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Coleção Autoconhecimento GRAFOLOGIA Guia Prático Ana Cecília Amado Sette São Paulo SP ISBN 978-85-66833-03-4 BLUE EDITORA E LIVRARIA LTDA Prefácio Prezado leitor Você acaba de adquirir mais um ebook com o selo de qualidade LeBooks. A partir de agora você irá desvendar e aprender a utilizar uma ferramenta muito útil para o autoconhecimento, bem como para um melhor conhecimento de outras pessoas: a grafologia. Em sua trajetória, você encontrará diversas pessoas que têm preconceitos contra a grafologia, mesmo sem conhecê-la. Outros não conseguem entender os princípios, porque não são tão simples assim e negam sua veracidade. No final do estudo desse manual, você poderá dar sua opinião definitiva. Imagine...você pode pensar que está escrevendo uma lista de compras, uma carta para um amigo ou um bilhete de agradecimento, mas cada traço da sua caneta está revelando o que você está sentindo sobre você mesmo e sobre os outros; seus talentos e habilidades; como são suas reações quando está nervoso, estressado ou ansioso; mesmo os fatos que você não tem consciência estão sendo expostos. A grafia é o espelho da alma. Através deste manual, você aprenderá passo a passo como analisar um manuscrito, como se conhecer e aos demais, como aconselhar os outros e como fazer suas escolhas. Os céticos acusam a grafologia de não possuir bases científicas, contudo, até o presente momento, quase cem anos depois de Alfred Binet ter realizado testes com a grafologia na Universidade de Sorbonne, nenhum estudo conseguiu provar o contrário em relação à espetacular média de acertos feita por Crépieux - Jamin – em alguns casos mais de 80%¹. Pode ter certeza de que, ao término da leitura, você será capaz de realizar um pequeno resumo da personalidade do autor da grafia, assim como conhecer as bases do estudo grafológico. O assunto é muito extenso, de tal maneira que, após este título introdutório, você terá, em breve, novos ebooks que irão ajudá-lo a aprofundar ainda mais seu conhecimento. Boa leitura, e muito sucesso! Ana Cecília Amado Sette Sumário INTRODUÇÃO O “Método Graphosette” Respostas a perguntas mais frequentes PRIMEIRO PASSO O perfil grafológico Dados sobre o autor da grafia Questionário para o perfil grafológico - exemplo Como deve ser o texto para o perfil grafológico O papel a ser utilizado A caneta O local de apoio das folhas Assinatura SEGUNDO PASSO Defina o “Nível de Forma” da escrita: positivo ou negativo Originalidade, ou seja, personalidade própria na grafia Bom ritmo e rapidez Legibilidade Ordem e limpeza Força e cor da tinta Simplicidade Interpretação do texto TERCEIRO PASSO Predomínio da forma – grafia regular Predomínio do movimento – grafia irregular Características da personalidade com predomínio da forma Características da personalidade com predomínio do movimento Simbologia do espaço gráfico O significado de cada uma das zonas Zona superior ou hastes Zona inferior ou laçadas Zona média QUARTO PASSO Estudo dos gêneros da grafia Como preencher a grafoplanilha Ordem e distribuição do espaço gráfico Espaços entre linhas, palavras e letras Disposição da grafia na página Margens Tamanho das letras A forma das letras Direção das linhas Continuidade das letras A velocidade da grafia A pressão BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA Conheça outros títulos da coleção AUTOCONHECIMENTO INTRODUÇÃO O “Método Graphosette” O objetivo deste ebook, além de apresentá-lo à grafologia, é de ajudá-lo a se conhecer, bem como a conhecer melhor e avaliar outras pessoas, pois esse é o caminho mais direto e bem delimitado para atingir um alto nível de liberdade. Daí uma das principais razões deste ebook, ou, mais concretamente, a razão principal que justifica o esforço realizado em sua elaboração. Daí também o motivo que eu desejo, venha justificar o esforço dos leitores para assimilá-lo e, mais ainda, superá-lo. O presente ebook não foi escrito com finalidade polêmica, nem com o intuito de apresentar, de forma exaustiva e incontestável, uma nova teoria. É apresentado de forma prática, simples e didática. Segundo Camargo, é certo que – assim como a escrita – os métodos de estudos e de ensino da grafologia mudaram, embora muitos grafólogos ainda não tenham se dado conta disto. Paulo Camargo, aquariano, expertise no assunto, nosso mestre afirma: “Abandonei por completo as teorias ultrapassadas de grafologia. Serviram bem ao fim que se destinaram; descansem em paz” ². O material que você está recebendo é fruto de anos de trabalho, tanto em pesquisa como na prática, adaptado ao novo século. Este ebook é uma primeira compilação e reorganização de minha experiência didática de trinta anos de convivência com a grafologia. Para a “Formação Básica” criei e atualizo constantemente o “Método Graphosette”, com a finalidade de transmitir um ensino atual, rápido e eficaz. Por quê? Ao consultar os sites das empresas requisitando profissionais de seleção, recrutamento e treinamento de pessoal notei que noventa por cento dos sites exigem que esses profissionais tenham conhecimentos grafológicos. Nesse momento correm em busca da grafologia, de professores milagrosos, pois querem e realmente precisam aprender num piscar de olhos. Só me restava criar um método rápido e eficiente para transmitir as bases da grafologia. É claro que o diploma recebido pelos participantes, nesse caso, consta de vinte e oito horas de participação, ou seja, sete aulas de quatro horas com exercícios que permitem o aluno fazer um esboço bem básico da personalidade do autor. Mas trata-se de um começo, pois os estudos grafológicos demandam muito tempo, esforço e vontade. O método, que estudaremos nesse ebook, consiste no conhecimento e aplicação dos oito gêneros de Crepieux Jamin para interpretar as características fundamentais dos seres humanos. Ao transmitir estes ensinamentos, estou certa de conduzi-lo (a) a uma nova dimensão do conhecimento humano e de seu próprio autoconhecimento, proporcionando-lhe uma ferramenta surpreendente, que irá acrescentar um diferencial em sua vida pessoal e profissional. A primeira parte é introdutória e fala sobre os fundamentos da grafologia. Após esse estudo, você já terá uma boa noção do que é a grafologia e poderá partir para a realização do perfil grafológico básico. Na segunda parte você encontrará os passos detalhados, para o estudo do ebook e para a realização do perfil grafológico. Finalmente, nos anexos você encontrará a grafo planilha, uma planilha que será o seu guia para a realização do Perfil do Avaliado. Você deverá imprimi-la e ir preenchendo-a de acordo com as etapas. O estudo da grafologia Quando éramos bem pequeninos desenhávamos de maneira livre e solta. Ao ingressarmos na escola aprendemos que existe um modelo para ser aprendido, e adotado. Apesar de nos terem imposto um modelo, muitos de nós fomos aos poucos criando nossos caracteres ou estilos particulares, exclusivo e diferente daquele que a professora ensinou, e sempre de acordo com nossa personalidade. Estudaremos adiante a grafia daqueles que não criaram suas próprias formas e continuam escrevendo igual à professora. Mais tarde definimos nossa assinatura, onde começamos a expressar quem somos. Uma das primeiras palavras que a criança aprende a escrever é o seu nome. A repetição da grafia do nome cria inúmeras vezes um desenvolvimento emocional com ele, que não se romperá durante a vida toda. Em consequência, embora a escrita da pessoa se altere com o desenvolvimento da personalidade, a sua assinatura se manterá próxima à forma original. É por esse motivo que, na escrita da maioria das pessoas, a assinatura e o texto não correspondem estruturalmente. Desta forma, uma assinatura isolada de pouco vale para análise e nenhum grafólogo consciencioso se arriscaria a analisar a personalidade com base em uma assinatura isolada do texto. Como quem comanda a mão é o cérebro, e escrever é um ato inconsciente (fora do nosso controle), o estudo da grafologia se refere ao conhecimento da nossapersonalidade através da expressão gráfica. A escrita é o espelho do nosso interior, caráter, individualidade atitudes, entre outros. O autoconhecimento obtido através do perfil grafológico leva-nos a tomar as melhores decisões quanto à escolha da carreira, do parceiro, dos amigos; nossos objetivos e relações pessoais. Independentemente de como se pega na caneta, a escrita é desenhada de acordo com impulsos do cérebro através do sistema nervoso e dos músculos do braço e da mão. Sendo assim, ela não pode ser camuflada ou disfarçada para ocultar sua interpretação. Uma das vantagens da análise de uma grafia – veremos outras adiante – é ela que nos dá uma “informação atual” de “onde” estamos nesse momento e que condições temos para perseguir os objetivos. Apresenta uma visão das nossas forças e potenciais além de revelar bloqueios interiores ao crescimento individual e à realização pessoal. Quando fazemos o perfil de algumas pessoas, encontramos a seguinte frase: “não tem nada a ver comigo” ou “está tudo errado!”