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Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 Autor: Rosenval Júnior Aula 02 01 de Março de 2021 04242732414 - silvano silveste do nascimento 1 42 Sumário Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 3 1 - Áreas Protegidas: Lei. 9.985/2000 - Unidades de Conservação ............................................................... 3 1.1 - Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC) ..................................................................... 6 1.2 - Zona de Amortecimento .................................................................................................................... 9 1.3 - Plano de Manejo .............................................................................................................................. 10 1.4 - Reserva da Biosfera ......................................................................................................................... 12 2 - Novo Código Florestal (12.651, de 25 de maio de 2012) ....................................................................... 13 2.1 - Área de Preservação Permanente (APP) ......................................................................................... 13 2.2 - APP por ato do Poder Público .......................................................................................................... 17 2.3 - Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente ......................................................... 18 2.4 - Áreas de Uso Restrito ...................................................................................................................... 20 2.5 - Área de Preservação Permanente ................................................................................................... 20 2.6 - Cadastro Ambiental Rural (CAR) ...................................................................................................... 22 2.7 - Cota de Reserva Ambiental (CAR).................................................................................................... 23 3 - Resumo sobre APP e RL .......................................................................................................................... 24 Questões Comentadas ..................................................................................................................................... 25 Memorex .......................................................................................................................................................... 39 Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 2 42 APRESENTAÇÃO DO CURSO Mapa da Mina Olá, futuros (as) advogados (as). Sobre unidades de conservação, o mais importante é que vocês saibam quais são os 2 grupos de UCs (Proteção Integral e Uso Sustentável), as 12 categorias e suas características, como são criadas, modificadas, extintas e desafetadas, a que grupo cada categoria pertence, se são de domínio público ou privado etc. Plano de Manejo, zona de Amortecimento, corredores ecológicos também são temas recorrentes. Por fim, outro ponto importante sobre unidades de conservação, especialmente por causa de um julgado do STF, é a compensação ambiental. Com certeza, mais de 90% das questões sobre Unidades de Conservação giram em torno desses temas. No que tange ao Código Florestal, há 4 tópicos essenciais que devem ser o foco do estudo de vocês: Área de Preservação Permanente (APP); Reserva Legal; obrigação propter rem; e Cadastro Ambiental Rural (CAR). Leiam do artigo 1º ao 9º da Lei 12.651/12 (Novo Código Florestal). Professor Rosenval, só esses artigos que podem cair? Não! No entanto, + de 90% das questões saem desses artigos e já é um grande adianto para você, pois é bem melhor do que ter que estudar os 84 artigos do Código, não acha?! ;-) Temas mais cobrados sobre Unidades de Conservação: ✓ Classificação, características e objetivos dos 2 Grupos e das 12 Categorias; ✓ Criação, modificação, extinção e desafetação das UCs; ✓ Plano de Manejo, zona de Amortecimento, corredores ecológicos; ✓ Compensação Ambiental. Temas mais cobrados sobre Código Florestal: ✓ Área de Preservação Permanente (APP); ✓ Reserva Legal; ✓ Obrigação propter rem; e ✓ Cadastro Ambiental Rural (CAR). Instagram: @profrosenval Bons estudos!!! ;-) Prof. Rosenval Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 3 42 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1 - Áreas Protegidas: Lei. 9.985/2000 - Unidades de Conservação Unidade de conservação (UC) é uma modalidade de Espaço Territorial Especialmente Protegido (ETEP). Para o respeitado mestre Édis Milaré, os ETEPs são divididos em: ETEPs em sentido estrito (stricto sensu), que são as Unidades de Conservação; e ETEPs em sentido amplo (lato sensu), que são as Áreas de Preservação Permanente, Reservas Legais, Áreas de Uso Restrito e todas as demais. Segundo a Lei 9.985/00, unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Assim, para a configuração jurídico-ecológica de uma UC, deve haver a relevância natural, o caráter oficial, a delimitação territorial, o objetivo conservacionista, e o regime especial de proteção e administração. Cabe ressaltar que o subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema, integram os limites das unidades de conservação. Poderão ser criadas por ato do Poder Público (Poder Legislativo - lei ou Poder Executivo - decreto), mas só poderão ser extintas, suprimidas ou reduzidas por LEI. A desafetação também depende de LEI, mesmo que a UC tenha sido criada por decreto. Pessoal, na criação da UC, a lei ou decreto poderá ser federal, estadual ou municipal. Poderá, portanto, ser um decreto do chefe do Poder Executivo Federal (Presidente), Estadual (Governador) ou Municipal (Prefeito) OU ainda uma lei federal, estadual ou municipal. Espaços Territoriais Especialmente Protegidos (ETEP): Unidades de Conservação (UC) (Lei 9.985/00) Áreas de Preservação Permanente (APP) (Código Florestal) Reserva Legal (RL) (Código Florestal) Outros: Terras Indígenas... Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 4 42 Importante lembrar que é um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas (Art. 9º, VI da Lei 6.938/81). A CF/88 em seu art. 225, § 1º, III, determina que incumbe ao Poder Público definir, em TODAS as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de LEI, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta. Criação ou ampliação de UC Alteração (redução dos limites) ou supressão ou extinção e desafetaçãode UC Ato do Poder Público (Decreto ou Lei) da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Somente por Lei da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. A CRIAÇÃO é precedida de ESTUDOS TÉCNICOS e de CONSULTA PÚBLICA que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade. Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta! BIZU: Estação ecoLÓGICA e reserva bioLÓGICA. Se tem LÓGICA não precisa de consulta! As unidades de conservação poderão ser compostas de áreas públicas ou privadas, dependendo da categoria. Na tabela resumo estão especificadas as características de cada UC. No caso de criação de uma UC de posse e domínio públicos, as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei. Excluem-se das indenizações referentes à regularização fundiária das unidades de conservação, derivadas ou não de desapropriação: as espécies arbóreas declaradas imunes de corte pelo Poder Público; expectativas de ganhos e lucro cessante; o resultado de cálculo efetuado mediante a operação de juros compostos; e as áreas que não tenham prova de domínio inequívoco e anterior à criação da unidade. