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01 - Teoria Geral do DH e Afirmação Histórica

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Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 1 
 
 
 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
 
CONCEITO 
 
 
Alexandre de 
Moraes 
 Conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano que tem por 
finalidade básica o respeito à sua dignidade por meio de sua proteção contra o 
arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida e 
desenvolvimento da personalidade humana. 
Charlles Malik 
 A expressão Direitos Humanos refere-se obviamente ao homem, e como direitos 
só se pode designar aquilo que pertence à essência do homem, que não é 
puramente acidental, que não surge e desaparece com a mudança dos tempos, da 
moda, do estilo ou do sistema, deve ser algo que pertence ao homem como tal. 
Valério de 
Oliveira 
Mazzuoli 
 Os direitos humanos são, portanto, direitos protegidos pela ordem internacional 
(especialmente por meio de tratados multilaterais, globais ou regionais) contra as 
violações e arbitrariedades que um Estado possa cometer às pessoas sujeitas à 
sua jurisdição. São direitos indispensáveis a uma vida digna e que, por isso, 
estabelecem um nível protetivo (standard) mínimo que todos os Estados devem 
respeitar, sob pena de responsabilidade internacional. 
André de 
Carvalho Ramos 
 Conjunto de direitos indispensáveis para uma vida humana pautada na liberdade, 
igualdade e dignidade. São indispensáveis à vida digna. Não existe um rol 
predeterminado desses direitos, que passam a existir de acordo com as 
necessidades humanas ao longo da História. 
Curso Rede 
Juris 
 Direitos humanos são aqueles que surgem em função da figura humana, conexos 
aos direitos naturais e positivados em tratados ou convenções internacionais, que 
visam efetivar a dignidade da pessoa humana. 
VUNESP 
 Direitos humanos é uma forma sintética de se referir a direitos fundamentais da 
pessoa humana, aqueles que são essenciais à pessoa humana, que precisa ser 
respeitada pela dignidade que lhe é inerente. 
ONU 
 Os direitos humanos são “garantias jurídicas universais que protegem indivíduos 
e grupos contra ações ou omissões dos governos que atentem contra a dignidade 
humana”. 
Robert Alexy 
 Direitos humanos abrangem interesses e carências essenciais aos seres humanos 
(são direitos fundamentais), ocupam uma posição de prioridade no sistema 
jurídico (são direitos preferenciais), sua validade independe da positivação pela 
norma jurídica (são direitos morais), sua aplicação depende de algum tipo de 
limitação no caso concreto (são direitos abstratos) e têm por titulares todo e 
qualquer ser humano (universalidade). 
 
 
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TERMINOLOGIAS 
 
Direitos do 
Homem 
 Expressão de cunho jusnaturalista que conota a série de direitos naturais (ou seja, 
ainda não positivados) aptos à proteção global do homem e válidos em todos os 
tempos. 
 São direitos que, em tese, ainda não se encontram nos textos constitucionais ou nos 
tratados internacionais de proteção. 
 Àqueles direitos que se sabe ter, mas não por que se tem, cuja existência se justifica 
apenas no plano jusnaturalista. 
Direitos 
Humanos 
 Direitos inscritos (positivados) em tratados e declarações ou previstos em 
costumes internacionais. 
Direitos 
fundamentais 
 Expressão afeta à proteção interna dos direitos dos cidadãos, ligada aos aspectos 
ou matizes constitucionais de proteção, no sentido de já se encontrarem 
positivados nas Cartas Constitucionais contemporâneas. 
Fonte: Curso de direitos humanos / Valerio de Oliveira Mazzuoli. – 5. ed., rev. atual. ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2018. 
 
 
DIREITOS DO 
HOMEM 
DIREITOS 
HUMANOS 
DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
Direitos não previstos na ordem 
interna (nacional) ou externa 
(internacional). 
Direitos previstos em normas 
internacionais 
(tratados). 
Direitos previstos em normas 
nacionais 
(constituição). 
 
