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DIREITO PROCESSUAL CIVIL I INTRODUÇÃO ● bibliografia: Scarpinella Bueno, Didier Jr., Theodoro Jr., Daniel Neves, Daniel Assunção. ➔ Ação, processo e procedimento ● Ação = o direito que o indivíduo tem de exigir o efeito da tutela jurisdicional ● processo = relação jurídica que nasce quando uma ação é proposta ➢ processo de conhecimento - ainda não existe a certeza jurídica ➢ processo de execução - se tem a certeza jurídica ● procedimento = a sequência de atos, os ritos processuais. ➢ procedimento comum ➢ procedimento especial ● representação processual, sucessão processual, distinção processual e substituição processual (questão da prova) ➔ Normas Fundamentais do processo civil (art. 1º a 10º do CPC) ● dignidade da pessoa humana - a justiça deve preservar essa virtude do indivíduo. ● cooperação (art. 6º do CPC) - todos os envolvidos no processo devem colaborar para o andamento da ação. ● contraditório - ambas a partes de um litígio devem ser ouvidas antes de uma tomada de decisão. (art. 9º, CPC) ➢ exceção: medidas liminares (contraditório diferido, postergado) ● proibição de decisão surpresa - não pode decidir sem dar a possibilidade da chance de se manifestar ➔ Sujeitos do processo (assunto OAB) ● Conceito - toda e qualquer pessoa que pratique atos dentro do processo é sujeito. ● Existem dois tipos de sujeitos: imparciais e parciais. ● parte - todo aquele sujeito que puder interferir com qualquer tipo de recurso, estando no contraditório, assume o papel de parte em um processo. ➢ ex.: peticionar, pedir e produzir provas, etc. ➢ parte material - participa da relação jurídica discutida em juízo. ➢ parte processual - todo aquele que se apresente como sujeito do processo, aqueles que requerem tutela jurisdicional. ➢ capacidade processual - se distingue em três fases. ❖ capacidade de ser parte: toda pessoa pode ser parte, como autor ou réu, em um processo independentemente da capacidade civil. Obs - entes despersonalizados também podem ser parte, como um espólio, a massa falida e a herança jacente. ❖ capacidade de estar em juízo: quando uma pessoa já é maior de idade, ela pode responder por suas decisões civis. ❖ capacidade postulatória: os indivíduos que atuam diretamente nos Órgãos Judiciais e advogados. ➢ legitimação - uma das condições da ação, é a pertinência subjetiva da lide. ❖ ativa/passiva = a primeira está no polo ativo, quem move a tutela jurisdicional/a segunda está no pólo passivo, quem se encontra como réu da ação. ❖ ordinária/extraordinária = aquilo que comumente acontece/fora da ordem, fora do comum. ● substituição processual está dentro da legitimidade extraordinária ➔ Sucessão processual ● sucessão de um litigante por outro durante o processo ● extromissão e ingresso ● causa mortis - em razão da morte do indivíduo que faz parte de uma lide, haverá um sucessor que irá assumir a ação. ➢ necessário analisar a transmissibilidade do processo, se o processo pode ou não ser assumido por um sucessor. ● por ato entre vivos (inter vivos) - quando um litigante deseja se retirar do processo para que haja a sucessão do mesmo, no entanto, é necessário a concordância do autor da ação. (autorização da parte contrária) ➔ Sujeitos imparciais do processo ● imparcialidade do juiz: ➢ Para garantir a preservação da imparcialidade do juiz, a lei processual civil estabelece impedimentos e suspeições. (CPC, art. 144º e 145º) ➢ impedimentos e suspeições devem ser declaradas de ofício. LITISCONSÓRCIO (art. 113 ao 110 do CPC) ➔ Conceito ● É a pluralidade de partes em qualquer um ou em ambos os pólos processuais. ● polo ativo e polo passivo ● juntar para litigar em conjunto. ➔ Requisitos ● Existe uma ligação fática ou jurídica comum entre os litigantes para estarem no processo. ● origem fática ou jurídica comum ➔ Litisconsórcio multitudinário ● Quando envolve um grande número de pessoas, não há limites para quantos litigantes em um processo. ● Se caracteriza pela existência de um número excessivo de litisconsórcio, que possa causar prejuízo para a defesa da parte contrária ou um atraso anormal na tramitação do processo. ● Caso os vários litigantes estejam retardando o processo, o juiz pode limitar o número desses litisconsórcio facultativos. (art. 113º, § 1 do CPC) ➢ Exemplo: Caso tenha 5.000 litigantes para serem ouvidos, o juiz decide limitar aos 100 primeiros para que a parte contrária trabalhe sobre aqueles pareceres. Os outros seriam examinados individualmente, mas não seriam os principais trabalhados. ➔ Classificação do litisconsórcio ● quanto ao pólo processual ➢ ativo - autores contra réu ➢ passivo - autor contra réus ➢ misto - autores versus réus (pluralidade dos dois pólos ● quanto ao momento em que se forma ➢ inicial - se o litisconsórcio está formado desde o início da petição inicial. ➢ incidental ou ulterior - processo começou sem o litisconsórcio e no curso da tramitação surgiram outras partes litigantes. ● quanto à obrigatoriedade ➢ facultativo - a princípio, litisconsorciar-se é facultativo. ➢ necessário/obrigatório - há situações em que todos os interessados precisam estar no processo. ➢ Importante: Existe polêmica sobre a possibilidade de litisconsórcio necessário ativo, mas prevalece a tese de que esse tipo de litisconsórcio somente acontece no polo passivo porque não é possível obrigar alguém a ser autor. ● quanto à uniformidade da decisão ➢ simples - quando o juiz julga a decisão de cada litisconsorte do mesmo polo diferente. ➢ unitária - simplesmente não existe, nem em tese e nem em abstração, tratamento diferenciado quanto a decisão entre os litisconsortes. ➢ exceção - Em regra, quando um litisconsórcio é necessário, também é unitário. Ou seja, se todos devem estar presentes, todos serão tratados uniformemente pela sentença. A exceção acontece na ação de usucapião, que permite tratamento diferenciado entre os proprietários do bem e os confinantes. ➔ Aspectos processuais ● Questão do prazo ➢ No processo físico, quando há mais de um advogado de escritório diferente, dobra-se o prazo. ➢ no litisconsórcio os atos individuais de um não prejudica os outros litigantes, mas pode beneficiar. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (art. 119º ao 138º do CPC) ● Toda pessoa que não for parte do processo é caracterizada como terceiro. ● terceiro interveniente - quem não seja parte dele.Poderá intervir em processo alheio o terceiro que comprovar interesse jurídico, não bastando o interesse afetivo e nem mesmo o econômico (salvo em uma hipótese) ➔ Terceiros desinteressados ● os indivíduos que não tem nenhuma relação com qualquer processo, mesmo que possua algum interesse de modo afetivo, econômico, entre outros. É necessário ter interesse juridicamente no caso. ➔ Terceiros interessados ● Sujeito que está de fora do processo, porém a decisão do juiz pode interferir na sua vida. Logo, ele possui um interesse jurídico. ● A intervenção de terceiros pode ser provocada de duas formas: a espontânea e o chamamento ao processo. ● modalidade de intervenção ➢ assistência - forma voluntária de intervenção, quando um terceiro tem interesse jurídico na vitória de uma das partes, para ajudar esse polo litigante a vencer. (assistido - art. 119º ao 124º do CPC) ❖ Simples : o assistente só tem interesse jurídico na vitória de uma das partes. É dotado de legitimidade processual na modalidade extraordinária e subordinada, intervém no processo para auxiliar uma das partes por meio do seu interesse jurídico. Tem todos os poderes da parte principal, mas só os conserva quando andar lado a lado com os do assistido (parte principal). ❖ Litisconsorcial: assistentes que poderiam ter sido litisconsórcios. Além do interesse jurídico, tem também direito próprio em discussão no processo (sub judice). Possui os mesmos poderes da parte principal, no entanto, ele pode se opor a vontade do assistido (parte principal). ➢ denunciação da lide - está no sentido de anunciação, comunicação da lide a um terceiro que possui responsabilidade naquele processo. (art. 119ºao 124º do CPC) ❖ evicção: perda da propriedade de um bem por decisão do juiz. Aquele que adquiriu um bem e corre o risco de sofrer uma execução, o mesmo pode trazer o alienante (se houver) que deverá responder à condenação. ❖ Direito de regresso: acontece nos casos em que alguém é obrigado, por lei ou por contrato, a pagar prejuízo causado por terceiro. Nesse caso, faz a denunciação da lide ao causador do prejuízo, trazendo-o para o processo. ❖ denunciação sucessiva: a hipótese em que o denunciado, por sua vez, denuncia a lide ao seu próprio alienante. Permitida apenas uma única vez. ➢ chamamento ao processo - Chama ao processo alguém que também é obrigado a responder pela sentença. Ocorre nas hipóteses de coobrigação, em que duas ou mais pessoas são obrigadas pela mesma dívida, mas apenas uma é demandada em juízo. Nesse caso, pode chamar ao processo os demais obrigados. (art. 130º a 132º do CPC) ➢ desconsideração da personalidade jurídica - consiste na possibilidade de se ignorar a personalidade jurídica autônoma da entidade moral para chamar à responsabilidade seus sócios ou administradores, quando utilizam-na com objetivos fraudulentos ou diversos daqueles para os quais foi constituída. (art. 133º a 137º do CPC) ➢ intervenção do “amicus curiae” - pode ser tanto espontânea como chamada. Utilizada para designar uma instituição que tem por finalidade fornecer subsídios às decisões dos tribunais, oferecendo-lhes melhor base para questões relevantes e de grande impacto. ➢ convocação dos parentes do devedor de alimentos - Os encargos alimentares seguem os preceitos gerais. Portanto, na falta de pais, avós e irmãos, a obrigação passa aos tios, tios-avós, depois aos sobrinhos, sobrinhos-netos e, finalmente, aos primos. (art. 1698º do CC) ➢ Intervenção anômala da União - significa que a União e as demais pessoas jurídicas de direito público poderão intervir, independente de interesse jurídico (é admitido mero interesse econômico), e mesmo no caso de interesse indireto ou reflexo (lei nº 9.496/87, art. 5º). RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL ➔ Introdução ● O processo é uma relação jurídica entre o autor, o réu e o estado-juiz, em princípio, com o objetivo de resolver o litígio. ● Essa relação nasce quando a ação é proposta, ou seja, quando há a protocolização da ação. ● É necessário a citação do réu. ➔ Formação, suspensão e extinção do processo (art. 312 a 317 do CPC) ● Protocolada a ação, nasce o processo. No entanto, é necessária a citação do réu validamente para que, em relação a ele, o processo possa prosseguir. ● A suspensão do processo somente é permitida quando há a perda da capacidade da parte, a morte do litigante (quando se tem a sucessão da ação) ou um motivo de força maior. (art. 313º do CPC) ➢ Suspensão por convenção das partes - os próprios litigantes, em um acordo entre si, decidem suspender o processo para negociação. ● pressuposto processual - requisitos que um processo precisa atender para ser considerado válido e existente / tem que ser e estar para haver o processo. ➢ existência do processo = é fundamental concluir que o processo existe. ❖ é necessário a demanda da ação. ❖ existência de um órgão judicial. ❖ que haja partes ou interessados (jurisdição voluntária). ➢ validade do processo = a ausência de pressuposto de validade admite a existência do processo, porém está inválido. ❖ regularidade da demanda, procedimento ❖ competência do órgão judiciário ❖ capacidade civil das partes (representantes) ❖ validade da citação ➔ Atos processuais ● todo ato praticado por qualquer um dos sujeitos do processo no curso de um processo, visando a produção de efeitos processuais. (ex. depoimento da testemunha, laudo do perito, etc) ● atos das partes: ➢ postulatórios = todo ato que contém um requerimento de medida formulado ao juiz (ex. petição de adiamento da audiência, contestação, pedido de perícia, etc) ➢ instrutórios = atos de produção, colheita e apresentação de provas (apresentação do rol de testemunhas, pedido de perícia, etc). ➢ dispositivos = disposição dos próprios direitos, por exemplo, proposição de acordo entre as partes pelo autor ou réu durante julgamento, pressupondo capacidade. ● atos do juízo: ➢ São relacionados a todos os órgãos judiciais, sendo divididos em despachos e decisões. ➢ despacho = ato que impulsiona o processo, incapaz de prejudicar. ❖ independentemente da denominação que for atribuída ao ato, este somente será um despacho quando for ato de impulso processual incapaz de causar prejuízo inconsequentemente irrecorrível. (art. 1001º CPC) ❖ Caso tenha esse efeito, o despacho não poderá entrar no processo. ➢ decisão = ato judicial que resolve as questões de um processo, tomando partido de um incentivo. ❖ de 1º grau/instância ★ sentenças - pronunciamento do juiz, por meio de fundamentos, que põe fim à fase de conhecimento do processo comum (203º do CPC). 