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 5 42 Em algumas categorias são permitidas áreas particulares (vejam a tabela com todas as UCs), desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização pelo proprietário. A área deverá ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei, no caso de não haver compatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas. O mesmo ocorrerá se o proprietário não aceitar as condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência da UC com o uso da propriedade. Conceitos importantes da Lei 9.985/00 Unidade de conservação: Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes. (o subsolo e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema, integram os limites das unidades de conservação, Art. 24 da Lei 9.985/00), • legalmente instituído pelo Poder Público, • com objetivos de conservação e • limites definidos, • sob regime especial de administração, • ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Recurso ambiental: • atmosfera, • águas interiores, superficiais e subterrâneas, • estuários, • mar territorial, • solo, e subsolo, • elementos da biosfera, • fauna e flora. Proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais. Uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. Uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais. Uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável. Temos aqui a valorização sustentável, o que tem relação direta com o desenvolvimento sustentável, ou seja, aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. Para que esse desenvolvimento sustentável seja alcançado há a necessidade de se buscar a harmonização entre conservação ambiental, crescimento econômico e justiça ou equidade social. (SUSTENTÁVEL = Conservação ambiental + exploração econômica + justiça ou equidade social). Extrativismo: sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis; Recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original. Restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 6 42 Conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos em geral. Preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais. Zona de amortecimento: o entorno de uma UC, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. O objetivo é preservação do sítio e proteção do entorno. Corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. Diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. Conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características. Manejo: todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade biológica e dos ecossistemas. Zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. Plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. Os mais cobrados em provas são os conceitos de Unidade de Conservação, zona de amortecimento e corredor ecológico. Perceba a diferença entre recuperação e restauração. E observe que a conservação compreende a preservação, ou seja, de acordo com a Lei do SNUC, conservação é um conceito mais amplo. 1.1 - Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC) O Sistema NACIONAL de Unidades de Conservação (SNUC) é constituído pelo conjunto das unidades de conservação FEDERAIS, ESTADUAIS e MUNICIPAIS. Assim todos os entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) são competentes para criar unidades de conservação. As unidades de conservação (UC) integrantes do SNUC dividem-se em 2 grupos: UC de PROTEÇÃO INTEGRAL e UC de USO SUSTENTÁVEL. Cada grupo é dividido em categorias, com características específicas. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento7 42 As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta. Temos assim 2 grupos e 12 categorias no total: 2 grupos: (Art. 7º) Proteção Integral Preservar a natureza + uso indireto Uso Sustentável Conservação da natureza +uso sustentável 5 categorias de UC no grupo de UC de PROTEÇÃO INTEGRAL (Art. 8º) I - Estação Ecológica (EE); II - Reserva Biológica (ReBio); III - Parque Nacional (ParNa); IV - Monumento Natural (MN); V - Refúgio de Vida Silvestre (RVS). 7 categorias de UC no grupo de UC de USO SUSTENTÁVEL (Art. 14) I - Área de Proteção Ambiental (APA); II - Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE); III - Floresta Nacional (FloNa); IV - Reserva Extrativista (ResEx); V - Reserva de Fauna (RF); VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS); e VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na lei do SNUC. Já as Unidades de Uso Sustentável visam compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Proteção Integral UC Posse e Domínio Objetivos: EE PÚBLICO Preservação + Pesquisa (MÁX. 3% da extensão total e ATÉ o limite de 1500 ha.) ReBio PÚBLICO Preservação Integral da biota e demais atributos naturais existentes. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 8 42 ParNa PÚBLICO Preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica + pesquisa+ educação e interpretação ambiental+recreação+turismo ecológico. MoNa PÚBLICO ou PRIVADO Preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. RVS PÚBLICO ou PRIVADO Proteger ambientes naturais p/ existência e reprodução da flora local e da fauna residente ou migratória. Observações: Obs. 1: Em Estação Ecológica e Reserva Biológica é proibida a visitação pública, exceto se tiver objetivo educacional. Nas demais Unidades de proteção integral a visitação pública é permitida, mas sujeita a normas e restrições do plano de manejo. Obs. 2: A pesquisa científica nessas áreas depende de prévia autorização. Obs. 3: ATENÇÃO!!! As áreas particulares em Estação Ecológica, Reserva Biológica e Parque Nacional serão desapropriadas. Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre podem ser constituídos por áreas particulares. Mas, no caso de incompatibilidade ou não aquiescência do proprietário, a área deve ser desapropriada. Uso Sustentável UC Posse e Domínio Definição e Objetivos: APA PÚBLICO ou PRIVADO Área em geral EXTENSA, com certo grau de ocupação humana. Proteger a diversidade biológica, disciplinar a ocupação e assegurar sustentabilidade. ARIE PÚBLICO ou PRIVADO Área em geral pequena, com pouca ou nenhuma ocupação. Manter os ecossistemas raros e regular o uso. FloNa PÚBLICO Cobertura florestal predominantemente nativa. Uso múltiplo sustentável dos rec. florestais + pesquisa (ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas). ResEx PÚBLICO Extrativismo, complementarmente agricultura de subsistência e criação de pequenos animais. ReFau PÚBLICO Área natural com animais de espécies nativas. Estudos técnicos científicos sobre manejo econômico sustentável. RDS PÚBLICO Área natural com populações tradicionais. Preservação da natureza e manutenção das condições de vida. RPPN PRIVADO Área privada gravada com perpetuidade. Conservar a biodiversidade. Permitida pesquisa e visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais. Observações: Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 9 42 Obs. 1: APA e Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) são constituídas por áreas públicas ou privadas, que podem ter normas e restrições de utilização. RPPN é área privada. As demais Unidades de uso sustentável (FloNa, ResEx, ReFau, RDS) são de domínio público. Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável terão o uso concedido por meio de contrato às populações extrativistas e tradicionais, respectivamente. Obs. 2: Em Reserva de Fauna e em Reserva Extrativista é proibida a caça amadorística ou profissional. Em Reserva Extrativista também é proibida a exploração de recursos minerais. Obs. 3: A exploração comercial de recursos madeireiros em Reserva Extrativista só será admitida em bases sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades desenvolvidas na Reserva. O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos: Órgão consultivo e deliberativo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) Acompanhar a implementação do Sistema. Órgão central Ministério do Meio Ambiente (MMA) Coordenar o Sistema. Órgãos executores Instituto Chico Mendes (ICMBio) e o Ibama, em caráter supletivo, os órgãos estaduais e municipais. Implementar o SNUC, subsidiar propostas de criação e administrar as UCs, nas respectivas esferas de atuação. 1.2 - Zona de Amortecimento As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental (APA) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos. A zona de amortecimento é o ENTORNO de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. A área de uma unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral é considerada zona rural, para os efeitos legais e sua zona de amortecimento, uma vez definida formalmente, não pode ser transformada em zona urbana. Isso torna inaplicável nessas áreas a Lei 6.766/79, que trata de loteamento e desmembramento urbanos. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 10 42 O órgão responsável pela administração da unidade estabelecerá normas específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos de uma unidade de conservação. Os limites da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos e as normas específicas para disciplinar a ocupação e o uso dessas áreas poderão ser definidas no ato de criação da unidade ou posteriormente. 1.3 - Plano de Manejo O Plano de Manejo é o documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. O Plano de Manejo constitui a lei interna da UC, devendo cada unidade de conservação dispor de um Plano de Manejo, que deverá ser elaborado (pelo órgão gestor ou pelo proprietário quando for o caso) no prazo de 5 anos a partir da data de criação da UC. O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas. Na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas, das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, das Áreas de Proteção Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e das Áreas de Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a ampla participação da populaçãoresidente. O Plano de Manejo aprovado deve estar disponível para consulta do público na sede da unidade de conservação e no centro de documentação do órgão executor. Jurisprudência STF sobre a Compensação Ambiental Compensação ambiental é um instrumento previsto no art. 36 da Lei 9.985/00, que obriga o empreendedor a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos que causem significativo impacto ambiental, com fundamento no EIA/RIMA. Segundo o Caput do art. 36, as unidades de conservação beneficiadas são as pertencentes ao grupo de proteção integral; entretanto no parágrafo 3º do mesmo artigo, temos que no caso de o empreendimento afetar uma unidade específica (mesmo que não seja de Proteção Integral) ou sua zona de amortecimento, a unidade afetada deverá ser uma das beneficiárias, ou seja, se uma unidade de conservação sustentável for Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 11 42 afetada pela atividade, também deverá ser beneficiada com a compensação. Além disso, o licenciamento só será concedido mediante autorização do órgão responsável pela administração da UC atingida. A lei estabeleceu, em seu texto original, que o montante de recursos a ser destinado para as unidades de conservação pelo empreendedor não poderia ser inferior a 0,5% dos custos totais de implementação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador de acordo com o grau de impacto causado pelo empreendimento. O artigo 36, § 1o da lei 9.985/2000, ainda traz essa redação. E é aqui que mora o perigo! Pois o Supremo declarou a inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento." (STF. ADI 3.378-DF, Relator Min. Carlos Britto. Julgamento: 09-04-2008. DJ 20-06-2008). Por esse motivo, eu risquei a exigência do percentual mínimo de 0,5%. Hoje não temos mais um piso! O órgão ambiental fixará o montante de acordo com o grau de impacto causado, com fundamento no EIA/RIMA. Observe que a decisão do STF declarou inconstitucional apenas o piso de 0,5%. A compensação ambiental é constitucional e continua em vigor. Assim, para os fins de fixação da compensação ambiental, o IBAMA estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, ocasião em que considerará, exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente. ATENÇÃO! É o IBAMA que faz o cálculo da compensação ambiental! Jurisprudência: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 36 E SEUS §§ 1º, 2º E 3º DA LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. CONSTITUCIONALIDADE DA COMPENSAÇÃO DEVIDA PELA IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO § 1º DO ART. 36. 1. O compartilhamento-compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº 9.985/2000 não ofende o princípio da legalidade, dado haver sido a própria lei que previu o modo de financiamento dos gastos com as unidades de conservação da natureza. De igual forma, não há violação ao princípio da separação dos Poderes, por não se tratar de delegação do Poder Legislativo para o Executivo impor deveres aos administrados. 2. Compete ao órgão licenciador fixar o quantum da compensação, de acordo com a compostura do impacto ambiental a ser dimensionado no relatório - EIA/RIMA. 3. O art. 36 da Lei nº 9.985/2000 densifica o PRINCÍPIO USUÁRIO-PAGADOR, este a significar um mecanismo de assunção partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica. 4. Inexistente desrespeito ao postulado da razoabilidade. Compensação ambiental que se revela como instrumento adequado à defesa e preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações, não havendo outro meio eficaz para atingir essa finalidade Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento ==1d4ccd== 12 42 constitucional. Medida amplamente compensada pelos benefícios que sempre resultam de um meio ambiente ecologicamente garantido em sua higidez. 5. Inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento", no § 1º do art. 36 da Lei nº 9.985/2000. O valor da compensação-compartilhamento é de ser fixado proporcionalmente ao impacto ambiental, após estudo em que se assegurem o contraditório e a ampla defesa. Prescindibilidade da fixação de percentual sobre os custos do empreendimento. 6. Ação parcialmente procedente. (STF: ADI 3378 DF, Relator: CARLOS BRITTO, Data de Julgamento: 08/04/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-112 Divulg. 19-06-2008 Public. 20-06-2008) ATENÇÃO! Importante destacar que a Lei nº 13.668, de 2018, trouxe uma importante atualização dispondo que a obrigação relacionada à compensação ambiental poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida em unidades de conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso Sustentável, especialmente as localizadas na Amazônia Legal. 