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E-BOOK
Os melhores repertórios
para você escrever
sobre qualquer tema de
redação do ENEM! 
PARA 2022
97 REDAÇÕES
MODELO ENEM
 
LISTA DE TEMAS QUE O PROFINHO FEZ PRA VOCÊ 
01. Conscientização dos jovens para a prevenção do consumismo 
02. Democratização do acesso ao Ensino Superior no Brasil 
03. Garantia da dignidade do trabalhador doméstico no Brasil 
04. O papel da família na formação afetiva de crianças em questão no Brasil 
05. Os impactos da desigualdade no acesso à internet para o sistema educacional brasileiro 
06. Os desafios da implementação do ensino domiciliar no Brasil 
07. A importância do aleitamento materno na primeira infância 
08. A importância do letramento digital na Terceira Idade 
09. A importância do uso da tecnologia no combate à criminalidade 
10. Alternativas para combater a pobreza menstrual entre mulheres de baixa renda no Brasil 
11. Alternativas para combater os crimes cibernéticos na sociedade brasileira 
12. Alternativas para prevenir a violência doméstica contra crianças no Brasil 
13. Alternativas para prevenir a violência no ambiente escolar 
14. Alternativas para promover o acesso igualitário à prática de atividades físicas 
15. Alternativas para diminuir os impactos do lixo eletrônico no Brasil 
16. Formas de combater o tráfico de pessoas no Brasil 
17. Meios para garantir a aposentadoria no Brasil 
18. O problema da dependência química no Brasil contemporâneo 
19. O problema da prática de perseguição sistemática na internet em questão no Brasil 
20. O problema da violência durante o parto 
21. Os desafios da alfabetização de crianças indígenas no Brasil 
22. Os desafios da educação financeira para a sociedade brasileira 
23. Os desafios das políticas de moradia no Brasil 
24. Os desafios do acesso à cultura no Brasil 
25. Os desafios do combate à evasão escolar no Brasil 
 
26. Os desafios do combate ao assédio moral no serviço público 
27. Os desafios do combate à obesidade infantil no Brasil 
28. A importância da prevenção ao suicídio no Brasil 
29. A importância da redução do consumo de plástico pelo brasileiro 
30. Como combater os crimes de pedofilia no Brasil? 
31. A importância da leitura na infância 
32. Os desafios do combate ao tabagismo entre os brasileiros 
33. Os desafios do ensino a distância no Brasil 
34. A contribuição da música para o aprendizado dos estudantes brasileiros 
35. Os obstáculos da inclusão do autista no Brasil 
36. O problema do consumo excessivo de açúcar pelo brasileiro 
37. A importância das campanhas de vacinação no Brasil 
38. O problema da alienação parental no Brasil 
39. O poder de transformação social do esporte no Brasil 
40. Caminhos para combater a depressão entre os brasileiros 
41. HIV: um desafio para a saúde pública e para a sociedade 
42. Os obstáculos para a doação de sangue no Brasil 
43. O papel da família na educação de crianças e de adolescentes no Brasil 
44. A importância do trabalho voluntário em momentos de crise 
45. O problema da ansiedade entre os jovens 
46. Alternativas para combater a pirataria entre os brasileiros 
47. O advento das informações falsas no Brasil contemporâneo 
48. Os desafios da gestão do lixo no Brasil 
49. Os desafios dos brasileiros na luta contra o câncer 
50. O histórico desafio do respeito às leis pela população brasileira 
51. O problema do esgotamento profissional em questão no Brasil 
 
52. As dificuldades da inclusão do idoso no mercado de trabalho em questão no Brasil 
53. Os desafios para os profissionais das futuras gerações em questão no Brasil 
54. Caminhos para garantir a alfabetização na primeira infância 
55. O problema da cultura do cancelamento e da hostilidade nas redes sociais 
56. O desafio da inclusão às pessoas com deficiência no Brasil contemporâneo 
57. Por que o preconceito linguístico é um paradoxo no Brasil? 
58. O problema do "bullying" nas escolas brasileiras 
59. Os desafios do deslocamento nas cidades em questão no Brasil 
60. A importância do combate aos maus-tratos aos animais 
61. O problema do desperdício de comida entre os brasileiros 
62. Crianças em situação de rua como combater esse problema no Brasil 
63. Efeitos sociais da gravidez na adolescência em questão no Brasil 
64. O brasileiro valoriza a construção da saúde coletiva 
65. O drama do desaparecimento de crianças no Brasil 
66. O problema da superexposição de crianças e de adolescentes nas redes sociais 
67. O problema da violência contra os idosos 
68. Doação de órgãos: a importância dessa prática solidária 
69. O problema da violência urbana em questão no Brasil. 
70. O papel da tecnologia na formação educacional do brasileiro 
71. A importância da prática de atividades físicas para a saúde dos brasileiros 
72. O que o Brasil precisa aprender para lidar com o novo Coronavírus 
73. O problema da automedicação entre os brasileiros 
74. A importância da cultura do autocuidado entre os brasileiros 
75. A questão do porte de armas em discussão no Brasil 
76. A construção da responsabilidade socioambiental no brasileiro 
77. A crise do sistema carcerário em questão no Brasil contemporâneo 
 
78. A distribuição agrária em questão no Brasil do século XXI 
79. A importância do desenvolvimento do civismo e da ética na sociedade 
80. A importância da valorização do patriotismo pelos jovens brasileiros 
81. A importância do respeito à diversidade de gênero no Brasil 
82. A representatividade da mulher no esporte em discussão no Brasil 
83. As causas e as consequências da poluição no Brasil 
84. Como alcançar o desenvolvimento de que o Brasil precisa 
85. Desemprego um problema histórico com reflexos na contemporaneidade 
86. O desafio da aceitação à diversidade familiar no Brasil 
87. O papel social do ensino médio no Brasil contemporâneo 
88. O problema da exclusão digital da terceira idade em discussão na sociedade brasileira 
89. Os desafios da ciência brasileira no século XXI 
90. Os desafios do envelhecimento populacional para a sociedade brasileira 
91. Os desafios para a inclusão digital do idoso em questão no Brasil 
92. Os limites do uso da tecnologia pelas crianças 
93. Violência nos estádios brasileiros como superar essa triste realidade 
94. Os limites da liberdade de expressão entre os brasileiros 
95. O problema da crise hídrica em questão no Brasil 
96. Os desafios do acesso igualitário ao saneamento básico 
97. A redução da maioridade penal em questão no Brasil 
 
 
 
1 
TEMA - Conscientização dos jovens para a prevenção do consumismo 
 
No contexto da Revolução Industrial, o conceito de Sociedade de 
Consumo nasceu para explicar um fenômeno comum na contemporaneidade: 
em vez de comprar para viver, os indivíduos vivem para consumir. Nesse 
sentido, o problema apontado no século XIX representa um comportamento 
nocivo e aflige sobretudo a juventude brasileira. Com efeito, a solução do 
problema pressupõe que se combata a forte influência midiática e a inércia 
estatal no ensino da inteligência emocional para prevenir consumismo. 
Diante desse cenário, a manipulação da mídia motiva o consumismo do 
jovem. A esse respeito, Theodor Adorno – expoente filósofo alemão – 
desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, segundo o qual os veículos 
midiáticos buscam influenciar o comportamento do público alvo, de forma 
constante e reiterada. Todavia, substancial parcela da juventude se mostra 
incapaz de perceber e de prevenir a influência denunciada por Adorno, que 
ocorre diariamente em todos os veículos de telecomunicação. Assim, 
enquanto não houver senso crítico diante de um comercial de TV, o 
comportamento compulsivo de rapazes e de moças para o consumo será a 
regra. 
Ademais, o filósofo francês Guy Debord, em seu conceito Sociedade 
do Espetáculo, aponta que as relações sociais contemporâneas influenciam a 
população a viver um falso padrão de vida plena e perfeita. Todavia, o Poder 
Público brasileiro, em vez de conscientizar os jovens para o consumo,permanece inoperante e se torna conivente com o problema criticado por 
Debord. Inclusive, a carência de políticas públicas para desenvolver, na 
juventude, um comportamento de compra inteligente e maduro evidencia que 
o Estado se preocupa mais com os impostos arrecados pelo consumismo do 
que com a dignidade do jovem. Desse modo, se a omissão estatal se mantiver, 
o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para o 
jovem: a compra compulsiva. 
É urgente, portanto, que as escolas – responsáveis pela transformação 
social – ensinem rapazes e moças a ter senso crítico diante da persuasão 
midiática para o consumo, por meio de projetos pedagógicos, como palestras 
e ações comunitárias, capazes de orientar essa população a comprar com 
responsabilidade. Essa iniciativa terá a finalidade de romper a inércia do 
Estado na construção da inteligência para o consumo do jovem e de garantir 
que a Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord, deixe de ser, em breve, uma 
realidade no Brasil. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
TEMA – Democratização do acesso ao Ensino Superior no Brasil 
 
Em 1808, Dom João VI trouxe o embrião da formação acadêmica para 
o Brasil: a faculdade de medicina da Bahia, com o intuito de atender às 
necessidades da minoria nobre que se alocava no país. Nesse sentido, o 
Ensino Superior, que começou restrito à nobreza, ainda se mantém como um 
privilégio, já que não há democratização do acesso às universidades na nação 
tupiniquim. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata 
não apenas a invisibilidade dos estudantes carentes, mas também a 
desigualdade social decorrente dessa exclusão. 
Diante desse cenário, durante o período do governo de Fernando 
Henrique Cardoso, em 1998, foi criado o Exame Nacional do Ensino Médio, 
cujo foco, anos depois, seria garantir que todos os alunos da formação básica 
tivessem acesso à faculdade. Todavia, é uma utopia considerar que os 
estudantes contemporâneos tenham justo acesso às vagas das universidades, 
já que o ensino básico se mostra precário: as escolas carecem de professores, 
de estrutura adequada e de qualidade efetiva de aulas. Assim, enquanto a falta 
da capacitação educacional de base for a regra, as faculdades continuarão 
sendo um direito restrito às classes dominantes, tal como ocorria no governo 
FHC – e ainda ocorre. 
Ademais, a falta de acesso às academias superiores de ensino 
potencializa a desigualdade social. Sobre isso, a Organização das Nações 
Unidas desenvolveu um IDH – índice que afere o desenvolvimento humano 
dos indivíduos – e considerou que a educação e a renda são determinantes 
para a vida digna. Ocorre que, ao ser excluído do Ensino Superior, o estudante 
será subjugado a um círculo vicioso de escassez: com menos oportunidades 
de emprego, sua vida estará subjugada à carência ainda mais profunda de 
recursos. Desse modo, a formação acadêmica poderá interromper esse círculo 
cruel, mas ainda há abismos sociais que separam os alunos de baixa renda do 
sonho de cursar a faculdade. 
Portanto, o Ministério da Educação deve melhorar a educação básica e 
a formação dos alunos em idade de vestibular, por meio de projetos 
pedagógicos, a exemplo de oficinas pré-vestibulares comunitárias e aulas 
gratuitas capazes de capacitar os alunos de baixa renda a acessar o Ensino 
Superior. Essa iniciativa terá a finalidade de ampliar as oportunidades dos 
estudantes carentes e de interromper o círculo vicioso de escassez. Assim, 
diferentemente do que ocorria na época de Dom João XVI, o acesso à 
universidade passará a ser, de fato, um direito de todos e não mais um 
privilégio da nobreza. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
3 
TEMA - Garantia da dignidade do trabalhador doméstico no Brasil 
 
Em abril de 2022, a mídia brasileira trouxe luz a casos de empregadas 
domésticas que viviam há anos em regime exploratório constante, o que se 
enquadrou como trabalho análogo à escravidão. Sob essa lógica, as tristes 
histórias reveladas na TV representam grave problema e simbolizam que a 
falta da dignidade no trabalhador do lar ainda é uma realidade cruel, mas 
comum. Com efeito, a solução do problema passa pelo combate não só da 
subserviência humana, bem como da omissão estatal na garantia de direitos 
trabalhistas. 
Diante desse cenário, a exploração desumana de mão de obra 
representa grave retrocesso. Nesse sentido, o Período Colonial – importante 
fase de construção do comportamento do brasileiro – foi marcado pela 
submissão do negro, sobretudo das mulheres, ao serviço doméstico sem 
qualquer garantia de dignidade. Essa cruel exploração ainda se mantém nos 
lares brasileiros, já que muitos empregados domésticos, cuja maioria é 
mulher negra tal como era no século XVI, ainda são invisibilizados e privados 
de direitos trabalhistas, a exemplo do controle de jornada. Não é razoável 
que, mesmo 500 anos depois, a sociedade ainda conviva com a realidade 
arcaica típica do descobrimento do Brasil. 
Ademais, Getúlio Vargas – conhecido como pai dos pobres – 
promulgou a CLT: legislação garantidora de importantes direitos 
trabalhistas. Ocorre que, a garantia conquistada desde a Era Vargas ainda 
não se entende efetivamente aos colaboradores do lar, já que muitos ainda 
não são remunerados por suas horas-extras e sequer têm a sua carteira 
assinada. Assim, as políticas públicas trabalhistas se mostram insuficientes, e, 
enquanto a omissão do Estado na efetivação dos direitos laborais domésticos 
se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves 
problemas para o século XXI: a falta de dignidade no trabalho. 
É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para combater a 
submissão do trabalhador doméstico. Nesse viés, as escolas – responsáveis 
pela transformação social – devem desconstruir a invisibilidade dos 
empregados do lar, por meio de projetos pedagógicos, como ações 
comunitárias capazes de reverter a postura retrógrada da sociedade. Essa 
iniciativa teria a finalidade de romper a inércia do Estado e de garantir que o 
Brasil seja uma nação justa, solidária e, de fato, libre da exploração. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
TEMA - O papel da família na formação afetiva de crianças em questão no Brasil 
 
Em 1980, o psiquiatra Richard Gardner desenvolveu o conceito 
conhecido como Síndrome da Alienação Parental, que acomete meninos e 
meninas submetidos à hostilidade no contexto parental. Nesse sentido, o 
problema denunciado por Gardner afeta as crianças brasileiras, já que as 
famílias, em regra, se mostram incapazes de contribuir com a formação afetiva 
dos pequenos. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata 
não só a invisibilidade social associada a esse grupo vulnerável, mas também 
a omissão familiar na educação emocional. 
Diante desse cenário, a carência afetiva fragiliza a dignidade humana 
das crianças. A esse respeito, a filósofa alemã Simone de Beauvoir 
desenvolveu o conceito de invisibilidade social, segundo o qual algumas 
minorias são tratadas como se não existissem e suas necessidades básicas são 
ignoradas pela sociedade. Nesse viés, muitas crianças convivem com a triste 
realidade apontada por Beauvoir, já que, embora dependam de cuidados, 
sofrem pela indiferença daqueles que lhes deveriam oferecer carinho e 
amparo. Assim, se a formação afetiva não for a regra, meninos e meninas 
continuarem tratados como órfãos em seus próprios lares. 
Ademais, Peter Sífneos – expoente médico norte-americano – 
desenvolveu um conceito conhecido como “cegueira emocional”, e, a partir 
dele, denuncia o fato de que, a criança, ao ser exposta a uma realidade hostil, 
pode perder a capacidade de demonstrar afeto. Dessa maneira, meninos e 
meninas brasileiros são prejudicados pela cegueira emocional e podem 
reproduzir o círculo vicioso de alienação parental: uma criança que não ama 
será um adulto despreparado para contribuir para a formação afetiva de seus 
filhos,que, por sua vez, serão incapazes de demonstrar carinho. Nesse viés, 
enquanto a omissão da família for a regra, o Brasil será obrigado a conviver 
com um dos mais graves problemas para os lares: a carência afetiva. 
 É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para valorizar a 
formação emocional infantil. Nesse sentido, as escolas – responsáveis pela 
transformação social – devem desconstruir a invisibilidade infantil, por meio de 
projetos pedagógicos, como gincanas lúdicas com a participação dos pais e 
de psicólogos capazes de ajudar na união no lar. Essa iniciativa teria a 
finalidade de solucionar a omissão familiar e de garantir que o Brasil seja uma 
nação solidária, afetuosa e, de fato, livre da alienação parental. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
TEMA - Os impactos da desigualdade no acesso à internet para o sistema educacional brasileiro 
 
 
A ordem constitucional vigente, inaugurada em outubro de 1988, guia-
se pelo propósito de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, de 
modo a assegurar o bem-estar, a igualdade e a justiça como valores supremos. 
Contudo, mesmo diante desses preceitos na Constituição Federal, bem como 
do direto à educação, os casos de desigualdade no acesso à internet 
persistem nas escolas brasileiras. Assim, a fim de mitigar este problema, há de 
se combater a escassez de recursos, bem como a omissão do Estado. 
Diante desse cenário, a falta de internet no ambiente escolar motiva a 
perpetuação da invisibilidade social. Nesse sentido, no Período Colonial, a 
educação estava restrita à minoria detentora do poder econômico -- 
conhecida como aristocracia -- e a população carente era excluída. A esse 
respeito, a sociedade contemporânea sofre exclusão analógica -- ou ainda 
mais grave -- do que aquela vivida na colônia, já que todos os dias muitos 
estudantes são invisibilizados e impedidos de usufruir da rede mundial de 
computadores. Essa desigualdade contribui para a manutenção de uma nação 
injusta, retrógrada e cruel. Desse modo, se a invisibilidade for a regra, a 
educação tecnológica será a exceção. 
Ademais, a omissão do Estado dá ensejo à desigualdade no acesso à 
educação no ciberespaço. Sobre isso, John Locke – expoente sociólogo inglês 
– desenvolveu o conceito conhecido como Contrato Social, segundo o qual a 
população cede sua confiança ao Estado, que, em contrapartida, deve garantir 
direitos indispensáveis para a cidadania. Ocorre que a proteção prevista por 
Locke não se estende a muitos estudantes brasileiros, que são subjugados a 
uma educação offline, sem internet, sem computadores e, não raro, sem 
acesso à própria escola. Assim, enquanto a inércia estatal se mantiver o Brasil 
será obrigado a conviver com um dos maiores problemas para o estudante: a 
educação deficiente. 
Portanto, para combater a desigualdade no acesso à internet, as 
escolas, em parceria com o Ministério da Educação, devem atualizar a 
educação brasileira, por meio da modificação da sua infraestrutura 
pedagógica, com a compra de computadores, a instalação de banda larga e a 
implementação de laboratórios de informática. Essa iniciativa teria a finalidade 
de romper a inércia estatal e fazer com que os alunos sejam instruídos a partir 
das novas tecnologias, de sorte que a sociedade brasileira experimente, de 
fato, o amparo constitucional proposto em 1988. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
TEMA – Implementação do ensino domiciliar no Brasil 
 
Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais 
importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo 
garante a educação a todos. Entretanto, a dificuldade de implementação do 
ensino domiciliar impede que os brasileiros usufruam desse direito 
constitucional. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata 
não só a invisibilidade dos estudantes de baixa renda, mas também a omissão 
do Estado. 
Diante desse cenário, a desigualdade educacional fragiliza a dignidade 
humana dos alunos. Nesse sentido, a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos – promulgada em 1948 pela ONU – assegura que todos os 
indivíduos fazem jus a direitos básicos, a exemplo do acesso ao sistema 
educacional de qualidade. Ocorre que, no Brasil, os estudantes de baixa renda 
estão distantes de vivenciar o benefício previsto pelas Nações Unidas, 
sobretudo por conta da falta de políticas públicas capazes de implementar o 
ensino domiciliar de forma efetiva. Assim, se os estudantes de baixa renda 
continuarem tratados como invisíveis, os direitos firmados em 1948 
permanecerão como privilégios. 
Ademais, a inércia estatal inviabiliza a efetiva implementação da 
educação domiciliar. A esse respeito, o filósofo inglês John Locke desenvolveu 
o conceito de “Contrato Social”, a partir do qual os indivíduos deveriam confiar 
no Estado, que, por sua vez, garantiria direitos inalienáveis à população. 
Todavia, a falta de treinamento da família para o ensino evidencia que o Poder 
Público se mostra incapaz de cumprir o contrato de Locke, na medida em que 
as autoridades escolares não capacitam pais e mães para ensinar os filhos em 
casa, o que representa grave problema. Desse modo, enquanto a omissão 
estatal se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com uma das mais cruéis 
mazelas para os alunos de baixa renda: a carência educacional. 
É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para incentivar o 
“homeschooling”. Nesse sentido, as escolas – responsáveis pela transformação 
social – devem ensinar a sociedade a reivindicar melhorias em relação ensino 
domiciliar, por meio de projetos pedagógicos, como oficinas e ações 
comunitárias. Essa iniciativa terá a finalidade de romper a inércia do Estado e 
de garantir que o tratamento digno previsto pelas Nações Unidas deixe de ser, 
em breve, uma utopia no Brasil. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
TEMA – A importância do aleitamento materno na primeira infância 
 
Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia 
Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar a 
proteção à infância como valor supremo de uma sociedade fraterna. 
Entretanto, o descaso com o aleitamento materno nos primeiros anos da vida 
impede que as crianças experimentem o direito constitucional na prática. Com 
efeito, há de se perceber a importância do leite para a saúde, bem como 
desconstruir a omissão do Estado. 
Diante desse cenário, a Organização Mundial da Saúde defende que as 
propriedades nutritivas do leite materno colaboram para o desenvolvimento 
do sistema imunológico e para o equilíbrio hormonal — fundamental para o 
fortalecimento das sinapses neurais. Ocorre que, seja por imprudência, seja 
por incapacidade biológica das mães, substancial parcela das crianças não 
usufrui dos benefícios essenciais do leite materno previstos pela OMS e, 
consequentemente, torna-se susceptível a diversas doenças ao longo da vida. 
Desse modo, enquanto a amamentação não for tratada como regra, a saúde 
de meninos e de meninas será a exceção. 
Ademais, a carência de aleitamento evidencia a omissão do Estado. 
Nesse viés, o Estatuto da Criança e do Adolescente — legislação promulgada 
em 1990 — assegura o acesso ao leite materno às crianças nos primeiros anos 
da vida. Todavia, embora haja previsão no ECA, o Brasil se mostra incapaz de 
promover políticas públicas efetivas que garantam condições dignas para que 
as lactantes amamentem seus filhos – a exemplo de bancos de leite e de 
segurança laboral para as mães. Assim, enquanto o direito de amamentar se 
mantiver como privilégio, meninos e meninas não receberão o alimento mais 
importante para a primeira infância: o leite materno. 
Há de se perceber, portanto, a relevância da amamentação. Nesse 
sentido, o Ministério da Saúde, responsável pela qualidade de vida da 
população, deve valorizar o aleitamento e garanti-lo de forma digna, por meio 
de políticas públicas, como a disponibilização de clínicaspopulares que 
disponham de bancos de leite materno. Essa iniciativa teria a finalidade de 
auxiliar as lactantes que não foram capazes de produzir leite e contribuiria para 
que o direito de amamentar os filhos deixe de ser, em breve, um privilégio. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
TEMA – A importância do letramento digital na Terceira Idade 
 
Em 2015, Elon Musk – bilionário sul-africano e entusiasta da tecnologia 
– desenvolveu uma escola cujo ensino seria focado no digital: a Ad Astra. Elon 
entende que a Quarta Revolução Industrial exige atualização de toda 
sociedade. Todavia, a terceira idade brasileira está distante de vivenciar a 
importância da evolução proposta pelo bilionário, seja pela indiferença social, 
seja pela omissão do Estado na garantia do direito à educação do idoso. 
Diante desse cenário, a filósofa Simone de Beauvoir disserta, em sua 
obra “A Velhice”, que as sociedades modernas promovem a invisibilidade 
social do idoso, o que contribuiu para a marginalização daqueles que 
chegaram à Terceira Idade. Nesse viés, a falta de inclusão digital potencializa 
a invisibilidade denunciada por Beauvoir, colabora para visão inferiorizada da 
população senil e representa obstáculo para a valorização dessa importante 
parcela da sociedade. Assim, enquanto a indiferença ao idoso for a regra, o 
letramento digital será a exceção. 
 
Ademais, no mesmo ano na criação da escola de Elon Musk, o Governo 
brasileiro promulgou o Estatuto do Idoso, que garante – ao menos na teoria – 
o direito à educação do idoso, bem como a sua integração com a vida 
moderna. Ocorre que a realidade da Terceira Idade ainda é analógica, e o 
Estado brasileiro, ao contrário do que prevê o Estatuto do Idoso, não tem 
desenvolvido políticas públicas capazes de conferir a devida importância ao 
letramento digital desse grupo. Desse modo, não é razoável que a educação 
tecnológica seja um privilégio negado à população senil brasileira. 
 
É urgente, portanto, que o letramento digital do idoso seja tratado com 
a devida importância. Nesse sentido, o Ministério da Tecnologia deve 
combater a exclusão e tornar visível a necessidade tecnológica da população 
senil, por meio de da criação de centros comunitários capazes de ensinar a 
terceira idade manusear aparelhos eletrônicos, como “tablets” e 
“smartphones”. Essa iniciativa teria a finalidade de desconstruir a omissão do 
Estado, de modo que o projeto de Elon Musk seja, em breve, uma realidade 
entre os idosos. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
TEMA - A importância do uso da tecnologia no combate à criminalidade 
 
Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais 
importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante 
o direito à segurança. Entretanto, a subutilização da tecnologia no combate à 
criminalidade impede que os brasileiros usufruam desse direito constitucional. 
Com efeito, a desconstrução da involução digital, bem como do despreparo do 
Estado são iniciativas capazes de fazer com que o problema seja tratado com a 
devida importância. 
Diante desse cenário, a desatualização da polícia dificulta o combate aos 
delitos. Nesse sentido, em 1996, o sequestro e a morte da menina Amber 
Hagerman motivaram os Estados Unidos a desenvolver um aviso sonoro capaz 
de comunicar o rapto de crianças, em massa e de forma sincronizada com as 
mídias sociais. Por sua vez, o Brasil ainda está distante da inteligência aplicada 
nos EUA, já que não possui a tecnologia necessária para solucionar os crimes 
de forma rápida e segura. Inclusive, como prova desse grave retrocesso, até 
2019, não havia um cadastro unificado de pessoas desaparecidas para agilizar 
a resolução dos sequestros no Brasil. Assim, a falta de estratégias inovadores 
evidencia o atraso da nação verde-amarela, e, se a involução digital for a regra, 
o combate eficaz à criminalidade será a exceção. 
Ademais, a Quarta Revolução Industrial – marcada pelo surgimento da 
robótica – representa o estágio mais avançado da evolução digital e pode 
cooperar significativamente para as necessidades da atual geração. Ocorre que 
o Estado brasileiro se mostra desatualizado, já que utiliza pouco – ou nada – a 
inteligência artificial e a nanotecnologia proporcionadas pela Revolução 4.0. 
Nesse sentido, as inovações não recebem a devida importância, e as 
autoridades policiais combatem os crimes de forma analógica e retrógrada. 
Dessa forma, enquanto a polícia não for atualizada, o Brasil será obrigado a 
conviver com um dos mais graves problemas para os cidadãos: a criminalidade. 
É urgente, portanto, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em 
parceria com os estados federativos ofereçam a atualização necessária à polícia, 
por meio de projetos estratégicos, como a compra de “drones” e de “softwares” 
avançados que sejam capazes de auxiliar no cotidiano dos agentes de 
segurança. Essa iniciativa teria a finalidade de mitigar o despreparo na 
resolução dos conflitos e de garantir que o Brasil seja uma nação segura e, de 
fato, de livre de qualquer forma de criminalidade. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
TEMA - Alternativas para combater a pobreza menstrual entre mulheres de baixa renda no Brasil | 
VERSÃO 2021 
 
 
 A produção ficcional "Round 6" ilustra uma 
sociedade distópica, cujos personagens convivem 
com a desigualdade e com a extrema escassez de 
recursos. Com efeito, a distopia se torna realidade 
na medida em que, todos os dias, milhões de 
meninas utilizam trapos de pano e pedaços de 
papelão para fazer a própria higiene genital -- o 
que reproduz o terrível cenário da ficção coreana. 
Nesse sentido, a solução da pobreza menstrual 
pressupõe que o Estado interrompa esse jogo de 
opressão e que valorize a dignidade feminina. 
Durante a Idade Média, uma vez por mês 
as moças eram obrigadas a se isolar socialmente 
para gerenciar a própria menstruação com 
trapos de tecidos que controlavam o sangue – o 
que era motivo de humilhação e de vergonha. 
Com efeito, essa situação degradante 
experimentada há mais de mil anos ainda é a 
realidade de muitas mulheres brasileiras. Nesse 
sentido, a solução da pobreza menstrual entre a 
população de baixa renda pressupõe que 
combata a omissão do Estado e que se valorize a 
dignidade humana. 
 
Diante desse cenário, Norberto Bobbio – expoente filósofo italiano – defende, em sua olha 
"Estado, governo e sociedade", a ideia segundo a qual as instituições públicas são incapazes de suprir 
as demandas dos indivíduos que estão sob a responsabilidade estatal. Nesse viés, o presidente do 
Brasil confirma a incapacidade denunciada por Bobbio, ao negar deliberada e intencionalmente a 
oferta de absorventes às jovens carentes, ainda que o Poder Legislativo lhes tenha assegurado esse 
direito. Assim, não é razoável que, embora seja extremamente básica, a higiene feminina também seja 
um privilégio no país que insiste na ilusão de ser solidário. 
Ademais, ao negar absorventes às jovens, o Estado se mostra indiferente à dignidade, prevista 
pela primeira vez há mais de dois séculos. Nesse sentido, o Iluminismo, em 1789, garantiu a vida digna 
a todos os indivíduos, independentemente do sexo. Porém, as moças de baixa renda ainda não 
conhecem o direito consolidado pelos iluministas, haja vista que a população feminina carente não 
dispõe de insumos mínimos para a sua higiene genital básica. Dessa maneira, enquanto a pobreza 
menstrual se mantiver, as mulheres carentes serão obrigadas a conviver com a mais grave violação de 
direitos: a falta de dignidade humana. 
Desse modo, é inconcebível que a 
desigualdade social seja tão cruel a ponto de 
fazer com que a pobreza menstrual se torne a 
regra no Brasil. Portanto, o Ministério Público – 
órgão responsável pela proteção das minorias – 
deve zelar pela dignidade humana das 
mulheres carentes e cobrar ações efetivas do 
Estado, por meio de políticaspúblicas, como 
ações comunitárias com distribuição gratuita de 
insumos de higiene feminina. Essa iniciativa 
teria a finalidade de mobilizar as autoridades no 
sentido de garantir a vida digna que foi negada 
a moças de baixa renda, de modo que o Brasil 
deixe de ser uma sociedade distopia e passe, 
de fato, a ser uma nação livre, justa e solidária. 
 
