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ROTEIRO DE ESTUDOS DIRIGIDO 1. HISTÓRIA DA FILOSOFIA O que é Filosofia? Filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o saber por meio da análise racional. Do grego, o termo filosofia significa “amor ao conhecimento”. Segundo o filósofo Gilles Deleuze (1925-1995), a filosofia é a disciplina responsável pela criação de conceitos. “a questão da filosofia é o ponto singular onde o conceito e a criação se remetem um ao outro.” (Gilles Deleuze) Os principais temas abordados pela filosofia são: a existência e a mente humana, o saber, a verdade, os valores morais e a linguagem. O filósofo é considerado um sábio, sendo aquele que reflete sobre essas questões e busca o conhecimento através da filosofia. Dependendo do conhecimento desenvolvido, a filosofia possui uma gama de correntes e pensamentos. Como exemplos temos: filosofia cristã, política, ontológica, cosmológica, ética, empírica, metafísica e epistemológica. Para que serve a Filosofia? Por meio de argumentos que utilizam a razão e a lógica, a filosofia busca compreender o pensamento humano e os conhecimentos desenvolvidos pelas sociedades. A filosofia foi essencial para o surgimento de uma atitude crítica sobre o mundo e os homens. Ou seja, a atitude filosófica faz parte da vida de todos os seres humanos que questionam sobre sua existência e sobre o mundo e o universo. De tão importante, esse campo do conhecimento tornou-se uma disciplina obrigatória no currículo escolar, bem como foram criadas diversas faculdades de filosofia. Origem da Filosofia: A filosofia tem início na Antiguidade, quando surgem as cidades-estados na Grécia Antiga. Antes disso, o pensamento, a existência humana e os problemas do mundo eram explicados de maneira mítica. Ou seja, as explicações estavam baseadas na religião, na mitologia, na história dos deuses e, até mesmo, nos fenômenos da natureza. Assim, com o surgimento da polis grega, os filósofos, que na época eram considerados enviados dos deuses, começaram a investigar e sistematizar o pensamento humano. Com isso, surgem diversos questionamentos, que até esse momento não possuíam tal explicação racional. O pensamento mítico foi dando lugar ao pensamento racional e crítico, e daí surgiu a filosofia. 2. MITO X FILOSOFIA O Mito Segundo CHAUÍ (1997), um mito é uma narrativa sobre alguma coisa. Origem da palavra mito: • Do grego mythos = mytheto (narrar) + mytheo (designar); • Verdade = poeta/enviado dos Deuses/Revelação divina. O mito narra a origem do mundo e de todas as coisas que nele existem através do seguinte: 1º. Relações sexuais entre forças divinas pessoais. ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CÉSAR FREITAS CASSOL Matéria: Filosofia Professor: Lucas Ramos Aguiar Turma: Aluno: Nota: 2º. Rivalidade ou aliança entre estes deuses que fazem surgir alguma coisa. 3º. Recompensas ou castigos que os deuses dão a quem os desobedecem ou a quem os obedecem. A partir de agora faremos comparações entre as visões mitológicas e filosóficas. 1º. Mito A narrativa é fixa no passado. Filosofia - Tem a preocupação em explicar como e porque, no passado, presente e futuro. 2º. Mito A narração ocorre através de genealogias e rivalidades e alianças entre forças divinas e personalizadas. Filosofia - Explica a produção natural das coisas através de elementos, causas naturais e impessoais (céu, mar Terra). 3º. Mito Não está preocupado em contradições, nem com o fabuloso e nem com o incompreensível, afinal existe confiança religiosa no narrador. Filosofia - Não admite as contradições e muito menos o fabuloso e o incompreensível, tem que haver uma explicação coerente. Na República, o filósofo grego Platão conta a alegoria de uma caverna onde os habitantes, presos de costas para a fonte de luz, apenas veem as suas próprias sombras e as do mundo atrás de si, projetadas na parede em frente. Assim, como desde o nascimento apenas veem as projeções na parede e não a realidade que elas representam, passam a considerar como realidade as sombras que se projetam diante deles. Um desses habitantes consegue se libertar e sair da caverna, ao olhar a realidade iluminada pelo sol ele compreende que até momento ele via projeções na parede. De volta ao meio dos outros habitantes da caverna, passa a ser hostilizado, pois ninguém acredita na experiência que ele teve. Essa alegoria permite muitas interpretações e estudos. Para nós, basta-nos, por agora, aprofundarmo- nos no fato de que Platão, o mundo se desvelaria para nós como sombras, mas há uma realidade superior e permanente no plano da verdade a que certos indivíduos podem alcançar. A filosofia e a ciência permitiriam entrever, na forma de modelos, essas ideias que chegam a nós, no nosso dia a dia, como projeções. Mesmo assim não teríamos chegado ainda a uma resposta aceitável por todos. Muitos chegam a questionar se, de fato, alguém consegue conhecer as ideias “o mundo lá fora”, apenas observando as sombras da realidade. 