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Aulas de Tributário -

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Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
1 
PROGRAMA DE AULAS 
 
CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO 
 
 
 Crédito Tributário e Lançamento Tributário. Conceito 
 
 
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a 
mesma natureza desta. 
 
O Crédito Tributário corresponde ao valor que se é obrigado a pagar em relação a 
ocorrência da obrigação tributária, trata-se do aspecto quantitativo do tributo. 
 
A obrigação tributária surge no mundo jurídico no exato momento em que o 
contribuinte realiza o comportamento descrito hipoteticamente descrito na lei 
tributária, surge, então, a vinculação ao dever de pagar o tributo, em face de ser o 
sujeito passivo, por exemplo, proprietário de veículo automotor, de ser 
proprietário de imóvel urbano, auferir renda, etc. 
 
O crédito tributário, a seu turno, identifica o montante do tributo a pagar, o 
crédito tributário aponta o quanto efetivamente de dinheiro vai ter o sujeito 
passivo de pagar para cumprir com a obrigação tributária. 
 
A incidência do IPVA previsto em Lei se dá a partir do momento que você é 
proprietário de veículo automotor. A concessionária emite a nota Fiscal de 
compra e venda a você e, ato contínuo, efetua a tradição (entrega) do veículo. 
 
Você já é o proprietário, mas qual o montante de IPVA a pagar? A obrigação 
tributária está perfeita e acabada, você é proprietário do veículo automotor, mas 
qual é o IPVA a pagar? O imposto, a obrigação tributária, surge em decorrência 
dessa sua condição de ser proprietário. Contudo, em que momento surge o 
crédito tributário? 
 
O crédito tributário que decorre da obrigação tributária principal do IPVA surgirá 
no mundo jurídico, quando formalizado pelo lançamento do tributo, o 
lançamento dá conta da existência do crédito tributário; determina o quanto 
do tributo a pagar e estabelece o procedimento que o contribuinte ou a 
Fazenda Pública tem que realizar para que ocorra o pagamento do tributo. 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
2 
Tanto é assim, por exemplo, que você se torna proprietário de veículo automotor 
e, por meio do despachante, recorre a Fazenda Pública, tendo a grata surpresa de 
no dia seguinte receber a guia de IPVA para recolher. 
 
O crédito tributário surge em momento posterior à ocorrência da obrigação 
tributária. 
 
A obrigação tributária é pré-existente ao nascimento do crédito tributário. 
 
O crédito tributário surge por conta do consequente da obrigação tributária, a 
obrigação tributária, a seu turno, é o antecedente da norma jurídica tributária, 
porque estabelece o comportamento possível para sofrer a incidência da lei 
tributária, impondo o dever de pagar o tributo. 
 
Existe na norma jurídica tributária a chamada obrigação principal e obrigação 
acessória, exemplo de obrigação tributária principal é a conduta descrita 
hipoteticamente na lei, que se e quando ocorrida faz nascer o vínculo do dever de 
recolher tributos aos cofres públicos. 
 
As obrigações acessórias têm relação com as obrigações de fazer ou não fazer, 
no interesse da arrecadação e fiscalização dos tributos. 
 
Como surge o crédito tributário? Pela formalização do lançamento, este 
determina o valor do tributo, condição “sine qua non” para que o contribuinte 
possa pagá-lo, então, o crédito tributário pode decorrer da obrigação tributária 
principal, se conecta com o dever de pagar o tributo, mas nasce em momento 
distinto da ocorrência da obrigação tributária. 
 
A obrigação e o crédito tributário se conectam em razão do dever de recolher 
dinheiro aos cofres públicos, mas surgem no mundo jurídico e tem efeitos 
jurídicos distintos um relação ao outro. 
 
Devemos frisar uma questão importante a confirmar a dissociação entre a 
obrigação tributária e o crédito tributário. 
 
O crédito tributário delineia a provável existência de uma obrigação tributaria. 
Provável, porque ele pode surgir no mundo jurídico independentemente da 
ocorrência da obrigação tributária principal. 
 
Pode existir um crédito tributário que não esteja relacionado com a 
obrigação tributária. 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
3 
O descumprimento da obrigação tributária acessória faz surgir o lançamento do 
crédito tributário relativo a penalidade tributária, por isso, podemos afirmar, que 
o crédito tributário pode surgir no mundo jurídico independentemente da 
obrigação principal prevista em lei. 
 
Por exemplo. Em relação ao ICMS, o contribuinte está obrigado a dar 
comprimento a uma série de procedimentos para confirmar a circulação da 
mercadoria, terá que preencher a nota fiscal de saída da mercadoria; o livro de 
entrada das mercadorias; o livro de saída de mercadorias; o livro de apuração, ou 
seja, uma série de requisitos procedimentais (obrigações acessórias), para 
confirmar a circulação da mercadoria enquanto hipótese de incidência da lei 
tributária do ICMS. 
 
Se o contribuinte simplesmente errou no cumprimento da obrigação acessória 
(obrigação de fazer) em prol da fiscalização, ou seja, quando o contribuinte 
descumpre uma obrigação acessória, ela se converte em principal e se converte 
porque ela não é principal, se converte em principal para ser cobrada, cobrada 
por meio da formalização do crédito pelo lançamento. 
 
O momento de ocorrência da obrigação principal tributaria é um e o momento da 
ocorrência do crédito tributário é outro, que se conectam pelo mesmo dever, mas 
são institutos jurídicos distintos, possuem regimes jurídicos distintos, conforme o 
CTN. 
 
Inclusive, pode existir até crédito tributário que não decorra da obrigação 
tributária principal. 
 
O crédito tributário pode surgir independentemente da ocorrência da 
obrigação principal, basta que as obrigações acessórias sejam 
descumpridas. 
 
Nós vamos perceber daqui para frente que o CTN estabelece uma série de 
efeitos jurídicos inerentes ao crédito tributário dando-lhe contornos 
jurídicos, que em muitos casos não vão afetar a existência da obrigação 
tributária. 
 
Porém, pode existir a circunstância jurídica, um determinado instituto 
jurídico tributário que vai fulminar a existência do crédito tributário; 
estabeleça com que o lançamento suma do mundo jurídico e a obrigação 
tributária estará intacta, permitindo-se ao Fisco efetuar novo lançamento. 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
4 
EXEMPLO para entendimento: No ICMS, sou comerciante e a Fazenda 
Pública fiscalizando minhas atividades mercantis conclui que devo ICMS, 
confirmando o débito tributário por meio do lançamento em Auto de Infração e 
Imposição de Multa. 
 
Com a lavratura do auto de infração, posso defender-me questionando a 
obrigação tributária que não cumpri, abre-se, então, a fase de discussão do 
lançamento em AIIM, entre mim e a fazenda pública. 
 
Eu impugno o auto de infração e faço tudo para desconstituí-lo, apresentando 
provas e requeiro no pedido de impugnação, que uma nova diligência deve ser 
feita para comprovar o erro da Fazenda nos documentos apresentados. 
 
Porém, a Fazenda mantém o auto de infração, não permitindo o contraditório e 
ampla defesa, inclusive, em fase recursal pelo Tribunal Administrativo de 
Segunda Instância. 
 
Socorrendo-me do Poder Judiciário, após a análise do meu pedido na ação 
competente, o Juiz conclui que o meu direito de defesa foi prejudicado, por conta 
da ausência de contraditório, quando da recusa do órgão judicante da 
administração fazendária negou o direito a novas diligências nos documentos 
contábeis apresentados. 
 
