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Marc -03 - Transtorno de ansiedade e TOC

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Transtornos de Ansiedade 
e TOC 
TRANSTORNO DE PÂNICO 
Um ataque intenso agudo de ansiedade acompanhado 
por sentimentos de desgraça iminente é conhecido como 
transtorno de pânico. 
A ansiedade é caracterizada por períodos distintos de 
medo intenso que podem variar de vários ataques 
durante um dia a apenas poucos ataques durante um ano. 
Os pacientes com o transtorno apresentam-se com uma 
série de condições comórbidas, mais comumente 
agorafobia, que se refere a medo ou ansiedade em 
relação a lugares dos quais a saída poderia ser difícil. 
DIAGNÓSTICO 
Ataques de pânico 
Um ataque de pânico é um período súbito de intenso 
medo ou apreensão que pode durar de minutos a horas. 
Ataques inesperados ocorrem a qualquer momento e não 
estão associados a um estímulo situacional identificável, 
mas não precisam se apresentar dessa forma. 
Eles podem ou não ocorrer quando um paciente é 
exposto a um gatilho específico, ou podem ocorrer tanto 
imediatamente após exposição quanto após uma 
considerável demora. 
Transtorno de pânico 
Os critérios diagnósticos para transtorno de pânico 
estão no Manual diagnóstico e estatístico de transtornos 
mentais (DSM-5). 
Alguns levantamentos da comunidade indicaram 
que ataques de pânico são comuns, e uma questão 
importante no desenvolvimento dos critérios diagnósticos 
para esse transtorno foi determinar um número ou uma 
frequência limiar de ataques de pânico requeridos para 
satisfazer o diagnóstico. 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno 
de pânico 
A. Ataques de pânico recorrentes e inesperados. 
Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo 
intenso ou desconforto intenso que alcança um pico em 
minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos 
seguintes sintomas: 
Nota: O surto abrupto pode ocorrer a partir de um 
estado calmo ou de um estado ansioso. 
1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia. 
2. Sudorese. 
3. Tremores ou abalos. 
4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 
5. Sensações de asfixia. 
6. Dor ou desconforto torácico. 
7. Náusea ou desconforto abdominal. 
8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou 
desmaio. 
9. Calafrios ou ondas de calor. 
10. Parestesias (anestesia ou sensações de 
formigamento). 
11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou 
despersonalização 
(sensação de estar distanciado de si mesmo). 
12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”. 
13. Medo de morrer. 
Nota: Podem ser vistos sintomas específicos da 
cultura (p. ex., tinido, dor na nuca, cefaleia, gritos ou 
choro incontrolável). 
Esses sintomas não devem contar como um dos 
quatro sintomas exigidos. 
B. Pelo menos um dos ataques foi seguido de um 
mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes 
características: 
1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de 
ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências 
(p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, 
“enlouquecer”). 
2. Uma mudança desadaptativa significativa no 
comportamento relacionada aos ataques (p. ex., 
comportamentos que têm por finalidade evitar ter 
ataques de pânico, como a esquiva de exercícios ou 
situações desconhecidas). 
C. A perturbação não é consequência dos efeitos 
psicológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, 
medicamento) ou de outra condição médica (p. ex., 
hipertireoidismo, doenças cardiopulmonares). 
D. A perturbação não é mais bem explicada por 
outro transtorno mental (p. ex., os ataques de pânico não 
ocorrem apenas em resposta a situações sociais temidas, 
como no transtorno de ansiedade social; em resposta a 
objetos ou situações fóbicas circunscritas, como na fobia 
específica; em resposta a obsessões, como no transtorno 
obsessivo-compulsivo; em resposta à evocação de 
eventos traumáticos, como no transtorno de estresse 
pós-traumático; ou em resposta à separação de figuras de 
apego, como no transtorno de ansiedade de separação). 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
Com frequência, o primeiro ataque de pânico é 
completamente espontâneo, embora muitos possam 
estar relacionados com excitação, esforço físico, atividade 
sexual ou trauma emocional moderado. Os médicos 
devem tentar avaliar qualquer hábito ou situação que 
costume preceder os ataques de um paciente. Essas 
 
atividades podem incluir uso de cafeína, álcool, nicotina 
ou outras substâncias; padrões incomuns do sono e de 
alimentação; e situações ambientais específicas, como 
iluminação desagradável no trabalho. 
O ataque com frequência começa com um período 
de 10 minutos de sintomas rapidamente crescentes. Os 
principais sintomas mentais são medo extremo e uma 
sensação de morte e tragédia iminentes. 
