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APOSTILA GERAL PEDAGOGO

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E D I T O R A
2022
Jonas Rodrigo Gonçalves • Márcio Wesle • Júlio Lociks • Marcelo Andrade • Otoniel Linhares • Tatiani 
Carvalho • Maurício Gusmão • Júlio Lociks • Marina Santos Ferreira • Marcelo Ferreira
© 2022 Avançar Serviços Educacionais
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/2/1998. Proibida 
a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da 
editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, repro-
gráficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos ou outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração 
da obra, bem como às suas características gráficas.
SMEC Boa Vista RR
Professor Licenciado em Pedagogia – Nível Superior
Conhecimentos Gerais e Específicos
(AS183)
(De acordo com o Edital nº 001/2022)
Língua Portuguesa • Raciocínio Lógico • Conhecimentos em Informática • Conhecimentos Gerais 
Conhecimentos Pedagógicos • Legislação Educacional • Matemática • Ciências • História • Geografia
Autores:
Jonas Rodrigo Gonçalves • Márcio Wesle • Júlio Lociks • Marcelo Andrade • Otoniel Linhares
Tatiani Carvalho • Maurício Gusmão • Júlio Lociks • Marina Santos Ferreira • Marcelo Ferreira
GESTÃO DE CONTEÚDOS E PRODUÇÃO EDITORIAL
Tatiani Carvalho
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA
Marcos Aurélio Pereira
E D I T O R A
www.editoraavancar.com.br
PARABÉNS. VOCÊ ACABA DE ADQUIRIR UM PRODUTO QUE SERÁ DECISIVO NA SUA 
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não autorizada desses textos é considerada cópia ilegal.
• O projeto gráfico foi elaborado tendo como objetivo a leitura confortável e a rápida localização dos 
temas tratados.
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www.editoraavancar.com.br
 Avançar Editora
 AvancarEditora
(61) 99870-4287
SUMÁRIO
Língua Portuguesa
SMEC Boa Vista RR
Compreensão e interpretação de textos ............................................................................................................................... 6
Tipologia e Gêneros Textuais ................................................................................................................................................. 6
Variação Linguística ............................................................................................................................................................... 3
O processo de comunicação e as funções da linguagem ...................................................................................................... 3
Processos de formação de palavras .................................................................................................................................... 31
Norma ortográfica ............................................................................................................................................................... 46
Morfossintaxe das classes de palavras: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, advérbio, preposição, conjunção, 
interjeição, numerais e os seus respectivos empregos; Verbo ........................................................................................... 18
Concordância verbal e nominal ........................................................................................................................................... 37
Regência nominal e verbal .................................................................................................................................................. 39
Coesão e Coerência Textuais ............................................................................................................................................... 57
Relações semântico-lexicais, como metáfora, metonímia, antonímia, sinonímia, hiperonímia, hiponímia, 
reiteração, comparação, redundância e outras .................................................................................................................... 4
Sintaxe: relações sintático-semânticas estabelecidas entre orações, períodos ou parágrafos (período simples 
e período composto por coordenação e subordinação ...................................................................................................... 18
Pontuação ............................................................................................................................................................................ 29
Funções do “que” e do “se” ................................................................................................................................................. 53
Fonética e Fonologia: som e fonema, encontros vocálicos e consonantais e dígrafos ......................................................26
Uso da Crase ........................................................................................................................................................................ 51
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Língua Portuguesa
Jonas Rodrigo Gonçalves • Márcio Wesley
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
a variação linguística é um fenômeno natural que ocorre 
pela diversificação dos sistemas de uma língua com relação 
às possibilidades de mudança de seus elementos (vocabu-
lário, pronúncia, morfologia, sintaxe). Sua existência se dá 
pelo fato de as línguas possuírem a característica de serem 
dinâmicas e sensíveis a fatores como a região geográfica, o 
sexo, a idade, a classe social do falante e o grau de formalida-
de do contexto da comunicação. Convém ressaltar que toda 
variação linguística é adequada para atender às necessidades 
comunicativas e cognitivas do (a) falante. Nesse sentido, ao 
julgar determinada variedade como errada, estamos emi-
tindo um juízo de valor sobre os seus falantes e, portanto, 
agindo com preconceito linguístico.
Existem alguns tipos de variedade linguística, segundo 
Mariana Rigonatto (2018, p. 1). Vejamos.
• Variedade regional: são aquelas que demonstram a 
diferença entre as falas dos habitantes de diferentes 
regiões do país, diferentes estado e cidades. Por exem-
plo, os falantes do Estado de Minas Gerais possuem 
uma forma diferente em relação à fala dos falantes do 
Rio de Janeiro.
 Observe a abordagem de variação regional em um 
poema de Oswald de Andrade:
 Vício da fala
 Para dizerem milho dizem mio
 Para melhor dizem mió
 Para pior pió
 Para telha dizem teia
 Para telhado dizem teiado
 E vão fazendo telhados.
Agora, veja um quadro comparativo de algumas va-
riações de expressões utilizadas nas regiões Nor-
deste, Norte e Sul:
Região Nor-
deste Região Sul Região Norte
Racha – pelada, 
jogo de futebol
Campo Santo – 
cemitério
Miudinho – pe-
queno
Jerimum – abó-
bora
Alçar a perna – 
montar a cavalo
Umborimbora? – 
Vamos embora?
Sustança – 
energia dos 
alimentos
Guacho – ani-
mal que foi 
criado sem mãe
Levou o farelo – 
morreu
• Variedades sociais: são variedades que possuem dife-
renças em nível fonológico ou morfossintático. Veja:
– Fonológicos: “prantar” em vez de “plantar”; “bão” 
em vez de “bom”; “pobrema” em vez de “problema”; 
“bicicreta” em vez de “bicicleta”.
– Morfossintáticos: “dez real” em vez de “dez reais”; 
“eu vi ela” em vez de “eu a vi”; “eu truci” em vez de 
“eu trouxe”; “a gente fumo” em vez de “nós fomos”.
• Variedades estilísticas: são as mudanças da língua de 
acordo com o grau de formalidade, ou seja, a língua 
pode variar entre uma linguagem formal ou umalin-
guagem informal.
– Linguagem Formal: é usada em situações comuni-
cativas formais, como uma palestra, um congresso, 
uma reunião empresarial etc.
– Linguagem Informal: é usada em situações comu-
nicativas informais, como reuniões familiares, en-
contro com amigos etc. Nesses casos, há o uso da 
linguagem coloquial.
– Gíria ou Jargão: é um tipo de linguagem utilizada por 
um determinado grupo social, fazendo com que se 
diferencie dos demais falantes da língua. A gíria é 
normalmente relacionada à linguagem de grupos de 
jovens (skatistas, surfistas, rappers etc). O jargão é, 
em geral, relacionado à linguagem de grupos pro-
fissionais (professores, médicos, advogados etc).
Semântica
Sentido e Emprego das Palavras
Em Linguística, a Semântica estuda o significado e a inter-
pretação do significado de uma palavra, de um signo, de uma 
frase ou de uma expressão em um determinado contexto. 
Nesse campo de estudo se analisa, também, as mudanças de 
sentido que ocorrem nas formas linguísticas devido a alguns 
fatores, tais como tempo e espaço geográfico. 
Campos Semânticos
a Semântica é o ramo da Linguística que estuda os signifi-
cados e/ou sentido dos vocábulos da língua. Do grego, a palavra 
semântica (semantiká) significa “sinal”. De acordo com duas ver-
tentes, “sincrônica” e “diacrônica”, a Semântica é dividida em:
• Semântica Descritiva: denominada de Semântica 
Sincrônica, essa classificação indica o estudo da 
significação das palavras na atualidade.
• Semântica Histórica: denominada de Semântica 
Diacrônica, se encarrega de estudar o significado 
das palavras em determinado espaço de tempo.
A fim de conhecer as palavras apropriadas para empregá-
-las em determinados discursos, recorremos à Semântica, ou 
seja, a significação dos termos. Para isso, alguns conceitos 
são basilares para o estudo das significações. 
Monossemia
A monossemia (de monos = um; semia = significado) é 
a característica das palavras que têm um só significado. Isso 
dificilmente acontece, uma vez que o significado é passível 
de interpretações variadas. Os termos monossêmicos se 
encontram nos textos técnicos e científicos, porque neles 
se procura uma mensagem objetiva para ser entendida de 
modo igual por todos os leitores ou ouvintes.
Exemplo:
– A porcelana foi criada pelos chineses.
– A jarra é de porcelana.
Outras palavras:
– Logaritmo, Manganês, Decassílabo.
Num texto literário, porém, qualquer palavra pode ga-
nhar outros significados.
Exemplos:
– Ficaram todos de boca aberta.
– a boca da garrafa está quebrada.
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Observe que há relação de “abertura”, “orifício” da pala-
vra boca em ambas as frases. É isso que torna a polissemia 
diferente da homonímia.
Outros exemplos:
– Ela me pediu para sair (ou ficar). (Sair e ficar podem 
ser denotativos ou uma gíria).
– Doe nesta páscoa, ponha (ou bota) o ovo em cima da 
mesa.
As frases acima apresentam ambiguidade, ou seja, tem 
dois sentidos, e causam estranheza. Para não ocorrer esse 
problema, seria melhor trocar as palavras polissêmicas por 
outras palavras: sair = ir para fora; ficar = permanecer; por/
botar = colocar.
Polissemia
A polissemia representa a multiplicidade de significados 
de uma palavra.
Com o decorrer do tempo, determinado termo adquiriu 
um novo significado, entretanto, ainda se relaciona com o 
original, por exemplo:
– O rapaz quebrou a perna no acidente.
– a perna da cadeira é marrom.
– Que letra ilegível!
– a letra dessa canção é muito linda.
Ambiguidade
A Ambiguidade também é considerada um vício de lingua-
gem. É também chamada de Anfibologia e ocorre quando existe 
a duplicidade de sentido em palavras ou expressões do texto.