1. definitivas -- juiz examina e decide com resolução do mérito do processo (art. 487º CPC) 2. terminativas -- tem o intuito de extinção do processo sem resolução do mérito, de coisa julgada formal. (art. 485º CPC) ★ decisões interlocutórias - tem o objetivo de resolver questões incidentais no decorrer do processo. ❖ dos tribunais ★ acórdãos - decisão final proferida sobre um processo por tribunal superior, que funciona como paradigma para solucionar casos análogos; aresto. ★ decisões monocráticas ou impessoais - Decisão final em um processo, tomada por um juiz ou, no caso do Supremo Tribunal Federal, por um ministro ➢ Cada afirmação, fática ou jurídica, feita por uma das partes e impugnada pela outra é um ponto controvertido, ou seja, é uma questão processual. ➔ Forma dos atos processuais ● Os termos processuais não dependem de forma determinada, a não ser quando são expressamente exigidos pela lei. ● princípio da liberdade e da instrumentalidade das formas (188º CPC) - traz a regra geral da forma dos atos processuais, sendo ela livre, salvo quando a lei exigir forma específica ● Além disso, considera-se válido o ato praticado de forma errada se alcançar sua finalidade sem causar prejuízos. ● O horário das práticas dos atos processuais, em regra, são praticados nos dias úteis das 06 às 20 horas. No entanto, há casos excepcionais, sendo necessário uma justificativa, como os atos urgentes. ● São praticados, em regra geral, na sede do juízo, ou seja, no fórum. Exceções como a citação, a perícia, a penhora, entre outras. ➔ Comunicação dos atos processuais ● Na jurisdição civil brasileira, a comunicação dos atos civis processuais são praticados de duas formas: citação e intimação. ● citação = ato no qual o Estado comunica a alguém a sua função de réu em um processo e o dar direito de defesa. (art. 238º CPC) ➢ deve ser informado, por meio do mandado de citação, com as informações básicas do processo, como o nome do autor e o número do processo, assim como a petição inicial, o prazo de defesa e outros conhecimentos essenciais. (art. 250º CPC) ➢ real -- se faz pelo correio (regra), oficial de justiça (exceção), ‘in faciem’ (sujeito comparece, mas não foi citado/feita pelo escrivão), meio eletrônico (prazo de 10 dias para ler o e-mail) ➢ ficta (faz de conta que houve citação para continuação do processo) -- se faz por edital (usado subsidiariamente, com um prazo de 20 a 60 dias) ou por hora certa. Nomeia-se, quando não há aparecimento do réu, um defensor público para o representar. ● intimação = o ato geral de comunicação das ocorrências no processo a todos os sujeitos processuais. ➢ pode ser feito pelo correio, email, whatsapp. ➔ Prazos Processuais (arts. 218 a 233 do CPC) ● conceito - prazo é o intervalo de tempo para a prática de um ato processual ou para aguardar até o momento de praticá-lo. ● obs 1: não é considerado intempestivo o ato praticado antes do prazo começar a correr. ● obs 2: de acordo com o art. 226º CPC, o juiz proferirá seus despachos em cinco dias, suas decisões interlocutórias em dez dias e suas sentenças em trinta dias. Mas não há preclusão temporalpara o juiz. ● unidades de contagem - existem prazos em minutos (utilizados na audiência oral), prazos em horas, em dias, em meses e em anos. ● classificação ➢ O prazo pode ser classificado quanto a fonte: legal, judicial e convencional. ❖ legal: a própria lei fixa o prazo (ex. prazo prescricional) ❖ judicial: prazo fixado pelo juiz quando a lei autorizar. ❖ convencional: prazo fixado pelas partes através de acordo quando a lei permitir (ex. suspensão) ❖ se a lei não estabelecer um prazo, nem autorizar o juiz ou as partes a fazê-lo, automaticamente ele será de cinco dias. ➢ Quanto ao destinatário são: comuns ou particulares. ❖ particular: prazo determinado para uma única pessoa. (ex. contestação) ❖ comum: quando ambas as partes recebem um prazo para tal ato (ex. produção de provas) ➢ prazo quanto a preclusão são: próprios ou impróprios. ❖ próprio: prazo das partes, ou você pratica ou não poderá mais ser realizado. ❖ impróprio: prazo do juiz. ➢ prazo quanto a possibilidade de alterações são: dilatórios ou peremptórios. ❖ dilatórios: prazos em que o juiz pode ampliar ou reduzir. ❖ peremptórios: são os prazos que não podem ser reduzidos, como prazo de 15 dias para o réu apresentar contestação. ● dia útil - expediente forense integral ● os entes públicos têm prazos dobrados ● regra: havendo litisconsórcio, e tiver advogados diferentes de escritórios diferentes, os prazos são dobrados. ● É considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo. Petição Inicial (art. 319º, CPC) ● procedimento é a sequência de atos processuais, sinônimo de ritos e aquele que ordinariamente é usado. ➔ Pela forma do ato processual (art. 188º CPC) ● não dependem de uma forma determinada, a não ser quando a lei exige (princípio da liberdade das formas). ➢ obs: forma oral nos júris especiais é permitido. ● A petição inicial precisa ser de forma escrita, com o uso da língua portuguesa e assinada por advogado com sua determinada procuração. ➢ A procuração é o documento que dá poderes ao advogado para atuar no processo como representante da parte, agindo em prol do seu direito na ação. ➢ Há exceções quanto a entrega da procuração, quando o advogado, por força maior, não pode inseri-la ao processo, ele se compromete a enviar depois. ➔ Requisitos Essenciais (art. 319º e 320º do CPC) ● É primordial começar a petição indicando qual o órgão judicial competente. ➢ competência é a parcela de jurisdição que cada juízo detém, parcela essa que é atribuída segundo critérios legais e os fixados na constituição. ➢ critérios absolutos: matéria, pessoa e função. (quando erra nesse critério, produz incompetência absoluta). ➢ critérios relativos: lugar e valor da causa (quando erra nesse critério, produz incompetência relativa). ● órgão judicial competente ● qualificação das partes (principais - nome completo do réu, endereço e CPF ou CNPJ.) ● os fatos e os fundamentos jurídicos do pedido ➢ constitui a causa de pedir, a qual persiste em duas teorias em doutrinas: - A teoria da individuação = o juiz conhece o direito, isto é, tem a obrigação de conhecer o direito. - A teoria da substanciação = a causa de pedir consiste na narração dos fatos acompanhada da fundamentação jurídica, extraindo as consequências jurídicas dos fatos narrados. Busca o amparo da lei diante da situação passada. (adotada pela lei) ➢ causa petendi: - causa de pedir próxima = fundamentação jurídica - causa de pedir remota = fatos da petição, o que está mais distante ● indicação do pedido com suas especificações ➢ vício que leva ao indeferimento da petição ➢ na nossa jurisdição civil, pedidos genéricos, em princípio, não são admissíveis. - existem exceções, como em ações que não dá para dimensionar o valor de um dano ou em ações universais (quinhão de herança). ➢ O pedido deve ser expresso, explícito. - existem pedidos que já são implícitos em toda ação, como os honorários advocatícios, os juros de mora, correção monetária e prestações vincendas. ➢ cumulação de pedidos - formular mais de um pedido na petição - ex. reconhecimento de paternidade com pedido de alimentos. - dentro de um processo pode haver várias ações, pois cada ação é uma demanda de um pedido de mérito. - existem certas condições para cumular pedidos, como: 1. o juiz deve ser competente para apreciar todas ações; 2. os pedidos devem ser compatíveis entre si (sem contrariedade); 3. a sequência (rito) de atos devem ser o mesmo; - cumulação própria = formula vários pedidos pretendendo que todos sejam atendidos. 