O órgão do poder judiciário cancela o auto de infração, porque existiu ofensa aos 
princípios inerentes ao processo administrativo; vícios formais no processo 
administrativo originados pela ofensa ao direito de defesa e ao contraditório. 
 
Assim, poderá o contribuinte estar sujeito a nova fiscalização e a novo 
lançamento? Sim, porque a obrigação tributária permanece intacta, ainda que a 
Fazendatenha sido fulminada no julgamento do auto de infração (lançamento de 
ofício), em face do vício formal do crédito tributário. 
 
O julgamento administrativo pode prejudicar a validade do crédito tributário por 
existência de vício formal no processo administrativo, mas em momento algum a 
obrigação tributária foi atingida. A decisão do Poder Judiciário afeta o crédito, 
entretanto, a obrigação está intacta, podendo gerar novo lançamento tributário. 
 
Que é crédito tributário? É um instituto jurídico tributário correlato ao dever de 
pagar tributo (dinheiro aos cofres públicos) e que constitui o momento do 
montante do tributo a ser pago para Fazenda Pública que é formalizado por meio 
de lançamento. Crédito e Obrigação são institutos jurídicos correlatos, mas 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
5 
distintos, nascem em momentos jurídicos distintos e tem efeitos jurídicos distintos 
em razão de sua ocorrência. 
 
Qual a natureza jurídica do crédito tributário? A natureza jurídica do crédito 
tributário é tributária, que declara a ocorrência da obrigação tributária e é 
constituído pelo lançamento. É o instituto jurídico que surge por conta do dever 
de recolher dinheiro aos cofres públicos, formalizado pelo lançamento e 
identificando o montante do tributo a pagar e será regido pelo conjunto de 
normas específicas contidas no Código Tributário Nacional. 
 
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua 
extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele 
atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação 
tributária que lhe deu origem. 
 
Art. 140 do CTN, apresenta a distinção entre Obrigação Tributária e Crédito 
Tributário. 
 
Obrigação tributária: é a norma jurídica estabelecendo o dever de pagar o tributo. 
O Crédito tributário: é o valor propriamente dito do montante do tributo a 
ser pago devido a ocorrência de uma conduta prevista em lei, que se 
formaliza no momento de seu lançamento. 
 
O lançamento é constitutivo de crédito tributário, e apenas declaratório da 
obrigação correspondente. 
 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se 
modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos 
casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob 
pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou 
as respectivas garantias. 
 
Nesse sentido, o Art. 141 do CTN demonstra que as causas que definem a 
exclusão, suspensão e extinção do crédito tributário, ou seja, os institutos 
jurídicos que determinam o regime jurídico do crédito tributário são unicamente 
estipulados pelo Código Tributário Nacional, enquanto norma jurídica de status 
de Lei Complementar. 
 
 Lançamento Tributário 
 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo 
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
6 
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do 
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de 
responsabilidade funcional. 
 
O art. 142 do CTN trata do conceito de lançamento e o seu parágrafo único 
determina a vinculação da administração pública no que tange a sua efetivação. 
 
O que a norma determina é a obrigatoriedade da Fazenda Pública em cobrar do 
contribuinte o montante do tributo devido pelo lançamento em caráter obrigatório, 
não existindo nesse momento margem para uma decisão discricionária do agente 
público. 
 
Não é um mero poder da autoridade administrativa lançar o tributo, é um “dever” 
lançar o tributo. 
 
O lançamento tributário tem natureza jurídica mista ou dúplice. Ele pode ser ato 
declaratório, por meio do qual se declara a obrigação tributária nascida do fato 
gerador e opera efeitos ex tunc. 
 
Por outro lado, a parte inicial do art. 142 refere-se a natureza constitutiva do 
lançamento, que opera efeitos ex nunc ao criar direitos e deveres do contribuinte. 
 
Compete a autoridade administrativa efetivar o lançamento tributário, sendo 
assim, há presunção de legitimidade dos atos da Administração, bem como é 
proibido a delegação desta competência aos particulares. 
 
A autoridade competente no âmbito da União é o Auditor Fiscal da Receita 
Federal; nos Estados e Distrito Federal é o Agente-Fiscal de Rendas ou 
denominação equivalente, por fim, nos Municípios e Distrito Federal é o Auditor 
Fiscal do Município ou denominação equivalente. 
 
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda 
estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da 
ocorrência do fato gerador da obrigação. 
 
Trata-se de norma jurídica que se aplica aos chamados tributos aduaneiros, que 
por consequência da operação de comércio exterior, o preço das mercadorias e 
produtos são expressos em moeda estrangeira, então, portanto, o lançamento 
deverá levar em consideração a conversão da moeda estrangeira em moeda 
nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação, ou seja, o 
câmbio do dia da ocorrência do desembaraço aduaneiro. 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
7 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-
se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 
 
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador 
da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, 
ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao 
crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir 
responsabilidade tributária a terceiros. 
 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de 
tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se 
considera ocorrido. 
 
 
A Lei Tributária em relação a constituição do lançamento será aquela aplicável à 
data da ocorrência do fato gerador. 
 
O lançamento quando declara a ocorrência da hipótese de incidência está 
relacionado com os elementos da Regra Matriz de Incidência tributária, que são: 
a) H. I.; b) Base de Cálculo; c) Sujeito Ativo; d) Sujeito Passivo; e) Aspecto 
Temporal e Espacial e f) Alíquota. 
 
Nesse sentido, a lei aplicável que regerá a feitura do lançamento tributário é 
aquela que está ou esteve em vigor na data da ocorrência da hipótese de 
incidência tributária, espelhando os elementos que compunham a Regra Matriz de 
Incidência. 
 
No entanto, se a lei tributária não fizer referência a nenhum destes elementos, 
aplicar-se-á a regra do §1º, do Art. 144 CTN. 
 
Novos critérios de apuração, fiscalização e garantias e privilégios em relação ao 
lançamento são mecanismos de aferição e cálculo do montante do tributo a pagar, 
que não se relacionam intrínseca e diretamente com algum dos elementos da regra 
matriz de incidência tributária. 
 
Atenção para o fato da lei nova, posterior a ocorrência do fato gerador disciplinar 
responsabilidade tributária de terceiros. Eis que se trata de alteração da sujeição 
passiva do tributo, não poderá ser aplicada na data do lançamento, valendo a 
regra geral estipulada no caput do art. 144. 
 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: 
 
I - impugnação do sujeito passivo; 
 
II - recurso de ofício; 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
8 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. 
 
A revisão do lançamentosó é possível nos casos previstos do artigo 145 do CTN. 
Com a notificação do lançamento ao contribuinte, ou seja, quando o lançamento 
se torna conhecido e existente para o seu pagamento pelo contribuinte, o 
lançamento se presume definitivo. 
 
Somente será possível a modificação do lançamento, após a notificação ao 
contribuinte, conforme a previsão do Art. 145 do CTN: 
 
a) quando o sujeito passivo não concorda com o lançamento e o impugna, tanto 
na esfera judicial, como administrativa; 
 
b) quando a Fazenda Pública recorre de ofício (reexame necessário) nos 
Tribunais Administrativos, que julgam as lides tributárias; 
 
c) por iniciativa de ofício da autoridade administrativa, na previsão do art. 149, 
do CTN. 
 
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou 
judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento 
somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido 
posteriormente à sua introdução. 
 
 
Por sua vez, o CTN trata agora de disciplinar a aplicação no tempo das 
modificações efetuadas no lançamento, informando que tais modificações só 
poderão ser introduzidas em relação a fatos geradores ocorridos após a decisão 
judicial e administrativa, ou da iniciativa de ofício da Autoridade Fazendária. 
 
