Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
1 GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS SECRETARIA DE ESTADO DE JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA SUBSECRETARIA DE INTELIGÊNCIA E ATUAÇÃO INTEGRADA SUPERINTENDÊNCIA EDUCACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DIRETORIA PEDAGÓGICA CADERNO EDUCACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA GESTÃO DE PROJETOS E PROCESSOS 2 Governador do Estado de Minas Gerais Romeu Zema Neto Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública Rogério Greco Subsecretário de Inteligência e Atuação Integrada Christian Vianna de Azevedo Superintendente Educacional de Segurança Pública Roberta Corrêa Lima Ignácio da Silva Diretora Pedagógica Lilian Regina Gomes Guerra Lemos Conteúdo Daniel França Alves1 Fernanda Andresa Portilho de Magalhães Lopes2 Mayara Ferreira de Abreu3 Vanessa Rodrigues Rabelo4 Coordenação Pedagógica Vanessa Rodrigues Rabelo Fabiana Gomes Prais Belo Horizonte, MG 2022 1 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. 2 Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, graduada em Direito. 3 Doutora e mestra em Ciências Sociais, graduada em História. 4 Especialista em Administração Hospitalar e graduada em Processos Gerenciais. É profissional credenciada pelo Conselho Regional de Administração de Minas Gerais. É também graduada em Pedagogia pela Uninter. 3 4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 GESTÃO DE PROCESSOS ......................................................................................... 6 CONCEITO DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS .................................................... 6 INSTRUMENTO DE ANÁLISE E GESTÃO DE PROCESSOS ........................................ 7 ETAPAS DE GESTÃO DE PROCESSOS ....................................................................... 8 GRÁFICOS DE PROCESSAMENTO E ORGANIZAÇÃO .............................................. 9 GESTÃO DE PROJETOS .......................................................................................... 12 O MÉTODO SCRUM .............................................................................................. 32 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 38 5 INTRODUÇÃO Atualmente, as empresas e o setor público têm buscado, cada vez mais, trabalhar de forma mais assertiva e técnica, visando melhorar seus serviços e suas entregas para a população. Percebe-se que há uma busca pela excelência em todos os campos e, para alcançar esse patamar, é imprescindível o uso de métodos de gerenciamento de projetos e de processos. Pode parecer uma realidade muito distante quando ouvimos os termos ‘gerenciamento’, ‘projeto’, ‘escopo’, no entanto, quando analisamos estes termos, notamos que eles já fazem parte da nossa realidade. Muitas vezes, já utilizamos estes procedimentos, mas sem estabelecer relação com a gestão de projetos e processos. Neste sentido, este curso tem como objetivo fazer com que o gestor possa melhorar a sua rotina de trabalho através da adoção do gerenciamento de projetos e processos, mostrando a ele, por exemplo, como tornar as normas e procedimentos já adotados mais assertivos. Dessa forma, vamos apresentar os conceitos básicos e introdutórios desta área de conhecimento e as ferramentas de gerenciamento de processos e projetos, incentivando a adotá-las dentro da sua realidade de gestão. Em um primeiro momento nosso curso irá apresentar questões referentes à gestão de processos, neste sentido conceituaremos o que é processo e de que forma eles podem ser melhor geridos em nossos ambientes de trabalho. Em um segundo momento o foco do nosso curso será abordar a gestão de projetos, iremos discorrer acerca de aspectos relevantes que envolvem a gestão de projetos e apresentaremos ferramentas gerenciais úteis para a gestão destes. 6 GESTÃO DE PROCESSOS CONCEITO DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS Os processos são fundamentais para o funcionamento de uma organização. Para iniciarmos, você sabe o que é uma organização? Para Robbins et al (2011, p. 03) é “uma unidade social conscientemente coordenada, composta de duas ou mais pessoas, que funciona de maneira relativamente contínua para atingir um objetivo comum ou um conjunto de objetivos”. Neste sentido, a organização em que você está inserido é representada pela Secretaria de Estado à qual pertence a sua unidade de trabalho. Gerir processos é atividade intrínseca ao cotidiano de gestores em qualquer instituição. Oliveira apud Oliveira (2006, p. 01) define processos, em uma perspectiva organizacional, como “um conjunto de ações ordenadas e integradas para um fim produtivo específico, ao final do qual serão gerados produtos e ou serviços para um ou mais clientes em particular”. Tem-se, portanto, que processos são ações rotineiras e constantes, divergindo dos projetos, que possuem fases bem delimitadas, bem como com data de começo e término previamente definidos. Exemplos: Nas unidades prisionais, as ações ordenadas dizem respeito aos procedimentos padrões internos, seja para lidar com os presos, para o gerenciamento de pessoas, recursos financeiros entre outros, considerando a missão de promover a gestão eficiente do Sistema Prisional, garantindo a segurança nas unidades prisionais e a ressocialização dos presos. Nas unidades socioeducativas, ocorre a mesma ordenação de ações em procedimentos internos, diferindo, apenas, no objetivo a ser alcançado, qual seja promover o atendimento qualificado aos adolescentes do Sistema Socioeducativo, especialmente a partir dos eixos estratégicos definidos pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE. Desta forma, as ações que permeiam o cotidiano das unidades devem estar integradas para que a prestação de serviço (ressocialização/socioeducação) seja realizada com qualidade e alcance os objetivos propostos, adequando-se aos anseios sociais. 7 INSTRUMENTO DE ANÁLISE E GESTÃO DE PROCESSOS Os instrumentos de gestão de processos são ferramentas potentes para o aprimoramento da gestão. Um desses instrumentos é o Ciclo PDCA, que é comumente utilizado para o monitoramento da execução de processos nas organizações. De acordo com Camargo (2011, p. 102), cada uma das letras da sigla pode ser entendida, a partir de uma adaptação da língua inglesa, como: •P - PLAN - Planejar •D - DO - Executar •C - CHECK - Verificar •A - ACT- Corrigir Na primeira etapa (P – Plan – Planejar), a pessoa que ocupa um cargo de direção deverá definir objetivos para a organização que serão divididos em tarefas com prazos, responsáveis e o passo a passo para a execução. O planejamento também pode ocorrer de forma diária. Na segunda etapa (D – Do – Executar), o gestor acompanha a execução, pelo responsável, da atividade planejada anteriormente. A terceira etapa (C - Check – Verificar) é o momento de analisar o que foi feito e o que pode ser melhorado no processo. A verificação pode ocorrer em um período de tempo pré-determinado. Na última e quarta etapa (A – Act – Corrigir), ocorrem ações para sanar os déficits observados no passo anterior (C – Check – Verificar) através de realização de novo planejamento para concretizar as mudanças necessárias, iniciando, assim, um novo ciclo. Figura 1 – Ciclo PDCA 8 Fonte: Venki5 (2015) Assista ao vídeo a seguir e observe quais processos, podem ser aprimorados a partir do Ciclo PDCA: https://www.youtube.com/watch?v=lja0BkQfL6E ETAPAS DE GESTÃO DE PROCESSOS Para uma gestão de processos eficientes, além das estratégias já vistas com a utilização do Ciclo PDCA, podemos seguir certas etapas. Dentre elas, podemos citar: Iniciar processos: É o primeiro passo para a execução de uma ação. Como forma de exemplo, podemos citar a realização da Avaliação de Desempenho dos servidores. A partir do momento em que o Plano de Gestão do Desempenho Individual - PGDI é realizado, em conformidade com a legislação vigente, inicia-se o ciclo do processo de avaliação, em que são acompanhadas a execução das metas pactuadas e os resultados alcançados. Registrar dados: É o momento em que os dados, oriundos de uma ação, são “guardados”. Se observarmos o exemplo citado anteriormente, o registro de dados no Sistema de Avaliação de Desempenho (SISAD) é o momento em que “guardamos” os dados pertinentes ao início do processo. 