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1995-tcc-fagaraujo

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1111SLCM 
UNIVERSIDADli 1*.DERAI, DO CEARA 
CENTRO DI-. (.11.:N( .1A(..; iRÁRIAS 
DEPARTAMENTO I.:NIGI•NIIARIA DI PESCA 
RESULTADOS DE PEIXAMENTOS 
REALIZADOS EM 10 AÇUDES 
PÚBLICOS NO [MAD° DO 
CEARA. BRASIL. 
Francisco Adailta Gornes de Araújo 
Dissertação apresentada ao Departamento de 
Engenharia de Pesca do Centro de Ciências 
Agrárias da Univeridade Federal do Ceara, 
como parte das exigências para obtenção do 
titulo de Engenheiro de Pesca. 
C44-alig.51172Z111.7.117,?=1:1910111113111MUCV.1:17.=LVIO:nutIvalt: 
FORTALEZA - CEARA 
1995.'1 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
A689r Araújo, Francisca Adailta Gomes de.
 Resultados de peixamentos realizados em 10 açudes públicos no estado do Ceará, Brasil / Francisca
Adailta Gomes de Araújo. – 1995.
 23 f. 
 Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências
Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 1995.
 Orientação: Prof. Dr. José William Bezerra e Silva.
 1. Peixes. I. Título.
 CDD 639.2
Professor Adj. JOSÉ W;I_LiAro BEZERRA E SILVA 
-ORIENTADOR - 
COWS 4-% EXAMNA1. 
Prof. Adj. JosE JARBAS STUDART GURGEL 
Profa. Adj. TEREZA CRISTINA VASCONCELOS GESTERA, PhD. 
VISTO 
 
 
Prof. Ad PESSOA ARAG.40, MS.0 
Chefe do Departamento de Engenharia de Pesca - 
Prof. Adj. MOISES ALMEIDA DE OLIVEIRA, MS.C. 
- Coordenador do Curso de Enga. de Pesca 
AGRADECIMENTOS 
A Deus, que sempre me liuminou e me guiou no caminho da 
bondade. 
Aos meus pais Adalio Barbosa de Araújo e Maria Jose Gomes de 
Araúj , aos meus irmãos e familiares, que sempre me ajudaram a lutar 
por um ideal. 
Ao meu noivo Paulo Cesar, pelo apoio, ajuda, compreensão e que 
sempre esteve presente nos momenitos bons e difíceis, me incentivando 
a lutar e enfrentar os obstac,Vos. 
Ao professor Jose William B. e Silva pela orientação prestada 
durante a elaboração deste trabalho, expresso o meu mais profundo 
respeito. 
A todos os professores do Curso de Engenharia de Pesca, que 
transmitiram seus conhecimentos com dedicação e carinho. 
Ao DNOCS, na pessoa do Dr. Fernando Resende Meio, e a sua 
equipe pela colaboração no fornecimento dos dados. 
A todos os colegas e amigos que conquistei durante essa 
caminhada. 
RESULTADOS DE PEIXAMENTOS EM 10 AQUDES PÚBLICOS NO 
ESTADO DO CEARA: BRASIL. 
•::rarlrisca Adailta Games de Ara újo 
iNTRODUC.ÃO 
O presente trabalho analisa os resultados de peixamentos com 
espécies icticas, nacionais e exóticas, em 10 açudes cearenses. 
O Nordeste brasileiro apresenta excelentes condições para a 
piscicultura extensiva, em virtude do grande número de açudes que 
possui e pela riqueza de suas aguas, devido às altas temperaturas,tempo 
de insolação e abundância de minerais nos solos. Contudo, muitas vezes, 
a produção pesqueira é afetada pelas grandes secas que assolam a 
Região. 
