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Aula 02
Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII
Exame - 2021
Autor:
Rosenval Júnior
Aula 02
01 de Março de 2021
04242732414 - silvano silveste do nascimento
 
 
 
1 
42 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 3 
1 - Áreas Protegidas: Lei. 9.985/2000 - Unidades de Conservação ............................................................... 3 
1.1 - Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC) ..................................................................... 6 
1.2 - Zona de Amortecimento .................................................................................................................... 9 
1.3 - Plano de Manejo .............................................................................................................................. 10 
1.4 - Reserva da Biosfera ......................................................................................................................... 12 
2 - Novo Código Florestal (12.651, de 25 de maio de 2012) ....................................................................... 13 
2.1 - Área de Preservação Permanente (APP) ......................................................................................... 13 
2.2 - APP por ato do Poder Público .......................................................................................................... 17 
2.3 - Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente ......................................................... 18 
2.4 - Áreas de Uso Restrito ...................................................................................................................... 20 
2.5 - Área de Preservação Permanente ................................................................................................... 20 
2.6 - Cadastro Ambiental Rural (CAR) ...................................................................................................... 22 
2.7 - Cota de Reserva Ambiental (CAR).................................................................................................... 23 
3 - Resumo sobre APP e RL .......................................................................................................................... 24 
Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 25 
Memorex .......................................................................................................................................................... 39 
 
 
 
 
 
Rosenval Júnior
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APRESENTAÇÃO DO CURSO 
Mapa da Mina 
Olá, futuros (as) advogados (as). 
Sobre unidades de conservação, o mais importante é que vocês saibam quais são os 2 grupos de UCs 
(Proteção Integral e Uso Sustentável), as 12 categorias e suas características, como são criadas, modificadas, 
extintas e desafetadas, a que grupo cada categoria pertence, se são de domínio público ou privado etc. Plano 
de Manejo, zona de Amortecimento, corredores ecológicos também são temas recorrentes. 
Por fim, outro ponto importante sobre unidades de conservação, especialmente por causa de um julgado do 
STF, é a compensação ambiental. 
Com certeza, mais de 90% das questões sobre Unidades de Conservação giram em torno desses temas. 
No que tange ao Código Florestal, há 4 tópicos essenciais que devem ser o foco do estudo de vocês: Área de 
Preservação Permanente (APP); Reserva Legal; obrigação propter rem; e Cadastro Ambiental Rural (CAR). 
Leiam do artigo 1º ao 9º da Lei 12.651/12 (Novo Código Florestal). Professor Rosenval, só esses artigos que 
podem cair? Não! No entanto, + de 90% das questões saem desses artigos e já é um grande adianto para 
você, pois é bem melhor do que ter que estudar os 84 artigos do Código, não acha?! ;-) 
Temas mais cobrados sobre Unidades de Conservação: 
✓ Classificação, características e objetivos dos 2 Grupos e das 12 Categorias; 
✓ Criação, modificação, extinção e desafetação das UCs; 
✓ Plano de Manejo, zona de Amortecimento, corredores ecológicos; 
✓ Compensação Ambiental. 
Temas mais cobrados sobre Código Florestal: 
✓ Área de Preservação Permanente (APP); 
✓ Reserva Legal; 
✓ Obrigação propter rem; e 
✓ Cadastro Ambiental Rural (CAR). 
Instagram: @profrosenval 
Bons estudos!!! ;-) 
Prof. Rosenval 
 
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
1 - Áreas Protegidas: Lei. 9.985/2000 - Unidades de Conservação 
Unidade de conservação (UC) é uma modalidade de Espaço Territorial Especialmente Protegido (ETEP). 
 
Para o respeitado mestre Édis Milaré, os ETEPs são divididos em: ETEPs em sentido estrito (stricto sensu), 
que são as Unidades de Conservação; e ETEPs em sentido amplo (lato sensu), que são as Áreas de 
Preservação Permanente, Reservas Legais, Áreas de Uso Restrito e todas as demais. 
Segundo a Lei 9.985/00, unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, 
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder 
Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual 
se aplicam garantias adequadas de proteção. 
Assim, para a configuração jurídico-ecológica de uma UC, deve haver a relevância natural, o caráter oficial, 
a delimitação territorial, o objetivo conservacionista, e o regime especial de proteção e administração. 
Cabe ressaltar que o subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema, 
integram os limites das unidades de conservação. 
Poderão ser criadas por ato do Poder Público (Poder Legislativo - lei ou Poder Executivo - decreto), mas só 
poderão ser extintas, suprimidas ou reduzidas por LEI. A desafetação também depende de LEI, mesmo que 
a UC tenha sido criada por decreto. 
Pessoal, na criação da UC, a lei ou decreto poderá ser federal, estadual ou municipal. Poderá, portanto, ser 
um decreto do chefe do Poder Executivo Federal (Presidente), Estadual (Governador) ou Municipal (Prefeito) 
OU ainda uma lei federal, estadual ou municipal. 
Espaços Territoriais 
Especialmente Protegidos 
(ETEP):
Unidades de Conservação (UC) 
(Lei 9.985/00)
Áreas de Preservação Permanente (APP) 
(Código Florestal)
Reserva Legal (RL) (Código Florestal)
Outros: Terras Indígenas...
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Importante lembrar que é um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente a criação de espaços 
territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal tais como áreas de 
proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas (Art. 9º, VI da Lei 6.938/81). 
A CF/88 em seu art. 225, § 1º, III, determina que incumbe ao Poder Público definir, em TODAS as unidades 
da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a 
alteração e a supressão permitidas somente através de LEI, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. 
A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto 
pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que 
criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta. 
 
Criação ou ampliação de UC Alteração (redução dos limites) ou supressão ou 
extinção e desafetaçãode UC 
 