5 https://www.venki.com.br/blog/ciclo-pdca-conceito/ https://www.youtube.com/watch?v=lja0BkQfL6E 9 Encaminhar procedimentos: Esta etapa não é obrigatória na execução de processos. Em certos processos, porém, é um passo fundamental. Controlar status: Esta etapa diz respeito ao acompanhamento das tarefas do processo que está sendo realizado. É preciso verificar a lista que foi criada com as atividades a serem analisadas em um processo. Cobrar andamentos: Caso alguma ação não seja realizada conforme planejamento, deve-se informar ao responsável por ela para ter atenção aos prazos. Finalizar processo: Quando um processo é finalizado, seja ele diário ou com outra medida de tempo, é o momento de elencar quais os aspectos podem ser aprimorados. GRÁFICOS DE PROCESSAMENTO E ORGANIZAÇÃO Algumas formas gráficas são facilitadoras da gestão de processos. Vejamos algumas a seguir: Organograma: é a forma de demonstrar as camadas hierárquicas em uma organização. No modelo de organograma adotado pelo governo de Minas Gerais, quanto mais acima está uma camada, maior é o poder decisório na organização. Setores que estão no mesmo nível não são subordinados uns dos outros e possuem os mesmos poderes decisórios em áreas distintas. Figura 2 – Exemplo de organograma Fonte: Rafael Ávila - Blog Luz (2015)6 No exemplo acima, observamos que o presidente é o dirigente máximo da organização analisada. A assistente do presidente possui nível hierárquico 6 https://blog.luz.vc/o-que-e/modelos-de-organogramas/ 10 acima das vice-presidências, porém não é uma autoridade em relação à estas de forma direta. Fluxograma: esta é uma maneira gráfica de demonstrar processos. Vejamos o exemplo a seguir: Figura 3 – Exemplo de fluxograma Fonte: SML Blog7 O retângulo, em geral, representa ações a serem realizadas. Os losangos sinalizam o momento de tomada de decisão. Observe, a seguir, um exemplo prático de uma unidade prisional: Figura 4 – Fluxograma do atendimento em enfermagem/enfermeiro/médico 7 https://blog.smlbrasil.com.br/5-passos-para-criacao-de-um-fluxograma/ 11 Fonte: Regulamento e normas de procedimentos do Sistema Prisional de Minas Gerais – RENP (2016, p. 346) Percebemos, a partir da análise do fluxograma anterior, que as tomadas de decisões, como a verificação da necessidade de atendimento externo, são representadas por losangos. As ações a serem seguidas, como “lançar o atendimento no Sistema INFOPEN”, são descritas em retângulos. No vídeo abaixo, conheceremos um pouco mais sobre a construção de fluxogramas. Assista e perceba quais conceitos você pode colocar na prática da construção de fluxogramas pertinentes ao seu cotidiano profissional. https://www.youtube.com/watch?v=KOUSadHbIhU 12 Cronograma: esta representação gráfica auxilia no controle de prazos para a execução de ações. Com este instrumento, é possível averiguar quais ações estão em atraso e quais os responsáveis por elas. Observe o exemplo a seguir: Quadro 1 – Exemplo de cronograma Atividade Prazo Responsável Pactuar o Plano de Gestão do Desempenho Individual (PGDI) Fevereiro até março Chefia imediata Realizar o lançamento do PGDI no SISAD Março Servidor administrativo da unidade 1º acompanhamento do PGDI Junho até agosto Chefia imediata Realizar o lançamento do 1º acompanhamento no SISAD Agosto Servidor administrativo da unidade 2º acompanhamento do PGDI Setembro até novembro Chefia Imediata Realizar o lançamento do 2º acompanhamento no SISAD Novembro Servidor administrativo da unidade Realizar a avaliação de desempenho Novembro até dezembro Chefia imediata e comissão de avaliação de desempenho Fonte: ELABORADO PELOS AUTORES (2019) Observação: lembre-se que o cronograma acima é ilustrativo e não representa, necessariamente, os critérios e prazos do processo de avaliação de desempenho. O cronograma pode ser elaborado para diversos processos. GESTÃO DE PROJETOS Na primeira etapa do nosso curso, analisamos o que é um processo, nesta etapa iremos analisar o que é um projeto, suas principais características e métodos de gestão e acompanhamento deles. Para iniciarmos o conteúdo referente a projetos é importante estabelecer a diferença entre projetos e processos: 13 Projetos Processos Acontece em um período determinado de tempo para gerar um produto, para gerar um resultado único em um período de tempo único. São permanentes – correspondem à forma pela qual a organização funciona, agrega valor a seus clientes e cumpre sua finalidade como organização, rotineiramente. É repetitivo e padronizado em passos, gerando o mesmo produto várias vezes. São conduzidos com fim específico, têm início e fim determinados. São executados para produzir ruptura com o “status quo”. São pontuais e buscam, em última análise, melhorar os processos de rotina. É uma “sequência coordenada de atividades, com o objetivo de produzir um dado resultado”. O processo é repetitivo e gera o mesmo produto várias vezes. Observações: -A gestão de projetos deve considerar a garantia da internalização e perenização dos resultados de um projeto; - Um projeto deve gerar melhorias da rotina, que perpetua os ganhos do projeto; - O projeto deve estar conectado aos processos da organização. Fonte: Elaborado pelos autores com base em SIERVE, 2014, s/p. Conceito de Projeto O que é um projeto? Segundo o Guia PMBOK (2004) trata-se de um esforço temporário para obter um resultado específico. É um conjunto de atividades ou medidas com um objetivo claro e definido que devem ser executadas com prazo delimitado, possui início, meio e fim. Uma definição clara de projeto é a seguinte, ‘Trabalho ou empreendimento planejado, com começo e término previamente definidos, visando à solução de problemas específicos, ao aproveitamento de oportunidade ou à oferta de produtos ou serviços singulares (BRASIL, 2006, p. 16) ’. 14 Na perspectiva de Turner e Muller (2002, apud ENAP, 2014) o projeto é um empreendimento único, no qual são empregados, de forma organizada, recursos financeiros, materiais e humanos, a partir de especificações claras, objetivas e definidas para alcance de um propósito, seja atingir uma mudança, criar um produto ou obter um resultado específico dentro de uma organização. São exemplos de projetos: desenvolvimento de novos produtos e ideias, construção de instalação e equipamentos unitários e realização de eventos e tarefas (MAXIMIANO, 2000). Características do Projeto Para compreender melhor o que é um projeto, cabe examinarmos quais são as suas características. Segundo a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), um projeto é um empreendimento não repetitivo, que apresenta uma sequência lógica, possui objetivos claros e definidos, são conduzidos por pessoas e tem parâmetros definidos. Fonte: ENAP, 2014, p8 Gerenciamento de Projetos Para que os projetos tenham bom andamento e atinjam seu objetivo é necessário que ele seja acompanhado/ gerenciado por alguém ou por uma equipe. Para Maximiano (2000), a administração ou o gerenciamento de projetos compreende os princípios e técnicas utilizados para administrar as atividades caracterizadas como projetos. ‘O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender seus requisitos (PMI, 2004, p. 8). ’ 15 Segundo a ENAP (2014), ‘O gerenciamento de projetos envolve a implementação de ações que visam planejar, executar e controlar diversas atividades para alcançar os objetivos especificados (ENAP, 2014, p.11) ’. A administração de projetos é uma tarefa multidisciplinar. Na perspectiva do autor supracitado, o que se nota é que o gerente de projetos trabalha para integrar uma gama de funções para realizar atividades temporárias. Considera-se o gerenciamento de qualidade aquele que é feito com atenção às etapas, respeitando o orçamento e que atenda às expectativas e objetivos do usuário. Cabe ao gerente do projeto ter manejo para conduzir a equipe rumo ao cumprimento do objetivo, que é a entrega do produto. Segundo a Enap (2014) ele deve possuir como competências: Liderança para conduzir a equipe; Capacidade de comunicação para transmitir à equipe todos os objetivos, características e especificidades do projeto; Habilidade de negociação e influência, uma vez que irá lidar com diferentes