Manual Brasileiro de 
Fiscalização de Trânsito – Volume II – Infrações de competência dos órgãos e 
entidades executivos estaduais de trânsito. Nele encontram-se as normas que 
TABELA DE DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA - FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO, APLICAÇÃO DAS 
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS PENALIDADES CABÍVEIS E ARRECADAÇÃO DE MULTAS APLICADAS 
 
CÓDIGO 
INFRAÇÃO 
DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO COMPETÊN-
CIA 
501 - 0 Dirigir veículo sem possuir Carteira Nacional de 
Habilitação ou Permissão para Dirigir. 
ESTADO 
502 - 9 Dirigir veículo com Carteira Nacional de Habilitação 
ou Permissão para Dirigir cassada ou com suspensão 
do direito de dirigir. 
ESTADO 
521 - 5 Dirigir ameaçando os pedestres que estejam 
atravessando a via pública, ou os demais veículos. 
ESTADO E 
MUNICÍPIO 
522 - 3 Usar o veículo para arremessar água ou detritos 
sobre os pedestres ou veículos. 
MUNICÍPIO 
523 - 1 Atirar do veículo ou abandonar na via pública objetos 
ou substâncias. 
MUNICÍPIO 
 
https://drive.google.com/file/d/0B6s4dqs3dWUWQzZ0bjZoRFZKVHc/view?resourcekey=0--x_nb1xwvZFYhTSffHIFDA
https://drive.google.com/file/d/0B6s4dqs3dWUWQzZ0bjZoRFZKVHc/view?resourcekey=0--x_nb1xwvZFYhTSffHIFDA
https://www.gov.br/prf/pt-br/concurso-2021/resolucoes/R561-15
 
 
 
 31 
auxiliarão especialmente os policiais militares e os agentes estaduais de trânsito na 
fiscalização do trânsito urbano (competência do Estado). 
Já os policiais rodoviários da União e dos Estados podem consultar qualquer 
um dos manuais acima, pois sua competência envolve todas as infrações de trânsito 
previstas no CTB, independentemente de ser da competência estadual ou municipal. 
O manual de fiscalização é importante, pois há nele todas as 
informações e instruções que vão orientar o trabalho do agente na hora de 
autuar condutas infratoras. Algumas dessas informações são: código de 
enquadramento, tipificação, amparo legal, natureza da infração, penalidade, 
pontuação, previsão ou não de medida administrativa, competência para a 
fiscalização, informação de quem é o infrator e demais requisitos que garantirão 
a regularidade do registro do cometimento da infração de trânsito. 
 
https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-contran/resolucoes/resolucao-389-2011-1.pdf
 
 
 
 32 
AULA 3 – COMPLEXIDADE DA CARACTERIZAÇÃO DE INFRAÇÕES DE 
TRÂNSITO 
 
GENERALIDADES 
 
O art. 161 do Código de Trânsito Brasileiro conceitua infração de 
trânsito como a inobservância de qualquer preceito do CTB ou da 
legislação complementar, ou seja, qualquer falta de obediência ao que se 
espera do condutor, pode levá-lo às penalidades e às medidas administrativas 
indicadas em cada artigo de infração e às punições quando há crime de trânsito. 
Assim, infração de trânsito é toda conduta humana, comportamento ou 
omissão desenvolvida em veículo – pelo condutor ou passageiro – ou na condição de 
pedestre. Desta forma, contém elementos objetivos que deverão ser analisados pelo 
profissional de segurança pública para que a adequada tipificação no artigo de 
infração de trânsito seja feita de modo correto. 
Por serem elementos objetivos, o profissional de segurança pública não 
deve questionar nunca a motivação do cometimento da infração de trânsito 
(exceto que o infrator queira voluntariamente se justificar). Por exemplo, se o condutor 
avançou o sinal vermelho, deve ser evitado que você faça alguma pergunta como “Por 
que você avançou o sinal vermelho?”. Independente da resposta, seja por 
desatenção, vontade própria ou por não ter visto o agente de trânsito, não será motivo 
para interferir na autuação que você fará, nem na penalidade, pois a infração de 
trânsito é comportamento e não intenção. 
Ainda sobre a intenção do infrator, uma vez, em aula do Curso de Gestão de 
Trânsito da Universidade Estadual de Goiás, fui questionado por uma agente 
municipal de trânsito de Goiânia: “O condutor de veículo, ao se aproximar de posto de 
combustível situado em esquina de cruzamento semaforizado, percebendo que o 
semáforo fechará antes da sua passagem, entra no posto de combustível e sai pela 
via perpendicular, está cometendo infração de trânsito?”. 
Respondi: “Não. Onde no CTB é proibido entrar e sair de posto de combustível 
sem abastecer?” Ela retrucou: “Mas a intenção dele não foi a de avançar o sinal 
vermelho, não parando no local e no tempo apropriado?” Completei: “Mas você não 
autua intenção e sim comportamento. E se o condutor quer avançar o sinal vermelho, 
mas ao ver o agente de trânsito nas proximidades, resolve parar, comete infração de 
trânsito também?”. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=%C2%A0%20Art.%20161.%20%C2%A0Constitui,de%202020)%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%20(Vig%C3%AAncia)
 
