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1 
 
 
CONTINUOUS BENEFIT (BPC): ITS IMPACTS ON BENEFICIARIES' LIFE 
 
 
UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DE FEIRA DE SANTANA 
FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA 
 
 
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA-(BPC): SEUS IMPACTOS NA VIDA 
DOS BENEFICIÁRIOS 
 
 
 
JACQUELINE DE FREITAS SOARES FERRAZ DO AMARAL 
Graduando do Curso de Serviço Social da Unidade de Ensino 
Superior de Feira de Santana (UNEF) – Polo Itambé-BA 
 
EDUARDO ANTONIO PEDREIRA PAIVA 
A.S. Me. Orientador, Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana (UNEF) 
 
RESUMO 
O presente trabalho tem como objetivo analisar, mediante pesquisa bibliográfica, os 
impactos do Benefício de Prestação Continuada na vida dos beneficiários, toda a sua 
trajetória desde seu surgimento, e uma breve retrospectiva aos fatos que antecederam o seu 
surgimento. Aspectos sobre os direitos que assistem o público alvo desse benefício, que é a 
população idosa e as pessoas com deficiência também serão analisados. Deste modo, 
buscou evidenciar o debate sobre as dificuldades de acesso e os impactos na vida do 
beneficiário, adotando método de pesquisa qualitativa, com base na Constituição Federal, 
leis e normativos pertinentes, livros e obras publicadas até chegar à discussão da 
problemática do estudo que é o BPC. 
Palavras- chave: Seguridade Social, Assistência Social, Benefício de Prestação 
Continuada. 
ABSTRACT 
The present work aims to analyze, through bibliographical research, the impacts of the Benefit 
of Continued Provision in the lives of beneficiaries, its entire trajectory since its inception, as 
well as a brief retrospective of the facts that preceded its emergence. Aspects about the rights 
that assist the target public of this benefit, which is the elderly population and people with 
disabilities will also be analyzed. In this way, it sought to highlight the debate on the 
difficulties of access and the impacts on the life of the beneficiary, adopting a qualitative 
research method, based on the Federal Constitution, relevant laws and regulations, books and 
published works, until reaching the discussion of the problem of the study that is the BPC. 
Keywords: Social Security, Social Assistance, Continuous Cash Benefit. 
 
 2 
 
1 INTRODUÇÃO 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
poderes públicos e da sociedade destinado a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência social e à assistência social (BRASIL, 1988). Parte do trinômio da seguridade 
social no Brasil, a assistência social é considerada um direito social, será prestada a quem 
dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social (BRASIL, 1988; 
1993; BOSCHETTI, 2002). A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é 
política de seguridade social não contributiva, que deve prover os mínimos sociais, 
realizadapor meio de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, 
para garantir o atendimento às necessidades básicas (BRASIL, 1993). É a partir desse 
marco regulatório que todas as legislações que fundamentam as principais políticas de 
assistência social do Brasil vão se basear (BOSCHETTI, 2002; 2006). 
A instituição do BPC no Brasil foi realizada pela Constituição Federal de 1988 
(CF/1988), artigo 203, inciso V, regulamentada em 1993 pela Lei Orgânica da Assistência 
Social – LOAS (Lei n
0
. 8.742, de 07 de dezembro de 1993), complementada e retificada 
pelo Decreto Federal n
0
. 1.744, de 08 de dezembro de 1995, pela Medida Provisória n
0
. 
1.426/1996, posteriormente Lei n
0
. 9.720, de 30 de novembro de 1998 (BRASIL, 2007d). 
Hoje, o BPC está regulamentado pelos Decretos n
0
. 6.214, de 26 de setembro de 2007, e n
0
. 
6.564, de 12 de setembro de 2008. O BPC substituiu a Renda Mensal Vitalícia (RMV) que, 
no âmbito da previdência social, concedeu entre 1975 e 1996 uma renda a pessoas idosas e 
com deficiência que comprovassem sua incapacidade para o trabalho. É um benefício 
operacionalizado pelo INSS e financiado com recursos do Fundo Nacional de Assistência 
Social – FNAS (BOSCHETTI, 2006). 
O presente trabalho científico terá por finalidade a realização de um estudo sobre o 
Benefício de Prestação Continuada e seus impactos na vida dos beneficiários. 
Nesse sentido, o problema desse estudo se propôs conhecer os impactos do BPC na 
vida dos beneficiários. O BPC será a solução dos problemas financeiros dos idosos e 
deficientes, ou apenas um paliativo. Sendo considerado um direito individual, o Benefício de 
Prestação Continuada (BPC) encontra previsto nas leis que determinam as políticas de 
assistência social. Desse modo, além de estar previsto no Artigo 203 da Carta Magna de 
1988, tem sua regulamentação descrita na Lei 8.742/93 conhecida como Lei Orgânica da 
 3 
 
Assistência Social (LOAS). 
Presumindo teoricamente uma possível resposta ao problema enumerou-se como 
pressuposto: O BPC é um benefício da Política de Assistência Social, que integra a Proteção 
Social Básica no âmbito do Sistema único de Assistência Social-SUAS e para acessá-lo não 
é necessário ter contribuído com a Previdência Social. É um benefício individual, não 
vitalício e intransferível, que assegura a transferência mensal de 1(um) salário mínimo ao 
idoso, com 65(sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com deficiência, de qualquer idade, 
com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os 
quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva 
na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
Concordantemente, o objetivo geral selecionado foi: Analisar e dissertar sobre o 
Benefício de Prestação Continuada e seus impactos na vida dos beneficiários. Nos objetivos 
específicos foram determinadas as fases de investigação, sendo elas: Pesquisar como os 
beneficiários acessam e obtém conhecimento sobre o benefício, identificar como o benefício 
está sendo utilizado pelo beneficiário e investigar se o benefício vem oferecendo mudanças 
na vida dos beneficiários. 
Assim sendo, o presente artigo será dividido em 4 unidades temáticas. Na primeira 
unidade observará questões conjunturais, tais como a Assistência Social, a Constituição 
Federal de 1988, a Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS, a Política Nacional de 
Assistência Social – PNAS e a Norma Operacional Básica- NOB/SUAS, onde o Benefício 
de Prestação Continuada está previsto como benefício assistencial, que compreende a 
provisão de 1 (um) salário mínimo destinado ao idoso, a partir dos 65 anos e a pessoa 
portadora de deficiência que não tenha condições de prover sua sobrevivência. 
A segundo unidade temática consiste em reflexões sobre BPC, esclarecendo sua 
origem e fazendo um levantamento da trajetória da operacionalização do BPC, com o intuito 
de recuperar a construção das orientações normativas do caminho operativo do benefício 
desde a sua origem até o ano de 2010 e, dessa forma, poder traçar os elementos constitutivos 
da lógica sustentadora deste caminho. O capítulo dois também verifica o requisito de 
miserabilidade em relação ao BPC presente na LOAS, e procura identificar quais são os 
benefícios assistenciais na Lei 8.742/93. 
A terceira unidade temática explicita-se a seguridade social no que compete nos seus 
 4 
 
desdobramentos em assistência social, previdência social e saúde, apresentando rapidamente 
as características de cada elemento, como histórico, conceito e princípios. Nesse capítulo, 
apresentamos um breve histórico da SeguridadeSocial e Previdência Social nas 
contribuições brasileiras, ao longo do tempo, até a atual Constituição Federal de 1988, o 
amplo conceito de seguridade social e os princípios adotados por ela e que até então a 
regem. 
Na quarta unidade temática busca conhecer o trabalho do/a assistente socialno 
âmbito do INSS. Inicialmente, acordaremos sobre Serviço Social Previdenciário a partir da 
década de 1940, em seguida abordaremos quais as principais mudanças provocadas no 
processo de acesso ao BPC com a utilização da avaliação social realizada pelo Serviço 
Social nas agências do INSS, discutiremos as dificuldades e os desafios postos aos 
assistentes sociais no processo de avaliação social em relação as questões éticas, materiais e 
técnicas do trabalho profissional, considerando as condições de trabalho, os princípios 
ético-políticos do Serviço Social. 
Pondere-se, que a pesquisa em questão aprecia um tema relevante para as ciências 
sociais aplicadas com o objetivo de tornar mais evidente as questões que dizem respeito aos 
beneficiários do Benefício de Prestação Continuada, o instrumento de pesquisa foi 
primordial, uma vez que possibilitou conhecer e observar as diferentes realidades que se 
apresentam. 
Esta pesquisa tem uma importância justificada, até mesmo pelo tema escolhido 
Benefício de Prestação Continuada e seus impactos na vida dos beneficiários. Aliado ao 
crescimento do número de pessoas que recebem o Benefício de Prestação Continuada em 
todo o Brasil, este benefício constitui-se no único benefício assistencial previsto na 
Constituição Federal de 1988, sendo que o maior aporte de recurso do FNAS (Fundação 
Nacional de Assistência Social) é destinado ao pagamento do Benefício de Prestação 
Continuada. 
Este estudo tem ainda relevância social, uma vez que consegue atingir uma parcela 
da população brasileira que se encontra desprovida de direitos, pois vários brasileiros não 
possuem condições de contribuir com o sistema previdenciário, e com o Benefício de 
Prestação Continuada uma vez que atendam aos critérios de concessão podem acessar 
facilmente o mesmo e assim ter acesso a renda. 
 5 
 
A causa da escolha desta temática definiu-se por meio da prática de estágio curricular 
realizado no CRAS Felipe Achy na cidade de Itambé-BA, no período de 14 de setembro a 
09 de novembro de 2021 e posteriormente de 04 de abril a 30 de maio de 2022. As 
atividades desenvolvidas no CRAS, dentre elas, a de orientação e encaminhamento do BPC, 
despertou-me para o estudo da trajetória histórica do referido benefício e suas contradições. 
Na obsernação empírica constatou-se que o BPC possui caráter extremamente focalista e se 
restringe as pessoas de extrema vulnerabilidade social, sendo assim, negando o direito 
universal assegurado através da Constituição Cidadã e ferindo a concepção de direito em sua 
plenitude. 
Para alcançar o desiderato científico proposto, será utilizada a metodologia de ampla 
pesquisa bibliográfica, adotando o método de pesquisa qualitativa, com base na Constituição 
Federal, Leis, Decretos, Portarias, Instruções Normativas, também foram coletados dados de 
artigos, livros e obras publicadas relacionadas ao tema para explanar entendimentos, 
pareceres e interpretações sobre a metodologia de análise e conceitos que norteiam a LOAS, 
e suas mudanças no decorrer dos anos. 
 A metodologia é o “caminho pelo qual o pesquisador se guia para ter 
aproximações sucessivas da realidade” (BEHRING e BOSCHETTI, 2006, p. 42), com a 
intenção de compreendê-la e desvendá-la. Este trabalho parte desta concepção de 
metodologia que é orientada pela “contribuição da tradição marxista” (BEHRING e 
BOSCHETTI, 2006, p. 36) para a abordagem da política social, que promoveu uma 
guinada do ponto de vista da relação sujeito-objeto: 
uma perspectiva relacional, numa análise das políticas sociais como 
processo e resultado de relações complexas e contraditórias que se 
estabelecem entre Estado e sociedade civil, no âmbito dos conflitos e luta 
de classes que envolvem o capitalismo e recusa a utilização de enfoques 
restritivos ou unilaterais, comumente presentes para explicar sua 
emergência, funções ou implicações (BEHRING e BOSCHETTI, 2006, p. 
36). 
Para realizar esta pesquisa, buscamos seguir os passos de Netto (2009) que aponta três 
momentos importantes no processo de pesquisa. Em primeiro lugar, o profissional 
necessita possuir uma visão global da dinâmica social concreta, precisa conjugar o 
conhecimento do modo de produção capitalista com a sua particularização na nossa 
sociedade. Após, o autor afirma que é preciso encontrar as principais mediações que 
vinculam o problema específico que se ocupa com as expressões gerais assumidas pela 
 6 
 
“Questão Social” no Brasil contemporâneo e com as várias políticas sociais que se 
propõem a enfrentá-las. E por fim, o autor afirma que o profissional deve apropriar-se 
criticamente do conhecimento existente sobre o problema específico com o qual se ocupa, 
sendo necessário dominar a bibliografia teórica, a documentação legal, a sistematização de 
experiências, as modalidades das intervenções institucionais e instituintes, as formas e 
organizações de controle social, o papel e o interesse dos usuários e dos sujeitos coletivos 
envolvidos. 
 Ademais, nas fases dessa pesquisa utilizou-se as Técnicas da Pesquisa Bibliográfica, 
conservando-se as palavras e idéias dos autores por meio da citação direta e da paráfrase. 
O resultado desse trabalho cientifíco contribuíu para dar maior visibilidade aos 
beneficiários, a fim de que toda população possa saber da existência desse benefício. 
Sensibilizando os leitores de que toda política social precisa ser acompanhada desde sua 
formulação, prevendo a avaliação do processo de implantação, compreendendo suas 
dificuldades e potencialidades. A perspectiva principal desta pesquisa é a valorização dos 
beneficiários do Benefício de Prestação Continuada. 
 7 
 
2. A ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA E SEU PERCURSO HISTÓRICO 
Durante longos anos, a assistência social no Brasil e no mundo, teve sua origem 
marcada por um caráter assistencialista, aliando seu percurso a filantropia, a caridade, e 
solidariedade religiosa. Fortemente ligado a Igreja, tinha suas atividades de assistência 
social ligadas ao recolhimento de esmolas, tutelando e controlando determinados grupos 
assistidos pautando seus atendimentos nas questões de higiene e saúde (BRASIL, 2010).É a 
parte mais extensa do trabalho e pode ser organizada em seções e subseções. Neste item, o 
pesquisador, discorre acerca da fundamentação teórica e a discussão. 
Na humanidade a prática da assistência é antiga. No Brasil, até 1930, não havia 
nenhum entendimento ou compreensão de que a pobreza se constituía em uma expressão da 
questão social, quando esta aparecia na sociedade era tratada como caso de polícia, 
considerada ainda como uma disfunção individual (BRASIL, 2010). 
Emergindo como profissão a partir do background acumulado na 
organização da filantropia própria a sociedade burguesa, o Serviço Social 
desborda o acervo das suas protoformas ao se desenvolver como um 
produto típico da divisão social e técnica do trabalho da ordem 
monopolística. Originalmente parametrado e dinamizado pelo 
pensamento conservado, adequou-se ao tratamento dos problemas sociais 
tomados nas suas refrações individualizadas (NETTO, 1996, p.5). 
Com o fortalecimento das lutas sociais e trabalhistas, e o grande crescimento da 
classe operária, o Estado se vê obrigado a dar uma resposta àpopulação. Donde após esse 
embate o Estado chama para si a responsabilidade, e inicia-se a ampliação da área social 
preferencialmente nas relações trabalhistas. Constatou-se que era preciso controlar este 
movimento, sendo esta a primeira missão do Serviço Social brasileiro (BRASIL, 2010). 
O Serviço Social brasileiro teve forte influencia européia. Assim, iniciou a 
construção de um sistema público de proteção social. A Constituição Federal de 1988 
impulsionou uma significativa reorganização da agenda social brasileira, posicionando o 
cidadão no centro desse processo como sujeito de direitos. Além disso, a participação e a 
descentralização à condição de diretrizes para a organização das políticas públicas 
(BRASIL, 2010). 
Este modelo de proteção social, de base contributiva excluía os trabalhadores 
informais, pois somente estavam assegurados aqueles trabalhadores que tinham carteira de 
trabalho assinada, ou seja, que contribuíam com a Previdência Social. Aos desamparados, 
 8 
 