perfis de pessoas e encontrará entraves que precisarão ser negociados com sua equipe e com quem encomendou o projeto; Aptidão para planejamento, organização e controle, pois será responsável por acompanhar todas as etapas do projeto e verificar seu bom andamento e solucionar possíveis entraves no planejamento; Visão e conhecimento da organização ou setor demandante para formular o projeto de acordo com suas as características e perfil; Capacidade de resolução de conflitos para lidar com os diferentes atores e interesses envolvidos. Segundo Maximiano (1997;2000), o gestor é o responsável pelo gerenciamento do projeto; pelo alcance das metas, obedecendo padrões de qualidade, custo e prazo; por fazer com que os grupos díspares do projeto se movam em harmonia. Segundo o autor ele deve desempenhar os seguintes papéis: Planejador: identifica a necessidade do cliente e define objetivos claros, estudando o contexto do projeto; traça estratégias eficazes; estima procedimentos e recursos; coordena e participa da elaboração da proposta de cronogramas, metas e recursos; assegura que todos os envolvidos conheçam as regras, objetivos, metas e procedimentos do projeto, promovendo também a participação de atores relevantes na definição destes quesitos. 16 Organizador: monta a estrutura de fases do projeto, o que consiste na previsão e mobilização de recursos e meios para sua execução; coordena a adequada aplicação de recurso no momento oportuno e no volume adequado. Administrador de pessoas: gerencia habilidades e desempenho dos membros da equipe; identifica e fornece feedback para ajustar comportamentos, atitudes, relacionamentos, humores, conflitos, reivindicações e nível de motivação das pessoas. Administrador de interfaces: articula a equipe do projeto internamente e em relação às demais áreas da organização; assegura que todos os envolvidos conheçam os objetivos, metas, recursos, obstáculos e dificuldades do projeto, bem como as necessidades do cliente e/ou especificações do produto final. Administrador de tecnologia: deve conhecer a linguagem técnica básica do projeto, as capacidades dos especialistas envolvidos e a relação entre o resultado final e as tecnologias e meios para alcançá-lo; deve estar ciente das atualizações na área técnica na qual se insere o projeto a fim de assegurar a capacitação da equipe Implementador: faz o projeto acontecer; executa e corrige os planos; cuida do suprimento de recursos; fornece informações; avalia o desempenho; cobra providências; assegura a disponibilização dos recursos; identifica desvios e atrasos, corrigindo-os prontamente; realiza uma série de atividades administrativas operacionais. Formulador de métodos: é responsável pela formulação de metodologias, procedimentos, estruturas, sistemas e outros aspectos relevantes ao seu autodesenvolvimento como gerente de projetos; passa por reflexões sobre a função, estudos; participa de eventos e troca de experiências. Nota-se que o perfil requerido para um bom gestor é especifico e, por isso, é necessário que essas características sejam observadas ao escolher o gestor de um projeto. Assim como o gerente deve ter um perfil especifico, na escolha da equipe deve-se observar também se o perfil dos integrantes é compatível com o projeto. Existem vários manuais, guias e métodos que visam facilitar o gerenciamento de projetos. Dentre estes guias, o PMBOK é um dos mais relevantes e práticos, sendo amplamente adotado, periodicamente revisto e republicado. É um guia fornece uma padronização que identifica e conceitua processos de planejamento, áreas de conhecimento, técnicas e ferramentas. O Guia PMBOK é elaborado pelo PMI (Project Management Institute) - Instituto de Gerenciamento de Projetos, uma organização estruturada em uma rede mundial de profissionais que atuam na área de gerenciamento de projetos, que visa consolidar e disseminar os conhecimentos desta área através de cursos de capacitação, palestras e treinamentos (PMI, 2019). Ainda iremos abordar, neste curso, o PMBOK de forma mais detalhada. 17 Etapa de Planejamento do Projeto ‘O processo de planejar envolve, portanto, um ‘modo de pensar’; e um salutar modo de pensar envolve indagações; e indagações envolvem questionamentos sobre o que será feito, como, quando, quanto, para quem, por que, por quem e onde será feito.” (OLIVEIRA, 1987, pg 21- grifo nosso).’ Para que o planejamento seja bem executado é necessário que seja construido um Plano de Projeto. Para Maximiano (2000), o plano é o resultado de um processo de planejamento. Após discutir de forma detalhada qual a demanda e os resultados esperados para o projeto, constroe-se o Plano do Projeto com as fases, entregas e objetivos para o seu desenvolvimento. Para que um planejamento seja bem construido ele deve integrar e ouvir os atores interessados, que são denominados stakeholdres. É importante discutir o projeto com a equipe, apresentando a ela o objetivo do projeto e debatendo todos os seus itens e sua estrutura, bem como o cronograma de execução de cada tarefa. É também importante que no planejamento esteja claro quem é o responsável por cada etapa ou tarefa do projeto. O Plano do Projeto é o documento que vai nortear o controle e a execução do projeto. Ele deve deixar claro todas as etapas que a equipe deve executar, explicitando momentos de revisão e monitoramento, que poderão levar a novos planejamentos, caso seja necessário. No Plano de Projeto também devem constar as diretrizes do projeto e as ferramentas a serem adotadas para o seu gerenciamento. Destaca-se que o plano deve estar em consonância com o objetivo do projeto. Ciclo de Vida de um Projeto ‘A organização ou os gerentes de projetos podem dividir projetos em fases para oferecer melhor controle gerencial com ligações adequadas com as operações em andamento da organização executora. Coletivamente, essas fases são conhecidas como o ciclo de vida do projeto. (PMBOK , 2004, pg 19).’ Cada projeto tem um ciclo de vida, que é uma sequência de fases ou etapas que vão do início ao fim do projeto. Não há um modelo único de ciclo de vida, uma vez que cada projeto possui um objetivo. O ciclo de vida de um projeto é definido de acordo com o objetivo do projeto, que pode ter poucas ou muitas fases (ENAP, 2014). 18 A divisão do projeto em etapas, ou fases, é necessária para a realização do gerenciamento de forma efetiva do início ao fim. Ao estrutura-lo em fases é possível dividi-lo em partes que facilitam o gerenciamento, o planejamento e o controle (ENAP, 2014). Fonte: Enap,2014, p.16 Segundo a ENAP (2014) o ciclo de vida de um projeto possui as seguintes características: As fases são sequenciadas e delimitadas por algum tipo de entrega (marcos ou metas intermediárias); O esforço e o emprego de recursos são baixos nas etapas iniciais, aumenta nas intermediárias e decresce à medida em que o projeto se aproxima do fim; A incerteza diminui ao longo das etapas; A capacidade das partes interessadas de influírem nas características do produto final diminui ao longo das etapas. Os ciclos de vida do projeto definem, para cada etapa: O tipo de trabalho a ser desenvolvido; A entrega a ser gerada ao final; Os atores envolvidos; Os processos gerenciais empregados; Os critérios de aprovação e controle. 