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Obrigações Tributárias no Direito Tributário

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JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012
PROFESSOR: DIEGO ADERNE 
Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 1 
Aula 3 
Aula 3 - 13. Obrigação Tributária Principal e Acessória. 14. Fato Gerador
da Obrigação Tributária. 15. Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade.
Capacidade Tributária. 16. Domicílio Tributário. 17. Responsabilidade
Tributária. Conceito. 17.1. Responsabilidade dos Sucessores. 17.2.
Responsabilidade de Terceiros. 17.3. Responsabilidade por Infrações. 18.
Crédito Tributário. Conceito. 19. Constituição do Crédito Tributário. 19.1.
Lançamento. Modalidades de Lançamento. 19.2. Hipóteses de alteração do
lançamento. 20. Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário.
Modalidades. 21. Extinção do Crédito Tributário. Modalidades. 22. Pagamento
Indevido. 23. Exclusão do Crédito Tributário. Modalidades. 24. Garantias e
Privilégios do Crédito Tributário. 25. Administração Tributária. 25.1.
Fiscalização. 25.2. Dívida Ativa. 25.3. Certidões Negativas. 
Obrigação Tributária Principal e Acessória 
1) “A obrigação acessória, quando inobservada, nos termos do arts. 113, §§ 2º 
e 3º e 115 do CTN, torna-se obrigação principal, em relação à multa 
pecuniária, seguindo a natureza jurídica dos tributos e sujeita aos mesmos 
dispositivos aplicáveis. (...) As multas aplicadas pela Receita Federal do 
Brasil, decorrentes do descumprimento de obrigação acessória, detém 
caráter tributário e são incluídas nos programas de parcelamentos de 
débitos fiscais.” (REsp 837949; Min. Luiz Fux; 28/04/2009) 
As multas, embora não sejam tributos, possuem caráter tributário, vale
dizer, constituem-se em obrigação tributária principal. 
2) “É cediço que, nos termos do art. 113, § 2º, do CTN, em torno das relações 
jurídico-tributárias relacionadas ao tributo em si, exsurgem outras, de 
conteúdo extra-patrimonial, consubstanciadas em um dever de fazer, não-
fazer ou tolerar. São os denominados deveres instrumentais ou obrigações 
acessórias, inerentes à regulamentação das questões operacionais relativas à 
tributação, razão pela qual sua regulação foi legada à 'legislação tributária' 
em sentido lato, podendo ser disciplinados por meio de decretos e de 
normas complementares, sempre vinculados à lei da qual dependem.” 
(REsp 724.779, Min. Luiz Fux, 12/09/2006) 
Já foi cobrado: 
1. (FCC/2009/ICMS-SP/Agente Fiscal de Rendas) “A relação jurídica tributária 
refere-se não só à obrigação tributária stricto sensu, como ao plexo de deveres
instrumentais, (positivos ou negativos) que gravitam em torno do tributo, 
JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012
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colimando facilitar a aplicação exata da norma jurídica que o previu. (...) Todos
estes deveres, repita-se, não possuem, em si mesmos, cunho patrimonial”. 
(Roque Antônio CARRAZZA. Curso de direito constitucional tributário. 23. ed.
São Paulo: Malheiros, 2007, p. 331-332). 
O texto refere-se à obrigação tributária acessória, que pode existir sem que
exista obrigação tributária principal, em virtude de isenção ou imunidade, por
exemplo, e que deve vir sempre prevista em lei, com natureza jurídica de
obrigação de fazer ou não fazer. 
Correto. 
Obrigações acessórias podem ser instituídas por atos infralegais, não
estando sujeitas à reserva legal estrita, mas devem ter a previsão legal.
Percebam que a previsão legal, que se assemelha a uma autorização, é
diferente de instituição da obrigação por lei. 
É comum que a lei que tenha instituído o tributo delegue a definição das
obrigações acessórias ao poder executivo. 
3) “Os deveres instrumentais, previstos na legislação tributária, ostentam 
caráter autônomo em relação à regra matriz de incidência do tributo, uma 
vez que vinculam, inclusive, as pessoas físicas ou jurídicas que gozem 
de imunidade ou outro benefício fiscal. Destarte, o ente federado 
competente para instituição de determinado tributo pode estabelecer deveres 
instrumentais a serem cumpridos até mesmo por não contribuintes, 
desde que constituam instrumento relevante para o pleno exercício do poder-
dever fiscalizador da Administração Pública Tributária, assecuratório do 
interesse público na arrecadação.” (REsp 1116792, Min. Luiz Fux, 
24/11/2010). 
As obrigações acessórias são deveres autônomos. Com efeito, não
estão vinculadas às obrigações tributárias principais. Além disso, esses deveres
instrumentais podem ser cobrados, inclusive, de não contribuintes. 
No caso em tela foi decidido que, no deslocamento de bens do ativo
imobilizado entre estabelecimentos de uma mesma pessoa jurídica, é possível
a exigência, pelo fisco estadual, de que esses bens estejam acompanhados das
respectivas notas fiscais, ainda que tal deslocamento não configure
hipótese de incidência do ICMS. 
Já foi cobrado: 
2. (CESPE/2007/TJ-TO/Juiz/Adaptada) No que se refere ao crédito tributário, é
correto afirmar que a exclusão do crédito tributário dispensa o cumprimento 
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das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja 
excluído, ou dela conseqüente. 
Errado. 
Não há jurisprudência relevante para nós sobre Fato Gerador da Obrigação
Tributária. 
Sujeição Ativa e Passiva. 
4) “O art. 9º do Decreto-Lei 1.578/1977 determinava: "O produto da 
arrecadação do imposto de exportação constituirá reserva monetária, a crédito 
do Banco Central do Brasil, a qual só poderá ser aplicada na forma 
estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional". O fato de "o produto da 
arrecadação" ser destinado ao Banco Central do Brasil não tem o 
condão de fazer da autarquia sujeito ativo do imposto. A União - ente 
que detém a competência tributária, na forma do art. 23 do CTN - possui 
também a qualidade de sujeito ativo do Imposto de Exportação. Cabe a ela o 
dever de restituir o tributo indevidamente pago. Precedentes do Tribunal 
Federal de Recursos.” (REsp 742481; Min. Herman Benjamin; 04/08/2009) 
Por outro lado, em sentido contrário: 
Súmula nº 447 do STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes 
legítimas na ação de restituição de imposto de renda retido na fonte 
proposta por seus servidores. 
5) “Os Estados da Federação são partes legítimas para figurar no pólo 
passivo das ações propostas por servidores públicos estaduais, que visam o 
reconhecimento do direito à isenção ou à repetição do indébito relativo ao 
imposto de renda retido na fonte. "O imposto de renda devido pelos 
servidores públicos da Administração direta e indireta, bem como de todos os 
pagamentos feitos pelos Estados e pelo Distrito Federal, retidos na fonte, irão 
para os cofres da unidade arrecadadora, e não para os cofres da União, já que, 
por determinação constitucional "pertencem aos Estados e ao Distrito Federal." 
(José Cretella Júnior, in Comentários à Constituição Brasileira de 1988, Forense 
Universitária, 2 a edição, vol. VII, arts. 145 a 169, p. 3714).” (REsp 989419; 
Min. Luiz Fux; 25/11/2009) 
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No caso específico do IR de servidores públicos retido na fonte pelos
Estados e DF, o STJ entende ser possível que esses entes federativos, e não a
União, respondam pela restituição do imposto, sendo partes legítimas na
ação de restituição. 
A Súmula acima foi editada em 2010 e se refere ao IR, por isso tem
grandes chances de cair na sua prova!! 
CTN, art. 7º: a competência tributária é indelegável, salvo atribuição das
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos
ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18
da Constituição.§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais
que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. 
Sujeito ativo da relação tributária é a entidade detentora das funções de
arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária. 
De acordo com o CTN, apenas uma pessoa jurídica de direito público
poderia ser sujeito ativo. Porém, a jurisprudência é no sentido de que
entidades privadas também podem receber tal qualidade, como é o caso
do SENAI, SEBRAE, SESC, etc. Nesse sentido, vejamos: 
6) “O SENAI, como pessoa jurídica titular da competência para exigir o 
pagamento da contribuição social de interesse das categorias profissionais ou 
econômicas prevista nos arts. 4º do Decreto-lei 4.048/42 e 1º do Decreto-lei 
6.246/44, a par da atribuição de arrecadação e fiscalização cometida ao INSS 
com fulcro no art. 94 da Lei 8.212/91, tem legitimidade ativa ad causam 
para promover diretamente a ação de cobrança da respectiva 
contribuição, como previsto no art. 6º, parágrafo único do seu Regimento 
Interno” (REsp 735278; Min. Eliana Calmon; 12/06/2007) 
7) Súmula nº 396 do STJ: A Confederação Nacional da Agricultura tem 
legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural. 
