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Diagnóstico das Leucemias

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Thais Alves Fagundes 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO-LABORATORIAL DAS 
LEUCEMIAS 
 LEUCEMIAS AGUDAS 
Leucemias agudas: 
• Grupo heterogêneo de doenças clonais caracterizadas pela proliferação anormal de progenitores hematopoéticos. 
o Doenças clonais: uma célula com dano genético, que se multiplica, originando outras células com dano. 
o Proliferação celular (multiplicação) ocorre nos progenitores hematopoéticos, apenas eles sofrem dano genético. 
• Células incapazes de amadurecer, diferenciar e responder aos reguladores naturais de proliferação e morte celular. 
• Células acumulam na medula óssea e prejudicam a produção normal das células sanguíneas, havendo as citopenias. 
• Células podem acumular em outros tecidos e órgãos, com comprometimento de função. 
o Liberação das células com dano genético no sangue periférico. 
o Podem acumular em outros tecidos e órgãos: linfonodos, fígado, baço, pele, SNC, testículo. 
Hematopoese: todas essas células morfologicamente são blastos. São essas células as que são capazes se multiplicar. Células 
diferenciadas não se multiplicam, ou se multiplicam muito raramente, pois estão no processo de maturação, para serem liberadas 
no sangue periférico. Sendo assim, a leucemia é um defeito em qualquer uma das células do pool mitótico da medula óssea. 
• Célula-tronco pluripotente → célula tronco mieloide e célula tronco linfoide 
• Célula-tronco mieloide: 
o Unidade formadora de colônia de hemácias 
o Unidade formadora de colônia de neutrófilos e monócitos 
o Unidade formadora de colônia de plaquetas 
• Célula-tronco linfoide: 
o Unidade formadora de colônia de linfócitos B 
o Unidade formadora de colônia de linfócitos T 
o Unidade formadora de colônia de linfócitos NK 
 
Classificação: 
Classificadas de acordo com aspectos citomorfológico, citoquímico, imunofenotípico (avaliar linhagem da célula), citogenético 
(dano genético que originou a leucemia) e genético-molecular (danos moleculares responsáveis pela multiplicação clonal). 
Dois tipos principais: 
• Leucemia mieloide aguda (LMA) → linhagem mieloide (diferentes tipos, a depender da célula acometida, UFC mieloide 
envolve eritrócitos, granulócitos, megacariócitos, basófilos) 
• Leucemia linfoide aguda (LLA) → linhagem linfoide 
 
Thais Alves Fagundes 
Leucemia mieloide aguda (LMA) ou mieloblástica aguda: 
• Tipo mais comum de leucemia aguda nos adultos (mais de 90% das leucemias). Incidência aumenta no idoso. 
• Menos de 15% das leucemias nas crianças. Quando ocorre na infância é mais comum no primeiro ano de vida. 
• Incidência anual: 
o Nos EUA: 3,5 casos/100 mil hab chegando a 17,9 casos/100 mil hab após os 65 anos 
o Brasil?? 
Leucemia linfoide aguda (LLA) ou linfoblástica aguda: 
• Tipo mais comum de leucemia na infância. 
• Apenas 15% das leucemias nos adultos. Maior incidência nos adultos jovens, entre 25 e 37 anos. 
• Incidência: 3,0 casos/100 mil hab até os 15 anos de idade (variações geográficas, étnicas e sócio-econômicas). 
• Sobrevida: 
o 20% a 30% em adultos 
o 80% a 90% em crianças 
Manifestações clínicas: 
• Falência da hematopoese. Devido a proliferação e acúmulo dos blastos na medula óssea. 
o Citopenia: anemia, plaquetopenia, neutropenia 
▪ Fadiga, palidez e fraqueza (anemia) 
▪ Infecções (neutropenia) 
▪ Febre, sudorese noturna (sintomas constitucionais) 
▪ Hemorragias, petéquias e epistaxe (plaquetopenia) 
▪ CIVD (alteração da coagulação – LMA) 
• Infiltração de tecidos por células leucêmicas: linfonodos, fígado, baço, mucosa, testículo, pele, SNC 
o Hepatomegalia, esplenomegalia, linfadenomegalia (LLA) 
o Hipertrofia de gengivas 
o Dor óssea: proliferação de células no osso, podendo haver dor nas pernas. 
o Infiltração da pele e do SNC (cefaleia, vômito – LLA) 
Achados laboratoriais: 
• Sangue periférico: 
o Leucocitose à custa de blastos (mais de 50% dos casos com hiperleucocitose >100 mil/mm3) 
▪ Células que estão proliferando são blastos. 
▪ Todas possuem núcleo. Sendo lidas pelo citômetro de fluxo como leucócitos. 
o Anemia normocítica normocrômica 
o Plaquetopenia 
o Neutropenia 
• Medula óssea: mais de 20% de blastos (mieloblastos ou linfoblastos) = critério diagnóstico de leucemia aguda. 
o Blastos até 5% é normal. 
o Blastos mieloides e lindoides não podem ser identificados morfologicamente. Realizar imunofenotipagem. 
o Bastonetes de Auer: inclusões citoplasmáticas no blasto, presentes na leucemia mieloide. 
 
