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PROCESSOS-DE-IMPRESSÕES-E-SUPORTES-GRÁFICOS

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1 
 
PROCESSOS DE IMPRESSÕES E SUPORTES GRÁFICOS 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
PROCESSOS DE IMPRESSÕES E SUPORTES GRÁFICOS .......................... 1 
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................ 3 
1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4 
2- FALSIDADE DOCUMENTAL ........................................................................ 6 
3- ELEMENTOS DE SEGURANÇA ................................................................... 9 
4 - CRUZAMENTO DE TRAÇOS ..................................................................... 11 
4.1- Prioridade dos traços ............................................................................. 13 
5- A GRAFOSCOPIA........................................................................................14 
5.1- Documentoscopia e grafos cópia: por que elas são importantes ...... 16 
5.2- Como é feito o exame grafotécnico ....................................................... 16 
5.3- Existe a possibilidade de que o exame grafotécnico não esteja correto?
 ......................................................................................................................... 17 
6- FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO DIGITAL TRAZ DESAFIOS PARA 
PERÍCIA ........................................................................................................... 17 
7- REFERÊNCIAS ........................................................................................... 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://d.docs.live.net/4386f15f5b54785a/Área%20de%20Trabalho/PROCESSOS%20DE%20IMPRESSÕES%20E%20SUPORTE%20GRÁFICOS.docx#_Toc109317730
 
 
 
3 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-
sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação 
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos 
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: Google) 
 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
Falamos no primeiro conteúdo sobre Documentoscopia que é a sub área 
da Criminalística e que se dedica à elucidação da verdade e desvendamento de 
fraudes praticadas em documentos das mais diversas naturezas. Ainda que se-
jam incorporados elementos de segurança a alguns documentos, com o propó-
sito de impedir, ou ao menos dificultar em muito, sua reprodução pelos falsários, 
tal recurso não esgota todas as espécies de fraude. Nessa ótica, figuram entre 
as demandas que desafiam o perito documentoscópico os exames de cruza-
mento de traços, dentre outros. 
A Documentoscopia, por estar inserida no âmbito forense, exige que seu 
objeto de estudo se conceitue por meio da legislação e da doutrina jurídica bra-
sileira. A Lei Federal nº 12.527 de 18 de novembro de 2011, que regula o acesso 
a informações, no inciso II do artigo 4º, define documento como “unidade de re-
gistro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato”. 
Percebe-se o grande alcance que tem tal concepção, posto que não res-
tringe o suporte nem o recurso utilizado para o registro da informação. De Plá-
cido e Silva (1998) segue o mesmo entendimento amplo, quando diz que “o do-
cumento é uma representação material destinada a reproduzir, com idoneidade, 
uma certa manifestação do pensamento”. 
 
 
 
 
5 
O Processo Civil brasileiro guia-se pela mesma trilha da abrangência e con-
sidera documento “toda coisa capaz de representar um fato” (MARINONI; ARE-
NHART, 2005). Em vista disso, entram no rol dos documentos papéis, tatuagens, 
sinais esculpidos em uma lápide, fotografias, desde que possam provar fatos 
(SILVA; FEUERHARMEL, 2013). 
O Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística classifica os objetos de 
estudo em discussão por gêneros. 
Citam-se alguns: 
 
a) textual: documentos manuscritos, datilografados ou impressos, como atas 
de reunião, cartas, decretos, livros de registro, panfletos e relatórios; 
b) pessoal: documento que serve à identificação de uma pessoa, como cé-
dula de identidade, CPF, CNH, passaporte; 
c) audiovisual: documentos que contêm imagens, fixas ou em movimento, e 
registros sonoros, como vídeos; 
d) digital/eletrônico: documento codificado em dígitos binários, acessível so-
mente por equipamentos eletrônicos, como arquivos de computador contendo 
textos, sons, imagens ou instruções (ICP OAB, 2014); 
e) oficial: emanado do poder público ou de entidades de direito privado capaz 
de produzir efeitos de ordem jurídica na comprovação de um fato, como ofício 
e memorando. 
 
De outro modo, na esfera penal é adotada a concepção restritiva. O artigo 
232 do Código de Processo Penal conceitua documentos por “quaisquer escri-
tos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares”. 
 
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos 
ou papéis, públicos ou particulares. 
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, 
se dará o mesmo valor do original. 
 
De tal definição surge a necessidade de esclarecimento quanto aos termos 
apresentados, trazido por Nucci (2013): 
 
 
 
 
6 
a) escrito: papel ou outra base material que contenha a representação 
de palavras ou ideias por meio de sinais, desde que constitua fato juri-
dicamente relevante; 
b) instrumento: documento pré-constituído para formação de prova, 
como recibos, procurações; 
c) papel: termo residual, ou melhor, as demais manifestações de pen-
samento, ideias ou fatos diversos da escrita, tal como fotografias, que 
são imagens registradas em papel. 
 