Não acredito que haja disposições jurisprudenciais relevantes para a nossa
prova sobre solidariedade, capacidade tributária e domicílio tributário. 
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Responsabilidade Tributária 
I. Substituição Tributária 
8) “O Superior Tribunal de Justiça vem entendendo que cabe à fonte pagadora 
o recolhimento do tributo devido. Porém, a omissão da fonte pagadora não 
exclui a responsabilidade do contribuinte pelo pagamento do imposto, 
o qual fica obrigado a declarar o valor recebido em sua declaração de ajuste 
anual”. (REsp 704845, Min. Mauro Campbell Marques, 19/08/2008) 
Já foi cobrado: 
3. (ESAF/2009/AFRF) Sabendo-se que a fonte pagadora é responsável pela
retenção do imposto de renda, não pode ser imputada ao contribuinte a
obrigação pelo pagamento do tributo, caso o imposto não tenha sido recolhido. 
Errado. 
O responsável tributário pela retenção e recolhimento do IR é a fonte
pagadora. Entretanto, caso ele deixe de efetuar tal retenção, caberá ao
contribuinte (aquele que auferiu a renda) efetuar o recolhimento do tributo
por conta própria. 
9) “O fato gerador presumido, por isso mesmo, não é provisório, mas 
definitivo, não dando ensejo a restituição ou complementação do 
imposto pago, senão, no primeiro caso, na hipótese de sua não-
realização final.” (ADI 1851, Min. Ilmar Galvão, 07/05/2002) 
Já foi cobrado: 
4. (ESAF/2006/ICMS-CE/AFRE) No regime de substituição tributária, o
entendimento atual do Supremo Tribunal Federal permite afirmar-se que 
a) a operação realizada por preço inferior ao que tenha servido de base para o
cálculo do imposto faz nascer o direito à compensação da diferença. 
b) existe a responsabilidade solidária sobre o tributo. 
c) assegura-se ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor pago
em qualquer hipótese. 
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d) a restituição ocorre apenas nas hipóteses em que o fato gerador presumido
não vier a acontecer. 
e) assegura-se ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor pago
apenas na hipótese em que este (substituído) venha a assumir também a
condição de substituto. 
Correta a letra “d”. 
Estabelece a CF/88: 
Art. 150, § 7.º: A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a
condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato
gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador
presumido. 
Quanto à substituição tributária, o fato gerador é presumido. Caso a
operação seja realizada por valor inferior ao presumido, não há que se falar
em restituição do imposto pago a maior. 
Para o STF, o fato gerador, apesar de presumido, é definitivo. Com
efeito, a única possibilidade de restituição do imposto é quando o fato
gerador presumido não ocorre. 
II. Denúncia espontânea 
CTN, art. 138: A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos
juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade
administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. 
10) “É desnecessário fazer distinção entre multa moratória e multa punitiva, 
visto que ambas são excluídas em caso de configuração da denúncia 
espontânea.” (REsp 774058, Min. Teori Albino Zavascki, 01/10/2009) 
11) “Inaplicável o instituto da denúncia espontânea quando se trata de 
multa isolada imposta em face do descumprimento de obrigação acessória. 
(REsp 916168, Min. Herman Benjamin, 24/03/2009) 
Já foi cobrado: 
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5. (FMP/2012/ISS-POA/AFRM) A denúncia espontânea afasta a
responsabilidade por quaisquer multas, seja moratória, de ofício ou isolada,
ainda que a infração punida configure descumprimento de obrigação acessória. 
Errado. 
A responsabilidade por uma infração é afastada pela denúncia
espontânea, que impede a aplicação de multa moratória e multa de ofício
(punitiva), pelo não recolhimento devido do tributo (obrigação tributária
principal). 
Porém, para o STJ, a multa isolada (aplicada por descumprimento de
obrigação acessória) não é afastada pela denúncia espontânea. Esse
entendimento defende que a obrigação acessória é autônoma e não está
vinculada ao fato gerador. 
Ainda nesse sentido, vejamos uma decisão bastante explicativa: 
12) “A entrega das declarações de operações imobiliárias fora do prazo 
previsto em lei constitui infração formal, não podendo ser considerada 
como infração de natureza tributária, apta a atrair o instituto da 
denúncia espontânea previsto no art. 138 do Código Tributário Nacional. Do 
contrário, estar-se-ia admitindo e incentivando o não-pagamento de tributos 
no prazo determinado, já que ausente qualquer punição pecuniária para o 
contribuinte faltoso.” (AgRg no REsp 884939, Min. Luiz Fux, 05/02/2009) 
A entrega de declarações é um exemplo de obrigação tributária
acessória. O não cumprimento enseja a aplicação de multa isolada, que não é
afastada pela denúncia espontânea. 
13) Súmula nº 360 do STJ: O benefício da denúncia espontânea não se 
aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação 
regularmente declarados, mas pagos a destempo. 
É exemplo disso o contribuinte do ICMS (imposto cujo lançamento é por
homologação) que apresenta a declaração exigida dentro do prazo estipulado,
mas não efetua o pagamento do imposto. 
Já foi cobrado: 
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6. (FDC/2012/ISS-BH/Auditor Fiscal) A denúncia espontânea não gera os
benefícios legalmente previstos na hipótese de tributos sujeitos à homologação
regularmente declarados, mas pagos a destempo. 
Correto. 
14) “O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos 
casos de parcelamento de débito tributário.” (REsp 1102577, Min. Herman 
Benjamin, 22/04/2009) 
A denúncia espontânea só é válida se for acompanhada do pagamento
integral do tributo devido. Se houver parcelamento, não será válida a
denúncia espontânea. 
Já foi cobrado: 
7. (ESAF/2005/ICMS-RN/Auditor-Fiscal do Tesouro Estadual) A denúncia
espontânea da infração, acompanhada de pedido de parcelamento do valordo
tributo devido e dos juros de mora e apresentada antes do início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, exclui a
responsabilidade do agente. 
Errado. 
Crédito Tributário. 
I. Constituição do crédito tributário 
CTN, art. 142: Compete privativamente à autoridade administrativa constituir
o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação
da penalidade cabível. 
15) Súmula nº 436 do STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte 
reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada 
qualquer outra providência por parte do fisco. 
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O crédito tributário, em regra, é constituído pelo lançamento. Entretanto,
o STJ e o STF entendem que tal crédito também pode ser constituído com a
entrega de declarações de débito pelo contribuinte. 
Com o recebimento de uma declaração dessa qualidade (como a entrega
da GIA - Guia de Informação e Apuração do ICMS), o Fisco não precisa tomar
outras providências, o crédito já se considera constituído. 
Já foi cobrado: 
8. (FGV/2009/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) Segundo jurisprudência do STJ,
tratando-se de tributo sujeito a lançamento por homologação, e tendo o
contribuinte declarado o débito e não pagado no vencimento, considera-se
desde logo constituído o crédito tributário, tornando-se dispensável a
instauração de procedimento administrativo com a finalidade de promoção do
lançamento para viabilizar a posterior cobrança judicial. 
Correto. 
16) “A competência da Justiça do Trabalho, nos termos do disposto no art. 
114, VIII, da CF, limita-se à execução, de ofício, das contribuições sociais 
previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das 
sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores objeto de 
acordo homologado que integrem o salário de contribuição (...) Asseverou-se 
que, em relação à contribuição social referente ao salário cujo pagamento foi 
determinado em decisão trabalhista é fácil identificar o crédito exeqüendo e, 
por conseguinte, admitir a substituição das etapas tradicionais de sua 
constituição por ato típico, próprio, do magistrado. Ou seja, o lançamento, a 
notificação, a apuração são todos englobados pela intimação do 
devedor para o seu pagamento, porque a base de cálculo para essa 
contribuição é o valor mesmo do salário que foi objeto da condenação.” 
(Informativo nº 519 do STF sobre o RE 569056/PR, Min. Menezes Direito, 
11.9.2008) 
Além da possibilidade comentada anteriormente, o crédito tributário
também pode ser constituído por decisão judicial no âmbito da Justiça
do Trabalho. 
Perceba que essa hipótese se refere apenas às contribuições sociais do
art. 195, I, “a” e II. 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais: 
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I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
sem vínculo empregatício; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social,
não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
regime geral de previdência social de que trata o art. 201; 
A sentença judicial homologatória de cálculo da contribuição social
devida substitui o lançamento administrativo pelo Fisco. 