 
 
 33 
É importante também você ter a orientação de que cada conduta 
corresponde a uma infração de trânsito. A mesma conduta não pode gerar 
tipificação em dois artigos diferentes de infração de trânsito. Por exemplo: 
quando o veículo está estacionado na contramão de direção e com umas das 
rodas sobre calçada, após a comprovação que houve infração de 
estacionamento irregular, o agente de trânsito vai tipificar a mais específica à 
situação, no caso art. 181, XV do CTB (estacionar o veículo na contramão de 
direção). Se optar pelo art. 181, VIII do CTB (estacionar o veículo no passeio), 
a autuação estará suficiente, desde que seja apenas nesta tipificação. O que 
não pode ser feito é autuar nos dois artigos de infração, pois cada conduta 
corresponde a uma infração de trânsito. 
Em casos de infrações de trânsito em momentos diferentes, mas em sequência, 
não será aplicada a regra estudada acima. Por exemplo, se a pessoa avança o sinal 
vermelho e, em seguida, estaciona na área delimitada para embarque/desembarque 
de transporte coletivo, isso contará como duas infrações, pois são dois 
comportamentos diferentes: art. 208 (avançar o sinal vermelho do semáforo) e art. 
181, XIII (onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de embarque ou 
desembarque de passageiros de transporte coletivo), respectivamente. 
 
CARACTERIZAÇÃO DE INFRAÇÕES DE TRÂNSITOCOMPLEXAS 
Artigos 163 e 164 – entregar a direção ou permitir a posse de veículo 
Estes dois artigos se referem a infrações de trânsito que não são cometidas 
pelo condutor, mas sim pelo proprietário do veículo automotor fiscalizado (conforme 
nome que tem no documento de licenciamento anual). 
A conduta prevista no art. 163 (entregar a direção do veículo a pessoa nas 
condições previstas no art. 162) exige que no momento da infração haja a presença 
do proprietário dentro do veículo no momento da abordagem. Já na conduta prevista 
no art. 164 (permitir que pessoa nas condições referidas nos incisos do art. 162 tome 
posse do veículo automotor e passe a conduzi-lo na via), o proprietário do veículo 
não está presente no momento da abordagem, mas comparece, logo em seguida, ao 
local da fiscalização. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=%C2%A0%20Art.%20181.%20Estacionar%20o%20ve%C3%ADculo%3A
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=%C2%A0%20Art.%20163.%20Entregar%20a%20dire%C3%A7%C3%A3o%20do%20ve%C3%ADculo%20a%20pessoa%20nas%20condi%C3%A7%C3%B5es%20previstas%20no%20artigo%20anterior%3A
 
 
 