Muitas vezes, certas orações não são constituídas com 
clareza. Isso ocorre quando alguns termos apresentam enten-
dimento ambíguo ou duvidoso, quando são usadas palavras 
ou expressões as quais não possibilitam uma interpretação 
precisa. Nesse caso, existe um entendimento duvidoso da 
sentença e a Ambiguidade se estabelece. 
Apesar de ser uma alternativa linguística admissível den-
tro do contexto poético e também na linguagem literária, seu 
uso não é recomendado em casos de escrita mais objetiva, 
em textos informativos e em redação de cunho técnico.
Exemplos de Ambiguidade:
– A garota disse à amiga que sua mãe havia chegado.
(A oração deixa um entendimento duvidoso, pois não 
se sabe ao certo quem chegou. A mãe da garota ou a mãe 
da amiga).
– O motociclista falou ao amigo caído no chão. (Não há 
como saber quem está caído. Se é o motociclista ou o amigo).
– Perseguiram o porco do meu primo.
(Quem foi perseguido? O porco que é um animal, ou o 
primo que está sendo chamado de porco?)
Sinonímia e Antonímia
os sinônimos designam as palavras que possuem signi-
ficados semelhantes, por exemplo:
• andar e caminhar.
• usar e utilizar.
• fraco e frágil.
Do grego, a palavra sinônimo significa “semelhante 
nome” sendo classificados de acordo com a semelhança 
que compartilham com o outro termo.
Os sinônimos perfeitos possuem significados idênticos 
(após e depois; léxico e vocabulário). Já os sinônimos im-
perfeitos possuem significados parecidos (gordo e obeso; 
córrego e riacho).
os antônimos designam as palavras que possuem signi-
ficados contrários, por exemplo:
• claro e escuro.
• triste e feliz.
• bom e mau.
Do grego, a palavra “antônimo” significa “nome oposto, 
contrário”.
Homonímia e Paronímia
Homônimos são palavras que ora possuem a mesma pro-
núncia (palavras homófonas), ora possuem a mesma grafia 
(palavras homógrafas), entretanto, possuem significados di-
ferentes. São chamados de “homônimos perfeitos”, as pala-
vras que possuem a mesma grafia e a mesma sonoridade na 
pronúncia, por exemplo:
• o pelo do cachorro é curto.
• Pelo caminho da vida.
• Tenho que chegar cedo.
• Cedo meu lugar aos idosos.
Parônimos são aquelas palavras que possuem significa-
dos diferentes, porém se assemelham na pronúncia e na 
escrita, por exemplo:
• soar (produzir som) e suar (transpirar).
• acento (sinal gráfico) e assento (local para sentar).
• acender (dar luz) e ascender (subir).
Clareza
A clareza precisa ser a qualidade básica de todo texto 
escrito com base na norma culta padrão. Muitas vezes as 
pessoas pensam que se escrever dentro do padrão culto da 
Língua Portuguesa é escrever com vocabulário rebuscado, 
com uso de palavras difíceis e de circulação restrita. Isso não 
procede. Ser culto é ser claro, e ser claro é escrever com 
simplicidade e objetividade.
Pode-se definir como claro o texto que possibilita com-
preensão imediata pelo (a) leitor(a). Entretanto, a clareza 
não é algo que se atinja por si só, ela depende estritamente 
das demais características da norma culta escrita:
• a impessoalidade, a qual evita a duplicidade de inter-
pretações que poderia decorrer de um tratamento 
personalista dado ao texto;
• o uso do padrão culto de linguagem inicialmente de 
entendimento geral e por definição avesso a vocábulos 
de circulação restrita, como a gíria e o jargão;
• a formalidade e a padronização, as quais possibilitam 
a imprescindível uniformidade dos textos;
• a concisão, a qual faz desaparecer do texto os excessos 
linguísticos que nada lhe acrescentam.
É pela correta observação dessas características que se 
redige com clareza. A ocorrência em textos escritos de tre-
chos obscuros e de erros gramaticais provém principalmen-
te da falta da releitura que torna possível sua correção. Na 
revisão de um texto, deve-se avaliar, ainda, se ele será de 
compreensão imediata por seu destinatário. O que parece 
óbvio a uns pode ser desconhecido por terceiros. O domínio 
adquirido sobre certos assuntos em decorrência de expe-
riência profissional muitas vezes faz com que os tomemos 
como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade.
“Explicite, desenvolva, esclareça, pesquise os ter-
mos técnicos, o significado das siglas, abreviações 
e os conceitos específicos que não possam ser 
dispensados. A revisão atenta exige, necessaria-mente, tempo. A pressa com que são elaboradas 
certas comunicações quase sempre compromete 
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sua clareza. Não se deve proceder à redação de um 
texto que não seja seguida por sua revisão. ‘Não 
há assuntos urgentes, há assuntos atrasados’, diz a 
máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejá-
vel repercussão no redigir. ” (MENDES, 2002, p. 6)
Barbarismo, Cacofonia, Eco, Estrangeirismo, Sole-
cismo, Arcaísmo
Barbarismo
o Barbarismo se constitui como um vício de linguagem 
relacionado ao uso equivocado de uma palavra ou enunciado, 
seja na pronúncia, grafia ou morfologia. Convém ressaltar 
que o vício de linguagem é um desvio da Gramática Norma-
tiva o qual pode ocorrer por descuido do falante ou mesmo 
pelo desconhecimento das normas da língua.
Tipos de Barbarismo
O barbarismo ocorre em vários níveis da língua, isto é, 
fonético, morfológico e semântico.
Silabada
A silabada, denominada de barbarismo prosódico (ou 
simplesmente prosódia), indica os erros na pronúncia em 
relação à acentuação das palavras.
Exemplos: gratuíto ao invés de gratuito; rúbrica ao invés 
de rubrica.
Cacoépia
A cacoépia, chamada de barbarismo ortoépico, indica os 
erros cometidos pela pronúncia errada das palavras.
Exemplos: bicicreta ao invés de bicicleta; decascar ao 
invés de descascar.
Quando ocorre em nível semântico, isto é, na significação 
das palavras, ele é chamado de barbarismo semântico.
Exemplos: absolver (perdoar) e absorver (aspirar); com-
primento (extensão) e cumprimento (saudação).
Cacografia
A cacografia, chamada de barbarismo gráfico, indica os 
erros de grafia da palavra.
Exemplos: adevogado ao invés de advogado; geito ao 
invés de jeito.
No caso do barbarismo gramatical o erro ocorre na troca 
de termos ou expressão.
Exemplos: “meio” no lugar de “meia” (são meio dia e 
meio.); “ver” no lugar de “vir” (quando eu te ver amanhã...).
Por fim, o barbarismo morfológico implica no erro quanto 
ao uso da forma dos vocábulos:
Exemplos: cidadões no lugar de cidadãos; mamãos no 
lugar de mamões.
Cacofonia
A palavra Cacofonia tem origem etimológica em dois 
termos gregos. São eles: Kako e phóne, os quais unidos 
formam o vocábulo kakophónía, que significa “algo que 
soa mal”. Convém notar que a Cacofonia não aparece so-
mente na informalidade da fala ou em textos populares. 
Ela também está presente até mesmo na literatura clássica. 
Podemos encontrar este desvio de linguagem em grandes 
obras literárias. Ela constitui-se como um Vício de Lingua-
gem e consiste em sons produzidos pela junção do final de 
um vocábulo e começo de outro, que se encontra a seguir. 
Ecoam de maneira desagradável, causando tonalidades feias 
ou muitas vezes que levam à não distinção da mensagem.
A pronúncia emitida é, em alguns casos, engraçada, 
porém, existem também situações em que esta figura gera 
termos ofensivos ou inconvenientes.
Exemplos:
Ela deu um beijo na boca dela. (ca+ dela = cadela)
Não se preocupou, já que tinha terminado a prova. (ja + 
que+ tinha = jaquetinha)
Eu vi ela na igreja. (vi+ ela= viela)
Ela tinha uma bolsa de couro. (la+ tinha= latinha)
Eco
Ocorre Eco quando existem palavras na frase com ter-
minações iguais ou semelhantes, provocando dissonância.
Exemplo:
A divulgação da promoção não causou comoção na po-
pulação.
Estrangeirismo
O estrangeirismo corresponde ao uso de palavras es-
trangeiras que foram incorporadas ao vocabulário popular 
brasileiro.
Solecismo
Solecismo se constitui como desvio de sintaxe, podendo 
ocorrer nos seguintes níveis:
• Concordância
 Por exemplo:
 Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia)
• Regência
 Por exemplo:
 Eu assisti o filme em casa. (ao)
• Colocação
 Por exemplo:
 Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. 
(não me aguentei em pé.)
Arcaísmo
Arcaísmo é uma palavra ou uma expressão antiga a qual 
já caiu em desuso. Pode ser dividido em arcaísmos linguís-
ticos e em arcaísmos literários.
O Arcaísmo Linguístico é encontrado no uso da língua em 
determinado local, em que existem traços fonéticos, morfo-
lógicos, sintáticos e léxicos os quais são conservadores e anti-
gos na língua. Já o Arcaísmo Literário é aquele encontrado nas 
obras literárias, usados frequentemente como um recurso de 
estilo para tornar o texto mais solene, culto, decadente etc. 
Eles consistem no uso de expressões típicas da época a que 
o texto literário se refere, mas que já não são mais usadas 
no momento no qual o texto foi escrito. Quando se fala de 
um texto naturalmente antigo, logo, os arcaísmos encontra-
dos não são propositais, porque são expressões próprias da 
época em que o mesmo foi escrito.
Quando se fala em linguagem técnica ou científica, o 
arcaísmo consiste numa construção que já caiu em desuso, 
e que, portanto, prejudica a compreensão do texto. O cos-
tume de empregar no texto expressões antiquadas deve ser 
evitado, porque pode comprometer a clareza do texto para 
um(a) leitor(a) que não tenha os conhecimentos históricos 
necessários para recuperar o significado de tais termos. 