Já foi cobrado: 
9. (ESAF/2009/ATRF) O lançamento é indispensável para o recebimento do
crédito tributário (por exemplo, nos casos de crédito consignado em
pagamento e na conversão de depósito em renda), em qualquer situação. 
Errado. 
Como vimos, o lançamento é dispensável em algumas situações. 
II. Lançamento 
CTN, art. 146: A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de
decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela
autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser
efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador
ocorrido posteriormente à sua introdução. 
A modificação de critérios jurídicos não enseja a revisão de lançamento
já efetuado, pois só poderia alcançar fatos geradores futuros. Nesse sentido,
vejamos: 
17) “A mudança de critério jurídico adotado pelo fisco não autoriza a 
revisão do lançamento (Súmula 227 do TFR). A revisão de lançamento do 
imposto, diante de erro de classificação operada pelo Fisco aceitando as 
declarações do importador, quando do desembaraço aduaneiro, constitui-se 
em mudança de critério jurídico, vedada pelo CTN. O lançamento 
suplementar resta, portanto, incabível quando motivado por erro de 
direito.” (REsp 1112702, Min. Luiz Fux, 20/10/2009) 
Por outro lado: 
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18) “Em havendo na declaração do contribuinte erro de direito não detectado 
pelo Fisco, que a aceita integralmente, a mudança de entendimento constitui-
se em alteração de critério vedada pelo CTN. Só a falsidade, o erro ou a 
omissão são capazes de provocar a revisão do lançamento com a 
conseqüente autuação do contribuinte”. (REsp 171119, Min. Eliana Calmon, 
07/08/2001) 
O erro de fato autoriza a revisão do lançamento. Já o erro de direito
não permite tal possibilidade. 
III. Suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário 
19) “A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na via judicial 
impede o Fisco de praticar qualquer ato contra o contribuinte visando à 
cobrança de seu crédito, tais como inscrição em dívida, execução e penhora, 
mas não impossibilita a Fazenda de proceder à regular constituição do 
crédito tributário para prevenir a decadência do direito de lançar.” 
(EDIvREsp 572603, Min. Castro Meira, 08/06/2005) 
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não impede o Fisco de
lançar o tributo, constituindo o crédito tributário. 
20) Súmula Vinculante nº 28 do STF: É inconstitucional a exigência de 
depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se 
pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. 
21) Súmula Vinculante nº 21 do STF: É inconstitucional a exigência de 
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de 
recurso administrativo. 
A exigência de depósito prévio para que seja admitido recurso
administrativo ou judicial viola a garantia de acesso à justiça. 
22) Súmula nº 212 do STJ: A compensação de créditos tributários não pode 
ser deferida por medida liminar. 
23) Súmula nº 213 do STJ: O mandado de segurança constitui ação 
adequada para a declaração do direito à compensação tributária. 
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24) Súmula nº 460 do STJ: É incabível o mandado de segurança para 
convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte. 
Perceba que o mandado de segurança serve para declarar a existência
do direito de compensação, mas não para homologar uma
compensação já realizada. 
O STJ entende que a homologação da compensação, que extingue o
crédito tributário, é de competência da Administração Tributária, que não pode
ser substituídapelo judiciário, no âmbito do mandado de segurança. 
25) Súmula Vinculante nº 8 do STF: São inconstitucionais o parágrafo único 
do artigo 5º do decreto-lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da lei nº 
8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. 
Coloquei essa Súmula para dizer que, para o STF, disposições sobre
prescrição e decadência devem ser veiculadas por lei complementar
federal, visto que se trata de normas gerais de direito tributário. 
Já foi cobrado: 
10. (ESAF/2009/AFRF) A Constituição Federal autoriza que lei ordinária, em
situações específicas, estabeleça normas gerais em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre decadência e prescrição. 
Errado. 
Vejamos agora a contagem de tempo da decadência, que resumirei
logo abaixo. 
26) “Na hipótese em exame, que cuida de lançamento por homologação 
(contribuição previdenciária) com pagamento antecipado, o prazo 
decadencial será de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. 
„Nas exações cujo lançamento se faz por homologação, havendo pagamento 
antecipado, conta-se o prazo decadencial a partir da ocorrência do fato gerador 
(art. 150, § 4º, do CNT). Somente quando não há pagamento antecipado, 
ou há prova de fraude, dolo ou simulação é que se aplica o disposto no 
art. 173, I, do CTN‟ (REsp n. 183.603/SP, Rel. Min, Eliana Calmon, DJ de 
13.08.2001)” (EREsp 278727, Min. Franciulli Netto, 26/08/2003) 
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27) “Discute-se nos autos se já teria ocorrido decadência para a constituição 
dos créditos tributários (IRPJ e CSLL) referentes à competência de dezembro 
de 2001, com vencimento em 31.1.02, no momento em que realizada a 
declaração retificadora pelo contribuinte, em fevereiro de 2007. No tocante 
aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, não havendo o 
recolhimento do tributo, o prazo decadencial deve ser contado a partir 
do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ser 
efetuado, nos termos do art. 173, I, do CTN. Na hipótese, como a obrigação 
venceu em 31.1.02, não faz sentido considerar que o lançamento substitutivo 
deveria ter ocorrido em 2001 (fato gerador), porquanto, naquele ano, o 
contribuinte ainda tinha prazo para pagar a dívida, sendo desnecessária 
qualquer providência do Fisco. Assim, a oportunidade para a realização do 
lançamento apenas surgiu em 2002, ou seja, a partir do momento que se 
esvaiu o prazo legal sem o recolhimento da exação tributária. Logo, o prazo 
decadencial iniciou-se em 1.1.03 e findou-se em 1.1.08 e não em 1.1.07, 
como defende o recorrente.” (REsp 1284664, Min. Castro Meira, 10/04/2012) 
Lançamento de Ofício/Misto 
DECADÊNCIA 
5 anos contados do primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado (CTN,
art. 173, I) 
Lançamento por Homologação 
Quando houver fraude, dolo ou
simulação 
Quando houver o
pagamento antecipado 
Quando não houver pagamento 
5 anos contados do fato gerador
(CTN, art. 150, §4º): 
homologação tácita 
Casos em que o Fisco
deverá efetuar o
lançamento de 
ofício (Art. 149) 
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Vamos analisar o caso acima descrito, que versa sobre tributo sujeito a
lançamento por homologação: 
Embora o fato gerador tenha ocorrido em 2001, o lançamento de
ofício só poderia ocorrer em 2002, pois é quando venceria o prazo de
pagamento do tributo. Ora, não caberia o lançamento de ofício em 2001, já
que o sujeito passivo ainda tinha tempo para efetuar o pagamento. 
Como não houve pagamento, o tributo deverá ser lançado de ofício.
Com isso, a decadência ocorrerá após 5 anos do primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 
Se o lançamento só poderia ter sido efetuado em 2002, o primeiro dia do
exercício seguinte é 01/01/2003, ok? Logo, a decadência só ocorreria no dia
01/01/2008. 
Vejamos a prescrição. 
28) “Deve ser observado como marco temporal da constituição definitiva 
do crédito tributário, para fins do art. 174 do CTN, o dia da notificação 
(29/09/1993) ao contribuinte da decisão final do Conselho de 
Contribuintes, no caso, o despacho que determinou a retificação do acórdão. 
Tendo início o cômputo prescricional na data da constituição definitiva 
do crédito, operada com a notificação ao contribuinte em 29/09/1993, 
consumaria-se a prescrição em 29/09/1998”. (REsp 1028428, Min. José 
Delgado, 26/05/2008) 
Fato 
Gerador 
Dezembro/2001 
Prazo para
pagamento 
(vencimento) 
31/Jan/2002 
Passou o
vencimento e não
houve pagamento 
Dever do Fisco de
lançar de ofício 
Decadência após 5 anos contados do
primeiro dia do exercício seguinte
àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado 
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29) “O prazo prescricional qüinqüenal para o Fisco exercer a pretensão de 
cobrança judicial do crédito tributário conta-se da data estipulada como 
vencimento para o pagamento da obrigação tributária declarada 
(mediante DCTF, GIA, entre outros), nos casos de tributos sujeitos a 
lançamento por homologação, em que, não obstante cumprido o dever 
instrumental de declaração da exação devida, não restou adimplida a 
obrigação principal (pagamento antecipado)”. (REsp 1120295, Min. Luiz Fux, 
12/05/2010) 
CTN, art. 174: A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco
anos, contados da data da sua constituição definitiva. 