1. cumulação própria simples = esses pedidos são independentes entre si, portanto, não interferem um ao outro. 2. cumulação própria subsidiária ou sucessiva = há um pedido principal, cujo atendimento condiciona o atendimento dos demais. - cumulação imprópria = o autor formula mais de um pedido, mas que para um deles seja atendido. 1. cumulação imprópria alternativa = não receberá todos os pedidos, sendo uma coisa ou outra, o autor se contenta com qualquer um dos pedidos. 2. cumulação imprópria eventual ou subsidiária = estabelece uma ordem de prioridades, querendo o segundo pedido somente se o primeiro não poder ser fundamentalmente cumprido. ● o valor da causa (art. 291º e 292º CPC) ➢ toda petição inicial de ação civil tem que dar o valor da causa, mesmo que ela não tenha conteúdo econômico. ➢ fixado valor simbólico, caso não tenha conteúdo econômico. ➢ quando a lei determina o valor do pedido na causa, não há como o autor atribuir outro valor. ➢ quando a causa tem conteúdo econômico, mas não está descrito o valor dela na lei, então cabe ao autor estabelecer o que vale a seu critério. - pode o réu impugnar o valor colocado e o juiz decidirá por decisão interlocutória. ● indicar as provas que o autor irá querer produzir ➢ protesto genérico pela produção de provas, ou seja, a manifestação não especificada ainda de que o autor irá querer produzir provas. ➢ não há necessidade de trazer todas as provas imediatamente, somente as que a lei exigir. ➢ na petição inicial, o comum é o acompanhamento de algumas provas documentais. ● opção do autor pela realização ou não da audiência de conciliação e mediação ➢ o autor pode se manifestar sobre sua vontade ou não de haver a audiência. ➢ por acaso, se for esquecido a recusa, então será interpretado a aceitação da audiência. ● instruir os documentos indispensáveis para a propositura da ação ➢ prova documental ➢ ex. propondo o divórcio precisa da certidão de casamento. ➔ Resposta do juiz à petição inicial (art. 330º a 332º do CPC) ● O recebimento da inicial se dá pela constatação de que ela foi elaborada com todos os requisitos necessários. ● 1. Caso tenha vícios na petição inicial, ou seja, não atendendo aos requisitos, o juiz não irá recebê-la. ➢ Vícios sanáveis = o juiz proferirá um despacho para que seja corrigido o vício, emendando a inicial sob pena de indeferimento, caso não seja sanado. - 5 requisitos do art. 319º e o requisito do art. 320º do CPC ➢ vícios insanáveis = são erros na petição inicial os quais não poderão ser consertados, ocorrendo o indeferimento liminar (imediato) da peça inicial. - a ausência ou defeito de causa de pedir - a ausência ou defeito de pedido ● 2. Quando a petição inicial for inépcia = não foi apta, capaz de iniciar um processo, contendo um vício de grande gravidade, sendo indeferida pelo juiz. ➢ quando faltam pedido ou causa de pedir (vício insanável) ➢ da narração dos fatos, não compete logicamente a conclusão. ➢ quando tiver pedidos incompatíveis entre si (ex. pagamento de multa por quebra de contrato e o cumprimento do contrato, são pedidos incompatíveis) ● Quando a parte for manifestamente ilegítima, tanto autor como réu, o juiz indeferirá a petição inicial. ● 3. Quando o autor carece de interesse processual, isto é, necessidade de ir à justiça, o juiz indeferirá a sua inicial. ➢ ex. o autor que quer cobrar alguém por juros de mora sem que se tenha vencido a dívida. ● obs: o juiz que indefere a inicial, sendo por víciosanável ou insanável, esse indeferimento será uma sentença, pois isso é um ato que encerra o processo. ● Importante: quando a inicial é indeferida e o autor apelar, o juiz ao examinar a apelação antes de mandar para o tribunal, pode voltar atrás em um prazo de 5 dias. ● 4. Julgamento liminar de improcedência = caso o juiz já saiba que algum precedente esbarra com a inicial, então ele pode julgar improcedente de acordo com o mérito ➢ Adotado, com alterações, o sistema norte-americano de precedentes: stare decisis - respeitar as decisões. ➢ o juiz debaixo não pode divergir dos tribunais de 2 grau, do STJ e do STF. ➢ obrigação de respeitar os precedentes, como as súmulas dos Tribunais superiores. ➢ o autor pode apelar e o juiz poderá se retratar em 5 dias. ● obs. do professor: os vícios da petição inicial podem levar a seu indeferimento, mediante sentença. Há dois tipos de vícios, os sanáveis e os insanáveis (art. 330º do CPC). Se o vício for sanável (art. 319º, I, II, V, VI e VII; e art. 320º do CPC) o juiz intimará o autor para proceder a emenda da petição no prazo de 15 dias, sob pena de indeferimento. Se o vício for insanável, a petição inicial será indeferida liminarmente. AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO (ART. 334º DO CPC) ● O objetivo da audiência é a solução consensual do litígio mediante acordo, que será homologado pelo juiz. ● A audiência, em princípio, é obrigatória, sancionando-se a parte ausente com multa por litigância de má fé. ● Pode haver tantas audiências quantas vezes as partes queiram. ● Há duas hipóteses de não realização da audiência. ➔ quando a audiência não acontece: ● quando ambas as partes, expressamente, dizem que não querem a audiência, essa não se realiza. ➢ o autor expressa sua recusa na petição inicial ➢ o réu expressa em forma de contestação até 10 dias antes da audiência. ➢ o silêncio é considerado concordância, anuência. ● Se o direito sub judice que está sendo discutido for indisponível, ou seja, quando não se pode fazer acordo. ➢ o juiz já cita o réu para contestar ● Caso a audiência aconteça, mas o acordo não aconteceu, então o primeiro dia útil da contestação para o réu será a partir da data daquela audiência. (aquele que não se computa) CONTESTAÇÃO (ART. 335º do CPC) ➔ Introdução ● princípio da concentração da defesa na contestação, ou seja, em uma única petição se oferece a exceção, a reconvenção e a contestação. ➢ contestação = defender-se diretamente quanto ao mérito. ➢ exceção = defesa indireta, pois se cria um obstáculo indireto preliminarmente dentro da contestação. ➢ reconvenção = contra ataque, uma ação que o réu move contra o autor no mesmo processo em que o autor move uma ação contra o réu (obriga o autor a se defender também). ➔ Contestação propriamente ● defesa direta de mérito, isto é, negação sobre aquilo que o autor diz. ● a contestação rege por dois fundamentos: 1. princípio da eventualidade (art. 336º do CPC) ➢ cabe ao réu trazer na contestação todos os seus argumentos de defesa, sob pena de preclusão. ➢ a princípio, caso não se utilize de algum argumento na contestação, depois ele não poderá ser arguido. ➢ se o primeiro argumento falhar, o segundo será avaliado, e assim por diante. ➢ exceções - fato superveniente (aconteceu depois da contestação) e alegar força maior (deixou de apresentar o fato por força maior, isto é, quando se não tinha conhecimento do fato). 