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E-BOOK Os melhores repertórios para você escrever sobre qualquer tema de redação do ENEM! PARA 2022 97 REDAÇÕES MODELO ENEM LISTA DE TEMAS QUE O PROFINHO FEZ PRA VOCÊ 01. Conscientização dos jovens para a prevenção do consumismo 02. Democratização do acesso ao Ensino Superior no Brasil 03. Garantia da dignidade do trabalhador doméstico no Brasil 04. O papel da família na formação afetiva de crianças em questão no Brasil 05. Os impactos da desigualdade no acesso à internet para o sistema educacional brasileiro 06. Os desafios da implementação do ensino domiciliar no Brasil 07. A importância do aleitamento materno na primeira infância 08. A importância do letramento digital na Terceira Idade 09. A importância do uso da tecnologia no combate à criminalidade 10. Alternativas para combater a pobreza menstrual entre mulheres de baixa renda no Brasil 11. Alternativas para combater os crimes cibernéticos na sociedade brasileira 12. Alternativas para prevenir a violência doméstica contra crianças no Brasil 13. Alternativas para prevenir a violência no ambiente escolar 14. Alternativas para promover o acesso igualitário à prática de atividades físicas 15. Alternativas para diminuir os impactos do lixo eletrônico no Brasil 16. Formas de combater o tráfico de pessoas no Brasil 17. Meios para garantir a aposentadoria no Brasil 18. O problema da dependência química no Brasil contemporâneo 19. O problema da prática de perseguição sistemática na internet em questão no Brasil 20. O problema da violência durante o parto 21. Os desafios da alfabetização de crianças indígenas no Brasil 22. Os desafios da educação financeira para a sociedade brasileira 23. Os desafios das políticas de moradia no Brasil 24. Os desafios do acesso à cultura no Brasil 25. Os desafios do combate à evasão escolar no Brasil 26. Os desafios do combate ao assédio moral no serviço público 27. Os desafios do combate à obesidade infantil no Brasil 28. A importância da prevenção ao suicídio no Brasil 29. A importância da redução do consumo de plástico pelo brasileiro 30. Como combater os crimes de pedofilia no Brasil? 31. A importância da leitura na infância 32. Os desafios do combate ao tabagismo entre os brasileiros 33. Os desafios do ensino a distância no Brasil 34. A contribuição da música para o aprendizado dos estudantes brasileiros 35. Os obstáculos da inclusão do autista no Brasil 36. O problema do consumo excessivo de açúcar pelo brasileiro 37. A importância das campanhas de vacinação no Brasil 38. O problema da alienação parental no Brasil 39. O poder de transformação social do esporte no Brasil 40. Caminhos para combater a depressão entre os brasileiros 41. HIV: um desafio para a saúde pública e para a sociedade 42. Os obstáculos para a doação de sangue no Brasil 43. O papel da família na educação de crianças e de adolescentes no Brasil 44. A importância do trabalho voluntário em momentos de crise 45. O problema da ansiedade entre os jovens 46. Alternativas para combater a pirataria entre os brasileiros 47. O advento das informações falsas no Brasil contemporâneo 48. Os desafios da gestão do lixo no Brasil 49. Os desafios dos brasileiros na luta contra o câncer 50. O histórico desafio do respeito às leis pela população brasileira 51. O problema do esgotamento profissional em questão no Brasil 52. As dificuldades da inclusão do idoso no mercado de trabalho em questão no Brasil 53. Os desafios para os profissionais das futuras gerações em questão no Brasil 54. Caminhos para garantir a alfabetização na primeira infância 55. O problema da cultura do cancelamento e da hostilidade nas redes sociais 56. O desafio da inclusão às pessoas com deficiência no Brasil contemporâneo 57. Por que o preconceito linguístico é um paradoxo no Brasil? 58. O problema do "bullying" nas escolas brasileiras 59. Os desafios do deslocamento nas cidades em questão no Brasil 60. A importância do combate aos maus-tratos aos animais 61. O problema do desperdício de comida entre os brasileiros 62. Crianças em situação de rua como combater esse problema no Brasil 63. Efeitos sociais da gravidez na adolescência em questão no Brasil 64. O brasileiro valoriza a construção da saúde coletiva 65. O drama do desaparecimento de crianças no Brasil 66. O problema da superexposição de crianças e de adolescentes nas redes sociais 67. O problema da violência contra os idosos 68. Doação de órgãos: a importância dessa prática solidária 69. O problema da violência urbana em questão no Brasil. 70. O papel da tecnologia na formação educacional do brasileiro 71. A importância da prática de atividades físicas para a saúde dos brasileiros 72. O que o Brasil precisa aprender para lidar com o novo Coronavírus 73. O problema da automedicação entre os brasileiros 74. A importância da cultura do autocuidado entre os brasileiros 75. A questão do porte de armas em discussão no Brasil 76. A construção da responsabilidade socioambiental no brasileiro 77. A crise do sistema carcerário em questão no Brasil contemporâneo 78. A distribuição agrária em questão no Brasil do século XXI 79. A importância do desenvolvimento do civismo e da ética na sociedade 80. A importância da valorização do patriotismo pelos jovens brasileiros 81. A importância do respeito à diversidade de gênero no Brasil 82. A representatividade da mulher no esporte em discussão no Brasil 83. As causas e as consequências da poluição no Brasil 84. Como alcançar o desenvolvimento de que o Brasil precisa 85. Desemprego um problema histórico com reflexos na contemporaneidade 86. O desafio da aceitação à diversidade familiar no Brasil 87. O papel social do ensino médio no Brasil contemporâneo 88. O problema da exclusão digital da terceira idade em discussão na sociedade brasileira 89. Os desafios da ciência brasileira no século XXI 90. Os desafios do envelhecimento populacional para a sociedade brasileira 91. Os desafios para a inclusão digital do idoso em questão no Brasil 92. Os limites do uso da tecnologia pelas crianças 93. Violência nos estádios brasileiros como superar essa triste realidade 94. Os limites da liberdade de expressão entre os brasileiros 95. O problema da crise hídrica em questão no Brasil 96. Os desafios do acesso igualitário ao saneamento básico 97. A redução da maioridade penal em questão no Brasil 1 TEMA - Conscientização dos jovens para a prevenção do consumismo No contexto da Revolução Industrial, o conceito de Sociedade de Consumo nasceu para explicar um fenômeno comum na contemporaneidade: em vez de comprar para viver, os indivíduos vivem para consumir. Nesse sentido, o problema apontado no século XIX representa um comportamento nocivo e aflige sobretudo a juventude brasileira. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata a forte influência midiática e a inércia estatal no ensino da inteligência emocional para prevenir consumismo. Diante desse cenário, a manipulação da mídia motiva o consumismo do jovem. A esse respeito, Theodor Adorno – expoente filósofo alemão – desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, segundo o qual os veículos midiáticos buscam influenciar o comportamento do público alvo, de forma constante e reiterada. Todavia, substancial parcela da juventude se mostra incapaz de perceber e de prevenir a influência denunciada por Adorno, que ocorre diariamente em todos os veículos de telecomunicação. Assim, enquanto não houver senso crítico diante de um comercial de TV, o comportamento compulsivo de rapazes e de moças para o consumo será a regra. Ademais, o filósofo francês Guy Debord, em seu conceito Sociedade do Espetáculo, aponta que as relações sociais contemporâneas influenciam a população a viver um falso padrão de vida plena e perfeita. Todavia, o Poder Público brasileiro, em vez de conscientizar os jovens para o consumo,permanece inoperante e se torna conivente com o problema criticado por Debord. Inclusive, a carência de políticas públicas para desenvolver, na juventude, um comportamento de compra inteligente e maduro evidencia que o Estado se preocupa mais com os impostos arrecados pelo consumismo do que com a dignidade do jovem. Desse modo, se a omissão estatal se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para o jovem: a compra compulsiva. É urgente, portanto, que as escolas – responsáveis pela transformação social – ensinem rapazes e moças a ter senso crítico diante da persuasão midiática para o consumo, por meio de projetos pedagógicos, como palestras e ações comunitárias, capazes de orientar essa população a comprar com responsabilidade. Essa iniciativa terá a finalidade de romper a inércia do Estado na construção da inteligência para o consumo do jovem e de garantir que a Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord, deixe de ser, em breve, uma realidade no Brasil. Professor Vinícius Oliveira 2 TEMA – Democratização do acesso ao Ensino Superior no Brasil Em 1808, Dom João VI trouxe o embrião da formação acadêmica para o Brasil: a faculdade de medicina da Bahia, com o intuito de atender às necessidades da minoria nobre que se alocava no país. Nesse sentido, o Ensino Superior, que começou restrito à nobreza, ainda se mantém como um privilégio, já que não há democratização do acesso às universidades na nação tupiniquim. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata não apenas a invisibilidade dos estudantes carentes, mas também a desigualdade social decorrente dessa exclusão. Diante desse cenário, durante o período do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1998, foi criado o Exame Nacional do Ensino Médio, cujo foco, anos depois, seria garantir que todos os alunos da formação básica tivessem acesso à faculdade. Todavia, é uma utopia considerar que os estudantes contemporâneos tenham justo acesso às vagas das universidades, já que o ensino básico se mostra precário: as escolas carecem de professores, de estrutura adequada e de qualidade efetiva de aulas. Assim, enquanto a falta da capacitação educacional de base for a regra, as faculdades continuarão sendo um direito restrito às classes dominantes, tal como ocorria no governo FHC – e ainda ocorre. Ademais, a falta de acesso às academias superiores de ensino potencializa a desigualdade social. Sobre isso, a Organização das Nações Unidas desenvolveu um IDH – índice que afere o desenvolvimento humano dos indivíduos – e considerou que a educação e a renda são determinantes para a vida digna. Ocorre que, ao ser excluído do Ensino Superior, o estudante será subjugado a um círculo vicioso de escassez: com menos oportunidades de emprego, sua vida estará subjugada à carência ainda mais profunda de recursos. Desse modo, a formação acadêmica poderá interromper esse círculo cruel, mas ainda há abismos sociais que separam os alunos de baixa renda do sonho de cursar a faculdade. Portanto, o Ministério da Educação deve melhorar a educação básica e a formação dos alunos em idade de vestibular, por meio de projetos pedagógicos, a exemplo de oficinas pré-vestibulares comunitárias e aulas gratuitas capazes de capacitar os alunos de baixa renda a acessar o Ensino Superior. Essa iniciativa terá a finalidade de ampliar as oportunidades dos estudantes carentes e de interromper o círculo vicioso de escassez. Assim, diferentemente do que ocorria na época de Dom João XVI, o acesso à universidade passará a ser, de fato, um direito de todos e não mais um privilégio da nobreza. Professor Vinícius Oliveira 3 TEMA - Garantia da dignidade do trabalhador doméstico no Brasil Em abril de 2022, a mídia brasileira trouxe luz a casos de empregadas domésticas que viviam há anos em regime exploratório constante, o que se enquadrou como trabalho análogo à escravidão. Sob essa lógica, as tristes histórias reveladas na TV representam grave problema e simbolizam que a falta da dignidade no trabalhador do lar ainda é uma realidade cruel, mas comum. Com efeito, a solução do problema passa pelo combate não só da subserviência humana, bem como da omissão estatal na garantia de direitos trabalhistas. Diante desse cenário, a exploração desumana de mão de obra representa grave retrocesso. Nesse sentido, o Período Colonial – importante fase de construção do comportamento do brasileiro – foi marcado pela submissão do negro, sobretudo das mulheres, ao serviço doméstico sem qualquer garantia de dignidade. Essa cruel exploração ainda se mantém nos lares brasileiros, já que muitos empregados domésticos, cuja maioria é mulher negra tal como era no século XVI, ainda são invisibilizados e privados de direitos trabalhistas, a exemplo do controle de jornada. Não é razoável que, mesmo 500 anos depois, a sociedade ainda conviva com a realidade arcaica típica do descobrimento do Brasil. Ademais, Getúlio Vargas – conhecido como pai dos pobres – promulgou a CLT: legislação garantidora de importantes direitos trabalhistas. Ocorre que, a garantia conquistada desde a Era Vargas ainda não se entende efetivamente aos colaboradores do lar, já que muitos ainda não são remunerados por suas horas-extras e sequer têm a sua carteira assinada. Assim, as políticas públicas trabalhistas se mostram insuficientes, e, enquanto a omissão do Estado na efetivação dos direitos laborais domésticos se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para o século XXI: a falta de dignidade no trabalho. É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para combater a submissão do trabalhador doméstico. Nesse viés, as escolas – responsáveis pela transformação social – devem desconstruir a invisibilidade dos empregados do lar, por meio de projetos pedagógicos, como ações comunitárias capazes de reverter a postura retrógrada da sociedade. Essa iniciativa teria a finalidade de romper a inércia do Estado e de garantir que o Brasil seja uma nação justa, solidária e, de fato, libre da exploração. Professor Vinícius Oliveira 4 TEMA - O papel da família na formação afetiva de crianças em questão no Brasil Em 1980, o psiquiatra Richard Gardner desenvolveu o conceito conhecido como Síndrome da Alienação Parental, que acomete meninos e meninas submetidos à hostilidade no contexto parental. Nesse sentido, o problema denunciado por Gardner afeta as crianças brasileiras, já que as famílias, em regra, se mostram incapazes de contribuir com a formação afetiva dos pequenos. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata não só a invisibilidade social associada a esse grupo vulnerável, mas também a omissão familiar na educação emocional. Diante desse cenário, a carência afetiva fragiliza a dignidade humana das crianças. A esse respeito, a filósofa alemã Simone de Beauvoir desenvolveu o conceito de invisibilidade social, segundo o qual algumas minorias são tratadas como se não existissem e suas necessidades básicas são ignoradas pela sociedade. Nesse viés, muitas crianças convivem com a triste realidade apontada por Beauvoir, já que, embora dependam de cuidados, sofrem pela indiferença daqueles que lhes deveriam oferecer carinho e amparo. Assim, se a formação afetiva não for a regra, meninos e meninas continuarem tratados como órfãos em seus próprios lares. Ademais, Peter Sífneos – expoente médico norte-americano – desenvolveu um conceito conhecido como “cegueira emocional”, e, a partir dele, denuncia o fato de que, a criança, ao ser exposta a uma realidade hostil, pode perder a capacidade de demonstrar afeto. Dessa maneira, meninos e meninas brasileiros são prejudicados pela cegueira emocional e podem reproduzir o círculo vicioso de alienação parental: uma criança que não ama será um adulto despreparado para contribuir para a formação afetiva de seus filhos,que, por sua vez, serão incapazes de demonstrar carinho. Nesse viés, enquanto a omissão da família for a regra, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para os lares: a carência afetiva. É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para valorizar a formação emocional infantil. Nesse sentido, as escolas – responsáveis pela transformação social – devem desconstruir a invisibilidade infantil, por meio de projetos pedagógicos, como gincanas lúdicas com a participação dos pais e de psicólogos capazes de ajudar na união no lar. Essa iniciativa teria a finalidade de solucionar a omissão familiar e de garantir que o Brasil seja uma nação solidária, afetuosa e, de fato, livre da alienação parental. Professor Vinícius Oliveira 5 TEMA - Os impactos da desigualdade no acesso à internet para o sistema educacional brasileiro A ordem constitucional vigente, inaugurada em outubro de 1988, guia- se pelo propósito de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, de modo a assegurar o bem-estar, a igualdade e a justiça como valores supremos. Contudo, mesmo diante desses preceitos na Constituição Federal, bem como do direto à educação, os casos de desigualdade no acesso à internet persistem nas escolas brasileiras. Assim, a fim de mitigar este problema, há de se combater a escassez de recursos, bem como a omissão do Estado. Diante desse cenário, a falta de internet no ambiente escolar motiva a perpetuação da invisibilidade social. Nesse sentido, no Período Colonial, a educação estava restrita à minoria detentora do poder econômico -- conhecida como aristocracia -- e a população carente era excluída. A esse respeito, a sociedade contemporânea sofre exclusão analógica -- ou ainda mais grave -- do que aquela vivida na colônia, já que todos os dias muitos estudantes são invisibilizados e impedidos de usufruir da rede mundial de computadores. Essa desigualdade contribui para a manutenção de uma nação injusta, retrógrada e cruel. Desse modo, se a invisibilidade for a regra, a educação tecnológica será a exceção. Ademais, a omissão do Estado dá ensejo à desigualdade no acesso à educação no ciberespaço. Sobre isso, John Locke – expoente sociólogo inglês – desenvolveu o conceito conhecido como Contrato Social, segundo o qual a população cede sua confiança ao Estado, que, em contrapartida, deve garantir direitos indispensáveis para a cidadania. Ocorre que a proteção prevista por Locke não se estende a muitos estudantes brasileiros, que são subjugados a uma educação offline, sem internet, sem computadores e, não raro, sem acesso à própria escola. Assim, enquanto a inércia estatal se mantiver o Brasil será obrigado a conviver com um dos maiores problemas para o estudante: a educação deficiente. Portanto, para combater a desigualdade no acesso à internet, as escolas, em parceria com o Ministério da Educação, devem atualizar a educação brasileira, por meio da modificação da sua infraestrutura pedagógica, com a compra de computadores, a instalação de banda larga e a implementação de laboratórios de informática. Essa iniciativa teria a finalidade de romper a inércia estatal e fazer com que os alunos sejam instruídos a partir das novas tecnologias, de sorte que a sociedade brasileira experimente, de fato, o amparo constitucional proposto em 1988. Professor Vinícius Oliveira 6 TEMA – Implementação do ensino domiciliar no Brasil Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante a educação a todos. Entretanto, a dificuldade de implementação do ensino domiciliar impede que os brasileiros usufruam desse direito constitucional. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata não só a invisibilidade dos estudantes de baixa renda, mas também a omissão do Estado. Diante desse cenário, a desigualdade educacional fragiliza a dignidade humana dos alunos. Nesse sentido, a Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pela ONU – assegura que todos os indivíduos fazem jus a direitos básicos, a exemplo do acesso ao sistema educacional de qualidade. Ocorre que, no Brasil, os estudantes de baixa renda estão distantes de vivenciar o benefício previsto pelas Nações Unidas, sobretudo por conta da falta de políticas públicas capazes de implementar o ensino domiciliar de forma efetiva. Assim, se os estudantes de baixa renda continuarem tratados como invisíveis, os direitos firmados em 1948 permanecerão como privilégios. Ademais, a inércia estatal inviabiliza a efetiva implementação da educação domiciliar. A esse respeito, o filósofo inglês John Locke desenvolveu o conceito de “Contrato Social”, a partir do qual os indivíduos deveriam confiar no Estado, que, por sua vez, garantiria direitos inalienáveis à população. Todavia, a falta de treinamento da família para o ensino evidencia que o Poder Público se mostra incapaz de cumprir o contrato de Locke, na medida em que as autoridades escolares não capacitam pais e mães para ensinar os filhos em casa, o que representa grave problema. Desse modo, enquanto a omissão estatal se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com uma das mais cruéis mazelas para os alunos de baixa renda: a carência educacional. É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para incentivar o “homeschooling”. Nesse sentido, as escolas – responsáveis pela transformação social – devem ensinar a sociedade a reivindicar melhorias em relação ensino domiciliar, por meio de projetos pedagógicos, como oficinas e ações comunitárias. Essa iniciativa terá a finalidade de romper a inércia do Estado e de garantir que o tratamento digno previsto pelas Nações Unidas deixe de ser, em breve, uma utopia no Brasil. Professor Vinícius Oliveira 7 TEMA – A importância do aleitamento materno na primeira infância Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar a proteção à infância como valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, o descaso com o aleitamento materno nos primeiros anos da vida impede que as crianças experimentem o direito constitucional na prática. Com efeito, há de se perceber a importância do leite para a saúde, bem como desconstruir a omissão do Estado. Diante desse cenário, a Organização Mundial da Saúde defende que as propriedades nutritivas do leite materno colaboram para o desenvolvimento do sistema imunológico e para o equilíbrio hormonal — fundamental para o fortalecimento das sinapses neurais. Ocorre que, seja por imprudência, seja por incapacidade biológica das mães, substancial parcela das crianças não usufrui dos benefícios essenciais do leite materno previstos pela OMS e, consequentemente, torna-se susceptível a diversas doenças ao longo da vida. Desse modo, enquanto a amamentação não for tratada como regra, a saúde de meninos e de meninas será a exceção. Ademais, a carência de aleitamento evidencia a omissão do Estado. Nesse viés, o Estatuto da Criança e do Adolescente — legislação promulgada em 1990 — assegura o acesso ao leite materno às crianças nos primeiros anos da vida. Todavia, embora haja previsão no ECA, o Brasil se mostra incapaz de promover políticas públicas efetivas que garantam condições dignas para que as lactantes amamentem seus filhos – a exemplo de bancos de leite e de segurança laboral para as mães. Assim, enquanto o direito de amamentar se mantiver como privilégio, meninos e meninas não receberão o alimento mais importante para a primeira infância: o leite materno. Há de se perceber, portanto, a relevância da amamentação. Nesse sentido, o Ministério da Saúde, responsável pela qualidade de vida da população, deve valorizar o aleitamento e garanti-lo de forma digna, por meio de políticas públicas, como a disponibilização de clínicaspopulares que disponham de bancos de leite materno. Essa iniciativa teria a finalidade de auxiliar as lactantes que não foram capazes de produzir leite e contribuiria para que o direito de amamentar os filhos deixe de ser, em breve, um privilégio. Professor Vinícius Oliveira 8 TEMA – A importância do letramento digital na Terceira Idade Em 2015, Elon Musk – bilionário sul-africano e entusiasta da tecnologia – desenvolveu uma escola cujo ensino seria focado no digital: a Ad Astra. Elon entende que a Quarta Revolução Industrial exige atualização de toda sociedade. Todavia, a terceira idade brasileira está distante de vivenciar a importância da evolução proposta pelo bilionário, seja pela indiferença social, seja pela omissão do Estado na garantia do direito à educação do idoso. Diante desse cenário, a filósofa Simone de Beauvoir disserta, em sua obra “A Velhice”, que as sociedades modernas promovem a invisibilidade social do idoso, o que contribuiu para a marginalização daqueles que chegaram à Terceira Idade. Nesse viés, a falta de inclusão digital potencializa a invisibilidade denunciada por Beauvoir, colabora para visão inferiorizada da população senil e representa obstáculo para a valorização dessa importante parcela da sociedade. Assim, enquanto a indiferença ao idoso for a regra, o letramento digital será a exceção. Ademais, no mesmo ano na criação da escola de Elon Musk, o Governo brasileiro promulgou o Estatuto do Idoso, que garante – ao menos na teoria – o direito à educação do idoso, bem como a sua integração com a vida moderna. Ocorre que a realidade da Terceira Idade ainda é analógica, e o Estado brasileiro, ao contrário do que prevê o Estatuto do Idoso, não tem desenvolvido políticas públicas capazes de conferir a devida importância ao letramento digital desse grupo. Desse modo, não é razoável que a educação tecnológica seja um privilégio negado à população senil brasileira. É urgente, portanto, que o letramento digital do idoso seja tratado com a devida importância. Nesse sentido, o Ministério da Tecnologia deve combater a exclusão e tornar visível a necessidade tecnológica da população senil, por meio de da criação de centros comunitários capazes de ensinar a terceira idade manusear aparelhos eletrônicos, como “tablets” e “smartphones”. Essa iniciativa teria a finalidade de desconstruir a omissão do Estado, de modo que o projeto de Elon Musk seja, em breve, uma realidade entre os idosos. Professor Vinícius Oliveira 9 TEMA - A importância do uso da tecnologia no combate à criminalidade Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante o direito à segurança. Entretanto, a subutilização da tecnologia no combate à criminalidade impede que os brasileiros usufruam desse direito constitucional. Com efeito, a desconstrução da involução digital, bem como do despreparo do Estado são iniciativas capazes de fazer com que o problema seja tratado com a devida importância. Diante desse cenário, a desatualização da polícia dificulta o combate aos delitos. Nesse sentido, em 1996, o sequestro e a morte da menina Amber Hagerman motivaram os Estados Unidos a desenvolver um aviso sonoro capaz de comunicar o rapto de crianças, em massa e de forma sincronizada com as mídias sociais. Por sua vez, o Brasil ainda está distante da inteligência aplicada nos EUA, já que não possui a tecnologia necessária para solucionar os crimes de forma rápida e segura. Inclusive, como prova desse grave retrocesso, até 2019, não havia um cadastro unificado de pessoas desaparecidas para agilizar a resolução dos sequestros no Brasil. Assim, a falta de estratégias inovadores evidencia o atraso da nação verde-amarela, e, se a involução digital for a regra, o combate eficaz à criminalidade será a exceção. Ademais, a Quarta Revolução Industrial – marcada pelo surgimento da robótica – representa o estágio mais avançado da evolução digital e pode cooperar significativamente para as necessidades da atual geração. Ocorre que o Estado brasileiro se mostra desatualizado, já que utiliza pouco – ou nada – a inteligência artificial e a nanotecnologia proporcionadas pela Revolução 4.0. Nesse sentido, as inovações não recebem a devida importância, e as autoridades policiais combatem os crimes de forma analógica e retrógrada. Dessa forma, enquanto a polícia não for atualizada, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para os cidadãos: a criminalidade. É urgente, portanto, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com os estados federativos ofereçam a atualização necessária à polícia, por meio de projetos estratégicos, como a compra de “drones” e de “softwares” avançados que sejam capazes de auxiliar no cotidiano dos agentes de segurança. Essa iniciativa teria a finalidade de mitigar o despreparo na resolução dos conflitos e de garantir que o Brasil seja uma nação segura e, de fato, de livre de qualquer forma de criminalidade. Professor Vinícius Oliveira 10 TEMA - Alternativas para combater a pobreza menstrual entre mulheres de baixa renda no Brasil | VERSÃO 2021 A produção ficcional "Round 6" ilustra uma sociedade distópica, cujos personagens convivem com a desigualdade e com a extrema escassez de recursos. Com efeito, a distopia se torna realidade na medida em que, todos os dias, milhões de meninas utilizam trapos de pano e pedaços de papelão para fazer a própria higiene genital -- o que reproduz o terrível cenário da ficção coreana. Nesse sentido, a solução da pobreza menstrual pressupõe que o Estado interrompa esse jogo de opressão e que valorize a dignidade feminina. Durante a Idade Média, uma vez por mês as moças eram obrigadas a se isolar socialmente para gerenciar a