Ato do Poder Público (Decreto ou Lei) da União, 
dos Estados, do DF e dos Municípios. 
Somente por Lei da União, dos Estados, do DF e dos 
Municípios. 
A CRIAÇÃO é precedida de ESTUDOS TÉCNICOS e de CONSULTA PÚBLICA que permitam identificar a 
localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade. Na criação de Estação Ecológica ou 
Reserva Biológica não é obrigatória a consulta! 
BIZU: 
Estação ecoLÓGICA e reserva bioLÓGICA. 
Se tem LÓGICA não precisa de consulta! 
As unidades de conservação poderão ser compostas de áreas públicas ou privadas, dependendo da 
categoria. Na tabela resumo estão especificadas as características de cada UC. 
No caso de criação de uma UC de posse e domínio públicos, as áreas particulares incluídas em seus limites 
devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei. 
Excluem-se das indenizações referentes à regularização fundiária das unidades de conservação, derivadas 
ou não de desapropriação: as espécies arbóreas declaradas imunes de corte pelo Poder Público; 
expectativas de ganhos e lucro cessante; o resultado de cálculo efetuado mediante a operação de juros 
compostos; e as áreas que não tenham prova de domínio inequívoco e anterior à criação da unidade. 
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Em algumas categorias são permitidas áreas particulares (vejam a tabela com todas as UCs), desde que seja 
possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização pelo proprietário. 
A área deverá ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei, no caso de não haver compatibilidade 
entre os objetivos da área e as atividades privadas. O mesmo ocorrerá se o proprietário não aceitar as 
condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência da UC com 
o uso da propriedade. 
Conceitos importantes da Lei 9.985/00 
Unidade de conservação: 
Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características 
naturais relevantes. (o subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema, 
integram os limites das unidades de conservação, Art. 24 da Lei 9.985/00), 
• legalmente instituído pelo Poder Público, 
• com objetivos de conservação e 
• limites definidos, 
• sob regime especial de administração, 
• ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 
Recurso ambiental: 
• atmosfera, 
• águas interiores, superficiais e subterrâneas, 
• estuários, 
• mar territorial, 
• solo, e subsolo, 
• elementos da biosfera, 
• fauna e flora. 
Proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, 
admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. 
Uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. 
Uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais. 
Uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais 
renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de 
forma socialmente justa e economicamente viável. Temos aqui a valorização sustentável, o que tem 
relação direta com o desenvolvimento sustentável, ou seja, aquele que atende às necessidades do 
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias 
necessidades. Para que esse desenvolvimento sustentável seja alcançado há a necessidade de se buscar 
a harmonização entre conservação ambiental, crescimento econômico e justiça ou equidade social. 
(SUSTENTÁVEL = Conservação ambiental + exploração econômica + justiça ou equidade social). 
Extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos 
naturais renováveis; 
Recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição 
não degradada, que pode ser diferente de sua condição original. 
Restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo 
possível da sua condição original. 
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Conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a 
manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que 
possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de 
satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos 
em geral. 
Preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das 
espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a 
simplificação dos sistemas naturais. 
Zona de amortecimento: o entorno de uma UC, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e 
restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. O objetivo 
é preservação do sítio e proteção do entorno. 
Corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de 
conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão 
de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que 
demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. 
Diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre 
outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos 
de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de 
ecossistemas. 
Conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de 
populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou 
cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características. 
Manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos 
ecossistemas. 
Zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo 
e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os 
objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. 
Plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma 
unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área 
e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da 
unidade. 
Os mais cobrados em provas são os conceitos de Unidade de Conservação, zona de amortecimento e 
corredor ecológico. Perceba a diferença entre recuperação e restauração. E observe que a conservação 
compreende a preservação, ou seja, de acordo com a Lei do SNUC, conservação é um conceito mais amplo. 
1.1 - Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC) 
O Sistema NACIONAL de Unidades de Conservação (SNUC) é constituído pelo conjunto das unidades de 
conservação FEDERAIS, ESTADUAIS e MUNICIPAIS. Assim todos os entes federativos (União, Estados, DF e 
Municípios) são competentes para criar unidades de conservação. 
As unidades de conservação (UC) integrantes do SNUC dividem-se em 2 grupos: UC de PROTEÇÃO INTEGRAL 
e UC de USO SUSTENTÁVEL. Cada grupo é dividido em categorias, com características específicas. 
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As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente 
em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do 
que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta. 
 
Temos assim 2 grupos e 12 categorias no total: 
2 grupos: 
(Art. 7º) 
Proteção Integral Preservar a natureza 
+ uso indireto 
Uso Sustentável Conservação da natureza 
+uso sustentável 
5 categorias de UC no grupo de UC de PROTEÇÃO INTEGRAL (Art. 8º) 
I - Estação Ecológica (EE); 
II - Reserva Biológica (ReBio); 
III - Parque Nacional (ParNa); 
IV - Monumento Natural (MN); 
V - Refúgio de Vida Silvestre (RVS). 
7 categorias de UC no grupo de UC de USO SUSTENTÁVEL (Art. 14) 
I - Área de Proteção Ambiental (APA); 
II - Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE); 
III - Floresta Nacional (FloNa); 
IV - Reserva Extrativista (ResEx); 
V - Reserva de Fauna (RF); 
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS); e 
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). 
O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso 
indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na lei do SNUC. Já as Unidades de Uso 
Sustentável visam compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus 
recursos naturais. 
Proteção Integral 
UC 
Posse e 
Domínio 
Objetivos: 
EE PÚBLICO 
Preservação + Pesquisa (MÁX. 3% da extensão total e ATÉ o limite de 1500 
ha.) 
ReBio PÚBLICO Preservação Integral da biota e demais atributos naturais existentes. 
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ParNa PÚBLICO 
Preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e 
beleza cênica + pesquisa+ educação e interpretação 
ambiental+recreação+turismo ecológico. 
MoNa 
PÚBLICO ou 
PRIVADO 
Preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. 
RVS 
PÚBLICO ou 
PRIVADO 
Proteger ambientes naturais p/ existência e reprodução da flora local e da 
fauna residente ou migratória. 
Observações: 
Obs. 1: Em Estação Ecológica e Reserva Biológica é proibida a visitação pública, exceto se tiver objetivo 
educacional. 
Nas demais Unidades de proteção integral a visitação pública é permitida, mas sujeita a normas e restrições 
do plano de manejo. 
Obs. 2: A pesquisa científica nessas áreas depende de prévia autorização. 
Obs. 3: ATENÇÃO!!! As áreas particulares em Estação Ecológica, Reserva Biológica e Parque Nacional serão 
desapropriadas. 
Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre podem ser constituídos por áreas particulares. Mas, no 
caso de incompatibilidade ou não aquiescência do proprietário, a área deve ser desapropriada. 
Uso Sustentável 
UC Posse e Domínio Definição e Objetivos: 
APA 
PÚBLICO 
ou 
PRIVADO 
Área em geral EXTENSA, com certo grau de ocupação humana. Proteger 
a diversidade biológica, disciplinar a ocupação e assegurar 
sustentabilidade. 
ARIE 
PÚBLICO 
ou 
PRIVADO 
Área em geral pequena, com pouca ou nenhuma ocupação. Manter os 
ecossistemas raros e regular o uso. 
FloNa PÚBLICO 
Cobertura florestal predominantemente nativa. Uso múltiplo 
sustentável dos rec. florestais + pesquisa (ênfase em métodos para 
exploração sustentável de florestas nativas). 
ResEx PÚBLICO 
Extrativismo, complementarmente agricultura de subsistência e 
criação de pequenos animais. 
ReFau PÚBLICO 
Área natural com animais de espécies nativas. Estudos técnicos 
científicos sobre manejo econômico sustentável. 
RDS PÚBLICO 
Área natural com populações tradicionais. Preservação da natureza e 
manutenção das condições de vida. 
RPPN PRIVADO 
Área privada gravada com perpetuidade. Conservar a biodiversidade. 
Permitida pesquisa e visitação com objetivos turísticos, recreativos e 
educacionais. 
Observações: 
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Obs. 1: APA e Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) são constituídas por áreas públicas ou privadas, 
que podem ter normas e restrições de utilização. 
RPPN é área privada. 
As demais Unidades de uso sustentável (FloNa, ResEx, ReFau, RDS) são de domínio público. 
Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável terão o uso concedido por meio de 
contrato às populações extrativistas e tradicionais, respectivamente. 
Obs. 2: Em Reserva de Fauna e em Reserva Extrativista é proibida a caça amadorística ou profissional. 
Em Reserva Extrativista também é proibida a exploração de recursos minerais. 
Obs. 3: A exploração comercial de recursos madeireiros em Reserva Extrativista só será admitida em bases 
sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades desenvolvidas na Reserva. 
 