Desde 1933 que a " Comissão Técnica de Piscicultura do 
Nordeste", atual Diretoria de Pesca e Piscicultura do DNOCS, vem, 
através de seus Postos e Estações de Piscicultura, aclimatizando em 
águas da nossa Região, espécies de peixes trazidas de outras áreas do 
Pais e até mesmo exóticas, a fim, segundo FONTENELE (1965) "...de se 
aproveitar os diferentes nichos biológicos de citados ambientes lênticos 
e, ao mesmo tempo, melhorar a oferta de pescado na região ." 0 autor 
refere-,se aos açudes nordestinos. 
2 
A idéia da introdução de peixes de outras regiões em açudes do 
Nordeste veio com a "Comissão Técnica de Piscicultura do Nordeste, " 
através de Portaria em fins de 1932. Ela determinava, que "0 
povoamento das águas interiores do Nordeste deveria ser feito com 
peixes de boa qualidade , prolíferos e precoces e preconizava a defesa 
dessa fauna dos inimigos naturais (FoNTENELE, 1965). 
Foram iniciados, a partir daquele ano, estudos limnológicos nos 
açudes e rios, objetivando a introdução das espécies icticas, uma vez 
que a quantidade de peixes existentes em nossos açudes, não era 
bastante variada para aumentar significantemente a prodUção pesqueira. 
A aclimatização das espécies nos açudes regionais foi precedida 
de estudos da sua Biologia, especialmente ern relação a reprodução e 
alimentação. Concluídas as pesquisas, os peixes foram levados para 
Postos ou Estações de Piscicuitura, onde se produziram os alevinos, que 
foram utilizados tanto no povoamento dos açudes como na estocagem de 
viveiros (GuRGEL et al 1986). 
Existem no Nordeste inúmeras Estações de Piscicultura, sendo que 
somente o DNOCS, possui seis (06) , além de urn Centro de Pesquisas. 
A CODEVASF possui trés(03); a CHESF urna(01) e a SUDEPE( IBAMA) 
também uma(01). 
$ 
LOPES E FONTENELE (1982), mencionam que as Estações d 
Piscicultura do DNOCS dispõem de diferentes tipos de instalações, não 
só para manter os plantéis de reprodutores, como também, para criar o 
peixe nas diferentes fases de desenvolvimento ovo, larva e alevino. 
Das espécies introduzidas pelo DNOCS, as principais são: 
curimatã pacu, Prochilodus marqravii Walbaun, 1782, e o piau lavrado, 
Leporinus fasciatus Cuv. & Vai., 1842, que foram trazidas do rio Sao 
Francisco. Do rio Amazonas vieram seis: apaiari, Astronotus ocellatus 
ocellatus (Cuvier, 1829) Swainson,1839; tucunaré comum, Cichla 
ocellaris Bloch & Schneider,1801; tucunaré pinima, Cichia temensis 
Humb, 1833; pirarucu, Arapaima gidas Cuvier, 1817; Pescada cacunda, 
Plaqioscion surinamenis Blecker, e o camarão canela, Macrobrachium 
amazonicum Heller, 1862. Do rio Parnaiba apenas a pescada do Piaui, 
Plasgioscion squamosissimus Hecke1,1840. Em 1956, biologistas do 
DNOCS trouxeram de Recife-PE a tilapia do Congo, Tilápia rendalli 
Boulenger, 1912, com a finalidade de aclimatizá-la para aproveitar 
vegetais aquáticos superiores e fitoplâncton, já que a espécie 
herbívora. Em 1971 vieram as tilápias do Nilo, Oreochromis niloticus ( 
L.,1766) e de Zanzibar, O. hornorum ( Trew), oriundas da Costa do 
Marfin, Africa. 
MATERUAL E Mt-MO 
Para execução do presente trabaiho, foram utilizados dados 
contidos no • ,uadros Informativos Sobre a Administração da Pesca nos 
Açudes Controlados pelo DNOCS", obtidos na Divisão de 
Desenvolvimento da Pesca, vinculada à Diretoria de Pesca e Piscicultura 
( DIPIS) do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). 