2. ônus da impugnação específica (art. 341º do CPC) ➢ não existe, em regra, na jurisdição civil, contestação por negação geral, isto é, provar durante o processo que o autor não possui veracidade na sua alegação. ➢ cada alegação fática feita pelo autor deve ser respondida individual e especificamente pelo autor, caso não seja feito, irá ser presumido que seja verdade. ➢ exceções - 1. apesar de o réu não ter respeitado o ônus de impugnar especificamente, deixando sem resposta uma ou outra alegação fática, nem por isso haverá a consequência de presunção de veracidade. / 2. se a petição inicial não apresentar documento indispensável para os fatos / 3. quando os fatos estiverem em contradição com a defesa considerada em seu conjunto, ou seja, reconveio como resposta com outro argumento um fato dado pelo autor. ➔ Preliminares na contestação/exceção (art. 337º do CPC) ● preliminares é uma das questões prévias ao mérito, chamando a atenção do juiz para um fato de natureza processual, que sendo verdadeiro pode provocar a imediata extinção do processo (preliminares peremptórias) ou retardará o processo (preliminares dilatórias). ● influi decisivamente no mérito, antes dele existir e ser falado. ➢ Mérito da ação: ação ou comportamento que considera a utilização prática; análise das coisas através de uma abordagem pragmática. ● preliminar peremptória = extingue o processo ➢ exemplo: a alegação de coisa julgada material, a inépcia da petição, perempção, litispendência, coisa julgada, conversão de arbitragem, ausência de legitimidade e interesse de agir. ● preliminar dilatória = retarda o processo ➢ exemplo: a alegação de incompetência relativa, incompetência absoluta, conexão entre ações, incapacidade da parte (falta de representação), falta de caução ou outra prestação que a lei exige como preliminar, indevida concessão da gratuidade. ● pode o réu, antes de discutir o mérito, alegar questões preliminares. Trata-se de argumentos de natureza formal/processual alegados previamente ao mérito e que, quando procedentes, ou extingue o processo imediatamente (peremptórias) ou provocam um retardamento no andamento do processo para sanar um vício existente (dilatórias). ➔ Reconvenção ● No CPC revogado, era permitido uma forma de intervenção de terceiros denominada nomeação à autoria, para quando o réu quisesse alegar sua ilegitimidade para figurar no polo passivo da ação, indicando aquela pessoa que seria o verdadeiro réu. A forma de intervenção já não existe, mas essa possibilidade continua de acordo com a previsão dos arts. 338º e 339º do CPC. ● Reconvenção é a ação proposta pelo réu contra o autor no mesmo processo em que o autor move ação contra o réu, e só é possível em procedimentos comuns. ● Ela é uma forma de possibilitar que o réu faça alegações e pedidos próprios dentro do processo, invertendo a estrutura do processo. ● Nessa situação o réu vira o reconvinte e o autor se chamará de reconvindo, mudando de posições na ação reconvencional. ➢ o réu não permanece somente no polo passivo, propondo um contra-ataque. ➢ deve está ligada à ação principal. ● obs: é possível a reconvenção da reconvenção ● Nos juizados especiais não se admite reconvenção, mas possibilita o pedido de contraposto. ➢ O pedido de contraposto não tem diferença da reconvenção, já que os dois são postos na contestação, mas há a diferença do título de contra ataque. ● Nas ações de procedimentos especiais não cabe reconvenção. ● Ação dúplice = Aquela em que autor e réu, simultaneamente, ocupam os pólos da relação jurídico-processual. O que qualifica a ação como dúplice é a unidade de pretensões das partes ➢ Por exemplo, nas ações possessórias típicas, em que a lide girará em torno da melhor posse. REVELIA (ART 344 A 346) ➔ Introdução: ● Tecnicamente, trata-se de um fato: a ausência de contestação. Assim, o réu que não contesta, torna-se revel e se submete aos efeitos da revelia. ● O réu ainda não foi excluído do processo e nem é litigante de má-fé, somente, por conta da sua omissão, se prejudicou. ➔ Efeitos da Revelia: ● efeito material (art. 344 e 355, I) = a partir do momento que ocorre a revelia, o mérito é julgado antecipadamente, uma vez que se presumem verdadeiros os fatos apresentados pelo autor e retira a necessidade do mesmo de provar. ↪ exceção da produção do efeito material (art. 345) 1. quando há pluralidade de réus e um deles contestar a ação. No caso de litisconsórcio unitário, a contestação sempre aproveitará o réu revel. 2. se o litígio versa sobre direitos indisponíveis, ou seja, aquele do qual não se pode dispor. (ex. incapaz) 3. sea petição inicial não estiver acompanhada do documento indispensável. 4. Se o juiz entender que os argumentos do autor não parecerem verdadeiros e soam absurdos, o juiz pode decidir, fundamentadamente, não aplicar o efeito material e requerer que o réu prove. ● efeito processual (art. 346) = desnecessidade de intimação pessoal, ou através do advogado, do réu revel, será intimado por publicação. ↪ parágrafo único: O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. ↪ reconvindo não contesta a reconvenção e fica revel, então será intimado o advogado. Fase Ordinatória e de Saneamento do processo ● conceito: A fase ordinatória é aquela compreendida entre as providências preliminares e o julgamento conforme o estado do processo. Nessa fase, o Juiz analisará o processo e o preparará para uma das três possibilidades: extinção imediata, julgamento antecipado de mérito ou saneamento com posterior remessa para fase instrutória. ● essa fase se dá logo após o término do prazo de apresentação da contestação ➔ Providências preliminares (art. 347 a 353) ● Três situações de providências preliminares: Alegação de defesa indireta de mérito, disciplinada no art. 350, do NCPC; Alegação de questões preliminares na contestação, disciplinada no art. 351, do NCPC; e Providências ligadas ao saneamento e à instrução do feito, disciplinados nos arts. 352 a 357, do NCPC. ● quando não ocorre o efeito material da revelia - o juiz pode intimar o autor, para no prazo de 15 dias, especificar as provas que pretende produzir. (art. 348) o réu ao não contestar e o autor não apresentando provas, o juiz extinguirá o processo. ● direito de contra produção de provas do réu - o revel só terá direito à produção probatória se o juiz entender que, a despeito da presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, seja necessária maior produção probatória para o total esclarecimento do feito. (art. 349) Deverá o réu ingressar no processo a tempo de requerer a produção de provas. ● quando o réu alega fatos novos na contestação (extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor) - o autor será intimado para responder a esses fatos no prazo de 15 dias. (art. 350) princípio do contraditório permitido a produção de provas ● quando