No tocante à prescrição, a contagem do prazo é a seguinte: 
Exemplo: o prazo para pagamento do ICMS (tributo lançado por
homologação) é até o dia 25/08/2012. No dia 20/08/2012, o sujeito passivo
entregou a declaração (constituindo o crédito tributário), mas não efetuou o
pagamento. Logo, o imposto estará vencido no dia 26/08/2012. Com efeito, a
prescrição desse crédito tributário ocorrerá no dia 26/08/2017. 
Atenção: se o tributo vence no dia 25/08/2012, quer dizer que ele ainda
pode ser pago nesse dia!! A prescrição só começa a contar no dia
seguinte, pois é quando o prazo já está vencido! 
Perceba que só há que se falar em prescrição de créditos tributários
constituídos. Se o crédito tributário não estivesse constituído, seria caso de
decadência! 
Vale mencionar que a multa fiscal também se submete aos prazos de
prescrição estabelecidos pelo direito tributário (REsp 840.111, Min. Luiz Fux). 
Lançamento de Ofício/Misto 
Lançamento por Homologação 
Após 5 anos do vencimento do
prazo para pagamento do tributo 
Após 5 anos da notificação do
sujeito passivo sobre a constituição
definitiva do crédito 
* Considera-se definitivamente constituído o crédito tributário quando o
sujeito passivo, regularmente notificado, não apresenta impugnação ou
quando não cabe mais nenhum recurso/impugnação. 
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Já foi cobrado: 
11. (ESAF/2009/AFRF/Adaptada) Sobre a prescrição e a decadência, como
modalidades de extinção do crédito tributário, é correto afirmar que notificado
o sujeito passivo do lançamento, inicia-se o prazo decadencial de cinco anos
para extinção do crédito. 
Errado. É o prazo prescricional que tem início. 
30) “O STJ possui jurisprudência no sentido de que o parcelamento firmado 
após a prescrição não restaura a exigibilidade do crédito tributário.” 
(AgRg no RMS 36.492, Min. Herman Benjamin, 23.04.2012) 
31) “Há que se atentar para o fato de que a prescrição, na seara tributária, 
estampa certa singularidade, qual seja, a de que dá azo não apenas à extinção 
da ação, mas do próprio crédito tributário, nos moldes do preconizadopelo art. 
156, V, do CTN. Tanto é assim que, partindo-se de uma interpretação conjunta 
dos arts. 156, V, do CTN, que situa a prescrição como causa de extinção do 
crédito tributário, e 165, I, do mesmo diploma legal, ressoa inequívoco o 
direito do contribuinte à repetição do indébito, o qual consubstancia-se 
no montante pago a título de crédito fiscal inexistente, posto 
fulminado pela prescrição.” (REsp 1004747, Min. Luiz Fux, 06/05/2008) 
Já foi cobrado: 
12. (ESAF/2009/AFRF/Adaptada) Sobre a prescrição e a decadência, como
modalidades de extinção do crédito tributário, é correto afirmar que o 
pagamento de débitos prescritos não gera o direito a sua repetição, na medida
em que, embora extinta a pretensão, subsiste o direito material. 
Errado. 
Com a prescrição, o crédito tributário é extinto. Caso o sujeito passivo
pague o montante anteriormente devido, ele terá direito à restituição! Após
a prescrição do crédito, o Fisco não pode mais aceitar o pagamento. 
32) “Suspensa a exigibilidade da exação, não há falar em curso do prazo de 
prescrição, uma vez que o efeito desse provimento é justamente o de inibir a 
adoção de qualquer medida de cobrança por parte da Fazenda”. (REsp 542975, 
Min. Teori Albino Zavascki, 13/03/2006) 
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Nas hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art.
151, CTN), fica suspenso também o prazo prescricional. 
Não confunda suspensão do prazo prescricional com interrupção,
cujas hipóteses estão arroladas no art. 174, parágrafo único, do CTN. 
Já foi cobrado: 
13. (ESAF/2009/AFRF/Adaptada) Sobre a prescrição e a decadência, como
modalidades de extinção do crédito tributário, é correto afirmar que o 
despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal suspende a
prescrição. 
Errado. É caso de interrupção da prescrição. 
14. (ESAF/2009/AFRF/Adaptada) Sobre a prescrição e a decadência, como
modalidades de extinção do crédito tributário, é correto afirmar que a inscrição
do débito em dívida ativa constitui causa de suspensão do prazo prescricional. 
A ESAF considerou essa assertiva como correta, por força da lei nº 6.830 (Lei
de Execução Fiscal). 
Art. 2º, § 3º: A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo
da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e
certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de
direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer
antes de findo aquele prazo. 
Segundo essa lei, a inscrição em dívida ativa suspende a prescrição.
Porém, o STJ considera inconstitucional essa disposição, pois tal lei é
ordinária. Já vimos que apenas a lei complementar pode dispor sobre normas
gerais em matéria tributária. 
Se a ESAF cobrar isso novamente na prova, fique atento para ver se a
questão pergunta sobre o entendimento do STJ ou não. 
33) “A isenção tributária revela conveniência política, insuscetível, 
neste aspecto, de controle pelo poder judiciário, na concretização de 
interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando determinadas 
situações merecedoras de tratamento privilegiado”. (REsp 34457, Min. Cesar 
Asfor Rocha, 17/05/1993) 
Já foi cobrado: 
15. (ESAF/2009/ATRF) A isenção tributária revela-se instrumento de
materialização de conveniência política, insuscetível, neste aspecto, de controle 
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do Poder Judiciário, na concretização de interesses econômicos e sociais,
estimulando e beneficiando determinadas situações merecedoras de 
tratamento privilegiado. 
Correto. 
34) Súmula nº 544 do STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição 
onerosa, não podem ser livremente suprimidas. 
A isenção incondicional pode ser livremente suprimida. Além disso, o
tributo volta a ser imediatamente exigível, como vimos na aula demonstrativa. 
Por outro lado, a isenção concedida sob determinadas condições se torna
direito adquirido do sujeito passivo que se adequar a elas, sendo
irrevogáveis. 
Já foi cobrado: 
16. (ESAF/2009/AFRF) As isenções tributárias concedidas, sob condição
onerosa, podem ser suprimidas por conveniência da Administração. 
Errado. 
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário. Administração Tributária. 
Fiscalização. Dívida Ativa. Certidões Negativas. 
35) “O escritório da empresa está protegido pela inviolabilidade de domicílio e 
o ingresso no mesmo pela Receita, sem autorização judicial, depende do 
consentimento do ‘morador’” (ARRE 3313037, Min. Sepúlveda Pertence, 
fevereiro/2004) 
Os agentes de fiscalização só podem entrar em escritórios com o
consentimento de representante da empresa ou com autorização judicial,
nos termos do art. 5º, XI, da CF/88. 
Já foi cobrado: 
17. (FCC/2009/ICMS-SP/Agente Fiscal de Rendas) Na realização de atividade
fiscalizatória, os agentes fiscais podem entrar nos estabelecimentos dos
contribuintes. Sobre o procedimento de fiscalização é correto afirmar que não
se aplicam os princípios constitucionais da inviolabilidade do domicílio, do 
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direito à intimidade e do sigilo da correspondência, tendo em vista o poder de
polícia conferido à administração tributária. 
Errado. 
36) Súmula nº 439 do STF: Estão sujeitos à fiscalização tributária ou 
previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos 
objeto da investigação. 
Já foi cobrado: 
18. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) O Código
Tributário Nacional prevê a obrigação inequívoca de qualquer pessoa jurídica
de dar à fiscalização tributária amplo acesso aos seus registros contábeis. Tal
norma permite inferir que estão sujeitos à fiscalização previdenciária ou
tributária quaisquer livros comerciais, podendo os agentes fiscalizadores,
havendo indícios, estenderem o exame para além dos pontos que inicialmente
eram objeto da investigação. 
Errado. 
19. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) O Código
Tributário Nacional prevê a obrigação inequívoca de qualquer pessoa jurídica
de dar à fiscalização tributária amplo acesso aos seus registros contábeis. Tal
norma permite ao fisco, no caso de obstaculização por parte da pessoa jurídica
fiscalizada, buscar em Juízo acesso à exibição de livros e documentos, quando
houver fundada suspeita de irregularidade. 
Errado. 
Não é necessário que haja qualquer suspeita de irregularidade
para que o Fisco tenha acesso a documentos sujeitos à fiscalização. 
37) “As indagações da Fazenda Pública referentes ao patrimônio líquido, tipos 
de fundos, taxa de administração e conta de escrituração não caracterizam 
violação ao sigilo bancário, sendo tais informações inerentes às atividades 
das instituições financeiras. Negando-se a instituição financeira a prestar 
as aludidas informações, tem-se como válida a aplicação de multa.” 
