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PERÍCIAS-EM-ACIDENTES-DE-TRÂNSITO-E-VEÍCULOS-1

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1 
 
 
PERÍCIAS EM ACIDENTES DE TRÂNSITO E VEÍCULOS 
1 
 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3 
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4 
1 O TRÂNSITO NO BRASIL ................................................................. 6 
2. ASPECTOS JURÍDICOS ..................................................................... 8 
2.1 CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO- CTB (LEI 9.503/97) ........ 8 
2.1.1 Trânsito ....................................................................................... 8 
2.1.3 Vias e normas de circulação ....................................................... 9 
2.3 DA CULPABILIDADE ................................................................... 10 
2.4 ACIDENTES DE TRÂNSITO ........................................................ 11 
2.5 TIPOLOGIAS DOS ACIDENTES ................................................. 11 
2.5.1 Colisão ...................................................................................... 11 
2.5.1.1 Colisão lateral ..................................................................... 11 
2.5.1.2 Colisão transversal ............................................................. 12 
2.5.1.3 Colisão traseira ................................................................... 12 
2.5.1.4 Colisão frontal ..................................................................... 12 
2.5.2 Choque ...................................................................................... 13 
2.5.3 Tombamento ............................................................................. 13 
2.5.4 Capotamento ............................................................................. 14 
2.5.5 Atropelamento ........................................................................... 14 
2.6 A RESPONSABILIDADE PENAL NOS CRIMES DE TRÂNSITO 14 
2.8 DA PRODUÇÃO DE PROVAS ..................................................... 15 
2.9 DO LAUDO TÉCNICO PERICIAL ................................................ 16 
2.10 ETILÔMETRO ............................................................................ 17 
2.12 ACIDENTES DE TRÂNSITO - CLASSIFICAÇÃO: ..................... 18 
2.12.1 Acidente somente com danos materiais .............................. 18 
2.12.2 Acidentes com vítimas ......................................................... 18 
2.12.2.1 Acidentes em que há vítimas com lesões leves: .............. 18 
2 
 
 
2.12.2.2 Acidentes em que há vítimas com lesões graves ou 
gravíssimas ............................................................................................... 19 
2.12.2.3 Acidentes com vítima fatal: ............................................... 19 
2.13 AÇÕES CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA ............................. 19 
2.13.1 Ação administrativa ............................................................. 19 
2.13.2 Ação cível ............................................................................ 19 
2.13.3 Ação penal ........................................................................... 20 
2.14 A velocidade como causa de acidentes ..................................... 20 
2.15 – Causas determinantes ............................................................ 20 
3. PERÍCIAS DE VEÍCULOS ......................................................... 21 
4. INVESTIGAÇÃO E LEVANTAMENTO DE LOCAL DE ACIDENTE 
DE TRÂNSITO .............................................................................................. 22 
5. CRITÉRIOS PARA REQUISIÇÃO DE PERÍCIA........................ 25 
6. VESTÍGIOS NO LOCAL DE ACIDENTE DE TRÂNSITO ............. 27 
7. LEVANTAMENTO DO LOCAL DE ACIDENTE DE TRÂNSITO ... 29 
8. CONCLUSÃO ............................................................................... 39 
REFERENCIAS: .................................................................................... 41 
 
 
 
3 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Acidentes são acontecimentos inesperado causados por uma somatória 
de fatores relacionados ao ser humano, ao ambiente e ao veículo. Ao reconstituir 
um acidente todos estes fatores são investigados em busca de evidências 
objetivas da contribuição de cada um deles como causa ou agravamento de um 
sinistro. 
No fator humano é investigado desde a habilitação e treinamento do 
condutor até suas condições de saúde e de atenção no momento do acidente. 
Avaliasse no fator ambiente o clima e as condições da via, inclusive com relação 
a traçado e sinalização. Quanto ao veículo, uma inspeção criteriosa verifica se 
existem defeitos pré-existentes que poderiam ter contribuído para o acidente. 
A reconstituição de um acidente se inicia à partir da elaboração de um 
Parecer Técnico Preliminar ou , fundamentado em levantamentos do local do 
acidente, inspeção dos veículos envolvidos ou mesmo de apenas um deles, 
entrevista com os condutores e testemunhas e análise dos registros oficiais 
como boletins de ocorrência e laudos da polícia científica quando disponíveis. 
O Parecer apontará as possíveis causas e responsabilidades, 
possibilitando ao cliente decidir a respeito da viabilidade e conveniência da 
elaboração do Relatório de Reconstituição Técnico-Científica, onde são 
determinadas velocidades, trajetórias, forças e deformações envolvidas e 
análises mais aprofundadas sobre todos os fatores contribuintes, o humano, o 
veículo e o meio ambiente. 
 O grau de certeza técnica nas conclusões de um parecer de 
reconstituição de acidente depende da qualidade e precisão dos dados e 
informações obtidos na investigação. A ausência de informações ou registros 
oficiais pode inviabilizar a realização da perícia. 
 
 Veículos de carga estão presentes em 35% dos Acidentes que 
ocorrem nas rodovias Federais. 
5 
 
 
 26% das fatalidades em acidentes nestas rodovias envolveram 
este tipo de veículo, que não representa mais que 14% da frota. 
 Além da inestimável perda de vidas, os acidentes geram prejuízos 
estimados em 9,7 bilhões de reais ao ano. 
Os acidentes de trânsito tem sido uma preocupação mundial em razão do 
seu elevado número a partir do avanço da indústria automobilística. Com o seu 
desenvolvimento permitiu a fabricação de veículos mais velozes e em grande 
quantidade. Desse modo, ao longo dos anos os acidentes passaram a acontecer 
com mais frequência e violência. Com esse elevo número de acidentes fez com 
que a segurança viária passasse a ser uma das maiores preocupações mundiais. 
 
Os veículos podem ser classificados quanto à: 
 Tração: é a força que o veículo necessita para se movimentar. 
 Espécie: são os tipos de veículos de acordo com os usos e carga. 
 Categoria: indica a finalidade do veículo.6 
 
 
1 O TRÂNSITO NO BRASIL 
 
O Brasil passa por uma transformação econômica no qual o acesso aos 
bens de consumo tem sido uma realidade para todas as camadas sociais. Dentre 
esses bens, os veículos tem sido um dos itens mais adquiridos, aumentando 
consideravelmente a frota em circulação do país, fato confirmado, segundo 
dados estatísticos do DENATRAN. 
A frota de veículos em circulação no país tem números expressivos, pois 
a política do governo é de incentivo ao consumo facilitando a aquisição desse 
bem e mantendo metas de vendas por parte das indústrias automobilísticas, 
sendo este um dos propulsores da economia do país. 
O avanço da tecnologia tem garantido veículos cada vez mais 
confortáveis e mais velozes. Mais pessoas dirigindo, aumentam os acidentes de 
trânsito envolvendo veículos automotores, que colocam o Brasil entre os 
primeiros no ranking mundial, inclusive em números de vítimas. 
Sem entrar no mérito da questão, as indústrias investem em novas 
tecnologias visando desenvolver veículos mais seguros. No entanto, falta 
maturidade e consciência aos condutores. Um longo caminho ainda precisa ser 
percorrido em termos de educação para o trânsito para as pessoas atingirem um 
amadurecimento e internalizarem que trânsito é coisa séria e que acidentes 
ocorrem, tendo como causas, próximo da totalidade, a imprudência, negligência 
e imperícia dos condutores. 
As vias destinadas a circulação veicular não comportam a explosão do 
consumo e nem mesmo os avanços tecnológicos das indústrias automobilísticas. 
O Brasil enfrenta um atraso logístico em infraestrutura em termos de rodovias, 
ferrovias, hidrovias e aerovias. Por razões históricas e políticas, priorizou-se o 
transporte em rodovias subutilizando as ferrovias e hidrovias e, como 
consequência do grande número de veículos em circulação, as cidades que não 
foram planejadas para suportar o tráfego que hoje existe, já enfrentam graves 
problemas de congestionamentos. 
7 
 
