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A C D E N do CadernooN de Inscriçãoo ASSINATURA DO CANDIDATO N do Documentoo Nome do Candidato Agosto/2012 PROVA OBJETIVA I Concurso Público para provimento de vagas de Defensor Público DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 MODELO 0000000000000000 MODELO1 00001−0001−0001 2 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva Direito Constitucional 1. O constitucionalismo fez surgir as Constituições modernas que se caracterizam pela adoção de (A) rol de direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais e regime presidencialista de governo. (B) pactos de poder entre soberanos e súditos que ga- rantem àqueles privilégios, poderes e prerrogativas sem a contrapartida de deveres e responsabilidades exigíveis por estes. (C) princípio do governo limitado pelas leis, separação de poderes e proteção de direitos e garantias fundamentais. (D) controle de constitucionalidade difuso das normas realizado por qualquer membro do Poder Judiciário. (E) cartas constitucionais escritas, formais, dogmáticas, dirigentes, analítica e outorgadas. _________________________________________________________ 2. Maria, pessoa com identificação psicossexual oposta aos seus órgãos genitais externos e tendo forte desejo de viver e ser aceita como sendo do sexo oposto, move ação de modificação do seu assento de nascimento para mudar prenome, bem como gênero ao qual pertence. Consegue em primeira instância apenas a mudança do nome. No atendimento cabe ao defensor orientar que (A) cabe recurso da decisão uma vez que a procedên- cia parcial viola a Constituição Federal no que diz respeito à proteção da dignidade humana, proibi- ção de discriminação e o direito à imagem das pes- soas. (B) cabe recurso da decisão, mas muito provavelmen- te a decisão será mantida já que a proibição de discriminação de sexo contida na Constituição diz respeito tão somente ao sexo biológico das pes- soas. (C) a decisão já foi uma grande vitória já que a Consti- tuição não menciona discriminação de gênero, mas sim discriminação de sexo e que, portanto, pretender modificar o registro do sexo seria inconstitucional. (D) para a mudança de sexo no assento de nascimento seria necessária cirurgia de transgenitalização exter- na, interna e modificação de caracteres sexuais se- cundários da pessoa e no caso somente foi feita a mastectomia. Assim melhor aguardar esses outros passos e depois pedir a modificação do sexo no re- gistro. (E) não é necessário ou mesmo recomendável recorrer, pois o que realmente causa constrangimento, expõe ao ridículo e viola a Constituição é o nome em desa- cordo com sua aparência e psique, o que foi obtido com a decisão judicial. Recorrer, nestas circunstân- cias, somente prolongará o seu sofrimento. 3. A Defensoria Pública recebe a demanda de algumas mães que têm filhos pequenos em creches municipais que fecham, todos os anos, em janeiro e julho e que enfrentam sérias dificuldades para cuidar de seus filhos nessa época do ano sem deixar de trabalhar. Ao analisar a situação conclui-se que (A) o fato do serviço não estar disponível apenas nos meses de janeiro e julho não ofende diretamente a Constituição e deve ser interpretado em conjunto com o direito constitucional de educação básica, obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezes- sete) anos de idade. (B) não pode haver interrupção do serviço, pois é dever do Estado garantir a educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade, bem como é direito social das trabalhadoras as- sistência gratuita aos filhos desde o nascimento em creches e pré-escolas. (C) a Constituição garante expressamente o dever do Estado de prover educação básica, obrigatória e gra- tuita apenas dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade. A existência de creches e pré-escolas que atendam desde o nascimento é liberalidade do Po- der Público. (D) haveria um conflito aparente de normas constitu- cionais, pois se de um lado há o direito de creche como um direito social dos trabalhadores, de outro há o direito de todos à educação básica, obrigatória e gratuita apenas a partir dos 4 (quatro) anos de idade. (E) a interpretação sistemática da Constituição resolve a situação já que é dever constitucional dos pais as- sistir, criar e educar os filhos menores. O Estado providencia educação básica, obrigatória e gratuita a partir dos 4 (quatro) anos de idade e os pais exer- cem em janeiro e julho seu dever sem colaboração direta do Poder Público. _________________________________________________________ 4. A vida é direito constitucional fundamental garantindo-se sua inviolabilidade. À luz desse preceito (A) é possível utilizar a interpretação conforme para não responsabilizar o médico pela eutanásia se consi- derarmos a autonomia e a dignidade da pessoa humana no mesmo patamar e a vida como direito relativo e disponível pelo titular. (B) é dever do médico, em casos de doença incurável e terminal, empreender ações diagnósticas ou tera- pêuticas inúteis ou obstinadas ainda que ocorra a distanásia ou obstinação terapêutica. (C) a eutanásia ativa direta é admitida pelo ordenamento brasileiro desde que precedida do testamento vital ou procuração de saúde. (D) somente está autorizada pela norma a eutanásia ati- va indireta, na qual se usa meios para evitar a dor ainda que isso provoque a aceleração da morte. (E) está autorizado pelo ordenamento jurídico apenas a eutanásia passiva ou ortotanásia, quando se omitem ou suspendem os tratamentos médicos com vistas a não adiar a morte. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva 3 5. A Emenda Constitucional no 45 de 2004 criou no Brasil o Conselho Nacional de Justiça que no âmbito na Reforma do Poder Judiciário buscou garantir maior democracia, transparência administrativa e redução do corporativismo do Poder Judiciário. Sob essa ótica, integram esse projeto: I. A composição mista, com integrantes da sociedade, a competência concorrente com as corregedorias dos demais tribunais que cria uma forma inovadora de competição entre agências de apuração e aces- so ao Conselho de todos os cidadãos. II. A competência subsidiária do Conselho para reali- zar apurações, que somente deve atuar após as corregedorias terem esgotados seus procedimen- tos, ou ainda, se estas forem completamente omis- sas no exercício de suas atribuições. III. Avocar processos disciplinares e rever esses pro- cessos em caráter de recurso, exercendo uma atividade disciplinar bastante abrangente. IV. A possibilidade de questionar junto ao órgão uma decisão judicial que extrapole as raias da normali- dade e eminentemente deformadaou teratológica, um verdadeiro ato de improbidade cometido na decisão judicial. V. Manter as sanções estabelecidas na atual Lei Or- gânica da Magistratura − LOMAN que adequada- mente estabelece as punições disciplinares para os magistrados como a aposentadoria compulsória. Está correto APENAS o que se afirma em (A) V. (B) I e II. (C) II e V. (D) IV e V. (E) I, III e IV. _________________________________________________________ 6. Nas últimas décadas e em especial após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o Supremo Tribunal Fe- deral tem ocupado um papel de destaque no cenário político atual expandindo seus poderes. Na análise desses novos rumos destaca-se: I. O entendimento que denomina esse marco de “Supremocracia”, num primeiro sentido referindo-se à autoridade do Supremo em relação às demais instâncias do judiciário (súmula vinculante) e num segundo sentido em relação à expansão de sua autoridade em relação aos demais poderes. II. O processo não recente de deslocamento da auto- ridade do sistema representativo para o judiciário e antes de tudo, um avanço das constituições rígidas, dotadas de sistema de controle de constituciona- lidade e extremamente ambiciosas optando sobre tudo decidir. III. A maximização de competências do Supremo que atua como corte constitucional, tribunal de última instância e foro especializado. IV. A decisão liminar concedida na Reclamação 4.335-/Acre (progressão de pena nos crimes hedion- dos) a qual minimiza o papel do Senado Federal no controle difuso de constitucionalidade. V. A criação das Funções Essenciais à Justiça pela Constituição Federal de 1988 que ampliou ainda mais os órgãos integrantes do Poder Judiciário. Está correto o que se afirma em (A) V, apenas. (B) I, II e V, apenas. (C) I, III e V, apenas. (D) I, II, III e IV, apenas. (E) I, II, III, IV e V. 7. A constituição de determinado estado da federação prevê a criação de sua Defensoria Pública através de lei complementar estadual. Após ampla mobilização social e aprovação quase unânime da Assembleia Legislativa, a instituição vem a ser criada, porém por lei ordinária, já que assim tramitou o projeto. O Governador veta totalmente o projeto por inconstitucionalidade. Nesse caso, (A) tem fundamento o veto já que não se confundem o processo legislativo nem tampouco as matérias que podem ser tratadas por lei complementar e lei ordinária. (B) o veto deverá ser derrubado pela Assembleia Legis- lativa que ao aprovar o projeto pela quase integrali- dade de seus membros demonstrou que tem total legitimidade e respaldo social não havendo que se falar em inconstitucionalidade. (C) não há diferença material entre lei ordinária e com- plementar, pois todas as leis servem para comple- mentar a constituição. Não se deve vetar um projeto de tamanha importância por mera formalidade. (D) não se trata de inconstitucionalidade, mas de análise de legalidade e legitimidade. O que