(REsp 224500, Min. Francisco Falcão, 30/05/2005) 
Já foi cobrado: 
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20. (ESAF/2010/SUSEP/Analista Técnico) Se o agente da Administração Pública
Tributária exigir a apresentação dos livros e o contribuinte negá-los, poderá
haver o lançamento do crédito tributário por arbitramento. 
Correto. 
A apresentação de livros, documentos e informações ao Fisco é
obrigatória. Caso a pessoa fiscalizada se negue a essas requisições, estará
sujeita às consequências, como a aplicação de multa fiscal ou o lançamento
por arbitramento. 
38) “A retenção da mercadoria, até a comprovação da posse legítima daquele 
que a transporta, não constituicoação imposta em desrespeito ao princípio 
do devido processo legal tributário.” (ADI 395, Min. Cármen Lúcia, 
17/08/2007) 
Já foi cobrado: 
21. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) O Código
Tributário Nacional prevê a obrigação inequívoca de qualquer pessoa jurídica
de dar à fiscalização tributária amplo acesso aos seus registros contábeis. Tal
norma permite ao fisco, inclusive, proceder à retenção da mercadoria até a
comprovação da posse legítima daquele que a transporta. 
Correto. 
39) Súmula nº 70 do STF: É inadmissível a interdição de estabelecimento 
como meio coercitivo para cobrança de tributo. 
40) Súmula nº 323 do STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias 
como meio coercitivo para pagamento de tributos. 
41) Súmula nº 547 do STF: Não é lícito a autoridade proibir que o 
contribuinte em débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas 
alfândegas e exerça suas atividades profissionais. 
Já foi cobrado: 
22. (FGV/2010/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) O Supremo Tribunal Federal já
pacificou o entendimento no sentido de não ser possível a interdição de
estabelecimento como meio coercitivo de cobrança de tributo. 
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23. (FGV/2010/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) Não se admite, segundo
entendimento consagrado no Supremo Tribunal Federal, a apreensão de
mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos. 
As duas assertivas estão corretas. 
42) “SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do 
artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à 
correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, 
ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão 
equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação 
criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – 
RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal 
atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídico-tributária – o 
afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte.” (RE 389808, Min. 
Marco Aurélio, 15/12/2010) 
LC 105/2001, art. 6º: As autoridades e os agentes fiscais tributários da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar
documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os
referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver
processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e
tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
competente. 
A quebra do sigilo bancário é uma questão polêmica. A LC 105/2001
autoriza a quebra pelo Fisco. Por outro lado, o STF já se manifestou no
sentido de que é necessário autorização judicial para tanto. Porém, é
importante ressaltar que ainda não houve a declaração de
inconstitucionalidade do artigo acima. 
As bancas, incluindo a ESAF, costumam cobrar essa questão com base
na LC 105/2001, ou seja, no sentido de que é possível a quebra do sigilo
bancário pelo Fisco. Vejamos as duas questões abaixo. 
Já foi cobrado: 
24. (ESAF/2008/Prefeitura de Natal/Auditor do Tesouro Municipal) A
autoridade fiscal, mesmo considerando indispensável, não pode requisitar
diretamente às instituições financeiras informações protegidas pelo sigilo
bancário, devendo valer-se, nessa situação, da autoridade judicial. 
Errado. 
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25. (FGV/2008/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) A respeito da quebra do sigilo
bancário do contribuinte pela fiscalização tributária, é correto afirmar que pode
ocorrer, no caso de processo administrativo em trâmite. 
Correto. 
43) Súmula nº 446 do STJ: Declarado e não pago o débito tributário pelo 
contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou 
positiva com efeito de negativa. 
44) “(...) Em caso do não-pagamento do tributo declarado, afigura-se 
legítima a recusa de expedição da Certidão Negativa ou Positiva com 
Efeitos de Negativa. Ao revés, declarado o débito e efetuado o 
pagamento, ainda que a menor, não se afigura legítima a recusa de 
expedição de CND antes da apuração prévia, pela autoridade fazendária, do 
montante a ser recolhido. Isto porque, conforme dispõe a legislação tributária, 
o valor remanescente, não declarado nem pago pelo contribuinte, deve ser 
objeto de lançamento supletivo de ofício.” (REsp 1123557, Min. Luiz Fux, 
25/11/2009) 
Já foi cobrado: 
26. (FGV/2008/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas/Adaptada) Com relação à expedição
da Certidão Negativa de Débito (CND ou CPEN), em caso de débito de imposto,
cujo valor o contribuinte já informara à Fazenda mediante documento próprio
(GIA-ICMS), é correto afirmar que não pode ser expedida, salvo se o
contribuinte pagou o débito declarado. 
Correto. 
Ainda que o contribuinte tenha apresentado a declaração do débito
tributário, as Certidões Negativa ou Positiva com Efeitos de Negativa não serão
expedidas, caso o tributo não seja pago. 
Perceba que se houver pagamento, ainda que a menor, a certidão
deverá ser expedida. 
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Ficamos por aqui! 
Pessoal, acredito que o objetivo desse curso foi cumprido! Abordamos diversas
decisões selecionadas de forma objetiva, sem perder a qualidade! 
Estarei com vocês no fórum de dúvidas até o dia da prova. 
É isso ai, pessoal, pra cima da ESAF!! 
Um abraço a todos e bons estudos!! 
Diego Aderne. 
Resumo da jurisprudência abordada 
 As multas, embora não sejam tributos, possuem caráter tributário, vale
dizer, constituem-se em obrigação tributária principal. 
 Obrigações acessórias podem ser instituídas por atos infralegais, não
estando sujeitas à reserva legal estrita. 
 Os deveres instrumentais, previstos na legislação tributária, ostentam
caráter autônomo em relação à regra matriz de incidência do tributo, uma
vez que vinculam, inclusive, as pessoas físicas ou jurídicas que
gozem de imunidade ou outro benefício fiscal. Destarte, o ente
federado competente para instituição de determinado tributo pode
estabelecer deveres instrumentais a serem cumpridos até mesmo por
não contribuintes. 
 O fato de "o produto da arrecadação" ser destinado ao Banco Central do 
Brasil não tem o condão de fazer da autarquia sujeito ativo do imposto. 
 Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição
de imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores. 
 De acordo com o CTN, apenas uma pessoa jurídica de direito público poderia
ser sujeito ativo. Porém, a jurisprudência é no sentido de que
entidades privadas também podem receber tal qualidade, como é o
caso do SENAI, SEBRAE, SESC, etc. 
 A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a
cobrança da contribuição sindical rural. 
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 A omissão da fonte pagadora não exclui a responsabilidade do
contribuinte pelo pagamento do imposto, o qual fica obrigado a declarar
o valor recebido em sua declaração de ajuste anual. 
 O fato gerador presumido (substituição tributária), por isso mesmo, não é
provisório, mas definitivo, não dando ensejo a restituição ou
complementação do imposto pago, senão, no primeiro caso, na hipótese
de sua não-realização final. 
 É desnecessário fazer distinção entre multa moratória e multa punitiva, visto
que ambas são excluídas em caso de configuração da denúncia
espontânea. 
 Inaplicável o instituto da denúncia espontânea quando se trata de
multa isolada imposta em face do descumprimentode obrigação acessória. 
 O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a
destempo. 
 O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos
casos de parcelamento de débito tributário. 
 A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal
constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por
parte do fisco. 
 A sentença judicial homologatória de cálculo da contribuição social
devida substitui o lançamento administrativo pelo Fisco, constituindo, assim,
o crédito tributário. 
 A mudança de critério jurídico adotado pelo fisco não autoriza a revisão
do lançamento. O lançamento suplementar resta, portanto, incabível
quando motivado por erro de direito. 
 Só a falsidade, o erro (de fato) ou a omissão são capazes de
provocar a revisão do lançamento com a conseqüente autuação do
contribuinte. 
 A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não impede o Fisco de
lançar o tributo, constituindo o crédito tributário. 
 É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade
de crédito tributário. 
 É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
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 O mandado de segurança serve para declarar a existência do direito de
compensação, mas não para homologar uma compensação já
realizada. 
 Prescrição e decadência devem ser veiculadas por lei complementar
federal, visto que se trata de normas gerais de direito tributário. 
 A multa fiscal também se submete aos prazos de prescrição estabelecidos
pelo direito tributário. 
 O parcelamento firmado após a prescrição não restaura a
exigibilidade do crédito tributário. 
 Com a prescrição, o crédito tributário é extinto. Caso o sujeito passivo
pague o montante anteriormente devido, ele terá direito à restituição. 
 Nas hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art. 151, 
CTN), fica suspenso também o prazo prescricional. (Não confunda
suspensão do prazo prescricional com interrupção). 