 
As rodovias, a maioria de pistas simples, e construídas na década de 
sessenta e setenta, muitas vezes possuem traçados de engenharia que são 
ultrapassados para os dias atuais, além da notória falta de manutenção. 
 Os acidentes ocorrem e os números são preocupantes. Quando 
acontecem podem ter como resultados apenas danos materiais ou danos 
materiais e vítimas. Em tendo vítimas, estas podem ser com lesões leves, graves 
ou fatais. De qualquer maneira, ocorrendo o acidente, haverá relações 
interpessoais, relações estas conflitantes, pois os veículos são conduzidos por 
pessoas. 
 Essas relações, na grande maioria, acabam em litígio na justiça pelo fato 
de que os condutores envolvidos, no calor da emoção e sem conhecimentos 
técnicos, julgam estarem corretos. 
Na fase processual, um dos fatores que dificultam uma decisão final por 
parte do Poder Judiciário ou do Ministério Público corresponde a falta de um 
laudo conclusivo elaborado por um profissional competente, com conhecimento 
na área, apontando detalhes técnicos de como ocorreu o acidente. 
Mas afinal se um acidente de trânsito acorre de quem é a culpa? Um 
motorista que ingere bebida alcoólica e se envolve em acidente, pode ser 
considerado culpado apenas por ter bebido? O excesso de velocidade por si só 
é causa de culpabilidade? Laudo pericial indireto, aquele que é confeccionado 
por quem não esteve no local do acidente, é confiável? Como decidir um 
procedimento processual se não consta laudo descrevendo a dinâmica do 
acidente? 
O trânsito de veículos requer constante acompanhamento e evolução das 
técnicas em sua administração objetivando neutralizar os fenômenos incidentes 
ou determinantes dos acidentes. 
 
8 
 
 
 
 
 
2. ASPECTOS JURÍDICOS 
2.1 CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO- CTB (LEI 9.503/97) 
As regras que regularizam o trânsito nas vias do território nacional regem-
se pela lei 9.503 de 23 de setembro de 1997 que instituiu o Código de Trânsito 
Brasileiro. 
2.1.1 Trânsito 
Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos, animais, 
isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, 
estacionamento e operação de carga e descarga (art. 1º do CTB). 
2.1.2 Dos limites de velocidade 
Diz o artigo 61 do CTB: “A velocidade máxima permitida para a via será 
indicada por meio de sinalização, obedecida as suas características técnicas e 
as condições do trânsito. Onde não existir sinalização regulamentadora, a 
velocidade máxima será de: 
i. Nas vias urbanas: 
9 
 
 
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido 
 b) setenta quilômetros por hora, nas vias arteriais 
 c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras 
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais 
ii. Nas vias rurais 
a) Nas rodovias de pista dupla: 
1. cento e dez quilômetros por hora para automóveis, camionetas e 
motocicletas; 
2. noventa quilômetros por hora para ônibus e micro-ônibus e oitenta 
quilômetros por hora para os demais veículos. 
b) Nas rodovias de pista simples: 
1. cem quilômetros por hora para automóveis, camionetas e motocicletas; 
 2. noventa quilômetros por hora para os demais veículos. 
c) Nas estradas (vias rurais não pavimentadas): 
1. sessenta quilômetros por hora”. 
 
 
2.1.3 Vias e normas de circulação 
O CTB juntamente com outras normas de trânsito define ainda conceitos 
de vias terrestres, faixas de trânsito, normas de segurança na circulação, regras 
a serem seguidas por pedestres e condutores responsabilidades pela 
segurança. 
 
2.2 DECISÃO JUDICIAL 
O mecanismo da decisão judicial não é uma tarefa fácil. É uma atividade 
das mais complexas. A autoridade que julga cumpre um dever de estado. A 
10 
 
 
decisão judicial existe justamente onde resta o conflito. Na legislação brasileira 
uma decisão judicial precisa ser racional e consistente, estar amparada em 
devido processo legal, dentro de uma regra para sua justificação. 
A justificação é um princípio metodológico que busca ampliar a 
racionalidade. A teoria da decisão opera com a colaboração de investigações 
provenientes de diversas disciplinas, pois as provas que compõe um processo 
ou procedimento devem ser robustas a fim de subsidiar um raciocínio lógico na 
compreensão das causas e dar suporte aos magistrados que precisam estar 
convictos nas suas decisões finais, imputando as devidas e justas sanções de 
acordo com o ordenamento jurídico. 
O artigo 155 do Código de Processo Penal diz que o juiz formará sua 
convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não 
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos 
colhidos nas investigações. Como se pode ver, a justiça para embasar suas 
decisões precisa estar amparada em provas robustas, laudos e documentos 
periciais. A decisão precisar ser convicta e segura nos elementos probatórios. 
 
 
2.3 DA CULPABILIDADE 
A Teoria da Culpabilidade é de máxima importância na teoria geral do 
direito. A culpabilidade é a atribuição que se faz a alguém da responsabilidade 
de alguma coisa de juízo reprovável, é o conjunto de condições pessoais que 
dão ao agente capacidade para lhe ser juridicamente imputada a prática de ato 
punível por dolo ou culpa. 
 Tanto no aspecto penal como no aspecto civil, a culpabilidade é a 
primeira circunstância a ser aferida pelo juiz para exercer sua função medidora 
de uma sanção sobre a conduta praticada pelo agente. O Juiz só decide com 
base nos elementos existentes no processo, mas os avalia segundo critérios 
técnicos e racionais. 
 
11 
 
 
2.4 ACIDENTES DE TRÂNSITO 
 É qualquer acontecimento inesperado, casual, fortuito, por ação ou 
omissão, imperícia, imprudência, negligência, caso fortuito ou força maior, e foge 
ao curso normal, do qual advêm danos à pessoa e/ou patrimônio. 
É um acontecimento involuntário, inevitável e imprevisível, ou inevitável,mas previsível, ou seja, imprevisível, mas evitável, do qual participa pelo menos 
um veículo em movimento, pedestres e obstáculos fixos, isoladamente ou em 
conjunto, ocorrido em via terrestre, e resultando danos ao patrimônio, lesões 
físicas ou morte (Aragão 2009). 
 