Os pacientes em geral não podem designar a fonte 
de seu medo; podem se sentir confusos e ter problemas 
para se concentrar. Os sintomas físicos costumam incluir 
taquicardia, palpitações, dispneia e sudorese. Os 
pacientes tentam sair de qualquer situação em que 
estejam e procurar auxílio. O ataque dura, em média, de 
20 a 30 minutos e raramente mais de uma hora. O exame 
formal do estado mental durante o ataque de pânico 
pode revelar ruminação, dificuldade de fala (p. ex., 
gagueira) e comprometimento da memória. É possível 
experimentar depressão ou despersonalização durante 
um ataque. Os sintomas podem desaparecer de forma 
rápida ou gradual. 
Preocupações somáticas de morte por problemas 
cardíacos ou respiratórios podem ser o principal foco da 
atenção do indivíduo durante os ataques. Eles podem 
acreditar que as palpitações e a dor no peito indicam que 
estão para morrer. 
TRATAMENTO 
Com tratamento, a maioria dos pacientes exibe uma 
melhora importante nos sintomas de transtorno de 
pânico e agorafobia. Os dois tratamentos mais eficazes 
são a farmacoterapia e a terapia cognitivo-
comportamental. As terapias familiar e de grupo podem 
ajudar os indivíduos afetados e suas famílias a ajustarem-
se ao transtorno e às dificuldades psicossociais que ele 
possa ter precipitado. 
Alprazolam e paroxetina são os dois medicamentos 
aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) para 
o tratamento do transtorno de pânico. Alguns relatos 
sugeriram um papel para a venlafaxina, e a buspirona tem 
sido sugerida como um medicamento auxiliar em alguns 
casos. 
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina. 
Todos os ISRSs são eficientes para o transtorno de pânico. 
A paroxetina e a paroxetina CR têm efeitos sedativos e 
tendem a acalmar os pacientes de imediato, o que leva a 
maior adesão e a menos interrupções, mas isso deve ser 
contrabalançado com seu potencial de ganho de peso. O 
citalopram, o escitalopram, a fluvoxamina e a sertralina 
são as seguintes mais bem toleradas. Uma abordagem 
para pacientes com transtorno de pânico é administrar 5 
a 10 mg/dia de paroxetina ou 12,5 a 25 mg de paroxetina 
CR por 1 a 2 semanas e, então, aumentar a dose em 10 
mg/dia de paroxetina ou 12,5 mg de paroxetina CR a 
cada 1 a 2 semanas, até o máximo de 60 mg de 
paroxetina ou 62,5 mg de paroxetina CR. 
Caso a sedação se torne intolerável, reduzir a dose 
para 10 mg/dia de paroxetina ou 12,5 mg de paroxetina 
CR e mudar para 10 mg/dia de fluoxetina e elevá-la 
lentamente. 
Benzodiazepínicos. Esses agentes têm o início de ação 
mais rápido contra o pânico, por vezes na primeira 
semana, e podem ser utilizados por períodos longos sem 
o desenvolvimento de tolerância aos efeitos antipânico. O 
alprazolam tem sido o mais utilizado para o transtorno de 
pânico. Após 4 a 12 semanas, o uso dos benzodiazepínicos 
pode ser reduzido pouco a pouco (ao longo de 4 a 10 
semanas), enquanto o medicamento serotonérgico é 
continuado. A maior reserva entre os médicos relativa ao 
uso dos benzodiazepínicos para o transtorno de pânico é 
o potencial para dependência, comprometimento 
cognitivo e abuso, em especial após a utilização a longo 
prazo. A dose do benzodiazepínico deve ser reduzida 
lenta e gradativamente, e os efeitosesperados da 
retirada devem ser explicados em detalhes ao paciente. 
 
AGORAFOBIA 
Agorafobia refere-se a um medo ou uma ansiedade 
em relação a lugares dos quais a fuga possa ser difícil. É 
possível que seja a mais incapacitante das fobias, porque 
pode interferir de maneira significativa na capacidade de 
uma pessoa funcionar no trabalho e em situações sociais 
fora de casa. 
DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
Os critérios diagnósticos do DSM-5 para agorafobia 
estipulam um medo ou uma ansiedade acentuados em 
relação a pelo menos uma situação de dois ou mais de 
cinco grupos de situações: (1) utilizar transporte público 
(p. ex., ônibus, trem, carros, aviões), (2) estar em um 
espaço aberto (p. ex., parque, shopping center, 
estacionamento), (3) estar em um espaço fechado (p. ex., 
lojas, elevadores, cinemas), (4) estar no meio de uma 
multidão ou ficar em pé em uma fila, ou (5) ficar sozinho 
fora de casa. O medo ou a ansiedade devem ser 
persistentes e durar pelo menos seis meses. 