O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos: 
Órgão 
consultivo e 
deliberativo 
Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(Conama) 
Acompanhar a implementação do Sistema. 
Órgão central Ministério do Meio Ambiente (MMA) Coordenar o Sistema. 
Órgãos 
executores 
Instituto Chico Mendes (ICMBio) e o 
Ibama, em caráter supletivo, os 
órgãos estaduais e municipais. 
Implementar o SNUC, subsidiar propostas de 
criação e administrar as UCs, nas respectivas 
esferas de atuação. 
1.2 - Zona de Amortecimento 
As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental (APA) e Reserva Particular do Patrimônio 
Natural (RPPN), devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores 
ecológicos. 
A zona de amortecimento é o ENTORNO de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão 
sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a 
unidade. 
A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral é considerada zona rural, para os 
efeitos legais e sua zona de amortecimento, uma vez definida formalmente, não pode ser transformada em 
zona urbana. Isso torna inaplicável nessas áreas a Lei 6.766/79, que trata de loteamento e desmembramento 
urbanos. 
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O órgão responsável pela administração da unidade estabelecerá normas específicas regulamentando a 
ocupação e o uso dos recursos da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos de uma unidade de 
conservação. 
Os limites da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos e as normas específicas para disciplinar a 
ocupação e o uso dessas áreas poderão ser definidas no ato de criação da unidade ou posteriormente. 
1.3 - Plano de Manejo 
O Plano de Manejo é o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma 
unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e 
o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da 
unidade. 
O Plano de Manejo constitui a lei interna da UC, devendo cada unidade de conservação dispor de um Plano 
de Manejo, que deverá ser elaborado (pelo órgão gestor ou pelo proprietário quando for o caso) no prazo 
de 5 anos a partir da data de criação da UC. 
O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os 
corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social 
das comunidades vizinhas. 
Na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas, das Reservas 
de Desenvolvimento Sustentável, das Áreas de Proteção Ambiental e, quando couber, das Florestas 
Nacionais e das Áreas de Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a ampla participação da populaçãoresidente. 
O Plano de Manejo aprovado deve estar disponível para consulta do público na sede da unidade de 
conservação e no centro de documentação do órgão executor. 
 
Jurisprudência STF sobre a Compensação Ambiental 
Compensação ambiental é um instrumento previsto no art. 36 da Lei 9.985/00, que obriga o empreendedor 
a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação, nos casos de licenciamento ambiental de 
empreendimentos que causem significativo impacto ambiental, com fundamento no EIA/RIMA. 
Segundo o Caput do art. 36, as unidades de conservação beneficiadas são as pertencentes ao grupo de 
proteção integral; entretanto no parágrafo 3º do mesmo artigo, temos que no caso de o empreendimento 
afetar uma unidade específica (mesmo que não seja de Proteção Integral) ou sua zona de amortecimento, a 
unidade afetada deverá ser uma das beneficiárias, ou seja, se uma unidade de conservação sustentável for 
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afetada pela atividade, também deverá ser beneficiada com a compensação. Além disso, o licenciamento só 
será concedido mediante autorização do órgão responsável pela administração da UC atingida. 
A lei estabeleceu, em seu texto original, que o montante de recursos a ser destinado para as unidades de 
conservação pelo empreendedor não poderia ser inferior a 0,5% dos custos totais de implementação do 
empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador de acordo com o grau de 
impacto causado pelo empreendimento. 
O artigo 36, § 1o da lei 9.985/2000, ainda traz essa redação. E é aqui que mora o perigo! Pois o Supremo 
declarou a inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais 
previstos para a implantação do empreendimento." (STF. ADI 3.378-DF, Relator Min. Carlos Britto. 
Julgamento: 09-04-2008. DJ 20-06-2008). 
Por esse motivo, eu risquei a exigência do percentual mínimo de 0,5%. Hoje não temos mais um piso! O 
órgão ambiental fixará o montante de acordo com o grau de impacto causado, com fundamento no 
EIA/RIMA. 
Observe que a decisão do STF declarou inconstitucional apenas o piso de 0,5%. A compensação ambiental 
é constitucional e continua em vigor. 
Assim, para os fins de fixação da compensação ambiental, o IBAMA estabelecerá o grau de impacto a partir 
de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, ocasião em que considerará, 
exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente. ATENÇÃO! É o IBAMA que faz o 
cálculo da compensação ambiental! 
Jurisprudência: 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 36 E SEUS §§ 1º, 2º E 3º DA LEI Nº 9.985, 
DE 18 DE JULHO DE 2000. CONSTITUCIONALIDADE DA COMPENSAÇÃO DEVIDA PELA 
IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL. 
INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO § 1º DO ART. 36. 
1. O compartilhamento-compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº 9.985/2000 
não ofende o princípio da legalidade, dado haver sido a própria lei que previu o modo de 
financiamento dos gastos com as unidades de conservação da natureza. De igual forma, 
não há violação ao princípio da separação dos Poderes, por não se tratar de delegação do 
Poder Legislativo para o Executivo impor deveres aos administrados. 
2. Compete ao órgão licenciador fixar o quantum da compensação, de acordo com a 
compostura do impacto ambiental a ser dimensionado no relatório - EIA/RIMA. 
3. O art. 36 da Lei nº 9.985/2000 densifica o PRINCÍPIO USUÁRIO-PAGADOR, este a 
significar um mecanismo de assunção partilhada da responsabilidade social pelos custos 
ambientais derivados da atividade econômica. 
4. Inexistente desrespeito ao postulado da razoabilidade. Compensação ambiental que se 
revela como instrumento adequado à defesa e preservação do meio ambiente para as 
presentes e futuras gerações, não havendo outro meio eficaz para atingir essa finalidade 
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==1d4ccd==
 
 
 