impossibilitados de acessar o mercado de trabalho, era necessário buscar auxílio junto as 
entidades e organizações não governamentais, ficando assim rotulados de pobres, 
carentes, desempregados, incapazes; sendo responsabilizados pela situação em que se 
encontravam, percebidos como desprovidos de direitos (BRASIL, 2010). 
Historicamente o Serviço Social surgiu no Brasil na década de 1930. Nesse 
período, o país passava por um período turbulento, com diversas manifestações da classe 
trabalhadora, que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social. Em 
meio a essa pressão, o governo decide controlar através da criação de organismos 
normalizadores e disciplinares das relações de trabalho, como o Ministério do Trabalho, 
Indústria e Comércio. Foi nesse período então, que a Igreja Católica passou a oferecer 
uma formação específica para moças de famílias tradicionais com intuito de exercer ações 
sociais. Surgindo assim, em 1936 a primeira Escola de Serviço Social, em São Paulo, 
vinculado a Igreja Católica. 
Aldaíza Sposati (2007) define assistência social como “política de garantia de 
direitos de prevenção e proteção social através de serviços, benefícios, programas, projetos, 
monitoramento e trabalhos sociais” (p.449). Entretanto, no interior da sociedade há uma 
grande confusão na definição do que é assistência social, se é prática assistencialista ou 
política pública garantida pela Constituição Federal. Segundo Sposati (2007), isso se 
configura a partir da cultura política brasileira que enxerga a assistência social como “ajuda 
aos mais pobres” ou, como bem coloca a autora, ajuda aos “pobres envergonhados”. Essa 
parcela da população não é reconhecida como cidadã, ao contrário, é vitimizada e privada 
de seus direitos, visto que o Estado negligencia o seu papel de provedor da proteção social, 
que 18 não deve ser “nem compensatória, nem residual, nem caritativa, nem assistencialista, 
mas sim política pública de direitos” (p.447). 
Portanto, apesar desses direitos que compõem a seguridade social estarem 
normatizados e garantidos na Carta Magna do Brasil, o exercício desses direitos está 
condicionado a processos sociais, que segundo Fernandes (2000) “não estão subordinados 
a estatutos legais, mas às relações de forças entre as classes” (p. 43). 
Nesse sentido, Mota (2000) afirma que a seguridade social brasileira está longe de 
formar um amplo e articulado mecanismo de proteção. Pelo contrário, com os avanços da 
privatização e da mercantilização das políticas de saúde e previdência, restringindo o 
 9 
 
acesso da população a essas políticas, a assistência social vem se ampliando e servindo 
como instrumento de legitimação da burguesia brasileira, que vem fazendo uso desses 
mecanismos de expansão de medidas relacionadas à proteção social desde a era Vargas, e 
que se potencializou na década de 1990, onde a privatização e a assistencialização da 
proteção social eram as tendências para o futuro da seguridade social e que vem se 
concretizando progressivamente. 
O pensamento liberal não reconhece a proteção social como um direito desatrelado 
do direito ao trabalho, por isso qualquer tipo de assistência aos indivíduos “excluídos”1 do 
mercado, é ideologicamente visto como amparo, favor, filantropia, etc. (MESTRINER, 
2005, p. 287). 
A proteção social dos anos 1930 a 1964 concentrou-se basicamente na 
regulamentação das relações entre capital e trabalho através de um Estado autoritário que 
buscava legitimar-se por meio de medidas regulatórias e assistencialistas. O que aponta 
para formação de “um sistema de proteção social de tipo conservador ou 
meritocráticoparticularista, com fortes marcas corporativas e clientelistas na consagração 
de privilégios e na concessão de benefícios” (COUTO, 2008, p.96). 
Já o período de 1964 a 1985, no que diz respeito aos direitos civis, políticos e 
sociais, caracteriza-se pela aniquilação dos dois primeiros e pela restrição das ações do 
governo na área social, cuja proteção social era baseada no mérito, cerceando qualquer 
participação popular, e cuja finalidade era tão somente a sustentação política do regime 
autoritário. 
Neste sentido, vemos que o Estado sempre buscou atuar sobre a contradição entre 
capital e trabalho de maneira paliativa, por meio da “assistência” e da filantropia, através 
de práticas educativas e de ajustamento. Uma maneira manter a ordem e de amenizar os 
conflitos e tensões sociais, impedindo o protagonismo dos sujeitos. (MESTRINER, 2005, 
p. 290) 
O Estado também contribui para difusão deste equivocado conceito de assistência 
social quando vincula o termo a ações de cunho emergencial, voltadas apenas ao 
atendimento das carências mais extremas das populações em pobreza absoluta sem, no 
entanto, garantir o acesso desta população às políticas de seguridade social, onde por conta 
disso, muitos desempregados e idosos sem possibilidade de acesso a previdência social, e 
 10 
 
os demais “excluídos” do mercado de trabalho, recorrem a programas de transferência de 
renda e de assistência social, que ocupam uma parcela cada vez maior no orçamento 
público (MOTA, 2009, p. 135-144). 
Foi na década de 90, que o Serviço Social começou a tomar grandes dimensões no 
mundo e no Brasil, especialmente em relação a questões sociais e que ferem os direitos a 
cidadania, moral e ética. Com a ampliação de seus campos de atuação, ele passou a atuar 
no chamado terceiro setor, nos conselhos de direitos e a ocupar funções de assessoria. 
Nessa mesma época, devido às mudanças ocorridas tanto na sociedade, quanto na 
categoria, a profissão foi regulamentadapela Lei 8662, de 7 de junho de 1993, que 
legitima o Conselho Federal de Serviço Social e os Conselhos Regionais. Diante de toda a 
trajetória de afirmação da Assistência Social como política social, demonstra que as 
inovações legais estabelecidas na Constituição Federal, na LOAS, na Política Nacional de 
AssistênciaSocial e na Norma Operacional Básica (SUAS), por si sós, são incapazes de 
modificar de imediato o legado das práticas de assistência social sedimentadas na ajuda, na 
filantropia e no clientelismo. As mudanças propostas precisam ser compreendidas, 
debatidas, incorporadas e assumidas por todos os envolvidos no processo de gestão da 
Política de Assistência Social, em todos os níveis da federação. 
Considerando a atual conjuntura política, social e econômica em que se insere a 
Política de Assistência Social é necessário compreender os limites e constrangimentos de 
ordem estrutural, que comprometem asua efetividade. Apesar de todos os esforços e 
avanços, ainda permanece um abismo entre os direitos garantidos constitucionalmente e a 
sua efetiva afirmação. A investigação do processo de execução da Política de Assistência 
Social é uma medida importante, na perspectiva de implementação do Sistema Único de 
Assistência Social, capaz de analisar, avaliar e construir conhecimentos sobre a área. 
Rumo a concretização dos pressupostos contidos na CF/88 e na LOAS, em 1997 foi 
aprovada a primeira Norma Operacional Básica que conceituou o sistema descentralizado e 
participativo da política de Assistência Social. Em dezembro de 1998, foi definido o 
primeiro texto da Política Nacional de Assistência Social. No mesmo ano, foi editada uma 
Norma Operacional Básica de conformidade com o disposto na Política Nacional de 
Assistência Social. Esses instrumentos normativos estabelecem as condições de gestão, de 
financiamento, de controle social, de competências dos níveis de governo com a gestão da 
política, de comissões de pactuação e negociação e de avaliação. Criam, por exemplo, 
 11 
 
conselhos deliberativos e controladores da Política de Assistência Social, Fundos 
Especiais para alocaçãode recursos financeiros específicos da Assistência Social e órgãos 
gestores da Política de Assistência Social, em todos os níveis de governo, além de 
Comissões Intergestoras Bipartites e Tripartites. Em 2004, após um movimento de 
discussão nacional, foi aprovada uma nova Política Nacional de Assistência Social na 
perspectiva de implementação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. 
Consequentemente, em 2005, fez-se necessário a edição de uma Norma Operacional Básica 
que definisse as bases para a implantação do Sistema Único de Assistência Social. Os 
instrumentos de regulação da Política de Assistência Social em vigor são, portanto, a 
CF/88, a LOAS/93, a Política Nacional de Assistência Social/2004 e a Norma Operacional 
Básica/ SUAS/2005. 
Atualmente, a implementação do Sistema Único de Assistência Social no Brasil, é 
meta assumida conjuntamente por todos os entes federados, num Plano de Estratégias e 
Metas Decenais, deliberado na Conferência Nacional de Assistência Social, realizada em 
dezembro de 2.005. Na mesma Conferência, foi aprovado o Decálogo de Direitos 
Socioassistenciais. Todos os municípios e estados brasileiros elaboraram relatórios das 
Conferências Municipais e Estaduais, contendo um álbum de fotografias (assim 
denominado porque registra a condição atual de gestão da Política de Assistência Social 
nos municípios, nos estados e no Distrito Federal) e o plano de metas para implementação 
do SUAS. Disso se verifica que a Política de Assistência Social vem avançando muito 
rapidamente em sua regulação pelo Estado, na definição de seus parâmetros, padrões, 
prioridades. Resta o imenso desafio de operacionalizar os benefícios, serviços e projetos 
de acordo com os parâmetros, padrões e critérios do Sistema Único de Assistência 
Social, sob a lógica da proteção social. 
A Legião Brasileira de Assistência- LBA foi uma das primeiras instituições 
responsáveis pela assistência social brasileira, criada para dar apoio às famílias dos 
militares combatentes da segunda guerra mundial. Foi fundada por iniciativa das 
senhoras da elite da sociedade onde o objetivo era “prover as necessidades das famílias 
cujos chefes hajam sido mobilizados, e, ainda prestar decidido concurso ao governo em 
tudo que se relaciona ao esforço de guerra” (IAMAMOTO, 2007, p.250). Desta maneira 
a assistência social era vista pelo viés do dever moral da sociedade, reforçando a idéia do 
não direito. Mais tarde a LBA torna-se uma fundação e seus serviços são ampliados para 
aqueles que não possuíam nenhum tipo de proteção social vinculada ao trabalho formal, 
 12 
 
passando a atender a essas famílias em situações emergenciais e a gerir e executar a 
política nacional de assistência. 
Como visto anteriormente, o início da década de 1980 foi registrado por uma série 
de mudanças na economia do Brasil, nesse período o país passou por grandes 
turbulências devido à elevação dos preços internacionais. Essas transformações 
colocaram o Brasil em um posicionamento de alta restrição externa, decorrente do 
aceleramento das importações petrolíferas, que resultaram á elevação dos preços 
internacionais, e a expansão da dívida em moeda estrangeira. 
Teixeira aponta “a raiz da aceleração inflacionária crescente estava à crise cambial 
vivida pela economia brasileira”, que era captado como algo improvável de elevar o 
nível de reservas (TEIXEIRA, 1992 p. 88-89). 
Em decorrência das crises e o aumento da dívida externa houve grandes 
transformações no campo político do Brasil. 
Conforme Amorim, 
A Crise da Dívida acaba por tornar insustentável o modelo de 
desenvolvimento anterior, guia, até então, do crescimento 
econômico do Brasil. Ali, quando as fontes de financiamento 
desapareceram, todo o arranjo vivido ruiu de uma só vez e 
determinou o surgimento de duas impossibilidades 
fundamentais por parte do moderno Estado brasileiro, nascido a 
partir de 1930: I. A impossibilidade de continuar administrando 
a aliança heterogênea entre elites com poder econômico e/ou 
político-regional no plano interno; II. A impossibilidade de este 
Estado manter unido o tripé (capital estrangeiro,capital privado 
nacional e recursos estatais) que, desde os anos 1950, sustentou 
o país na rota daindustrialização acelerada, embora desigual e 
socialmente injusta. A primeira impossibilidade surgiu devido 
ao Estado brasileiro, após o processo de estatização da dívida e 
a alta internacional dos juros,ter visto seu programa de 
intervenção econômica tornar-se inviável, impedindo a 
administração de conflitos em sua base de sustentação política 
(AMORIM, 2009, p.16). 
Reafirmando ainda Amorim, 
no plano interno; II. A impossibilidade de este Estado manter 
unido o tripé (capital estrangeiro, capital privado nacional e 
recursos estatais) que, desde os anos 1950, sustentou o país na 
rota da industrialização acelerada, embora desigual e 
socialmente injusta. A primeira impossibilidade surgiu devido 
ao Estado brasileiro, apóso processo de estatização da dívida e a 
 13 
 
alta internacional dos juros, ter visto seu programa de 
intervençãoeconômica tornar-se inviável, impedindo a 
administração de conflitos em sua base de sustentação política 
(AMORIM, 2009, p.16). 
Com a danificação do padrão de financiamento estabelecido e a sequente 
incapacidade de manter as altas taxas de crescimento econômico, ficou complicada a 
execução das alianças heterogêneas que envolviam as elites econômicas e político 
regionais. Dessa forma, o começo dos anos 80 foi caracterizado por deterioração 
econômica e política. 
Durante a redemocratização ocorrida no Brasil na década de 80, posteriormente a 
ditadura militar, instigou distintos segmentos sociais e políticos da sociedade unificando 
trabalhadores, movimentos sociais, entidades de toda ordemna luta pela hegemonia, 
democracia, justiça social e pela constituição de uma carta cidadã. Como afirma Sposati, 
“que fosse capaz de afiançar os direitos humanos e sociais como responsabilidade pública e 
estatal” (SPOSATI, 2009, p.13). 
Conforme a Constituição, 
A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem 
por objetivos - a proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e 
adolescentes carentes; III - a promoção daintegração ao 
mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das 
pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário 
mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência 
e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, 
conforme dispuser alei (BRASIL, 1988, Art. 203). 
De acordo com a Constituição Federal “a seguridade social compreende um 
conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a 
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social” (BRASIL, 1988, 
Art.194). 
Concomitante Lei Federal nº 8.742, 
A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é 
Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os 
mínimos sociais, realizadaatravés de um conjunto integrado de 
ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o 
 14 
 
atendimento às necessidades básicas (BRASIL, 1993, Art. 1º). 
Portanto, após cinco anos da Constituição Federal, o primeiro avanço foi sancionado 
no Brasil: a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS (Lei Federal nº 8.742 de 07 de 
dezembro de 1993), que introduziu um novo sentido para assistência social. A LOAS 
substitui a visão centralizada e caritativa, sendo um avanço naconstrução da cidadania, 
promovendo novos critérios, rompendo com as benesses,e legitimando uma nova era na 
formulação e implementação da política de assistência social aos excluídos e 
vulnerabilizados da população. Sendo um instrumento legal regulamentador dos artigos 
203 e 204 da Constituição Federal1988 que preconiza, 
As ações governamentais na área da assistência social serão 
realizadas com recursos do orçamento daseguridade social, 
previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com 
base nas seguintes diretrizes: I - descentralização político-
administrativa, cabendo à coordenação e as normas gerais à 
esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos 
programas às esferas estadual e municipal, bem como a 
entidades beneficentes e de assistência social; II - participação 
da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e nocontrole das ações em todos os 
níveis (BRASIL, 1988, Art. 204). 
Aprovada em 07 de dezembro de 1993, a Lei Orgânica da Assistência Social, 
regulamentou os artigos 203 e 204 da Constituição, e: 
“definindo claramente os objetivos e diretrizes da assistência social, a 
forma de organizações e a gestão das ações socioassistenciais, reforçando 
a assistência social como sistema descentralizado, com participação 
popular e financiado pelo poder público, conforme prescreve a 
Constituição Federal . A LOAS avança na distribuição de competências 
da assistência social entre as esferas de governo, define o caráter, a 
composição e as atribuições das instâncias deliberativas, bem como a 
estrutura de financiamento da área.” (BRASIL, 2010, p. 39). 
Fica ainda evidente a primazia do Estado no financiamento, gestão e execução da 
assistência social. A Lei Orgânica da Assistência Social organiza ainda a assistência social 
na forma de um sistema descentralizado e participativo. “Descentralizado porque passa a 
ser responsabilidade das três esferas de governo,respeitado, em cada nível, o comando 
único das ações. Isso implica a co- responsabilidade no financiamento dos serviços, 
benefícios, programas e projetos socioassistenciais pelos três níveis de governo (BRASIL, 
2010). 
A Lei Orgânica da Assistência Social também prevê que Estado, municípios e 
 15 
 