 34 
Estas infrações ressaltam a responsabilidade do proprietário de veículo em 
verificar o atendimento das exigências legais para que seu veículo seja conduzido 
na via pública por outra pessoa. É obrigação do proprietário se certificar, previamente, 
se o condutor é possui CNH e se está na validade, se a categoria da habilitação 
corresponde ao veículo que será dirigido, se precisa usar lentes corretivas ou óculos, 
dentre outras obrigações. Não pode ser usada como justificativa para a situação 
flagrada na fiscalização a desculpa: “Eu não sabia que ele não era habilitado para 
dirigir”, pois é dever do proprietário se certificar. 
Para a fiscalização destas duas infrações é necessário, primeiramente, 
identificar em qual das situações previstas no art. 162 o condutor do veículo fiscalizado 
cometeu: 
-Sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou 
Autorização para Conduzir Ciclomotor (art. 162, I); 
-Com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Autorização 
para Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspensão do direito de dirigir (art. 162, 
II); 
-Com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de categoria 
diferente da do veículo que esteja conduzindo (art. 162, III); 
-Com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de trinta 
dias (art. 162, V); 
-Sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de audição, de 
prótese física ou as adaptações do veículo impostas por ocasião da concessão ou 
da renovação da licença para conduzir (art. 162, VI). 
A autuação da infração do art. 163 – bem como do art. 164 – deve ser 
realizada após a autuação do condutor do veículo na disposição específica do art. 
162 que foi infringida, inclusive, quando o proprietário é autuado, deve constar a 
anotação da autuação do condutor do veículo, conforme consta nas fichas do Manual 
Brasileiro de Fiscalização – Volume II (Resolução nº 561/2015-CONTRAN). Nesta 
situação, há duas condutas que devem ser autuadas: uma relativa ao condutor do 
veículo e outra ao proprietário legal. 
E se o proprietário legal (conhecedor das consequências do seu ato) não 
comparecer ao local da fiscalização? Daí você deve autuar o condutor e reter o veículo 
até a apresentação de condutor habilitado. É importante que você esteja atento à 
identificação deste condutor habilitado, pois pode acontecer do proprietário do veículo 
 
 
 
 35 
comparecer para retirar o veículo sem se identificar, e, se isso acontecer, o proprietário 
pode ser autuado na disposição do art. 164 infringida. 
Você também precisar observar se existem outras pessoas dentro do veículo, 
pois entre essas pessoas pode ser que uma delas seja o proprietário (conhecedor das 
consequências do seu ato) que se nega a dizer que é o dono para não ser punido. 
Pode acontecer também da pessoa se apresentar como sendo o proprietário, 
mas seu nome não constar no certificado de licenciamento anual do veículo. Nesse 
caso, você faz a autuação do condutor, mas pode ocorrer de ser invalidada a autuação 
do proprietário por incompatibilidade de identificação entre condutor e proprietário, em 
grau de defesa prévia ou de recurso. 
Também pode acontecer de o proprietário do veículo ser o próprio condutor 
sem habilitação (bem como nas outras situações previstas no art. 162). Neste caso, 
será autuado o condutor na disposição do art. 162, I (ou em outra disposição deste 
artigo). 
 
Artigo 165 – embriaguez ao volante 
Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que 
determine dependência é uma das infrações de trânsito que as consequências geram 
danos severos ao condutor e a sociedade geral. * 
A confirmação da alteração da capacidade psicomotora por causa do uso 
de álcool, para efeito de comprovação instantânea (no momento da fiscalização), 
acontece por meio de um dos seguintes procedimentos que serão realizados no 
condutor de veículo automotor (conforme art. 3º, III e IV da Resolução nº 432/2013-
CONTRAN): 
- Teste em aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar 
(etilômetro ou bafômetro); 
- Verificação dos sinais que indiquem a alteração da capacidade psicomotora 
do condutor (em formulário impresso ou digital) que acompanhará o auto de infração 
(AI). 
Se não tiver como realizar algum dos procedimentos acima, também poderão 
ser utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo ou qualquer outro meio que 
comprove, mas nos procedimentos de fiscalização deve ser priorizada a utilização do 
teste com etilômetro. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=%C2%A0%20Art.%20163.%20Entregar%20a%20dire%C3%A7%C3%A3o%20do%20ve%C3%ADculo%20a%20pessoa%20nas%20condi%C3%A7%C3%B5es%20previstas%20no%20artigo%20anterior%3A
https://www.direitohd.com/res4322013
https://www.direitohd.com/res4322013
 
 
 