Outros achados: 
• Hiperuricemia: aumento da proliferação, aumenta a destruição celular, com liberação de ácido úrico. 
• Aumento da LDH: marcador de turnover celular elevado (hemólise, leucemia). 
• Alterações da coagulação: CIVD 
Thais Alves Fagundes 
 LEUCEMIAS CRÔNICAS 
Classificação: 
• Doenças mieloproliferativas crônicas: 
o Leucemia mieloide crônica (LMC): neoplasia da UFC de neutrófilos 
o Policitemia vera: neoplasia da UFC de hemácias 
o Trombocitemia essencial: neoplasia da UFC de plaquetas 
• Doenças linfoproliferativas crônicas: 
o Leucemia linfoide ou linfocítica crônica (LLC) 
▪ Linhagem B 
▪ Linhagem T 
Leucemia mieloide crônica: 
• 15% das leucemias do adulto 
• Todas as faixas etárias 
• Relação M/F= 1,3/1,0 
• 40 a 50% assintomáticos ao diagnóstico (difere de leucemia aguda). Diagnosticados pelo hemograma. 
• Três fases (história natural): antes de ter tratamento 
o Fase crônica: 3 a 5 anos. Fase assintomática. 
o Fase acelerada: 3 a 18 meses. Proliferação celular gerava danos genéticos, havendo uma proliferação maior. 
o Fase blástica: 3 a 6 meses. Fase de leucemia aguda, pela proliferação celular aumentada. 
• Neoplasia mieloproliferativa clonal 
o Dano genético: 
▪ Translocação cromossômica recíproca t(9,22). Troca dos braços longos entre os cromossomos 9 e 22. 
▪ Originando o cromossoma Philadelphia (Ph1). 
▪ Produz gene anômalo BCR/ABL. BCR é o gene do cromossoma 9 e ABL do 22. 
▪ Fusão dos genes BCR/ABL no cromossoma 9 sintetiza uma proteína, com atividade de tirosina quinase. 
▪ Proteína responsável por proliferação celular. 
• Aumenta proliferação celular. 
• Não afeta diferenciação, liberando células maduras (diferente da leucemia aguda – blastos). 
• Diagnóstico: 
o Leucocitose com neutrofilia/basofilia/eosinofilia à custa de células maduras “escalonadas”. 
▪ Diagnóstico diferencial com sepse. 
▪ Diferenciadas pelos sinais clínicos: prostração, febre, etc. 
o Hepatoesplenomegalia volumosa (remoção das células aumentadas no sangue periférico). 
o Identificação do Ph1+ em cariótipo. 
o Identificação da translocação BCR-ABL por PCR. 
Leucemia linfoide crônica: 
• Doença linfoproliferativa mais comum em pacientes adultos 
• Incidência de 15.000 casos novos/ano (EUA) 
• Idade mediana ao diagnóstico de 65 anos, raras em pessoas com menos de 50 anos 
• Cerca de 30% de todas as leucemias de países ocidentais. Brasil: de 1.700 8.500 casos ao ano 
• Predomina no sexo masculino 2:1 
• Doença linfoproliferativa clonal: 
o Mais de 90% imunofenótipo B maduro 
o Acúmulo progressivo de linfócitos maduros, mas imunologicamente incompetentes. 
▪ Nos linfonodos, fígado, baço e MO 
▪ Hepatoesplenomegalia e insuficiência medular 
• Quadro clínico: 
o Maioria é assintomática 
o Fraqueza, perda de peso, febre e sudorese noturna, linfonodomegalia, esplenomegalia e hepatomegalia 
o Complicações auto-imunes: AHAI, trombocitopenia e aplasia de série eritrocítica 
Thais Alves Fagundes 
• Quadro laboratorial: 
o Leucocitose com linfocitose persistente >5.000 linfócitos/mm³ por mais de 3 meses 
o Linfócitos pequenos e maduros 
o Manchas de Gumprecht 
o Infiltração da medula óssea >30% linfócitos = citopenias 
o Hipogamaglobulinemia = infecções

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