Indivíduos com agorafobia evitam de forma rígida 
situações nas quais seria difícil obter ajuda. Eles preferem 
estar acompanhados por um amigo ou familiar em ruas 
movimentadas, lojas superlotadas, espaços fechados (p. 
ex., túneis, elevadores) e veículos fechados (p. ex., metrô, 
 
ônibus, aviões). Podem insistir em ser acompanhados 
toda vez que saem de casa. O comportamento pode 
resultar em conflito conjugal, que pode ser mal 
diagnosticado como o problema principal. Pessoas 
gravemente afetadas podem se recusar a sair de casa. Em 
especial antes de um diagnóstico correto ser feito, elas 
podem ficar aterrorizadas por achar que estão ficando 
loucas. 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para agorafobia 
A. Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou 
mais) das cinco situações seguintes: 
1. Uso de transporte público (p. ex., automóveis, 
ônibus, trens, navios, aviões). 
2. Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de 
estacionamentos, mercados, pontes). 
3. Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, 
teatros, cinemas). 
4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma 
multidão. 
5. Sair de casa sozinho. 
B. O indivíduo tem medo ou evita essas situações 
devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou 
de que o auxílio pode não estar disponível no caso de 
desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas 
incapacitantes ou constrangedores 
(p. ex., medo de cair nos idosos; medo de 
incontinência). 
C. As situações agorafóbicas quase sempre provocam 
medo ou ansiedade. 
D. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, 
requerem a presença de uma companhia ou são 
suportadas com intenso medo ou ansiedade. 
E. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo 
real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao 
contexto sociocultural. 
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, 
geralmente durando mais de seis meses. 
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento 
social, profissional ou em outras áreas importantes da 
vida do indivíduo. 
H. Se outra condição médica (p. ex. doença 
inflamatória intestinal, doença de Parkinson) está 
presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente 
excessivo. 
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem 
explicado pelos sintomas de outro transtorno mental – 
por exemplo, os sintomas não estão restritos a fobia 
específica, tipo situacional; não envolvem apenas 
situações sociais (como no transtorno de ansiedade 
social); e não estão relacionados exclusivamente a 
obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo), 
percepção de defeitos ou falhas na aparência física (como 
no transtorno dismórfico corporal) ou medo de separação 
(como no transtorno de ansiedade de separação). 
TRATAMENTO 
Farmacoterapia 
Benzodiazepínicos. Estes são os agentes com início de 
ação mais rápido contra pânico. Alguns pacientes os 
utilizam conforme necessário quando se defrontam com 
um estímulo fóbico. Alprazolam e lorazepam são os mais 
frequentemente prescritos. O clonazepam também 
demonstrou ser eficaz. As maiores reservas entre os 
médicos em relação à administração de 
benzodiazepínicos são o potencial para dependência, 
comprometimento cognitivo e abuso, sobretudo com uso 
a longo prazo. 
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina. Foi 
demonstrado que os ISRSs ajudam a reduzir ou prevenir 
recaídas de várias formas de ansiedade, incluindo 
agorafobia. As doses efetivas são essencialmente as 
mesmas que para o tratamento de depressão, embora 
seja costumeiro iniciar com doses mais baixas do que na 
depressão para minimizar um efeito ansiolítico inicial, que 
é quase sempre de curta duração, e elevá-las de modo 
gradual até uma dose terapêutica. 
 
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA 
A ansiedade pode ser conceituada como uma resposta 
normal e adaptativa a ameaça que prepara o organismo 
para fuga ou luta. Pessoas que parecem ansiosas com 
tudo, entretanto, têm a probabilidade de serem 
classificadas com transtorno de ansiedade generalizada. 
Este é definido como ansiedade e preocupação excessivas 
com vários eventos ou atividades na maior parte dos dias 
durante um período de pelo menos seis meses. 
A preocupação é difícil de controlar e está associada 
com sintomas somáticos, como tensão muscular, 
irritabilidade, dificuldade para dormir e inquietação. A 
ansiedade não está relacionada a aspectos de outro 
transtorno, não é causada por uso de substância ou por 
uma condição clínica geral e não ocorre apenas durante 
um transtorno do humor ou psiquiátrico. Ela é difícil de 
controlar, é subjetivamente perturbadora e compromete 
áreas importantes da vida da pessoa. 
DIAGNÓSTICO 
O transtorno de ansiedade generalizada é 
caracterizado por um padrão de preocupação e ansiedade 
frequentes, persistentes, desproporcional ao impacto do 
acontecimento ou da circunstância que é o foco da 
 
preocupação. A distinção entre transtorno de ansiedade 
generalizada e ansiedade normal é enfatizada pela 
utilização da palavra “excessiva” nos critérios e pela 
especificação de que os sintomas causam prejuízo ou 
sofrimento significativos. 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno de 
ansiedade generalizada 
A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa 
apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo 
menos seis meses, com diversos eventos ou atividades 
(tais como desempenho escolar ou profissional). 