 36 
Se for utilizado o bafômetro para a comprovação da infração, a autuação 
deve ser feita quando as medidas forem igual ou superior a 0,05 mg/L (miligrama 
de álcool por litro de sangue). Em todas as medições é descontado o erro máximo 
admissível, para efeito de medição considerada para a fiscalização (previsto no Anexo 
I da citada resolução - Tabela de Valores Referenciais para Etilômetro), que pode 
variar de 0,04 mg/L até 0,16 mg/L. Assim, se a medição realizada pelo etilômetro for 
igual ou inferior a 0,04 mg/L, não será considerada infração de trânsito, mas se a 
medição for igual ou superior a 0,34 mg/L, além da infração de trânsito, haverá 
também a comprovação do crime do art. 306 do CTB. Você verá mais informações 
na Aula 4 – Conexão com crimes de trânsito, neste módulo. 
Caso o condutor se recuse a fazer o teste do bafômetro ele estará sujeito, além 
da autuação no art.165 (com suporte nos sinais que indiquem a alteração da 
capacidade psicomotora do condutor, consignados em formulário específico), ao 
enquadramento na disposição do art. 165-A do CTB, que prevê: “recusar-se a ser 
submetidos a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita certificar 
influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 
277”. 
Orientações médicas para fiscalização sem etilômetro de condutores 
alcoolizados – 2007 
Disponível em: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-
denatran/filmes-denatran 
Nota: embora as referências legais, no filme, tratem da Resolução nº 206/2006 
(revogada pela Resolução nº 432/2013, em vigor), as orientações expressas 
continuam atuais, sem conflitos com a legislação em vigor. 
 
Art. 166 – confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa sem condições de 
dirigi-lo com segurança 
Assim como ocorre nas infrações dos artigos 163 e 164, este artigo se refere à 
outra infração de trânsitoque também não é cometida pelo condutor, mas pelo 
proprietário do veículo automotor fiscalizado (conforme nome constante no documento 
de licenciamento anual). O diferencial aqui é que ela está relacionada a atitude do 
proprietário tanto de confiar a direção (ausente no momento da abordagem), como a 
de entregar a direção (presente no veículo) a pessoa que, mesmo habilitada, por seu 
estado físico ou psíquico, não estiver em condições de dirigi-lo com segurança. 
 
https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-denatran/filmes-denatran
https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transito/conteudo-denatran/filmes-denatran
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=%C2%A0%20Art.%20163.%20Entregar%20a%20dire%C3%A7%C3%A3o%20do%20ve%C3%ADculo%20a%20pessoa%20nas%20condi%C3%A7%C3%B5es%20previstas%20no%20artigo%20anterior%3A
 
 
 
 37 
A autuação da infração do art. 166 deve ser realizada após a autuação do 
condutor do veículo na disposição de um destes artigos de infração: 
- Art. 165 – dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância 
psicoativa que determine dependência; 
- Art. 169 – dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à 
segurança; 
- Art. 252, III – dirigir o veículo com incapacidade física ou mental temporária 
que comprometa a segurança do trânsito. Exemplo: condutor com braço ou perna 
imobilizados por conta de fraturas, condutor emocionalmente perturbado ou sob efeito 
de medicamentos que comprometam a direção do veículo. 
Quando o proprietário é autuado, deve ser constar a anotação da autuação do 
condutor do veículo, conforme consta na ficha do Manual Brasileiro de Fiscalização 
– Volume II (Resolução nº 561/2015-CONTRAN). Nesse caso, serão autuadas duas 
condutas: uma relativa ao condutor do veículo e outra ao proprietário legal. 
As mesmas observações relativas à identificação do proprietário de veículo, 
consignadas no estudo da infração dos artigos 163 e 164, estudadas anteriormente, 
são válidas para essa situação. 
 
