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Relatório_Bezerra _Area_2

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Universidade De Brasília 
Instituto de Geociências 
 
 
 
 
 
MAPEAMENTO GEOLÓGICO 1 
 
RELATÓRIO FINAL - ÁREA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caio Rolim Constantino - 160115141 
Júlio Cesar da Silva Castro-160051649 
Marina Ribeiro de Abreu Mendes - 170041727 
Teotônio Menezes Macedo - 190129689 
 
 
 
 
 
 
Brasília, agosto de 2022 
 
 
 
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Sumário 
1. introdução ............................................................................................................................ 3 
1.1 Objetivos ................................................................................................................................. 3 
1.2 Localização ............................................................................................................................. 4 
2. Aspectos fisiográficos.......................................................................................................... 4 
3.1.clima ................................................................................................................................................. 4 
2.2. vegetação ........................................................................................................................................ 4 
2.3. Geomorfologia ................................................................................................................................ 5 
2.4. pedologia e uso do solo ................................................................................................................... 5 
3. Geologia regional ................................................................................................................ 5 
3.1 Província Tocantins .......................................................................................................................... 6 
3.2 Faixa Basília ...................................................................................................................................... 6 
3.3 Unidades Litoestratigráficas ............................................................................................................. 8 
4. Metodologia ....................................................................................................................... 11 
5. resultados ................................................................................................................................ 13 
5.2Mapa Geológico Area 2 ................................................................................................................... 14 
5.3 descrição de Fácies ......................................................................................................................... 15 
5.4 correlação estratigráfica ........................................................................................................ 25 
6 estrutural .................................................................................................................................. 26 
6.1estruturas observadas ..................................................................................................................... 27 
7 discussão e conclusão .............................................................................................................. 30 
8 Referências Bibliográficas ................................................................................................................. 31 
Anexos ........................................................................................................................................ 33 
anexo 1- Mapa geológico Integrado .................................................................................................... 33 
 
 
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 Anexo 2- mapa de pontos .................................................................................................................. 34 
Anexo 3- tabela de pontos ................................................................................................................... 34 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Este é um relatório de atividades desenvolvidas disciplina de Mapeamento Geológico 1, realizada 
no 1º semestre de 2022 do curso de Geologia da Universidade de 
A disciplina foi composta de 10 alunos agrupados em 3 áreas, com 2 grupos de 3 alunos e 1 grupo 
composto por 4 alunos, com o intuito de produzir um mapa geológico integrado em escala 1:25000 de 
uma área de aproximadamente 48km. O trabalho contou com a coordenação e colaboração dos docentes 
Henrique Llacer Roig, Martino Giorgioni e Tati de Almeida. 
Afloram na região de mapeamento, rochas da porção superior do grupo Paranoá, que não ocorrem 
na seção tipo, rochas da formação Jequitaí e rochas da porção inferior do Grupo Bambuí. 
 
1.1 OBJETIVOS 
O principal objetivo foi a elaboração de um mapa geológico integrado das 3 áreas mapeadas e 
descritas em um relatório final para a apresentação em seminário com banca examinadora. 
Objetivos secundários foram as práticas de atividades que englobam a aplicação de diversas 
técnicas, ferramentas e conhecimentos adquiridos até o presente período do curso de graduação em 
Geologia, sendo: técnicas de sensoriamento remoto, fotointerpretação, habilidades de mapeamento de 
campo como o uso de GPS de mão, uso de bússola geológica, descrição de rochas e feições, além de 
interpretações realizadas em campo. 
 