 
CONCEPÇÕES / FUNDAMENTAÇÃO 
 
Concepção 
jusnaturalista 
 Direitos fundamentais do homem são imperativos do direito natural, e existem 
antes mesmo da estruturação estatal. 
 Fundamentação em uma ordem superior, universal, imutável e inderrogável. 
Concepção 
positivista 
 Direitos do homem são faculdades concedidas pela lei, e não pela natureza das 
coisas. 
Concepção 
idealista 
 Direitos do homem são ideias abstratas, que nascem do imaginário e que vão 
sendo absorvidas pela realidade ao longo do tempo. 
Concepção 
realista 
 Direitos do homem não nascem do imaginário e nem são absorvidos com o 
tempo de maneira natural. Muito ao contrário, os direitos fundamentais do 
homem são resultados reais das lutas sociais e políticas travadas na história. 
Para se chegar a eles, quase sempre há um rasto de sangue e muita luta por trás. 
Concepção 
liberal 
 Trata os direitos humanos como liberdades fundamentais, porque a liberdade é 
que dá força e possibilita modificar, inclusive, a natureza das coisas, porque os 
seres humanos podem, então, se associar, se reunir e lutar. Os direitos humanos 
estariam vocacionados para preservar a autonomia da vida do homem. 
Concepção 
histórico-
crítica 
 Vincula fortemente os direitos humanos à sua característica de historicidade, 
porque estes seriam construções históricas marcadas por contradições, 
condições e nuanças da realidade social, política, econômica e cultural. 
Fonte: Curso Rede Juris. Professor Bruno Fontes. 
 
 
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AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS 
 
Idade 
Antiga 
 
4000 a.C 
até 
476 d.C, quando da 
tomada do Império 
Romano pelos povos 
bárbaros. 
 Não havia previsões normativas, e a regulação se baseava praticamente na justiça 
privada, com desproporção e injustiça. 
 Normas: Código de Manu, o Código de Hamurabi e a Lei das 12 Tábuas. 
 O Código de Hamurabi se notabilizou pela lei do talião (“olho por olho e dente 
por dente”6), mas tratava as pessoas com desproporcionalidade e ainda 
considerando três classes sociais de pessoas: 1ª classe mais alta (“awelum”): 
punição com patrimônio e sem sanções cruéis; 2ª classe intermediária 
(“mushkenum”): as vezes com penas cruéis, mas também punição com 
retirada do patrimônio; 3ª classe (“wardum”, ou bárbaros”: tinham direito à 
propriedade, mas a regra eram penas cruéis, difamantes e de morte. 
 Leis das 12 Tábuas: regulava a vida do povo romano e tinha por base o 
princípio da igualdade, para tratamento igual de todos, ao contrário do Código 
de Hamurabi. 
 Cilindro de Ciro: primeiro registro de uma declaração dos direitos humanos. 
Escrito por Ciro, o grande, rei da Pérsia, por volta de 539 a.C. 
Idade 
Média 
 
476 d.C. com a 
Queda do Império 
Romano 
até 
1.453 d.C. com a 
transição para a 
Idade Moderna 
 Primeiras manifestações contrárias à reconcentração do poder ocorrido na baixa 
idade média: Declaração das Cortes de Leão de 1188, na península ibérica, e à 
Magna Carta de 1215, na Inglaterra. 
 Surgimento da Magna Carta de 1215, do Rei João Sem Terra. 
 Neste documento, o Rei começava a ser restringido pela lei. O poder político 
deve ser legalmente limitado. 
 Previsão de “habeas corpus”, do direito de propriedade, do devido processo 
legal, da proporcionalidade, da proibição dos tributos com efeito de confisco. 
 
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Idade 
Moderna 
 
1453, com a tomada 
de Constantinopla 
pelos Turco 
Otomanos, 
até 
1789, com a 
Revolução Francesa. 
Surgiu o chamado Tratado de Vestfália que fez surgir a concepção do Estado 
moderno, com elementos objetivos (povo, território e governo soberano) e subjetivos 
(reconhecimento da sua existência) e, consequentemente,um sistema internacional à 
vista das soberanias estatais. 
 