B. O indivíduo considera difícil controlar a 
preocupação. 
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com 
três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo 
menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos 
últimos seis meses). 
Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à 
flor da pele. 
2. Fatigabilidade. 
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de 
“branco” na mente. 
4. Irritabilidade. 
5. Tensão muscular. 
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou 
manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). 
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos 
causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo 
no funcionamento social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos 
de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) 
ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo). 
F. A perturbação não é mais bem explicada por outro 
transtorno mental (p. ex., ansiedade ou preocupação 
quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, 
avaliação negativa no transtorno de ansiedade social 
[fobia social], contaminação ou outras obsessões no 
transtorno obsessivo-compulsivo, separação das figuras 
de apego no transtorno de ansiedade de separação, 
lembranças de eventos traumáticos no transtorno de 
estresse pós-traumático, ganho de peso na anorexianervosa, queixas físicas no transtorno de sintomas 
somáticos, percepção de problemas na aparência no 
transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no 
transtorno de ansiedade de doença ou o conteúdo de 
crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno 
delirante). 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
As características essenciais do transtorno de 
ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação 
contínuas e excessivas acompanhadas por tensão ou 
inquietação motora. A ansiedade é excessiva e interfere 
em outros aspectos da vida da pessoa. Esse padrão deve 
ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses. A 
tensão motora manifesta-se mais comumente como 
tremor, inquietação e cefaleias. 
Indivíduos com transtorno de ansiedade generalizada 
costumam procurar um clínico geral ou internista em 
busca de ajuda para um sintoma somático. De forma 
alternativa, procuram um especialista para um sintoma 
específico (p. ex., diarreia crônica). Um distúrbio médico, 
não psiquiátrico, específico raras vezes é encontrado, e os 
pacientes variam em seu comportamento de busca por 
um médico. Alguns aceitam um diagnóstico de transtorno 
de ansiedade generalizada e o tratamento apropriado; 
outros buscam consultas médicas adicionais para seus 
problemas. 
TRATAMENTO 
O tratamento mais eficaz para transtorno de 
ansiedade generalizada provavelmente seja um que 
combine psicoterapia, farmacoterapia e abordagens de 
apoio. Ele pode durar um período significativo, 
dependendo do profissional envolvido, seja um clínico, 
um psiquiatra, seja o médico da família ou outro 
especialista. 
Psicoterapia 
As principais abordagens terapêuticas ao transtorno 
de ansiedade generalizada são a cognitivo-
comportamental, a de apoio e a orientada ao insight. Os 
dados sobre os méritos relativos dessas abordagens ainda 
são limitados, embora os estudos mais sofisticados 
tenham examinado a técnica cognitivo-comportamental, 
que parece ter eficácia tanto a curto quanto a longo 
prazo. As abordagens cognitivas tratam diretamente as 
distorções cognitivas hipotéticas, e as comportamentais 
tratam os sintomas somáticos. As principais técnicas 
utilizadas nas abordagens comportamentais são o 
relaxamento e o biofeedback. 
Farmacoterapia 
A decisão de prescrever um ansiolítico a pacientes com 
transtorno de ansiedade generalizada em raros casos 
deve ser tomada na primeira visita. Em vista de sua 
natureza de longo prazo, o plano de tratamento deve ser 
cogitado com cuidado. As três principais opções de 
medicamentos a serem consideradas para o tratamento 
desse transtorno são os benzodiazepínicos, os ISRSs, a 
buspirona e a venlafaxina. 
 
Outros agentes que podem ser úteis são os tricíclicos 
(p. ex., a imipramina), os anti-histamínicos e os 
antagonistas β-adrenérgicos (p. ex., o propranolol). 
Embora o tratamento medicamentoso do transtorno 
de ansiedade generalizada seja, às vezes, considerado 
uma intervenção de 6 a 12 meses, alguma evidência 
indica que ele deve ser a longo prazo, talvez por toda a 
vida. 
 
FOBIA ESPECÍFICA 
O termo fobia refere-se a um medo excessivo de 
objeto, circunstância ou situação específicos. A fobia 
específica é um medo intenso e persistente de um objeto 
ou de uma situação. O diagnóstico de fobia específica 
requer o desenvolvimento de ansiedade intensa, mesmo 
a ponto de pânico, quando da exposição ao objeto 
temido. Pessoas com essa fobia podem antecipar lesões, 
tal como serem mordidas por um cão, ou podem ficar em 
pânico ante o pensamento de perder o controle; por 
exemplo, se têm medo de andar de elevador, também 
podem se preocupar com a possibilidade de desmaiar 
após a porta se fechar. 
