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ANATO 2 - Nariz

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ANATO 2 – PAULA GOUVÊA VIEIRA
NARIZ
	
É a parte do sistema respiratório situada acima do palato duro, contendo o órgão periférico do olfato.
Inclui a parte externa do nariz e a cavidade nasal dividida pelo septo nasal. 
FUNÇÕES: - olfato
	 - respiração
	 - filtração de poeira
 	 - umidificação do ar inspirado
	 - recepção e eliminação de secreções dos seios paranasais e ductos lacrimonasais.
PARTE EXTERNA DO NARIZ:
 É a parte visível que se projeta da face; seu esqueleto é principalmente cartilagíneo.
 O dorso do nariz estende-se da raiz até o ápice (ponta) do nariz. A superfície inferior é perfurada por duas aberturas piriformes, as narinas (aberturas nasais anteriores, que são limitadas lateralmente pelas asas do nariz.
 A pele sobre a parte cartilagínea do nariz é coberta por pele mais espessa, devido a presença de muitas glândula sebáceas. A pele estende-se até o vestíbulo do nariz, onde tem número variável de pelos rígidos, as vibrissas, que geralmente estão úmidas e filtram partículas de poeira do ar que entra na cavidade nasal.
Esqueleto do Nariz:
 Esqueleto de sustentação = osso + cartilagem hialina.
 Parte óssea: ossos nasais, processos frontais das maxilas, parte nasal do frontal e sua espinha nasal, e as partes ósseas do septo nasal.
 Parte cartilagínea: cinco cartilagens principais: 2 laterais, 2 alares e 1 do septo. As cartilagens alares são livres e móveis, em forma de U; dilatam ou estreitam as narinas quando há contração dos músculos que atuam no nariz.
Septo Nasal:
 Divide a câmara do nariz em 2 cavidades nasais.
 Possui uma parte óssea e uma parte cartilagínea.
 PRINCIPAIS COMPONENTES DO SEPTO NASAL SÃO: lâmina perpendicular do etmóide, o vômer e cartilagem do septo.
 A fina lâmina perpendicular do etmóide, forma a parte superior do septo nasal. Desce a partir da lâmina cribriforme e continua superiormente a essa lâmina como crista etmoidal. O vômer, osso fino e plano, forma a parte posteroinferior do septo nasal. A cartilagem do septo te uma articulação do tipo macho e fêmea com as margens do septo ósseo.
 