Distrito Federal deve instituir seus conselhos. Para fins de financiamento da política 
de assistênciasocial, é necessário que estes entes tenham formalizadosos conselhos, os 
planos de assistência social e os fundos municipais. Os repasses de recursos se dão através 
do Fundo Nacional de Assistência Social, sendo a responsabilidade de cada órgão 
competente pela gestão da política, sendo submetidos ao controle e fiscalizaçãodos 
conselhos de assistência social (BRASIL, 2010). 
 16 
 
2.1 O BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC COMO 
DIREITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL. 
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) se configura como um direito 
materializado na garantia de um salário mínimo em caráter mensal aos que possuem 
deficiência e ou é classificado como idoso que, comprovadamente, não possuem 
condições deprover à própria manutenção ou de ter provimento por meio do seu núcleo 
família consoante no art. 238 da CF/88. (BRASIL, 1998). 
A temática referida é pauta recorrente em discussões que envolvem a assistência 
socialno Brasil, como também para os operadores do direito. O que fazque a pauta transite 
entre todos os agentes envolvidos nesta política. 
De modo que o Benefício de Prestação Continuada se configura como uma 
importante ferramenta no sistema de assistência no país. Sendo uma garantia assegurada 
constitucionalmente conforme disposto no art. 203, inciso V, da Constituição Federal de 
1988. 
A partir daí, a pessoa com deficiência e ou idosa segundo os critérios dispostos pelo 
IGBE, isto é acima de 65 anos, são eleitos para receber o benefício em regime mensal de 
um salário mínimo. Para esse fim, é imprescindível que se comprove a não posse de renda, 
como também a obtenção de provimento pela família. 
Ainda, sobre os comandos de assistência social, o art. 203 da CF/1988 dispõe sobre 
objetivos para prestações, serviços, programas e projetos concernentes à assistência no 
Brasil. Claramente o inciso V da Constituição Federal prevê o pagamento de benefício de 
assistência social. O dispositivo apresenta em seu teor o conceito constitucional de BPC: 
A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos: I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice; II – o amparo às crianças e adolescentes 
carentes; III – a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV 
– a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária. V – a garantia de um 
salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de 
prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, 
conforme dispuser a lei. (BRASIL, 1988, ART. 203) 
Adivindo dessa previsão constitucional, o Benefício de Prestação Continuada ainda 
 17 
 
é mencionado pelos arts. 20 e 21 da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), sendo 
regulamentado pelo Decreto n. 6.214, de 26.09.2007, tendo a redação dada pelo Decreto n. 
7.617/2011. 
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) operacionalizado pelo direito 
previdenciário é uma importante ferramenta de debate e dialogo que objetiva a efetivação 
e cumprimento das políticas de assistência social no Brasil para proporcionar a 
transformação social. Em resumo a aplicabilidade da Lei Orgânica de Assistência Social 
não deve ser entendida como um mero aspecto assistencialista, mas um importante e 
potente instrumento de integração e do beneficiário a vida em comunidade. 
Assim, essa máxima também é conceituada pela autora Marisa Ferreira Santos: 
Assistência Social é instrumento de transformação social, e não 
meramente assistencialista. As prestações da assistência social devempromover a integração e a inclusão do assistido na vida comunitária, 
fazer com que, a partir do recebimento das prestações assistenciais, seja 
“menos desigual‟ e possa exercer atividades que lhe garantam a 
subsistência. (FERREIRA, Marisa, 2021, p.69) 
Publicada no dia 02/04/2020 a Lei nº 13.982/20, que trouxe o intuito de promover 
alterações no beneficio assistencial previsto na Lei 8.742/93 abreviadamente conhecida 
como LOAS. De modo geral, a lei citada inicialmente modificou a mudança no critério de 
miserabilidade com previsão no paragrafo 3º, art. 20 da lei de 8.742/93; excluiu do 
beneficio assistencial ou previdenciário de 1 (um) salario mínimo do cálculo da renda 
mensal per capita; e ampliou o critério de miserabilidade no período de pandemia do 
Coronavírus (Covid-19). 
Iniciando as explanações de maneira sucinta, a primeira mudança baseada no 
critério de miserabilidade, nota-se que Antes da Lei nº 13.981/2020, a Lei nº 8.742/93 
previa o seguinte: “Art. 20 (...) § 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da 
pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 
(um quarto) do salário-mínimo.” No entanto o STJ ao analisar tal dispositivo afirmou que 
não deveria ser usado como absoluto, apontando perante julgado a seguir: 
(...) A Terceira Seção do STJ, ao apreciar o REsp 1.112.557/MG, 
submetido à sistemática do art. 543-C do CPC/1973, firmou a 
compreensão de que o critério objetivo de renda per capita mensal 
inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo - previsto no art. 20, § 3°, 
da Lei 8.742/93 - não é o único parâmetro para aferir 
hipossuficiência,podendo tal condição ser constatada por outros meios 
 18 
 
de prova. (STJ. 2ª Turma. REsp 1797465/SP, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 21/03/2019). 
Com isso a lei vigente alterou o texto para tal forma: “Art. 20 (...) § 3º Considera-
se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosaa família cuja renda 
mensal per capita seja inferior a 1/2 (meio) salário-mínimo.”(lei 13.981/20), mas somente 
deverá ser aplicado no período de calamidade pandêmica referente ao Covid-19. 
Sobre a exclusão do benefício assistencial ou previdenciário, a legislaçãoem 
conjunto com os tribunais judiciais entrou em conformidade, assim, a Lei nº 13.982/2020 
acrescentou o § 14 ao art. 20 da Lei nº 8.742/93. Ficando da seguinte forma: 
Art. 20 (...) 
§ 14. O benefício de prestação continuada ou o benefício 
previdenciáriono valor de até 1 (um) salário-mínimo concedido a idoso 
acima de 65 (sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência 
não será computado, para fins de concessão do benefício de prestação 
continuada a outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma família, 
no cálculo da renda a que se refere o § 3º deste artigo. 
Finalmente, houve a ampliação do critério de miserabilidade no período pandêmico 
do Covid-19, em outras palavras, esse novo artigo afirma que, durante o período de 
pandemia do Covid-19, o INSS poderá conceder o BPC mesmo que fique demonstrado 
que a renda mensal per capita é superior a 1/4 do salário- mínimo, desde que seja de até 
1/2 salário-mínimo e se cumpram determinados requisitos. 
Ficando assim inserido: 
Art. 20-A. Em razão do estado de calamidade pública reconhecido pelo 
Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de 
saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus 
(Covid-19), o critério de aferição da renda familiar mensal per 
capitaprevisto no inciso I do § 3º do art. 20 poderá ser ampliado para até 
1/2 (meio) salário-mínimo. 
De acordo com a Constituição Federal vigente no Brasil, a pessoa com deficiência 
ou idoso que comprovem não possuir recursos financeiros para o seu próprio sustento, 
deve ser apta a receber a garantia de um salário mínimo de benefício mensal. O que foi 
dito está presente no artigo 203, inciso V, da CF/88, que diz: 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos: V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à 
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir 
 19 
 
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua 
família, conforme dispuser a lei. (BRASIL,1988, ART 203) 
Desse modo é entendido que a teoria do BPC (Benefício da Prestação Continuada), 
deve ser compreendida e aplicada a uma pessoa com deficiência ou idosa, e o critério de 
miserabilidade significa a hipossuficiência econômica em que a pessoa apresenta para fins 
de concessão do benefício assistencial situado na Lei 8.742/93, presente no artigo 20, 
parágrafo 3º. 
Para além, o Decreto 6.214/17, apresenta uma conceituação para o cálculo da 
renda per capita em que a família deve ter. Essa exigência legal encontra no artigo 4°, 
inciso IV, do decreto citado acima, em que estabelece que a família do idoso ou deficiente 
para que a solicitação do benefício seja aferida positivamente, a renda mensal bruta da 
família seja dividida entre o número de integrantes e dê o percentual inferior a ¼ (um 
quarto) do salário mínimo. Por fim, esse rendimento inclui-se pensões alimentícias, 
comissões, pró-labore, do trabalho não assalariado, entre outros de mesma natureza. 
Convém ressaltar que o requisito da miserabilidade presente na Lei 8.742/93 é 
considerado um tema controverso, justamente pela idealização por parte do poder 
judiciário de que esse critério seja algo defasado, principalmente por entender que sujeito 
assistido seja idoso e ou deficiente deve comprovar de forma total a sua situação de 
hipossuficiência econômica. No entanto, quando a renda per capita familiar é superior a ¼ 
do salário mínimo desemboca em uma ilegibilidade dando margem a uma possível 
desassistência. 
Sobre a discordância, Ivan Kertzman afirmar que: 
Não poderíamos deixar de comentar a forte polêmica jurisprudencial 
acerca da possibilidade de flexibilização do critério objetivo de definição 
de pessoa incapaz deprover o próprio sustento ou de tê-lo provido pela 
família trazido pelo §3º, do art. 20, da Lei 8.742/93 (renda familiar per 
capita inferior a ¼ de salário mínimo). O STF havia pacificado o 
entendimento com base em diversos julgados fundamentados na 
decisão proferida em sede de ADI 1.232/98 de que é inadmissível a 
concessão do benefício assistencial a necessitado quando a renda 
familiar per capita for superior ao estabelecido na Lei - Em recentes 
decisões, o Supremo Tribunal começou a alterar o 
entendimentoanteriormente consolidado, julgando ser possível a 
flexibilização do critério estabelecido pela lei. Porem deve-se provar 
em tese a falta de condição de sustento. Já o Superior Tribunal de 
Justiça, de forma majoritária tem entendido que a comprovação do 
requisito da renda familiar per capita não superior a ¼ do salário mínimo 
 20 
 
não exclui outros fatores que tenham o condão de aferir a condição de 
miserabilidade da parte autora e de sua família, necessária à concessão 
do benefício assistencial corroborando com a lógica que não deve-se 
privar o benefícioassistencial somente em pela renda familiar per capita 
inferior a ¼ de salário mínimo. Somando força a isso, a Turma 
Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais 
Federais chegou até a redigir uma a Súmula 11 em que é disposto: “A 
renda mensal, per capita, familiar, superior a ¼ (um quarto) do salário 
mínimo não impede a concessão do benefício assistencial previsto no 
art. 20, §3º, da Lei n. 8.742de 1993, desde que comprovada, por outros 
meios, a miserabilidade do postulante” (KERTZMAN, Ivan,2012, p. 
467). 
Atualmente, perante os termos da Lei nº 12.435/ 11, compõe a família para 
aferição do beneficio, além do requerente, os pais, o cônjuge ou companheiro, e caso haja 
ausência de um deles, inclui-se a madrasta ou padrasto, irmãos solteiros, enteados ou 
filhos solteiros, desde que vivam sob o mesmo teto. 
Sendo assim, o conceito de deficiência previsto na lei vigente não se confunde 
somente aos que portam deficiência física, sobre isso segue o entendimento do seguinte 
julgado: 
Previdenciário. Benefício de prestação continuada. Art. 20, § 2o da lei 
8.742/93. Portador do vírus hiv. Incapacidade para o trabalho e 
paraprover o próprio sustento ou de tê-lo provido pela família. Laudo 
pericial que atesta a capacidade para a vida independente baseado 
apenas nas atividades rotineiras do ser humano. Impropriedade do óbice 
à percepção do benefício. Recurso desprovido. 
I – A pessoa portadora do vírus HIV, que necessita de cuidados 
frequentes de médico e psicólogo e que se encontra incapacitada, 
tanto para o trabalho, quanto de prover o seu próprio sustento ou de tê-
lo provido por sua família – tem direito à percepção do benefício de 
prestação continuada previsto no art. 20 da Lei 8.742/93, ainda que haja 
laudo médico-pericial atestando a capacidade para a vida independente. 
II – O laudo pericial que atesta a incapacidade para a vida laboral 
e a capacidade para a vida independente, pelo simples fato da pessoa 
não necessitar da ajuda de outros para se alimentar, fazer sua higiene 
ou se vestir, não pode obstar a percepção do benefício, pois, se esta fosse 
a conceituação de vida independente, o benefício de prestação 
continuada só seria devido aos portadores de deficiência tal que su- 
primisse a capacidade de locomoção do indivíduo –o que não parece 
ser o intuito dolegislador. 
III – Recurso desprovido. (REsp. nº 360202. DJ 1º julho. 2002) 
Deve ser registrado que o Supremo Tribunal Federal sustentou esse 
entendimento mesmo após a edição de legislação que adentrou novos 
critérios para aferição da pobreza, tal qual a Lei no 10.836/04. Nesse 
sentido, decidiu o Tribunal que “leis que disciplinem outros benefícios 
 21 
 
não tem o condão de alterar as disposições da Lei no 8.742/93, que tem 
como fim especifica regulamentar aquele beneficio constitucionalmente 
previsto”. (Rcl n. 2323/05). A posição do Tribunal experimentou 
compassiva alteração a partir do julgamento da Rcl nº 4.374, onde restou 
decidido: 
[...] Portanto, mantendo-se firme o posicionamento do Tribunal em 
relação à consti- tucionalidade do § 3o do art. 20 da Lei no 8.742/93, tal 
como esposado no julgamento da ADI 1.232, o mesmo não se poderia 
afirmar em relação ao que decidido na Rcl – AgR 2.303/RS, Rel. Min. 
EllenGracie (DJ 1.4.2005). O Tribunal parece caminhar no sentido de se 
admitir que o critério de 1/4 do salário-mínimo pode ser conjugado com 
outros fatores indicativos do estado de miserabilidade do indivíduo e de 
sua família para concessão do benefício assistencial de que trata o art. 
203, inciso V, da Constituição. Entendimento contrário, ou seja, no 
sentido damanutenção da decisão proferida na Rcl 2.303/RS, ressaltaria 
ao menos a inconstitucionalidade por omissão do § 3o do art. 20 da 
Leino 8.742/93, diante da insuficiência de critérios para se aferir se o 
deficiente ou o idoso não possuem meiosde prover a própria manutenção 
ou de tê-la provida por sua família, como exige o art. 203, inciso V, da 
Constituição. A meu ver, toda essa reinterpretação do art. 203 da 
Constituição, que vem sendo realizada tanto pelo legislador como por 
esta Corte, pode ser reveladora de um processo de 
inconstitucionalizaçãodo § 3o do art. 20 da Lei no 8.742/93. Diante de 
todas essas perplexidades sobre o tema, é certo que o Plenário do 
Tribunal terá que enfrentá-lo novamente. Ademais, o próprio caráter 
alimentar do benefício em referência torna injustificada a alegada 
urgência da pretensão cautelarem casos como este. Ante o exposto, 
indefiro o pedido de medida liminar. (Rcl. Nº 4374, DJ 6 fev. 2007, 
decisão singular Min. Gilmar Mendes). 
Com isso, finalizam-se as alterações previstas sobre o tema, abarcando outro 
entendimento fático referente à aferição do BCP (Benefício da Prestação Continuada) por 
onde o Supremo Tribunal de Justiça e Superior Tribunal Federal trazem ajustes por meio 
de casos práticos para que o tema esteja sempre acompanhando os preceitos da 
sociedade que se altera com o tempo. 
Como já foi mensionado anteriormente o critério de miserabilidade inserido na 
LOAS, é encontrado no parágrafo 3º do artigo 20, considerando-se incapaz de prover à 
manutenção da pessoa idosa ou deficiente a família cuja renda mensal per capita seja 
inferior a ¼ (um quarto)do salário mínimo. 
Como visto, a Lei 8.742/93 abarca dois tipos de modalidades de benefícios 
assistenciais, sendo eles: Benefício Eventual em casos de excepcionalidade quese 
configura uma modalidade de provisão e proteção social básica com caráter suplementar e 
temporário, que integra organicamente as garantias do Sistema Único de Assistência 
Social (SUAS), objetivando os princípios da cidadania edireitos sociais humanos e o 
 22 
 