. O grafólogo experiente não deve desanimar com tais comentários, pois poucos se conhecem ou aceitam suas deficiências. Os iniciantes do estudo da grafologia devem estar cientes de que necessitarão de intensa dedicação, pois desvendar o íntimo dos seres humanos é uma tarefa que exige, além de muita ética, um alto grau de treino, cultura, seriedade, discernimento, maturidade, espírito vanguardista, atualização constante, mente aberta, humildade, estudo firme, leituras e bom nível de conhecimentos gerais. Respostas a perguntas mais frequentes O que é grafologia? Do grego: graphein = escrever; logos = discurso, tratado. A grafologia é um instrumento de avaliação expressiva que interpreta o caráter, a personalidade ou a índole de uma pessoa pela representação gráfica de sua letra ou o traçado de sua escrita. Ela revela o íntimo do ser, pois, com o nosso gesto gráfico, estamos traduzindo vivamente o nosso psiquismo. Ela reflete o espelho da alma, recebendo os comandos de nosso cérebro através dos impulsos nervosos. Nunca fiz uma análise grafológica, será que serei capaz? Não conheço nada sobre o assunto! Este ebook contém informações suficientes para se fazer um perfil grafológico básico, mesmo que você ainda não tenha conhecimento de grafologia. Para tanto, basta que estude com atenção todos os itens, marcando-os na “grafo planilha”, e ao final, será capaz de traçar o perfil básico. As pessoas raramente são constantes no modo de escrever, portanto uma ou poucas ocorrências de algum item não devem ser consideradas, mas somente as predominantes, ou seja, os sinais que aparecerem com maior frequência. Por que vou me surpreender tanto ao analisar a minha escrita e de outras pessoas? A resposta é simples: sempre queremos saber alguma coisa a mais sobre nós e sobre os outros. A grafologia tem condições de dar a conhecer a personalidade, o caráter e aquele “algo a mais” que ninguém revela, pois, talvez, nem mesmo seja claro para a própria pessoa. Assim, a grafologia pode ser usada como uma porta de abertura para o acesso ao íntimo dos nossos amigos, sócios, parentes, companheiros e até de nós mesmos, sempre com o intuito de conhecer para ajudar. É importante salientar que a função do grafólogo não é punir o avaliado e sim recomendar melhorias para reforçar seus pontos fortes e desenvolver os menos favoráveis, pois assim a pessoa será mais feliz, produtiva e elevará sua qualidade de vida. Porque minha letra muda constantemente? Isso é natural, pela manhã você é diferente, mais descansado, mais alerta; pela noite você está mais cansado, preocupado. Mas essas mudanças são secundárias, pois suas características de personalidade permanecem. O que a grafologia investiga na escrita? Tudo! As linhas de base, direções, inclinações, curvas, ângulos, margens, o tipo de papel e da caneta, os rabiscos, a pontuação, espaços, velocidade, arranques iniciais, acabamentos, as zonas, conexões, as ovais, as particularidades de algumas letras, as anomalias, as palavras reflexas, força e grossura das letras, assinatura entre outros. Tudo isto vai ser analisado neste ebook? A resposta é: calma! Este é apenas o primeiro de uma série. Você irá começar por uma análise mais simples; os outros aspectos serão abordados em momento oportuno. Não podemos tratar um assunto tão profundo com imprudência ou utilizá-lo de forma inadequada, por isso, cada especialidade da grafologia será tratada em produtos distintos. E se a pessoa se negar a fazer um texto para ser analisado? Se a pessoa se negar peremptoriamente, não a force, pois esse já é um forte sinal de que está querendo preservar seu íntimo seja, por insegurança, medo de ser descoberta em alguma fraqueza, de se expor, vergonha da letra etc. Toda pessoa tem o direito de decidir sobre a exposição de sua intimidade, mesmo que seja de sua personalidade. Como surgiu e qual a importância da grafologia? A verdadeira origem da grafologia se perde no tempo. Alguns falam que os chineses, há milhares de anos, já a estudavam. Outros dizem que foi com Aristóteles, mas, o primeiro livro conhecido sobre o assunto data de 1622, “Como reconhecer o caráter e os atributos de uma pessoa através de um documento escrito”, de Camillo Baldo, médico italiano, professor da Universidade de Bolonha, que estabeleceu uma primeira normatização sobre o assunto. No final do século XIX, o abade francês Jean Hippolyte Michon publicou o livro “Les mystères de l’écriture”, onde surgiu o estudo científico da grafologia. Crépieux-Jamin (1858-1940) é considerado o responsável pela grafologia moderna, levando o rigor científico ao seu estudo. Muitas escolas de grafologia surgiram em várias partes do mundo, como Alemanha, Espanha, Suíça, Estados Unidos, mas o berço da grafologia está na Itália e na França. O primeiro trabalho científico sobre grafologia no Brasil é de 1900, “A grafologia em medicina legal”, feita pelo médico baiano, Dr. José Antonio de Gouveia Costa Pinto, como tese de doutorado aprovada com distinção na Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia. A importância da grafologia está baseada no princípio que, quem comanda a mão é o cérebro e o estudo da escrita revela as características e os traços da personalidade e do caráter de uma pessoa com base em seus símbolos gráficos, ou seja, em sua escrita. Quem utiliza a grafologia como ferramenta de análise? Empresas: Uma em cada três companhias instaladas no Brasil utiliza a grafologia, segundo pesquisa realizada pela renomada empresa “Deloitte Touche Tohmatsu”. Escolas: A grafologia pode ser utilizada para auxiliar na orientação vocacional, unindo-se a outras técnicas de avaliação. Autoconhecimento: A grafologia pode fornecer informações importantes para o autoconhecimento e consequentemente, para o desenvolvimento pessoal. Grafoterapia: Médicos, terapeutas, psicólogos podem utilizar a análise grafológica focando a terapia nos conflitos revelados pelo laudo. Problemas atuais como depressão são facilmente detectados e podem ser acompanhados e tratados de forma eficaz.com o auxílio da grafologia. Também a orientação matrimonial ou pré-matrimonial. Na criminologia, também é muito utilizada, para o conhecimento das tendências dos indivíduos, falsificações etc. Como é utilizada e quais as vantagens? Nas escolas A grafologia pode ser utilizada para auxiliar na orientação vocacional, unindo-se a outras técnicas de avaliação. Educadores e professores, para reconhecerem as deficiências de seus alunos, procurando sempre ajudá-los, também a utilizam com muito sucesso. Por exemplo: os professores que cuidam da alfabetização devem ensinar traços positivos para seus alunos e apontar os negativos, fazendo com que eles não os utilizem. Veremos mais adiante quais são esses sinais. Aproveitando o momento, nunca diga a uma criança que a letra dela é feia. Isso pode deixá-la inibida para o resto da vida. Considere a letra feia como um pedido de socorro, de ajuda. Este assunto será abordado com mais profundidade em outro ebook da série.Para a orientação vocacional, a grafologia colabora na identificação das principais potencialidades dos avaliados, tanto crianças como adultos, que ainda não encontraram sua verdadeira vocação. Desvenda também os aspectos “fortes” e “fracos” da personalidade da criança e do adolescente para estimulá-los ou tratá-los desde a mais tenra idade. Permite também o autoconhecimento, ponto de partida para qualquer escolha profissional. Por exemplo: um adolescente com a grafia pequena, estreita, contida, terá dificuldades para se adaptar em funções que precisem lidar com o público em geral. No autoconhecimento O ser humano vive buscando meios para desvendar características de sua personalidade, muitas vezes sem sucesso. A grafologia pode fornecer informações importantíssimas para o autoconhecimento e consequentemente, para o desenvolvimento pessoal. O quanto você se conhece? Muito? Pouco? A maior parte das pessoas acredita que se conhece, mas, na verdade, se conhece muito pouco. E se você não se conhece, como quer acreditar mais em sua própria capacidade? Como quer ir em busca de seus sonhos se não acredita ser capaz? E por que não acredita ser capaz? Porque não sabe quem você é. Por isso, o autoconhecimento é fundamental para desenvolver o amor por si mesmo e fortalecer a autoestima. É muito difícil alguém se conhecer interiormente quando a busca está sempre no externo. Reconhecendo nossas falhas, erros, potencialidades, qualidades, e assim sabendo quais são os limites (bons e maus) é que poderemos iniciar o processo de autoconhecimento. Por exemplo, se sou orgulhoso, devo desenvolver a humildade; se sou egoísta, tenho que ser mais generoso; se sou reflexivo, posso ser mais expansivo; se sou sonhador, tenho que ser mais prático; se fui traído, posso aprender a perdoar; se sofro, necessito buscar a harmonia. O único caminho capaz de atingir o autoconhecimento é a profunda reflexão das experiências obtidas na vida, pois assim podemos analisar nosso comportamento e compreender nossas ações. Agindo dessa forma, tendemos a evitar a repetição de erros, tais como sempre brigarmos pela mesma coisa, termos o mesmo final em todos os relacionamentos ou no trabalho. Somente parando, refletindo e analisando a nós mesmos é que poderemos encontrar a paz interior. Nunca é tarde para iniciar o autoconhecimento e a interpretação de sua grafia ajudará a desenvolver esse processo. Na grafoterapia A grafoterapia é um método de adestramento psicomotor, que permite modificar alguns modos de reação habitual inadaptada, geralmente produtores de transtornos no comportamento. O tratamento, que consiste em exercícios escritos, metodicamente dirigidos, tem alcançado resultados surpreendentes. A grafoterapia pode ser aconselhada nos seguintes casos: Correção da autoimagem negativa ou do fracasso; Correção de estados de angústia, depressão ou ansiedade; Correção dos defeitos de atenção e memória; Correção da vontade; Correção de certos defeitos de conduta moral; Correção de tendências hipocondríacas. A grafoterapia é uma terapia cada vez mais procurada. Sobretudo por pacientes que já recorreram a outros tipos de ajuda que falharam. Os especialistas dizem não haver nenhuma complexidade no processo. “É uma técnica que permite resolver gradualmente os problemas das pessoas, alterando certos traços da sua letra”. Como? “O paciente toma consciência dos seus problemas e do modo como eles se refletem em certas letras. Ao ultrapassar aqueles problemas, com a ajuda do grafólogo, os caracteres mudam também, assim se estabelece o caminho da procura da cura, sempre que esta se revela possível”. Ao longo das sessões, o paciente é convidado a falar nos seus sonhos, os quais funcionam como complemento de análise. O progresso do tratamento curativo depende da complexidade de cada caso – se os problemas estão mais ou menos incrustados – mas, regra geral, não é tão longo como outras terapias, defendem os especialistas. O