DIAGNÓSTICO 
O DSM-5 inclui tipos distintos de fobia específica: tipo 
animal, tipo ambiente natural (p. ex., tempestades), tipo 
sangue-injeção-ferimentos (p. ex., agulhas), tipo 
situacional (p. ex., carros, elevadores, aviões) e outro tipo 
(para fobias específicas que não se enquadram nos quatro 
tipos anteriores). O aspecto fundamental de cada tipo de 
fobia é que os sintomas de medo ocorrem apenas na 
presença de um objeto específico 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para fobia específica 
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um 
objeto ou situação (p. ex., voar, alturas, animais, tomar 
uma injeção, veR sangue). 
Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser 
expresso por choro, ataques de raiva, imobilidade ou 
comportamento de agarrar-se. 
B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente 
provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade. 
C. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou 
suportado com intensa ansiedade ou sofrimento. 
D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação 
ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica 
e ao contexto sociocultural. 
E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, 
geralmente com duração mínima de seis meses. 
F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento 
social, profissional ou em outras áreas importantes da 
vida do indivíduo. 
G. A perturbação não é mais bem explicada pelos 
sintomas de outro transtorno mental, incluindo medo, 
ansiedade e esquiva de situações associadas a sintomas 
do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes (como 
na agorafobia); objetos ou situações relacionados a 
obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo); 
evocação de eventos traumáticos (como no transtorno de 
estresse pós-traumático); separação de casa ou de figuras 
de apego (como no transtorno de ansiedade de 
separação); ou situações sociais (como no transtorno de 
ansiedade social). 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
As fobias são caracterizadas pelo desencadeamento de 
ansiedade grave quando as pessoas são expostas a 
situações ou objetos específicos ou mesmo quando 
antecipam a exposição às situações ou aos objetos. A 
exposição ao estímulo fóbico ou sua antecipação quase 
invariavelmente resultam em um ataque de pânico em 
indivíduos suscetíveis. 
Pessoas com fobias, por definição, tentam evitar o 
estímulo fóbico; algumas passam muito trabalho para 
evitar situações que provocam ansiedade. 
Talvez como outra forma de evitar o estresse do 
estímulo fóbico, muitos indivíduos têm transtornos 
relacionados a substâncias, particularmente transtorno 
por uso de álcool. Além disso, estima-se que um terço dos 
pacientes com fobia social tenha transtorno depressivo 
maior. 
O principal achado no exame do estado mental é a 
presença de um medo irracional e egodistônico de uma 
situação, uma atividade ou um objeto específicos; os 
pacientes são capazes de descrever como evitam o 
contato com a fobia. Com frequência, é encontrada 
depressão no exame do estado mental, a qual pode estar 
presente em até um terço de todos os casos. 
TRATAMENTO 
Fobias 
Terapia comportamental. O tratamento mais 
estudado e mais eficaz para as fobias provavelmente seja 
a terapia comportamental. 
As características fundamentais do tratamento bem-
sucedido são: (1) compromisso do paciente com o 
tratamento; (2) problemas e objetivos identificados com 
clareza; e (3) estratégias alternativas disponíveis para 
lidar com os sentimentos. Uma variedade de técnicas de 
tratamento comportamental tem sido utilizada, a mais 
comum sendo a dessensibilização sistemática. Nesse 
método, o paciente é exposto em série a uma lista 
 
predeterminada de estímulos que provocam ansiedade, 
graduada em uma hierarquia do menos ao mais 
assustador. Por meio do uso de medicamentos 
antiansiedade, hipnose e instrução de relaxamento 
muscular, os pacientes são ensinados a como autoinduzir 
um repouso mental e físico. Após terem dominado essas 
técnicas, eles são ensinados a utilizá-las para induzir 
relaxamento quando em contato com o estímulo que 
provoca ansiedade. À medida que se tornam 
dessensibilizados para cada estímulo na escala, os 
pacientes progridempara o estímulo seguinte, até que 
aquilo que gerava o máximo de ansiedade não produza 
mais desconforto. 
TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (FOBIA SOCIAL) 
O transtorno de ansiedade social (também referido 
como fobia social) envolve o medo de situações sociais, 
incluindo aquelas que envolvem escrutínio ou contato 
com estranhos. 
As pessoas com transtorno de ansiedade social temem 
se embaraçar em situações sociais (i.e., reuniões sociais, 
apresentações orais, encontro com pessoas novas). Elas 
podem ter medos específicos de realizar determinadas 
atividades, como comer ou falar na frente dos outros, ou 
podem experimentar um medo vago e inespecífico de 
“embaraçar-se”. Em ambos os casos, o medo no 
transtorno de ansiedade social é do embaraço que pode 
ocorrer na situação, não da situação em si. 