2.5 TIPOLOGIAS DOS ACIDENTES 
Existem diversas formas de unidades veiculares que se acidentam nas 
vias, no entanto com certa regularidade quanto à maneira do acontecimento. A 
classificação dos tipos de acidente segue a NBR 10.697 de junho de 1.980 da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, conforme a seguir: 
2.5.1 Colisão 
Acidente em que há impacto entre veículos em movimento, podendo ser dividida 
em: 
2.5.1.1 Colisão lateral 
 Impacto lateral entre veículos que transitam na mesma via, podendo ser 
no mesmo sentido ou em sentido opostos. 
 
 
12 
 
 
 
2.5.1.2 Colisão transversal 
Impacto entre veículos que transitam em direções ortogonais ou 
obliquamente (frente de um e lateral de outro). 
 
 
2.5.1.3 Colisão traseira 
Impacto de veículos que trafegam no mesmo sentido na mesma via, tendo 
um dos veículos atingindo de frente a parte traseira do outro veículo. 
 
 
 
2.5.1.4 Colisão frontal 
Impacto entre veículos que transitam na mesma via, em sentidos opostos. 
13 
 
 
 
 
2.5.2 Choque 
Impacto de um veículo em movimento contra qualquer obstáculo fixo 
(postes, árvores, muros ou até outro veículo que esteja parado ou estacionado). 
 
 
2.5.3 Tombamento 
 Acidente em que um dos veículos tomba sobre uma de suas laterais 
imobilizando-se 
 
14 
 
 
 
2.5.4 Capotamento 
Acidente em que o veículo gira em torno de si mesmo, em qualquer 
sentido, chegando a ficar com as rodas para cima, mesmo que 
momentaneamente, se imobilizando em qualquer posição. 
 
 
2.5.5 Atropelamento 
Acidentes em que pedestres ou animais impactam ou sofrem impactos de 
veículo motorizada estando pelo menos uma das partes em movimento. 
 
 
 
2.6 A RESPONSABILIDADE PENAL NOS CRIMES DE 
TRÂNSITO 
São atividades humanas provocadas por ação ou omissão que se 
amoldam perfeitamente aos tipos previstos no Código de Trânsito Brasileiro. Na 
15 
 
 
esfera penal somente responde o sujeito que tiver causado o resultado com dolo 
ou culpa. 
São previstos diversos crimes como homicídio, lesão corporal, omissão 
de socorro, participar de disputas automobilísticas não autorizadas, conduzir 
veículo com a capacidade psicomotora alterada em razão da influência do uso 
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine a dependência, 
violação da suspensão ou do direito de dirigir, gerar perigo de dano na direção, 
e outros previstos na legislação em vigor. 
 
2.7 A RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTES DE 
TRÂNSITO – NATUREZA JURÍDICA 
Responsabilidade civil significa a obrigação de alguém assumir as 
consequências jurídicas de sua atividade. No trânsito, alguns valores estão em 
jogo como a vida, a integridade material, física e moral, estética do acidentado, 
a produtividade, a capacidade laboral das pessoas envolvidas. 
Se o acidente de trânsito decorre de um ato ilícito, como consequência 
tem que haver uma sanção que visa a restaurar ao lesado o seu patrimônio ou 
compensar danos morais sofridos, ter reparado alguma perda através de 
indenizações. 
A base fundamental para a extração dos elementos necessários à 
responsabilidade está no artigo 186 do Código Civil onde são avaliados a 
conduta humana, o nexo de causalidade e o dano ou prejuízo. 
O artigo 927 do Código Civil diz que aquele que causar dano a outrem fica 
obrigado a repará-lo (teoria da culpa subjetiva). Logo, os acidentes de trânsito 
podem ter repercussão na esfera criminal, na esfera civil ou em ambas as 
esferas. Elas são independentes. 
 
 2.8 DA PRODUÇÃO DE PROVAS 
Dispõe o artigo 212 do Código Civil Brasileiro “artigo 212: Salvo o negócio 
a que se impõe forma especial o fato jurídico pode ser provado mediante: 
16 
 
 
 I – confissão 
II – documento 
III – testemunhas 
IV – presunção 
V – perícia” 
 
Quanto maior o número de acidentes de trânsito, maior serão os números 
de ações na justiça. Quando ocorre, vários são os atores envolvidos a exemplo, 
os condutores dos veículos, a Polícia que lavra a ocorrência, Bombeiros em caso 
de socorro às vítimas, Delegado que lavra o Inquérito, Peritos, Advogados, 
Promotores, Juízes Testemunhas, etc. 
 Mas quem primeiramente chega a um acidente é o policial que toma as 
primeiras providências no local e narra o ocorrido em Boletim de Ocorrência 
Policial e envia para os órgãos competentes sendo via de regra a à Polícia Civil 
que inicia o Inquérito. 
 
2.9 DO LAUDO TÉCNICO PERICIAL 
Um dos pontos fundamentais nas ações judiciais de acidentes de trânsito 
é definir a dinâmica do fato ocorrido e quem deu causa. Nesse mister o laudo 
pericial é imprescindível, pois pode eliminar dúvidas, definir culpados, inocentes, 
enfim, auxiliar no trâmite do inquérito e agilizar as decisões a serem tomadas no 
âmbito forense. 
 O código de processo civil denomina prova pericial o exame e a vistoria. 
Exame é apreciação de alguma coisa por peritos para auxiliar o juiz a formar sua 
convicção. Vistoria é também perícia, restrita, porém a inspeção ocular. Reza 
ainda o artigo 159 do Código de Processo Penal, que na falta de perito oficial, o 
exame será realizado por duas pessoas idôneas portadores de diploma de curso 
superior preferencialmente na área específica. 
17 
 
 
Em caso de infração penal, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local, 
sendo que, se houver vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, 
não podendo suprir a confissão do acusado. Já em acidentes em que há apenas 
danos materiais não há previsão de laudos periciais. 
Mesmo em acidentes com lesões corporais leves e graves não há o 
comparecimento de peritos para avaliar os locais de acidentes e lavrar os 
competentes laudos. Esse fato representa uma grande falha do sistema, pois 
avaliar o grau de uma lesão não é tarefa fácil. 
 
2.10 ETILÔMETRO 
Aparelho que serve para medir a concentração alcoólica em uma pessoa. 
Atualmente não há a obrigatoriedade do condutor em se submeter a um teste de 
alcoolemia quando solicitado pelo agente de trânsito. No entanto, somente o 
exame como prova, é questionável. Então em um eventual acidente de trânsito 
ocorrido em que apenas um dos condutores esteja com um nível de teor alcoólico 
acima do permitido por lei, é suficiente para considerá-lo culpado? 
 
2.11 TACÓGRAFO 
É um registrador instantâneo e inalterável de velocidade e tempo provido 
de disco diagrama sendo obrigatório somente em veículos de transportes 
escolares, de transportes de acima de dez passageiros, de cargas perigosas e 
nos veículos de carga com algumas restrições de acordo com as resoluções do 
CONTRAN. 
Então, não são todos os veículos obrigados a utilizar o tacógrafo, além do 
que, embora proibido, está sujeito a adulteração. Mas podemos questionar se 
em um eventual acidente de tráfego e que o tacógrafo indique uma velocidade 
acima do permitido para aquele trecho da via, é suficiente para considerar o 
condutor culpado? É comum os agentes e autoridades de trânsito, em 
entrevistas aos meios de comunicação indicar o excesso de velocidade 
registrado nos tacógrafos ou o uso de bebidas alcoólicas como sendo causas 
em eventuais acidentes. 
18 
 
 
Seguramente vamos mostrar que por si só, nem sempre esses indícios 
são suficientes para imputar a culpa ao condutor que estava com velocidade 
acima do permitido ou ao condutor que ingeriu bebida antes de fazer uso da 
direção. 
Os conhecimentos físicos aplicados em conhecer a dinâmica dos 
acidentes de trânsitos são de relevância, devendo fazer parte da física forense 
que tem como objetivo somar aos conjuntos probatórios de dados técnicos os 
quais vão dar suporte para decisões justas por partesdos magistrados. 
 