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Palavras que hoje são usuais para nós, no futuro fatal-
mente se tornarão arcaísmos, e os que hoje existem, anti-
gamente foram palavras usuais. Isso acontece naturalmente 
devido ao processo de evolução da língua, devido a ela ser 
modificada pelos próprios falantes ao longo do tempo.
Pode-se facilmente perceber algumas palavras que hoje 
são ainda utilizadas, mas que devido ao seu uso estar dimi-
nuindo cada vez mais, são certamente futuros arcaísmos. 
São exemplos desse fenômeno:
• O pronome vós (2ª pessoa do plural), que está sendo 
substituído pelo pronome de tratamento vocês.
• A mesóclise do pronome oblíquo (dar-se-á, dedicar-
-nos-emos).
• O pretérito mais-que-perfeito (comprara, vendera, 
reduzira).
Vejamos outros exemplos de arcaísmos:
• Ceroula (cueca).
• Vosmecê (você).
• Outrossim (também).
• Quiçá (talvez).
• À guisa de (à maneira de).
• Apalermado (bobo).
• Magote (grande quantidade).
ELEMENTOS ESTRUTURAIS DA NARRATIVA
A narrativa faz parte do cotidiano do ser humano, narra-
mos tudo aquilo que ocorre, em determinado tempo, espaço, 
em que temos um foco, uma história a ser narrada ou um 
acontecimento.
Narrador
Dependendo do ponto de vista do narrador, a narrativa 
pode ser feita na primeira ou na terceira pessoa do singular.
na narrativa em primeira pessoa, o narrador participa 
dos acontecimentos, assim temos um personagem com 
dupla função: narrador-personagem. Ele tem uma relação 
íntima com os outros elementos da narrativa. Sua maneira 
de contar é fortemente marcada por características subje-
tivas, emocionais. Essa proximidade com o mundo narrado 
revela fatos e situações que um narrador de fora não poderia 
conhecer. Ao mesmo tempo, essa mesma proximidade faz 
com que a narrativa seja parcial, impregnada pelo ponto de 
vista do narrador.
o narrador-observador conta a história do lado de fora, 
na 3ª pessoa, sem participar das ações. Ele conhece todos os 
fatos e, por não participar deles, narra com certa neutralida-
de, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. 
Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das 
ações vivenciadas.
Já na narrativa em terceira pessoa, o narrador está fora 
dos acontecimentos, mas tem ciência de tudo o que acon-
tece, chamado de onisciente, ou seja, o que tem ciência 
de tudo, o que sabe de tudo. Ele conhece tudo sobre os 
personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no íntimo 
das personagens, conhece suas emoções e pensamentos.
Enredo 
O enredo é a própria estrutura narrativa, ou seja, o de-
senrolar dos acontecimentos. É o conteúdo do qual esse 
texto se constrói. O enredo, também chamado de trama, tem 
sempre um núcleo, que chamamos de conflito. É esse conflito 
que determina o nível de tensão (expectativa) aplicado na 
narrativa. É no enredo que se desenrolam os acontecimentos 
que formam o texto (tecido).
O texto narrativo apresenta uma certa estrutura, com-
posta pela apresentação,complicação, clímax e desfecho.
• Apresentação: parte do texto em que algumas perso-
nagens são apresentadas e algumas circunstâncias da 
história são expostas, como o momento e o lugar de 
desenvolvimento da ação.
• Complicação: parte do texto em que a ação tem início 
propriamente dito. Os episódios se sucedem, condu-
zindo ao clímax.
• Clímax: ponto da narrativa em que a ação alcança o 
seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
• Desfecho: solução do conflito produzido pelas ações 
das personagens.
Além disso o enredo está diretamente ligado aos per-
sonagens, já que é a respeito deles a história que se conta.
Personagens
Os personagens são os seres que participam do desenro-
lar dos acontecimentos, isto é, aqueles que vivem o enredo. 
Os personagens podem ser divididos entre:
• Protagonistas: são destaques da narrativa, ocupam o 
lugar principal da história;
• Antagonistas: são os adversários dos protagonistas, 
aqueles que vão criar ou alimentar o conflito, dificul-
tando a vida dos principais;
• Secundários: são personagens menos importantes na 
história, mas que de alguma forma contribuem para a 
sequência de fatos do enredo.
Espaço / Ambiente
O espaço, ou ambiente, é o cenário por onde circulam 
personagens e onde se desenrola o enredo. Em alguns casos, 
a importância do ambiente é tão fundamental que ele se 
transforma em personagem. Por exemplo o colégio interno, 
em O Ateneu, de Raul Pompeia; o caso mais nítido está em 
O Cortiço, de Aluísio de Azevedo.
Observe que sempre há uma relação estreita entre o 
personagem, seu comportamento e o ambiente eu o cerca. 
Tempo
O tempo da narrativa diz respeito ao desencadear das 
ações, e pode ser dividido em:
• Cronológico: está relacionado a passagem das horas, 
dos dias, meses, anos etc.;
• Psicológico: está relacionado às lembranças do perso-
nagem e aos sentimentos vivenciados por ele.
Assim como espaço, ele é muito importante para defi-
nir características dos personagens, principalmente as psi-
cológicas. Afinal, pessoas que vivem em épocas diferentes 
costumam ter visões de mundo, atitudes, pensamentos e 
situações também diferentes.
O TEXTO LITERÁRIO E O NÃO LITERÁRIO
Texto Literário
O texto literário é caracterizado por apresentar uma lin-
guagem carregada de emoções, reflexões, visão poética da 
vida, das pessoas ou de determinadas situações. Marcado 
pela subjetividade e sentido conotativo, os textos literários 
são aqueles que expressam a realidade ou ficção de uma forma 
poética, sendo totalmente influenciado por quem os escreve.
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O texto literário possui carácter estético e não somente linguístico, onde a interpretação e significação variam de acordo 
com a subjetividade do leitor. É comum o uso de figuras de linguagem e de construção, assim como a subversão à gramática 
normativa.
Entre os tipos de textos literários, estão: crônicas, contos, poemas, romances, fábulas, peças teatrais, minicontos, lendas, 
telenovelas, letras de música, roteiros de filmes.
Texto Não Literário
É um texto utilitário, caracterizado por utilizar uma linguagem impessoal que demonstra a realidade tal como ela é, nua 
e crua. Desse modo, um texto não literário é construído de forma objetiva e com linguagem denotativa, sempre priorizando 
a informação.
Texto Literário Texto Não Literário
O que é Textos narrativos, que possuem elementos artís-
ticos e tendem a causar emoção.
São textos informativos e objetivos.
Função Estética. Destinam-se ao entretenimento, à arte, 
à ficção.
Utilitária. Sua função é informar, convencer, expli-
car, comunicar.
Linguagem Subjetiva e conotativa. Objetiva e denotativa.
Características Utiliza elementos como a variabilidade, figuras 
de linguagem, multissignificação, metáforas e 
possuem liberdade na criação.
Linguagem objetiva, concisa e clara.
Normas gramaticais Costuma subverter a gramática normativa. Geralmente adota a gramática normativa.
Elemento de com-
posição
Ficção, baseada na vontade e imaginação do 
artista.
Utiliza fatos e informações.
Análise A leitura de um texto literário inclui a busca de 
metáforas e simbolismos.
Analisar um texto não-literário requer confirmação 
dos fatos, conhecimento, desenvolvimento de ha-
bilidades e realização de tarefas.
Exemplos Poesia, novelas, histórias e dramas. Diários pessoais, notícias, receitas, jornais e artigos.
LEITURA, COMPREENSÃO E 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
Ao se analisarem as diversas possibilidades de se in-
terpretar um texto, deve-se entender que algumas bases 
nortearão tal entendimento.
Em primeiro lugar, é essencial saber que um texto tem duas 
características principais: as ideias que ele pretende transmitir 
e os recursos linguísticos que ele utilizará para fazê-lo.
Nesse sentido é que se percebem questões de Inter-
pretação em provas de concursos para cargos públicos, 
ora cobrando aspectos semânticos, ora avaliando aspectos 
gramaticais, como ferramenta para o entendimento do texto.
Este material tem por objetivo oferecer recursos estilísti-
cos para o entendimento da primeira característica, ou seja, 
de aspectos literários: sentido figurado, conotação, funções 
de linguagem, figuras de linguagem, semântica.
A segunda característica principal da Interpretação de 
Textos, que diz respeito aos aspectos gramaticais, é advinda 
de um estudo contínuo acerca das regras gramaticais.
Vamos entender a seguir como podem ser cobradas as 
duas características em provas de concursos públicos.
Aspectos Semânticos da Interpretação de Textos
Observe o texto a seguir.
Pedrinho era menino muito querido em sua cidade, tão 
magrinho que mal conseguia carregar a bandeja com os 
amendoins que ele vendia.
Todos gostavam do garoto, pois ele era tido como alguém 
de muito bom coração, por suas atitudes de ajuda ao próximo 
quase que diariamente.
Ele auxiliava idosos a atravessarem as ruas movimentadas 
do centro; cuidava dos animais de estimação, enquanto seus 
donos visitavam estabelecimentos comerciais que não per-
mitiam a entrada de animais; fazia companhia para crianças, 
na porta da escola municipal, até que os pais mais atrasados 
chegassem para apanhá-las; entre outras coisas.
Numa tarde chuvosa, Pedro presenciou um atropela-
mento de um rapaz bem corpulento, o qual não pode contar 
com o socorro do causador do acidente, pois este fugiu em 
alta velocidade.
O vendedor de amendoins não pensou duas vezes, pediu 
ajuda a um taxista amigo seu e carregou o jovem atropelado 
até o carro, levando-o ao hospital.
Seu feito rendeu-lhe uma faixa no local do acidente com 
a escrita: “Pedrinho, nosso herói!”, além de uma medalha de 
honra ao mérito, dada em cerimônia pública pelo prefeito.
A partir do texto acima, julgue o item a seguir.
→ O texto é coerente.