1.4 - Reserva da Biosfera A Reserva da Biosfera é reconhecida pelo Programa Intergovernamental "O Homem e a Biosfera – MAB", estabelecido pela Unesco, organização da qual o Brasil é membro. Trata-se de um modelo, adotado internacionalmente, de gestão integrada, participativa e sustentável dos recursos naturais. É gerida por um Conselho Deliberativo, formado por representantes de instituições públicas, de organizações da sociedade civil e da população residente. É constituída por áreas de domínio público ou privado; podendo ser integrada por unidades de conservação já criadas pelo Poder Público. Possui como objetivos básicos a preservação da diversidade biológica, pesquisa científica, monitoramento ambiental, educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das populações. Quando a Reserva da Biosfera abranger o território de apenas um Estado, o sistema de gestão será composto por um conselho deliberativo e por comitês regionais. Quando a Reserva da Biosfera abranger o território de mais de um Estado, o sistema de gestão será composto por um conselho deliberativo e por comitês estaduais. A única diferença é que se a RB abranger apenas um estado terá comitês regionais. No caso de abranger mais de um Estado, o sistema de gestão terá comitês estaduais. Nas duas situações haverá conselho deliberativo. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 13 42 À Comissão Brasileira para o Programa "O Homem e a Biosfera" – COBRAMAB - compete criar e coordenar a Rede Nacional de Reservas da Biosfera. O Brasil possui atualmente as seguintes Reservas da Biosfera distribuídas pelos grandes biomas brasileiros: ➢ RB Mata Atlântica, ➢ RB Pantanal, ➢ RB Caatinga, ➢ RB Cerrado, ➢ RB Amazônia Central, ➢ RB da Serra do Espinhaço e ➢ RB Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (que integra a RB Mata Atlântica). As Reservas da Biosfera são constituídas de: Áreas-núcleo: destinadas à proteção integral da natureza; Zonas de amortecimento: só são admitidas atividades que não resultem em dano para as áreas-núcleo; e Zonas de transição: Não possui limites rígidos, onde o processo de ocupação e o manejo dos recursos naturais são planejados e conduzidos de modo participativo e em bases sustentáveis. 2 - Novo Código Florestal (12.651, de 25 de maio de 2012) As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são BENS DE INTERESSECOMUM a todos os habitantes do País, exercendo- se os direitos de propriedade com as limitações que a legislação em geral e especialmente o Código Florestal estabelecem. A aquisição de um imóvel com passivo ambiental responsabilizará o novo proprietário, ainda que este não tenha dado causa ao dano, pois as obrigações previstas no Código Florestal têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural (Obrigação propter rem). Assim, a obrigação de recuperar a área degradada recai sobre o proprietário independentemente de este ter dado causa. A obrigação acompanha o bem! Não importa a priori quem causou o dano. Exemplo, José compra uma fazenda com a mata ciliar desmatada. Nesse caso, José terá a obrigação de recompor a área desmatada, mesmo já tendo adquirido a propriedade com a APP sem a cobertura florestal, pois a obrigação é propter rem. 2.1 - Área de Preservação Permanente (APP) Área de Preservação Permanente (APP) é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 14 42 Atentem para um detalhe: é a área que é de preservação permanente. Ela pode estar ou não coberta por vegetação nativa. O entorno de uma nascente num raio mínimo de 50 metros é área de preservação permanente. Pode não ter uma árvore sequer e ainda assim continuará sendo APP. As margens dos rios devem ser preservadas como área de preservação permanente, ainda que não tenham cobertura vegetal. Essas áreas são protegidas, pois são sensíveis, mais vulneráveis a deslizamentos, erosão, enchentes e por isso precisam ter o seu uso regulado. Vamos agora estudar essas áreas. Em prova é muito comum perguntarem quais são as APPs. As mais cobradas, sem dúvida, são as matas ciliares (faixas marginas dos cursos d'água) e seus limites. Primeiro iremos estudar as APPs do art. 4º do Código Florestal, com incidência ex lege e natureza jurídica de limitação de uso ao direito de propriedade. 2.1.1 - Delimitação das Áreas de Preservação Permanente Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas: Topo de morros, montes, montanhas e serras Encostas Nascentes/olhos d’água Mata Ciliar Restinga Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 15 42 I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: 30 metros, para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura; 50 metros, para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura; 100 metros, para os cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura; 200 metros, para os cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura; 500 metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros. *Leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano. De acordo com o Decreto 7.830/12, temos: RIO PERENE - corpo de água lótico que possui naturalmente escoamento superficial durante todo o período do ano; RIO INTERMITENTE - corpo de água lótico que naturalmente não apresenta escoamento superficial por períodos do ano; RIO EFÊMERO - corpo de água lótico que possui escoamento superficial apenas durante ou imediatamente após períodos de precipitação. A área de preservação permanente é uma área protegida em zona rural ou urbana!!! E por que eu chamo atenção para esse detalhe? Porque uma das diferenças entre APP e RL é justamente essa. APP é área protegida em zona rural ou urbana. Já a Reserva Legal é área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, somente! II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas NATURAIS, em faixa com largura mínima de: 100 metros, em zonas RURAIS. Exceção: Corpo d’água com até 20 hectares de superfície deverá ter APP de 50 metros; 30 metros, em zonas URBANAS. Resumindo, temos que em lagos e lagoas NATURAIS a faixa de proteção terá largura mínima de: Em áreas RURAIS: 100 m para corpo d’água ACIMA de 20 hectares de superfície e 50 m para corpo d’água com ATÉ 20 hectares de superfície. Em áreas URBANAS: 30 m III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento. Notem que os reservatórios de água ARTIFICIAIS também são protegidos pelo Código Florestal. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 16 42 Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais. Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteção, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama. IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros. *Nascente é o afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água. *Olho d’água é o afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente. Pessoal, aqui temos um ponto importante pois o STF decidiu que não se pode negar proteção também aos entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes. Dessa forma, a interpretação deve ser a de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água, mesmo que intermitentes, também configuram área de preservação permanente. De acordo com a decisão do STF, deve- se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV, para fixar a interpretação de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes configuram APP. V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive. VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 17 42 *Restinga é o depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado. VII - os manguezais, em toda a sua extensão. *Manguezal é o ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina. VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções horizontais. IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 metrose inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação. X - as áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação; XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado. *Vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com a palmeira arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo- herbáceas. 