2.12 ACIDENTES DE TRÂNSITO - CLASSIFICAÇÃO: 
2.12.1 Acidente somente com danos materiais 
 
Nesse tipo de acidente, como o próprio nome especifica, não há vítimas 
com lesões. Pode ser entre veículos ou entre veículo e um obstáculo (postes, 
muros, saídas de pista etc). Se não houver um acordo nesse tipo de acidente, a 
demanda pode ter que ser decidida na justiça pelo condutor que se achar 
prejudicado por eventual erro do outro condutor, pela sinalização inadequada e 
outros. 
 
2.12.2 Acidentes com vítimas 
Quando os acidentes resultam em vítimas. Classificamos os acidentes 
com vítimas de acordo com as lesões sofridas: 
2.12.2.1 Acidentes em que há vítimas com lesões leves: 
 
De acordo com o Código Penal em seu artigo 129, as lesões leves são 
estabelecidas por exclusão, uma vez que o citado artigo trata apenas dos 
agravantes. Em geral são equimoses, escoriações ou feridas. 
19 
 
 
2.12.2.2 Acidentes em que há vítimas com lesões graves ou 
gravíssimas 
São os acidentes que resultem em: 
I – Incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias, 
II – Perigo de vida (como feridas penetrantes no tórax, hemorragias 
abundantes, fraturas no crânio e coluna), 
III – Debilidade permanente de membro sentido ou função, 
IV – Aceleração de parto, 
V – Incapacidade permanente para o trabalho, 
VI – Perda ou inutilização de membro sentido ou função, 
VII – Deformidade permanente, 
VIII – Aborto 
 
2.12.2.3 Acidentes com vítima fatal: 
 Aquele acidente em que ocorre a morte de pessoas no local. 
 
2.13 AÇÕES CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA 
O arcabouço jurídico brasileiro é bem objetivo e dependendo da natureza 
do acidente de trânsito pode desencadear as seguintes ações: 
 
2.13.1 Ação administrativa 
Sanções previstas no Código de Trânsito Brasileiro – CTB. As infrações 
administrativas e as penalidades estão previstas nos artigos 161 ao 268. 
 
2.13.2 Ação cível 
Ação cujo objetivo é minorar eventuais danos causados. Obriga o 
responsável a indenizar a parte prejudicada, estando presente nesse âmbito, 
20 
 
 
motoristas, setores da indústria automobilísticos, empregadores, órgãos 
responsáveis pelas vias, seguradoras, dentre outros. Enfim, para comprovar a 
culpa basta o nexo causal entre a pessoa (física ou jurídica) e o dano para então 
surgir a responsabilidade de indenizar. Via de regra, o valor da indenização é 
medido pela gravidade do dano efetivo. 
 
2.13.3 Ação penal 
Trata de ação penal por crimes cometidos no trânsito. Além do Código 
Penal, no Código de Trânsito Brasileiro os crimes de trânsito encontram-se 
tipificados nos artigos 291 ao 312. 
 
2.14 A velocidade como causa de acidentes 
A velocidade sob o ponto de vista físico pode ser examinada quantitativa 
e qualitativamente sob o aspecto de excessiva ou inadequada para determinado 
local. O objetivo do legislador em assuntos de trânsito, ao fixar limites de 
velocidades veiculares é a segurança do trânsito em todo momento. 
Geralmente a primeira concepção em um acidente é de que o excesso de 
velocidade seja a causa do evento. Outro fator que conduz a essa análise são 
os estados de deformações dos veículos colidentes. É errônea essa impressão 
sem antes analisar a dinâmica do evento. 
Atualmente os veículos são projetados para, mesmo em baixa energia, 
apresentarem grandes deformações, uma vez que quanto mais energia for 
absorvida pelos danos, menos energia sobrará para ser absorvida pelos 
ocupantes. O excesso de velocidade ou a velocidade inadequada será causa se 
esta for fator determinante para a ocorrência do evento. 
 
2.15 – Causas determinantes 
Uma das circunstâncias essenciais para se responsabilizar alguém é 
estabelecer o nexo de causalidade e o fato ilícito ocorrido. Nesse caso a conduta 
humana é o componente primário de todo ato ocorrido. Conhecer a dinâmica do 
21 
 
 
acidente, como ele ocorreu, para se estabelecer a causa determinante. Não é 
tarefa fácil. Muitos são os elementos envolvidos. 
Há causas de difícil comprovação pela ausência de vestígios como 
sonolências, perda de atenção, efeitos de remédios, stress. Há os fatores 
relacionados ao meio, como falhas do sistema viário que levam o condutor ao 
erro, fatores ligados a falha mecânica imprevisível e o ser humano quanto ao seu 
comportamento. 
O acidente de trânsito é um acontecimento complexo e na teoria da causa 
para buscar-se a solução é necessário entender o fato como um conjunto de 
fatores que contribuíram para o evento. 
 
3. PERÍCIAS DE VEÍCULOS 
Envolve os exames realizados em aeronaves, embarcações e veículos 
terrestres, quando se questiona sobre sua função, funcionamento, presença de 
danos, adulterações, modificações, vestígios de material ilícito transportado, 
bem como na determinação do valor de mercado do veículo, de suas partes ou 
peças. 
1 -Exame de Aeronave - Exames em aeronaves que são focados nos 
aspectos funcionais e operacionais, no estado de conservação, na presença de 
danos, bem como na determinação do valor de mercado da aeronave, de suas 
partes ou peças. Também envolvem exames em busca de adulterações ou 
modificações. 
2 -Exame de Embarcação - Exames em embarcações que são focados 
nos aspectos funcionais e operacionais, no estado de conservação, na presença 
de danos, bem como na determinação do valor de mercado da embarcação, de 
suas partes ou peças. Também envolvem exames em busca de adulterações ou 
modificações. 
3 -Exame de Veículo Terrestre - Exames em veículo automotor terrestre 
que são focados nos aspectos funcionais e operacionais, no estado de 
conservação, na presença de danos, bem como na determinação do valor de 
22 
 
 
mercado do veículo terrestre, de suas partes ou peças. Também envolvem 
exames em busca de adulterações ou modificações. 
4. INVESTIGAÇÃO E LEVANTAMENTO DE LOCAL DE 
ACIDENTE DE TRÂNSITO 
 
O local de acidente de trânsito possui diversas peculiaridades. O 
levantamento dos dados deve ser feito em uma sequência lógica que permita ao 
responsável pelo levantamento criar uma rotina de trabalho, objetivando que o 
levantamento seja feito no menor tempo possível e com melhor qualidade. A 
sequência a seguir é uma sugestão que se deve procurar seguir para que se 
evitem transtornos, aborrecimentos, esquecimentos ou perdas de informações 
durante o levantamento do local. 
 