Exemplo comentado: E (errado) Como um menino ma-
grinho que mal conseguia carregar a bandeja de amendoins 
iria conseguir carregar nos braços um jovem corpulento.
Aspectos Gramaticais da Interpretação de Textos
Observe o texto a seguir.
Ana, Bia e Marta são primas. Ambas estudam juntas.
A partir do texto acima, julgue o item a seguir.
→ O texto é coerente.
Exemplo comentado: E (errado) “Ambas” é gramaticalmen-
te um numeral dual, ou seja, que indica dualidade, portanto, 
dois. O texto é incoerente por trazer três nomes próprios.
Com os exemplos acima, você pode observar que é 
possível se cobrar o entendimento de um texto, a partir do 
quesito coerência, tanto com ênfase gramatical, como com 
ênfase semântica.
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ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS 
PARÁGRAFOS
Tipologia Textual
Texto Dissertativo: denotativo, objetiva provar uma tese, 
um posicionamento, possui introdução, desenvolvimento e 
conclusão.
Texto Argumentativo: usa argumentos e exemplos para 
comprovar algo.
Texto Narrativo: conta uma história (fato, tempo, lugar, 
personagens, detalhes etc.).
Texto Descritivo: descreve coisa, lugar ou pessoa, com 
muitos adjetivos.
Esquema do texto dissertativo
1º parágrafo (introdução):tema e o objetivo na primeira 
frase; citação dos argumentos na segunda frase.
2º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do 
argumento 1 em pelo menos duas frases.
3º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do 
argumento 2 em pelo menos duas frases.
4º parágrafo (desenvolvimento): desenvolvimento do 
argumento 3 em pelo menos duas frases.
5º parágrafo (conclusão): tema e o objetivo na primeira 
frase com outras palavras; soluções otimistas com verbos no 
infinitivo de preferência.
Exemplo de texto dissertativo
• Introdução
Acredita-se que Brasília se firmará como provável polo 
turístico do século XXI. Mesmo concorrendo com belíssimas 
praias na costa brasileira e com a evidente exploração turísti-
ca nas cidades vizinhas, a capital federal encanta brasileiros 
e estrangeiros por seu patrimônio histórico-cultural, sua 
organização e segurança.
• 1º argumento = 2º parágrafo
Impossível não conceber que o litoral é um forte con-
corrente da cidade-sede do Brasil, já que é disputado na 
alta e baixa temporada por turistas do mundo inteiro. Além 
disso, o cerrado constitui atração interessantíssima por suas 
riquezas naturais, como as cachoeiras e quedas d’água de 
várias cidades circunvizinhas (Pirenópolis e Alto Paraíso, por 
exemplo), as águas termais de Caldas Novas, bem como a 
beleza histórica de Goiás Velho. Tudo isso há poucos quilô-
metros de Brasília.
• 2º argumento = 3º parágrafo
No entanto, em seu gigantismo de inigualável beleza 
arquitetônica, a cidade do poder, desenhada por Oscar 
Niemeyer, surge majestosa causando curiosidade latente 
aos turistas que a pretendem desvendar. Prova disso são os 
hotéis, com fluxo frequente de visitantes de várias origens 
e etnias, que aqui encontram empatia com este povo mes-
clado, migrante de todo o território nacional, construtor da 
diversidade cultural e culinária da jovem capital.
• 3º argumento = 4º parágrafo
Ressalte-se, ainda, que ações, como a reforma do Centro 
de Convenções, bem como as construções da Terceira Pon-
te e do reservatório de água Corumbá IV, tornam-na rota 
certa. A segurança – também respaldada pela premiação 
da ONU como a melhor cidade para uma criança crescer, 
no quesito qualidade de vida – e a organização da capital 
federal, evidenciada pela exatidão dos endereços facilmente 
encontrados pelo sistema inteligente de transportes, dão ao 
visitante sensação única de conforto.
• Conclusão
Nesse sentido, há que se propagar toda essa atração da 
capital do país, evidenciando-a como polo turístico do século 
XXI. Urge, entretanto, a garantia de condições favoráveis à 
execução plena de planejamentos turísticos.
Esquema Narrativo
1º parágrafo: fato, tempo, lugar.
2º parágrafo: causa do fato, personagens.
3º parágrafo: detalhes do fato, discursos.
4º parágrafo: consequências do fato.
Discursos
• Discurso Direto Simples
Ela disse:
– Vamos ao cinema?
Ele respondeu:
– Claro!
• Discurso Direto com Travessão Explicativo
– Vamos ao cinema? – disse ela.
– Claro! – respondeu ele.
• Discurso Direto Livre
Ela disse: “Vamos ao cinema?”
Ele respondeu: “Claro!”
• Discurso Indireto Simples
Ela o convidou para ir ao cinema. Ele aceitou o convite.
• Discurso Indireto Livre
Ela o convidou para ir ao cinema. Ele aceitou o convite.
“Tomara que ele realmente vá!”
ARTICULAÇÃO DO TEXTO: PRONOMES 
E EXPRESSÕES REFERENCIAIS, NEXOS, 
OPERADORES SEQUENCIAIS
Coerência: segue a lógica formal. Pauta-se na verdade 
de inferência. Baseia-se em sólidas definições.
“O Brasil tem muitas praias, por isso, não recebe muitos 
turistas do exterior” → incoerência.
Obviamente se faz necessário ao entendimento de um 
texto um profícuo estudo gramatical, ao qual não se propõe 
este trabalho. Ter o domínio da Gramática é algo essencial 
para conseguir melhor entender um texto. Caso você tenha 
dificuldades de ordem gramatical em sua formação, sugiro 
o estudo da obra: GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Gramática 
Didática e Interpretação de Textos: teoria e exercícios. 17. 
ed. Brasília: JRG, 2018.
No entanto, este é o material adequado se seus proble-
mas para interpretar um texto têm raiz semântica, ou seja, 
de entendimento dos aspectos literários, conotativos, de 
sentido figurado, ligados às figuras de linguagem etc. É a este 
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campo da interpretação, o dos aspectos semânticos, que se 
propõe este estudo.
Para começar, entendamos a diferença entre coesão, 
concisão e prolixidade.
Coesão: processo. É o conjunto de recursos coesivos que 
objetivam tornar o texto conciso.
Por exemplo: verbo principal, conjugado com o tempo e 
o modo do verbo auxiliar; aproveita a pessoa do pronome e 
número – singular ou plural. O Verbo Principal sempre está 
no infinitivo, no gerúndio ou no particípio em uma locução 
verbal.
Concisão: resultado. É o ato de dizer a mesma coisa com 
um menor número de palavras. Usa recursos coesivos para 
que esse objetivo seja atingido.
Por exemplo: usa-se um menor número de palavras para 
se dizer a mesma coisa.
Prolixidade: ato de dizer a mesma coisa com um maior 
número de palavras.
Observe o exemplo: “Eu estou a querer vislumbrar as 
possibilidades de vir a vivenciar a intensidade do ato de 
amar.” Este é um texto prolixo.
Repare que a frase “Quero amar.” sintetiza a frase acima. 
Ou seja, duas palavras foram suficientes para resumir outras 
17. Este resultado é chamado de concisão. “Quero amar.” É 
uma frase concisa.
No entanto, para se chegar a esse resultado, foram utili-
zados vários recursos coesivos de referência. Vamos analisar 
passo a passo.
• Eu: pronome substantivo pessoal do caso reto, na 1ª 
pessoa do singular.
• estou: verbo auxiliar no Presente do Indicativo, na 1ª 
pessoa do singular.
• a: preposição que compõe a locução verbal.
• querer: verbo principal no Infinitivo.
• Quero: verbo principal no Presente do Indicativo, na 
1ª pessoa do singular.
Isto é, “quero”, quando substitui “eu estou a querer”, 
é conciso. No entanto, para esta concisão foram necessários 
vários processos coesivos, como conjugar o verbo principal, 
no tempo do verbo auxiliar, na pessoa do pronome.
Coesão/concisão: antônimas (o contrário) de prolixidade 
(é o ato de dizer a mesma coisa com um maior número de 
palavras).
Texto (o texto em si) <fato>.
Intratexto (entrelinhas do texto, o que se pode entender, 
concluir sobre o texto, interpretando-o) <inferência>.
Intertexto (relação do texto com a realidade ou com 
outros textos) <julgamento>.
“O aborto deve ser rapidamente legalizado, de forma que 
seja dado à mulher o direito de escolher entre a continuida-
de ou interrupção da gravidez a qualquer momento. Vários 
países já aceitam o aborto.”
De acordo com o texto acima, observe a classificação dos 
fragmentos como intratexto ou intertexto.
a) A mulher deve escolher se quer ou não abortar. (in-
tratexto)
b) O texto faz oposição ao conceito religioso de que só a 
Deus cabe dar ou retirar a vida humana. (intertexto)
c) O direito constitucional à vida é ferido na argumenta-
ção do autor favorável ao aborto. (intertexto)
d) Como muitos países já possuem a prática legalizada 
do aborto, o Brasil precisa permitir que a mulher decida 
plenamente sobre sua gestação. (intratexto)
SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL DE PALAVRAS 
E EXPRESSÕES
Elementos da Comunicação
Para melhor compreensão das funções de linguagem, 
torna-se necessário o estudo dos elementos da comunicação.
Emissor – emite, codifica a mensagem.
Receptor – recebe, decodifica a mensagem.
Mensagem – conteúdo transmitido pelo emissor.
Código – conjunto de signos usado na transmissão e 
recepção da mensagem.
Referente – contexto relacionado a emissor e receptor.
Canal – meio pelo qual circula a mensagem.
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são tam-
bém referentes e exercem influência sobre a comunicação.
Funções da Linguagem
Função emotiva (ou expressiva): centralizada no emissor, 
revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalecem a 1ª 
pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem 
das biografias,memórias, poesias líricas e cartas de amor.