Benefício continuado, ora já supracitado. 
Disserto aqui, sobre os benefícios eventuais que tem amparo através da legislação 
legal presente tanto na LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) quanto no decreto nº 
6.307, de 14 de dezembro de 2007, ambas se complementam e colarobora para assegurar o 
direito a proteção social básica. Conforme é preconizado pelo o Sistema Único de 
Assistência Social (Suas), de provimento municipal e estadual. 
Sobre os benefícios eventuais é transcrito que: 
Embora não estejam explicitamente definidos na Loas, os Benefícios 
Eventuais constituem, na história da política social moderna, a 
distribuição pública de pro-visões materiais ou financeiras a grupos 
específicos que não podem, com recursos próprios, satisfazerem suas 
necessidades básicas. Trata-se de um instrumento protetor diferenciado 
sob a responsabilidade do Estado que, nos termos da Loas, não tem um 
fim em si mesmo, posto que inscreve em um espectro mais amplo e 
duradouro de proteção social, do qual constitui a providência mais 
urgente. (Pereira, 2010, p. 11) 
Trata-se de um benefício socioassistencial, em que a responsabilidade deve ser 
dividida entre os municípios e os estados federados, isso possibilita que uma 
responsabilidade subjetiva ganhe espaço em que se materializa na transferência de 
responsabilidades entre os órgãos superiores. 
Concernente à concessão de benefícios eventuais é disposto que: 
Em decorrência, não é casual que a prática da concessão dos benefícios 
eventuais venha apresentando as seguintes tendências: cada governo 
municipal os concedem, denominam provêem e administram, de acordo 
com o seu entendimento, valendo-se quase sempre, do senso comum 
para, dentro de suas possibilidades financeiras gerenciais, atender 
contingências sociais prementes. Têm-se, assim, Os benefícios eventuais 
junto à política de assistência social: algumas considerações O Social em 
Questão - Ano XVII - nº 30 - 2013 277 pg 273 - 286 num espaço não 
desprezível de participação da Assistência Social como política pública e 
direito de cidadania a condenável prática do assistencialismo que, além 
de desafiar os recentes avanços no campo assistencial, vem se afirmando 
como um não-direito social. (PEREIRA, 2010, p.20). 
Conquanto, ainda tem alguns benefícios eventuais e publico assistido, presente no 
Decreto 6.307 de 2007. 
De inicio,tem-se o auxílio por natalidade, presente no artigo 3°, que tem 
finalidade de atender, assegurar e conferir suporte as necessidades do neonato e sua 
 23 
 
progenitora no contexto puerperal e materno infantil como também, existe desfecho de 
óbito intrauterino e pós-parto materno ou neonatal. Este auxílio visa diminuir as 
vulnerabilidades e debilidades decorrentes do desfecho obstétrico onde as limitações 
fisiológicas e psicológicas impossibilitam o exercício de atividades laborais. 
A partir disso a lei Estadual, discorre: 
O auxilio natalidade deve ser realizado até noventa dias após o 
nascimento. Parágrafo Único. O auxilio natalidade deve ser pago até 
trinsta dias após o requerimento, e a morte da criança não inabilita a 
família de receber o benefício. (Espírito Santo, 2007) 
O auxilio por morte, presente no artigo 4°, que em regra consiste a partir do 
procedimento de preparação e conservação do corpo, seguindo até o momento do 
translado e sepultamento. Com fulcro artigo 7°, o necessitado contará com o benéfico 
eventual na modalidade de vulnerabilidade temporária com intuito de enfrentamento de 
ocorrências de riscos, perdas e danos à integridade da pessoa de sua família e outras 
ocasiões sociais que afetem a sobrevivência. 
“O benefício eventual, na forma de auxilio funeral, constitui-se 
em uma prestação temporária, não contributiva da assistência social, em 
pecúnia, por uma única parcela, ou em bens de consumo, para reduzir a 
vulnerabilidade provocada por morte de membro da família”. (Espírito 
Santo, 2009) 
Por fim, é amparada no artigo 8°, para atendimento a vitimas de calamidade 
pública, essa máxima apresenta a ideia de garantir os meios imprescindíveis à 
sobrevivência da famíliae/ou da pessoa, com o escopo de garantir a dignidade e a 
reconstrução da autonomia das pessoas e famílias atingidas. Como descrito no texto essa 
premissa permite incluir qualquer evento ou ocorrência que inviabilize a sobrevivência. 
Em suma, o benefício de ordem eventual confere a diminuição de marcadores e 
determinantes sócias que ameace a dignidade da pessoa humana. Para, além disso, o 
beneficiode ordem continua conta com Benefício da Prestação Continuada (BPC), uma 
política pública previsto no art.203, inciso V da CF/88 disciplinado pela LOAS, nos arts. 
20, 21 e 38. 
Os usuários do BPC são portadores de deficiência, sem possibilidade de trabalhar e 
pessoas idosas (a partir dos 65 anos de idade) que vivem em estado de pobreza, 
cujos rendimentos da família são ínfimos, não lhes dando condições de prover suas 
 24 
 
necessidades básicas. 
De acordo com Santos (2011, p.2): 
As pessoas portadoras de deficiência e as pessoas idosas são segmentos 
historicamente excluídos do padrão, principalmente depois que o capital 
inseriu ideologicamente a subdivisão dos seres humanos entre 
“produtivos” e “improdutivos”. Nas últimas décadas, as discussões em 
torno da possibilidade de inclusão destas pessoas em ambientes até então 
tidos comoprivilégio e espaço das pessoas “produtivas”, ou seja, cujo 
trabalho possa ser explorado pelo capital, revertendo-os em cidadãos 
ativos na sociedade, adquiriu muita importância na atuação de 
profissionais comprometidos com os direitos de indivíduos e de grupos 
sociais excluídos, inclusive o Serviço Social. 
Estas pessoas que se enquadram nas exigências normativas do Benefício da 
Prestação Continuada (BPC) conseguiram um pouco de justiça social, que lhes foram 
negados por séculos. 
O Beneficio de Prestação Continuada – BPC é uma das maneiras de assegurar a 
inclusão das pessoas portadoras de deficiência e dos idosos na sociedade, na medida em 
que se propõe a suprir as carências econômicas da pessoa com deficiência e idosas, com o 
objetivo de garantir uma renda que venha assegurar o acesso aos meios de prover sua 
sobrevivência com dignidade (SANTOS, 2011). 
A LOAS conceitua pessoa com deficiência aquela que é incapacitada para a vida 
independente e para o trabalho, permitindo, assim, identificar qual a pessoa comdeficiência 
possui o direito do BPC. 
O Decreto nº 1.744/1995, que regulamentou o BPC, definiu como pessoa com 
deficiência “aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho em razão de 
anomalias ou lesões irreversíveis, de natureza hereditária, congênita ou adquirida que 
impeçam o desempenho das atividades da vida diária e do trabalho” (BRASIL, 2015). 
Coincidentemente, a Resolução nº 48/1996 da Organização das Nações Unidas 
(ONU), vem corroborar com a definição dada pela Loas sobre o que é pessoa deficiente. 
Assim, para a ONU, no seu artigo 17 considera como deficiência a perda ou limitação de 
oportunidades de participar da vida comunitária em condições de igualdade com as demais 
pessoas (ONU, 1996). 
Em 2009 foi promulgado o Decreto nº 6.949 que afirma: 
 25 
 
Art. 1º - Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos 
de longoprazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os 
quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua 
participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de 
condições com as demais pessoas (BRASIL, 2009). 
Em resumo, todas as definições sobre o que é pessoa deficiente são 
convergentes, apesar de tudo. Para ficar bastante claro, a seguir estão descritos os 
princípios básicos para se chegar ao termo pessoas com deficiência Segundo Teles 
da Silva (2010, p. 24): 
1) não esconder ou camuflar a deficiência; 
2) não aceitar o consolo da falsa ideia de que todo mundo tem deficiência; 
3) 3) mostrar a realidade da deficiência; 
4) valorizar as diferenças e necessidades decorrentes da deficiência; 
5) combater neologismos e expressões que tentam diluir as diferenças, 
tais como “pessoas com capacidades especiais”, “pessoas com 
deficiências diferentes”, “pessoas deficientes”, “pessoas especiais”. “É 
desnecessário discutir a questão das deficiências porque todos nós somos 
imperfeitos”; 
6) defender a igualdade entre as pessoas com deficiência e as demais 
pessoas em termos de direitos e dignidade, o que exige a equiparação 
de oportunidades para pessoas com deficiência atendendo às diferenças 
individuais e necessidades especiais, que não devem ser ignoradas; 
7) identificar nas diferenças todos os direitos que lhes são pertinentes e a 
partir daí encontrar medidas específicas para o Estado e a sociedade 
diminuírem ou eliminarem as “restrições de participação” (dificuldades 
ou incapacidades causadas pelos ambientes humano e físico contra as 
pessoascom deficiência). 
 
 
 
 
 
 
 26 
 
 
2.2 – A SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL, 
ASSISTÊNCIA SOCIAL E SAÚDE 
Não se pode falar em seguridade social sem saber como surgiu esse importante 
instituto ao longo do tempo, sua realidade histórica e seu conceito e interpretar seus vários 
princípios, já que, a partir dessas informações, poderemos nos aprofundar no tema 
‘Benefício de Prestação Continuada’. 
Segundo Pinto Martins (2018, p. 35), e “ao examinar o Direito da Seguridade Social, 
há a necessidade de lembrar de sua gênese e de seu desenvolvimento no decorrer do tempo, 
entendendo novos conceitos e instituições que foram surgindo com o passar dos lustros”. 
Não é de hoje que há essa preocupação com as adversidades da vida, pois, desde os 
primórdios, a sociedadeprocurava se assegurar de certos acontecimentos. Na Grécia antiga, 
por exemplo, havia sociedades chamadas de Hetairas eEranos, que visavam assegurar a 
sepultura e, para isso, estabeleciam uma assistência mútua. 
De acordo com Pinto Martins (2016), as Guildas ou Confrarias, que surgiram na 
Idade Média, eram associações que tinham características ou até mesmo fins religiosos, 
que englobavam pessoas de uma mesma profissão ou categoria, fazendo com que seus 
associados pagassem taxas anuais para, depois, poderem dispor desses valores em caso de 
ser acometidos por alguma doença, se ficassem pobres ou até mesmo para utilizar na idade 
senil. 
Na Inglaterra, foi publicada a Lei de Amparo aos Pobres (Poor Relief Act), noano de 
1601, por causa do grande aumento da população inglesa, visando também evitar que 
acontecessem problemas sociais futuros. Essa lei estabelecia que pessoas que tinham 
posses (a elite) deveriam dar uma contribuição que era obrigatória, para que os pobres, que 
não dispunham do mínimo para se sustentar, recebessem um auxílio. Assim, quem era 
indigente poderia ser auxiliado pela paróquia. Cada paróquia tinha um inspetor dos pobres, 
que auxiliavam os pobres, recebiam as contribuições e as aplicava, fazendo com que as 
igrejas fizessem o papel de instituições religiosas e de Estado ao mesmo tempo. 
Já na Alemanha, segundo Ivan Kertzman (2014), criaram-se vários seguros sociais, 
instituídos por Otto Von Bismarck, para ter o apoio popular, mas que era 11 obrigatório 
 27 
 
para os trabalhadores que recebiam, na época, até dois mil marcos, por ano se filiarem a 
essas sociedades seguradoras. Foi criado, por exemplo, o segurodoença, instituído no 
ano de 1883 e que era custeado pelo Estado, pelos empregadores e pelos empregados. Em 
1884, foi criado um seguro custeado pelos empresários, caso acontecesse algum acidente de 
trabalho; e no ano de 1889, o seguro contra velhice e invalidez custeado pelo Estado, pelos 
empregados e pelos empregadores. 
No ano de 1917, surgiu a primeira Constituição que incluiu uma série de direitos 
sociais, como o seguro social - a Constituição do México - que estabelecia, por exemplo, 
que os empresários eram encarregados de pagar uma indenização correspondente ao dano 
sofrido pelo trabalhador em caso de alguma moléstia ou acidente decorrente do 
trabalho que exerciam. Essa constituição mexicana foi bastante significativa para uma 
nova fase que estava surgindo na época, chamadade constitucionalismo social, que iniciou 
por volta do Século XX, quando vários países começaram a elaborar Constituições que 
tratavam de diversos direitos sociais e, até, previdenciários. 
Depois da Constituição do México, vieram várias outras constituições, como a 
soviética, em 1918 e a Constituição de Weimar, em 1919, que tratavam dos direitos 
sociais e previdenciários. No mesmo ano de 1919, foi criada a Organização Internacional do 
Trabalho (OIT), visando notabilizar a previdência social. 
Apareceram também muitas outras leis internacionais sobre o assunto. Aqui no 
Brasil, na Constituição de 1824, só havia um artigo relacionado à seguridade social, que 
constituía os socorros públicos, no artigo 179, XXXI, como se vê a seguir: 
Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos 
Brazileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a 
propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio, pela maneira 
seguinte. XXXI. A Constituição tambem garante os soccorros publicos. 
A primeira instituição privada a funcionar em 1835 chamava-se Mongeral 
(Montepio Geral dos Servidores do Estado), que estabelecia o mutualismo. Trata-se de um 
sistema ao qual as pessoas aderem e se associam e pagam cotas para se amparar em casos 
de risco. De acordo com Ivan Kertzman (2014), na Constituição de 1891, pela primeira 
vez, foi estipulada uma aposentadoria, já que não havia fonte de contribuição para 
financiar esse tipo de benefício, que era concedida aos 12 funcionários públicos, caso 
ficassem inválidos no serviço da Nação. Porém não pôde ser um marco previdenciário 
 28 
 