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constitucional. Medida amplamente compensada pelos benefícios que sempre resultam 
de um meio ambiente ecologicamente garantido em sua higidez. 
5. Inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos custos 
totais previstos para a implantação do empreendimento", no § 1º do art. 36 da Lei nº 
9.985/2000. O valor da compensação-compartilhamento é de ser fixado 
proporcionalmente ao impacto ambiental, após estudo em que se assegurem o 
contraditório e a ampla defesa. Prescindibilidade da fixação de percentual sobre os custos 
do empreendimento. 
6. Ação parcialmente procedente. 
(STF: ADI 3378 DF, Relator: CARLOS BRITTO, Data de Julgamento: 08/04/2008, Tribunal Pleno, Data de 
Publicação: DJe-112 Divulg. 19-06-2008 Public. 20-06-2008) 
ATENÇÃO! 
Importante destacar que a Lei nº 13.668, de 2018, trouxe uma importante atualização dispondo que a 
obrigação relacionada à compensação ambiental poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida em 
unidades de conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso Sustentável, especialmente as 
localizadas na Amazônia Legal. 
1.4 - Reserva da Biosfera 
A Reserva da Biosfera é reconhecida pelo Programa Intergovernamental "O Homem e a Biosfera – MAB", 
estabelecido pela Unesco, organização da qual o Brasil é membro. 
Trata-se de um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos 
recursos naturais. É gerida por um Conselho Deliberativo, formado por representantes de instituições 
públicas, de organizações da sociedade civil e da população residente. 
É constituída por áreas de domínio público ou privado; podendo ser integrada por unidades de conservação 
já criadas pelo Poder Público. 
Possui como objetivos básicos a preservação da diversidade biológica, pesquisa científica, monitoramento 
ambiental, educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das 
populações. 
Quando a Reserva da Biosfera abranger o território de apenas um Estado, o sistema de gestão será 
composto por um conselho deliberativo e por comitês regionais. 
Quando a Reserva da Biosfera abranger o território de mais de um Estado, o sistema de gestão será 
composto por um conselho deliberativo e por comitês estaduais. 
A única diferença é que se a RB abranger apenas um estado terá comitês regionais. No caso de abranger 
mais de um Estado, o sistema de gestão terá comitês estaduais. Nas duas situações haverá conselho 
deliberativo. 
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À Comissão Brasileira para o Programa "O Homem e a Biosfera" – COBRAMAB - compete criar e coordenar 
a Rede Nacional de Reservas da Biosfera. 
O Brasil possui atualmente as seguintes Reservas da Biosfera distribuídas pelos grandes biomas brasileiros: 
➢ RB Mata Atlântica, 
➢ RB Pantanal, 
➢ RB Caatinga, 
➢ RB Cerrado, 
➢ RB Amazônia Central, 
➢ RB da Serra do Espinhaço e 
➢ RB Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (que integra a RB Mata Atlântica). 
As Reservas da Biosfera são constituídas de: 
Áreas-núcleo: destinadas à proteção integral da natureza; 
Zonas de amortecimento: só são admitidas atividades que não resultem em dano para as áreas-núcleo; e 
Zonas de transição: Não possui limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos recursos 
naturais são planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis. 
2 - Novo Código Florestal (12.651, de 25 de maio de 2012) 
As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa, reconhecidas de 
utilidade às terras que revestem, são BENS DE INTERESSECOMUM a todos os habitantes do País, exercendo-
se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente o Código Florestal 
estabelecem. 
A aquisição de um imóvel com passivo ambiental responsabilizará o novo proprietário, ainda que este não 
tenha dado causa ao dano, pois as obrigações previstas no Código Florestal têm natureza real e são 
transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel 
rural (Obrigação propter rem). 
Assim, a obrigação de recuperar a área degradada recai sobre o proprietário independentemente de este 
ter dado causa. A obrigação acompanha o bem! Não importa a priori quem causou o dano. Exemplo, José 
compra uma fazenda com a mata ciliar desmatada. Nesse caso, José terá a obrigação de recompor a área 
desmatada, mesmo já tendo adquirido a propriedade com a APP sem a cobertura florestal, pois a obrigação 
é propter rem. 
2.1 - Área de Preservação Permanente (APP) 
Área de Preservação Permanente (APP) é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com 
a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a 
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das 
populações humanas. 
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Atentem para um detalhe: é a área que é de preservação permanente. Ela pode estar ou não coberta por 
vegetação nativa. O entorno de uma nascente num raio mínimo de 50 metros é área de preservação 
permanente. Pode não ter uma árvore sequer e ainda assim continuará sendo APP. As margens dos rios 
devem ser preservadas como área de preservação permanente, ainda que não tenham cobertura vegetal. 
Essas áreas são protegidas, pois são sensíveis, mais vulneráveis a deslizamentos, erosão, enchentes e por 
isso precisam ter o seu uso regulado. 
Vamos agora estudar essas áreas. Em prova é muito comum perguntarem quais são as APPs. As mais 
cobradas, sem dúvida, são as matas ciliares (faixas marginas dos cursos d'água) e seus limites. 
Primeiro iremos estudar as APPs do art. 4º do Código Florestal, com incidência ex lege e natureza jurídica de 
limitação de uso ao direito de propriedade. 
2.1.1 - Delimitação das Áreas de Preservação Permanente 
 
 
Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas: 
Topo de morros, montes, 
montanhas e serras 
Encostas 
Nascentes/olhos d’água 
Mata Ciliar 
 Restinga 
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I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, 
desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: 
30 metros, para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura; 
50 metros, para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura; 
100 metros, para os cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura; 
200 metros, para os cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura; 
500 metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros. 
*Leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano. 
De acordo com o Decreto 7.830/12, temos: 
RIO PERENE - corpo de água lótico que possui naturalmente escoamento superficial durante todo o período 
do ano; 
RIO INTERMITENTE - corpo de água lótico que naturalmente não apresenta escoamento superficial por 
períodos do ano; 
RIO EFÊMERO - corpo de água lótico que possui escoamento superficial apenas durante ou imediatamente 
após períodos de precipitação. 
A área de preservação permanente é uma área protegida em zona rural ou urbana!!! 
E por que eu chamo atenção para esse detalhe? Porque uma das diferenças entre APP e RL é justamente 
essa. 
APP é área protegida em zona rural ou urbana. Já a Reserva Legal é área localizada no interior de uma 
propriedade ou posse rural, somente! 
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas NATURAIS, em faixa com largura mínima de: 
100 metros, em zonas RURAIS. 
Exceção: Corpo d’água com até 20 hectares de superfície deverá ter APP de 50 metros; 
30 metros, em zonas URBANAS. 
Resumindo, temos que em lagos e lagoas NATURAIS a faixa de proteção terá largura mínima de: 
Em áreas RURAIS: 100 m para corpo d’água ACIMA de 20 hectares de superfície e 50 m para corpo d’água 
com ATÉ 20 hectares de superfície. 
Em áreas URBANAS: 30 m 
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou 
represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento. 
Notem que os reservatórios de água ARTIFICIAIS também são protegidos pelo Código Florestal. 
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Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não 
decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais. 
Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 hectare, fica dispensada a reserva 
da faixa de proteção, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão 
ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. 
IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação 
topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros. 
*Nascente é o afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso 
d’água. 
*Olho d’água é o afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente. 
 