 
 
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1.2 LOCALIZAÇÃO 
 
 A área se localiza 17 quilômetros ao norte do Distrito de Bezerra-GO e 12 quilômetros ao Sul do 
Povoado Pé da Serra-GO. Pertencentes ao Município de Formosa-GO, no extremo leste do estado de 
Goiás. O principal acesso para as áreas é às margens da Rodovia 020, no KM 48, próximo à entrada da 
Fazenda ecológica Bisnáu. Outro acesso seria na porção mais a oeste nas vias vicinais, próximo ao 
povoado de Crixalândia-GO. 
2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 
3.1.CLIMA 
 A partir de dados coletados entre 1985 e 2015, na Estação Climatológica do Instituto Nacional de 
Meteorologia (INMET) instalada na zona urbana de Formosa, a temperatura média do mês mais frio 
acontece em junho, e atinge os 20°C, e a temperatura mais elevada no ano acontece em outubro (24,2°C). 
Os meses com maior precipitação pluviométrica são novembro, dezembro e janeiro, e os meses mais secos 
maio, junho, julho e agosto, sendo a quantidade média de chuva anual de 1.383 mm. 
2.2. VEGETAÇÃO 
 A partir de dados coletados entre 1985 e 2015, na Estação Climatológica do Instituto Nacional de 
Meteorologia (INMET) instalada na zona urbana de Formosa, a temperatura média do mês mais frio 
acontece em junho, e atinge os 20°C, e a temperatura mais elevada no ano acontece em outubro (24,2°C). 
Os meses com maior precipitação pluviométrica são novembro, dezembro e janeiro, e os meses mais secos 
maio, junho, julho e agosto, sendo a quantidade média de chuva anual de 1.383 mm. 
Figura 1- Mapa de localização da região de mapeamento e Area 2. 
 
 
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2.3. GEOMORFOLOGIA 
A geomorfologia da região, foi definida por Latrubesse e Carvalho (2006) em cinco unidades 
geomorfológicas, todas pertencentes a sistemas denudacionais :Superfícies Regionais de Aplainamento 
IVA e IIA (SRAIVA e SRAIIA), Zona de Erosão Recuante (ZER), unidade de Morros e Colinas (MC) e unidade 
de Estruturas Dobradas formando Hogbacks (HB). As Superfícies regionais de aplainamento formam-se 
a partir do arrasamento de uma porção do terreno entre determinadas cotas. Na área de estudo 
encontra-se a SRAIVA, que é uma unidade situada entre as cotas 400-800 m, gerada pelo arrasamento 
da SRAIIA (cotas 900-1250 m). Entre estas superfícies há uma ZER, região na qual se processa a erosão 
das superfícies de aplainamento mais antigas, gerando outras superfícies de aplainamento. Por esta 
característica, a ZER acaba funcionando como uma zona de transição entre diferentes superfícies. 
Dispersas pela área, há também unidades correspondentesa estruturas formadas por dobramentos 
(HB), nas quais o mergulho das rochas é superior a 20º, e outras associadas ao intemperismo diferencial 
das rochas (MC). 
2.4. PEDOLOGIA E USO DO SOLO 
Segundo (Mendonça e Teixeira, 2020) devido as condições climáticas de precipitações sazonais 
elevadas, se deu a origem de três classes de solos dominantes na região de Bezerra: Latossolos, Cambissolos 
e Neossolos Litólicos. 
O uso do solo como pastagem possui a maior área no município, juntamente com o Cerrado sendo 
restrito e florestas de galeria. A área destinada a agricultura tem maior relevância no planalto do Bezerra e 
alguns pontos isolados do vale do Paranã. No local de mapeamento predomina a pastagem de gado e à extremo 
leste das áreas ocorrem grandes lavouras do tipo pivô radial 
3. GEOLOGIA REGIONAL 
A área de estudo da disciplina de Mapeamento Geológico 1 2022/1, está situada em um contexto 
geológico denominada faixa Brasília, marcada pela abertura e fechamento de mares através da separação 
choque entre Crátons, durante o Neoproterozóico (Ciclo Brasiliano) que contribuiu para a consolidação 
da América do Sul. A Faixa Brasília pertence à Província Estrutural do Tocantins, e está próxima à borda 
ocidental do Cráton do São Francisco 
Figura 2- Mapa geomorfologico area 2, segundo a classificação de Latrubesse e Carvalho, 2006.Em vermelho 
a Superfície Regional de Aplainamento SRAIVA; Em azul Morros e Colinas (MC) e em Amarelo Estruturas 
Dobradas formando Hogbacks (HB). 
 