Os dados foram organizados em Tabelas, sendo analisados 10 
açudes públicos cearenses ( Aires de Sousa, Amanari, Eng. Tomaz 
Osterne Alencar, Lima Campos, Orós, Pereira de Miranda, 
Quixeramobirn, Riacho do Sangue, São Gabriel e São Mateus), no 
período entre 1967 a 1993, visando estudar os resultados de oeixarnento. 
Verificou-se o número de alevinos peixados e o número de peixes 
capturados nos reservatórios, interessando o índice de aproveitamento e 
a frequência de ocorrência das espécies de valor econômico, 
introduzidos nos reservatórios. 
A pesquisa envolveu 11 espécies de peixes: apaiari,Astronotus 
ocellatus ocelatus Cuvier,1829 curimatã comum, Prochilodus cearaensis 
Steindachner, 1911; pescada do Piaui;Plasqioscion squamosissimus 
e,=6,4rr 
5 
Hecke1,1840 tilápia do Nilo,Oreochomis niloticus L.,1766) tambaqui, 
Coiossoma macropomum Cuvier, 1818; curimat5 pacu, Prochilodus 
margravii Walbaun,1782; sardinha, Triportheus anqulatus anqulatus ( 
Agassiz, 1889) Fowler, 1940; tilápia do Congo; carpa comum, Cvprinus 
carpio L. 1758; piau lavrado, Leporinus fasciatus, e pirapitinga, Piaractus 
brachypomus (Cuvier, 1818). 
Nos açudes estudados, analisou-se o número de alevinos 
peixados/hafaçude; índice de aproveitamento ( relação entre o número de 
peixes capturados e onúmero de alevinos peixados), e frequência das 
espécies peixadas nos diversos açudes estudados 
TECNOLOGIA DE CAPTURA 
A captura de pescado em águas interiores nordestinas, é do tipo 
artesanal, Segundo Sit_vA(1969) e DouRADo(1974) a pescaria nos açudes 
controlados pelo DNOCS é feita normalmente á noite. O pescador, no 
final da tarde, coloca seu galão de náilon (rede de espera), espinhel ou 
bóia na água e somente no dia seguinte é que recolhe o aparelho, 
dirigindo-se ao Posto de Pesca para as anotações necessárias, exigidas 
pelo Setor de Fiscalização e Administração da Pesca daquela Autarquia. 
Algumas vezes o pescador permanece proximo ao local da pescaria 
recolhendo o aparelho após algumas horas e recolocando-o na água em 
6 
outro local, vindo assim, proporcionar um aumento no poder de captura 
(SievA et a!, 1976). 
As artes de pesca uthzadas pelos pescadores da Região 
apresentam-se sob diversas formas, dependendo da espécie que se 
des* capturar. 
DOURADO (1974), descreve as seguintes características para 
algumas artes de pesca utilizadas pelos pescadores nos açudes 
controlados pelo DNOCS. 
Galão de náilon ou rede de ,,,..spera 
Rede submersa colocada perpendicularmente à superfície, suas 
malhas variam de 50 a 140mm (distância entre dois nós consecutivos), 
100m de comprimento e 2 a 2,5 m de altura. Responde pela maior soma 
do esforço de pesca empregado nos açudes. 
Rede sardinhc,,ira 
Semelhante ao galão, diferindo por ser colocada corn a corda de 
bóia n. superfície da água. Tern a malha variando em torno de 50mm e 
sua utilização visa capturar, especificamente, a sardinha e o beiru. 
choque 
7 
Aparelho de pesca ern forma de cone, feito de pedaços de taboca 
ou madeira, usados em aguas rasas, em pescaria de traíra, Hoplias 
malabaricus, caracterizando-se pela ação continua do pescador. 
Anzol 
Nos açudes, empregam-se também anzóis nas formas de espinhel 
bóia e linha solta, quase sempre iscados com piabas, 
Tetragonoptheris Spp e Astyariax Spp ou camarões, Macrobrachium 
Spp. Nos espinhéis, também chamados grozeiras, o número de anzóis 
por aparelho varia de 50 a 200, sendo eles presos à linha geral do 
espinhel através das linhas secundarias, todas de náilon, número 
variando de 0,60 a 1,00. 