Pessoal, aqui temos um ponto importante pois o STF decidiu que não se pode negar proteção também aos 
entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes. 
Dessa forma, a interpretação deve ser a de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água, mesmo que 
intermitentes, também configuram área de preservação permanente. De acordo com a decisão do STF, deve-
se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV, para fixar a interpretação de 
que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes configuram APP. 
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior 
declive. 
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues. 
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*Restinga é o depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por 
processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, 
com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, 
apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais 
interiorizado. 
VII - os manguezais, em toda a sua extensão. 
*Manguezal é o ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado 
por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural 
conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com 
dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina. 
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 
metros em projeções horizontais. 
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 metrose inclinação 
média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da 
altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal 
determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de 
sela mais próximo da elevação. 
X - as áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação; 
XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, 
a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. 
*Vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com a palmeira arbórea 
Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-
herbáceas. 
2.2 - APP por ato do Poder Público 
Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do 
Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a 
uma ou mais das seguintes finalidades: 
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos; de terra e de rocha 
II - proteger as restingas ou veredas; 
III - proteger várzeas; 
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; 
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico; 
VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; 
VII - assegurar condições de bem-estar público; 
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares. 
IX – proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional. (*áreas úmidas: pantanais e 
superfícies terrestres cobertas de forma periódica por águas, cobertas originalmente por florestas ou 
outras formas de vegetação adaptadas à inundação.) 
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Dessa forma, um decreto do Presidente da República, do Governador ou do Prefeito pode criar uma nova 
APP nos casos especificados acima. 
2.3 - Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente 
A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área, 
possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. Em regra, 
não será possível a supressão de vegetação nessas áreas. No entanto, temos exceções! Vejam! 
 
UTILIDADE PÚBLICA: 
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; 
b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema 
viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos Municípios, 
saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à 
realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bem como mineração, 
exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho; (Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC 
Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) 
MUITA ATENÇÃO, pois o STF decidiu declarar a inconstitucionalidade das expressões “gestão de 
resíduos” e “instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou 
internacionais”. 
c) atividades e obras de defesa civil; 
d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções ambientais 
referidas às Áreas de preservação permanente; 
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento 
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, 
definidas em ato do Chefe do Poder EXECUTIVO FEDERAL. 
INTERESSE SOCIAL: 
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, 
combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com 
espécies nativas; 
A intervenção ou a supressão de vegetação nativa 
em APP somente ocorrerá nas hipóteses previstas 
no Código Florestal de:
Utilidade pública
Interesse social 
Baixo impacto ambiental 
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b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou 
por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não 
prejudique a função ambiental da área; 
c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e 
culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas 
nesta Lei; 
d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população 
de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei no 11.977, 
de 7 de julho de 2009 (Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV e a regularização fundiária de 
assentamentos localizados em áreas urbanas); 
e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para 
projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade; 
f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade 
competente; 
g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento 
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta, definidas 
em ato do Chefe do Poder EXECUTIVO FEDERAL. 
ATIVIDADES EVENTUAIS OU DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL: 
a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à 
travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à retirada de 
produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável; 
b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde 
que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber; 
c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo; 
d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro; 
e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades quilombolas e 
outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o abastecimento de água se dê 
pelo esforço próprio dos moradores; 
f) construção e manutenção de cercas na propriedade; 
g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos na 
legislação aplicável; 
h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes, 
castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos genéticos; 
i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos vegetais, 
desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a função ambiental da área; 
j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a extração 
de produtos florestais não madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa 
existente nem prejudiquem a função ambiental da área; 
k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto ambiental 
em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos Estaduais de Meio 
Ambiente; (Quando aparecer algum órgão do SISNAMA podem ficar ligados, pois na prova os 
examinadores adoram trocar os nomes. Vão dizer aqui que é o Ibama, o MMA...Não caiam nesse tipo de 
pegadinha!) 
ATENÇÃO! 
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Importante destacar que o STF decidiu declarar a inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” 
e “instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais”, 
contidas no art. 3º, VIII, b, do novo Código Florestal. 
Além disso, decidiu dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, de modo a se condicionar 
a intervenção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública, à inexistência de alternativa 
técnica e/ou locacional à atividade proposta. 
A supressão de vegetação nativa protetora de restingas, dunas e nascentes somente poderá ser autorizada 
em caso de utilidade pública. 
ATENÇÃO! 
A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em restingas e manguezais poderá ser autorizada, 
excepcionalmente, em locais onde a função ecológica do manguezal esteja comprometida, para execução 
de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse 
social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda. 
Vejam aqui outro absurdo, uma vez que o Poder Público prefere executar obras nesses ecossistemas frágeis 
e já comprometidos a fazer a sua recuperação ambiental. 
É DISPENSADA a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de urgência, de 
atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação 
de acidentes em áreas urbanas. 
É PERMITIDO o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para obtenção de água 
e para realização de atividades de baixo impacto ambiental. 
2.4 - Áreas de Uso Restrito 
Nos pantanais e planícies pantaneiras é permitida a exploração ecologicamente sustentável, devendo-se 
considerar as recomendações técnicas dos órgãos oficiais de pesquisa, ficando novas supressões de 
vegetação nativa para uso alternativo do solo condicionadas à autorização do órgão estadual do meio 
ambiente. 
Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, serão permitidos o manejo florestal sustentável e o exercício de 
atividades agrossilvipastoris, bem como a manutenção da infraestrutura física associada ao 
desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas agronômicas, sendo vedada a conversão de 
novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade pública e interesse social. 
2.5 - Área de Preservação Permanente 
Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural com a função de assegurar 
o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a 
reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a 
proteção de fauna silvestre e da flora nativa. 
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Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem 
prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes 
percentuais mínimos em relação à área do imóvel: 
I - localizado na Amazônia Legal: 
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas; 
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado; 
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais; 
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).Regime de Proteção da Reserva Legal 
A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, 
possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. 
Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovado 
pelo órgão competente do Sisnama, de acordo com as seguintes modalidades de práticas de exploração 
seletiva: 
✓ manejo sustentável SEM propósito comercial para consumo na propriedade e 
✓ manejo sustentável para exploração florestal COM propósito comercial. 
 
