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JORNAL DO COMMERCIO — DOMINGO, 2 DE DEZEMBRO DE 1923 
PUBLICAÇÕES A PEDIDO 
A queixa-erime do Dr. Epitaeio Pessoa contra o 
Director do "Correio da Manhã" 
CAMINHO A SEGUIR — AUGUNS TRECHOS QUE NAO DE- 
VEM FICAR SEPUETADOS NO SIGILUO DOS CAR- 
TÓRIOS 
Como já é do dominio publico, o Sr. Dr. Epitaeio Pessoa 
chamou aos tribur.aes, por crime de calumuia, o Director do 
"Correio da Manhã", o Qual, ein uma de suas ultimas edições, 
aecusou o ex-Presidente da Republica, de haver, em 1920, em 
troca de uma jola offerecida por agambarcadores de assucar, 
revogado, em proveito destes, algumas medidas acertadas que, 
para assegurar á população desta Capital um stoclc de assucar 
bastante ao seu consumo, anteriormente adoptara. 
E' advogado do ex-Presidente o illustrado Sr. Dr. Eugênio 
de Euoena. 
Na extensa petição de queixa ha certos trechos que não 
devem ficar sepultados no sigillo dos cartórios, porque uns 
apontas a todos os cidadãos dignos o caminho a seguir, contra 
o desbragamento de certos jornaes, e outros mostram ao pu- 
blico a facilidade com que, entro nós, sem fundamento e até 
com a mais audaciosa inversão dos factos, se ataca a reputação 
dos homens públicos. 
Entre os alludidos trechos destaca-se em primeiro lugar o 
que declara os motivos que levaram o Sr. Epitaeio Pessoa a 
recorrer á justiça. 
A este respeito, eis o que diz o Sr. Dr. Encena 
"A citada folha, despeitada pela resistência victoriosa que 
aos seus planos políticos offereceu o queixoso o ar.no passado, 
como Presidenta da Republica, tom-lbe movido nos últimos tem- 
pos odiosa campanha, em que outras calumnias e injurias lhe 
tem assacado a proposlto de actos officiaes do seu Governo; 
«obre esses actos o qnerelante já deu explicações comp'eta« e 
cabaes pela imprensa desta Capital e doa Ertados, e coiue itun-sc 
com isto, certo de que em face destas expl caçóes. :> NÍ/ Ao 
continuará a manter-lhe o conceito e a confiança com que sempre 
t> honrou. 
Agora, porém, trata-se de um facto que se liga mais directa 
e intimamente á honra pessoal do querelante e, por isto, em- 
bora também neste caso lhe fosse tacll destruir pela imprensa 
a odiosa. Imputação, prefere, pelo natural constrangimento que 
Jsto lhe desperta, que a ultima palavra sobre eila seja proferida 
pela voz, evidentemente mais autorizada e insuspeita, da justiça 
«Jo seu paiz, para quem recorre confiante. 
Outra razão move ainda o querelante. 
A lei repressora dos abusos de imprensa entre nós cia o 
Codlgo Penal. Esta lei, pelos defeitos vários de que se resentla, 
quanto à «rlentaqâo doutrinaria. As modalidades doa crimes • ka 
pensa, aggravado» por um processo que se prestava a todas na 
rhicanaa, falhAra quaai inteiramente aoe seus fins. As vlcllmaa 
í âS aggvessóes Impressas Já n&o queriam recorrer ao» Irlbu- 
tiaea. pela Impossibilidade que estes, As mais das veses. depara- 
vam para se desvencllharem das malhas processuaes terlüse rela 
rabullce e desaggravarein o conceito e a honra doe offendldoe. 
Agora, porém, o Congresso Nacional. Juatamente alarmado 
pelo deecommedlmento em que cahira na Capital da R -publica o 
que eó por euphemlamo se continuava a chamar a Ub'ritn4r <tr 
Imprenso, votou uma lei que procura reivindicar oa direitos da 
russa cultura e rehabllltar-nos ao» olhos do extrangelro « ao» 
nosaos proprloe olhos. 
K' dever de todo brasileiro, principalmente daquelles que 
gnzam de certa autoridade entre oa seus concidadãos, secundar 
cs esforços cívicos do Congresso, valer-se dessa lei. prestigiai-a, 
protelegnl-e contra a chicana e a audacla dos catumniadores, em- 
pregar, emflm, todos os meios dignos para que ella alcance cs 
f iis patrióticos que inspiraram a »uh approvaçào. 
Confiamos nos seus preceitos, assim como na Integridade e 
fesassombro da magistratura e. por Isto. estamos certos de nuo 
r as tentativas surtirão effelto e valerão por asslgr.nlndo ser- 
\ u ao Brasil, ao seu nome, á sua moralidade. A sua civilização." 
RAZÕES QUE O QUERBEADO DESVIRTUOU 
Outro trecho que merece ser divulgado P aquelle em que 
s queixa explica "na ro~õc.i que levaruw u ComvicrrLo e a fa- 
rtu.ítflo drsta Capital a fntrr ao ex-Pr^Mcnte a gentilvsa que o 
ç irrrlado intencionfilynrnte dc.ivirtu0u.' 
Bll-o: 
"Foram o Commerclo e a Industria desta Capital franca- 
ni"nte contrários á candidatura do queixoso na eleição presiden- 
íiil «e 1919. Como Isto não era motivo para que lhe ficasse 
rt sentimento dessas classes, entidades abstractas, quando o não 
guardam dos proprioa indivíduos, que o combateram, tanto que 
dellcs aproveitou alguns até na organização do seu Ministério 
t, outros em postos de destaque, como Ruy Barbosa, seu compe- 
tidor, a quem — um dos primeiros «otos do seu Governo — 
convidou para representar o Brasil na Liga das Naçjões, pôde o 
querelante comprehender e sentir o injustificável afastamento em 
que aquellas classes vinham sendo systematleumente mantidas 
pelos successlvos governos da Republica. E, considerando do 
maior valor, seu aproveitamento e collnboração. procurou, desde 
logo, dar-lhes publicamente provas da sua cordialidade e do 
peu apreço. 
Dahi a visita que fez A Associação Commerclal. em Maio de 
1920. o discurso que alll proferio e que tão generoso acolhi- 
mento mereceu do numeroso auditório então presente, c, final- 
mente, a recepção que, em Julho, offereceu no Palacio do Cat- 
tete, a titulo, por assim dizer, particular, e á sua custa, ao Com- 
merclo e A Industria em geral. 
Alguns dias depois. Informado o querelante de que os repre- 
eentantes destas classes, sorprendidos até certo ponto e sensibi- 
lizados com essas demonstrações de estima, pensavam em retrl- 
buil-as e desejavam saber se elle aceitaria um baile no Club 
dos Diários, respondeu, como não podia deixar de fazel-o, aífir- 
mativamente. 
A estas explicações, que se clrcumscrevem ao que diz res- 
peito ao queixoso, additem-se agora, como complementares, as do 
Br. Dr. Araújo Franco, então Presidente da Associação Com- 
merclal, cujo depoimento, dada a sua qualidade, é o mais auto- 
rimdo e valioso relativamente ao que occorreu com a offerta do 
preaente que viria servir de pretexto á Imputação calumnlosa. 
UM DEPOIMENTO VAEIOSO 
Explicando os motivos qne dctcrminarain essa offerta, es- 
creve o Dr. Araújo EVanco o seguinte, no documento que se 
junta sob n. 14: . 
"Eleito em opposição ao candidato que essas classes 
(Commerclo e Industria), pela primeira vez, haviam re- 
solvido moralmente apoiar, era de crer que o novo Pre- 
sidente da Republica timbrasse em mais accentuudo tor- 
nar o ostracismo em que viviam. 
Da sua visita, porém, á Associação Commercial do 
Rio de Janeiro, do sensacional discurso que ahl proferio 
e da brilhante recepção que, com a Exma. Sra. Epitaeio 
Pessoa, deu em Palacio om honra do Commerclo e da 
Industria desta Capital, verificaram esses elementos ser 
intenção do lllustre Presidente acabar com tão aberrante 
exclusão, e resolveram retribuir as inequívocas provas 
de apreço do eminente Chefe do Estado com uma ma- 
nifestação altamente significativa, á qual procuraram 
dar o maior brilho. 
Nomeada uma commlssão para tal fim, commissão 
esta escolhida dentre os nomes do maior destaque do 
nosso Commercio e da nossa Industria, coube-me a pre- 
sidência da mesma, certamente como um prelto á Asso- 
ciação Comnoerclal, da. qual então já era. o presidente. 
Para custear as despezns que se tornavam necessá- 
rias, foi o escrúpulo levado ao ponto do se evitar a con- 
tribuição pecuniária das Associações ou agrupamentos, 
como a principio se havia pensado, correndo a subscrl- 
pção, que então se abrio, como ninguém o Ignorava, por 
entre os commerciantes e Industriaes dlrcctamonte. 
O resultado desta subscripção de muito excedeu a 
a qualquer espectatlva ficando então resolvido se offe- 
recesse um mimo á Exma. esposa do Sr. Presidente da 
Republica. 
Que oppõr a Idéa tão delicada e singela? 
Todos a abraçamos, a applaudlmos todos. 
K, de facto, que se poderia allegar contra? Porven- 
tura não serialícito á Industria e ao Commercio da Ca- 
pital do Brasil brindar a esposa do seu Presidente? Por 
que não? 
O que jámais podiam esperar, o que bem longe esta- 
vam de suppõr, é que abjectas paixões, é que interesses 
subalternos pudessem fazer alguém descer a deturpar 
gesto tão nobre, tão digno e transparente." 
Vão foi outro o pensamento do queixoso ao acquiescer A gen- 
Ja dadiva Nenhum pesar podia advir para as classes con- 
servadoras da offerta, nem para o Presidente da aceitação. No- 
te-se que o querelante não teve conhecimento do acto senão 
depois do consummado. Se tivesse sido ouvido pelos offertantes, 
teria recusado o presente não porque o reputasse deshor.esto, 
mas porque conhecia o meio que o cercava, e timbrava em tirar- 
lhe todos os pretextos de diffamação e de caiumnia. Entregue, 
todavia e recebido o collar, não seria digno que, só por medo 
aos calumniadores, resqondesse com uma grosseria á delicadeza 
dos offertantes. 
E não seria outra cousa senão medo. Haveria deshonra em 
receber o objecto se fosse dado por um indivíduo ou por uma 
empreza em paga de favores indevidos; mas fóra offerecido 
por todo o comnieroio e por toda a industria do Rio de Janeiro; 
não representava a generosidade isolada desta ou daquella pes- 
sôa, natural ou jurídica; nenhuma relação, portanto, immediata 
ou remota, podia ter com qualquer serviço recebido ou esperado 
do Governo. 
Não é possível admittir que o mimo, feito por dezenas ou 
centenas de commerciantes e industriaes, separados por interes- 
ses os mais diversos, exprimisse o reconhecimento de cada um 
por favores liberalisados ou promettldos pelo Governo. 
E' também absurdo suppór que elle fosse uma prova de gra- 
tidão por favores immoraes feitos collectívamente ás duas clas- 
ses ou por ellaa pretendidos. 
Mas, admittido este absurdo, pergunta-se: quaes os favores 
pelo querelante prestados ao Commerclo e á Industria? 
E' da maior notoriedade que, antes e depois da manifestação 
do Club dos Diários, o Commerclo e a Industria, no que diz res- 
peito aos seus interesses peculiares, tiveram antes motivos do 
queixa do que de agradecimento pelos actos do querelante." 
Cita então a queixa numerosos factos em apoio desta as- 
serção» 
UMA FAESA IMPUTAÇÃO 
Hj. finalmente, um trecho da maior importância. A queixa 
mostra não ser absolutamente exactó que o Governo passado ti- 
vesse revogado, em favor de quem quer que fosse, as medidas 
adoptadas sobre a exportação do assucar; pelo contrario, man- 
teve estas medidas contra todas as reclamações indtviduaes. 