4.1 ISOLAMENTO E PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE ACIDENTE 
DE TRÂNSITO 
 A equipe pericial, via de regra, chega ao local de acidente de trânsito 
depois que outras equipes policiais já chegaram ao local. Geralmente, a primeira 
a chegar é a Polícia Militar, em seguida equipes do Corpo de Bombeiros ou da 
Defesa Civil, posteriormente a Polícia Civil e por último a equipe da Perícia 
Oficial. 
Nas rodovias federais quem primeiro atende as ocorrências são os 
policiais rodoviários federais. Nessas condições é imprescindível primeiramente 
a preservação do local seguido de um bom isolamento. Preservar é manter o 
estado das coisas conforme foi encontrado. A simples presença da Polícia Civil 
ou Militar em um local de acidente de trânsito não é garantia da preservação do 
local. 
O trânsito de populares, a passagem de veículos, a parada de veículos 
com condutores curiosos na pista prejudica sobremaneira no local de acidente 
de trânsito, deslocando vestígios, apagando outros e criando também falsos 
23 
 
 
vestígios, devido a sobreposição de marcas pneumáticos dos que passam pelo 
local. 
O responsável direto pela preservação do local é a autoridade policial 
(Delegado de Polícia) que deverá estar presente no local para que sejam feitas 
as devidas correções quanto ao isolamento. Antes do isolamento propriamente 
dito a viatura policial deve ser equipada com giroflex, pintada com faixas de tinta 
reflexiva. Deve estar equipada com cones, fitas zebradas, trenas, lanternas, 
inclinômetros e máquinas fotográficaspara efetuar tal trabalho. 
É conveniente também que o agente policial (investigador) esteja 
devidamente identificado no local com colete, portanto faixa reflexiva, indicando 
sua função e sua Delegacia de origem, uma vez que em locais dessa natureza 
há grande concentração de populares e o investigador pode ser confundido com 
aqueles, dificultando a comunicação entre os membros do local de acidente. 
Igualmente o Perito Criminal deve se identificar no local por meio de colete 
apropriado onde conste sua identificação e origem assim como faixas reflexivas. 
O isolamento do local de acidente de trânsito deve ser feito das seguintes 
formas: 
1. Percorra toda a pista para que se possa observar a extensão do 
acidente. O isolamento do local não deve se concentrar apenas na região onde 
os veículos se encontram em inércia. 
 2. Caso se faça necessário posicione ou reposicione os cones de modo 
que a distância destes ao local do acidente permita que os veículos que transitem 
pela pista tenham condições de frear antes do local do acidente ou dele se 
desviar. O procedimento em questão deve ser praxe principalmente no período 
da noite quando as condições de visibilidade diminuem sensivelmente. Nas 
rodovias tal atenção deve ser redobrada, uma vez que os veículos trafegam com 
maior velocidade. Nos locais onde houver um fluxo muito grande de veículos se 
faz necessário pessoal de apoio (Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal ou 
Estadual) para o controle do trânsito evitando-se dessa forma novos acidentes. 
Em nenhum momento podemos nos esquecer que o perito de local concentra a 
24 
 
 
atenção no seu trabalho, o que por certo o deixa de certa forma desprotegido 
diante da possibilidade de novos acidentes em uma mesma via. 
 3. Fragmentos diversos, tais como partes de para-choques, de faróis, de 
latarias, entre outros, devem ser deixados na pista do modo como foram 
encontrados, ou seja, o isolamento deve compreender também os fragmentos 
decorrentes do acidente. 
4. Onde houver grande concentração de populares é aconselhável o uso 
de fitas zebradas para delimitar a área. Também nesses casos a presença de 
pessoal de apoio (PM, PRF e PRE) é de primordial importância, ou seja, os 
policiais militares devem de preferência se manter no local durante os 
levantamentos. 
 5. Nos locais onde existir a possibilidade de se fazer desvio, tal 
procedimento dever ser adotado, pois diminuí o fluxo de veículos pelo local 
aumentando dessa forma a segurança durante o trabalho. 
 6. Importante item de segurança se relaciona às cargas dos veículos. Ao 
se aproximar de locais onde houver cargas voláteis ou inflamáveis a segurança 
deve ser redobrada. O levantamento só deve ter prosseguimento quando todas 
as condições de segurança forem asseguradas, como por exemplo: não se 
aproximar do local com cigarros, evitar inalar substâncias desconhecidas, evitar 
inalar fumaça, não percorrer o trecho do acidente transpondo escombros sem o 
devido calçado, evitar descer ribanceiras sem equipamentos adequados, evitar 
movimentar cargas que se encontram instáveis nos veículos. Quando se fizer 
necessário, deve-se acionar o Corpo de Bombeiros para movimento de cargas 
e proceder a limpeza do local. Tal procedimento é aconselhável também ao final 
dos levantamentos quando os fragmentos, deposição de óleos e combustíveis 
se encontram na pista sem sinalização. 
7. Nos casos onde houver cadáver ou cadáveres, se faz necessário que 
se evite o trânsito de pessoas pelo local. O isolamento deve ser feito de tal modo 
que os populares e curiosos se encontrem o mais distante possível. Nota: Nos 
casos em que houver vítima e que esta tenha sido removida do local, a 
autoridade policial ou investigador deverá indicar a posição em que se 
25 
 
 
encontrava a vítima em relação ao veículo e em relação à via. Importante tópico 
a ser discutido se relaciona à Lei N° 5.970, de 11 de maio de 1973, que exclui 
da aplicação do disposto nos artigos 6º, inciso I, 64 e 169, do Código de Processo 
Penal, os casos de acidente de trânsito, e, dá outras providências:“ Art 1º Em 
caso de acidente de trânsito, a autoridade ou agente policial que primeiro tomar 
conhecimento do fato poderá autorizar, independentemente de exame do local, 
a imediata remoção das pessoas que tenham sofrido lesão, bem como dos 
veículos nele envolvidos, se estiverem no leito da via pública e prejudicarem o 
tráfego. Parágrafo único. Para autorizar a remoção, a autoridade ou agente 
policial lavrará boletim da ocorrência, nele consignado o fato, as testemunhas 
que o presenciaram e todas as demais circunstâncias necessárias ao 
esclarecimento da verdade.” 
 