19 Áreas de Conhecimento de Gerenciamento de Projetos O PMBOK, guia citado anteriormente que é um guia para gerentes de projetos, define 10 Áreas de Conhecimento de Gerenciamento de Projetos (ENAP, 2014): Gerenciamento de Integração Gerenciamento do Escopo Gerenciamento do Tempo Gerenciamento de Custos Gerenciamento da Qualidade Gerenciamento de Recursos Humanos Gerenciamento de Comunicações Gerenciamento de Riscos Gerenciamento de Aquisições Gerenciamento de Partes Interessadas Enap, 2014, p12 Segue abaixo uma breve explicação acerca de cada uma destas áreas de conhecimento baseadas no PMBOK (2004) e na ENAP (2014). Integração Garante que os elementos que compõe o projeto estejam articulados e integrados no desenvolvimento e na execução do plano de ação do projeto. Compõe esta área os processos e as atividades necessárias para identificar, 20 definir, combinar, unificar e coordenar as diversas atividades de gerenciamento de projetos. Escopo Delimita a abrangência de atuação do projeto, a fim de que ele seja composto apenas pelo trabalho necessário para que seja alcançado o objetivo proposto. Trata da definição e controle do que está e do que não está incluído no projeto. Tempo Garante o planejamento e execução do projeto em um prazo adequado. Consiste na definição, sequenciamento e estimativa das atividades, para desenvolver e controlar a agenda do projeto. Inclui os processos necessários para realizar o término do projeto no prazo. Custos Possibilita a execução dentro do orçamento aprovado, através de atividades de planejamento de recursos, estimativa de custos, orçamentação e controle de custos. Qualidade Busca assegurar que o projeto vai satisfazer as necessidades para as quais foi concebido, através do planejamento, garantia e controle de qualidade do produto e dos processos. Recursos Humanos Está relacionado com a organização e gerenciamento da equipe responsável pelo projeto. Visa otimizar o uso dos recursos humanos envolvidos no projeto. Vai desde o planejamento organizacional do projeto até a formação e desenvolvimento da equipe. Envolve as responsabilidades dos membros da equipe, de forma a fortalecer a qualidade do projeto e compromisso da equipe com o mesmo. Comunicações Garante a adequada geração, disseminação e armazenamento de informações do projeto. Consiste em planejamento da comunicação, distribuição da informação, emissão de relatórios de desempenho, documentação e formalização de encerramento de fases do projeto. Riscos Consiste em identificação e quantificação dos riscos. Os objetivos do gerenciamento de riscos do projeto são aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos e diminuir a probabilidade e o impacto dos eventos negativos ao projeto. Aquisições 21 Aquisição de bens e serviços fora da organização executora do projeto. Inclui o gerenciamento de qualquer contrato emitido por uma organização externa que está adquirindo o projeto da organização executora e a administração de obrigações contratuais estabelecidas para a equipe do projeto pelo contrato. Gerenciamento das partes interessadas Visa adotar estratégias para identificar, incluir e engajar as pessoas interessadas e ou impactadas no projeto nas decisões e execução dele. As dez áreas de conhecimento apontadas pelo PMBOK são de grande relevância para a gestão de projetos, no entanto tendo em vista o objetivo do nosso curso, selecionamos as que julgamos como mais relevantes para a aplicação no cotidiano da nossa instituição e iremos aprofundar um pouco mais na análise das mesmas, são elas o gerenciamento de escopo, de prazos, de riscos e de comunicação. Escopo Segundo o dicionário de significados, escopo é o que se pretende atingir, é a finalidade, o que foi estabelecido como meta final de um projeto. No gerenciamento de projetos escopo significa deixar claro o que é e o que não é o projeto. No escopo definem-se as atividades a serem realizadas, os objetivos a serem alcançados, as demandas e produtos a serem construídos, quem é o público alvo, e quais as premissas do projeto. É importante que façamos a distinção entre o escopo de projeto e escopo de produto. O termo escopo do produto refere-se as características e funções que servem para descrever um produto, serviço ou resultado. Já o escopo do projeto se refere ao trabalho realizado para a entrega de produtos, resultados ou serviços de acordo com as funções e características especificadas (PMI, 2017). O plano de gerenciamento do escopo do projeto é uma ferramenta de planejamento que visa descrever de forma clara como a equipe define o projeto. O gerenciamento do escopo do projeto inclui os processos necessários para assegurar que o projeto inclua todo o trabalho, e apenas o necessário, para que termine com sucesso. O gerenciamento do escopo do projeto está relacionado principalmente com definir e controlar o que está e o que não está incluído no projeto (PMI, 2017, p.129). Para gerenciar o escopo do projeto, segundo o PMOK (PMI,2017) são necessários os seguintes passos: Planejar o gerenciamento do escopo Coletar os requisitos Definir o escopo 22 Criar a Estrutura analítica de Projetos - EAP Validar o escopo Controlar o escopo A seguir descreveremos brevemente estes passos. Planejamento do gerenciamento do escopo: É necessário criar um documento que registra como o escopo será definido, validado e controlado. Ele é iniciado com a análise do termo de abertura do projeto, com as informações dos planos de gerenciamento e com as demais informações que forem julgadas relevantes (PMI, 2017). O termo de abertura do projeto inicia formalmente o projeto, é um documento que formalmente autoriza a existência de um projeto e empodera o gerente do projeto para planejar, executar, controlar o projeto e aplicar os recursos necessários para a sua execução. Ele deixa clara e formaliza a parceria ou contrato entre o executor do projeto e o solicitante. Este termo documenta as informações sobre o projeto e sobre o resultado esperado dele, segundo o PMBOK (PMI, 2017) ele deve conter basicamente os seguintes itens: Finalidade do projeto; Objetivos do projeto; Requisitos do projeto; Descrição do projeto, seus limites e entregas; Risco do projeto; Resumo do cronograma de marcos; Recursos financeiros pré-aprovados; Lista das partes interessadas; Requisitos para aprovação do projeto; Critérios de termino do projeto; Gerente do projeto designado, responsabilidade e nível de autoridade; Nome e autoridade do patrocinador ou outra (s) pessoa (s) que autoriza (m) o termo de abertura do projeto. Os planos de gerenciamento do escopo fazem parte do plano de gerenciamento do projeto. Ele descreve como o escopo do projeto será definido, monitorado, controlado e validado. Este plano de gerenciamento não vai ter um padrão especifico, ele pode ser altamente detalhado e registrado com todas as formalidades ou ser um plano informal. Os componentes de um plano de gerenciamento de escopo geralmente incluem: O processo de preparação da declaração do escopo do projeto; O processo que possibilita a criação da EAP- Estrutura Analítica do Projeto; 23 O processo que define como a linha de base do escopo será aprovado e mantido; e O processo que especifica como será obtida a aceitação formal das entregas do projeto concluídas. Coletar os requisitos: O processo de coletar os requisitos consiste em determinar, documentar e gerenciar as demandas e necessidades dos interessados no projeto para cumprir os seus objetivos. Este processo é relevante pois através dele é possível construir a base para a definição do escopo do produto e do projeto. A coleta dos requisito é realizada através de um processo dinâmico que engloba, análise de documentos e dados, elaboração e aplicação de questionário, pesquisas, grupos de discussão com as partes interessadas, e brainstorm8. Após a coleta dos requisitos é elaborado um documento de declaração de escopo, que contém o detalhamento do projeto e do produto e que contempla até onde o projeto pode ir, os serviços ou produtos que ele vai oferecer, os resultados esperados e critérios para a aceitação dele. A preparação detalhada da declaração do escopo do projeto baseia-se nas entregas principais, premissas e restrições que são documentadas durante a iniciação do projeto. Durante o planejamento do projeto, o escopo do projeto e definido e descrito com maior especificidade conforme mais informações a respeito do projeto são conhecidas. Os riscos, premissas e restrições existentes são analisados para verificar sua integridade, e acrescentados ou atualizados conforme necessário. O processo Definir o Escopo pode ser altamente interativo. Em projetos de ciclo de vida iterativo, será desenvolvida uma visão de alto nível para o projeto em geral, mas o escopo detalhado e determinado em uma interação de cada vez e o planejamento detalhado para a iteração seguinte e executado a medida que o trabalho no escopo do projeto e entregas atuais avança (PMI,2017, p 151). A declaração do escopo é a descrição do projeto, contém suas principais entregas, premissas, restrições e outros detalhes. Ela fornece o entendimento comum do projeto para as partes interessadas. Através deste documento é possível que a equipe do projeto realize um planejamento mais detalhado, ele orienta o trabalho e fornece um parâmetro para que as solicitações de mudanças e adaptações sejam avaliadas e incluídas ou não no trabalho. A especificação do escopo inclui: descrição do escopo; as entregas necessárias; critérios de aceitação e exclusões do projeto. Criar EAP-Estrutura Analítica de Projeto 8 Tempestade de ideias: técnica utilizada para gerar e coletar múltiplas percepções relacionadas aos requisitos do projeto e do produto. 