2.2 - APP por ato do Poder Público Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades: I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos; de terra e de rocha II - proteger as restingas ou veredas; III - proteger várzeas; IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico; VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; VII - assegurar condições de bem-estar público; VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares. IX – proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional. (*áreas úmidas: pantanais e superfícies terrestres cobertas de forma periódica por águas, cobertas originalmente por florestas ou outras formas de vegetação adaptadas à inundação.) Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 18 42 Dessa forma, um decreto do Presidente da República, do Governador ou do Prefeito pode criar uma nova APP nos casos especificados acima. 2.3 - Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. Em regra, não será possível a supressão de vegetação nessas áreas. No entanto, temos exceções! Vejam! UTILIDADE PÚBLICA: a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho; (Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903) MUITA ATENÇÃO, pois o STF decidiu declarar a inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” e “instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais”. c) atividades e obras de defesa civil; d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções ambientais referidas às Áreas de preservação permanente; e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do Poder EXECUTIVO FEDERAL. INTERESSE SOCIAL: a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas; A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em APP somente ocorrerá nas hipóteses previstas no Código Florestal de: Utilidade pública Interesse social Baixo impacto ambiental Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 19 42 b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área; c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei; d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009 (Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas); e) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade; f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente; g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta, definidas em ato do Chefe do Poder EXECUTIVO FEDERAL. ATIVIDADES EVENTUAIS OU DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL: a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável; b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber; c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo; d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro; e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos moradores; f) construção e manutenção de cercas na propriedade; g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos na legislação aplicável; h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos genéticos; i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos vegetais, desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a função ambiental da área; j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a função ambiental da área; k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente; (Quando aparecer algum órgão do SISNAMA podem ficar ligados, pois na prova os examinadores adoram trocar os nomes. Vão dizer aqui que é o Ibama, o MMA...Não caiam nesse tipo de pegadinha!) ATENÇÃO! Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414- silvano silveste do nascimento 1 20 42 Importante destacar que o STF decidiu declarar a inconstitucionalidade das expressões “gestão de resíduos” e “instalações necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais”, contidas no art. 3º, VIII, b, do novo Código Florestal. Além disso, decidiu dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, de modo a se condicionar a intervenção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública, à inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à atividade proposta. A supressão de vegetação nativa protetora de restingas, dunas e nascentes somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública. ATENÇÃO! A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em restingas e manguezais poderá ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a função ecológica do manguezal esteja comprometida, para execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda. Vejam aqui outro absurdo, uma vez que o Poder Público prefere executar obras nesses ecossistemas frágeis e já comprometidos a fazer a sua recuperação ambiental. É DISPENSADA a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas. É PERMITIDO o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental. 2.4 - Áreas de Uso Restrito Nos pantanais e planícies pantaneiras é permitida a exploração ecologicamente sustentável, devendo-se considerar as recomendações técnicas dos órgãos oficiais de pesquisa, ficando novas supressões de vegetação nativa para uso alternativo do solo condicionadas à autorização do órgão estadual do meio ambiente. Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, serão permitidos o manejo florestal sustentável e o exercício de atividades agrossilvipastoris, bem como a manutenção da infraestrutura física associada ao desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas agronômicas, sendo vedada a conversão de novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade pública e interesse social. 2.5 - Área de Preservação Permanente Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento d 21 42 Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel: I - localizado na Amazônia Legal: a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas; b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado; c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais; II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).Regime de Proteção da Reserva Legal A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovado pelo órgão competente do Sisnama, de acordo com as seguintes modalidades de práticas de exploração seletiva: ✓ manejo sustentável SEM propósito comercial para consumo na propriedade e ✓ manejo sustentável para exploração florestal COM propósito comercial. O manejo sustentável para exploração florestal eventual SEM propósito comercial, para consumo no próprio imóvel, independe de autorização dos órgãos competentes, devendo apenas ser declarados previamente ao órgão ambiental a motivação da exploração e o volume explorado, limitada a exploração anual a 20 metros cúbicos. O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal COM propósito comercial depende de autorização do órgão competente e deverá atender as seguintes