As pessoas com transtorno de ansiedade social podem 
ter história de outros transtornos de ansiedade, 
transtornos do humor, transtornos relacionados a 
substâncias e bulimia nervosa. 
DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
O médico deve reconhecer que pelo menos algum 
grau de ansiedade social ou de constrangimento é comum 
na população em geral. Estudos da comunidade sugerem 
que cerca de um terço de todas as pessoas se considera 
muito mais ansiosa do que outras em situações sociais. 
Além disso, essas preocupações podem parecer 
particularmente aumentadas durante certos estágios do 
desenvolvimento, como na adolescência, ou após 
transições de vida, como casamento ou mudanças de 
emprego, associadas com novas demandas por interação 
social. Essa ansiedade apenas se torna transtorno de 
ansiedade social quando ela impede um indivíduo de 
participar de atividades desejadas ou causa sofrimento 
acentuado durante elas. O DSM-5 também inclui um 
especificador diagnóstico de somente desempenho, para 
pessoas que têm fobia social extrema especificamente em 
relação a falar ou se apresentar em público. 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno de 
ansiedade social 
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou 
mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a 
possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem 
interações sociais (p. ex., manter uma conversa, 
encontrar pessoas que não são familiares), ser observado 
(p. ex., comendo ou bebendo) e situações de 
desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras). 
Nota: Em crianças, a ansiedade deve ocorrer em 
contextos que envolvem seus pares, e não apenas em 
interações com adultos. 
B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar 
sintomas de ansiedade que serão avaliados 
negativamente (i.e., será humilhante ou constrangedor; 
provocará a rejeição ou ofenderá a outros). 
C. As situações sociais quase sempre provocam medo 
ou ansiedade. 
Nota: Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser 
expresso chorando, com ataques de raiva, imobilidade, 
comportamento de agarrar-se, encolhendo-se ou 
fracassando em falar em situações sociais. 
D. As situações sociais são evitadas ou suportadas com 
intenso medo ou ansiedade. 
E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça 
real apresentada pela situação social e o contexto 
sociocultural. 
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, 
geralmente durando mais de seis meses. 
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento 
social, profissional ou em outras áreas importantes da 
vida do indivíduo. 
H. O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência 
dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga 
de abuso, medicamento) ou de outra condição médica. 
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem 
explicado pelos sintomas de outro transtorno mental, 
como transtorno de pânico, transtorno dismórfico 
corporal ou transtorno do espectro autista. 
J. Se outra condição médica (p. ex., doença de 
Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras ou 
ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou esquiva 
é claramente não relacionado ou é excessivo. 
TRATAMENTO 
Tanto a psicoterapia como a farmacoterapia são úteis 
no tratamento do transtorno de ansiedade social. Alguns 
estudos indicam que a utilização de ambas produz 
resultados melhores do que cada tratamento 
 
isoladamente, ainda que o achado possa não ser aplicável 
a todas as situações e a todos os pacientes. 
Os medicamentos eficazes no tratamento do 
transtorno de ansiedade social incluem 1) ISRSs, 2) os 
benzodiazepínicos, 3) venlafaxina e 4) buspirona. A 
maioria dos médicos considera os ISRSs o tratamento de 
primeira linha para pacientes com formas de transtorno 
de ansiedade social mais generalizada. Os 
benzodiazepínicos alprazolam e clonazepam também são 
eficazes nesse transtorno. A buspirona mostrou efeitos 
adicionais quando utilizada para potencilizar o tratamento 
com ISRSs. 
A psicoterapia para o transtorno de ansiedade social 
em geral envolve uma combinação de métodos 
comportamentais e cognitivos, incluindo retreinamento 
cognitivo, dessensibilização, treinos durante as sessões e 
uma variedade de recomendações de tarefas de casa. 
 
TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO 
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é 
representado por um grupo diverso de sintomas que 
incluem pensamentos intrusivos, rituais, preocupações e 
compulsões. Essas obsessões ou compulsões recorrentes 
causam sofrimento grave à pessoa. Elas consomem 
tempo e interferem significativamente em sua rotina 
normal, em seu funcionamento ocupacional, em 
atividades sociais ou nos relacionamentos. 
Um indivíduo com TOC pode ter uma obsessão, uma 
compulsão ou ambos. 
Uma obsessão é um pensamento, um sentimento, 
uma ideia ou uma sensação recorrentes ou intrusivos. 
Diferentemente de uma obsessão, que é um evento 
mental, uma compulsão é um comportamento. 
De forma específica, uma compulsão é um 
comportamento consciente, padronizado e recorrente, 
como contar, verificar ou evitar. 
Um indivíduo com TOC percebe a irracionalidade da 
obsessão e sente que tanto ela quanto a compulsão são 
egodistônicas (i.e., comportamentos indesejados). 
DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
Como parte dos critérios diagnósticos do TOC, o DSM-
5 permite aos médicos que indiquem se o TOC do 
paciente é caracterizado por insight bom ou razoável, 
insight pobre ou insight ausente. Pacientes com insight 
bom ou razoável reconhecem que suas ideias do TOC 
definitiva ou provavelmente não são verdadeiras, ou 
podem ou não ser verdadeiras. Os com insight pobre 
acreditam que suas ideias do TOC são provavelmente 
verdadeiras, e aqueles com insight ausente estão 
convencidos de que suas ideias são verdadeiras. 
Indivíduos com TOC com frequência levam suas 
reclamações ao médico, em vez de ao psiquiatra. A 
maioria das pessoas com esse transtorno tem tanto 
obsessões quanto compulsões (até 75%, em alguns 
levantamentos). 
Obsessões e compulsões são as características 
essenciais do TOC. Uma ideia ou um impulso se impõem 
com insistência e de forma persistente na percepção 
consciente da pessoa. Típicas obsessões associadas com 
TOC incluem pensamentos sobre contaminação (“Minhas 
mãos estão sujas”) ou dúvidas (“Esqueci de desligar o 
fogão”). 
Uma sensação de terrível ansiedade acompanha a 
manifestação central, e a característica-chave de uma 
compulsão é que ela reduz a ansiedade associada com a 
obsessão. A obsessão ou a compulsão são estranhas ao 
ego; ou seja, são sentidas como algo fora da experiência 
pessoal do indivíduo como ser psicológico. Não importa o 
quão vívida ou persuasiva seja a obsessão ou a 
compulsão, a pessoa normalmente a reconhece como 
algo absurdo e irracional. A pessoa que sofre das 
obsessões e compulsões, em geral, sente um forte desejo 
de resistir a elas. 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno 
obsessivo-compulsivo 
A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas: 
Obsessões são definidas por (1) e (2): 
1. Pensamentos,impulsos ou imagens recorrentes e 
persistentes que são vivenciados, em algum momento 
durante a perturbação, como intrusivos e indesejados e 
que na maioria dos indivíduos causam acentuada 
ansiedade ou sofrimento. 
2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais 
pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com 
algum outro pensamento ou ação. 
As compulsões são definidas por (1) e (2): 
1. Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, 
organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex., orar, contar 
ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente 
compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de 
acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas. 
2. Os comportamentos ou os atos mentais visam 
prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar 
algum evento ou situação temida; entretanto, esses 
comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão 
realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são 
claramente excessivos. 
Nota: Crianças pequenas podem não ser capazes de 
enunciar os objetivos desses comportamentos ou atos 
mentais. 
 
B. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex., 
tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento 
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento 
social, profissional ou em outras áreas importantes da 
vida do indivíduo. 
C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem 
aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga 
de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. 
D. A perturbação não é mais bem explicada pelos 
sintomas de outro transtorno mental (p. ex., 
preocupações excessivas, como no transtorno de 
ansiedade generalizada; preocupação com a aparência, 
como no transtorno dismórfico corporal; dificuldade de 
descartar ou se desfazer de pertences, como no 
transtorno de acumulação; arrancar os cabelos, como na 
tricotilomania [transtorno de arrancar o cabelo]; beliscar 
a pele, como no transtorno de escoriação [skin-picking]; 
estereotipias, como no transtorno de movimento 
estereotipado; comportamento alimentar ritualizado, 
como nos transtornos alimentares; preocupação com 
substâncias ou jogo, como nos transtornos relacionados a 
substâncias e transtornos aditivos; preocupação com ter 
uma doença, como no transtorno de ansiedade de 
doença; impulsos ou fantasias sexuais, como nos 
transtornos parafílicos; impulsos, como nos transtornos 
disruptivos, do controle de impulsos e da conduta; 
ruminações de culpa, como no transtorno depressivo 
maior; inserção de pensamento ou preocupações 
delirantes, como nos transtornos do espectro da 
esquizofrenia e outros transtornos psicóticos; ou padrões 
repetitivos de comportamento, como no transtorno do 
espectro autista). 
Especificar se: 
Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece 
que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são 
definitiva ou provavelmente não verdadeiras ou que 
podem ou não ser verdadeiras. 
Com insight pobre: O indivíduo acredita que as 
crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são 
provavelmente verdadeiras. 
Com insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo 
está completamente convencido de que as crenças do 
transtorno obsessivo-compulsivo são verdadeiras. 
Especificar se: 
Relacionado a tique: O indivíduo tem história atual ou 
passada de um transtorno de tique. 