própria menstruação com trapos de tecidos que controlavam o sangue – o que era motivo de humilhação e de vergonha. Com efeito, essa situação degradante experimentada há mais de mil anos ainda é a realidade de muitas mulheres brasileiras. Nesse sentido, a solução da pobreza menstrual entre a população de baixa renda pressupõe que combata a omissão do Estado e que se valorize a dignidade humana. Diante desse cenário, Norberto Bobbio – expoente filósofo italiano – defende, em sua olha "Estado, governo e sociedade", a ideia segundo a qual as instituições públicas são incapazes de suprir as demandas dos indivíduos que estão sob a responsabilidade estatal. Nesse viés, o presidente do Brasil confirma a incapacidade denunciada por Bobbio, ao negar deliberada e intencionalmente a oferta de absorventes às jovens carentes, ainda que o Poder Legislativo lhes tenha assegurado esse direito. Assim, não é razoável que, embora seja extremamente básica, a higiene feminina também seja um privilégio no país que insiste na ilusão de ser solidário. Ademais, ao negar absorventes às jovens, o Estado se mostra indiferente à dignidade, prevista pela primeira vez há mais de dois séculos. Nesse sentido, o Iluminismo, em 1789, garantiu a vida digna a todos os indivíduos, independentemente do sexo. Porém, as moças de baixa renda ainda não conhecem o direito consolidado pelos iluministas, haja vista que a população feminina carente não dispõe de insumos mínimos para a sua higiene genital básica. Dessa maneira, enquanto a pobreza menstrual se mantiver, as mulheres carentes serão obrigadas a conviver com a mais grave violação de direitos: a falta de dignidade humana. Desse modo, é inconcebível que a desigualdade social seja tão cruel a ponto de fazer com que a pobreza menstrual se torne a regra no Brasil. Portanto, o Ministério Público – órgão responsável pela proteção das minorias – deve zelar pela dignidade humana das mulheres carentes e cobrar ações efetivas do Estado, por meio de políticaspúblicas, como ações comunitárias com distribuição gratuita de insumos de higiene feminina. Essa iniciativa teria a finalidade de mobilizar as autoridades no sentido de garantir a vida digna que foi negada a moças de baixa renda, de modo que o Brasil deixe de ser uma sociedade distopia e passe, de fato, a ser uma nação livre, justa e solidária. Desse modo, é inconcebível que a desigualdade social seja tão cruel a ponto de fazer com que a pobreza menstrual se torne a regra no Brasil. Portanto, o Ministério Público – órgão responsável pela proteção das minorias – deve zelar pela dignidade humana das mulheres carentes e cobrar ações efetivas do Estado, por meio de políticas públicas, como ações comunitárias com distribuição gratuita de insumos de higiene feminina. Essa iniciativa teria a finalidade de mobilizar as autoridades no sentido de garantir a vida digna que foi negada a moças de baixa renda, de modo que o Brasil deixe de nutrir uma mentalidade medieval e seja, de fato, uma nação livre, justa e solidária. Professor Vinícius Oliveira REDAÇÃO COM “ROUND 6” REDAÇÃO COM IDADE MÉDIA 11 TEMA – Alternativas para combater os crimes cibernéticos na sociedade brasileira A Constituição Federal de 1988 – documento da liberdade, da dignidade e da justiça social no Brasil – assegura a todos o direito à privacidade e à integridade moral. Entretanto, a perpetuação de crimes cibernéticos no Brasil evidencia que nem todos experimentam as garantias previstas na Carta Magna. Diante de tal cenário, a solução do problema depende de estratégias que desconstruam a omissão do Estado e a sensação de impunidade. À vista disso, a inércia das autoridades públicas permite a manutenção de infrações no ciberespaço. Nesse sentido, Norberto Bobbio – expoente filósofo italiano – defendeu, em sua obra “Dicionário de política”, que as instituições estatais modernas se mostram incapazes de solucionar as demandas decorrentes de crimes cometidos na sociedade. A esse respeito, os delitos virtuais se encaixam no problema denunciado pelo filósofo, na medida em que o Estado não dispõe de políticas públicas eficazes para reprimir os infratores que atuam virtualmente. Assim, enquanto a carência estatal for a regra, a segurança digital será a exceção. Ademais, a sensação de impunidade dá ensejo a novos crimes virtuais. Nesse viés, Steve Jobs – criador da Apple e entusiasta da tecnologia – defendia que a internet deve servir para o benefício das relações humanas e contribuir para a coesão social. Ocorre que a atuação de “hackers” corrompe o ideal proposto por Jobs, na medida em que faz da internet um ambiente hostil, principalmente, em razão da falta de punição para aqueles que cometem furto de dados, invasão de privacidade e pedofilia digital. Desse modo, enquanto a impunidade se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas contemporâneos: os cibercrimes. Cabe, portanto, ao Ministério Público promover campanhas, em parceria com as delegacias, com o intuito de intensificar ações educativas que visem desconstruir os delitos virtuais. O “Parquet” deve, ainda, ajudar no combate aos crimes cibernéticos, por meio das ações judiciais pertinentes, a exemplo da ação penal pública, a fim de garantir a punição dos infratores que atuam na rede mundial de computadores. Assim, todos poderão, de fato, experimentar a dignidade idealizada na Carta Política. Professora Natália Teixeira e professor Vinícius Oliveira 12 TEMA - Alternativas para prevenir a violência doméstica contra crianças no Brasil Em 2021, a sociedade ficou marcada por um triste episódio envolvendo agressões a crianças: o assassinato de Henry Borel, que, embora seja cruel, não é raro no Brasil. Nesse sentido, a violência doméstica contra meninos e meninas representa grave problema e pode motivar outros casos como o de Henry. Com efeito, para prevenir a hostilidade, há de se criar alternativas para valorizar a dignidade humana infantil, bem como combater o assédio moral dentro dos lares. Diante desse cenário, a violência doméstica contra as crianças fragiliza a sua integridade. A esse respeito, no contexto do Iluminismo, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi um dos primeiros tratados internacionais a considerar meninos e meninas como hipossuficientes — indivíduos que dependem de proteção dos pais e do Estado. Ocorre que o Poder Público e a família se mostram incapazes de proteger a infância, tal como estabeleciam os iluministas no século XVIII. Desse modo, a persistência do abandono parental, do assédio sexual e das faces cruéis da violência contra as crianças representa grave retrocesso. Assim, não é razoável que, em vez de ser um ambiente seguro, os lares simbolizem lugares hostis e traumáticos. Ademais, a manipulação emocional sobre a criança dá lugar a prejuízos psicológicos. Sobre isso, o médico Peter Sifneos nomeou como “Alexitimia” o conceito clínico conhecido popularmente como “cegueira emocional”, segundo o qual o relacionamento tóxico com os genitores pode provocar na criança a perda da capacidade de demonstrar afeto. Nesse sentido, muitas famílias são imprudentes com os filhos e, assim, são responsáveis por ocasionar consequências irreparáveis como a síndrome definida por Sifneos. Desse modo, enquanto os maus-tratos não forem evitados, a sociedade terá de conviver com um dos piores obstáculos para o desenvolvimento: o caos familiar. É urgente, portanto, que as escolas — responsáveis pela transformação social — devem contribuir para a garantia da dignidade humana na infância, por meio de projetos pedagógicos, como palestras e ações abertas à comunidade, capazes de proteger a infância. Essa iniciativa teria a finalidade de repudiar os casos cruéis de agressão doméstica, a exemplo do abandono parental e do assédio sexual. Assim, será possível garantir que episódios tristes como o da morte do menino Henry deixem de ser, em breve, realidade no Brasil. Professor Vinícius Oliveira 13 TEMA – Alternativas para prevenir a violência no ambiente escolar Em 2011, o Brasil ficou marcado por uma das mais graves tragédias da história: o Massacre de Realengo, que ceifou a vida de 11 alunos da escola carioca Tasso da Silveira. Nesse sentido, a violência no ambiente escolar se mostra grave problema e permite a ocorrência de episódios cruéis como o de 2011. Com efeito, as alternativas para prevenir a insegurança nas instituições do ensino pressupõem que se desconstrua a maldade humana e a omissão do Estado. Diante desse cenário, a filósofa Hannah Arendt desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis são parte do cotidiano moderno e tornam as relações sociais cada vez mais caóticas. Nesse viés, substancial parcela dos estudantes brasileiros manifesta na prática a cultura de hostilidade definida por Arendt, o que se mostra grave problema e motiva os casos de violência em suas faces mais perversas – “bullying”, ofensas a professores, depredação de patrimônio. Dessa forma, não é razoável que o Brasil ainda se mantenha incapaz de prevenir a violência nas escolas. Ademais, John Locke – filósofo conhecido como pai do liberalismo – construiu a tese de que os indivíduos cedem sua confiança ao Estado, que, em contrapartida, deve garantir direitos aos cidadãos. Todavia, a ideia de Locke está distante de ser a realidade nas escolas, haja vista a falta de iniciativa das autoridades em evitar conflitos, garantir a segurança e a paz no ambiente escolar, o que permite a ocorrência de histórias cruéis como a experimentada por alunos em Realengo. Assim, enquanto a inércia do Estado se mantiver, os estudantes serão obrigados a conviver com um dos mais graves problemas para a sociedade contemporânea: a violência nas escolas. Para mitigar, portanto, as diversas faces da hostilidadenas instituições de ensino, as próprias escolas – responsáveis pela transformação social – devem desconstruir a maldade presente no ambiente estudantil, por meio de projetos pedagógicos, como gincanas e ações comunitárias capazes de promover a harmonia. Essa iniciativa teria a finalidade de reafirmar o papel da escola na mediação dos conflitos e de garantir que o Brasil seja uma nação solidária e, de fato, livre da violência na escola. Professor Vinícius Oliveira 14 TEMA - Alternativas para promover o acesso igualitário à prática de atividades físicas. No século IV antes de Cristo, Hipócrates já defendia que a anatomia humana exige motricidade: constante movimento do corpo. Todavia, na contemporaneidade, a tese do pai da medicina encontra obstáculo na extrema desigualdade social que afeta substancial parcela dos brasileiros. Com efeito, para democratizar a prática de atividades físicas, há de se promover o acesso à renda e a políticas públicas que deem alternativas para que todos possam realizar exercícios. Diante desse cenário, a prática de atividades físicas é um privilégio não estendido à população pobre. Sobre isso, no século XIX, o Barão de Coubertin – aristocrata e idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna – decidiu estimular a inclusão da educação física nas escolas de Paris, com objetivo de promover a qualidade de vida. Ocorre que a iniciativa de Coubertin se mostrou excludente, o que se perpetua na sociedade contemporânea, sobretudo nas nações subdesenvolvidas, nas quais o Brasil se inclui. Inclusive, não há como ter tempo de qualidade para o esporte quando as longas jornadas de trabalho e a escassez de recursos são a regra. Assim, a desigualdade é obstáculo para a cultura desportiva, e, se não houver mudança nessa realidade cruel, os exercícios físicos continuarão restrito à minoria detentora do poder econômico. Ademais, uma alternativa possível para democratizar as atividades físicas é estimular a criação de políticas públicas desportivas. A esse respeito, a Organização Mundial da Saúde, em 2020, sugeriu a prática de exercícios diários por 30 minutos, a fim de estimular a saúde da população mundial. Todavia, o Poder Público brasileiro tem mostrado poucas iniciativas para implementar a orientação das Nações Unidas no dia a dia dos brasileiros. Faltam ciclovias, academias populares e praças com aparelhagem adequada, que, de fato, poderiam fazer com que a sugestão da OMS deixasse de ser teoria. Portanto, as prefeituras, em parceria com o Ministério da Saúde, devem democratizar a prática de exercícios, por meio de políticas públicas, como academias populares itinerantes, que sejam capazes de garantir a igualdade de acesso às atividades físicas. Essa iniciativa do Estado incluiria acompanhamento com profissionais de educação física e seriam custeadas com verbas oriundas da iniciativa privada. Assim, a finalidade dessa iniciativa seria promover a efetiva qualidade de vida de todos os brasileiros, de modo que o elitismo da cultura desportiva, pregado pelo Barão de Coubertin, dê lugar, em breve, à igualdade. Professor Vinícius Oliveira 15 Tema – Alternativas para diminuir os impactos do lixo eletrônico no Brasil A nanotecnologia – inteligência digital popularizada no final do século XX – possibilitou o desenvolvimento de aparelhos eletrônicos de dimensões cada vez menores. Todavia, ao passo que o tamanho dos dispositivos diminui, um grave problema cresce com frequência: o lixo eletrônico. Com efeito, para que se diminuam os impactos desses resíduos, há de se aumentar a durabilidade dos dispositivos, bem como ampliar as políticas públicas de manejo dos rejeitos digitais. Diante desse cenário, o curto tempo de vida útil do aparelho motiva o seu descarte precoce. A esse respeito, o conceito de obsolescência programada – nascido após a Crise de 1929 – representa a atitude deliberada de criar dispositivos que se tornem irrelevantes em pouco tempo. Em teoria, essa manobra move a economia, mas, em contrapartida, manifesta uma das mais cruéis consequências para o planeta: o lixo eletrônico. Inclusive, é incoerente que a tecnologia evolua para se tornar cada vez mais frágil, poluente e desumana. A esse respeito, enquanto a ambição pelo lucro for a regra, o Brasil continuará sendo o país que mais produz e-lixo na América Latina, tal como a ONU denunciou em 2019. Além disso, os dispositivos eletrônicos – a exemplo dos celulares – possuem pequenos capacitores com conteúdo poluente, como o mercúrio. Esse composto químico, se administrado de forma improvisada, pode se misturar ao solo e à água dos rios, o que pode provocar a bioacumulação – fenômeno no qual substâncias químicas são assimiladas pelo organismo. Nesse sentido, a poluição causada pelo descarte irresponsável de aparelhos tecnológicos representa grave problema, e, embora o e-lixo prejudique a saúde da população, ainda são insuficientes as políticas públicas de gestão dos resíduos eletroeletrônicos, que seria capaz de interromper a bioacumulação e preservar a qualidade de vida coletiva, o que, todavia, ainda não tem sido prioridade no Brasil. Portanto, o Brasil precisa buscar alternativas para reduzir os impactos do lixo eletrônico. Nesse sentido, as escolas – responsáveis pela reformulação da mentalidade social – devem ensinar a população a descartar corretamente os dispositivos danificados, por meio de projetos pedagógicos, como ações comunitárias e oficinas capazes de mostrar a destinação adequada do e-lixo. Essa iniciativa teria a finalidade de reduzir o impacto ambiental dos resíduos sólidos eletrônicos, de modo que a sociedade brasileira seja conhecida como nação limpa, consciente e, de fato, sustentável. Professor Vinícius Oliveira 16 TEMAS – Formas para combater o tráfico de pessoas no Brasil Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante o direito à dignidade humana. Entretanto, o tráfico de pessoas impede que os brasileiros usufruam desse benefício constitucional. Com efeito, as formas para combater esse problema pressupõem que se repudie a histórica exploração e que se valorize o tratamento digno. Diante desse cenário, o Período Colonial foi marcado pela remoção forçada de pessoas, com objetivo de explorá-las nos engenhos de cana. Esse fenômeno, embora amplamente combatido, ainda se mostra presente na sociedade, que se acostumou a explorar indivíduos. Nesse sentido, o tráfico de pessoas evidencia grave retrocesso, já que, mesmo no século XXI, a mazela da Colônia se repete e milhares de brasileiros vivem a cruel realidade do contrabando humano. Assim, uma forma de combater o problema seria garantir o direito à proteção e à segurança, que têm sido distribuídos como privilégios. Ademais, a perpetuação do tráfico de pessoas fragiliza a dignidade humana de forma irreparável. Sobre isso, em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi um dos primeiros tratados internacionais a garantir o tratamento adequado a todos os indivíduos, com especial proteção aos grupos vulneráveis. Todavia, a prática deplorável da remoção forçada de brasileiros evidencia que a sociedade contemporânea ainda tem sido incapaz de colocar em prática um dos direitos mais básicos previstos desde o século XVIII – a dignidade. Logo, enquanto a falta de segurança se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para as vítimas: o comércio humano. É urgente, portanto, que o Ministério Público — responsável pela proteção dos grupos vulneráveis —combata o tráfico de pessoas, por meio de políticas públicas, como o envio de autoridades policiais a locais alvos de denúncias de receptação de vítimas. Essa iniciativa teria a finalidade de desconstruir a culturade exploração de pessoas e de garantir que o Brasil seja uma nação justa, solidária e que seja capaz de garantir, de fato, a dignidade humana. Professor Vinicius Oliveira 17 TEMA – Meios para garantir a aposentadoria no Brasil Em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, garantindo, pela primeira vez, a cidadania a todos. Entretanto, a precariedade do sistema de previdência mostra que a população brasileira ainda é incapaz de experimentar os ideais iluministas na prática. Com efeito, para garantir o direito à aposentadoria, há de se combater o desemprego e o privilégio de autoridades públicas. Diante desse cenário, a falta de oportunidade de emprego fragiliza o sistema de previdência. A esse respeito, a Constituição Federal de 1988 assegura a todos os brasileiros o direito à aposentadoria no país. Entretanto, o atual contexto de desemprego sistêmico — resultado da crise econômica instalada no país em 2015 — impede que parte da população experimente as garantias constitucionais, uma vez que a insuficiência de postos de ofício inviabiliza o cumprimento do tempo de contribuição obrigatória para obtenção de benefícios previdenciários. Assim, enquanto as altas taxas de desemprego forem a regra, a garantia prevista na Constituição Federal de 1988 será a exceção. Ademais, o favorecimento de membros do Estado se mostra nocivo ao sistema previdenciário. Nesse viés, Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra "Raízes do Brasil", ensina que o brasileiro tem inabilidade nata separar o interesse público dos anseios particulares. Ocorre que a característica denunciada pelo historiador evidencia-se no Regime Especial de Previdência, na medida em que muitas autoridades públicas garantem seus direitos privilegiados no Legislativo, a exemplo da aposentadoria vitalícia cedida a militares, em detrimento do bem-estar da população, cujos benefícios previdenciários são insuficientes. Dessa maneira, a manutenção da assistência desproporcional aos políticos contribui para a perpetuação de um dos mais graves problemas para a sociedade: o falho sistema previdenciário. Impende, portanto, que o direito à aposentadoria seja, de fato, garantido no Brasil. Nesse sentido, o Ministério do Trabalho deve minimizar o impacto do desemprego na obtenção de previdência, por meio de geração de postos de ofícios, como incentivos ao crescimento empresarial, a fim de viabilizar o cumprimento do tempo de contribuição obrigatório. A população, por sua vez, pode exigir regimes de previdência igualitários entre sociedade e autoridades públicas, por intermédio de protestos, com apoio de ONGS e das redes midiáticas, para que sejam asseguradas a cidadania e a erradicação da previdência imprópria. Professor Vinícius Oliveira 18 TEMA – O problema da dependência química no Brasil contemporâneo A República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento a proteção à saúde. Portanto, não é razoável que a dependência química ainda represente um problema no país, o que vai de encontro ao princípio republicano. Com efeito, a construção de uma sociedade que valoriza o bem-estar social pressupõe que se combate o consumo de drogas. Diante desse cenário, persiste a omissão das autoridades públicas acerca da dependência química. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman desenvolveu o conceito de Instituição Zumbi, segundo o qual o Estado perdeu a sua função social, mas manteve — a qualquer custo — a sua forma. Nesse viés, o SUS se enquadra na teoria das instituições zumbis, na medida em que não há campanhas efetivas de combate ao uso de drogas — lícitas e ilícitas — e é ineficiente no acompanhamento dos dependentes. Assim, enquanto o problema denunciado por Zygmunt Bauman for a regra, o enfraquecimento do uso de drogas será a exceção. Ademais, há de se desconstruir a cultura histórica de consumo de entorpecentes, cuja consequência é a dependência química. Nesse sentido, o Movimento de Contracultura — estabelecido em meados do século XX — utilizava as drogas como estratégia de subversão social, herdada do Movimento Hippie norte-americano. Essa prática imprudente se perpetua no Brasil contemporâneo e pode ser recebida no comportamento de indivíduos de todas as faixas etárias que usam substâncias capazes de acarretar vícios, o que pode ser irreversível. Dessa forma, se a inconsequência experimentada no Movimento Hippie se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas de saúde pública: a dependência química. Impende, portanto, que o Brasil contemporâneo não seja um país de dependentes químicos. Para isso, o Ministério da Saúde, responsável pela qualidade de vida da população, deve realizar campanhas efetivas de combate ao uso de drogas, por meio da divulgação dos riscos irreversíveis de algumas substâncias, como a cocaína e a nicotina, para que haja estímulo a práticas saldáveis. Por sua vez, os indivíduos podem realizar debates, por intermédio das mídias sociais, capazes de desconstruir a imprudência cultural acerca do consumo de entorpecentes, como havia no Movimento Hippie, a fim de que o combate à dependência química deixe de ser, no país, apenas teoria. Professor Vinicius Oliveira 19 TEMA – O problema da prática de perseguição sistemática na internet em questão no Brasil INTRODUÇÃO COM A CONSTITUIÇÃO INTRODUÇÃO COM GEORGE ORWELL Em 1988, representantes do povo – reunidos em Assembleia Constituinte – instituíram o Estado Democrático, a fim de garantir a privacidade e a segurança como valores supremos de uma sociedade fraterna. Entretanto, a prática da perseguição sistemática na internet impede que os brasileiros experimentem esse direito constitucional na prática. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata não só a maldade humana, mas também a omissão estatal. Na obra distópica “1984”, George Orwell descreve uma sociedade manipulada, cujas casas e ruas são povoadas por teletelas instaladas com um único objetivo: a vigilância constante. Entretanto, a crítica feita pelo autor inglês ganha sentido com o advento da prática da perseguição sistemática pela internet e evidencia que o Brasil compartilha traços da distopia de Orwell. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata não só a maldade humana, mas também a omissão estatal. Diante desse cenário, a hostilidade dá ensejo à perseguição sistemática na “web”. A esse respeito, Hannah Arendt – expoente filósofa alemã – desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis se mostram comuns entre os indivíduos e tornam as relações humanas cada vez mais hostis. Nesse sentido, a vigilância permanente – denominada “stalking” – simboliza a crueldade repudiada por Arendt: os agressores perseguem suas vítimas dentro e fora do ciberespaço e constroem um ambiente de opressão constante, o que representa grave problema no Brasil. Assim, enquanto a maldade humana for a regra, a dignidade e a privacidade serão a exceção. Nesse sentido, assim como em “1984”, o Estado brasileiro se torna responsável pela conduta criminosa do “stalking”, ainda que por omissão. Sobre isso, o filósofo italiano Norberto Bobbio, em seu “Dicionário de política”, denuncia que as autoridades públicas se mostram incapazes de suprir as demandas da sociedade, a exemplo da segurança. Nesse viés, a polícia brasileira se enquadra na crítica de Bobbio e, ainda que haja lei capaz de punir os “stalkers”, o Estado tem sido ineficaz no combate à perseguição reiterada no ciberespaço, o que contribuiu para a impunidade dos agressores e motiva novos casos. Logo, se a inércia estatal se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas contemporâneos: a opressão cibernética.Portanto, o Ministério Público – responsável pela garantia dos direitos constitucionais – deve combater a prática da vigilância sistemática na rede e garantir a dignidade dos indivíduos, por meio de parcerias com as delegacias de polícia especializadas em crimes virtuais. Essa iniciativa do MP faria o Estado deixar a situação de omissão acerca do problema e teria a finalidade de construir um ambiente cibernético saudável e respeitoso. Assim, o Brasil será conhecido como nação justa, digna e, de fato, livre da perseguição sistemática. Professor Vinícius Oliveira 20 TEMA – O problema da violência durante o parto Na Antiguidade, os maiores sofrimentos eram comparados às dores de parto, que ficaram consolidadas na história como uma das piores sensações desde a mitologia clássica. Entretanto, na contemporaneidade, a violência obstétrica subjuga as mulheres brasileiras ao mesmo sofrimento experimentado séculos atrás, haja vista a omissão do Estado e a falta de respeito à dignidade humana por parte do SUS. Diante desse cenário, persiste a indiferença das autoridades acerca da violência obstétrica. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman desenvolveu o conceito de Instituições Zumbis, segundo o qual o Estado perdeu a sua função social, mas manteve — a qualquer custo — a sua forma. Nesse viés, o Poder Público brasileiro se enquadra na teoria das Instituições Zumbis, na medida em que não impõe políticas públicas efetivas capazes de garantir às mães o cuidado e o respeito requeridos no parto. Assim, enquanto o problema denunciado por Zygmunt Bauman for a regra, os nascimentos humanizados serão a exceção. Ademais, a violência obstétrica evidencia a desvalorização da dignidade humana pelo SUS. Nesse viés, em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, garantindo pela primeira vez a dignidade humana a todos. Ocorre que o Sistema Único de Saúde se mostra incapaz de aplicar o ideal iluminista durante o parto e, mesmo séculos depois, não estende às mulheres a dignidade garantida em 1789, o que se mostra grave problema social capaz de fragilizar a saúde das mulheres e de seus bebês. Desse modo, não é razoável que a nação que almeja o desenvolvimento enfrente este retrocesso: a violência no parto. Impende, portanto, que o desrespeito obstétrico seja repudiado no Brasil. Para isso, o Poder Executivo, responsável pela manutenção da saúde pública, deve fiscalizar, com rigor, a postura das autoridades médicas, por meio de visitas regulares nos hospitais, para que a omissão e a indiferença estatais sejam desconstruídas. Por sua vez, os indivíduos podem, com frequência, denunciar a falta de dignidade humana a que são submetidos às mulheres, como a ausência de informação devido à mãe, por intermédio de conteúdos e discussões nas mídias sociais, a fim de que o Brasil deixe as dores da mitologia clássica e construa partos humanizados. Professor Vinicius Oliveira 21 TEMA - Os desafios da alfabetização de crianças indígenas no Brasil Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante o direito à educação e à cultura. Todavia, a falta de acesso à alfabetização mostra que, para as crianças indígenas, a garantia constitucional representa uma utopia. Com efeito, a imposição da língua portuguesa e a carência de políticas públicas que preservem as culturas nativas são os desafios do letramento infantil dessa minoria étnica. Diante desse cenário, Lima Barreto – expoente autor pré-modernista – foi incompreendido em sua época ao defender o Tupi como idioma padrão do Brasil. Para o autor, o vernáculo português não seria original da nação brasileira e, embora tenham passado quase 100 anos da morte do escritor, a sociedade é incapaz de perceber a imposição da língua europeia sobre o país verde- amarelo. Nesse sentido, as crianças indígenas são a população mais afetada pelo problema denunciado por Barreto, já que meninos e meninas de etnias silvícolas são obrigados