Eis como expõe oa factos o Sr. Dr. Eucena: 
"O querelndo acettsn o queixoso de haver revogado por um 
derreto, em reconhecimento do'presente recebido "certas medidas 
acertadas que embaraçavam- os surtos de repinaçetn dos açatn- 
harcadores de assucar, em detrimento do povo". 
Allude ás medidas que restringiram a exportação do assu- 
car e de cuja adopção fôra o "Correio da Manhã" um dos mais 
exaltados corypheus. 
A Imputação ê falsa. Foi justamente o contrario o que 
se deu. 
Quando o querelante assumio o Governo, eram geraes c as 
mais vehementes as reclamações do commerclo, da criação e da 
lavoura contra, o Commlssarlado da Alimentação Publica, ao 
uuai accusavam de entravar o desenvolvimento da nossa produ- 
eção e privar o Brasil nas Immensas vantagens que, na situação 
excepcional que então auave-s-avam oa demalu palze», duhl lhe 
podiam advir. 
Impressionado rom esses clamores, ma» premido, de outra 
parte, pela» agitações operárias Insistentemente exploradas por 
certas folhas e alguns políticos ávidos de popularidade, não lhe 
foi possível põr termo de ehofre A situação que encontrou. 
Propurou, por Isto. Instituir, um reglmen de translqão. e. com 
este fim. substituto o Commlssarlado pela Superintendência do 
Ahasteclmente. repartição que. sob a dlrecqào de um homem in- 
tegro e capaz, ficou Incumbida de estudar os meios conducente-- 
4 nscessaria transformação. 
Dando execução ao seu programma, entrou a Superltender.- 
cia desde logo em accôrdo com a Associação Commerclal. quer 
quanto ao ci nsumo Interno do» gêneros de primeira necessidade, 
quer a respeito da sua exportação. 
No tocante propriamente 4 exportação do assucar, ficou as- 
sentado — depois de estudados a» condições do mercado Interno 
e da producçào. o proço das praças extrangeiras e as auggestõcs 
dos Interesasdos —- que a exportação »6 pudesse ser autorizada 
nas seguintes bases: "1* — stock de 200.000 saccas noa trapt- 
ches da Capital Federai, sendo dous terços no mínimo da qua- 
lidade crystal; í* — preço de mil réis para o kilogrnmma do 
melhor tyoo da mp&na qualidade, no commercio atacadista; 3° 
— concessão de licenças mensaes de 60.000 saccas, desde que 
se verificassem as duas primeiras condições. (Doe. n. 15). 
Era o r.-gímen qne vigorava nos mezes de Junho e Ju- 
lho de 1920, época em que occorreu o facto a que, invertendo-ú, 
allude o qutrelado. 
Algumas firmas do Rio de Janeiro compraram em Campos 
cerca de 90.000 sacc.s de assucar, vénd»rem-n'ns para o extran- 
gelro, tomaram os saques, etc., e, como não se realizassem ainda 
es duas primeiras condições estabelecidas pela Superintendência 
para pennlttir a exportação, requereram ao Juiz Federal um 
tnterdicto prohibitorlo. que lhes garantisse a sabida da merca- 
doria vendida. Denegada esta providencia, voltaram-se para a 
própria Superintendência, que resolveu submetter a questão 4 
Associação Commercial, o que fez com o seguinte officlo r.. 818, 
de 19 de Julho. 1* Divisão: 
"Estudadas as condições do mercado, o movimento e as co- 
tações do produeto, as necessidades do consumo e as capacidades 
d» producçào, foram estabelecidas por esta Superintendência as 
bases reguladoras da exportação do assucar para o exterior, JA 
amplamente divulgadas e consistentes, em resumo, no seguinte: 
(reproduz as bases acima trarseriptas). 
De accõrdo com esse regimen procedeu a Superintendência, 
não tendo ainda motivos para modificar o plano adoptado. 
Havendo, entretanto, recebido diversas reclamações por parte 
de interessados no assumpto. vem pedir a essa Associação que 
se digr.e promover a reunião de todos os interessados, exporta- 
dores e produetores. afim de amplamente ventilarem todos oa 
pontos controvertidos e apresentarem em synthese a esta Super- 
intendência asjsuggestões que forem geralmente aceitas. Taes es- 
clarecimentos serão devidamente estudados e submettldos 4 apre- 
ciação do Governo para ulterior deliberação." (Doe. n. 15). 
FALEE O PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMMERCIAE 
Palie agora, em lugar do queixoso e continuando o esclare- 
cimento dos factos o mesmo Presidente da Associação Commer- 
cial, cujo depoimento foi acima invocado (doe. n. 16): 
"Por toda a imprensa, e com o fim declarado, foi im- 
mediatamente convocada tal reunião, sendo podido ao 
mesmo tempo aos interessados apresentassem por escripto 
o que pretendiam, afim da discussão se poder basear cm 
sigo de menos aleatório e de mais tarde se poder evitar 
controvérsias possíveis. A 22 do mesmo mez, 4 hora 
marcada, com a presença de todos os interessados, deu- 
se inicio á reunião, á qual foram apresentadas por es- 
cripto as preter.çôes de cada um. Foi o assumpto am- 
plamente discutido, obedecendo á ordem om que foram 
as petições apresentadas, que, juntas a um relatório do 
Presidente da Associação Commerclal, foram enviadas ao 
Superintendente do Abastecimento. Este relatório foi 
francamente contrario á pretenção dos peticionarios. A 
licença de exportação, concedida em taes condições con- 
stituiria revoltante rrcepção em favor dos qu» por todos 
os meios que haviam tentado burlar a lei em detrimento 
daquelles que. reconhecendo os louváveis intuitos da Su- 
perintendência e cor.fiados na escrupulosa honestidade e 
justiça com que ella ia executando o plano traçado, se 
haviam abstido de qualquer negocio." 
De conformidade com os pareceres acórdes da Associação 
Conimcroial e dn Superintendência do Abastecimento, o Governo 
denegou a exportaçãosolicitada e manteve as ordens cm vigor, 
as quaes sõ vieram a ser modificadas, isto mesmo ligeiramente e 
sempre com caracter geral, no mez de Agosto, quando a situa- 
ção do mercado aconselhou a reducção do stock de 200.000 a 
150.000 saccas e a elevação do preço de IJOOO para 1$040. 
Eis abi, não é verdade que o queixoso tenha revogado ss 
medidas em vigor para permittlr a, certos e determinados nego- 
ciantes de assucar a exportação do produeto em detrimento do 
povo: o que fez foi precisamente o contrario, recusou-se a abrir 
excepções odiosas, preocucpado unicamente com os interesses 
do paiz. 
UMA PROVA QUE DEVIA SER FEITA FAC1 EMENTE ; 
Diz o querelado que a revogação foi feita por um decreto: 
pois que cite o numero e a data desse decreto ou. pelo menos, o 
"Diário Official" em que foi publicado. Não deve ser difflcil. 
Juntamos como documentos uma exposição da Superinten- 
dência do Abastecimento (onde se encontra na integra o offloio 
da Associação Commercial) e outra do Presidente desta Asso- 
ciação, as quaes confirmam longamente o que cm resumo ficou 
acima relatado (does. ns. 15 e 16). 
Note-se que taes documentos não foram escriptos para este 
processo; têm as datas de Março de 1921 e Novembro de 1922, 
quando delle não se podia ainda cogitar. 
O querelante não tinha necessidade de fazer esta demorada 
exposição. Máo grado a pratica que o Codigo da Dlftamaçào 
procura introduzir nos nossos costumes, ou antes, na degeneres- 
cencia dos nossos costumes, o ônus da prova incumbe ainda ao 
aocusador e não á victima. Como, porém, o queixoso sabe que o 
querelado não logrará jámais provar a sua imputação e não 
quer que paire no espirite publico a mínima suspeita de que o 
facto se deu e apenas não ■ • io ser provado, tomou a si o encargo 
que não lhe impõe a lei, F Vs unicamente o sentimento da sua 
própria dignidade, para qu, das accusações dos seus Inimigos não 
fique de pé uma só que pc, ía compromettel-o aos olhos do uaiz." 
(Da Gazeta de Noticia> de 1 de Dezembro de de 1923.1 
Exmos Srs. Presideite e mais membros da M. D. 
Commissão de <. istiça do Senado Federal 
Illmo. Sr. fledactor Jornal do Conuncroio — líio Uo Ja- 
neiro. 
A personalidade 
Lessa 
de Pedro 
Amigo e Sr. 
n Com referencia S. côpta^JE nossa carta enviada aos Exmos. 
brs. Presidente e mais mt nbros da M.D. Commissão de Justiça 
do Senado Federal, publie ida hoje nas "Publicações a pedido", 
dó seu conceituado jorna , chamamos atter.ção a um erro do 
redacção no mesmo, corri; Jo na carta original, mas por um la- 
mentável descuido esquecioo na cópia; ou seja sob lettra (6) do 
quarto paragrapho appan 'e a palavra "deixariam" em vez de 
"deixar" como no origina . 
Sem mais, subscrevo-t ie com elevo Sa estima o consideração, 
De V. S. Amo. Attu Obro. 
JoifN A. Haromann, 
Secretario 
A pronuneía do diree^r da "fl Patria" por calumnias 
dirigidas aos d rectores da S. Paulo Northern 
Railroad Cy. 
SENTENÇA DO .' HZ DA 1» VAU A CRIMINAL 
r 
Vistos estes autos, E. W. o o Dr. P. D., offereceram 
qúeixa-crime contra L. I . Jr., director da sociedade anouyma 
editora do jornal "A Paf Io ", na qualidade do editor desse jor- 
nal, por estar elle incurso nos arts. 315, 316, 317 e 319, 8 2o do 
' odigo Penal, e isso por nc suecesivos exemplares do a Iludido 
jornal referiram-se á vi- PU /J) NOHrriKRy HMf.ROAP, 
COMPANY, de que io riu-, < ter , queixosuj, 'r'mdo vpres- 
Hócs offensivas á honra 1, mesmos, e que, além dessas expres 
sões Injurlosas, um dos ' icmplares rio alludido periódico, impu- 
tou a um dos queixosos t pratica do delicto previsto no art, 259, 
8 2" do Codigo Penal. 
Para demonstração r is Injurias e da OALÜMNIA, vários 
exemplares do periódico ' A Patria", foram trazidos ao processo, 
sendo que para ser apu ida a responsabilidade d« autoria dos 
artigos publicados sob p . udonymo do "CINCINATUS" foi re- 
querida a exhibição de a dographos. 
Considerando que, al-m de crime de injuria, está provado, 
também, o de GALVUNl \ nos termos do'art. 315 do Codigo Pe- 
nal, porque todos os ek monto» constitutivos desse crime estão 
rcunlcios no artigo publh , do a 7 de Julho e na accusação de que 
os qurrcllanlrs usaram scienlemento de rscriplura ou IUuJu 
falso,,. 
Julgo procedente a iHxa e pronuncio o querellado no ar- 
tigo 315 combinado con os art». 316 b 817 do Codigo Penal- 
Eanoe-se^o nome do réo no rol dos culpados e expeça-se com'a 
elle mandado de prisão 
J. Raptist* di Campos Tourinho. 
Rio, 27 de Outubro e 1923. 
0 ruidoso r so do Orphanato Osorio 
•Escreve-nos o Desci hargador Nabuco de Abreu: 
Sr. reJactor do ( o-relo da Manhã". — Para esclarecer um 
dos pontos da entrevista do Sr. Octavio Rocha, publicada no 
vosao conceituado orgâo de Imprensa de 28 do corrente mor, 
rogo a \ . S. a fineza de publicar as seguintes linhas c sob c 
mesmo titulo: 
"O ruidoso caso do orphanato Ozorlo". 
O Orphanr to Osorio não se destina Al orphãs de militares do 
Exercito e da Marinha, que tenham deixado suffioientes recursos 
pecuniários para a sua ducação. 
O Orphanato Osorio foi fundado para educar, amparar e pro- 
teger as orphãs pobres e veoessitados dos offlciees de terra e mar. 
o doe marinheiros e soldados. 