5. CRITÉRIOS PARA REQUISIÇÃO DE PERÍCIA 
 
Estabelecido o isolamento conforme sequência acima, a autoridade 
policial procederá, caso necessário, a requisição de perícia para o local de 
acidente trânsito seguindo o seguinte critério: 
1. Perícia de Acidentes com vítima fatal. Nos acidentes em que se observa 
a ocorrência de vítima fatal é indiscutível a necessidade da requisição para o 
referido local de acidente de trânsito. 
2. Perícia de Acidentes com vítima - lesão grave. Definir ou determinar se 
uma vítima sofreu lesões graves ou leves não é tarefa das mais fáceis para a 
autoridade policial que se encontra no local de acidente de trânsito, posto que 
tal avaliação de forma regular deve ser feita por um médico. Acrescido das 
condições de tumulto, engarrafamentos e presença de populares e curiosos a 
decisão por acionar a Perícia Criminal Oficial fica apertada, associado ao fato de 
em muitos casos a vítima ter sido socorrida e ter sido levada para o pronto 
atendimento. 
26 
 
 
 Nessas condições, entendemos que a autoridade policial tem como 
ferramenta as informações das condições da vítima pelo pessoal de atendimento 
direto, as informações do Pronto Socorro, associadas ao relato de testemunhas 
no local do acidente e o vulto do acidente de trânsito propriamente. Verificadas 
todas essas informações, que levam a crer que a vítima se encontra em 
condições grave, entendemos que a autoridade policial deve requisitar a perícia 
de trânsito. 
3. Perícia de Acidentes envolvendo veículos viaturas oficiais. Os critérios 
de requisição de perícia onde se encontra envolvida viatura oficial é de 
conformidade a cada Estado, não existindo uma regulamentação geral. 
4. Perícia de danos em veículo, caracterizando apenas crime contra o 
patrimônio. No entanto, caso se constate posteriormente que um local de 
acidente de trânsito, que foi desfeito, produziu vítima fatal ou com lesão grave, a 
autoridade policial então poderá requisitar perícia oficial seguindo os seguintes 
critérios: 
 5. Perícia de danos, constando histórico do veículo e do acidente em 
questão, com quesitos orientando o exame, como por exemplo: - existe 
impregnação de tinta de coloração diversa no veículo objeto de perícia?; - existe 
impregnação de sangue, pelos ou de pele no veículo? Caso exista, identificar 
sua origem, se humano ou animal; - o veículo apresenta danos característicos 
de colisão com outro veículo?; - o veículo apresenta danos característicos de ter 
atropelado corpo flácido?; - efetuar levantamento de impressões papiloscópicas 
nos casos em que o veículo foi encontrado abandonado após um acidente; - 
levantar condições do veículo para se averiguar se este sofreu modificações 
recentes em sua lataria, pintura, vidros e de outros elementos constituintes 
pertinentes. 
Os quesitos sugeridos acima são apenas para nortear as requisições, 
posto que é notório que cada caso de acidente de trânsito oferece um histórico 
e evidentemente deve ser tratado de forma particularizada, ou seja, com quesitos 
que sejam pertinentes ao caso (ocorrência) em questão. Nos casos de acidentes 
de trânsito onde não houver necessidade de perícia oficial no levantamento do 
27 
 
 
local, o boletim de ocorrênciae o relatório final será executado pela autoridade 
policial. 
 
6. VESTÍGIOS NO LOCAL DE ACIDENTE DE 
TRÂNSITO 
 
Os vestígios comumente encontrados em um local de acidente são os 
seguintes: 
Marcas pneumáticas de frenagem: produzidas pelos veículos que se 
encontram com os pneumáticos travados. 
Marcas pneumáticas de derrapagem: produzidas quando o veículo se 
desloca em processo de rodagem, mas em curva, com deslocamento 
transversal, normalmente são mais largas que os pneus e mais escuras. 
Marcas pneumáticas por rolamento: o veículo por movimentação de 
terra, por impressão em terra mole, por deposição de algum material define sua 
trajetória. 
Fragmentos: peças desprendidas dos veículos quando de uma colisão. 
Fricções: quando do contato de peças metálicas retira superficialmente 
pequena camada da superfície pavimentada. 
Sulcagens: quando do contato de peças metálicas retira profundamente 
camada da superfície pavimentada. 
Líquidos: derramamento de óleo, combustível e água na pista. 
Material orgânico: pelo, pele, sangue. 
Destacamos: mais importante que catalogar os vestígios em um local de 
acidente de trânsito é fazer a correlação desses vestígios entre os veículos 
envolvidos, com as vítimas e com a via. Por exemplo, é fundamental definir no 
28 
 
 
local a que veículo pertence determinada frenagem, a que veículo pertence um 
fragmento de farol, ou ainda, qual dos veículos envolvidos em um acidente teve 
contato com este ou aquele obstáculo da via. Por óbvio, tais definições só podem 
ser feitas no local do acidente. 
Não pode um perito a partir de fotografias ou a partir de lembranças do 
local fazer ilações quanto à dinâmica de um acidente se não tem elementos 
comprobatórios para tal. O princípio físico da ação e da reação pode ser aqui 
utilizado para lembrar que aquele que toca também é tocado, e que a busca por 
vestígios em local de acidente de trânsito deve ser feita norteada por esse 
princípio. 
Sítio de colisão: Dentro desse conjunto de vestígios que podemos 
encontrar em um local de acidente de trânsito necessariamente devemos 
destacar o sítio de colisão. Consiste o sítio de colisão em área na pista de 
rolamento, ou mesmo fora dela, onde ocorreu o contato ou impacto entre dois 
veículos ou entre um veículo e um ou mais pedestres. 
O sitio de colisão é um vestígio secundário, ou seja, a sua determinação 
é feita a partir de outros vestígios. A área onde se constata desvio abrupto de 
marcas de frenagem, áreas onde se observa superposição de marcas de 
frenagem, presença de marcas de fricção e sulcagens concentradas juntamente 
com marca de frenagem possuem elementos que auxiliam na determinação de 
um sítio de colisão. 
Desaconselhamos o uso do termo ponto de colisão, uma vez que 
entendemos ser impossível demarcar na pista o exato ponto onde houve uma 
colisão, sendo então a nomenclatura sítio de colisão como sendo a mais 
adequada, por tratar a região como sendo uma área onde houve a colisão. 
Podendo ainda ser demarcada na pista uma área de colisão com seu respectivo 
ponto central. 
 
 
 
29 
 
 
7. LEVANTAMENTO DO LOCAL DE ACIDENTE 
DE TRÂNSITO 
 
O levantamento do local de acidente pode ser dividido em 03 fases: sendo 
a primeira o levantamento de dados da via, da posição dos veículos e elementos 
relacionados com o acidente em questão; a segunda fase corresponde ao 
levantamento de dados dos veículos e a terceira e última fase corresponde ao 
levantamento de dados dos condutores e proprietários dos veículos com a 
respectiva oitiva das versões de cada envolvido, se for possível. 
Fase 1 do levantamento - Percorrido todo o local onde ocorreu o 
acidente, após o devido isolamento, após a verificação da necessidade de 
requisição de perícia para o local, inicie o levantamento fazendo um croqui do 
local, que deve ser feito seguindo os seguintes procedimentos: 
-Anote data (com dia da semana) e hora do acontecido, preferencialmente 
das que são indicadas até 24 horas; por exemplo 18h30min, invés de 06h30min 
da noite. 
-Faça um esboço das vias, procurando ocupar a folha de levantamento de 
modo a abranger todo o local. Noções de proporções são fundamentais nesses 
esboços. 
- Posicione os veículos envolvidos no croqui conforme sua posição de 
repouso final, dando nomes para os mesmos, como por exemplo V1- Corsa/GM 
ou V2-Titan/Honda. 
- Represente no croqui o nome das vias com suas respectivas larguras; 
indique o sentido (bairro ou outra via) para onde vai cada via. 
 -Indique o sentido de deslocamento regulamentar da via com setas 
demonstrando se as vias são de mão-dupla ou mão-única e as placas de 
sinalização, caso existam no local e a sinalização horizontal existente. 
30 
 