diferencia as duas espécies normativas é o quórum e nesse as- pecto a Assembleia demonstrou sua ampla legiti- midade. (E) é indiferente a utilização de lei complementar ou lei ordinária para regulamentar uma norma constitu- cional e no caso em questão o quórum de aprovação foi obedecido. _________________________________________________________ 8. O controle abstrato de constitucionalidade previsto pela Constituição Federal de 1988, regulamentado pelas leis nos 9.868/99 e 9.882/99 e interpretado pelo Supremo Tri- bunal Federal, admite (A) reconhecimento de fungibilidade apenas entre as ações direta de inconstitucionalidade por ação, ação direta de constitucionalidade e arguição de descum- primento de preceito fundamental. (B) a possibilidade de reconhecimento da fungibilidade somente entre ação direta de inconstitucionalidade e arguição de descumprimento de preceito funda- mental. (C) conhecimento de ações diretas de inconstitucionali- dade como ações diretas de inconstitucionalidade por omissão quando se trata de omissão parcial, em decorrência da fungibilidade. (D) ser possível a fungibilidade, mas apenas entre as garantias constitucionais do habeas corpus, manda- do de segurança, ação popular, habeas data e man- dado de injunção. (E) a natureza distinta, rito próprio, especificidades e di- versas hipóteses de cabimento das ações diretas de controle de constitucionalidade que impede a fungi- bilidade entre elas, em qualquer situação. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 4 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva 9. Defensor Público em visita de inspeção à Cadeia Pública Feminina recebe pleito das presas de recebimento de visi- ta íntima proibida pelo delegado responsável por ausência de local apropriado e falta de segurança. Ao analisar a reivindicação das presas o Defensor extrai corretamente as seguintes conclusões: (A) A mulher presa está privada da liberdade e compete ao Estado zelar para que a pena não passe de sua pessoa, conforme direito constitucional expresso. Não tendo meios para impedir a reprodução, que pode ocorrer, se faz necessário impedir a realização de visita íntima. (B) Embora legítima, a demanda carece de regulação normativa sob a ótica dos direitos sexuais, o que impede a sua judicialização. (C) Ainda que seja possível extrair os direitos sexuais do sistema constitucional de proteção dos direitos, no caso específico deve prevalecer o interesse público sobre o privado, já que as visitas não se realizam em virtude de não ser possível garantir a segurança do estabelecimento. (D) A Constituição foi detalhista ao estabelecer os direi- tos da pessoa presa prevendo até mesmo o direito da presa de amamentar seus filhos. A visita íntima de mulher presa não está dentre esse rol de direitos não cabendo à Defensoria se revestir de Poder Constituinte Originário. (E) A demanda se insere na proteção constitucional dos direitos sexuais que podem ser considerados direitos que decorrem do regime e dos princípios constitu- cionais adotados, em especial, da igualdade, liber- dade, intimidade, privacidade e autonomia (parágra- fo 2o do art. 5o − direitos implícitos). _________________________________________________________ 10. Alguns autores têm criticado o que consideram um uso abusivo dos princípios e da ponderação como forma de aplicação dos direitos fundamentais. Com frequência os intérpretes dos direitos fundamentais acabam por trans- formá-los em princípios, utilizando-se em demasia do so- pesamento na interpretação de suas inter-relações, o que ocasiona, muitas vezes, perda de objetividade e racionali- dade na interpretação, dificultando seu controle. Sobre esse tema, é correto afirmar: (A) Há elementos na interpretação com base em princí- pios que podem aflorar com mais facilidade, como a intuição e a sensibilidade, por exemplo, que permitirão ao bom juiz decidir de forma mais consentânea com a constituição e suas concepções pessoais de justiça. (B) Não há como se eliminar totalmente toda subjetivi- dade na interpretação e aplicação do direito, mas as relações de preferência simples e sem qualificativos devem ser eliminadas para que hajam relações de preferências fundamentadas, escalonadas e condi- cionadas sendo possível comparar grau de restrição de um direito fundamental com grau de realização de direito que com ele colide. (C) Na interpretação de direitos fundamentais não há que se buscar racionalidade ou objetividade já que o próprio constituinte delegou ao intérprete a possibili- dade de lhes atribuir significado conforme o momen- to histórico e as expectativas sociais. (D) É justamente na criação do Direito, a partir da aplica- ção dos princípios, que o juiz-intérprete supre a inexistência de legitimidade democrática na sua in- vestidura e exerce plenamente suas prerrogativas constitucionais. (E) Essa crítica é improcedente já que as normas jurí- dicas não são fórmulas e nem interpretadaspor má- quinas. A subjetividade, irracionalidade, impossibili- dade de controle e ausência de previsibilidade das decisões são ônus a serem suportados pela socie- dade ao escolher um modelo de constituição tão abrangente e irrealizável. 11. A Constituição Federal de 1988 trata da segurança como direito fundamental (art. 5o, caput e art. 6o, caput) e da segurança pública como dever do Estado (art. 144), que deve garantir a preservação da ordem pública e da incolu- midade das pessoas e do patrimônio. Especifica órgãos responsáveis atribuindo-lhes competências próprias e vin- culação diferenciada aos entes componentes da federa- ção. Nesse arranjo (A) as altas taxas de criminalidade apontam para a ne- cessidade do uso intensivo e extensivo das forças militares como instrumento governamental privilegia- do de intervenção no meio urbano. Dessa forma, constitucionais as políticas públicas municipais de uso de policiais militares para fiscalização do comér- cio ambulante informal. (B) não há competências estanques e isoladas não ha- vendo impedimento constitucional para que todos os entes da federação trabalhem no sentido de garantir a segurança das pessoas estabelecendo políticas de segurança pública numa sociedade em que a violên- cia e a insegurança são avassaladoras. (C) as competências são meramente indicativas nada impedindo que outras sejam acrescidas por legisla- ção infraconstitucional. Assim, não há que se falar em inconstitucionalidade de guarda municipal que tenha por atribuição garantir a incolumidade dos munícipes. (D) compete às polícias militares a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública, às polícias civis, as funções de polícia judiciária e a apuração das infra- ções penais e às guardas municipais a proteção dos bens, serviços e instalações dos municípios. (E) a atribuição de atividades de policiamento ostensivo e de preservação da ordem pública às Forças Ar- madas, com a possibilidade de revistar pessoas, veí- culos, embarcações e detenção de indivíduos sus- peitos em áreas de fronteira não podem ser conside- radas inconstitucionais diante do efetivo absoluta- mente insuficiente da polícia federal. _________________________________________________________ 12. Determinado juiz criminal tem o entendimento de que a Lei no 11.340/06 (Lei Maria da Penha) é inconstitucional por violar o princípio da igualdade ao proteger diferentemente mulheres e homens. Sendo assim, aplica aos casos de lesão corporal leve contra a mulher, caracterizados como de violência doméstica, a Lei no 9.099/95. Atuando na defesa da mulher em situação de violência doméstica, o Defensor Público deve (A) apresentar reclamação ao Supremo Tribunal Federal para que seja cumprida a decisão proferida na ADC 19/DF, já que a referida lei veio concretizar o dever do Estado de criar mecanismos para coibir a vio- lência no âmbito das relações familiares, que afeta majoritariamente as mulheres. (B) orientar as mulheres que defende que a Lei no 9.099/95 possui mecanismos de maior celeridade e que os resultados virão de forma mais rápida e efetiva, além de possibilitar-lhes desistir mais facil- mente do processo. (C) acompanhar e defender as mulheres que representa pelo rito da Lei no 9.099/95, já que não há decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal a respeito da matéria. (D) não questionar o juiz quanto a esse entendimento para manter uma boa relação profissional e garantir, futuramente, quando estiver atuando na defesa dos réus a aplicação de uma lei mais benéfica. (E) acompanhar os casos, fazer as petições cabíveis questionando o entendimento do juiz, interpor todos os recursos que estiverem disponíveis até que os casos cheguem ao Supremo Tribunal Federal e a questão constitucional seja decidida definitivamente. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva 5 Direito Administrativo 13. Sobre os princípios orientadores da administração pública é INCORRETO afirmar: (A) A administração pública não pode criar obrigações ou reconhecer direitos que não estejam deter- minados ou autorizados em lei. (B) A conduta administrativa com motivação estranha ao interesse público caracteriza desvio de finalidade ou desvio de poder. (C) A oportunidade e a conveniência são delimitadas por razoabilidade e proporcionalidade tanto na discri- cionariedade quanto na atividade vinculada da admi- nistração pública. (D) Além de requisito de eficácia dos atos administra- tivos, a publicidade propicia o controle da adminis- tração pública pelos administrados. (E) O princípio da eficiência tem sede constitucional e se reporta ao desempenho da administração pública. _________________________________________________________ 14. A estrutura administrativa do Estado compreende a administração pública direta e indireta. Sobre o tema, examine as afirmações abaixo. I. A administração direta é constituída pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, todos dota- dos de autonomia política, administrativa e finan- ceira. II. Estados e Municípios não são dotados de sobe- rania e não têm competência legislativa para instituir sua própria administração indireta. III. As autarquias e as fundações de direito público são pessoas jurídicas de direito público que compõem a administração indireta. IV. As empresas públicas são pessoas jurídicas de di- reito privado, dotadas de patrimônio próprio. V. A criação de sociedade de economia mista depen- de de lei específica autorizadora e o seu quadro social é constituído por pessoas jurídicas de direito público. Estão corretas APENAS as afirmações (A) I e III. (B) II, IV e V. (C) I e II. (D) I, III e IV. (E) III e V. _________________________________________________________ 15. A validade de atos administrativos requer competência, motivo, forma, finalidade e objeto. Sobre este assunto, é INCORRETO afirmar: (A) A competência é intransferível e irrenunciável mas pode, por previsão legal, ser objeto de delegação ou avocação. (B) A legitimidade e a veracidade dos atos adminis- trativos gozam da presunção juris tantum, cabendo ao administrado o ônus de elidir tal presunção. (C) O silêncio da administração não é considerado ato administrativo, mas pode ensejar correição judicial e reparação de eventual dano dele decorrente. (D) Um ato administrativo praticado com vício sanável de legalidade pode ser anulado tanto pela própria administração pública quanto por decisão judicial. (E) Pela adoção da teoria dos motivos determinantes a validade dos atos discricionários passa a depender da indicação precisa dos fatos e dos fundamentos jurídicos que os justifiquem. 16. Sobre licitação é correto afirmar: (A) A concorrência é a modalidade de licitação possível para a compra e venda de bens móveis e imóveis, independentemente do valor. (B) O rol de modalidades de licitações constante da lei é taxativo não podendo, o ente federado, conceber outras figuras ou combinar regras procedimentais. (C) A lei não permite que o edital da licitação contenha qualquer preferência para serviços ou produtos manufaturados de origem nacional. (D) É garantida por lei a participação de microempresas e empresas de pequeno porte em processos licitatórios, as quais, pelo princípio da isonomia, concorrem sem qualquer preferência, em igualdade de condições com os demais participantes. (E) Na modalidade convite, além do edital que rege o certame, deve ser expedida carta-convite aos pro- ponentes cadastrados, respeitada a antecedência mí- nima de cinco dias, contados da publicação do edital. _________________________________________________________ 17. Cabe à administração pública a prestação dos chamados serviços públicos, diretamente ou mediante outorga ou, ainda, sob regime de delegação a sujeitos privados. Sobre o tema considere as afirmações abaixo. I. Outorga e delegaçãosão mecanismos contratuais pelos quais o Estado transfere a execução de serviços públicos a particulares. II. Uti singuli ou individuais são os serviços públicos mensuráveis para cada destinatário que correspon- dem à cobrança de tarifa ou de preço público. III. A aplicação da teoria da imprevisão para recompor o equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo é uma repercussão do princípio da continuidade do serviço público. IV. A mutabilidade do regime jurídico na prestação de serviço público delegado é sustentada no princípio da supremacia do interesse público. V. A concessão, a permissão e a autorização dependem de prévia licitação. Estão corretas APENAS as afirmações (A) I, II e III. (B) II, III e IV. (C) IV e V. (D) III e V. (E) I e IV. _________________________________________________________ 18. Sobre o regime jurídico aplicável aos servidores públicos é correto afirmar: (A) A Constituição Federal impõe a obrigatoriedade do concurso público de provas e títulos e veda a contratação temporária de pessoal. (B) Pelo regime imposto pela Emenda Constitu- cional 19/98 os vencimentos dos servidores públicos em geral passaram a ser chamados de subsídios. (C) A acumulação de dois cargos públicos remunerados de professor é admitida se houver compatibilidade de horários, sendo que a soma das remunerações deve respeitar o teto remuneratório. (D) Os preceitos constitucionais que asseguram o direito de greve e o direito de associação sindical dos servidores públicos são de eficácia contida. (E) A aposentadoria compulsória dá-se por presunção de invalidez aos 70 anos de idade para os homens e aos 65 anos de idade para as mulheres. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 6 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva 19. Tiburcius é servidor público estadual que, no exercício de sua função de motorista, dirigia uma camionete do Estado do Paraná, quando se envolveu em grave acidente. Houve perda total tanto da camionete do Estado quanto da moto- cicleta de propriedade particular, também envolvida no acidente. O passageiro da motocicleta morreu na hora. São diversas as possibilidades de consequências jurídicas desse acidente. Dentre as mencionadas abaixo, a única INCORRETA ou INCABÍVEL ao caso é: (A) Demonstrados o envolvimento do servidor público; o nexo de causalidade e os prejuízos sofridos pelo particular este, para receber indenização do Estado, fica dispensado de comprovar a culpa da adminis- tração pública. (B) Para excluir ou atenuar a indenização ao particular, o Estado deverá demonstrar a culpa total ou parcial do condutor da motocicleta. (C) Se comprovado que o acidente foi causado por um instantâneo, arrebatador e fortíssimo vendaval, que impediu a visibilidade dos motoristas e ocasionou a perda de controle dos veículos, há exclusão ou ate- nuação da responsabilidade de indenizar o particular. (D) A comprovação da culpa de Tiburcius pelo acidente é um dos requisitos para a propositura de ação regressiva do Estado contra esse servidor. (E) A absolvição definitiva de Tiburcius, por negativa de autoria, na ação penal pela morte do passageiro da motocicleta, não tem repercussão na apuração e punição de falha disciplinar por ele cometida. _________________________________________________________ 20. Sobre a atuação do Estado no domínio econômico, é INCORRETO afirmar: (A) Consta da Constituição Federal o elenco de situa- ções que autorizam o exercício da atividade econô- mica pelo Estado. (B) O Estado pode intervir na área econômica para reprimir o abuso do poder econômico, como nas hipóteses de cartéis e trustes. (C) O Estado pode explorar diretamente atividade eco- nômica quando necessário à segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. (D) A Constituição Federal não admite hipótese de monopólio estatal. (E) O controle de abastecimento e o tabelamento de preços são modalidades de intervenção do Estado no domínio econômico. _________________________________________________________ Direito Penal e Criminologia 21. Considere as afirmações abaixo, entre tipicidade e antiju- ridicidade. I. Para a teoria do “tipo avalorado” (também chamado de “neutro”, “acromático”), a tipicidade não indica coisa alguma acerca da antijuridicidade. II. Para a teoria indiciária (ratio congnoscendi), a tipici- dade é um indício ou presunção iuris et iuris da normatividade da licitude. III. Para a teoria da identidade, a tipicidade é a ratio essendi da antijuridicidade, onde afirmada a tipi- cidade resultará também afirmada antijuridicidade. IV. Para a teoria do tipo puro, a tipicidade representa uma valoração subjetiva da normatividade da licitude. Estão corretas APENAS as afirmações (A) I e III. (B) I e II. (C) II e III. (D) II e IV. (E) III e IV. 22. Epicuro e Tales resolvem subtrair importância em dinheiro de um veículo coletivo de passageiros, com uso de simu- lacro de arma de fogo, e ameaçam o cobrador do ônibus, tomando-lhe pequena importância em espécie. Na mesma conduta subtraem dinheiro e celulares de dois passageiros e do próprio cobrador. Epicuro e Tales cometeram crime de (A) roubo qualificado pelo uso de arma de fogo. (B) roubo qualificado em concurso material de crimes. (C) roubo simples em concurso material de crimes. (D) furto qualificado em concurso material de crimes. (E) roubo majorado em concurso de crimes. _________________________________________________________ 23. Maria reside sozinha com sua filha de 5 meses de idade e encontra-se em benefício previdenciário de licença mater- nidade de 6 meses. Todas as tardes a filha de Maria dor- me por cerca de duas horas, momento no qual Maria reali- za as atividades domésticas. Em determinado dia, neste horário de dormir da filha, Maria foi até ao supermercado próximo de sua casa, uma quadra de distância, para comprar alguns mantimentos para a alimentação de sua filha. Normalmente esta saída levaria de 10 a 15 minutos, mas neste dia houve uma queda no sistema informatizado do supermercado o que atrasou o retorno à sua casa por 40 minutos. Ao chegar próximo à sua casa, Maria consta- tou várias viaturas da polícia e corpo de bombeiros na frente de sua residência, todos acionados por um vizinho que percebeu o choro insistente de uma criança por 15 minutos, acionando os órgãos de segurança. Ao presta- rem socorro à criança, com o arrombamento da porta de entrada da casa, os agentes dos órgãos de segurança verificam que a criança estava sozinha em casa, mas apenas assustada e sem qualquer lesão. A conduta de Maria é caracterizada como (A) crime de abandono de incapaz. (B) crime de abandono de incapaz majorado. (C) crime de abandono de recém nascido. (D) atípica. (E) contravenção penal. _________________________________________________________ 24. Quatro ladrões chegaram de carro em frente a uma resi- dência para a prática de crime de furto. Porém, antes de descerem do veículo, foram obstados pela polícia, que os observava, e levados para a Delegacia onde lavrou-se o auto de prisão em flagrante. Nesse caso, os agentes (A) podem se beneficiar da desistência voluntária na prática do delito, respondendo pelos atos já prati- cados. (B) praticaram tentativa de furto qualificado pelo concur- so de pessoas. (C) tinham finalidade de praticar o crime de furto quali- ficado por concurso de agentes, mas não passaram da fase de meros atos preparatórios, impunível. (D) iniciaram a prática de crime de roubo que não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, face à chegada da polícia. (E) devem ser devidamente punidos pela tentativa, dada a vontade deliberada de praticarem o delito. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva 7 25. Larissa sofreu grave acidente ao cair de sua bicicleta, ocorrendotraumatismo de mandíbula com fraturas múlti- plas e avulsão dentária. Foi levada ao pronto-socorro onde foi atendida pelo Dr. José das Couves, médico credencia- do junto ao SUS, na especialidade de traumatologia. Em- bora ciente de que o SUS arcaria com as despesas, o médico condicionou o tratamento mediante o pagamento da quantia de R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais), por fora, da mãe da acidentada, alegando que seria para pagar o anestesista e o protético, este último porque confeccionaria o aparelho ortodôntico. A mãe de Larissa pagou a quantia cobrada, face a premente necessidade de socorro da filha. Nestas circunstâncias, (A) a conduta de cobrar a importância por médico do SUS tipifica o crime de corrupção passiva praticada por José. (B) José praticou corrupção passiva e a mãe de Larissa, ao pagar a quantia cobrada, praticou o crime de corrupção ativa. (C) José praticou conduta típica de concussão e a mãe de Larissa ao pagar a quantia cobrada apenas exauriu o crime praticado pelo médico. (D) José praticou conduta típica de corrupção passiva e a mãe de Larissa ao pagar a quantia cobrada, apenas exauriu o crime praticado pelo médico. (E) a conduta de José é atípica, pois estava legitimado a cobrar a diferença da baixa remuneração paga aos médicos pelo SUS. _________________________________________________________ 26. Pedro e João, irmãos, nadam em um lago, quando Pedro começa a se afogar. João permanece inerte, eximindo-se de qualquer intervenção. Pedro vem a falecer por afoga- mento. A responsabilidade de João será (A) por crime de homicídio doloso qualificado, aplicando- se as regras da omissão imprópria. (B) por crime de homicídio culposo, aplicando-se as re- gras da omissão imprópria. (C) pelo crime de perigo, tipificado no art. 132, do Códi- go Penal (perigo para a vida ou saúde de outrem). (D) por crime de omissão de socorro. (E) por crime de abandono de incapaz. _________________________________________________________ 27. Numa cidade do interior do Estado, uma pequena aglome- ração de pessoas se formou no aeroclube local para as- sistir a um espetáculo de paraquedismo. Em solo, em meio aos observadores encontrava-se Maria, jovem simpática e querida por todos que, aos 17 anos, já tinha “sobre os seus ombros” a responsabilidade de cuidar de seus irmãos mais novos e de seu pai alcoólatra, tra- balhava e estudava. Na aeronave prestes a saltar encontrava-se Pedro, jovem arrogante, por todos anti- patizado, que aos 25 anos interrompera seus estudos para viver à custa de uma tia idosa, e como a explorava. Durante sua apresentação Pedro, ao se aproximar do solo, por puro exibicionismo e autoconfiança, resolveu fazer uma manobra e acabou por acertar o rosto de Maria. O corte foi profundo e extenso, e a deformou perma- nentemente. Nesse caso, Pedro responderá pelo delito de lesão corporal (A) simples. (B) grave. (C) gravíssima. (D) culposa. (E) culposa qualificada pela deformidade permanente. 28. Tomando por base duas normas penais não incriminado- ras, verifica-se que na primeira o legislador afastou a puni- ção do autor do fato delituoso que agira em determinada circunstância, utilizando a seguinte redação: É isento de pena quem (...); já na segunda afastou a punição do fato tipificado praticado em determinadas circunstâncias, va- lendo-se da seguinte redação: Não se pune o fato quando (...). Nestes casos, trata-se respectivamente das seguin- tes excludentes: (A) tipicidade e culpabilidade. (B) punibilidade e culpabilidade. (C) punibilidade e punibilidade. (D) culpabilidade e punibilidade. (E) culpabilidade e ilicitude. _________________________________________________________ 29. Com o surgimento das Teorias Sociológicas da Criminali- dade (ou Teorias Macrossociológicas da Criminalidade), houve uma repartição marcante das pesquisas criminoló- gicas em dois grupos principais. Essa divisão leva em con- sideração, principalmente, a forma como os sociólogos encaram a composição da sociedade: Consensual (Teo- rias do consenso, funcionalistas ou da integração) ou Con- flitual (Teorias do conflito social). Neste contexto são consideradas Teorias Consensuais: (A) Escola de Chicago, Teoria da Anomia e Teoria da Associação Diferencial. (B) Teoria da Anomia, Teoria Crítica e Teoria do Eti- quetamento. (C) Teoria Crítica, Teoria da Anomia e Teoria da Subcul- tura Delinquente. (D) Teoria do Etiquetamento, Teoria da Associação Dife- rencial e Escola de Chicago. (E) Teoria da Subcultura Delinquente, Teoria da Rotu- lação e Teoria da Anomia. _________________________________________________________ 30. São características principais da moderna Criminologia, EXCETO: (A) Substitui o conceito “tratamento” (conotação clínica e individual) por “intervenção” (conotação dinâmica, complexa e pluridimensional). (B) Parte da caracterização do crime como “problema” (face humana e dolorosa do delito). (C) Amplia o âmbito tradicional da Criminologia ao adi- cionar o delinquente e o delito ao seu objeto de estudo. (D) Acentua a orientação “prevencionista” do saber cri- minológico, diante da obsessão repressiva explícita de outros modelos convencionais. (E) Destaca a análise e a avaliação dos modelos de reação ao delito como um dos objetos da Crimi- nologia. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 8 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva 31. Considere os acontecimentos abaixo. I. No dia 16 de outubro, após um dia exaustivo de tra- balho, quando chegava em sua casa, às 23:00 ho- ras, em um bairro afastado da cidade, Maria foi es- tuprada. Naquela mesma data, fora acionada a polí- cia, quando então foi lavrado boletim de ocorrência e tomadas as providências médico-legais, que constatou as lesões sofridas. II. Após o fato, Maria passou a perceber que seus vizi- nhos, que já sabiam do ocorrido, a olhavam de forma sarcástica, como se ela tivesse dado causa ao fato e até tomou conhecimento de comentários maldosos, tais como: “também com as roupas que usa (...)”, “também como anda, rebolando para cima e para baixo” e etc., o que a deixou profundamente magoada, humilhada e indignada. III. Em novembro, fora à Delegacia de Polícia prestar informações, quando relatou o ocorrido, relembran- do todo o drama vivido. Em dezembro fora ao fórum da Comarca, onde mais uma vez, Maria foi ques- tionada sobre os fatos, revivendo mais uma vez o trauma do ocorrido. Os acontecimentos I, II e III relatam, respectivamen- te processos de vitimização: (A) primária, secundária e terciária. (B) primária, terciária e secundária. (C) secundária, primária e terciária. (D) terciária, primária e secundária. (E) secundária, terciária e primária. _________________________________________________________ 32. Paulo, executivo do mercado financeiro, após um dia es- tressante de trabalho, foi demitido. O mundo desabara so- bre sua cabeça. Pegou seu carro e o que mais queria era chegar em casa. Mas o horário era de rush e o trânsito es- tava caótico, ainda chovia. No interior de seu carro sentiu o trauma da demissão e só pensava nas dívidas que já estavam para vencer, quando fora acometido de uma sen- sação terrível: uma mistura de fracasso, com frustração, impotência, medo e etc. Neste instante, sem quê nem por- que, apenas querendo chegar em casa, jogou seu carro para o acostamento, onde atropelou um ciclista que por ali trafegava, subiu no passeio onde atropelou um casal que ali se encontrava, andou por mais de 200 metros até bater num poste, desceu do carro meio tonto e não hesitou, agrediu um motoqueiro e subtraiu a motocicleta, evadindo- se em desabalada carreira, rumo à sua casa. Naquele dia, Paulo, um pacato cidadão, pagador de impostos, bom pai de família, representante da classe média-alta daquela metrópole, transformou-se num criminoso perigoso, uma fera que ocupara as notícias dos principais telejornais. Diantedo caso narrado, identifique dentre as Teorias abaixo, a que melhor analisa (estuda/explica) o caso. (A) Escola de Chicago. (B) Teoria da associação diferencial. (C) Teoria da anomia. (D) Teoria do labeling approach. (E) Teoria crítica. _________________________________________________________ Direito Processual Penal 33. Suponha que um mesmo acusado tenha sido pronunciado pelo I Tribunal do Júri da Comarca de Curitiba, em razão da prática do crime previsto no art. 121, § 2o, IV do Código Pe- nal e condenado, em outro processo, à pena de 3 meses pelo crime do art. 129, caput, do Código Penal, por sentença do Juizado Especial Criminal de Curitiba, por fatos sem qualquer conexão. Neste caso, o Defensor Público poderá utilizar, para cada uma das situações, respectivamente, (A) Recurso em Sentido Estrito e Recurso Inominado. (B) Protesto por novo júri e Recurso Inominado. (C) Recurso de Apelação e Recurso Inominado. (D) Recurso em Sentido Estrito e Recurso de Apelação. (E) Recurso de Apelação em ambas as situações. 