A sua rsristenc s é gratuita como é gratuita a assistência 
do Patronato do Menor»s. 
Os fins do Pa trona t • não são diversos dos da Fundação Oso- 
rio. como diz o Sr. Or.avlo Rocha. 
A ur.ica dlfferença i sistente é que a assistência do Patronato 
é mais ampla. ; 
O Patronato de Jèecvàe; . n^nra a oriança, desde que nasce 
atí a Idade em que cilr pôde manter-se por si e sem. dOTíncçfftr 
dr classe. 
0 que nos "rcorc-.,ia ê amparal-a. ealval-a, sem cuidarmos 
do sua ui iyt m . 
1 ao nadonal o gloriora é a Fundação Oaorio, como nacional 
e glorioso é o Patronato do Menores. 
"Proteger a criança é defender simultaneamente a família e 
a sociedade." 
De fins do Patronato nuo são diversos dos da "Fundação 
Oorio". 
O Orphanato Osorio ampara c protege as orphãs militares, 
deixados sem recursos pecuniários para a suo educação, cmno 
as desvalidaa dos soldados e marinheiros. 
O Patronato de Menores abriga orphãs nas mesmas condi- 
ções, sem so preoccupar com a profissão que tiveram os seus 
pais. 
O Orphanato Osorio ampara nas mesmas condições as or- 
phãs de pai e mái, materialmente abandonadas. 
O Patronato de Menores recolhe todas as materialmente 
abandonadas. 
A Fundação Osorio ampara as orphãs de offlciaes. soldados 
ou marinheiros, desamparadas por suas mãls, moralmente aban- 
donadas . 
O Patronato de Menores também as recebe com todo o ca- 
rinho sem attender quem selam, os seus pais. 
"Deixemos os pais, cuidemos dos filhos." 
O Sr. Marechal Barbedo, quando comecei a trabalhar pelo 
Orphanato Osorio, relatou-me um desses casos de abandono o 
ar,lmou-me a prosegulr com as seguintes palavras; 
"So o Orphanato Osorio JA estivesse installado, essas crian- 
ças não estariam ao desamparo — uma aqui, outro alli, outra 
acolá." 
Elias são tão tristemente abandonadas, como as que nós re- 
colhemos para educar c elevar. 
Das nossas casas tém sabido muitos menores para o serviço 
militar, principalmente oara as bandas dr musica marclacs. 
Das nossas casas tém sahldo costureiras, bordadeiras, pro- 
fessoras, enfermeiras c quatro dos nossos mais infelizes, pelo 
desamparo, em que o encontramos, seguiram caminho da profis- 
são religiosa. 
Um instituto dessa ordem é um instituto glorioso: merece 
do povo e de todos nõs. o máximo respeito. 
Sc é a mesma natureza do Orphanato Osorio, não se pôde 
equiparal-o ao Collcgio Militar. 
A assistência que o Patronato de Menores estende ás filhas 
desvalidas dos sentenciados, não so restringe aos condem nados 
civis, com não so restringirá a que porventura puder dar aos de- 
linqüentes menores. 
"En rigor, y do acuerdo con Ias modernas teorias de derecho 
penal, de los menores, no debla haber hecho dlstinclonaes entre 
!os problemas do Ia relir.cuer.cia y dei abandono, ya que no existe 
delinòuencia para Ia nucva 'tgislacion, sinoestados morales que 
es preciso proteger o reformar". 
Eduardo .1. Bulbrlch, "Assistência Social de Menores". 
Não terminarei sem juntar ás minhas as insuspeitas pala- 
vras do Sr. General José Fellciar.o Eobo Vlanna, um dos mais 
esforçados, oxtremosos c devotados fundadores da cxtinct-i Man- 
tenedora do Orphanato Osorio e extrnhldas de um artigo seu 
publicado no jorna-l "Pctria", dos reformador- io Exercito; 
"Os que tomaram n si a celebração do centenário do invicto 
soldado, General Osorio, queriam, além dos festejos, mais alguma 
rousa de nobre, dc grar.diosa, solemne, tão duradoura, tão im- 
mortal, tfio eterna como o bronze de sua estatua. 
Um ospectaculo ha multo lhes vinha ferindo a retlna de sens 
olhos o margurando-lhe» o coração; era o criminoso espectnculo 
de abandono das filhas tos nossos soldado» r marinheiros, pobres 
crianças, maltrapilhus c sujas, rareadas ao léo da natureza, na 
promiscuidade absurda dos cortlços, das estalagcns e das sórdi- 
das casas dc commodos de Ínfima ordem, ou no desolamento dos 
ranchos de palha, curtindo toda sorte de necessidade,, indo aos 
quartéis arrebanhar os restos de pão e de comida para matar a 
fome: infelizes meninas, vivendo na mais negra das misérias, 
pliyslca e moral, contraindo vícios, pcrenncmentc mergulhadas no 
analphabetismo, na Impurtlrtcla c no despudor. 
Era mlstér amparnl-as, libertando-as deste meio. dar-lhes edu- 
cação, fazendo-as recolher ao convívio da sociedade. Transfor- 
mando-as em futuras d- nas de casa. enfermeiras, mais de famí- 
lia, occ.upal-as em trabalhos domésticos dc jardinagem de flori- 
cultura, em todos os mistéres apropriados á mulher, tornal-as por 
assim dizer úteis a si mesmas, á família c á patria." 
Nada mais preciso acerescentar ao que tenho escripto cm 
lesposta á entrevista do Sr, Dr. Octavio Rocha, em que disse 
serem diversos dos do Orphanato Osorio. os fins da humanitária 
associação, fundada pelos juizes dos orphãos desta cidade e a que 
tenho a honra de presidir. 
Reaffirmo que o Patronato de Menores jámais pleiteou a ad- 
ministração da Fundação Osorio. 
A sua direcção nos foi confiada, por acto espotnaneo do go- 
verno, a cuja confiança não podíamos deixar de corresponder, 
dados os fins de nosso instituto e a maneira peia qual fomos 
acolhidos pelo Presidente da Republica e pelos membros do Con- 
gresso Nacional, dentre clles os nobres Deputados Drs. Octavio 
Rocha e Oscar Soares. 
Só conhecendo os nossos estatutos, a organização que pro- 
curamos dar 4b nossas casas, o descortino com que temos ata- 
cado os mais importantes problemas de proteoção physioa c mo- 
ral da criança, a maneira por qcu temos administrado oa dinhel- 
ros públicos na direcção dc vários estabelecimentos do Estado, é 
que se poderá ajuizar se nos falta o indispensável sacerdócio, a 
experiência, c a precisa capacidade moral p tecb- 'ca para dirigir 
estabelecimentos da natureza do Orphanato Osorio. 
Isso é o que sómente deve procoupar aos governos do 
nosso paiz. 
(Transcrlptp do Correio da Manhã da 1 de Dezembro de 
1923.) 
DISCURSO DO SR. RBYNAE- 
DO PORCHAT 
O professor Sr. Reynaldo Por- 
chat, encerrando as aulas de Di- 
reito Romano, era S Paulo, re- 
cordou a personalidade do anti- 
go lente Pedro Eoasa, num dis- 
curso que produzio verdadeiro 
enlhusiasmo na mocidade aca- 
dêmica. Nessa | formosa peça 
oratoria, aquelle professor ferio 
< pontos de actualldade, exami- 
nando as controvérsias em que 
Pedro Lessa foi um dos deste- 
midos combatentes e que se re- 
lacionam com a existência jurí- 
dica do paiz. Por isso mesmo 
não fugiremos ao prazer de 
transcrevel-a. Eil-a: 
"Meus caros amigos — Este 
dia de encerramento de aula, dia 
cheio dc emoção sempre para oa 
professores e em regra lambem 
para os alumnos, não deixa de 
produzir no espirito de quem se 
despede um fundo sentimento de 
tristeza. 
Durante um ar.no corremos, 
amigos, á procura do saber, a ba- 
tenno-nos pela boa causa do di- 
reito. a proclamar os altos sen- 
timentos da justiça. No fim do 
anno, quando nos apresentamos 
para. despedirmo-nos. por mais 
que se repitam todas as acenas, 
e quasl oa mesmos actos, o pro- 
fessor não pôde deixar de sen- 
tir-se commovido. 
Sempre a um professor, meus 
caros amigos. a presença dos 
moços nesta animação quotidia- 
na, vale como o brilho do sol pa- 
ra o dia. 
O professor que não tivesse o 
apoio dessa animação, teria qne 
ficar abatido como abatida fi- 
caria a vida se não tivesse o 
fulgor do sol que a illumliia. 
COntesso •que neste momento 
é 'dc lírinTde pragi ■* c c11 mesmo 
tempo é também de ti 'c/ ■ di- 
zermos uns aos outros o adeos, 
para que nos apartemos, mas 
nos apartando, vivamos ainda, 
nesta Faculdade de Direito. 
Sim. meus caros amigos; des- 
pedlmo-nos, mais aqui convive- 
remos, e posso dizer mais. mes- 
mo aqueilcs que daqui se despe- 
dem em cada fim de anno e vão 
para, sua vida lutar, trabalhar 
c vencer, ou ser vencidos, mes- 
mo aquelles devem conviver so- 
lidariamente comnosco. 
Aqui nesta casa, se fôrma 
esse conjunto dc tradição, que 
nos prende largamente, frater- 
nalmente, unidos. 
Hn occos'6es cm que i esto 
momento de comaiunha0 arad^' 
mlca ha Justos motivo» para 
que so eleve muito piais ' 
sentimento de <onff4té1",,,l'u, ' 
Nós temos aqui a galeria do» 
nosso» grande> mestre» e nao 
é possível na vida. que "no "O" 
kmbremos nunca dsh'i'"os 2U0 
foram para o mundo do além, 
sãm que a nossa saudade por 
elle» se revista de um grande 
sentimento de respeito. 
São homens que morreram 
paio a vida objectlva. são ho- 
mens que conviveram comnosco, 
sáo nossos Irmãos, devemos le- 
vantar oa seu» nomes e procla- 
mar o seu valor. 
Quando em qualquer momen- 
to da vida social, se levanta uma 
referencia a um grande mestre, 
que o fôra da .Faculdade, é 
justo que cheguemos 4 trin- 
cheira com a bandeira, da Fa- 
culdade de Direito, na nato. pa- 
ra dizer: "esee homem merece 
a nossa defesa, devemos deíen- 
del-o". 
E' por isso, meus caros ami- 
gos. que o dia de hoje se enche 
do uma Impressão especial para 
todos nós. . ,. , 
Aproveito esta opportunlnade 
para agradecer a presença que 
tanto me honra do meu collega, 
Ur. Frederico Vergueiro Stei- 
del, dedicado professor desta ca- 
se. a quem bastou que constasse 
que eu vinha ttrste «rlhuna fazer 
a defesa de um nome illasirc 
desta casa para que aqui com- 
parecesse. 
Meus senhores, em uma das 
festas ultimas, realizadas no Rio 
de Janeiro, fallou-se de um 
nosso professor e eu, sem mal- 
dade, sem espirito aggressivo. 
sem acção combativa, resolvera 
dizer-vos aqui algumas palavras 
acerca da acçõo deste professor, 
que fôra mal apreciada nessa 
festa lá organizada. 
"Noticiam os jornaes que es- 
teve brilhantíssima a sessão so- 
lemne da Academia de Lettras 
realizada no dia 6 do corrente. 
Compareceu tudo quanto ha- 
via de mais elegante, de mais 
Intellectual e de mais culto na 
selecta sociedade do Rio de Ja- 
neiro. Esteve presente também 
o mundo officlal, destacando-se 
o honrado Sr. Presidente da 
Republica. 
E todo este conjunto imprimio 
á fesla de recepção do novo aca- 
dêmico, Sr. Dr. João Eulz Al- 
ves, uma nota especial do belle- 
za. de alegria e de distineção. 
O eminente reclpiondario suc- 
cedla a Eduardo Ramos, que 
não chegára a tomar posse da 
cadeira de Lúcio de Mendonça, 
a qual tinha tido como seu ulti- 
mo possuidor Pedro Lessa. 