24 Segundo a ENAP (2014), uma das ferramentas mais relevantes para acompanhar e gerenciar o escopo do projeto é a criação de uma Estrutura Analítica de Projetos- EAP, que é o processo de subdividir o trabalho e as entregas do projeto em partes menores e, portanto, mais fáceis de gerenciar. Segundo o PMBOK (2017) este processo fornece para a equipe do projeto uma visão estruturada do que se deve entregar. A EAP e uma decomposição hierárquica do escopo total do trabalho a ser executado pela equipe do projeto a fim de atingir os objetivos do projeto e criar as entregas requeridas. A EAP organiza e define o escopo total do projeto e representa o trabalho especificado na atual declaração do escopo do projeto aprovada (PMI,2017, p156). A ENAP (2014, p 8.) aponta os seguintes benefícios deste tipo de ferramenta: Organiza e define o escopo total do projeto; Por ser de fácil compreensão, pode ser utilizada como um instrumento de Comunicação; Subdivide o trabalho do projeto em partes menores e mais facilmente gerenciáveis; Auxilia a definição de recursos, a estimativa de tempo e a atribuição de responsabilidades; Provê a equipe de uma compreensão do projeto como um todo e do impacto do trabalho de cada um; Dá base para as estimativas de recursos, custo e tempo. Destaca-se que é fundamental que a EAP, assim como todos os outros documentos gerenciais do projeto, reflita a forma como o gerente e a equipe enxergam o mesmo. Segue abaixo um exemplo de decomposição em EAP de um projeto. 25 Fonte: PMI,2017, p.158 Validação do escopo A validação do escopo refere-se à aceitação dos resultados do trabalho pelo cliente, solicitante, patrocinador e demais partes interessadas ENAP, 2014, p 16). O processo de validação do escopo é a formalização e aceite das entregas a serem concluídas no projeto. Este processo tem como vantagem o fato de tornar o processo de aceitação do produto mais objetivo e assertivo, pois ele propõe a validação de cada entrega e com isso aumenta a probabilidade de aceitação do produto final do projeto. Este processo deve ser realizado sempre que necessário (PMI,2017). Controle do escopo O controle do escopo do projeto é o processo de monitorar o progresso da execução do escopo e gerenciar as mudanças realizadas nele. Este processo é também usado para gerenciar as mudanças e alterações que podem ocorrer no projeto. As mudanças e ajustes são inevitáveis, dessa forma é importante que o gerente do projeto tenha alguma forma de controle dessas alterações (PMI,2017). 26 O controle do escopo deve também determinar se os resultados obtidos no projeto estão de acordo com as necessidades do projeto. Outra questão que é analisada pelo controle é verificar se os resultados possuem padrões de qualidade relevantes e de acordo com o que foi solicitado (ENAP, 2014). Cronograma do Projeto Para que um bom projeto seja executado ele deve ter um cronograma claro e definido. O cronograma fornece um plano detalhado de todos os prazos para entrega tanto das etapas quanto dos produtos que foram definidos no escopo do projeto. O cronograma é também uma forma de mensurar o desempenho da equipe, pois informa quando a entrega deve ser feita e se houve algum atraso ou se a etapa ou o produto foi antecipada, revelando se a equipe se organiza de forma a alcançar os resultados esperados pelo gerente (PMI, 2017). Segue um modelo de cronograma. Fonte: Enap, 2014, p.9 Para que o cronograma tenha sucesso é importante que ele seja acompanhado de perto pelo gestor ou gerente do projeto. Segundo o PMBOK (PMI,2017), o gerenciamento do cronograma do projeto inclui os seguintes processos: Definir as Atividades que serão realizadas Sequenciar as Atividades Estimar as Durações das Atividades 27 Desenvolver o Cronograma Controlar o Cronograma Atividades- definição e tempo de execução Para que um cronograma seja bem desenvolvido é necessário que sejam identificadas as atividades a serem realizadas, estabelecer uma ordem para a realização e estimar o tempo de execução. Assim, definir as atividades é o processo de identificar e documentar as ações específicas que devem ser realizadas para que o objetivo do projeto seja alcançado. O principal objetivo deste processo é a divisão das partes do trabalho em atividades o que possibilita estimar, programar e executar os trabalhos do projeto. É importante que este processo seja realizado ao longo do projeto (PMI,2017). Sequenciar as atividades é estabelecer uma relação lógica entre elas, o que deve ser realizado primeiro e quais atividades devem vir depois. Dessa forma esta etapa visa identificar e estabelecer uma relação entre as atividades do projeto, através dela fica claro qual a sequência de atividades que devem ser seguidas para a conclusão do projeto em tempo hábil. Todas as atividades, exceto a primeira e a última estão ligadas de forma sequencial a outra atividade de forma lógica. Este processo é realizado através da criação de uma lista de atividades e posteriormente da transformação dessa lista em um diagrama (PMI,2017). É relevante que após identificadas as atividades e estabelecida a sequência entre elas se verifique o tempo que cada atividade irá gastar para ser realizada. É importante que essa verificação ocorra de forma clara e precisa. Segundo o PMI (2017), o processo de estimar a duração das atividades significa definir o número de períodos de trabalho que serão necessários para que as atividades do projeto sejam realizadas, através deste processo é possível verificar a quantidade de tempo que cada atividade irá levar para que sejam construídas. Para fazer esta estimativa é necessário utilizar as informações do escopo do projeto, tais como recursos, habilidades, prazo final da entrega do projeto (PMI,2017). Desenvolver o cronograma O processo de desenvolvimento do cronograma é realizado através da sistematização das informações e conhecimentos obtidos nas etapas anteriores. É apresentar de forma lógica e sequencial a sequência de atividades necessárias, as durações e os requisitos para cada uma delas e sistematizar essas informações através da criação de um cronograma para execução, acompanhamento e controle do projeto (PMI,2017). 28 Deve ser criado em conjunto com a equipe do projeto e a partir das informações das etapas anteriores, indicando o início, meio e fim de cada atividade. As datas do cronograma devem estar conectadas com as atividades a serem desenvolvidas. O cronograma pode ser construído por meio de softwares ou com o Excel, podendo ter vários formatos, entre eles o gráfico de barras, diagrama e o gráfico de marcos (PMI,2017). Segue um exemplo de um cronograma de marcos. Fonte: PMI, 2017, p.219 Acompanhar o cronograma É o processo de acompanhar o status do projeto, de forma a atualizar e gerenciar as mudanças de prazo necessárias para o bom andamento do projeto. Para a efetividade deste monitoramento, segundo o PMI (2017), é importante observar as seguintes questões: A situação atual do cronograma do projeto; Os fatores que criam mudanças no cronograma; A determinação se houve mudança no cronograma do projeto, e O gerenciamento das mudanças reais a medida que elas ocorrem. Riscos Todos os projetos apresentam algum tipo de risco, principalmente devido a sua especificidade. Cabe destacar que, como apresentamos no início do nosso curso, os projetos são empreendimentos únicos e complexos, que tem como 29 objetivo criar algo novo (PMI, 2017). Geralmente pensamos que o risco pode ser algo negativo em relação ao projeto, demonstrando fragilidade, no entanto, segundo o PMBOK (PMI, 2017), o risco, apesar de ser uma condição ou situação sobre a qual não se tem certeza, pode ter impacto negativo ou positivo sobre o projeto. Ele é uma percepção dos interessados sobre algum ponto do projeto. O risco pode ter uma ou várias causas, é importante que