diretrizes e orientações: I - não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a conservação da vegetação nativa da área; II - assegurar a manutenção da diversidade das espécies; III - conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de medidas que favoreçam a regeneração de espécies nativas. É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes, devendo- se observar: I - os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos específicos, quando houver; II - a época de maturação dos frutos e sementes; III - técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no caso de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 4 22 42 Para fins de manejo de Reserva Legal na pequena propriedade ou posse rural familiar, os órgãos integrantes do Sisnama deverão estabelecer procedimentos simplificados de elaboração, análise e aprovação de tais planos de manejo. É obrigatória a suspensão imediata das atividades em Área de Reserva Legal desmatada irregularmente após 22 de julho de 2008. A inscrição do imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural - CAR é condição obrigatória para a adesão ao Programa de Regularização Ambiental - PRA. Com base no requerimento de adesão ao PRA, o órgão competente integrante do Sisnama convocará o proprietário ou possuidor para assinar o termo de compromisso, que constituirá título executivo extrajudicial. A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas as sanções decorrentes das infrações. Cumpridas as obrigações estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso para a regularização ambiental, nos prazos e condições neles estabelecidos, as multas serão consideradas como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de áreas rurais consolidadas conforme definido no PRA. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por meio de inscrição no Cadastro Ambiental Rural - CAR sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, com as exceções previstas na Lei 12.651/12. 2.6 - Cadastro Ambiental Rural (CAR) O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro público eletrônico nacional, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, obrigatório para todos os imóveis rurais (posses e propriedades rurais), com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. A inscrição do imóvel rural no CAR tem natureza declaratória e permanente, devendo ser realizada preferencialmente junto ao órgão ambiental municipal ou estadual competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA. De acordo com o Decreto 8.235, de 2014, a inscrição no CAR será realizada por meio do Sistema de Cadastro Ambiental Rural – Sicar, sistema eletrônico de âmbito nacional destinado ao gerenciamento de informações ambientais dos imóveis rurais.De acordo com o Decreto 7.830/12, o Cadastro Ambiental Rural - CAR deverá contemplar os dados do proprietário, possuidor rural ou responsável direto pelo imóvel rural, a respectiva planta georreferenciada do perímetro do imóvel, das áreas de interesse social e das áreas de utilidade pública, com a informação da localização dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das Áreas de Uso Restrito, das áreas consolidadas e da localização das Reservas Legais. O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação do Código Florestal e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento c 23 42 O cadastramento não será considerado título para fins de reconhecimento do direito de propriedade ou posse, tampouco elimina a necessidade de cumprimento do disposto no art. 2º da Lei no 10.267, de 28 de agosto de 2001. Realizada a inscrição no CAR, os proprietários ou os possuidores de imóveis rurais com passivo ambiental relativo às Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito poderão proceder à regularização ambiental mediante adesão aos Programas de Regularização Ambiental dos Estados e do Distrito Federal – PRA. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor. As informações serão atualizadas periodicamente ou sempre que houver alteração de natureza dominial ou possessória. A atualização ou alteração dos dados inseridos no CAR só poderão ser efetuadas pelo proprietário ou possuidor rural ou representante legalmente constituído. Cabe destacar que, de acordo com o Decreto 7.830/12, as informações são de responsabilidade do declarante, que incorrerá em sanções penais e administrativas, sem prejuízo de outras previstas na legislação, quando total ou parcialmente falsas, enganosas ou omissas. 2.7 - Cota de Reserva Ambiental (CAR) A Cota de Reserva Ambiental (CRA) é um título nominativo representativo de área com vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação: I - sob regime de servidão ambiental; II - correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percentuais exigidos pelo Código Florestal; III - protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN; IV - existente em propriedade rural localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público que ainda não tenha sido desapropriada. A CRA não pode ser emitida com base em vegetação nativa localizada em área de RPPN instituída em sobreposição à Reserva Legal do imóvel. O vínculo de área à CRA será averbado na matrícula do respectivo imóvel no registro de imóveis competente. A CRA não poderá ser emitida pelo órgão ambiental competente quando a regeneração ou recomposição da área forem improváveis ou inviáveis. A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da CRA e pelo adquirente. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento c 24 42 A CRA só pode ser utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no mesmo bioma da área à qual o título está vinculado. A CRA só pode ser utilizada para fins de compensação de Reserva Legal se respeitados os seguintes requisitos: As áreas a serem utilizadas para compensação deverão: I - ser equivalentes em extensão à área da Reserva Legal a ser compensada; II - estar localizadas no mesmo bioma da área de Reserva Legal a ser compensada; III - se fora do Estado, estar localizadas em áreas identificadas como prioritárias pela União ou pelos Estados. Mais uma vez chamo a atenção de vocês, pois o STF decidiu dar interpretação conforme a Constituição ao art. 48, § 2º, para permitir compensação apenas entre áreas com identidade ecológica. Assim, de acordo com o julgado do STF, as compensações devem ser realizadas somente em áreas ecologicamente equivalentes, considerando-se não apenas o mesmo bioma, mas também as diferenças de composição de espécies e estrutura dos ecossistemas que ocorrem dentro de cada bioma. A utilização de CRA para compensação da Reserva Legal será averbada na matrícula do imóvel no qual se situa a área vinculada ao título e na do imóvel beneficiário da compensação. Cabe ao proprietário do imóvel rural em que se situa a área vinculada à CRA a responsabilidade plena pela manutenção das condições de conservação da vegetação nativa da área que deu origem ao título. 