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ANESTESIA EM PACIENTES ESPECIAIS

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Pacientes cardiopatas 
Eletrocardiograma 
 
Detecta bradiarritmias 
 - bloqueios atrioventriculares, parada 
sinusal, bradicardia sinusal, parada atrial 
Detecta taquiarritmias 
 - taquicardia ventricular ou 
supraventricular (átrios), fibrilação atrial, 
taquicardia por dor ou hipertireoidismo 
 - acarretam menor tempo de 
preenchimento ventricular 
 
Radiografia torácica 
 
Índice cardiotorácico: medida do tamanho 
vertebral cardíaco 
 - medem-se os eixos longo e curto do 
coração, com extrapolação da medida em 
número de vértebras 
 
 
 
Soma dos eixos – valores normais: 
Cães: 8,5 – 10,5 
Gatos: 6,9 – 8,1 
>11,5 a 12,0: risco de falência cardíaca 
congestiva 
 
Ecocardiograma 
 
Padrão ouro 
Mede dimensão das câmaras cardíacas e 
detecta: 
 - hipertrofias excêntricas com sobrecarga 
de volume → endocardiose da valva mitral, 
cardiomiopatia dilatada e persistência de duto 
arterioso 
 - hipertrofias concêntricas com diminuição 
das câmaras → cardiomiopatia hipertrófica 
felina, hipertensão sistêmica e estenose 
subaórtica 
Manutenção do débito cardíaco e perfusão 
tecidual 
 
 
 
 
 
 
Doença valvar que afeta cães de pequeno 
porte 
Ocorre sobrecarga do VE + AE 
*valva insuficiente: VE manda sangue pra 
aorta e pro átrio (há refluxo) 
 
Terapia 
• Diuréticos: ↓ pré-carga 
• Fenotiazínicos: ↓ pós-carga 
(vasodilatação) 
• Opioides, etomidato: manutenção da FC 
*FC não pode aumentar, senão aumenta a 
regurgitação 
• Manutenção da inalatória superficial 
 Realizar bloqueio local + anestesia multimodal 
 
 
Pré-carga: sangue que chega no coração 
(volemia) 
Pós-carga: vasoconstrição ou vasodilatação 
(resistência vascular) 
 
 
 
Dilatação de câmaras que afeta cães de 
grande porte 
Ocorre arritmia e fibrilação atrial 
 - coração não bombeia e acumula sangue 
→ dilata 
 
Terapia 
• Lidocaína: corrige arritmias 
• Opioides vagomiméticos (fentanil, 
metadona): ↓ FC → maior tempo de 
preenchimento ventricular 
 
 
Disfunção diastólica que afeta gatos 
 - há preenchimento ventricular reduzido 
devido à hipertrofia concêntrica 
Terapia 
• Beta-bloqueadores (atenolol): ↓ FC 
• Bloqueadores de canais de Ca++ 
(diltiazem) 
• Opioides, benzodiazepínicos, etomidato 
 
Coração não consegue contrair devido à 
compressão do pericárdio 
Anestesia para pericardiocentese 
 
Terapia 
• Cetamina: efeitos simpaticomiméticos 
 - facilita bombeamento do sangue 
• Opioides 
• Cuidado na ventilação mecânica: 
↓ volumes, ↓ pressão inspiratória, ↑ da 
frequência respiratória 
 
Necessária correção de distúrbios eletrolíticos 
antes da anestesia (excesso de potássio – 
doentes renais, obstrução) 
Se necessário anestesiar: 
• Acepromazina + opioides (doses baixas) 
• Propofol, etomidato: indutores com 
mínimas alterações cardiovasculares 
• Bolus de lidocaína (indução + IC) 
• Evitar uso de alfa-2-agonistas 
(bradicardia) 
 
 
 
 
Inotrópicos, vasoativos 
 
Receptor DA-1: vasodilatam arteríolas renais 
→ melhoram circulação renal 
 
*RPT: resistência periférica total → 
vasodilatador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pacientes hepatopatas 
Eliminação de bactérias da circulação portal + 
resposta imune, inflamatória → tendência à 
infecção (antibiótico preventivo) 
Homeostase da glicose → dosar glicemia 
Produção de albumina → diminuir doses 
Produção de fatores da coagulação → ter 
bolsa de sangue 
Biotransformação de fármaco + excreção de 
subprodutos metabólicos → há aumento do 
tempo do fármaco na circulação 
 
• Anorexia 
• Icterícia 
• Ascite 
• Diarreia + desidratação 
• Fadiga 
• Poliúria + polidipsia 
• Sintomas neurológicos (encefalopatia 
hepática) 
 
 
Enzimas hepáticas no soro 
A dosagem das enzimas aumenta 
 - lesão nos hepatócitos → enzimas 
extravasam para o sangue 
 
• Alanina aminotransferase (ALT) 
• Aspartato aminotransferase (AST) 
• Fosfatase alcalina (FA) 
• g-glutamil transpeptidase (GGT) 
Disfunção hepática: menor produção de 
albumina, glicose, ureia, fatores de coagulação 
 