o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337 - consistirá na intimação do autor para se manifestar no prazo de 15 dias, mas desta vez, para se manifestar sobre preliminar de contestação arguida pelo réu. (art. 351) Os temas enumerados nos incisos do art. 337 são matérias de ordem pública, com exceção da convenção de arbitragem e da incompetência relativa. ● quando há irregularidade ou vícios sanáveis - proveniente da alegação do réu, o magistrado dará a oportunidade para que a parte autora corrija a incapacidade processual ou vício de representação. (art. 352) poderá ser regularizada com a intimação da parte, em um prazo de 30 dias. ex. a ausência de documento indispensável. ● quando há o cumprimento das providências preliminares ou não havendo necessidade delas - o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo (art. 353) ➔ Julgamento conforme o estado do processo ● extinção do processo sem resolução de mérito - sentença de extinção do processo sem resolução de mérito ● julgamento antecipado (sem necessidade das provas) do mérito - quando ocorrer revelia ou efeito material (art. 355) - quando não houver necessidade de produção de outras provas. (não há fatos controvertidos ou as provas necessárias já estão todas no processo como a documental) - sentença de natureza definitiva ● julgamento antecipado parcial do mérito (art. 356) - Quando o réu reconhece em parte o juiz também decide em parte, dando ao autor aquela parcela do pedido. - No entanto, a decisão do juiz em parte não será uma sentença, pois o processo continuará sendo julgado pela a outra parte que não foi reconhecida. - o ato do juiz que julga parcialmente o mérito é uma decisão interlocutória. (a partir do código de 2015) - recurso para decisão interlocutória: agravo de instrumento para continuação da ação ● saneamento do processo (análise do juiz) - o objetivo é a necessidade sanear os vícios - 1. resolver as questões processuais pendentes, se houver. (ex. erro no valor da causa, o juiz decide /terceiro que pediu para intervir e ainda não foi admitido) - 2. delimitar as questões dos fatos controvertidos que necessitam de prova - 3. o juiz define a distribuição do ônus da prova, ou seja, quem vai ter que provar o quê. - 4. delimitar as questões de direito relevantes para a resolução do mérito, ou seja, os pontos jurídicos que serão discutidos. - 5. Depois de todos esses pontos, o juiz irá designar, se necessário, a audiência de instrução e julgamento (produção de prova e o julgamento). - audiência de instrução - necessidade de provas orais, então nesse momento elas serão produzidas por determinação do juiz. - Quando a causa for muito complexa e apresentar pontos de difícil resolução, pode o juiz, na forma do parágrafo terceiro do art. 357, substituir a decisão de saneamento por uma audiência de saneamento, para a qual convida as partes. Trata-se de aplicação do princípio da cooperação ou colaboração, previsto no art. 6 do CPC. Audiência de Instrução e Julgamento (art. 358) ● É uma audiência para a produção de prova oral, como a testemunhal, depoimento das partes e interrogatório do perito. ● Possui como característica a solenidade, um rito, entre os indivíduos que participam da audiência, como o juiz e advogado. Além disso, seus atos são acessíveis, públicos, una e contínua (mesmo que precise marcar uma nova sessão da audiência para continuação, se considera a mesma). ● É iniciada com o pregão, isto é, o escrivão chama pelo nome das partes e advogados para que os indivíduos entrem na sala de audiência. ● Há uma ordem para a produção de provas. Assim, começará pelo perito para depor em favor de declarações, se houver, e logo depois será o depoimento pessoal das partes (não é obrigatório no civil). Em seguida passará para as testemunhas, primeiro as do autor e depois a do réu (permite o juiz, em decisão fundamentada, inverter a ordem das testemunhas.//sem prejuízo para a defesa) ● Quando chegar a parte das razões finais (tentar convencer o juiz da sua defesa ou acusação para o julgamento), os advogados poderão escolher se serão realizadas de forma oral ou escrita por memoriais escritos. - são 10 dias para a preparação do memorial - o juiz terá 30 dias para a promover a sentença caso escolha também fazer por escrito, no entanto, esse prazo não sofre preclusão. - Na maioria das situações, os julgamentos não são feitos na hora da audiência. ● A parte que não for favorecida poderá apelar pela sentença como também poderá tentar entrar em um acordo com a parte adversa, pois o acordo é sempre possível enquanto houver processo. - se o acordo entre as partes acontecer na audiência de instrução, o juiz irá homologar a sentença, ratificá-la. Teoria das Provas (art. 369 e seguintes) ● conceito: provas são os meios pelos quais as partes buscam demonstrar a veracidade de suas alegações, com a finalidade de convencer o juiz e obter ganho de causa. ➔ Princípios reitores da produção das provas em jurisdição civil ● princípio da proibição da prova ilícita no processo - prova originariamente ilícita = tortura - prova ilícita por derivação = por si ela não é ilícita, mas eu só soube daquela prova por que houve uma interceptação telefônica ilegal. - A prova ilícita não se trata de uma proibição absoluta no direito civil, com exceção do autor (MP). - admite exceções mediante princípios de ponderação dos valores. ● princípio da proibição da obrigação de produzir provas contra si - não possui a mesma conotação que na jurisdição penal - Ex. pessoa que se acidenta bêbado na direção do carro, não é obrigado a se submeter ao bafômetro. - O silêncio do réu não pode ser interpretado como culpa e nem ser usado contra ele pelo autor.- O juiz não está vinculado àquela coisa de não poder usar o silêncio e de não poder usar a recusa, pois a interpretação que tem é que se o réu se recusou de produzir uma prova que o ajudaria a vencer, o juiz tirará as consequências que quiser e colocará na sentença. - As consequências serão diferentes na jurisdição civil. ● Princípio da Atipicidade dos meios de prova (art. 369) - criação de provas que não estão especificadas no rol da lei, desde que a produção respeite a lei por meios legais e não ofenda a moralidade. - ex. contrário - detector de mentiras não é admitido pois viola a credibilidade / soro da verdade viola o princípio da dignidade da pessoa humana / prova mediúnica. - ex de prova nova - pedido da parte do seu próprio depoimento ● Princípio da comunhão ou da aquisição da prova - A prova que foi produzida por minha iniciativa não me pertence. - Quando a prova é produzida, não importa de quem foi a iniciativa e o processo adquire a prova para si, tornando-se comum a todas as partes. - consequências = prova produzida é prova do processo, a parte não pode querer a retirada de qualquer uma, mesmo que ela prejudique ao invés de