No Texto “AH! PERDI A TRAMONTANA! AGARREI A GAR-
RAFA QUE ESTAVA NA MINHA FRENTE E ABRI A CABEÇA DA 
SANTA CRIATURA COM UMA PANCADA HORRÍVEL! DE NADA 
MAIS ME LEMBRO. OUVI UM BERRO, UM CLAMOR. SENTI 
O PÂNICO EM REDOR DE MIM E CORRI PARA A RUA COMO 
UM ÉBRIO. FOI QUANDO ...” (MONTEIRO LOBATO- “CIDADES 
MORTAS” – P. 91)
Função referencial (ou denotativa): centralizada no 
referente, quando o emissor procura oferecer informações 
da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª 
pessoa do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal 
e livros científicos.
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA – ABERTO DAS 9:00 
ÀS 18:00 HORAS, R. DO OUVIDOR, Nº 507 – RIO DE JANEIRO.
Função apelativa (ou conativa): centraliza-se no recep-
tor; o emissor procura influenciar o comportamento do 
receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o 
uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos 
e imperativo. Usada nos discursos, sermões e propagandas 
que se dirigem diretamente ao consumidor.
ANTES DE ESCOLHER SEU CARRO PARA 97, VÁ A UMA 
CONCESSIONÁRIA FORD./BEBA COCA COLA./VOTE EM “X”: 
A ESCOLHA DO ELEITOR INTELIGENTE./AH! FINALMENTE 
UM NOVO BANCO./SENTE-SE./SAIA./AGUARDE NA FILA./ 
nÃo FuMe.
Função fática: centralizada no canal, tendo como objetivo 
prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a efici-
ência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações 
e similares.
OLÁ, COMO VAI?/PSIU! É COM VOCÊ QUE EU ESTOU 
FALANDO./HEI! HEI! VOCÊS LEMBRAM DE MIM?
Função poética: centralizada na mensagem, revelando 
recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, suges-
tiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, 
suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em 
obras literárias, letras de música, em algumas propagan-
das etc.
Na Propaganda: PNEU CARECOU? HM TROCOU. (HM – 
REVENDEDOR DE PNEUS)
Função metalinguística: centralizada no código, usando 
a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da 
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poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta 
outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios 
de metalinguagem.
VOCÊ SABE O QUE É INJEÇÃO ELETRÔNICA? É UM 
PROCESSO DE... (O TEXTO EXPLICA O QUE É E MOSTRA AS 
VANTAGENS DO CARRO “Y”, QUE É EQUIPADO COM ESSE 
DISPOSITIVO).
Obs.: em um mesmo texto podem aparecer várias 
funções da linguagem. O importante é saber qual a função 
predominante no texto, para então defini-lo. O uso de figuras 
de linguagem é um dos recursos empregados para valorizar 
o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso 
linguístico para expressar de formas diferentes experiências 
comuns, conferindo originalidade, emotividade ou poetici-
dade ao discurso.
A utilização de figuras revela muito da sensibilidade de 
quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do 
autor.
Quando a palavra é empregada em sentido figurado, não 
denotativo, ela passa a pertencer a outro campo de signifi-
cação, mais amplo e criativo, ou seja, no sentido conotativo.
EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DE 
ESTRUTURAS
Denotação e Conotação
Uma palavra ou signo compreende duas polaridades: o 
significado (aspecto conceitual, a imagem mental abstrata) e 
o significante (aspecto concreto, gráfico, a imagem acústica). 
Assim, todas as palavras são signos, desde que apresentam 
essas duas faces.
Quando desconhecemos o significado de uma palavra, 
a significação não se completa, pois só o que compreende-
mos é o significante (o conjunto sonoro ou gráfico). Reunida 
ao seu significado, a palavra deixa de ser apenas um fenô-
meno sonoro ou gráfico (significante).
Um mesmo signo pode apresentar significados diversos, 
conforme o contexto em que os empregamos. O significado 
de uma palavra não é somente aquele dado no dicionário; 
a palavra adquire sentidos diferentes quando inserida em 
novos contextos. A essa pluralidade de significados dá-se o 
nome de polissemia.
Veja o exemplo a palavra corrente:
cadeia de metal, grilhão (a corrente);
a água que corre (água corrente);
fácil, fluente (estilo corrente);
sabido de todos (fato corrente);
decurso de tempo (mês corrente);
circulação de ar (corrente de ar);
fluxo de água (corrente de água, corrente marinha);
fluxo de energia elétrica (corrente elétrica);
grupo de indivíduos que representam ideias, tendências, 
opiniões (corrente literária) etc.
Quando escrevemos, valemo-nos do significado da 
palavra para expressar nossas ideias. Um vocabulário bem 
escolhido transmite mais adequadamente a mensagem que 
codificamos. Se queremos ser objetivos no que redigimos, 
precisamos utilizar uma linguagem denotativa, portanto, 
referencial. Essa linguagem é aquela cujo significado real 
encontramos no dicionário. É a palavra empregada na sua 
significação usual, literal, referindo-se a uma realidade con-
creta ou imaginária.
Ao evocarmos ideias através do filtro da nossa emoção, 
da nossa subjetividade, temos a conotação, que corresponde 
a uma transferência do significado usual para um sentido 
figurado.
1. “A corrente marítima não manteve o barco na rota.”
2. “A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir.”
(Chico Buarque)
No exemplo 1 as palavras corrente e barco foram usados 
denotativamente. Já no exemplo 2, podemos observar: cor-
rente é metáfora de resistência e barco significa mudança 
de rumo.
FIGURAS DE LINGUAGEM
O uso de figuras de linguagem é um dos recursos em-
pregados para valorizar o texto, tornando a linguagem mais 
expressiva. É um recurso linguístico para expressar de formas 
diferentes experiências comuns, conferindo originalidade, 
emotividade ou poeticidade ao discurso.
A utilização de figuras revela muito da sensibilidade de 
quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do 
autor.
Quando a palavra é empregada em sentido figurado, não 
denotativo, ela passa a pertencer a outro campo de signifi-
cação, mais amplo e criativo, ou seja, no sentido conotativo.
Figuras de Sintaxe
As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a 
desvios em relação à concordância entre os termos da ora-
ção, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.
As figuras de sintaxe podem ser construídas por:
• Omissão: assíndeto, elipse e zeugma.
• Repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto.
• Inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage.
• Ruptura: anacoluto.
• Concordância ideológica: silepse.
Assíndeto
Ocorre assíndeto quando orações ou palavras que de-
veriam vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem 
justapostas ou separadas por vírgulas
“Fere, mata, derriba denodado...” (Camões)
“Clara passeava no jardim com as crianças.
O céu era verde sobre o gramado,
a água era dourada sob as pontes,
outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,
a menina pisou a relva para pegar um pássaro,
o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era
tranquilo ao redor de Clara.” (Carlos Drummond de 
Andrade)
“Não nos movemos, as mãos é que se estenderam 
pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apartando-se, 
fundindo-se.” (Machado de Assis)
Elipse
Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que 
facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. 
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Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, pre-
posições ou verbos.
“Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.” 
(Rubem Braga)
Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de 
sandálias).
“Sentei-me na cama, uma dor aguda no peito, o coração 
desordenado.” (Antônio Olavo Pereira)
Elipse da preposição com (com uma dor...) e do conectivo 
e (e o coração).
“No mar, tanta tormenta e tanto dano.” (Camões)
Elipse do verbo haver (no mar há tanta ...)
Zeugma
Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é 
suprimido, ficando subentendida sua repetição.
“Foi saqueada a vila, e assassinados os partidários dos 
Filipes.”
(CamiloCastelo Branco)
Zeugma do verbo: e foram assassinados...”
“Vieira vivia para fora, para a cidade, para a corte, para o 
mundo; Bernardes para a cela, para si, para o seu coração.” 
(Antônio Feliciano de Castilho)
Zeugma do verbo viver: “Bernardes vivia para a cela...”
Anáfora
Ocorre anáfora quando há repetição intencional de pa-
lavras no início de um período, frase ou verso.
“Grande no pensamento, grande na ação, grande na 
glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e 
só.” (Rocha Lima)
“Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigo
Eu quase não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado.” (Gilberto Gil)
Pleonasmo
Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma ideia, 
isto é, redundância de significado.
a) Pleonasmo literário
É o uso de palavras redundantes para reforçar uma ideia, 
tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista 
sintático. É um recurso estilístico que enriquece a expressão, 
dando ênfase à mensagem.
“Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quanto em visão com os da saudade via.” (Alberto de 
Oliveira)
“Morrerás morte vil na mão de um forte.” (Gonçal-
ves Dias)
“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
b) Pleonasmo vicioso
É o desdobramento de ideias que lá estavam implícitas 
em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos 
devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma 
ideia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real 
das palavras. Exemplos:
subir para cima
hemorragia de sangue
entrar para dentro
monopólio exclusivo
repetir de novo
breve alocução
ouvir com os ouvidos
principal protagonista
Polissíndeto
Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma 
conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma 
gramatical (geralmente a conjunção e ).
“Vão chegando as burguesinhas pobres,
e as criadas das burguesinhas ricas
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” 
(Manuel Bandeira)
“O quinhão que me coube é humilde, pior do que 
isto: nulo.
Nem glória, nem amores, nem santidade, nem heroísmo.” 
(Otto Lara Resende)
Anástrofe
Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de 
palavras vizinhas (determinante x determinado).
“Tão leve estou que foi já nem sombra tenho.” (Mário 
Quintana)
Estou tão leve....
“Começa o Mundo, enfim, pela ignorância.” (Gregório 
de Matos)
O mundo começa....
Hipérbato
Ocorre hipérbato quando há uma inversão complexa de 
membros da frase.
“Passeiam, à tarde, as belas na Avenida.” (Carlos Drum-
mond de Andrade)
As belas passeiam na Avenida à tarde.
“Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas 
cabeças pôr de rosas.” (Camões)
Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de 
rosas nas cabeças.
Sínquise
Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de 
distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.
“A grita se alevanta ao Céu, da gente.”(Camões)
A grita da gente se alevanta ao Céu.