 
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Afloram na área de estudo, rochas mesoproterozóicas e neoproterozóicas pertencentes aos grupos 
Paranoá, Bambuí e formação Jequitaí, portanto essas unidades serão melhor analisadas e discutidas a 
seguir. 
3.1 PROVÍNCIA TOCANTINS 
Situada entre os Crátons Amazônico e São Francisco e limitada a norte e a sul pelas bacias do 
Parnaíba e Paraná, a província estrutural Tocantins foi primeiramente sistematizada por Almeida et al. 
(1977,1981). Na luz dos dados da época, os autores descreveram que as rochas mais antigas dessa 
província datavam de 2.6 Ga, sendo composta por diversas gerações de gnaisses, rochas granulíticas, 
algumas ocorrências de migmatitos e granitóides de idades contrastantes e rochas metassedimentares. O 
reconhecimento de uma subdivisão com base em critérios estruturais também foi postulado, 
correspondendo a três regiões; a primeira sendo um núcleo mais antigo denominado Maciço de Goiás e 
duas faixas de dobramento que seriam as faixas Uruaçu-Brasília e Paraguai-Araguaia. 
O surgimento de um grande volume 
de dados de campo, juntamente com a 
evolução da qualidade dos dados 
geocronológicos propiciaram novas 
atualizações nas propostas originais, 
destacando-se aquelas de Fuck et al. (1993) 
e Fuck et al. (1994), cuja quais embasaram 
programas de mapeamento sistemático, 
como os de Schobbenhaus et al. (2003, 2004) 
e posteriormente a síntese de Hasui (2010), e 
sua visão sobre a setorização da província. 
Segundo essa visão, a compartimentação da 
província pode ser clarificada pela existência 
de três cinturões orogênicos; Brasília, 
Araguaia e Paraguai. Cada um desses 
cinturões foi posteriormente 
compartimentado em domínios tectônicos 
separados por zonas de cisalhamento. 
 
 
 
3.2 FAIXA BASÍLIA 
 
 
A Faixa Brasília, possui aproximadamente 1200 Km de comprimento por 300 Km de largura e compõe 
um dos domínios da província Tocantins, correspondendo a sua porção leste e distribuindo-se na direção N-S 
junto ao limite oeste do Cráton do São Francisco. 
Figura 3- Domínios tectônicos da Província Tocantins (Hasui, 2010). 
 
 
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As evidências das análises 
estruturais e isotópicas levam a 
intepretação de que a edificação da Faixa 
Brasília resulta de episódios tafrogênicos e 
orogênicos diácronos que ocorreram entre 
1.1 a 0.6 Ga como reflexo da interação 
entre os Crátons do São Francisco-Congo 
com o Paranapanema ao sul, assim como 
com o Amazônico ao norte. 
A primeira interação resultaria na 
Faixa Brasília Meridional (FBM), sendo 
que a segunda definiria a Faixa Brasília 
Sententrional (FMS) e Central. Os eventos 
terminariam com a consolidação da parte 
ocidental do supercontinente Gondwana 
durante o Cambriano-Ordoviciano 
(Valeriano et al. 2014). 
A sua compartimentação foi 
primeiramente proposta por Fuck (1994) e 
mais tarde analisada em termos estruturais 
por Uhlein et al. (2013) . 
São definidas três zonas; uma 
cratônica, uma externa e outra interna. 
Essas zonas são balizadas por importantes 
sistemas de falhas transpressivas, 
transcorrentes, de empurrão e inversas. 
A Zona Cratônica é definida como 
a porção sem ,ou , com baixa deformação. 
A Zona externa contém os metassedimentos dos Grupos Canastra, Paranoá, Ibiá, além dos Grupos 
Araí/Natividade e porções do seu embasamento situados mais ao norte da faixa. 
Já a Zona interna corresponde essencialmente aos Grupos Araxá e Serra da Mesa, partes do 
embasamento, referentes ao Maciço de Goiás intensamente deformados, assim como complexos máfico-
ultramáficos e sequências vulcanossedimentares. 
Todas essas unidades mostram uma polarização da deformação com a intensidade decrescendo de 
leste a oeste rumo a zona cratônica (Uhlein 2013). Diversos indicadores de deformação, como lineações 
e foliações metamórficas são características de cada zona e utilizadas como parâmetros de intepretação 
da intensidade do metamorfismo. 
 