o gestor esteja atento e atue para minimizar os impactos caso eles gerem prejuízos ao projeto. Tanto o risco, quanto as medidas tomadas com relação a ele, devem ser abertas e transparentes (ENAP,2014). Apesar dos riscos estarem sempre presentes na execução de qualquer projeto, é importante que sejam gerenciados de forma controlada, equilibrando- os com as recompensas obtidas através do projeto. Neste sentido, o gerenciamento de riscos visa identificar e administrar os riscos. Quando não gerenciados, eles podem alterar a rota traçada para o projeto e impedir o sucesso do empreendimento (PMI, 2017). Segundo o PMI (2017), o gerenciamento dos riscos do projeto tem por objetivo aumentar a probabilidade e/ou o impacto dos riscos positivos e diminuir a probabilidade e/ou o impacto dos riscos negativos, a fim de otimizar as chances de sucesso do projeto. Para que se faça o gerenciamento de risco é relevante que haja um planejamento que identifique os riscos, analise a possibilidade de ocorrência deles ou não, responda e implemente as alternativas de solução e faça o monitoramento destes riscos. De acordo com o PMI (2017) o para que se gerencie e acompanhe os riscos, são necessários os seguintes passos: Identificar os Riscos Analisar os Riscos Planejar as Respostas aos Riscos Implementar Respostas a Riscos Para a ENAP (2014), os objetivos de se gerenciar os riscos estão relacionados a: determinar se os riscos foram identificados, suas respostas implementadas como planejado e se foram efetivas. Também é importante, segundo a publicação, verificar se os riscos e as respostas alteraram o projeto de alguma forma e se as premissas do projeto ainda são válidas. O gerente do projeto deve acompanhar o gerenciamento dos riscos e o status das respostas, dessa forma evita-se o fracasso do projeto. Comunicação A comunicação é um dos requisitos chave para uma boa gestão de projetos. A habilidade de se comunicar bem é a mais importante para ser um bom 30 gerente de projetos. Segundo a ENAP (2014), 90% do tempo do gerente será gasto com a comunicação. Destaca-se que a falta de comunicação e ruídos são as maiores causas de problema nos projetos, devendo ser realizada de forma clara e eficaz. A comunicação pode ser feita através de e-mails, reuniões formais, relatórios, informes, entre outras ferramentas, mas é importante que ela alcance todos os envolvidos no projeto. Neste sentido, é importante que sejam desenvolvidas ferramentas eficazes de comunicação e que estejam alinhadas com o projeto e com os envolvidos. A comunicação eficaz, segundo o PMBOK (PMI,2017), é baseada em esforços para evitar mal-entendidos e equívocos, dessa forma deve-se escolher bem a estratégia adotada para comunicar-se com a equipe de trabalho e com os envolvidos no projeto. Diante do exposto, o gerenciamento da comunicação é uma etapa fundamental do projeto. O processo de gerenciar as comunicações tem como objetivo garantir que as informações circulem entre as equipes e os interessados no projeto. Para que isso ocorra de forma eficaz é necessário desenvolver e implementar uma boa estratégia. O gerenciamento da comunicação deve ser planejado, implementado e monitorado de forma adequada (PMI,2017). Segundo o PMBOK (PMI,2017), comunicação é a troca de informações intencional, ou involuntária. Essa troca pode se dar através de ideias, instruções e emoções. As formas que as trocas de informações assumem podem ser as mais variadas: Em forma escrita: através de meios físicos ou eletrônicos. Falados: através de reuniões presenciais ou remotas. Formais ou informais: por exemplo, documentos formais ou em mídia social. Por meio de gestos: através de tom de voz e expressões faciais. Através de mídias: por meio de imagens, ações ou mesmo apenas a escolha de palavras. Escolha de palavras: Muitas vezes há mais de uma palavra para expressar uma ideia; pode haver diferenças sutis no significado de cada uma dessas palavras e expressões (PMI, 2017, p.360). Como já observamos anteriormente, os gerentes de projeto passam a maior parte do tempo se comunicando, ou com a equipe com projeto ou com as partes interessadas nele, criando uma ponte entre estes sujeitos. Através da comunicação eficaz, podem ser compartilhadas e minimizadas as diferenças culturais e organizacionais, também podem ser compartilhadas os diferentes níveis de perspectiva e interesse sobre o projeto. Segundo o PMBOK (PMI,2017) as atividades relacionadas a comunicação podem ter várias dimensões, incluindo: 31 Internas. Foco em partes interessadas dentro do projeto e dentro da organização. Externas. Foco em partes interessadas externas, como clientes, fornecedores, outros projetos, organizações, governo, o público e ativistas ambientais. Formais. Relatórios, reuniões formais (periódicas e ad hoc), pautas e atas de reuniões, síntese (briefings) para partes interessadas e apresentações. Informais. Atividades gerais de comunicação usando e-mails, mídias sociais, sites e discussões informais ad hoc. Foco hierárquico. A posição da parte interessada ou grupo com relação a equipe do projeto afetara o formato e o conteúdo da mensagem, das seguintes formas: o Upward. Partes interessadas da alta administração. o Downward. A equipe e outras pessoas que contribuirão para o trabalho do projeto. o Horizontal. Pares do gerente do projeto ou da equipe. Oficial. Relatórios anuais; relatórios para órgãos reguladores ou do governo. Não oficial. Comunicações com foco em estabelecer e manter o perfil e o reconhecimento do projeto e desenvolver relacionamentos sólidos entre a equipe do projeto e suas partes interessadas, usando meios flexíveis e muitas vezes informais. Escritas e orais. Verbais (palavras e inflexões de voz) e não verbais (linguagem corporal e ações), mídias sociais e websites, comunicados a imprensa (PMI, 2017, p.361). As comunicações são baseadas em esforços para evitar mal-entendidos, ruídos e equívocos. Para uma comunicação bem-feita deve-se observar a gramática e a ortografia. As frases devem ser bem construídas, serem objetivas, concisas e claras. Também deve ser observado um fluxo lógico e coerente da informação. Há vários métodos de comunicação, como por exemplo: a) interativa quando se dá entre duas ou mais partes e se dá em tempo real, como em reuniões, telefonemas, mensagens, videoconferências, etc; b) ativa, quando são encaminhadas ou distribuídas para destinatários específicos, podem ser e-mails, cartas, memorandos, comunicados a imprensa, entre outros; c) passiva, utilizado para grandes públicos, para conjuntos de informações grandes e complexos, que podem se dar através de sites de intranet, portais da Web, entre outros (PMI, 2017). Segue alguns exemplos de comunicação: Quadros de avisos Boletins informativos Memorandos 32 Ofícios Cartas Comunicados a imprensa Relatórios E-mails Telefonemas Mensagens instantâneas Portais da web Reuniões por Skype Reuniões presenciais Apresentações Reuniões de síntese para a equipe Grupos de discussão É importante que a comunicação seja bem planejada, executada e monitorada. O monitoramento da comunicação serve para verificar se as informações foram repassadas de forma correta e se as ferramentas escolhidas para a comunicação estão funcionando de forma eficaz. Caso tenha ocorrido algum ruído, cabe ao gerente verificar onde ele ocorreu e solucioná-lo. O Método SCRUM Histórico Vamos relembrar!? Projeto é empreendimento de esforço temporário para criar produto, serviço ou resultado específico, apresentando planejamento e marcos temporais de início, meio e fim bem definidos. O gerenciamento de projetos como foi apresentado anteriormente nesse módulo é classificado como Modelo Tradicional e também é conhecido como Modelo Cascata. Isso porque ele segue o processo de divisão em etapas, iniciando pelo requerimento/ demanda do interessado pelo projeto – seja interno ou externo à organização, seguido pelo planejamento, implementação e verificação dos resultados. Nesse sentido, uma fase só se inicia depois do término da fase anterior. Esse tipo de metodologia tem foco em planos detalhados, que são apresentados no início do projeto. Dessa forma, ocorre uma longa fase de planejamento, para definição de requisitos e especificações, que resultam em um plano com escopo, custo e cronograma para, em seguida, ocorrer as fases da execução. Mudanças são, geralmente, indesejadas. 