A bóia é o tipo de aparelho em que o conjunto anzol-bõia 
(flutuador) não 6 fixado a uma linha gerai , o que resulta, as vezes, em 
perda para o pescador, pois as bóias podem ser arrastadas pela 
correnteza a areas distantes. Segundo DouRADo,(1974). "Este tipo 
oferece chance de captura". 
ESULTADOS E D5SCUSSÁO 
As características dos açudes estudados estão especificadas na 
Tabela I. 0 maior é o Oros com área de 22.000 ha e volume 
2.100.000.000 m3. O menor é o São Gabriel com apenas 22 ha e 
4.565.610 m3 de água. 
Na Tabela II, observa-se o número de alevinos peixados por 
espécie e por açude, no período de 1967 a 1993. 0 reservatorio que 
recebeu maior número de espécie foi o Amanari, com nove, em seguida 
vêm Orás com oito; São Gabriel e Eng. Tomaz Osterne Alencar com seis 
cada um ; Aires de Sousa, Pereira de Miranda, Quixeramobim, Riacho do 
Sangue e São Mateus corn cinco cada um; e Lima Campos corn quatro 
espécies.. 
A 'Tabela H mostra que dos 10 açudes estudados, receberam mais 
alevinos, Ores (2.793.181), Amanari (1.639.480) e Lima Campos 
(1.532.498), seguindo-se ern ordem decrescente, Riacho do Sangue 
(538.370), São Mateus (429.800), Quixeramobirn ( 370.450), Pereira de 
Miranda (357.331), Eng. Tomaz Osterne Alencar (237.194), Aires de 
Sousa ( 146.380) e São Gabriel corn ( 23.650). 
Ainda na Tabela II,verifica-se que das 11 espécies peixadas, foram 
introduzidas em maior quantidade de alevinos tilapia do Nilo, tambaqui e 
curimat5 comum, entretanto destacam-se por terem sido introduzidas nos 
10 açudes estudados,através de peixamentos, curimatft comum e tilapia 
do Nilo, com urn total de 1.578.598 e 3.727.001 alevinos, 
respectivamente. Para as demais espécies tivemos, em ordem 
decrescente, tambaqui(2.190.680), carpa comum (375.980), pirapitinga 
(47.000) curirnatã pacu (46.531), apaiari (39.350), tilapia do Congo 
(30.000), piau iavrado (20.000), pescada do Piaui(7.194) e sardinha 
'6.000). 
Os açudes localizados próximos as estações de piscicultura( 
Amanari, Lima Campos e Oros) receberam maior quantidade de alevinos. 
A Tabela Ill mostra o número de alevinos peixados/ha, verificando-
se que os maiores valores ocorreram nos açudes Amanari(6.049,5), São 
Mateus (1.828,9), São Gabriel (1075,0), Lima Campos (1.011,4), Eng. 
10 
Tomaz Osterne Alencar (629,2) e Riacho do Sangue (476,8), todos 
superiores ao recomendado para peixamento em açudes do Nordeste 
brasileiro, que é de 50 a 250 alevinos/ha, (GuRGEe,s.d). Para os demais 
açudes tivemos em ordem decrescente, Orós (127,0); Aires de Sousa 
(114,0); Quixeramobim (80,4) e Pereira de Miranda ( 62,7). Estes valores 
estão dentro dos recomendados (50 a 250/ha). Em média 1.145 
alevinos/ha 
Por espécie, observa-se que a relação alevinos /ha, introduzidas 
nos açudes foram as seguintes: tilapia do Nilo (4.840,4), tambaqui 
(3.594,1), curimatã comum (2.081,1), carpa comum (360,2) e apaiari 
(263,1), todos acima das recomendações para o Nordeste brasileiro 
(GuRGEe, s.d.), tilapia do Congo (156,3), curimat5 pacu (82,9), e pescada 
do Piaui (51,0), valores dentro das recomendações; sardinha (22,1), 
pirapitinga (2,1) e piau lavrado (1,2), inferiores aos recomendados 
(Tabela Ill). Em media, os açudes receberam 1.034 alevinos/espécie/ha. 