3. CONSCIÊNCIA MÍTICA A consciência mítica é comunitária, não promove a valorização de discernimentos individuais. (Os mitos representam os anseios humanos essenciais: medo, sucesso, poder e sensualidade). A consciência humana se realiza em uma pluralidade constitutiva que pode ser resumida no seguinte esquema: • CONSCIÊNCIA MÍTICA: A consciência mítica centra-se no conhecimento do mito e das consequências do significado desse conhecimento para o indivíduo na sua relação com o coletivo. Como já vimos, mitos são narrativas e ritos que fazem parte de um povo e que permitem uma explicação da realidade, dando sentido à vida humana. Por meio do mito, explica-se como uma realidade passou a existir em um passado mágico e sagrado. O mito é sagrado porque se origina de uma revelação divina. Por meio dos mitos os antigos fixavam os modelos de todos os seus ritos e atividades que consideravam significativas. • CONSCIÊNCIA RELIGIOSA: Não restam dúvidas da importância da religião na nossa sociedade. A consciência religiosa foi uma das primeiras a surgir e permanece como um forte elemento na construção das identidades. Sua origem associa-se à consciência mítica. Não é fácil, em certos casos, distinguir o que pertence à consciência mítica ou à religiosa. Ambas se sustentam na valorização do sobrenatural – o poder divino. A consciência religiosa faz-nos ter uma relação pessoal com Deus, reconhecendo-nos como indivíduos únicos, que podem se relacionar com uma outra dimensão: a dimensão do sagrado. • CONSCIÊNCIA INTUITIVA: A intuição é um modo de consciência que surge como um saber imediato, um discernimento repentino de uma situação, vista no seu conjunto, um insight. Não se trata, naturalmente, de considerarmos a intuição como instrumento próprio para conhecer a verdade, mas de partir de uma intuição, considerada como verdade provisória, para alcançar verdades científicas por meio da construção de teorias, interpretando essa verdade intuitiva seguindo um raciocínio lógico característico de um método científico. • CONSCIÊNCIA RACIONAL: A consciência racional é a possibilidade de andarmos por dois caminhos: de um lado, vamos da intuição à razão; por outro, do senso comum ao conhecimento racional. Ter razão era, portanto, pensar em falar de modo ordenado, a fim de tornar-se compreensível ao outro. Razão é, desta perspectiva, a capacidade intelectual de pensar e expressar-se de modo claro, calculado, para que os sentimentos e o senso comum não atrapalhem aquilo que, objetivamente, se deseja dizer, é uma maneira de organizar a realidade para torná-la mais compreensível, tanto para nós como para o outro, a quem nos dirigimos. Em outras palavras, a razão acredita existir-se na realidade, confiando que as própriascoisas são racionais em si mesmas. Explicar uma causa é resolver um problema de porque se deu tal efeito, e não outro, em determinado tempo e lugar. A razão admite o acaso e os fatos acidentais, embora, ainda assim, procure uma causa para esse mesmo acaso. 4. PHYSIS, COSMOS, ARCHÉ, LOGOS PHYSIS: Physis significa, no contexto dos primeiros filósofos, o conjunto de todas as coisas naturais que existem. A palavra também significa origem. Como os gregos da época consideravam que tudo o que existe é natural, a physis significa o conjunto de todas as coisas, e “o problema da physis” é a pergunta sobre a origem e a constituição de todas as coisas que existem. COSMOS: Cosmos significa ordem, organização, e é utilizado no contexto dos primeiros filósofos para designar a ordem que existe na physis. Cosmos é o contrário de caos. Os primeiros a usar a palavra cosmos como sinônimo de universo foram os membros da Confraria Pitagórica. ARCHÉ: Arché significa a fonte, a origem e a raiz de todas as coisas da physis, de onde as coisas vêm e para onde vão. Além disso, pode ser compreendida como o princípio de uma coisa, que, embora intangível e indemonstrável, provê as condições de possibilidade da coisa. LOGOS: Logos significa a razão, a linguagem, a palavra. Logos designa a razão humana, o pensamento que busca compreender a physis; mas, pelo menos a partir de