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Redação - Lei da cadeirinha

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É incontrovertível que o fordismo foi um modo de produção que se popularizou
durante o século XX, provocando a disseminação do consumo automobilístico em todas
as classes econômicas ao redor do mundo. Nesse sentido, esse modelo provocou o
consumo em massa de carros pela população, tornando-o um veículo almejado pelo
homem moderno. Entretanto, apesar de ser um bem material que entrou no fetichismo
da sociedade, o automóvel na conjuntura hodierna é responsável por diversos acidentes,
devido à negligência dos motoristas nas rodovias brasileiras. Dessa forma, torna-se
imprescindível analisar os impactos do abrandamento da “Lei da Cadeirinha” no país e
como a flexibilização desse acessório de segurança pode agravar o aumento no número
de casos de acidentes no Brasil.
A princípio, é relevante ressaltar o livro A Revolução dos Bichos, de George
Orwell, que se passa em uma granja liderada, inicialmente, pelo Sr. Jones. Porém, os
animais insatisfeitos com a dominação e exploração decidem fazer uma revolução.
Nesse contexto, ao longo da fábula, é notório que os princípios criados para nortear a
Revolução e ditar regras de convivência, vão sendo mudados e esquecidos. Em paralelo,
a história de Orwell, é indubitável que a flexibilização na utilização da cadeirinha no
Brasil pode se tornar um aparato de segurança presente apenas na memória da
população. Nesse sentido, apesar do Código de Trânsito Brasileiro determinar mediante
o artigo 168, o conjunto de Leis e regras para o transporte de crianças em veículos
automotores com a obrigatoriedade do translado de menores de 10 anos no banco de
trás e da necessidade de acessórios de proteção – cadeirinha –, as pessoas ainda
negligenciam esse equipamento de segurança. Desse modo, tal prática fica evidente nos
dados divulgados pela iniciativa Bloomberg, no qual a principal causa da morte de
crianças entre 5 e 14 anos são os acidentes de trânsito.
Ademais, de acordo com a ONG “Criança Segura”, os países nórdicos já
retiraram da Lei a obrigatoriedade da cadeirinha nos veículos, mas, em seguida,
recuaram, pois houve um amento no número de casos de morte de crianças em acidentes
de trânsitos por não estarem utilizando o acessório de segurança. Não obstante, de
maneira análoga ao pensamento do sociólogo Émile Durkheim, fato social é toda
maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indíviduo uma coerção
exterior. Dessa forma, o afrouxamento na Lei poderá induzir a sociedade a deixar de
utilizar não apenas as cadeirinhas como também, o cinto de segurança. Assim, a
população ao adotarem tais condutas, poderão influenciar as crianças a se tornarem
futuros adultos negligentes com os equipamentos de segurança.
Destarte, o abrandamento da Lei que dispõe sobre a utilização da cadeirinha
como um equipamento de segurança obrigatório, provoca o aumento de mortes de
crianças no trânsito. Portanto, o Congresso Nacional juntamente com o DENATRAN,
deve aprimorar a Resolução 277 do Contran – Lei da Cadeirinha –, através de reuniões,
análise de dados das causas dos acidentes de carro no Brasil e votações no Congresso,
com o objetivo de impedir que essas regras sejam negligenciadas pelos motoristas e
diminuir o número de casos de acidentes no trânsito. Dessa forma, seria possível tornar
seguro o transporte de crianças em veículos automotivos.

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