Essas modificações correspondem ao chamado critério interpretativo adotado 
pela Fazenda Pública para aplicar a norma jurídica em face do lançamento 
tributário, que se opera ex nunc. 
 
Ou seja, o CTN proíbe terminantemente que se adote a revisão do 
lançamento na suposta existência de erro de direito, alterando-se critério 
jurídico na interpretação da norma jurídica por outra para a realização do 
lançamento em relação a fatos geradores pretéritos. 
 
O erro de direito não se confunde com o erro de fato. Este é desconhecido pela 
Autoridade Fazendária, ou seja, lhe é completamente inexistente. 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
9 
No erro de direito, o fisco tem conhecimento sobre o fato, mas, erra na 
interpretação jurídica da norma; erra na aplicação da norma ao fato concreto. 
 
Como exemplo, podemos citar o erro de direito na aplicação da norma sobre a 
classificação de mercadorias ou produtos para a incidência do imposto de 
importação, que pode culminar no pagamento de imposto a menor na declaração 
de importação. 
 
Se após o desembaraço aduaneiro, a Autoridade Fazendária reputa que ocorrera 
erro de direito na aplicação da norma, somente poderá aplicar o novo critério 
interpretativo a fatos geradores futuros. 
 
Tipos de Lançamento: 
 
A) De Ofício (Art. 149, CTN): É o lançamento em que toda atividade de 
apuração, cálculo e determinação do tributo a pagar é realizado exclusivamente 
pelo fisco. Ex: IPVA; IPTU; Auto de Infração e Imposição de Multa; 
 
 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela 
autoridade administrativa nos seguintes casos: 
I - quando a lei assim o determine; 
 
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de 
direito, no prazo e na forma da legislação tributária; 
 
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha 
prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de 
atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a 
pedido de esclarecimento formulado pela autoridade 
administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste 
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; 
 
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a 
qualquer elemento definido na legislação tributária como 
sendo de declaração obrigatória; 
 
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da 
pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que 
se refere o artigo seguinte; 
 
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, 
ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação 
de penalidade pecuniária; 
 
 VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro 
em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
10 
 VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não 
provado por ocasião do lançamento anterior; 
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, 
ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o 
efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou 
formalidade especial. 
 
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser 
iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública 
 
 
O Art. 149 do CTN apresenta o lançamento de ofício e as modalidades de revisão 
de qualquer modalidade de lançamento. 
 
Ou seja, o lançamento é aquele que toda a apuração, cálculo e determinação do 
montante do tributo a pagar é atividade preponderante do Fisco. Pois bem, além 
dessa perspectiva a Fazenda Pública poderá de ofício efetuar a revisão de 
qualquer modalidade de lançamento, desde que presentes às hipóteses elencadas 
no inciso do mesmo artigo. 
 
Uma condição importante para que o Fisco efetue a revisão de ofício do 
lançamento está relacionada com o direito de lançar que a Fazenda Pública deve 
exercer dentro do prazo determinado pela lei tributária. 
 
A Fazenda Pública tem contra si a fluência do prazo decadencial, para exercer o 
direito de constituir o crédito tributário, caso em que poderá ocorrer a sua 
extinção do mundo jurídico. 
 
A decadência do crédito tributário extingue definitivamente a relação jurídico-
tributária e nesse contexto impede que o Fisco pratique qualquer iniciativa de 
rever de ofício o lançamento anteriormente efetuado. 
 
B) Por Declaração ou Misto (Art. 147, CTN): É o lançamento realizado por 
ação conjunta, tanto do fisco, como do contribuinte, ou seja, o sujeito passivo 
presta a declaração ou a informação e a Fazenda Pública efetua o pagamento e só 
então após o lançamento efetuado pela Fazenda Pública o Contribuinte realiza o 
pagamento. Ex: Imposto de Importação; ITBI. 
 
Outro exemplo: Você viaja e traz no retorno da viagem uma série de 
equipamentos eletrônicos. Na alfândega você tem que apresentar tudo e declarar 
a autoridade aduaneira. Se passar da cota permitida, então, será tributado, 
conforme as informações prestadas no formulário. 
 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
11 
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração 
do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na 
forma da legislação tributária, presta à autoridade 
administrativa informações sobre matéria de fato, 
indispensáveis à sua efetivação. 
 
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio 
declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é 
admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e 
antes de notificado o lançamento. 
 
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu 
exame serão retificados de ofício pela autoridade 
administrativa a que competir a revisão daquela. 
 
 
O Lançamento por Declaração está previsto no art. 147 do CTN e a legislação 
permite que o contribuinte ao errar em suas declarações possa retificá-las. 
 
O contribuinte tem o direito de retificar as declarações fornecidas, mas, em duas 
condições tão somente: i) provando a existência do ERRO e ii) antes do 
recebimento da notificação do lançamento. 
 
Esse procedimento ocorre, porque se o lançamento foi feito e o FISCO percebeu 
o ERRO, ele procede a NOTIFICAÇÃO para que o contribuinte venha se 
explicar, porém, não mais será considerada a iniciativa do contribuinte e a 
conseqüência disso será o fato de estar sujeito à MULTA, aplicando-se, por 
conseguinte, o § 2º do mesmo artigo 147 do CTN. 
 
C) Por Homologação (Art. 150 e seu §4º): É aquele lançamento realizado pelo 
contribuinte onde toda apuração, cálculo e montante do tributo a pagar e o 
próprio pagamento antecipado é realizado pelo contribuinte, sob condição 
homologatória a serrealizada posteriormente pelo fisco, em face do pagamento 
antecipado. Ex: ICMS, IPI, IR. 
 
 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao 
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, 
opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida 
pelo obrigado, expressamente a homologa. 
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição 
resolutória da ulterior homologação ao lançamento. 
 § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados 
pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
12 
 § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo 
porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. 
 § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato 
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se 
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de 
dolo, fraude ou simulação. 
 
Art. 150 do CTN apresenta o lançamento por homologação. Trata-se de uma 
modalidade de lançamento em que toda a apuração, cálculo e determinação do 
montante do tributo é atividade preponderante do contribuinte, ficando ao Fisco o 
dever de homologar ou não, dentro do prazo de cinco anos da data da ocorrência 
do fato gerador, as informações e declarações prestadas pelo contribuinte. 
Um dado importantíssimo para a caracterização do lançamento por 
homologação é que o contribuinte efetua o pagamento antecipado do tributo. 
 
O prazo que a Fazenda Pública tem para homologar o lançamento e o pagamento 
efetuado se dá em cinco da data da ocorrência do fato gerador, que varia 
conforme o aspecto temporal de cada tributo previsto na legislação específica. 
 
 
 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou 
tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, 
serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante 
processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre 
que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os 
esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo 
sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, 
ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, 
administrativa ou judicial. admissível mediante comprovação 
do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. 
 
 
 
Art. 148 do CTN apresenta um procedimento do fisco em relação a qualquer 
modalidade de lançamento. É o chamado lançamento por arbitragem. 
 
Não se trata de mais uma modalidade de lançamento, mas sim de procedimento 
para apuração do montante devido do tributo, quando as declarações e 
informações prestadas pelo contribuinte ou pelo terceiro não mereçam 
credibilidade. 
 
 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
1 
PROGRAMA DE AULAS 
 
SUSPENSÃO DO CRÉDIO TRIBUTÁRIO 
 
 Suspensão do Crédito Tributário 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórias 
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes. 
 
