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Zoonose causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi Vetor Triatoma infestans Doença silenciosa e silenciada, por apresentar curso clínico que progride lentamente e por afetar pessoas pobres que não têm voz política ou acesso aos cuidados de saúde É endêmica em 21 países na América Latina, onde se estima afetar de 6 a 7 milhões de pessoas, das quais menos de 1% recebem tratamento adequado. Segundo a OMS, a incidência anual é de 30.000 novos casos nas Américas, com aproximadamente 10.000 óbitos/ano resultantes de danos irreversíveis no coração e no trato digestivo. Ao lado disso, 65 milhões de pessoas vivem em áreas de risco. Constitui um dos mais graves problemas médicos e sociais do México e das Américas do Sul e Central (altas prevalência, morbidade e mortalidade) Brasil: 1,0 a 2,4% da população, o equivalente a 1,9 a 4,6 milhões de pessoas infectadas pelo T. cruzi, com elevada mortalidade, representando a DC uma das quatro principais causas de mortes por doenças infecciosas e parasitárias. Entre 2012 e 2016, foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), 1.190 casos de DC aguda, com incidência média anual de 0,1 caso/100 mil habitantes, sendo as maiores taxas observadas nos estados do Para ́, com 2,9/100 mil habitantes, e do Amapá, com 1,5 caso/100 mil habitantes. A região Norte apresentou a maior taxa de casos novos no país (97,1%). Entre os casos confirmados no SINAN, foram registrados 18 óbitos por DC aguda nesse período. Entre 2008 e 2017, foram registrados casos confirmados de DC aguda na maioria dos estados brasileiros, cerca de 95% na região Norte; destes, o estado do Pará é responsável por 83% dos casos. As formas ainda possíveis de transmissão no Brasil são oral (72%) e vetorial (9%); em 18% dos casos novos, não se identificou a forma de transmissão. A Iniciativa do Cone Sul, o primeiro programa de controle sub-regional a ser estabelecido, levou à eliminação da transmissão do T. cruzi pelo T. infestans doméstico no Chile (1999), Uruguai (1997), Brasil (2006) e várias províncias da Argentina e Paraguai. Seu sucesso inspirou o estabelecimento de várias outras iniciativas de controle de Chagas. Subsequentemente, a transmissão do T. cruzi por R. prolixus foi certificada como interrompida em toda a América Central e sul do México • Vetorial: por contato com fezes ou urina de triatomíneos hematófagos infectados. espécies principais responsáveis pela transmissão: Triatoma infestans, Panstrongylus megistus, Triatoma brasiliensis, Triatoma sordida e Triatoma pseudomaculata. As pessoas contaminam-se por contato com dejeções do inseto contendo as formas tripomastigotas metacíclicas infectantes do T. cruzi, que são capazes de infectar mucosas ou penetrar em pele lesada. • Sangue: por transfusões sanguíneas • Congênita: após o terceiro mês de gestação • Oral: ingestão de alimentos e bebidas contaminados (caldos de cana e de açaí) ** período de incubação: de 4 a 10 dias nos casos de transmissão vetorial e de 20 a 40 dias ou mais na contaminação por transfusão de sangue Após a penetração no hospedeiro, as tripomastigotas invadem as células circunjacentes, onde se transformam em amastigotas. Estas se multiplicam, se convertem novamente em tripomastigotas e destroem a célula hospedeira. As tripomastigotas resultantes migram pelo sangue, penetram em novas células no corpo e se transformam novamente em amastigotas, e o ciclo de reprodução e destruição celular se repete. Diversas áreas do corpo podem-se tornar infectadas, incluindo a musculatura cardíaca, a musculatura lisa do tubo digestório, fígado e cérebro. As tripomastigotas de T. cruzi são transmitidas de volta para o inseto reduviídeo quando este se alimenta, por hematofagia, de um humano infectado. Após a ingestão, as tripomastigotas se transformam em epimastigotas no intestino médio do inseto. A multiplicação de epimastigotas produz milhares de parasitos adicionais que se convertem novamente em tripomastigotas quando estas atingem o intestino posterior. Estas tripomastigotas