“... entre vinhedo e sebe
Corre uma linfa, e ele no seu de faia
De ao pé do Alfeu tarro escultado bebe.” (Alberto de 
Oliveira)
Uma linfa corre entre vinhedo e sebe, e ele bebe no seu 
tarro escultado, de faia (árvore) de ao pé do Alfeu (imagem 
do rio Alfeu)
Hipálage
Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adje-
tivo (uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a 
outro, na mesma frase)
“... em cada olho um grito castanho de ódio.” (Dálton 
Trevisan)
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...em cada olho castanho um grito de ódio..
“... as lojas loquazes dos barbeiros.” (Eça de Queirós)
... as lojas dos barbeiros loquazes.
Anacoluto
Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sin-
tático com que se inicia a frase, alterando-lhe a sequência 
lógica. A construção do período deixa um ou mais termos 
desprendidos dos demais e sem função sintática definida.
“Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas” 
(Alcântara Machado)
“Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, 
a gente brincava com elas de tão imprestáveis.” (José Lins 
do Rego)
Silepse
Ocorre silepse quando a concordância não é feita com 
as palavras, mas com a ideia a elas associada.
a) Silepse de gênero
Ocorre quando há discordância entre os gêneros grama-
ticais (feminino ou masculino)
“O animal é tão bacana
mas também não é nenhum banana.” (Enriques, Bardotti 
e Chico Buarque)
“Admitindo a ideia de que eu fosse capaz de semelhante 
vilania, Sua Majestade foi cruelmente injusto para comigo” 
(Alexandre Herculano)
b) Silepse de número
Ocorre quando há discordância envolvendo o número 
gramatical (singular ou plural).
“Esta gente está furiosa e com medo; por consequência, 
capazes de tudo.” (Garret)
“Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário Barreto)
c) Silepse de pessoa
Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso 
e a pessoa verbal.
“A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente.” (Roger 
Rocha Moreira)
“Ambos recusamos praticar este ato.” (Alexandre Her-
culano)
Figuras de Pensamento
As figuras de pensamento são recursos de linguagem 
que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto 
semântico.
Antítese
Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou 
expressões de sentidos opostos.
“Amigos e inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. 
Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam 
o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa)
“Onde queres prazer sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido sou herói” (Caetano Veloso)
Apóstrofe
Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou 
algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. 
Corresponde ao vocativo na análise sintática e utilizada para 
dar ênfase à expressão.
“Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” (Castro 
Alves)
“Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade” (Vi-
nícius de Morais)
Paradoxo
Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras 
de sentido oposto, mas de ideias que se contradizem. É uma 
verdade enunciada com aparência de mentira.
“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.” (Camões)
“Este Amor, que, afinal, é a minha vida
e que será, talvez, a minha morte,
amor que me acalora e me intimida,
que me põe fraco quanto me põe forte;
este Amor, que é um broquel e é uma ferida,
vai decidir, por fim, a minha sorte.” (Hermes Fontes)
Eufemismo
Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é 
empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, 
desagradável ou chocante.
“Si alguma cunhatã se aproximava dele para fazer fes-
tinha,
Macunaíma punha a mão nas graças dela, cunhatã se 
afastava.” (Mário de Andrade)
“E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague.” (Chico Buarque)
Gradação
Ocorre gradação quando há uma sequência de palavras 
que intensificam uma mesma ideia.
“Dissecou-a, a tal ponto, e com tal arte, que ela,
Rota, baça, nojenta, vil
Sucumbiu....” (Raimundo Correia)
“Os que a servem [a Pátria] são os que não invejam, 
os que não infamam, os que não conspiram, os que não 
sublevam, os que não desalentam, os que não emudecem, 
os que não se acobardam, mas resistem, mas ensinam, mas 
esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a 
justiça, a admiração, o entusiasmo.” (Rui Barbosa)
Hipérbole
Ocorre hipérbole quando há exagero de uma ideia, a fim 
de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.
“Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac)
“Um quarteirão de peruca para Clodovil Pereira.” (José 
Cândido Carvalho)
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“Na chuva de cores
Da tarde que explode
A lagoa brilha” (Carlos Drummond de Andrade)
Ironia
Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, 
pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que 
as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é de-
preciativaou sarcástica.
“As moças entrebeijam-se porque não podem morder-se 
umas às outras. O beijo deles é a evolução da dentada da 
pré-avó.” (Monteiro Lobato)
“Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra 
como uma porta: um amor.” (Mário de Andrade)
Prosopopeia
Ocorre prosopopeia quando se atribui movimento, ação, 
fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres anima-
dos a seres inanimados ou imaginários.
Também a atribuição de características humanas a seres 
animados constitui prosopopeia, como este exemplo de 
Mário Quintana: “O peixinho (...) silencioso e levemente 
melancólico....”
“... a Lua
tal qual a dona do bordel
pedia a cada estela fria
um brilho de aluguel” (João Bosco & Aldir Blanc)
“... os rios vão carregando as queixas do caminho.” 
(Raul Bopp)
“Um frio inteligente (...) percorria o jardim....” (Clarice 
Lispector)
Perífrase/Antonomásia
Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras 
para expressar algum objeto, acidente geográfico, indivíduo 
ou situação que não se quer nomear.
Na linguagem coloquial, antonomásia/perífrase é o 
mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um 
aposto (descritivo, especificativo) do nome próprio.
“Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil.” (André Filho) [Rio de Janeiro]
“E ao rabi simples, que a igualdade prega,
Rasga e enlameia a túnica inconsútil.” (Raimundo Cor-
reia) [Cristo]
“O Genovês salta os mares....”(Castro Alves) [Colombo]
O rei dos animais rugia alto diante da ameaça. (O leão)
Figuras de Palavra
As figuras de palavras consistem no emprego de um 
termo com sentido diferente daquele convencionalmente 
empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo 
na comunicação.
Comparação
Ocorre comparação quando se estabelece aproximação 
entre dois elementos que se identificam, ligados por conec-
tivos comparativos explícitos – feito, assim como, tal, como, 
tal qual, tal como, qual, que nem – alguns verbos – parecer, 
assemelhar-se e outros.
“Amou daquela vez como se fosse máquina.
Beijou sua mulher como se fosse lógico.
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas.
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro.
E flutuou no ar como se fosse um príncipe.
E se acabou no chão feito um pacote bêbado.” (Chico 
Buarque)
“A liberdade das almas, frágil, frágil como o vidro.” (Ce-
cília Meireles)
“Meu amor me ensino a ser simples
Como um largo de igreja.” (Oswald de Andrade)
Metáfora
Ocorre metáfora quando um termo substitui outro atra-
vés de uma relação de semelhança resultante da subjetivida-
de de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida 
como uma comparação abreviada, em que o conectivo não 
está expresso, mas subentendido.
“O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais.” (Carlos 
Drummond de Andrade)
“Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu 
fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.” 
(Machado de Assis)
“O Pão de Açúcar era um teorema geométrico.” (Oswald 
de Andrade)
“Minhas sensações são um barco de quilha pro ar.” 
(Fernando Pessoa)
Metonímia
Ocorre metonímia quando há substituição de uma pa-
lavra por outra, havendo entre ambas grau de semelhança, 
relação, proximidade de sentido, ou implicação mútua. Tal 
substituição realiza-se de inúmeros modos:
“O continente pelo conteúdo e vice-versa
Antes de sair, tomamos um cálice de licor.
O conteúdo de um cálice.
A âncora pesada do sal feria. [O mar]
A causa pelo efeito e vice-versa
“E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento.”(Vinícius de Morais) [Com 
trabalho]
Sou alérgico a cigarro. [à fumaça]
O lugar de origem ou de produção pelo produto
Comprei uma garrafa do legítimo porto. [O vinho da 
cidade do Porto]
Ofereceu-me um havana. [Um charuto produzido em 
Havana]
O autor pela obra
Ela aprecia ler Jorge Amado. (A obra de Jorge Amado.)
Compre um Portinari. (Um quadro do pintor Cândido 
Portinari.)
o abstrato pelo concreto e vice-versa:
Não devemos contar com o seu coração. (Sentimento, 
sensibilidade)
A velhice deve ser respeitada. (As pessoas idosas.)
O símbolo pela coisa simbolizada:
A coroa foi disputada pelos revolucionários. (O poder.)
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Não te afastes da cruz. (O cristianismo.)
A matéria pelo produto e vice-versa:
Lento, o bronze soa. (O sino.)
Joguei duas pratas no chapéu do mendigo. (Moedas de 
prata.)
o inventor pelo invento:
Edson ilumina o mundo. (A energia elétrica.)
A coisa pelo lugar:
Vou à Prefeitura. (Ao edifício da Prefeitura.)
O instrumento pela pessoa que o utiliza:
Ele é um bom garfo. ( Guloso, glutão)
Sinédoque
Ocorre sinédoque quando há substituição de um tempo 
por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual 
da palavra. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:
O todo pela parte e vice-versa:
“A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pis-
toleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu cavalo.” 
(José Cândido de Carvalho) [O povo. Parte das patas]
O singular pelo plural e vice-versa:
O paulista é tímido; o carioca, atrevido. (Todos os pau-
listas. Todos os cariocas.)
O indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome 
comum):
Para os artistas ele foi um mecenas. (Protetor)
Este homem é um harpagão. (Avarento)
Catacrese
A catacrese é um tipo especial de metáfora, “é uma espé-
cie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum 
vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a 
metáfora tornada hábito linguístico, já fora do âmbito esti-
lístico” (Othon Moacir Garcia).
Exemplos de catacrese:
folhas de livro pé de mesa
dente de alho braço do rio
céu da boa leito do rio
mão de direção barriga da perna
asas do nariz embarca no trem
língua de fogo miolo da questão
Leia um poema de José Paulo Paes, onde predomina a 
catacrese: Inutilidades
Ninguém coça as costas da cadeira
Ninguém chupa a manga da camisa
O piano jamais abana a cauda
Tem asa, porém não voa, a xícara
De que serve o pé da mesa se não anda?