CAVIDADES NASAIS:
 A entrada da cavidade nasal é anterior, através das narinas. Abre-se posterior na nasofaringe através dos cóanos.
 É revestida por mucosa, com exceção do vestíbulo nasal que revestido por pele (epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes = epitélio da pele do nariz situado nas narinas).
 A mucosa nasal é contínua com o revestimento de todas as câmaras com as quais as cavidades nasais se comunicam: nasofaringe (parte posterior), seios paranasais (partes superior e lateral) e saco lacrimal e a conjuntiva (parte superior). Os 2 terços inferiores correspondem a área respiratória, enquanto o terço superior corresponde a área olfatória. O ar que passa sobre a área respiratória é aquecido e umedecido antes de atravessar o resto das vias respiratórias superiores ate os pulmões. A área olfatória contém o órgão periférico do olfato; aspiração leva o ar até essa área.
Limites das Cavidades Nasais:
 • TETO: é curvo e estreito, com exceção da extremidade posterior, onde o corpo do esfenóide forma o teto. É dividido em 3 partes de acordo com os ossos que formam cada parte – frontonasal, etmoidal e esfenoidal.
 • ASSOALHO: mais largo que o teto e é formado pelos processos palatinos da maxila e pelas lâminas horizontais do palatino.
 • PAREDE MEDIAL: septo nasal
 • PAREDES LATERAIS: são irregulares devido às 3 lâminas ósseas, as conchas nasais.
Características da Cavidades Nasais:
 As conchas nasais (superior, média e inferior) são estruturas altamente convolutas, semelhantes a rolos, que oferecem área de superfície para troca de calor. Entre as conchas nasais têm os recessos ou meatos nasais (passagem na cavidade nasal) sob cada formação óssea. Assim, a cavidade nasala fica dividida em 5 passagens: um recesso esfenoetmoidal posterossuperior, 3 meatos laterais (superior, médio e inferior – abaixo de cada concha) e um meato comum medial, no qual se abrem 4 passagens laterais.
 CONCHA NASAL INFERIOR - é a mais longa e mais larga. Formada por um osso independente de mesmo nome. Tal osso é coberto por uma túnica mucosa que contém grandes espaços vasculares que aumentam e controlam o calibre da cavidade nasal.
 CONCHAS NASAIS MÉDIA E SUPERIOR – são processos mediais do etmóide. Infecção ou irritação pode ocasionar rápido surgimento de edema, com obstrução de 1 ou + passagens nasais daquele lado.
 RECESSO ESFENOETMOIDAL – localizado superoposteriormente á concha nasal superior. Recebe a abertura do seio esfenoidal.
 MEATO NASAL SUPERIOR – passagem estreita entra as conchas superior e média, no qual se abrem os seios etmoidais posteriores.
 MEATO NASAL MÉDIO - é o mais longo e profundo. Sua parte anterossuperior leva a uma abertura afunilada, o infundíbulo etmoidal, que se comunica com o seio frontal. Passagem que segue inferiormente a cada seio frontal até o infundíbulo é o ducto frontonasal. O hiato semilunar é um sulco semicircular no qual se abre o seio frontal. A bolha etmoidal, uma elevação arredondada superior ao hiato, é visível quando a concha média é removida.
 MEATO NASALA INFERIOR – o ducto lacrimonasal, que drena lágrimas do saco lacrimal, abre-se na parte anterior desse meato.
 MEATO NASAL COMUM - parte medial da cavidade nasala entre as conchas e o septo nasal, no qual se abrem os recessos laterais e o meato.
SEIOS PARANASAIS:
 Os seios paranasais são extensões, cheias de ar, da parte respiratória da cavidade nasala para os seguintes ossos do crânio: frontal, etmóide, esfenóide e maxila.
• SEIOS FRONTAIS: direito e esquerdo estão entre as lâminas externa e interna do frontal, posteriormente aos arcos superciliares e à raiz do nariz; são detectáveis em crianças por volta dos 7 anos. Cada seio drena através de um ducto frontonasal para o infundíbulo etmoidal, que se abre no meato nasal médio.
• CÉLULAS ETMOIDAIS: as células (seios) etmoidais são pequenas invaginações da mucosa dos meatos nasais médio e superior para o etmóide entre a cavidade nasala e a órbita. As células etmoidais anteriores drenam direta ou indiretamente para o meato nasal médio através do infundíbulo etmoidal; as células etmoidais médias abrem-se diretamente no meato médio e às vezes são denominadas “células bolhosas” porque formam a bolha etmoidal; as células etmoidais posteriores abrem-se diretamente no meato superior.
• SEIOS ESFENOIDAIS: localizados perto do corpo do esfenóide. São divididos de forma desigual e separados por um septo ósseo. Em razão dessa pneumatização (formação de células aéreas), o corpo do esfenóide é frágil. Os seios esfenoidais são derivados de uma célula etmoidal posterior que começa a invadir o esfenóide por volta dos 2 anos de idade.
• SEIOS MAXILARES: são os maiores seios paranasais. Ocupam os corpos das maxilas e se comunicam com o meato nasal médio.
		- ápice: estende-se em direção ao zigomático, muitas vezes chegando até ele.
		- base: forma a parte inferior da parede lateral da cavidade nasal
		- teto: formado pelo assoalho da órbita
		- assoalho: formado pela parte alveolar da maxila.
Cada seio maxilar drena através de um ou mais aberturas, o óstio maxilar, para o meato nasal médio da cavidade nasal por meio do hiato semilunar.
CASOS CLÍNICOS:
 1) DESVIO DO SEPTO NASAL:
 É comum. Pode ser conseqüência de uma lesão no parto, porém, na maioria das vezes, o desvio ocorre durante a adolescência e a vida adulta por traumatismo.
 Quando é muito acentuado, o septo nasal toca a parede lateral da cavidade nasal.
 Não raro causa: OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA ou EXACERBA O RONCO.
 Pode ser corrigido cirurgicamente.
 2) RINITE:
 Há EDEMA E INFLAMAÇÃO DA MUCOSA NASAL durante infecções altas graves e reações alérgicas.
 O edema da mucosa é imediato devido a sua vascularização.
 As infecções das cavidades nasais podem se disseminar para:
	- fossaanterior do crânio através da lâmina cribriforme
	- nasofaringe e tecido moles retrofaríngeos
	- orelha média através da tuba auditiva (tuba faringotimpânica)
	- seios paranasais
	- aparelho lacrima e conjuntiva
 3) EPISTAXE:
 A epistaxe (sangramento nasal) é relativamente comum em razão da abundante vascularização da mucosa nasal. Decorre da ruptura de artérias.
 A causa da maioria dos casos é traumatismo e hemorragia provém de uma área no terço anterior do nariz (área de Kiesselbach).
 Também está associada a hipertensão e infecções.
 Epistaxe leve pode ser causada pela introdução de objetos no nariz, rompendo veias no vestíbulo.
 4) SINUSITE:
 Os seios paranasais são contínuos com as cavidades nasais através de aberturas que se abrem neles. Com isso, a infecção pode disseminar-se das cavidades nasais, causando INFLAMAÇÃO E EDEMA DA MUSCOSA DOS SEIOS (SINUSITE) E DOR LOCAL. 
 Inflamação de vários seios = PANSINUSITE. O edema da mucosa pode obstruir uma ou + aberturas dos seios para as cavidades.
 5) INFECÇÃO DOS SEIOS MAXILARES:
 Os seios maxilares são infectados com maior freqüência, pois seus óstios costumam ser pequenos e localizados em posição alta nas paredes superomediais.
 A drenagem dos seios só é possível quando eles estão cheios. Como os óstios dos seios esquerdo e direito estão voltados um para o outro (regiões mediais), quando a pessoa está em decúbito lateral só há drenagem de um seio.
 Um resfriado ou alergia de ambos os seios pode resultar em noites rolando um lado para o outro na tentativa de drenar os seios. Podem ser canulados e drenados introduzindo-se um cânula pelas narinas e através do óstio maxilar até o seio.
 6) RELAÇÃO ENTRE OS DENTES E O SEIO MAXILAR:
 A íntima proximidade entre os 3 dentes molares maxilares e o assoalho do seio maxilar pode causa graves problemas.
 Se durante a retirada de um dente molar não forem usados métodos apropriados de retirada, em caso de quebra da raiz, um pedaço da raiz pode ser levado para cima e entrar no seio maxilar. Cria-se uma comunicação entre a cavidade oral e o seio maxilar, podendo haver infecção. 
 A inflamação da túnica da mucosa pode ser acompanhada por sensação de dor de dente nos dentes molares, em razão de uma mesma inervação para os dentes maxilares e a mucosa dos seios maxilares (nervos alveolares superiores, ramos do nervo maxilar).

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