O artigo 151 do CTN apresenta as causas que impedem a Fazenda Pública de 
efetivar a cobrança do crédito tributário. 
 
Vamos estudar as causas que, quando previstas na legislação e aplicadas pela 
Fazenda Pública, fazem com que o Fisco não proceda a cobrança do crédito 
tributário. 
 
Uma vez lançado o tributo, seja de ofício, por declaração ou por homologação, o 
passo subseqüente é o dever da fazenda pública de exigir o montante do tributo. 
Nesse momento, pode ocorrer a suspensão do crédito tributário como se fosse 
uma parede a impedir a Fazenda Pública de dar continuidade a cobrança do 
crédito tributário. 
 
Então, vamos interpretar as duas causas de suspensão da exigibilidade do crédito 
que se assemelham e estão submetidas ao mesmo regime jurídico, são elas: a 
moratória e o parcelamento, por força da previsão do §2º, do art. 155-A, do 
CTN. 
 
 Moratória e Parcelamento 
 
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. 
(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp104.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp104.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp104.htm
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
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§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência 
de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
§ 2
o
 Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à 
moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em 
recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis 
gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste 
caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. (Incluído pela Lcp nº 
118, de 2005) 
 
O regime jurídico da Moratória está contida nos artigos 152 à 155 do CTN e o 
parcelamento está contido no artigo 155-A. 
 
A moratória e o parcelamento significam dilação de prazo do pagamento do 
crédito tributário, concedida pela Fazenda Pública em favor do sujeito passivo. 
 
A moratória é gênero e o parcelamento é espécie, mas ambos significam prazo 
dilargado do pagamento do crédito tributário, em favor do sujeito passivo, 
concedido pela Fazenda Pública 
 
A moratória, geralmente é concedida uma só vez. Suponha que vc tenha um 
prazo definido na legislação para pagamento do tributo, a Fazenda Pública pode 
pela moratória conceder dilação desse prazo uma única vez. Ao invés de 
contribuinte pagar o IPTU do exercício financeiro de 2014, por exemplo, no dia 
10 de março de 2014, a prefeitura de São Paulo poderá conceder uma moratória 
para que contribuinte pague este crédito tributário do IPTU de 2014, no dia 
10/03/2016. 
 
O parcelamento é a dilação de prazo fracionada no tempo para o pagamento do 
crédito tributário, inclusive, decomposto no tempo em relação ao seu valor. 
 
A moratória e o parcelamento serão sempre concedidos por meio de lei específica 
da Pessoa Política competente para criar o tributo, então, somente aquela 
entidade de direito público interno (União, Estado-Membro, Distrito Federal e 
Município), que tem a competência para criar o tributo, tem competência para 
conceder a moratória e o parcelamento 
 
Ou seja, a União não vai dar moratória ou parcelamento de tributos estaduais e 
municipal e vice-versa, só a lei concede moratória e parcelamento, lei esta 
específica da entidade de direito público interno competente para criar o tributo. 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp104.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp104.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm#art155a
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm#art155a
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm#art155aProfessor Doutor Flávio Galvão 
 
 
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Nesse sentido, está derrogada pela Constituição Federal de 1988, a norma 
contida na alínea “b”, do inciso I, do art. 152, do CTN. 
 
A previsão em abstrato da moratória e do parcelamento na lei tributária se perfaz, 
enquanto, ato individual e concreto ao sujeito passivo, para a fruição do 
benefício, por meio de despacho concessivo da autoridade fazendária 
competente, conforme a previsão do inciso II, do art. 152, do CTN. 
 
Art. 152. A moratória somente pode ser concedida: 
I - em caráter geral: 
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira; 
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, 
quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de 
direito privado; 
II - em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas 
condições do inciso anterior. 
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à 
determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada 
classe ou categoria de sujeitos passivos. 
 
A moratória e o parcelamento poderão ser concedidos de maneira restrita a 
determinada região do território do Município, do Estado Membro, da União, ou 
a determinada classe ou categoria de sujeito, mas a Lei que vai estipular este 
critério. 
 
No art. 153 do CTN vamos encontrar os requisitos e as condições necessárias 
para a adesão ao regime jurídico da moratória e do parcelamento, que a lei 
impõe. 
 
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em caráter individual 
especificará, sem prejuízo de outros requisitos: 
I - o prazo de duração do favor; 
II - as condições da concessão do favor em caráter individual; 
III - sendo caso: 
a) os tributos a que se aplica; 
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, podendo 
atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de concessão em 
caráter individual; 
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter individual. 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
4 
 
A moratória e o parcelamento têm como regra geral abranger o crédito tributário: 
 
a) definitivamente constituídos pelo lançamento até a data da publicação da lei; 
 
b) créditos definitivamente constituídos pelo lançamento até a data do despacho 
administrativo que conceder a moratória e ou parcelamento e; 
 
c) créditos definitivamente constituídos pelo lançamento até a data da publicação 
da lei, com a notificação ao sujeito passivo do lançamento. 
 
Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente 
constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado 
àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo. 
Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo 
ou do terceiro em benefício daquele. 
 
O CTN traz essa regra informando ao intérprete que será impossível a concessão 
de moratória e parcelamento de créditos futuros e incertos, não se parcela, não se 
dá moratória em relação a créditos tributários que no futuro poderão ser 
constituídos pelo lançamento, só terão abrangência os créditos tributários que já 
estão devidamente constituídos pelo lançamento, seja em definitivo ou de acordo 
com a notificação do lançamento feita pela Fazenda Pública. 
 
OBS: essas regras são válidas, caso a lei não disponha contrariamente, caso 
em que o contribuinte confessará a ocorrência da obrigação tributária com o 
correlato crédito tributário que a quantifica, principalmente, nos chamados 
tributos lançados por homologação. 
 
A moratória e o parcelamento não podem ser concedidos em razão de fraude 
praticada pelo contribuinte no que tange as condições previstas em Lei para 
sua concessão. 
 
A moratória e o parcelamento para serem concedidos precisam preencher as 
condições estipuladas em Lei. Se o contribuinte frauda tais condições os 
benefícios serão revogados. 
 
 Revogação da Moratória e Parcelamento 
 
A concessão de moratória e parcelamento não geram direito adquirido, ou 
seja, podem ser revogados no interesse da Fazenda Pública. 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
5 
Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de 
ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não 
cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido 
de juros de mora: 
I - com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro 
em benefício daquele; 
II - sem imposição de penalidade, nos demais casos. 
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e 
sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do 
inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito. 
 
Dessa forma, como é que fica se a Fazenda Pública concede moratória e o 
parcelamento e depois os revoga? Com a revogação da moratória e do 
parcelamento o crédito tributário será cobrado da seguinte forma: 
 
a) será cobrado com juros de mora e imposição de penalidade pecuniária (multa 
de ofício), no caso de fraude praticada contra a Fazenda Pública no 
preenchimento das condições a concessão da moratória e do parcelamento; 
b) com os juros de mora, mas sem aplicação de penalidades (multa de ofício), nos 
demais casos, ou seja, nos casos de boa-fé do contribuinte, ocasionado 
unicamente na premissa da mera inadimplência. 
 
A seu turno, nos casos de revogação do benefício por força da fraude praticada 
pelo contribuinte no preenchimento das condições para a fruição do benefício, o 
prazo entre a concessão do benefício e sua revogação não se computado para a 
contagem do prazo prescricional para a cobrança do tributo. 
 