O autor também expõe a classificação quanto à origem. O documento pode 
ser público, quando produzido por funcionário público, no exercício de suas fun-
ções, possuindo maior credibilidade (certidões, atestados), ou privado, quando 
constituído por particular, sem qualquer intervenção do Estado. 
Na percepção da Documentoscopia, qualquer estrutura pode ser suporte 
para lançamentos gráficos que transmitam ideias ou indiquem a existência de 
fatos, ainda que a maioria dos documentos se manifeste em papéis escritos ou 
impressos. Essa disciplina não abriga em si conflito no conceito de documento. 
Faz uso do entendimento amplo e se mantém independente frente ao Direito 
Penal (SILVA; FEUERHARMEL, 2013). 
 
2- FALSIDADE DOCUMENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: Google) 
 
A falsificação de documentos, tanto particulares quanto público envolve al-
terações feitas em um documento existente. As mudanças podem ser simples 
ou mais complexas, sendo que as motivações dos falsificadores são da mais 
variadas possíveis, conforme será abordado. Conforme dispõe Capez (2012, p. 
342): 
 
 
 
7 
 
Toda vez que alguém, por exemplo, falsifica um documento público, 
isto é, cria materialmente um documento semelhante ao verdadeiro, há 
uma quebra nessa confiança geral, isto é, na crença de que os docu-
mentos emitidos pelo Poder Público são legítimos. (...) as pessoas, as-
sim, passam a desconfiarda presunção de veracidade dos documen-
tos, o que ocasiona verdadeira insegurança jurídica. 
 
A falsificação de documentos públicos e privados encontra tipificação penal 
nos art. 297 e 298, respectivamente do Código Penal Brasileiro. 
 
Falsificação de documento público 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar 
documento público verdadeiro: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevale-
cendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o 
emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível 
por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o 
testamento particular. 
§ 3 o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja 
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não 
possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, 
de 2000) 
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em 
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, de-
claração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela 
Lei nº 9.983, de 2000) III – em documento contábil ou em qualquer 
outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante 
a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter 
constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§ 4 o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos menci-
onados no § 3 o , nome do segurado e seus dados pessoais, a remu-
neração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de servi-
ços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). (BRASIL, 1940). 
 
Nota-se que o crime de falsificação de documento público além da sua pre-
visão no “caput” do art. 297, há outras maneiras de se caracterizar o crime, seja 
alterando informações para fins previdenciários, seja em documentos contábeis. 
Acerca do conceito acerca desse tipo de crime, destaca Sanches (2017, p. 20): 
 
Trata-se de crime que pune àquele que falsifica documento público, ou 
altera (modifica) documento público verdadeiro. A falsificação pode ser 
total (documento é inteiramente criado) ou parcial (adiciona-se ao do-
cumento, nos espaços em branco, novos e relevantes elementos). Na 
conduta alterar, o agente modifica documento público existente (e ver-
dadeiro), substituindo ou alterando dizeres inerentes à própria ·essên-
cia do documento. Nota-se que a falsificação deve ser apta a iludir, ou 
 
 
 
8 
seja, se o documento falso for demasiadamente grosseiro, não haverá 
crime de falso. 
 
Destaca-se ainda que para se caracterizar a falsidade documental é neces-
sário que a forma com que se falsifica não seja de forma grosseira, acerca disso, 
leciona Fragoso (1985, p. 344): 
 
Como em todo crime de falsidade documental, é indispensável que a 
falsificação seja idônea ‘em si mesma’ para iludir a indeterminado nú-
mero de pessoas. A falsificação grosseira e reconhecível imediata-
mente por qualquer pessoa inexperta, não constitui crime, pois não há 
perigo à fé pública. 
 
Esse crime consiste em fazer, no todo ou em parte, um documento falso ou 
adulterar um documento verdadeiro que possa dar origem a um direito ou obri-
gação, ou servir para provar um fato. 
Criar um documento falso é criá-lo para fornecer ao conteúdo ou assinatura 
que o integra, um caráter genuíno. Fazer um documento não deve ser entendido 
simplesmente no sentido material da expressão fabricá-lo, ou seja, escrevê-lo, 
assiná-lo, mas no sentido de constituí-lo ou concedê-lo. (FRAGOSO, 1985). 
Logo o meio que é utilizado para se falsificar o documento deve ser de 
forma convincente para constituir o crime, sendo que a falsificação que qualquer 
pessoa possa detectar não constitui o crime. Acerca do crime de falsificação de 
documento particular, dispõe o art. 298 do CP: 
 
Falsificação de documento particular 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alte-
rar documento particular verdadeiro: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Falsificação de cartão 
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a docu-
mento particular o cartão de crédito ou débito. 
 