processo começa sempre pela análise grafológica, para depois se partir ou não para a grafoterapia. Depois do exame grafológico concluído, é função do grafólogo explicar “que muito do que o paciente julgava serem defeitos, são antes sofrimentos ocorridos na sua infância”. Independentemente de tudo, o processo de cura tem de partir do paciente. Se lhe basta simplesmente tomar conhecimento da raiz dos seus problemas ou quer resolvê-los. Flora encarou uma situação traumática da vida adulta como resultado da sua própria incapacidade de se fazer amar, de não reconhecer como é bonita e inteligente. Depois de ter passado por outras terapias, esta mulher, na casa dos 40 anos, procurou a consulta de grafologia. Verificou-se que Flora, cujo apelido começava por um R, escrevia o seu nome próprio com um f minúsculo e evitava o R do apelido substituindo-o por um f também minúsculo. Rigorosamente igual ao primeiro. Começar o nome próprio por uma minúscula significa autodepreciação. No caso de Flora, a substituição do R por um f evidenciava um problema mais profundo. O R maiúsculo representa a inteligência, sendo que a cabeça da letra compreende os conhecimentos e a cultura, e o traço final, a forma como comunicamos essa inteligência. No entanto, antes da inteligência ser comunicada, em R, temos a letra P, que é a representação do pai. Conclusão: Flora estava de tal forma traumatizada pelo complexo de inferioridade que o pai lhe incutira – dizia-lhe constantemente que ela era feia e outros absurdos – que teve de encontrar um reduto defensivo para a sua solidão, um reduto onde ninguém entrava, nem sequer a inteligência. Flora está reaprendendo a escrever a letra do seu nome com maiúscula e de forma consciente. Com o tempo, resgatará a sua inteligência e a sua autoestima perdida lá atrás na infância³. Depois do exame grafológico concluído, é função do grafólogo explicar “que muito do que o paciente julgava serem defeitos, são antes sofrimentos ocorridos na sua infância”. Independentemente de tudo, o processo de cura tem de partir do paciente. Se lhe basta simplesmente tomar conhecimento da raiz dos seus problemas ou quer resolvê-los. Em falsificações Quando alguém é suspeito de um crime e uma das provas é um bilhete manuscrito, os investigadores podem chamar um especialista em caligrafia para resolver a questão. A análise de um documento escrito é uma das bases legais para a identificação forense de um indivíduo. Em alguns casos, pode ser justamente a prova que faz com que o suspeito seja acusado e até mesmo condenado. E se for uma combinação falsa? Como os especialistas conseguem analisar a caligrafia de alguém? No mundo das análises forenses, que incluem investigação da cena do crime, testes de DNA, análise de fibras, digitais, narcóticos e identificação de voz, a análise de caligrafia se enquadra na área de documentoscopia – que é a parte da criminalística que tem por objetivo o exame de todos os elementos que compõem um documento. Os pesquisadores de documentoscopia analisam os documentos questionados em busca de sinais de alteração e falsificação e, quando existem amostras, comparam a caligrafia ou datilografia para determinar ou desconsiderar os autores. No caso de datilografia, eles usam máquinas específicas para identificação. A análise de caligrafia é um processo cansativo e metódico, que requer um vasto conhecimento de como as pessoas formam as letras, de quais características de formação de letras são únicas e do processo psicológico por trás da escrita. É a análise de como as habilidades motoras das pessoas podem afetar suas caligrafias e deixar pistas sobre a identidade do autor. Mas a grafologia não é utilizada somente em perícias criminais. Ela pode ser útil na admissão de um funcionário ou ajudar no diagnóstico de distúrbios psíquicos. Nas empresas A grafologia é utilizada em seleção de profissionais, identificação e desenvolvimento dos potenciais, promoções; avaliação de clima organizacional (instrumento adicional no diagnóstico). Para as empresas e para o profissional é imprescindível que aspessoas que ali trabalham sejam verdadeiramente adequadas, engajadas e que gostem do que fazem, pois isso possibilita um desenvolvimento constante que causa impacto positivo na realização profissional e pessoal dos colaboradores. Aqui entra a grafologia: para dar suporte aos jovens que estão terminando o ensino médio, época em que buscam a sua vocação profissional, e às empresas, que estão à procura de jovens aptos, identificados com a profissão e com potencial para serem treinados e desenvolvidos de acordo com as necessidades da organização e com as necessidades mercadológicas. Na verdade, é um aprimoramento e um aperfeiçoamento constante. A grafologia é uma ciência que obedece à criteriosa análise científica. É um conhecimento que existe há mais de um século, muito utilizada em toda a Europa, principalmente na França, no Canadá e nos Estados Unidos. Ela consiste em analisar e interpretar a letra (grafia) de quem escreve. A grafia de cada ser humano é ímpar; até mesmo a grafia de dois gêmeos idênticos não são iguais – elas podem ser apenas similares. Com apenas um texto, em papel sem pauta e assinatura do autor, já é possível analisar o caráter, o temperamento e a personalidade do candidato. A grafologia analisa muitos aspectos que, às vezes, outros testes psicotécnicos não mensuram. Ela traz vantagens como rapidez, simplicidade e amplitude de informações. A pessoa avaliada não necessita estar presente e o custo é compensador pelo resultado que ela fornece tanto para a orientação vocacional quanto para as empresas que nela confiam. Por exemplo, a letra de um vendedor deve ser ampla, grande, bem organizada no papel, arredondada, com iniciais amplas etc. A grafia de um profissional da área financeira deve ser pequena, simplificada, bem estruturada, rápida, com a assinatura igual ao texto, etc. Veremos todas essas características mais adiante. Quais são as vantagens da aplicação da grafologia nas empresas? 1 - Alto grau de acertos das conclusões tiradas: um grafólogo experiente, sério e com um excelente conhecimento da grafologia, psicologia, psicopedagogia, cultura geral e específica, tem a probabilidade de 90% de acertos, desde que a amostra (redação) seja feita conforme as exigências. 2 - Comparativamente, apresenta um custo baixo e utiliza poucos recursos, pois o material utilizado pelo grafólogo é muito simples. O avaliado só precisa fazer um texto. 3 - A pessoa avaliada não precisa, necessariamente, estar presente para ser analisada. É até melhor fazer a avaliação sem conhecer o candidato, para que não haja nenhuma influência subjetiva. A entrevista será feita depois. 4 - Exige pouco tempo do avaliado. O tempo necessário para a elaboração do texto. 5 - Seus resultados são fidedignos, pois é impossível “preparar-se” para fazer um bom teste. 6 - Permite detectar, com profundidade, alguns traços da personalidade, não identificáveis por outros métodos, tais como: sinais de mau caráter, mentiras, cleptomania, mitomania, tendências suicidas, consumo de drogas, falsificações. Nas empresas onde é utilizada a grafologia, os dirigentes têm maior segurança na contratação quanto à estrutura de caráter dos seus candidatos, pois, muitas vezes, as habilidades interpessoais mostram-se adequadas ao perfil requerido, mas o candidato apresenta alguns desvios de ordem ética/moral, podendo acarretar problemas diversos para a organização. Neste sentido, a grafologia mostra-se muito eficaz na identificação de características imperceptíveis através de outros métodos e técnicas de seleção, empregadas habitualmente no mercado. Damos um sinal de alerta quando o candidato apresenta possíveis traços reveladores de uso de drogas medicamentosas ou psicoativas pelos candidatos. Com o uso da grafologia, observamos também a diminuição da rotatividade dos funcionários, em função de uma possibilidade maior de adequação do profissional ao perfil da posição, frente ao planejamento da empresa para a área de atuação do profissional. Em que situações a grafia do autor apresenta grandes alterações? O álcool, as drogas, alguns remédios, determinadas situações pós-operatórias traumáticas podem alterar a grafia. Se uma determinada amostra foi escrita por uma pessoa sob a influência demasiada do álcool, a escrita aparecerá levemente maior e mais descontrolada do que o habitual. O álcool é um desinibidor, mas também faz perder o controle ideal das funções vitais. A influência das drogas também pode afetar a escrita, conforme o tipo de droga e a fase de influência em que a amostra foi produzida. Alguns medicamentos – nomeadamente, antidepressivos, hormônios – podem também alterar ligeiramente a escrita, dependo da influência que eles possam ter sobre o cérebro ou sobre a motricidade. O mesmo se aplica a algumas situações pós-operatórias traumáticas em que o organismo ainda não respondeu favoravelmente. As ocorrências emocionais extremas também podem alterar a grafia. Por exemplo, após ganhar na loteria a pessoa pode escrever de forma mais ampliada, mais impulsiva, mais variável e aberta. Se uma pessoa está escrevendo com um revólver na cabeça ou se está debaixo de outra situação limite, a escrita também tem tendência a alterar-se, tornando-se mais instável, trêmula, conforme o caso. Existem grafias iguais? Não! A letra é como a impressão digital, cada indivíduo é único no universo. Nem mesmo gêmeos univitelinos possuem grafias iguais, elas podem até ser semelhantes, porém jamais serão idênticas! Quem pode usar a grafologia? Aqueles que desejam avaliar a compatibilidade de gênios (líder/liderados, sócios, parceiros, equipes), e para o autoconhecimento: conhecer os aspectos “fortes” e “fracos” da própria personalidade e dos outros. Todos os profissionais da área de Recursos Humanos se beneficiam durante os processos de avaliação, seja na seleção de pessoal, treinamento, avaliação de potencial para promoção interna e/ou gestão de carreira; também para