Competia-lho traçar o elogio 
critico deste, bordando sobre a 
personagem e as obras do im- 
mortal cxtlncto os louvores, as 
graças, e as ironias que o conví- 
vio acadêmico tem permittldo. 
A cadeira, objectivamente vasia, 
estava ainda illuminada pela 
aureola daquella fulgurante in- 
dividualidade que lhe dava ta- 
manho destaque. Quem alll se 
sentára por ultimo, era Um des- 
ses raros modelos do homem que 
honram a uma nação: era um 
especimen superior no talento, 
no caracter, na energia, no tra- 
balho. Nas duas altas funeções 
publicas que exerceu, o prestigio 
da sua acção o do seu saber a 
todos impressionava pela singu- 
larenvergadura gigantesca. 
Professor, jurisconsulto, phjlo- 
sopho, moralista e critico, sem- 
pre fallando o escrevendo com 
alta Independência o superiori- 
dade, ora thema opulento para 
um discurso acadêmico. Mas o 
conspicuo recipieqjlarlo que, 
aliás, soube lavrar nesse precio- 
so bloco de ouro. com fina arte 
as suas bordaduras lltterarlas, 
teve a idéa, que não foi feMz, do 
fazer, logo no principio da sua 
bclia oraçap, uma referencia do- 
lorosamente injusta á memória, 
do notável professor. Alludio 
com certa malícia, ao famo»o 
caso das approvações com dis- 
tineção, dadas por elle, uma vez. 
a todos os alumnos do anno, e 
deduzio. com forçada lógica, es- 
ta. tristíssima inferenc.la; "Foi, assim, sem o querer, que 
Lessa se constituio o precursor 
attenuado dos exames por de- 
creto. por motivo da "grippc". 
e dos exames por " habeas-cor- 
pus", por motivo da receita do 
Thesouro. Depois disso, como 
exigir a elevação do nível da 
nossa cultura e como negar que 
elle baixa assustadoramente?" 
Que assombrosa injustiça! To- 
mar o nome de Pedro Lessa paia 
sobre elle fundamentar assertos 
justificativos da decadência do 
ensino, é tão clamoroso, é tão 
aberrante das normas de julgar, 
como se algum sophista invo- 
casse o nome de Christo para 
justificar com elle a malvadez o 
a ingratidãô dos homens. 
Nesta Faculdade de Direito 
não é possível que fique sem 
uma explicação o facto que deu 
causa â injustiça feita áquelle a 
quem eila deve magna parte de 
sua gloriai 
B, pcv isso, desta mesma ca- 
thedra, de onde jorraram duran- 
te 19 annos as mais profundas 
e encantadoras lições de philoso- 
phia do direito que já se profe- 
riram no Brasil, venho eu, que 
fui seu discípulo e depois seu 
inseparável companheiro dc con- 
gregação, ao fazer-vos as despe- 
didas pelo enoerramenão das au- 
las, pedir-vos que commumqiu-is 
commigo no culto, que devemos 
e que sentimos, á memória do 
inesquecível e inimitável mestre, 
exhortando-vos a que o procla- 
meis, com verdade e com justiça, 
um dos factores mais efficientes 
e ura dos mais esforçados traba- 
lhadores pelo engrandeoimento 
e pela moralidade do ensino nes- 
te paiz. A sua acção no ensino, 
foi um verdadeiro apostoljxlo. O 
caso das distincvõM — um 
simples exagero na defesa da se- 
riedade do ensino, que tinha ca- 
bido no maior grão de inimoraili- 
dade, — é por demais conhecido 
e nem precizára ser objecto de 
explicações perante vós, se não 
fosse o haver sido lembrado e, 
sobretudo, inopportimamente jul- 
gado perante asembléa lllustre. 
de tanto brilho e tanta eleição. 
Mas tal devera ter sido a im- 
pressão produzida por essa for- 
çada alliança do nome puro do 
Pedro Lessa aos vergonhosos 
exames por decreto, que eu me 
sinto na obrigação de explicar 
á mocidade nova desta escola 
porque foi que ao insigne profes- 
sor lançou ipão desse recurso 
extremo. 
De tal maneira tinha baixado 
a moralidade do ensino e taes 
eram o» favores concedidos com 
violação das lei por actos do» 
Ministros após o termo da be- 
néfica administração do Sr. Epi- 
taciq Pessoa, no Governo Cam- 
pos Salles, que. nesta Faculdade 
sendo director o saudoso Profes- 
sor João Monteiro, começou a 
acccnder-se uma reacção contra 
os avisos Ministeriaes derogado- 
res das leis a reacção, porém 
nada conseguia, porque os 
avisos se repetiam teimosos 
e imperativos. Foi em fa- 
ce dessa insupportavel situa- 
ção. que Pedro Lessa, o mais 
combativo dos professores,' c o 
m il» esforçado defensor das leis 
e .'n moralidade do ensino, me 
expoz um dia o seu novo pla-j 
no de combate contra a acção 
delectefla do mlnitrtro de então. 
Foram est is. textualmente, — c 
como me despertam saudades! 
•— as suas pii ivris de resolução 
c eu agia: "Vou faz?f um «w-tii 
dalo tão graníé, que naturaP 
mente o Governo, Instaurará um 
processo sobre o caso; nesse 
processo, então, todas as verda- 
des serão ditas e provadas, e 
isto ha de. por força, melborur; 
vou dar distineção a todo» os 
alumnos este anno". Não achei 
feliz o plano de combate mas re- 
cnnhecl-Ihe o escopo elevado. 
Chegou a época dos exames. Re- 
alizou-se o facto promettido. 
Houve impressão; commenta- 
rios. Mas. sabido o intuito do 
professor, e conhecido o homem 
que era Pedro Lessa. tòdos com- 
prehenderam: era um melo de 
i defesa, era um remedlo amargo 
I para tentar snnnr um grande mal 
corruptor. Tnfeli».m»nte não se 
! In taurou processo nenhum, e 
| toaa» a» verdade* não puíteiarT 
| vir á tona. A "Insensibllldaio 
dominava a época... O abnegado 
1 mestre ficou só, com o "eu acto 
i sujeito f critica; mas não houve 
um professor que lhe não reeo- 
I nhecesse a boa Intenção, o pro- 
! pnslto nobre. Nem podia nln- 
i guem llludlr-se. Bastava ler, na» 
paginas brilhantíssimas de sua 
i vida, o devotamento com que 
! sempre professou o magistério 
superior, para se ter certeza de 
que elle só pe batia pelo bem e 
pelo engrandeoimento do ensino. 
Ergroti pari esta Faculdade 14 
empunhando a» palma» conquis- 
tadas nos dons notável» ooncur- 
sos em nu» s® dlatlngulo. Aqui, 
nesta Congregação, ninguém es- 
teve nunca diantB delle no estu- 
do. na illustraqão. na fre- 
qüência, na partlca da justi- 
ça. no cumprimento do dever. 
Quando, pela primeira vez, uma 
reforma do ensino reduzlo o nu- 
mero de aulas a três por sema- 
na. modificando o systema ante- 
rior. que era de cinco aulas por 
semana, o Insigne cathedratico 
não se aproveitou da vantagem, 
e continuou, durante longo tem- 
po. dando aulas dlarias aos seus 
ilumnos. salvo nas quintas-fei- 
ras. Só cedeu quando vio que os 
alumno» reclamavam d'relto 
de se Igualarem ao» outros, que 
Foi elle o ultimo que deixou W 
uso da beca. sempre udopuula 
como formalidade solemne para 
o exercício das Jiçõea c do» exa- 
mes Não tratou só de ensinar; 
tratou de manter disciplina, de 
formar caracteres, pela lição e 
pelo exemplo. <€ de impór ao 
respeito de todos a Faculdade 
de Direito de S. Paulo, em cuia 
historia se guarda, como um 
traço dos mais luminosos, a tra- 
jectoria fulgurante que em 19 
annos de exercício, o seu talen- 
to, a sua illust ração e a sua 
bondade aqui deixaram inscul- 
pidas para sempre. 
Um homem destes, incorrupto 
e incorruptível, que falleceu de- 
baixo dos resplendores de sua 
gloria, dando 4 sociedade, em 
que foi ornamento dos mais 
proeminentes. o exemplo de 
uma alma pura e inquebranta- 
vel, não podia ser nunca um 
elemento que influísse para o 
acto mais revoltante, mais (elo 
e mais lamentável que praticou 
o Poder Legislativo federal nes- 
te paiz — a mentira doa exa- 
mes por causa, da "grippe". 
As causas dã decadência do 
ensino todos as conhecem: é. 
antes de tudo ,a fraqueza dos 
ministros o a fraqueza dos 
membros do Poder Legislativo 
— salvo honrosas excepções — 
que não tém tido energia para 
deixar de attender aos pedidos 
feito» contra a lei c contra a 
justiça; ê essa dominante pre- 
oecupação dc amabilidade doen- 
tia, pela qual se pensa que não 
se deve nunca desagradar aos 
amigos e correligionários, mes- 
mo rompendo contra a lei e me- 
nosprezando a justiça; é a falta 
de capacidade de resistência, 
que torna o» homens frouxos, 
quando precizam oppõr-se a 
pretenções e desmandos parti- 
dos de gente audaz e manci- 
rosa. 
As distineções foram dadas 
no anno dc 1905. Depois disso 
já esteve em vigor a reforma 
posta em pratica, com desas- 
eombro e superioridade, pelo 
Ministro Carlos Maximiliano. 
nos moldes do decreto de 18 de 
Março de 1915. Essa reforma foi 
incontestavelmente benéfica. 
Emquanto executada em sua 
integralidade actuou moralizan- 
do o ensino e elevando efficien- 
temonte o seu nível. Não ba 
ninguém, a não ser por Interes- 
se secundário, que seja capaz dc 
negoil-lo. Entretanto, cumpre 
perguntar-se: por que não se 
deixou intacta tal reforma" 
Porque havia interesses parti- 
culares prejudicados com a se- 
riedade do ensino e dos exames, 
e não era possível repellir os 
pedidos dos correligionários e 
amigos. B o Congresso Legis- 
lativo, o rnesmo potentado au-tor da lei da "grippe", resolveu 
derrogar, por varias vezes, o 
c.\4"el!en(e decreto, deixtando-o 
maculado de córtes e recórtes. 
cm prejuízo do ensino e a be- 
neficio dos amigos. 
Ora, se depois das distinecõe» 
já teve o ensino a phnse bri- 
ibanteruente regeneradora da 
administração Maximiliano, em 
que é que poderiam ellas in- 
fluir para a decadência do en- 
sino e para a lei da "grippe", 
que fo' promulgada cm 191S? 
Evidentemente, patentissima- 
mente, não ha nexo de casuali- 
dade, entre o acto do soudoso 
mestre e essa tristíssima lei 
monstruosa. 
Não trate o Congresso Le- 
gislativo. os pedintes em maté- 
ria de ensino com a mesma cor- 
tezia e amabalidade com que 
trata todas as instituições que 
pedem ieis proclamando-as de 
utilidade publica: executem os 
ministros rigorosamente as leis. 
nomeiem inspectores para o.» 
institutos não officiaes, só "bra- 
sileiros familiarisados com as 
o.uestões do ensino", como exi- 
ge expressamente a lei vigente, 
e não quaesquer candidatos re- 
commendados a emprego; não 
façam da equidade, mal enten- 
dida. um factor derogativo das 
ieis: c o ensino certamente se 
elevará desde que cumpram os 
professores os seus deveres. 