E a boca da calça se não fala nunca?
Nem sempre o botão está na sua casa
O dente de alho não morde coisa alguma.
Ah! se tratassem os cavalos do motor...
Ah! se fosse até o circo o macaco do carro....
Então a menina dos olhos comeria
Até o bolo esportivo e bala de revólver.
Alegoria
A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se 
ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em 
expressar uma situação global por meio de outra que a 
evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas 
as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é 
comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um 
referencial e outro metafórico.
“A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o 
barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos 
comprimários, quando não são o soprano e o contralto que 
lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mes-
mos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, 
e a orquestra é excelente...” (Machado de Assis)
“A vida é um grande poema em estrofes variadas; umas 
em opulentos alexandrinos de rimas milionárias; outras, 
frouxas, quebradas, misérrimas, mas o refrão é um para 
todas, sempre o mesmomorrer. “ (Olavo Bilac) 
SINTAXE
Sujeito
É o ser de quem se declara algo.
1.Determinado Simples (SDS): possui um só núcleo 
expresso. Ex.: Jonas leciona Português.
2.Determinado Composto (SDC): possui mais de um 
núcleo expresso. Ex.: Lena e Val se amam.
3.Determinado Oculto, Elíptico, Desinencial (SDO): 
quando os pronomes Eu, Tu, Ele/Ela, Nós, Vós não aparecem 
expressos. Ex.: Sou feliz. (eu) Vivemos bem. (nós)
4.Indeterminado (SI):a)quando Eles/Elas não apare-
cem expressos. Ex.: Leram livros (eles/elas). b)3ª. p.sing.+ 
“-se” como Índice de Indeterminação do Sujeito (I.I.S.). 
Ex.:Precisa-se de emprego.
5.Inexistente ou Oração Sem Sujeito (OSS): só há pre-
dicado, sem referência a nenhum ser. Ocorre com verbos 
impessoais: fenômenos naturais, haver no sentido de existir, 
fazer e haver indicando tempo decorrido.
Ex.: Anoiteceucedo. Há ótimos alunos aqui. Faz dez anos 
que a amo.
Macetes de Sintaxe da Oração
1. Sublinhe o verbo da oração.
2. Pergunte “Quem?” antes do verbo. A resposta será 
o Sujeito <S>.
3. Pergunte “o quê?” ou “quem?” depois do verbo. 
A resposta será o Objeto Direto <OD>.
4. Pergunte “preposição + quê?” ou “preposição + 
quem?” depois do verbo. A resposta será Objeto Indireto 
<OI>. Exceção: OD Preposicionado, que possui preposição 
expletiva.
5. Pergunte “preposição + quê?” ou “preposição + 
quem?” depois de um nome*. A resposta será Complemento 
Nominal <CN>.
6. * Consideram-se nomes para o Complemento No-
minal todos os Substantivos <Subst>, Adjetivos <Adj> e 
Advérbios <Adv>.
7. o Predicado Verbal <PV> é composto por Verbo In-
transitivo <VI> ou Verbo Transitivo <VT> + Objeto(s).
8. o Predicado Nominal <PN> é composto por Verbo de 
Ligação <VL> + Predicativo(s) <Pvo>.
9. o Predicado Verbo-Nominal <PVN> é composto pela 
mistura de elementos do Predicado Verbal com elementos 
do Predicado Nominal.
10. O Adjunto Adnominal <AA> acompanha geralmente 
os núcleos, referindo-se a eles, concordando com eles, exceto 
conectores, pois conectivo não tem função sintática.
11. o Adjunto Adverbial é o Advérbio ou Locução Ad-
verbial da Morfologia.
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12. a Locução Verbal <LV> acontece quando há dois ou 
mais verbos juntos.
13. Ocorre Índice de Indeterminação do Sujeito <IIS> 
com os verbos: Intransitivo, de Ligação, Transitivo Indireto, 
Transitivo Direto com Objeto Direto Preposicionado (na 3ª 
pessoa do singular).
14. Ocorre Partícula Apassivadora <PA> quando o Verbo 
Transitivo Direto concorda em número (singular e plural) 
com o Substantivo (não-preposicionado) a que se refere.
15. Ocorre Locução Verbal Intransitiva <LVI> geralmen-
te quando a frase é transformada da Voz Passiva Sintética 
<VPS> para a Voz Passiva Analítica <VPA>, se não houver 
trânsito de Objetos. Nesse caso, há Predicado Verbal, pois a 
locução é formada por verbo auxiliar + particípio.
16. A dúvida entre AA e CN acontecerá quando o termo 
antecedente ao termo preposicionado for deverbal (prove-
niente de verbo) e abstrato. Nesse caso, deve-se descobrir 
se o termo preposicionado é possuidor do antecedente (AA) 
ou se o sentimento do antecedente recai sobre o termo 
preposicionado <CN> (Complemento Nominal).
17. Substitua o núcleo do Objeto por um desses prono-
mes de acordo com a concordância: o, a, os, as. Se o adjetivo 
puder ser lido após o pronome coerentemente e soar bem, 
ele será Predicativo do Objeto <Pvo. Ob>. Se, ao ser lido após 
o pronome, o adjetivo não soar bem, será Adjunto Adnomi-
nal <AA>. o Pvo. Ob. é momentâneo, dado por outrem. Já 
o AA é próprio da natureza do núcleo.
Perceba que antes chamávamos o Sujeito de Simples, 
Composto, Oculto e, hoje, anteposta a esta classificação vem 
a palavra Determinado, como vários concursos já cobram. 
Isso porque, nas três classificações acima, consegue-se de-
terminar o sujeito.
Exemplo 1: Marcos Roberto faz artesanato.
Pergunta: quem faz artesanato?
Resposta: Marcos Roberto = Sujeito Determinado Simples
Exemplo 2: Marcos e Suzanne são irmãos.
Pergunta: quem são irmãos?
Resposta: Marcos e Suzanne = Sujeito Determinado 
Composto
Exemplo 3: Gostamos muito deles.
Pergunta: quem gostamos muito deles?
Resposta: Nós (não aparece) = Sujeito Determinado 
Oculto
Repare que os exemplos 1,2,3 têm sujeitos Simples, 
Composto e Oculto, respectivamente. Entretanto, todos 
são determinados. Ou seja, em um concurso, poder-se-ia 
formular o item: as orações 1,2,3 têm Sujeito Determinado. 
(Resposta: Verdadeiro)
4. Sujeito Indeterminado
1)3ª pessoa do plural (Eles/Elas) não aparece.
Exemplo: Venderam carros.
Pergunta: quem venderam carros?
Resposta: Eles/Elas = Sujeito Indeterminado
2)3ª pessoa do singular acrescida de “-SE” como Índice 
de Indeterminação do Sujeito (IIS)
2.1) com Verbo Transitivo Indireto
Exemplo: Precisa-se de empregados.
Pergunta: precisa-se de quê?
Resposta: de empregados = Objeto Indireto
Logo, precisa = Verbo Transitivo Indireto
-SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS)
2.2) com Verbo Intransitivo
Exemplo: Vive-se melhor nas cidades pequenas.
Pergunta: vive-se como?
Resposta: melhor = Adjunto Adverbial de Modo
Pergunta: vive-se melhor onde?
Resposta: nas cidades pequenas = Adjunto Adverbial de Lugar
Logo, vive = Verbo Intransitivo
-SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS)
2.3) com Verbo de Ligação
Exemplo: Era-se feliz naqueles tempos.
Feliz = Predicativo
Pergunta: quando?
Resposta: naqueles tempos = Adjunto Adverbial de Tempo
Logo, era = Verbo de Ligação
-SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS)
2.4) com Verbo Transitivo Direto e Objeto Direto 
Preposicionado
Exemplo: Ama-se aos pais.
Pergunta: quem ama, ama alguém?
Resposta: aos pais = Objeto Direto Preposicionado
Logo, ama = Verbo Transitivo Direto
-SE= Índice de Indeterminação do Sujeito (IIS)
Diferença entre o Índice de Indeterminação do Sujeito 
(IIS) e a Partícula Apassivadora (PA)
Já observamos que o Índice de Indeterminação do Sujeito 
pode acontecer nas quatro situações descritas acima (VTI, 
VI, VL, VTD + OD Preposicionado). A Partícula Apassivado-
ra, por sua vez, acontece quando há Voz Passiva Sintética, 
podendo-se encontrá-la ao transformar a oração em Voz 
Passiva Analítica, quando o verbo for Transitivo Direto.
Exemplo 1: Vende-se esta casa. (Voz Passiva Sintética)
Vender é Verbo Transitivo Direto, logo, não é Índice de 
Indeterminação do Sujeito. Como há concordância entre o 
verbo e o substantivo, a frase está na Voz Passiva Sintética e 
pode ser reescrita na Voz Passiva Analítica.
Assim: Esta casa é vendida. (Voz Passiva Analítica)
Esta casa = Sujeito Determinado Simples e Paciente
-SE= Partícula Apassivadora
Exemplo 2: Compram-se carros. (Voz Passiva Sintética)
Comprar é Verbo Transitivo Direto, logo, não é Índice de 
Indeterminação do Sujeito. Como há concordância entre o 
verbo e o substantivo, a frase está na Voz Passiva Sintética e 
pode ser reescrita na Voz Passiva Analítica.
Assim: Carros são comprados. (Voz Passiva Analítica)
Carros = Sujeito Determinado Simples e Paciente
-SE= Partícula Apassivadora
Exemplo 3: Estuda-se várias matérias.
Exemplo 4: Compram-se pipoca.
Estudar e comprar são Verbos Transitivos Diretos, logo, 
não se trata de Índice de Indeterminação do Sujeito. Como 
não há concordância entre os verbos e os substantivos (“es-
tuda” com “matérias” e “compram” com “pipoca”), a frase 
não está na Voz Passiva Sintética e não pode ser reescrita 
na Voz Passiva Analítica.