são, então, eliminadas nas fezes quando o inseto defeca próximo ao local de sua picada, e, assim, o ciclo se inicia novamente. Fatores patogenéticos: inerentes ao parasito (moléculas de superfície, polimorfismo, tropismo, virulência, constituição antigênica e genética, carga parasitária, reinfecção, seleção clonal em infecções mistas ou policlonais) ou relacionados ao hospedeiro (constituição genética, sexo, idade, resposta imunitária e estado nutricional). • ADESÃO E PENETRAÇÃO: (1) os parasitos contêm na membrana lectinas capazes de se ligar a resíduos de açúcar existentes na membrana da célula hospedeira; (2) o sistema proteolítico do hospedeiro ativa moléculas na superfície parasitária, favorecendo maior adesão; (3) células do hospedeiro contêm glicoproteínas que atuam como ligantes de lectinas na membrana do parasito; (4) o ácido siálico na superfície de células do hospedeiro têm papel importante na internalização do parasito. **Após a penetração, tripomastigotas metacíclicas ou sanguíneas transformam-se no interior das células do hospedeiro em formas amastigotas, que se multiplicam por divisão binária. • AMASTIGOTAS: (a) a célula hospedeira e os parasitos degeneram e morrem; (b) o ciclo do parasito se completa, a célula se rompe e as três formas, tripomastigota sanguínea, epimastigota e amastigota, são liberadas ** No interstício, as formas íntegras resistem por inibirem o componente C3 do complemento e novamente aderem a outras células e nelas penetram, assim perpetuando o ciclo • DISSEMINAÇÃO Pela via venosa (1) passar ativamente através dos espaços interendoteliais e parasitar células adjacentes; (2) parasitar o endotélio venular, multiplicando-se e liberando novos parasitos, que se instalam em diferentes tecidos; (3) chegar ao coração direito e daí aos pulmões, onde pode instalar-se ou ser levado ao coração esquerdo, de onde atinge a circulação sistêmica. A partir desta, o parasito pode chegar a diversos órgãos, por passagem ativa ou através de vasos fenestrados do baço, de vênulas pós-capilares de linfonodos ou do parasitismo do endotélio e/ou das células musculares lisa ** As células mais parasitadas são macrófagos residentes, fibroblastos, células musculares lisas e estriadas, células de Schwann do sistema nervoso periférico e micróglia do sistema nervoso central. • INFLAMAÇÃO: Quando a célula parasitada se rompe, há liberação das formas epi, tripo e amastigotas do parasito (íntegras ou degeneradas) e fragmentos da célula hospedeira, o que induz resposta inflamatória • LESÕES CELULARES: dependem da ação direta dos parasitos e indireta da resposta inflamatória. Por suas repercussões, lesões em miocélulas cardíacas e em neurônios são as mais importantes. • ALTERAÇÕES NA MATRIZ EXTRACELULAR. Lesões no interstício do coração, do esôfago e do cólon têm grande importância no aparecimento da cardiopatia e dos megas chagásicos, com o tempo surge fibrose local e difusa que compromete o órgão. Sintomática (casos clássicos, detectados sobretudo em crianças ou pacientes imunossuprimidos), caracteriza-se por parasitemia elevada, intenso parasitismo tecidual, manifestações de toxemia, processo inflamatório intenso e quadro clínico variável, ou assintomáticos (mais comum, relacionado com o estado imunitário) ** transmissão oral apresenta exantema maculopapular ou petequial, eritema nodoso, derrame pericárdico, derrame pleural e icterícia Nos casos não tratados, a fase aguda dura 10 a 60 dias, sintomatologia regride, o número de parasitos diminui na circulação e a doença evolui para a fase crônica. Em raros casos, a fase aguda evolui para uma forma subaguda, que acomete geralmente adultos jovens, os quais desenvolvem cardiopatia grave com insuficiência cardíaca refratáriae morte na maioria dos pacientes. A forma subaguda é semelhante à forma reativada, que ocorre na fase crônica quando os indivíduos têm alguma forma de imunossupressão Evolui por anos ou décadas Instala-se como forma indeterminada, que se caracteriza por comprovação sorológica e/ou parasitológica da infecção, ausência de sinais e sintomas da doença (forma assintomática) e eletrocardiograma convencional e estudo radiográfico contrastado (esôfago e cólon) normais. Óbito é raro As lesões da fase crônica são devidas não só aos efeitos diretos dos parasitos sobre os tecidos como a ̀ produção de um estado hiperérgico, de exagerada resposta imunitária Um processo de hipersensibilidade de tipo retardado, mediado por linfócitos T sensibilizados, seria, pois, a causa da destruição autoimune das fibras musculares, na miocardite chaga ́sica. Neurônios e outras células poderiam sofrer processo análogo. Sinais de porta de entrada • Sinal de Romaña (complexo oftalmolinfonodal): caracteriza-se por: (1) edema bipalpebral unilateral, elástico e indolor; coloração róseo-violácea das pálpebras; congestão e edema conjuntival e das regiões vizinhas; (2) linfadenite-satélite (linfonodos pré-auriculares, submandibulares e outros); os linfonodos tornam-se aumentados de volume e palpáveis, mas não se aderem aos planos superficiais nem profundos; (3) celulite periorbitária e palpebral, formando os chagomas metastáticos, às vezes com necrose do tecido gorduroso (citoesteatonecrose); (4) grande número de parasitos, especialmente em macrófagos e em linfonodos • Complexo cutaneolinfonodal: é caracterizado pelo aparecimento no rosto e membros o chagomas de inoculação, que consistem em lesões endurecidas, róseo- violáceas, furunculoides e com edema central discreto, seguindo-se descamação ao fim da fase aguda • Comprometimento cardíaco: é comum e manifesta-se precocemente, particularmente em crianças observam- se taquicardia, pulso fino e rápido e tendência a hipotensão arterial; em geral, há aumento discreto ou moderado da área cardíaca. A ausculta é pobre, podem ser vistos sinais de derrame pericárdico e pericardite; insuficiência cardíaca é rara. Exame histológico do coração dilatado e flácido da fase aguda da doença, encontra-se uma miocardite focal, por vezes com focos confluentes. Na fase crônica, há cardiomegalia com hipertrofia e dilatação do coração e, histologicamente, escassos focos inflamatórios crônicos. fase crônica, uma fibrose difusa ocupa o lugar das áreas inflamadas e necrosadas, sobretudo no ventrículo esquerdo, onde também se produzem tromboses com maior frequência. Interpondo-se aos processos de cicatrização e reparação, novas áreas inflamatórias podem surgir. A substituição dos elementos musculares por tecido conjuntivo vai acarretar redução da força de contração do coração e por em marcha mecanismos compensadores tais como: • aumento do diâmetro das fibras musculares cardíacas, tanto mais acentuado quanto mais extensos forem os focos inflamatórios crônicos e maiores as sequelas fibróticas; • aumento do volume cardíaco: dilatação das cavidades e hipertrofia das paredes do órgão • taquicardia. O comprometimento do sistema autônomo regulador das contrações cardíacas (nódulo sinusal, nódulo atrioventricular e feixe de His) resultam arritmias sinusais, extrassistolia, bloqueio da condução em um dos ramos do feixe de His, bloqueio atrioventricular, fibrilação atrial Quando os mecanismos de compensação cardíacos se tornam incapazes de superar as deficiências de sua força de contração, aparece a insuficiência circulatória • Manifestações neurológicas: discretas e semelhantes a outras meningoencefalites discretas, traduzidas ora por excitação ora por torpor. Em casos mais graves (crianças) surgem convulsões generalizadas, contraturas, paralisias de grupos musculares e outros sinais e sintomas de inflamação intensa nas meninges e no encéfalo. • congestão e edema, com escassos focos hemorrágicos; • discreta infiltração perivascular de células inflamatórias; • formação de numerosos nódulos (granulomas) dissemina-os pelo cérebro, cerebelo e pedúnculos cerebrais. • Manifestações digestivas: anorexia, náuseas, vômitos e diarreia. Hepatomegalia, sem icterícia, ocorre em 35 a 90% dos casos e é atribuída a lesões degenerativo- inflamatórias inespecíficas no fígado; nos pacientes com insuficiência cardíaca, hiperemia passiva também contribui para o aumento do fígado. Em consequência