• Acompanhar níveis enzimáticos 
• Testes de coagulação 
• Mensuração da glicemia 
• Dosagem de albumina 
 
Opioides 
Evitar: morfina*, meperidina 
 - ↑ liberação de histamina 
 - ↓ Resistência Vascular Sistêmica 
 - ↓ fluxo sanguíneo hepático 
 -*causa constrição do esfíncter de Oddi 
Utilizar: opioides de meia vida curta: 
• Fentanil + Remifentanil*: infusão contínua 
segura 
*eliminação por esterases plasmáticas - super 
rápida 
 
Tranquilizantes, sedativos 
Evitar: Acepromazina 
 - hipoalbuminemia → acarreta hipovolemia 
+ hipotensão (agrava hipotensão) 
 - afeta agregação plaquetária 
Utilizar: benzodiazepínicos 
 - podem ser utilizados, mas dependem da 
metabolização hepática 
 - não usar em encefalopatia hepática (EH) 
Flumazenil: reverte sinais neurológicos da EH 
Alfa-2 agonistas 
Evitar 
Diminuem débito cardíaco (50%) → 
reduzem fluxo sanguíneo hepático 
 
Anestésicos dissociativos 
Utilizar com cautela 
 - apenas animais agressivos 
Diminuem fluxo sanguíneo hepático 
Cuidado: evitar associar com BZD 
 
Anestésicos gerais 
Propofol: mantém perfusão hepática; possui 
parte de metabolismo extra-hepático 
Tiopental: alta metabolização hepática; 
indução enzimática no fígado (↑ enzimas 
hepáticas) 
Etomidato: hemólise pode sobrecarregar o 
fígado pela metabolização da hemoglobina 
 
Melhor opção pra hepatopatas 
 - sem metabolização hepática 
*exceção: halotano 
Seguros, em planos adequados 
 
Anestésicos locais 
Utilizar sempre que possível 
 - ↓ dose de outros fármacos 
Recuperação tranquila com analgesia 
Sem liberação de catecolaminas 
Llidocaína, bupivacaína: efeito mais 
prolongado 
Pacientes nefropatas 
Funções urinárias 
• Filtração → proteinúria 
• Reabsorção → déficit eletrolítico 
• Secreção → acúmulo de ureia 
Manutenção dos equilíbrios hidroeletrolítico e 
ácido-básico → perdida 
Excreção de dejetos → acúmulo de ureia 
Secreção de hormônios → ↓ eritropoetina 
→ anemia 
 
• Perda de peso crônica 
• Anorexia 
Devido intoxicação por amônia e gastrite 
• Poliúria/polidipsia 
• Caquexia 
• Sinais neurológicos (encefalopatia 
urêmica) 
 
 
Enzimas urinárias no soro 
• Ureia 
• Creatinina 
É a primeira alterada na doença renal (quando 
75% dos néfrons estão afuncionais) 
Outros exames: densidade urinária, débito 
urinário (1-2 mL/kg/h) 
Opioides 
Evitar: morfina, meperidina 
 - formam metabólitos ativos 
 - ↑ tempo de ação 
 - liberação de histamina → afeta perfusão 
renal 
Utilizar: opioides de meia vida curta: 
• Fentanil + Remifentanil: infusão contínua 
segura 
Tranquilizantes e sedativos 
Cuidado: fenotiazínicos 
 - duração prolongada 
 - vasodilatação periférica → hipotensão 
 - mantém fluxo renal (doses baixas) 
 - proteção renal contra isquemia 
 - contraindicados em lesões agudas 
Cuidado: benzodiazepínicos 
 - duração prolongada 
 - reduzir doses 
Diazepam: veículo (propileno glicol) é 
nefrotóxico → lesiona túbulos renais 
 
Alfa-2 agonistas 
Evitar 
Reduzem fluxo sanguíneo renal 
Dexmedetomidina: protege o rim da isquemia 
(uso em animal agressivo) 
 
Anestésicos dissociativos 
Evitar 
 - apenas animais agressivos 
Aumento do fluxo renal e resistência vascular 
Dependem de excreção renal 
Anestésicos gerais 
Propofol: efeitos mínimos sobre o fluxo 
sanguíneo renal e filtração glomerular 
Tiopental: aumento da resistência vascular 
sistêmica e alta ligação com proteínas 
Etomidato: veículo (propileno glicol) é 
nefrotóxico 
 - porém traz estabilidade cardiovascular 
 
Usar com cuidado – evitar hipotensão 
Efeitos circulatórios dose-dependentes 
 - causam bastante alteração da PA → 
afetam perfusão 
Sevofluorano: composto A 
 