Essa regra não valera, nos casos de revogação do benefício, quando não fundado 
em fraude (mera inadimplência). 
 
No parcelamento, salvo disposição de lei em contrário, não estarão excluídos os 
juros e multa. 
 
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei 
específica. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
§ 1
o
 Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a 
incidência de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à 
moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em 
recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp118.htm#art1
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§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis 
gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste 
caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. (Incluído pela Lcp nº 
118, de 2005) 
 
 O Depósito do Montante Integral do Tributo 
 
É mais uma forma de se suspender o crédito tributário. É um direito do 
contribuinte. 
 
Conceito: Significa o direito do contribuinte de efetuar o depósito do valor 
integral do tributo devidoseja em procedimento de jurisdição 
administrativa, no processo administrativo fiscal ou em procedimento 
judicial tributário. 
 
O depósito do montante integral tem a finalidade de evitar a correção monetária 
do crédito bem como a fluência dos juros de mora. 
 
O depósito integral do montante do tributo inclui o tributo, juros e multas. 
 
Súmula 112 do STJ: o depósito somente suspende a exigibilidade do crédito 
se for integral e em dinheiro. 
 
Súmula Vinculante 28 do STF: É inconstitucional a exigência de depósito 
prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se 
pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário. 
 
 
 Os Recursos e Reclamações no Processo Administrativo 
 
Em todo o lançamento, seja ele de ofício, declaração ou homologação, o 
contribuinte tem o direito de questioná-lo perante a própria Fazenda Pública, 
abrindo-se a fase do contencioso tributário no âmbito da administração 
fazendária. 
 
O contribuinte não concorda com o lançamento do IPTU deste ano, relativamente 
ao valor venal, ou seja, a base de cálculo está acima do que determina a Lei, 
acima do valor de mercado, o contribuinte poderá, então, impugnar o lançamento 
conforme as leis administrativas respectivas. 
Impugnações e recursos na órbita da administração fazendária do processo 
administrativo fazendário suspendem a exigibilidade do crédito, bem como todos 
os atos executórios objetivando a cobrança judicial do tributo. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp118.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp118.htm#art1
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No mesmo sentido, os recursos e reclamações (impugnações), na jurisdição 
administrativa impedem a inscrição do débito em dívida ativa e tem o 
contribuinte, enquanto perdurar a discussão do débito na jurisdição 
administrativa, direito a certidão positiva com efeitos de negativa, não correndo, 
inclusive, o prazo prescricional para a cobrança do débito tributário. 
 
Temos Súmula Vinculante nº 21, do STF: é inconstitucional a exigência de 
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de 
recurso administrativo. 
 
 A concessão de medida liminar em mandado de segurança ou de 
medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de 
ações judiciais 
 
Quando o sujeito passivo busca o judiciário para pleitear em medida liminar, a 
suspensão de exigibilidade do crédito ou tutela antecipada, seja em mandado de 
segurança ou outras ações judiciais, a cobrança do crédito tributário ficará 
suspensa. 
 
A medida liminar em mandado de segurança se fundamenta no Inciso III, do Art. 
7º, da Lei nº 12.016/2009, no contexto do relevante fundamento do pedido, 
conhecido pela expressão fumus boni juris e na ineficácia da medida, caso não 
seja deferida de imediato, conhecida pela expressão periculum in mora. 
 
A tutela antecipada, a seu turno, fundamenta-se no Art. 294, do NCPC, possui os 
requisitos: a) verossimilhança da alegação, em face de uma prova inequívoca; b) 
fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; c) caracterização do 
abuso do direito de defesa ou do manifesto propósito protelatório do réu. 
 
Ainda, que por ventura esteja suspensa a exigibilidade do crédito, o contribuinte 
tem que cumprir com todas as obrigações acessórias, dar conta de todas as 
informações necessárias ao fisco em relação à ocorrência da obrigação tributária. 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
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PROGRAMA DE AULAS 
 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
 Exclusão do Crédito Tributário 
 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - a isenção; 
II - a anistia. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações 
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente. 
 
 Isenção 
 
A isenção significa a supressão de um ou mais elementos da regra matriz de 
incidência tributária, fazendo com que a norma jurídica tributária não produza 
seus efeitos jurídicos, dispensando o contribuinte do pagamento do tributo. 
 
Só concede isenção o ente federativo que tem competência para criá-lo. 
 
A isenção suprime um dos elementos da regra matriz, fazendo com que a norma 
jurídica que institui a obrigação tributária seja remodelada, dispensando o dever 
do contribuinte de pagar o tributo, restando, contudo, intacto o dever de 
cumprimento das obrigações acessórias. 
 
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as 
condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o 
prazo de sua duração. 
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade 
tributante, em função de condições a ela peculiares. 
 
A isenção está vinculada ao Princípio da Legalidade (sempre será concedida por 
meio de lei ordinária ou complementar, quando esta última veicular a instituição 
do tributo). 
 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: 
I - às taxas e às contribuições de melhoria; 
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
 
A Isenção não se aplica aos casos: a) taxas e contribuições de melhoria; b) aos 
tributos instituídos posteriormente à sua concessão. Ou seja, as isenções 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
2 
concedidas por lei não se projetam para o futuro em relação a tributos que forem 
criados após a sua publicação, caso não haja estipulação da própria em lei 
contrário. 
 
Por outro lado, as isenções deverão atingir somente os tributos já existentes, 
cujos fatos geradores ocorrem no futuro, que ainda estão para ocorrer. 
 
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, 
pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do 
art. 104. (Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 7.1.1975) 
 
Pode a ISENÇÃO ser revogada? SIM. Como? Por meio de lei. A qualquer 
tempo? 
 
Depende: 
 
a) se a lei que instituiu a Isenção foi por prazo certo e sob condições, seguirá a 
regra da anterioridade e só poderá ter eficácia no exercício seguinte (Princípio 
Constitucional da Anterioridade); 
 
OBS: Súmula 544 do STF: Isenção tributária concedida sob condição 
onerosa não pode ser livremente suprimida. 
 
b) se a lei que instituiu a Isenção não foi por certo prazo, o contribuinte volta a 
pagar o tributo no dia seguinte a revogação da lei isentiva. 
 
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por 
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do 
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para 
concessão. 
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo 
será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir 
do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do 
reconhecimento da isenção. 
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o 
disposto no artigo 155. 
 
O Art. 179 do CTN estabelece a sistemática de concessão da isenção pela 
autoridade administrativa fazendária, quando estabelece o prazo e as condições 
para a fruição do benefício. 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp24.htm#art13
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
3 
Salientamos, que a concessão de isenção por período certo de tempo e sob 
condições não gera direito adquirido, ou seja, comprovando-se que o contribuinte 
fraudou os requisitos exigidos, poderá a Fazenda Pública revogar o benefício, 
aplicando-se integralmente os juros de mora e multas. 
 
OBS: No quetange ao ICMS, as isenções somente poderão ser concedidas por 
meio de Convênios do CONFAZ e não pelo legislador ordinário estadual, na 
conformidade do Art. 155, §2º, XII, “g” c.c. o Art. 150, §6º, ambos da CF. 
 
OBS: A União é proibida de conceder isenções de tributos que estejam fora de 
sua competência tributária. É a proibição a União de conceder isenções 
heterônomas. A exceção a essa regra só é possível num único caso, para a 
concessões de isenções de ISS nas exportações de serviços para o exterior, 
conforme a previsão do Art. 156, §3º, II, da CF. 
 
 Anistia 
 
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei 
que a concede, não se aplicando: 
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa 
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em 
benefício daquele; 
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas 
naturais ou jurídicas. 
 