Desse modo, é inconcebível que a 
desigualdade social seja tão cruel a ponto de 
fazer com que a pobreza menstrual se torne a 
regra no Brasil. Portanto, o Ministério Público – 
órgão responsável pela proteção das minorias – 
deve zelar pela dignidade humana das 
mulheres carentes e cobrar ações efetivas do 
Estado, por meio de políticas públicas, como 
ações comunitárias com distribuição gratuita de 
insumos de higiene feminina. Essa iniciativa 
teria a finalidade de mobilizar as autoridades no 
sentido de garantir a vida digna que foi negada 
a moças de baixa renda, de modo que o Brasil 
deixe de nutrir uma mentalidade medieval e 
seja, de fato, uma nação livre, justa e solidária. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
REDAÇÃO COM “ROUND 6” REDAÇÃO COM IDADE MÉDIA 
 
 
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TEMA – Alternativas para combater os crimes cibernéticos na sociedade brasileira 
 
A Constituição Federal de 1988 – documento da liberdade, da dignidade 
e da justiça social no Brasil – assegura a todos o direito à privacidade e à 
integridade moral. Entretanto, a perpetuação de crimes cibernéticos no Brasil 
evidencia que nem todos experimentam as garantias previstas na Carta Magna. 
Diante de tal cenário, a solução do problema depende de estratégias que 
desconstruam a omissão do Estado e a sensação de impunidade. 
À vista disso, a inércia das autoridades públicas permite a manutenção 
de infrações no ciberespaço. Nesse sentido, Norberto Bobbio – expoente 
filósofo italiano – defendeu, em sua obra “Dicionário de política”, que as 
instituições estatais modernas se mostram incapazes de solucionar as 
demandas decorrentes de crimes cometidos na sociedade. A esse respeito, os 
delitos virtuais se encaixam no problema denunciado pelo filósofo, na medida 
em que o Estado não dispõe de políticas públicas eficazes para reprimir os 
infratores que atuam virtualmente. Assim, enquanto a carência estatal for a 
regra, a segurança digital será a exceção. 
Ademais, a sensação de impunidade dá ensejo a novos crimes virtuais. 
Nesse viés, Steve Jobs – criador da Apple e entusiasta da tecnologia – defendia 
que a internet deve servir para o benefício das relações humanas e contribuir 
para a coesão social. Ocorre que a atuação de “hackers” corrompe o ideal 
proposto por Jobs, na medida em que faz da internet um ambiente hostil, 
principalmente, em razão da falta de punição para aqueles que cometem furto 
de dados, invasão de privacidade e pedofilia digital. Desse modo, enquanto a 
impunidade se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais 
graves problemas contemporâneos: os cibercrimes. 
Cabe, portanto, ao Ministério Público promover campanhas, em parceria 
com as delegacias, com o intuito de intensificar ações educativas que visem 
desconstruir os delitos virtuais. O “Parquet” deve, ainda, ajudar no combate aos 
crimes cibernéticos, por meio das ações judiciais pertinentes, a exemplo da 
ação penal pública, a fim de garantir a punição dos infratores que atuam na rede 
mundial de computadores. Assim, todos poderão, de fato, experimentar a 
dignidade idealizada na Carta Política. 
 
Professora Natália Teixeira e professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - Alternativas para prevenir a violência doméstica contra crianças no Brasil 
 
Em 2021, a sociedade ficou marcada por um triste episódio 
envolvendo agressões a crianças: o assassinato de Henry Borel, que, embora 
seja cruel, não é raro no Brasil. Nesse sentido, a violência doméstica contra 
meninos e meninas representa grave problema e pode motivar outros casos 
como o de Henry. Com efeito, para prevenir a hostilidade, há de se criar 
alternativas para valorizar a dignidade humana infantil, bem como combater o 
assédio moral dentro dos lares. 
Diante desse cenário, a violência doméstica contra as crianças fragiliza 
a sua integridade. A esse respeito, no contexto do Iluminismo, a Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão foi um dos primeiros tratados internacionais 
a considerar meninos e meninas como hipossuficientes — indivíduos que 
dependem de proteção dos pais e do Estado. Ocorre que o Poder Público e a 
família se mostram incapazes de proteger a infância, tal como estabeleciam os 
iluministas no século XVIII. Desse modo, a persistência do abandono parental, 
do assédio sexual e das faces cruéis da violência contra as crianças representa 
grave retrocesso. Assim, não é razoável que, em vez de ser um ambiente seguro, 
os lares simbolizem lugares hostis e traumáticos. 
Ademais, a manipulação emocional sobre a criança dá lugar a prejuízos 
psicológicos. Sobre isso, o médico Peter Sifneos nomeou como “Alexitimia” o 
conceito clínico conhecido popularmente como “cegueira emocional”, segundo 
o qual o relacionamento tóxico com os genitores pode provocar na criança a 
perda da capacidade de demonstrar afeto. Nesse sentido, muitas famílias são 
imprudentes com os filhos e, assim, são responsáveis por ocasionar 
consequências irreparáveis como a síndrome definida por Sifneos. Desse modo, 
enquanto os maus-tratos não forem evitados, a sociedade terá de conviver com 
um dos piores obstáculos para o desenvolvimento: o caos familiar. 
É urgente, portanto, que as escolas — responsáveis pela transformação 
social — devem contribuir para a garantia da dignidade humana na infância, por 
meio de projetos pedagógicos, como palestras e ações abertas à comunidade, 
capazes de proteger a infância. Essa iniciativa teria a finalidade de repudiar os 
casos cruéis de agressão doméstica, a exemplo do abandono parental e do 
assédio sexual. Assim, será possível garantir que episódios tristes como o da 
morte do menino Henry deixem de ser, em breve, realidade no Brasil. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – Alternativas para prevenir a violência no ambiente escolar 
 
Em 2011, o Brasil ficou marcado por uma das mais graves tragédias da 
história: o Massacre de Realengo, que ceifou a vida de 11 alunos da escola 
carioca Tasso da Silveira. Nesse sentido, a violência no ambiente escolar se 
mostra grave problema e permite a ocorrência de episódios cruéis como o de 
2011. Com efeito, as alternativas para prevenir a insegurança nas instituições 
do ensino pressupõem que se desconstrua a maldade humana e a omissão do 
Estado. 
Diante desse cenário, a filósofa Hannah Arendt desenvolveu o conceito 
conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis são 
parte do cotidiano moderno e tornam as relações sociais cada vez mais 
caóticas. Nesse viés, substancial parcela dos estudantes brasileiros manifesta 
na prática a cultura de hostilidade definida por Arendt, o que se mostra grave 
problema e motiva os casos de violência em suas faces mais perversas – 
“bullying”, ofensas a professores, depredação de patrimônio. Dessa forma, 
não é razoável que o Brasil ainda se mantenha incapaz de prevenir a violência 
nas escolas. 
Ademais, John Locke – filósofo conhecido como pai do liberalismo – 
construiu a tese de que os indivíduos cedem sua confiança ao Estado, que, em 
contrapartida, deve garantir direitos aos cidadãos. Todavia, a ideia de Locke 
está distante de ser a realidade nas escolas, haja vista a falta de iniciativa das 
autoridades em evitar conflitos, garantir a segurança e a paz no ambiente 
escolar, o que permite a ocorrência de histórias cruéis como a experimentada 
por alunos em Realengo. Assim, enquanto a inércia do Estado se mantiver, os 
estudantes serão obrigados a conviver com um dos mais graves problemas 
para a sociedade contemporânea: a violência nas escolas. 
Para mitigar, portanto, as diversas faces da hostilidadenas instituições 
de ensino, as próprias escolas – responsáveis pela transformação social – 
devem desconstruir a maldade presente no ambiente estudantil, por meio de 
projetos pedagógicos, como gincanas e ações comunitárias capazes de 
promover a harmonia. Essa iniciativa teria a finalidade de reafirmar o papel da 
escola na mediação dos conflitos e de garantir que o Brasil seja uma nação 
solidária e, de fato, livre da violência na escola. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - Alternativas para promover o acesso igualitário à prática de atividades físicas. 
 
 No século IV antes de Cristo, Hipócrates já defendia que a anatomia 
humana exige motricidade: constante movimento do corpo. Todavia, na 
contemporaneidade, a tese do pai da medicina encontra obstáculo na extrema 
desigualdade social que afeta substancial parcela dos brasileiros. Com efeito, 
para democratizar a prática de atividades físicas, há de se promover o acesso 
à renda e a políticas públicas que deem alternativas para que todos possam 
realizar exercícios. 
 Diante desse cenário, a prática de atividades físicas é um privilégio não 
estendido à população pobre. Sobre isso, no século XIX, o Barão de Coubertin 
– aristocrata e idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna – decidiu 
estimular a inclusão da educação física nas escolas de Paris, com objetivo de 
promover a qualidade de vida. Ocorre que a iniciativa de Coubertin se 
mostrou excludente, o que se perpetua na sociedade contemporânea, 
sobretudo nas nações subdesenvolvidas, nas quais o Brasil se inclui. Inclusive, 
não há como ter tempo de qualidade para o esporte quando as longas 
jornadas de trabalho e a escassez de recursos são a regra. Assim, a 
desigualdade é obstáculo para a cultura desportiva, e, se não houver mudança 
nessa realidade cruel, os exercícios físicos continuarão restrito à minoria 
detentora do poder econômico. 
 Ademais, uma alternativa possível para democratizar as atividades físicas 
é estimular a criação de políticas públicas desportivas. A esse respeito, a 
Organização Mundial da Saúde, em 2020, sugeriu a prática de exercícios 
diários por 30 minutos, a fim de estimular a saúde da população mundial. 
Todavia, o Poder Público brasileiro tem mostrado poucas iniciativas para 
implementar a orientação das Nações Unidas no dia a dia dos brasileiros. 
Faltam ciclovias, academias populares e praças com aparelhagem adequada, 
que, de fato, poderiam fazer com que a sugestão da OMS deixasse de ser 
teoria. 
 Portanto, as prefeituras, em parceria com o Ministério da Saúde, devem 
democratizar a prática de exercícios, por meio de políticas públicas, como 
academias populares itinerantes, que sejam capazes de garantir a igualdade 
de acesso às atividades físicas. Essa iniciativa do Estado incluiria 
acompanhamento com profissionais de educação física e seriam custeadas 
com verbas oriundas da iniciativa privada. Assim, a finalidade dessa iniciativa 
seria promover a efetiva qualidade de vida de todos os brasileiros, de modo 
que o elitismo da cultura desportiva, pregado pelo Barão de Coubertin, dê 
lugar, em breve, à igualdade. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
15 
Tema – Alternativas para diminuir os impactos do lixo eletrônico no Brasil 
 
A nanotecnologia – inteligência digital popularizada no final do século 
XX – possibilitou o desenvolvimento de aparelhos eletrônicos de dimensões 
cada vez menores. Todavia, ao passo que o tamanho dos dispositivos diminui, 
um grave problema cresce com frequência: o lixo eletrônico. Com efeito, para 
que se diminuam os impactos desses resíduos, há de se aumentar a 
durabilidade dos dispositivos, bem como ampliar as políticas públicas de 
manejo dos rejeitos digitais. 
Diante desse cenário, o curto tempo de vida útil do aparelho motiva o 
seu descarte precoce. A esse respeito, o conceito de obsolescência 
programada – nascido após a Crise de 1929 – representa a atitude deliberada 
de criar dispositivos que se tornem irrelevantes em pouco tempo. Em teoria, 
essa manobra move a economia, mas, em contrapartida, manifesta uma das 
mais cruéis consequências para o planeta: o lixo eletrônico. Inclusive, é 
incoerente que a tecnologia evolua para se tornar cada vez mais frágil, poluente 
e desumana. A esse respeito, enquanto a ambição pelo lucro for a regra, o Brasil 
continuará sendo o país que mais produz e-lixo na América Latina, tal como a 
ONU denunciou em 2019. 
Além disso, os dispositivos eletrônicos – a exemplo dos celulares – 
possuem pequenos capacitores com conteúdo poluente, como o mercúrio. 
Esse composto químico, se administrado de forma improvisada, pode se 
misturar ao solo e à água dos rios, o que pode provocar a bioacumulação – 
fenômeno no qual substâncias químicas são assimiladas pelo organismo. Nesse 
sentido, a poluição causada pelo descarte irresponsável de aparelhos 
tecnológicos representa grave problema, e, embora o e-lixo prejudique a saúde 
da população, ainda são insuficientes as políticas públicas de gestão dos 
resíduos eletroeletrônicos, que seria capaz de interromper a bioacumulação e 
preservar a qualidade de vida coletiva, o que, todavia, ainda não tem sido 
prioridade no Brasil. 
Portanto, o Brasil precisa buscar alternativas para reduzir os impactos do 
lixo eletrônico. Nesse sentido, as escolas – responsáveis pela reformulação da 
mentalidade social – devem ensinar a população a descartar corretamente os 
dispositivos danificados, por meio de projetos pedagógicos, como ações 
comunitárias e oficinas capazes de mostrar a destinação adequada do e-lixo. 
Essa iniciativa teria a finalidade de reduzir o impacto ambiental dos resíduos 
sólidos eletrônicos, de modo que a sociedade brasileira seja conhecida como 
nação limpa, consciente e, de fato, sustentável. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
TEMAS – Formas para combater o tráfico de pessoas no Brasil 
 
 Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais 
importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante 
o direito à dignidade humana. Entretanto, o tráfico de pessoas impede que os 
brasileiros usufruam desse benefício constitucional. Com efeito, as formas para 
combater esse problema pressupõem que se repudie a histórica exploração e 
que se valorize o tratamento digno. 
Diante desse cenário, o Período Colonial foi marcado pela remoção 
forçada de pessoas, com objetivo de explorá-las nos engenhos de cana. Esse 
fenômeno, embora amplamente combatido, ainda se mostra presente na 
sociedade, que se acostumou a explorar indivíduos. Nesse sentido, o tráfico de 
pessoas evidencia grave retrocesso, já que, mesmo no século XXI, a mazela da 
Colônia se repete e milhares de brasileiros vivem a cruel realidade do 
contrabando humano. Assim, uma forma de combater o problema seria garantir 
o direito à proteção e à segurança, que têm sido distribuídos como privilégios. 
Ademais, a perpetuação do tráfico de pessoas fragiliza a dignidade 
humana de forma irreparável. Sobre isso, em 1789, a Declaração dos Direitos 
do Homem e do Cidadão foi um dos primeiros tratados internacionais a garantir 
o tratamento adequado a todos os indivíduos, com especial proteção aos 
grupos vulneráveis. Todavia, a prática deplorável da remoção forçada de 
brasileiros evidencia que a sociedade contemporânea ainda tem sido incapaz 
de colocar em prática um dos direitos mais básicos previstos desde o século 
XVIII – a dignidade. Logo, enquanto a falta de segurança se mantiver, o Brasil 
será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para as vítimas: o 
comércio humano. 
 É urgente, portanto, que o Ministério Público — responsável pela 
proteção dos grupos vulneráveis —combata o tráfico de pessoas, por meio de 
políticas públicas, como o envio de autoridades policiais a locais alvos de 
denúncias de receptação de vítimas. Essa iniciativa teria a finalidade de 
desconstruir a culturade exploração de pessoas e de garantir que o Brasil seja 
uma nação justa, solidária e que seja capaz de garantir, de fato, a dignidade 
humana. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
TEMA – Meios para garantir a aposentadoria no Brasil 
 
Em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem 
e do Cidadão, garantindo, pela primeira vez, a cidadania a todos. Entretanto, a 
precariedade do sistema de previdência mostra que a população brasileira 
ainda é incapaz de experimentar os ideais iluministas na prática. Com efeito, 
para garantir o direito à aposentadoria, há de se combater o desemprego e o 
privilégio de autoridades públicas. 
Diante desse cenário, a falta de oportunidade de emprego fragiliza o 
sistema de previdência. A esse respeito, a Constituição Federal de 1988 
assegura a todos os brasileiros o direito à aposentadoria no país. Entretanto, o 
atual contexto de desemprego sistêmico — resultado da crise econômica 
instalada no país em 2015 — impede que parte da população experimente as 
garantias constitucionais, uma vez que a insuficiência de postos de ofício 
inviabiliza o cumprimento do tempo de contribuição obrigatória para obtenção 
de benefícios previdenciários. Assim, enquanto as altas taxas de desemprego 
forem a regra, a garantia prevista na Constituição Federal de 1988 será a 
exceção. 
Ademais, o favorecimento de membros do Estado se mostra nocivo ao 
sistema previdenciário. Nesse viés, Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra 
"Raízes do Brasil", ensina que o brasileiro tem inabilidade nata separar o 
interesse público dos anseios particulares. Ocorre que a característica 
denunciada pelo historiador evidencia-se no Regime Especial de Previdência, 
na medida em que muitas autoridades públicas garantem seus direitos 
privilegiados no Legislativo, a exemplo da aposentadoria vitalícia cedida a 
militares, em detrimento do bem-estar da população, cujos benefícios 
previdenciários são insuficientes. Dessa maneira, a manutenção da assistência 
desproporcional aos políticos contribui para a perpetuação de um dos mais 
graves problemas para a sociedade: o falho sistema previdenciário. 
Impende, portanto, que o direito à aposentadoria seja, de fato, garantido 
no Brasil. Nesse sentido, o Ministério do Trabalho deve minimizar o impacto do 
desemprego na obtenção de previdência, por meio de geração de postos de 
ofícios, como incentivos ao crescimento empresarial, a fim de viabilizar o 
cumprimento do tempo de contribuição obrigatório. A população, por sua vez, 
pode exigir regimes de previdência igualitários entre sociedade e autoridades 
públicas, por intermédio de protestos, com apoio de ONGS e das redes 
midiáticas, para que sejam asseguradas a cidadania e a erradicação da 
previdência imprópria. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
TEMA – O problema da dependência química no Brasil contemporâneo 
 
A República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como fundamento a proteção à saúde. Portanto, não é razoável 
que a dependência química ainda represente um problema no país, o que vai 
de encontro ao princípio republicano. Com efeito, a construção de uma 
sociedade que valoriza o bem-estar social pressupõe que se combate o 
consumo de drogas. 
Diante desse cenário, persiste a omissão das autoridades públicas acerca 
da dependência química. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman 
desenvolveu o conceito de Instituição Zumbi, segundo o qual o Estado perdeu 
a sua função social, mas manteve — a qualquer custo — a sua forma. Nesse viés, 
o SUS se enquadra na teoria das instituições zumbis, na medida em que não há 
campanhas efetivas de combate ao uso de drogas — lícitas e ilícitas — e é 
ineficiente no acompanhamento dos dependentes. Assim, enquanto o 
problema denunciado por Zygmunt Bauman for a regra, o enfraquecimento do 
uso de drogas será a exceção. 
Ademais, há de se desconstruir a cultura histórica de consumo de 
entorpecentes, cuja consequência é a dependência química. Nesse sentido, o 
Movimento de Contracultura — estabelecido em meados do século XX — 
utilizava as drogas como estratégia de subversão social, herdada do Movimento 
Hippie norte-americano. Essa prática imprudente se perpetua no Brasil 
contemporâneo e pode ser recebida no comportamento de indivíduos de todas 
as faixas etárias que usam substâncias capazes de acarretar vícios, o que pode 
ser irreversível. Dessa forma, se a inconsequência experimentada no Movimento 
Hippie se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves 
problemas de saúde pública: a dependência química. 
Impende, portanto, que o Brasil contemporâneo não seja um país de 
dependentes químicos. Para isso, o Ministério da Saúde, responsável pela 
qualidade de vida da população, deve realizar campanhas efetivas de combate 
ao uso de drogas, por meio da divulgação dos riscos irreversíveis de algumas 
substâncias, como a cocaína e a nicotina, para que haja estímulo a práticas 
saldáveis. Por sua vez, os indivíduos podem realizar debates, por intermédio das 
mídias sociais, capazes de desconstruir a imprudência cultural acerca do 
consumo de entorpecentes, como havia no Movimento Hippie, a fim de que o 
combate à dependência química deixe de ser, no país, apenas teoria. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
TEMA – O problema da prática de perseguição sistemática na internet em questão no Brasil 
 
INTRODUÇÃO COM A CONSTITUIÇÃO 
 
INTRODUÇÃO COM GEORGE ORWELL 
 
 Em 1988, representantes do povo – 
reunidos em Assembleia Constituinte – instituíram 
o Estado Democrático, a fim de garantir a 
privacidade e a segurança como valores supremos 
de uma sociedade fraterna. Entretanto, a prática 
da perseguição sistemática na internet impede 
que os brasileiros experimentem esse direito 
constitucional na prática. Com efeito, a solução do 
problema pressupõe que se combata não só a 
maldade humana, mas também a omissão estatal. 
 
 Na obra distópica “1984”, George Orwell 
descreve uma sociedade manipulada, cujas casas 
e ruas são povoadas por teletelas instaladas com 
um único objetivo: a vigilância constante. 
Entretanto, a crítica feita pelo autor inglês ganha 
sentido com o advento da prática da perseguição 
sistemática pela internet e evidencia que o Brasil 
compartilha traços da distopia de Orwell. Com 
efeito, a solução do problema pressupõe que se 
combata não só a maldade humana, mas também 
a omissão estatal. 
 
Diante desse cenário, a hostilidade dá ensejo à perseguição sistemática na “web”. A esse respeito, 
Hannah Arendt – expoente filósofa alemã – desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade do Mal, 
segundo o qual as atitudes cruéis se mostram comuns entre os indivíduos e tornam as relações humanas 
cada vez mais hostis. Nesse sentido, a vigilância permanente – denominada “stalking” – simboliza a 
crueldade repudiada por Arendt: os agressores perseguem suas vítimas dentro e fora do ciberespaço 
e constroem um ambiente de opressão constante, o que representa grave problema no Brasil. Assim, 
enquanto a maldade humana for a regra, a dignidade e a privacidade serão a exceção. 
Nesse sentido, assim como em “1984”, o Estado brasileiro se torna responsável pela conduta 
criminosa do “stalking”, ainda que por omissão. Sobre isso, o filósofo italiano Norberto Bobbio, em seu 
“Dicionário de política”, denuncia que as autoridades públicas se mostram incapazes de suprir as 
demandas da sociedade, a exemplo da segurança. Nesse viés, a polícia brasileira se enquadra na crítica 
de Bobbio e, ainda que haja lei capaz de punir os “stalkers”, o Estado tem sido ineficaz no combate à 
perseguição reiterada no ciberespaço, o que contribuiu para a impunidade dos agressores e motiva 
novos casos. Logo, se a inércia estatal se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais 
graves problemas contemporâneos: a opressão cibernética.Portanto, o Ministério Público – responsável pela garantia dos direitos constitucionais – deve 
combater a prática da vigilância sistemática na rede e garantir a dignidade dos indivíduos, por meio de 
parcerias com as delegacias de polícia especializadas em crimes virtuais. Essa iniciativa do MP faria o 
Estado deixar a situação de omissão acerca do problema e teria a finalidade de construir um ambiente 
cibernético saudável e respeitoso. Assim, o Brasil será conhecido como nação justa, digna e, de fato, 
livre da perseguição sistemática. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
TEMA – O problema da violência durante o parto 
 
 Na Antiguidade, os maiores sofrimentos eram comparados às dores de 
parto, que ficaram consolidadas na história como uma das piores sensações 
desde a mitologia clássica. Entretanto, na contemporaneidade, a violência 
obstétrica subjuga as mulheres brasileiras ao mesmo sofrimento experimentado 
séculos atrás, haja vista a omissão do Estado e a falta de respeito à dignidade 
humana por parte do SUS. 
 Diante desse cenário, persiste a indiferença das autoridades acerca da 
violência obstétrica. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman desenvolveu 
o conceito de Instituições Zumbis, segundo o qual o Estado perdeu a sua função 
social, mas manteve — a qualquer custo — a sua forma. Nesse viés, o Poder 
Público brasileiro se enquadra na teoria das Instituições Zumbis, na medida em 
que não impõe políticas públicas efetivas capazes de garantir às mães o cuidado 
e o respeito requeridos no parto. Assim, enquanto o problema denunciado por 
Zygmunt Bauman for a regra, os nascimentos humanizados serão a exceção. 
 Ademais, a violência obstétrica evidencia a desvalorização da dignidade 
humana pelo SUS. Nesse viés, em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração 
dos Direitos do Homem e do Cidadão, garantindo pela primeira vez a dignidade 
humana a todos. Ocorre que o Sistema Único de Saúde se mostra incapaz de 
aplicar o ideal iluminista durante o parto e, mesmo séculos depois, não estende 
às mulheres a dignidade garantida em 1789, o que se mostra grave problema 
social capaz de fragilizar a saúde das mulheres e de seus bebês. Desse modo, 
não é razoável que a nação que almeja o desenvolvimento enfrente este 
retrocesso: a violência no parto. 
 Impende, portanto, que o desrespeito obstétrico seja repudiado no Brasil. 
Para isso, o Poder Executivo, responsável pela manutenção da saúde pública, 
deve fiscalizar, com rigor, a postura das autoridades médicas, por meio de 
visitas regulares nos hospitais, para que a omissão e a indiferença estatais sejam 
desconstruídas. Por sua vez, os indivíduos podem, com frequência, denunciar a 
falta de dignidade humana a que são submetidos às mulheres, como a ausência 
de informação devido à mãe, por intermédio de conteúdos e discussões nas 
mídias sociais, a fim de que o Brasil deixe as dores da mitologia clássica e 
construa partos humanizados. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - Os desafios da alfabetização de crianças indígenas no Brasil 
 
Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais 
importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante 
o direito à educação e à cultura. Todavia, a falta de acesso à alfabetização 
mostra que, para as crianças indígenas, a garantia constitucional representa 
uma utopia. Com efeito, a imposição da língua portuguesa e a carência de 
políticas públicas que preservem as culturas nativas são os desafios do 
letramento infantil dessa minoria étnica. 
Diante desse cenário, Lima Barreto – expoente autor pré-modernista – foi 
incompreendido em sua época ao defender o Tupi como idioma padrão do 
Brasil. Para o autor, o vernáculo português não seria original da nação brasileira 
e, embora tenham passado quase 100 anos da morte do escritor, a sociedade é 
incapaz de perceber a imposição da língua europeia sobre o país verde-
amarelo. Nesse sentido, as crianças indígenas são a população mais afetada 
pelo problema denunciado por Barreto, já que meninos e meninas de etnias 
silvícolas são obrigados a ler e a escrever o português: fato que pode, aos 
poucos, causar o cruel apagamento do seu idioma nativo. 
Ademais, faltam políticas públicas que garantam, de fato, o letramento 
isonômico das crianças indígenas. Nesse viés, o filósofo italiano Norberto 
Bobbio denunciou, em sua obra “Dicionário de política”, que as instituições 
públicas modernas são incapazes de suprir as demandas da sociedade. A esse 
respeito, o Estado brasileiro se enquadra na crítica feita por Bobbio, haja vista a 
falta de preparo dos professores em ensinar as crianças silvícolas a serem 
proficientes em suas próprias línguas. Assim, enquanto a omissão estatal se 
mantiver, os povos indígenas serão obrigados a conviver com um dos mais 
graves problemas da história do Brasil: a aculturação. 
Portanto, há de se superar os desafios na alfabetização de crianças 
indígenas no país. Para isso, o Ministério da Educação e as escolas – 
responsáveis pela transformação social do indivíduo – devem proteger as 
línguas nativas, a exemplo do Tupi, bem como capacitar profissionais que 
ensinem meninos e meninas a escrever em seus próprios idiomas. Essa iniciativa 
ocorreria por meio de projetos pedagógicos de formação continuada, como 
minicursos on-line para todos os professores do Brasil, com a finalidade de 
evitar o processo de aculturação indígena. Desse modo, o Brasil poderá ser 
conhecido como nação livre, justa e, de fato, isonômica. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - Os desafios da educação financeira para a juventude brasileira 
 
Em 1929, os EUA viveram uma das mais graves crises da história: a 
Grande Depressão, que obrigou a sociedade a desenvolver consciência no 
manejo do dinheiro. Entretanto, a juventude brasileira está distante de 
construir a educação financeira imposta pela Quebra da Bolsa, seja pela 
extrema pobreza que assola o Brasil, seja pela defasagem do sistema 
educacional. 
À vista desse problema, a formação do Brasil foi marcada por uma 
colônia de exploração, que, desde o século XVI, promove desigualdade de 
renda e miséria. Nesse sentido, o jovem acostumou-se a viver com recursos 
escassos, e o planejamento financeiro não é a prioridade em uma nação 
marcada pela exploração colonial, que ainda se perpetua de forma negativa. 
Assim, a inabilidade em lidar com o dinheiro prejudica a juventude e decorre 
da histórica cultura de pobreza, na medida em que é inviável ter planejamento 
financeiro quando não há o que se administrar. 
Ademais, o padrão de escola que ainda está vigente no Brasil baseia-
se no modelo da Revolução Industrial inglesa do século XVIII, que impõe a 
uniformização do comportamento para se chegar à submissão do indivíduo. 
Essa subserviência se manifesta desta forma no Brasil: os jovens não são 
estimulados a terem sucesso financeiro, mas sim a dependerem dos seus 
empregadores. Antes, a educação financeira daria a possibilidade de rapazes 
e moças emergirem socialmente e de exigirem melhores condições de 
emprego e de vida, o que no Brasil não era – e ainda não é – o interesse das 
classes dominantes. 
Os desafios da educação financeira, portanto, devem ser assumidos 
pelos indivíduos e pela escola. Esta deve problematizar a histórica cultura de 
pobreza, que ainda permanece enraizada na sociedade, por meio de eventos 
pedagógicos, como aulas e palestras, capazes de mostrar a necessidade de 
organizar os gastos, sobretudo em tempos de crise. Essa iniciativa teria a 
finalidade de motivar homens e mulheres, desde a infância e juventude, a 
aprender a administrar o dinheiro, de modo que a Grande Depressão 
permaneça apenas na história. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
TEMA – Os desafios das políticas de moradia no Brasil 
 
No dia 1º de maio de 2018, a sociedade brasileirapresenciou o 
desabamento de um edifício abandonado que servia de abrigo para centenas 
de indivíduos em São Paulo. Esse desastre levantou um assunto até então 
silenciado: a desigualdade de moradia, que se mostra grave problema social e 
representa obstáculo para o desenvolvimento da nação. 
Diante desse cenário, persiste no Brasil a desigualdade histórica de 
acesso à terra. Nesse viés, em 1850, foi estabelecida a Lei de Terras, cujo 
conteúdo visava evitar que a população carente se apropriasse da propriedade 
rural, o que subjugou as classes de menor renda a viver em moradias 
improvisadas e indignas. Entretanto, a desigualdade estabelecida em 1850 
ainda produz efeitos negativos no Brasil contemporâneo e pode ser percebida 
no número substancial de moradores de rua ou em situação habitacional 
precária de comunidades carentes. Desse modo, é incoerente que a nação 
brasileira, mesmo objetivando ser potência desenvolvida, permaneça 
indiferente ante o problema da distribuição de moradia em território nacional. 
Ademais, além da desigualdade histórica, persiste a omissão do poder 
público na oferta de políticas isonômicas de acesso à propriedade. A esse 
respeito, o neoliberalismo — doutrina adotada no Brasil desde o final do século 
XX — defende que os indivíduos devem buscar o seu próprio progresso por 
intermédio de esforço individual e sem intervenção do Estado. Todavia, a 
população de rua ou em situação precária não é capaz de progredir por si 
mesma, de modo que a ideologia neoliberal aplicada à moradia colabora para 
o aumento da desigualdade habitacional e social. Assim, enquanto a inércia do 
Estado for a regra, o progresso de quem não possui moradia será a exceção. 
A catástrofe de 1º de maio, portanto, poderia ter sido evitada caso a 
gestão de propriedade não fosse negligenciada no Brasil. Para mitigar esse 
problema, o Ministério Público, responsável pela manutenção do Estado de 
Direito, deve identificar quais propriedades urbanas estejam sem função social, 
por meio de fiscalizações, com apoio das prefeituras, a fim de destinar espaços 
inabitados à população carente. Por sua vez, os indivíduos devem cobrar 
políticas efetivas do Estado, como ampliação do aluguel social, por intermédio 
de debates nas mídias sociais, com auxílio de campanhas na televisão, cuja 
finalidade seria desconstruir a grave desigualdade habitacional, bem como 
contribuir para que o acesso à moradia deixe de ser um problema silenciado. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
TEMA - Os desafios do acesso à cultura no Brasil 
 