Observa-se na Tabela IV que nos açudes peixados as maiores 
capturas ocorreram no °its e Pereira de Miranda, respectivamente, 
33.272.479 e 1.778.996 peixes. Seguem-se, em ordem decrescente, 
Lima Campos(331.310), Aires de Sousa (235.641), Amanari (181.893), 
Quixeramobim (96.299), Riacho do Sangue (87.755), São 
Mateys(68.513), São Gabriel (61.016) e Eng. Tomaz Osterno Alencar 
11 
corn (22.672). Observa-se também, que das espécies peixadas, as 
maiores capturas são para a tilápia do Nilo e curimatã comum, 
respectivamente, 32.857.652 (90,9%) e 2.902.361(8,0%) exernplares. Em 
ordem decrescente, seguem-se, apaiari (256.814), tilápia do Congo 
(75.439), pescada do Piaui (34.848) e tambaqui(9.357), cujas 
participações relativas variaram de 0102 a 0,7%. Verifica-se para as 
espécies piau lavrado e carpa comum 02 e 01 indivíduos, 
respectivamente, valores insignificantes. Não se capturou exemplares de 
curimatã pacu, sardinha e pirapitinga (Tabela IV), apesar de terem sido 
introduzidas em 6 (curimatã pacu) e 1 (sardinha e pirapitinga) açudes. 
Para tilépla do Nilo e curimatã comum a maior captura (número de 
indivíduos) correspondem ao maior número de alevinos usados nos 
povoamentos. 
Apesar do baixo índice de aproveitamento, observa-se na Tabela 
V, um percentual de ocorrência muito bom para algumas espécies, sendo 
de 100% para a curimatã comum e tilápia do Nilo, capturados portanto, 
em todos os açudes onde foram peixadas. Para as demais espécies, 
tem-se em ordem decrescente, apaiari( 83,3°k); tambaqui (42,9%); tilápia 
do Congo e piau lavrado (75%); pescada do Piaui (33,3%) e carpa 
comum(12,5% ). Para a curimatã pacu, sardinha e pirapitinga, não houve 
captura, ( usa(s) merece(m) ser investigada(s), podendo estar 
12 
ligada ao tamanho dos alevinos peixados e ocorrência de predadores, 
havendo espécies mais sensíveis a eles (SILVA et al, 1975). 
Em relação ao percentual de ocorrência das espécies peixadas por 
açude, observa-se maiores taxas para o Pereira de Miranda (80%), 
Amanari (77,8%), Aires de Sousa, Quixeramobim e São Mateus, cada um 
com 60%; ; Eng. Tomaz Osterno Alencar, Lima Campos e Orbs com 
50% cada um, Riacho do Sangue (40%) e São Gabriel (30%).Ver Tabela 
V. 
A Tabela V mostra também, indices de aproveitamento das 
espécies introduzidas, nos açudes estudados. Para algumas espécies 
elesforam altos, salientando-se apaiari, nos ar_:udes Orós (98,23), Aires 
de Sousa (49,28) e Pereira de Miranda (21,38); curimatã comum no Orós 
(4,28), Aires de Sousa (3,47) e Pereira de Miranda(1,64); pescada do 
Piaui no Amanari (5,81); tilápia do Nilo no Orbs (25,6), Pereira de 
Miranda (5,90), Riacho do Sangue e São Gabriel Cada um com (3,57) e 
Aires de Sousa (1,13);e tilápia do Congo no Pereira de Miranda (27,46), 
Amanari (1,38) e São Mateus(1,16). Os demais indices ficaram abaixo de 
1,00 ; com alguns valores insignificantes. Notou se tendências de 
aproveitamento maior nos açudes Orós, Pereira de Miranda e Aires de 
Sousa.Também espécies mais rústicas,como apaiari e tilápia, 
sobréviveram e prosperaram melhor nos açudes. 