Assim, o crime de falsificação de documento se consuma com a adultera-
ção, pouco importando se quem praticou fez uso do documento para qualquer 
fim. Ressalta-se ainda que há a modalidade de falsificação seguida do uso do 
documento, e que conforme ensina Damásio (2012, p. 88): 
 
Se na mesma pessoa reúnem-se as figuras de falsário e usuário, ela 
responde por um só delito: o de falsidade, que absorve o de uso (CP, 
art. 304). O uso, nesse caso, funciona como post factum impunível, 
 
 
 
9 
aplicando-se o princípio da consunção na denominada progressão cri-
minosa. 
 
3- ELEMENTOS DE SEGURANÇA 
 
Com o intuito de impedir ou ao menos dificultar a falsificação, são incorpo-
rados aos documentos elementos de segurança, que protejam seu valor e pos-
sam auxiliar na determinação de sua autenticidade. 
Essa categoria designa-se por documentos de segurança e tem como 
exemplos passaporte, carteira de identidade, carteira de motorista, bilhetes de 
loteria, cédulas de dinheiro, cheques, selos, certidões de nascimento e de óbito 
e diploma. 
É comum que o nível de segurança associado acompanhe o valor, mone-
tário ou legal, inerente ao documento (LIMA, 2013). Essa situação se manifesta 
nas cédulas de maior valor, que apresentam elementos de segurança em maior 
número e de mais alto grau de sofisticação, o que garante que sejam mais difí-
ceis de reproduzir. 
Outros fatores determinam quais e quantos elementos devem ser inseridos 
como, por exemplo, função do documento, frequência com que será utilizado, 
forma pela qual será armazenado e portado, expectativa de vida útil, entre ou-
tros. 
Os elementos de segurança devem ser suficientemente aparentes para 
que os oficiais competentes possam examinar os documentos por inspeção vi-
sual e tátil ou por meio de equipamentos simples e, desse modo, detectar frau-
des menos elaboradas. 
Se diante de suspeitas remanescentes uma análise mais rigorosa se fizer 
necessária, esta será realizada por instrumentação mais complexa de atribuição 
dos especialistas em Documentoscopia (UNODC, 2011). 
Nesse sentido, os elementos de segurança são classificados em três níveis 
conforme a técnica empregada para seu reconhecimento (ABNT NBR 
15368:2006). 
Os elementos de segurança de primeiro nível são aqueles de segurança 
aberta, que exigem apenas análise visual e tátil, de fácil verificação pelo público 
leigo, como a marca d’água e as impressões em alto relevo. 
 
 
 
10 
Os elementos de segundo nível são os de segurança semiaberta, que po-
dem ser identificados por pessoal treinado com o uso de equipamentos simples 
(lâmpadas de radiação ultravioleta e lentes de aumento), esses são exemplos 
as fibras fluorescentes e as microimpressões. 
E por fim, os elementos de terceiro nível são os de segurança fechada, que 
requerem treinamento específico e uso de equipamentos de laboratório. Ilustram 
o último nível os marcadores físicos e químicos (LIMA, 2013; SILVA; FEUE-
RHARMEL, 2013). 
Pois bem, definido o objeto, passa-se a conceituar a disciplina que o es-
tuda, Del Picchia Filho e Del Picchia (1976) definem Documentoscopia como “a 
disciplina relativa à aplicação prática e metódica dos conhecimentos científicos, 
objetivando verificar a autenticidade ou determinar a autoria dos documentos”. 
Note-se sua unicidade, quando comparada a outras disciplinas que estu-
dam o mesmo assunto, em não se contentar com a prova da falsidade de um 
documento, mas ir além e buscar determinar quem o produziu e quais foram os 
meios para tanto ostenta, assim, essência nitidamente investigativa(ROMÃO et 
al., 2011). 
Três subáreas compõem a Documentoscopia, quais sejam, Grafos cópia, 
Mecanografia e Exames de Autenticidade Documental. 
A primeira dedica-se exclusivamente à escrita resultante direta do gesto 
executado pelo homem, que se denomina por grafismo (DEL PICCHIA FILHO; 
DEL PICCHIA, 1976). 
Trata dos exames de autenticidade gráfica, quando o autor dos lançamen-
tos gráficos é quem deveria ser, e dos exames de autoria gráfica, quando quem 
produziu o grafismo difere do suposto autor. 
A segunda subárea encarrega-se dos exames em documentos impressos 
por máquina de escrever, impressoras, fax, ou carimbo com o intuito de identifi-
car ou, ao menos, eliminar determinado equipamento de impressão. 
Na terceira, sendo a mais abrangente, incluem-se os exames em documen-
tos de segurança e também em documentos sem elementos de segurança. 
Nessa ceara, têm lugar as análises de documentos contrafeitos ou falsos 
reproduzidos sem autorização e de documentos alterados ou falsificados resul-
tantes de modificações em documentos autênticos (SILVA; FEUERHARMEL, 
2013). 
 
