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Lei de Improbidade administrativa – Lei nº8.429 de 1992 Capítulo I:Disposições gerais · São considerados atos de improbidade administrativa apenas os dolosos, ou seja, aqueles que intentaram o resultado ilegal. · Os atos de improbidade violam o patrimônio público (Prejuízo ao erário) e a organização do Estado (Enriquecimento ilícito) · Para finalidade dessa lei serão considerados agentes públicos servidores ou qualquer pessoa que exerça função, emprego, cargo, mandato ou ainda função não remunerada nos quadros estatais. · Estão sujeitas as penalidades tanto pessoas físicas quanto jurídicas · Àquele que induzir ou ajudar agente público no ato de improbidade também se aplicará sanção similar Capítulo II: Atos de improbidade Seção I: Atos de Improbidade que geram Enriquecimento ilícito · Art.9º · Enriquecimento ilícito é obter, através de ato doloso, vantagem patrimonial indevida em razão da função pública que exerce. · Receber vantagem de interessado em sua ação ou omissão como agente publico · Facilitar aquisição, permuta ou locação de bem ou ainda contratação de serviços pelo Estado em troca de vantagem econômica. · Facilitar alienação (venda), permuta ou locação de bem público ou fornecimento de serv. Público por preço inferior ao valor de mercado em troca de vantagem $. · Utilizar em obra privada de bens ou trabalho de servidores do Estado. · Tolerar exploração de atividades ilícitas por $. · Dar declaração técnica falsa para beneficiar alguém por $. · Adquirir patrimônio incompatível com a função pública que exerce e seus rendimentos declarados. · Aceitar emprego ou qualquer relação semelhante de PF ou PJ que possa ser beneficiado pelas funções públicas exercidas pelo agente. · Aceitar $ para liberar aplicação de verba pública em qualquer área. · Receber $ para omitir ato de ofício que seja obrigado em razão da função. · Se apropriar de patrimônio Público · Utilizar patrimônio público para interesses pessoais Seção II: Atos de Improbidade que causam prejuízo ao Erário · Art. 10 · Lesão contra o erário: ação ou omissão dolosa que gere perda patrimonial ao Estado · Facilitar que particular se aproprie, utilize ou usufrua de bens do Estado sem a observação das regras legais · Facilitar doações estatais sem a devida observância das regras legais · Vender ou alugar bens estatais por preço inferior ao do mercado · Adquirir bens estatais a preço superior ao de mercado · Realizar operações financeiras sem observar regras e aceitando garantias insuficientes ou inidôneas · Conceder benefício tributário ou administrativo indevidamente(de forma dolosa) · Burlar processo licitatório · Realizar despesas não previstas no orçamento ou não autorizadas · Recolher tributos de forma ilícita · Aplicar verba pública de forma irregular sem observar as normas · Permitir ou facilitar o enriquecimento de terceiros de forma ilícita · Celebrar contrato do Estado sem as devidas formalidades (prestação de serviços; consórcio público; parceria; etc.) · Agir ilicitamente negligenciando fiscalização de prestação de contas · Liberar recursos sem a observância do procedimento legal Seção III: Dos atos de improbidade que atentam contra os princípios da administração pública. · Ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, imparcialidade e de legalidade · Revelar fato ou circunstância que é sigilosa ou que ainda não foi publicada oficialmente e que saiba exclusivamente em razão da função, dando informação privilegiada · Negar publicidade aos atos oficiais que devam ser divulgados · Frustrar qualquer tipo de concurso ou concorrência pública para beneficio próprio ou de terceiros · Deixar de prestar contas para encobrir irregularidades · Descumprir as regras de fiscalização de contas de parcerias · Nomear parentes para cargos de comissão, confiança ou gratificação no Estado · Praticar publicidade que personalize os atos do agente público com recursos do erário Capítulo III: das Penas -para os crimes do art. 9º(enriquecimento ilícito): · Perda dos bens adquiridos ilicitamente · Perda da função pública · Suspensão dos direitos políticos por até 14 anos · Multa civil até o valor do acréscimo patrimonial ilícito · Proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos, fiscais ou de crédito, por até 14 anos -Para os crimes do art. 10º(prejuízo ao erário) · Perda dos bens adquiridos ilicitamente · Perda da função pública · Suspensão dos direitos políticos por até 12 anos · Multa civil até o valor do dano causado · Proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos, fiscais ou de crédito, por até 12 anos -Para os crimes do art. 11º(contra os princípios da adm. Pública): · Multa civil no valor de até 24x a remuneração recebida · Proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos, fiscais ou de crédito, por até 4 anos -gerais sobre as penas: · A perda da função pública se restringe ao vínculo que o agente possuía no cometimento da infração · No caso dos crimes do art.9º pode o magistrado excepcionalmente estender aos demais vínculos considerando a gravidade fática do caso · A multa civil pode ser aumentada em até o dobro · Quando o responsável for PJ as sanções aplicadas levaram em conta os efeitos econômicos e sociais, visando a manutenção de suas atividades · Atos de menor ofensa limitam-se a sanção de multa civil e ressarcimento do dano, além da perda dos valores obtidos Capítulo IV: DA DECLARAÇÃO DE BENS · A posse e o exercício do cargo público ficam condicionados a apresentação de declaração de imposto de renda e proventos de qualquer natureza Capítulo V: DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL · A representação à autoridade competente pode ser feita por qualquer pessoa e será escrita, devendo constar qualificação do representante, fato e autoria e indicação das provas que tenha conhecimento. · Para cada ato de improbidade só poderá ser indicado um tipo dentre os previstos nessa lei · Não se aplicam na ação de improbidade administrativa a presunção de veracidade em caso de revelia; a imposição de ônus probatório ao réu; ajuizamento de mais de uma ação sobre o mesmo fato; reexame obrigatório. · A ação de improbidade administrativa é repressiva e tem caráter sancionador, visando aplicação de sanções pessoais · Portanto não deve ser utilizada para controle de legalidade políticas públicas nem para proteção patrimonial e social ou do meio ambiente ou ainda de direitos e interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos. Capítulo VI: DAS DISPOSIÇÕES PENAIS · É crime representar agente público por improbidade que saiba ser inocente – pena: detenção de 6 a 10 meses e multa. · A absolvição criminal que discuta os mesmos fatos e que tenha sido confirmada por órgão colegiado impede o trâmite da ação de improbidade desta lei. Capítulo VII: DA PRESCRIÇÃO · Prazo prescricional para aplicação das sanções desta lei é de 8 anos, a contar da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou sua permanência · Instauração de inquérito civil ou processo administrativo suspende o prazo prescricional por 180 dias corridos. · O prazo prescricional é interrompido pelos seguintes eventos, e recomeçará a contar do dia da interrupção, pela metade (4 anos) · Ajuizamento da ação de improbidade administrativa · Publicação de sentença condenatória · Publicação de decisão de 2º grau que confirme ou modifique sentença condenatória · Publicação de decisão dos tribunais superiores · Caso ocorra a prescrição o juiz deverá reconhece-la de ofício.
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