34. Os Juizados Especiais Criminais foram criados no ano de 1995 com o objetivo de conferir tratamento jurídico menos gravoso às infrações de menor potencial ofensivo. Neste contexto, de acordo com a Lei no 9.099/95, (A) nos crimes de ação penal pública a proposta de transação penal é oferecida pelo juiz, com a aquies- cência do Ministério Público, quando presentes os requisitos legais. (B) o oferecimento da resposta ocorre antes do recebi- mento da denúncia ou queixa. (C) as disposições da Lei se aplicam à Justiça Militar, no que couber. (D) são infrações de menor potencial ofensivo todos os crimes cuja pena máxima não exceda 2 (dois) anos, ressalvados os casos em que a lei preveja pro- cedimento especial. (E) é cabível a realização de citação por edital nos Jui- zados Especiais Criminais, aplicando-se o art. 366 do CPP. _________________________________________________________ 35. Astolfo, réu preso, é pronunciado pela prática do crime do art. 121, § 2o, I do Código Penal. Um mês antes da reali- zação do plenário e já observados todos os atos proces- suais e prazos respectivos, o seu advogado peticiona nos autos renunciando ao mandato, oportunidade em que o Juiz nomeia, de plano, a Defensoria Pública para assistir aos interesses do réu. Ao receber os autos, à luz da ju- risprudência dos tribunais superiores e das disposições do Código de Processo Penal, o Defensor Público deverá (A) tomar ciência da data do julgamento e aguardar a sessão plenária. (B) requisitar o acusado para entrevista e traçar a tese de defesa para apresentação em plenário, eis que a Defensoria Pública não teve contato com o réu. (C) requerer a intimação de Astolfo para indicar as pro- vas que pretende produzir em plenário, na forma do art. 422 do CPP. (D) requerer a intimação do antigo advogado para ciên- cia da data da sessão plenária. (E) requerer a intimação de Astolfo para ciência da re- núncia a consequente oportunização de prazo para indicação de outro advogado ou pleitear a assistên- cia da Defensoria Pública para a defesa. _________________________________________________________ 36. Marcelino, primário e de bons antecedentes, é denunciado pelo crime de furto simples, oportunidade em que é citado para responder aos termos da acusação. Neste caso, de acordo com o entendimento jurisprudencial dominante no Supremo Tribunal Federal e com base na Lei no 9.099/95, (A) na ausência de proposta de suspensão condicional do processo, deve o juiz aplicar analogicamente o art. 28 do CPP. (B) a proposta de suspensão condicional do processo é ato privativo do Ministério Público e o crime de furto, por não ser da competência do Juizado Especial Cri- minal, não comporta o oferecimento do sursis pro- cessual. (C) caso seja oferecida a proposta de sursis processual, o processo ficará suspenso pelo período de 1 (um) ano, devendo o acusado, durante o período de prova, observar as condições estabelecidas na proposta. (D) a suspensão será revogada se, no curso do proces- so, o beneficiário vier a ser processado por contra- venção. (E) a prescrição será interrompida durante o prazo da suspensão condicional do processo. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva 9 37. Hermes, réu primário, é processado e condenado pelo crime previsto no art. 33, caput, da Lei no 11.343/06 à pe- na de 5 (cinco) anos de reclusão, em regime fechado, por fato praticado em 21/11/2008 e, em outro processo, pelo crime do art. 157, § 2o, I do Código Penal, à pena de 6 (seis) anos de reclusão, em regime fechado, por fato praticado em 29/03/2007. O trânsito em julgado de ambas as condenações ocorreu em 20/04/2011. A família do preso procura a Defensoria Pública e informa que Hermes foi capturado em 22/04/2012 para início do cumprimento de pena e gostaria de informações acerca dos prazos para progressão de regime. Neste caso, a progressão de regime (A) ocorrerá após o cumprimento de 1/6 da pena unifi- cada das duas condenações. (B) observará o prazo de 2/5 do cumprimento da pena do crime de tráfico de drogas e o cumprimento de 1/6 da pena do crime de roubo, adotando-se o cál- culo diferenciado. (C) ocorrerá após o cumprimento de 2/5 da pena unifi- cada das duas condenações. (D) observará o prazo de 1/3 do cumprimento da pena unificada. (E) observará o prazo de 1/6 do cumprimento da pena do crime de tráfico de drogas e o cumprimento de 2/5 da pena do crime de roubo, adotando-se o cál- culo diferenciado. _________________________________________________________ 38. A disciplina dos procedimentos no Código de Processo Penal sofreu profunda reformulação no ano de 2008. Sobre este assunto analise as afirmações abaixo. I. O princípio da identidade física no Processo Penal observa as limitações do art. 132 do CPC, confor- me vem assentando a jurisprudência dos tribunais superiores. II. No procedimento ordinário, durante a instrução po- derão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas ar- roladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. III. O Código de Processo Penal prevê a absolvição antecipada apenas no procedimento do Tribunal do Júri. IV. Quando o Juizado Especial Criminal encaminhar as peças ao Juízo Criminal adotar-se-á o procedi- mento sumaríssimo. V. O interrogatório do réu, no procedimento ordinário, é o último ato de inquirição da audiência de ins- trução e julgamento. Estão corretas APENAS as afirmações (A) II e IV. (B) IV e V. (C) I, II e IV. (D) I, II e V. (E) I, IV e V. 39. Instaurado inquérito policial para investigação de roubo de veículos na cidade de Foz do Iguaçu, Marivaldo é preso preventivamente, pela suposta prática dos crimes dos arts. 157, § 2o, I e 288 do Código Penal. Tendo sido co- municada a prisão e encaminhada a cópia do cumpri- mento do mandado ao Defensor Público, que se dirigiu à Delegacia de Polícia. De acordo com as prerrogativas contidas na Lei Complementar no 80/94 e as disposi- ções do Código de Processo Penal analise as afirmações abaixo. I. Se houver a decretação da incomunicabilidade do indiciado, o Defensor Público não poderá se entre- vistar com aquele, a fim de assegurar a continui- dade das investigações. II. O Defensor Público deverá agendar previamente a sua visita à Delegacia de Polícia para se entrevistar com o preso. III. O Defensor Público terá acesso aos autos do in- quérito policial, podendo apenas tomar aponta- mentos. IV. Enquanto não relatado o inquérito policial o Defen- sor Público poderá ter acesso aos autos, mas não obterá cópias, dada a sua sigilosidade. V. O Defensor Público não precisará de procuração do indiciado para ter vista dos autos do inquérito policial, podendo praticar os atos que entender ne- cessários. Está correto o que se afirma em (A) III, apenas. (B) V, apenas.(C) III e V, apenas. (D) III, IV e V, apenas. (E) I, II, III, IV e V. _________________________________________________________ 40. Sobre a emendatio e a mutatio libelli no Código de Proces- so Penal é correto afirmar: (A) A ausência de aditamento, mesmo após a remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, na forma do art. 384, § 1o do CPP, obrigará o Juiz a absolver o acusado, em razão da ausência de correlação. (B) Quando na instrução advir fato diverso não contido na denúncia, deve o Ministério Público, em alega- ções finais, requerer a condenação do acusado pelo novo crime. (C) A alteração na definição jurídica do fato, mesmo sem alteração em sua descrição, exige aditamento da imputação. (D) Após o oferecimento do aditamento a defesa terá o prazo de 10 (dez) dias para se manifestar, podendo arrolar testemunhas, requerer diligências e proceder a novo interrogatório do réu. (E) O Tribunal de Justiça pode receber aditamento em grau de recurso, determinando o retorno dos autos à origem para a nova instrução do feito. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 10 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva Direito Civil 41. Acerca das diretrizes regentes e estruturantes do processo de codificação do Código Civil de 2002, fundadas no pen- samento culturalista de Miguel Reale, é INCORRETO afirmar: (A) A sistematicidade norteou a concepção de insepara- bilidade do Código Civil com as demais normas do ordenamento jurídico, o que se verifica na forma de definição dos juros legais. (B) A operabilidade determinou a adoção de soluções normativas para a facilitação da interpretação, aplica- ção e adaptação do Direito, o que se verifica na ado- ção das normas abertas como técnica legislativa. (C) A socialidade implicou na funcionalização dos mode- los jurídicos, fazendo prevalecer os valores coletivos sobre os individuais, sem que sejam desconsidera- dos os valores inerentes à pessoa, o que se verifica na previsão do instituto do abuso de direito. (D) A eticidade provocou a opção antropocêntrica da co- dificação civil, implicando na prevalência de critérios éticos sobre os de natureza formal, o que se verifica nos institutos da lesão e do estado de perigo. (E) A igualdade formal determinou o tratamento igualitá- rio dos sujeitos de direitos e o afastamento de regi- mes tutelares, o que se verifica no afastamento de um regime de proteção dos incapazes, presentes na anterior codificação civil. _________________________________________________________ 42. Sobre o Direito de Família, é correto afirmar: (A) Provado o adultério, fato confessado pela esposa, resta ilidida a presunção de paternidade com relação à criança nascida cem dias após a dissolução da sociedade conjugal. (B) Filho advindo de relação extraconjugal somente po- de ser reconhecido pelo pai em conjunto com a mãe. (C) É ineficaz a condição aposta ao ato de reconheci- mento do filho, sendo admitida a previsão de termo, uma vez que este trata de evento de ocorrência certa. (D) A dívida contraída pela esposa para aquisição de bens necessários à economia doméstica obriga soli- dariamente o marido, ainda que este não tenha auto- rizado a contratação. (E) Nos termos da lei civil, o adotado está impedido de casar com a filha biológica do adotante, não haven- do impedimento para o reconhecimento da união estável entre os mesmos. _________________________________________________________ 43. Devido a dificuldades financeiras, Andrei teve de penhorar antigo relógio deixado de herança pelo seu falecido pai. O bem foi repassado a terceiro, deixando Andrei com um grande sentimento de culpa pelo ocorrido. Contudo, duran- te um almoço, Andrei vê o relógio que julga ser aquele que pertenceu ao seu genitor na posse de Marcus, seu colega de trabalho. Informando ao colega detalhes da história familiar e que possui a relojoaria como hobby, devido ao aprendizado que teve com seu pai, relojoeiro de profissão, Andrei questiona Marcus “se este venderia o relógio que era do seu pai pelo valor X”, o que é aceito pelo vendedor, que silencia tratar-se de peça que jamais pertenceu a família de Andrei, fato que vem a ser constatado pelo mesmo três semanas após a aquisição. O adquirente sentiu-se lesado por ter pago preço que considera desproporcional pelo bem, o qual não iria adquirir em razão da ausência de iden- tidade do objeto adquirido. Trata-se de hipótese de (A) nulidade do negócio jurídico por simulação relativa. (B) anulabilidade do negócio jurídico por erro essencial de Andrei. (C) anulabilidade do negócio jurídico por dolo subs- tancial praticado de forma omissiva por Marcus. (D) inexistência do negócio jurídico, por inidoneidade do objeto. (E) anulabilidade do negócio jurídico pela configuração de lesão. 44. Sobre o Direito Contratual, é correto afirmar: (A) O locatário deverá ser indenizado pelas benfeitorias úteis realizadas no imóvel locado, ainda que não ex- pressamente autorizadas pelo locador, tendo em vista ser inválida a cláusula que dispõe sobre a renúncia à indenização destas obras, nos termos da jurisprudência majoritária. (B) A sustação da compra e venda, por culpa do adqui- rente, após a pactuação de arras confirmatórias, dá ensejo ao desfazimento do negócio com a retenção do sinal, permitindo, ainda, que o vendedor requeira indenização suplementar se provar a ocorrência de prejuízo maior que o valor das arras. (C) A fiança prestada por pessoa física em contrato de locação firmado por seu irmão, sem autorização de sua esposa, é eficaz apenas com relação ao fiador. (D) Com relação à dívida pessoal, o proprietário do imóvel poderá opor a impenhorabilidade da sua vaga de garagem, devidamente registrada, na condição de bem de família. (E) A empresa X, ao prever e cobrar antecipadamente o Valor Residual Garantido (VRG) do contrato de ar- rendamento mercantil firmado por pessoa física, acaba transformando a pactuação em compra e ven- da a prestação. _________________________________________________________ 45. É correto afirmar: (A) Pessoa que, por simples cortesia, transportava seu colega na saída do trabalho, vindo a colidir seu veí- culo com caminhão, por culpa leve, causando grave lesão no colega transportado, será civilmente res- ponsável por estes danos. (B) O contrato de empréstimo somente poderá ser revi- sado pela teoria da imprevisão se houver despro- porção da prestação derivada de motivo imprevisível ocorrido no momento funcional da relação contratual. (C) O promitente comprador do imóvel, pertencente a proprietário registral, não terá direito à adjudicação compulsória se o compromisso de compra e venda não estiver registrado no cartório de imóveis, ainda que o contrato esteja devidamente quitado. (D) O contratante, que contrata alguém para a troca de telhas de sua casa, não tem de garantir a segurança do contratado, exceto se tal dever estiver expresso no pacto firmado. (E) Contrato de locação de imóvel, expressamente fir- mado para exploração de jogo ilegal, é tido como inexistente, em razão da ilicitude do objeto. _________________________________________________________ 46. Sobre o Direito das Sucessões, é correto afirmar: (A) É eficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre bem singularizado que compõe a herança ainda não partilhada. (B) Nos termos da lei civil, a companheira do falecido par- ticipará da sucessão quanto aos bens adquiridos one- rosamente na constância da união estável e, con- correndo apenas com dois descendentes só do autor da herança, caberá à companheira quota equiva- lente a que couber a cada um dos filhos do de cujus. (C) Credor de herdeiro, que vem a ser prejudicado pela re- núncia de seu devedor à herança pode, mediante autorização judicial, vir a aceitar a herança pelo renunciante. (D) Para renunciar à herança, o herdeiro deve o fazer expressamente, por meiode termo judicial ou instru- mento público ou particular. (E) A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido, mas após a partilha por este débito res- ponderão os herdeiros, independente da proporção recebida de herança por cada qual, cabível o pos- terior direito de regresso. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva 11 47. Marcelo firmou contrato de mútuo feneratício com João e José, pelo qual emprestou cinco mil reais para cada um, a fim de que os mesmos iniciassem um pequeno comércio. Neste caso, (A) não havendo estipulação de juros, estes não serão presumidos. (B) em se tratando de contrato civil, é válida a previsão de juros capitalizados anualmente, ainda que sem taxa estipulada, quando então estes encargos serão fixados segundo a taxa referencial do Sistema Espe- cial de Liquidação e Custódia (SELIC). (C) em sendo prevista a solidariedade passiva, e sendo inadimplidas as prestações por José, Marcelo deve- rá primeiramente requerer o pagamento deste, para depois acionar João. (D) o contrato é existente, eis que possui objeto idôneo, qual seja, bem infungível. (E) verificada a inviabilidade do comércio de João e José, indicando mudança na situação econômica dos mutuários, antes do vencimento da prestação Marcelo não pode exigir garantia da restituição dos valores emprestados. _________________________________________________________ 48. Sobre o Direito Obrigacional, é correto afirmar: (A) Caso o devedor, no desempenho de sua capacidade civil e de forma espontânea, pague dívida prescrita, não poderá requerer a repetição do pagamento. (B) Firmado contrato de compra e venda pelo qual o vendedor se obriga a entregar ao adquirente um dos dois imóveis de sua propriedade, caberá ao credor a escolha, caso não prevista hipótese distinta na pactuação. (C) Na obrigação de dar coisa certa, o credor pode ser instado a receber coisa diversa, quando esta for mais valiosa. (D) Ao efetivar o adimplemento da obrigação, o devedor tem direito a quitação regular pelo credor, mas não pode reter o pagamento em caso de não lhe ser alcançado recibo ou outra prova da quitação, sob pena de configuração da mora. (E) Descumprida a obrigação, fora dos parâmetros con- tratados, se concretiza o inadimplemento absoluto, independentemente da prestação ainda se mostrar útil ao credor. _________________________________________________________ 49. Sobre o Sistema de Responsabilidade Civil é correto afirmar: (A) No caso de atropelamento por veículo dirigido profis- sionalmente, a pretensão de reparação civil das esco- riações e fraturas sofridas, pelo pedrestre, sob o pris- ma do Direito Civil, exigirá a prova da culpa do motorista ofensor. (B) Moradora de Curitiba perdeu o horário para reali- zação de prova de segunda fase de concurso reali- zado em Manaus em razão de atraso no voo devido à greve dos pilotos de determinada companhia aérea. Esta situação caracteriza o chamado dano reflexo ou por ricochete. (C) Pessoa embriagada, que atravessa larga avenida fora da faixa de segurança e correndo, vindo a ser atropelada por motorista que trafegava acima do li- mite de velocidade, deve ser indenizada integral- mente, com base no princípio da restitutio in integrum. (D) Microempresário contrata as empresas X e Y para o transporte cumulativo de uma carga que deixa de ser entregue em seu destino. Nesse caso, cada trans- portador deve responder pelo eventual descumpri- mento do contrato relativamente ao respectivo per- curso, podendo opor tratar-se de obrigação de meio. (E) Famoso artista de rua, que tem sua imagem veicu- lada em propaganda comercial sem sua autorização, terá direito à indenização, independentemente da demonstração de seu prejuízo. 