Fallando de Pedro Lessa, as- 
sim se exprimio, em synthese 
feliz, o eloqüente Professor Al- 
cântara Machado, no primoroso 
discurso que, em noTue da Con- 
gregação desta Faculdade, pro- 
nunciara na sessão solemne 
promovida pelo Centro Acadê- 
mico Onze de Agosto,: "Este, 
sim, era um homem". Era ura 
homem, mas não era um san- 
to, e ê possível que lhe apon- 
tem fraquezas". E accrescen- 
tou com atilada previsão: "Dei- 
xemos a quem o substituir en- 
tre os immortaes da Academia 
a tarefa, ao quo parece, mui- 
tíssimo agradavel, de inserir 
um punhado de espinhos, habil- 
mente dissimulados, na corôa 
de louros com que lhe vai cin 
gir a fronte illuminada... São 
tantas e de rutiiancia tamanha 
as virtudes de que deu exem- 
plo, que nellas se afogam a» 
sombra.» pequeninas, como as 
pranchas do sol nas fulgura- 
ções do meio dia». 
Quando Pedro Lessa foi re- 
cebido na Academia de Lettras. 
no dia 6 de Setembro de 1910 
o seu notável trabalho littera- 
rio sobre a individualidade de 
Lúcio de Mendonça revelou 
tanta superioridade, e ao mes- 
mo tempo tanto carinho no tra- 
tar o grande homem de lettras, 
u quem succedia, que Clovis 
Beviláqua, respondendo-lhe, om 
nome da Academia, exprimlo- 
ihe, agradecido, a emoção de 
saudade que o recipiendiario po- 
de produzir naquelle meio, tra- 
çando, com tanta vida e syra- 
pathiu, o elogio critico daquello 
cuja cadeira ia assumir. "A 
arte superior com que des»- 
nhastes a figura inolvidavel do 
Lúcio do Mendonça", disse Clo- 
vis "porque,a recebestes do sen- 
timento affectlvo e da sincerida- 
de henovcéa, uvultou, ua memó- 
ria do nosso coração, a saudade 
do morto". 
Essa homenagem á bondade, 
ássim tfio lealmente proclama- 
da io momento cm que Pedro 
LcssA entrava triumphanti P" 
va a Academi^ foi pena que so 
substituísse por aquellas repe- 
tidas referencias á sua cruel- 
dade. Insinuadas ft mesma Aca- 
demia no momejito em que, 
com dolorosa tristeza para to- 
dos. já não mais estava pro- 
sente na sua cádélra o vulto 
giganteo do preclaro brasileiro. 
K' sempre a lei doa contras- 
tes a impór o *cu dominio até 
na vida dos "immortaes..." 
Guardemos, nós, porém, meus 
caros amigos, o sentimento pu- 
ro e Immutavel da Justiça como 
eila noI-« ensinou, cheio de ar- 
dor e de fé, E neste acto, em 
mie o» corações palpitam no 
nncelo da despedida, opertemo.» 
aa dextras em sipnal de aollda- 
rledade. e reavlvenios o culto 
da nossa saudade e da nossa 
admiração pelo Inesquecível e 
querido mestre". 
(Na "A Noite" de 16 de No- 
vembro de 1923). 
Associação dos Emprega- 
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ficência, pensões por invalidez. 
auxílios para viagem e funeral, 
conforme o tempo de effectivi- 
dade. 
Informações na , Secretaria 
das 8 ás 21 horas ou pelo tele- 
phone Central, 76. 
Augusto Rohdb da Silva, 
1° Secretario. 
Incêndios e liquidações 
Circular baixada pelo Exmo. 
Sr. Marechal Chefe de Policia, 
aos seus auxiliares — Delegados 
distrlotaes e publicada na "Ga- 
zeta de Noticias de 22 de Outu- 
bro do corrente anno: 
"Afim de que sejam devidamen- 
te apuradas as causas dos in- 
cêndios que occorrerem no vosso 
districto, para que não escapem 
acção da justiça os responsá- 
veis pelos mesmos, recommen- 
do-vos que empregueis o maior 
rigor nos inquéritos que a tal 
respeito instaurardes, nomeando 
com o maior critério os peritos, 
que são os auxiliares directos na 
apuração da.» responsabilidade.». 
Hec on i me n do- v o;t, .outroslm, 
que ioda vez que houver accôr- 
do entro os proprietários das ca- 
sas sinistradas ou os negociantes 
nelloa estabelecidos ç as Compa- 
nhias de Seguros, não só disso 
tenha, conhecimento esta Cfhefia, 
como que constem taes accÓrdoR 
dos respectivos autos, para que 
seja salvaguardada a moralida- 
de da acção policial" . 
"Gazeta de Noticias" de 22— 
10—1923. 
0 que vai pelo Acre 
SENNA MADUHEIRA (Acre), 
39 — O Chefe de Policia do Acre, 
dizendo que tem Instrucções do 
Gori mo Federal, vera hostili- 
zando a administração honrada 
do Sr. Cunha Vasconoellos, li- 
gando-se para tal fim com Pau- 
lino Pedreira, jogador invetera- 
do, que com o concurso de outros, 
Insignificantes elementos, estão 
despeitados por não poderem 
avançar nos dinheiro» públicos, 
sob a guarda vigilante, do valo- 
roso Governador do Território. 
Avisamos á imprensa, afim de 
tomar precauções sobre diversa» 
noticias do Acre. pois algumas 
são mentirosas e sem fundamen- 
to. visando unicamente afastar 
o Sr. Cunha Vasconoellos do Go- 
verno. afim de que eiles possam 
avançar no dinheiro da Nação. 
(D"'A Folha", de hontem). 
0 café e a Saúde Publica 
Um despeitado qualquer en- 
tendeu dar uma denuncia falsa 
de que 240 saccas de café im- 
prestável e interdictaãa em f?ão 
Paulo, fôra embarcada de Santos 
para o Rio. De !á, veio um officio 
a Saúde Publica para apurar 
e resolver o caso. A remessa foi 
apprchendida e no exame rhi- 
mico feito pelo competente Dr. 
Del Vecchio. este attestou con- 
ter em 100 grammas 69 0|0 de 
grãos em perfeito estado de 
conservação: 9 "l" de grãos pre- 
tos e 22 °|0 de casca e nada no- 
civo a saúde. 
Era precizo, porém, encon- 
trar-se um pretexto para perse- 
guir. e dahi, as demais appre- 
bensões que sc seguiram ao 
ponto do governo mandar aca- 
bar com essa triste comedia! 
França e Allemanha 
Se no mundo houvesse um 
pingo de. sentimento de justiça, 
choveriam os protestos dos cen- 
tros civilizados contra o trata- 
mento cruel e desapiedado a que 
a França está sujeitando a Al- 
lemanha vencida. O Sr. Poin- 
caré ainda tem a triste coragem 
de fallar em generosidade fran- 
ce za quando conserva nas suas 
mãosa presa e sabe que a guar- 
dará indefinidamente, desde o 
momento em que a eyacuação 
do Ruhr fica dependente do pa- 
gamento das reparações e es1^ 
fóra de questão que a Allema- 
nha as possa satisfazev inte- 
gralmente. 
Entretanto existe uma cha- 
mada Sociedade das Nações, di- 
ante da qual não é porém licito 
debater esse assumpto palpitante 
que estimula mais que todos a 
inquietação e a falta de segu- 
rança reinantes na Europa, naa 
palavras do delegado sueco. Ha 
poucos dias o delegado da Áfri- 
ca do Sul, professor Murray, 
pretendeu arrastar á discussão 
aquelln questão que qualificou 
de problema hediondo, que no 
seu justo dizer empesta o ar da 
Europa. 
O professor fallou ex-cathe<ha, 
dizendo as verdades aos gover- 
nos que não dão solução ao 1 e- 
ferido problema, e qãic não ; ' •- 
mlttem á Socledaed das Nn,çõcs 
abordai-o sequer. Esto firam 
suas palavras; "Penso, que o 
perigo de guerra no futilro é 
real e que não existe modo mais 
seguro para semear a guerra tio 
que a ocoupação pelas aunas de 
unia potência do territorl > de 
outra potência. Outro perigo 
ainda maior temos diante de 
nós, que é o da destruição lenta, 
do esraagamento gradual de uma 
grande náção, a cuja população 
numerosa, we inflige a mista Ia 
determinada pela extorsão da 
tudo quanto con.stitue o conforto 
da vida. Nenhuma sociedade co- 
mo a nossa, nenhuma reunião de 
gente» simplesmente animadas , 
de sentimentos bumanos, pódo 
ser testemunha sem ánciedade e 
sem temor desse.» processos de 
lenta destruição. " 
Reza o còmple rendu da 
sessão que esse d.scurso provo- 
cou "uma vivíssima sensação 
entre as delegações aliiada» aa 
quuc», com grande dispendio de 
gestos, alguns impacientes, do 
delegado belga, em rápido concl- 
liabulo deliberaram não respon- 
der ao representante da África 
do SuL Ha palavras eom effelto 
que são irrespondíveis. 
A França está desmascaran- 
do suas baterias com appluu»0 
dos seus amigos. Num doa seu» 
últimos discursos — pronuncia- 
dos A razão de um < mais i" •' 
dia — o Sr. Polnéaré exclamou 
que a França "estava re»oh* 
n obter o ijue lhe é devido ' " 
arrebatar para sempre d Alle- 
manha o desejo e o meio,de re- 
começar suas empresas crimir-o- 
sas". Estas palavras foram p. u- 
nunclndas no bosque d'AiIly, 
local apropriado ás emboscadas. 
Quer-se separar do problema 
da» reparações o chamado pro- 
b'ema da segurança dá Fran- 
ça mediante a creação de 
uma Rhenanla como a napolec- 
tiica, que já se escreve (Tem ps 
de 3 de Outubro), não será in- 
dependente, mas autônoma. Isto 
é, de facto dependen.te da Fian- 
ça. Por euphemismo chama-se 
a Isto purificar a Allemanha — 
uma vez desmembrada, a saber, 
extlncta — do vírus guerreiro 
da Prússia e reintegrai-a no sua 
antiga mentalidade pacifica, tal 
como a celebrou Madome de 
Stael. 
Publlcou-sc agora um Ilvrf 
Intitulado — La Barriere ni 
Rhin. 
E" seu autor o Sr. Recou.» 
que eu conheci cm Willlar 
Btojwn, onde fez eonfererc' 
conjuntamente commigo no i 
stituto de Política: na verd 
elle fez apenas propagaroF «u 
«llemã e sobretudo contrarie 
cobrar.qa pelos Estados Uni 
da divida de guerra franc 
Quer o autor Justificar, não 
cem » pclUlca como também 
a historia, a occupaçao dá i. 
gem esquerda do lílieno e, n 
do que Isto, "uma barreira r 
tar", com a occupação das té 
de ponts c a posse de duas 
tres fortalezas capitães, Mogu 
cia e Coblcntz por exemplo. 
Lembra o Sr. Recouiy q 
no século XVII a Hollanda. Ju 
lamente escarmentada com 
ambição de Luiz XIV, guarir 
ceu mtlltarmcnte, com assent. 
mer.to da Inglaterra, uma porçiu 
de praças fortes dos Paizes Ra; 
xos então hespanhoes depoi 
austriacos e por fim belgas. 
Áustria consentlo nessa oceu 
paçãn durante quasi todo o 
culo XVIII por tratado que Ihi 
dá fôros no direito internacional 
e no século XIX o systema foi 
Invertido para defesa contra ,a 
ambião da Frat -a. onde Nopo- 
Icâo fõra uni digno contimii- 
dor de Luiz XIV. durante Ta.ii» 
de meio século. Áustria '■ Prús- 
sia occuparam Moguncla. per- 
tencente ao Grão Ducado do 
Hesse, c a Prússia o Luxcmbur 
go. cujo soberano era então o 
Rei doa Patzes Baixos. 