 A isenção tributária revela conveniência política, insuscetível, neste
aspecto, de controle pelo poder judiciário, na concretização de
interesses econômicos e sociais, estimulando e beneficiando determinadas
situações merecedoras de tratamento privilegiado. 
 Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser
livremente suprimidas. 
 O escritório da empresa está protegido pela inviolabilidade de domicílio e o
ingresso no mesmo pela Receita, sem autorização judicial, depende do
consentimento do “morador”. 
 Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros
comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação. 
 As indagações da Fazenda Pública referentes ao patrimônio líquido, tipos de
fundos, taxa de administração e conta de escrituração não caracterizam
violação ao sigilo bancário, sendo tais informações inerentes às
atividades das instituições financeiras. Negando-se a instituição
financeira a prestar as aludidas informações, tem-se como válida a
aplicação de multa. 
 A retenção da mercadoria, até a comprovação da posse legítima daquele que
a transporta, não constitui coação imposta em desrespeito ao princípio do
devido processo legal tributário. 
 É inadmissível como meio coercitivo para cobrança de tributo: a interdição
de estabelecimento, a apreensão de mercadorias, a proibição de adquirir 
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estampilhas, de despachar mercadorias nas alfândegas e a proibição do
exercício das atividades profissionais. 
 Segundo a LC 105/2001 e a ESAF: é possível a quebra do sigilo bancário
pelo Fisco quando houver processo administrativo instaurado ou
procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados
indispensáveis pela autoridade administrativa competente. 
 Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a
recusa de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa.
Por outro lado, declarado o débito e efetuado o pagamento, ainda que a
menor, não se afigura legítima a recusa de expedição de Certidão
Negativa de Débito. 
Obrigação Principal Instituída por LEI 
Obrigação Acessória 
Instituída por atos infralegais
(ex: decreto) 
Não
cumprimento 
Não
cumprimento 
Multa moratória 
Multa de ofício 
Multa isolada 
Afastadas pela denúncia
espontânea 
Não é afastada pela denúncia
espontânea 
Ocorrência do
fato gerador 
Crédito
Tributário 
Lançamento pelo Fisco 
Entrega de declaração
pelo sujeito passivo 
Sentença judicial 
homologatória de cálculo da
contribuição social na justiça 
do trabalho 
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Lançamento de Ofício/Misto 
Lançamento por Homologação 
Após 5 anos do vencimento do
prazo para pagamento do tributo 
Após 5 anos da notificação do
sujeito passivo sobre a constituição
definitiva do crédito 
* Considera-se definitivamente constituído o crédito tributário quando o
sujeito passivo, regularmente notificado, não apresenta impugnação ou
quando não cabe mais nenhum recurso/impugnação. 
Lançamento de Ofício/Misto 
DECADÊNCIA 
5 anos contados do primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado (CTN,
art. 173, I) 
Lançamento por Homologação 
Quando houver fraude, dolo ou
simulação 
Quando houver o
pagamento antecipado 
Quando não houver pagamento 
5 anos contados do fato gerador
(CTN, art. 150, §4º): 
homologação tácita 
Casos em que o Fisco
deverá efetuar o
lançamento de 
ofício (Art. 149) 
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Lista de questões 
1. (FCC/2009/ICMS-SP/Agente Fiscal de Rendas) “A relação jurídica tributária 
refere-se não só à obrigação tributária stricto sensu, como ao plexo de deveres
instrumentais, (positivos ou negativos) que gravitam em torno do tributo,
colimando facilitar a aplicação exata da norma jurídica que o previu. (...) Todos
estes deveres, repita-se, não possuem, em si mesmos, cunho patrimonial”. 
(Roque Antônio CARRAZZA. Curso de direito constitucional tributário. 23. ed.
São Paulo: Malheiros, 2007, p. 331-332). 
O texto refere-se à obrigação tributária acessória, que, diferentemente da
obrigação tributária principal, não se submete ao princípio da legalidade
estrita, podendo ser veiculada originariamente por decreto, portaria ou
instrução normativa sem prévia previsão legal. 
2. (CESPE/2007/TJ-TO/Juiz/Adaptada) No que se refere ao crédito tributário, é
correto afirmar que a exclusão do crédito tributário dispensa o cumprimento
das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja
excluído, ou dela conseqüente. 
3. (ESAF/2009/AFRF) Sabendo-se que a fonte pagadora é responsável pela
retenção do imposto de renda, não pode ser imputada ao contribuinte a
obrigação pelo pagamento do tributo, caso o imposto não tenha sido recolhido. 
4. (ESAF/2006/ICMS-CE/AFRE) No regime de substituição tributária, o
entendimento atual do Supremo Tribunal Federal permite afirmar-se que 
a) a operação realizada por preço inferior ao que tenha servido de base para o
cálculo do imposto faz nascer o direito à compensação da diferença. 
b) existe a responsabilidade solidária sobre o tributo. 
c) assegura-se ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor pagoem qualquer hipótese. 
d) a restituição ocorre apenas nas hipóteses em que o fato gerador presumido
não vier a acontecer. 
e) assegura-se ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor pago
apenas na hipótese em que este (substituído) venha a assumir também a
condição de substituto. 
5. (FMP/2012/ISS-POA/AFRM) A denúncia espontânea afasta a
responsabilidade por quaisquer multas, seja moratória, de ofício ou isolada,
ainda que a infração punida configure descumprimento de obrigação acessória. 
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6. (FDC/2012/ISS-BH/Auditor Fiscal) A denúncia espontânea não gera os
benefícios legalmente previstos na hipótese de tributos sujeitos à homologação
regularmente declarados, mas pagos a destempo. 
7. (ESAF/2005/ICMS-RN/Auditor-Fiscal do Tesouro Estadual) A denúncia
espontânea da infração, acompanhada de pedido de parcelamento do valor do
tributo devido e dos juros de mora e apresentada antes do início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, exclui a
responsabilidade do agente. 
8. (FGV/2009/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) Segundo jurisprudência do STJ,
tratando-se de tributo sujeito a lançamento por homologação, e tendo o
contribuinte declarado o débito e não pagado no vencimento, considera-se
desde logo constituído o crédito tributário, tornando-se dispensável a
instauração de procedimento administrativo com a finalidade de promoção do
lançamento para viabilizar a posterior cobrança judicial. 
9. (ESAF/2009/ATRF) O lançamento é indispensável para o recebimento do
crédito tributário (por exemplo, nos casos de crédito consignado em
pagamento e na conversão de depósito em renda), em qualquer situação. 
10. (ESAF/2009/AFRF) A Constituição Federal autoriza que lei ordinária, em
situações específicas, estabeleça normas gerais em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre decadência e prescrição. 
11. (ESAF/2009/AFRF/Adaptada) Sobre a prescrição e a decadência, como
modalidades de extinção do crédito tributário, é correto afirmar que notificado
o sujeito passivo do lançamento, inicia-se o prazo decadencial de cinco anos
para extinção do crédito. 
12. (ESAF/2009/AFRF/Adaptada) Sobre a prescrição e a decadência, como
modalidades de extinção do crédito tributário, é correto afirmar que o 
pagamento de débitos prescritos não gera o direito a sua repetição, na medida
em que, embora extinta a pretensão, subsiste o direito material. 
13. (ESAF/2009/AFRF/Adaptada) Sobre a prescrição e a decadência, como
modalidades de extinção do crédito tributário, é correto afirmar que o
despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal suspende a
prescrição. 
14. (ESAF/2009/AFRF/Adaptada) Sobre a prescrição e a decadência, como
modalidades de extinção do crédito tributário, é correto afirmar que a inscrição
do débito em dívida ativa constitui causa de suspensão do prazo prescricional. 
15. (ESAF/2009/ATRF) A isenção tributária revela-se instrumento de
materialização de conveniência política, insuscetível, neste aspecto, de controle
do Poder Judiciário, na concretização de interesses econômicos e sociais, 
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estimulando e beneficiando determinadas situações merecedoras de 
tratamento privilegiado. 
16. (ESAF/2009/AFRF) As isenções tributárias concedidas, sob condição
onerosa, podem ser suprimidas por conveniência da Administração. 
17. (FCC/2009/ICMS-SP/Agente Fiscal de Rendas) Na realização de atividade
fiscalizatória, os agentes fiscais podem entrar nos estabelecimentos dos
contribuintes. Sobre o procedimento de fiscalização é correto afirmar que não
se aplicam os princípios constitucionais da inviolabilidade do domicílio, do
direito à intimidade e do sigilo da correspondência, tendo em vista o poder de
polícia conferido à administração tributária. 
18. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) O Código
Tributário Nacional prevê a obrigação inequívoca de qualquer pessoa jurídica
de dar à fiscalização tributária amplo acesso aos seus registros contábeis. Tal
norma permite inferir que estão sujeitos à fiscalização previdenciária ou
tributária quaisquer livros comerciais, podendo os agentes fiscalizadores,
havendo indícios, estenderem o exame para além dos pontos que inicialmente
eram objeto da investigação. 
19. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) O Código
Tributário Nacional prevê a obrigação inequívoca de qualquer pessoa jurídica
de dar à fiscalização tributária amplo acesso aos seus registros contábeis. Tal
norma permite ao fisco, no caso de obstaculização por parte da pessoa jurídica
fiscalizada, buscar em Juízo acesso à exibição de livros e documentos, quando
houver fundada suspeita de irregularidade. 
20. (ESAF/2010/SUSEP/Analista Técnico) Se o agente da Administração Pública
Tributária exigir a apresentação dos livros e o contribuinte negá-los, poderá
haver o lançamento do crédito tributário por arbitramento. 
21. (ESAF/2012/PGFN/Procurador da Fazenda Nacional/Adaptada) O Código
Tributário Nacional prevê a obrigação inequívoca de qualquer pessoa jurídica
de dar à fiscalização tributária amplo acesso aos seus registros contábeis. Tal
norma permite ao fisco, inclusive, proceder à retenção da mercadoria até a
comprovação da posse legítima daquele que a transporta. 
22. (FGV/2010/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) O Supremo Tribunal Federal já
pacificou o entendimento no sentido de não ser possível a interdição de
estabelecimento como meio coercitivo de cobrança de tributo. 
23. (FGV/2010/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) Não se admite, segundo
entendimento consagrado no Supremo Tribunal Federal, a apreensão de
mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos. 
24. (ESAF/2008/Prefeitura de Natal/Auditor do Tesouro Municipal) A
autoridade fiscal, mesmo considerando indispensável, não pode requisitar 
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diretamente às instituições financeiras informações protegidas pelo sigilo
bancário, devendo valer-se, nessa situação, da autoridade judicial. 
25. (FGV/2008/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas) A respeito da quebra do sigilo
bancário do contribuinte pela fiscalização tributária, é correto afirmar que pode
ocorrer, no caso de processo administrativo em trâmite. 
26. (FGV/2008/ICMS-RJ/Fiscal de Rendas/Adaptada) Com relação à expedição
da Certidão Negativa de Débito (CND ou CPEN), em caso de débito de imposto,
cujo valor o contribuinte já informara à Fazenda mediante documento próprio
(GIA-ICMS), é correto afirmar que não pode ser expedida, salvo se o
contribuinte pagou o débito declarado. 
Gabarito 
1. C 7. E 13. E 19. E 25. C 
2. E 8. C 14. C 20. C 26. C 
3. E 9. E 15. C 21. C 
4. D 10. E 16. E 22. C 
5. E 11. E 17. E 23. C 
6. C 12. E 18. E 24. E 
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Lista da jurisprudência resumida abordada no curso 
Aula 0 
 Se impostos e contribuições residuais forem instituídos por meio de Emenda 
Constitucional, eles poderão ser cumulativos e ter o mesmo fato
gerador e base de cálculo próprios de outros impostos e contribuições
discriminados na Constituição (permissão de bis in idem). 
 Lei que institui incentivo fiscal para as empresas que contratarem apenados
e egressos é de natureza tributária, sendo, portanto, constitucional lei
estadual com tal conteúdo. 
 Os Estados podem editar normas gerais referentes ao IPVA, no exercício
da competência concorrente. 
 Os princípios constitucionais tributários são cláusulas pétreas. 
 A alteração do prazo de vencimentodo tributo pode ocorrer por decreto
e não se submete aos princípios da legalidade e da anterioridade. 
 Súmula nº 160 do STJ: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante
decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. 
 Não cabe ao Poder Judiciário autorizar a correção monetária da tabela
progressiva do imposto de renda sem previsão legal autorizando. 
 A exigência da COSIP feita apenas aos consumidores de energia elétrica não
viola o princípio da isonomia e sua progressividade não viola o
princípio da capacidade contributiva 
 Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos
extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de
pequeno porte de capacidade contributiva distinta. 
 A lei tributária pode discriminar por motivo extrafiscal ramos de atividade
econômica, desde que a distinção seja racional. 
 É possível conceder incentivos fiscais a empresas que contratem
empregados com mais de quarenta anos, por motivos extrafiscais, sem
violar os princípios da igualdade e da isonomia. 
 A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no
tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não viola o
princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional. 
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 A proibição de importação de veículos usados não configura afronta ao
princípio da isonomia. 
 A proibição da adoção do regime de admissão temporária para as
operações amparadas por arrendamento mercantil não viola o princípio da
isonomia. 
 Ainda que as vendas do contribuinte não sejam pagas por seus clientes, os
tributos sobre essas operações ainda serão devidos. Se não fosse assim,
estaria sendo violado o princípio da isonomia. 
 As vendas canceladas não podem ser equiparadas às vendas inadimplidas. 
 Todos os tributos submetem-se ao princípio da capacidade contributiva ao
menos em relação a um de seus três aspectos (objetivo, subjetivo e
proporcional). 
 Não há tributo progressivo quando as alíquotas são diferenciadas
segundo critérios que não levam em consideração a capacidade contributiva. 
 Inexiste espaço de liberdade decisória para o Congresso Nacional, em tema
de progressividade tributária, instituir alíquotas progressivas em
situações não autorizadas pelo texto da Constituição. 
 Súmula nº 656 do STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas
progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - 
ITBI com base no valor venal do imóvel. 
 Enquanto no ITCMD realiza-se o princípio da capacidade contributiva
mediante alíquotas progressivas, no ITBI aquele princípio realiza-se
proporcionalmente ao preço da venda. *A jurisprudência quanto à
progressividade no ITCMD não é pacífica. 
 É possível a tributação de renda obtida em razão de atividade ilícita. 
 Súmula nº 584 do STF: Ao imposto de renda (IR) calculado sobre os
rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro
em que deve ser apresentada a declaração. 
 É o aspecto material – e não o aspecto temporal da norma – que deve ser
considerado para fins de resguardo da irretroatividade e da anterioridade da
lei tributária. 
 Não tem lugar, no direito tributário brasileiro, a chamada retroatividade
imprópria. 
 Não se submetem ao princípio da anterioridade: 
(i) Alteração do prazo de recolhimento do tributo; 
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(ii) Atualização monetária da base de cálculo; 
(iii) Revogação de isenção e outros benefícios fiscais; 
(iv) Prorrogação de alíquota majorada previamente. 
 Caso ocorram mudanças significativas no texto original da medida
provisória ao ser convertida em lei, a noventena deverá ser contada da
publicação da lei de conversão, e não da publicação da medida 
provisória. 
 O princípio do não-confisco é válido tanto para tributos como para
multas, sejam de mora ou de ofício 
 Não há um percentual pré-definido para caracterizar o efeito confiscatório,
que deve ser identificado no contexto de cada caso. 
 A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em função da incidência
cumulativa das seguintes condições: avaliação da totalidade da carga
tributária imposta pelo mesmo ente tributante + em um determinado
período + observando a capacidade econômica do contribuinte + observando
padrões de razoabilidade. 
 O pedágio cobrado em virtude da utilização de via conservada pelo poder
público é tributo e possui natureza de taxa. 
 Não se considera isenção heterônoma o afastamento de tributação
concedido por lei complementar que disponha sobre normas gerais de
direito tributário. 
 Não se considera isenção heterônoma aquela concedida pela República 
Federativa do Brasil no âmbito de tratados internacionais. 
Aula 1 
Imunidade 
 As imunidades tributárias do art. 150, VI, da CF/88 (recíproca, templos,
partidos, sindicatos, instituições, livros, etc.) são cláusulas pétreas. 
 As imunidades do art. 150, VI, da CF/88 se referem apenas a impostos. 
 A imunidade recíproca abrange impostos indiretos, mas só alcança o
contribuinte de direito, E NÃO o contribuinte de fato. 
 A imunidade tributária não exclui a responsabilidade tributária (inclusive
por substituição) de entidade imune. 
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 A imunidade tributária não exclui o dever da entidade beneficiada de
cumprir obrigações acessórias. 
 Diversos artigos da CF/88 concedem “isenções”, mas são, na verdade,
imunidades, já que estão previstas na Constituição Federal. 
 Tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação da
imunidade recíproca são passíveis de submissão ao crivo
jurisdicional. 