mundial e estava presente no artigo 75: 
Art. 75 - A aposentadoria só poderá ser dada aos funcionários 
públicos em caso de invalidez no serviço da Nação. 
A Constituição de 1937 não evoluiu em relação à questão da previdência social, 
como as constituições anteriores, e só se referiu a ela em duas alíneas do artigo 137, 
uma das quais (a alínea m) instituía seguros contra velhice, invalidez, acidente de trabalho e 
vida, enquanto a outra (a alínea n) estabelecia que as associações dos trabalhadores 
deveriam prestar auxílio ou assistência a seus associados, no que se referia às práticas 
judiciais ou administrativas concernentes aos seguros sociais e de acidentes de trabalho. A 
primeira norma brasileira a estabelecer a previdência social foi o Decreto nº4.682/1923, 
mais comumente chamado de Lei Eloy Chaves, que criou as Caixas de Aposentadorias e 
Pensões, em nível nacional, para os ferroviários e para os próprios funcionários das Caixas, 
além de professores que lecionavam em escolas que eram mantidas pelas empresas ligadas 
às Caixas de Aposentadorias e Pensões. A Lei Eloy Chavesvisava conceder estabilidade 
ao ferroviário que trabalhasse durante, pelo menos,dez anos na mesma empresa. Então, 
ao se tornar um trabalhador estável, elecontinuava trabalhando na empresa e ia acumulando 
contribuições para que, no futuro, conseguisse uma quantia para se aposentar, segundo 
Sérgio Pinto Martins (2016). 
Na Constituição de 1834, já havia o custeio por parte do empregado, do 
empregador e do ente público e já se tratava sobre a assistência médica e sanitária para a 
gestante e para o trabalhador. À gestante era assegurado o direito de descansar, antes e 
depois do parto, sem que seu emprego e seu salário fossem prejudicados, assim como 
instituição da Previdência, por meio de contribuições igualitárias entre o empregado, o 
empregador e a União, para amparos em caso de invalidez ou, até, de morte, por exemplo. 
Na Constituição de 1946, a matéria previdenciária foi inserida no mesmo artigo que 
se referia ao Direito do Trabalho - o artigo 157. No entanto, a expressão seguro social deu 
lugar à expressão previdência social e se manteve a tríplice forma de custeio (entre a União, 
o empregador e o empregado) presente nas constituições anteriores. A Constituição de 
1967 também não se modernizou em relação à 13 anterior, segundo Sérgio Pinto Martins 
(2016), reiterando os preceitos do artigo 157 da Constituição de 1946. Além disso, ela 
assegurava aposentadoria com salário integral para a mulher que alcançasse trinta anos de 
trabalho, por exemplo. 
 29 
 
Na Emenda Constitucional de 1969, também não houve alterações consideráveis em 
relação às duas constituições anteriores, pois se repetiu a ideia de manter o conteúdo 
previdenciário no mesmo artigo que tratava do Direito do Trabalho - o artigo 165 - como a 
Constituição de 1967 versava, porém em artigos diferentes. Nesse mesmo artigo citado, 
vários eram os incisos que falavam sobre a previdência social, como por exemplo, o 
salário- família para dependentes, no inciso II, ou a aposentadoria depois de trinta anos de 
trabalho da mulher, no inciso XIX. 
Por fim, veio a Constituição de 1988, que vigora até os dias de hoje, que traz um 
capítulo só para tratar da Seguridade Social, presente entre os artigos 194 e 204, e que se 
subdivide em três gêneros: a Saúde, a Previdência Social e a Assistência Social, a respeito 
dos quais falaremos brevemente mais adiante. Segundo Ivan Kertzman (2014, p. 27), “o 
legislador constituinte agregou essas três áreas na seguridade social, devidoà inter-relação 
que pode ser facilmente observada entre elas”. 
De acordo com Pinto Martins (2016, p. 58), “o Direito da Seguridade Social é o 
conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de 
proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas 
necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social”. 
Desse modo o Estado é que se encarrega de todo o sistema de seguridade social, 
organiza seu custeio e oferece serviços e benefícios. O órgão subordinado ao Ministério da 
Previdência Social que é encarregado de realizar essas funções é o Instituto Nacional do 
Seguro Social - o INSS. O objetivo da Seguridade Social é de atender às necessidades da 
sociedade, se acontecer alguma adversidade com alguma pessoa, como invalidez ou 
tratamento médico, por exemplo, seja ela contribuinte ou não do sistema, nos casos em que 
não possa prover seu sustento e o de sua família. 
A Seguridade Social também é um conjunto de princípios. Pinto Martins (2016, p. 
91) assevera que o termo “princípio vem do latim principium, princippi, que significa 
origem, começo, base”, como o Princípio da Igualdade, segundo o qual todos são iguais 
perante a lei, sem que haja qualquer distinção. Esse é um princípio geral, mas aplicável à 
Seguridade Social. Outro princípio geral que pode se aplicar é o Princípio da Igualdade, 
 30 
 
que determina que o Estado só é obrigado a pagar certo benefício se houver previsão legal 
ou alguma contribuição se também existir lei prévia. 
Já a Previdência Social é definida como um seguro social que é garantido aos 
trabalhadores, com o propósito de lhes assegurar a subsistência quando estiver submetido a 
uma incapacidade ou quando se aposentar. Esse seguro é de caráterpúblico e limitado. 
Previdência Social também é o nome dado ao órgão do Estado que tem a competência para 
administrar a concessão dos benefícios aos trabalhadores. É administrado pelo Ministério 
da Previdência Social. 
De acordo com Pinto Martins (2016, p. 413), “a Previdência Social é um segmento da 
Seguridade Social, composto de um conjunto de princípios, de regras ede instituições 
destinado a estabelecer um sistema de proteção social, mediantecontribuição do 
segurado, que tem por objetivo proporcionar meios indispensáveis de subsistência ao 
segurado e a sua família, contra contingências de perda ouredução da sua remuneração, 
de forma temporária ou permanente, de acordo com a previsão da lei”. 
Presente no artigo 6° da Constituição Federal de 1988 como um dos direitos 
fundamentais sociais, a Previdência Social tem seu alicerce voltado para adignidade 
humana, o que consta nos princípios constitucionais, e no que tange aosobjetivos da 
República, mais especificamente, o de erradicar a pobreza e de reduzir as desigualdades 
sociais. Tendo em vista seu caráter público, institucional econtributivo, o trabalhador 
beneficiário, chamado de segurado, deve se inscrever na previdência, onde receberá um 
número de identificação do trabalhador (NIT), paraque possa contribuir e, em casos de 
impossibilidade de trabalho e aposentadoria, receber o benefício. 
A Previdência Social pode conceder benefícios em casos de morte, doença, invalidez 
e desemprego do segurado. Existe também a responsabilidade para efetuar o pagamento de 
valores do salário-família, auxílio reclusão e pensão por morte, por exemplo, o que 
envolve três diferentes tipos de regime: o geral, o próprio e o complementar. O regime 
geral é aquele que concede benefícios da previdência e funciona com contribuições mensais 
de empregadores, empregados, trabalhadores autônomos e os que trabalham no meio rural, 
bem como os contribuintes individuais. Já o regime próprio é voltado para os servidores 
públicos e obrigatório para servidores públicos dos entes federativos que os tenham 
adotado como regime de previdência. Por fim, tem-se o regime complementar, que é um 
 31 
 
tipo específico de previdência complementar, de caráter não vinculativo e não obrigatório 
ao regime geral, que pode ser usado de forma individual ou pelas entidades que têm 
previdência complementar. 
Segundo o art. 201 da Constituição Federal dispõe: 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de 
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade 
avançada; II 
- proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário; 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos 
segurados de baixa renda; 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge 
ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. 
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a 
concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de 
previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob 
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física 
e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos 
termos definidos em lei complementar. 
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o 
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao 
salário mínimo. 
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo 
de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. 
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar- 
lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios 
definidos em lei. 
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na 
qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime 
próprio de previdência. 
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por 
base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. 
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência 
social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: 
 32 
 
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de 
contribuição, se mulher; 
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de 
idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os 
trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas 
atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o 
produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. 
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior 
serão reduzidos em cinco anos, para o professor que 
comproveexclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de 
magistériona educação infantil e no ensino fundamental e médio. 
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem 
recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na 
atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos 
regimes de previdência social se compensarão financeiramente, 
segundo critérios estabelecidos em lei. 
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a 
ser atendida concorrentemente pelo regime geral de 
previdênciasocial e pelo setor privado. 
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão 
incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e 
conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e naforma da lei. 
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária 
para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda 
própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no 
âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias debaixa 
renda, garantindo- lhes acesso a benefícios de valor igual a um 
salário-mínimo. 
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 
deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os 
demais segurados do regime geral de previdência social. 
Cabe ressaltar, que a previdência social possui princípios e diretrizes próprias 
que regem seu sistema como um todo, atenta-se para o art. 3º da Leinº 8.212 e o art. 2º 
da Lei nº 8.213/1991, que juntos compõem uma numerosa quantidadede princípios, no 
que se cita: 
[...] a. universalidade de participação nos planos previdenciários, 
mediante contribuição. 
Qualquer pessoa poderá participar dos benefícios da previdência 
social, mediante contribuição na forma dos planos previdenciários 
desde que contribua; 
b. valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário-de- 
contribuição ou de rendimento do trabalho do segurado, não 
 33 
 
inferior ao do salário mínimo; 
c. cálculo dos benefícios, considerando-se os salários-de-
contribuição, corrigidos monetariamente; 
d. preservação do valor real dos benefícios (§ 4º do art. 201 da 
Constituição); 
e. previdência complementar facultativa, custeada por 
contribuição adicional; 
f. uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais (inciso II do art. 2º da Lei nº 8.213); 
g. seletividade e distributividade na prestação dos benefícios 
(inciso III do art. 2º da Lei nº 8.213). 
h. irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-
lhes o poder aquisitivo; 
i. caráter democrático e descentralizado da administração, mediante 
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos 
empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos 
colegiados. 
j. solidariedade. Os ativos contribuem para financiar os benefícios 
dos inativos. A solidariedade social, até um certo valor, deve ser 
obrigatória, pois, do contrário, não se pode falar na manutenção do 
sistema de Previdência Social. A baixa renda do trabalhador o 
impediria de contribuir se o sistema fosse voluntário, pois iria usar 
todo o numerário para honrar seus compromissos. 
k. a contrapartida é um princípio da Previdência Social, pois não há 
beneficio sem custeio. Deve haver o custeio para o pagamento do 
beneficio. Não pode haver contribuição sem benefício, nem 
benefício sem contribuição. A contrapartida visa observar o 
equilíbrio econômico- financeiro do sistema. 
Segundo João Ernesto Aragonês Vianna, não há que se confundir inscrição com 
filiação. De acordo com o art. 20 do Decreto nº 3.038/1999 filiação é uma relação 
jurídica que ocorre entre os contribuintes e a previdência social, tendo ambos direitos e 
obrigações recíprocas. O segurado obrigatório tem sua filiação automática diante do 
trabalho remunerado, e o segurado facultativo acontece com opagamento da primeira 
contribuição. Sobre a inscrição é o registro no cadastro da previdênciasocial. Desta 
feita, o art. 18 do Decreto anteriormente citado dita as linhas mestras da inscrição do 
segurado da previdência social, havendo necessidade de Segundo João Ernesto 
Aragonês Vianna, não há que se confundir inscrição com filiação. De acordo com o art. 
20 do Decreto nº 3.038/1999 filiação é uma relação jurídica que ocorre entre os 
contribuintes e a previdência social, tendo ambos direitos e obrigações recíprocas. O 
 34 
 
segurado obrigatório tem sua filiação automática diante do trabalho remunerado, e o 
segurado facultativo acontece com opagamento da primeira contribuição. Sobre a inscrição 
é o registro no cadastro da previdênciasocial. Desta feita, o art. 18 do Decreto 
anteriormente citado dita as linhas mestras da inscrição do segurado da previdência 
social, havendo necessidade de: 
A inscrição do segurado empregado e trabalhador avulso será 
efetuada diretamente na empresa, sindicato ou órgão gestor de 
mão-de-obra e a dos demais no INSS. Deve ser observada a 
idade mínima de 16 anos para a inscrição do segurado em 
qualquer categoria. Nesse ponto, uma observação é 
importante. A consideração da idade mínima deve levar em 
conta a legislação de regência à época da prestação do serviço. 
Assim, para período anterior, é possível a computação de 
tempo de serviço em função de idade menor do que 16 anos. 
Para finalizar este tópico sobre a Previdência Social, é importante que falar de 
alguns benefícios existentes que serão concedidos aos beneficiários citados acima. Temos 
como benefícios da Previdência Social, por exemplo, a aposentadoria portempo de 
contribuição, um benefício que é concedido aos trabalhadores desde que comprovem 35 
anos de contribuição, se homem, e 30 anos, mulher. 
Outro benefício que pode ser concedido é a aposentadoria especial, devida ao 
trabalhador que exerce atividades com exposição a agentes nocivos a sua saúde. A 
aposentadoria por idade é para o trabalhador que comprova o período mínimo de 180 
meses de contribuição, com idade mínima de 65 anos, se for homem, e 60 anos, se 
mulher. Já a aposentadoria por invalidez é a que é cedida ao indivíduo que tenha 
incapacidade para o trabalho e que não tenha havido reabilitação para exercer outra 
atividade. Além desses benefícios, existem outros que podem ser concedidos ao segurado, a 
depender da adversidade que aconteceu em sua vida. 
Nossa Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, dispõe que a saúde é 
direito de todos e dever do Estado, e seu objetivo é de diminuir riscos de doenças. Isso é 
garantido com políticas sociais e econômicas que visem reduzir os riscos de doenças e 
proporcionar acesso universal e igual para todos nos serviços e nas ações que abrangem três 
categorias - a prevenção, a recuperação e a promoção. 
Dito isso, podemos afirmar que todas as pessoas, das mais diversas classes 
sociais e independentemente do status que ocupam, terão direito à saúde prevista em nossa 
 35 
 