Existem portanto amplo» pre- 
cedentes em d'rplto mternqclonl 
para que a França se não enn- 
fente rom- a neufrali-açõn - 
litar. sem n sua fiscalizarão, da 
margem esquerda dn ff.i 'no, 
tanto mais quanto, dizem os nu- 
llicistas francezes. uma r.ovt 
guerra, mesmo victoriosa. s~rla 
n annlqvfilamento da França a 
o "esgotamento da Alleman 
apenas momentâneo, aclnodo 
sempre um paiz os reoursos ne- 
cessários para uma grac ra 
quando faz penotrar no espirito 
dos Seu» eidadão» que sc trata 
dc uma guerra nacional " 
E' claro que o Sr. Recouiy 
culpa a Inglaterra de ter entia- 
gado A Prússia a margem es- 
querda do Rhcno, fazendo notai' 
que o» estadistas Inglezes "tém 
a visão curta", descurando o 
futuro polo presente." O que 08 
estadistas Inglezes tém é o sen- 
so pratico, tanto assim que '.ont 
Curzon deu largas ás s^i» ao- 
pvehensões cobre a desaggregM- 
ção allemã, pesslim, no scil 
juizo, tanto política coipo e<n.- 
nomlcamente. "porque » unifi- 
caria em ultimo lugar o desap,- 
paroclmento do proprio deve- 
dor". Não occultando que i 
França é a. responsável p lo 
grande mnl estar da Eu:1 -pá. 
antes declarando-o desassom» 
bradnmente, lord Curzon per- 
guntou pelas propostas a serem 
apresentadas pela França e 
que, segundo o Sr. Poircaré oi 
zla, estavam dependentes da 
terminação da resistência pas- 
siva . 
Por. sua vez o Sr. Recouiy. 
maneja como bom franccz i iro- 
nia, perguntando no seu ''Vvo 
se a. Inglaterra e os l-.stiul .» 
Unidos se contentam no que lhe» 
diz respeito com parto» de fra- 
rantia e no Intuito de defende- 
rem, unia o caminho oura a Ín- 
dia e outra a hegennAca no Mar 
das Antühas, não preicram <•••• 
cupar mllitarmcnt' Stic,; •■.Pa- 
namá. isto é. o» d cm a istbrn ia 
rasgados á navegação univer 
sal. Os Estados Unido» nãojjse 
contentam, recorda o autor, ÓWl 
a zonaitío canal, que fotificaram. 
iras dispõem de base» navne.» 
nas costas das Republicas dc 
Cuba o de Nicaragua. Por qne 
não deixam, escreve elle, essas 
potências para recorrer even- 
tualmente aos bons officios df 
Sociedade das Nações? 
O p«criptor francoz despvcí-l U at 
gia elle proprio a Liga, que poi ~ 
si aliás se desacredita abstendo- 
se de chamar a si questões mo- 
menlosas. dc interesse universal, 
c consentindo que no seu seio 
flenrem representantes dc nm 
governo como o do Coronel Oo- . 
natas, que escalou o poder pfi 
meio de uma série dc cobaig^s 
cxccuçõe» a que as outras na - 
ções fecharam oa olhos, como os 
fecharam ao assassinato da fa- 
mília imperial russa velando^ 
apenas a face quando se trata 
das atrocidades dos soviets. 
Ha quem oensg que « Alie- 
DOMINGO, 2 5 
Viajante» 
A bordo do "Arlanza" chega hoje a esta 
Capital, acompanhado de sua esposa, o Sr. 
Dr. Joaquim Nicolau, clinieo, quo regressa 
de uma viagem de estudos aos prinoipaes 
paizixs da Europa, 
O desembarque do distincto medico deve 
<>ffectuar-se ás 2 horas da tarde no Cáes do 
Porto. 
— A bordo do "Lutetia" regressou hon- 
tem, da Europa, acompanhado de sua famí- 
lia, o Sr. Feliciano José Diniz, filho do Co- 
ronel Antcnio José Diniz e socio da firma 
Antonio José Diniz & <J., estabelecida em 
Nitherohy. 
— A bordo do "Cap Polonio" regressa 
hoje da Europa o Sr. Júlio Simões, nego- 
ciante em Nitherohy. 
Mospital Hahnemanniano 
Comiriemorando o Natal, a Directoria do 
Hospital Hahnemanniano inaugurará o novo 
pavilhão destinado á enfermaria de clinica 
pediatrica. medica, sob a direcqão dos pro- 
fessores Dr. José de Castro e Ma mede Ro- 
cha, da Faculdade Hahnemanniana. 
Vai ser transferida da actuai enfermaria 
para, essa nova adaptação própria, em me- 
lhores condições de conforto e hygiene. 
Também será brevemente inaugurada a 
Maternidade e enfermaria de clinica gyneeo- 
logiea, *para. servir ao ensino das respectivas 
cadeiras da Faculdade Hahuemannüana. A 
ultima está sob a direcção do professor Mar- 
ques de Oliveira.Carlos Cbsar r>B Oliveira Sampaio Fi- ' 
lho — Causou funda consternação em toda 
a nossa sociedade o falieoimento prematuro 
do Joven Carlos César de Oliveira Sampaio, 
filho do Sr. Dr. Carlos Sampaio. ex-Prefei- 
to do Districto Federal. 
Contando apenas vinte annos. muito que- 
rido na nossa alta. sociedade, foi o inditoso 
moço victima de um desastre, ha uma se- 
mana, e, embora tratado com o maior des- 
velo. veio a fajlecer hontem pela manhã 
cercado do carinho de todos os seus. 
O enterro do Sr. Carlos Sampaio Filho 
realizou-se ás 5 horas da tarde, sahindo o 
íerel.no da Casa de Saúde D -. Biras para o 
Cemitério de S. João Ba'/ i, om enorme 
i oucurrencia. coberto o caixão de innume- 
ras e rica- corõas. 
A família Carlos Sampaio tem recebido 
bs mais significativas manifestações de pe- 
zac pelo triste acontecimento. 
— Falleceu hontem. ás tres horas da 
tarde, o Sr. Antonio Mlatheus Dias Fernan- 
des. commerclante desta praça. 
O finado residia em companhia de seu 
genro, o Sr. Manoel Duna, á rua Dr. Paubj 
de Frontin, donde sahirS o enterro, hoje, ás 
4 ^oras da tarde, para o cemitério de São 
João Baptista. 
Enterro» 
Antonio Alves pa Fonseca — Foi senti- 
d ssima no circulo de suas relações e, prin- 
■ipalmente no Itamaraty, a noticia da morte 
do Sr. Antonio Alves da Fonseca, 1° off^ial 
da Secrelaria de Estado e uma das figuras de 
mais destaque e mais bemquista daquella 
casa. 
O seu enterro fo! uma commovente de- 
into era querido pelos seus 
como eram apreriadoa em 
nobre caracter, a «ua re- 
■nterrn 
de qua 
m e de 
o seu 
rompa nhei 
nosso meí' 
rfdâo e a sua inlclllgeiicla. 
No cemitério, ao baixar o corpo fl sepul- 
tura. o Sr. Dr. Brlcio Filho pronunciou uma 
to ante tlloouçSo, cm que rememorou tola 
a agitada e nobre vida do extineto, cheia dos 
laaD bellos exemplos de dedicação, dc gene- 
rosidade, de patriotismo e virtudes privadas. 
Testemunha dos pr meiroa passos de Ai- 
x os da Fonseca na vida publica, o Sr. Dr. 
P.rlcio Filho narrou, com profunda emoemo, 
os serviços excepcionaes prestados pelo dis- 
tincto funecionario A causa da Republica, pn- 
tf c depois da proclamnção, destacando a 
I arte importante que teve nas operações mi- 
litares em Nitherohy, por occaslão da revolta 
da Armada, quando expoz por varias vezes 
a sua vida com desaasombro e abnegação em 
favor da legalidade. 
Referlo-»e. depois, á sua rupida passa•• 
gem pelo jornalismo e A sua entrada no 
Ministério das Relações Exteriores, onde, sem 
perder o seu todo modesto e retrahido, con- 
quistou pouco a pouco pelo seu merecimento 
quasi todos os postos da Secretaria, pois. va- 
rias vezes exercera, interinamente, o cargo 
de director de secção. Em toda a sua car- 
reira no Ministério do Exterior demonstrou 
sompro os mesmos nobres anhelos e o vivo 
icioal, que alimentara na primeira mocidadc, 
quando nas ruas e praças da cidade de Ni- 
therohy, expoz heroicamente a sua vida pela 
Causa dg legalidade da Republica. 
Fallou ainda o Si*. Dr. Bricio Filho das 
virtudes privadas do extineto funcqlcn i o. 
como exemplar e carinhoso chefe de familia, 
que. embora lutando com grandes difficulda- 
des. levou a tal esmero a educação de suas 
duas filhas, que poude têr a satisfação de vêr 
a uma dellas ser ci.i. sificadn cm prime o i • 
gar, entre 400 candidatas, num concurso da 
Escola Normal. 
O Sr. Dr. Brião Filho conduto a sua 
commovente oração narrando o quadro trls- 
tisslmo da morto do Alves da Fonseca, no 
momento cm que sua filha, a que havia dedi- 
cado todo seu carinho, chegava a casa 
t-rdo terminado os exames do l" aii»n -de seu 
curso com (listincção em todas as provas. 
As ultimas palavras do orador evocando a fi- 
gura de Alves da Fonseca, a sua natural mo- 
déstia, suas nobres virtudes de cidadão e de 
pai. emocionaram até as lagrimas, o grupo de 
amigos, que. cm torno de seu esquife hontem 
á tarde, no cemitério de S. João Baptista, fo- 
ram levar-lhe o derradeiro adeus. 
O Sr. Felix Pacheco, Ministro das Rela- 
ções Exteriores, fez-se representar pelo chefe 
de seu gabinete Sr. Consui Sebastião S imn u >. 
Acompanharam o enterro as seguintes 
pessoas; 
Dr. fincinato Simões Correia e senhora, 
Mnntenegro Cordeiro, Dr, Ducano Reis e fi- 
lha. Alfredo Buchdid e senhora. Antonio De- 
andro Fernandes e senhora, José Gomide Ju-* 
nior, Eloy Gomide. Bcnleio Cunha, v a.i . i 
Cunha. Jaclntha Cunha. Adelina Dopcs de 
há Firminn Simas. Cecília Lobão, Olivia Bit- 
oure Viu vi Damogo Carvalho. Almirante 
i Ti'i no Munia Tclle», senhora e filhas, Sena- 
Ra cbcsa Dirna e senhora. A. Vlanna c - c- 
nhora, Cândido de Oliveira e senhora, Dr. 
T .cophilo Torres e nliora, Conde de Affon- 
so Celso. Hippolyfo Alves d'Araujo. Raul A. 
i" Campos. Mario de Vnsconcellos, Abilio G. 
da Cruz e família. Dr. Raul Guedes. Dr. Hr - 
c o Filho, Gaspar Guimarães e Abilio Cruz, 
V' Io Giemio N. B "Floriano Peixoto", Ne- 
mésu.i Dutra, Ary Werneck. Mario Pontes. 
'a io N. Brito, por si e pelo Cônsul Jayme 
P ito, Osovio Dutra, por si e por Lv(z Fer- 
nandes Pinheiro. M. Coelho Rodrigues, Alfre- 
do Dias de Mello. Sebastião Sampaio. Chefe 
ilc Gabinte do Sr4 Ministro das Relações F,x- 
teriores, representando S. Ex. e por si; NI- 
colAn T. Debané. Alcides da Silva, Manoel 
Benides. por si e por Ducano Reis, F. de 
Mesquita Braga. Syivio Uoin ' ic .ho, S- c 
f ili i, Nelson Romero. Arthur Ferreira Ma- 
lhado Guimarães, A. J. Dop^s de Sá, Qari- 
i.aliü. Hermanl Biluc Guiqiarães. por si e pa- 
li 1 iu i.- Olavo Bllac, Viuva Noemi Alhadas 
filhas. Viuva Bastos e filhos. Sra. Luiza 1 \s ar < apitão Amilcar Pederneiras e se- 
i i dr Dr. Pontes dc Miranda c senhora. 
Manoel d-. Cunha Simn- Júnior é senhora. 
Dli/. Armando Cunha e senhora, Maurício 
Jopjr rt. da Silva e senhora, Heraclito Morci- 
r». Duiz Beruttl c senhora, Abigail Paiva. 