Em 1922, Mário de Andrade colaborou para a realização da Semana de 
Arte Moderna, cujo objetivo era valorizar as manifestações culturais do Brasil. 
Todavia, quase cem anos depois, a iniciativa do escritor modernista se mostra 
distante de ser efetivada, na medida em que a diversidade cultural brasileira não 
é acessível a todos, o que deve ser desconstruído sob pena de prejuízos ao 
desenvolvimento nacional. 
Diante desse cenário, as produções culturais brasileiras tendem a 
valorizar somente o lucro. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman, em 
sua obra "Cultura Líquida", propôs a teoria da Espetacularização da Cultura, 
segundo a qual as nações pós-modernas priorizam manifestações artísticas 
grandiosas, capazes de constituir espetáculos e gerar potencial econômico. 
Nesse contexto, a tese do sociólogo se aplica ao Brasil, na medida em que as 
grandes produções recebem mais investimentos do que as manifestações 
locais, que ficam negligenciadas. Assim, é incoerente que, mesmo sendo 
considerado multicultural, o país permita o enfraquecimento das culturas locais. 
Ademais, a maioria da população acessa manifestações artísticas 
incapazes de formar senso crítico. Nesse sentido, o conceito de Indústria 
Cultural, formulado por Theodor Adorno — filósofo alemão do século XX — 
denuncia que as produções culturais veiculadas pela mídia não valorizam a 
diversidade e são esvaziadas de criticidade. Tal estratégia midiática busca 
oferecer a todos a mesma compreensão da realidade, o que ocorre, inclusive, 
no Brasil, haja vista os veículos midiáticos — sobretudo a televisão — não 
incentivarem a reflexão crítica e buscarem homogeneizar os comportamentos 
dos brasileiros. Desse modo, enquanto o esvaziamento crítico se mantiver, o 
país será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas denunciados 
por Adorno: a alienação social. 
Impende, portanto, que valorização cultural proposta por Mário de 
Andrade seja acessível a todos. Para que isso ocorra, o Ministério da Educação 
e Cultura deve estimular os estudantes a observar as produções veiculadas na 
mídia, por meio de campanhas nas escolas, realizadas com a participação de 
familiares, a fim de estimular a criatividade coletiva. Os indivíduos, por sua vez, 
podem veicular conteúdos capazes de divulgar culturas locais marginalizadas, 
como os festivais de xilogravura do Nordeste, por intermédio das mídias sociais, 
para que seja minimizada a desvalorização desses movimentos. A partir da ação 
conjunta entre Estado e sociedade, serão alcançados os objetivos da Semana 
de Arte Moderna. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – Meios para combater a evasão escolar no Brasil 
 
Em 1996, foi fundada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
cuja função inicial era modernizar o ensino básico no Brasil e estimular os 
indivíduos se manterem ativos no processo pedagógico. Todavia, a alarmante 
evasão escolar evidencia que a meta da LDB está distante de ser a realidade 
de crianças e de adolescentes. Com efeito, as estratégias para manter os 
alunos no ciclo pedagógico pressupõem que se combata a desatualização das 
aulas e que se garanta a ampliação da perspectiva de vida dos estudantes. 
Diante desse cenário, a educação brasileira é inspirada no modelo da 
Revolução Industrial do século XVIII, que reproduzia dentro da escola o 
formato de uma pequena fábrica. Nesse viés, os estudantes eram submissos, 
dependentes e estimulados a obedecer, a fim de se tornarem bons operários 
no futuro. Mesmo após séculos de evolução, esse formato antigo ainda se 
perpetua no Brasil, mostra-se defasado e incapaz de reter o adolescente no 
processo pedagógico. Assim, enquanto as escolas brasileiras se mantiverem 
como fábricas, tal como era no século XVIII, a evasão escolar continuará como 
uma triste realidade entre os estudantes. 
Ademais, o distanciamento entre teoria e prática é obstáculo para a 
manutenção dos educandos no sistema. A esse respeito, em sua obra 
“Pedagogia do Oprimido”, Paulo Freire defende que a escola deve ter íntima 
relação com a realidade dos alunos e não ficar restrita ao universo teórico – 
problema conhecido como academicismo. Todavia, o Ensino Médio 
contemporâneo vai de encontro à ideologia de Freire, haja vista a deficiência 
dos métodos desenvolvidos nas escolas, capazes de criar abismos entre a sala 
de aula e a sociedade. Nesse sentido, o distanciamento denunciado pelo 
pedagogo acarreta um dos mais graves problemas do Ensino Médio 
brasileiro: a fragilidade do seu papel social e, consequentemente, o abandono 
escolar. 
Impende, portanto, que a educação cumpra, de fato, o seu papel nos 
últimos anos do ensino básico. Para isso, o Ministério da Educação – 
responsável pela atualização do ensino – deve desconstruir o modelo 
ultrapassado de aulas, por meio da flexibilização do currículo, como propõe a 
Base Nacional Comum Curricular, para que a diversidade cognitiva dos alunos 
seja valorizada. Por sua vez, os próprios estudantes, com auxílio dos 
professores, podem realizar pesquisas e seminários relacionando a teoria 
aprendida em aula com o seu próprio contexto, como ocorre em nações 
desenvolvidas, a fim de combater o problema do academicismo e garantir que 
o ambiente seja mais interessante e, em breve, livre da evasão escolar. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
26 
TEMA: Os desafios do combate ao assédiomoral no serviço público 
 
Em março de 2019, a Câmara dos Deputados tornou crime as condutas 
imorais e opressivas entre o patrão – o agressor – e o funcionário – a vítima. Tal 
atitude foi considerada pelo ordenamento jurídico brasileiro como ofensa 
reiterada à integridade do indivíduo. Todavia, o assédio moral repudiado 
pelos deputados ainda se mostra grave mazela entre os servidores públicos. 
Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata a maldade 
humana e que se valorize a dignidade dos colaboradores. 
À vista desse problema, Hannah Arendt – expoente filósofa alemã – 
desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual 
a hostilidade está enraizada no cotidiano da população. Nesse viés, o 
problema denunciado por Arendt também se relaciona com a sociedade 
brasileira, haja vista que o serviço público se mostra competitivo, bem como 
frequentes humilhações aos funcionários por parte dos patrões. Assim, 
enquanto o assédio moral for a regra, o respeito será a exceção. 
Ademais, o ambiente laboral tóxico fragiliza a dignidade humana. 
Nesse sentido, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – instituída 
na Revolução Francesa – estabeleceu que todos os indivíduos fazem jus a 
condições de tratamento digno. Ocorre que o Brasil está distante de vivenciar 
o respeito no serviço público, o que separa a nação do tratado internacional. 
Desse modo, se a falta de dignidade nas repartições estatais se mantiver, a 
população será obrigada a conviver com um dos mais graves problemas para 
as vítimas: o assédio moral. 
É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para mitigar o 
desrespeito nas repartições. Para isso, os órgãos de corregedoria – 
responsável pela segurança dos servidores – devem combater os casos de 
hostilidade e de competitividade no ambiente de trabalho. Essa iniciativa 
ocorreria por meio de políticas públicas, como fiscalização de conduta dos 
chefes de repartições, a fim de desestimular o autoritarismo e de garantir que 
o Brasil seja uma nação justa, igualitária e, de fato, livre de assédio moral. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
TEMA - Os desafios do combate à obesidade infantil no Brasil 
 
 
 Em 1988, representantes do povo, reunidos em Assembleia 
Constituinte, estabeleceram dois direitos: a saúde e a proteção à infância. 
Ocorre que a epidemia de obesidade infantil impede que meninos e meninas 
usufruam de ambos os direitos constitucionais. Nesse sentido, o combate à 
doença no Brasil passa pela reeducação alimentar e pela desconstrução do 
culto midiático aos alimentos ultra processados. 
Diante desse cenário, os hábitos alimentares das crianças inviabilizam a 
luta contra a obesidade. Nesse viés, a indústria alimentícia baseia seus 
produtos a partir da gordura hidrogenada — capaz de aumentar o sabor, a 
durabilidade e reduzir o custo da produção. Todavia, a saúde infantil fica 
prejudicada ao consumir alimentos industrializados, já que ocorre aumento do 
colesterol ruim, conhecido como LDL. Dessa forma, não é razoável que 
meninos e meninas brasileiros estejam vulneráveis à insegurança alimentar. 
Nesse sentido, o filósofo alemão Theodor Adorno desenvolveu o conceito 
de Indústria Cultural, segundo o qual a publicidade utiliza a persuasão 
constante, a fim de moldar um comportamento de compra. O problema é que 
as crianças estão muito mais suscetíveis às cores, às músicas e às demais 
estratégias denunciadas por Adorno e não possuem discernimento das 
consequências de uma alimentação irresponsável, baseada em “fast-foods”. 
Assim, enquanto o culto à comida superprocessador se mantiver, o Brasil será 
obrigado a conviver com uma das mais graves doenças do século: a 
obesidade infantil. 
Para combater o problema, portanto, as escolas — no exercício do seu 
papel social — devem contribuir com a reeducação alimentar das crianças, por 
meio de projetos pedagógicos como oficinas e aulas lúdicas, capazes de 
mostrar as consequências negativas dos “fast-foods”. Essa iniciativa poderia se 
chamar “Crescendo com saúde” e teria a finalidade de construir hábitos 
alimentares sadios, de sorte que, em breve, o Brasil experimente uma 
sociedade justa, solidária e livre da obesidade infantil. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – A importância da prevenção ao suicídio no Brasil 
 
Em 1994, Mike Emme — rapaz norte-americano de apenas 17 anos — 
tirou a própria vida e motivou o início de uma das campanhas mais relevantes 
para a sociedade: o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. Todavia, o combate 
ao problema não se mostra efetivo no Brasil, o que faz surgir, a cada dia, outros 
“mikes”, seja pela inabilidade social em discutir acerca do suicídio, seja pela 
pouca importância dada aos transtornos mentais daqueles que buscam a morte 
voluntária. 
Diante desse cenário, Johann Goethe — fundador do Ultrarromantismo 
europeu — relacionou a ideação suicida aos sentimentos do eu-lírico, em sua 
obra “Sofrimentos do Jovem Werther”. Para o escritor, tirar a própria vida seria 
o símbolo da fuga existencial: conceito reproduzido por outros autores. Ocorre 
que a romantização do suicídio proposta por Goethe se converteu em 
indiferença no imaginário da sociedade brasileira, de modo que a morte 
voluntária não recebe a devida importância, o que se mostra grave problema 
social. Nesse viés, não é razoável que os brasileiros menosprezem a ideação 
suicida e sejam omissos aos comportamentos que a revelem. 
Ademais, a omissão às doenças psiquiátricas dá lugar à busca pela morte 
voluntária. Sobre isso, no século XVIII, o suicídio passou a ser tratado como uma 
atitude derivada de distúrbios mentais, a exemplo da depressão. Nesse sentido, 
o médico francês Philippe Pinel foi pioneiro em propor o tratamento 
medicalizado daqueles que tentam subtrair a própria vida. Entretanto, 
substancial parcela dos brasileiros é indiferente aos avanços da psiquiatria, 
promovidos no século XVIII. Essa atitude omissa representa obstáculo para que 
a campanha do Setembro Amarelo cumpra seus objetivos, e, enquanto o 
silêncio da sociedade se mantiver, o mundo será obrigado a conviver com o mal 
do século: o suicídio. 
 O problema que ceifou a vida de Mike Emme precisa, pois, receber a 
devida importância no Brasil. Para que isso ocorra, as escolas — no exercício do 
seu papel social — devem desconstruir a visão reducionista do suicídio e dar 
mais visibilidade aos distúrbios mentais, a exemplo da depressão. Essa iniciativa 
aconteceria por meio de um projeto pedagógico, que poderia se chamar “Cada 
vida conta”, no qual os indivíduos seriam estimulados a compartilhar suas 
angústias, a fim de receber o devido tratamento e, dessa forma, fortalecer a 
saúde mental e retomar, portanto, a vontade pela vida. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
TEMA – A importância da redução do consumo de plástico pelo brasileiro 
 
Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia 
Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar o direito 
ao equilíbrio ambiental e a sustentabilidade como valores supremos de uma 
sociedade fraterna. Entretanto, a pouca importância dada à necessidade de 
redução do consumo de plástico torna a aplicação desses direitos 
constitucionais uma utopia, seja pela manutenção da cultura de excessos, seja 
pela omissão da sociedade 
Diante desse cenário, o consumismo inviabiliza a utilização consciente 
de plástico. A esse respeito, no século XIX, surgiu o conceito de Sociedade de 
Consumo, que critica o fato de praticamente todas as relações sociais serem 
baseadas em compra. Nesse sentido, o comportamento de parcela da 
população brasileira se relaciona à realidade consumista denunciada há mais 
de 100 anos, de sorte que homens e mulheres estão submissos ao gasto 
inconsciente, que demanda embalagens e insumos produzidos com material 
plástico. Logo, é incoerente que, mesmo sendo nação pós-moderna,ainda se 
perpetue a falta de conscientização socioambiental. 
Ademais, em 1992, a Organização das Nações Unidas promoveu um 
evento conhecido como “Cúpula da Terra” e elaborou a Política da 
Sustentabilidade — reduzir, reutilizar, reciclar — com objetivo de desestimular o 
comportamento poluente. Nesse contexto, embora o Brasil busque ser um país 
desenvolvido, a população tem sido incapaz de se comportar de forma 
sustentável com relação a embalagens e a insumos cuja matéria prima seja o 
plástico. Com isso, substancial parcela dos brasileiros se mostra indiferente à 
redução proposta pela ONU. Além disso, essa negligência demonstra pouca — 
ou nenhuma — responsabilidade com o meio ambiente. No entanto, se homens 
e mulheres se mantiverem inertes, o uso excessivo desse material não 
biodegradável continuará sendo a regra. 
Impende, pois, que a redução do consumo de plástico seja tratada com 
importância no Brasil. Dessa maneira, o Ministério do Meio Ambiente, cuja 
função é adotar o uso sustentável dos recursos naturais, deve combater, de 
forma eficaz, a cultura de excessos presente na contemporaneidade, por 
intermédio de palestras comunitárias, realizadas uma vez por semana, que 
poderiam chamar “Na medida certa”. Essa iniciativa teria a finalidade de ensinar 
a necessidade de redução dos compostos não biodegradáveis, além de mitigar 
a omissão do Estado. Assim, o real objetivo da “Cúpula da Terra” será, de fato, 
colocado em prática no século XXI. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
TEMA – Como combater os crimes de pedofilia no Brasil? 
 
 O romance "Lolita" — obra russa produzida em 1955 — narra a terrível 
relação sexualizada entre uma criança e um homem, que coloca na menina o 
apelido que dá nome ao livro. Todavia, narrativas repugnantes como a de 
"Lolita" são comuns fora da ficção e representam na prática um dos mais 
graves problemas da sociedade: a pedofilia. Assim, para mitigar essa mazela, 
há de se combater o silêncio da família e do Estado. 
 Diante desse cenário, não há como mitigar a exploração sexual infantil 
velada se os responsáveis se mantiverem omissos. Nesse viés, desde a Era 
Vargas, as crianças são consideradas hipossuficientes — grupos vulneráveis 
dependentes de cuidados integrais — e tiveram a proteção consolidada no 
artigo 6° da atual Constituição. Ocorre que substancial parcela das famílias 
brasileiras é incapaz de oferecer o cuidado historicamente consolidado por 
Vargas e pela Carta Magna vigente. Inclusive, os agressores costumam ser 
justamente aqueles que deveriam cuidar da integridade da criança. Com 
efeito, os abusos a meninos e a meninas se mostram atitudes cruéis e, se não 
forem combatidos a tempo, terão consequências irreparáveis à formação 
infantil. 
 Ademais, a OMS classificou a pedofilia como um transtorno mental, a 
fim de evidenciar que a exploração sexual às crianças não deve ser vista 
apenas como um crime, mas também como um desvio psiquiátrico do 
agressor. Todavia, a ineficiência do combate à pedofilia pelo Estado brasileiro 
é incompatível com a relevância proposta pela Organização Mundial da 
Saúde, de modo que campanhas nas mídias sociais — a exemplo do Maio 
Laranja — são insuficientes para garantir a proteção da infância e da dignidade 
humana. Desse modo, é incoerente que, mesmo sendo Estado Democrático 
de Direito, o Brasil ainda permita que as crianças protagonizem lolitas em suas 
próprias realidades. 
 A pedofilia, portanto, precisa ser repudiada pelas famílias e pelo Poder 
Público. Nesse sentido, o Ministério Público, com o auxílio das autoridades 
escolares, deve ensinar a população a combater esse crime, por meio de 
projetos pedagógicos, como oficinas e palestras, capazes de orientar pais e 
responsáveis a identificar os casos de pedofilia dentro dos seus próprios lares. 
Essa iniciativa teria a finalidade de problematizar a omissão familiar e reafirmar 
a presença do Estado na repressão a esse crime, de sorte que meninos e 
meninas vivam, de fato, em uma sociedade livre, justa e responsável. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
TEMA – A importância da leitura na infância 
 
A literacia familiar — ato de ler para os filhos — tem origem na Europa 
renascentista, a partir da invenção da imprensa, por Gutenberg. Essa prática 
melhora a qualidade da alfabetização e permite o contato prematuro entre 
obras as literárias e as crianças. Todavia, aquilo que é realidade entre os 
europeus, no Brasil, mostra-se uma utopia, já que a extrema desigualdade social 
e a alienação parental impedem que leitura receba a devida importância, 
sobretudo na infância. 
De início, não há como promover o contato com os livros em uma 
sociedade marcada pela fome. A esse respeito, no século XVI, durante o 
período da Colônia de Exploração, apenas a aristocracia — organização 
composta pelos nobres — tinha acesso à leitura e à alfabetização de qualidade. 
Ocorre que, no Brasil contemporâneo, a população pobre ainda é excluída da 
possibilidade de ler, o que reproduz a marginalização iniciada no século XVI. 
Assim, a escassez de recursos e a extrema desigualdade social tornam a literacia 
familiar uma realidade distante. 
Sob outra análise, o escritor realista Eça de Queirós, em sua obra “O 
Primo Basílio”, critica a instituição familiar moderna e revela as suas crises e a 
perda da sua função social. Com efeito, os lares brasileiros exemplificam a 
falência denunciada por Eça, de modo que é inviável ser leitor em um ambiente 
marcado pela agressão à mulher, pela falta de afeto e pela ausência parental. 
Desse modo, enquanto os lares brasileiros forem desestruturados, as crianças 
serão incapazes de perceber a importância de uma das práticas mais relevantes 
para a humanidade: a leitura. 
Para solucionar o problema, portanto, as prefeituras, em parceria com as 
escolas de nível fundamental, devem buscar romper a marginalização histórica 
acerca da leitura, por meio da realização de projetos pedagógicos, como 
“workshops” e gincanas criativas que receberiam o nome de “Aprendi no livro”. 
Essa iniciativa dos municípios teria a finalidade de mostrar aos pais e às mães a 
importância de manter um ambiente saudável, que possibilite o contato com os 
contos fantásticos e com as histórias. Assim, a literacia familiar deixará de ser 
uma realidade restrita à Europa, e meninos e meninas poderão conhecer, enfim, 
o poder de transformação da leitura. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – Os desafios do combate ao tabagismo entre os brasileiros 
 
Em 1955, a indústria tabagista lançava a sua principal campanha 
com o objetivo de incentivar o consumo de cigarro: o “cowboy” da Marlboro. 
Com efeito, o hábito de fumar fomentado desde o século passado representa 
grave problema de saúde pública. Desse modo, é urgente não só que os 
fumantes brasileiros compreendam as consequências negativas do fumo, mas 
também que o interesse das grandes empresas do setor dê lugar ao bem-estar 
da coletividade. 
Diante desse cenário, é incoerente que, mesmo com todas as 
consequências nocivas, ainda haja cultura de fumantes no Brasil. Nesse viés, a 
combustão do tabaco gera aproximadamente 2000 compostos químicos, 
como hidrocarbonetos, substâncias poluentes e cancerígenas. Ocorre que a 
população fumante desconhece — ou ignora — os efeitos dessas substâncias 
tóxicas para o organismo humano. Dessa forma, não é razoável que o prazer 
momentâneo de um cigarro dê lugar ao câncer de pulmão, ao enfisema 
pulmonar e a diversas doenças letais. 
Sob outra análise, a Lei Antifumo, publicada em 2011, prevê 
estratégias para desestimular o consumo de cigarros e garante a integridade, 
inclusive, dos fumantes passivos. Nesse viés, a influência da indústria tabagista 
brasileira ainda é um obstáculo para que a legislação brasileira alcance 
plenamente seus objetivos. A esse respeito, os cigarros sem fumaça e a 
facilitação do contrabando dos maços são estratégias cruéis que 
desqualificamas campanhas antitabagismo no Brasil. Assim, enquanto os 
interesses das grandes empresas tabagistas se mantiverem vivos, ainda haverá 
“cowboys” da Marlboro na sociedade brasileira. 
O consumo de cigarros precisa, portanto, ser combatido no Brasil. 
Para isso, o Ministério da Saúde deve apresentar à sociedade os malefícios do 
fumo, por meio de infográficos e de documentários, como depoimentos de 
indivíduos que desenvolveram doenças pulmonares, a fim de eliminar a 
prática do tabagismo. Inclusive, o próprio MS precisa fiscalizar as empresas 
que comercializam maços de forma irregular, por intermédio do envio de 
fiscais aos centros de distribuição desses produtos, de sorte que a nação 
brasileira construa, de fato, uma sociedade saudável e livre dos malefícios do 
tabaco. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – Os desafios do ensino a distância no Brasil 
 
Em 1975, era fundada a pioneira em educação remota no Brasil: a TVE. 
Seguindo o caminho aberto pelo jornalista Roquette-Pinto, a emissora deu 
início à história da EAD no país e levou conhecimento aos quatro cantos da 
nação verde-amarela. Todavia, a implementação sistemática do ensino a 
distância, iniciada por Roquette-Pinto, apresenta desafios que passam não só 
pela dificuldade da cultura de autoaprendizagem, mas também pela falta de 
recursos básicos da população. 
Diante desse cenário, o sistema educacional vigente no Brasil é 
inspirado no modelo iluminista e impõe a submissão intelectual do estudante 
à figura do professor, que seria o detentor do conhecimento. Nesse sentido, o 
aluno, desde o iluminismo, acostumou-se a ser passivo no processo de 
aquisição do conhecimento, realidade que inviabiliza a autoaprendizagem 
característica do ensino a distância. Assim, enquanto houver mentalidade 
passiva por parte dos estudantes, a educação remota não alcançará seus 
objetivos. 
Ademais, outro grave obstáculo que impede a implementação do EAD 
é a carência de recursos básicos da população. Acerca disso, a proposta de 
sistematização do ensino a distância esbarra na falta de urbanização e na 
miséria extrema de alguns locais negligenciados, como o município de 
Melgaço, no Pará — menor IDH do Brasil. Nesse viés, não há como aprender, 
presencial ou remotamente, convivendo com a fome e com ausência de 
serviços básicos, assim como ocorre na cidade paraense. Assim, antes de 
usufruir dos benefícios das videoaulas e dos conteúdos on-line, o saneamento 
e a alimentação precisam ser oferecidos a todos. 
Urge, portanto, que o Ministério da Educação modifique a mentalidade 
dos estudantes, por meio de projetos de iniciação científica, que estimulem os 
alunos a desenvolver a autoaprendizagem, a fim de desconstruir a passividade 
histórica do ensino. Por sua vez, o Ministério Público Federal precisa fiscalizar 
a oferta de serviços básicos, como saneamento e alimentação, por intermédio 
de visitas a locais carentes. A iniciativa do MPF teria a finalidade de garantir 
que o ensino a distância encontre condições favoráveis para sua 
implementação, de modo que o papel social da TVE seja realidade em todos 
os locais do país. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
TEMA – A contribuição da música para o aprendizado dos estudantes brasileiros 
 
Em 1770, nascia um dos músicos mais reconhecidos da história: Ludwig 
van Beethoven — alemão que, desde a infância, mostrava grande interesse pelo 
piano, que lhe ajudara a vencer os obstáculos que se impunham. De forma 
análoga, o contato com a música é capaz de ampliar os horizontes dos estudantes 
brasileiros, tal como houve com o artista, o que pode contribuir, inclusive, com a 
formação educacional dos estudantes. Todavia, a carência de incentivo do Estado 
e da família inviabiliza o surgimento de novos beethovens entre os alunos. 
Sob uma primeira análise, a música potencializa a atividade cognitiva 
cerebral. À vista disso, o fenômeno das sinapses neurais consiste na ligação entre 
os neurônios — células responsáveis pelo funcionamento do cérebro. Esse 
processo ocorre na infância, de sorte que práticas artísticas, como cantar ou tocar 
um instrumento, são capazes de estimular essas conexões neuronais. Todavia, o 
Estado, materializado na figura das escolas, mostra-se incapaz de perceber o 
potencial de transformação que a música pode oferecer aos estudantes, que 
perdem a oportunidade de desenvolver ainda mais sinapses neurais. Assim, a 
formação educacional poderia ser mais interessante e mais produtiva, caso os 
instrumentos e as melodias fizessem parte da rotina escolar. 
De outro modo, os pais de Beethoven estimulavam a música desde a 
infância: realidade que não se reproduz no cotidiano contemporâneo. Nesse viés, 
a educação será de fato libertadora quando a família assumir o seu papel na 
formação dos filhos, ideia que foi defendida por Paulo Freire na obra “Pedagogia 
do Oprimido”. Ocorre que os responsáveis não compreendem — ou sequer 
conhecem — a relevância da música sobre a educação de meninos e de meninas, 
e muitas famílias consideram essa manifestação artística como antagonista da 
aprendizagem escolar. Assim, é incoerente que os pais desejem a melhor 
formação aos filhos, mas não estimulem o contato com a arte sonora desde a 
infância. 
Há de se valorizar, portanto, a música no processo educacional desde os 
primeiros anos da vida. Nesse sentido, as escolas, com apoio dos pais e das mães 
dos estudantes, devem realizar projetos pedagógicos, como oficinas musicais 
que estimulem a atividade cerebral dos alunos e ajudem-nos a melhorar a 
concentração e a memória. Essa iniciativa poderia se chamar “Aumentando a 
nota” e teria a finalidade de mostrar às famílias a importância da arte sonora no 
ensino, para que, assim como propôs Paulo Freire, a educação passe a ser, de 
fato, transformadora. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – Os obstáculos da inclusão do autista no Brasil 
 
A série "The Good Doctor" narra os conflitos e os preconceitos vividos 
pelo Dr. Shaun Murphy no contexto de um grande hospital norte-americano. 
Com efeito, as dificuldades sofridas pelo protagonista são a realidade de 
muitos autistas fora da ficção, o que representa grave obstáculo à verdadeira 
inclusão social desse grupo e exige medidas para desconstruir as posturas 
discriminatórias e para promover a verdadeira inclusão. 
Diante desse cenário, é urgente que o indivíduo contemporâneo 
repudie a intolerância àqueles que apresentam Transtornos do Espectro 
Autista. Sob essa análise, o sociólogo Gilberto Freyre defende, na obra “Casa-
grande e Senzala”, que, durante a formação colonial, as diferenças eram vistas 
com repulsa. Assim, aqueles que divergiam do padrão eram — e ainda são — 
marginalizados. Ora, sempre que alguém relaciona a palavra autista a uma 
piada ou a um preconceito, fica nítido que a intolerância e a discriminação 
denunciadas por Freyre ainda permanecem como cruel realidade. Portanto, 
não é razoável que a sociedade do século XXI manifeste posturas arcaicas em 
relação à população com TEA. 
De outra parte, Aristóteles desenvolveu o conceito de isonomia, 
segundo o qual as pessoas deveriam se ajustar às condições das outras. 
Entretanto, apesar de o brasileiro ser mundialmente conhecido por ser um 
povo receptivo, substancial parcela ainda nutre uma grave mazela social: a 
dificuldade de praticar a isonomia aristotélica. Nesse sentido, é justamente por 
essa característica social negativa que a população autista ainda está distante 
de experimentar a isonomia proposta pelo filósofo grego. Desse modo, 
enquanto o autismo for visto como doença — e não como uma característica 
— a verdadeira inclusão ainda permanecerá distante. 
Medidas devem, pois, ser tomadas para que os indivíduos com autismo 
sejam tratados com dignidade. Para isso, as escolas precisam, com urgência, 
desconstruir o histórico preconceito enraizado desde o Brasil Colônia, por 
meio de eventospedagógicos, como aulas e palestras, realizados com a 
participação de pessoas com TEA. Essa iniciativa teria a finalidade de 
promover a efetiva inclusão, de forma isonômica, de modo que os conflitos 
experimentados por Shaun Murphy sejam, em breve, apenas ficção. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
TEMA – O problema do consumo excessivo de açúcar pelo brasileiro 
 
Desde a Antiguidade Clássica, a Índia ficou conhecida por produzir a 
cana, matéria prima de onde era extraído um dos insumos mais cobiçados do 
mundo na época: o açúcar. Entretanto, o consumo excessivo desse produto 
representa grave problema de saúde pública e, ao contrário do que ocorria na 
Antiguidade, não deve ser supervalorizado pela população. Antes, há de se 
repensar os hábitos alimentares, bem como a cultura de utilização desse 
ingrediente comum nas refeições. 
 
