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Julia Fo�y, medicina 6º semestre Câncer de próstata cirurgia geral - urologia Conceitos gerais → Rara incidência em < 45 anos e muito prevalente em > 65 anos → 2º câncer mais letal no Brasil (1º: pulmão) → Aumento da incidência: maior dosagem de PSA e envelhecimento populacional → Epidemiologia: homens > 65 anos, HF+, negros (mais incidênte e mais agressivo), uso de androgênicos (não quando é por reposição hormonal em hipogonadismo!!), dieta rica em gordura e pobre em fibras, obesidade, etilismo, tabagismo, exposição à radiação → correlação genética, ambiental e alimentar! → O tipo histológico mais comum é o adenocarcinoma acinar → Tem Duplicação Tumoral lenta - 2 a 4 anos Quadro clínico → É variado: pode ser assintomático e latente (só diagnostica na autópsia) ou evoluir de forma grave, levando ao óbito → geralmente cursa latente e assintomática! → a maioria se localiza na zona periférica, o que dificulta o desenvolvimento de sintomas → não tem compressão periuretral, como na HPB (ocorre na zona de transição), não causando sintomas miccionais! → Crescimento regional: cursa com tenesmo, dor perineal e enterorragias → Com a evolução da doença, sintomas decorrentes do crescimento local do tumor começam a surgir, como diminuição do jato, esforço miccional, hematúria e hemospermia. Dor óssea, compressão medular por lesão vertebral e fraturas patológicas são comuns na fase avançada, decorrente de metástases. → Tipos de manifestações clínicas mais comuns: 1. Tumor localizado: geralmente assintomático; 18% com nódulo prostático ao toque; 2. Tumor localmente avançado: sintomas obstrutivos, hematúria, hemospermia; próstata heterogênea, múltiplos nódulos, limites imprecisos; 3. Tumor avançado: sintomas decorrentes das metástases, dor óssea, compressão vertebral, fraturas, anemia, IR, perda de peso Diagnóstico → Toque retal + dosagem de PSA → toque retal é frequentemente normal em portadores de tumores localizados na porção central ou anterior da próstata → 20% dos casos; Suspeição de CA: presença de múltiplos nódulos endurecidos ou a perda dos limites anatômicos → Rastreamento: - ♂ > 50 anos 1 . Julia Fo�y, medicina 6º semestre - ♂ com fatores de risco > 45 anos (negros ou HF+) → Interpretação do PSA: → Pode estar aumentado em: HPB, prostatites, CA de próstata, após procedimentos na próstata, como biópsia, usg transretal, uretrocistografia, toque retal.. → Se tiver feito o toque retal: esperar 10 dias para fazer a dosagem de PSA, para não ter falso positivo! → Relação PSA livre-total: em portadores de câncer de próstata, a fração livre do PSA é inferior à da população normal, em decorrência do aumento da forma complexa do PSA ligado a proteínas plasmáticas → relação PSA livre-total < 18% indica CA de próstata → Toque retal suspeito + dosagem de PSA suspeita = indica biópsia prostática via transretal guiada por ultrassonografia: - retirada por agulha de 12 fragmentos representativos de toda a glândula - pacientes recebem antibioticoprofilaxia - o exame é feito sob sedação profunda fragmentos retirados → Complicações mais comuns: sangramento e infecção → Achados da biópsia: - Adenocarcinoma acinar - câncer mais comuns - tumores de células escamosas e de células transicionais - cânceres mais raros - Proliferação atípica de pequenos ácinos - ASAP: alterações ainda não podem ser definidas como carcinoma, mas tem que repetir a biópsia depois de um tempo para reavaliar se ocorreu muita transformação - Neoplasia intraepitelial prostática - precursora de adenocarcinoma, também indicando repetição da biópsia → Ressonância magnética e classificação de PI-RADS: imagens da RNM são usadas para orientação de biópsia, estadiamento e avaliação de recidiva local (não é indicativa de biópsia, mas geralmente classificação 4 - 5 tem alterações na biópsia e no toque retal) 2 . Julia Fo�y, medicina 6º semestre → Sistema de Gleason - graduação do Adenocarcinoma de células bem diferenciadas às células indiferenciadas **redução de sobrevida em escores superiores a 6 → Pode ser um pouco subjetivo e dar a mesma classificação para tumores com comportamentos biológicos diferentes, estando