 
- Represente as marcas de frenagem ou de derrapagem, as marcas de 
fricção, de sulcagem, o posicionamento dos fragmentos e manchas de óleo, com 
seus respectivos comprimentos. 
-Escolha dois referenciais de medida de modo que estes sejam 
perpendiculares entre si. Use como referenciais de medida as guias (meio-fio) 
das vias ou construções como muros ou prédios onde se possa referenciar o 
local onde ocorreu o acidente. 
- Faça então as medidas necessárias para localizar os veículos, sempre 
em função dos referenciais de medida adotados. No caso de veículos de médio 
e grande porte faça as medidas nas angulares dos mesmos, preferencialmente 
use no mínimo duas angulares de cada veículo. No caso das motocicletas, 
motonetas, ciclomotores e também nas bicicletas faça as medidas pelo eixo das 
rodas das mesmas. 
 - Indique no seu levantamento condições do tempo: seco ou chuvoso; 
 - As condições da pista: plana ou inclinada (indique a direção do declive); 
o traçado da pista: curva ou reta; os obstáculos na via: obras sem sinalização 
por exemplo; tipo de pavimentação: asfalto, concreto ou terra; condições da 
pista: se bem conservada ou mal conservada e a existência de acidentes 
topográficos tais como buracos ou taludes nas laterais. 
- Jamais confie plenamente em equipamentos fotográficos analógicos ou 
digitais, uma vez que tanto as fotografias digitais como as comuns podem se 
perder. A documentação do local deve ser feita de modo que o perito não fique 
dependente de um dado que só se poderia ser conseguido por uma fotografia. 
Portanto, estando no local faça a escrituração dos dados, ainda que isso tome 
tempo. Vide a sequência a seguir, que descreve procedimento para se fazer 
croqui de local de acidente de trânsito. 
Fase 2 do levantamento- Corresponde ao levantamento de dados de 
cada veículo: 
31 
 
 
- Quanto à documentação e identificação: n° de placa, cor, ano/modelo, 
chassi, Renavam, tipo de veículo (vide item da classificação geral dos veículos) 
e proprietário. 
- Quanto às condições do veículo: sistema de freios, câmbio, 
equipamentos de segurança (cinto de segurança, extintor de incêndio), 
condições de pneus, sinalização funcionamento das lanternas, funcionamento 
dos faróis, funcionamento de limpadores de para-brisa, presença ou ausência de 
espelhos retrovisores, entre outros. 
- Quanto às sedes de impacto e avarias no veículo: deve-se fazer constar 
além das condições gerais do veículo, a região sede de impacto onde o veículo 
tenha sofrido o contacto com outro veículo. Neste exemplo o veículo tem sede 
de impacto na região lateral direita anterior, compreendendo avarias no 
paralama anterior direito, no farol direito, na suspensão anterior direita, entre 
outros. Importante item é a definição do sentido da aplicação da força que 
provocou os danos, que deve ser indicado conforme as avarias. 
Havendo mais de uma sede de impacto em um mesmo veículo, estas 
devem ser enumeradas, de modo que se conheça a sequência provável em que 
aconteceram. Essa definição é possível quando se observam quais os materiais 
(resíduos) que ficaram impregnados na sede de impacto, tais como impregnação 
da pinturado outro veículo marcas pneumáticas, impregnação de asfalto ou de 
alvenaria por exemplo. 
Fragmentos de peles, sangue, pelos e tecido devem ser coletados, sendo 
necessária a devida documentação do setor do veículo em que foi coletado 
(tanto no exterior como no interior) e o respectivo envio ao Laboratório Forense 
para os devidos exames. O interior do veículo também deve ser averiguado. 
Sedes de impacto no interior do veículo, tais como deslocamento e 
quebramentos de painéis, quebramento de para-brisas, deslocamentos de 
bancos devem ser devidamente examinados, informando a área de impacto e a 
devida aplicação de força com sua direção e seu sentido. 
Fase 3 do levantamento- A terceira e última fase corresponde ao 
levantamento de dados dos condutores e proprietários dos veículos com a 
32 
 
 
respectiva oitiva das versões de cada envolvido, onde se pode verificar a versão 
de cada um, sendo esta fase investigativa e pertinente aos padrões de 
procedimentos da polícia civil. O perito de local ao ouvir as versões de cada 
envolvido, deve fazê-lo no local e na presença de ambos, ainda que as versões 
sejam contrárias entre si. 
Embora seja comum o interesse das partes em se fazerem ouvidas, não 
devemos nos esquecer que o estudo e a dinâmica do acidente de trânsito deve 
ser feito baseado nos vestígios levantados no local, servindo o relato dos 
envolvidos apenas como um norteador do entendimento do acidente quando 
este se mostrar de difícil compreensão ou quando houver exiguidade de 
vestígios. 
Preservação de local de acidente de tráfego em caso de acidente sem 
vítimas e com testemunhas do ocorrido, as partes envolvidas devem deslocar os 
veículos para não obstruir a passagem dos outros carros. Se o acidente foi 
simples, como uma colisão de um carro na traseira do outro, caso este em que 
a jurisprudência entende que é presumida a culpa do condutor do veículo que 
bateu na traseira do outro (salvo prova em contrário), então é dever dos 
envolvidos deslocarem os carros para não bloquear o trânsito, sob pena, 
inclusive, de infração e aplicação de multa pelo agente da autoridade de trânsito 
(Art. 178 do CTB). 
Entretanto, se o acidente for mais complexo e houver divergência entre 
os envolvidos sobre quem foi o responsável pela colisão, ou houver vítimas, os 
condutores e envolvidos devem aguardar os agentes de trânsito, peritos, e 
socorristas, se for o caso (Art. 176 do CTB). LEI NO 6.174, DE 09 DE 
DEZEMBRO DE 1974 Art.1º da Lei no 6.174 Dispõe sobre a aplicação do 
disposto nos artigos 12, alínea a, e 339 do Código de Processo Penal Militar. 
“Nos casos de acidente de trânsito, não impede que a autoridade ou agente 
policial possa autorizar, independente de exame de local, a imediata remoção 
das vítimas, como dos veículos envolvidos nele, se estiverem no leito da via. 
Parágrafo único. “A autoridade ou agente policial que autorizar a remoção 
facultada neste artigo lavrará boletim, no qual registrará a ocorrência com todas 
as circunstâncias necessárias à apuração de responsabilidades, e arrolará as 
33 
 