Diante desse cenário, quando o organismo humano consome grande 
quantidade de açúcar, o fígado transforma o excedente em gordura, e o 
pâncreas libera maior quantidade de insulina. Ocorre que essas disfunções se 
mostram nocivas a longo prazo: a gordura produzida forma tecido adiposo, cujo 
excesso causa o problema da obesidade. Inclusive, a imprudência no consumo 
desmesurado dessa substância pode promover resistência à insulina e 
desenvolver diabetes — doença que pode ser irreversível e levar à morte. Assim, 
a presença da sacarose no cotidiano brasileiro oferece mais riscos do que 
benefícios. 
Ademais, a cultura de consumo de açúcar prejudica a saúde da 
população. Nesse viés, desde o século XVII, a economia do Brasil baseou-se na 
produção agroindustrial da cana, e, naquele momento, houve forte incentivo do 
“ouro branco” — como ficou conhecido após o processo de refino — adquirido 
por todas as classes sociais. Todavia, esse costume enraizado desde o Período 
Colonial traz consequências negativas, e o consumo desmesurado é 
considerado problema de saúde pública pela OMS. Dessa forma, não é razoável 
que, nas mesas brasileiras, ainda seja comum este perigoso ingrediente: o 
açúcar. 
Para que a sociedade modifique seus hábitos cotidianos, portanto, as 
escolas devem combater o consumo de doces desde os primeiros anos da 
infância, por meio de projetos pedagógicos, como oficinas capazes de mostrar 
os impactos do açúcar ao organismo, a exemplo da obesidade e da diabetes. 
Essa iniciativa das autoridades escolares, em conjunto com o Ministério da 
Educação, teria a finalidade de desconstruir o culto ao açúcar iniciado na 
Antiguidade Clássica e perpetuado no Brasil Colônia, de sorte que, em breve, 
os indivíduos possam usufruir de uma alimentação menos calórica e, 
consequentemente, mais saudável. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
TEMA – A importância das campanhas de vacinação no Brasil 
 
Em 1952, o médico virologista Jonas Salk desenvolveu a vacina contra 
a poliomielite e contribuiu para a erradicação da doença em 1980. Entretanto, 
a negligência às campanhas de vacinação fragiliza a conquista de Salk e 
prejudica toda a sociedade. Com efeito, a efetiva cobertura vacinal pressupõe 
que se combata não só a rejeição às campanhas, mas também a falsa 
impressão de que as doenças deixaram de existir. 
Diante desse cenário, a resistência popular às vacinas inviabiliza o 
controle de enfermidades. A esse respeito, o sanitarista Oswaldo Cruz 
implantou em 1904 políticas de imunização, que foram repudiadas pela 
população da época, o que motivou a Revolta da Vacina. Ocorre que a rejeição 
enfrentada pelo médico ainda é a realidade e evidencia grave retrocesso 
capaz de prejudicar a saúde pública brasileira de forma irreparável. Nesse 
sentido, não é razoável que, mesmo sendo nação pós-moderna, ainda se 
mantenha o repúdio à vacinação comum há mais de 100 anos. 
Ademais, a baixa adesão às campanhas se deve à ilusão de que as 
doenças deixaram de existir. Nesse viés, o médico Maurice Hilleman 
desenvolveu a vacina tríplice viral em 1963, fundamental para que o sarampo 
fosse eliminado do Brasil em 2016. Todavia, a doença combatida por Hilleman 
voltou a ser um problema para os brasileiros, já que substancial parcela da 
população nutre a atitude imprudente e inconsequente de rejeitar a 
prevenção. Assim, enquanto a falsa impressão de inexistência dos vírus se 
mantiver, a sociedade contemporânea será obrigada a conviver com um dos 
mais graves obstáculos para a saúde pública: a reemergência de doenças. 
As campanhas de vacinação, portanto, precisam receber a devida 
importância. Para isso, o Ministério da Educação deve desconstruir as notícias 
falsas, como as que invalidam a eficácia das vacinas, por meio de aulas de 
biologia realizadas com frequência, para que a rejeição às campanhas deixe 
de ser realidade no país. Por sua vez, os indivíduos — no exercício do seu 
senso crítico — podem evidenciar que os vírus e demais agentes etiológicos 
não deixaram de existir. Essa iniciativa social seria feita por intermédio de 
discussões na internet, a fim de que o combate iniciado por Jonas Salk, enfim, 
deixe de ser apenas teoria. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
TEMA – O problema da alienação parental nos lares brasileiros 
 
Na década de 80, Richard Gardner — psiquiatra norte-americano — 
conceituou como Síndrome da Alienação Parental o distúrbio infantil provocado 
pela persuasão negativa de algum genitor exercida sobre a criança contra outro 
parente. Com efeito, esse problema descrito por Gardner representa grave 
mazela social, na medida em que afeta o desenvolvimento de substancial 
parcela da população infanto-juvenil. Dessa forma, como solução do entrave, há 
de se desconstruir o individualismo, a fim de mitigar os prejuízos psicológicos. 
Sob uma primeira análise, o egoísmo dos pais prejudica o 
relacionamento saudável dos filhos. Nesse viés, a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão — baseada nos ideais iluministas — entende que a família 
deve assegurar o bem-estar de meninos e de meninas: critério fundamental 
para a garantia de condições dignas de humanidade. Ocorre que, em muitos 
lares brasileiros, as famílias são incapazes de compreender o papel que 
exercem na promoção da dignidade humana desses pequenos indivíduos e são 
indiferentes. Esse fenômeno cruel vai de encontro à legislação internacional 
iluminista, haja vista a irresponsabilidade de se utilizar da criança como forma 
de punir o cônjuge ou parente. Dessa forma, é incoerente que os genitores, 
embora responsáveis pelo bem-estar dos filhos, sejam justamente aqueles que 
lhe prejudicam. 
De outra parte, a manipulação emocional sobre a criança dá lugar a 
prejuízos psicológicos. A esse respeito, o médico Peter Sifneos nomeou como 
“Alexitimia” o conceito clínico conhecido popularmente como “cegueira 
emocional”, segundo o qual o relacionamento tóxico com os genitores pode 
provocar na criança a perda da capacidade de demonstrar afeto. Nesse sentido, 
muitas famílias são imprudentes com o comportamento antes os filhos e, assim, 
são responsáveis por ocasionar consequências irreparáveis como a síndrome 
definida por Sifneos. Desse modo, enquanto a dominação negativa sobre os 
jovens se mantiver, a sociedade terá de conviver com um dos piores obstáculos 
para o desenvolvimento: a perpetuação da alienação parental. 
Impende, pois, que a síndrome abordada por Richard Gardner deixe de 
ser realidade no Brasil. Para isso, as escolas devem contribuir para combater o 
individualismo presente entre as famílias, por meio de um projeto pedagógico 
composto por palestras e oficinas que chamem os pais à ação. Essa iniciativa se 
chamaria “Lar saudável de verdade” e teria a finalidade de orientar os 
responsáveis a garantir a saúde afetiva das crianças e, com sorte, construir uma 
sociedade justa, solidária e livre da alienação. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
TEMA – O poder de transformação social do esporte no Brasil 
 
No século VIII antesde Cristo, a Antiguidade grega criou o conceito de 
Paz Olímpica, cuja função era apaziguar a guerra, proteger a população e 
garantir a civilidade durante os jogos. Com efeito, o esporte mudou a história 
da Grécia e ainda, na contemporaneidade, é capaz de transformar a trajetória 
dos brasileiros, seja por dar visibilidade social a grupos marginalizados, seja 
por promover a igualdade. 
Diante desse cenário, a filósofa Simone de Beauvoir desenvolveu o 
conceito de Invisibilidade Social, segundo o qual alguns grupos são 
intencionalmente excluídos e ficam vulneráveis à criminalidade. Nesse sentido, 
o esporte representa uma estratégia para reverter a indiferença denunciada 
por Beauvoir, de sorte que oferece novas perspectivas de vida e valores para 
homens e mulheres marginalizados. Dessa forma, em uma nação marcada 
pela desigualdade e pela escassez de recursos, o desporto é mais do que uma 
atividade: é uma esperança. 
Ademais, Nelson Mandela — ex-presidente da África do Sul — decidiu 
sediar, em 1995, a Copa do Mundo de Rúgbi e promoveu a união social dentro 
dos estádios, onde brancos e negros ficaram de um mesmo lado com 
objetivos iguais. Nesse viés, ainda que depois de décadas, substancial parcela 
dos cidadãos é incapaz de reproduzir o ideal proposto por Nelson Mandela e 
subverte a ideologia do esporte: em vez de usar os jogos para desconstruir o 
racismo, fomentam a injúria racial e o preconceito. Desse modo, se a falta de 
empatia se mantiver, as arenas serão ambientes hostis e sem uma das mais 
importantes funções do desporto: a transformação social. 
Impende, portanto, que o esporte tenha, de fato, poder de mudança 
no Brasil. Dessa maneira, o Ministério da Educação, no exercício do seu papel 
social, deve zelar pela prática inclusiva e igualitária de atividades esportivas, 
por intermédio da implementação de um projeto extracurricular nas escolas, 
realizado uma vez por semana, que poderia chamar “Virando o jogo”. Essa 
iniciativa teria a finalidade de combater a cultura de hostilidade e de ensinar 
que o preconceito não deve estar presente na sociedade. Assim, o ideal de 
inclusão proposto por Nelson Mandela deixará, enfim, de ser uma utopia no 
Brasil. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
TEMA – Caminhos para combater a depressão entre os brasileiros 
 
 Em 1792, o médico francês Philippe Pinel desenvolveu estudos 
acerca do Transtorno Depressivo e contribuiu para que essa doença fosse 
tratada com prioridade. Todavia, a negligência em torno da depressão mostra 
que a sociedade brasileira ainda está distante de experimentar a conquista 
iniciada por Pinel. Com efeito, desconstruir a visão reducionista sobre o 
transtorno e a valorizar a saúde mental são caminhos possíveis para combater 
o problema. 
Sob uma primeira análise, as características da depressão foram 
relacionadas a sentimentos durante o século XIX, sobretudo pelos escritores 
da Geração Ultrarromântica, cujo expoente era Álvares de Azevedo. Esse autor 
romântico construía seus textos vinculando a ideação suicida ao amor, o que 
contribuiu para que a tristeza depressiva fosse romantizada. Ocorre que o 
imaginário contemporâneo brasileiro ainda nutre a visão equivocada e 
reducionista de que esse transtorno mental grave é uma sensação passageira, 
tal como descreviam os poetas românticos, o que inviabiliza o reconhecimento 
da doença pelo paciente. Assim, não é razoável que a depressão seja 
negligenciada pela sociedade contemporânea. 
De outra parte, é urgente que o brasileiro valorize a sua saúde mental, 
cuja deficiência dá ensejo à depressão. Nesse viés, na obra “O Mal-estar da 
Civilização”, Sigmund Freud desenvolveu o conceito de Cultura de Sucesso, 
segundo o qual o indivíduo moderno deve ter êxito em todas as tarefas que 
se propõe a fazer, e essa imposição seria capaz de subjugá-lo ao mal-estar da 
modernidade. Essa busca frustrada pelo sucesso constante, tal como Freud 
descreveu, se mostra frequente no Brasil, e a sua principal consequência é a 
depressão. Nesse sentido, é necessário que a Cultura de Sucesso — 
denunciada pelo Pai da Psicanálise — dê lugar ao bem-estar da mente, sob 
pena de uma das mais graves doenças mentais segundo a OMS: a depressão. 
Para combater o transtorno, portanto, o Ministério da Saúde, em 
parceria com as escolas, deve desconstruir a visão romantizada que associa 
depressão a um sentimento, por meio de eventos pedagógicos, como aulas e 
palestras que mostrem as consequências hormonais da doença psiquiátrica. 
Essa iniciativa teria finalidade de trazer à tona a importância do autocuidado e 
do bem-estar da mente pela sociedade brasileira, de sorte que o mal-estar 
descrito por Freud, em breve, dê lugar à saúde mental valorizada por Philippe 
Pinel. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
TEMA – HIV: um desafio para a saúde pública e para a sociedade 
 
 Em 1969, o mundo conheceu o evento que entraria para a história 
como símbolo de liberdade social: o “Festival de Woodstock”, que reuniu mais 
de 400 mil “hippies” em busca da sexualidade livre. Todavia, a liberalidade 
sexual pregada naquela época deu lugar ao HIV — vírus que ainda se mostra 
um desafio para sociedade e para a saúde pública. Com efeito, para combatê-
lo, há de se desconstruir o preconceito e a desinformação. 
De início, os estereótipos acerca da AIDS dificultam o efetivo controle 
da doença. A esse respeito, a minissérie brasileira “Hebe” retrata o período 
dos anos 80, em que a sociedade associava a síndrome aos gays e às 
prostitutas. Ocorre que essa associação denunciada na produção ficcional 
ainda permeia o imaginário coletivo e representa grave problema, de modo 
que os pacientes soropositivos são marginalizados. Assim, não é razoável 
que os cidadãos com HIV tenham de combater não só o vírus, mas também 
o preconceito. 
Sob outra análise, o Brasil adotou, em 1996, a distribuição gratuita de 
medicamentos antirretrovirais — remédios que, embora não eliminem o 
vírus, impedem a sua transmissão. Todavia, o tratamento iniciado em 96 é 
incapaz de atingir a eficácia social, já que o preconceito e o estigma ao vírus 
impedem que os contaminados conheçam o seu status sorológico e, 
consequentemente, não buscam tratamento e propagam o HIV. Dessa forma, 
enquanto a desinformação se mantiver, os brasileiros serão obrigados a 
conviver com um dos mais graves problemas de saúde pública: a AIDS. 
 O combate ao HIV, portanto, precisa deixar de ser um desafio. Nesse 
viés, as escolas — entidades responsáveis pela atualização da mentalidade 
social — devem contribuir para que os indivíduos não façam juízo de valor 
negativo das pessoas com AIDS, por meio de “workshops” e palestras 
liderados por indivíduos com o vírus. Essa iniciativa teria a finalidade de 
combater a desinformação e motivar que homens e mulheres usem 
preservativos, façam o teste e identifiquem a doença. Desse modo, a 
epidemia de HIV dará lugar à responsabilidade, e o Brasil será conhecido 
como nação justa, solidária e, de fato, livre do preconceito. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
TEMA - Os obstáculos para a doação de sangue no Brasil 
 
A produção ficcional “Sob pressão” narra, em um dos episódios, a 
história de pacientes que dependem de transfusão sanguínea, mas não podem 
recebê-la em função da escassez dos estoques do hospital. Entretanto, os 
obstáculos da doação de sangue fazem com que os brasileiros protagonizem, 
fora da ficção, o drama narrado na série, o que se mostra grave problema. Com 
efeito, há de se desconstruir a indiferença dos indivíduos, bem como a 
ineficiência do Estado. 
Diante desse cenário, é preciso combater o individualismo, cujo excesso 
prejudica as ações solidárias. A esse respeito, Adam Smith — considerado pai 
do liberalismo — entendia que apenas a busca pelos interesses pessoais levaria 
a sociedade ao progresso, de modo que a benevolência humana representaria 
fraqueza. Ocorre que, no Brasil,o egocentrismo idealizado por Smith ainda se 
perpetua na contemporaneidade, na medida em que substancial parcela da 
população é indiferente à necessidade de adesão aos projetos de doação de 
sangue. Além disso, esse grave problema afeta diretamente os pacientes que 
esperam a transfusão sanguínea para preservação da vida. Logo, é incoerente 
que, mesmo sendo nação pós-moderna, a cultura individualista continue sendo 
a regra, visto que a solidariedade será exceção. 
Nesse sentido, em 1948, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu 
que as autoridades são — ou deveriam ser — responsáveis pela manutenção do 
bem-estar público. Nesse contexto, embora o Brasil busque ser Estado 
desenvolvido, as ações governamentais de estímulo ao ato de doar sangue têm 
sido incapazes de sensibilizar os cidadãos, o que vai de encontro ao que foi 
proposto pela OMS. Ademais, essa falta de assistência estatal provoca a 
escassez dos bancos de sangue, e, muitas vezes, tem por consequência um 
prejuízo irreparável: a morte. Assim, a omissão do Estado dá lugar às 
campanhas de doações frágeis, e, enquanto o descaso das autoridades se 
mantiver, o país será obrigado a conviver com um número de doadores bem 
menor do que a real demanda exige. 
Há de se mitigar, portanto, os obstáculos para a doação de sangue. 
Nesse sentido, o Ministério da Saúde, cuja função é garantir direitos aos 
cidadãos, deve desconstruir, com urgência, o individualismo acerca dessa 
atitude solidária, por meio de políticas públicas que estimulem os indivíduos a 
doar, como a criação de um cadastro para a coleta sanguínea gratuita em 
domicílio, bem como postos itinerantes. Essa iniciativa teria a finalidade de 
aumentar a oferta de sangue nos hospitais, de aprimorar a eficiência do Estado 
e de contribuir para que o drama narrado em “Sob pressão” seja, em breve, 
apenas ficção. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – O papel da família na educação de crianças e de adolescentes em questão no Brasil 
Professor Vinícius Oliveira 
VERSÃO A 
 
Em 1988, representantes do povo — 
reunidos em Assembleia Constituinte — instituíram 
um Estado Democrático, a fim de assegurar o direito à 
educação como valor supremo de uma sociedade 
fraterna. Entretanto, a falta de comprometimento da 
família revela que nem todas as crianças e os 
adolescentes brasileiros experimentam esse direito na 
prática. Com efeito, a falta do papel familiar coloca em 
risco não só a formação escolar dos jovens, mas 
também o seu convívio social. 
 
Sob uma primeira análise, a omissão dos pais 
afeta a situação educativa do público infanto-juvenil. 
A esse respeito, no século XX, Paulo Freire defendeu, 
em sua obra “Pedagogia do Oprimido”, que a família 
mostra-se opressora ao depositar aa 
responsabilidade da educação dos filhos sobre as 
escolas e os profissionais de ensino. Ocorre que, 
mesmo depois de décadas, a ideia defendida pelo 
pedagogo ainda é a realidade, na medida em que há 
crianças e adolescentes como se estivessem órfãos 
em suas próprias casas, o que representa um grave 
problema social e é capaz de causar o esgotamento 
físico e psicológico dos professores, cada vez mais 
sobrecarregados pela carência de compromisso dos 
pais. Logo, é incoerente que, mesmo sendo nação 
pós-moderna, a educação até agora não consiga ser 
libertadora, tal como Freire resguarda. 
 
De outra parte, a ausência da educação na 
família dá lugar à má formação social dos jovens. Nesse 
sentido, Zygmunt Bauman desenvolveu, em seu livro 
“Modernidade Líquida”, o conceito de Instituições 
Zumbis, segundo o qual visa descrever, 
metaforicamente, a falência das grandes instituições 
da modernidade, já que mantiveram a sua forma, mas 
perderam a sua essência — a exemplo das 
organizações familiares. Nesse contexto, embora o 
Brasil busque ser Estado desenvolvido, substancial 
parcela dos responsáveis é incapaz de educar a 
juventude, o que corrobora com a concepção de 
Bauman e constitui cruel desdobramento na sociedade 
civil, visto que a inexistência da prática de disciplina é 
fatos preponderantes na formação moral e da ética. No 
entanto, enquanto o descuido com os valores for a 
regra, o país será obrigado a conviver com uma triste 
realidade: indivíduos antiéticos e imorais. 
 
Impende, pois, que o acesso pleno à 
educação seja, de fato, assegurado. Dessa maneira, o 
Ministério da Educação, no exercícios do seu papel 
civil, deve modificar a mentalidade dos familiares 
acerca da formação educacional, por meio de projetos 
de políticas públicas nas grandes mídias, capazes de 
delimitar aos responsáveis qual é a sua própria função 
dentro dos desenvolvimentos dos jovens, a fim de 
minimizar a sobrecarga dos professores, bem como 
estimular o ensino de princípios morais para o convívio 
social harmônicos. Assim, serão garantidos os direitos 
de um Estado Democrático, e o Brasil será justo, livre e 
solidário. 
 
VERSÃO B 
 
Em “Matilda” — produção ficcional norte-
americana —, a protagonista é uma criança que cresceu 
em um ambiente desestruturado e em meio a pais 
indiferentes ao seu desenvolvimento. Com efeito, fora 
da ficção, esse problema ainda é realidade, haja vista 
que substancial parcela das famílias brasileiras não 
cumpre o seu papel na educação dos filhos. Nesse 
sentido, hão de ser analisados os prejuízos não só para 
a construção educativa, mas também para o convívio 
social dos jovens. 
 
Sob uma primeira análise, a omissão familiar 
prejudica a formação educacional das crianças e dos 
adolescentes. A esse respeito, Paulo Freire — 
renomado educador brasileiro —, em sua obra 
“Pedagogia do Oprimido”, abordou que a família 
mostra-se opressora ao depositar a responsabilidade da 
educação dos filhos sobre as instituições escolares. 
Ocorre que essa indiferença dos pais ao processo 
educativo dos jovens, como retratado por Freire, 
evidencia cruel mazela para esses indivíduos no Brasil. 
Tal descaso afeta a relação família-escola, em que se 
mostra necessário que os responsáveis participem 
efetivamente na construção e no desenvolvimento 
educacional dos filhos. Desse modo, é incoerente que 
os pais sejam omissos em um país que requer ajuda da 
família na educação. 
 
De outra parte, o sociólogo polonês Zygmunt 
Bauman desenvolveu o conceito de Instituições Zumbis, 
segundo o qual a família perdeu sua função social, mas 
manteve — a qualquer custo — a sua forma. Nesse 
viés, os lares brasileiros se enquadram na teoria 
denunciada por Bauman, na medida em que perderam 
a capacidade de educar e de agregar valores sociais aos 
seus filhos. Além disso, essa falha pode gerar graves 
consequências para a formação social das crianças e 
dos adolescentes, como o aumento da criminalidade, 
da gravidez na adolescência e do consumo de álcool. 
Dessa maneira, enquanto a ausência familiar se 
mantiver, os jovens serão obrigados a conviver com um 
dos piores obstáculos para a modernidade: a má 
formação social. 
 
Impende, pois, que as famílias cumpram o seu 
papel na educação de crianças e de adolescentes. Para 
isso, as instituições de ensino, em parceria com as 
famílias, devem proporcionar o efetivo vínculo família-
escola, por meio de projetos nas próprias escolas 
capazes de impulsionar a participação ativa da família 
no processo educativo. Essa iniciativa terá a finalidade 
de desconstruir a omissão dos pais e reduzir os 
prejuízos causados na formação educacional e social 
dos jovens. Assim, as dificuldades enfrentadas por 
Matilda, mesmo fora da ficção, deixarão de ser 
realidade. 
 
 
 
44 
TEMA – A importância do trabalho voluntário em momentos de crise 
 
A Organização das Nações Unidas estabeleceu a Agenda Global do 
Desenvolvimento: 17 objetivos para estimular ações humanitárias globais até 
2030. Entretanto, a indiferença ao trabalho voluntário representa um obstáculo 
à meta proposta pela ONU, o que pode potencializar a desigualdade 
principalmente em momentos de crise. Com efeito, individualismo e omissão 
do Estadosão problemas relacionados à falta de incentivo a ações 
benevolentes. 
Em primeiro plano, a falta de empatia — comum nas sociedades 
modernas — representa obstáculo ao voluntariado. A esse respeito, no século 
XVIII, Adam Smith entendia que a benevolência impediria o progresso, e as 
nações apenas se desenvolveriam a partir da busca das suas ambições 
individuais. Todavia, mesmo depois de séculos, a ideologia meritocrática do 
pai do liberalismo permanece no imaginário dos indivíduos, que rejeitam 
ações humanitárias e o voluntariado justamente por causa da visão 
individualista. Assim, enquanto for imposta a meritocracia, a benevolência será 
a exceção, sobretudo em contextos de crise. 
Sob outra análise, há de se incentivar o trabalho voluntário, 
fundamental em sociedades onde as ambições capitalistas são a regra. Nesse 
viés, a partir de 1970, as nações passaram a adotar o neoliberalismo, segundo 
o qual o Estado deve se omitir intencionalmente para que as empresas 
privadas vendam serviços básicos, como saúde e educação. Ocorre que a 
população carente é incapaz de pagar por benefícios, tal como impõe a lógica 
neoliberal, o que mostra a relevância das ações humanitárias e da 
benevolência para sanar a ausência estatal e garantir que a população pobre 
tenha acesso a serviços que deveriam ser seus direitos. Dessa forma, a 
ausência do voluntariado colabora para aprofundar a miséria e a desigualdade 
social. 
É urgente, portanto, que as ações humanitárias deixem de ser a 
exceção e passem a ser a regra nas sociedades. Para isso, os próprios 
indivíduos devem se envolver em atividades filantrópicas, por meio da 
distribuição de alimentos e de serviços comunitários de saúde. Essa iniciativa 
social poderia se chamar “Solidariedade Presente” e teria a finalidade de 
desconstruir o individualismo e de problematizar a omissão do Estado na 
oferta de serviços públicos. Assim, a partir da ação do cidadão, os objetivos 
traçados pela ONU deixarão de ser, em breve, uma realidade distante. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
45 
TEMA – O problema da ansiedade entre os jovens brasileiros 
 
 Em 1988, representantes do povo – reunidos em Assembleia 
Constituinte – instituíram o Estado de Direito, a fim de assegurar a saúde e o 
bem-estar como valores supremos de uma sociedade fraterna. Entretanto, a 
persistência da ansiedade entre os jovens impede que os direitos 
constitucionais sejam aplicados na prática. Com efeito, a solução do problema 
pressupõe que se combatam o acúmulo de tarefas, bem como o uso 
irresponsável da tecnologia. 
Diante desse cenário, o excesso de atribuições diárias motiva a 
ansiedade na juventude. A esse respeito, a Terceira Revolução Industrial 
permitiu os indivíduos acumulassem atividades e otimizassem o tempo para 
os estudos e para o trabalho. Ocorre que, no Brasil, o ideal imposto pela 
Revolução Informacional promoveu — e ainda promove — o esgotamento físico 
e psicológico dos jovens, o que inviabiliza uma saúde mental adequada. Além 
disso, essa rotina intensa dessa população faz com que parte dos cidadãos 
tenha a necessidade de se medicar com remédios ansiolíticos. Logo, é 
incoerente que, mesmo sendo nação pós-moderna, a sociedade viva uma 
cultura de excessos, o que torna as moças e os rapazes cada vez mais ansiosos. 
 Ademais, a Nomofobia — distúrbio de comportamento — consiste na 
angústia pela falta de contato com dispositivos digitais, o que evidencia o vício 
pela informação constante e provoca ainda mais a ansiedade. Com efeito, 
substancial parcela dos jovens brasileiros é afetada por esse problema clínico, 
de modo que a persistência da nomofobia pode acarretar o Transtorno da 
Ansiedade Generalizada. Dessa forma, o TAG representa não só uma grave 
crise individual, mas também um desafio para a saúde pública. Assim, 
enquanto o uso imprudente dos aparelhos eletrônicos se mantiver, o Brasil 
será obrigado a conviver com uma das mais sérias síndromes do século XXI: a 
ansiedade. 
É urgente, portanto, que a juventude experimente a saúde mental. Para 
isso, as escolas devem colaborar para desconstruir o excesso de tarefas 
diárias, bem como o uso desmesurado dos celulares, por meio de um projeto 
pedagógico que poderia se chamar “Juventude sem ansiolíticos” e que 
orientaria rapazes e moças a planejar melhor o dia e a reduzir o tempo de tela 
nos “smartphones”. Essa iniciativa teria a finalidade de valorizar a saúde 
mental, combater a nomofobia e construir uma sociedade, de fato, livre da 
ansiedade. 
 Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
TEMA - Alternativas para combater a pirataria entre os brasileiros 
 
Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia 
Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar os 
direitos autorais como valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, a 
pirataria vai de encontro à determinação constitucional e representa uma 
estratégia ilegal entre os brasileiros. Com efeito, as alternativas para combater 
o problema passam pela valorização do senso de coletividade e pela garantia 
do acesso à renda. 
Sob uma primeira análise, persiste entre os cidadãos o desejo constante 
de se beneficiar a qualquer custo. A esse respeito, Sérgio Buarque de Holanda 
desenvolveu, em sua obra “Raízes do Brasil”, o conceito de Cordialidade, que 
consiste na cultura enraizada de buscar situações que favoreçam os interesses 
individuais, independentemente das consequências. Nesse viés, a pirataria é 
uma das faces do jeitinho brasileiro, denunciado pelo sociólogo, na medida em 
que muitos indivíduos se acostumaram a consumir produtos do comércio ilegal. 
Logo, é incoerente que a infração às leis faça parte do comportamento cultural 
do brasileiro. 
Nesse sentido, desde o Período Colonial, parte considerável da 
população é excluída do acesso a condições financeiras dignas, o que obrigou 
— e ainda obriga — o indivíduo pobre a encontrar formas alternativas de 
acessar cultura e entretenimento. Nesse sentido, os crimes de pirataria, embora 
sejam injustificáveis sob o ponto de vista legal, representam opções para que 
homens e mulheres carentes consigam assistir a um filme ou ouvir uma 
produção musical. Inclusive, os altos impostos que incidem sobre bens e 
serviços colaboram para que a arte e o lazer sejam consumidos apenas pela 
minoria, assim como ocorria no Brasil Colônia. Assim, enquanto a concentração 
de renda for a regra, o brasileiro será obrigado a conviver com este grave 
problema: a pirataria. 
Há de se pensar, portanto, em alternativas para mitigar o consumo de 
produtos e de serviços não originais. Dessa maneira, o Ministério da Mulher, 
Família e Direitos Humanos, cuja função é realizar a defesa das minorias e 
formular políticas de inclusão, deve estimular o senso de coletividade dos 
indivíduos, com o apoio de assistentes sociais, por intermédio de debates 
realizados nas comunidades, a fim de desconstruir a cultura de Cordialidade. 
Essa iniciativa poderia se chamar “Ética é legal” e teria a finalidade de discutir a 
desigualdade social, de sorte que a sociedade não contribua com as ações 
antiéticas. Assim, o problema denunciado por Sérgio Buarque de Holanda 
deixará de ser um costume no Brasil. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
47 
TEMA – O advento das informações falsas no Brasil contemporâneo 
 
 No século XV, Johannes Gutenberg deu início à imprensa e 
democratizou o acesso à informação por meio de seu invento. Entretanto, na 
contemporaneidade, a invenção de Gutenberg cedeu lugar à de Zuckerberg: o 
“Facebook”, que, junto às outras mídias sociais, propaga notícias parciais. Com 
efeito, o advento das informações falsas se mostra grave problema à sociedade 
democrática seja pela sua influência imperceptível, seja pelos prejuízos ao 
interesse público. 
 Diante desse cenário, informações inverídicas funcionam como discurso 
de controle simbólico. A esse respeito, o sociólogo francês Michel Foucaultdefendia que as estruturas linguísticas são capazes de impor verdades aos 
interlocutores. Assim, as fontes que veiculam informações infundadas 
reafirmam pontos de vista e motivam as ações dos indivíduos, mesmo sem 
provas concretas. Nesse contexto, as notícias falsas que circulam na mídia e 
internet brasileiras exercem poder sobre os indivíduos, justamente porque toda 
linguagem é dotada de ideologia, segundo Foucault. Ocorre que significativa 
parcela da sociedade brasileira ainda não compreende o poder de controle do 
discurso. 
 De outra parte, a disseminação de notícias falsas pode prejudicar os 
interesses nacionais. Nesse sentido, em 1995, chegaram a Nelson Mandela 
boatos segundo os quais haveria atentados durante a Copa de Rúgbi. Essas 
informações não se concretizaram, e a África do Sul sediou os jogos, cuja função 
foi unir brancos e negros após a vigência do Apartheid. Porém, em oposição ao 
exemplo de Mandela, muitos cidadãos brasileiros permanecem 
superestimando conteúdos políticos e sociais infundados, de modo que, 
enquanto a cultura de indiferença à veracidade de informações se mantiver, o 
Brasil será obrigado a conviver diariamente com um dos mais graves problemas 
para a pós-modernidade: as notícias falsas. 
 Impende, pois, que a cultura da desinformação seja combatida na 
contemporaneidade brasileira. Sob esse aspecto, as escolas e a Agência Lupa – 
pioneira em “fact-checking” no Brasil – devem ensinar os cidadãos a questionar 
a veracidade de todos os conteúdos veiculados, por meio de oficinas práticas 
de aferição de verossimilhança, a exemplo do tipo de fonte e linguagem 
utilizada no conteúdo a ser checado. Essa iniciativa poderia se chamar “Fato ou 
Fake” e teria a finalidade de estimular o senso crítico dos indivíduos. Com isso, 
seriam preservados os interesses nacionais, e o Brasil deixará de ter, na prática, 
a verdade fragilizada. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
TEMA – Os desafios da gestão do lixo no Brasil 
 
Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia 
Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar um 
meio ambiente ecologicamente equilibrado como valor supremo de uma 
sociedade fraterna. Entretanto, a gestão ineficiente do lixo revela que nem 
todos experimentam esse direito constitucional na prática. Com efeito, como 
solução do entrave, há de analisar a importância da administração dos 
resíduos, bem como a necessidade de desconstruir a omissão do Governo. 
Diante desse cenário, a decomposição dos rejeitos ocorre por um 
fenômeno químico chamado anaerobiose, que gera gases extremamente 
poluentes como o CO2 e uma substância altamente tóxica: o chorume. Nesse 
sentido, esse processo traz efeitos negativos para a sociedade brasileira, na 
medida em que esses gases afetam a qualidade de vida dos indivíduos e 
podem provocar doenças, desde a asma até mais graves como o câncer de 
pulmão. Além disso, o chorume acarreta a contaminação da água, do solo e 
dos lençóis freáticos, e evidencia que não só a coletividade é prejudicada, 
como também todo o ecossistema entra em desequilíbrio, o qual vai de 
encontro à garantia da Constituição. Desse modo, não é razoável que, embora 
o país almeje tornar-se nação desenvolvida, ainda persista a má gestão do lixo. 
De outra parte, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA) estabeleceu, em 2012, o índice de resíduos produzidos no mundo e 
verificou que na sociedade brasileira, mais de 90% dessa produção provém da 
mineração e da agropecuária. Todavia, o Poder Público se mostra indiferente 
ao dado exposto pela ONU, de modo que se mantém silente diante de 
atividades e de grandes empresas produtoras de resíduos sólidos em maior 
quantidade em razão de interesse econômico. Dessa forma, é incoerente que 
as autoridades insistam em responsabilizar a população enquanto os setores 
mais poluentes continuam sem fiscalização. 
Impende, pois, que a gestão do lixo deixe de ser um desafio no Brasil. 
Para isso, o Ministério do Meio Ambiente precisa, com urgência, fomentar 
novas medidas eficazes, por meio de legislação que garanta a punição e a ação 
dos responsáveis pelos resíduos gerados e descartados em locais irregulares. 
Essa iniciativa poderia se chamar “Sociedade consciente” e seria capaz de 
combater os danos causados pela decomposição dos detritos ao ecossistema 
e à saúde da população, cuja finalidade seria desconstruir a inércia do 
Governo motivada pelo interesse econômico. Assim, os cidadãos brasileiros 
poderão viver em uma sociedade livre, justa e solidária. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
Tema – Os desafios dos brasileiros na luta contra o câncer 
 
No ano 2000, a atriz Carolina Dieckmann protagonizou uma das cenas 
mais icônicas da teledramaturgia nacional: o momento em que a personagem 
Camila perde seus cabelos para o câncer. Nesse viés, substancial parcela dos 
brasileiros se sensibiliza com a ficção, mas é incapaz de reconhecer o drama de 
indivíduos reais que lutam diariamente contra a doença. Com efeito, a solução 
do problema pressupõe que se combata a ineficiência do Estado, bem como a 
rejeição da sociedade. 
Diante desse cenário, as falhas do SUS tornam a situação das pessoas 
com câncer ainda mais complicada. A esse respeito, ainda que o Artigo 6° da 
Constituição Federal assegure o direito à saúde, a oncologia de qualidade se 
restringe a quem pode pagar por ela. Tal omissão se manifesta na falta de 
acesso a médicos e a procedimentos importantes para o tratamento de 
carcinomas — quimioterapia, radioterapia, hemodiálise. Desse modo, não é 
razoável que a saúde prevista da Carta Magna deixe de ser um direito de todos 
e se torne um privilégio de poucos. Assim, enquanto a ineficácia do Sistema 
Único de Saúde se mantiver, o combate ao câncer continuará sendo uma luta 
cruel. 
Outro desafio na luta contra o câncer tem origens culturais: o 
preconceito. Sobre isso, na Idade Média, os indivíduos associavam os tumores 
a questões espirituais, e a sociedade da época evitava, inclusive, pronunciar 
palavras do campo semântico da doença. Essa repulsa social à discussão, 
embora simbolize uma mentalidade medieval, ainda persiste entre o povo 
brasileiro, o que evidencia o imaginário retrógrado e preconceituoso em 
relação ao câncer. Assim, enquanto a repulsa ao diálogo se mantiver, não 
haverá como estabelecer a cultura de autocuidado e de combate ao problema 
de forma precoce. 
Para que o drama protagonizado por Carolina Dieckmann, portanto, seja 
discutido no Brasil, as escolas devem ensinar os alunos e os familiares a buscar 
a medicina preventiva, por meio um projeto pedagógico, com oficinas e 
minicursos que sejam capazes de ensinar a população a identificar os cânceres 
de forma precoce. Essa iniciativa poderia se chamar “Autocuidado presente” e 
teria a finalidade de ampliar a discussão sobre o assunto, de modo que o 
indivíduo seja estimulado a cuidar de si mesmo e a exigir ações efetivas do 
Estado, como aumento da oferta de médicos oncologistas na rede SUS. Assim, 
o preconceito medieval dará lugar, de fato, à valorização da vida. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
TEMA – O histórico desafio do respeito às leis pela população brasileira 
 
Em 1748, o filósofo Montesquieu desenvolveu a obra “O Espírito das 
Leis”, segundo a qual as sociedades devem obedecer às normas instituídas, 
sob pena de haver desequilíbrio social. Entretanto, parcela dos indivíduos 
contemporâneos é incapaz de aplicar a ideia de Montesquieu, na medida em 
que a cultura de transgressão às leis se mostra um problema cada vez mais 
comum, seja pelo costume histórico de transgressão, seja pela indiferença ao 
Estado de Direito. 
Diante desse cenário, a desobediência às normas fragiliza a 
democracia. Sobre isso, Hans Kelsen — filósofo do século XX — desenvolveu a 
ideia de que há hierarquia entre as leis, e a vontade do povo deve ser submissa 
às normas de um Estado Democráticode Direito. Ocorre que a sociedade 
contemporânea subverte a proposta de Kelsen: os cidadãos colocam suas 
vontades acima das normas legais instituídas pelo Estado, o que fortalece a 
cultura de transgressão e motiva a existência de um falso Estado de Direito. 
Nesse viés, não é razoável que a hierarquia estabelecida Hans Kelsen seja 
tratada com indiferença em uma nação que almeja tornar-se desenvolvida. 
Nesse sentido, a “Cordialidade” — fenômeno popularmente conhecido 
como “jeitinho brasileiro” — é um conceito criado por Sérgio Buarque de 
Holanda e caracteriza o cidadão que busca burlar as normas para benefício 
próprio. Nesse viés, substancial parcela dos indivíduos pratica a 
“Cordialidade” definida pelo sociólogo, que nada tem a ver com educação, e, 
pelo contrário, diz respeito a atitudes antiéticas. Com efeito, essa característica 
nociva do brasileiro representa um grave comportamento histórico, e, 
enquanto se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais 
sérios problemas para a cidadania: o desrespeito às leis. 
A ideologia de Montesquieu, portanto, precisa ser colocada em prática 
no Brasil. Nesse sentido, as autoridades municipais devem ensinar o respeito 
ao Estado de Direito e à cidadania, por meio de uma campanha com palestras 
e oficinas comunitárias de valorização às normas. Essa iniciativa ocorreria em 
locais públicos, poderia se chamar “Respeito é legal” e teria a finalidade de 
desconstruir o histórico comportamento do “jeitinho brasileiro”, de sorte a 
estimular que o Brasil experimente, de fato, o espírito das leis. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
TEMA – O problema do esgotamento profissional em questão no Brasil 
 
Em 1974, o psicanalista Herbert Freudenberger desenvolveu o 
conceito de Burnout, que ficou conhecido como Síndrome do Esgotamento 
Profissional, cuja principal característica é o estresse e o desânimo crônicos. 
Todavia, o problema descrito pelo médico não recebe a devida importância 
na contemporaneidade e exige cuidadosa análise acerca do excesso de 
tarefas e da instabilidade do mercado de trabalho. 
Diante desse cenário, a Terceira Revolução Industrial, marcada 
pelo uso de tecnologias da robótica e da informática, possibilitou que os 
indivíduos acumulassem tarefas e otimizassem ao máximo o tempo de 
produção no trabalho. Ocorre que o excesso de atribuições diárias, imposto 
pela Revolução Informacional, pode ser nocivo, prejudicar o trabalhador e 
contribuir para o esgotamento do indivíduo, já que o lazer e o bem-estar são 
negligenciados por muitos empregadores e empregados. Assim, enquanto 
a saúde mental não for valorizada, o trabalhador contemporâneo será 
obrigado a conviver com um dos principais problemas ocupacionais: o 
esgotamento profissional. 
Ademais, as crises econômicas favorecem a prevalência da 
Síndrome de Burnout. A esse respeito, a Grande Depressão — maior crise da 
história — trouxe instabilidade ao mercado de trabalho a partir de 1929 e 
deixou claro que o medo do desemprego pode ser a causa para problemas 
psiquiátricos. Nesse sentido, o esgotamento profissional é um desses cruéis 
desdobramentos da recessão econômica, tal como ocorreu na Crise de 29, 
na medida em que o indivíduo vivencia constante instabilidade e 
competitividade no mercado laboral, o que se mostra grave obstáculo à 
saúde mental do trabalhador. 
Para que a síndrome de Burnout, portanto, seja combatida, o 
Ministério Público do Trabalho deve combater, com urgência, os serviços 
com jornada exaustiva, como os que ultrapassam as 8 horas permitidas pela 
lei, por meio de visitas regulares a empresas cujos profissionais manifestem 
esgotamento. Essa iniciativa do MPT teria a finalidade de promover a 
valorização da saúde física e mental dos indivíduos, que passariam a lidar 
melhor com as crises, bem como com a situação de instabilidade e de 
competitividade do mercado laboral. Dessa forma, o fenômeno descrito por 
Freudenberger deixará de ser um problema no Brasil. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
TEMA – As dificuldades da inclusão do idoso no mercado de trabalho em questão no Brasil 
 
No longa-metragem “Um Senhor Estagiário”, o personagem Ben é um 
idoso aposentado que se torna estagiário sênior de um site de modas, por meio 
de um programa comunitário, a fim de se sentir novamente parte da sociedade. 
Entretanto, a narrativa otimista da ficção representa uma utopia no Brasil – país 
marcado pela exclusão da população senil. Nesse sentido, hão de ser 
combatidas a indiferença social e a precária inserção tecnológica dos idosos. 
Diante desse cenário, Simone de Beauvoir — filósofa do século XX —, em 
sua obra “A Velhice”, desenvolveu o conceito de Invisibilidade Social, segundo 
o qual existe um processo de apagamento da figura do idoso. Ocorre que a 
cruel ideia denunciada pela autora ainda é reforçada na sociedade brasileira, 
tendo em vista que os idosos são marginalizados e não são admitidos nas 
empresas por serem tidos como incapazes de desenvolver tarefas. Tal fato é 
observado igualmente na ficção, ao passo que Ben é tratado inicialmente com 
indiferença por sua chefe. Desse modo, é incoerente que essa exclusão seja 
regra em uma sociedade em constante processo de envelhecimento. 
Ademais, não só a indiferença social, mas a escassa inserção tecnológica 
também afasta o idoso da oportunidade de emprego. Nesse viés, a partir do 
século XX, a Terceira Revolução Tecnológica — período de crescimento da 
informática — exigiu constante aperfeiçoamento frente à tecnologia. Todavia, 
substancial parcela da terceira idade no Brasil não acompanhou a evolução 
científica advinda da Revolução Técnico-Informacional, o que reflete 
diretamente o nocivo ideal de indivíduo obsoleto para o ambiente laboral e 
fragiliza a inclusão dos idosos. Com efeito, enquanto a falta de incentivo e de 
apoio ao aprimoramento tecnológico dessa parte da população se mantiver, a 
sociedade brasileira continuará a conviver com uma das mais incoerentes 
mazelas para os indivíduos: a precária inserção laboral. 
As empresas devem, portanto, promover a reintegração desses 
indivíduos no mercado laboral, por meio de oportunidades de emprego 
associadas a cursos que capacitem a terceira idade a exercer as funções dos 
trabalhos aos quais for destinada. Essa iniciativa teria a finalidade de 
desconstruir a invisibilidade dos idosos. O Ministério da Ciência e da 
Tecnologia, por sua vez, pode fomentar projetos sociais, por meio de atividades 
comunitárias, como aulas e oficinas capazes de ensinar o uso de aparelhos 
eletrônicos, para o aprimoramento tecnológico e, assim, valorizar a inclusão no 
trabalho da população senil — antes marginalizada. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
53 
TEMA – Os desafios para os profissionais das futuras gerações em questão no Brasil 
 
 A produção cinematográfica “Inteligência 
Artificial”, de Steven Spielberg, narra uma 
realidade distópica em que humanos convivem 
com robôs e com tecnologias nunca vistas pela 
sociedade. Fora da ficção, o futuro anunciado por 
Spielberg se aproxima da sociedade 
contemporânea e será capaz de reconfigurar uma 
das áreas mais importantes para a sociedade: o 
trabalho. Com efeito, as habilidades fundamentais 
para o profissional das futuras gerações passam 
pelo desenvolvimento da inteligência emocional e 
pela constante capacidade de aprender. 
 
A Revolução 4.0 — conceito alemão 
criado no século XXI — consiste no conjunto de 
tecnologias inovadoras que transformarão o 
cotidiano, os relacionamentos e, sobretudo, o 
trabalho. Entretanto, substancial parcela dos 
brasileiros se mostra despreparada para os 
desafios com os quais as próximas gerações 
serão obrigadas a conviver. Assim, as 
habilidades necessárias para o trabalhador do 
futuro passam pela capacidade de aprender, 
bem como pelo desenvolvimento da 
inteligência emocional. 
Diante desse cenário industrializado, aprender a aprender:essa será uma das mais 
importantes características do trabalhador do futuro. Ocorre que o atual sistema de ensino é baseado 
no modelo ultrapassado do Iluminismo, que insiste em tratar os alunos como dependentes e em 
considerar o professor como único detentor do conhecimento. Esse formato educacional — fundado 
no século XVIII — ainda está vigente e é incapaz de estimular os estudantes a criar o conhecimento de 
forma ativa e constante, o que inviabiliza o desenvolvimento da atualização fundamental para as 
futuras profissões. 
Ademais, as máquinas serão capazes, a 
curto prazo, de desenvolver tarefas operacionais 
com maestria, tal como se vê na ficção de 
Spielberg. Portanto, as habilidades exigidas aos 
indivíduos não serão técnicas, mas sim 
comportamentais, o que obriga o trabalhador a 
aprimorar sua inteligência emocional. Esse termo 
foi descrito pelo psicólogo norte-americano 
Daniel Goleman e consiste na capacidade de 
relacionar-se com o outro de forma saudável, 
delegar tarefas e evitar o esgotamento 
profissional. Todavia, a proposta de Goleman 
ainda não é a realidade no mercado de trabalho 
atual, marcado pela ansiedade, pelo estresse e 
pela competitividade hostil. 
 
Nesse sentido, na Revolução 4.0, as 
máquinas serão capazes, a curto prazo, de 
desenvolver tarefas operacionais com maestria. 
Portanto, as habilidades exigidas aos indivíduos 
não serão técnicas, mas sim comportamentais, 
o que obriga o trabalhador a aprimorar sua 
inteligência emocional. Esse termo foi descrito 
pelo psicólogo norte-americano Daniel 
Goleman e consiste na capacidade de 
relacionar-se com o outro de forma saudável, 
delegar tarefas e evitar o esgotamento 
profissional. Todavia, a proposta de Goleman 
ainda não é a realidade no mercado de trabalho 
atual, marcado pela ansiedade, pelo estresse e 
pela competitividade hostil. 
 
Os profissionais precisam, portanto, estar preparados para os desafios das próximas 
gerações. Nesse viés, as escolas — no exercício do seu papel social — devem estimular o 
autoaprendizado dos alunos, por meio de eventos pedagógicos, como oficinas e minicursos, que 
direcionem tarefas a serem realizadas sem auxílio do professor. Essa iniciativa poderia se chamar 
“Inovação presente” e teria a finalidade de motivar os alunos a aprender de forma autônoma e a 
desenvolver inteligência emocional, escassa na contemporaneidade, mas fundamental ao 
mercado de trabalho, que será, em breve, reconfigurado. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
54 
Tema – Caminhos para garantir a alfabetização na primeira infância 
 
A obra literária “Revolução dos Bichos”, de George Orwell, ilustra uma 
sociedade separada em classes: aqueles que sabiam ler controlavam os 
analfabetos. A crítica do autor evidencia as consequências nocivas da falta de 
letramento, que, fora da ficção, é a realidade de muitos brasileiros. Com efeito, 
um caminho possível para garantir a alfabetização na primeira infância 
pressupõe redução da desigualdade social histórica, bem como da defasagem 
educacional. 
Diante desse cenário, a concentração de renda dificulta que meninos e 
meninas tenham acesso ao sistema educacional nos primeiros anos da vida. 
Nesse viés, durante o período da Colônia de Exploração, apenas a aristocracia 
— organização composta pelos nobres — tinha acesso à leitura e à alfabetização. 
Ocorre que, no Brasil contemporâneo, isso ainda persiste, visto que as crianças 
em situação de extrema pobreza não têm o privilégio de dar prioridade aos 
estudos, em virtude da escassez de comida e de recursos para a sua 
permanência na escola. Assim, essa desigualdade evidencia um retrocesso e 
retoma a cruel realidade da colônia, e, enquanto tal problema se mantiver, o 
letramento não será garantido aos brasileiros na primeira infância. 
Nesse sentido, Paulo Freire desenvolveu a obra “Pedagogia do 
Oprimido” e defendeu que a educação seria libertadora, bem como capaz de 
oferecer novas perspectivas aos indivíduos marginalizados. Todavia, a 
alfabetização tardia — aquela que ocorre após os 6 anos — pode prejudicar o 
ideal proposto pelo pedagogo, já que o analfabetismo evidencia a defasagem 
educacional, inviabiliza a entrada no ensino superior e no mercado de trabalho. 
Inclusive, aqueles que são incapazes de escrever o próprio nome também serão 
privados de reivindicar melhorias de vida e estarão submissos à opressão 
denunciada por Freire, de modo que, embora o Brasil almeje tornar-se 
desenvolvido, é incoerente manter seu povo analfabeto. 
Há de se buscar, portanto, alternativas para garantir o letramento na 
primeira infância. Para isso, as escolas, em parceria com as prefeituras, devem 
cooperar para solucionar a escassez de recursos — principalmente de alimento 
das crianças —, por meio de projetos sociais que garantam refeições básicas e 
que sejam capazes de criar um ambiente favorável para a alfabetização até os 6 
anos de idade. Essa iniciativa poderia se chamar “Alfabetização no tempo certo” 
e teria a finalidade de promover o acesso ao ensino de qualidade, de modo que 
meninos e meninas possam, em breve, experimentar a educação libertadora 
proposta por Paulo Freire. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
TEMA – O problema do discurso de ódio nas redes sociais em questão no Brasil 
 
 Em 2006, o mundo presenciava o surgimento do “Twitter”, um 
microblog on-line, cujo objetivo era disseminar a maior quantidade de 
informações de forma rápida a fim de potencializar a interação social. 
Entretanto, a mídia social norte-americana possibilitou a ocorrência de um dos 
mais sérios fenômenos da contemporaneidade: o discurso de ódio, que 
representa grave problema, seja por fragilizar a dignidade humana das vítimas, 
seja por evidenciar a maldade humana. 
Diante desse cenário, a “hashtag” “MeToo” foi criada para denunciar 
crimes de assédio e de exploração sexual, mas foi subvertida, já que os usuários 
da rede passaram a criticar outros usuários cujas opiniões divergiam das suas. 
Com efeito, a cultura do cancelamento é, hoje, um novo nome para um velho 
problema: o discurso de ódio, que condena aqueles com posicionamentos 
diferentes e fragiliza o direito à liberdade de expressão. Inclusive, os agentes do 
discurso ofensivo se apoiam na aparente impunidade das redes sociais para 
tecer os mais cruéis comentários, o que prejudica a dignidade humana e vai de 
encontro ao Estado Democrático de Direito. 
Inclusive, George Orwell desenvolveu a obra “1984” e ilustrou uma 
sociedade hostil que, a cada dia, dedicava dois minutos diante da teletela para 
xingar e agredir verbalmente os inimigos do Partido — movimento chamado de 
“Dois minutos de ódio”. Fora da ficção, os usuários da rede reproduzem esse 
mesmo comportamento do livro “1984” e se colocam diariamente diante das 
telas dos “smartphones” para hostilizar outros indivíduos. Ocorre que, em vez 
de criticar por apenas dois minutos, como narrou Orwell, as agressões ocorrem 
por horas, por dias ou, até mesmo, por semanas. Assim, a cultura do 
cancelamento evidencia uma das mais graves mazelas sociais: a maldade 
humana. 
As redes sociais precisam, portanto, valorizar a interação humana e não 
o oposto. Nesse sentido, as escolas, cuja função é promover a cidadania, deve 
contribuir para desestimular a agressão na internet, por meio de um projeto 
pedagógico composto por palestras e oficinas, que receberiam o nome de 
“Cancelamento mata”. Essa iniciativa teria a finalidade de mostrar os prejuízos à 
dignidade humana e combater a maldade entre indivíduos de todas as faixas 
etárias, de sorte que seja possível viver, em breve, em uma sociedade solidária, 
justa e livre de qualquer cultura de hostilidade. 
 Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
TEMA - O desafio da inclusão às pessoas com deficiência no Brasil contemporâneo. 
 
Em 1988, representes do povo ― unidos em Assembleia Constituinte 
― instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar o direito à dignidade 
humanacomo valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, a 
constante exclusão social das pessoas com deficiência revela que nem todos 
experimentam esse direito na prática. Com efeito, há de se desconstruir a 
cultura do preconceito, bem como a omissão do Estado à efetiva inclusão dos 
indivíduos com limitações. 
Diante desse cenário, até meados do século XX, era comum que a 
família internasse definitivamente as crianças deficientes em clínicas de 
isolamento, e, inclusive, havia comerciais na televisão que fomentavam a 
internação vitalícia, considerada benéfica ao “demente” ― expressão 
frequente naquele momento. Ocorre que esse tratamento discriminatório 
permanece enraizado na sociedade e se manifesta por meio de atitudes e de 
linguagem preconceituosas e, até mesmo, pela indiferença às pessoas com 
deficiência, que, segundo o IBGE, representam 25% da população brasileira. 
Todavia, é paradoxal que a sociedade civil seja incapaz de conviver com 
diferenças tão comuns, mesmo na pós-modernidade. 
Ademais, o Estado busca oferecer a integração, mas é incipiente no 
trabalho de inclusão aos deficientes. Nesse contexto, o Estatuto da Pessoa com 
Deficiência deixa implícito que o simples fato de agregar uma criança com 
Síndrome de Down ao contexto escolar não assegura o pleno 
desenvolvimento cognitivo, de modo que, além do acesso físico ― a 
integração ―, é necessária a acessibilidade atitudinal ― a inclusão. No 
entanto, enquanto o preconceito aos deficientes se mantiver, o Brasil será 
obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para essa parcela da 
população: a dignidade fragilizada. 
Urge, portanto, que o direito à igualdade seja, de fato, assegurado na 
prática, como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nesse 
sentido, o Ministério Público Federal deve denunciar ao Poder Judiciário os 
casos de exclusão àqueles que possuem limitações físicas ou cognitivas, por 
meio de ações judiciais contra ilegalidade e desrespeito ao Estatuto da Pessoa 
com Deficiência, visando a desestimular a manutenção do preconceito a essa 
minoria social. A iniciativa do MPF teria a finalidade de garantir o Estado 
Democrático de Direito e de assegurar que o direito à inclusão deixe de ser, 
em breve, uma utopia no Brasil. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
TEMA – Alternativas para combater o preconceito linguístico no Brasil 
 
 Em 1955, João Cabral de Melo Neto escreveu a obra “Morte e 
vida severina” e objetivou promover a valorização dos falares regionais e da 
pluralidade da língua. Entretanto, substancial parcela dos brasileiros se mostra 
incapaz de aceitar a diversidade linguística retratada pelo autor modernista, e, 
justamente por isso o preconceito linguístico se mostra um paradoxo no Brasil. 
Nesse sentido, para que essa contradição seja desfeita, há de se valorizar a 
linguagem dos grupos excluídos, bem como combater a imposição da norma 
gramatical. 
Diante desse cenário, em 1948, a ONU estabeleceu que um dos 
principais direitos de um indivíduo é a sua cultura linguística — conhecida como 
Patrimônio Imaterial — e seria fundamental à dignidade humana. Ocorre que 
os frequentes discursos de ódio acerca das variantes linguísticas consideradas 
de baixo prestígio representam grave problema e vão de encontro àquilo que 
as Nações Unidas declararam como indispensável: a liberdade da língua. 
Nesse viés, é incoerente que o Brasil seja conhecido como nação multicultural, 
mas ainda mantenha o preconceito linguístico como prática comum e capaz 
de fragilizar o Patrimônio Imaterial garantido em 1948. 
De outra parte, enquanto se mantiver a prescrição do conceito de certo 
e de errado, haverá preconceito linguístico. A esse respeito, Marcos Bagno — 
um dos mais importantes linguistas brasileiros — entende que a língua possui 
a função social da comunicabilidade e deve colaborar para a inclusão dos 
grupos marginalizados. Todavia, a visão de que existe uma única variante 
correta impede que a ideologia de Bagno seja a realidade na nação, que 
consegue ser, ao mesmo tempo, multicultural e preconceituosa. Assim, é 
paradoxal que a linguagem deixe de ter objetivo de comunicação e para se 
tornar instrumento de opressão. 
O preconceito linguístico é, portanto, uma contradição que deve ser, 
urgentemente, combatida. Assim, as escolas precisam desestimular a visão 
normativa do certo e do errado, por meio de projetos pedagógicos, como 
aulas e palestras, capazes de mostrar que as variantes da língua são 
importantes patrimônios imateriais e não podem ser objeto de riso ou de 
brincadeiras ofensivas. Essa iniciativa poderia se chamar “Cada língua conta” 
e teria a finalidade de desconstruir o paradoxo de uma nação que é 
multicultural, mas que insiste em manter o assédio linguístico como prática 
comum. 
 Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
TEMA – O problema do "bullying" nas escolas brasileiras 
 
Em 2011, o Brasil ficou marcado pelo triste episódio do Massacre de 
Realengo, protagonizado por um ex-aluno da escola Tasso da Silveira que 
havia sido vítima de intimidação sistemática. Todavia, ainda são comuns os 
casos de “bullying” nas instituições de ensino, o que pode motivar histórias 
cruéis como a dez anos atrás. Com efeito, para desestimular o problema, há 
de se combater a cultura de hostilidade, bem como a omissão do Estado. 
Diante desse cenário, a violência nas escolas evidencia a maldade 
humana. A esse respeito, Hannah Arendt desenvolveu o conceito conhecido 
como Banalidade do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis são parte do 
cotidiano moderno e tornam as relações sociais cada vez mais caóticas. Nesse 
viés, a prática do “bullying” representa a maldade denunciada pela filósofa 
alemã e é capaz de prejudicar não só a vítima, mas toda a comunidade escolar. 
Dessa forma, enquanto, nas escolas, a Banalidade do Mal for a regra, a cultura 
de paz será exceção. 
Ademais, John Locke — filósofo conhecido como Pai do Liberalismo — 
construiu a tese de que os indivíduos cedem sua confiança ao Estado, que, em 
contrapartida, deve garantir segurança aos cidadãos. Ocorre que a ideia de 
Locke está distante de ser a realidade nas escolas brasileiras, já que muitas se 
omitem acerca dos casos de intimidação sistemática. Dessa forma, o silêncio 
de diretores e de professores permite a ocorrência de histórias como o 
Massacre de Realengo, e, se a inércia das autoridades escolares se mantiver, 
os estudantes serão obrigados a conviver com um dos mais graves problemas 
para alunos e alunas brasileiros: o “bullying”. 
Portanto, para que as instituições de ensino sejam, de fato, um local 
seguro, diretores e professores devem combater a cultura de hostilidade 
enraizada, por meio de eventos pedagógicos, como aulas e oficinas capazes 
de promover a interação entre os alunos. Essa iniciativa poderia se chamar 
“Escola Presente” teria a finalidade de mostrar que as autoridades escolares 
não se omitem ante a prática do “bullying”, de sorte que os estudantes possam 
usufruir, em breve, de uma comunidade justa, solidária e livre de qualquer 
violência. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
TEMA  Os desafios do deslocamento nas cidades em questão no Brasil. 
 