da destruição dos neurônios dos plexos miontéricos do tubo digestivo (e da desnervaça ̃o de outros órgãos cavitários) resulta, inicialmente, diminuição da coordenação muscular e, portanto, alterações do movimento peristáltico progressivo. A retença ̃o ou estase de seu conteúdo produz dilatação do órgão e maior estimulação motora. • Sinais gerais (febre, edema localizado ou generalizado, poliadenopatia e esplenomegalia) são comuns. Menos frequentemente, aparecem os chagomas hematogênicos, as chamadas esquizotripânides polimorfas de Mazza. As manifestações clínicas da cardiopatia aguda resultam de intensa e difusa inflamação e das lesões miocárdicas que levam a dilatação das câmaras e a insuficiência das valvas atrioventriculares, responsáveis principais pela cardiomegalia. Taquicardia independente de febre na fase aguda poderia resultar de destruição parcial ou total dos neurônios parassimpáticos do coração. A epicardite é responsável, pelo menos em parte, pelo derrame pericárdico que faz parte do quadro de anasarca às vezes presente. Quando intensas, meningoencefalite e miocardite são responsáveis por quadros clínicos graves e pelo óbito dos pacientes. Testes sorológicos sa ̃o indicados: a) para estabelecer ou afastar um diagnóstico de tripanossomíase, em portadores de cardiopatia de etiologia não definida, de megaesôfago ou de megacólon; b) no exame de gestantes oriundas de áreas endêmicas, para controle da transmissão congênita; c) em bancos de sangue, para evitar a transmissão transfusional; d) em inquéritos soro-epidemiológicos; e) no acompanhamento de pacientes tratados. Logo no início da infecção, podem-se detectar anticorpos séricos anti-T. cruzi: (a) IgM indica fase aguda; (b) IgG está presente ao longo de toda a infecção. Na fase aguda e por causa da alta parasitemia, o exame específico mais pertinente para diagnóstico é a pesquisa do T. cruzi no sangue circulante. Parasitos no exame de sangue a fresco são comuns na fase aguda; se este exame é repetido, pode confirmar todos os casos. OUTROS M´TODOS DIAGNÓSTICOS Pesquisa de Parasitos no Sangue: Os tripanossomos são abundantes nos primeiros dias ou semanas de infecção e podem ser encontrados em exames de uma gota de sangue fresco entre lamina e lamínula. Nos casos de transmissão congênita, a parasitemia é geralmente alta. A rápida movimentação dos flagelados, deslocando as hemácias em torno, facilita sua visualização. Quando diminui a parasitemia (6 a 8 semanas depois), convém mais a pesquisa em gota espessa, desemoglobinizada e corada, ou a busca no “creme leucocita ́rio” de uma amostra de sangue centrifugada com anticoagulante. Punça ̃o-biópsia de Linfonodo: Especialmente quando há ́ adenite satélite do chagoma de inoculação, pode-se encontrar T. cruzi em macrófagos ou no exsudato inflamatório Um antigo método de diagnóstico de T. cruzi é conhecido como xenodiagnóstico. Neste procedimento, um inseto reduviídeo não infectado é colocado para se alimentar de sangue de um indivíduo suspeito de ter Depois de uma a quatro semanas, as fezes do inseto são examinadas para verificar a presença de tripomastigotas.. Chagasdedoença Sintomático: visa à sobrevida e à proteção/recuperação de órgãos ou estruturas afetadas. Na fase aguda, indicam- se repouso, antitérmicos e, eventualmente, anticonvulsivantes ecardiotônicos. Na fase crônica, podem ser feitos cirurgia ou tratamento conservador para as principais manifestações (disfagia e constipação); vólvulo do sigmoide, frequente no megacólon, requer intervenção cirúrgica imediata. Na cardiopatia crônica, o tratamento de suporte envolve cardiotônicos, vasodilatadores, diuréticos, antiarrítmicos e inibidores da enzima conversora da angiotensina. Quando surgem transtornos na condução elétrica, são usados marca- passos e desfibriladores. Nos casos de insuficiência cardíaca intratável, o único recurso é transplante cardíaco. Etiológico: visa a destruição total do parasito, em suas formas sanguíneas e teciduais Os medicamentos disponíveis são nitrofuranos: nifurtimox e o nitroimidazólico benznidazol. Ambos são recomendados