13 
CONCLUSÕES 
A análise dos dados do presente trabalho, permite obter as seguintes 
conclusões: 
1. Os açudes que receberam maior número de alevinos foram: Orós (com 
maior érea), Anlanari e o Lima Campos. 0 Orbs apresentou maior 
captura das espécies introduzidas, porém o Amanari e o Lima Campos 
receberam o maior número de alevinosta. 
2. Das 11 espécies introduzidas nos reservatórios, participaram em maior 
quantidade nas capturas, em ordem decrescente, tilápia do Nilo, curimat5 
comum e apaiari, sendo que as dues primeiras foram peixadas em todos 
os reservatórios. 
3. As espécies que apresentaram maior número de aievinos lhe nos 
peixamentos foram, em ordem decrescente, tilapia do Nilo, tambaqui e 
curimat5 comum, enquanto o pau lavrado e pirapitinga tiveram 
participação insignificante nos peixamentos. De uma maneira geral, os 
valores ficaram acima dos recomendados para a Região. 
4. 0 açude Amanari foi o que apresentou maior relação alevinos /ha nos 
peixamentos, seguido pelo São Mateus, São Gabriel e Lima Campos, 
que também receberam mais de 1.000 alevinos/ha. 
5. A maior captura das espécies peixadas foi observada no açude Orás 
para a tilapia do Nilo. Três delas utilizadas nos peixamentos(curimatã 
pacu,sardinha e pirapitinga), não apareceram nas capturas comerciais, o 
que carece ser estudado. 
6. Os melhores indices de apoveitamento, das espécies peixedas foram 
para o apaiari( nos açudes Orás, Aires de Sousa e Lima Campos) 
tilápia do Congo no Pereira de Miranda. Para algumas espécies o índice 
foi insignificante. 
7.De uma maneira geral, o programa de peixamento dos, açudes 
estudados, apresentou bons resultados para a maioria das espécies 
neles introduzidas. No entanto, carecem de ser estudados o número de 
alevino/espécie a ser neles introduzidos, bem como a(s) causa(s) de 
insucessos dos peixamentos com algumas espécies. 
15 
REFERÊNCIAS E110ORÁFiCAS 
- DOURADO, O. F. - Apostila sobre biologia pesqueira. Fortaleza, DNOCS, 
121., il, 1974. 
- FONTENELE, O. Resultados da aclimação da pescada do Piaui, 
plagioscion squarnasissirnus procedente da bacia do 
Parnaiba, nos açudes do Polígono das secas. Bo!. DNOCS, Recife, 
23 ( 13-14): 353-361,jul./dez., 1965. 
- °:,-URGEL., J. J. & OLVERA, A. G. de - Efeitos da introdugás de peixese 
crustáceos no semi-árido do Nordeste brasileiro. Fortaleza, 
DNOCS,17f.i1. 1986. 
- GURGEL, J. J. S - Apostila sobre peixamento de coleções de agua. 
Fortaleza, UFO/ Dep. de En g. de Peso-, lip., s. d. 
LOPES, J. P. & F CNTENELE, O.- Produçáo de alevinos de tambaqui, 
Colosseum macropornum DeviE.ir,1818, para peixamentos de 
açudes e estocagem de viveiros no Nordeste do Brasil, Fortaleza, 
DNOCS, 22p. il. 1982. 
SILVA, J. W. B. e & Dourado. O. F. -Curva de rendimento da pesca, 
espécie em conjunto, do açude "Pereira de Miranda "(Pentecoste, 
Ceara, Brasil). B. Técnico, Fortaleza, DNOCS, 33 (1): 3-12, jan./jun., 
1975. 