Inglaterra: 
 Petition of Rights, de 1628, que requeria direitos e liberdades para os súditos 
do Rei e ainda estabelecia, expressamente, que os impostos só poderiam ser 
cobrados com o consentimento do Parlamento, que não poderia haver prisão 
sem justa causa apresentada e que a lei marcial (restrição dos direitos) não 
poderia ser utilizada em tempo de paz. 
 
 Bill of Rights, de 1689, que repetia os direitos protegidos pela Magna Carta 
de 1215 e previa independência do Parlamento e, assim, a divisão dos poderes; 
 
 “Habeas Corpus Act”, de 1679, lei do Parlamento criada durante o reinado 
de Rei Charles II, e reforçava o já existente “habeas corpus” (existia no direito 
consuetudinário inglês) como garantia da liberdade individual contra prisão 
ilegal, abusiva ou arbitrária. Serviu de modelo para a criação de outras formas 
de proteção das liberdades fundamentais, como o juicio de amparo, na 
América Latina. 
 
 “Act of Settlement”, de 1701, que estabeleceu procedimentos e garantias 
para sucessão protestante do trono inglês e o poder do Parlamento, e ainda 
reafirmou que os governantes se submetiam ao princípio da legalidade, 
independência e autonomia dos órgãos jurisdicionais, inclusive acima da 
vontade da Coroa, além da responsabilidade política dos agentes políticos e 
possibilidade de “impeachment”. 
 
 
Estados Unidos: 
 Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia (16/06/1776): 
estabelecendo que todo poder emana do povo, que em seu nome deve ser 
exercido, reconhecendo que todo ser humano tem direitos fundamentais, como 
a igualdade, a liberdade, os direitos inatos, a previsão e a separação dos 
poderes executivo, legislativo e judiciário etc. 
 A Declaração dos Direitos editada pela Virginia em 1776 foi um o primeiro 
documento a afirmar os princípios democráticos, na história política moderna. 
 Declaração da Independência dos EUA (04/07/1776): a dignidade da pessoa 
humana exige a existência de condições políticas para sua efetivação. 
 Constituição dos EUA (17/09/1787): 
 Bill of Rights dos EUA (1791): nome dado às primeiras 10 emendas à 
Constituição dos EUA de 1787. Esse documento caracteriza-se por conter 
direitos básicos do cidadão em face do Estado, porém não se confunde com 
Bill of Rigths da Inglaterra. 
 
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Idade 
Contemporânea 
 
Inicia com a 
Declaração dos 
Direitos do Homem e 
do Cidadão, surgido 
na França em 1789, 
influenciado pela 
Revolução Francesa 
e pela Declaração 
dos Direitos do Povo 
da Virgínea, de 1776, 
até o 
presente momento. 
 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi baseada no direito natural, e 
estabelece o Estado laico, o princípio da legalidade, da anterioridade e da 
presunção da inocência. 
 Insere-se neste período contemporâneo, as Emendas à Constituição dos EUA, de 
1791, que constituíram as 10 primeiras emendas como “Bill of Rights” norte-
americana, com ratificação por três quartos dos estados, prevendo vários direitos 
fundamentais, como liberdade religiosa e proibição de estabelecimento oficial de 
religião, direito à vida, devido processo legal, imparcialidade dos julgamentos. 
 Logo depois das Revoluções Americana (1776-1783) e Francesa (1789-1799), 
inúmeras constituições, além da Americana de 1789 e da Francesa de 1791, 
consagraram o constitucionalismo, com tentativas de limitar e separar os poderes 
e ainda prever direitos fundamentais, como foi o caso da Constituição da Espanha 
de 1812, de Portugal de 1822, do Brasil de 1824, da Bélgica de 1831. 
 