Lei Maior. De acordo com Ivan Kertzman (2014, p. 28), “o acesso à saúde independe de 
pagamento e é irrestrito, inclusive para os estrangeiros que não residam no país”. 
Seguindo nessa mesma linha de raciocínio, o artigo 197 da Constituição Federal 
de 1988 trata da grande relevância das ações e dos serviços de saúde citados no parágrafo 
anterior, em que consta que cabe ao Poder Público regulamentar, fiscalizar e controlar tudo e 
garantir sua execução também pelo setor privado de saúde, como podemos ver a seguir: 
Art. 197 – São de relevância pública as ações e serviços de saúde, 
cabendoao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre a 
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita 
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou 
jurídica de direitoprivado 
As atividades de saúde são extremamente relevantes, e toda a sua organização 
obedece a princípios, que são vários, de acordo com Sérgio Pinto Martins (2016), como o 
princípio do acesso universal e igualitário, em que a saúde é um direito de todos e cabe ao 
Estado assegurar esse direito, independentemente de posições sociais e de pessoas, com o 
objetivo de diminuir as desigualdades. 
No princípio do provimento das ações e dos serviços, a atuação acontece 
por meio de rede hierarquizada e regionalizada, incorporadas a um sistema único, que visa 
organizaros serviços em níveis crescentes de complexidade e com a visão de comando 
unificado. Já o princípio da descentralização visa redistribuir poder e responsabilidades entre 
os três níveis de governo, que, no que diz respeito à saúde, têm o objetivo de melhorar a 
qualidade dos serviços de saúde e de garantir que haja controle e fiscalização por parte 
dos cidadãos, tendo também a concepção constitucional do mando único em que cada esfera 
de governo tem autonomia e soberania em suas decisões. 
Outro princípio que rege a saúde é o princípio do atendimento integral, cuja 
atenção deve ser tanto individual quanto coletiva, e as necessidades de saúde das pessoas ou 
de alguns grupos devem ser levadas em consideração, mesmo que não sejam iguais às da 
maioria, ou seja, deve propiciar um atendimento pleno, com tratamento digno para todos. 
Por último, o princípio da participação da iniciativa privada na assistência à 
saúde, observados os preceitos constitucionais, essa participação deve ser em caráter 
complementar, quando for comprovado que os recursos são insuficientes na rede pública de 
saúde para atender integralmente à população. Assim como as ações e os serviços de saúde 
 36 
 
obedecem a princípios, existem também diretrizes a erem seguidas, que são nada mais do 
que um direcionamento a ser seguido. O artigo 198 da Constituição Federal elenca as 
diretrizes que devem ser seguidas, como podemos ver a seguir: 
Art. 198 – As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, 
organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I – descentralização, 
com direção única em cada esfera de governo; II – atendimento integral, 
com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais; III – participação da comunidade. 
Quanto ao financiamento e ao custeamento do Sistema Único de Saúde, é eito 
com recursos do orçamento da Seguridade Social da União, dos estados, do Distrito Federal 
e dos municípios, além de outras fontes, conforme consta no artigo 198, §1° da Constituição 
Federal. 
Fábio Zambitte Ibrahim (2014, p. 9) assevera que “tal orçamento destina ao 
Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à 
realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção 
nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo 
em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias (art. 31 da 
Lei nº 8.080/90)”. 
Com a criação da Lei Complementar nº 141 de 2012, foi instituído um valor 
mínimo e se adotaram normas de cálculo do mínimo que deve ser aplicado anualmente 
pela União, nas ações e nos serviços públicos de saúde, bem como os percentuais 
mínimos, que foram estipulados em 15% do produto da arrecadação de impostos que são 
aplicados pelos entes federativos nas ações e nos serviços voltados para a saúde. Também foi 
estabelecido um critério de rateio dos recursos e instituídas normas voltadas para fiscalizar, 
avaliar e controlar as despesas efetuadas em todas as esferas. 
As diretrizes mencionadas no parágrafo anterior sobre as despesas ordenam 
que elas sejam destinadas às ações e aos serviços públicos de saúde, para que se tenha 
acesso universal, de forma igual e gratuita, que estejam nos conformes quanto aos objetivos 
e às metas traçadas dos planos de saúde de cada ente federativo. Essas despesas devem ser 
específicas para a saúde e não podem ser aplicadas em outras políticas públicas, mesmo que 
tenham incidência na saúde das pessoas. 
Por isso é importante falar sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), que, 
 37 
 
segundo Sérgio Pinto Martins (2016), é um conjunto de ações e serviços voltados para a 
saúde, prestados por diversas instituições, pela Administração direta e indireta e por 
fundações públicas em todas as esferas, em nível federal, estadual e municipal. Nesse 
sistema, também se incluem as instituições federais, estaduais e municipais no que tange ao 
controle de qualidade de medicamentos e insumos e à participação da iniciativa privada de 
forma suplementar. 
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 200, trata da competência do 
Sistema Único de Saúde (SUS), além de outras atribuições que lhe cabem, como podemos 
observar: 
Art. 200 – Ao sistema único de saúde compete, além de outras 
atribuições, nos termos da lei: I – controlar e fiscalizar procedimentos, 
produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção 
de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e 
outros insumos; II – executar as ações de vigilância sanitária e 
epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III – ordenar a 
formação de recursos humanos na área de saúde; IV – participar da 
formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V 
– incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e 
tecnológico e a inovação; VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, 
compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e 
águas para consumo humano; VII – participar do controle e fiscalização 
da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos 
psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII – colaborar na proteção do meio 
ambiente, nete compreendido o do trabalho. 
Entende-se que a Assistência Social é uma política pública para os 
hipossuficientes, um conjunto de vários princípios, de instituições e normas, que 
aprovisionam as necessidades básicas das pessoas que precisam e protegem a família e 
os portadores de deficiências, por exemplo, sem que haja qualquer tipo de contribuição 
por parte do beneficiário, como afirma Pinto Martins (2016). 
A Assistência Social, atualmente, é um gênero da Seguridade Social, em 
conjunto com a Previdência Social e a Saúde, e não faz mais parte do Direito do 
Trabalho como antigamente era correlacionado. Assim, pode ser conceituada como uma 
política social destinada aos que são hipossuficientes e prestada a alguém que necessite. 
Fábio Zambitte Ibrahim (2014, p.12) diz que, “nesse caso, a pessoa dotada de recursos para 
a sua manutenção, logicamente, não será destinatária das ações estatais na área assistencial, 
não sendo possível o fornecimento de benefício assistencial pecuniário a essa pessoa”. 
Como dito no capítulo anterior, trata-se de um conjunto de vários princípios, 
 38 
 
instituições e regras, que funcionam em conjunto no sistema, que é a assistência social, para 
que várias pessoas necessitadas, que não consigam prover o próprio sustento e o de sua 
família, sejam alcançadas, segundo Sérgio Pinto Martins (2016). Assim, as necessidades 
básicas dessas pessoas devem ser atendidas para proteger a família, por exemplo, por meio 
da atuação estatal ou até de particulares, como as instituições de assistência social e de 
beneficência, com serviços e benefícios, sem que haja qualquer contribuição da pessoa 
necessitada, diferentemente do que acontece na Previdência Social, em que se precisa 
contribuir para obter benefícios ou serviços. 
A Assistência Social se originou justamente na assistência pública, quando o 
Estado se responsabilizava por oferecer condições mínimas de subsistência aos necessitados, 
e passou a ser um serviço de fornecimento de primeiros socorros, quando necessário, e 
suporte em casos em que haja perigo. Outro ponto importante a se falar que se interliga com 
o que foi é sobre o assistencialismo – o ato de atender às populações menos favorecidas 
através de políticaspúblicas. 
Assim, o primeiro artigo da Lei Orgânica da Assistência Social (Lei nº 
8.742/93) retrata bem o que foi dito sobre o fato de ser uma política não contributiva, um 
direito de todo cidadão, para prover suas necessidades básicas, referido abaixo: 
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é 
Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos 
sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa 
pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades 
básicas. 
Além da Lei nº 8.742/93, a Declaração dos Direitos do Homem, em seu artigo 
25º.1, determina que todo cidadão tem o direito de ter um nível de vida suficiente para se 
manter e manter sua família, assegurando o bem-estar e a saúde no tocanteao vestuário, à 
alimentação, à assistência médica e à habitação, assim como odireito à segurança na 
invalidez, na velhice, entre outros serviços sociais que são fundamentais. 
Os benefícios concedidos por meio da Assistência Social devem ser previstos em 
lei, como adverte Pinto Martins (2016). O artigo 203 da Constituição Federal de 1988, em 
conjunto com o artigo 2º da Lei Orgânica da Assistência Social, prevê que a prestação de 
benefícios ou serviços para quem necessitar, mesmo que não haja contribuição, deve ser 
feita de modo que respeite certos objetivos, como podemos ver nos artigos a seguir: 
 39 
 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à 
velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa 
portadorade deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de 
prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, 
conforme dispuser alei. 
Art. 2
o
 A assistência social tem por objetivos: 
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à 
prevenção da incidência de riscos, especialmente: 
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à 
velhice; 
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; 
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a 
promoção desua integração à vida comunitária; e 
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família; 
II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a 
capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, 
de ameaças, de vitimizações e danos; 
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no 
conjunto das provisões socioassistenciais. [...] 
O primeiro dos três objetivos elencados no artigo 2º da Lei Orgânica da Assistência 
Social, que é o de promover a proteção social, subdivide-se em cinco itens. O primeiro 
deles, promovido pelo Estado, é a proteção à família, à maternidade, à infância, à 
adolescência e à velhice, pois a família é considerada a base da sociedade e reconhecida 
explicitamente no artigo 226 da ConstituiçãoFederal de 1988. 
A proteção à maternidade se justifica porque a mãe passa a ter condições 
 40 
 
psicológicas e financeiras para criar seu filho, para que ele se torne um cidadão íntegro. A 
proteção à infância e à adolescência diz respeito à máxima de que eles são o futuro e estão 
formando suas personalidades como pessoas, o que requer do Estado uma atenção especial 
para que possam crescer de forma sadia e evitar que haja qualquer disparidade, o que já 
envolve a segunda alínea (artigo 2º, I, b do LOAS). Já o último é sobre a proteção à 
velhice, porquanto as pessoas idosas são mais vulneráveis e merecem mais atenção. 
A terceira alínea é sobre a promoção da integração no mercado de trabalho. Nesse 
sentido, o Estado deve ter o cuidado de garantir proteção adequada às pessoas mais 
vulneráveis, dando-lhes a chance de alcançar a autonomia social e financeira por meio de 
várias políticas públicas. Já a quarta alínea versa sobre a habilitação e a reabilitação das 
pessoas com deficiência e a promoção de sua integração na vida comunitária, com uma 
boa qualidade de vida, para que tenham autonomia e sejam incluídas no cotidiano. A 
última alínea do referido artigo se refere ao Benefício de Prestação Continuada, cujos 
detalhes serão mostrados mais à frente, já que se trata do tema central deste trabalho. 
O segundo objetivo é o de promover a vigilância socioassistencial, que pode ser 
resumida no ato em que o Estado reúne informações sobre as circunstâncias da 
vulnerabilidade em certo local, para determinar como irá agir, para evitar que aconteçam 
mais situações de riscos e de danos. O último objetivo é o de defender os direitos. As 
organizações de Assistência Social são responsáveis por propiciar programas e serviços 
pensados para defender os direitos socioassistenciais, para que os beneficiários os 
conheçam e encontrem meios para exercê-los. 
Esclarecidos os objetivos da Assistência Social, também é importante que se fale 
sobre os princípios que a regem, que são a base e devem conduzir a construção e a 
execução das políticas públicas da Assistência Social, como enuncia Sérgio Pinto Martins 
(2016), e está presente no artigo 4º da Lei Orgânica da Assistência Social, como vemos a 
seguir: 
Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios: 
I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as 
exigênciasde rentabilidade econômica; 
II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário 
da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; 
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a 
 41 
 
benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e 
comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de 
necessidade; IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem 
discriminação dequalquer natureza, garantindo-se equivalência às 
populações urbanas erurais; 
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos 
assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos 
critérios para sua concessão. 
O primeiro princípio elencado no artigo 4º é a supremacia do atendimento às 
necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica, cujas políticas que 
são prestadas devem observar quais são as necessidades básicas da pessoa vulnerável para 
poder supri-la, mas não por motivos econômicos, já que até mesmo o beneficiário não 
precisa ter contribuído para utilizar os serviços ou os benefícios. O princípio da 
Universalização dos Direitos Sociais tem o propósito de fazer com que as políticas 
públicas alcancem todas as pessoas vulneráveis, de modo que firme todas as políticas 
setoriais com a Assistência Social. 
Já o princípio do Respeito à Dignidade do Cidadão, presente no inciso III, 
preconiza que é necessário haver eficiência e um alto grau de qualidade em todas as 
ações e que se respeite, sobretudo, a convivência comunitária e familiar do beneficiário. 
Também é obrigação do Estado encarregar-se para que a família continue unida.Todavia, 
ele não pode impor que alguém comprove que precisa daquele serviço ou benefício se isso 
implicar uma situação constrangedora. 
O princípio da Igualdade de Direitos no Acesso ao Atendimento propõe que seja 
respeitado o artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que reforça a ideia de que todos são 
iguais perante a lei, sem que haja qualquer diferenciação, e o atendimento às pessoas 
devem ser executados sem qualquer preconceito ou discriminação, igualmente, tanto para 
as pessoas que moram na zona rural, quanto para as que moram na zona urbana. 
O último princípio é o da Divulgação Ampla, segundo o qual os serviços, os 
programas, os benefícios e os projetos que são oferecidos pela Assistência Social devem 
ser amplamente divulgados, e os requisitos para a concessão deles e os recursos que são 
ofertados pelo Poder Público propagado, visando preservar o conhecimento das ações 
disponíveis para os cidadãos, para que eles saibam qual será a melhor ação para o seu caso. 
 
 42 
 
3 SERVIÇO SOCIAL E OS DESAFIOS DA AVALIAÇÃO SOCIAL 
A compreensão da trajetória do Serviço Social previdenciário nesse trabalho 
justifica- se porque são os/as assistentes sociais do INSS que realizam a avaliação social 
para acesso ao BPC. A partir da análise dos projetos profissionais orientadores do trabalho 
dos assistentes sociais em diferentes momentos históricos, queremos recuperar um pouco 
dessa trajetória do Serviço Social na previdência social. Para realizarmos essa análise, 
tomamos como referência os projetos profissionais dos Planos de Ação do Serviço Social 
dos anos de 1972 e de 1978 e a Matriz Teórico-Metodológica do Serviço Social no INSS 
publicada em 1994 (SILVA, 2008). 
Na intenção de entendermos melhor a trajetória do Serviço Social na política 
previdenciária, apresentamos um quadro esquemático a partir da década de 1940. 
Quadro 1 – Cronologia do Serviço Social na previdência social 
1942 Seção de Estudos e Assistência Social no IAPC. 
1944 Autorização para a implantação de Serviço Social nos IAPs e CAPs – Portaria n
0
. 
52 do Conselho Nacional do Trabalho (CNT). 
1945 Organização de cursos intensivos de Serviço Social para os funcionários dos IAPse 
CAPs – Portaria do DNPS/MT. 
1948 Adoção do Serviço Social nas instituições de previdência: assistência 
complementar – Ofício n
0
. 250/DNPS. 
1948 Oficialização do Serviço Social no IAPC em São Paulo. 
1950 Seções ou turma de Serviço Social nas Delegacias Regionais dos IAPs. 
1960 Definição da assistência complementar na Lei Orgânica da Previdência Social. 
 43 
 