caindo em desuso e sendo substituído pelo Escore de ISUP: → Avaliam: graduação histológica do tumor, número de fragmentos acometidos, porcentagem de tecido envolvido, extensão tumoral pela presença de invasão perineural e extraprostática e de vesículas seminais 2 - 5: baixo risco 6: risco intermediário 7 - 10: alto risco Estadiamento TNM - anatomopatológico: 3 . Julia Fo�y, medicina 6º semestre Estratificação do risco - Critérios de D’Amico: 1. Baixo risco: ISUP 1/ Gleason < 6 e PSA inferior a 10 ng/mL e T1/t2a (menos de 50% de um lobo) sobrevida de 83% 2. Intermediário risco: ISUP 2 ou 3/ Gleason 7, ou PSA entre 10 e 20, ou T2b/T2c (acomete os dois lobos) sobrevida de 46% 3. Alto risco: ISUP 4 ou 5/ Gleason 8 -10, ou PSA superior 20 ng/mL ou T3/T4 (invasão de cápsula e outros) sobrevida de 29% → fosfatase ácida prostática: marcador de CA de próstata, que indica principalmente a presença de metástase ósseas → Metástase hematogênica ocorre, de mais comum para menos: ossos → pulmões → fígado → rins → Cintilografia óssea: avaliação de metástase óssea para acompanhamento, feita quando PSA > 10 ng/ml → Metástase óssea ocorre em 80% dos casos avançados!! → Mais sensível do que o RX, por isso é o exame de imagem de escolha!! → Exames de imagem para abdome e pelve/ TC ou RM: devem ser realizados em pacientes com médio e alto risco (PSA > 30 ng/mL,), para avaliação de acometimento linfonodal → cadeia ilíaca externa → Ocorre acometimento linfonodal em 35 - 46% dos casos Tratamento → Tem muitas opções; a escolha depende de: extensão da doença, a agressividade da neoplasia, a expectativa de vida, a presença de comorbidades e a opção do paciente perante as vantagens e as possíveis complicações de cada tratamento: - Observação e vigilância ativa: → em baixo risco ou idade avançada/comorbidades que tornaram o tratamento mais agressivo do que a doença! acompanhados periodicamente com RNM, PSA, toque retal e novas biópsias → tratamento cirúrgico se ocorrer mudanças no quadro que indiquem → Indicação: Gleason < 6, até três fragmentos positivos, PSA < 10 ng/mL e envolvimento de menos de 50% do fragmento - Tratamento cirúrgico ⭐padrão ouro⭐ → Prostatectomia radical: A próstata é removida em bloco, com as vesículas seminais; o colo vesical é reconstruído e anastomosado ao coto da uretra membranosa → Vias: por via perineal, retropúbica, videolaparoscópica e robótica → A via retropúbica é a mais frequentemente utilizada, com a vantagem de permitir a dissecção dos feixes vasculonervosos envolvidos no mecanismo da ereção (menos chance de o paciente ter a ereção comprometida após a cirurgia, com disfunção erétil, por permitir a retirada da próstata sem lesão do feixe nervoso) → Se tiver acometimento linfonodal: - linfadenectomia estendida, junto com a prostatectomia, ou como procedimento isolado após análise do acometimento → Complicações mais comuns: 4 . Julia Fo�y, medicina 6º semestre - disfunção erétil - a complicação mais comum! Tem que preservar os feixes vasculonervosos, mas também tem correlação com a idade do paciente e com o estadiamento da neoplasia :( - hemorragia - incontinência urinária - tem que preservar os feixes vasculonervosos e a musculatura esfincteriana para prevenir essa complicação - Radioterapia → a braquiterapia: com o auxílio de cateteres guiados por USG, cápsulas de titânio com a fonte de radiação são colocadas em contato direto com o tecido neoplásico, permitindo a preservação de tecidos ao redor → Mais indicada em pacientes com tumores avançados e em idosos → Complicações: - lesões actínicas de reto e bexiga - sintomas urinários - disfunção erétil (menos comum do que na prostatectomia radical!!) → muito responsiva à sildenafila, com melhora clínica satisfatória :) - Hormonoterapia → Estrogenioterapia/bloqueio androgênico: muito usado emneoplasias metastáticas! → Não é curativo: existência de células cancerosas hormônio-resistentes; Mas tem melhora nos sintomas urinários e redução da dor óssea → efeitos colaterais: anemia, osteoporose, diminuição da libido, disfunção erétil e ondas de calor RESUMÃO - tratamentos, indicação e prognóstico: 5 .
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