O manejo sustentável para exploração florestal eventual SEM propósito comercial, para consumo no 
próprio imóvel, independe de autorização dos órgãos competentes, devendo apenas ser declarados 
previamente ao órgão ambiental a motivação da exploração e o volume explorado, limitada a exploração 
anual a 20 metros cúbicos. 
O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal COM propósito comercial depende de 
autorização do órgão competente e deverá atender as seguintes diretrizes e orientações: 
I - não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a conservação da vegetação nativa da área; 
II - assegurar a manutenção da diversidade das espécies; 
III - conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de medidas que favoreçam a regeneração de 
espécies nativas. 
É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes, devendo-
se observar: 
I - os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos específicos, quando houver; 
II - a época de maturação dos frutos e sementes; 
III - técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no caso de 
coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes. 
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Para fins de manejo de Reserva Legal na pequena propriedade ou posse rural familiar, os órgãos integrantes 
do Sisnama deverão estabelecer procedimentos simplificados de elaboração, análise e aprovação de tais 
planos de manejo. 
É obrigatória a suspensão imediata das atividades em Área de Reserva Legal desmatada irregularmente 
após 22 de julho de 2008. 
A inscrição do imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural - CAR é condição obrigatória para a adesão ao 
Programa de Regularização Ambiental - PRA. 
Com base no requerimento de adesão ao PRA, o órgão competente integrante do Sisnama convocará o 
proprietário ou possuidor para assinar o termo de compromisso, que constituirá título executivo 
extrajudicial. 
A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as sanções decorrentes das infrações. 
Cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso para a regularização ambiental, 
nos prazos e condições neles estabelecidos, as multas serão consideradas como convertidas em serviços de 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais 
consolidadas conforme definido no PRA. 
A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por meio de inscrição no 
Cadastro Ambiental Rural - CAR sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a 
qualquer título, ou de desmembramento, com as exceções previstas na Lei 12.651/12. 
2.6 - Cadastro Ambiental Rural (CAR) 
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro público eletrônico nacional, no âmbito do Sistema Nacional 
de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, obrigatório para todos os imóveis rurais (posses e 
propriedades rurais), com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses 
rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e 
combate ao desmatamento. 
A inscrição do imóvel rural no CAR tem natureza declaratória e permanente, devendo ser realizada 
preferencialmente junto ao órgão ambiental municipal ou estadual competente do Sistema Nacional do 
Meio Ambiente - SISNAMA. De acordo com o Decreto 8.235, de 2014, a inscrição no CAR será realizada por 
meio do Sistema de Cadastro Ambiental Rural – Sicar, sistema eletrônico de âmbito nacional destinado ao 
gerenciamento de informações ambientais dos imóveis rurais.De acordo com o Decreto 7.830/12, o Cadastro Ambiental Rural - CAR deverá contemplar os dados do 
proprietário, possuidor rural ou responsável direto pelo imóvel rural, a respectiva planta georreferenciada 
do perímetro do imóvel, das áreas de interesse social e das áreas de utilidade pública, com a informação 
da localização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das Áreas 
de Uso Restrito, das áreas consolidadas e da localização das Reservas Legais. 
O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, 
no período entre a data da publicação do Código Florestal e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor 
rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato. 
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O cadastramento não será considerado título para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou 
posse, tampouco elimina a necessidade de cumprimento do disposto no art. 2º da Lei no 10.267, de 28 de 
agosto de 2001. 
Realizada a inscrição no CAR, os proprietários ou os possuidores de imóveis rurais com passivo ambiental 
relativo às Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito poderão proceder à 
regularização ambiental mediante adesão aos Programas de Regularização Ambiental dos Estados e do 
Distrito Federal – PRA. 
A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não desobriga o 
proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente 
ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a legislação específica e consoante 
as diretrizes do plano diretor. 
As informações serão atualizadas periodicamente ou sempre que houver alteração de natureza dominial ou 
possessória. A atualização ou alteração dos dados inseridos no CAR só poderão ser efetuadas pelo 
proprietário ou possuidor rural ou representante legalmente constituído. 
Cabe destacar que, de acordo com o Decreto 7.830/12, as informações são de responsabilidade do 
declarante, que incorrerá em sanções penais e administrativas, sem prejuízo de outras previstas na 
legislação, quando total ou parcialmente falsas, enganosas ou omissas. 
2.7 - Cota de Reserva Ambiental (CAR) 
A Cota de Reserva Ambiental (CRA) é um título nominativo representativo de área com vegetação nativa, 
existente ou em processo de recuperação: 
I - sob regime de servidão ambiental; 
II - correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre a vegetação que exceder os 
percentuais exigidos pelo Código Florestal; 
III - protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN; 
IV - existente em propriedade rural localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público 
que ainda não tenha sido desapropriada. 
A CRA não pode ser emitida com base em vegetação nativa localizada em área de RPPN instituída em 
sobreposição à Reserva Legal do imóvel. 
O vínculo de área à CRA será averbado na matrícula do respectivo imóvel no registro de imóveis competente. 
A CRA não poderá ser emitida pelo órgão ambiental competente quando a regeneração ou recomposição da 
área forem improváveis ou inviáveis. 
A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito público 
ou privado, mediante termo assinado pelo titular da CRA e pelo adquirente. 
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A CRA só pode ser utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no mesmo bioma da 
área à qual o título está vinculado. 
A CRA só pode ser utilizada para fins de compensação de Reserva Legal se respeitados os seguintes 
requisitos: 
As áreas a serem utilizadas para compensação deverão: 
I - ser equivalentes em extensão à área da Reserva Legal a ser compensada; 
II - estar localizadas no mesmo bioma da área de Reserva Legal a ser compensada; 
III - se fora do Estado, estar localizadas em áreas identificadas como prioritárias pela União ou pelos Estados. 
Mais uma vez chamo a atenção de vocês, pois o STF decidiu dar interpretação conforme a Constituição ao 
art. 48, § 2º, para permitir compensação apenas entre áreas com identidade ecológica. Assim, de acordo 
com o julgado do STF, as compensações devem ser realizadas somente em áreas ecologicamente 
equivalentes, considerando-se não apenas o mesmo bioma, mas também as diferenças de composição de 
espécies e estrutura dos ecossistemas que ocorrem dentro de cada bioma. 
A utilização de CRA para compensação da Reserva Legal será averbada na matrícula do imóvel no qual se 
situa a área vinculada ao título e na do imóvel beneficiário da compensação. 
Cabe ao proprietário do imóvel rural em que se situa a área vinculada à CRA a responsabilidade plena pela 
manutenção das condições de conservação da vegetação nativa da área que deu origem ao título. 
3 - Resumo sobre APP e RL 
APP RL 
Artigos 4º e 6º da Lei 12.651/12. Artigo 12 da Lei 12.651/12. 
Área urbana ou rural Área rural 
REGRA GERAL: A intervenção ou a supressão de 
vegetação nativa em Área de Preservação 
Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de 
utilidade pública, de interesse social ou de baixo 
impacto ambiental previstas no Código Florestal. 
A supressão de vegetação nativa protetora de 
nascentes, dunas e restingas somente poderá ser 
autorizada em caso de utilidade pública. 
REGRA GERAL: Admite-se a exploração sob manejo 
florestal sustentável, previamente aprovado pelo 
órgão competente do Sisnama. 
É livre a coleta de produtos florestais não 
madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e 
sementes, devendo-se observar os critérios definidos 
no Código Florestal. 
Não há um percentual mínimo, pois a delimitação 
depende do caso concreto. 
Exemplos: 
*Matas ciliares (de 30 – 500 metros). A faixa 
marginal depende da largura do curso d’ água. 
Há percentuais mínimos em relação à área do imóvel: 
I - localizado na Amazônia Legal: 
a) 80%, no imóvel situado em área de florestas; 
b) 35%, no imóvel situado em área de cerrado; 
c) 20%, no imóvel situado em área de campos gerais; 
II - localizado nas demais regiões do País: 20%. 
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*Áreas no entorno das nascentes e dos olhos 
d’água perenes, qualquer que seja sua situação 
topográfica, no raio mínimo de 50 metros. 
* as restingas, como fixadoras de dunas ou 
estabilizadoras de mangues. 
*os manguezais, em toda a sua extensão. 
*as áreas em altitude superior a 1.800 metros, 
qualquer que seja a vegetação. 
A área de Reserva Legal deverá ser registrada no 
órgão ambiental competente por meio de inscrição 
no CAR (Cadastro Ambiental Rural). 
QUESTÕES COMENTADAS 
1 - (FGV – III Exame de Ordem - OAB) A Lei 9.985/2001, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação – SNUC, previu que as unidades de conservação devem dispor de uma zona de 
amortecimento definida no plano de manejo. 
A esse respeito, assinale a alternativa correta. 
a) Os parques, como unidades de conservação de uso sustentado, não têm zona de amortecimento. 
b) As Áreas de Proteção Ambiental – APAs não precisam demarcar sua zona de amortecimento. 
c) Tanto as unidades de conservação de proteção integral como as de uso sustentado devem elaborar plano 
de manejo, delimitando suas zonas de amortecimento. 
d) As Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN são obrigadas a elaborar plano de manejo 
delimitando suas zonas de amortecimento, por conta própria e orientação técnica particular. 
Comentários 
A – Errado. ParqueNacional é unidade de conservação do grupo de proteção integral e tem zona de 
amortecimento. Apenas APA e RPPN NÃO precisam ter zona de amortecimento! 
B – CERTO. De acordo com o artigo 25, da Lei 9.985/00, as unidades de conservação, exceto Área de Proteção 
Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, 
quando conveniente, corredores ecológicos. 
C – ERRADO. De acordo com o art. 27, da Lei 9.985/00, as unidades de conservação devem dispor de um 
Plano de Manejo. Logo, todas as unidades devem elaborar um plano de manejo. No entanto, nem todas 
deverão ter zona de amortecimento. APA e RPPN NÃO precisam ter zona de amortecimento! 
D – ERRADO. De fato, as unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo. No entanto, APA 
assim como RPPN NÃO precisam ter zona de amortecimento. 
Gabarito: Letra B. 
 