Em 1956, Juscelino Kubitschek — ex-presidente do Brasil — 
estimulou a instalação de empresas automobilísticas para implementar uma 
das estratégias que seria, segundo ele, responsável por desenvolver o país: 
o rodoviarismo. Todavia, o modelo de deslocamento nas cidades baseado 
no carro, ao contrário do que JK pretendia, mostra-se insuficiente, precário e 
com obstáculos que não só potencializam a desigualdade, mas também 
incentivam o consumismo. 
Diante desse cenário, o deslocamento urbano baseado em veículos 
automotores fomenta a divisão de classes. À vista disso, em 1850, Dom Pedro 
II criou a Lei de Terras, que ampliou o abismo entre os negros e a posse de 
propriedades privadas, já quea compra de territórios era realidade distante 
dos escravos recém-libertos. Estratégia análoga à do imperador ocorre com 
a mobilidade urbana: o Poder Público garante que os indivíduos se 
desloquem, desde que o cidadão brasileiro compre o seu próprio carro, o 
que se mostra inviável à população carente e potencializa a desigualdade, tal 
como houve no século XIX. Assim, é incoerente que o Estado seja indiferente 
às necessidades básicas da população. 
De outra parte, o culto ao carro se mostra um desafio à gestão da 
mobilidade no meio urbano. A esse respeito, o filósofo Theodor Adorno 
desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, segundo o qual a mídia veicula 
conteúdos de forma constante e persuasiva, a fim de orientar o 
comportamento de compra da sociedade. Nesse viés, a preferência da 
população por carros é motivada pelo constante discurso midiático 
denunciado por Adorno e reafirma a ideologia imprópria e egoísta, que 
eleva os veículos automotores a objetos de prestígio. Assim, enquanto a 
supervalorização do carro for a regra, os cidadãos serão obrigados a conviver 
com um dos maiores desafios do meio urbano: o trânsito caótico. 
 Portanto, o deslocamento nas cidades brasileiras apresenta 
obstáculos que impedem a sua eficiência. Para solucioná-los, os 
governadores dos estados, em parceria com as prefeituras, devem investir 
em ferrovias, por meio da construção e da ampliação dos transportes de 
massa, como trens e metrôs. A iniciativa estatal poderia se chamar 
“Mobilidade presente” e teria a finalidade de melhorar o deslocamento 
público, de modo a não só torná-lo democrático aos mais pobres, mas 
também desestimular a supervalorização do carro. Assim, a partir da criação 
de uma estratégia de transporte urbano inclusivo, o Brasil será, de fato, uma 
sociedade livre, justa e solidária. 
 Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
60 
TEMA - A importância do combate aos maus-tratos aos animais 
 
A Declaração Universal dos Direitos dos Animais – promulgada em 1978 
pela ONU — assegura às espécies domésticas e silvestres o tratamento com 
dignidade e respeito. Entretanto, os frequentes casos de exploração impedem 
que lhes sejam assegurados esses direitos na prática. Com efeito, não é 
razoável que, mesmo a sociedade civil brasileira persista em negar direitos 
civis aos animais. 
Diante desse cenário, os maus tratos vão de encontro à legislação 
nacional e internacional. A esse respeito, em 1961, o então presidente Jânio 
Quadros promulgou a lei que proíbe expressamente o desenvolvimento de 
competições baseadas na mutilação e na morte de galos, cachorros, pássaros 
— conhecidas como rinhas. Entretanto, mesmo após a vigência da lei de Jânio, 
ainda existem no país locais que utilizam animais para a diversão humana e os 
submetem a condições degradantes, o que deve ser desconstruído sob pena 
de prejuízos para a sociedade e a biodiversidade. 
Ademais, o desrespeito aos animais pode colocar em risco o equilíbrio 
ambiental. Nesse contexto, a Arara Azul — conhecida espécie em extinção — 
alimenta-se das sementes da árvore Manduvi e faz seus ninhos na cavidade do 
tronco dessa planta, cuja existência é importante à biodiversidade do Pantanal. 
Ocorre que a retirada da Arara Azul do habitat natural coloca em risco a 
perpetuação da própria ave, bem como interfere na dispersão das sementes 
da Manduvi, o que é capaz de modificar negativamente a dinâmica das 
espécies. Todavia, enquanto a exploração a animais se mantiver, o Brasil estará 
impossibilitado de experimentar um dos direitos mais importantes 
assegurados pelo artigo 225 da Carta Magna: o equilíbrio ambiental. 
Portanto, para que o respeito aos animais seja, de fato, assegurado na 
prática, a ONG WWF-Brasil, por meio de campanhas na mídia televisiva e na 
internet, deve veicular breves documentários capazes de mostrar aos 
indivíduos os prejuízos advindos da exploração às espécies silvestres, bem 
como repudiar os maus tratos aos animais domésticos, com a finalidade de 
orientar a sociedade civil a colocar em prática os direitos propostos pela ONU. 
Essa iniciativa da WWF-Brasil é importante, porque problematizaria a função 
de entretenimento dos animais, aumentaria sua valorização e colaboraria para 
que o respeito às espécies deixasse de ser, no Brasil, um direito fragilizado. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
TEMA – O problema do desperdício de comida entre os brasileiros 
 
Em 1988, representantes do povo, reunidos em Assembleia 
Constituinte estabeleceram a alimentação como um fundamento básico e 
indispensável à dignidade humana. Todavia, a persistência da fome no Brasil 
— motivada pelo desperdício de comida — evidencia que a sociedade torna o 
direito constitucional em uma utopia. Com efeito, há de se combater o 
consumo irresponsável pelos indivíduos, bem como a omissão do Estado. 
A respeito desse problema, a formação colonial exploratória e desigual 
do Brasil contribuiu para que o excesso de alimento à mesa estivesse 
relacionado ao sucesso, o que motiva o brasileiro a produzir mais comida do 
que é capaz de consumir. Ocorre que a cultura imprópria do desperdício 
representa grave mazela construída desde o século XVI, que poderia ser 
revertida em alimentação para os 5,2 milhões de indivíduos que passam fome, 
segundo o IBGE (2018). Nesse viés, é incoerente que o descarte de comida 
seja a regra em uma nação majoritariamente pobre. 
Ademais, o Estado se mostra omisso ao desperdício. A esse respeito, 
segundo o filósofo John Locke, os indivíduos confiam suas necessidades no 
Estado, que, em contrapartida, deve — ou deveria — garantir direitos básicos à 
população, tal como a alimentação. Todavia, o Poder Público brasileiro, que 
poderia reaproveitar a comida desperdiçada de bares e restaurantes, 
permanece inerte e incapaz de cumprir a ideologia de Locke e oferecer o 
mínimo para indivíduos marginalizados: as refeições básicas, indispensáveis 
para a subsistência digna. 
Para que o desperdício de comida deixe de ser realidade, os cidadãos, 
no exercício do seu senso crítico, devem evitar o desperdício, por meio da 
cocção planejada dos seus próprios alimentos, a fim de desestimular a cultura 
de fartura e o descarte de comida. O Poder Executivo, por sua vez, precisa 
garantir as refeições básicas daqueles que passam fome, regulamentando a 
distribuição das comidas que sobram de bares e de restaurantes, o que 
atualmente é proibido. Essa iniciativa desconstruiria a omissão do Estado e 
contribuiria para que o direito à alimentação deixasse de ser, no Brasil, um 
privilégio. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
TEMA – Crianças em situação de rua: como combater esse problema no Brasil? 
 
O poema “O Bicho”, de Manuel Bandeira, narra uma cena ao mesmo 
tempo cruel e comum: pessoas que vivem nas ruas e reviram o lixo para 
sobreviver. Entretanto, episódios como esse se tornam ainda mais dramáticos 
quando são crianças as protagonistas dessa situação de rua, o que torna 
urgente que se garanta a dignidade humana e que se combata o 
individualismo. 
Diante desse cenário, a ONU promulgou em 1948 a Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, segundo a qual todos os indivíduos fazem jus 
a condições de humanidade. Todavia, a falta de moradia, de vestuário e de 
higiene, bem como a carência de serviços básicos subtrai da infância a 
dignidade garantida pelas Nações Unidas. Nesse viés, meninos e meninas que 
vivem em logradouros públicos são marginalizados, o que colabora para a sua 
progressiva vulnerabilidade, ao contrário do que prevê a legislação 
internacional. Dessa forma, é incoerente que, mesmo no século XXI, as 
crianças sejam obrigadas a fazer das ruas o seu lar. 
Ademais, a omissão da sociedade dá lugar a narrativas análogas ao 
poema modernista. Nesse viés, Simone de Beauvoir — expoente filósofa 
francesa — desenvolveu o conceito conhecido como invisibilidade social, que 
consiste na estratégia racionalde ignorar grupos em vulnerabilidade. Ocorre 
que o egoísmo denunciado por Beauvoir aprofunda desigualdades sociais e é 
ainda mais cruel para este grupo: as crianças em situação de rua, que, embora 
sejam obrigadas a trabalhar, são incapazes de prover o próprio sustento. 
Assim, invisibilidade é sinônimo de agressão e violenta diariamente meninos 
e meninas que foram impedidos de ter um lar. 
A moradia deve ser, portanto, uma garantia da infância, tal como 
defendem as Nações Unidas. Nesse sentido, o Ministério da Mulher, Família e 
Direitos Humanos deve combater a vulnerabilidade infantil, por meio da 
confecção de um cadastro de crianças em situação de rua e da oferta de casas-
lares disponíveis para receber meninos e meninas, com abrangência nacional 
e divulgação pela grande mídia. Essa iniciativa teria a finalidade de garantir 
dignidade humana às crianças e dar publicidade à carência sofrida por elas, 
de sorte que os indivíduos sejam sensibilizados, deixem de ser omissos e, 
enfim, contribuam para que as crianças deixem de protagonizar “O Bicho”, de 
Manuel Bandeira. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
TEMA – Efeitos sociais da gravidez na adolescência em questão no Brasil 
 
A Organização das Nações Unidas estabeleceu a data 26 de setembro 
para ser o Dia Mundial de Combate à Gravidez na Adolescência e lançou 
campanhas a serem aplicadas pelos países membros. Todavia, o Brasil não 
possui estratégias para desestimular a gestação precoce, que representa 
grave problema. Assim, os efeitos sociais dessa realidade têm como 
consequência a evasão escolar e deixam claro o despreparo da sociedade 
verde-amarela. 
À vista desse problema, o abandono à escola para cuidar da gestação 
precoce é um dos principais efeitos sociais sofridos pelas meninas. Nesse 
sentido, Paulo Freire — expoente cientista da educação — desenvolveu a obra 
“Pedagogia do Oprimido”, segundo a qual a escola é capaz de mudar a 
realidade das pessoas e ampliar seus horizontes. Ora, as adolescentes que 
engravidam e largam as salas de aulas estão impedidas de experimentar a 
liberdade descrita por Freire e estarão fadadas a serem oprimidas pela 
sociedade com baixos salários e com a dependência do marido, tal como é 
denunciado no livro “Pedagogia do Oprimido”. 
Inclusive, os altos índices de gravidez na adolescência equiparam o 
Brasil a nações onde a exploração sexual é a regra. A esse respeito, a OMS fez 
um levantamento dos níveis de gestação precoce e chegou à conclusão de 
que o Afeganistão — local em que o casamento e o abuso infantil acontecem 
livremente — possui 90 meninas grávidas a cada 1000. O Brasil, por sua vez, 
aproxima-se do país islâmico segundo a Organização Mundial da Saúde, com 
72 meninas gestantes, o que significa que a nação brasileira ainda vive em 
grave retrocesso e está distante de ser considerada uma sociedade evoluída. 
Há de se mitigar, portanto, os casos de gravidez precoce no Brasil. 
Nesse viés, as escolas devem orientar meninos e meninas de 10 a 19 anos 
acerca do momento adequado para o início da vida sexual, com foco no uso 
de preservativos. Essa iniciativa poderia se chamar “Momento certo” e 
aconteceria por meio de projetos pedagógicos, como aulas e palestras, a fim 
de evitar os efeitos sociais negativos, como a evasão escolar. A partir dessas 
ações, o Brasil deixará de estar próximo de nações com alto índice de gestação 
precoce, e haverá redução dos níveis de gravidez em momento errado. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
TEMA - O cidadão brasileiro valoriza a manutenção da saúde coletiva? 
 
Em 1988, representantes do povo, reunidos em Assembleia 
Constituinte estabeleceram o bem-estar e a vida saudável fundamentos 
básicos e indispensáveis à dignidade humana. Todavia, substancial parcela 
dos brasileiros se mostra incapaz de valorizar a saúde coletiva, que seria 
fundamental para a manutenção do direito constitucional. Com efeito, a 
solução do problema pressupõe que se respeitem as campanhas de 
prevenção de doenças e que se fomente a cultura de autocuidado. 
Nesse sentido, a falta de adesão aos métodos de prevenção de 
doenças inviabiliza a busca pela qualidade de vida. Nesse viés, a Revolta da 
Vacina no começo do século XX representou a resistência da sociedade da 
época às campanhas. Anos depois, nós reproduzimos o mesmo 
comportamento retrógrado e colocamos a nossa própria integridade em risco. 
Assim, é incoerente que, mesmo após décadas de evolução científica, ainda 
sejam comuns o comportamento antivacinação. 
Ademais, a falta de cultura de autocuidado dificulta a manutenção da 
saúde coletiva. Sobre isso, o conceito de "self-care", vinculado inicialmente aos 
cuidados femininos, diz respeito à nossa capacidade de perceber a 
necessidade de cuidados médicos constantes. Ocorre que a nossa sociedade 
não tem, em regra, acesso a médicos, a enfermeiros e a hospitais. Desse modo, 
não há como exigir do brasileiro o costume da valorização da saúde coletiva 
se o contato com os profissionais qualificados está restrito a quem pode pagar 
por eles. Desse modo, enquanto a elitização se mantiver, os cidadãos serão 
obrigados a conviver com este grave problema: a falta de cuidados com a 
saúde. 
Para que o direito ao bem-estar e à saúde seja, portanto, realidade no 
país, o Ministério da Saúde deve, com eficácia, difundir informações e 
sensibilizar a população, por meio de uma campanha na mídia que alerte 
sobre os riscos da postura antivacinação e da falta de autocuidado. Essa 
iniciativa poderia se chamar “Cuidar é o melhor remédio”, seria composta de 
ações comunitárias, como eventos lúdicos nas praças e locais públicos, e teria 
dupla finalidade: alertaria a sociedade sobre a importância das vacinas e 
levaria o brasileiro a valorizar, de fato, a saúde coletiva. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
TEMA – O drama do desaparecimento de crianças no Brasil 
 
A produção infantil “Procurando Nemo”, embora seja uma animação 
lúdica, ilustra um sério problema presente entre os indivíduos fora da ficção: o 
desaparecimento de pessoas. Com efeito, a situação se torna ainda mais cruel 
quando as crianças protagonizam a triste história de Nemo. Nesse viés, para 
que os sumiços não sejam uma regra, há de se desconstruir a omissão estatal, 
bem como a indiferença da sociedade. 
Nesse sentido, o enfrentamento do problema pelas autoridades carece 
de agilidade. A esse respeito, os EUA instituíram uma ferramenta chamada de 
Alerta Amber, capaz de disparar mensagens simultâneas em todos os veículos 
midiáticos e de radiodifusão, o que potencializa as chances de encontrar 
crianças sequestradas. Entretanto, o Brasil não possui estratégias de combate 
imediato, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos. Inclusive, até 2019, 
não havia sequer um cadastro que unificasse os casos de desaparecimento 
infantil, o que evidencia o despreparo da polícia. Assim, enquanto a omissão 
do Estado for a regra, pais e mães continuarão órfãos dos próprios filhos. 
Ademais, há quem se emocione com o sumiço de Nemo, mas seja 
indiferente aos casos reais de crianças desaparecidas. Nesse sentido, o 
UNICEF — órgão da ONU especializado em infância — defende que os 
principais motivos para o rapto são o tráfico internacional de órgãos, a 
exploração sexual e os trabalhos forçados. Ocorre que esse problema 
denunciado pelas Nações Unidas não tem sido capaz de sensibilizar a 
população brasileira, de sorte que ainda persiste a falta de empatia com 
aqueles que tiveram seus filhos sequestrados. Nessa perspectiva, não há como 
construir uma sociedade livre, justa e solidária sem o enfrentamento coletivo 
ao desaparecimento de crianças. 
O Brasil precisa, portanto, solucionar a cruel realidade de meninos e 
meninas que são diariamente subtraídos de suas famílias. Para isso, a Polícia 
Federal deve destinar tratamento mais célere aos casos, por meio de 
estratégias eficazes de enfrentamento, como a criaçãode delegacias 
especializadas e de um alarme que denuncie, em tempo real, o 
desaparecimento de crianças. Essa iniciativa teria a finalidade de agilizar a 
busca dentro das primeiras horas, bem como dar visibilidade nacional aos 
casos, de sorte que a indiferença da sociedade seja convertida em auxílio 
comunitário. Assim, a partir da mobilização social, meninos e meninas 
deixarão, em breve, de ser protagonistas da angústia de Nemo. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
66 
TEMA – O problema da superexposição de crianças e de adolescentes nas redes sociais 
 
Fundado em 2010, o Instagram tornou-se uma das maiores mídias de 
compartilhamento de fotos e de vídeos do mundo. Embora tenha sido criado 
para o entretenimento, a rede social de Zuckerberg potencializou um grave 
problema comum no Brasil: a superexposição entre crianças e adolescentes, 
motivada pela busca excessiva por prestígio na internet e que torna possíveis os 
crimes cibernéticos. 
Diante desse cenário, a constante busca por prestígio nas mídias sociais 
favorece a superexposição infantojuvenil. A esse respeito, o filósofo francês Guy 
Debord, em sua obra "Sociedade do Espetáculo", defende que as relações 
sociais são medidas por imagens que podem oferecer falsa perfeição. Nesse 
sentido, as fotos postadas nas redes sociais, em regra de forma excessiva, 
confirmam o fenômeno denunciado por Debord e colaboram para construir a 
necessidade de status, cujas vítimas são meninos e meninas – em fase de 
formação social. Ocorre que a superexposição pode causar baixa autoestima e 
depressão naqueles que não alcançam a perfeição imposta no ciberespaço. 
Nesse sentido, a exposição excessiva favorece a ocorrência de crimes, e 
as vítimas são as minorias mais vulneráveis: crianças e adolescentes. A esse 
respeito, o ex-presidente Getúlio Vargas saiu da vida para a história com a 
criação do Código Penal brasileiro, que, décadas depois, passou a tratar dos 
cibercrimes. Entretanto, embora haja punição para aqueles que cometem 
delitos na web, o Código Penal ainda é incapaz de coibir a ação de criminosos 
que se aproveitam das localizações e das fotos postadas em tempo real. 
Inclusive, os delitos podem extrapolar o universo digital e se manifestar de 
forma presencial, tal como pedofilia e sequestros, que poderiam ser evitados a 
partir do uso responsável das mídias. 
Os excessos nas redes sociais devem, portanto, ser desconstruídos entre 
os brasileiros. Para isso, os pais de crianças e de adolescentes devem evitar a 
ultra exposição, evitando nutrir a cultura de prestígio imposta nas mídias, e, 
principalmente, não veiculando fotos das crianças e localizações dos jovens, a 
fim de evitar problemas comuns na contemporaneidade, como a busca pelo 
status e os crimes cibernéticos. Assim, a nação verde-amarela deixará de ser, 
enfim, uma sociedade de espetáculo. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
TEMA – O problema da violência contra os idosos no Brasil 
 
Em 1909, Filippo Tommaso Marinetti — fundador da vanguarda 
futurista –— divulgou o “Manifesto Futurista”: documento cujo conteúdo 
estabelecia a destruição da memória passada e defendia não haver qualquer 
beleza na velhice. Com efeito, a ideologia de Marinetti manifesta-se no 
imaginário daqueles que praticam com violência contra os idosos, o que 
representa grave problema social. Assim, para que a agressão dê lugar ao 
respeito, há de se descontruir a indiferença da sociedade e a omissão do 
Estado. 
Diante desse cenário, a violência simbólica, embora não seja evidente, 
afeta a dignidade humana da população senil. A esse respeito, na obra “A 
Velhice”, Simone de Beauvoir — expoente escritora do século XX — 
desenvolveu o conceito de invisibilidade social, que consiste na indiferença 
crônica sofrida pelos idosos. Nesse viés, a Terceira Idade é agredida de forma 
cruel quando não é percebida ou quando as suas necessidades não são 
tratadas com atenção, o que manifesta na prática a invisibilidade denunciada 
por Beauvoir. Desse modo, não é razoável que homens e mulheres ignorem a 
existência daqueles cuja idade depende de atenção. 
Nesse sentido, o silêncio do Estado permite a manutenção de posturas 
cruéis contra a população sênior. Sobre isso, em 2003, foi sancionado o 
Estatuto do Idoso, que prevê tratamento digno e isonômico, como a garantia 
da integridade física e a proteção à discriminação. Todavia, poucas aplicações 
práticas têm sido estendidas de fato aos lares dos brasileiros mais velhos, na 
medida em que as cidades carecem de delegacias especializadas para acolher 
denúncias de maus-tratos e de desrespeito, o que torna o Estatuto uma utopia. 
Nesse sentido, enquanto a omissão estatal se mantiver, a população senil será 
obrigada a conviver com uma das mais graves mazelas sociais: a violência. 
É incoerente, portanto, que o Estado Democrático de Direito ceda lugar 
à cruel ideologia de Marinetti. Para mitigar esse problema, o Poder Legislativo 
deve combater a invisibilidade social acerca do tratamento à Terceira Idade e 
garantir que essa parcela marginalizada receba as garantias previstas em seu 
Estatuto. Isso ocorreria por meio da criação um projeto que se chamaria “Idoso 
Visível” e que destinaria cuidados específicos, como atendimento psicológico 
e delegacias especializadas no combate à violência contra os mais velhos. Essa 
iniciativa teria a finalidade de garantir que o Brasil passe a ser, enfim, uma 
sociedade justa, solidária e livre de toda forma de agressão aos idosos. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
TEMA: Doação de órgãos: a importância dessa prática solidária 
 
Em 1954, o médico Joseph Edward Murray realizou o primeiro 
transplante de órgão vital, que lhe garantiu o Prêmio Nobel de Medicina. 
Entretanto, a substancial parcela dos brasileiros se mostra indiferente à 
conquista de Murray, de modo que não há cultura de doadores no Brasil. 
Assim, para modificar esse problema, a desinformação da sociedade e a 
omissão do Estado devem ser desconstruídos. 
Diante desse cenário, a falta de conhecimento inviabiliza as 
doações viscerais. Nesse sentido, a morte encefálica – quadro clínico definitivo 
– consiste na perda total e irreparável das funções cerebrais, que deve ser 
aferida por dois médicos capacitados. Não obstante, muitas famílias, no 
momento da dor em função da perda de um parente, são incapazes de 
compreender a morte encefálica e nutrem a falsa expectativa de que o 
paciente voltará à vida, o que representa grave obstáculo à doação dos seus 
órgãos. Todavia, não é razoável que a falta de informação a respeito da 
falência cerebral dê lugar a filas de transplante cada vez maiores. 
Ademais, em 1968 foi promulgada a primeira lei que estabeleceu 
a doação consentida, segundo a qual a decisão final estaria sob a 
responsabilidade exclusiva da família. Ocorre que são insuficientes e 
ineficazes as ações do Estado em incentivar o consentimento familiar, previsto 
desde 1968 e sem o qual haverá cada vez mais prejuízos àqueles que 
dependem de órgãos e, consequentemente, a saúde pública será fragilizada. 
Dessa maneira, enquanto não houver efetivas campanhas, aqueles que 
dependem da doação serão obrigados a conviver com esta triste realidade: a 
constante espera por um transplante. 
Para incentivar, portanto, a prática solidária das doações, o 
Ministério da Saúde, no exercício do seu papel social, deve ensinar a 
população o que é a morte encefálica, por meia veiculação de conteúdos nas 
mídias sociais e televisivas, como fotos e vídeos capazes de mostrar que a 
perda das funções cerebrais é irreparável. Inclusive, essa orientação teria a 
finalidade de motivar as famílias brasileiras a consentir na doação de órgãos e 
de tecidos, de modo que, no Brasil, Edward Murray tenha a sua conquista 
valorizada. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
TEMA - O problema da violência urbana no Brasil 
 
 A Declaração Universal dos DireitosHumanos — promulgada em 
1948 pela ONU — assegura a todos os indivíduos o direito à paz e ao bem-estar 
social. Entretanto, os frequentes casos de violência urbana no Brasil impedem 
que os brasileiros experimentem esse direito internacional na prática. Com 
efeito, não é razoável que a falta de segurança pública e a violência ainda 
sejam tão comuns no país que pretende alcançar a posição de Estado 
desenvolvido. 
 Diante desse cenário, a Organização das Nações Unidas, em 
2015, comparou o número de mortes violentas intencionais do Brasil com a 
Síria e chegou à conclusão de que as aproximadas 250 mil mortes em 5 anos 
de guerra no Oriente Médio foram superadas pelas 280 mil mortes de 
brasileiros, no mesmo período de 5 anos. Nesse sentido, o Brasil, mesmo em 
tempos de paz, é mais violento do que uma nação em intenso conflito armado, 
o que deixa implícito que o Estado Democrático experimenta uma guerra não 
oficial, cujos números são tão — ou mais — cruéis do que os da Síria. 
 Ademais, em 1966, o então presidente Castelo Branco instituiu 
os autos de resistência, que são documentos capazes de justificar as mortes 
cometidas pelos policiais militares. A motivação desses autos era justificar 
execuções extra-judiciais a indivíduos que se opunham à ditadura e evitar a 
punição às autoridades. Ocorre que a impunidade iniciada em 66 ainda 
produz efeitos e reflete nos excessos cometidos pela PM brasileira. Porém, 
enquanto a polícia permanecer amparada pelos autos de resistência, a 
sociedade será obrigada a viver diariamente com um dos mais graves 
problemas do Estado Democrático de Direito: a sensação de insegurança. 
 Urge, portanto, que o direito à paz e ao bem-estar social sejam, 
de fato, assegurados na prática, como prevê a Declaracação Universal dos 
Direitos Humanos. Nesse sentido, o Ministério Público Federal deve propor o 
fim dos autos de resistência e fiscalizar a atividade policial, por meio de ações 
judiciais contra ilegalidade e abuso de poder da PM. Essa iniciativa teria a 
finalidade de reduzir a sensação de insegurança nas cidades e minimizar os 
número de mortes violentas intencionais. Inclusive, a fiscalizaçao do MPF é 
importante porque esse órgão tem a função constitucional de garantir o 
Estado Democrático de Direito e evitar que se perpetue, no Brasil, a guerra 
não oficial. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
Tema – O papel da tecnologia na formação educacional do brasileiro 
 
 Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais 
importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo 
garante o direito à educação. Entretanto, a desigualdade no acesso à 
tecnologia evidencia que os brasileiros ainda estão distantes de viver a 
realidade idealizada pela Carta Magna. Com efeito, a solução do problema 
depende de estratégias que reduzam a pobreza e que democratizem os 
recursos digitais. 
 Diante desse cenário, durante o Período Colonial brasileiro, apenas a 
aristocracia – a minoria rica da época – tinha acesso a recursos que tornavam 
possível o aprendizado e a aquisição de conhecimento, e a população pobre 
era excluída do sistema educacional. De forma análoga, a situação do século 
XVI ainda se reproduz no Brasil: alunos carentes não dispõe de internet de 
qualidade e de dispositivos eletrônicos, indispensáveis para o aprendizado na 
Era Digital. Desse modo, é inviável usufruir dos benefícios da internet e das 
videoaulas enquanto recursos básicos, como alimentação e saneamento, 
continuarem sendo privilégios – e não direitos. 
Ademais, a omissão do Estado na democratização da tecnologia 
impede o acesso dos estudantes à educação na Indústria 4.0. Esse termo se 
refere à Quarta Revolução Industrial e tem relação com o advento da 
inteligência artificial e da imersão digital, que simplificou a disseminação do 
conhecimento ao redor do mundo. Todavia, essa evolução ainda não alcança 
a todos os brasileiros, em virtude da carência de políticas públicas, como a 
oferta de computadores nas escolas, acesso à internet de qualidade e falta de 
qualificação dos professores adaptados às videoaulas. Nesse viés, o Brasil, 
embora busque ser nação desenvolvida, ainda não dispõe de iniciativas que 
democratizem a tecnologia. 
 Para que a tecnologia, portanto, cumpra o seu papel na formação 
educacional, as escolas e o Ministério da Tecnologia devem contribuir para a 
redução da desigualdade social, por meio de projetos que ofereçam refeições 
diárias aos alunos e que criem um ambiente favorável para o estudo digital. 
Essa iniciativa poderia se chamar “Escola digital” e teria a finalidade de 
possibilitar que meninos e meninas tenham acesso à tecnologia no ambiente 
escolar, de sorte que a transformação prevista na Revolução 4.0 deixe de ser, 
em breve, uma utopia no Brasil. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
TEMA – A importância da prática de atividades físicas para a saúde dos brasileiros 
 
Na Grécia Antiga, Hipócrates — conhecido como pai da medicina — 
entendia que a anatomia humana exige o constante movimento do corpo, e a 
inatividade iria de encontro à natureza do ser humano. Entretanto, substancial 
parcela dos indivíduos faz da inércia um costume, de modo que o 
sedentarismo se tornou um grave problema e exige que se desconstrua o 
excesso de atribuições diárias e as consequências nocivas à saúde. 
Diante desse cenário anunciado por Hipócrates, o acúmulo de tarefas 
no cotidiano motiva a falta de atividades físicas. Nesse viés, no final do século 
XX, a Terceira Revolução Industrial possibilitou o acúmulo de atividades e 
tornou confortável a vida das pessoas. Todavia, o excesso de conforto 
possibilitado pela Revolução Tecnológica pode ser prejudicial e tornar 
sedentários os indivíduos que se apoiam na tecnologia e são indiferentes a 
caminhadas e outras atividades físicas fundamentais. Nesse sentido, enquanto 
o conforto excessivo for a regra, a atividade física será a exceção. 
Nesse sentido, o sedentarismo possibilita o desenvolvimento de 
diversas doenças. A esse respeito, a Organização Mundial da Saúde 
relacionou a vida sedentária como causa para obesidade, capaz de acarretar 
falhas na produção de insulina — diabetes — e alta pressão arterial – 
hipertensão. Ocorre que substancial parcela da população se mostra 
indiferente às informações veiculadas pela OMS, não pratica atividades físicas 
e é inconsequente em relação à própria saúde, o que pode ter consequências 
nocivas irreversíveis. Assim, se o sedentarismo se mantiver, a sociedade será 
obrigada a conviver com um dos mais graves problemas para os cidadãos: as 
competições de saúde. 
Para combater o problema do sedentarismo, portanto, os próprios 
indivíduos devem organizar suas atribuições diárias, por meio de 
planejamentos capazes de identificar prioridades, a fim de minimizar o 
excesso de tarefas e possibilitar a prática de atividades. O Poder Executivo, 
por sua vez, precisa estimular as atividades físicas e exercícios regulares, por 
intermédio de projetos comunitários, como academias populares, para 
prevenir o desenvolvimento de doenças, a exemplo da diabetes e da 
hipertensão. Assim, a proposta de Hipócrates será valorizada, e o 
sedentarismo deixará de ser um problema moderno. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
TEMA – O que o Brasil precisa aprender para lidar com o novo Coronavírus? 
 