SÉCULO XX 
 Constituição Mexicana de 1917. Marcos da afirmação dos direitos humanos de 
2ª geração. 
 Tratado de Versailles / Liga das Nações: primeira organização a lutar pela paz 
internacional no pós 1ª Guerra Mundial. Os países vencedores se reuniram em 
Versailles, nos subúrbios de Paris, França, em janeiro de 1919, para firmar um 
tratado de paz (tratado de Versailles). Um dos pontos do tratado foi a criação do 
organismo internacional Liga das Nações. 
 Constituição Alemã, de 1919 (Constituição de Weimar), que, em meio à 1ª 
Guerra Mundial e logo depois do Tratado de Versalhes, elegeram os direitos 
trabalhistas e previdenciários à condição de direitos fundamentais. Marcos da 
afirmação dos direitos humanos de 2ª geração. 
 Depois da 2ª Guerra Mundial surgiu a ONU, em 1945 e o processo de 
universalização, sistematização e internacionalização da proteção dos direitos 
humanos intensificou-se. 
 Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, com três dimensões: 
liberdades públicas, direitos econômicos e sociais e fraternidade/solidariedade, 
porém apenas como recomendação, sem força normativa de tratado. Na visão 
majoritária da doutrina, a Declaração Universal dos Direitos Humanos não é um 
tratado internacional, no sentido formal, e, apesar de orientar as relações sociais 
no âmbito da proteção da dignidade da pessoa humana, não possui, em si, força 
vinculante. 
 Pacto Internacional de Direitos Internacional de Civis e Políticos, de 1966. 
 Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Culturais e Sociais, também de 1966. 
Fonte: Curso Rede Juris. Professor Bruno Pontes. 
 
NA IDADE MÉDIA IDADE MODERNA 
Declaração da 
Corte de Leão: 
Magna Carta 
Petion 
of Right 
Habeas Corpus 
Act 
Bill of 
Rights 
Act of Settlement 
Península 
Ibérica 
1188 
Inglaterra 
1215 
Inglaterra 
1628 
Inglaterra 
1679 
Inglaterra 
1689 
Inglaterra 
1701 
 Consagrou a 
luta dos 
senhores 
feudais contra 
a 
centralização 
 Nascimento 
futuro do 
Estado 
nacional. 
 Prevê 
catálogo de 
direito do 
indivíduo 
contra o 
Estado. 
 Consagra que o Rei 
não poderá cobrar 
imposto sem 
autorização do 
parlamento. 
 Nenhum homem 
poderia ser preso ou 
privado de seus 
bens sem respeito a 
lei (devido processo 
legal). 
 Previsão do 
dever de entrega 
do mandado de 
captura” ao 
preso ou seu 
representante, 
representando 
mais um passo 
para banir as 
detenções 
arbitrárias. 
 Poder do Rei é 
reduzido de 
forma 
definitiva, prevê 
afirmação da 
vontade da lei 
sobre vontade 
absolutista do 
rei. 
 Fixa a linha de 
sucessão da coroa 
inglesa+ 
 Reafirma o poder do 
Parlamento e a 
necessidade do 
respeito da vontade da 
lei, resguardando-se 
os direitos dos súditos 
contra a volta da 
tirania dos monarcas. 
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ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO MODERNO DIREITO INTERNACIONAL 
 
DIREITO HUMANITÁRIO: criado no século XIX, [...] elevou ao status internacional a proteção 
humanitária em casos de guerra, regulamentando juridicamente, em âmbito internacional, proteções aos 
feridos e aos civis. Passa a haver nas guerras certos limites. Nos casos, à liberdade e à autonomia dos 
Estados conflitantes, ganham regramento. Fica assim indicado um caminho por onde os direitos humanos, 
mais tarde, também deveriam trilhar, alcançando amplitude universal. 
 Jus in bello: regulamenta o procedimento a ser adotado durante a guerra, protegendo as pessoas 
em tempos de conflitos (finalidade do direito humanitário); 
 Jus ad bellum: doutrina da guerra justa. Discute, por exemplo, a questão da proporcionalidade 
nos atos de defesa e ataque (se relaciona mais ao direito internacional) 
 
CRIAÇÃO DA LIGA DAS NAÇÕES: 1920, segundo explica Flávia Piovesan (2000, p.124), tinha como 
finalidade promover a cooperação, paz e segurança internacional, condenando agressões externas contra 
a integridade territorial e a independência política de seus membros. A Convenção da Liga das Nações 
ainda estabelecia sanções econômicas e militares a serem impostas pela comunidade internacional contra 
os Estados que violassem suas obrigações, o que representouuma redefinição do conceito de soberania 
estatal absoluta. 
CRIAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO: criada finda a primeira 
guerra mundial foi [...] o antecedente que mais contribuiu para a formação do Direito Internacional dos 
Direitos Humanos, com o objetivo de estabelecer critérios básicos de proteção ao trabalhador, regulando 
sua condição no plano internacional, tendo em vista assegurar padrões mais condizentes de dignidade e de 
bem estar social. 
 
