Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CARACTERIZAÇÃO DOS DOMÍNIOS DA GLICOPROTEÍNA ASSOCIADA À MICROFIBRILA (MAGP-‐1) IMPORTANTES NA TROMBOGÊNESE Fabiana Uno de Souza, Tallita Vassequi da Silva, Claudio Chrysostomo Werneck Departamento de Bioquímica – InsDtuto de Biologia – Laboratório de Fibras ElásDcas Agência Financiadora: Pibic-‐CNPq Palavras-‐chave: MAGP-‐1 -‐ Trombogênese -‐ Microfibrila . INTRODUÇÃO As fibras elásDcas são importantes componentes de tecidos que estão sob constante estresse mecânico, sendo compostas primordialmente por elasDna e microfibrilas. A Glicoproteína associada à microfibrila-‐1 (MAGP-‐1) é idenDficada como parte integrante da rede de microfibrilas, embora suas funções intracelulares e extracelulares ainda não tenham sido elucidadas. UDlizando os camundongos nulos para MAGP-‐1 em ensaios de trombose arterial, foi possível verificar que a ausência de MAGP-‐1 leva a uma deficiência na trombogênese e ainda, que a injeção prévia de MAGP-‐1 recombinante corrige esta deficiência, levando ao tempo normal de formação do trombo. Esta aDvidade pró-‐trombóDca da MAGP-‐1, pelo menos em parte, pode ser obDda uDlizando um pep`deo encontrado na região C-‐terminal que apresenta dois resíduos de valina na sua porção central. O objeDvo desse projeto é a obtenção de formas mutantes de MAGP-‐1 nestes resíduos de valina e a caracterização de seu papel na trombogênese arterial através do estudo da interação da MAGP-‐1 com proteínas importantes no processo de coagulação sanguínea/trombose, bem como a avaliação “in vivo” dos efeitos destas formas mutantes uDlizando camundongos deficientes em MAGP-‐1 e animais selvagens. MÉTODOS O processo de mutagênese completo levou à obtenção de duas mutações pontuais sequenciais na região C-‐terminal da molécula MAGP-‐1. O produto do processo de PCR (Polymerase chain reacDon) foi transformado em células supercompetentes Max Efficiency. TM. DH5αTM (Invitrogen) e plaqueado em meio semi-‐sólido. As colônias submeDdas à reação de sequenciamento cujo resultado mostrou-‐se posiDvo para a mutação de interesse foram uDlizadas na transformação de células M15, com subsequente cultura em presença de anDbióDcos seleDvos (ampicilina 100ug/ml e kanamicina 25ug/ml) e indução de expressão com IPTG (concentração final 5mM). O processo de purificação em coluna uDlizando resina de NTA-‐Níquel (ácido nitrilo tri-‐acéDco) foi realizado de acordo com as instruções do fabricante (QIAGEN). Para determinar as possíveis interações entre a proteína de interesse mutada nos processos trombóDcos em camundongos selvagens (C57BL6) e deficientes (MAGP-‐/-‐), realizou-‐se a injeção de proteína MAGP-‐VG1 (com dupla mutação) em ambas as linhagens (50ug/kg de peso do animal) e procedeu-‐se com a determinação do tempo de oclusão através de modelo fotoquímico de trombose arterial. RESULTADOS E DISCUSSÃO O processo de mutagênese culminou na subsDtuição sequencial de um aminoácido alvo, Valina, por um segundo, Glicina, sem que houvesse outras alterações detectáveis no restante da sequência geral da molécula. Figura 1.Ssequências de DNA correspondentes ao vetor pQE30-‐MAGP-‐1 selvagem (A) que foi submeDdo ao processo de mutagênese síDo dirigida apresentando a primeira mutação em (B) e a dupla mutação em (C). Em destaque, nota-‐se a alteração dos nucleo`deos alvo resultando na subsDtuição inicial de um aminoácido em VG2 (B), seguido de uma dupla subsDtuição em VG1 (C). O padrão de bandas obDdo a parDr de eletroforese em gel de poliacrilamida corresponde ao de uma proteína de massa molecular aparente de 32kDa, o que coincide com o padrão de massa molecular também observado na forma proteica selvagem (figura 2). Figura 2. (A) MAGP bovina com mutação VG1. em gel de poliacrilamida 10%, após transformação em células M15[pREP4] e indução de expressão protéica. Amostras submeDdas à indução com IPTG (5mM) evidenciadas por bandas escuras com aproximadamente 37kDa (a, c, e, g), enquanto amostras não induzidas (b, d, f) não apresentam banda significante O tempo de oclusão mensurado para animais selvagens que receberam a solução placebo é muito semelhante àquele observado para animais que receberam a proteína mutada VG1, não havendo ação aparente da molécula. De maneira semelhante, não há evidência de recuperação do tempo de oclusão nos testes envolvendo animais deficientes (Figura 3). Figura 3. Tempo de formação de trombo arterial (em minutos) em camundongos selvagens (C57BL6) e deficientes para a proteína MAGP-‐1. Observa-‐se resultados correspondentes à resposta desses grupos à injeção de solução placebo e de proteína MAGP-‐1 mutante (VG1). CONCLUSÃO Os dados obDdos pelo modelo de trombose (Figura 3), demonstram que VG1 não atuou recuperando o tempo de oclusão normal (função que é desempenhada por sua forma selvagem), indicando que, provavelmente, a região na qual induziu-‐se as mutações pontuais desempenha papel importante na sua aDvidade pró-‐trombóDca. 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0 140.0 MAGP1+/+ MAGP1+/+ VG1 MAGP1-‐/-‐ MAGP1-‐/-‐ VG1 MAGP-‐/-‐ MAGP-‐1 REFERÊNCIAS 1. Davis,E. C. (1994) J Cell Sci 107 ( Pt 3), 727-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐736 2. Segade, F., Trask, B. C., Broekelmann, T. J., Pierce, R. A., and Mecham, R. P. (2002) J Biol Chem 277, 11050-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐-‐11057 3. Werneck, C. C., Vicente, C. P., Weinberg, J. S., Shifren, A., Pierce, R. A., Broekelmann, T. J., Tollefsen, D. M., and Mecham, R. P. (2008) Blood.
Compartilhar