Anestésicos locais 
Utilizar sempre que possível 
 - ↓ dose de outros fármacos 
Recuperação tranquila com analgesia 
Sem liberação de catecolaminasManter pressão arterial: 
 - utilizar infusão de dopamina ou 
dobutamina, caso necessário 
Dopamina → 1 - 10 mg/kg/min 
Dobutamina → 0,5 - 20 mg/kg/min 
 - utilizar manitol associado à fluidoterapia 
 Ajuda rim a receber mais fluxo 
Bolus de 500 mg/kg + 
infusão 1 mg/kg/min 
 
Gestante + neonato 
Maior casuística: cesarianas 
Fatores que aumentam probabilidade dos 
filhotes nascerem vivos: 
 - cirurgia não emergencial 
 - raça não braquicefálica 
 - máximo de quatro filhotes por fêmea 
 - não usar xilazina 
 
• Analgesia 
• Oxigenação 
• Mínima depressão cardiovascular 
• Rápida recuperação anestésica 
 
• Oxigenação 
• Mínima depressão cardiovascular 
 
• Relaxamento muscular 
• Imobilização da paciente 
 
• Fêmea com ↑ DC e volemia 
• ↓ hematócrito 
• Necessária manutenção da PA 
 - fêmea faz hipotensão 
• Aumento da demanda de O2 
• Aumento do volume-minuto 
Necessária ↑ ventilação + intubação rápida 
• Diminui requerimento de anestésicos 
Progesterona, endorfina possuem efeitos 
sedativos 
↓ doses 
• Predisposição a refluxo gástrico (devido 
à compressão visceral) 
 
Jejum normal 
 
Sedativos, tranquilizantes 
Não utilizar 
 - apenas em animais agitados 
 - duração alta → eliminação demorada 
• Acepromazina: depressão fetal 
• Benzodiazepínicos: depressão neonatal 
• Xilazina: depressão cardiorrespiratória 
• Detomidina: 20 a 60 mcg/kg em éguas 
• Alfa-2-agonistas + dissociativos: 
alterações cardiorrespiratórias (fatais) 
 
Opioides 
Evitar 
 - cruzam placenta, causam depressão 
ventilatória 
Butorfanol, buprenorfina → menor 
depressão 
Se utilizar: 
 - no início da cirurgia: ter naloxona, nalorfina 
em mão para usar nos neonatos (veia 
umbilical) 
 - preferencialmente: usar opioide apenas 
quando último filhote for retirado 
 
Cuidado: apneia na indução 
Tiopental: evitar 
 - depressão central e respiratória dos 
neonatos – revertida em dose inferior a 4 
mg/kg 
Propofol: cruza placenta – mas feto elimina 
rapidamente 
 - IC segura, se não for duradoura 
Etomidato: estabilidade cardiovascular 
 - mas não pode repetir aplicação → 
melhor não usar, não é pratico 
Induz mioclonia 
Animais sem MPA sentem dor quando 
administrado IV 
 
Depressão fetal dose-dependente 
Melhor usar propofol 
 - depois que tirar último feto pode ligar 
inalatória 
 
Epidural: cuidado, lidocaína deprime o feto 
 - usar baixas doses, diluídas 
Cálculo de volume total: diminuir o peso 
 - pois deve-se desconsiderar o peso dos 
fetos 
 
Exteriorização do útero deve ser lenta e 
gradual 
 - pode haver síndrome de reperfusão: 
útero está vasoconstrito, produzindo radicais 
livres → quando tirado para fora rapidamente, 
vasodilata e libera todos radicais livres 
Síndrome supina: há problema respiratório 
com decúbito dorsal → hipoxemia 
 
Equinos 
Potro não sobrevive (morre 40 min após 
distocia) 
Égua gestante: faz-se anestesia normal, sem 
preocupação com o feto 
 - detomidina + butorfanol (MPA) 
 - cetamina 2,2 mg/kg + diazepam 0,08 
mg/kg (Indução) 
 - isofluorano ou sevofluorano 
 - 100% oxigênio 
Reduzir doses 
 
Neonatos 
1. Limpeza de anexos na cabeça do 
neonato 
2. Ordenha do cordão umbilical em 
direção ao feto e ligadura 
3. Limpeza da cavidade oral e nasal 
(sucção) 
4. Massagem suave do neonato com 
compressa -> secagem, estimulo da 
respiração 
5. Fluxo de oxigênio 100%, mascara, 
incubadora 
6. Glicose (0,1 – 0,5 mL de glicose 2,5% 
VO) 
7. Doxapram: estimulante respiratório (1 
– 5 mg ou gotas em cães, 1 – 2 mg 
ou gotas em felinos) 
 
Avaliação da viabilidade 
fetal 
 
Reflexo de flexão e resposta a dor 
 - aperta-se a mão, neonato deve retirar 
levemente 
Reflexo anogenital (micção, defecação) 
 - massageia-se ânus, órgão genital 
 
Reflexo magno 
 - flexion-se um membro, neonato deve 
esticar o outro 
Reflexo de sucção 
 - colocar dedo e ver se há sucção 
 
 
 
Fetos mortos 
Protocolo de acordo com anestesista 
 - reduzir doses, medicações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Helena D. C. Bandas

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