Art. 168 – transporte de crianças como passageiras 
Estabelece o art.168 do CTB: “Transportar crianças em veículo automotor sem 
observância das normas de segurança especiais estabelecidas neste Código; Infração 
- gravíssima; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo até que 
a irregularidade seja sanada”. 
Para que você entenda sobre as normas de segurança relativas ao assunto é 
necessário compreender a disposição do art. 64 do CTB: “As crianças com idade 
inferior a 10 (dez) anos que não tenham atingido 1,45 m (um metro e quarenta e cinco 
centímetros) de altura devem ser transportadas nos bancos traseiros, em dispositivo 
de retenção adequado para cada idade, peso e altura, salvo exceções relacionadas a 
tipos específicos de veículos regulamentados pelo Contran”. 
Para que isso seja cumprido, o CONTRAN, por meio da Resolução nº 819, de 
17 de março de 2021 disciplinou a matéria. Analisando o seu conteúdo podem ser 
observadas as seguintes orientações: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=Art.%20165.%C2%A0%20Dirigir%20sob%20a%20influ%C3%AAncia%20de%20%C3%A1lcool%20ou%20de%20qualquer%20outra%20subst%C3%A2ncia%20psicoativa%20que%20determine%20depend%C3%AAncia%3A%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%20(Reda%C3%A7%C3%A3o%20dada%20pela%2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=%C2%A0%20Art.%20169.%20Dirigir%20sem%20aten%C3%A7%C3%A3o%20ou%20sem%20os%20cuidados%20indispens%C3%A1veis%20%C3%A0%20seguran%C3%A7a%3A
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=%C2%A0%C2%A0%C2%A0%20Art.%20252.%20Dirigir%20o%20ve%C3%ADculo%3A
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-contran-n-819-de-17-de-marco-de-2021-310089618
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-contran-n-819-de-17-de-marco-de-2021-310089618
 
 
 
 38 
- Crianças com até 1 ano de idade ou com peso até 13 kg devem ser 
transportadas no banco traseiro no dispositivo de retenção “bebê conforto”; 
- Crianças com idade superior a 1 ano até 4 anos ou com peso entre 9 e 18 
kg devem ser transportadas no banco traseiro no dispositivo de retenção 
“cadeirinha”; 
- Crianças com idade superior a 4 anos até 7,5 anos ou com até 1,44 m de 
altura e peso entre 15 e 36 kg devem ser transportadas no banco traseiro no 
dispositivo “assento de elevação”; 
- Crianças com idade superior a 7,5 anos até 10 anos serão transportadas no 
banco traseiro utilizando o cinto de segurança do veículo; 
- As crianças com idade superior a 10 anos ou que tenham atingido 1,45 m 
podem ser transportadas no banco dianteiro utilizando o cinto de segurança do 
veículo; 
- Ainda podem ser transportadas no banco dianteiro as crianças menores de 
10 anos: (a) quando o veículo for composto exclusivamente de banco dianteiro; (b) 
quando a quantidade de crianças com menos de 10 anos exceder a lotação do 
banco traseiro; (c) quando o veículo for composto originalmente (fabricado) de cintos 
de segurança subabdominais (dois pontos) nos bancos traseiros. 
As exigências relacionadas ao sistema de retenção, no transporte de crianças 
com até sete anos e meio de idade, não se aplicam aos veículos: 
- De transporte coletivo de passageiros; 
- De aluguel (alínea “d” do inciso III do art. 96 do CTB); 
- De transporte remunerado individual de passageiros; 
- De transporte de escolares; 
- Demais veículos com peso bruto total superior a 3,5 t (caminhões, ônibus e 
micro-ônibus). 
Em caso de autuação desta infração, deverá ser anotada no campo 
“observações” a ocasião em que foi comprovada a irregularidade. Por exemplo: 
“criança maior de quatro anos sendo transportada em cadeirinha”. Se possível, você 
deve identificar e anotar neste campo o nome da criança que estava sendo 
transportada irregularmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 39 
Art. 173 – disputar corrida 
 
O art. 173 do CTB disciplina: “Disputar corrida: Infração - gravíssima; 
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir [...]; Medida 
administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo”. 
Para que essa infração seja autuada, tem que haver, no mínimo, dois 
veículos, pois ninguém disputa consigo mesmo, sempre se precisa de outra pessoa. 
Essa disputa é uma conduta eventual, aleatória, circunstancial do momento em que 
um condutor é desafiado por outro, de maneira clara ou explícita. Se essa disputa 
ocorrer com prévio agendamento ou organização estará caracterizada a infração em 
outro artigo que será analisado em seguida. 
Se a autuação for feita abordando os participantes no momento da disputa, é 
preciso fazer referência no campo “observações” do AI do auto do outro veículo que 
foi autuado, para que não restem dúvidas do cometimento da infração de que havia 
mais de um veículo participando da disputa. 
Quando a autuação for feita sem abordagem, quando os participantes saem do 
lugar, é possível coletar dados de identificação de apenas um veículo envolvido. 
Assim, você deverá descrever isso no campo “observações” do AI, pelo menos, alguns 
dados do outro veículo envolvido, como, por exemplo, marca, modelo e cor. 
 