16 
SILVA, J. W. B. a, et ai. - Curva de rendimento da pesca, espécies em 
conjunto, do açude "Caldeirão"(Piripiri, Piaui Brasil). B. 
Técnico,Fortaleza, DNOCS, 34 (1): , jan./jun., 1976. 
, - Considerações sobre a pesca no açude "Pereira de 
Miranda" (Pentecoste , Ceara , Brasil) . B. DNOCS, Fortaleza, 
Dnocs, 27 (2/4): 45-59, abr./dez., 1969. 
TABELA I - Características dos reservatórios estudados no presente 
trabalho. 
 
AÇUDES 
 
VOLUME (m3) MUNICÍPIO 
 
 
Aires de Sousa 1,288 104.430.000 
Amanari 271 11.300.000 
Eng. T.O. Alencar _377 48.859.000 
Lima Campos 1.515 66.382.000 
Orós 22.000 2.100.000.000 
Pereira de Miranda 5.700 395.638.000 
Quixeramobirn 4,606 54.000.000 
Riacho do Sangue 1.130 64.124.000 
São Gabriel 4.565.610 
São Mateus 235 10,340.000 
FONTE: DNOCS 
Sobral 
Maranguape 
Umari 
Ice 
Ores 
Pentecoste 
Quixeramobim 
Solonópoles 
Ira.ucuba 
Canindé 
1.000 8.300 1.500 2.800 2.950 
33.000 247.000 47.000 284.998 554.000 84.000 94.000 87.000 1.600 
6.000 594 600 
63.380 472.700 96.000 963.000 1.200.981 261.000 164.950 245.990 17.000 
45.000 839.000 51.600 230.000 799.700 91.500 133.380 
10.000 5.000 14.000 8.031 9.000 500 
6.000 
11.500 1.500 1.000 
4.000 38.980 37.000 54.000 158.000 18.000 63.000 
18.000 2.000 
47.000 
146.380 1.639.480 237.194 1.532.489 2.793.181 357.331 370.450 . 538.370 23.650 
Total 
22.800 39.350 
146.000 1.578.59 
7.194 
242.000 3.727.000 
- 2.190.68 
46.531 
6.000 
16.000 30.000 
3.000 375.980 
20.000 
47.000 
8.068.33 
 
Numero de Alevinos Peixados por Accittes 
Eng. T. O. Linía Pereira de QUh.e- Riacho 
Alencar Campos ørósj Miranda ramobim do Sangue 
 
 
Amanari 
São 
Gabriel 
São 
Mateus 
As de 
Sousa 
429.800 
Espécies 
iari 
irnatã comum 
cado do Piaui 
ipia do Nilo 
nbaqui 
imatd Pacu 
dinha 
ipia do Congo 
pa comum 
I Lavrado 
tpitinga 
al 
BELA H - Número total pc:xados por espécie e por açude, período de 1967 a 1993. 
BELA 111 - Numero de alevinos peixados/ha nos açodes, no período de 1967 a 1991 
Número de Mevinos Peixados/ha por Açudes 
Espécies Aires de 
Sousa Amanari 
Eng. T. O. 