FONTE: http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/2328/1823 
 
 
 
 
 
 
 
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ESTRUTURA 
 
 Os Direitos Humanos possuem estrutura variada, constituindo um feixe de direitos considerados 
fundamentais para a assecuração do vetor da Dignidade da Pessoa Humana. 
 
Estrutura 
DIREITO-PRETENSÃO 
 Consiste na busca de algo, gerando a contrapartida de outrem do dever de prestar. 
Nesse sentido, determinada pessoa tem direito a algo, se outrem (Estado ou mesmo 
outro particular) tem o dever de realizar uma conduta que não viole esse direito. 
 Exemplo: o acesso à saúde e educação. 
DIREITO-LIBERDADE 
 Consiste na faculdade de agir que gera a ausência de direito de qualquer outro 
ente ou pessoa. 
 Exemplo uma pessoa tem a liberdade de credo (art. 5º, VI, da CF/88), não 
possuindo o Estado (ou terceiros) nenhum direito (ausência de direito) de exigir 
que essa pessoa tenha determinada religião. 
DIREITO-PODER 
 Implica uma relação de poder de uma pessoa de exigir determinada sujeição do 
Estado ou de outra pessoa. 
 Exemplo: uma pessoa tem o poder de, ao ser presa, requerer a assistência da família 
e de advogado, o que sujeita a autoridade pública a providenciar tais contatos (art. 
5º, LXIII, da CF/88). 
DIREITO-IMUNIDADE 
 Consiste na autorização dada por uma norma a uma determinada pessoa, impedindo 
que outra interfira de qualquer modo. 
 Exemplo: uma pessoa é imune à prisão, a não ser em flagrante delito ou por ordem 
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar (art. 5º, LVI, da CF/88), o que 
impede que outros agentes públicos (como, por exemplo, agentes policiais) possam 
alterar a posição da pessoa em relação à prisão. 
Fonte: Curso de Direitos Humanos - André de Carvalho Ramos - 2017. 
 
 
 
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GERAÇÕES OU DIMENSÕES 
 
 O termo geração não é adequado, tendo em vista que uma das características mais marcante dos DH é a 
indivisibilidade (eles não se dividem ou sucedem em “gerações”), portanto, o termo geração poderia 
induzir à falsa ideia de que uma categoria de direitos substitui a outra que lhe é anterior. 
 O termo mais adequado é dimensões. 
 
GERAÇÕES OU DIMENSÕES DOS DIREITOS HUMANOS 
Direitos de 
1ª geração 
(direitos civis e políticos) 
1ª - CP 
(direito 
civil e político) 
 Liberdades clássicas, negativas ou formais – 
realçam o princípio da liberdade. 
 Exigem abstenção do Estado. 
Direitos de 
2ª geração 
(direitos econômicos, 
sociais e 
culturais) 
2ª SEC 
(lembrar de 
second, segundo 
- sociais, 
econômicos e 
culturais) 
 Liberdades positivas, reais ou concretas – 
acentuam o princípio da igualdade. 
 Exigem atuações do Estado. 
Direitos de 
3ª geração 
 Relacionado a valores de fraternidade ou solidariedade. 
 Materializam poderes de titularidade coletiva. 
 Exemplos: desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à 
autodeterminação dos povos, direito do consumidor, bem como ao 
direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e ao 
direito de comunicação. São direitos transindividuais. 
 STF: direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é “um 
típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão), que 
assiste a todo o gênero humano”. 
Direitos de 
4ª geração 
 Democracia, informação e pluralismo 
 Engenharia genética 
Direitos de 
5ª geração 
 Cibernética, realidade virtual e direito à paz. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DE 
PAULO BONAVIDES 
1ª 
geração 
Direitos de 
liberdade 
Civis e políticos 
2ª 
geração 
Direitos de 
igualdade 
Econômicos, sociais e culturais e COLETIVOS. 
3ª 
geração 
Direitos de 
fraternidade 
Desenvolvimento, paz, meio ambiente, comunicação e patrimônio 
comum da humanidade 
4ª 
geração 
Direitos da 
solidariedade 
Democracia, informação e pluralismo. 
5ª 
geração 
Direito da 
esperança 
Direito à paz 
 