suporte na estruturação das competências e habilidades. Os psicólogos, psicoterapeutas, psicopedagogos podem usar a grafologia para aprimorar seus diagnósticos e, consequentemente, o processo terapêutico. Além disso, pode também ser usada na orientação profissional/vocacional e na grafoterapia. Peritos criminalistas analisam a grafia para entender a mente criminosa e para identificar falsificações e assinaturas. Médicos, para auxiliar no diagnóstico (grafopatologia) das doenças, inclusive para identificar as intoxicações, tais como drogas e demais vícios. A grafologia é mais um modismo, mais uma novidade? Não. Este curso, na verdade, é um convite para que o leitor entre em contato com esta técnica tão eficaz e antiga, que é há muito tempo utilizada em larga escala na Europa e nos Estados Unidos. Cada vez mais utilizada no Brasil, a grafologia constitui uma excelente ferramenta que detecta traços das principais características das pessoas. Podemos analisar só a assinatura ou as letras isoladamente? Nunca! É necessária a análise do conjunto, pois itens isolados não nos levam a lugar algum. Por exemplo: não podemos analisar somente a pontuação ou o tamanho da escrita; é necessário verificar sempre o “todo”. É claro que um grafólogo com mais de dez anos de estudo e prática, saberá reconhecer! A partir de quantos anos de idade podemos fazer a análise? Para os iniciantes, não é aconselhada a análise de amostras de letras de crianças e pré-adolescentes, pois para cada um destes existe uma técnica específica que será aprofundada em outro ebook. Podemos analisar as letras tipográficas, de forma ou de imprensa? Sim, podemos, porém perdemos muitos aspectos que são analisados na letra cursiva, porque o modelo tipográfico não possui as três zonas da escrita como o modelo caligráfico. Por outro lado, é um modelo desligado e não cursivo, e não permite tanta espontaneidade. Contudo, se o “natural” do autor for escrever com letra tipográfica, a redação deverá ser feita com esta letra, pois não adianta forçar algo que não é espontâneo para a pessoa. Aliás, muitos escritos anônimossão feitos em tipográficas maiúsculas porque o falsificador tem consciência que o resultado não se parece com sua letra cursiva, embora, na prática, possua todos os sinais e tendências da sua caligrafia, pelo que pode ser desmascarado. Se for uma análise para empresa? No caso da “seleção de pessoal”, além do currículo, é necessário ter a descrição detalhada da função (competências esperadas – perfil do cargo) e do ambiente em que irá trabalhar, inclusive, se possível, a grafia do líder. Posso ficar seguro quanto aos resultados? Sim. Desde que todas as etapas sejam rigorosamente seguidas. Se o resultado não estiver de acordo com seu julgamento, provavelmente houve algum engano na interpretação. Devemos ressaltar que, muitas vezes, não queremos aceitar algumas características pessoais, negando veementemente sua existência! Quer dizer que com este manual posso me tornar um grafólogo? Sim e não. Sim, se você continuar se aperfeiçoando, pois a análise grafológica é extremamente complexa, com muitos detalhes. Além disso, a formação de um grafólogo competente e ético demanda muitos anos de estudo, cursos, participação em congressos, pesquisa e, principalmente, muita prática. Não, se você se limitar somente a esta apostila e curso e nada mais, pois não seria possível analisar com seriedade a escrita e realizar um laudo completo apenas com estes princípios básicos. Existe algum CÓDIGO BRASILEIRO DE ÉTICA DO GRAFÓLOGO? Sim, este Código, que consta de 12 artigos, entrou em vigor em julho de 2006.⁴ e tem como objetivo estabelecer os direitos e deveres do Grafólogo no exercício profissional. 1º. - Grafologia uma ciência da área de Humanas que, ao utilizar-se de técnicas de observação e interpretação, estuda a personalidade através da análise de um manuscrito. 2º. - O grafólogo deve trabalhar exclusivamente com manuscritos originais, realizando um trabalho de análise (identificação das características da escrita) seguida de uma síntese (descrevendo as características da personalidade do autor da escrita). 3º. - Devido à constante evolução da Grafologia como ciência, o grafólogo deve atualizar-se continuamente quanto a seus conhecimentos e capacitação profissional. 4º. - O grafólogo não fará diagnósticos de natureza médica. 5º. - O grafólogo não praticará a grafotécnica (estudo da autenticidade de documentos manuscritos). 6º. - O grafólogo é responsável pela qualidade de suas conclusões baseadas na análise de um manuscrito, fornecendo informações a respeito de determinada personalidade, baseando-se, exclusivamente, na análise de manuscritos. Quaisquer ações eventualmente decorrentes destas informações são de inteira responsabilidade do solicitante da avaliação grafológica. 7º. - O grafólogo manterá estrita confidencialidade, por qualquer que seja o meio de comunicação, quanto às informações que obteve a respeito das pessoas cujos manuscritos foram por ele analisados. O segredo profissional deve ser observado tanto verbalmente quanto pelos documentos gerados. 8º. - O grafólogo será objetivo e ético em todas as suas análises profissionais. Não deve mencionar as características pessoais que não estiverem diretamente ligadas com as funções definidas pelo empregador e/ou seus representantes constituídos toda vez que estas informações possam influenciar decisões relativas a admissões, demissões, promoções profissionais. 9º. - O grafólogo deve manter sua integridade profissional não se deixando influenciar, nas suas conclusões, por preferências ou desejos específicos (velados ou claramente expostos) pelo solicitante da avaliação, pela pessoa que está sendo avaliada ou por qualquer outra pessoa ou entidade. 10º. - O grafólogo não pode associar-se ao ocultismo ou à adivinhação, nem deve permitir que a grafologia e/ou a profissão do grafólogo sejam mencionadas, por qualquer que seja o meio de comunicação, relacionadas a tais atividades. 11º. - O grafólogo deve agir com completa isenção de qualquer tipo de discriminação como sexual, religiosa, de cor e raça. 12º. - A Sobrag fará todo o possível, dentro das leis vigentes, para que este Código de Ética seja praticado pelos seus associados e aqueles que, no mercado em geral, realizam os trabalhos de um grafólogo. É verdade que aprender grafologia é difícil e complicado? Até o final do século passado, aprender grafologia era tão complexo que as pessoas, mesmo as mais interessadas, desistiam. Cada minúcia, cada detalhe, cada vírgula, cada pormenor das letras do alfabeto, tudo era exaustivamente interpretado, porém, muitas vezes, perdendo a noção do conjunto. Hoje, tanto o estudo como a aplicação estão muito mais práticos. Então, como estudar grafologia no século XXI? Paulo Camargo explica claramente: O objetivo deste artigo não é o de analisar a evolução do estudo da grafologia ao longo do tempo, mas, principalmente, mostrar como a grafologia é estudada atualmente nos países mais adiantados e por alguns grafólogos de primeira linha em nosso país. Existem no Brasil bons grafólogos e grafólogas que estão de acordo com as mais recentes evoluções do método grafológico em si; outros ainda se situam no início do século XX; quando os pequenos dicionários de sinais já eram condenados pelos mais renomados especialistas na época⁵. Crépieux-Jamin dizia que a cada trinta anos os grafólogos devem fazer uma revisão dos conceitos e da terminologia grafológica. Percebeu o grande mestre que a escrita como movimento cultural possui dinâmica própria; com isto, tende a mudar e evoluir de acordo com as novas vivências e desafios da sociedade. Além disto, existem outros fatores que influem na mudança da escrita. Relatamos alguns: Evolução dos métodos de ensino na escrita; Novos tipos de papéis; Infinidade de novos materiais como canetas, lápis (forma, tamanho, peso); Evolução tecnológica, abandono da escrita pelo uso do computador. A nova visão da sociedade e seus desafios certamente são levados para o comportamento do indivíduo em todos os planos: sociais, morais, intelectuais, físicos, etc. Não raro existem escolas bilíngues e a criança aprende a escrever em dois idiomas e/ou de forma tipográfica. A escrita se adapta e se transforma com os novos tempos, e, como reflete a personalidade individual, certamente mostra estas modificações. Dos anos 60 para os nossos dias, a escrita sofreu o impacto da caneta esferográfica. Como é sabido por todos, quase toda a grafologia clássica foi baseada nas canetas tinteiro. Estas mudanças são acusadas nos grafismos. Assim, muitas espécies grafológicas evoluem e outras morrem; tornam-se “dinossauros no tempo” – tais quais os grafólogos que não se atualizam. É necessário que o grafólogo se ajuste aos “novos” tipos e exemplos de escritas – especialmente se for professor e ministrar aulas de grafologia. A todos os processos de evolução se aliam novos métodos de diagramação, novos tipos de letras em livros, programas de computadores, telas eletrônicas etc. Em resumo: o método grafológico e o método de ensino evoluíram – e muito. Novos e interessantes autores surgiram e acrescentaram precisão ao método grafológico. É certo que – assim como a escrita – os métodos de estudos e de ensino da grafologia mudaram. Contudo, muitos grafólogos ainda não se deram conta disto e outros que se deram, não dão o braço a torcer, pois não podem se dizer desatualizados – na realidade não estão desatualizados, estão ultrapassados. INVESTIGUE O TODO... NÃO SE PRENDA NO DETALHE... A GRAFOLOGIA SÓ SE APRENDE TREINANDO. PRIMEIRO PASSO O perfil grafológico Antes de tudo, devemos solicitar para ao avaliado, o texto que será analisado de acordo com as especificações abaixo. Depois, é necessário que, ao se preparar para fazer uma análise, o grafólogo abandone seus preconceitos e preferências, procurando manter-se neutro e imparcial, a fim de tornar-se receptivo e poder sentir e compreender o que a escrita está dizendo. Para se chegar a essa