Figura 4-Mapa estrutural simplificado da faixa Brasília marcando as 
porções interna e externa 
 
 
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3.3 UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS 
A geologia de Bezerra, município de Formosa- GO, envolve as três sequências sedimentares 
proterozóicas mais extensas no Brasil Central - grupos Paranoá, Bambuí e Formação Jequitaí. 
 
 
3.3.1 Grupo Paranoá 
 
Estendendo-se desde a região de Alto Paraíso a norte, até Cristalina, em uma faixa E-W de cerca 
de 200 km, o Grupo Paranoá compreende predominantemente psamitos e pelitos. 
Dardenne & Faria (1995) propuseram uma coluna estratigráfica (Segundo a seção-tipo) para o 
Grupo Paranoá composta por 11 unidades denominadas, da base para o topo, Ribeirão São Miguel 
,Córrego Cordovil ,Serra da Boa Vista ,Serra Almécegas ,Serra do Paranã, Ribeirão Piçarrão ,Ribeirão do 
Torto ,Serra da Meia-Noite ,Ribeirão Contagem, Córrego do Sansão e Córrego do Barreiro . 
 
 Na Região de Bezerra e Cabeceiras, Guimarães ,1997 identificou e descreveu uma sequência de 
metasedimentos terrígenos com pequena contribuição carbonática, na qual se destacam níveis 
glauconíticos e Arenitos arcósesos e ritmitos .Tal sequência foi atribuída a porção superior do Grupo 
Paranoá, porém não ocorre na seção tipo descrita por Dardenne & Faria (1995). Essa sequência do Grupo 
Paranoá foi descrito nas seguintes unidades: 
 
1) Quartzito Inferior: Arenitos ortoquartzíticos brancos, puros de granulação média e poucos 
feldspatos 
2) Ritmito Inferior: Intercalações de siltitos e arenitos finos a grossos com lentes carbonáticas e 
dolomíticas. 
3) Nível Arcoseano: Constituído por níveis de Arenito arcóseo e sub-arcóseo médio à grosso, 
moderadamente selecionado, intercalações de conglomerados finos com seixos e grânulos de 
feldspatos, quartzo e fragmentos líticos. Incluídos os siltitos, dolomitos e folhelhos. 
Figura 5-Nomenclatura litoestratigráfica na Bacia do São Francisco. ATP, Sequência Arcoseana topo Paranoá; Qzt., 
Quartzito; PI-C, Unidade Pelito-carbonatada. Ma, idade em zircão detrítico. Adaptada de (Faria, 1995; Martins, 
1999; Zalán e Romero Silva, 2007). 
 
 
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4) Ritmito Superiros: É formado por siltitos laminados, intercalações rítmicas de siltito, argilito 
e arenito. Corpos lenticulares de arenitos grossos, folhelhos pretos, níveis glauconíticos, além 
de lentes carbonáticas, por vezes estromotolíticas. 
 