É causa de exclusão do crédito tributário. Consiste na supressão da aplicação da 
penalidade tributária. A Anistia consiste no perdão da Multa. O perdão da Multa 
não exclui o pagamento da obrigação principal/acessória, logo não atinge o 
Crédito, nem as obrigações acessórias. 
 
A Anistia concedida por lei só atinge às penalidades tributárias aplicadas em 
relação as infrações tributárias cometidas ANTES da vigência da lei que a 
concede. 
 
A Anistia somente pode ser concedida após o cometimento da infração e antes da 
constituição do lançamento da penalidade pecuniária, eis que para este último 
caso, resta o instituto da remissão tributária. 
 
O contribuinte anistiado da penalidade tributária continua obrigado ao pagamento 
do tributo. 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
4 
A anistia não implica no perdão da prática da conduta qualificada como crime ou 
contravenção, ou quanto às infrações a legislação tributária que tenham sido 
praticadas com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo. 
 
Art. 181. A anistia pode ser concedida: 
I - em caráter geral; 
II - limitadamente: 
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; 
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não 
com penalidades de outra natureza; 
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela 
peculiares; 
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação 
seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. 
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho 
da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do 
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, 
quando cabível, o disposto no artigo 155. 
 
O CTN explica os critérios de concessão da anistia pela lei especifica de cada 
entidade tributante. Ressalvamos que a anistia não gera direito adquirido, 
no tocante ao cumprimento dos requisitos necessários à fruição do benefício. 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
1 
PROGRAMA DE AULAS 
 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
 Extinção do Crédito Tributário 
 
Com a extinção do crédito tributário a relação jurídica tributária se completa e 
acaba. O crédito tributário se extingue e o dever de pagar o tributo obviamente 
está cumprido. 
 
Ex: Se eu pago o CRÉDITO TRIBUTÁRIO eu automaticamente EXTINGO a 
relação jurídica tributária. 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 
e seus §§ 1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que 
não mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Incluído 
pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a 
ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 
149. 
 
 Pagamento 
 
Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário. 
 
Se a penalidade pelo descumprimento da lei tributária for cobrada junto com o 
crédito, no lançamento, ou seja, no mesmo momento, não significa que o seu 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp104.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp104.htm
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
2 
pagamento possa ser oponível ao pagamento do crédito tributário, ou seja, não 
descaracteriza o lançamento. 
 
E se você pagar o valor do crédito tributário e não pagar a penalidade, isso não 
quer dizer que já está extinto o crédito tributário, porque o crédito tributário 
constituído pelo lançamento também engloba a penalidade tributária aplicada. 
 
Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento: 
I - quando parcial, das prestações em que se decomponha; 
II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos. 
 
Trata-se de regra jurídica que determina que a presunção de pagamento de parte 
do crédito tributário seja em parcelas, ou de crédito tributário vencido ou 
vincendo relativo a mesmo ou a outro tributo, não comprova o cumprimento da 
obrigação tributária na sua integralidade. 
 
Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado na 
repartição competente do domicílio do sujeito passivo. 
Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o vencimento do crédito 
ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento. 
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, 
nas condições que estabeleça. 
 
Regra geral para o pagamento do crédito tributário o será no domicílio do sujeito 
passivo, quando a lei não dispuser a respeito. 
 
O art. 160 dispõe da regra a respeito do prazo do vencimento do crédito 
tributário: 30 dias após a notificação do lançamento, desde que a legislação 
tributária pertinente não disponha em contrário. 
 
 Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual 
for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da 
aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. 
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento 
ao mês. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro 
do prazo legal para pagamento do crédito. 
 
O crédito tributário não pago na data do vencimento será acrescido de juros de 
mora, salvo lei em contrário, será de 1% ao mês, além da correção monetária, que 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
3 
se considera unicamente para recomposição do valor do tributo pelo tempo 
decorrido entre a data de pagamento e a sua quitação. 
 
No âmbito dos tributos federais a taxa de juros é mensurada pelo índice da 
SELIC, acumulada mensalmente, conforme o Art. 13, da Lei nº 9.065/1995. 
 
NÃO SE APLICA OS JUROS DE MORA E MULTA, quando o contribuinte, 
dentro do prazo para o pagamento, faz uma consulta sobre a aplicação da 
legislação tributária. 
 
O importante é que ocontribuinte faça a consulta dentro do seu prazo para 
pagamento do crédito, INCIDINDO UNICAMENTE A CORREÇÃO 
MONETÁRIA DESDE O VENCIMENTO. 
 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. 
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou 
vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente. 
§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado. 
§ 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, 
ressalvado o disposto no artigo 150. 
§ 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão 
direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas 
em que o erro seja imputável à autoridade administrativa. 
§ 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em 
estampilha. 
 
Tratam-se das modalidades de pagamento do crédito tributário. A modalidade 
mais usual é o pagamento feito por meio de cheque, que evidentemente só será 
considerado como pago depois de devidamente compensado. 
 
O pagamento do crédito tributário por meio de estampilha e selo postal não são 
mais utilizados pela legislação tributária específica de cada tributo. 
 
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para 
com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou 
provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente 
para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na 
ordem em que enumeradas: 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
4 
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de 
responsabilidade tributária; 
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
IV - na ordem decrescente dos montantes. 
 
Em relação ao pagamento como causa de extinção do crédito tributário temos a 
chamada imputação do pagamento, está no art.163 do CTN. Significa a ordem 
cronológica de pagamento de um ou mais créditos tributários devidos pelo 
contribuinte para com a Fazenda Pública. 
 
O contribuinte deve, por exemplo, para União Federal, imposto de renda de 
pessoa jurídica, IPI, Contribuição Social Sobre Lucro, Confins, etc. O 
contribuinte pessoa jurídica deve todos esses impostos, como será feito o 
pagamento? Na forma estabelecida pelo art.163, deverá ser obedecida a 
imputação de pagamento e na ordem que estabelece. 
 
Lembre-se, que devem ser pagos os créditos tributários com os prazos maiores de 
prescrição do débito, ou seja, cuja prescrição está na iminência de operar a 
extinção do crédito tributário, quando se considera a premissa a respeito da 
ordem crescente dos prazos de prescrição, bem como na ordem decrescente dos 
valores, ou seja, devem ser pagos em primeiro lugar os maiores débitos para em 
sequência serem pagos os valores menores. 
 
 Do Pagamento Indevido 
 
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou 
parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do 
artigo 162, nos seguintes casos: 
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da 
legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador 
efetivamente ocorrido; 
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do 
montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; 
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. 
 
Neste momento o CTN achou por bem disciplinar as situações em que o 
contribuinte paga indevidamente o crédito tributário e, desse modo, o CTN define 
o modo de ressarcimento do pagamento indevido. 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
5 
Salientamos, que a disciplina do pagamento indevido não corresponde a 
modalidade de extinção do crédito tributário, mas sim de modalidade de 
ressarcimento do contribuinte pelo pagamento indevido. 
 
O contribuinte terá direito ao ressarcimento do pagamento indevido no caso de 
pagamento espontâneo de tributo devido ou maior que o devido. 
 
Terá igualmente o direito ao ressarcimento no caso de erro na aplicação da 
legislação tributária, no tocante a qualquer um dos elementos da regra matriz de 
incidência. 
 
Por último, o contribuinte beneficiado por declaração judicial ou de jurisdição 
administrativa, relativamente a relação jurídica tributária considerada como 
inexistente ou que declare o pagamento indevido do tributo acarretará o direito ao 
ressarcimento do tributo. 
 
Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo 
encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso 
de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la. 
Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma proporção, dos 
juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações de caráter formal não 
prejudicadas pela causa da restituição. 
Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da 
decisão definitiva que a determinar. 
 
O intérprete tem que tomar muito cuidado com a regra prevista no art. 166 do 
CTN, pois, trata-se de requisito a impedir o ressarcimento de tributo pago 
indevidamente nos casos de impostos indiretos. 
 
Com efeito, em se tratando de pagamento indevido de ICMS ou IPI, em que o 
contribuinte faz repercutir o encargo econômico do referido imposto na cadeia 
produtiva, terá este que provar que não se beneficiou da regra da não-
cumulatividade, assumindo o encargo do tributo como despesa ou se transferiu o 
encargo a terceiro, estar por esse autorizado a pleitear o ressarcimento. 
 
Seria o equivalente a solicitar autorização a cada consumidor final ou contribuinte 
nas operações de circulação de mercadoria ou de produção de produtos 
industrializados. 
 
Conforme observamos, o art. 166 do CTN praticamente inviabiliza o 
ressarcimento do pagamento indevido de tributos indiretos, pois todos os tributos 
repercutem na cadeia econômica, já que não há na atividade econômica cálculo 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
6 
de preço de mercadorias ou produtos que não leve em consideração o montante 
do tributo a ser pago. 
 
E por outra, a regra do princípio da não-cumulatividade previsto na Constituição 
de 88 impõe o dever de creditamento e abatimento de todo o ICMS e IPI pago 
pelos contribuintes nas operações antecedentes. 
 
Apesar das críticas esta regra é vigente e válida, devendo o intérprete tomar 
muito cuidado para não solicitar o pagamento indevido de ICMS e IPI sem 
considerar este obstáculo do art. 166 do CTN. 
 
A restituição de tributos pagos indevidamente também comporta na devolução 
dos juros de mora e penalidades pagas em decorrência do crédito tributário. 
 
Além disso, a restituição comporta aplicação de juros de mora a partir do trânsito 
em julgado da decisão definitiva que a determinar. 
 
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, 
contados: 
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; (Vide art 3 
da LCp nº 118, de 2005) 
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisãoadministrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou 
rescindido a decisão condenatória. 
 
Trata-se do prazo que o contribuinte tem que exercer o seu direito de reaver de 
volta o que pagou indevidamente de tributo. 
 
O prazo de cinco anos será contado, nos casos de pagamento espontâneo maior 
que o devido ou indevido, a partir da data do pagamento, ocorrendo a devolução 
do tributo com incidência da taxa SELIC, acumulada mensalmente, mais um 1% 
no mês em que for efetivada, conforme a Lei nº 9.250/95, Art. 39, §4º, para os 
tributos federais. 
 
Para os tributos estaduais temos a aplicação da Súmula 523, do STJ: a taxa 
de juros de mora incidente na repetição de indébito de tributos estaduais deve 
corresponder à utilizada para cobrança de tributo pago em atraso, sendo 
legítima a incidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista na 
legislação local, vedada a sua cumulação com quaisquer outros índices. 
 
E, nos casos de decisão judicial ou administrativa favorável ao contribuinte em 
cinco anos da decisão transitada em julgado. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm#art3
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm#art3
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
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Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a 
restituição. 
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, recomeçando o 
seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da 
Fazenda Pública interessada. 
 
O contribuinte entrou com um procedimento administrativo fiscal requerendo a 
restituição do pagamento indevido. 
 
A decisão no âmbito administrativo negou a restituição a contribuinte. Com 
efeito, o contribuinte poderá ingressar com a ação de repetição de indébito 
tributário, no âmbito do Poder Judiciário, em face desta decisão administrativa 
em até dois anos da decisão definitiva proferida no processo administrativo fiscal, 
considerando-se a regra de causa de interrupção da prescrição a previsão do 
parágrafo único, com a distribuição da ação, recomeçando a nova contagem, pela 
metade (um ano), a partir da intimação válida ao representante judicial da 
Fazenda Pública. 
 
 Compensação 
 
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada 
caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com 
créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. 
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste 
artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a 
correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da 
compensação e a do vencimento. 
 
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação 
judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Artigo 
incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) 
 
 
A compensação tributária significa que o sujeito passivo ocupa ao mesmo tempo 
a posição de credor e devedor em relação à fazenda Pública. 
 
A compensação será sempre prevista em lei tributária competente. 
 
A compensação somente poderá ser feita em relação à créditos líquidos e certos, 
vencidos e vincendos (que estão para vencer) do sujeito passivo com a Fazenda 
Pública, então, poderá ser compensado crédito tributário oriundo de pagamento 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp104.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp104.htm
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
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indevido com crédito tributário líquido e certo, vencido ou vincendo que se tenha 
perante a Fazenda Publica. 
 
No âmbito da fazenda pública federal é permitida a auto-compensação (prevista 
em lei), sob a condição de homologação por parte do fisco, mas o contribuinte 
terá que informar a Fazenda Pública que está efetuando a compensação e ela vai 
tomar as medidas necessárias de fiscalização à respeito dessa compensação de 
tributo. 
 
INFORMAÇÃO IMPORTANTE: no âmbito da administração fazendária federal 
a compensação de créditos de tributos de titularidade do sujeito passivo se dá 
desde que eles sejam líquidos e certos, vencidos e vincendos e, desde que tenham 
a mesma espécie (destinação constitucional). 
 
Lembramos, que a compensação de tributos requerida no Poder Judiciário não 
poderá ser realizada enquanto pendente decisão judicial sobre o assunto, 
devendo-se aguardar o trânsito em julgado da mesma, na esteira do Art. 170-A, 
do CTN. 
 
Súmula 212 do STJ: A compensação de créditos tributários não pode ser 
deferida por medida liminar. 
 
Súmula 213 do STJ: O mandado de segurança constitui-se ação adequada 
para à declaração do direito à compensação tributária. 
 
Súmula 460 do STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a 
compensação tributária realizada pelo contribuinte. 
 
 Transação 
 
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da obrigação 
tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e 
conseqüente extinção de crédito tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso. 
 
Significa o estabelecimento de concessões mútuas entre o sujeito ativo e sujeito 
passivo da obrigação com o objetivo de por término, por fim a litígio, seja no 
âmbito administrativo ou judicial. 
 
São por concessões mútuas que o sujeito passivo e ativo chegam num acordo 
para por fim ao litígio administrativo ou judicial. 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
9 
O caso mais comum por litígio de transação existente se dá quando a Fazenda 
Pública concede ao sujeito passivo desconto no pagamento da multa, desde que o 
sujeito passivo arque com a quitação do crédito tributário. 
 
A transação tem uma objetivo: acabar com o litígio do contribuinte com a 
Fazenda Pública. A transação será sempre concedida por lei que determinará os 
limites e condições para sua aplicação. 
 
 Remissão 
 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, 
remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
I - à situação econômica do sujeito passivo; 
II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso; 
V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando 
cabível, o disposto no artigo 155. 
 
Significa o perdão total ou parcial das dividas do débito tributário. A remissão 
será sempre autorizada por lei e concedida pela autoridade administrativa, 
atendida as condições e os critérios estabelecidos no art.172 do CTN. 
 
A concessão de remissão não gera direito adquirido na hipótese de fraude do 
contribuinte, em face da Fazenda Pública. Uma vez cometida à fraude pelo 
contribuinte em relação as condições, a Fazenda Pública pode revogar a 
concessão da remissão. 
 