Em 1988, foi criado o Sistema Único de Saúde com objetivo de garantir 
que todos os brasileiros tivessem acesso a médicos e a hospitais. Todavia, a 
pandemia da COVID-19 mostra que o SUS, embora seja o maior do mundo, 
ainda apresenta fragilidades. Com efeito, o novo Coronavírus mostra que não 
só o Estado precisa melhorar suas políticas públicas, assim como os indivíduos 
devem ser mais responsáveis acerca da prevenção a doenças. 
Nesse sentido, o pai do liberalismo político, John Locke, desenvolveu 
o conceito conhecido como Contrato Social, segundo o qual os cidadãosdevem confiar nas autoridades públicas, que, em contrapartida, devem 
garantir direitos naturais, dos quais a vida é o principal. Ora, durante a 
pandemia da COVID-19, o Poder Público brasileiro, ao contrário do ideal de 
Locke, tem sido incapaz de garantir a manutenção da vida de substancial 
parcela da população. Inclusive, a enfermidade revelou ineficiências do SUS 
que estavam ocultas e que devem, urgentemente, ser solucionadas. 
Inclusive, o povo brasileiro precisa utilizar a experiência caótica com o 
novo coronavírus para desenvolver uma prática que é – ou deveria ser – básica: 
o autocuidado. Nesse viés, esse conceito, inicialmente relacionado à saúde 
feminina, refere-se a atitudes individuais que podem garantir a manutenção 
da saúde e, até mesmo, da própria vida. Entretanto, durante o período de 
quarentena da COVID-19, houve indivíduos que frequentavam bares e praias 
normalmente, o que facilitou a proliferação da doença respiratória. Assim, 
enquanto a nação verde-amarela não perceber a relevância do autocuidado, 
estará vulnerável a infecções tão ou mais graves do que a causada pelo 
coronavírus. 
Urge, portanto, que a sociedade brasileira, de fato, aprenda com a 
pandemia. Nesse sentido, o Poder Legislativo precisa solucionar a crise do 
SUS, por meio de investimentos em hospitais, como a ampliação de 
emergência e a criação de novos leitos, a fim de garantir que o combate às 
doenças seja eficaz. Os cidadãos, por sua vez, devem praticar o autocuidado, 
por intermédio de ações simples, como o respeito à quarentena, bem como a 
constante higiene das mãos. Essa iniciativa básica poderá evitar o colapso de 
saúde pública e contribuir para que, em breve, a pandemia da COVID-19, 
permaneça apenas na história. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
TEMA - O problema da automedicação entre os brasileiros 
 
A Constituição Federal de 1988 — norma de maior hierarquia no sistema 
jurídico brasileiro — assegura a todos a saúde e o bem-estar. Entretanto, o 
aumento dos casos de consumo de remédios sem a orientação médica 
demonstra que os indivíduos ainda não experimentam esse direito na prática. 
Com efeito, há de se desconstruir a ineficiência do SUS, bem como orientar a 
população sobre os riscos da resistência bacteriana. 
Diante desse cenário, o sociólogo Zygmunt Bauman afirma, em 
“Modernidade Líquida”, que algumas instituições — dentre elas o Estado — 
perderam sua função social, mas conservaram sua forma a qualquer custo e se 
configuram “instituições zumbis”. Essa metáfora foi proposta por Bauman e 
serve para mostrar que algumas instituições públicas — a exemplo do SUS — são 
incapazes de desempenhar seu papel social e acabam por delegar à população 
a solução de problemas. Assim, a fragilidade do Sistema Único de Saúde é uma 
das causas para a cultura de automedicação, que se mostra grave problema na 
contemporaneidade. 
Ademais, a administração irrestrita de medicação pode favorecer o 
surgimento das chamadas superbactérias. Nesse contexto, a presença de 
antibióticos em dose inadequada e sem orientação médica permite a replicação 
dos genes na estrutura dos vírus, e, de acordo com as orientações 
neodarwinistas, são capazes de selecionar a bactéria mais resistente e dificultar 
o tratamento da doença. Tal processo ocorreu com a bactéria KPC, que passou 
pela seleção natural e hoje se mostra um dos mais graves patógenos presentes 
no ambiente hospitalar. No entanto, enquanto a automedicação se mantiver, o 
Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para a saúde 
dos indivíduos: as superbactérias. 
Urge, portanto, que o direito à saúde e ao bem-estar seja, de fato, 
assegurado na prática, como prevê a Constituição Federal de 1988. Nesse 
sentido, a Agência Nacional de Saúde Suplementar, por meio das mídias, como 
os canais abertos de televisão, deve veicular conteúdos capazes de valorizar a 
data comemorativa do uso racional de medicamentos — cinco de maio — e 
mostrar as consequências nocivas da automedicação, como a seleção natural 
de superbactérias, visando a motivar a sociedade civil a repudiar a 
administração autônoma de remédios. Essa iniciativa da ANS é importante 
porque problematizaria a ineficiência do SUS e colaboraria para que houvesse, 
no Brasil, o incentivo à medicação saudável. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
Tema - A importância da cultura do autocuidado entre os brasileiros 
 
O National Health Service — sistema de saúde do Reino Unido — 
desenvolveu o conceito de “self-care”, que, em tradução livre, seria "cuidar se si 
mesmo". Apesar de inicialmente estar relacionado à saúde feminina, sobretudo 
nos testes de câncer de mama, o autocuidado deve — ou deveria — ser uma 
prática comum a todos. Com efeito, ao contrário da proposta do NHS, os 
indivíduos são indiferentes à própria saúde, seja pela alimentação inadequada, 
seja pelo uso imprudente de medicamentos. 
Diante desse cenário, produtos ultra processados, derivados de 
óleos vegetais e gorduras hidrogenadas são sinônimos para alimentos com 
poucos nutrientes e capazes de aumentar a produção do colesterol ruim, 
tecnicamente chamado de LDL. Ocorre que o sabor atraente e o baixo custo 
fazem com que esses insumos sejam a regra entre a população global, o que 
impede a cultura de autocuidado, já que o colesterol ruim (LDL) pode acarretar 
prejuízos irreparáveis, como a diabetes. 
Ademais, o autocuidado não pode ser confundido com 
automedicação. A esse respeito, a partir do ano 2000, os EUA identificaram 
bactérias que haviam sofrido mutações genéticas em decorrência do uso 
indiscriminado de remédios. Essa prática imprudente de administrar 
substâncias por conta própria, que motivou o surgimento das superbactérias, é 
justamente o oposto do que se espera do conceito de “self-care” e coloca em 
risco não só o indivíduo, mas também a saúde pública. Assim, apesar de o 
acesso a médicos ser um obstáculo, a prática da automedicação oferece mais 
riscos do que benefícios. 
Para que haja cultura de autocuidado, portanto, o Ministério da 
Saúde deve desestimular o consumo excessivo de comidas ultra processadas, 
por meio da divulgação midiática das suas consequências nocivas à saúde, 
como o aumento do colesterol, a fim de que a população modifique seus 
hábitos alimentares. Por sua vez, os próprios indivíduos precisam repudiar a 
automedicação, por intermédio da busca por profissionais especializados, em 
vez de realizar pesquisas na internet. Essa iniciativa individual teria a finalidade 
de evitar que haja resistência bacteriana, de modo que o conceito de “self-care” 
seja realidade entre os cidadãos. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
TEMA – A questão do porte de armas em discussão no Brasil 
 
No século XVII a.C., o Código de Hamurabi determinava que a 
população fizesse a justiça por si mesma, o que ficou conhecido como lei de 
talião. Todavia, após a criação do Estado Democrático de Direito, a ideologia 
“olho por olho, dente por dente”, criada antes de Cristo, tornou-se imprópria. 
Nesse sentido, não é razoável promover autotutela na segurança, sob pena de 
fragilizar o equilíbrio social e potencializar a maldade. 
Diante desse cenário, o conceito de Contrato Social — criado pelo 
filósofo John Locke — propõe que o Estado deveria substituir a vontade da 
população, de modo a garantir direitos a todos. Nesse viés, caso os cidadãos 
assumam o porte de armas e façam a própria segurança, haverá desequilíbrio 
do Contrato Social, o que representa prejuízo irreversível e fragiliza a ordem 
social — escassa na contemporaneidade. Dessa forma, a ordem pública deve 
ficar a cargo de agentes preparados para a tarefa, o que, entretanto, tem sido 
exceção. 
Ademais, o porte de armas evidenciaria a maldade humana. A esse 
respeito, a filósofa Hannah Arendt disserta que as atitudes cruéis fazem parte 
do cotidiano moderno de homens e de mulheres, o que define o conceito 
conhecidocom Banalidade do Mal. Ocorre que a liberação social de armas de 
fogo poderia potencializar a hostilidade, tornar a crueldade denunciada por 
Arendt cada vez mais presente e fragilizar de forma irreparável a harmonia 
coletiva que ainda resta. Desse modo, é incoerente que a nação busque ser 
pacífica, mas insista em distribuir armas indiscriminadamente. 
Para que a lei de talião, portanto, permaneça no passado, os indivíduos 
devem repudiar a flexibilização do porte de armas, por meio de discussões nas 
mídias sociais que mostrem as possíveis consequências da autotutela, como a 
quebra do Contrato Social, de Locke, e o aumento da Banalidade do Mal, de 
Arendt. Essa iniciativa teria a finalidade de pressionar as autoridades a 
garantirem a segurança e, assim, reafirmar o verdadeiro Estado de Direito. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
TEMA – A construção da responsabilidade socioambiental no brasileiro 
 
Em 1992, a ONU promoveu a Conferência da Terra e lançou metas a 
serem aplicadas pelos países, a fim de preservar o meio ambiente. Entretanto, 
a iniciativa das Nações Unidas não foi efetiva, já que, em regra, a sociedade 
ainda carece de responsabilidade ambiental. Com efeito, para desenvolvê-la, 
há de se combater não só o interesse privado das autoridades, bem como a 
omissão dos indivíduos. 
Diante desse cenário, o conceito conhecido como "Cordialidade" foi 
criado em 1936 por Sérgio Buarque de Holanda e diz respeito à inabilidade 
de valorizar o interesse coletivo. Ocorre que não há como desenvolver a 
responsabilidade socioambiental com atitudes cordiais por parte do poder 
público, que se omite ante os impactos ambientais promovido por grandes 
empresas — agronegócio, construtoras, mineradoras. Nesse sentido, enquanto 
a coletividade não for privilegiada pelo Estado, serão comuns episódios 
graves, tais como os de Mariana e de Brumadinho. 
Ademais, a indiferença dos indivíduos acerca da sustentabilidade 
mostra-se obstáculo para a preservação ambiental. A esse respeito, o filósofo 
contratualista Jean-Jacques Rousseau defendia a tese segundo a qual os 
cidadãos seriam os responsáveis por todos os rumos da sociedade 
democrática. Todavia, os indivíduos contemporâneos são incapazes de 
colocar em prática a responsabilidade descrita por Rousseau, abandonando à 
própria sorte ecossistemas e biomas. Assim, não é razoável que a inércia social 
dê lugar a um dos mais graves problemas para as presentes — e futuras — 
gerações: o desequilíbrio ambiental. 
A Conferência da Terra, portanto, precisa ser, de fato, efetivada pela 
sociedade. Nesse sentido, na condição de fiscal da lei, o Ministério Público 
deve, por meio da Ação Civil Pública, processar as autoridades que permitem 
que grandes empresas explorem o meio ambiente com pouca — ou nenhuma 
—responsabilidade. A iniciativa do MP teria a finalidade de problematizar, com 
veemência, as questões ambientais, e, assim, mobilizar todos os indivíduos, 
desconstruindo-lhes a inércia e colocando a responsabilidade socioambiental 
em prática. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
TEMA - A crise do sistema carcerário em questão no Brasil contemporâneo 
 
 Graciliano Ramos, em sua obra 
póstuma “Memórias de um cárcere”, descreve 
a situação insalubre a que foi submetido em 
1936 quando foi preso por Vargas no porão 
de um navio. Entretanto, os conflitos 
experimentados pelo escritor modernista não 
se restringem à ficção, mas se aplicam à 
contemporaneidade brasileira e refletem a 
ineficiência do atual sistema prisional, cuja 
crise se mostra grave problema social e deve 
ser modificada. 
 A Declaração Universal dos Direitos 
Humanos — promulgada em 1948 pela ONU 
— assegura a todos os indivíduos o direito à 
dignidade humana. Entretanto, a crise do 
sistema carcerário impede que os presos 
experimentem esse direito internacional na 
prática. Com efeito, não é razoável que a 
péssima condição dos presídios seja comum 
no país que pretende alcançar a restauração 
dos detentos, bem como a posição de Estado 
desenvolvido. 
 
 Diante desse cenário, o sistema carcerário ineficiente é um obstáculo à ressocialização. A 
esse respeito o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra “Modernidade Líquida”, 
desenvolveu o conceito de “Instituição Zumbi”, segundo qual o Estado mantém — a todo custo 
— a sua forma, porém perdeu sua função social, estabelecida pela lei. Nesse contexto, a atual 
estrutura penitenciária configura-se como “Instituição Zumbi”, na medida em que deveria 
ressocializar o preso, mas se mostra incapaz de fazê-lo. Todavia, é contraditório que o poder 
público seja indiferente à função social do sistema carcerário. 
 Ademais, os problemas das prisões fomentam a cultura de violência. Nesse sentido, a Corte 
Interamericana de Direitos Humanos, em 2013, teceu críticas contundentes à gravidade 
estrutural dos cárceres brasileiros, em virtude da superlotação das celas, da mutilação dos 
presos, e das condições insalubres do ambiente prisional — condições enquadradas no 
conceito jurídico de Estado de Coisas Inconstitucional. Ocorre que as circunstâncias caóticas 
apontadas pela Corte Interamericana contribuem para manutenção da cultura de violência 
dentro e fora dos presídios. Contudo, enquanto o caos do sistema carcerário brasileiro se 
mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para a 
sociedade civil: a violência. 
 Impende, portanto, que o direito à dignidade humana seja, de fato, assegurado na prática, 
como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Sob essa ótica, o Ministério Público 
Federal, por meio de ações judiciais avaliadas com prioridade pelo Poder Judiciário, deve 
assegurar as condições de salubridade e segurança, além de incentivar o estudo e o trabalho 
do preso. A iniciativa do MPF teria finalidade de promover a ressocialização de presidiários e 
mitigar a cultura de violência. Com isso, a situação do sistema carcerário seria modificada e 
colaboraria para que os detentos deixassem de ter, no Brasil, sua dignidade fragilizada. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
TEMA – A distribuição agrária em questão no Brasil do século XXI 
 
A República Federativa do Brasil constitui-se Estado Democrático 
de Direito e tem como objetivo fundamental a redução da pobreza extrema 
e das desigualdades sociais. Entretanto, a desigualdade na distribuição 
agrária no Brasil do século XXI põe em risco a aplicabilidade plena desse 
princípio. Todavia, é paradoxal que o poder público permaneça indiferente 
à fragilização dos direitos da sociedade civil. 
Diante desse cenário, a concentração fundiária é um problema 
histórico que continua produzindo efeitos na contemporaneidade. A esse 
respeito, o período da República Oligárquica foi marcado pela concentração 
do poder na figura dos grandes proprietários de terra, que exploravam os 
trabalhadores por intermédio da propriedade — prática conhecida como 
coronelismo. Inclusive, embora date de séculos anteriores, esse período da 
história provoca reflexos negativos na contemporaneidade, visto que as 
relações sociais no campo ainda permanecem sob controle dos “coronéis” 
contemporâneos. No entanto, não é razoável que o Estado seja incapaz de 
mitigar essa desigualdade histórica que afeta toda a população brasileira. 
Nesse sentido, significativa parcela do Poder Legislativo é 
composta por agroempresários, o que impossibilita a eficácia na distribuição 
igualitária de terras. Nesse contexto, a discussão em torno da reforma agrária 
passou a integrar a esfera legislativa com o Estatuto da Terra, de 1964 — ainda 
em vigor. Contudo, a reforma agrária é negligenciada pelo Congresso, que 
persiste em adiar a aprovação do projeto de lei. Porém, é contraditório que, 
mesmo na vigência do Estado Democrático de Direito, o coronelismo 
persista em subjugar a vontade daquele que detém o poder: o povobrasileiro. 
Urge, portanto, que a desigualdade na distribuição agrária deixe 
de ser a realidade na República Federativa do Brasil. Nesse sentido, a 
sociedade civil organizada, por meio de denúncias nas mídias sociais, deve 
listar os nomes dos parlamentares cuja postura seja contrária — ou omissa — 
à redistribuição igualitária de terras, visando a expor a conduta dos 
deputados e senadores que vão de encontro aos interesses coletivos. Com 
isso, haveria demonstração de engajamento social a favor da reforma e 
repercutiria positivamente, porque mostraria ao Congresso que não são mais 
aceitos, no Brasil, os coronéis contemporâneos. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 
TEMA - A importância do desenvolvimento do civismo e da ética na sociedade 
 
Na produção ficcional “A Dona do Pedaço”, a personagem Josiane, 
que insiste em ser chamada de “Jô”, é o retrato de um indivíduo esvaziado de 
quaisquer valores morais e que busca sempre o benefício próprio. Nesse viés, 
fora das telas, o comportamento anticívico e antiético de Jô manifesta-se no 
cotidiano de substancial parcela da sociedade e exige que se desconstruam a 
crise de civismo e a relativização dos valores. 
Diante desse cenário, quando Aristóteles classificou o ser humano 
como um “Animal Político”, o filósofo teve a intenção de mostrar que homens 
e mulheres costumam se relacionar de forma harmônica, a fim de manter sua 
sobrevivência. Ocorre que o conceito grego não se apresenta como realidade 
na sociedade contemporânea, em virtude das diversas crises de civismo, como 
a intolerância racial, os discursos de ódio e a ganância humana. Assim, o 
indivíduo deixou de ser um “Animal Político” para buscar seus próprios 
interesses e vontades, o que prejudica todo o tecido social. 
Nesse sentido, a figura da personagem Josiane evidencia uma 
forte e comum característica do brasileiro: a falta de ética. A esse respeito, 
Thomas Hobbes, conhecido filósofo inglês, produziu a obra “O Leviatã”, onde 
descreve o ser humano como dotado de vontades e de ambições, capazes de 
justificar atitudes incorretas, desde que elas sejam benéficas a quem as pratica. 
Ora, é justamente por essa relativização denunciada por Hobbes que o 
brasileiro convive com a pirataria normalmente, mas critica com veemência a 
corrupção do Congresso: atitudes igualmente criminosas. 
Urge, portanto, que os próprios indivíduos, no exercício do seu 
senso crítico, coloquem fim à crise de civismo e à relativização da ética, por 
meio da busca por atitudes corretas diárias, como o repúdio à intolerância 
racial e à pirataria. Nesse sentido, a rejeição ao que é errado teria a finalidade 
de reconstruir o tecido social fragilizado pela ganância humana, como 
denunciou Hobbes n”O Leviatã”, de modo que homens e mulheres deixem de 
protagonizar diariamente as atitudes levianas de Josiane. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
TEMA - A importância da valorização do patriotismo pelos jovens brasileiros 
 
Na obra “1984”, George Orwell criticava a postura dos cidadãos de 
Oceania, que, segundo o autor, praticava uma “espécie de patriotismo 
primitivo” –- idolatravam o Governo independentemente das suas atrocidades. 
Nesse sentido, parcela da juventude brasileira manifesta esse comportamento 
ilustrado na distopia e é incapaz de valorizar o real e consciente amor à pátria. 
Com efeito, há de se desconstruir a alienação dos jovens e a visão equivocada 
de patriotismo. 
 Diante desse cenário, a juventude brasileira, em regra, preocupa-se 
pouco — ou nada — com os rumos do país, o que é potencializado pelo 
constante consumo de conteúdos esvaziados de senso crítico: manobra 
conhecida como Indústria Cultural. Esse conceito foi criado por Theodor 
Adorno e denuncia o fato de a mídia veicular conteúdos banais, como 
programas de auditório, que desestimulam as críticas sociais. Nesse sentido, 
muitos jovens contemporâneos consomem esses conteúdos vazios e são 
incapazes de estimular posturas patrióticas, o que representa grave obstáculo 
ao desenvolvimento nacional e consolida a Indústria Cultural no Brasil. 
Ademais, durante Copa de 1970, Emílio Garrastazu Médici utilizou o 
futebol para legitimar a sua imagem e o seu governo, de modo a vincular o 
espírito patriótico à figura do presidente. Com efeito, civismo e patriotismo 
estão relacionados ao interesse público e não a uma autoridade, como Médici 
tentou impor, e a manutenção dessa distorção se mostra um problema 
irreversível à sociedade, de modo que, enquanto a visão distorcida de amor à 
pátria se mantiver, a juventude continuará com visão equivocada de 
patriotismo. 
O espírito patriótico demonstrado no movimento Diretas Já precisa, 
portanto, ser reascendido entre a juventude. Nesse sentido, os próprios jovens 
devem problematizar, com veemência, a alienação social, por meio de 
atividades pedagógicas, como aulas e discussões organizadas. Essa iniciativa 
teria a finalidade de mobilizar os próprios jovens e desconstruir visões 
equivocadas de patriotismo. Assim, a partir do desenvolvimento do senso 
crítico, os jovens brasileiros experimentarão, em breve, o verdadeiro civismo. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 
TEMA - A importância do respeito à diversidade de gênero no Brasil 
 
 Em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão, garantindo pela primeira vez a dignidade humana a 
todos. Entretanto, os frequentes casos de homofobia mostram que a 
sociedade brasileira está distante de experimentar os ideais iluministas na 
prática. Com efeito, o combate a essa forma de preconceito pressupõe que se 
desconstrua a omissão do Estado e o sexismo cultural. 
 Diante desse cenário, a homofobia fragiliza o direito à dignidade 
humana daqueles que fogem à dicotomia de gênero – homem ou mulher. 
Nesse contexto, há ineficiência do Código Penal brasileiro na classificação do 
crime de homofobia, que, inclusive, até 2012, era categorizado como simples 
agressão. Aliás, quando são vítimas de violência, travestis, transgêneros, “drag 
queens” sentem-se oprimidas pelos próprios agentes policiais, o que impede 
o prosseguimento das denúncias. Com efeito, a criação do Disque 100 (Disque 
Direitos Humanos) não tem sido suficiente para assegurar às minorias de 
gênero a verdadeira garantia ao direito à dignidade humana, previsto no 
artigo 5º da Carta Magna. 
 Nesse sentido, em 1916, foi promulgado o primeiro Código Civil 
brasileiro, que colocava a figura masculina em posição de superioridade. Esse 
machismo institucionalizado ainda persiste como uma das principais causas 
para a intolerância de gênero no Brasil e motiva atos de homofobia, praticados 
sobretudo por homens, segundo pesquisa do IBGE em 2015. Inclusive, a 
violência de gênero é mais praticada por homens justamente porque há 
legitimação cultural – e estatal – para a superioridade masculina e para o 
heterocentrismo. Entretanto, enquanto o sexismo se mantiver, a sociedade 
brasileira será obrigada a conviver diariamente com um dos piores problemas 
para a contemporaneidade: a homofobia. 
 Urge, portanto, que a construção de uma sociedade livre, justa e 
solidária seja, de fato, assegurada na prática, como prevê a Constituição 
Federal de 1988. Nesse sentido, o Ministério Público Federal, por meio de 
ações judiciais avaliadas pelo Poder Judiciário com prioridade, deve 
denunciar os casos de agressões motivadas por questões de gênero, visando 
a desestimular futuros casos de preconceito, advindos inclusive dos próprios 
agentes de segurança. A iniciativa do MPF é importante porque essa entidade 
tem a função constitucional de garantir o Estado Democrático de Direito e 
evitar que se perpetue, no Brasil, a diversidade fragilizada. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – A representatividade da mulher no esporte em discussão no Brasil 
 
Em 1948, a velocista Melânia Luz consagrou-se como a primeira mulhernegra a integrar a delegação dos Jogos Olímpicos e tornou-se símbolo do 
empoderamento feminino no mundo. Todavia, a presença da mulher no 
esporte ainda se mostra frágil no Brasil, de modo que o feito da atleta 
representa a exceção — e não a regra. Com efeito, a solução do problema 
passa pela desconstrução não só do machismo histórico, bem como da 
hegemonia do gênero masculino. 
Diante desse cenário, Gilberto Freire, em sua obra “Casa-grande e 
senzala”, descreve os costumes sociais centrados na figura do homem branco, 
que seria o dominador não só da sua propriedade, mas também de todas as 
áreas da sociedade. Nesse sentido, a prevalência do masculino, denunciada 
por Freire, cooperou — e ainda coopera — para o apagamento da mulher e 
para o desprestígio das suas atividades, a exemplo do esporte. Inclusive, o 
machismo histórico é o motivo para que as atletas estejam em posição 
desfavorável em relação aos homens. Desse modo, não é razoável que a nação 
ainda mantenha o pensamento retrógrado denunciado pelo sociólogo. 
Ademais, não há como valorizar o esporte feminino em uma sociedade 
que, por séculos, negou direitos civis às mulheres. Nesse viés, o Código Civil 
de 1916 proibia que as brasileiras tivessem direito de votar e de exercer a 
posse sobre a propriedade: garantias fundamentais à cidadania. Anos depois, 
embora o Código do início do século XX tenha sido revogado, ainda persiste 
a desvalorização das atletas, e, enquanto o imaginário social não for 
atualizado, histórias como a de Melânia Luz continuarão sendo pouco — ou 
nada — comuns. 
Há de se valorizar, portanto, a representatividade da mulher no esporte. 
Para isso, as escolas devem contribuir para a desconstrução do machismo 
histórico, por meio de projetos pedagógicos, como oficinas e eventos 
desportivos capazes de estimular a igualdade entre moças e rapazes. Essa 
iniciativa se inspiraria na história de Melânia Luz e poderia se chamar “À luz da 
igualdade”, cuja finalidade seria construir o empoderamento feminino no 
esporte, de modo que o Brasil seja conhecido como nação livre, justa e, de 
fato, igualitária. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - As causas e as consequências da poluição no Brasil 
 
No ano de 1992, acontecia no Rio de Janeiro a Cúpula da Terra — 
popularmente conhecida como Eco-92 —, em que foram desenvolvidos os 3 
RS da Sustentabilidade: reduzir, reutilizar, reciclar. Todavia, substancial 
parcela dos brasileiros se mostra incapaz de entender a relevância dos 3 RS, 
o que representa grave problema contemporâneo. Nesse sentido, há de se 
desconstruir a histórica cultura de indiferença ambiental, bem como as 
consequências nocivas à saúde. 
Diante desse cenário, a obra “Casa-grande e Senzala”, de Gilberto 
Freyre, defende que a formação do brasileiro baseou-se na colônia de 
exploração dos recursos naturais e na irresponsabilidade com a terra e com 
os demais indivíduos. Essa prática de exploração excessiva, denunciada por 
Freyre, ainda se manifesta nas atitudes imprudentes dos brasileiros que 
poluem o meio ambiente todos os dias, por meio do descarte irresponsável 
de materiais não biodegradáveis, como o plástico comum. Dessa forma, não 
é razoável que o Brasil almeje tornar-se nação desenvolvida, mas mantenha 
atitudes típicas da colônia. 
Ademais, a Organização Meteorológica Mundial — responsável por 
monitorar as condições climáticas do planeta — afirmou em 2018 que a 
constante emissão de gases poluentes fez a atmosfera terrestre perder a 
capacidade de autodepuração, que consiste no retorno às suas condições 
normais de temperatura e de pressão. Ocorre que os brasileiros 
permanecem indiferentes às consequências negativas apontadas pela OMM 
e não se mobilizam para reduzir a queima de gasolina, cujos gases poluem a 
natureza de forma irreparável. Assim, enquanto a indiferença à poluição for 
a regra, os brasileiros serão obrigados a conviver com um dos mais graves 
problemas ambientais: as alterações climáticas. 
Para combater a poluição, portanto, as prefeituras, com auxílio do 
Ministério do Meio Ambiente, devem buscar desconstruir a histórica cultura 
de indiferença ambiental, por meio eventos populares, como palestras 
abertas à comunidade, a fim de mobilizar a população para reduzir o 
consumo de materiais poluentes, a exemplo de papel e plástico. Desse 
modo, as consequências negativas à saúde serão mitigadas, e as iniciativas 
propostas na Eco-92 deixarão de ser, no Brasil, apenas teoria. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
TEMA – Como alcançar o desenvolvimento de que o Brasil precisa? 
 
Em 1988, Ulysses Guimarães estabeleceu, no artigo 3º da Carta Magna, 
que a República deveria ser capaz de garantir o desenvolvimento nacional. 
Entretanto, décadas se passaram, e os indivíduos estão distantes de ver a 
promessa do artigo 3º fora da teoria, o que prejudica toda a sociedade. Para 
alcançar o desenvolvimento proposto por Guimarães, há de se desconstruir a 
cultura de intolerância e a histórica desigualdade social. 
Diante desse cenário, o sociólogo brasileiro Gilberto Freyre, na obra 
Casa-grande e Senzala, desenvolveu a tese segundo a qual a identidade do 
brasileiro foi construída a partir do senhor de engenho — branco, patriarca e 
católico. Ocorre que aqueles que fogem às características padronizadas no 
Brasil colônia são vítimas de preconceito enraizado desde o século XVI, o que 
representa grave problema e perpetua a realidade intolerante da casa-grande. 
Nesse sentido, não é razoável que, mesmo objetivando ser nação 
desenvolvida, a sociedade brasileira ainda mantenha a cultura de intolerância 
própria ao Brasil colonial. 
Ademais, a desigualdade social inviabiliza os objetivos traçados para o 
sucesso da nação. A esse respeito, em 1850, Dom Pedro II impediu que as 
camadas sociais mais pobres tivessem acesso às terras devolutas — 
propriedade do Estado. Essa iniciativa excludente do imperador promoveu — 
e ainda promove — as disparidades econômicas e a pobreza extrema, com as 
quais o progresso nacional torna-se inviável. Ora, enquanto a desigualdade 
incentivada em 1850 se mantiver, o Brasil não experimentará um dos 
benefícios fundamentais para a sociedade: o progresso nacional. 
Para alcançar, portanto, o desenvolvimento de que o Brasil precisa, os 
cidadãos devem repudiar a cultura de intolerância — iniciada no período 
colonial — e os padrões que motivam o preconceito, por meio de debates nas 
mídias sociais, a fim de contribuir para o progresso nacional. As escolas, por 
sua vez, poderiam realizar atividades pedagógicas, por intermédio das aulas 
de história e de atualidades, com capacidade de mostrar as origens da 
desigualdade social. Essa iniciativa teria a finalidade de evidenciar os 
obstáculos que impedem o avanço do Brasil, de modo que a Carta Magna 
deixe de ser apenas teoria. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - Desemprego: um problema histórico com reflexos na contemporaneidade 
 
Em 1936, o filme “Tempos Modernos” denunciou, por meio de 
Charlie Chaplin, as crises vividas pela população operária que perdeu seus 
postos de trabalho. Nesse viés, quase cem anos depois, o problema 
denunciado por Chaplin se manifesta nos milhões de indivíduos que convivem 
com o desemprego e exige cuidadosa análise acerca das mazelas sociais 
decorrentes da falta de trabalho e das causas do problema. 
 