Alencar 
Lirma 
Campos OrOs 
Pereira de 
Miranda 
Quixe-
ramobim 
Riacho 
do Sangue 
São 
Gabriel 
São 
Mateus Total 
0,3 30,6 0,1 0,5 134,1 97,0 263,1 
25,6 911,4 124,7 188,1 25,2 14,7 20,4 77,0 72,7 621,3 2.081,1 
22,1 1,6 27,3 51,0 
49,2 1.744,3 254,6 635,6 54,6 45,8 35,8 218,0 772,7 1.029,8 4.840,4 
34,9 3.095,9 136,9 152,1 36,4 19,9 118,0 3.594,1 
36,9 13,3 0,6 8,0 22,7 82,9 
22,1 22,1 
42,4 0,3 45,5 68,1 156,3 
3,1 143,8 98,1 35,6 7,2 3,9 55,8 12,7 360,2 
^ 0,8 0,4 1,2 
2,1 2,1 
114,0 6.049,5 629,2 1.011,4 127,0 62,7 80,4 476,8 1.075,0 1.828,9 11.454, 
aiari 
rimatA comum 
;cado do Piaui 
apia do Nilo 
:nbaqui 
rimatd Pacu 
•dinha 
apia do Congo 
rpa comum 
u Lavrado 
apitinga 
tal 
Número de Peixes Clpittrados 
Pereira de 
Miranda 
Quixe-
ramobim 
Riacho 
do San ue 
São 
Gabriel 
Lima 
Camnos Orós 
k.BELA IV - Número de peixes capturados por espécie nos açudes, período de 1967 a 1991 
São 
Mateus 
Espécies 
aiari 
rimata comum. 
;cad° do Piaui 
Apia do Nilo 
mbaqui 
rimatd Pacu 
•dinha 
ipia do Congo 
pa comum 
u Lavrado 
Médio 
49.276 
114.41U 
E 
71.955 
o 
37 
18.278 
34.848 
112.415 
427 
0 
3.951 
16.469 
2.252 
111 
147.339 
137.888 2.371.374 
0 0 
193.422 30.747.088 
• 6.678 
O 
O O 
• 15.887 o O 
01 • • 
0 O 
o 0 O E 
235.641 181.893 22.672 331.310 33.272.479 
Total 
Médio 
256.814 
2.902.36 
34.848 
32.857.65 
9.357 
75.439 
01 
02 
36.136.47 
Aires de 
Sousa Amanari 
Eng. T. 0. 
Alencar 
59.873 
138.022 
0 
1.539.949 
0 
41.152 
O 
O 
O 
50.408 
45.889 
• 
O 
• 
02 
0 
0 
0 
63.981 
0 
23.774 
• 
O 
O 
O 
o 
289 
55 
60.672 
0 
O 
O 
O 
o 
3.994 
0 
46.019 
0 
o 
18.500 
• 
O 
1.778.996 96.299 87.755 61.016 68.513 
NTE: DNOCS 
;pecies não peixadas 
;pécie peixada e não capturada. 
A B;;_;LA V -Índices de aproveitamento, por açudes das espécies peixadas, período de 1967 a 1993. 
indece de a roveitamento por açude. 
Espécies Aires de 
Sousa Amanari 
Eng, T. O. 
Alencar 
Lima 
Campos Orós 
Pereira de 
Miranda 
Quixe-
ramobim 
Riacho 
do Sangue 
Sio 
Gabriel 
São 
Mateus 
Ocorra 
cia (%) 
miari 
trimatAcomum 
scado do Piaui 
tápia do Nilo 
mbaqui 
Lrimatà Pacu 
rdinha 
ápia do Congo 
rpa comum 
Lu Lavrado 
apiti 
orrência 
49,28 0,0050 0 98,230 21,38 O Lri 
3,47 0,0740 0,0840 0,484 4 ,280 1,64 0,540 0,34 
[3 5,8100 E 0 0 O r, 0 
1,13 02400 0,0001 0,200 25,600 5,90 0,280 3,57 
• 0,0010 0,044 • 0,008 0 le • 
O al • o • im o ar 
O • O O O O O LJ 
O 1,3800 D 0 O 27,46 0 0 
• 0,0001 I • I O • al 
0 O Ll O al O 0,001 0 
O O O C ei G O O 
60 77,8 50 50 50 80 60 40 
0,098 
0,034 
0 
 
II 
0,027 
3,57 0,190 
O O 
• e 
O O 
• 1,160 
o I 
O E 
O E 
83,3 
100,0 
33,3 
100,0 
42,9 
0,0 
0,0 
75,0 
12,5 
50,0 
0,0 
30 60 
,spécies não peixadas 
.specie peixada e não capturada. 
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