Assim: há erro de Sintaxe, pois as orações não estão de 
acordo com a Norma Culta Padrão.
5. Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito:
1. verbo haver no sentido de existir
Exemplo: Há filmes bons hoje no Brasil.
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2. verbos fazer, haver e ir indicando tempo decorrido
Exemplos: Faz anos que a amo.
Há onze anos que eu leciono.
Ia o tempo da juventude.
3. verbos indicando fenômenos da natureza: chover, 
trovejar, ventar, nevar, relampejar, etc. Exemplo: Nevou no 
Rio Grande do Sul.
4. verbo ser indicando tempo
Exemplo: Foi um bom período de outono.
Predicado
O PREDICADO encerra uma declaração sobre o sujeito.
Exemplo: ana dorme tarde.
SDS Predicado
Tudo o que não é sujeito faz parte do predicado. As ora-
ções em que o Sujeito é Oculto, Indeterminado ou Inexistente 
têm todos os seus termos compondo o predicado. Exemplos:
Nasci em Santos. (Sujeito Determinado Oculto)
Morreram. (Sujeito Indeterminado)
Necessita-se de atenção.(Sujeito Indeterminado)
Chove muito em São Paulo. (Sujeito Inexistente)
Predicado Verbal
É composto por Verbo Intransitivo ou Verbo Transitivo 
mais Objeto.
1. Verbo Intransitivo: não precisa de complemento, 
geralmente vem acompanhado por Adjuntos Adverbiais.
Ex.: João Carlos nasceu no estado de São Paulo.
 SDS VI Adjunto Adverbial de Lugar
2. Verbo Transitivo mais Objeto
Ex.: Comprei flores paraVera.
 SDOc.(Eu) VTDI OD OI
Complementos Verbais
1.Objeto Direto Simples: responde à pergunta “o quê?” 
ou “quem?” depois do verbo.
Exemplo: Leram revistas ontem
 S Ind. VTD OD A. Adv. Tempo
2.Objeto Direto Duplo: possui dois núcleos.
Exemplo: Compramos livros e apostilas.
 SDOc. VTD OD
3.Objeto Direto Pronominal: é substituído por um pro-
nome oblíquo.
Exemplos : Ofereci flores.
 SDOc. VTD OD
 Ofereci – as
 SDOc. VTD OD
4.Objeto Direto Preposicionado: complementa o Verbo 
Transitivo Direto, no entanto, é antecedido por uma pre-
posição. Facilmente o confundimos com o Objeto Indireto, 
devido à preposição. Para que isso não aconteça, repare nos 
próximos exemplos, em que o Objeto Indireto soa estranho 
quando lhe é retirada a preposição. Motivo: a preposição 
do Objeto Indireto (termo regido) está implícita no Verbo 
Transitivo Indireto (termo regente), já a preposição do Objeto 
Direto Preposicionado só pertence ao Objeto Direto (termo 
regido) e não ao Verbo Transitivo Direto (termo regente).
Exemplos: Preciso de atenção.
 SDOc. VTI OI
Exemplo 2: Preciso atenção. (Não soa bem.)
 (Erro de regência)
Exemplo 3: Estimo os meus colegas.
 SDOc. VTD OD
Exemplo 4: Estimo aos meus colegas.
 SDOc. VTD OD Prep.
Perceba nos próximos exemplos que a preposição do 
Objeto Direto Preposicionado sempre poderá ser retirada.
Ex.1: A nova determinação inclui todos.
 SDS VTD OD
Ex.2: A nova determinação inclui a todos.
 SDS VTD OD Prep.
Ex.3: Essas medidas agridem aos mais humildes.
Ex.4.: A decisão prejudicou aos trabalhadores.
Ex.5: Eu e sua mãe conhecemos aos seus amigos.
Ex.6: A crise atinge ao povo brasileiro.
5. Objeto Direto Pronominal implicitamente Prepo-
sicionado
Exemplo 1: Todos conhecem Caetano Veloso.
 SDS VTD OD
Exemplo 2: Todos conhecem- no
 SDS VTD OD Pron.
Exemplo 3: Todos conhecem a Caetano Veloso.
 SDS VTD OD Prep.
Exemplo 4: Todos conhecem -lhe
 SDS VTD OD Pron. Implic. Prep.
6.Objeto Direto Pronominal Pleonástico: já sabemos que 
o Pleonasmo é uma repetição (redundância) seja de sentido, 
palavra ou termo sintático. Quando já há o Objeto Direto, 
geralmente iniciando a frase, e um outro pronome fazendo 
alusão a ele, tem-se o Objeto Direto Pleonástico.
Ex.1: o livro, eu o li ontem.
 OD SDS OD Pleon. VTD A.Adv.Tempo
Ex.2: A matéria, nós a estudamos na escola.
 OD SDS OD Pleon. VTD A.Adv.Lugar
Ex.3: As flores, compraram-nas na floricultura.
 OD S Ind. VTD OD Pleon. A.Adv.Lugar
7.Objeto Direto Pronominal Pleonástico implicitamente 
Preposicionado
Ex.: Os alunos, a prova prejudicou-lhes.
8.Objeto Direto Cognato: o verbo e o objeto são da 
mesma família, quanto à etimologia.
Ex. 1: Os ricos vivem uma vida agradável.
 SDS VTD OD Cognato
Ex. 2: Os desempregados choram um choro amargo.
 SDS VTD OD Cognato
9.Objeto Direto Interno: o verbo e o objeto pertencem 
ao mesmo campo semântico (significado). Ex.1: As crianças 
dormem um sono de entrega. Ex.2: Nós choramos lágrimas 
de crocodilo.
10.Objeto Indireto Dativo de Posse: possui valor posses-
sivo e é sempre pronominal (pronome oblíquo). Observação: 
alguns gramáticos classificam este pronome como Adjunto 
Adnominal (AA). Ex. 1: Furtaram-lhe a casa. (lhe=sua) Ex. 2: 
Algemaram-me a mão. (me=minha)
11.Objeto Indireto Simples: responde à pergunta “(pre-
posição) quê?” ou “(preposição) quem?” depois do verbo.
Ex.: Gosto de praia no verão.
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12.Objeto Indireto Duplo: possui dois núcleos.
Ex.: Preciso de atenção e de carinho.
13.Objeto Indireto Pronominal: quando o Objeto Indi-
reto é representado pelos pronomes: me, te, se, lhe, nos, 
vos, lhes.
Ex.: Trouxe-lhe flores.
14.Objeto Indireto Pronominal Pleonástico
Ex.1: Para Vera, dei-lhe meu amor.
Ex.2: Ao professor, ofereci-lhe respeito.
Além dos Verbos Intransitivos, Transitivos Diretos e 
Indiretos, Objetos Diretos e Indiretos, até aqui você tam-
bém já aprendeu que o Advérbio ou Locução Adverbial da 
Morfologia são chamados de Adjuntos Adverbiais. Cabe 
ressaltar ainda que Adjuntos Adnominais são os termos 
que acompanham os núcleos do Sujeito e do Objeto Direto.
Renato Aquino admite mais dois objetos
I. Objeto Indireto de Opinião: exprime a opinião de 
alguém, podendo aparecer com verbo de ligação. Não é 
abonado pela NGB: Para mim, você se enganou. Ele nos 
parece competente.
II. Objeto Indireto de Interesse: demonstra o interesse 
de alguém na ação verbal. É conhecido também como dativo 
ético. Não aparece na NGB. Exemplos: Não me risque essa 
parede, garoto! “Tirem-me daqui a metafísica!” (Fernando 
Pessoa)
Predicado Nominal
É composto por Verbo de Ligação mais Predicativo.
1.Verbos de Ligação: possuem a função de apenas ligar 
o sujeito à sua característica (Predicativo do Sujeito). Vários 
verbos podem ser considerados de ligação, já que na atuali-
dade analisa-se tudo a partir do contexto. Neste caso, verbos 
intransitivos como viver ou andar, por exemplo, podem ser 
contextualmente verbos de ligação, bem como os Verbos 
Transitivos. Veja alguns: terminar, viver, continuar, andar, 
ficar, estar, ser, parecer, permanecer.
Importante: para ter certeza, substitua na oração o ver-
bo pelos seis verbos sublinhados, se der certo com os seis, 
é porque o verbo em questão contextualmente é de Ligação.
Exemplo 1: eu sou feliz.
 SDS VL Predicativo do Sujeito
Exemplo 2: ela continua atenta.
 SDS VL Predicativo do Sujeito
Exemplo 3: Lourdes vive em São Vicente.
 SDS VI A.Adv.Lugar
Exemplo 4: Renato vive sorridente.
 SDS VL Predicativo do Sujeito
Exemplo 5: Renilza anda na praia.
 SDS VI A.Adv.Lugar
Exemplo 6: Renilda anda alegre.
 SDS VL Predicativo do Sujeito
Exemplo 7: Roberto terminou a faculdade.
 SDS VTD OD
Exemplo 8: Regina terminou religiosa.
 SDS VL Predicativo do Sujeito
2.Predicativo: é o adjetivo (ou substantivo com valor 
adjetivo) que atribui uma característica ao substantivo, seja 
ele núcleo do Sujeito ou do Objeto.
Exemplo 1: João permanece atento.
 SDS VL Predicativo do Sujeito
Exemplo 2: Renira parece decidida.
 SDS VL Predicativo do Sujeito
Exemplo 3: Márcia é eficaz.
 SDS VL Predicativo do Sujeito
Exemplo 4: Joaquim é português.
 SDS VL Predicativo do Sujeito
3.Complemento nominal: responde à pergunta “(pre-
posição) quê?” ou “(preposição) quem?” depois de um 
nome. Consideram-se nomes os Substantivos, Adjetivos e 
Advérbios. Exemplos:
A dedicação de Raquel ao Jornalismo é louvável.
 SDS CN VL Pvo. Suj.
Omar e Roberta agiram favoravelmente ao Gustavo.
 SDC VI A.Adv.Modo

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