a ler e a escrever o português: fato que pode, aos poucos, causar o cruel apagamento do seu idioma nativo. Ademais, faltam políticas públicas que garantam, de fato, o letramento isonômico das crianças indígenas. Nesse viés, o filósofo italiano Norberto Bobbio denunciou, em sua obra “Dicionário de política”, que as instituições públicas modernas são incapazes de suprir as demandas da sociedade. A esse respeito, o Estado brasileiro se enquadra na crítica feita por Bobbio, haja vista a falta de preparo dos professores em ensinar as crianças silvícolas a serem proficientes em suas próprias línguas. Assim, enquanto a omissão estatal se mantiver, os povos indígenas serão obrigados a conviver com um dos mais graves problemas da história do Brasil: a aculturação. Portanto, há de se superar os desafios na alfabetização de crianças indígenas no país. Para isso, o Ministério da Educação e as escolas – responsáveis pela transformação social do indivíduo – devem proteger as línguas nativas, a exemplo do Tupi, bem como capacitar profissionais que ensinem meninos e meninas a escrever em seus próprios idiomas. Essa iniciativa ocorreria por meio de projetos pedagógicos de formação continuada, como minicursos on-line para todos os professores do Brasil, com a finalidade de evitar o processo de aculturação indígena. Desse modo, o Brasil poderá ser conhecido como nação livre, justa e, de fato, isonômica. Professor Vinícius Oliveira 22 TEMA - Os desafios da educação financeira para a juventude brasileira Em 1929, os EUA viveram uma das mais graves crises da história: a Grande Depressão, que obrigou a sociedade a desenvolver consciência no manejo do dinheiro. Entretanto, a juventude brasileira está distante de construir a educação financeira imposta pela Quebra da Bolsa, seja pela extrema pobreza que assola o Brasil, seja pela defasagem do sistema educacional. À vista desse problema, a formação do Brasil foi marcada por uma colônia de exploração, que, desde o século XVI, promove desigualdade de renda e miséria. Nesse sentido, o jovem acostumou-se a viver com recursos escassos, e o planejamento financeiro não é a prioridade em uma nação marcada pela exploração colonial, que ainda se perpetua de forma negativa. Assim, a inabilidade em lidar com o dinheiro prejudica a juventude e decorre da histórica cultura de pobreza, na medida em que é inviável ter planejamento financeiro quando não há o que se administrar. Ademais, o padrão de escola que ainda está vigente no Brasil baseia- se no modelo da Revolução Industrial inglesa do século XVIII, que impõe a uniformização do comportamento para se chegar à submissão do indivíduo. Essa subserviência se manifesta desta forma no Brasil: os jovens não são estimulados a terem sucesso financeiro, mas sim a dependerem dos seus empregadores. Antes, a educação financeira daria a possibilidade de rapazes e moças emergirem socialmente e de exigirem melhores condições de emprego e de vida, o que no Brasil não era – e ainda não é – o interesse das classes dominantes. Os desafios da educação financeira, portanto, devem ser assumidos pelos indivíduos e pela escola. Esta deve problematizar a histórica cultura de pobreza, que ainda permanece enraizada na sociedade, por meio de eventos pedagógicos, como aulas e palestras, capazes de mostrar a necessidade de organizar os gastos, sobretudo em tempos de crise. Essa iniciativa teria a finalidade de motivar homens e mulheres, desde a infância e juventude, a aprender a administrar o dinheiro, de modo que a Grande Depressão permaneça apenas na história. Professor Vinícius Oliveira 23 TEMA – Os desafios das políticas de moradia no Brasil No dia 1º de maio de 2018, a sociedade brasileirapresenciou o desabamento de um edifício abandonado que servia de abrigo para centenas de indivíduos em São Paulo. Esse desastre levantou um assunto até então silenciado: a desigualdade de moradia, que se mostra grave problema social e representa obstáculo para o desenvolvimento da nação. Diante desse cenário, persiste no Brasil a desigualdade histórica de acesso à terra. Nesse viés, em 1850, foi estabelecida a Lei de Terras, cujo conteúdo visava evitar que a população carente se apropriasse da propriedade rural, o que subjugou as classes de menor renda a viver em moradias improvisadas e indignas. Entretanto, a desigualdade estabelecida em 1850 ainda produz efeitos negativos no Brasil contemporâneo e pode ser percebida no número substancial de moradores de rua ou em situação habitacional precária de comunidades carentes. Desse modo, é incoerente que a nação brasileira, mesmo objetivando ser potência desenvolvida, permaneça indiferente ante o problema da distribuição de moradia em território nacional. Ademais, além da desigualdade histórica, persiste a omissão do poder público na oferta de políticas isonômicas de acesso à propriedade. A esse respeito, o neoliberalismo — doutrina adotada no Brasil desde o final do século XX — defende que os indivíduos devem buscar o seu próprio progresso por intermédio de esforço individual e sem intervenção do Estado. Todavia, a população de rua ou em situação precária não é capaz de progredir por si mesma, de modo que a ideologia neoliberal aplicada à moradia colabora para o aumento da desigualdade habitacional e social. Assim, enquanto a inércia do Estado for a regra, o progresso de quem não possui moradia será a exceção. A catástrofe de 1º de maio, portanto, poderia ter sido evitada caso a gestão de propriedade não fosse negligenciada no Brasil. Para mitigar esse problema, o Ministério Público, responsável pela manutenção do Estado de Direito, deve identificar quais propriedades urbanas estejam sem função social, por meio de fiscalizações, com apoio das prefeituras, a fim de destinar espaços inabitados à população carente. Por sua vez, os indivíduos devem cobrar políticas efetivas do Estado, como ampliação do aluguel social, por intermédio de debates nas mídias sociais, com auxílio de campanhas na televisão, cuja finalidade seria desconstruir a grave desigualdade habitacional, bem como contribuir para que o acesso à moradia deixe de ser um problema silenciado. Professor Vinicius Oliveira 24 TEMA - Os desafios do acesso à cultura no Brasil Em 1922, Mário de Andrade colaborou para a realização da Semana de Arte Moderna, cujo objetivo era valorizar as manifestações culturais do Brasil. Todavia, quase cem anos depois, a iniciativa do escritor modernista se mostra distante de ser efetivada, na medida em que a diversidade cultural brasileira não é acessível a todos, o que deve ser desconstruído sob pena de prejuízos ao desenvolvimento nacional. Diante desse cenário, as produções culturais brasileiras tendem a valorizar somente o lucro. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra "Cultura Líquida", propôs a teoria da Espetacularização da Cultura, segundo a qual as nações pós-modernas priorizam manifestações artísticas grandiosas, capazes de constituir espetáculos e gerar potencial econômico. Nesse contexto, a tese do sociólogo se aplica ao Brasil, na medida em que as grandes produções recebem mais investimentos do que as manifestações locais, que ficam negligenciadas. Assim, é incoerente que, mesmo sendo considerado multicultural, o país permita o enfraquecimento das culturas locais. Ademais, a maioria da população acessa manifestações artísticas incapazes de formar senso crítico. Nesse sentido, o conceito de Indústria Cultural, formulado por Theodor Adorno — filósofo alemão do século XX — denuncia que as produções culturais veiculadas pela mídia não valorizam a diversidade e são esvaziadas de criticidade. Tal estratégia midiática busca oferecer a todos a mesma compreensão da realidade, o que ocorre, inclusive, no Brasil, haja vista os veículos midiáticos — sobretudo a televisão — não incentivarem a reflexão crítica e buscarem homogeneizar os comportamentos dos brasileiros. Desse modo, enquanto o esvaziamento crítico se mantiver, o país será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas denunciados por Adorno: a alienação social. Impende, portanto, que valorização cultural proposta por Mário de Andrade seja acessível a todos. Para que isso ocorra, o Ministério da Educação e Cultura deve estimular os estudantes a observar as produções veiculadas na mídia, por meio de campanhas nas escolas, realizadas com a participação de familiares, a fim de estimular a criatividade coletiva. Os indivíduos, por sua vez, podem veicular conteúdos capazes de divulgar culturas locais marginalizadas, como os festivais de xilogravura do Nordeste, por intermédio das mídias sociais, para que seja minimizada a desvalorização desses movimentos. A partir da ação conjunta entre Estado e sociedade, serão alcançados os objetivos da Semana de Arte Moderna. Professor Vinicius Oliveira 25 TEMA – Meios para combater a evasão escolar no Brasil Em 1996, foi fundada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, cuja função inicial era modernizar o ensino básico no Brasil e estimular os indivíduos se manterem ativos no processo pedagógico. Todavia, a alarmante evasão escolar evidencia que a meta da LDB está distante de ser a realidade de crianças e de adolescentes. Com efeito, as estratégias para manter os alunos no ciclo pedagógico pressupõem que se combata a desatualização das aulas e que se garanta a ampliação da perspectiva de vida dos estudantes. Diante desse cenário, a educação brasileira é inspirada no modelo da Revolução Industrial do século XVIII, que reproduzia dentro da escola o formato de uma pequena fábrica. Nesse viés, os estudantes eram submissos, dependentes e estimulados a obedecer, a fim de se tornarem