 
 
11 
 
Frise-se que os primeiros são falsos em sua totalidade, enquanto os últimos 
apresentam falsidade parcial e é nesse contexto que exames de cruzamento de 
traços, lavagem química e datação de tintas tomam forma. 
 
4 - CRUZAMENTO DE TRAÇOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: Google) 
 
Á luz da ciência contemporânea, a prova material se apresenta com signi-
ficado inovador. 
Novos estudos e novas pesquisas foram sendo criadas pelos verdadeiros 
cientistas da polícia técnico científica, na busca de soluções para os mais intrin-
cados problemas que acontecem diuturnamente em todas as plagas de nosso 
Planeta. 
O local de crimes não é mais aquele palco tão somente para ouvir teste-
munhas, e sim em um laboratório de análises visando à reconstituição do fato 
tido como criminoso. 
Seu rápido desenvolvimento, ainda que sob sigilo para o público, pois se 
torna perigoso sua vasta divulgação e vem se tornando cada vez mais eletri-
zante, que ao assistir qualquer tipo de palestra, seja qual for à área, é motivo de 
espanto e atenção a toda prova, obviamente variando de estado para estado. 
 
 
 
 
12 
Em face de vastidão do assunto abordado, apresentado sob o ponto de 
vista especializado, o leitor, acredito, concluirá que a elucidação com base cien-
tífica do crime é uma carreira que exige atividade integral. 
 Ser perito é uma profissão que exige de sua plêiade homens abnegados, 
serviço essencial à sociedade no sentido de elucidar e suprimir o crime e garantir 
a proteção do inocente. 
Dentre as cadeiras, uma das mais importantes é a DOCUMENTOSCOPIA, 
a perícia que cuida dos exames documentoscópicos, dos exames grafotécnico, 
das mecanografias, das tipografias, das impressões digitalizadas dos dias de 
hoje e o famoso CRUZAMENTO DE TRAÇOS tendo como objetivo conhecer as 
prioridades dos lançamentos de traços, conhecer o que foi escrito em primeiro 
lugar além de conhecer as intersecções dos traços manuscritos e ou impressos. 
Pode-se dizer ainda sem medo de errar que o fracasso na aplicação da 
ciência no campo da investigação criminal pode ser atribuído a muitas causas. 
A principal entre elas é possível que esteja ligada a incapacidade do serviço 
criminal e civil em atrair pessoal competente, em lugar de admitir e selecionar 
homens treinados a ciência, em muitos estados e países, empregando curiosos 
tateantes de detetive local, que pode ser apenas amador curioso dos métodos 
de laboratórios. 
O resultado torna-se assim em um conglomerado de material, que varia 
em qualidade desde as teses escolares até meros artifícios e recitais de valor 
duvidoso. 
A criminalística depende para seu desenvolvimento, dos princípios e dados 
das Ciências Físicas, Química, Física e Biológica, e assim a prova muda. 
É preciso lembrar que o cientista de polícia técnica científica é solicitado a 
defender suas conclusões em seu testemunho perante os tribunais, e que a parte 
contrária pode interrogá-lo com respeito ao ramo da ciência no qual está teste-
munhando. 
Na perícia de documentos, notadamente na área da grafotécnica, surgem 
cotidianamente os aproveitamentos de folhas assinadas “in albis” com preenchi-
mento a posteriori, seja na forma manuscrita, datilografada ou impressa. 
No Brasil, a tecnologia dos exames de documentos vem crescendo cotidi-
anamente, já está se interiorizando de norte a sul, de leste a oeste com eventos 
 
 
 
13 
a cada ano, ou como Comitê ou Congresso da Criminalística como um todo, ou 
como a Documentoscopia em particular. 
A técnica para esse tipo de estudos não se aprende a toda hora, não vemos 
publicações a respeito, pois não é costumeiro tornar público essa tecnologia face 
os segredos e perigos que ela encerra. 
Os exames são rigorosos; as demonstrações daquilo que se está vendo 
mais audaciosas e difíceis de serem alcançadas, é preciso ser cientista da cri-
minalística para que seja alcançado com êxito. 
O mundo inteiro pensa cotidianamente sobre este assunto, experts tentam 
muitas vezes se aproximar de seus mestres, que ainda conseguem manter in-
tacto seus segredos e a altivez da arte de detectar as prioridades. 
É necessário que cada estado e cada país permita o desenvolvimento gra-
dual da criminalística que busca a passos seguros conhecer, analisar e interpre-
tar os vestígios materiais de fatos delituosos. 
 