Segundo Dardenne (2000), idades obtidas por U-Pb para essa unidade, indicam uma idade de 
sedimentação entre 1.2 Gaa 900 Ma. 
 A região de Bezerra mostra um padrão dobrado 
evidenciado por colinas orientadas NW-SE. A porção 
superior do Grupo Paranoá é composta majoritariamente 
por ritmito, argila e lamas carbonatadas. Esta sucessão 
superior mostra uma tendência geral ascendente no 
tamanho do grão e alta textura e mineralogia maturidade 
e indica redução de energia e deposição aluvionar 
(Seraine et.al.2020). Segundo Campos e cols. (2013) a 
parte superior é interpretada como um ambiente marinho 
transgressivo. O Nível Arcóseo contrasta com esta 
tendência, sendo textura e mineralogicamente imaturo, 
e seu significado na história evolutiva da bacia ainda não 
é claro. 
Quanto a posição estratigráfica dessas litologias 
do grupo Paranoá, que ocorrem na área 2, a Guimarães 
(1997), descreveu e propôs que as litologias Ritmito 
Superior, Nível Arcóseo, Ritmito inferior e quartzito 
superior, pertencessem ao topo do Supergrupo Paranoá. 
A partir da análise de isótopos U/Pb de zircões 
encontrados na área por Seraine et. al. ,2020, foi possível 
atribuir o Ritmito Superior e o Nível Arcóseo à Fm. 
Córrego do Barreiro, já o Ritmito inferior e o quartzito 
superior foram atribuídos a Fm. Córrego do Sansão e 
Fm. Ribeirão Contagem, respectivamente. 
 
3.3.2 Formação Jequitaí 
 
Entre o topo do Grupo Paranoá e a base do Grupo Bambuí, que o sucede, ocorre de forma 
descontínua a Formação Jequitaí, com espessura inferior a 50 metros recoberta por carbonatos dolomíticos 
(Alvarenga & Trompette 1992, Alvarenga et al. 2007). Alguns autores separam a Formação Jequitaí do 
Grupo Bambuí por questões diversas, e alguns até a inserem como pertencente ao grupo macaúbas. Couto 
& Bez (1978) discutiram a questão com argumentos estratigráficos e paleoclimáticos. Contudo, a 
estratigrafia de sequências e a confirmação da possibilidade de gênese de carbonatos em ambientes frios 
Figura 6- Coluna estratigráfica do Grupo Paranoá, 
correlacionado o Nível Arcóseo- da regiao de regional de 
paleocorrentes. (seraine et. al. ,2020) 
 
 
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(dolomitos de capa) permitem afirmar que 
rochas glaciogênicas e carbonatos estejam 
associados em termos ambientais e 
temporais, pertencendo à mesma sucessão 
sedimentar. 
Repousa em discordância 
erosiva sobre unidades distintas em 
paleovales do Grupo Paranoá, sendo, dessa 
forma, útil na caracterização do paleo relevo 
pré-brasiliano. Possui caráter descontínuo e 
localmente apresenta espessura máxima de 
36 m, podendo variar regionalmente de 0 a 
150 m (Uhlein et al. 2004, Cukrov et al. 
2005). Diversos autores têm atribuído origem 
glacial às rochas da Formação Jequitaí 
(Uhlein et al. 1999, Martins-Neto et al. 1999, 
Rocha-Campos & Hasuí 1981), baseados nas 
feições sedimentares que esses registros 
apresentam e nas ocorrências correlatas em 
várias localidades. Sua localidade tipo 
(Jequitaí, MG) foi inicialmente interpretada 
como glacio-terrestre (Karfunkel & Hoppe 
1988) e posteriormente como glacio-marinho 
(Uhlein et al. 1999, Martins-Neto et al. 1999, 
Uhlein et al. 2004). 
Nas demais em que ocorre, a variação dependendo das feições que apresenta ou da diferença de 
interpretação de feições similares por cada autor. Karfunkel & Hoppe (1988) ilustram a heterogeneidade 
lateral dos sedimentos glaciogênicos na Formação Terra Branca, onde relatam tilitos terrestres (fácies 
Jequitaí) a Oeste, seguidos por fácies glaciomarinhas (fácies Cagaratiba) e, finalmente, sedimentos 
marinhos (fácies Turmalina) a Leste. 
 Na região de bezerra a Formação Jequitai é identificada como níveis descontínuos de Diamictitos. 
Entretanto, outras rochas, são também atribuídas a essa unidade, como: Siltitos vermelhos laminados ou 
maciços, Margas, Dolomitos e Arenitos. 
Os Diamictitos são compostos principalmente por clastos angulosos, milimétricos á Decimétricos 
de Quartzito, Arenito, Dolomitos, Arcóseos e Rochas de composição Granítica. Os clastos são sustentados 
por uma matriz siltico-argilosa-carbonática, de coloração esverdeada a vermelha. 
Essa formação polêmica vem sendo interpretada como representante de um evento glacial, 
ocorrido entre 900-500 Ma .Rochas glaciogênicas são conhecidas em sucessões Neoproterozóicas em 
vários continentes, evidenciando eventos climáticos globais, distribuídas nos períodos glaciais do Sturtian 
(~760-700Ma) e do Marinoan (~620-520 Ma). 
3.3.3 Grupo Bambuí 
 