 Decadência 
 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) 
anos, contados: 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento 
anteriormente efetuado. 
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do 
prazo nele previsto,contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário 
pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
10 
 
É a perda do direito que o FISCO tem de LANÇAR o tributo, ou seja, o direito 
que o FISCO tem de CONSTITUIR o crédito tributário. 
 
O prazo para a constituição do crédito tributário será de 5 anos a contar: 
 
 A) nos casos de lançamento de Ofício ou por 
Declaração – o prazo decadencial será contado do 
1º dia do exercício seguinte à aquele em que o 
lançamento poderia ter sido efetuado; 
 
 B) no caso de DECISÃO DEFINITIVA no 
âmbito do processo administrativo ou judicial 
tributário – o prazo será contado a partir da data 
do trânsito em julgado da decisão que anular por 
vício formal o lançamento anterior; 
 
 C) nos tributos lançados por HOMOLOGAÇÃO, 
conforme a previsão do §4º, do Art. 150, do CTN, 
o prazo de decadência começa a ser contado da 
data da ocorrência do fato gerador do tributo, 
quando ocorrer o pagamento antecipado do 
tributo. 
 
 D) nos tributos lançados por homologação, 
quando não ocorre o pagamento antecipado do 
tributo, o prazo de decadência passa a ser 
contado na conformidade do Inciso I, do Art. 173, 
do CTN, ou seja, do primeiro dia do exercício 
financeiro seguinte àquele em que o lançamento 
poderia ter sido efetuado. 
 
Registre-se que a previsão do Inciso I, do Art.173, do CTN, também é 
aplicável aos casos em que ocorre a conduta do contribuinte em relação ao 
lançamento do crédito tributário com o intuito de fraudar o fisco no 
cumprimento da obrigação tributária. 
 
Ou seja, a conduta dolosa, intencional do sujeito passivo da obrigação tributária, 
com a finalidade de fraudar ou simular a inexistência da ocorrência do fato 
gerador do tributo, faz com que o prazo decadencial para o lançamento do crédito 
tributário seja regido pelo Inciso I, do Art. 173, do CTN. 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
11 
O vício formal apontado no Inciso II, do Art. 173, do CTN, são os vícios que 
prejudicam a validade e eficácia do lançamento em seus aspectos de 
constituição e procedimento. 
 
Ou seja, o lançamento válido e eficaz requer que seja feito em obediência a 
requisitos mínimos de constituição, como por exemplo, assinado por servidor 
competente; indicação e fundamentação legal da ocorrência do fato gerador. 
 
Em relação ao procedimento, podemos afirmar que no curso do processo 
administrativo ou judicial tributário devem ser obedecidos todas as normas 
pertinentes ao respeito do princípio de ampla defesa e contraditório, qualquer 
ofensa a estes princípios processuais, sendo declarados por meio de decisão 
definitiva transitada em julgada, permite o início da contagem do prazo 
decadencial para extinguir a relação jurídico tributária. 
 
A previsão do parágrafo único do Art. 173, do CTN, não pode ser entendida 
como modalidade de suspensão ou de interrupção do prazo decadencial. 
 
Trata-se de mera indicação a respeito de antecipação da contagem do prazo 
decadencial, na previsão do Inciso I, do Art. 173, quando ocorre a notificação do 
contribuinte dando conta do início de qualquer medida preparatória indispensável 
ao lançamento. 
 
Nesse sentido, diante dos lançamentos de ofício e declaração, quando o Fisco 
notifica o contribuinte de que se inicia procedimento de lançamento do 
crédito tributário. Será desta data que se inicia o prazo decadencial de cinco 
anos e não do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que 
poderia ter sido efetuado. 
 
 Prescrição 
 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da 
sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, 
de 2005) 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito 
pelo devedor. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm#art174
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp118.htm#art174
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
12 
 
É o prazo para exercer o direito de cobrar o crédito tributário. 
 
A prescrição terá o seu início em 05 anos a partir da data de constituição 
definitiva do lançamento, de acordo com a modalidade de lançamento. 
 
Nos casos de lançamento de ofício e por declaração, o prazo prescricional 
começa a ser contado em duas modalidades possíveis: 
 
a) A partir do 31º dia da Notificação de Lançamento, no caso do 
contribuinte não efetuar a impugnação do lançamento, dando início ao 
procedimento contencioso do processo administrativo fiscal; 
 
b) Caso ocorra a utilização do processo administrativo fiscal pelo 
contribuinte, o prazo prescricional será contado a partir da data do 
trânsito em julgado da decisão definitiva proferida nos autos do 
processo administrativo fiscal. 
 
 
Isto porque, enquanto perdurar o processo administrativo fiscal está suspensa a 
exigibilidade do crédito tributário, não podendo o Fisco realizar qualquer ato 
administrativo ou judicial relativo a cobrança do crédito tributário e, nesse caso, 
não podendo fluir o prazo prescricional nesse período. 
 
 
 
 
No caso de lançamento por homologação, quando ocorre a declaração do 
contribuinte no tocante ao montante do tributo, o prazo prescricional começa a 
ser contado da declaração realizada pelo contribuinte, na conformidade da 
Súmula 436 do STJ: 
 
A entrega da declaração pelo contribuinte reconhecendo 
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada 
qualquer outra providência por parte do fisco. 
 
 
A prescrição se interrompe pelo despacho do juiz que ordenar a citação em 
execução fiscal. (I, do Parágrafo Único, do Art. 174) 
 
Professor Doutor Flávio Galvão 
 
 
13 
A fluência do prazo prescricional se interrompe com esse fato, e o prazo 
prescricional passa a ser contado novamente para que a Fazenda Pública não veja 
prescrito o seu direito de ação. 
 
A prescrição se interrompe pelo protesto judicial, justificada no caso de não ter a 
Fazenda Pública condições de proceder a execução fiscal, diante da possibilidade 
de fluir o prazo prescricional. O protesto judicial é procedimento estabelecido 
pelo CPC, nos Arts. 867 a 873, que não tem correspondência no atual e novo 
CPC, eis que esse não limita o uso de cautelares e de urgência a procedimentos 
típicos. (II, do Parágrafo Único, do Art. 174). 
 
No inciso III, do Parágrafo Único, do Art. 174, vamos encontrar a possibilidade 
de qualquer ato judicial de constitua em mora o devedor, tais como as 
notificações ou intimações judiciais, que se caracterizam como meio processual 
para que o credor possa receber o crédito. 
 
No inciso IV, do Parágrafo Único, do Art. 174, temos as iniciativas do devedor, 
para a interrupção da prescrição, como pedidos de compensação, de 
parcelamento do débito. 
 
OBS: No caso de exclusão de parcelamento do contribuinte que não cumpriu 
as condições necessárias ou que deixou de pagar as parcelas, o prazo 
prescricional começa a fluir da data da publicação do ato administrativo 
excludente. 
 
OBS: As declarações retificadoras quando tratam de alterar o montante do 
tributo devido, ou seja, tem nítida correspondência com os aspectos 
quantitativos da obrigação tributária, ocasionam a interrupção da 
prescrição, na conformidade do entendimento jurisprudencial do STJ. 
 
Temos também a chamada prescrição intercorrente no processo de execução 
fiscal, na precisão do §4º, do art. 40, da Lei de Execuções Fiscais. 
 
Desse modo, passados mais de um ano sem a possibilidade de localização do 
devedor ou de bem passíveis de execução, o Juiz ordenará o arquivamento dos 
autos.

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