4.1- Prioridade dos traços 
 
Há muitas décadas especialistas de todo mundo, notadamente no Brasil, 
procuraram estudar devidamente sobre as prioridades de cruzamentos, utili-
zando-se todos os recursos havidos nas oportunidades passadas. 
As opiniões foram muito controversas, até meados da década de 1970, 
profissionais do ramo, notadamente os decanos achavam que a questão não 
oferecia resultados satisfatórios, uma vez que os traços mais escuros sempre 
ofereciam um visual que estariam sobre (por cima) dos traços mais claros, o que 
de certa forma induziram àqueles que se encontravam iniciando a carreira de 
Perito Criminal, que se encontravam ou não na seção de documentoscopia, po-
rém sempre ligados à perícia de documentos. 
Não foram fáceis os estudos; químicos procuravam através de apetrechos 
chegar a algum resultado. 
Em Brasília o Dr.Chelle, na época Perito Criminal da Polícia Federal sem-
pre ligado a nós e a Carvalhedo, antigo diretor da Academia Nacional de Crimi-
nalística, também se empenhavam sobre o assunto. 
 
 
 
 
14 
Destes encontros sempre surgiam coisas novas; constatou-se assim que a 
questão não era química e sim física, defendida pelo subscritor deste trabalho e 
também como colunista de “Notícias Forenses”. 
O que se visualizava na lupa estereoscópica, não de aumento exagerado 
como pensam muitos, teria que ser apresentado no papel, em macro e micro 
fotografia para terceiros desinteressados observarem, quais sejam as partes no 
litígio, as pessoas desinteressadas como deve ser o promotor de justiça, o perito, 
o juiz e o tribunal. 
O perito oficial ou assistente técnico, também são pessoas desinteressa-
das; sua missão é também o “VISUAM ET REPERTUM” se reportar após es-
tudos e análises naquilo que está vendo. 
Hoje ainda possuem peritos que não acreditam na detecção do CRUZA-
MENTO DE TRAÇOS por que ainda não se interessaram nos estudos e 
que ainda guardam ensinamentos do passado. Alguns poucos que nunca acre-
ditavam, hoje realizam estes exames, poucos sabem observar e interpretar as 
questões físicas decorrentes; poucos sabem ilustrá-las, alguns em todo o Brasil 
sabem executá-lo com perfeição; no Mundo poucos se dedicam ao assunto; não 
se tem recebido maiores informações destes especialistas, porém o Brasil é 
muito eficiente neste aspecto. 
Como se vê, se nos exames originais é necessário que se tenha habilidade 
e técnica a toda prova. 
 
5- A GRAFOSCOPIA(Fonte: Google) 
 
 
A documentoscopia engloba algumas técnicas específicas, entre elas, a 
grafos cópia que possui o objetivo de analisar a autenticidade dos documentos, 
a grafos cópia tem como base o estudo da escrita manuscrita. 
 
 
 
15 
 
Desse modo, é analisado com profundidade as singularidades das assina-
turas que cada indivíduo apresenta. Afinal, duas pessoas são incapazes de pro-
duzirem o mesmo conteúdo com exatidão de detalhes, pois a escrita conta com 
inúmeras variações. 
O profissional que a realiza é chamado de perito grafotécnico que, além de 
ter habilidades específicas, segue as normas e regras técnicas e relacionadas à 
lei. 
O seu trabalho consiste em definir se dois documentos foram escritos ou 
assinados pela mesma pessoa ou por uma segunda ou terceira. 
Este processo acontece em três etapas, que são: 
 
• O exame: essa é a primeira fase da grafos cópia. Nela, certas particulari-
dades da escrita, como o espaço entre as letras e os seus tamanhos são 
analisados; 
• A comparação: nesta etapa, o perito busca as principais divergências 
entre a amostra e o documento a ser analisado; 
• A avaliação: depois da análise minuciosa e da comparação, descobrem-
se evidências que mostram se o documento é original ou se foi adulte-
rado. 
 
É válido informar que por meio da grafos cópia é possível também saber 
se a grafia apresenta alterações, pois a pessoa estava sob efeito de drogas ou 
se por possuir alguma doença. 
Neste cenário, essa técnica também consegue identificar se uma pessoa 
coagiu outra no momento em que ela estava escrevendo. 
É importante ressaltar também que o perito apenas verifica a autenticidade 
e a autoria da escrita. Em outras palavras, não cabe a esse profissional realizar 
qualquer julgamento sobre a personalidade das pessoas envolvidas. 
Vale destacar que a grafos cópia para prevenção de fraudes é bastante 
utilizada judicialmente, sendo que é por meio dela que verifica se houve ou não 
adulteração da assinatura para logo concluir se houve uma tentativa de crime. 
 