1965 Concepção do Serviço Social como assistência complementar. 
1972 Plano Básico de Ação do Serviço Social – Resolução INPS n
0
. 401.4. 
1976 Assistência complementar por meio do Serviço Social – Art. 71 da Consolidação 
das Leis da Previdência Social. 
1978 Plano Básico de Ação do Serviço Social – Resolução INPS n
0
. 064.2. 
1991 Competência do Serviço Social: esclarecimento quanto aos direitos sociais e meios 
de exercê-los; ações intra e extra-institucionais – Art. 88 da Lei n
0
. 8.213 de 
24/07/1991. 
Fonte: Silva, 2008, p. 20-1. 
A primeira experiência oficial de implantação do Serviço Social na previdência 
social ocorreu por meio da Seção de Estudos e Assistência Social no Instituto de 
Aposentadorias e Pensões dos Trabalhadores do Comércio (IAPC) em 1942. São, então, 68 
anos de história do chamado Serviço Social previdenciário (SILVA, 2008). 
Foi, então, a partir do governo de Getúlio Vargas que o Serviço Social 
previdenciário recebeu um sopro de vida, em um momento em que a previdência social 
passava a ter importância como expressão da ofensiva do governo autoritário, populista, 
corporativo e gestor das relações de trabalho, tendo como marcos a criação dos Institutos 
de Aposentadorias e Pensões (IAPs) (ABREU e LOPES, 2008; BOSCHETTI, 2006). 
O Serviço Social na previdência social só foi institucionalizado seis anos após sua 
primeira experiência no IAPC por meio do Ofício Circular n
0
. 250/1948, expedido pelo 
então diretor-geral do Departamento Nacional de Previdência Social, Moacir Veloso 
Cardoso de Oliveira. Esse Ofício orientava para adoção das seguintes medidas que 
deveriam ser adotadas pelas instituições da previdência: 1. organização de seções de 
Serviço Social; 2. lotação nas seções dos servidores com curso regular de assistência social 
ou com curso intensivo de “auxiliar social”; 3. controle do registro de entrada e saída dos 
 44 
 
servidores, observadas as necessidades dos “trabalhos de serviço social”; 4. colaboração 
dos diversos órgãos da instituição; 5. não aumento de despesa quanto a pessoal pelo 
aproveitamento dos servidores já disponíveis; 6. concessão de bolsas de estudo para o 
preparo de novos servidores (SILVA, 2008). 
O Serviço Social previdenciário historicamente parece ser reduzido a uma mera 
assistência complementar importante tanto para o futuro da previdência social quanto no 
sentido da individualização do benefício a fim de poder prestar apoio à solução dos 
problemas dos desajustamentos sociais no Brasil. Essa afirmação encontra fundamento nas 
atividades que foram atribuídas ao Serviço Social na previdência no final da década de 
1940: 1. orientação quanto aos benefícios e à obtenção de documentos, tutelas, registros de 
nascimento, etc.; 2. orientação social nas casas dos segurados; 3. encaminhamento de 
segurados a outras instituições públicas ou privadas quando uma demanda não esteja no 
âmbito da previdência social; 4. estudo e exame dos casos individuais de desajustamento 
dos segurados e beneficiários e seu acompanhamento por meio de visitas periódicas e 
registro em fichas reservadas, uma função de ajuda, quando identificada a dificuldade ou 
impossibilidade de agir do segurado (SILVA, 2008; NEVES e SILVA, 2008; IAMAMOTO 
e CARVALHO, 2005). 
Essas atividades contribuíram para ratificar a configuração da individualização 
dos benefícios e a humanização da ação educativa a ser desenvolvida pelos assistentes 
sociais (IAMAMOTO e CARVALHO, 2005). 
Durante décadas, o Serviço Social previdenciário seguiu a orientação 
“complementar, supletiva, individualizante, humanizante, educativa em torno da 
previdência social, tendo como objeto o ajustamento social” (SILVA, 2008, p. 22). O termo 
complementar, que parece caracterizar certo status de estigma ao Serviço Social 
previdenciário, tem diferentes significados: o de satisfação de necessidades que o mercado 
não satisfaz; o de que as necessidades, no caso, são realmente residuais no âmbito da 
reprodução social; o de provisão de necessidades que o trabalhador e sua família não são 
capazes de prover por si mesmos (PEREIRA, 2006). 
O entendimento de Serviço Social como algo complementar na previdência social 
foi confirmado por meio da Lei n
0
. 3.807/1960 – Lei Orgânica da Previdência Social 
(LOPS) – que, então, definiu a assistência complementar: 
 45 
 
Art. 22. As prestações asseguradas pela previdência social consistem em 
benefícios e serviços, a saber: I – Quanto aos segurados: a) auxílio-
doença; b) aposentadoria por invalidez; c) aposentadoria por velhice: d) 
aposentadoria especial; e) aposentadoria por tempo de serviço; f) auxílio-
natalidade; g) pecúlio; 
h) assistência financeira. II – Quanto aos dependentes: a) pensão; b) 
auxílio- reclusão; c) auxílio- funeral; d) pecúlio. III – Quanto aos 
beneficiários em geral: 
a) assistência médica; b) assistênciaalimentar; c) assistência habitacional; 
d) assistência complementar; e e) assistência reeducativa e de readaptação 
profissional. 
Art. 52. A assistência complementar compreenderá a ação pessoal junto 
aos beneficiários, quer individualmente, quer em grupo, por meio da 
técnica do Serviço Social, visando à melhoria de suas condições de vida. 
§ 1
0
. A assistência complementar será prestada diretamente ou mediante 
acordo com os serviços e associações especializadas. 
§ 2
0
. Compreende-se na prestação da assistência complementar a de 
natureza jurídica, a pedido dos beneficiários ou “ex-oficio” para a 
habilitação aos benefícios deque trata esta lei e que deverá ser ministrada, 
em juízo ou fora dele, com isenção de selos, taxas, custas e emolumentos 
de qualquer espécie (BRASIL, 1960). 
Muito embora o Serviço Social já se fizesse presente de alguma forma na 
previdência social há dezoito anos (1942-1960), ainda existia uma ausência em termos 
jurídicos do que seria o Serviço Social na previdência, um ranço, que já podemos anunciar, 
ainda presente no Serviço Social previdenciário hoje que veremos mais adiante como um 
dos desafios da avaliação social para acesso ao BPC. 
Cinco anos após a promulgação da LOPS/1960, foram detalhadas as Normas Gerais 
para o Serviço Social na previdência. Para os que tinham alguma dúvida, a Resolução de 
1965 formalizou o Serviço Social na previdência como: 
assistência complementar que através de métodos, instrumentos e técnicas 
próprias: I – atende os beneficiários carentes de ajuda, individualizando e 
tornando humanas as relações com a Instituição na concessão e 
manutenção das prestações asseguradas pela Lei; II – contribui pela 
atuação junto aos setores da Instituição incumbidos das prestações, para 
que estas não tenham apenas caráter paliativo, mas sejam rela fator de 
ajustamento social; III – previne e corrige desajustamentos através de 
atuação direta na família, no trabalho e na comunidade (MTPS, 1965, 
Art.3º.). 
A resolução 1.081/1965 não conseguiu ultrapassar a noção de prevenção e correção 
de desajustamentos por meio da atuação direta na família, no trabalho e na comunidade. 
 46 
 
Aos profissionais que ainda precisavam de um instrumento jurídico mais explícito da 
perspectiva funcionalista, foi lançado o Regulamento Geral da Previdência Social, em 
1973, que reiterou a ajuda pessoal nos desajustamentos individuais e do grupo familiar em 
seu artigo 180 (FALEIROS, 2008). 
O Serviço Social previdenciário da década de 1970 não conseguiu ir além da mera 
reprodução das ideias de seu tempo histórico. As práticas tradicionais continuaram sem 
qualquer tipo de questionamento. O trabalho, totalmente orientado pelo Movimento de 
Reconceituação do Serviço Social
3
, era descobrir instrumentos de acordo com a realidade 
sem chegar a um questionamento das estruturas sociais vigentes e continuando a ter como 
referencial teórico o funcionalismo. 
Embora o Movimento de Reconceituação do Serviço Social tenha surgido como um 
movimento de revisão e crítica na década de 1960, com pretensões a romper com o 
metodologismo tradicional que caracterizava o Serviço Social de origem norte-americana 
anacrônico à realidade histórica, social, econômica e política latinoamericana (MACEDO, 
1986), a crítica de Netto (2007) identifica tal movimento como 
A perspectiva modernizadora, um esforço no sentido de adequar o Serviço 
Social, enquanto instrumento de intervenção inserido no arsenal de 
técnicas sociais a ser operacionalizado no marco de estratégias de 
desenvolvimento capitalista, às exigências postas pelos processos 
sociopolíticos emergentes no pós-64. Trata-se de uma linha de 
desenvolvimento profissional que, se encontra o auge da sua formulação 
exatamente na segunda metade dos anos sessenta, sem dúvidas, são os 
textos dos seminários de Araxá e Teresópolis, revelar-se-á um eixo de 
extrema densidade na reflexão profissional: não só continuará 
mobilizando energias nos anosseguintes, como, especialmente, mostrar-
se-á aquele vetor de renovação que mais fundamente vincou a massa da 
categoria profissional (NETTO, 2007, p. 154). 
A expressão do Movimento de Reconceituação no Serviço Social previdenciário, 
então, foi marcada pela ilusão e integração social. O desenvolvimento não passou de 
interpelação ideológica, representou não mais que uma ilusão. 
O Plano Básico de Ação do Serviço Social no então Instituto Nacional de 
Previdência Social (INPS) foi aprovado por meio da Resolução INPS n
0
. 401.4, de 
07/02/1972, seguido da Padronização de Documentação Técnica – Sistema Básico de 
Registro de Dados. O Plano de 1972 é uma das mais significativas expressões da 
perspectiva modernizadora no exercício da prática profissional de então (FALEIROS, 
 47 
 
2008). O plano pressupõe 
a capacidade para tomada de decisões, com o fim de selecionar e nortear 
as atividades do Serviço Social no INPS, construindo-se, no seu todo, 
uma tentativa de unificar teorias emanadas da prática. É, outrossim, 
fundamental que ele represente junto às demais linhas de atividades do 
INPS, a interpretação do papel do Serviço Social na instituição 
considerando-se como papel o conjunto de expectativas em torno de 
determinada função no sistema social. Essas expectativas devem 
corresponder aos objetivos do Instituto, às finalidades do Serviço Social e 
às necessidades da clientela (INPS, 1972, p. 6). 
A função do Serviço Social vai se expressar na racionalidade técnica e 
administrativado enfoque assistencialista da política previdenciária. O projeto profissional 
que se define nesses marcos reafirma-se como ação político-pedagógica com orientação 
individualista e psicossocial, tendo a prestação e administração de serviços como a 
principal referência material, ao mesmo tempo em que reforça e contribui para o 
ocultamento dos processos de racionalização desses serviços nos limites do padrão 
burocrático do assistencialismo implantado pela ditadura militar (FALEIROS, 2008; 
ABREU e LOPES, 2008). 
O Serviço Social previdenciário, então, com o Plano de 1972, foi reduzido a uma 
“ação educativa individualizada, subalternizante, centrada na necessidade de manutenção 
do trabalhador e sua família em permanente estado de necessidade em relação aos meios de 
sua subsistência física” (INPS, 1972, p. 15). 
A partir de 1977, a “assistência social previdenciária” foi definida como atividade 
autônoma, exigindo (re)estruturação no âmbito nacional em face da extensão e 
peculiaridade dos serviços que deverá prestar. O final da década de 1970 ocorreu uma 
valorização da assistência social do MPAS e superestimou as possibilidades profissionais 
do Serviço Social: 
há apenas um reduzido contingente da população, em termos percentuais, 
permanecendo marginalizada no tocante à proteção social, mas mesmo 
esse contingente de pessoas carentes deverá ser um dia redimido graças à 
programação prevista pra o setor de assistência social do MPAS (SILVA, 
2008, p. 27). 
A ilusão integradora continuou a sobreviver com o lançamento do 
Plano Básico de Ação do Serviço Social de 1978 que, conforme assinalado 
por Pereira (1978), apresenta ainda um Serviço Social 
 48 
 
selecionado para seu sistema cliente, não apenas a pessoa do beneficiário, 
mas também o seu meio ambiente […] nossa prática no INPS é orientada 
na busca da integração social do beneficiário e reconhece as implicações 
da interação (pessoa em situação), e que esta prática se situa no “social 
abrangente”, que compreende a realidade social através da identificação decategorias de fenômenos que são: psicossociais, socioculturais, 
socioeconômicos, etc., e que esses fenômenos são tomados na dimensão 
da interação social das relações sociais (PEREIRA, 1978, p. 304). 
Na década de 1990, de acordo com Moreira (2008), o Serviço Social previdenciário 
passa a expressar os avanços consubstanciados na CF/1988 em torno dos direitos sociais e 
da participação dos usuários na gestão das políticas sociais. A Lei n
0
. 8.213, de 24 de julho 
de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, foi capaz de 
revelar a competência do Serviço Social no âmbito da política previdenciária. 
Art. 88. Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários 
seus direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente 
com eles o processo de solução dos problemas que emergirem da sua 
relação com a previdência social, tanto no âmbito interno da instituição 
como na dinâmica da sociedade. 
§ 1
0
. Será dada prioridade aos segurados em benefício por 
incapacidade temporária e atenção especial aos aposentados e 
pensionistas. 
§ 2
0
. Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários, serão utilizadas 
intervenção técnica, assistência de natureza jurídica, ajuda material, 
recursos sociais, intercâmbio com empresas e pesquisa social, inclusive 
mediante celebração de convênio, acordos ou contratos. 
§ 3
0
. O Serviço Social terá como diretriz a participação do beneficiário na 
implementação e no fortalecimento da política previdenciária, em 
articulação com as associações e entidades de classe. 
§ 4
0
. O Serviço Social, considerando a universalização da previdência 
social, prestará assessoramento técnico aos Estados e Municípios na 
elaboração e implantação de suas propostas de trabalho (BRASIL, 1991). 
A partir de 1991, na análise de Silva (2008), as atividades do Serviço Social ganham 
espaço nos âmbitos internos e externos. No interno, ficaram destinadas as seguintes ações 
para o Serviço Social: prestação e socialização das informações previdenciárias, articulação 
com os setores da Instituição, prestação de recursos materiais e emissão de laudo e parecer 
social. No âmbito externo, o Serviço Social do INSS ficou responsável pela articulação 
com as associações, entidades de classe, sindicatos, empresas, obras sociais e outros 
recursos, por meio da criação de canais contínuos que possibilitem a discussão e análise 
dos direitos sociais e da política previdenciária, a inclusão dos trabalhadores na 
participação, implementação e fortalecimento da mesma. 
 49 
 
Essa guinada na principal atividade no Serviço Social previdenciário a partir da 
década de 1990 aponta para um avanço do projeto de profissão na previdência social 
ancorado a uma concepção de projeto societário com uma perspectiva voltada para os 
interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora (MOREIRA, 2008; CARTAXO e 
CABRAL, 2008). 
A concepção de projeto profissional articulada a um projeto societário 
emancipatório tem no Código de Ética do Assistente Social (1993), na Lei de 
Regulamentação da Profissão(1993) e nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS (1996), uma 
nova legalidade reafirmada na década de 1990, orientada por uma nova direção social 
hegemônica do Serviço Social nos anos de 1980. O projeto profissional e sua direção 
sociopolítica têm sua influência decisiva nas lutas e movimentos sociais em uma 
perspectiva classista em que o trabalho profissional vai perfilando uma nova configuração 
no interior da contradição capital-trabalho (IAMAMOTO e CARVALHO, 2005; 
CARTAXO e CABRAL, 2008). 
A Matriz de 1994 apresentou um novo paradigma para o Serviço Social na área da 
previdência social que reestrutura o fazer profissional do Serviço Social na área e vai se 
constituir um marco na história da profissão na previdência, revelando “uma opção clara e 
fundamentada pelos princípios democráticos que buscam recuperar e resgatar o exercício 
da cidadania e do direito” (INSS, 1994, p. 7). 
A Matriz trouxe muitas mudanças para o Serviço Social previdenciário e afirmou 
que 
a ação prioritária do Serviço Social, a partir de 1994, se voltou para 
assegurar o direito, quer pelo acesso aos benefícios e serviços 
previdenciários, quer pela contribuição para a formação de uma 
consciência cidadã de proteção social ao trabalho, que leve os usuários a 
participar da implementação da política previdenciária (SILVA, 1999, p. 
19). 
Silva (1999) informa que essa competência foi concretizada por meio de ações 
profissionais coordenadas pela Divisão de Serviço Social (DSS) extinta em junho de 
1999 pelo decreto n
0
. 3.081/1999. Foi no contexto da “contrarreforma do Estado” 
(BEHRING, 2003) que a cobertura e o acesso aos direitos da política previdenciária 
sofreram grave queda, momento também que foi posta em discussão a existência do 
Serviço Social no INSS. 
 50 
 