compreensão é necessário que o avaliador seja uma pessoa amadurecida, que tenha adequado grau de autoconhecimentoe equilíbrio para que seus problemas não sejam transferidos para a interpretação do texto. Não podemos esquecer que a prática da grafologia exige muita ética e que toda análise é feita no sentido de se ajudar a pessoa. Dados sobre o autor da grafia Pedir para o avaliado preencher um questionário (veja modelo abaixo),pois, como nós grafólogos não somos adivinhos, é necessário que tenhamos algumas informações pessoais sobre o autor: tais como: nome completo, data de nascimento, sexo, profissão, estado civil, estado de saúde e escolaridade. Outros dados auxiliam bastante, tais como: religião, ambiente social do autor e de sua família, histórico escolar e profissional, hobbies ou hábitos. Para isso solicitamos que ele preencha um questionário. É necessário também conhecermos a finalidade do “perfil”: se é para autoconhecimento, avaliação do potencial do autor, contratação para a empresa, orientação profissional ou vocacional, grafoterapia ou para avaliação da compatibilidade de gênios – entre cônjuges, chefias, sócios etc. Questionário para o perfil grafológico - exemplo Estou sugerindo esse modelo, mas você poderá montar seu próprio questionário de acordo com a finalidade do perfil. Nome: _______________________________________________________ Data de Nascimento _______/_______/_______ Estado Civil: _________________________ Religião: __________________________ Profissão: _______________________________ Escolaridade: ________________ Mão que escreve: ________________________________ A qual o cargo ou função que está se candidatando? _________________________________ Está com algum probleminha de saúde. Qual ou quais? ______________________________ Quantos cigarros fuma por dia? _________________________________________________ Ingeriu alguma bebida alcoólica nas últimas 12 horas? ________________________________ Passou por algum trauma nos últimos 15 dias? Qual? _________________________________ Está se submetendo, no momento, a algum acompanhamento psicológico ou médico? _______ Qual?__________________________________________ Está tomando algum medicamento?______ Qual? ________________________________________________________ Como está se sentindo agora física e psicologicamente? _____________________________________________________________ Como deve ser o texto para o perfil grafológico O ideal seria que tivéssemos várias folhas de escrita do avaliado, umas quatro, por exemplo, pois quanto mais rico o material maior possibilidade de pesquisas. Não sendo possível de obter tal quantidade de material, pedimos que o autor escreva, no mínimo, vinte linhas. Quando for pedir para o candidato escrever, não chame de redação, pois a memória pode retroceder aos bancos escolares junto com toda carga emocional consequente. Chame de texto. Devemos solicitar que o autor escreva um texto de, no mínimo, vinte linhas, pois a maioria não gosta de escrever, mas quanto maior o texto, melhor será o resultado final. O texto não deve ser cópia, nem poesia, nem canção, pois tanto um quanto o outro são textos estreitos, formais e que não chegam até o final da página. Nesse caso, o grafólogo perde a chance de avaliar as margens etc. O tema é livre, mas recomendo que a pessoa escreva sobre ela mesma. Por exemplo: quem sou eu, as coisas que mais gosto, o que mais aprecio em mim e nos outros etc. O papel a ser utilizado Use papel sulfite branco e sem pauta. Se for papel reciclado, observe bem a gramatura, pois quanto mais grosso menor a pressão. Utilize seis folhas. A de cima para escrever, e as demais para apoio e conforto na escrita. Peça para o autor não escrever no verso da folha; caso precise, avise que utilize as outras folhas. A caneta Dê preferência para uma caneta que o autor esteja acostumado a escrever (usar uma BIC é recomendável, pois nossa geração desenvolveu memória psicomotora com este tipo de caneta; estamos acostumados com o peso, calibre e fluidez da caneta BIC). O importante é que seja caneta esferográfica em bom estado (não pode ser hidrográfica, ponta porosa, nanquim, tinteiro etc.). O local de apoio das folhas Escrever numa superfície lisa (fórmica, madeira, vidro etc.) e de apoio firme (mesa ou cadeira com braço). O conceito é ter conforto e firmeza ao escrever. Assinatura Peça para o autor assinar, mas não diga onde, pois o local também será avaliado. A maioria dos que aplicam o teste grafológico falam “assine no final”, mas está errado. Peça também a rubrica se o autor tiver. Observação: Deixe claro ao autor para não se preocupe em “caprichar”, as letras “feias” e/ou “ilegíveis”, não necessariamente são ruins. Existe um preconceito do senso comum que associa a letra “bonita” com uma letra “boa”. E grafologicamente não é assim que acontece. Quanto mais espontânea for a escrita melhor será a avaliação. Caso o avaliado tenha consumido bebida alcoólica, medicamentos fortes ou ficado sem dormir na noite anterior deixe que ele faça a redação no dia seguinte, pois isto pode alterar o resultado do teste. Se ele fizer rascunho recolha-o, pois esse é o mais espontâneo. O teste não tem limite de tempo: portanto deixe o autor à vontade. SEGUNDO PASSO Leia o texto, tente interpretar o que autor está transmitindo. No início, ele é, em geral, mais contido, mais consciente do que está escrevendo; na metade do texto, a tendência é ser mais espontâneo, e, no final, pode apresentar sinais de cansaço. Bem, lembre-se também de que muitas pessoas “detestam” escrever e o fazem com a máxima má vontade, resultando em um texto pesado, enfadonho e indigesto. Outras são prolixas demais, outras infantis etc. Aqui é sempre importante saber a escolaridade do autor e “dar um desconto”, caso o nível de educação formal se mostre precário. Em seguida estabeleça o “Nível de Forma”. Aqui você precisa compreender muito bem, pois sem dominar esse item terá dificuldade para ir adiante,mas não é difícil. Defina o “Nível de Forma” da escrita: positivo ou negativo Para facilitar a realização do “perfil”, criei a “grafoplanilha”. Nada mais é do que uma planilha aonde você vai marcando, nos respectivos quadrados, todos os itens da grafia, ao mesmo tempo em que vai estudando todos os elementos que compõem o estudo básico da grafologia. Ao terminar a marcação, você terá terminado o estudo básico e estará pronto para redigir o “perfil”. Uma grafia pode ser considerada positiva ou negativa. Para defini-la, existem inúmeros fatores que influenciam na sua qualidade, tais como: agilidade e habilidade manual do autor; treinamento e hábito de escrever constantemente; maneira correta ou incorreta de como foi alfabetizado. Para facilitar, apresentarei os princípios básicos que determinam o nível da qualidade da grafia. Não fique procurando minúcias, pois a grande parte das pessoas possui nível positivo. Controle a tendência (comum em principiantes) de achar que tudo é negativo. O nível de forma da escrita O nível de forma, segundo o filósofo alemão Klages, é a qualidade da grafia do indivíduo. Esta “qualidade da grafia” pode ser positiva ou negativa. Quais são os parâmetros para definir: Originalidade, ou seja, personalidade própria na grafia Existem grafias que não possuem originalidade, pois permanecem idênticas ao modelo que a professora ensinou na escola primária; mantêm-se iguais ao padrão escolar aprendido, e nada ou muito pouco foi modificado ou criado. Os possuidores desse tipo de grafia nada ou muito pouco modificaram ou criaram em sua vida pessoal, profissional ou emocional, pois permanecem na dependência total do seu modelo primário. Pode-se dizer que essas pessoas não criaram sua própria personalidade, pois são indivíduos geralmente corretos, submissos, dependentes, sem autonomia ou capacidade criadora. São geralmente bondosos, companheiros, complacentes e que seguem e aceitam as normas impostas, sem discuti-las. Aceitam as diversidades sem contestar para não precisar tomar partido. Essas grafias são consideradas positivas para pessoas que necessitam seguir as regras, atuar comtarefas repetitivas e rotineiras. O universo necessita de pessoas com essas características. Imagine se todos fossem criativos, emotivos, independentes e rebeldes. Quem faria as tarefas básicas? Concluindo, quando for determinar se a grafia é positiva ou negativa, no quesito originalidade, pergunte sempre: Positiva ou negativa para quê? Para quem? Para que circunstância? – pois, em muitas situações, para que a grafia seja considerada positiva, necessita ter seu próprio estilo, sua própria individualidade, sua identidade, portanto bem distinta do modelo aprendido. Exemplo de grafia positiva Paulo Betti – Grafia positiva, rápida, legível. Na palavra “temos” vemos um corte duplo da letra “t” sinal de pessoa empreendedora que não teme as dificuldades, aliás, essas o motivam. O m (ao contrário) em guirlanda revela capacidade de comunicação, receptividade. Palavras que diminuem (gladiolada) falam que ele gosta de ir a fundo às questões. O til da palavra paixão revela rapidez, esperteza, inteligência ativa. Assinatura ascendente: ambição, corte dos “t” agilidade de raciocínio, sabe aproveitar as oportunidades, prático e objetivo. Assinatura legível mostra-se como é. Bom ritmo e rapidez Para ser considerada positiva, a escrita precisa ser ágil, rápida, como a do Paulo Betti, com movimentos espontâneos, naturais, firmes e sem hesitação; com sinais de rapidez, que são percebidos nos pingos dos “i” à direita, nas barras dos “t” também à direita e pelas ligações inteligentes dos “t” e dos “ão”. Escritas moles, monótonas, travadas, sempre iguais, geralmente são consideradas negativas. Legibilidade Para que a grafia seja considerada legível e positiva, ela necessita “transmitir” na sua totalidade o que está escrito, tanto para crianças alfabetizadas como para pessoas com pouca cultura. As letras e palavras devem ser claras e bem formadas. Veja abaixo um exemplo da importância