ajudar. - Os efeitos da prova são controlados pelo processo e não pela parte. ● Princípio do contraditório da produção da prova - As provas não podem surpreender a parte contrária, isto é, toda prova produzida no processo será do conhecimento prévio ou a outra parte terá o direito de se manifestar. - ex. prova documental quando juntada aos autos, a parte contrária poderá se manifestar dentro de um prazo. - ex. perícia, o réu terá o direito de ter um aviso prévio, poderá recomendar um assistente técnico, poderá apresentar quesitos. - a não surpresa ou direito do contraditório posterior ● Princípio do livre convencimento motivado do juiz - o magistrado tem liberdade quando da avaliação das provas produzidas no processo desde que fundamente o porquê chegou àquele resultado. - O juiz é soberano na análise das provas produzidas nos autos. Deve decidir de acordo com o seu convencimento. - se destaca em nosso ordenamento jurídico por conta de estabelecer que o juiz deverá julgar a prova constante nos autos em concomitância com a lei e de acordo com sua convicção, ou seja, o juiz irá indicar as razões de suas convicções diante da prova demonstrada nos autos ➔ Iniciativa da produção da prova ● caberá ao juiz requerer a produção da prova quando as partes pedirem ou de ofício. ● o juiz deve restringir a sua iniciativa de produção de provas o máximo possível, utilizando somente em casos excepcionais, pois pode comprometer sua imparcialidade. ● o juiz pode nos casos em que o direito em discussão for indisponível e a questão tiver sido suscitada no processo. ➔ Objeto da Prova (o que a parte terá que provar) ● Em princípio, prova-se os fatos, pois não há necessidade de provar o direito (regra geral). No entanto, há exceções nas duas afirmações, levando em consideração que há fatos que não precisam de provas e há direitos que precisam ser provados. ● fatos incontroversos que não precisam de provas = provar que houve atropelamento, fatos confessados, os fatos presumidos por lei (criança é incapaz de contratar) e fatos notórios (ex. queimadura com água fervente). ● os direitos em que precisam ser provados = direito material estrangeiro (ex. termo de sucessões), costume (direito consuetudinário/ex. furar fila) e direito local (direito estadual e municipal, tem que ser provado fora do local em que ele vive // ex. direito municipal fortalezense na comarca de SP) ➔ Ônus da prova ● É o peso de ter que provar, é o encargo da prova. ● O ônus da prova incumbe ao autor quanto aos fatos constitutivos do seu direito, e ao réu quanto aos fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor. ● ex. o credor precisa provar que tem uma dívida com o devedor, e se o réu (devedor) diz que já pagou então ele tem que provar. ● O ônus da prova, portanto, é o encargo de trazer elementos capazes de certificar uma situação. Ou seja, de comprová-la. No entanto, não pode ser confundido com dever, porquanto o dever implica em um direito de outrem. ● o indivíduo que possui o ônus da prova está incumbido do dever de comprovar o seu interesse e os fatos que o favorecem em um processo. ● Há casos, então, em que a veracidade das alegações é presumida. E, portanto, cabe ao demandado apresentar prova em contrário, no que se conhece por inversão do ônus da prova. ● A inversão do ônus da prova é medida excepcional que não deve ser banalizada, aplicando-se somente quando verificada a dificuldade ou impossibilidade de o consumidor demonstrar, pelos meios ordinários, a prova do fato que pretende produzir, não podendo ser considerada como princípio absoluto. ➔ Presunções ● dispensa de produzir a prova, pois presume-se que é verdade. ● presunção legal = estabelecidas pela lei, podem ser relativas ou absolutas. - relativas (júris tantum) = São aquelas que podem ser desfeitas pela prova em contrário, ou seja, admitem contra-prova. Assim, o interessado no reconhecimento do fato tem o ônus de provar o indício, ou seja, possui o encargo de provar o fato contrário ao presumido. - absolutas (jure et de jure) = O juiz aceita o fato presumido, desconsiderando qualquer prova em contrário. Assim, o fato não é objeto de prova. A presunção absoluta é uma ficção legal; PRESUNÇÃO LEGAL – É aquela expressa e determinada pelo próprio texto legal. ➔ Meios típicos de prova ● Os meios de provas são: depoimento pessoal; confissão; exibição de documento ou coisa; prova documental; prova testemunhal; prova pericial e inspeção judicial. ● Ata notarial - é um instrumento público no qual o tabelião documenta, de forma imparcial, um fato, uma situação ou uma circunstância presenciada por ele, perpetuando-os no tempo. A ata notarial tem eficácia probatória, presumindo-se verdadeiros os fatos nela contidos. ● depoimento pessoal das partes - é o meio de prova pelo qual o juiz interroga a parte, com vistas ao esclarecimento de certos pontos controvertidos da demanda, ou mesmo para obter a confissão, pode ser determinado pelo próprio juiz ou requerido pela própria parte. ● confissão - A confissão é um marco preclusivo no processo, ou seja, após confessado, não se pode o confitente voltar atrás e refazê-la, mas pode ser anulável com uma ação anulatória. (somente é admitido o réu se desdizer no processo penal) ● exibição de documento ou coisa - pode ser formulada por uma das partes contra a outra, bem como determinada de ofício pelo juiz, caso este entenda necessário. Julgando procedente o pedido de exibição, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar ● prova documental - refere-se a qualquer coisa capaz de demonstrar a existência de um fato. É tida como a prova mais forte do processo civil, embora o princípio da persuasão racional faculte ao juiz o seu afastamento pelos demais meios (testemunhal e pericial) produzidos nos autos. - documentos públicos = aquele emitido da proveniente de alguém que tem cargo ou função pública e emitido no exercício ou em razão da função. Prova a sua própria existência e o seu conteúdo. (ex. certidão de nascimento) - documentos privados = são aqueles em que não existe interferência de agente público em sua elaboração, podendo ser escrito por terceiro e assinado pelo declarante, assinado e escrito pelas partes, escrito pela parte, mas não assinado e, a parte não tendo escrito e assinado. (prova apenas a sua existência). - Pode-se alegar falsidade do documento, tendo a falsidade material (o documento em si é falso, forjado o suporte do arquivo) e ideológica (ex. identidade falsa, se passar por outra pessoa.) ● prova testemunhal - é obtida por meio da inquirição de testemunhas a respeito de fatos relevantes para o julgamento. É possível conceituar “testemunha” como a pessoa estranha ao feito (o pronunciamento da parte constitui depoimento pessoal e não testemunho) que se apresenta ao juízo paradizer o que sabe sobre a lide. ● Prova pericial - consiste no meio de