Art. 174 – competição na via pública sem permissão da autoridade 
Diferente da infração do artigo visto anteriormente, nesta ocorre um evento 
previamente organizado, sem a permissão da autoridade competente. É o que 
disciplina o art. 174 do CTB: “Promover, na via, competição, eventos organizados, 
exibição e demonstração de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como 
condutor, sem permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via”. 
Quando vai ser realizada a prática de competições esportivas ou treinos são 
necessárias as seguintes formalidades legais constantes do art. 67 do CTB: 
“As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, em via aberta 
à circulação, só poderão ser realizadas mediante prévia permissão daautoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de: 
I - autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de 
entidades estaduais a ela filiadas; 
II - caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via; 
III - contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros; 
IV - prévio recolhimento do valor correspondente aos custos operacionais em 
que o órgão ou entidade permissionária incorrerá”. 
 
 
 
 
 40 
É autuada nessa infração a pessoa que promove, organiza e dela participa sem 
que sejam realizadas as formalidades exigidas. Porém, por se tratar de uma infração 
de responsabilidade da pessoa física ou jurídica (sem relação com o veículo autuado), 
os promotores e organizadores do evento, o agente não recolhe o documento de 
habilitação e nem remove o veículo. 
 
Art. 178 – Veículo envolvido em acidente de trânsito sem vítima 
Esta infração de trânsito, na maioria das vezes, é cometida por incompreensão 
ou interpretação errada das regras. 
Prevê o art. 178 do CTB: “Deixar o condutor, envolvido em acidente 
sem vítima, de adotar providências para remover o veículo do local, quando 
necessária tal medida para assegurar a segurança e a fluidez do trânsito” 
(grifos nossos). 
 
A maioria das pessoas que ao conduzir o veículo se envolvem em acidente de 
trânsito acha que deve manter o carro na mesma posição até que a “perícia” seja feita 
e esse pensamento não procede. Só se deve manter o veículo naquela situação se 
houver acidente de trânsito com vítima (seja fatal ou não). Nesse caso é necessária a 
realização da perícia no local do crime para definição da responsabilidade do condutor 
pelo evento ocorrido (morte ou lesão corporal). Inclusive, caso o condutor envolvido 
neste evento retire o veículo do local do acidente, estará passível de ser autuado na 
infração do art. 176, III do CTB. 
Porém, quando é um acidente de trânsito sem vítima, não existem indícios 
de cometimento de crime e, por isso, não será realizada perícia no local. O que haverá 
é um ilícito civil, ou seja, uma ação culpável, que pode ter reparação ou indenização, 
que interessa somente aos envolvidos e não ao meio coletivo. Existem outras formas 
de garantir o exercício de seus direitos, como, por exemplo, fotos, filmagens, 
testemunhas, dentre outras. Desse modo, os condutores envolvidos são obrigados a 
fazer a retirada imediata dos veículos, quando estão perturbando ou 
atrapalhando a fluidez normal da via, o que pode ocasionar outros acidentes. 
Os condutores que não retirarem seus veículos do local em um acidente de 
trânsito sem vítima estarão correndo o risco de serem autuados na infração do 
art.1778 do CTB. Essa infração de trânsito só não irá ocorrer caso o acidente tenha 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=Art.%20176.%20Deixar%20o%20condutor%20envolvido%20em%20acidente%20com%20v%C3%ADtima%3A
 
 
 
 41 
acontecido em uma via de pouco movimento e os veículos parados não interfiram na 
movimentação normal do trânsito. Nessa situação os envolvidos no acidente devem 
sinalizar corretamente o local com dispositivos adequados (ligar o pisca alerta e 
colocar o triângulo de sinalização ou equipamento similar a uma distância mínima de 
30 metros da parte traseira do veículo, conforme Resolução nº 036/1998- CONTRAN), 
enquanto aguardam, por exemplo, o atendente da seguradora ou do órgão público 
responsável para registrar a ocorrência. 
 