da escrita legível⁷. Ordem e limpeza Um texto é considerado positivo quando é bem organizado, respeita as margens, espaços brancos e as direções das linhas. A pontuação, cortes e acentos são bem posicionados. A correção de erros pode ser bem feita, mas sem dar ao texto um aspecto de sujeira. Força e cor da tinta Para considerar este item como positivo, a grafia deve ser calcada, firme, com a cor da tinta aparecendo e não desbotada, apagada ou fraquinha; mas também se for muito calcada, quase furando o papel, pode revelar muita agressividade. Concluindo: muito fraca ou muito forte são consideradas negativas. Simplicidade Uma grafia repleta de adornos e floreios não é considerada positiva. Quanto mais simples mais positiva. Interpretação do texto Leia o texto sempre levando em conta a formação escolar do autor e a finalidade da avaliação grafológica. Antigamente os grafólogos não liam o texto, pois não se importavam com o conteúdo. Com a evolução dos estudos ligados à corrente emocional⁸, pode-se afirmar que a grafologia emocional penetra no inconsciente (onde não temos controle) do indivíduo. Sendo assim, quando escrevemos, podemos fazer (inconscientemente) algumas modificações no grafismo ou em determinadas palavras; ou seja, algumas deformações revelam as emoções produzidas no momento da escrita. Explicando melhor: quando escrevemos o nome de uma pessoa que apreciamos, não o escrevemos da mesma maneira que o de uma pessoa que nos aborrece; se estamos com algum conflito no casamento, por exemplo, as palavras que lembram matrimônio, tais como marido, estável, união, casamento entre outras muitas, aparecerão alteradas em relação ao restante do texto. Sendo assim, através do estudo grafológico, podemos conhecer aspetos de uma pessoa, que nem mesmo ela percebe, tais como: mentiras, emoções que deseja esconder, medos, anseios, doenças, debilidades, etc. Quanto à assinatura, para ser considerada positiva, ela deve ser legível, não na sua totalidade, mas de forma que se possa identificar quem assinou. Uma assinatura ilegível revela que o autor pode estar camuflando, de forma inconsciente, sua verdadeira identidade, pois não quer mostrar-se como realmente é. Para a interpretação do texto, leve em consideração os seguintes aspectos: Clareza O texto deve ser redigido de maneira que o leitor compreenda facilmente o que está sendo abordado. Até mesmo uma pessoa de pouca cultura deve manter uma certa clareza de ideias ao apresentar o texto. Elegância O texto deve ser agradável aos olhos do leitor, o que também se consegue por meio do desenvolvimento criativo do texto. A elegância inicialmente é obtida pela estética (limpeza) do texto, ou seja, ele deve estar limpo (sem rasuras) e legível. Concisão Um texto breve é aquele que transmite sua ideia com o mínimo de palavras possível, ou seja, não tem rodeios e nem enrolação. É escrito de maneira direta sem a utilização de palavras desnecessárias, esnobes e sem sentido. Concluindo, toda vez que for determinar o “nível de forma”, lembre-se de se perguntar: “é positivo para quê? ou “para quem? ”ou “é negativo para quê?” ou “para quem?”“. Exemplos: Grafia positiva: legível, espontânea, movimentada, espaçada, rápida. Grafia negativa: complicada, enrolada, ilegível, afetada. TERCEIRO PASSO DEFINIR SE NA GRAFIA PREDOMINA A “FORMA OU O MOVIMENTO” E QUAL A ZONA DA LETRA QUE PREDOMINA: Em uma escrita pode predominar a forma ou movimento. Esta predominância determina de que maneira o autor transita na vida, no trabalho, nas relações profissionais, sociais, familiares; no casamento, na educação dos filhos, enfim no universo. Predomínio da forma – grafia regular Quando predomina a forma, a grafia é rígida, idêntica, nada varia. As letras são do mesmo tamanho e a inclinação é sempre igual. Predomínio do movimento – grafia irregular Quando a pessoa escreve de maneira variável, com desigualdades, tais como o tamanho das letras, direção das linhas, inclinação das letras, enfim, predomina a diversidade. Exemplos: Predomínio da forma. Predomínio do movimento. Características da personalidade com predomínio da forma Quando existe o predomínio da forma, a pessoa não modifica sua atitude perante o mundo, mantendo um rígido padrão comportamental, bem definido, previsível e revelando grande força de vontade. Pode apresentar comportamentos defensivos e dificilmente aceita mudar; sendo assim, insiste num mesmo procedimento ou ideia, mesmo que não esteja dando certo, por receio de modificar. Trata-se de uma pessoa que, inconscientemente, isto é, sem perceber, “veste” uma máscara (disfarce) e atua de acordo com o que a sociedade e com o que os outros esperam dela. Rígida, convencional, perfeccionista, metódica ou repetitiva. Devido a esta rigidez pode também ter dificuldade de adaptação. Geralmente é “a perfeitinha” que era uma das primeiras alunas na escola, que sempre se cobrou e se cobra muito até hoje. Pode até ser que tenha tido uma educação muito rígida, até traumática e não muda para não se arriscar. Os elogios que recebeu se manifestaram como estímulo para que se mostrasse perfeita. Como resultado, passou a ser muito exigente para consigo própria e a viver dependente de aprovações. É bastante autocontida (o que pode atrapalhar seu desenvolvimento), reprime seus instintos e desejos e comporta-se de acordo com os princípios lógicos e reflexivos que a sociedade, o meio ambiente e a educação lhe impuseram (superego muito rígido). Características da personalidade com predomínio do movimento Quando uma pessoa me fala: “minha letra muda muito”, pode-se saber que se trata de um indivíduo emotivo, sensível, sentimental e com predomínio do movimento. Do ponto de vista positivo, sua forma de pensar é livre, a sensibilidade não permanece travada pelos formalismos nem pelas exigências externas a que a sociedade obriga. Pensa e age com vivacidade, intensidade e mais de acordo consigo mesma e com sua liberdade criativa. Geralmente é espontânea, pouco preocupada com as regras e convenções, imediatista, criativa e ativa. Pode ter sensibilidade artística eintelectual. Essa mobilidade faz com que fique atenta aos sinais e perceba as oportunidades. Procura fazer as coisas de diferentes maneiras, pois é flexível e quase sempre saberá resistir ou ceder de acordo com a situação, mas se houver muitas alterações no movimento, pode revelar falta de freios, fraqueza de vontade, inconstância, irritabilidade ou susceptibilidade. Pode apresentar insatisfação, desgosto consigo mesmo, impaciência, indisciplina ou desorientação. Pense, analise e interprete: Em sua grafia há o predomínio da forma ou do movimento? Confere com sua maneira de ser? Simbologia do espaço gráfico SIMBOLOGIA DO ESPAÇO GRAFICO E AS ZONAS: SUPERIOR - INFERIOR - MEDIA nas letras temos que distinguir as diferentes zonas da mesma Em uma grafia pode haver o equilíbrio entre as três zonas: Zona Superior, Zona Média, Zona Inferior ou a predominância de uma ou duas sobre as demais. Zona Superior. B. Zona Inferior. C. Zona Inicial (traço inicial). D. Zona Final (traço final). E. Zona Média. Zona Inicial: é o movimento que inicia uma letra. É o ponto onde nascem os impulsos representativos de cada estímulo, necessidades ou de cada objetivo desejado. Zona Final: é o traço que prolonga ou termina uma letra. É o reflexo simbólico do nosso modo de contato com o mundo exterior. Zona Superior: é o ponto mais alto, onde ficam as hastes das letras b, d, f, h, i, k, l, t; acentos, barras dos “t”. Zona Média: é a parte central, ocupada por todas as vogais minúsculas e pelas letras c, g, h, m, n, p, q, r, s, v, x, z. Zona Inferior: é a zona ocupada pelas laçadas inferiores das letras: f, g, j, p, q, z. O significado de cada uma das zonas Zona superior ou hastes A zona superior refere-se às questões intelectuais ou espirituais. Numa escrita onde há predominância desta zona, em detrimento das outras, denota pessoa com forte atividade intelectual, imaginação, fantasia, vida espiritual. As letras da zona superior indicam em que extensão uma pessoa persegue suas ambições, sonhos e ideais. Elas demonstram o quanto ela pensa, se possui ou não uma grande imaginação, ou quão idealistas ou ambiciosas são os seus objetivos. É também a zona do superego, da crítica. Hastes executadas de maneira normal indicam que os desejos, objetivos, ambições, esperanças e vontades são normais, isto é, que suas ambições e ideais estão de acordo com as normas aceitas; seus pontos de vista são, em geral, sensíveis e equilibrados. Hastes superiores mais acentuadas do que a zona média denotam uma personalidade inteiramente preocupada com a busca intelectual. São pessoas idealistas, sonhadoras, pouco práticas e às vezes se mantêm tão fora da realidade que se tornam orgulhosas e supersensíveis à crítica. Porém são imaginativas e criativas. Hastes com ângulos indicam pessoas que gostam de mandar, às vezes de maneira despótica. Possuem sentimentos de inferioridade, super compensados pelo orgulho. Zona inferior ou laçadas A zona inferior significa os desejos mais instintivos da pessoa: disposição sexual e biológica. Aqui se descobre também a avidez pelo dinheiro, pelo conforto e comodidade, assim como os interesses econômicos e práticos, o apego ao clã da família, aos filhos e à terra. Ênfase na zona inferior denota um caráter basicamente terra a terra. Essas pessoas geralmente acumulam realizações materiais ou posses, mas podem ser perfeitamente preparadas para trabalhar duro a fim de conquistar suas ambições. Quanto maiores forem estas laçadas maiores serão os desejos básicos do autor; são predominantemente interessados em atividades físicas ou externas. Sua disposição sexual é potente e tendem a ser bastante materialistas, ávidos ou insaciáveis. Às vezes estas laçadas são tão compridas que chegam a invadir a linha de baixo. É um sinal de falta de ordem, de ponderação ou de discernimento. A pessoa tende a ser desorganizada na sua vida diária, não consegue respeitar o espaço dos outros sendo intrometida