 
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SISTEMAS NORMATIVOS 
 
GLOBAL 
Geral: abstração e generalidade, isto 
é, para todos sem distinção. 
 Declaração Universal dos Direitos Humanos, 
 Pactos Internacionais de Direitos Civis e 
Políticos e de Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais de 1966 
Específico / Especial: relacionado ao 
sujeito do direito e especificidade e 
concreticidade, como criança, 
mulheres etc. 
 Convenções Internacionais que buscam 
responder a determinadas violações de 
direitos humanos, como a tortura, a 
discriminação racial, a discriminação contra 
as mulheres, a violação dos direitos das 
crianças... 
REGIONAL 
Geral: abstração e generalidade, isto 
é, para todos sem distinção. 
 Busca internacionalizar os direitos humanos 
no plano regional, em especial na Europa, 
América e África. 
Específico / Especial: relacionado ao 
sujeito do direito e especificidade e 
concreticidade, como criança, 
mulheres etc. 
 
GLOBAL REGIONAL 
 Carta Internacional dos Direitos Humanos 
 Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos 
(PIDCP) 
 Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais (PIDESC) 
 Convenção Suplementar sobre a Abolição da 
Escravatura, do Tráfico de Escravos e das Instituições e 
Práticas Análogas à Escravatura 
 Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de 
Genocídio 
 Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados e 
Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados 
 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação Racial 
 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra a Mulher (CEDAW) e o 
respectivo Protocolo Facultativo 
 Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou 
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e Protocolo 
Opcional 
 Convenção sobre os Direitos da Criança 
 Declaração e Programa de Ação de Viena 
 Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento 
de Presos 
 Protocolo de Prevenção, Supressão e Punição do 
Tráfico de Pessoas, especialmente Mulheres e Crianças, 
complementar à Convenção das Nações Unidas contra 
o Crime Organizado Transnacional 
 Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência e seu Protocolo Facultativo 
 Convenção Internacional para a Proteção de Todas as 
Pessoas contra o Desaparecimento Forçado 
 Convenção Internacional sobre a Proteção de Todos os 
Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas 
Famílias 
 
 Declaração Americana dos Direitos e Deveres do 
Homem. 
 Convenção Americana de Direitos Humanos (“Pacto de 
San José da Costa Rica”). 
 Protocolo adicional à Convenção Americana sobre 
Direitos Humanos (“Protocolo de San Salvador”). 
 Protocolo à Convenção Americana sobre Direitos 
Humanos Referente à Abolição da Pena de Morte. 
 Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a 
Tortura. 
 Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e 
Erradicar a Violência Contra a Mulher (“Convenção de 
Belém do Pará”). 
 Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas 
as Formas de Discriminação contra as Pessoas 
Portadoras de Deficiência. 
 