 A imunidade recíproca aplica-se às operações de importação de bens
realizadas pelos entes imunes, quando estes forem os importadores
(identidade entre o „contribuinte de direito‟ e o „contribuinte de fato‟). 
 O STF adota uma teoria ampla sobre a imunidade recíproca. A
imunidade deve abranger também o IOF e os impostos incidentes
sobre a importação, quais sejam, o II, o ICMS e o IPI. 
 A imunidade é aplicável a autarquias, empresas públicas e sociedades
de economia mista que prestem inequívoco serviço público, sem intuito
lucrativo (instrumentalidades estatais). 
 Para atribuição de imunidade é irrelevante a atividade da entidade
estar ou não sujeita a monopólio estatal. 
 A atividade de exploração econômica deve ser tributada. 
 A prestação de serviço público de água e esgoto está abrangida pela
imunidade recíproca. 
 A Infraero, a ECT, a Codesp e a OAB (bem como outras entidades que
possam ser favorecidas pelo STF) estão abrangidas pela imunidade
recíproca apenas quanto às suas atividades essenciais (atividades
inerentes a elas). 
 A imunidade não impede a autoridade fiscal de fiscalizar a entidade. 
 Constatado desvio de finalidade por parte da entidade imune, a
autoridade fiscal deverá constituir o crédito tributário. 
 O patrimônio pertencente à entidade imune deve permanecer
imune, mesmo que esteja sendo utilizado por terceiro. 
 Os serviços de registros públicos, notariais e cartorários, embora
públicos, não são imunes. 
 Um imóvel de propriedade de autarquia com promessa de compra feita
por um particular (promitente comprador) será tributado
normalmente. A imunidade é afastada. 
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 A imunidade dos templos de qualquer culto tem interpretação ampla e
finalística. 
 A imunidade sobre templos de qualquerculto não está restrita ao local
onde ocorre o culto. O benefício abrange cemitérios, estacionamentos,
imóveis alugados a terceiros, etc., desde que a renda eventualmente
gerada seja aplicada nas atividades essenciais da entidade. 
 O mesmo entendimento acima é válido sobre a imunidade dos partidos
políticos, das entidades sindicais dos trabalhadores e das instituições de
educação e de assistência social. 
 Terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais da
entidade afastam a imunidade. 
 A imunidade dos partidos políticos, das entidades sindicais dos
trabalhadores e das instituições de educação e de assistência social
abrange o II, IPI e ICMS incidentes sobre bens utilizados na
prestação de seus serviços. Abrange também o IOF. 
 A imunidade acima abrange o ICMS sobre a venda de bens e sobre a
compra, desde que os bens adquiridos integrem o patrimônio da
entidade imune. 
 Entidade que não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviço
de energia elétrica não tem o benefício da imunidade, pois se trata de
consumo, na qualidade de contribuinte de fato, e não de integração de
bens ao patrimônio, como referido acima. 
 A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem
fins lucrativos somente alcança as entidades fechadas de previdência
social privada se não houver contribuição dos beneficiários. 
 A imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla,
total, apanhando produto, maquinário e insumos. A referência, no 
preceito, a papel é exemplificativa, e não exaustiva. 
 No tocante aos insumos, a interpretação é restritiva e só abrange
aqueles assimiláveis ao papel. 
 Foi reconhecida imunidade em relação ao II e IPI na ocasião do
desembaraço alfandegário para peças sobressalentes para
equipamentos de preparo e acabamento de chapas de impressão
offset para jornais. 
 A imunidade abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à
publicação de jornais e periódicos 
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 As listas telefônicas estão protegidas, mesmo veiculando anúncios
no corpo de suas páginas. 
 Álbuns de figurinhas e manuais técnicos estão protegidos, pois o
Constituinte, ao instituir a imunidade, não fez ressalvas quanto ao valor
artístico ou didático do produto. 
 É INEXIGÍVEL o estorno de créditos do ICMS sobre operações com 
insumos destinados à impressão de livros, jornais e periódicos. 
 Não estão protegidos pela imunidade: 
(i) a prestação de serviços de composição gráfica 
(ii) as capas duras auto-encadernáveis 
(iii) a tinta para impressão 
(iv) as peças de reposição 
(v) a importação de bens para montagem de parque gráfico 
(vi) materiais de natureza publicitária, salvo estiverem no corpo das
páginas, como no caso das listas telefônicas. 
(vii) materiais em formato eletrônicos, como livros em CD-ROM 
(viii) a receita e os lucros de editoras, autores, empresas jornalísticas ou
de publicidade, pois a imunidade é objetiva. 
(ix) serviços prestados por empresas que fazem a distribuição, o
transporte ou a entrega do material abrangido pela imunidade. 
(x) objetos que não podem ser considerados veiculadores de expressão,
como cadernos em branco, livros contábeis, fichas, etc. 
Conceito e Classificação dos Tributos 
 CTN e CF/88: teoria tripartida - impostos, taxas e contribuições de
melhoria. 
 Doutrina e tribunais superiores: teoria pentapartida - impostos, taxas,
contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições. 
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 Taxa e preço público diferem quanto à compulsoriedade de seu
pagamento. A taxa é cobrada em razão de uma obrigação legal enquanto
o preço público é de pagamento facultativo por quem pretende se
beneficiar de um serviço prestado 
 A remuneração de fornecimento de água, esgoto e energia elétrica
tem natureza de tarifa, e não de taxa. 
 Pedágio explorado diretamente e remuneração de serviço postal tem
natureza de taxa. 
 A taxa deve ter como limite de cobrança o custo da atividade estatal
de contraprestação. A desproporcionalidade entre esses valores poderá
configurar violação ao princípio do não-confisco. 
 É condição constitucional para a cobrança de taxa pelo exercício de poder
de polícia a competência do ente tributante para exercer a fiscalização da
atividade específica do contribuinte. 
 A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para
a cobrança de taxa de fiscalização - o exercício do poder de polícia é
presumido em favor da Municipalidade. 
 A exigência da taxa em decorrência do exercício do poder de polícia não
mais exige a concreta fiscalização por parte dos órgãos competentes,
ou seja, a simples regulação de certas atividades por meio de atos
normativos também caracteriza o exercício desse poder. 
 É constitucional a adoção no cálculo do valor de taxa de um ou mais
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde
que não haja integral identidade entre uma base e outra. 
 Quanto às taxas, é constitucional: 
(i) que a taxa de coleta de lixo utilize um dos elementos utilizados
na fixação da base de cálculo do IPTU (a metragem da área
construída do imóvel) na determinação de sua alíquota. 
(ii) a destinação do produto da arrecadação da taxa de fiscalização da
atividade notarial e de registro a órgão público e ao próprio Poder
Judiciário. 
(iii) A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de
coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos
provenientes de imóveis. 
(iv) A taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários. 
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(v) A Taxa de incêndio, em razão da prevenção de incêndios. 
(vi) A Taxa Judiciária - é possível que tome por base de cálculo o valor
da causa ou da condenação. 
 Quanto às taxas, é inconstitucional: 
(i) que a taxa judiciária utilize como base de cálculo o valor do
monte-mor, pois já é base de cálculo do ITCMD. 
(ii) que a Taxa de Licença de Localização e de Funcionamento utilize
como base de cálculo o número de empregados, pois não tem relação
com o custo da atividade estatal. 
(iii) a cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas. 
(iv) a cobrança de taxa para custear serviços de segurança pública. 
(v) a destinação do produto da arrecadação, ou de parte deste, a
instituições privadas. 
(vi) A taxa de serviço de iluminação pública - serviço inespecífico, não
mensurável e indivisível. 
(vii) Taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de
logradouros e bens públicos - serviço indivisível. 
(viii) A taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa -
viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição. 
(ix) A taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base
de cálculo seja idêntica a do ITR. 
 A contribuição de melhoria incide sobre o quantum da valorização
imobiliária. 
 A incidência concomitante do II e do ISS não implica bitributação ou
de violação de pretensa exclusividade e preferência de cobrança do ISS. 
 A redução da alíquota do IPI ou do II não implica redução do ICMS. 
 É ILÍCITA a exigência de nova certidão negativa de débito no
momento do desembaraço aduaneiro da respectiva importação, se a
comprovação de quitação de tributos federais já fora apresentada
quando da concessão do benefício inerente às operações pelo regime de
drawback. 
JURISPRUDÊNCIA NO DIREITO TRIBUTÁRIO PARA AFRF E ATRF - 2012
PROFESSOR: DIEGO ADERNE 
Prof. Diego Aderne www.pontodosconcursos.com.br 40 
 Somente o Registro de Exportação corresponde e se equipara à Guia
de Exportação,

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