 
testemunhas que a presenciaram, se houver.” LEI Nº 5.970 - DE 11 DE 
DEZEMBRO DE 1973. 
 Art. 1º Em caso de acidente de trânsito, a autoridade ou agente policial 
que primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar, independentemente 
de exame do local, a imediata remoção das pessoas que tenham sofrido lesão, 
bem como dos veículos nele envolvidos, se estiverem no leito da via pública e 
prejudicarem o tráfego. Parágrafo único. Para autorizar a remoção, a autoridade 
ou agente policial lavrará boletim da ocorrência, nele consignado o fato, as 
testemunhas que o presenciaram e todas as demais circunstâncias necessárias 
ao esclarecimento da verdade. 
Esse dispositivo tem prejudicado sobremaneira os exames perícias em 
locais de acidente de tráfego, uma vez que a exceção virou regra. 
Conceitos Trânsito: é a utilização das vias por pessoas, veículos e 
animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, 
parada, estacionamento e operação de carga ou descarga. 
Tráfego: é o movimento de pedestres, veículos ou animais sobre vias 
terrestres, considerando quanto a cada unidade de per si, isto é, a dinâmica do 
deslocamento físico de pessoas, animais e veículos no seu aspecto individual. 
Acidente de tráfego: é o incidente involuntário do qual participam, pelo 
menos, um veículo em movimento; pedestres e obstáculos fixos, isolados ou 
conjuntamente, ocorridos numa via terrestre, resultando danos ao patrimônio, 
lesões físicas ou morte. 
 Via: superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, 
compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central. São 
vias terrestres urbanas ou rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, os 
caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que tenham seu uso 
regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas. 
Pista: corresponde à parte da via normalmente utilizada para a circulação 
de veículos, possuindo elementos separadores (linha de bordo nas rodovias por 
34 
 
 
exemplo) ou Acidente de tráfego por diferença de nível em relação às calçadas, 
canteiros ou ilhas (meio fio por exemplo), assim chamada de pista de rolamento. 
Faixa de trânsito: cada um dos trechos carroçáveis de uma pista de 
rolamento. 
Unidade de tráfego: são assim considerados todos os veículos 
automotores (caminhões, automóveis, motocicletas, ônibus), os de tração animal 
(carroças), os de tração ou propulsão humana (bicicletas), pedestres, animais de 
porte arrebanhados ou montados. 
Perícia em local de acidente de tráfego: Podemos dizer, de maneira bem 
simplista, que a perícia, em locais de acidentes de tráfego, significa registrar os 
veículos, destroçados, as posições, as situações, a natureza das avarias, as 
condições operacionais dos veículos, suas posições de imobilizações, os 
cadáveres, se houver, as manchas em geral, os vestígios de solo (as marcas de 
derrapagem, frenagem e outras deixadas no pavimento), os demais elementos 
que podem se desprender das carrocerias, o estado do solo, as sinalizações etc.; 
e a partir da complexidade de todos os elementos levantados, processá-los, e 
através de dedução e indução lógicas, fazer a recomposição do evento, e contar 
através da dinâmica o modo como ocorreu o evento, bem como, formular juízo 
técnico de valor confiável. 
O levantamento de local de acidente de trânsito para posterior redação do 
laudo pericial efetuado por perito é instrumento imprescindível nos processos 
judiciais envolvendo ocorrências dessa natureza, uma vez que a partir do 
trabalho inicial de levantamento é que resultará a definição da causa 
determinante para um acidente 
Limite da via- Cabe ao perito responsável pelo levantamento um cuidado 
especial no uso dos termos técnicos referentes a esse tão importante 
procedimento, para que nos laudos periciais se evite ambiguidade de termos, 
termos inexistentes ou até mesmo ausência de dados que possam ser ignorados 
por não se conhecer a maneira adequada de se relatar . 
35 
 
 
Classificação geral dos acidentes de tráfego: Os acidentes de tráfego, 
segundo Ranvier Feitosa Aragão, são divididos em: 
Acidente Simples: quando envolve somente uma unidade de tráfego. 
Temos como exemplo de acidente simples o abandono do veículo de uma artéria 
e se choca contra um obstáculo fixo. 
Acidente Múltiplo: quando envolve duas ou mais unidades de tráfego. 
Temos como exemplo de acidente múltiplo as colisões, os abalroamentos e 
atropelamentos. 
Acidente sem contato: ocorre quando uma unidade de tráfego contribui 
para o acidente, contudo não interage plenamente com a outra, ou seja, não 
entra em contato físico. 
Tipos de acidentes de tráfego. Pode-se tipificar os acidentes da seguinte 
forma: 
• colisão: é o embate entre dois ou mais veículo em movimento. Os 
acidentes envolvendo ciclistasdevem ser tratados como colisão entre veículos 
caso o condutor da bicicleta esteja montado na bicicleta. Caso a pessoa 
envolvida no acidente esteja apenas empurrando a bicicleta, o acidente deve ser 
tratado como atropelamento; 
• abalroamento: é o embate de veículo em movimento contra outro que se 
encontra parado; 
• choque: é o embate de um veículo contra um obstáculo fixo como poste, 
árvore, muro, parede ou guarda-corpo; 
• atropelamento: ocorre quando um veículo (automóveis, motocicletas e 
caminhões) colide contra pessoas ou animais (semoventes, cães, etc); 
• capotamento: evento no qual o veículo, por causas as mais diversas, 
gira em torno de seu eixo vertical e, na fase final de imobilização, apresenta-se 
apoiado sobre a sua cobertura, com as rodas voltadas para cima; 
36 
 
 
• tombamento: evento no qual o veículo, por causas as mais diversas, gira 
em torno de seu eixo vertical e, na fase final de imobilização, apresenta-se 
apoiado sobre uma das laterais; 
• precipitação: queda livre de um veículo por ação da gravidade e que 
ocorre por causas as mais diversas, como perda de direção, manobra brusca, 
etc.; 
• colisão em cadeia: conhecida também como colisão sucessiva ou 
tamponamento, ocorre quando um veículo embate na traseira de outro que 
segue imediatamente a sua frente e este, esbarra no outro que também está à 
sua frente, e assim sucessivamente. Pode envolver várias unidades de tráfego; 
• mista: conjugação de dois ou mais tipos de eventos em um mesmo 
acidente. Evidentemente que um acidente na maioria das vezes ocorre de forma 
complexa, podendo dentro de um mesmo acidente ocorrer diversas formas de 
colisões e de embates em uma sequência de fatos que cabe ao perito de local 
informar em uma sugestão de dinâmica provável. 
Designação das interações veiculares 
As interações veiculares recebem designações especiais, úteis na 
descrição dos acidentes. Assim sendo, o choque, o abalroamento e a colisão 
podem ser melhor definidas com a adução da seguinte terminologia. 
 
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8. CONCLUSÃO 
O levantamento de dados e coleta de vestígios de um local de acidente 
de trânsito é de suma importância para o perfeito entendimento das condições 
em que ocorreu um acidente. 
A investigação do local de acidente de trânsito para posterior redação do 
laudo pericial efetuado por perito é instrumento imprescindível nos processos 
judiciais envolvendo ocorrências dessa natureza, uma vez que a partir do 
trabalho inicial de levantamento é que resultará a definição da causa 
determinante para um acidente. 
Cabe ao perito responsável pelo levantamento um cuidado especial no 
uso dos termos técnicos referentes a esse tão importante procedimento, para 
que nos laudos periciais se evite ambiguidade de termos, termos inexistentes ou 
até mesmo ausência de dados que possam ser ignorados por não se conhecer 
a maneira adequada de se relatar. 
 O presente material tem como objetivo instruir ou servir de roteiro para 
levantamento de locais de acidente de trânsito. 
 
 
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