A mobilização da categoria dos assistentes sociais em relação à permanência do 
Serviço Social na previdência repercutiu no Ministério da Previdência e Assistência Social 
que recuou da extinção definitiva do Serviço Social, conforme pretendeu com a MP 
1.729/1998, mantendo-o como atividade no âmbito do INSS (LOPES, 1999). 
A luta do Serviço Social previdenciário, conforme Cartaxo e Cabral (2008), também 
está na recomposição do espaço sócio-ocupacional em face da publicação da Portaria 
Interministerial n
0
. 01/2007 – MPS/MDS, de 20/03/2007, que constituiu um grupo de 
trabalhopara reestruturar este serviço, com a participação de representações do Ministério 
da Previdência, MDS e do CFESS. 
Outra luta dos assistentes sociais da previdência e também do conjunto 
CFESS/CRESS, está no combate ao Projeto de Lei que regulamenta os fundos privados de 
previdência complementar criados com a Reforma Previdenciária de 2003 na perspectiva 
dofortalecimento da previdência privada e a Lei 11.457, que regulamenta o funcionamento 
da Receita Federal, com a fusão das Secretarias da Receita Previdenciária e da Receita 
Federal, o que implica injetar recursos da seguridade social no caixa único da União, 
quetem priorizado o pagamento da dívida pública. É nesse cenário de incertezas que se 
inscreve a reestruturação do Serviço Social previdenciário. 
O Conjunto CFESS/CRESS vem sendo um dos protagonistas na defesa desseespaço 
sócio-ocupacional. Na gestão 2005/2008 do CFESS, foram realizadas duas audiências com 
o Ministério da Previdência Social, para tratar sobre o concurso público, que resultou na 
criação do Grupo de Trabalho (GT) pela Portaria Conjunta nº. 1, de 28/03/07, do Ministério 
da Previdência Social e do MDS, com a participação do CFESS, conforme já 
anunciado (CFESS, 2010a). 
Esse GT teve como objetivos: a) apresentar proposta de reestruturação do Serviço 
Social do INSS de modo a contemplar as novas exigências quanto aos serviços específicos 
a serem prestados à população previdenciária e àquela necessitada dos benefícios 
assistenciais de modo a subsidiar a realização de concurso público para profissionais da 
área; b) definir atribuições, competências, funções dos profissionais de Serviço Social no 
âmbito da previdência social a fim de readequar a estrutura existente às demandas atuais; 
c) propor alterações que se fizerem necessárias no que diz respeito às condições de 
trabalho dos assistentes sociais no INSS (CFESS, 2010a). 
 51 
 
A publicação do Decreto 6.214/2007, que estabelece a obrigatoriedade da avaliação 
social como parte integrante do processo de avaliação da incapacidade para a vida 
independente e para o trabalho das pessoascom deficiência para acesso ao BPC a partir de 
2009, reforçou a necessidade do concurso público para assistentes sociais no âmbito do 
INSS. 
Em resposta à exigência expressa pelo Decreto de 2007, inicialmente, o MPOG 
autorizou 600 vagas para o concurso público, insuficientes para a necessária recomposição 
do quadro. Foram realizadas diversas articulações e dessa forma conseguiu-se a 
concordância do MPOG em aumentar o número de vagas (CFESS, 2010a). 
Após anos de lutas para (re)estabelecer o quadro de assistentes sociais no INSS, foi 
publicado no D.O.U. o Edital nº. 1, de 6 de novembro de 2008, concurso público para 
provimento de 900 vagas no cargo de Analista de Seguro Social com formação em Serviço 
Social para todo o Brasil. 
O concurso realizado foi para assistente social, no âmbito do INSS, tendo como 
objetivo principal atender a demanda de realizar a avaliação social da deficiência e do grau 
de incapacidade para a vida independente e para o trabalho das pessoas com deficiência que 
buscam o BPC (CFESS, 2010). 
Uma grande conquista, a Portaria 450 sobre o concurso, do MPOG, admite a 
possibilidade de nomeação de candidatos aprovados até o limite de 50% a mais do 
quantitativo original de vagas, o que implica dizer que ainda existe a oportunidade de 450 
assistentes sociais serem nomeados, podendo chegar ao patamar de 1.350 nomeações em 
todo o Brasil, número mais próximo da necessidade de profissionais apontado pelo GT 
(CFESS, 2010a). 
O processo de trabalho do assistente social na avaliação social está repleto de 
desafios colocados à categoria profissional conforme alerta Cartaxo (2010): 1. Discussão 
com um novo olhar na forma de avaliação da incapacidade para o trabalho baseada na CIF; 
2. rigoroso trato teórico-metodológico para apreensão crítica da realidade social; 3. 
constante pesquisa como fundamento do exercício profissional em seus programas e 
projetos – numa relação dialética entre a teoria- prática profissional; 4. permanente 
capacitação profissional qualificada às demandas dos usuários e as requisições 
institucionais de acordo com o Código de Ética da profissão; 5. reafirmação da Matriz 
 52 
 
Teórico-Metodológica do Serviço Social; 8. articulação da política previdenciária com 
a saúde e assistência social. 
Moreira (2010) também coloca alguns desafios a serem problematizados e 
superados entre os assistentes sociais que realizam a avaliação social: 1. defesa da 
ampliação da renda per capita dos membros da família do requerente considerado no 
cálculo da renda familiar; 2. realizar estudos e pesquisas sobre os resultados alcançados 
com a adoção do novo modelo; 3. intensificar o debate junto à sociedades sobre o novo 
modelo; 4. identificar necessidades e demandas e propor soluções de aperfeiçoamento do 
instrumento; 5. agilizar a implementação das ações necessárias ao aperfeiçoamento do 
instrumento e da avaliação; 8. ampliação o acompanhamento dos beneficiários do BPC na 
rede de serviços socioassistenciais. 
Iamamoto (2005) nos lembra que o Serviço Social é regido por normas próprias, ou 
seja, qualquer alteração no que se refere às suas competências e atribuições privativas deve 
estar de acordo com a regulamentação vigente e submeter-se a discussão da categoria 
profissional nos seus mecanismos representativos, CRESS e CFESS. Sobre competências e 
atribuições privativas do assistente social, a Lei 8.662/1993 determina que: 
Art. 4º Constituem competências do Assistente Social: 
I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a 
órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e 
organizações populares; 
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos 
que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da 
sociedade civil; 
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, 
grupos e à população; 
IV - (Vetado); 
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no 
sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento 
e na defesa de seus direitos; 
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; 
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a 
análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais; 
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública 
direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às 
 53 
 
matérias relacionadas no inciso II deste artigo; 
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria 
relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, 
políticos e sociais da coletividade; 
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de 
Unidade de Serviço Social; 
XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de 
benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública 
direta e indireta, empresas privadas e outras entidades. Art. 5º 
Constituem atribuições privativas do Assistente Social: 
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, 
pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; 
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de 
Serviço Social; 
III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e 
indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço 
Social; 
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e 
pareceres sobre a matéria de Serviço Social; 
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação 
como pós graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos 
próprios e adquiridos em curso de formação regular; 
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço 
Social; VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de 
Serviço Social, de graduação e pós-graduação; 
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de 
pesquisa em Serviço Social; 
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões 
julgadoras deconcursos ou outras formas de seleção para Assistentes 
Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço 
Social; 
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados 
sobre assuntos de Serviço Social; 
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e 
Regionais; XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades 
públicas ou privadas; 
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão 
financeira emórgãos e entidades representativas da categoria profissional 
(BRASIL, 1993). 
Diante disso, pode-se afirmar que a realização de habilitação de benefícios é uma 
 54 
 
prática contraditória às competências e atribuições privativas do profissional de Serviço 
Social, da mesma forma que, forçar os assistentes sociais a tal prática se torna uma 
ilegalidade, ferindo toda a legislação que regulamenta a atuação profissional no INSS, o 
Código de Ética Profissional (1993) e a Lei que regulamenta a profissão (8.662/1993). 
Em relação ao BPC, o assistente social atua na realização da avaliação da 
deficiência e do grau de incapacidade das pessoas com deficiência que buscam o BPC, 
juntamente com a perícia médica, conforme determina o Decreto 6.214/2007. Além disso, 
realiza ações de socialização das informações junto aos usuários e à sociedade civil, por 
meio de abordagens individuais e grupais viabilizandoarticulações com instituições e os 
poderes públicos. 
 A exigência da pobreza familiar como critério de acesso ao BPC 
transforma o benefício em uma garantia de renda destinada à família e não 
somente à pessoa com deficiência. O critério de ¼ de salário mínimo per 
capita familiar de renda que permite o acesso ao BPC aliado à pobreza das 
famílias das pessoas com deficiência configuram o alcance do benefício 
como restrito para promover mudanças significativas nos padrões de 
consumo das pessoas com deficiências atendidas (SPOSATI, 2008; 
GOMES, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 55 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Antes dos avanços na área da seguridade e da assistência social, que ocorreram nas 
últimas décadas, principalmente com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a 
condição dos idosos pobres e deficientes era realmente lamentável, praticamente 
abandonados, sem assistência e, praticamente, desamparados pelo Estado. De acordo com 
Augusto (2021) no início do século XX a política social vigente era utilizada como manobra 
do governo para acalmar os protestos e os conflitos resultantes da insatisfação popular. 
As políticas públicas destinadas para os idosos e deficintes, antes da promulgação da 
Constituição de 1988 tinham caráter filantrópico e de caridade, tratando os idosos e 
deficientes com humilhação. Mas com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que 
se tornou um “divisor de águas” dos direitos sociais no Brasil, em virtude dos alcances que 
possibilitaram avanços importantíssimos nessa área, a situação de desprezo e desamparo dos 
deficientes e idosos passou a melhorar significamente. 
Logo após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o governo, por força de lei 
começou a implementar, com mais afinco, políticas públicas voltadas para os idosos e 
pessoas com deficiência, incapazes de trabalhar. 
A assistência social passou a ter mais prestígio e merecer mais atenção do governo, até 
que em 1993 foram criados o Estatuto do Idoso e a Lei Orgânica de Assistência Social-
LOAS, e criou-se também o Benefício de Prestação Continuada (BPC), trazendo melhorias 
na qualidade de vida dos idosos e deficientes. 
Para que esse tipo de benefício seja concedido, é preciso provar que a pessoa tem 
algum tipo de deficiência, que tem, no mínimo, sessenta e cinco anos e que se encontra em 
estado de miserabilidade, e que a renda per capta da família não seja superior a ¼ do salário 
mínimo. 
Com propósito de reduzir à desigualdade social e garantir o mínimo possível a 
dignidade humana e aos que vivem em vulnerabilidade e risco social, o Estado Brasileiro 
tem avançado, especificamente na organização assistencial através de um conjunto de ações 
de prestação material dos direitos fundamentais, prestados aos cidadãos que necessitam, 
independente de verterem contribuições como forma de garantir o seu direito. 
Importa, que o estado está em busca de servir, assistir e garantir a dignidade da pessoa 
 56 
 
humana, prevista no art. 1º, inciso III, da Constituição Federal, e, a Previdência Social, 
levando em conta a importância de sua operacionalização enquanto organização pública 
prestadora de serviços previdenciários. No que compete a seguridade social, tem-se o 
conjunto de iniciativa do poder público e privado, que segue as diretrizes da universalidade 
na cobertura e no atendimento, uniformidade dos benefícios e serviços para a população, 
assim como irredutibilidade do valor dos benefícios, financiamento pelo setor público e pela 
sociedade e gestão administrativa democrática e descentralizada. 
Os estudos realizados, demostraram que o Benefício da Prestação Continuada se 
configura como uma transferência de renda assegurada pelo art. 203 da Constituição e 
regulamentada pelos arts. 20 e 21 da Lei nº 8.742/1993, na Lei Orgânica da Assistência 
Social (LOAS). Essa lei ampara todos àqueles que se encontram impossibilitada de exercer 
um trabalho que requeira dispêndio de força física e mental, bem como os idosos com 65 ou 
mais anos de idade. Este benefício não tem caráter de contribuição, mas assistencial. 
Mesmo diante de toda uma gama de regras e requisitos o beneficiário em dois em dois 
anos tem que voltar a provar sua condição de miserabilidade. Interessante é observar que o 
valor do Benefício de Prestação Continuada serve apenas para a sobrevivência do 
beneficiário, uma vez que não garante vestuários, alimentação, moradia entre outros 
requisitos constitucionais que o salário mínimo deveria suprir. O BPC, na maioria dos casos, 
representa a única renda de famílias que vivem em verdadeiro estado de miséria, 
desprovidas de outros recursos financeiros. Em situações especiais, essas famílias recebem 
também uma simbólica ajuda do programa Auxilio Brasil, criado em 2021 para substituir o 
Bolsa Família como programa social de transferência direta e indireta de renda do Governo 
Federal. 
O Benefício da Prestação Continuada, portanto, modificou profundamente o cenário 
de miséria e abandono em que viviam milhares de pessoas deficientes impossibilitadas de 
trabalhar e de idosos reconhecidamente incluídos na faixa da miséria social. 
Diante de todo o exposto, percebeu-se que o BPC como discorrido têm em sua 
essencialidade caráter puramente assistencial, sendo a verdadeira política pública inerente 
ao campo dos direitos fundamentais, com uma parcela significativa do estado em propiciar 
o mínimo necessário aos que se encontram em situações vulnerabilidade econômica, tendo 
o básico para que não padeçam independente de sua contraprestação, assim o estado 
 57 
 
cumpre o seu dever de proteção e amparosocial da dignidade da pessoa humana. 
Vê-se assim, que o pagamento do benefício de prestação continuada, tem o condão de 
amenizar as condições de vida dos beneficiários, uma vez que não enfrenta o problema da 
hipossuficiência, apenas o ameniza, servindo como um mecanismo que tenta melhorar a 
situação de vida dos beneficiários, ou seja, do idoso e do deficiente físico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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o
 de outubro de 
2003, acresce parágrafo ao art. 162 do Decreto n. 3.048, de 06 de maio de 1999, e dáoutras 
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11.457, de 16 de 
março de 2007, 10.910, de 15 de julho de 2004, 10.826, de 22 de dezembro de 
2003,11.171, de 2 de setembro de 2005, e 11.233, de 22 de dezembro de 2005; revoga 
dispositivos das Leis n. 11.302, de 10 de maio de 2006, 10.997, de 15 de dezembro 
de2004, 8.212, de 24 de julho 
de 1991, 9.317, de 5 de dezembro de 1996, 10.593, de 6 dedezembro de 2002, 11.098,de 
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