33 Esse modelo já é utilizado há muito tempo na construção civil com resultados satisfatórios. Contudo, Jeff Sutherland – criador do método Scrum - percebeu que o desenvolvimento de determinados projetos utilizando o modelo cascata era moroso e, apesar de buscar prever todas as fases logo no início – como estregas e riscos, os resultados em determinados contextos eram insatisfatórios. No livro “A arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo”, Sutherland contextualiza seu processo de percepção da realidade dos projetos que já havia participado, unindo seus conhecimentos adquiridos no Exército e na Academia, como pesquisador de dados e PhD em Estatística. Ele relata a ocorrência de atrasos de meses ou até mesmo de anos, bem como descontrole dos custos em projetos que utilizavam o modelo cascata. Ele criou o Scrum, junto com Ken Schwaber, em 1993, para ser, o que considera, “uma forma mais rápida, eficaz e confiável de criar softwares para o setor de tecnologia. ” (Sutherland, 2014, p.6). Dessa forma, esse método ganhou força para a implementação de produtos e/ou serviços inovadores e disruptivos, num contexto dinâmico, em que o Modelo Cascata não apresentava bons resultados. Em 2001, ele e 16 outros líderes de desenvolvimento de software escreveram o que se tornou conhecido como “Manifesto Ágil”. Nele declararam os seguintes valores: pessoas em vez de processos; produtos que realmente funcionem em vez de documentação dizendo como o produto deveria funcionar; trabalhar com os clientes em vez de negociar com eles; e responder às mudanças em vez de seguir um plano (Sutherland, 2014, p.14). O termo ágil, segundo o dicionário, é o que se move com facilidade. Como visto, esse termo foi usado para identificar uma nova forma de gerenciamento de projetos. Contudo, ser ágil nesse modelo de gerenciamento de projetos não está diretamente relacionado com a rapidez ou velocidade. Ser ágil na estrutura do Scrum é eliminar o desperdício, diminuindo ao máximo o retrabalho com as tarefas/ ações. Para ser ágil é preciso ser assertivo, buscando a qualidade mais do que a velocidade. Importante planejar, observar e caminhar com segurança. Embora possamos perceber que o Scrum foi aplicado, inicialmente, para desenvolver produtos da área de tecnologia, ele pode ser usado em qualquer tipo de trabalho complexo. Atualmente, ele é usado para gerenciar além de projetos de desenvolvimento de software e hardware, também de publicidade e marketing, igrejas, organizações inteiras e equipes de trabalho setorial. Conceitos Segundo o Instituto de Educação por Experiência e Prática – IEEP, instituição especializada em liderança e cultura ágil, a origem do nome Scrum é uma jogada de Rugby. Nela, alguns jogadores têm a função de abrir caminho para 34 o jogador que corre com a bola, retirando os obstáculos que estão à sua frente, para que ele consiga avançar o máximo possível e marcar pontos para a equipe. Essa transposição do nome da jogada para o modelo de gerenciamento de projetos demonstra a importância do trabalho em equipe, bem como o foco em tornar o trabalho assertivo, conforme a realidade do projeto. O denominado Time Scrum, que é a equipe que desenvolve o projeto, consiste em um Product Owner – ou Dono do Produto, os Times de Desenvolvimento e um Scrum Master. Dono do Produto - Representa o “cliente” do projeto. A pessoa que ocupa essa função é a responsável por verificar a lista de funcionalidades desejadas do produto ou serviço a ser produzido. A partir dessa lista, ele define a ordem de prioridade de execução das tarefas nas reuniões de planejamento. Produto Backlog – É essa lista de funcionalidades que são esperadas como resultado no produto ou serviço ao final do projeto. A lista é descrita de forma macro, sem detalhamento de cada tarefa. Scrum Master – É a pessoa responsável pela aplicação da metodologia Scrum, possuindo conhecimento específico em sua execução. Dessa forma, garante que os impedimentos/ obstáculos sejam dirimidos para que o Time de Desenvolvimento execute as ações, bem como agrega melhores métodos de trabalho à equipe. O Scrum Master gerencia os processos, certificando de que os princípios, valores e eventos do método estão sendo aplicados corretamente. Time de Desenvolvimento – São as equipes responsáveis por executar as tarefas/ ações do Produto Backlog. É composta, em sua maioria de diferentes formações profissionais e apresenta alto grau de autonomia. O desenvolvimento da metodologia Scrum conta com os denominados Eventos, que constituem o passo a passo do método, que deve ser seguido e realizado, periodicamente, para que o produto/ serviço seja desenvolvido. Fazem parte dos eventos: o Sprint: Segundo o dicionário, significa a realização da maior velocidade possível por um atleta em uma corrida de pequena distância. No universo do gerenciamento de projetos pelo Scrum, significa a realização de uma tarefa do projeto, em um espaço de tempo pré-definido, que resulta em uma entrega intermediária, que já agrega valor para o ‘cliente’ – o demandante do projeto. Há uma Sprint para cada macro tarefa definida no Produto Backlog. o Sprint backlog e Planejamento da Sprint: Fase inicial da Sprint em que ocorre a priorização das macro tarefas da lista de funcionalidades esperadas, que foi delimitada pelo Dono do Produto no Produto Backlog. Nessa etapa, para haver a priorização, devem ser respondidas, pela equipe, as seguintes questões: qual tarefa agrega mais valor para o cliente e qual é a mais prioritária. A tarefa que responde essas questões deve ser considerada prioritária e, portanto, realizada primeiro. Após a priorização, ocorre o detalhamento dessa macro tarefa 35 em atividades menores, para serem executadas pelo Time Scrum. Devem ser respondidas as seguintes perguntas: O que será feito? Como será feito? o Reuniões diárias: Oriundas da metodologia de reuniões realizadas em pé, objetivam ser rápidas (máximo de 15 minutos) e a equipe deve responder 3 questões: O que você fez ontem? O que você vai fazer hoje? Há algum impedimento? Dessa forma, é possível conduzir a execução do projeto de forma realista, buscando o aprimoramento ao longo do processo. o Reunião de Demonstração de Produto: Acontece ao final de cada Sprint. É o momento do demandante do projeto conhecer e validar a entrega intermediária, resultado da Sprint. Essa reunião é importante para o Time Scrum receber feedback dos interessados no resultado final e ter ciência se o desenvolvimento está ocorrendo de forma a gerar ao final o produto ou serviço desejado. Se a entrega for considerada satisfatória pelo demandante, ela foi concluída. Se não, deve-se acrescentar o que precisa mudar no Produto Backlog. o Reunião de Retrospectiva do Scrum/ Sprint: Também acontece ao final da Sprint. É um momento interno entre as equipes do Time Scrum para entenderem como eles executaram as ações e o que eles podem mudar para serem mais produtivos na próxima. É importante valorizar a honestidade e o respeito, para possam evoluir enquanto um time, com um objetivo único comum. Sutherland (2014) recomenda serem feitas as seguintes perguntas: O que fizemos bem na última Sprint? O que fizemos mal na última Sprint? O que aprendemos? O que podemos fazer diferente? o Reunião de Replanejamento da Sprint: Marca o fim de uma Sprint e o início da próxima. Devem ser refeitas as perguntas: O que é mais prioritário? O que mais geraria valor na visão do cliente? O que diferencia é que também serão consideradas as entregas não validadas pelo cliente, para que sejam melhoradas e consideradas satisfatórias. Esse ciclo se segue até o final do projeto. Como implementar o Modelo Scrum 1. Escolha um Dono do Produto. 2. Escolha uma equipe. Ela precisa ter as competências necessárias para transformar o desejo do cliente e a visão do Dono do Produto em realidade. Sutherland (2014) recomenda que as equipes sejam pequenas: entre três e nove pessoas. 3. Escolha um Mestre Scrum. 