e até desagradável. Pode ter uma libido acentuada, incontrolada ou insatisfeita. Laçadas curtas e sem firmeza refletem pouca energia física, sexual, inibição ou desinteresse por assuntos de ordem material. Laçadas incomuns frequentemente significam desvios ou excentricidade, particularmente nos assuntos sexuais. Laçadas com linhas simples e retas revelam pessoas com bom julgamento, um caráter lacônico, conciso e ligeiramente taciturno. Frequentemente têm marcante habilidade musical ou matemática. Laçadas com bases largas e angulares revelam uma pessoa implicante, temperamental, irrefletida ou arrogante. Tem capacidade de mandar e se impor de forma agressiva, sobre os outros, não gosta de críticas; apresenta tendências autodestrutivas, ciúmes, violência, conflitos internos ou repressão. Zona média Demonstram as reações e atitudes do autor em relação às questões cotidianas, relacionamentos e seus padrões gerais de comportamento. Quando as letras dessa zona são acentuadamente grandes, demonstram o desejo do autor de impressionar os outros, de chamar a atenção, de ser notado, de ser o centro. Essas características são enfatizadas quando o tamanho das letras da zona média domina as outras duas. Essas pessoas tendem a viver para o presente; são sociáveis e gostam de companhia e atenção dos outro. Contudo, são pouco materialistas; são basicamente desinteressadas em ganhar ou reter dinheiro, estão mais interessadas em impressionar os outros com a força de sua personalidade do que com suas posses. Em sua grafia existe predominância de alguma zona? Estude e interprete suas características. QUARTO PASSO Estudo dos gêneros da grafia Depois de ter lido o texto, estabelecido o nível de forma – positivo ou negativo; a predominância da forma ou do movimento e da zona que prevalece aprenderemos a fazer uma análise mais detalhada dos diversos aspectos – todos de suma importância – para determinar os componentes da personalidade que intervém no modo decisivo de “ser” do avaliado. Observe na grafia que você está interpretando cada um dos gêneros e subgêneros e anote-os na “grafoplanilha”. Cada elemento gráfico deverá ser anotado, analisado, checado com outros e feito um levantamento da frequência. Faça toda a classificação, passo a passo. Todo traço é importante. Não elimine, mesmo que a frequência seja baixa, não tire conclusões apressadas e lembre-se de que é preciso considerar sempre o conjunto. Não avalie sinais isolados. Para isso, usaremos os fundamentos embasados nos estudos de Crepieux-Jamin que determinou oito gêneros a serem interpretados na grafia e criou Método Jamaniano . Gêneros: Observe e anote o significado de cada gênero e suas espécies, marcando na “grafoplanilha” (anexo1) de acordo com o título. Todos os itens gráficos deverão ser observados, anotados e comparados com outros, fazendo levantamento da frequência. Ordem do texto Dimensão ou tamanho das letras Forma das letras Forma de ligação ou conexão entre as letras Inclinação das letras Direção das linhas Continuidade das letras Velocidade das letras Pressão ou força do texto Como preencher a grafoplanilha (imprima a grafoplanilha - anexo¹) Pegue o texto manuscrito e, enquanto você estuda o Manual, vá preenchendo a planilha. Por exemplo: se na grafia predominar o positivo, toda a avaliação deverá ser feita só no aspecto positivo; se for negativa, será analisada pelo lado negativo. Em seguida verifique se predomina a forma ou o movimento e marque um x no quadrado correspondente. E assim por diante. Quando você terminar de estudar este e book, a planilha estará preenchida e você terá a personalidade do autor, aí poderá redigir um perfil grafológico básico. Ordem e distribuição do espaço gráfico Neste tópico, vamos estudar a maneira como a pessoa organiza sua escrita na página. Um manuscrito bem apresentado tem a ver com a clareza na organização da página, dos parágrafos, da pontuação, na presença ou não de manchas de tinta e, ainda, com a disposição do texto na folha, o espaçamentoentre linhas, entre palavras e entre letras, com as margens direita, esquerda, superior e inferior. De um modo geral, a ordem e a distribuição do espaço gráfico de um texto fornecem informações sobre a organização e a nitidez do pensamento do autor, sobre o seu sentido de ordem interna, a capacidade de organização e de planejamento e do seu relacionamento com os outros. Os subgêneros da ordem, assim como os demais subgêneros, devem ser sempre interpretados dentro de um determinado contexto: positivo ou negativo e nunca isoladamente. Espaços: entre linhas, palavras e letras. Disposição: clara, confusa, concentrada, espaçada, ilegível, invasiva. Margens. Espaços entre linhas, palavras e letras Os espaços em branco deixados entre as linhas, palavras e letras estão relacionados com a maneira como o autor se comporta em relação aos outros e aos objetos reais: se permanece constantemente próximo ou se sua atitude é a de se manter distante. O espaço normal entre linhas é equivalente a três vezes a altura do “m” da grafia em questão. As laçadas das letras nunca devem se cruzar ou entrelaçar com as hastes. O espaço normal de uma letra à outra é equivalente à largura média das ovais das letras “a”, “o”, “d”, “g” e “q”. O espaço normal que deve separar uma palavra de outra é igual à largura de um “m” do tipo da escrita da pessoa que está sendo analisada. Espaços entre linhas Espaço normal: quem deixa espaços normais entre as linhas, ou seja, equivalente a altura de três “m” revela ser uma pessoa moderada, objetiva, eficiente, pragmática e normalmente com bom senso. Geralmente elabora bons julgamentos para suas decisões. Tem facilidade para planejar a curto, médio e longo prazo; apresenta ordem nas ideias e tarefas. Na esfera social tem facilidade para selecionar seus amigos, pares profissionais, companheiros em geral e sabe trabalhar em equipe. Até três “m” entre uma linha e outra = espaço normal Quem deixa grande espaço entre as linhas, ou seja, maior do que a altura de três “m” é uma pessoa que sabe administrar bem o tempo e seu raciocínio é predominantemente abstrato – plano das ideias – e espacial. Possui boa capacidade de planejar, inclusive de forma estratégica. É bastante crítica. Tem necessidade de se isolar para refletir e pensar em suas decisões. Isto a leva a ser seletiva e trabalhar de forma independente, sem demasiada interferência dos demais. Geralmente adota uma atitude formal nos relacionamentos interpessoais. Pode sentir-se aborrecida no meio de multidão. Quem deixa pouco espaço entre as linhas, ou seja, menor do que a altura de três “m”, é uma pessoa que tende a tomar decisões apressadas, gosta de realizar várias tarefas ao mesmo tempo; e tem dificuldade para planejar a longo prazo. Gosta de participar de atividades coletivas e prefere trabalhos em grupo. Pode reagir de forma impulsiva aos estímulos. Como tem pouca capacidade de avaliação e discernimento pode culpar os outros pelos seus insucessos. Procura reconhecimento, elogios e aprovação. Pode apresentar dificuldades para funções que exijam contatos com o público. Necessita do apoio do grupo para realizar suas tarefas, inclusive pode sentir-se “abatida” com a solidão . Quem deixa espaços irregulares entre as linhas apresenta insegurança e hesitação em tomar decisões, pois tem medo de se arrepender. Tem dificuldade para falar na hora certa, não sabe discutir com serenidade, podendo causar divergências em seus contatos sociais e profissionais. Não sabe administrar de forma eficaz o seu tempo e suas tarefas. Falta-lhe uma eficiente orientação espacial, assim como uma rotina constante e metódica para se organizar. Pode apresentar variações de humor. Espaço entre palavras Espaço entre palavras equivalente a um “m” = espaço normal Quem deixa espaço normal entre as palavras é uma pessoa espontânea, sente-se bem tanto quando está em grupo ou sozinha, pois predomina o equilíbrio nas relações com os demais. Aceita as regras e as normas do convívio social, e isto a ajuda a enfrentar bem os conflitos que surgem. Suas ideias e seus trabalhos são organizados, feitos com discernimento, não se perdendo em minúcias. Tem visão de conjunto e boa disposição para o trabalho. Tem diplomacia ao expor seus pontos de vista. Está aberta às novidades sem, no entanto, arriscar-se muito. Não é muita adepta aos contatos por telefone, preferindo o calor humano do contato. Quem deixa espaço grande, ou seja, mais de um “m” entre as palavras, é uma pessoa seletiva em seus contatos interpessoais. Escolhe rigidamente seus contatos pessoais e profissionais. Analisa bastante antes de tomar as suas decisões, porém, quando as toma, é de forma segura, eficiente e com suas implicações bem estudadas. Na área profissional e pessoal é prática, lógica e objetiva, com boa capacidade de percepção, enxerga longe e tem uma visão mais estratégica do que tática. Tem diplomacia ao expor seus pontos de vista, tem ciência das suas obrigações. É uma pessoa demasiadamente crítica. Não gosta de expor sua privacidade. Quem deixa espaço pequeno entre as palavras, menos de um “m”, necessita com intensidade envolver-se com as pessoas. Denota ser insegura e com medo de julgamentos e rejeições, sendo assim força o contato com os outros sendo pouco seletiva. Consome seu tempo em relacionamentos infrutíferos, perdendo energia e diminuindo a produtividade. O importante para ela é ter sempre alguém, não importa quem, ao seu lado. Pode até mudar de opinião só para agradar e fazer parte da equipe. Tem dificuldade para planejar a longo prazo, perde-se em detalhes e, muitas vezes, escolhe a primeira opção sem visualizar outras, sendo pouco crítico em suas análises. Quem deixa espaço irregular entre as palavras é uma pessoa com muita susceptibilidade, insegurança e sensibilidade. Pode mudar de conduta sem motivos. Pode ter (junto com outros sinais) falta de tato e educação. Espaço entre letras de uma mesma palavra (letras que estão no meio da palavra) O espaço normal de uma letra