 
 
 
16 
5.1- Documentoscopia e grafos cópia: por que elas são importantes 
 
A documentoscopia e grafos cópia contam com técnicas específicas e ex-
tremamente eficazes que analisam a autenticidade de um documento. 
Essas análises são tão importantes que frequentemente diversos profissi-
onais da área judicial, como juízes e advogados, utilizam a documentoscopia e 
grafos cópia como suportes fundamentais. 
Isso porque essas técnicas ajudam de forma efetiva a elucidar, com ética 
e imparcialidade, eventuais dúvidas relacionadas à veracidade de textos e docu-
mentos. 
Para analisar fraudes, por exemplo, o processo é um pouco mais com-
plexo. Isso porque, além de experiência, o perito tem que possuir treinamento 
técnico especializado e certificado referente a essa atividade. 
Com essas informações, é possível concluir que os trabalhos desses pro-
fissionais são essenciais, ainda mais se consideramos que a fraudes não pos-
suem um caminho definido, ou seja, elas podem acontecer em qualquer ambi-
ente, inclusive no empresarial. 
 
5.2- Como é feito o exame grafotécnico 
 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: Google) 
 
O exame grafotécnico é realizado por profissionais capacitados e especia-
lizados nesse segmento. 
Os peritos tem como função elaborar laudo os quais vão especificar todas 
as características e técnicas utilizadas para se obter o resultado. 
 
 
 
 
17 
O perito grafotécnico pode recorrer a técnicas nas quais tem o direito de 
utilizar provas técnicas do próprio autor do gesto gráfico em questão. 
Desse modo, os laudos serão elaborados baseando se em análises, as 
quais podem servir como provas que auxiliam com precisão aos resultados cor-
retos. 
Os exames sempre são ricos em explicações, técnicas e fotos de modo a 
explicar o necessário e desenvolver as suas análises e conclusões. É importante 
que suas constatações sejam claras e bem explicitadas. 
O exame grafotécnico é elaborado a partir de uma linguagem simples sem 
muitas formalidades para que até mesmo leigos no assunto consigam entender 
tudo o que ele contém. 
Se por acaso o indivíduo o qual contratou os serviços de perícia não en-
tenda sobre esse assunto, isso não será um problema e nem o impedirá de en-
tender os resultados escritos no exame grafotécnico. 
 
5.3- Existe a possibilidade de que o exame grafotécnico não esteja 
correto? 
 
Mesmo que uma pessoa afirma não ter escrito um documento em questão, 
ou o contrário, se caso ela estiver mentindo é impossível que a sua fraude não 
seja detectada na perícia. 
Isso ocorre devido ao fato de que o gesto gráfico de cada ser humano foge 
de seu controle, visto que ele recebe influência direta do seu cérebro, assim o 
torna uma atividade biológica espontânea e única. 
O exame grafotécnico é muito utilizado por advogados em juízo para a con-
clusão de casos judiciais. Os mesmos recorrem a esse procedimento para ana-
lisar a veracidade referente aos documentos escritos de próprio punho. 
 
6- FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO DIGITAL TRAZ DESAFIOS PARA 
PERÍCIA. 
 
Com o advento dos modernos computadores, dos avançados de softwa-
res gráfica, dos scanners e das impressoras de qualidade (jato de tinta e laser), 
https://periciagrafotecnicasp.com.br/perito-grafotecnico.asp
 
 
 
18 
e, mais em geral, das elevadas capacidades gráficas que estes conjuntos pro-
porcionam, iniciaram a aparecer também as falsificações de documentos fei-
tas através do aproveitamento dos meios digitais que hoje são poderosos, am-
plamente disponíveis e de uso econômico. 
Tais documentos falsificados são utilizados para as mais variadas finalida-
des, desde criação de empresas, abertura de contas bancárias e realização de 
operações comerciais ou financeiras (fraudulentas ou não), até a produção de 
provas falsas em processos judiciais. A gama de usos de documentos falsifica-
dos digitalmente é extremamente ampla e abrange múltiplos e fundamentais as-
pectos de segurança. 
É evidente que a criação e difusão, nos tribunais brasileiros, a partir da 
entrada em vigor da Lei 11.419/2006, dos chamados “processos digitais”, ou 
“eletrônicos”, nos quais toda a documentação encartada, inclusive aquela pro-
batória, é oferecida no formato digital (ou seja, em prevalência, cópias escanea-
das de documentos, convertidas para o formato PDF), estimulou ainda mais a 
ocorrência de falsificações por meios digitais. 
É necessário definir o que seja um documento digital. Existem essencial-
mente duas tipologias de documentos digitais. 
Na primeira trata-se de documentos que foram originados por um compu-
tador ou outro sistema eletrônico, sem nunca ter sido impressos ou transferidos 
em papel (é o caso de uma fotografia digital, de um documento escrito em Word 
e transformado em um arquivo PDF, de um logotipo criado num software de grá-
fica e salvo em um arquivo JPG etc.). 
Na segunda trata-se de documentos que foram convertidos de um formato 
físico (ou seja, normalmente, um documento em suporte cartáceo) para um for-
mato digital através de um processo de escaneamento ou fotografia digital ou 
outro. Podem ainda existir documentos com origem mista, sendo que parte do 
documento tem origem puramente digital enquanto outra foi escaneada a partir 
de um suporte físico. 
Um documento digital é composto por bits ou bytes, cada um represen-
tando pontos ou pequenos “pedaços” da informação contida no documento. 
Quanto maior o número de bits, maior o número de pontos (ou pixels) represen-
 