 
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RESPONSABILIDADE DO ESTADOE DIREITOS HUMANOS 
 
Conceito 
 Instituto jurídico que visa responsabilizar uma potência soberana pela prática 
de um ato atentatório (ilícito) ao direito internacional perpetrado contra os 
direitos ou a dignidade de outro Estado, prevendo certa reparação a este último 
pelos prejuízos e gravames que injustamente sofreu. 
 O Estado pode ser responsabilizado por ato de seus agentes, de particulares 
por delegação ou de terceiros. 
 Foco na responsabilidade internacional dos Estados no que tange 
especificamente às violações de direitos de particulares, ou seja, das pessoas 
físicas. 
Finalidade 
Primária 
Preventiva: coagir psicologicamente os Estados, a fim de que eles 
não deixem de cumprir com os seus compromissos internacionais. 
Repressiva: atribuir ao indivíduo que sofreu um prejuízo, em 
decorrência de um ato ilícito cometido por um Estado, uma justa e 
devida reparação, seja de ordem pecuniária ou de outra natureza 
Secundária 
Impor aos Estados limites de Atuação no plano externo, impedindo-
lhes de agir de forma leviana ou da maneira que lhes convém, 
visando a que não prejudiquem terceiros e não desequilibrem as 
relações pacíficas entre os demais Estados. 
Características 
 Estado é internacionalmente responsável por toda ação ou omissão que lhe seja 
imputável de acordo com as regras do direito internacional público, das quais 
resulte violação de direito alheio ou violação abstrata de uma norma jurídica 
internacional por ele aceita. 
 Reparação civil tem por finalidade restituir as coisas, tanto quanto possível, ao 
estado de fato anteriormente constituído, fazendo voltar as coisas ao status quo 
como forma de satisfação. 
 Se for possível a reparação, far-se-á a indenização ou compensação. 
 A reparação pecuniária é a forma mais comum. 
 A reparação pode ser exigida também como forma de ato de arrependimento 
do Estado ou como obrigações de fazer ou não fazer. 
 A responsabilidade internacional desconhece, em regra, a responsabilidade 
penal, como a imposição de penas, castigos ou outras formas de repressão 
criminal congêneres. 
 Responsabilidade penal é admitida em casos de genocídio, crimes de guerra e 
crimes contra a humanidade, o que já caracteriza a responsabilidade pessoal do 
indivíduo, notadamente perante o Tribunal Penal Internacional. 
 TPI tem competência criminal. Tribunais Regionais só tem responsabilidade 
civil. 
Natureza jurídica 
Corrente 
subjetivista 
(ou teoria 
da culpa) 
 Responsabilidade internacional deve derivar de um ato culposo 
(stricto sensu) do Estado ou doloso, em termos de vontade de 
praticar o ato ou o evento danoso. 
 Princípio do qui in culpa non est, natura ad nihil tenetur. 
 Ato ilícito + culpa (imprudência, negligência ou imperícia) ou 
dolo intencional. 
Corrente 
objetivista 
(ou teoria 
do risco). 
 Existência da responsabilidade do Estado no simples fato de 
ter ele violado uma norma internacional. 
 Precisa apenas do ato ilícito. 
 Não precisa demonstrar o elemento psicológico (culpa ou 
dolo). 
 Teoria objetivista é a mais utilizada nos casos de violações a 
direitos humanos lato sensu. 
 
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Obrigação erga 
omnes 
 Obrigações impostas a todos os Estados independentemente de aceitação. 
 Exemplo: direito de passagem inocente de barcos mercantes estrangeiros pelo 
mar territorial de determinado Estado. 
 Responsabilidade do Estado dar-se-á também em casos de obrigações erga 
omnes. 
 Obrigações a todos impostas, independente de aceitação, mas derrogáveis. 
 
Normas de 
Jus Cogens 
 Direito de passagem inocente de barcos mercantes estrangeiros pelo mar 
territorial de 
 determinado Estado. 
 Todas as normas de jus cogens comportam obrigações erga omnes, mas nem 
todas as obrigações dessa categoria podem ser tidas como jus Cogens. 
 Obrigações a todos impostas, porém imperativas e inderrogáveis. 
Responsabilização 
sem tratados 
 Os Estados que violarem as obrigações erga omnes de proteção ou as 
(imperativas e inderrogáveis) normas de jus cogens podem ser 
internacionalmente responsabilizados independentemente da existência de 
tratado ou outra norma de direito internacional escrita. Basta, nesse caso, 
demonstrar que, em razão da violação de tais normas (nexo causal), houve 
efetiva violação a direitos humanos da vítima (dano). 
Responsabilidade 
do Estado no 
sistema 
interamericano 
 
Fonte: Curso de direitos humanos / Valerio de Oliveira Mazzuoli. – 5. ed., rev. atual. ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2018.

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