50. É correto afirmar: (A) A pessoa jurídica, porque não titulariza direitos sub- jetivos referentes à dignidade da pessoa humana, não é titular de direitos da personalidade, embora possa sofrer dano moral. (B) A indenização por dano estético, na qualidade de es- pécie de dano moral, abarca este, não havendo falar em responsabilização autônoma do agente ofensor com relação aos danos psicológicos. (C) É cabível a recusa do pagamento da indenização acidentária civil baseada na falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Ter- restres (DPVAT). (D) O absolutamente incapaz não responde pelos danos que causar, tendo em vista a responsabilidade priva- tiva de seus pais ou responsáveis. (E) No caso de deterioração da coisa alheia, provocada para remover perigo iminente provocado por tercei- ro, assistirá ao proprietário da coisa direito a indeni- zação a ser paga pelo causador direto do dano, ain- da que à luz da lei civil este não tenha cometido ato ilícito. _________________________________________________________ 51. Acerca da propriedade e de suas formas de aquisição, aquele que (A) possui ininterruptamente, há seis anos, imóvel urba- no com 130 metros quadrados, contíguo com imóvel de sua propriedade com 80 metros quadrados, tem direito ao usucapião urbano. (B) estabeleceu sua moradia habitual há sete anos em determinado imóvel, após firmar e adimplir com os ditames de contrato de compra e venda registrado e recentemente anulado por falta de capacidade civil do vendedor, terá de aguardar mais três anos para adquirir direito à aquisição da propriedade por usucapião. (C) reivindica extensa área de terras de sua proprie- dade, atualmente ocupada por trinta famílias que ingressaram a nove anos no local, de boa-fé, em razão de um processo irregular de loteamento, vindo a urbanizar a área com recursos próprios, pode vir a ser privado da coisa, desde que devidamente indeni- zado pelos possuidores. (D) invadiu imóvel alheio e ali estabeleceu sua moradia habitual há onze anos, cultivando no local hortaliças para venda na região, terá de aguardar mais quatro anos para adquirir direito à aquisição da propriedade por usucapião. (E) possuiu de forma contínua e de boa-fé bem móvel como seu pelo período de dois anos, tem direito à aquisição da propriedade por usucapião. _________________________________________________________ 52. Sobre o Direito de Família é correto afirmar: (A) Adolescente de 17 anos, que mantém relação está- vel com pessoa absolutamente capaz, procura a De- fensoria Pública para que haja a supressão judicial da autorização negada pelos seus genitores para a realização do casamento, hipótese na qual será im- posto aos nubentes o regime da separação de bens. (B) O marido não possui direito potestativo ao divórcio, eis que este instituto depende do implemento de re- quisito temporal. (C) A paternidade socioafetiva deve ceder à paternidade genética, quando esta restar provada. (D) A emancipação legal não extingue o poder familiar exercido pelos pais, uma vez que não se trata de hipótese concedida voluntariamente, permanecendo os genitores responsáveis pelos atos ilícitos pratica- dos pelo emancipado até a maioridade. (E) Irmãos são considerados parentes em linha reta. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 12 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva Direito Processual Civil 53. Acerca do litisconsórcio, da assistência e da intervenção de terceiros no processo civil, é correto afirmar: (A) Havendo um número exagerado de litisconsortes ne- cessários no polo passivo do processo, o juiz poderá limitar o número de litigantes e determinar o desdo- bramento das ações, quando tal fato comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. (B) O pedido de limitação do litisconsórcio multitudinário deve ser feito pelo réu no bojo da contestação, sob pena de ocorrer preclusão consumativa. (C) Não sendo o assistente adesivo parte no processo, eventual derrota do assistido não implicará na con- denação daquele nascustas processuais, mesmo a despeito de sua efetiva participação na demanda. (D) Proposta ação anulatória de arrematação judicial con- tra o exequente e o arrematante, terceiro que se con- sidera o verdadeiro proprietário do bem, poderá, vi- sando a participar do processo em curso, ajuizar opo- sição contra todos os litigantes da demanda anulatória. (E) A denunciação à lide funda-se no ajuizamento, pelo denunciante, de lide eventual, subsidiária, proces- sada em simultaneus processus com a ação princi- pal, cujo julgamento ocorre secundum eventum litis, envolvendo direito de garantia, de regresso ou de indenização que o denunciante pretende exercer contra o denunciado. _________________________________________________________ 54. Sobre o procedimento ordinário, é correto afirmar: (A) Como os pedidos devem ser interpretados restritiva- mente, tratando-se de obrigação consistente em pres- tações periódicas, as que se vencerem no curso do processo não serão incluídas na sentença a ser pro- ferida, salvo se o autor expressamente as requerer. (B) Recebida a exceção de incompetência oposta pelo réu em feito que tramita no primeiro grau de juris- dição, o processo ficará suspenso até que seja defi- nitivamente julgada pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. (C) Contra o revel que tenha patrono nos autos, correrão os prazos independentemente de intimação, a partir da publicação de cada ato decisório. (D) O julgamento antecipado da lide coloca em prática a garantia do jurisdicionado à razoável duração dos processos, alçado na atualidade a princípio de esta- tura constitucional. (E) A conexão é requisito indispensável para que seja permitida a cumulação, num único processo, de vários pedidos contra o mesmo réu. _________________________________________________________ 55. Sobre a sentença e a coisa julgada, é correto afirmar: (A) Quando o autor tiver formulado pedido certo, é veda- do ao juiz proferir sentença ilíquida. (B) Formulado pedido certo e determinado, autor e réu têm interesse recursal em arguir o vício da sentença ilíquida. (C) Processada uma causa de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre pelo rito comum sumário, o juiz poderá proferir sen- tença ilíquida, deixando a fixação do montante da condenação para a fase de liquidação, toda vez que entender ser a causa complexa. (D) O fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direi- to, passível de influir no julgamento da lide, porém surgido após a fase de saneamento do processo, não poderá ser considerado pelo juiz de ofício em razão do princípio da inalterabilidade da demanda. (E) Em razão da proibição de sentença extra petita, no caso de o autor ter formulado pedido genérico, o juiz não poderá proferir sentença líquida. 56. A respeito dos recursos no direito processual civil, é correto afirmar: (A) A concessão de efeito suspensivo ope iudices pelo relator do recurso é uma particularidade do agravo de instrumento, não sendo cabível, ainda que de modo excepcional, na apelação. (B) De acordo com o regime dos recursos especiais repetitivos, publicado o acórdão do recurso para- digma pelo Superior Tribunal de Justiça, os recursos especiais sobrestados na origem não terão segui- mento na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação do Superior Tribunal de Justiça. (C) Da decisão do relator que concede ao agravo de instrumento o efeito ativo caberá agravo interno para o órgão competente para o julgamento daquele re- curso, se a referida decisão puder causar à parte lesão grave ou de difícil reparação. (D) Quando o agravo de instrumento interposto for mani- festamente inadmissível ou infundado, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da cau- sa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. (E) A repercussão geral é requisito de admissibilidade específico do recurso especial, já que o recurso ex- traordinário, por sempre tratar de questões consti- tucionais, tem sua relevância pressuposta. _________________________________________________________ 57. Com relação à Lei no 12.016/09, que disciplina o Manda- do de Segurança individual e coletivo, é correto afirmar: (A) O candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas previsto no edital tem mera ex- pectativa de direito. Porém, o Superior Tribunal de Justiça entende que, havendo contratações a título precário no período de validade do concurso, muito embora existam cargos de provimento efetivo vagos, o referido candidato aprovado além das vagas veicu- ladas passa a ter direito líquido e certo à nomeação. (B) A autoridade coatora, por figurar como mero repre- sentante do órgão ou pessoa jurídica a que perten- ce, não detém legitimidade para recorrer em nome pró- prio, apenas podendo fazê-lo na condição de terceiro. (C) Em razão da aplicação subsidiária do Código de Processo Civil à nova Lei do Mandado de Segu- rança, a execução provisória da sentença conces- siva da ordem deverá observar as limitações impos- tas naquele diploma processual. (D) Concedida a segurança, a sentença não estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição quando estiver fundada em jurisprudência do plená- rio do Supremo Tribunal Federal. (E) A referida Lei adotou expressa e literalmente a cor- rente ampliativa, admitindo a impetração de manda- do de segurança coletivo para a proteção de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos. _________________________________________________________ 58. No processo de execução (A) os embargos do devedor serão extintos, em razão da dependência lógica para com o processo execu- tivo, no caso de o exequente desistir de toda a exe- cução, pouco importando o seu conteúdo. (B) o valor dos honorários advocatícios sucumbenciais se- rá fixado de maneira equitativa pelo juiz, salvo se hou- ver a oposição de embargos do devedor, situação em que serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor do crédito executado. (C) a execução de título executivo extrajudicial, iniciada como definitiva, não poderá se transformar em exe- cução provisória, sob pena de subversão de todo o sistema executivo. (D) civil, segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a penhora de dinheiro na ordem de no- meação de bens não tem caráter absoluto. (E) a moratória judicial, por ser uma imposição legal, não poderá ser recusada pelo credor, devendo este aceitar a forma de pagamento estipulada segundo o prudente arbítrio do juiz. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva 13 59. O que se tem observado atualmente no direito processual é uma forte aproximação entre os sistemas da common law e da civil law. O stare decisis − a eficácia vinculante dos precedentes − já tem o seu equivalente próximo no direito brasileiro, que é a súmula vinculante. A respeito dos institutos que privilegiam os precedentes, no direito brasileiro, é correto afirmar. (A) O Superior Tribunal de Justiça decidiu que a aplicação do art. 285-A do Código de Processo Civil dispensa que a sentença de improcedência prima facie esteja alinhada ao entendimento cristalizado nas instâncias superiores, bastando que haja mani- festação anterior no próprio juízo de origem. (B) O juiz que proferiu a sentença está autorizado a não receber o recurso de apelação dela interposto quan- do a decisão prolatada estiver em conformidade com súmula do próprio tribunal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. (C) O relator negará seguimento a recurso que estiver em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribu- nal Federal, ou de Tribunal Superior, não podendo ser tal regra aplicada no julgamento do reexame necessário. (D) O enunciadosumular do Superior Tribunal de Justi- ça, que impede o conhecimento do recurso especial pela divergência, quando a decisão recorrida estiver em consonância com o entendimento firmado no próprio tribunal superior, também alcança a hipóte- se em que o recorrente alega ter o acórdão violado tratado ou lei federal, ou negado-lhes vigência. (E) A súmula vinculante tem por escopo vencer contro- vérsia atual entre os órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, com aptidão para gerar grave insegurança jurídica e indesejável mul- tiplicação de processos sobre questão idêntica, não sendo admitida a sua revisão ou cancelamento senão depois de um ano da sua edição. _________________________________________________________ 60. Considerando as disposições referentes aos procedi- mentos especiais de jurisdição contenciosa regulados pelo Código de Processo Civil, (A) a ação de embargos de terceiro não é admissível se fundada em alegação de posse proveniente de com- promisso de compra e venda de imóvel desprovido do respectivo registro. (B) de igual maneira ao que ocorre no procedimento ordinário, a utilização da reconvenção na ação moni- tória pressupõe a apresentação dos embargos ao mandado judicial de pagamento ou de entrega. (C) o Superior Tribunal de Justiça passou a entender que, inobstante disponha o credor de título executivo extrajudicial, é possível o ajuizamento de ação moni- tória, desde que a opção não venha prejudicar o direito de defesa do devedor. (D) a presença do fator urgência é condição inarredável para a concessão da liminar possessória de reinte- gração ou manutenção, que poderá, conforme a discricionariedade do julgador, ser precedida da realização de audiência de justificação. (E) o julgamento de ação possessória anterior, com decisão transitada em julgado, inibe a propositura de ação demarcatória sobre o mesmo bem imóvel em razão do obstáculo intransponível da coisa julgada material, reconhecidamente um pressuposto proces- sual negativo. Direito do Consumidor 61. De acordo com a nova realidade contratual prevista no Código de Defesa do Consumidor, (A) não se exige a imprevisibilidade do fato superve- niente para a revisão de cláusulas contratuais. (B) o pacta sunt servanda tem preponderância sobre os outros princípios. (C) as cláusulas contratuais devem ser interpretadas de forma extensiva. (D) as cláusulas contratuais gerais têm controle adminis- trativo abstrato e preventivo. (E) a forma de redação dos instrumentos contratuais assume relevância relativa. _________________________________________________________ 62. Em junho de 2011, Renata adquiriu, para uso pessoal, um aparelho de som, com garantia contratual de 12 meses. Seis meses após a compra, o aparelho esquentou muito e queimou. Levado à assistência técnica, após 27 dias, foi apresentado laudo que o produto não tinha conserto, considerando a extensão do vício ocasionado e que não havia nada a ser feito. Nesse caso, tendo em vista o que dispõe o Código de Defesa do Consumidor, (A) não tem relevância se existe ou não vínculo contra- tual em casos de responsabilidade por vício do produto. (B) o direito de reclamar judicialmente se iniciou no mo- mento em que ficou evidenciado o vício e o prazo decadencial é de trinta dias. (C) a consumidora tem direito a restituição imediata da quantia paga, independentemente do prazo que o fornecedor ficou com o produto. (D) inexiste solidariedade entre o fabricante e o comer- ciante em questões relativas a vício do produto, segundo o Código de Defesa do Consumidor. (E) a consumidora não tem direito a substituição do produto por outro da mesma espécie, considerando que o prazo máximo que dispõe o fornecedor para sanar o vício não foi atingido. _________________________________________________________ 63. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, (A) a inscrição de inadimplente pode ser mantida nos servi- ços de proteção ao crédito por, no máximo, três anos. (B) é desnecessária a comunicação ao consumidor da abertura de cadastro, ficha, registro e dados pes- soais e de consumo. (C) os bancos de dados e cadastros relativos aos consu- midores e os serviços de proteção ao crédito são considerados entidades de caráter privado. (D) cabe ao fornecedor a notificação do devedor antes de proceder à inscrição. (E) da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quan- do preexistente legítima inscrição. Caderno de Prova ’A01’, Tipo 001 14 DPEPR-Defensor Público-Prova Objetiva 64. Sobre oferta e publicidade é correto afirmar que (A) no caso de outorga de crédito, como nas hipóteses de financiamento ou parcelamento, é necessária apenas a discriminação do número, periodicidade e valor das prestações. (B) o ônus da prova da veracidade e correção da infor- mação ou comunicação publicitária cabe à agência de publicidade. (C) é enganosa a publicidade que desrespeita valores da sociedade e que é capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial à sua saúde. (D) configura infração ao direito básico do consumidor à informação apenas informar os preços em parcelas, obrigando-o ao cálculo total. (E) da inexecução de uma oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor não pode aceitar a entre- ga de outro produto ou prestação de serviço equi- valente. _________________________________________________________ Direitos Difusos e Coletivos 65. Um cidadão procura os serviços de assistência jurídica da Defensoria Pública do Paraná em Curitiba, relatando a cobrança da “taxa para procedimentos operacionais”, no valor de R$ 5.000,00, pelo Banco Lucrobom, para a expe- dição da declaração de quitação integral do financiamento imobiliário que havia contratado. Ao pesquisar sobre o assunto, o Defensor Público responsável pelo caso identi- ficou uma ação civil pública ajuizada pela Defensoria Pú- blica do Ceará, na 1a Vara Cível da Comarca de Fortale- za, contra o mesmo banco e questionando a mesma taxa, cuja sentença, ao julgar procedente a demanda, proibiu a cobrança da taxa em novas oportunidades e determinou a devolução em dobro para aqueles que já a haviam cus- teado. A decisão transitara em julgado um mês antes, após julgamento da apelação, à qual se negou provi- mento, pelo Tribunal de Justiça do Ceará. Diante desses fatos, a medida a ser adotada pelo Defensor Público é (A) o ajuizamento de ação individual de conhecimento em Curitiba, já que a eficácia da sentença em ação civil pública limita-se à competência territorial do órgão prolator e apenas os residentes em Fortaleza podem executar aquela decisão. (B) a execução individual da decisão em Curitiba, já que a eficácia da sentença em ação civil pública não sofre limitação territorial, alcançando todos que dela possam beneficiar-se. (C) o encaminhamento do caso para a Defensoria Públi- ca do Ceará para que a decisão seja executada em Fortaleza, ainda que o cidadão resida em Curitiba, já que a eficácia da sentença em ação civil públi- ca limita-se à competência territorial do órgão pro- lator. (D) o encaminhamento do caso para a Defensoria Públi- ca do Ceará para que a decisão seja executada em qualquer comarca do Ceará, ainda que o cidadão resida em Curitiba, já que a eficácia da sentença em ação civil pública limita-se à competência territorial do órgão prolator, que é o Tribunal de Justiça do Ceará, por ter manifestado-se sobre o mérito da ação no julgamento da apelação. (E) o ajuizamento de ação individual de conhecimento em Curitiba, já que a eficácia da sentença em ação civil pública limita-se à competência territorial do órgão prolator e como houve manifestação do Tribu- nal de Justiça do Ceará no caso, apenas os residen- tes daquele estado podem executar a decisão. 66. O Ministério Público do Paraná firmou
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