Xl.u i fa Valqueredo. João Paulo Barbosa 
ma. Per'cies Barbosa Dlma, Voz dc MelTO; 
c kien A az de Mello. Commnndante Benicio 
i unha. Dr, Ferreira dc Araújo e muitos ou- 
drr.s pessoas que não deixaram os nomes. 
Sobre o feretro viam-se as seguintes co- 
rõas; 
"Homenagem de Duclano Reis e familia": 
"Ao ooilega e amigo Alves da Fonseca, sau- 
dades de Gregorio Peccgueiro"; "Mme. Amil- 
car Pc lernecras"; " Saudades do Director 
Gi ral dos Negocios Consulares o Commor- 
> aos c si'us funcclonarios"; "Homenagem de 
Heraclito Moreira e filhas"; "Saudades de 
sti i sogra e cunhados"; "Saudades de «ua es- 
ços,; o filhos": "Déo Lobato"; "Ao Sr. AI- 
--- <la Fonseca, a Com missão Rio Branco": 
"A J" Officin' Alves da Fonseca" o Minis- 
. P •••.. das Relações Exteriores"; "Saudades de 
T.nlu', Maria e Dourdes"; "Ao Alves da Fon- 
os seus amigos da Contabilidade": "Ao 
btvn amigo » Irmão, saudades de Thomaz Ca- 
valcanti, senhora e filhos"; "Saudades do 
Cinchinto e familia"; "Saudades do Zizlco e 
.f..nl!lla"; "Saudades dos companheiros da 
rccçiio America do Alinisterio do Exterior"; 1 Dr. Pontes de Miranda e senhora"; "Dr. 
'Mario Fernandes, schhora e filhos"; "Andréa 
Alves da Fonseca": "Saudades do Bricio Fi- 
lho"; "Ao Alves da Fonseca, o Grêmio Bo- 
neficentc Floriano Peixoto". 
— Enterrou-sc hontem no cemitério de São 
Francisco de Paula, em Catumby. o Sr. Ca- 
p ' "o Albano Corrêa do Couto, veterano da 
gcrr.i do Paraguay. 
PnoFBíaonA Thbrbza Saramaoo SALarrai- 
niMto — No cemitério da Confraria, de 
No-m Senhora da Conceição em Nitherohy. 
foi hontem inhumuda a Professora D. Tlie- 
roza Saramago Salgueirinho, esposa do Sr. 
Adi mar da Costa Salgueirinho. funecionario 
do Juízo dos Feitos da Fazenda do Estado 
do Rio de Janeiro. 
O seu cnfterramento foi bastante con- 
»corrido, sendo sobre o tumulo da extineta 
collccadas numerosas cotlôas de flores na- 
tufaes. 
Sfnttorinha Deonidia Vtoi,ante — No ce- 
mitsrio. de Cachoeiras dc Macacu'. no Estado 
rtn D o do .1; neiro, foi ante-hontem 'uhumsda 
v■ "ilu "inb • Tzonidia A*:o'ant,e. flha do Co- 
ronel José A''Olante. negociante em Nithe- 
rohy - 
• Pelo nocturno paulista <foi hontem 
transportado para a Capitalde S. Paulo o 
corpo do maltogrado acadêmico de medicina 
José de Oliveira, fallocido nesta Capital. 
Acompanharam o feretro, seguindo para 
aquella cidade. Os Sr.s. J. Novaes Banitz. 
Presidente do Centro Acadêmico Francisco de 
Castro; João Queiroz Ferreira, José Pagane 
Filho, Jovino Silveira e Agenor Camargo. 
A ceremonia do énterramento realizar- 
se-hâ hoje, ás 10 horas, em S. Paulo, sahin- 
do o feretro do edifício da Beneficência Dir- 
tugueza, para onde foi transportado e onde 
esteve em exposição. 
O Centro Francisco de Castro communi- 
cou ao Centro XI de Agosto de S. Paulo, 
que confia á sua guarda e á das demais as- 
sociações acadêmicas daquella cidade as ul- 
timas homenagens ao seu pranteado collega. 
THEATROS E MUSICA 
OS DO LIS PROSCRIPTOS — O velho 
lheatro S. Pedro regorgitava hontem de pu- 
blico. Era noite grande. Primeiro de Dezem- 
bro, representavam-se "Os dous proscriptos", 
cu "A Restauração de Portugal" — natural- 
mente. B bem fazem—do ponto de vista eeo- 
i oralco, pelo menos — os que mantêm essa 
tradição draraatico-patrlotiça. "Os dous 
proscriptos" valem ainda por tres... E a 
"Restauração de Portugal" continúa a res- 
taurar as finanças das companhias. 
O eapectaculo de hontem correu regular- 
mente e entre as salvas de palmas do costu- 
me. As phrases "Passagem a Sua Alteza! " 
e "Era ferro castelhano, etc", desencadea- 
ram cada qual sua tempestade de applausos 
e acclamações. E ao final dos actos foram 
especiaimenie favorecidos pelo enthusiasmo 
do publico os artistas Sras. Maria Castro e 
Branca de Lima e Srs, Antonio Ramos e 
Jcão Barbosa. 
ESCOLA DE MUSICA FIGUEIREDO 
ROXO - Com orme foi já noticiado, é hoje ' 
que se realiza a aurligâo de piano e canto 
dos aluamos da Escola de Musica Eigueiredo 
Roxo. 
Essa, festa, que se effectuará no salão 
do Instituto Nacional de Musica, ás 15 ho- 
ras, será em beneficio do Natal dos pobres, 
com entrada a dous mil réis. 
A DUQUEZA DO BAL-TABARIN A 
Companhia Italiana de Operetas Clara Weiss 
levou á scena hontem no Theatro Lyrico a 
opereta já bastante conhecida "A Duqueza 
do Bal-Tabarin" . 
A representação correu brilhante, agra- 
dando bastante. 
A Sra. Clara Weiss na protagonista con- 
duzio-se como sempre, com geral agrado da 
platéa, sendo muito applaudida. 
DIVERSAS NOTKUAS — Aos princí- 
paes artistas da Companhia Dr.imatii.t que 
• stA trabalhando no Theatro Jofto Caetano 
leu hontem «o Sr. Marque^ Pinheiro Ufiii 
peca de eua lavra, intltulad;! MA lei ^upr•,- 
ma *. 
A leitura causou a 
a Sra. Maria Cas*ro p^ 
cedesse » H l^el rema 
tada na sua festa artistl 
— A Companhia Clara Wei? 
tará amanhã, no Theatro Lyrico. 
11 
opereta 
eta 
Quando 
cousas, 
porq ue 
E lhes 
gueira. 
melhor impressão e 
Io ao autor que lhe 
para ser represan- 
do corrente. 
repre«en- 
pela única 
mk' 
de- 
des- 
Srs. 
pro- 
de 
\ ez na temporada, a fano- 
Frana T^ebar "A viuva alegre". 
— Os prinoipaes papeis d» hui 
pequena da Marmita", annunciada p.-u 
pois de amanhã, no CarSis Gomes sen 
empenhada pela Sra. AM i C.arrido e 
Américo Garrido e Armando Braga. 
— Com enthuslastica actlvidade. 
reguem no Recreio os ensaios da rova 
vista do Sr. Marques Porto e Affonso 
Carvalho. "Penas de pavão". 
— Entraram nara a Companh:a do São 
José «os artistas Sra. Mnrgarlda Martins e 
Sr. Augusto Martins. 
— Na festa da Sra. Natalino Serra, an- 
nunciada para 5 do corrente, no Trianon. ha- 
verá um acto variado em que tomorào narte 
os artista^ Sras. Lucila Peres. Belnilra de 
Almeida. Emma de Souzai. JBvan Stachino 
e Celeste Reis. 
THEATRO LYRK^O A Companhia da 
Sra. Clara Weiss leva hoie. A scena a ope- 
reta. "A Duqueza du Bal-Tabarin". 
Trianon — Na "matlnée" e nos d^us 
espectaculos da noite, repete-se a comedia 
"O Doutor sem sorte". 
RECRFJO — Contlnéa ainda em ■ - n a 
a celebre revista. "Tim-tim por tim-tim" 
S. JOSE' — A revista "Sonho dr opIo** 
continda em franco exlto no S. José. 
CARLOS OOMKS — Vai dando alndi 
suocessivas enchentes todas as noites a hur- 
leta, "Luar de PaquetA''. 
S. PEDRO — Ainda bole. r^procsrnta-qo 
neste theatro. o drima histórico "Os dous 
proscriptos ou a Restauração de Portugal 
em 1640". 
RTALTO — No programma desta casa 
de diversões continda a figurar com grande 
aceitação, "O choque", da Universal Jewel. 
CINEMA IMOOERNO — Dous importan- 
tes "filma" figuram no nrogramma drsta 
casa, do diversões, "Capricho do mulher" 
«•evs intensos actos o "A' pista de oregno". 
15° e 16° episódios. 
NOTICIAS RELIGIOSAS 
l" DOMINGO DE A DVEXTO DO TERCEI- 
RO AiDVWNTO DE OHRISTO 
O terceiro ndvonto de fhristo w produzi- 
rá terrível e súbito. O tempo da mbor-or- 
dia terá paaaedo, aerá a hora da justiça. 
Trxto do Santo Foanpelho: 
"Naquellr tempo. Disre Jesus aos seus 
discípulos; "Haverá signaes no sol. na lua 
n nas ealrellas; o na terra, a consternação 
das gentes pela confusão em que as porá o 
bramido do mar e das ondas, mirrando-se 
os homens do susto, na espetetação liaquei- 
las cousas que virão sobro todo o mundo, 
porque as virtudes do céo so abalarão. E eu- 
tão verão o filho do homem vindo sobre uma 
nuvem com gtrandle poder e majestade. 
começarem, pois, a cumprir-se essas 
olhai e levantai as vossas cabeças, 
se approxima a vosso redempção 
propoz este simile: Olhai para a fl- 
e para todas as arvores. Quando já 
de si produzem o frueto, conheaeis que está 
proximo o estio. Assim também vfls. quando 
virdes irem succedordo essas cousas, sabei 
que está proximo o reino de Deus. Em ver- 
dade vos digo, que não passará esta gera- 
ção até que se cumpram todas estas cousas. 
Passará o eéo, e a terra — mas as minhas 
palavras não passarão." 
1" TONTO 
A. A mystiea do Advento nos mostra 
que o advento de Nosso Senhor Jesus Chr s- 
to é ao mesmo tempo "simples" <> "triplo". 
E' "siilipies". porquê é o mesmo" Jesus Chris. 
to Filho de Deus que vem ter como os ho- 
mens. E' "triplo", porque vem de lies ma- 
neiras e em tres épocas differentes. 
Durante o advento a igreja es))era com 
lagrimas e impaeiencin a vinda do Ohristo 
Redemptor em seu primeiro advento, cujo an- 
niversario é o Natal. O primeiro é, com rf- 
foito. o do Verbo feito carne nascendo no 
tempo para a salvação da humanidade! Ahl 
o Christo vem na enfermidade. 
B. O segundo advento é o da vinda de 
Christo nas almas, em espirito e em poder. 
Estamos actualmente no segundo advento e 
Jesus vem e vive nas almas justas... A 
igreja o pede com ardor... Somos nõs des- 
ses?. ... 
Oremos com a igreja para obter nossa 
santificação! 
2' PqNTO 
A. O terceiro advento é aqueile em que 
elle virá em gloria e em majestade, ao qual 
so refere o Evangelho deste dia. O segundo 
advento nos auxilia a esperar sem temer o 
terceiro e que será terrível. Será. com effeito, 
a hora da, justiça inexorável. Esse terceiro 
advento é vivamente desejado pela igreja 
como os dous outros, porque elle eonsum- 
murá a gloria dc seus filhos eleitos... 
Não negligenciamos cousa alguma para 
ser de seu numero. .. 
B. Mas será um dia terrível... Nõs se- 
remos julgados pelo Christo, e segundo a 
iei que é gravada no intimo de toda alma 
humana, lei promulgada, sobre o inai e com- 
pletada pelo Evangelho. A igreja com o 
pensamento desse juizo fica entre o temor 
e a esperança. Temor por seus filhos culpa- 
dos... EWpeilança por seus filhos dedica- 
dos . . . 