prova destinado a solucionar uma controvérsia técnica no processo. A sua denominação faz referência direta a quem produz a prova, que é o perito. ● inspeção judicial - é ato processual que pode se realizar na sede do juízo ou fora dela, mas desde que dentro na competência territorial do juiz que irá prolatar a decisão. O horário deve observar a regra do art. 212, CPC/2015, ou seja, a inspeção realizar-se-á em dias úteis, das 6 às 20 horas. Tutela Judicial (art. 294 a 311 CPC) ● Conceito: é a proteção jurisdicional de um bem ou direito. Em geral, depende de ser requerida pela parte ou interessado. ● Possui duas espécies, a tutela final e a tutela provisória. ● Tutela final: é concedida após o trânsito em julgado da decisão judicial (art. 503). A decisão se converte em título executivo judicial. Tutela Provisória ● conceito: é o mecanismo processual pelo qual o magistrado antecipa a uma das partes um provimento judicial de mérito ou acautelatórias antes da prolação da decisão final. ● A tutela provisória busca acima de tudo, no atual cenário judiciário brasileiro, confrontar o lapso temporal de tramitação de um processo. ● Busca-se inibir qualquer dano que a demora na prestação da tutela jurisdicional possa causar, seja por via asseguratória (tutela cautelar) ou via antecipatória (tutela antecipada). ● Existe uma única hipótese que, mesmo preenchidos todos os requisitos e prestado caução, não será concedida. Existem casos em que a decisão que conceder a tutela provisória cause efeitos irreversíveis. ● aplica-se o princípio da fungibilidade nas duas, vez que o requerimento de uma não prejudica na conversão para a outra, o que não se deve fazer é indeferi-la de plano motivado pela incoerência na espécie requerida. ● Existe uma última divisão com relação ao momento do requerimento da tutela provisória de urgência. São dois, antecedente, ou seja, antes da propositura do pedido principal, e incidentalmente, juntamente com o pedido principal. ● Tutela provisória de urgência (art. 300) → instrumento processual que possibilita à parte pleitear a antecipação do pedido de mérito com fundamento na urgência, pauta-se na necessidade da prestação da tutela jurisdicional evitar um prejuízo à parte. Existem dois requisitos autorizadores para a concessão desse tipo de tutela, quais sejam a (A) elementos que evidenciem a probabilidade do direito e (B) o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Caso o direito que a parte possua reste demonstrado (requisito ‘A’) a necessidade de demonstração de um possível dano ou do risco ao resultado útil do processo é requisito final para a concessão da tutela provisória. Se subdivide em duas espécies: 1. tutela provisória de urgência antecipada (antecedente ou incidente) - pode ser concedido tanto liminarmente, quanto incidentalmente, ficando a critério cognitivo do magistrado aplicar no momento em que restar preenchidos os requisitos autorizadores. - tem por objeto assegurar e antecipar à parte autora o próprio direito material. - assegurar a pretensão da parte litigante. - deixará de ser provisória e se tornará estável caso não seja interposto o respectivo recurso pela parte contrária, extinguindo-se o processo sem resolução do mérito e sem a formação da coisa julgada material. - A parte poderá preparar a inicial de forma simplificada, indicando como fundamento a tutela provisória de urgência antecipada em caráter antecedente. - A tutela é concedida logo após a propositura da petição inicial (seja do processo principal, quanto da medida cautelar). - antecipação do provimento jurisdicional fim, ou seja, da decisão do juízo acerca do caso posto em testilha. - antecedente - o magistrado tem o encargo, diante dos elementos contidos no art. 300 do Novo CPC (probabilidade de êxito do direito da parte postulante e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo) de julgar o processo naquele estado liminar em que se encontra. Pode ser revogada ou modificada. antecedente (I) Urgência contemporânea à propositura da ação. (II) Exposição do direito que se busca realizar (III) Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. incidente toda tutela provisória pleiteada em qualquer momento do processo, seja em conjunto com a petição ou durante o transcurso da lide, sendo uma questão paralela que caminha ao lado do pedido principal da ação. 2. tutela provisória de urgência cautelar - art. 301 (antecedente ou incidente) - confere à parte autora a possibilidade de obter, mediante provimento de urgência, ferramentas para assegurá-lo. - Os três requisitos da petição inicial para a concessão de tutela provisória cautelar são (I) Lide e seu fundamento; (II) Exposição sumária do direito que se objetiva assegurar; (III) Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. - Não se antecipa um provimento jurisdicional, mas sim assegura um direito de uma parte. - As medidas cautelares podem ser encaradas tanto como forma de (I) assegurar bens, (II) assegurar pessoas ou (III) assegurar provas. - visa assegurar um direito (bens, pessoa ou provas), no caso do caráter antecedente, assegurar um futuro direito (ex: medida cautelar de arresto para assegurar futura execução forçada). - permite à parte obter um provimento acautelatório que preserve o direito material almejado, tendo caráter instrumental. - não recaem sobre o mérito em si, mas sobre os instrumentos que assegurem a efetividade do mérito e do processo. - ex. provimento jurisdicional que confere à parte o direito de acesso a provas documentais necessárias à discussão de mérito que estejam em poder de terceiros. - A tutela de urgência cautelar também poderá ser conferida em caráter antecedente ou incidente. - antecedente - a parte autora também poderá lançar mão da petição simplificada, mas deverá editá-la dentro de 30 dias, de modo a indicar o pedido principal. ● Tutela de evidência → pode ser requerida independentemente da comprovação do perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, levando em consideração a evidência do direito. - privilegia a boa-fé processual e os casos em que a plausibilidade do direito é patente. - Na tutela provisória fundada na evidência, apenas a demonstração do fumus boni juris, juntamente com um dos incisos do art. 311, o que nada mais são do que requisitos alternativos, autoriza a concessão de tal medida. - São quatro hipóteses: 1. abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte. 2. alegações de fato passíveis de comprovação apenas documentalmente e se houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos (incluindo o incidente de resolução de demandas repetitivas) ou em súmula vinculante. 3. pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob pena de multa. 4. petição inicial instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
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