Padrões de sintomas 
A apresentação das obsessões e das compulsões é 
heterogênea em adultos e em crianças e adolescentes. Os 
sintomas individuais de um paciente podem se sobrepor e 
mudar com o tempo, mas o TOC tem quatro padrões 
principais de sintomas. 
Contaminação. O padrão mais comum é uma obsessão 
de contaminação, seguida de lavagem ou acompanhada 
de evitação compulsiva do objeto que se presume 
contaminado. O objeto temido costuma ser difícil de 
evitar (p. ex., fezes, urina, pó ou germes). Os 
pacientespodem literalmente arrancar a pele das mãos se 
lavando demais ou não conseguir sair de casa por medo 
dos germes. Apesar de a ansiedade ser a resposta 
emocional mais comum ao objeto temido, vergonha e 
nojo obsessivos também são frequentes. Indivíduos com 
obsessão por contaminação costumam acreditar que ela 
se espalha de objeto para objeto ou de pessoa para 
pessoa com mínimo contato. 
Dúvida patológica. O segundo padrão mais comum é 
uma obsessão de dúvida, seguida de uma compulsão por 
ficar verificando. 
A obsessão costuma implicar algum perigo de violência 
(p. ex., esquecer de desligar o fogão ou de trancar uma 
porta). A verificação pode envolver múltiplas viagens de 
volta para casa para verificar o fogão, por exemplo. Esses 
indivíduos têm dúvidas obsessivas sobre si mesmos e 
sempre se sentem culpados achando que esqueceram ou 
cometeram algo. 
Pensamentos intrusivos. No terceiro padrão mais 
comum, há pensamentos obsessivos intrusivos sem uma 
compulsão. Tais obsessões costumam ser pensamentos 
repetitivos de um ato agressivo ou sexual repreensível 
para o paciente. Os pacientes obcecados com 
pensamentos de atos sexuais ou agressivos podem se 
reportar à polícia ou se confessar a um padre. As ideias 
suicidas também podem ser obsessivas, mas uma 
avaliação cuidadosa sobre os riscos de suicídio deve 
sempre ser feita. 
Simetria. O quarto padrão mais comum é a 
necessidade de simetria ou precisão, que pode levar a 
uma compulsão de lentidão. Os pacientes podem 
literalmente levar horas para terminar uma refeição ou 
fazer a barba. 
Outros padrões de sintomas. Obsessões religiosas e 
acúmulo compulsivo são comuns em pacientes com TOC. 
Puxar o cabelo e roer as unhas de maneira compulsiva são 
padrões comportamentais relacionados ao TOC. A 
masturbação também pode ser compulsiva. 
Exame do estado mental 
Em exames do estado mental, indivíduos com TOC 
podem exibir sintomas de transtornos depressivos. Tais 
sintomas estão presentes em cerca de 50% dos pacientes. 
Alguns com TOC têm traços de caráter que sugerem 
 
transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva (p. ex., 
necessidade excessiva de precisão e arrumação), mas não 
são a maioria. Indivíduos com TOC, especialmente os 
homens, têm maior índice de celibato. Os casados têm 
maior incidência de desacordo matrimonial do que a 
norma. 
TRATAMENTO 
Farmacoterapia 
Os fármacos, alguns dos quais usados para tratar 
transtornos depressivos ou outros transtornos mentais, 
podem ser administrados em sua dosagem habitual. Os 
efeitos iniciais costumam ser vistos após 4 a 6 semanas de 
tratamento, apesar de 8 a 16 semanas normalmente 
serem necessárias para se obter o máximo benefício 
terapêu tico. O tratamento com drogas antidepressivas 
ainda é controverso, e uma proporção significativa de 
pacientes com TOC que respondem a tratamento com 
antidepressivos parece ter recaída se a farmacoterapia for 
descontinuada. 
A abordagem-padrão é iniciar o tratamento com um 
ISRS ou clomipramina e depois passar a outras estratégias 
farmacológicas se as drogas específicas serotonérgicas 
não forem efetivas. 
Terapia comportamental 
Apesar de poucas comparações terem sido feitas, a 
terapia comportamental é tão efetiva quanto as 
farmacoterapias no TOC, sendo que alguns dados indicam 
que os efeitos benéficos são mais duradouros com a 
terapia comportamental. Muitos clínicos, portanto, 
consideram essa terapia o tratamento de escolha para o 
TOC. Ela pode ser conduzida tanto em cenários 
ambulatoriais quanto de internação. As principais 
abordagens comportamentais no TOC são a exposição e a 
prevenção de resposta. Dessensibilização, prevenção de 
pensamentos, inundação, terapia implosiva e 
condicionamento aversivo também foram usados em 
pacientes com TOC. Na terapia comportamental, os 
pacientes devem estar realmente comprometidos com 
sua melhora.

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