Diante desse cenário, o excesso de pessoas em busca de uma vaga 
de emprego inviabiliza o desenvolvimento social. A esse respeito, o conceito 
sociólogo Exército Industrial de Reserva — criado no século XIX — diz respeito 
à grande oferta de indivíduos buscando trabalho, o que os torna suscetíveis a 
subempregos. Ora, o desemprego motiva a perpetuação desse fenômeno do 
século XIX e subjuga homens e mulheres a condições degradantes, fragilidade 
de direitos trabalhistas, salários indignos. Desse modo, se o Exército Industrial 
de Reserva for a regra,as desigualdades sociais serão cada vez mais 
reafirmadas. 
 
Ademais, dentre as causas do problema, está a inovação 
tecnológica, que motiva o desaparecimento de determinados empregos. 
Nesse sentido, a Terceira Revolução Industrial promoveu automação de 
processos antes feitos por trabalhadores e passou a exigir constante 
aperfeiçoamento individual. Ocorre que substancial parcela da população em 
idade ativa se mostra despreparada e incapaz de acompanhar o 
aprimoramento imposto pela Terceira Revolução, cujos efeitos cruéis tornam 
o trabalhador obsoleto. Assim, enquanto a falta de aperfeiçoamento se 
mantiver, a sociedade conviverá com esta triste realidade: o desemprego. 
 
Para efetivar, portanto, o acesso a empregos dignos, o Poder 
Executivo deve estimular empregadores, como empresários e 
microempreendedores, a contratar pessoas em idade ativa, por meio de 
isenções fiscais, a fim de reduzir o Exército de Reserva e as mazelas sociais 
advindas dele. As escolas, por sua vez, podem desenvolver a capacitação da 
comunidade, por intermédio de aulas com orientações de diversas áreas, 
capazes de mostrar a necessidade de capacitação profissional, colaborando 
para que os problemas denunciados por Chaplin sejam, em breve, apenas 
ficção. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
86 
TEMA - O desafio da aceitação à diversidade familiar no Brasil 
 
 No século XIX, Eça de Queiroz escreveu “Primo Basílio”, que narra a 
história de Jorge e Luisa, personagens de uma família tradicional portuguesa, 
onde a mulher era subserviente; e o homem, provedor. Entretanto, esse 
retrato burguês se impõe à sociedade brasileira, e a sua imposição se mostra 
grave problema social na contemporaneidade. Com efeito, a construção de 
uma sociedade que valoriza a diversidade familiar pressupõe ação conjunta 
entre população e poder público. 
 Diante desse cenário, a prescrição de um modelo único de família vai 
de encontro à evolução da sociedade. A esse respeito, no início do século XIX, 
a legislação brasileira considerava que somente o casamento poderia 
estabelecer uma família. Na sequência, o poder público passou a aceitar que 
mães registrassem sozinhas os filhos, apesar de a sociedade da época manter 
o preconceito às mães solteiras, considerando-as prostituas. Hoje, a lei já 
aceita as famílias homossexuais, porém há grande crítica popular à união de 
casais homoafetivos. Todavia, é contraditório que, mesmo na pós-
modernidade, ainda haja preconceito aos lares que fogem ao padrão 
tradicional. 
 Nesse sentido, a influência religiosa é obstáculo à aceitação à 
diversidade familiar. Nesse contexto, no Concílio de Trento, a igreja católica 
emitiu vários decretos dogmáticos que orientaram o pensamento da 
população durante toda a Idade Média e reafirmaram a figura do patriarca e 
da mulher subserviente. Porém, é contraditório que a sociedade brasileira 
imponha o estereótipo do patriarca medieval e, ao mesmo tempo, busque ser 
considerada Estado desenvolvido. Dessa forma, enquanto a influência 
religiosa se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver diariamente com um 
dos mais graves problemas à contemporaneidade: o preconceito às novas 
famílias. 
Impende, portanto, que indivíduos e instituições públicas 
cooperem para que o respeito à diversidade familiar deixe de ser um desafio. 
Cabe aos indivíduos realizar debates, por meio das redes sociais, com vistas a 
incentivar práticas de respeito e de valorização às novas famílias. Ao Ministério 
Público, por sua vez, promover a defesa da ordem jurídica e a garantia dos 
direitos individuais contra a influência religiosa, por intermédio de ações 
judiciais pertinentes em caso de desrespeito aos lares que fogem ao padrão 
imposto. Com isso, a garantia constitucional à igualdade deixará de ser, no 
Brasil, um direito negligenciado. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - O papel social do ensino médio no Brasil contemporâneo 
 
Em 1996, foi fundada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
que reestruturava o Ensino Médio brasileiro, a fim de ser eficaz para os alunos. 
Entretanto, as constantes falhas dos últimos anos da educação básica 
evidenciam que a reforma de 1996 não se mostra eficaz, o que exige a 
desconstrução da sua desatualização e do seu academicismo. 
Diante desse cenário, o sistema educacional do Brasil é inspirado no 
formato europeu de 1789, baseado no Iluminismo, cuja ideologia impunha 
aos alunos igualdade a todo custo, que, inclusive, era um dos princípios da 
Revolução Francesa. Ocorre que a heterogeneidade da população brasileira 
contemporânea torna impróprio o modelo do século XVIII, na medida em que 
não valoriza a diversidade cognitiva e socioeconômica dos estudantes do 
Ensino Médio, o que os prejudica e os distancia da educação ideal. Assim, o 
papel social dos últimos anos da educação básica não se efetivará enquanto a 
escola mantiver a ideologia do século XVIII, e o tratamento isonômico — 
valorização das diferenças — for negligenciado. 
Ainda nesse sentido, o distanciamento entre teoria e prática é 
obstáculo para a formação dos educandos do Ensino Médio. A esse respeito, 
em sua obra “Pedagogia do Oprimido”, Paulo Freire defende que a escola 
deve ter íntima relação com a realidade dos alunos e não ficar restrita ao 
universo teórico – problema conhecido como academicismo. Todavia, o 
Ensino Médio contemporâneo vai de encontro à ideologia de Freire, haja vista 
a deficiência dos métodos desenvolvidos nas escolas, capazes de criar 
abismos entre a sala de aula e a sociedade. Nesse sentido, o distanciamento 
denunciado pelo pedagogo acarreta um dos mais graves problemas do 
Ensino Médio brasileiro: a fragilidade do seu papel social. 
Impende, portanto, que a educação cumpra, de fato, o seu papel nos 
últimos anos do ensino básico. Para isso, o Ministério da Educação deve, com 
urgência, desconstruir o modelo ultrapassado de aulas, por meio da 
flexibilização do currículo, como propõe a Base Nacional Comum Curricular, 
para que a diversidade cognitiva dos alunos seja valorizada. Por sua vez, os 
próprios estudantes, com auxílio dos professores, podem realizar pesquisas e 
seminários relacionando a teoria aprendida em aula com o seu próprio 
contexto, como ocorre em nações desenvolvidas, a fim de combater o 
problema do academicismo. Dessa forma, a reforma de 1996 se tornará eficaz 
para os alunos do Ensino Médio. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - O problema da exclusão digital da terceira idade em discussão na sociedade brasileira 
 
Steve Jobs — empresário e fundador da Apple — defendia que todos os 
indivíduos ao redor do mundo deveriam dominar um dos mais recursos mais 
importantes para a vida em comunidade: a tecnologia. Todavia, a ideia de 
Jobs não é a realidade de substancial parcela dos idosos, que são 
frequentemente marginalizados da Era Digital. Assim, para superar os desafios 
da inclusão tecnológica, há de se analisar a indiferença com que são tratados, 
bem como a falta de relacionamento afetivo. 
Diante desse cenário, a filósofa Simone de Beauvoir disserta, em sua 
obra “A Velhice”, que as sociedades modernas promovem a invisibilidade 
social do idoso. Esse conceito se relaciona com o fato cruel de a terceira idade 
ser considerada irrelevante para a sociedade e incapaz de praticar os atos da 
vida comum. Nesse viés, a falta de inclusão digital potencializa a invisibilidade 
denunciada por Beauvoir, colabora para visão inferiorizada da população senil 
e representa obstáculo para a valorização dessa importante parcela da 
sociedade. Ora, enquanto a indiferença ao idoso for a regra, a inclusão digital 
será a exceção. 
Ademais, o uso da tecnologia não se resume a entretenimento: é uma 
forma de relacionamento humano, a que substancial parcela dos idosos não 
tem acesso. A esse respeito, a Terceira Revolução Industrial reconfigurou as 
relações humanas, de modo que o contato com o outro passou a serintermediado pela tecnologia. Nesse sentido, as inovações trazidas pela 
Revolução Tecnológica colaboram para excluir da vida em sociedade aqueles 
que não conseguiram se adequar à Era Digital: os idosos. Ocorre que a 
exclusão digital também acarreta a falta de relacionamento afetivo — 
fundamental para qualidade de vida em qualquer idade. 
Urge, portanto, que a inclusão digital do idoso deixe de ser um desafio. 
Nesse sentido, o Ministério da Tecnologia deve combater a exclusão e tornar 
visível a necessidade tecnológica da população senil, por meio de da criação 
de centros comunitários capazes de ensinar a terceira idade manusear 
aparelhos eletrônicos, como “tablets” e “smartphones”. Essa iniciativa teria a 
finalidade de possibilitar que os idosos estabeleçam relacionamentos afetivos 
com a comunidade que os cerca, de modo que a marginalização vivenciada 
pelo personagem Carl seja, em breve, apenas ficção. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
89 
TEMA - Os desafios da ciência brasileira no século XXI 
 
 Em maio de 1900, o Brasil presenciava a fundação do Instituto Oswaldo 
Cruz, cujo objetivo era desenvolver estudos científicos de combate à Peste 
Bubônica. A criação da Fiocruz foi relevante naquele momento e evidencia a 
importância da ciência brasileira, que, todavia, tem recebido pouca importância 
na contemporaneidade. Com efeito, há de se combater a inércia das 
autoridades, bem como estimular o pesquisador no país. 
Diante desse cenário, os laboratórios de biomedicina são responsáveis 
por atenuar os vírus a fim de desenvolver vacinas. Esse processo consiste em 
introduzir no organismo partículas virais com baixo potencial patogênico, de 
modo que o sistema imunológico produza células de memória — linfócitos T — 
que potencializam a resposta do antígeno. No entanto, o funcionamento 
deficitário dos laboratórios, em virtude do investimento reduzido, não permite 
a pesquisa necessária para o desenvolvimento satisfatório de vacinas, o que se 
mostra grave problema para o país. 
Ademais, há pouco – ou nenhum – suporte para manter os pesquisadores 
no Brasil. Nesse contexto, cientistas formados em instituições brasileiras 
decidem emigrar para países desenvolvidos, a fim de buscar melhores 
condições para pesquisas importantes, a exemplo da genotipagem. Esse 
processo conhecido como êxodo científico representa grave prejuízo ao Brasil 
e, enquanto o baixo fomento aos cientistas se mantiver, o país será obrigado a 
conviver com um dos mais graves problemas para a ciência: o retrocesso. 
Para que pesquisadores e laboratórios sejam, portanto, valorizados no 
Brasil, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, deve 
investir pesquisa e fornecer equipamentos aos laboratórios periodicamente, 
por meio da concessão de benefícios, como bolsas, auxílios e proventos, com 
vistas a garantir a remuneração dos pesquisadores, a fim de evitar o êxodo 
científico. A iniciativa da CAPES é importante para desenvolver o progresso 
científico e evitar que se perpetue, no Brasil, a ciência negligenciada. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - Os desafios do envelhecimento populacional para a sociedade brasileira 
 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos — promulgada em 1948 
pela ONU — assegura o direito à saúde, à renda e ao tratamento respeitoso às 
pessoas idosas. Entretanto, os problemas em torno do envelhecimento da 
população colocam em risco esses direitos internacionais. Com efeito, a 
construção de uma sociedade que valoriza o idoso pressupõe ação efetiva do 
Estado, bem como o combate ao preconceito da sociedade. 
Diante desse cenário, os problemas no sistema político de saúde são 
obstáculo para a qualidade do envelhecimento. A esse respeito, o artigo 196 da 
Constituição Federal assegura a todos o direito à saúde, mas não estabelece 
quaisquer políticas de cuidados específicos para idosos. Ademais, de acordo 
com dados do Ministério da Saúde de 2016, das 156 faculdades de medicina 
do país, apenas 1 tem curso de geriatria. Ocorre que a expectativa de vida da 
população senil será de 81, em 2020 segundo o IBGE, e o país ainda não dispõe 
de um sistema de saúde preparado para a demanda. Portanto, não é razoável 
que o Estado não tome iniciativas para lidar com o envelhecimento. 
Nesse sentido, o escritor alemão Franz Kafka, em sua obra “A 
metamorfose”, faz alusão à sociedade contemporânea na relação homem-
trabalho: o protagonista Gregor Samsa, quando impossibilitado de trabalhar e 
gerar lucro à família, se metamorfoseia em um “inseto monstruoso” — expressão 
que inicia o primeiro capítulo. Analogicamente, a metáfora de Kafka se aplica à 
velhice na contemporaneidade: quando envelhece, o cidadão perde sua função 
social e se transforma em um indivíduo sem utilidade ao capitalismo, assim 
como aconteceu com o Gregor. No entanto, enquanto a preconceito ao idoso 
se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver diariamente com um dos mais 
graves problemas para essa parcela da população: o desrespeito. 
Impende, portanto, que sociedade e instituições públicas cooperem 
para superar os desafios do envelhecimento. Cabe aos indivíduos realizar 
debates, por meio das redes sociais, com vistas a incentivar práticas de respeito 
e de valorização aos idosos. Ao Ministério Público, por sua vez, promover a 
defesa da ordem jurídica e a garantia dos direitos da população senil, por 
intermédio de ações judiciais pertinentes em caso de falta de serviços básicos 
garantidos constitucionalmente. Assim, o país caminhará para a construção de 
uma sociedade livre, justa e solidária. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - Os desafios para a inclusão digital do idoso em questão no Brasil 
 
No filme “Up, altas aventuras”, o protagonista Carl é um idoso que vive 
sozinho e isolado, rodeado por pessoas que almejam enviá-lo a um asilo. 
Embora seja uma obra ficcional, o longa-metragem retrata características que 
se assemelham à atual conjuntura, pois, assim como na obra, a figura do idoso 
se encontra marginalizada, já que não conseguem acompanhar um dos mais 
importantes recursos da contemporaneidade: a tecnologia. Assim, os desafios 
a serem superados passam não só pela indiferença social, mas também pela 
falta de possiblidade de relacionar com os outros indivíduos por meio da 
tecnologia. 
Diante desse cenário, a filósofa Simone de Beauvoir disserta, em sua 
obra “A Velhice”, que as sociedades modernas promovem a invisibilidade social 
do idoso, o que contribuiu para a marginalização daqueles que chegaram à 
Terceira Idade. Nesse viés, a falta de inclusão digital potencializa a invisibilidade 
denunciada por Beauvoir, colabora para visão inferiorizada da população senil 
e representa obstáculo para a valorização dessa importante parcela da 
sociedade. Assim, enquanto a indiferença ao idoso for a regra, o letramento 
digital será a exceção. 
Ademais, o uso da tecnologia não se resume a entretenimento: é uma 
forma de relacionamento humano, a que substancial parcela dos idosos não 
tem acesso. A esse respeito, Tim Berners-Lee, criador da World Wide Web 
(WWW), entendia que a Era Digital reconfiguraria as relações humanas, de 
modo que o contato com o outro seria intermediado pela tecnologia. Nesse 
sentido, a afirmação de Lee se concretizou e colaborou para excluir da vida em 
sociedade aqueles que não conseguiram se adequar à Era Tecnológica: os 
idosos. Ocorre que a exclusão digital também acarreta a falta de 
relacionamento humano — fundamental para qualidade de vida em qualquer 
idade. 
Urge, portanto, que a inclusão digital do idoso deixe de ser um desafio. 
Nesse sentido, o Ministério da Tecnologia deve combater a exclusão e tornar 
visível a necessidade tecnológica da população senil, por meio de da criação 
de centros comunitários capazes de ensinar a terceira idade manusear 
aparelhos eletrônicos, como “tablets” e “smartphones”. Essa iniciativa teriaa 
finalidade de possibilitar que os idosos estabeleçam relacionamentos afetivos 
com a comunidade que os cerca, de modo que a marginalização vivenciada 
pelo personagem Carl seja, em breve, apenas ficção. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - Os limites do uso da tecnologia pelas crianças 
 
Steve Jobs e Bill Gates, além de ter em comum a sua contribuição para 
a Era Digital, proibiram seus filhos de consumir tecnologia na infância, 
justamente porque reconheciam o potencial nocivo dessa prática para as 
crianças. Entretanto, esse cuidado não é a realidade da maioria dos lares 
brasileiros, que são permissivos em relação ao contato dos pequenos com os 
recursos tecnológicos. Com efeito, há de se diminuir o tempo de exposição 
das crianças aos dispositivos, bem como garantir a efetiva proteção à infância. 
Diante desse cenário, o consumo excessivo de tecnologia dá lugar ao 
surgimento de uma geração doente. A esse respeito, a Organização Mundial 
da Saúde estabeleceu diretrizes sobre o tempo ideal para o uso de recursos 
digitais pelas crianças de um a cinco anos de idade que não pode passar de 
60 minutos. Ocorre que a sociedade se mostra indiferente à recomendação da 
OMS, e a irresponsabilidade social é capaz de provocar consequências nocivas 
à saúde infantil — fotofobia, sedentarismo e crise de ansiedade. Nesse viés, 
não é razoável que os indivíduos, desde os primeiros anos da infância, já 
estejam fadados a desenvolver problemas psiquiátricos, às vezes irreparáveis. 
Nesse sentido, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão — 
criada em 1789 — classificou, pela primeira vez, as crianças como sujeitos de 
direitos e garantiu a elas a proteção necessária a sua dignidade. Entretanto, a 
imersão imprudente na Era Digital pode colocar em risco a qualidade de vida 
assegurada desde o século XVIII, uma vez que ocorrem diversos conflitos, 
como exposição excessiva, baixa autoestima e depressão. Assim, enquanto o 
uso excessivo da tecnologia se mantiver, as crianças estarão fadadas a conviver 
com um dos piores problemas para a infância: as crises psicossociais. 
O uso da tecnologia pelas crianças deve, portanto, ser limitado. Nesse 
viés, a família deve restringir o tempo de tela das crianças, por meio do 
incentivo a atividades lúdicas, como prática de esportes e brincadeiras offline, 
a fim de garantir a efetiva proteção à infância, de sorte a construir um ambiente 
saudável para o desenvolvimento de meninos e de meninas. Assim, o cuidado 
demonstrado por Steve Jobs e Bill Gates passará a ser a realidade 
contemporânea, garantindo, pois, a saúde digital. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA - Violência nos estádios brasileiros: como superar essa triste realidade? 
 
Nos Jogos Olímpicos de 2004, um irlandês interrompeu a prova do 
maratonista Vanderley Cordeiro, que, por sua vez, permaneceu na competição 
e demonstrou substancial espírito esportivo. Entretanto, a postura amistosa do 
atleta não é a realidade na maioria dos estádios brasileiros, o que exige 
desconstrução da maldade humana e da competitividade hostil. 
Nesse sentido, a filósofa Hannah Arendt desenvolveu, em sua obra 
“Eichmann em Jerusalém”, o conceito da Banalidade do Mal, segundo o qual 
as atitudes cruéis se tornaram parte do convívio social e se banalizaram na 
sociedade. Ocorre que, no Brasil, a agressividade denunciada por Arendt 
ainda se perpetua no imaginário contemporâneo e fomenta os casos de 
violência esportiva em suas faces mais desumanas. Esse problema fragiliza o 
bem-estar dos indivíduos e representa grave mazela social. Logo, não é 
razoável que, mesmo sendo nação pós-moderna, os conflitos humanos 
descritos pela escritora sejam tratados com indiferença. 
 Ademais, é preciso que o contexto esportivo deixe de ser sinônimo 
de competitividade hostil. Nesse sentido, Nelson Mandela — ex-presidente da 
África do Sul — decidiu sediar, em 1995, a Copa do Mundo de Rúgbi e 
promoveu a união social dentro dos estádios, onde brancos e negros ficaram 
de um mesmo lado com objetivo iguais. Entretanto, embora o Brasil busque 
ser Estado desenvolvido, ainda é incapaz de reproduzir os ideais propostos 
por Mandela. Nesse viés, as histórias degradantes nas competições e a 
extrema insegurança torna inviável o progresso nacional. Assim, enquanto as 
atitudes imorais forem a regra, as arenas brasileiras conviverão com este 
obstáculo: a violência. 
 Para superar, portanto, os conflitos nos estádios, os indivíduos 
devem repudiar a maldade banalizada, presente nas arenas esportivas, como 
as injúrias raciais e os insultos verbais, por meio de debates nos núcleos 
sociais, a fim de construir relações de empatia e de respeito. Por sua vez, o 
Ministério da Justiça precisa promover políticas públicas nas competições, por 
intermédio da distribuição de agentes de segurança, para que desconstruir a 
competitividade hostil e, assim, demonstrar, tal como Vanderley Cordeiro, o 
espírito esportivo. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – Os limites da liberdade de expressão entre os brasileiros 
 
 
Em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e 
do Cidadão, garantindo que os indivíduos expressassem suas opiniões de forma 
livre. Entretanto, os excessos da liberdade de expressão mostram que o Brasil é 
incapaz de experimentar os ideais iluministas de forma adequada. Com efeito, 
para garantir limites, há de se combater o discurso de ódio e as notícias falsas. 
 
Diante desse cenário, a cultura de intolerância motiva o uso impróprio da 
liberdade de expressão. A esse respeito, o sociólogo Gilberto Freyre ensina, em 
"Casa-grande e Senzala", que a sociedade impõe diversos padrões sociais, e 
quem lhes desobedece é alvo de preconceito. Ocorre que, no Brasil, a intolerância 
denunciada por Freyre é banalizada sob justificativa da liberdade de expressão, 
mesmo sendo ofensiva àqueles que são alvo de crítica, o que se mostra obstáculo 
à convivência social. Assim, não é razoável que o discurso de ódio permaneça sob 
a sombra da liberdade de expressão. 
 
Ademais, a falta de limites dá lugar às notícias fadas. Nesse viés, no século 
XX, o Michael Foucault afirmava que toda linguagem é dotada de ideologia e 
pode influenciar os indivíduos sem que eles percebam — fenômeno conhecido 
como Controle Simbólico. Nesse sentido, os brasileiros são imprudentes e 
inconsequentes no poder da linguagem descrito por Foucault e usam sua 
liberdade para expressar informações falsas e manipularas, o que representa 
grave prejuízo à sociedade. Desse modo, enquanto a população for indiferente às 
consequências das "Fake News", o poder simbólico da linguagem continuará 
sendo utilizado com pouca — ou nenhuma — responsabilidade. 
 
Impende, portanto, que os indivíduos passem a respeitar limites acerca da 
sua liberdade de expressão. Nesse sentido, os próprios cidadãos devem, com 
urgência, desconstruir a cultura de preconceito, como as mensagens ofensivas e 
xingamentos, por meio de discussões nas mídias sociais, para que ninguém seja 
alvo de discurso de ódio. Por sua vez, o Ministério Público, responsável pela 
manutenção do Estado de Direito, precisa combater com prioridade a divulgação 
de notícias falsas, por intermédio das ações judiciais pertinentes contra aqueles 
que veiculam "Fake News", de modo que deixe de ser comum, no Brasil, s 
liberdade subvertida. 
 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 TEMA – O problema da crise hídrica em questão no Brasil 
 
O escritor modernista Graciliano Ramos escreveu a obra “Vidas Secas” 
e relatou o drama de Fabiano e Sinhá Vitória motivado pela escassez de água. 
Todavia, o problema da crise hídrica contemporânea obriga a população 
brasileira a protagonizar fabianos e sinhás vitórias e se mostra grave prejuízo à 
sociedade. Com efeito, a gestão efetiva pressupõe o racionamento da água 
nos processos industriais ea valorização da dignidade humana. 
Diante desse cenário, o consumismo representa obstáculo para o 
racionamento hídrico. Nesse viés, popularizado no século XX, o conceito 
conhecido como “Água Virtual” define a quantidade de recursos hídricos 
envolvidos na produção dos alimentos, a exemplo do leite em pó, que 
demanda 4500 litros de água para cada quilo de leite, segundo a Agência 
Nacional de Águas. Ocorre que substancial parcela dos brasileiros é 
imprudente e inconsequente nas suas práticas de consumo, o que se mostra 
grave problema social. Assim, enquanto houver indiferença acerca da água 
gasta nos insumos, tal como ocorre com o leite industrializado, o Brasil 
conviverá com a escassez hídrica. 
Ademais, a carência de água fragiliza a dignidade humana dos 
indivíduos. A esse respeito, a ONU estabeleceu a data 22 de março para ser o 
Dia Mundial da Água e consolidou a ideia de que a disponibilidade desse 
recurso seria fundamental para erradicação da pobreza. Todavia, o governo 
brasileiro ainda se mostra incapaz de distribuir a água de forma satisfatória, o 
que prejudica a dignidade humana de parcela da população e distancia a 
sociedade do objetivo das Nações Unidas. Dessa forma, não é razoável que o 
Brasil tenha a meta de se tornar nação desenvolvida, mas negligencie um 
direito que deve – ou deveria – ser comum a todos: o acesso à água. 
Impende, pois, que a gestão hídrica deixe de ser um problema. Nesse 
sentido, os indivíduos devem colaborar para a redução do consumo da água 
virtual, por meio da escolha de alimentos não processados, como o leite 
natural, para que se estimule, com prioridade, a produção de insumos que 
demandem menos recursos hídricos. Por sua vez, O Ministério Público precisa 
intervir nas condições indignas vividas por aqueles que não têm acesso à água, 
por intermédio de processos judiciais avaliados com urgência pelo Poder 
Judiciário, a fim de a escassez denunciada por Graciliano Ramos seja, em 
breve, apenas ficção. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – Os desafios do acesso igualitário ao saneamento básico 
 
“Parasita” — produção ficcional sul-coreana — retrata os desafios 
enfrentados pela família Kim, que, excluída de qualquer política de tratamento 
básico, vive em situação deplorável. Entretanto, esse drama não se resume à 
ficção, na medida em que a falta de acesso igualitário ao saneamento ainda é 
realidade entre os brasileiros, o que representa cruel mazela social. Com efeito, 
a solução do problema passa pela valorização da dignidade humana e da 
resolução da ineficiência história. 
Diante desse cenário, a crise sanitária inviabiliza o efetivo tratamento 
digno de humanidade. A esse respeito, a OMS estabeleceu em 2019, por meio 
da Agenda 2030, que tratar o esgoto é condição fundamental para a dignidade. 
Ocorre que 50% dos brasileiros, em contexto de desigualdade social, não 
dispõem de acesso ao saneamento mínimo necessário garantido pela OMS — 
de acordo com dados do Ministério da Saúde. Essa carência fere a integridade 
desses indivíduos, que são expostos diariamente ao risco de contaminação de 
graves doenças. Dessa maneira, não é razoável que a escassez de recursos 
sanitários permaneça em um país que almeja o desenvolvimento nacional. 
Ademais, o médico Oswaldo Cruz — responsável pelas políticas 
sanitárias — implementou medidas como a coleta de lixo e o tratamento de 
esgoto: caminhos imprescindíveis para o equilíbrio ambiental. Todavia, a 
revolução iniciada no século passado é incapaz de favorecer toda a população 
na contemporaneidade, haja vista a omissão e a ineficiência de um Poder 
Público que assegura, na teoria, a igualdade no acesso aos procedimentos 
essenciais, e, no entanto, os projetos não são postos em prática. Além disso, 
essa atitude do Estado evidencia cruel retrocesso para uma sociedade que 
antes fora beneficiada pela conquista de Oswaldo Cruz. Dessa forma, enquanto 
a negligência do Governo se mantiver, substancial parcela dos cidadãos 
brasileiros terá de conviver com um dos piores obstáculos sociais: a ausência de 
direitos básicos. 
Impende, portanto, que a igualdade do saneamento deixe de ser um 
desafio no Brasil. Para isso, o Ministério das Cidades deve, com urgência, 
promover a dignidade humana dos indivíduos, por intermédio de políticas 
sanitárias eficazes, como a limpeza urbana e o tratamento de resíduos sólidos, 
de esgoto e de água, com foco nas regiões mais carentes, capazes de equalizar 
o acesso ao essencial. Essa iniciativa poderia se chamar “Saneamento Presente” 
e teria a finalidade de romper com a inércia das autoridades e com as 
dificuldades históricas, e assim, os cidadãos poderão deixar de viver, tal como 
no filme sul-coreano, como parasitas. 
Professor Vinícius Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
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TEMA – A redução da maioridade penal em questão no Brasil 
 
A República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático 
de Direito e tem como fundamento a proteção à infância e à adolescência. 
Portanto, não é razoável que seja reduzida a maioridade penal, o que iria de 
encontro ao princípio republicano. Com efeito, a construção de uma 
sociedade que valoriza a segurança pública pressupõe cuidadosa análise 
acerca da crise do sistema prisional, bem como das verdadeiras causas da 
criminalidade. 
Diante desse cenário, o atual sistema prisional seria incapaz de 
ressocializar o menor infrator. Nesse sentido, a Declaração Universal dos 
Direitos Humanos — promulgada em 1948 pela ONU — garante a todos a 
dignidade humana. Todavia, as condições precárias dos presídios brasileiros 
fragilizam diariamente a vida digna dos detentos, o que afetaria 
substancialmente os menores e não colaboraria para a sua reintegração. 
Assim, a redução da maioridade penal não solucionaria os problemas de 
segurança, na medida em que não garantiria aos adolescentes o tratamento 
digno previsto pelas Nações Unidas em 1948, inviabilizando, portanto, a 
transformação social daqueles que cometem delitos antes dos 18 anos de 
idade. 
Por outro lado, a manutenção da maioridade penal não deve servir 
subsídio para a impunidade. A esse respeito, o Estatuto da Criança e do 
Adolescente tem — ou deveria ter — a finalidade de punir menores infratores, 
entretanto, não cumpre a sua função, já que a sua principal medida 
socioeducativa — a internação — se mostra ineficiente. Nesse viés, o ECA 
estabelece que o adolescente deve ficar internado pelo prazo máximo de três 
anos, sendo liberado aos 21 anos em qualquer caso, o que possibilita a certeza 
da impunidade. Desse modo, enquanto a menoridade penal for sinônimo de 
ausência de punição efetiva, a sociedade será obrigada a conviver com um dos 
mais graves problemas para o Brasil contemporâneo: a violência. 
Logo, a redução da maioridade não solucionaria os problemas de 
segurança. Para que a solução seja alcançada, os indivíduos devem realizar 
debates, por meio de mídias sociais, capazes de mostrar a precariedade do 
sistema prisional, com a veiculação de imagens que denunciem a falta de 
condições dignas dos detentos, para que sejam nítidos os possíveis prejuízos 
a adolescentes que ali estivessem. Por sua vez, o Ministério Público precisa 
intervir nas medidas socioeducativas, por intermédio de fiscalizações, com 
frequência, às casas de internação, a fim de que a efetiva ressocialização de 
menores deixe de ser, no Brasil, uma realidade distante. 
Professor Vinicius Oliveira 
 
 
 
 
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