2 - (FGV – VI EXAME DE ORDEM - OAB) Com relação ao sistema nacional de unidades de conservação, 
assinale a alternativa correta. 
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a) As unidades de conservação do grupo de proteção integral são incompatíveis com as atividades humanas; 
logo, não se admite seu uso econômico direto ou indireto, não podendo o Poder Público cobrar ingressos 
para a sua visitação. 
b) A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, 
exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do 
que criou a unidade. O Poder Público está dispensado de promover consulta pública e estudos técnicos 
novos, bastando a reanálise dos documentos que fundamentaram a criação da unidade de conservação. 
c) O parque nacional é uma unidade de conservação do grupo de proteção integral, de posse e domínios 
públicos. É destinado à preservação ambiental e ao lazer e à educação ambiental da população; logo, não se 
admite seu uso econômico direto ou indireto, não podendo o Poder Público cobrar ingressos para a sua 
visitação. 
d) As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente 
em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que 
criou a unidade, desde que respeitados os procedimentos de consulta pública e estudos técnicos. 
Comentários 
A - Errado. Aqui temos 2 erros: 1º. Ao contrário do que afirma o item, o Poder Público pode cobrar ingressos. 
2º está errado dizer que não se admite o uso das Unidades de Proteção Integral. O objetivo dessas unidades 
é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos 
casos previstos na Lei 9.985/2000. 
B - Errado. Novamente a Banca inicia o item corretamente, mas torna a afirmativa falsa ao afirmar que na 
ampliação ocorre a dispensa da consulta pública. Segundo o art. 21, § 6º, no caso descrito devem ser 
obedecidos os procedimentos de consulta. 
C - Errado. O item começa tudo certinho. De fato o Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo 
que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. 
Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza 
cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação 
e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. 
A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às 
normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. 
O erro do item é afirmar que não pode ser cobrado ingresso para visitação do parque. O art. 35 da Lei 
9.985/2000 dispõe sobre os recursos obtidos pelas unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral 
mediante a cobrança de taxa de visitação e outras rendas decorrentes de arrecadação, serviços e atividades 
da própria unidade. Além disso, o referido artigo determina que esses recursos sejam aplicados de acordo 
com os seguintes critérios: 
I - até cinquenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na implementação, manutenção e 
gestão da própria unidade; 
II - até cinquenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na regularização fundiária das unidades 
de conservação do Grupo; 
III - até cinquenta por cento, e não menos que quinze por cento, na implementação, manutenção e gestão 
de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral. 
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D - Certo. Pessoal, aqui a FGV simplesmente copiou art. 22, § 5º da Lei 9.985/2000. 
Gabarito: Letra D. 
 
3 - (FGV – VI EXAME DE ORDEM - OAB) A Lei 9.985/2000 instituiu a compensação ambiental, 
posteriormente julgada pelo Supremo Tribunal Federal. 
A respeito do tema, é correto afirmar que 
a) a compensação ambiental será concretizada, pelo empreendedor, pelo plantio de mudas de espécies 
nativas no entorno de unidades de conservação, visando reduzir os impactos ambientais dos 
empreendimentos potencialmente poluidores, especialmente aqueles que emitem gases causadores do 
efeito estufa. 
b) a compensação ambiental é exigida nos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos 
potencialmente causadores de impactos significativos no meio ambiente, e será exigida em espécie, 
apurando-se o seu valor de acordo o grau de impacto causado, sendo os recursos destinados a uma unidade 
de conservação do grupo de proteção integral. 
c) a compensação ambiental é exigida nos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos 
potencialmente causadores de impactos significativos no meio ambiente, e será exigida em espécie, 
apurando-se o seu valor de acordo com o grau de impacto causado, sendo os recursos destinados a uma 
unidade de conservação à escolha do empreendedor, em razão do princípio da livre iniciativa. 
d) a compensação ambiental foi considerada inconstitucional, por violar frontalmente o princípio do 
poluidor-pagador, uma vez que permitia ao empreendedor compensar os possíveis danos ambientais de seu 
empreendimento por meio de um pagamento, em espécie, destinado a uma unidade de conservação do 
grupo de proteção integral. Logo, não pode mais ser exigida ou mesmo oferecida pelo órgão ambiental 
competente. 
Comentários 
A – Errado. A forma de concretizar a compensação e os seus objetivos estão errados. O objetivo da 
compensação ambiental é obrigar o empreendedor a apoiar a implantação e manutenção de unidade de 
conservação, no caso em que sua atividade causar significativo impacto ambiental. 
B – Certo. De acordo com o art. 36, da Lei 9.985/00, nos casos de licenciamento ambiental de 
empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, 
com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é 
obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral. 
C – Errado. As unidades de conservação a serem beneficiadas são definidas pelo órgão ambiental licenciador, 
considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser 
contemplada a criação de novas unidades de conservação. Art. 36, § 2º, da Lei 9.985/00. 
D – Errado. O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos 
custos totais previstos para a implantação do empreendimento." (STF. ADI 3.378-DF, Relator Min. Carlos 
Britto. Julgamento: 09-04-2008. DJ 20-06-2008). 
Dessa forma, não temos mais o percentual mínimo de 0,5%. Hoje não há um piso! O órgão ambiental fixará 
o montante de acordocom o grau de impacto causado, com fundamento no EIA/RIMA. 
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Observem que a decisão do STF declarou inconstitucional apenas o piso de 0,5%. A compensação ambiental 
é constitucional e continua em vigor. 
Gabarito: Letra B. 
 