 
 
19 
tativos de informações, e consequentemente a qualidade ou resolução do docu-
mento e sua proximidade/semelhança com o eventual original analógico (no 
caso o documento digital tenha origem em um documento físico digitalizado). 
Na realidade dos tribunais se encontram documentos com qualidade muito 
variável, dependendo da origem e disponibilidade. Um documento original, es-caneado profissionalmente por um advogado e encaminhado para protocolo em 
um processo eletrônico, terá provavelmente uma qualidade boa. 
Outros casos, como o de cheques arquivados pelos bancos (através do 
processo de “microfilmagem digital”), podem ter qualidade extremamente baixa, 
podendo chegar a dificultar sobremaneira qualquer análise. 
Oportuno se atentar, ainda, ao caso (nada incomum) de documentos que 
têm baixa qualidade “intencional”, para disfarçar eventuais adulterações ou fal-
sificações. 
É evidente que quanto mais alta for a qualidade ou resolução do documento 
digital, maiores serão as chances de conseguir fazer uma perícia consistente. 
Pode-se ainda, dividir os documentos em duas outras grandes categorias, 
aqueles onde há algum grafismo manual (assinaturas, texto escrito a mão, for-
mulários com preenchimentos manuais etc.) e aqueles que não possuem esta 
característica (e-mails, notas fiscais automatizadas, extratos bancários etc.) e 
que, portanto, não estão sujeitos a aplicação de técnicas grafoscópicas, mas 
somente de outros tipos de análise. 
Um breve resumo dos casos mais comuns de uso de documentos falsifica-
dos digitalmente (todos com possíveis consequências, diretas ou indiretas, em 
processos judiciais) pode ser o seguinte: 
1. Prover provas falsas em processos judiciais das mais variadas naturezas 
(trabalhistas, cíveis, criminais, administrativos, tributários, societários, su-
cessórios, familiares etc.), tanto no que diz respeito ao assunto suposta-
mente comprovado pelo teor do documento falsificado quanto no que diz 
respeito a sua origem, autoria e data (que também pode ser falsificada). 
2. Integrar contratos comerciais ou transações de diversas naturezas (inclu-
sive financiamentos, compras/vendas, assinatura de serviços, locações 
etc.). 
 
 
 
20 
3. Ser meio de identificação (“originais” ou cópias de documentos de identi-
dade ou de certidões de nascimento ou casamento) para os mais diversos 
fins. 
4. Formar a base para conseguir outros documentos autênticos ou autoriza-
ções ou ainda serviços públicos de diversas naturezas. 
5. Homologar testamentos ou outros procedimentos inerentes a heranças e 
sucessões. Pensem, por exemplo, nas consequências da comprovação 
(através da falsificação de uma autenticação com indicação da data) da 
assinatura de algum contrato ou doação ou, ainda, testamento, por parte 
de uma determinada pessoa em data anterior à de seu falecimento. 
6. Serem utilizados para conseguir benefícios, direitos, acesso a recursos, 
bens ou serviços ou, ainda para participar de licitações e concorrências. 
Tais documentos podem ter naturezas muito diferentes, dependendo do 
uso pretendido, mas todos são passiveis de avaliação e perícia, mesmo sendo 
em formato digital. 
Alguns exemplos, entre muitos outros possíveis, de documentos potencial-
mente falsificados por meios digitais e encontrados nos casos e situações acima 
descritos, são: 
• Contratos e acordos em original ou cópia, autenticada ou não. 
• Testamentos e doações em original ou cópia, autenticada ou não. 
• Recibos, Promissórias ou Declarações em original ou cópia, autenticada 
ou não. 
• Documentos de identidade e afins em “original” ou cópia, autenticada ou 
não. 
• E-mails e mensagens/comunicações em geral. 
• Comprovantes de vários tipos (endereço, renda, extratos etc.) e ingres-
sos, em original ou cópias, autenticadas ou não. 
• Atos públicos (certidões, procurações, decisões, alvarás etc.) em original 
ou cópia, autenticada ou não. 
• Cédulas de dinheiro e folhas de cheques. 
• Cartas em original ou cópia, autenticada ou não. 
• Receitas e certificados médicos em original ou cópia, autenticada ou não. 
 