Heráclito, logos também pode ser interpretado como a razão universal, fixa e imutável que ordena e organiza todas as coisas particulares e transitórias; o logos, neste sentido, é um princípio cosmológico. Os pré-socraticos e a preocupação com a physis Com frequência se debateu a questão de saber como foi possível à filosofia grega ter começado com os problemas da natureza e não com os relativos ao homem. [...] O ponto de partida dos pensadores naturalistas do séc. VI era o problema da origem, a physis, que deu o seu nome à totalidade do movimento espiritual e forma de especulação que originou. Isto não é injustificado, se tivermos presente o significado originário da palavra grega e não lhe misturarmos a moderna concepção da física. O seu interesse fundamental era, na realidade, o que na nossa linguagem habitual denominamos metafísica. Era a ele que se subordinavam o conhecimento e a observação física. É certo que foi do mesmo movimento que nasceu a ciência racional da natureza. Mas a princípio estava envolta em especulação metafísica e só gradualmente se foi libertando dela. No conceito grego de physis, estavam, indivisas, as duas coisas: o problema da origem – que obriga o pensamento a ultrapassar os limites do que é dado na experiência sensorial – e a compreensão, por meio da investigação empírica, do que deriva daquela origem e existe atualmente. Era natural que a tendência inata dos Jónios – grandes exploradores e observadores – para a investigação levasse as questões até ao maior aprofundamento, onde aparecem os problemas últimos. É natural também que, uma vez posto o problema da origem e essência do mundo, se desenvolvesse progressivamente a necessidade de ampliar o conhecimento dos factos e a explicação dos fenómenos particulares. [...] Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram ao serviço do seu problema último – da origem e essência das coisas – as observações empíricas que do Oriente receberam e enriqueceram pelas suas próprias, bem como no modo de submeter ao pensamento teórico e causal o reino dos mitos fundado na observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo. É neste momento que assistimos ao aparecimento da filosofia científica. É este, porventura, o feito histórico da Grécia. É certo que foi só gradual a sua libertação dos mitos. Porém, o simples facto de ter sido um movimento espiritual unitário, conduzido por uma série de personalidades independentes, mas em íntima e recíproca ligação, já demonstra o seu carácter científico e racional. A conexão do nascimento da filosofia naturalista com Mileto, a metrópole da cultura jónica, torna-se clara, se se reparar que os seus três primeiros pensadores – Tales, Anaximandro e Anaxímenes – viveram no tempo da destruição de Mileto pelos Persas (princípios do séc. V). Tão evidente como a súbita interrupção dum elevado florescimento espiritual de três gerações, pela irrupção brutal dum destino histórico exterior, é a continuidade do trabalho de investigação e do tipo espiritual desta magnifica série de grandes homens, um pouco anacronicamente designados de “escola milesiana”. O modo de propor e resolver os problemas segue nos três a mesma direção. Abriram o caminho e forneceram os conceitos fundamentais à física grega de Demócrito até Aristóteles. ATIVIDADES 1. O que você entendeu como filosofia? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 2.Cite as correntes e pensamentos da filosofia. __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 3. Para o que serve a filosofia? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 4. Onde se originou a filosofia? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 5. Defina mito. __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 6. O que o mito narra? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 7. O que Platão quis falar sobre o mito da caverna? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 8. Defina com suas palavras o que é: a) Consciência mítica: __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ b) Consciência religiosa: __________________________________________ __________________________________________ c) Consciência intuitiva: __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ d) Consciência racional (científica e filosófica): __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ 9. As palavras deste caça palavras estão escondidas na horizontal, vertical e diagonal, sem palavras ao contrário, encontre-as e marque abaixo: BONS ESTUDOS!!!
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