4. Dono do Produto: Crie a Lista Produto Backlog com tudo que precisa ser feito ou construído para transformar o desejo do demandante em realidade. Essa lista pode evoluir durante o desenvolvimento do projeto, apesar se manter única, e é o mapa norteador que o Dono do Produto utilizará para tomar decisões em relação às prioridades. Para tal, ele deve consultar todos os stakeholders 36 (atores interessados no projeto) e a equipe para garantir que a Lista representa tanto o que é esperado pelo cliente, quanto o que é factível de ser realizado. 5. Sprint Backlog e planejamento da Sprint: Time Scrum se reúne para priorizar as macro tarefas e fazer estimativas de quanto esforço cada item do detalhamento exigirá. As equipes devem averiguar se cada item é possível de ser construído, se existem informações suficientes e como a entrega pode ser averiguada pelo cliente. Também devem planejar a duração da Sprint, que deve ser um tempo menor que um mês. Essa reunião também deve alinhar o entendimento de todos do Time em relação ao objetivo da Sprint. Os times de desenvolvimento devem trabalhar de forma autônoma durante a Sprint para concluir o que previu. 7. Mestre Scrum: Deve deixar o trabalho visível para todos do time. Sutherland (2014) indica como ferramenta para fazer isso no Scrum um Quadro Scrum com três colunas: A fazer, Fazendo, Feito; ou conforme imagem abaixo. Os elementos devem ser dispostos de acordo com a referência de cada coluna e a equipe os move pelo Quadro Scrum à medida que forem concluídos, um a um. Exemplo: Fonte: Guia IEEP – Introdução ao Scrum 8. Reuniões Diárias. Sutherland (2014) indica que as equipes e o Mestre Scrum devem realizar reuniões rápidas, com duração de no máximo 15 minutos, todos os dias, no mesmo horário para responder a três perguntas: • O que você fez ontem para ajudar a equipe a concluir a Sprint? • O que você vai fazer hoje para ajudar a equipe a concluir a Sprint? • Existe algum obstáculo impedindo você ou a equipe de alcançar o objetivo do Sprint? Essas reuniões servem para ajudar todos a entenderem exatamente em que ponto estão no Sprint, uma vez que cada equipe possui autonomia para 37 organizarem a forma de trabalho. O Mestre Scrum é responsável por resolver os obstáculos ou impedimentos apontados pela equipe. 9. Reunião de Demonstração da Sprint para demonstração de Produto/ Entrega. Reunião aberta a qualquer pessoa, principalmente aos atores externos ou internos interessados, para a equipe mostrar o que conseguiu fazer durante a Sprint. Deve ser mostrado somente o que a equipe conseguiu colocar na coluna Feito, que são as entregas completamente concluídas. 10. Retrospectiva do Sprint. Após a reunião de demonstração das entregas que foram feitas no Sprint anterior, o Time Scrum se reúne para avaliar o que deu certo e o que precisa ser melhorado para a próxima Sprint. O objetivo dessa reunião é verificar o processo de realização das atividades e a forma de trabalho das equipes, sem procurar culpados, mas ressaltando que todos são responsáveis pelos resultados do Time. Sutherland (2014) reforça que os participantes devem conversar sobre o que realmente os incomodam no processo, bem como ter maturidade para ouvir o feedback, absorvê-lo e procurar uma solução, em vez de assumir uma postura defensiva. Dessa forma, essa avaliação demanda maturidade emocional e confiança entre os membros. Podem ser feitos os seguintes questionamentos: Qual aprimoramento pode ser feito no processo? Por que determinada situação aconteceu? No final da reunião, as equipes e o Mestre Scrum devem chegar a um acordo sobre um aprimoramento no processo que será implementado no Sprint seguinte. 11. Reunião de Replanejamento da Sprint para iniciar um novo ciclo, considerando a experiência da equipe com os obstáculos e agregando os aprimoramentos no processo. Repete-se o passo a passo a partir do item 5, até que o cliente/ demandante avalie e valide o produto final. Exemplo de Ciclo do Modelo Scrum: Fonte: Guia IEEP – Introdução ao Scrum. 38 MENSAGEM FINAL Notamos como a Gestão de Projetos e Processos é fundamental em seu citidiano profissional, não é mesmo? Esperamos que estes conhecimentos possam ser efetivados em seu dia a dia. Até a próxima! REFERÊNCIAS ALVES, Daniel França. Avaliação do Impacto da Implantação da Metodologia de Gerência de Projetos na Secretaria de Estado de Recursos Humanos e Administração de Minas Gerais. 2002. Monografia (Graduação) - Escola de Governo, Fundação João Pinheiro, Belo Horizonte, 2002. ÁVILA, Rafael. Modelos de Organogramas. 2015. Disponível em: <https://blog.luz.vc/o-que-e/modelos-de-organogramas/>. Acesso em: 12 jun. 2019. BRASIL, Brasil. Tribunal de Contas da União. Manual de gestão de projetos / Tribunal de Contas da União. –Brasília: TCU, 2006.110 p. Disponível em: https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId. Data de acesso: 03/06/2019. CAMARGO, Wellington. Controle de qualidade total. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2011. ENAP, Introdução à Gestão de Projetos- Modulo 1 Introdução e Conceitos Básicos. Brasília, 2014. 12p. Disponível em: http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1110. Data de acesso: 04/06/2019 ENAP, Introdução à Gestão de Projetos- Modulo 2- Conceitos básicos. Brasília, 2014. 18p. Disponível em: http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1110. Data de acesso: 04/06/2019 ENAP, Introdução à Gestão de Projetos- Modulo 3 Grupos de processos de gerenciamento de projetos. Brasília, 2014. 20 p. Disponível em: http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1110. Data de acesso: 04/06/2019. ENAP. Elaboração de projetos. Brasília: ENAP/CGPROG/DDG, 2013. 65 p. Disponível em: http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/2408. Data de acesso: 05/06/2019 39 GUIA IEEP – INTRODUÇÃO AO SCRUM. Instituto de Educação por Experiência e Prática (IEEP). Disponível em <https://aprenda.ieepeducacao.com.br/ebook- scrum>. Acesso em: 14 de junho de 2018. MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Administração de projetos: como transformar idéias em resultados. São Paulo: Atlas, 1997. MINAS GERAIS. Regulamento e normas de procedimentos do Sistema Prisional de Minas Gerais. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Administração Prisional, 2016. Disponível em: <http://www.seap.mg.gov.br/images/Publicacoes/Subsecretariadeadministraca oprisional/Regulamento-e-Normas-de-Procedimentos-do-Sistema-Prisional-de- Minas-Gerais-28.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2019. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologias e práticas. São Paulo: Atlas, 1987. OLIVEIRA, Saulo Barbará de. A gestão de processos de negócio e suas ferramentas de apoio. In: XIII SIMPEP, 13., 2006, Bauru. A gestão de processos de negócio e suas ferramentas de apoio. Bauru: Unesp, 2006. p. 01 - 12. Disponível em: <http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/262.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2019. PMI. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos: Guia PMBOK. 3ª ed. 2004. PMI. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos: Guia PMBOK. 6º Ed. 2017. PRADO, Darci. Gerenciamento de Projetos nas Organizações. Belo Horizonte: EDG, 2000. PRADO, Darci. Planejamento e Controle de Projetos. Belo Horizonte: EDG, 2001. PRADO, Darci. Usando o MS Project 2002 em Gerenciamento de Projetos. Belo Horizonte: EDG, 1998. ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento organizacional: teoria e prática. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. SIERVE, Flávio. Qual a diferença entre Processos e Projetos? 07/05/2014. Disponível em: https://www.gestaoporprocessos.com.br/qualadiferencaentre processoseprojetos/ Data de acesso: 18/06/2019 40 SML BLOG. Como criar um Fluxograma em 5 passos. Disponível em: <https://blog.smlbrasil.com.br/5-passos-para-criacao-de-um-fluxograma/>. Acesso em: 12 jun. 2019. SUTHERLAND, Jeff. SUTHERLAND, J. J. Scrum: a arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo. Rio de Janeiro: Sextante, 2019. VALERIANO, Dalton L. Gerenciamento Estratégico e Administração por Projetos. São Paulo: Makron Books, 2001. VENKI. Ciclo PDCA: conceito determinante na melhoria de processos. 2015. Disponível em: <https://www.venki.com.br/blog/ciclo-pdca-conceito/>. Acesso em: 12 jun. 2019. VERZUH, Eric. MBA compacto, gestão de projetos. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
Compartilhar