no tratamento da fase aguda, por qualquer via de transmissão, em infecção recente (até 14 anos) na forma indeterminada, nas formas clínicas cardíacas e digestivas discretas, em indivíduos transplantados e em imunossuprimidos. É recomendada também na forma indeterminada da doença, para prevenir o surgimento das formas clínicas sintomáticas. A única exceção refere-se ao tratamento de pacientes com as formas clínicas avançadas da doença, por não haver consenso sobre seus benefícios. As contraindicações limitam-se a pacientes com insuficiência hepática e renal graves, devendo cada caso ser avaliado em particular. Benznidazol.: é indicado nos casos agudos e em jovens com a forma indeterminada. Nos casos agudos, esta droga produz remissão rápida da febre (em 24 a 48 horas) e dos outros sintomas, ao mesmo tempo que cai a parasitemia. Em 10% dos casos, entretanto, a parasitemia se mantém. Deve ser usada na dose de 5 mg por quilograma de peso do paciente, por dia (dividida em duas tomadas), durante 30 a 60 dias. Nesse grupo, pode haver negativação sorológica e parasitológica em mais de 60% dos casos, bem como a cura da meningoencefalite que, sem tratamento, é sempre fatal. Os povos indígenas no Brasil vêm enfrentando um contínuo processo de transformação ao longo do tempo, o que em larga medida é decorrente da interação com a sociedade envolvente não indígena, modificações nas estratégias de subsistência, nas formas de ocupação do território, na exploração dos recursos naturais, nas relações políticas travadas no âmbito interno e externo às aldeias e na inserção no mercado de trabalho regional, com marcantes impactos na maneira como essas sociedades se organizam. Dificuldade adicional para se conhecer os perfis de saúde dos indígenas no Brasil diz respeito à falta de informações disponíveis sobre eventos vitais (nascimentos e mortes) e sobre as principais causas de adoecimento. Com a criação do Subsistema, no âmbito do SUS, e o desenvolvimento do SIASI, algumas informações demográficas e de morbidade passaram a ser coletadas de forma mais abrangente e com certa regularidade, em todo o território nacional. Fato que tem contribuído para um melhor dimensionamento do problema Dados sobre a mortalidade geral, nota-se um elevado percentual de causas mal definidas, um achado que levanta dúvidas sobre a confiabilidade desses registros, e principalmente sobre a qualidade dos serviços oferecidos a este segmento da população. As elevadas taxas de mortalidade por causas externas também são indicativas de que os problemas sociais de maior complexidade como o alcoolismo e a violência têm contribuído cada vez mais com as estatísticas vitais. As doenças infecciosas e parasitárias somadas as do aparelho respiratório ainda representam as principais causas de adoecimento e morte de indígenas no país Altas incidências de tuberculose, elevado número de casos de malária, com parcela expressiva de óbitos, as altas prevalências de hepatites virais, com inúmeros portadores da forma crônica da doença. O grande número de atendimentos por pneumonias, diarreias e parasitoses intestinais, principalmente entre as crianças menores de cinco anos, associados ao crescente aumento nas ocorrências de obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo II, neoplasias e doenças cardiovasculares, somados ainda à desnutrição infantil, às doenças carenciais e à deterioração da arcada dentária, principalmente devido à cárie, produzem impactos negativos e vultosos na sustentabilidade e nas condições de vida e saúde destas populações Revela problemas relativos à falta de acesso às condições adequadas de saneamento e moradia, à segurança alimentar, às políticas públicas de desenvolvimento social e econômico e às ações integrais de cuidados à saúde BOGLIOLO, L.; BRASILEIRO FILHO, G. Patologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 10ªed. 2021. REI, Luís. Bases da Parasitologia Médica, Guanabara Koogan, 3ª ed, 2011. ZEIBIG, Elizabeth. Parasitologia Clínica - Uma Abordagem Clínico-Laboratorial. 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