3 - Resumo sobre APP e RL APP RL Artigos 4º e 6º da Lei 12.651/12. Artigo 12 da Lei 12.651/12. Área urbana ou rural Área rural REGRA GERAL: A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas no Código Florestal. A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública. REGRA GERAL: Admite-se a exploração sob manejo florestal sustentável, previamente aprovado pelo órgão competente do Sisnama. É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes, devendo-se observar os critérios definidos no Código Florestal. Não há um percentual mínimo, pois a delimitação depende do caso concreto. Exemplos: *Matas ciliares (de 30 – 500 metros). A faixa marginal depende da largura do curso d’ água. Há percentuais mínimos em relação à área do imóvel: I - localizado na Amazônia Legal: a) 80%, no imóvel situado em área de florestas; b) 35%, no imóvel situado em área de cerrado; c) 20%, no imóvel situado em área de campos gerais; II - localizado nas demais regiões do País: 20%. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento d 25 42 *Áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 metros. * as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues. *os manguezais, em toda a sua extensão. *as áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por meio de inscrição no CAR (Cadastro Ambiental Rural). QUESTÕES COMENTADAS 1 - (FGV – III Exame de Ordem - OAB) A Lei 9.985/2001, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, previu que as unidades de conservação devem dispor de uma zona de amortecimento definida no plano de manejo. A esse respeito, assinale a alternativa correta. a) Os parques, como unidades de conservação de uso sustentado, não têm zona de amortecimento. b) As Áreas de Proteção Ambiental – APAs não precisam demarcar sua zona de amortecimento. c) Tanto as unidades de conservação de proteção integral como as de uso sustentado devem elaborar plano de manejo, delimitando suas zonas de amortecimento. d) As Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN são obrigadas a elaborar plano de manejo delimitando suas zonas de amortecimento, por conta própria e orientação técnica particular. Comentários A – Errado. ParqueNacional é unidade de conservação do grupo de proteção integral e tem zona de amortecimento. Apenas APA e RPPN NÃO precisam ter zona de amortecimento! B – CERTO. De acordo com o artigo 25, da Lei 9.985/00, as unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos. C – ERRADO. De acordo com o art. 27, da Lei 9.985/00, as unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo. Logo, todas as unidades devem elaborar um plano de manejo. No entanto, nem todas deverão ter zona de amortecimento. APA e RPPN NÃO precisam ter zona de amortecimento! D – ERRADO. De fato, as unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo. No entanto, APA assim como RPPN NÃO precisam ter zona de amortecimento. Gabarito: Letra B. 2 - (FGV – VI EXAME DE ORDEM - OAB) Com relação ao sistema nacional de unidades de conservação, assinale a alternativa correta. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 26 42 a) As unidades de conservação do grupo de proteção integral são incompatíveis com as atividades humanas; logo, não se admite seu uso econômico direto ou indireto, não podendo o Poder Público cobrar ingressos para a sua visitação. b) A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade. O Poder Público está dispensado de promover consulta pública e estudos técnicos novos, bastando a reanálise dos documentos que fundamentaram a criação da unidade de conservação. c) O parque nacional é uma unidade de conservação do grupo de proteção integral, de posse e domínios públicos. É destinado à preservação ambiental e ao lazer e à educação ambiental da população; logo, não se admite seu uso econômico direto ou indireto, não podendo o Poder Público cobrar ingressos para a sua visitação. d) As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que respeitados os procedimentos de consulta pública e estudos técnicos. Comentários A - Errado. Aqui temos 2 erros: 1º. Ao contrário do que afirma o item, o Poder Público pode cobrar ingressos. 2º está errado dizer que não se admite o uso das Unidades de Proteção Integral. O objetivo dessas unidades é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei 9.985/2000. B - Errado. Novamente a Banca inicia o item corretamente, mas torna a afirmativa falsa ao afirmar que na ampliação ocorre a dispensa da consulta pública. Segundo o art. 21, § 6º, no caso descrito devem ser obedecidos os procedimentos de consulta. C - Errado. O item começa tudo certinho. De fato o Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. O erro do item é afirmar que não pode ser cobrado ingresso para visitação do parque. O art. 35 da Lei 9.985/2000 dispõe sobre os recursos obtidos pelas unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral mediante a cobrança de taxa de visitação e outras rendas decorrentes de arrecadação, serviços e atividades da própria unidade. Além disso, o referido artigo determina que esses recursos sejam aplicados de acordo com os seguintes critérios: I - até cinquenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na implementação, manutenção e gestão da própria unidade; II - até cinquenta por cento, e não menos que vinte e cinco por cento, na regularização fundiária das unidades de conservação do Grupo; III - até cinquenta por cento, e não menos que quinze por cento, na implementação, manutenção e gestão de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 27 42 D - Certo. Pessoal, aqui a FGV simplesmente copiou art. 22, § 5º da Lei 9.985/2000. Gabarito: Letra D. 3 - (FGV – VI EXAME DE ORDEM - OAB) A Lei 9.985/2000 instituiu a compensação ambiental, posteriormente julgada pelo Supremo Tribunal Federal. A respeito do tema, é correto afirmar que a) a compensação ambiental será concretizada, pelo empreendedor, pelo plantio de mudas de espécies nativas no entorno de unidades de conservação, visando reduzir os impactos ambientais dos empreendimentos potencialmente poluidores, especialmente aqueles que emitem gases causadores do efeito estufa. b) a compensação ambiental é exigida nos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos potencialmente causadores de impactos significativos no meio ambiente, e será exigida em espécie, apurando-se o seu valor de acordo o grau de impacto causado, sendo os recursos destinados a uma unidade de conservação do grupo de proteção integral. c) a compensação ambiental é exigida nos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos potencialmente causadores de impactos significativos no meio ambiente, e será exigida em espécie, apurando-se o seu valor de acordo com o grau de impacto causado, sendo os recursos destinados a uma unidade de conservação à escolha do empreendedor, em razão do princípio da livre iniciativa. d) a compensação ambiental foi considerada inconstitucional, por violar frontalmente o princípio do poluidor-pagador, uma vez que permitia ao empreendedor compensar os possíveis danos ambientais de seu empreendimento por meio de um pagamento, em espécie, destinado a uma unidade de conservação do grupo de proteção integral. Logo, não pode mais ser exigida ou mesmo oferecida pelo órgão ambiental competente. Comentários A – Errado. A forma de concretizar a compensação e os seus objetivos estão errados. O objetivo da compensação ambiental é obrigar o empreendedor a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação, no caso em que sua atividade causar significativo impacto ambiental. B – Certo. De acordo com o art. 36, da Lei 9.985/00, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral. C – Errado. As unidades de conservação a serem beneficiadas são definidas pelo órgão ambiental licenciador, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação. Art. 36, § 2º, da Lei 9.985/00. D – Errado. O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão "não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento." (STF. ADI 3.378-DF, Relator Min. Carlos Britto. Julgamento: 09-04-2008. DJ 20-06-2008). Dessa forma, não temos mais o percentual mínimo de 0,5%. Hoje não há um piso! O órgão ambiental fixará o montante de acordocom o grau de impacto causado, com fundamento no EIA/RIMA. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 28 42 Observem que a decisão do STF declarou inconstitucional apenas o piso de 0,5%. A compensação ambiental é constitucional e continua em vigor. Gabarito: Letra B. 4 - (FGV – VII EXAME DE ORDEM - OAB) O Prefeito do Município de Belas Veredas, após estudos técnicos e realização de audiência pública, decide pela criação de um parque, em uma área onde podem ser encontrados exemplares exuberantes de Mata Atlântica. Assim, edita decreto que fixa os limites do novo parque municipal. Passados dois anos, recebe pedidos para que o parque seja reavaliado e transformado em uma Área de Relevante Interesse Ecológico, com uma pequena redução de seus limites. Tendo em vista a situação descrita, assinale a alternativa correta. a) Em razão do princípio da simetria das formas no direito ambiental, a Unidade de Conservação criada por ato do Poder Executivo poderá ser reavaliada e ter seus limites reduzidos também por decreto. b) Como a Mata Atlântica é considerada patrimônio nacional, por força do art. 225, §4º, da CRFB, apenas a União possui competência para a criação de unidades de conservação que incluam tal bioma em seus limites. c) A criação do parque é constitucional e legal, mas, como a área está definida como Unidade de Conservação de Proteção Integral, a alteração para Área de Relevante Interesse Ecológico, que é de Unidade de Conservação de Uso Sustentável, com redução de limites, só pode ser feita por lei. d) A reavaliação poderá ser feita por decreto, uma vez que a Área de Relevante Interesse Ecológico também é uma Unidade de Conservação do grupo de proteção integral. Comentários A - Errado. Pessoal, memorizem as informações da tabela abaixo: Criação ou ampliação de UC Alteração (redução dos limites) ou supressão ou extinção e desafetação de UC Ato do Poder Público (Decreto ou Lei) da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Somente por Lei da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. B - Errado. De fato, a Mata Atlântica é um patrimônio nacional. Mas, isso NÃO quer dizer que esse bioma seja bem público, que esteja entre o patrimônio disponível da União. Todos os entes (União, Estados, Municípios e DF) podem criar unidades de conservação independentemente de a área da unidade estar localizada em um patrimônio nacional. Cabe dizer que a CF/88 dispõe que incumbe ao Poder Público definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei. Lembrando que as unidades de conservação são espécies de espaços territoriais especialmente protegidos. C - Certo. Novamente a tabelinha, que ajuda responder muitas questões. Criação ou ampliação de UC Alteração (redução dos limites) ou supressão ou extinção e desafetação de UC Ato do Poder Público (Decreto ou Lei) da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Somente por Lei da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 29 42 D - Errado. Área de Relevante Interesse Ecológico é unidade de uso sustentável! Gabarito: Letra C. 5 – (FGV – VIII EXAME DE ORDEM - OAB) Sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), assinale a afirmativa correta. a) as RPPN’s são unidades de conservação criadas em áreas de posse e domínios privados, gravadas com perpetuidade, e deverão ser averbadas, por intermédio de termo de compromisso, no registro público de imóveis b) as RPPN’s são unidades de conservação criadas em áreas de posse pública e domínio privado, e deverão ser averbadas, por intermédio de termo de compromisso, no registro público de imóveis c) as RPPN’s são unidades de conservação criadas em áreas de posse e domínios privados, deverão ser averbadas, por intermédio de termo de compromisso, no registro público de imóveis. Porém não serão perpétuas, em razão do direito fundamental à propriedade privada. d) as RPPN’s são unidades de conservação criadas em áreas de posse pública e domínio privado. Em razão do princípio da defesa do meio ambiente são instituídas automaticamente, sem necessidade de avaliação do órgão ambiental, bastando o interesse do proprietário privado e a averbação, por intermédio de termo de compromisso, no registro público de imóveis. Comentários De acordo com o art. 21, da Lei 9.985/00, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. O termo de compromisso será assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis. Apenas com essa informação é possível responder a questão e verificar os erros nas alternativas B, C, D. Gabarito: Letra A. 6 - (FGV – XIII EXAME DE ORDEM - OAB) Bruno é proprietário de pousada que está em regular funcionamento há seis anos e explora o ecoturismo. Na área em que a pousada está localizada, o estado da federação pretende instituir Estação Ecológica com o objetivo de promover a proteção da flora e da fauna locais. A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. a) não é possível o estado instituir a estação ecológica, pois fere o princípio da segurança jurídica, tendo em vista que a pousada funcionava regularmente há mais de cinco anos. b) é possível a instituição da estação ecológica pelo estado da federação, não impedindo o funcionamento da pousada, visto que bruno tem direito adquirido ao exercício da atividade econômica. Rosenval Júnior Aula 02 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXXIII Exame - 2021 www.estrategiaconcursos.com.br 192020504242732414 - silvano silveste do nascimento 30 42 c) é possível a instituição da estação ecológica com a cessação da atividade econômica da pousada, desde que o poder público estadual indenize bruno pelos prejuízos que a instituição da unidade de conservação causar à sua atividade. d) é possível a instituição da estação ecológica com a cessação da atividade econômica da pousada, não cabendo ao poder público qualquer forma de indenização, tendo em vista a supremacia do interesse coletivo sobre os interesses individualmente considerados. Comentários A - Errado. Independentemente do tempo de funcionamento da atividade, as áreas particulares incluídas nos limites da Estação Ecólogica serão desapropriadas, sendo essa categoria de unidade de conservação pertencente ao grupo de proteção integral e de posse e domínio públicos. B - Errada. A atividade proposta é incompatível com os objetivos de uma estação ecológica e as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas. Lembrando que o objetivo da Estação Ecológica é a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. C - Correta. O art. 9º, da Lei 9.985/00, dispõe sobre a Estação Ecológica. Essa é uma categoria de unidade de conservação do grupo de proteção integral e tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. D - Errada. As áreas particulares incluídas nos limites da Estação Ecológica serão desapropriadas. Neste caso, o titular do domínio do bem expropriado tem direito à indenização. O valor da indenização é alcançado a partir da realização de uma perícia técnica, que deverá avaliar o imóvel, bem como o seu potencial de exploração econômica, a fim de que o montante a ser pago não acarrete prejuízo
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