Resolução — Sejamos fieis a, nossos de- 
veres. particularmente a nossos deveres de 
estado. 
em beneficie da fundação da Escola de Tho- 
rezinha do Menino Jesus. Píira crianças po- 
bres. o das Obras do Santuário. 
Entre outros números de diversões, dc 
programma constam us seguintes: Grande 
concerto de violino, canto e piano, por jovens 
musicistas; variada sessão de canções e tro- 
vas sertanejas por oatullo Cearense; spoorts 
vario.- por uni grupo de rapazes, torneios in- 
fantis, tomfcolas, barraquinhas e um sem nu- 
mero do agradaveis sorpresas. 
O caricaturista Ivan prestou-so a reali- 
zar uma sessão de caricaturas e "eharges" 
da actualldade. 
Duasbandas de musica abrilhantarão os 
festejos. 
Os restantes ingressos são encontrados 
nas seguintes casos: rua Mnria e Barros, 218: 
rua do Ou\ dor, ,>4, sob., com Ernesto Silva 
Ferreira: rua do Ouvidor, 123 (Luneta de 
Ouro): rua Rodrigo Silva, 3, com o Sr. Any- 
sio; e. no Meyer, á rua Dias da Cruz n. 124. 
CONFEDERAÇÃO CATHOLICA 
A secção masculina da Confederação 
realiza bojo. ás 14 horas, no Circulo Catho- 
lico, a sua reunião mensal. 
SPORT 
TURF 
A CORRIDA DE HOJE — O programma 
' .i reunião de hoje. no prado Fluminense 
comporta, dous importantes clássicos o mal» 
sete pareôs cuja organização autoriza pro- 
nieUedoras carreiras e bonitos finaes, a que 
tanto se presta a grande recta do hippodro- 
mo de São Francisco Xavier. 
O grande prêmio "Presidente da Repu- 
blica . uma das mais significativas provas 
mantidas pelo Governo Federal, reúne apenas 
tres concurrentes e parece destituído de in- 
teresse. Afigura-se-nos, entretanto, que a 
carreira vai interessar o publico, não sendo 
de estranhar que a resistente Liette, favore- 
cida pe i distancia, venha offerecer seria luta 
a Mangerona. no final do severo percurso 
Reservado exclusivamente a éguas de quaN 
quer paiz, o clássico "Raphael de Barros" 
promette uma carreira das mais interessan- 
tes, entre as quatro candidatas ao bem dotado 
prêmio. Auendendo á distancia do pareô, Es- 
clava sera a mais destacada conourrente. se 
a sobrecarga que lhe 'coube, não annullàsse 
um tanto a ligeira superioridade que tem 
demonstrado sobre as adversárias, que assim 
lhe ficam perfeitamente niveladas. 
Os sete pareôs que completam o program- 
m.ç autorizam, como já dissemos, a pre- 
visão de mignificas carreiras, notadamente 
o denominado "Commlssão CentraJ dos Cria- 
deres", qne reúne um lote de bons "perfor- 
mers" e se apresent i como um dos maiores 
attractivos da corrida. 
Dispondo de tão bons elementos a re- 
união de hoje pro-eguiná, certamente, a serie 
das magníficas tardes de sport que nesta 
terruorada nos tem proporcionado o Jo.kev 
Club. 
Como de costume, indiçamo* «s nossos 
taveritos, que são: 
Diamantina c Tribuna. 
K itatelm e Mouohette. 
Media Rlep la e Dlctado, 
Nympha e Celeuma. 
Cae Nagua e Violento 
Xijlnsky e Marota, 
Mangerona r Liette, 
M iraehon e Saierno. 
tEaclava e Sombra. 
M 
'Presidente da Rppu- 
vas mantidas pelo Go- 
n aciona cs de 4 annos, 
pela primeira vez em 
O grande prêmio 
a", utns das pro\ 
verno. destinada aos 
e ma s. foi realizado 
i''lk e tem lo disnutado annualmentc no 
Derliy e no Joi^key Club. alternadamente, com 
o seguinte resultado: 
lS!k Kdu' (S Rcs.ts) — 3.000 pietroa 
em 200" 4 5. no Derhy Club. 
1910 — Zuavo (P, Zabala) — 3.000 me. 
troa em 200" 2(5. Jockev Club. 
1920 — Othelo (D. Suarez) —- 3.000 me- 
tros em 199" 4|J no Derby Club. 
1921 — Kitehner (C. Fernandez) — 3.000 
metro, em 109" I .">. no Jockuy Club. 
1922 — Brl ige (A, Olmos) — 3.000 me- 
tros em 206", no Derby Club. 
0 cii -aieo "Raphael de Barros" foi In- 
stiiuioo em 1913 com o titulo de "Importa- 
eac " c é reservado exclusivamente a éguas 
de qua quer |>aiz. A importante prova, que 
tem - Io realizada com toda a regularidade, 
registra as seguintes veneedoraa: 
1913 — Hebréa (D. Suarez) — 1.700 me- 
tros cm 110" 4(5. 
1 U Romllda (J. CoutlnhO) — 2.000 
metros em 131" 415. 
IgUj) iai.» Par.ule (P. /abala) — 2.000 
me i . s em 131" 214. 
1911; Energi a (M. Michaela) — 2,000 
metros em 133" 2|ã. 
1917 — Parade (A. Fernandez) — 2.000 
metro em 132". 
1918 — Land Lady (D. Suarez) — 2.000 
metros em 134". 
1919 — Silhueta (P. /abala) — 2.000 
metros em 131" 2(5, 
1920 — Melrose (D. Suarez) — 2.000 
metros em 134" 3|6. 
^ 1921 — Aspirina (D. Suarez) — 2.000 
metros em 135" (W. o.) 
1922 — Manllha (A. Feljõ) — 2.000 me- 
tros em 130" 415. 
DERBA" CLUB — As phoximas iNscnt- 
çõbs — Do programma da próxima corrida 
farão parte as duas seguintes provas; 
Gr ade Prêmio "Dous do Aogosto" —- 1.800 
metros 1 :«nn$ 0 400* — Mico, Atln 
Habv Burlon. Mimosa, Neurosls. Liberté, 
Mu' linha Moreno, Tnpajoz, Alsaciana, Whls- 
por. Kit Kox e Rêvc d 'A lanes. 
N nios>ii i corrida, transferida do ultimo 
domingo, será, também, disputada a seguin- 
te prova; 
Grande Prêmio "America do Sul" — 
1.800 metros - 8:000$, 1:600$ o 400$ — Kon- 
den. Pobre Juglar. Média Rlcnda, Ophelia e 
OlAo. 
As ins-ri lições serão encerradas terça- 
feira próxima, ás 5 horas da tarde, conforme 
o projecto a seguir; 
Gi ndo Prêmio "America do Sul" — 1.800 
metros — Prêmios; s;000$, 1:600$ e 400$ — 
Animaea já insoriptos. 
Orende Prêmio " iáius do Agosto" —■ 
1.8011 netriis — 8:000$, 1:600$ e 400$ — Ani- 
m.aee já insoriplos. 
Poipo "Seis do Março" — l.GOí) metros 
- Prenvos: 3:000$ e 600$ — Anlmaos uaeio- 
nacs Hiraiiiap antecipado, com descarga. 
Pareô "Progresso" — 1.609 metros — 
Prêmios: 3:001)$ e 600$ — Animaes nacionnes 
— Handicup antecipado. 
Pireo "Derby Club" — 1.800 metros — 
3:500$ e 700$ — Animaes naoionaes — Han- 
dicap ante pado. 
Pareô "Itamaraty" — 1.609 metros — 
•Prêmios: 3:000$ e 600$ — Animaes de qual- 
quer paiz. — Handieap antecipado, com des- 
carga . 
Parco "Internacional"' — 1.609 metros — 
Prêmios: 3:000$ e 600* — Animaes d< qual- 
quer paiz Handíca-p antecipado. 
Parco "Dr. Frontin" — 1.800 metros — 
Prêmios; 3;s>00$ e 7008 — Animaes de qual- 
quer paiz — HundiCrp antecipado. 
importante 
— 3:000$ 
ESCOLA THERE/INHA TXI MENINO 
JESUS 
Com um variado programma. realiza-se 
no proximo domingo, 9 dn corrente, um 
grande festival no Jardim Zoologlco, promo- 
\ ido por um grupo do senhoras brasileiras 
O DERBV PAULISTA — O Jockoy 
Club Paulistano realiza hoje uma. de sutis 
tr I s tniportantes ç ríçnifirativa.s festas an- 
imaes. pois será disputado o "Derby Pnulls 
ta" a prova maxima reservada aos tres an 
nos nascidos no Estado. 
Nessa bem dotada pttiva. que attesta o 
inconte iavel jaogresso da "éléva / " pau- 
lista, tomarão parte os seguintes animaes: 
Vosta — C. Fernandez. 
Andromeda — D. Vaz. 
Herú — J. Salfate. 
Benjolm — C. Houghton. 
Coruçá — C. Oray. 
Landishire — C. Ponin. 
O programma completo da 
corrida é o seguinte: 
l" pareô — Prêmio "Etiqueta 
0 6098 — 1.000 metros — Bombarda 53 kilos 
Etiqueta 53. Contestado 55. Baltitanle 53 e 
Fiorello 51. 
2° pareô — Prêmio "Chalupa" — 3:000$ 
e 600$ —- 1,609 metros — Klta 54 kilos. Cha- 
lupa 54, Ripon 57. Malaspina 54 o Orixá 54. 
S" pareô — Prêmio "Quorum" — 3:000$ 
e 6008 —- 1,609 metros — FaveUa 55 kilos 
Batovy 57, Categórica 48, Deslumbrante 49, 
Bandeirante 53 c Valorosa 52. 
4o pareô — Prêmio "Rataplan" -— 3:500$ 
P 7008 — 1,609 metros — Miudinho 55 kilos. 
Rataplan 56. D'Annunzio 52. Gurupy 53 e 
Feitor 51. 
5° pareô — Prêmio "Dalmazia" — 4:000$ 
e 300* — 1.000 metros — Titlfng 54 kilos. 
Kingls Gift 55. Liberté 55, La Marqueza 55, 
Manüha 51. Impresion 55 e Antelope 51. 
6" pareô — "Grande Prêmio Derhy Pau- 
lista" — 20:000*. 4:000$. 1:000$ c o 4» livra- 
rá a entrada e mais 1 *000* ao criador do ven- 
cedor — 2.400 metros — Vesta 52 kilos, An- 
dromeda 52, HenT 54. Benjoim 54, Coruçá 
54 e Lancashire 54. 
7' pareô — Prêmio "Aprompto" — 4:000$ 
e S00* — 1. SOO metros — Testaferro 57 kilos, 
Neuros-s 54. Almofadinha 54. Anexioji 51 e 
Camorra 49. 
8o pareô — Prêmio "Sansonette" —■ 
3:000$ e 600* — 1.609 metros — Nihclac 56 
kiles Blarney Stone 55, Proserpina 50 • 
Snob 53, 
tendores. que, no momento, é o melhor pos- 
sível . 
A luta está arbitrada, em 20 "rounds" de 
3 minutos com iuvas de 4 onças. Para juiz de 
FOOTBALL 
DF VVP JOt,!0 tXTERNAI TONA.L hoje — Tem despenado grande inte- 
esse a realização do grande jogo internacio- 
nal de hoje, entre o comlniiado Flamengo- 
"vWéo8 6 0 Ulliversal f1'- c- de Monte* 
O combinado brasileiro entrará em cam- 
pc assim formado : 
A mado 
A. Netto Ciodnaldo 
Mamede — Sidney — Sérgio 
t'0>—-ga Mario — Frienõerich — Jun- 
. , queit-a — Moderato Actuara a grande partida o juiz Henri- 
que Vignal, do Flamengo. 
t omo prova preliminar' haverá um jogo 
er.tre o Bangú e um "te formado

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