 
 
21 
Um documento desta natureza, usado como prova em um processo, caso 
não seja rapidamente identificada sua falsidade, pode facilmente dar origem a 
graves injustiças e a decisões equivocadas, por serem baseadas em um docu-
mento falso. 
Por todas estas razões, é de primordial importância adquirir a capacidade 
de identificar indícios de falsificação, de forma a poder submeter os documentos 
suspeitos à apropriada perícia técnica, antes que estes possam causar danos 
irreversíveis. Isso, inclusive, à luz dos limitados prazos e modalidades previstas 
nos diplomas legais para a arguição de falsidade (tanto em processos cíveis 
quando em processos penais). 
Trabalhar com documentos em cópia ou em formato digital não permite fa-
zer uma perícia conclusiva quanto à autenticidade. Na melhor hipótese, será 
possível constatar a ausência de indícios de falsidade. Por outro lado, quanto 
existirem elementos suficientes e incontestáveis, será possível a comprovação 
conclusiva de uma eventual falsidade. 
Por esta razão pode ser errado afirmar, sempre, a impossibilidade de se 
fazer uma perícia quando não presentes os documentos originais. Isso porque é 
perfeitamente possível que as cópias presentes (digitais ou não) sejam suficien-
tes para comprovar a falsidade de, ao menos, um elemento (o que viciaria de 
falsidade o documento como um todo) e, assim, seja possível entregar um laudo 
pericial consistente e útil. 
Importante lembrar que meios digitais podem ser usados também para fal-
sificar documentos físicos (em papel), contando com a qualidade que pode ser 
alcançada pelas modernas impressoras, as quais, muitas vezes, rendem difícil a 
distinção, a olho nu, entre uma cópia e um original, e também a possibilidade de 
falsificar autenticações de cópias e reconhecimentos de assinaturas. 
A frequente ausência ou dificuldade em conseguir os originais dos docu-
mentos digitais apresentados em operações, transações ou processos, pode 
efetivamente limitar o alcance de muitas análises, mas, em muitos casos, não é 
um fator crítico para se poder chegar a uma consistente validação negativa (ou 
seja, comprovação de falsidade). 
De fato, não é incomum que, uma vez solicitados os originais de determi-
nados documentos apresentados num processo digital, sejam entregues cópias 
impressas alegando serem os “originais” digitalizados. 
 
 
 
22 
Com relação à responsabilidade do advogado em casos de juntada de do-
cumentos falsos num processo, é oportuno mencionar o artigo 6º do Código de 
Ética da OAB que determina que 
“É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo falseando deliberada-
mente a verdade ou estribando-se na má-fé.” 
 Reforçam tal orientação os artigos 2º (inciso II), 3º e 20º do mesmo Código, 
e neste sentido vai também a seguinte ementa: 
Na hipótese de falsidade dos documentos originais, a responsabilidade 
do advogado somente ocorre em caso de coautoria ou de utilização 
nos autos, ciente de que os documentos são falsos ou, ainda, se a 
falsificação for perceptível sem a necessidade de perícia. (OAB/SP 
Proc. E-4.245/2013 - v.m., em 16/05/2013, do parecer e ementa do Rel. 
Dr. Fábio De Souza Ramacciotti com declaração de voto do revisor Dr. 
Cláudio Felippe Zalaf - Presidente Dr. Carlos José Santos Da Silva). 
De grande importância, é a possibilidade de ter acesso à documentos cer-
tamente autênticos e úteis para fins de comparação. Este, na opinião de quem 
escreve, é realmente um fator crítico para a efetividade e alcance de muitas aná-
lises e perícias em documentos em formato digital. 
É entendimento que quem analise um documento digital, na busca da “ver-
dade real” e quando necessário, deva estar pronto e hábil para realizar algum 
tipo de atividade investigativa com o intuito de conseguir juntar todas as informa-
ções e os elementos necessários para realizar sua tarefa. 
Por tudo quanto acima, a posição que, por vezes, se encontra, por parte de 
alguns peritos que se recusam a fazer perícias em cópias ou documentos digi-
tais, deveria ser melhor avaliada caso a caso, sendo que, a meu ver, faz sentido 
somente quando o objetivo for atestar a autenticidade de tais documentos, mas 
pode não fazer sentido se for suficiente atestar suafalsidade. 
ATENÇÃO A LEI FEDERAL Nº 12.527 DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011! 
➢ Está Lei regula o acesso a informações previstas no inciso XXXIII do art. 
5º, no inciso ll do §3º do art. 37 e no §2º do artigo 219 da Constituição 
Federal 
➢ Altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; 
➢ Revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005; 
➢ Dispositivos da Lei nº 8.159, de janeiro de 1991 e da outras providências. 
 
 
 
23 
 
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