4 - (FGV – VII EXAME DE ORDEM - OAB) O Prefeito do Município de Belas Veredas, após estudos técnicos 
e realização de audiência pública, decide pela criação de um parque, em uma área onde podem ser 
encontrados exemplares exuberantes de Mata Atlântica. Assim, edita decreto que fixa os limites do novo 
parque municipal. Passados dois anos, recebe pedidos para que o parque seja reavaliado e transformado 
em uma Área de Relevante Interesse Ecológico, com uma pequena redução de seus limites. Tendo em 
vista a situação descrita, assinale a alternativa correta. 
a) Em razão do princípio da simetria das formas no direito ambiental, a Unidade de Conservação criada por 
ato do Poder Executivo poderá ser reavaliada e ter seus limites reduzidos também por decreto. 
b) Como a Mata Atlântica é considerada patrimônio nacional, por força do art. 225, §4º, da CRFB, apenas a 
União possui competência para a criação de unidades de conservação que incluam tal bioma em seus limites. 
c) A criação do parque é constitucional e legal, mas, como a área está definida como Unidade de Conservação 
de Proteção Integral, a alteração para Área de Relevante Interesse Ecológico, que é de Unidade de 
Conservação de Uso Sustentável, com redução de limites, só pode ser feita por lei. 
d) A reavaliação poderá ser feita por decreto, uma vez que a Área de Relevante Interesse Ecológico também 
é uma Unidade de Conservação do grupo de proteção integral. 
Comentários 
A - Errado. Pessoal, memorizem as informações da tabela abaixo: 
Criação ou ampliação de UC Alteração (redução dos limites) ou supressão ou 
extinção e desafetação de UC 
Ato do Poder Público (Decreto ou Lei) da União, 
dos Estados, do DF e dos Municípios. 
Somente por Lei da União, dos Estados, do DF e dos 
Municípios. 
B - Errado. De fato, a Mata Atlântica é um patrimônio nacional. Mas, isso NÃO quer dizer que esse bioma 
seja bem público, que esteja entre o patrimônio disponível da União. Todos os entes (União, Estados, 
Municípios e DF) podem criar unidades de conservação independentemente de a área da unidade estar 
localizada em um patrimônio nacional. 
Cabe dizer que a CF/88 dispõe que incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, 
espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente através de lei. Lembrando que as unidades de conservação são espécies de espaços 
territoriais especialmente protegidos. 
C - Certo. Novamente a tabelinha, que ajuda responder muitas questões. 
Criação ou ampliação de UC Alteração (redução dos limites) ou supressão ou 
extinção e desafetação de UC 
Ato do Poder Público (Decreto ou Lei) da União, 
dos Estados, do DF e dos Municípios. 
Somente por Lei da União, dos Estados, do DF e dos 
Municípios. 
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D - Errado. Área de Relevante Interesse Ecológico é unidade de uso sustentável! 
Gabarito: Letra C. 
 
5 – (FGV – VIII EXAME DE ORDEM - OAB) Sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), assinale 
a afirmativa correta. 
a) as RPPN’s são unidades de conservação criadas em áreas de posse e domínios privados, gravadas com 
perpetuidade, e deverão ser averbadas, por intermédio de termo de compromisso, no registro público de 
imóveis 
b) as RPPN’s são unidades de conservação criadas em áreas de posse pública e domínio privado, e deverão 
ser averbadas, por intermédio de termo de compromisso, no registro público de imóveis 
c) as RPPN’s são unidades de conservação criadas em áreas de posse e domínios privados, deverão ser 
averbadas, por intermédio de termo de compromisso, no registro público de imóveis. Porém não serão 
perpétuas, em razão do direito fundamental à propriedade privada. 
d) as RPPN’s são unidades de conservação criadas em áreas de posse pública e domínio privado. Em razão 
do princípio da defesa do meio ambiente são instituídas automaticamente, sem necessidade de avaliação 
do órgão ambiental, bastando o interesse do proprietário privado e a averbação, por intermédio de termo 
de compromisso, no registro público de imóveis. 
Comentários 
De acordo com o art. 21, da Lei 9.985/00, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma área 
privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. O termo de 
compromisso será assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e 
será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis. 
Apenas com essa informação é possível responder a questão e verificar os erros nas alternativas B, C, D. 
Gabarito: Letra A. 
 
6 - (FGV – XIII EXAME DE ORDEM - OAB) Bruno é proprietário de pousada que está em regular 
funcionamento há seis anos e explora o ecoturismo. Na área em que a pousada está localizada, o estado 
da federação pretende instituir Estação Ecológica com o objetivo de promover a proteção da flora e da 
fauna locais. 
A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. 
a) não é possível o estado instituir a estação ecológica, pois fere o princípio da segurança jurídica, tendo em 
vista que a pousada funcionava regularmente há mais de cinco anos. 
b) é possível a instituição da estação ecológica pelo estado da federação, não impedindo o funcionamento 
da pousada, visto que bruno tem direito adquirido ao exercício da atividade econômica. 
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c) é possível a instituição da estação ecológica com a cessação da atividade econômica da pousada, desde 
que o poder público estadual indenize bruno pelos prejuízos que a instituição da unidade de conservação 
causar à sua atividade. 
d) é possível a instituição da estação ecológica com a cessação da atividade econômica da pousada, não 
cabendo ao poder público qualquer forma de indenização, tendo em vista a supremacia do interesse coletivo 
sobre os interesses individualmente considerados. 
Comentários 
A - Errado. Independentemente do tempo de funcionamento da atividade, as áreas particulares incluídas 
nos limites da Estação Ecólogica serão desapropriadas, sendo essa categoria de unidade de conservação 
pertencente ao grupo de proteção integral e de posse e domínio públicos. 
B - Errada. A atividade proposta é incompatível com os objetivos de uma estação ecológica e as áreas 
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas. Lembrando que o objetivo da Estação Ecológica 
é a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. 
C - Correta. O art. 9º, da Lei 9.985/00, dispõe sobre a Estação Ecológica. Essa é uma categoria de unidade de 
conservação do grupo de proteção integral e tem como objetivo a preservação da natureza e a realização 
de pesquisas científicas. 
A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites 
serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. 
D - Errada. As áreas particulares incluídas nos limites da Estação Ecológica serão desapropriadas. Neste caso, 
o titular do domínio do bem expropriado tem direito à indenização. O valor da indenização é alcançado a 
partir da realização de uma perícia técnica, que deverá avaliar o imóvel, bem como o seu potencial de 
exploração econômica, a fim de que o montante a ser pago não acarrete prejuízo

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