à outra é equivalente à largura média das ovais das letras “a”, “o”, “d”, “g” e “q”. Quem deixa espaço muito grande entre as letras de uma palavra demonstra uma personalidade expansiva; atua com generosidade e franqueza; sua espontaneidade pode levá-lo ao altruísmo, cedendo demasiado espaço aos demais, permitindo que invadam seu íntimo. Quem deixa espaço insuficiente, apertado entre as letras, é reservado e não gosta de interferências em sua intimidade. É difícil de aceitar ideias ou métodos novos. Perante os problemas e os obstáculos fica ansioso e amedrontado. Tem dificuldade para decidir ou julgar a intensidade dos obstáculos, transformando os pequenos problemas em grandes dificuldades. Pela sua insegurança e sensibilidade normalmente não reage bem às críticas. Pense, analise e interprete os espaços entre as linhas, palavras e letras de sua grafia e leia as descrições de sua personalidade. A GRAFOLOGIA SÓ SE APRENDE TREINANDO! Disposição da grafia na página CLARA E HARMONIOSA Quando as letras não se misturam, são proporcionais, bem distribuídas no papel, com boa separação entre letras, linhas e palavras, a forma é clara e organizada. Existe bom ajuste do texto, boa execução e organização; é simples e espontânea. Ausência de retoques, borrões, emendas. - Se a grafia for positiva, o autor é organizado e sabe distinguir o espaço dele com o do outro. A razão dirige a imaginação. Suas tarefas são realizadas com ordem, precisão e, geralmente sabe planejar e estruturar sua vida de forma lógica e coerente. Demonstra clareza de espírito, simplicidade e transparência comportamental. - Se a grafia for negativa, pode denotar que o autor é detentor de inteligência medíocre ou convencional, está acostumado a seguir com disciplina os hábitos de ordem e organização aprendidos sem nada criar ou modificar. Prefere seguir o experimentado a se arriscar, sendo assim, pouco acrescenta ao que já existe. Visão estreita e simplista. Ex: Grafia clara e harmoniosa,legível e com bons espaços entre linhas, letras e palavras CONFUSA A distribuição das palavras, linhas e espaços são bastante deficientes, se chocam, entrelaçam e se misturam. A escrita avança no papel de modo descontínuo e desordenado. A confusão espacial mostra que podemos ocupar espaços indevidos, desconhecemos a hora ou avançamos de maneira imprópria os “espaços psicológicos e territoriais” dos demais. - Em sentido geral, o autor tende a ser ingênuo, temperamental ou sugestionável. Pode ser confuso, com tendência a dissimular, ou com falta de cautela e pudor. Suas tarefas são realizadas sem método ou organização, além disso, tem dificuldade para distribuir o tempo e a energia. CONCENTRADA Os espaços entre as linhas são bem apertados. - Em sentido positivo, o autor tem boa capacidade para se concentrar e adequado ao aproveitamento do tempo. Tem necessidade de estar sempre unido com as pessoas e objetos que se relaciona cotidianamente. Pode revelar também prudência, introversão, economia, seriedade ou discrição. - Em sentido negativo, tem necessidade de economizar, o que pode levar à avareza, tendência a acumular, guardar e colecionar coisas. Pessoa pouco generosa e pode ser mesquinha. ESPAÇADA Os espaços em branco predominam no texto, especialmente entre as palavras e as linhas têm mais de três “m”. - Em sentido positivo, o autor tem necessidade de liberdade e de espaço. Visão ampla das coisas. Prefere ambientes amplos, arejados, alegres, animados. Boa capacidade para elaborar projetos em longo prazo. Bondade natural, mas com precaução, grandeza de ideias e de sentimentos e necessidade de se isolar. Gosto pela vida folgada - Em sentido negativo, o autor carece de bom senso e reflexão. Reflete pessoa ingênua, sugestionável, com tendência a gastar tempo e dinheiro de forma inconveniente e com tendência a se isolar dos outros. Fala e opina sem prudência. Ex. Grafia espaçada e ascendente INVASIVA Quando o traçado tende a invadir todos os limites do campo gráfico e as palavras de uma linha invadem as debaixo. - Em sentido geral, o autor denota uma forte necessidade de falar e ocupar o tempo dos outros, com exclusividade. É uma pessoa invasiva e dominante, com dificuldade para respeitar os espaços alheios. Pense, analise e interprete de que maneira você distribui sua grafia no papel. Margens Como estamos falando sobre a grafologia do século XXI, o estudo das margens também precisa acompanhar as mudanças. Uma criança que se utiliza do computador desde os quatro anos de idade terá uma visão da disposição estética do texto na folha bem diferente da de outras gerações. Outras aprendem a margem dos “dois dedinhos” e assim permanecem. Portanto, podemos chamar de margens caligráficas aquelas que conservam o modelo aprendido. A pessoa segue os padrões e normas impostas e dificilmente as altera. Tem receio do novo, do inusitado, e por isso pode ser pouco criativa. As margens superiores e inferiores são mais difíceis de serem estudadas, pois vai depender da quantidade do texto, de como foi aplicado o teste, etc. Se você não conseguir analisá-las siga em frente. As margens indicam de que maneira o autor se posiciona em relação ao mundo circundante, como seus contatos começam e acabam. Fala como é sua espontaneidade, organização, habilidade para planejar, noção de economia, habilidade de trabalhar com o tempo e as necessidades de contatos com o mundo. Margens recheadas ou ausentes Aquele que não deixa nenhum espaço nas margens ocupa o papel todo, tende a ser invasivo, quer aproveitar tudo, o tempo todo e o espaço em sua totalidade. Pretende chamar a atenção, quer ser atendido na hora, não sabe esperar e procura dominar a todos em todas as etapas das tarefas que executa. É um sinal de defesa psicológica prévia, poupança que pode ser levada até a avareza, necessidade imperativa de ocupar os ambientes sem deixar resquícios para os demais. Fala demais, não respeita nem ouve os demais. Apresenta tendências exibicionistas, egocentrismo e incapacidade de ceder mesmo quando observa que está errado e não tem razão. MARGEM SUPERIOR Normal, equivale a três linhas do texto, é um sinal de delicadeza e bons modos. Ampla, equivale a mais de três linhas do texto. O autor demonstra atenção, elegância e respeito para com os outros e para com as regras sociais. Esta modalidade de margem é própria de pessoas que possuem adequada cultura social ou educação elevada. Se coincidir com uma escrita pequena, revela timidez e inadaptação. Pequena ou ausente, equivale a menos de três linhas do texto. O autor prefere atuar de maneira independente, não costuma se subordinar aos poderes nem aos superiores. Sendo assim, pode apresentar dificuldades nos relacionamentos, falta de tato e de modos. No começo, até pode ser delicado, mas depois que adquire certa intimidade pode ultrapassar as regras da hierarquia e do respeito. É próprio de pessoas inoportunas ou desrespeitosas. MARGEM INFERIOR Pequena, equivale a menos de três linhas do texto. Parece que o autor deseja ocupar todos os espaços possíveis, não quer ser interrompido em suas ocupações, assim como não sabe o momento de parar. Ocupa-se demais com fatos corriqueiros. Geralmente é prolixo, pois tem dificuldade para resumir os acontecimentos ou ideias, mas sabe aproveitar bem o tempo. MARGEM DIREITA Sem margem: Aquele que se precipita para a extremidade direita do papel sem deixar nenhum espaço é provavelmente uma pessoa desinibida e que se interessa por tudo e por todos. Não teme o futuro e o encara de frente. Quando a margem direita é exageradamente grande, o autor, inconscientemente, tem necessidade do apoio da mãe. Pode apresentar medo de correr riscos e de tomar iniciativas. Tende a ser hesitante, inseguro, pessimista ou introvertido. A maioria das pessoas que possuem esse tipo de margem não aceita essas definições. Quando a margem direita é irregular, representa falta de segurança para enfrentar as pessoas e as situações. O autor tem dificuldade para adotar um método de trabalho, pois é apreensivo, agitado e ambíguo. Emocionalmente instável e pode variar de atitude; pode também apresentar dificuldade para se adaptar pela sua insegurança, pois tende a adotar atitudes contraditórias e sua sensibilidade é exagerada. MARGEM ESQUERDA O normal é deixar um pequeno espaço para começar a escrever. A margem esquerda faz referência ao lado familiar. Quem deixa margem normal à esquerda, dá o devido valor ao seu passado, à sua origem, à sua família e à sua mãe de uma forma positiva e assumida. Apertada ou ausente A pessoa que não deixa nenhum espaço do lado esquerdo é como o nadador que se agarra à borda da piscina em busca de apoio. Falta-lhe autoconfiança e talvez esteja ainda agarrado ao passado, apresentando conflitos ou medos. Tem dificuldade para lidar com dinheiro, podendo apresentar dificuldades econômicas temporárias. Quando é totalmente inexistente, pode indicar traumas, pessoas que ficaram marcadas com lembranças tristes da infância e ainda não conseguiram superar ou ainda recalques relacionados ao passado. Margem esquerda regular ou rígida e com distância normal O autor tende a demonstrar equilíbrio, bom gosto estético, autocontrole e consciência de suas ações. Pode apresentar certo aprimoramento e simplicidade. Geralmente começa suas relações de maneira clara, consciente e correta. Sabe se controlar e se dominar. Quando muito rígida mostra perfeccionismo, afetação e meticulosidade escrupulosa. É uma pessoa mais fria e calculista. Sua cortesia pode ser forçada e seus atos premeditados nas relações socioprofissionais. Rotina e automatismo são suas direções. Margem esquerda estreitando-se de cima para baixo. Inicia longe da margem esquerda e vai se aproximando. Mesmo que a pessoa tente manter- se à direita não consegue, pois, apesar de querer manter sua liberdade e autonomia, está sempre em busca de “um colinho do passado”. O autor é prudente, reflexivo, desconfiado, tem medo de ficar sem dinheiro.
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