Sequência psamo-pelítico carbonatada depositada em bacia intracratônica em mar epicontinental, 
subdividida em seis formações da base para o topo (Costa & Branco, 1961 e Dardenne, 1978),Sete Lagoas 
(facies mistas pelitos-carbonatadas, e margas com granocrescência ascendente ), Serra de Santa Helena 
Figura 7-Coluna Estratigráfica situando a 
Formação Jequitaí associada aos Grupos 
Bambuí e Paranoá na região de Bezerra. 
 
 
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(siltitos, folhelhos e margas esverdeados , com 
estratificação e laminação plano-paralela), 
Lagoa do Jacaré (calcários oolíticos a 
pisolíticos, brechas intraclásticas com marcas 
onduladas e estratificações cruzadas e margas 
intercaladas com siltitos e folhelhos esverdeados 
.Serra da Saudade (siltitos, siltitos argilosos e 
folhelhos de cor esverdeada, finamente 
laminados) e Três Marias (arcóseos, arenitos, 
com estratificações cruzadas acanaladas e 
sigmoidais siltitos esverdeados, lentes de 
argilitos). 
A porção superior do Grupo Bambuí é 
marcada pelo desaparecimento abrupto de fácies 
carbonáticas (Alvarenga et al 2012), e há, 
predominantemente, pelitos com camadas pouco 
espessas de arenito na formação Serra da 
Saudade seguida por pelitos com arenito arcóseo 
da formação Três Marias. 
Essa sequência superior do Grupo 
Bambuí interpretada como parte distal de uma 
sequência progradante de terrígenos marinhos 
em uma plataforma dominada por tempestades, 
finalizada por depósitos flúvio-deltaicos da 
Formação Três Marias cujos sedimentos foram 
depositados por influência de tempestade e ondas 
(Chiavegatto, 1992, Martins, 1999; Martins e 
Lemos, 2007). 
A interpretação de que grande parte do 
Grupo Bambuí se contextualiza em uma bacia de 
antepaís é atestada pelas idades U-Pb de ~640 
Ma de zircões detríticos apresentadas por 
Rodrigues (2008) e Pimentel et al. (2011), 
caracterizando-o como coevo à orogenia da faixa Brasília. 
 
 
 
4. METODOLOGIA 
A metodologia empregada neste trabalho se baseou na divisão em três etapas: pré-campo, campo 
e pós-campo. Na primeira etapa foram feitas atividades de escritório (geoprocessamento e levantamento 
bibliográfico), as quais visam a organização e o planejamento de campo de modo a facilitar o 
Figura 8-Coluna estratigráfica do Grupo Bambuí, que pertence ao 
supergrupo São Francisco-Mora (2015). 
 