bons operários no futuro. Mesmo após séculos de evolução, esse formato antigo ainda se perpetua no Brasil, mostra-se defasado e incapaz de reter o adolescente no processo pedagógico. Assim, enquanto as escolas brasileiras se mantiverem como fábricas, tal como era no século XVIII, a evasão escolar continuará como uma triste realidade entre os estudantes. Ademais, o distanciamento entre teoria e prática é obstáculo para a manutenção dos educandos no sistema. A esse respeito, em sua obra “Pedagogia do Oprimido”, Paulo Freire defende que a escola deve ter íntima relação com a realidade dos alunos e não ficar restrita ao universo teórico – problema conhecido como academicismo. Todavia, o Ensino Médio contemporâneo vai de encontro à ideologia de Freire, haja vista a deficiência dos métodos desenvolvidos nas escolas, capazes de criar abismos entre a sala de aula e a sociedade. Nesse sentido, o distanciamento denunciado pelo pedagogo acarreta um dos mais graves problemas do Ensino Médio brasileiro: a fragilidade do seu papel social e, consequentemente, o abandono escolar. Impende, portanto, que a educação cumpra, de fato, o seu papel nos últimos anos do ensino básico. Para isso, o Ministério da Educação – responsável pela atualização do ensino – deve desconstruir o modelo ultrapassado de aulas, por meio da flexibilização do currículo, como propõe a Base Nacional Comum Curricular, para que a diversidade cognitiva dos alunos seja valorizada. Por sua vez, os próprios estudantes, com auxílio dos professores, podem realizar pesquisas e seminários relacionando a teoria aprendida em aula com o seu próprio contexto, como ocorre em nações desenvolvidas, a fim de combater o problema do academicismo e garantir que o ambiente seja mais interessante e, em breve, livre da evasão escolar. Professor Vinícius Oliveira 26 TEMA: Os desafios do combate ao assédiomoral no serviço público Em março de 2019, a Câmara dos Deputados tornou crime as condutas imorais e opressivas entre o patrão – o agressor – e o funcionário – a vítima. Tal atitude foi considerada pelo ordenamento jurídico brasileiro como ofensa reiterada à integridade do indivíduo. Todavia, o assédio moral repudiado pelos deputados ainda se mostra grave mazela entre os servidores públicos. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata a maldade humana e que se valorize a dignidade dos colaboradores. À vista desse problema, Hannah Arendt – expoente filósofa alemã – desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual a hostilidade está enraizada no cotidiano da população. Nesse viés, o problema denunciado por Arendt também se relaciona com a sociedade brasileira, haja vista que o serviço público se mostra competitivo, bem como frequentes humilhações aos funcionários por parte dos patrões. Assim, enquanto o assédio moral for a regra, o respeito será a exceção. Ademais, o ambiente laboral tóxico fragiliza a dignidade humana. Nesse sentido, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – instituída na Revolução Francesa – estabeleceu que todos os indivíduos fazem jus a condições de tratamento digno. Ocorre que o Brasil está distante de vivenciar o respeito no serviço público, o que separa a nação do tratado internacional. Desse modo, se a falta de dignidade nas repartições estatais se mantiver, a população será obrigada a conviver com um dos mais graves problemas para as vítimas: o assédio moral. É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para mitigar o desrespeito nas repartições. Para isso, os órgãos de corregedoria – responsável pela segurança dos servidores – devem combater os casos de hostilidade e de competitividade no ambiente de trabalho. Essa iniciativa ocorreria por meio de políticas públicas, como fiscalização de conduta dos chefes de repartições, a fim de desestimular o autoritarismo e de garantir que o Brasil seja uma nação justa, igualitária e, de fato, livre de assédio moral. Professor Vinícius Oliveira 27 TEMA - Os desafios do combate à obesidade infantil no Brasil Em 1988, representantes do povo, reunidos em Assembleia Constituinte, estabeleceram dois direitos: a saúde e a proteção à infância. Ocorre que a epidemia de obesidade infantil impede que meninos e meninas usufruam de ambos os direitos constitucionais. Nesse sentido, o combate à doença no Brasil passa pela reeducação alimentar e pela desconstrução do culto midiático aos alimentos ultra processados. Diante desse cenário, os hábitos alimentares das crianças inviabilizam a luta contra a obesidade. Nesse viés, a indústria alimentícia baseia seus produtos a partir da gordura hidrogenada — capaz de aumentar o sabor, a durabilidade e reduzir o custo da produção. Todavia, a saúde infantil fica prejudicada ao consumir alimentos industrializados, já que ocorre aumento do colesterol ruim, conhecido como LDL. Dessa forma, não é razoável que meninos e meninas brasileiros estejam vulneráveis à insegurança alimentar. Nesse sentido, o filósofo alemão Theodor Adorno desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, segundo o qual a publicidade utiliza a persuasão constante, a fim de moldar um comportamento de compra. O problema é que as crianças estão muito mais suscetíveis às cores, às músicas e às demais estratégias denunciadas por Adorno e não possuem discernimento das consequências de uma alimentação irresponsável, baseada em “fast-foods”. Assim, enquanto o culto à comida superprocessador se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com uma das mais graves doenças do século: a obesidade infantil. Para combater o problema, portanto, as escolas — no exercício do seu papel social — devem contribuir com a reeducação alimentar das crianças, por meio de projetos pedagógicos como oficinas e aulas lúdicas, capazes de mostrar as consequências negativas dos “fast-foods”. Essa iniciativa poderia se chamar “Crescendo com saúde” e teria a finalidade de construir hábitos alimentares sadios, de sorte que, em breve, o Brasil experimente uma sociedade justa, solidária e livre da obesidade infantil. Professor Vinícius Oliveira 28 TEMA – A importância da prevenção ao suicídio no Brasil Em 1994, Mike Emme — rapaz norte-americano de apenas 17 anos — tirou a própria vida e motivou o início de uma das campanhas mais relevantes para a sociedade: o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. Todavia, o combate ao problema não se mostra efetivo no Brasil, o que faz surgir, a cada dia, outros “mikes”, seja pela inabilidade social em discutir acerca do suicídio, seja pela pouca importância dada aos transtornos mentais daqueles que buscam a morte voluntária. Diante desse cenário, Johann Goethe — fundador do Ultrarromantismo europeu — relacionou a ideação suicida aos sentimentos do eu-lírico, em sua obra “Sofrimentos do Jovem Werther”. Para o escritor, tirar a própria vida seria o símbolo da fuga existencial: conceito reproduzido por outros autores. Ocorre que a romantização do suicídio proposta por Goethe se converteu em indiferença no imaginário da sociedade brasileira, de modo que a morte voluntária não recebe a devida importância, o que se mostra grave problema social. Nesse viés, não é razoável que os brasileiros menosprezem a ideação suicida e sejam omissos aos comportamentos que a revelem. Ademais, a omissão às doenças psiquiátricas dá lugar à busca pela morte voluntária. Sobre isso, no século XVIII, o suicídio passou a ser tratado como uma atitude derivada de distúrbios mentais, a exemplo da depressão. Nesse sentido, o médico francês Philippe Pinel foi pioneiro em propor o tratamento medicalizado daqueles que tentam subtrair a própria vida. Entretanto, substancial parcela dos brasileiros é indiferente aos avanços da psiquiatria, promovidos no século XVIII. Essa atitude omissa representa obstáculo para que a campanha do Setembro Amarelo cumpra seus objetivos, e, enquanto o silêncio da sociedade se mantiver, o mundo será obrigado a conviver com o mal do século: o suicídio. O problema que ceifou a vida de Mike Emme precisa, pois, receber a devida importância no Brasil. Para que isso ocorra, as escolas — no exercício do seu papel social — devem desconstruir a visão reducionista do suicídio e dar mais visibilidade aos distúrbios mentais, a exemplo da depressão. Essa iniciativa aconteceria por meio de um projeto pedagógico, que poderia se chamar “Cada vida conta”, no qual os indivíduos seriam estimulados a compartilhar suas angústias, a fim de receber o devido tratamento e, dessa forma, fortalecer a saúde mental e retomar, portanto, a vontade pela vida. Professor Vinícius Oliveira 29 TEMA – A importância da redução do consumo de plástico pelo brasileiro Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar o direito ao equilíbrio ambiental e a sustentabilidade como valores supremos de uma sociedade fraterna. Entretanto, a pouca importância dada à necessidade de redução do consumo de plástico torna a aplicação desses direitos constitucionais uma utopia, seja pela manutenção da cultura de excessos, seja pela omissão da sociedade Diante desse cenário, o consumismo inviabiliza a utilização consciente de plástico. A esse respeito, no século XIX, surgiu o conceito de Sociedade de Consumo, que critica o fato de praticamente todas as relações sociais serem baseadas em compra. Nesse sentido, o comportamento de parcela da população brasileira se relaciona à realidade consumista denunciada há mais de 100 anos, de sorte que homens e mulheres estão submissos ao gasto inconsciente, que demanda embalagens e insumos produzidos com material plástico. Logo, é incoerente que, mesmo sendo nação pós-moderna,
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