Artigos 181 e 182 – estacionamento e parada 
Em relação a este artigo, é necessário que você aprenda a conceituar e a 
diferenciar o que é parada, estacionamento e operação de carga e descarga. Para 
isso, vamos ao CTB, Anexo I – Dos conceitos e definições: 
- Parada: imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estritamente 
necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros; 
- Estacionamento: imobilização de veículos por tempo superior ao 
necessário para embarque ou desembarque de passageiros; 
- Operação de carga e descarga - imobilização do veículo, pelo tempo 
estritamente necessário ao carregamento ou descarregamento de animais ou 
carga, na forma disciplinada pelo órgão ou entidade executivo de trânsito competente 
com circunscrição sobre a via. 
A diferença entre os dois primeiros conceitos, parada e estacionamento, não 
tem relação com o condutor estar ou não dentro do veículo, nem se o motor está ou 
não funcionando. Muitas pessoas, de modo incorreto, entendem que se o motorista 
estiver dentro do veículo com o motor ligado, ele está apenas parado. Na verdade, o 
que vai distinguir parada de estacionamento são a motivação e o tempo que ficou 
imóvel. 
Assim, a parada é quando o veículo fica imóvel na via para o embarque ou 
desembarque imediato de passageiros no tempo reservado para isso. Se esse 
tempo é usado para esperar o passageiro chegar, é estacionamento (sem importar 
se o condutor está na direção ou o motor está ligado). Tudo o que excede o tempo de 
parada, é configurado como estacionamento. 
No caso de um ônibus que estivesse imóvel na via para que, por exemplo, vinte 
passageiros embarquem, logo depois, após o último passageiro, saia do local, 
 
 
 
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configura-se que durante o tempo que ficou imóvel é considerado parada, pois o 
tempo foi utilizado unicamente para embarque. Se o motorista descesse do ônibus 
para ajudar alguém com necessidades especiais para embarcar, o veículo continuaria 
parado e não estacionado, pois logo após o último passageiro embarcar, ele saiu da 
via. 
Se o veículo fica parado na via e não é para embarque ou desembarque 
imediato de passageiros é considerado estacionamento irregular e é passível de ser 
autuado no art. 181 do CTB, em um dos vinte pontos que disciplinam situações 
específicas. 
 
Figura 14: Uso do Farol 
Fonte: José Cruz/Agência Brasil 
 
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2016-07/uso-do-farol-baixo-durante-o-dia-sera-
obrigatorio-em-rodovia-1582359320-1 
 
 
Se o veículo fica parado na via que é destinada para embarque e desembarque 
imediato de passageiros é considerado parada irregular e passível de ser autuado no 
art. 182 do CTB, em um dos onze incisos que disciplinam situações específicas. 
O art. 47 do CTB trata de: “Quando proibido o estacionamento na via, a parada 
deverá restringir-se ao tempo indispensável para embarque ou desembarque de 
passageiros, desde que não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a 
locomoção de pedestres”. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=Art.%20176.%20Deixar%20o%20condutor%20envolvido%20em%20acidente%20com%20v%C3%ADtima%3A
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2016-07/uso-do-farol-baixo-durante-o-dia-sera-obrigatorio-em-rodovia-1582359320-1
https://agenciabrasil.ebc.com.br/foto/2016-07/uso-do-farol-baixo-durante-o-dia-sera-obrigatorio-em-rodovia-1582359320-1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503compilado.htm#:~:text=%C2%A0%C2%A0%C2%A0%C2%A0%20Art.%20182.%20Parar%20o%20ve%C3%ADculo%3A
 
 
 
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Desta forma, quando na via tiver uma placa de sinalização vertical 
de “proibido estacionar”, o veículo pode fazer uma parada para embarcar 
ou desembarcar passageiros e não será uma infração de trânsito prevista 
no art. 181 do CTB. 
Essa mesma permissão não existe se for o caso de uma operação de carga e 
descarga, mesmo que seja, por exemplo, de duas caixas de produtos, pois conforme 
parágrafo único do art. 47 do CTB: “A operação de carga ou descarga será 
regulamentada pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é considerada 
estacionamento”, ou seja, onde é proibido o estacionamento de veículos é também 
proibido carga e descarga de produtos e animais, independentemente do tempo 
gasto na operação. 
Já quando tiver a placa de sinalização vertical e de “proibido parar 
e estacionar”, são proibidas as operações de estacionamento e de parada 
no trecho que a placa se encontra. Dessa forma,

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