 
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entendimento da área a ser mapeada. Já a segunda etapa consiste no mapeamento geológico em si, de 
modo a observar as litologias, estruturas e outros tipos de feições geológicas em campo, para que assim, 
pudesse gerar um mapa geológico final. Por fim, a etapa pós-campo tratou da análise e interpretação dos 
dados coletados, com o intuito de confeccionar um relatório final e apresentar o trabalho para uma banca 
examinadora. 
4.1 PRÉ-CAMPO 
 Etapa pré campo teve como principal objetivo o reconhecimento do local e o contexto geológico a 
partir da leitura de materiais referentes a geologia regional e da análise fotogeológica da área de estudo. A 
fotointerpretação possibilitou o reconhecimento preliminares de residências, drenagens e acessos. O 
planejamento de campo, o qual englobou a confecção do mapa base, do mapa foto interpretado da área e do 
mapa geológico preliminar, de modo que esses materiais auxiliassem durante a navegação em campo e no 
trabalho de escritório. 
4.2 CAMPO 
Com o auxílio dos produtos cartográficos gerados na etapa pré-campo, pode-se definir caminhamentos 
diários na área de estudo. Durante os caminhamentos, a cada afloramento encontrado,sistematicamente, 
amostras de rochas eram descritas, planos de acamamento e fratura eram aferidos com a bússola geológica, 
coordenadas eram registradas por GPS de mão e um ponto era plotado no mapa impresso de campo, as 
amostras e o afloramento eram fotografados com escala. Perfis e colunas estratigráficas eram desenhados 
simultaneamente com o caminhamento á medida que variavam as unidades litológicas. No final de cada dia, 
os dados de litotipo, atitudes e contatos litológicos eram plotados em um mapa impresso integrado. Dessa 
forma no fim desta etapa, já se tinha um mapa geológico preliminar impresso. 
 
4.3 PÓS-CAMPO 
Na etapa pós campo, compilou-se os dados de todas áreas e foi produzido um mapa geológico digital 
integrado, incluindo as litologias e características estruturais observadas em campo. Para tal, foram utilizadas 
técnicas e ferramentas de geoprocessamento, a partir do software ArcGis Pro. As medidas estruturais foram 
plotadas em estereogramas a partir do software OpenStereo . O diálogo e trabalho em equipes foram essenciais 
para uma boa interpretação do contexto geológico. A confecção do presente relatório e a realização de uma 
apresentação a uma banca examinadora, fecharão essa etapa final. 
 
 
 
 
 
 
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5. RESULTADOS 
5.1 ZONAS HOMÓLOGAS 
Zona homóloga 1: Zona com baixa densidade de elementos estruturais e texturais, Possui uma 
rede de drenagem de densidade baixa, com sinuosidade curva, com angularidade baixa, tropia 
bidirecional, assimetria fraca, não foram encontradas formas anômalas. A encosta horizontal com 
intensidade baixa, grau de tropia baixo, com densidade da lineação em série nula. 
Zona Homóloga 2: Zona com presença de elementos estruturais e texturais, rede de drenagem 
com densidade baixa, sinuosidade mista, angularidade baixa, unidirecional, assimetria baixa. A encosta é 
do tipo reta com intensidade média, grau de tropia moderado, densidade da lineação em série moderada. 
Zona Homóloga 3: Zona com presença marcante de rede de drenagem no padrão dendrítico, 
com densidade alta, com sinuosidade mista, angularidade média, tropia multidirecional, assimetria fraca, 
alguns arcos. Encosta concava, com intensidade média, grau de tropia baixo, densidade de lineação em 
série baixa. 
Zona homóloga 4: Rede de drenagem presente na zona, com padrão de drenagem mais paralela, 
com densidade média, com sinuosidade mista, angularidade baixa, tropia unidirecional, assimetria fraca, 
possui um meandro isolado e arco. Encosta horizontal de intensidade baixa, não foi percebido nenhum 
tipo de lineação na zona em questão. 
Zona Homóloga 5: Rede de drenagem ausente na zona descrita. No entanto marcante presença 
de elementos estruturais como as lineações em feixe e série. Encosto do tipo convexa de intensidade alta, 
grau de ordenamento moderado, com densidade alta da lineação em série. 
Zona Homóloga 6: Zona com uma rede de drenagem de baixa densidade com um padrão do tipo 
dendrítica, curvos, angularidade alta, multidirecional, assimetria fraca. Encosta convexa de alta 
intensidade, sem presença de lineações na zona. 
Figura 9-Mapa de zonas homólogas da área 2. 
 
 
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Zona homóloga 7: Zona com ausência de rede de drenagem, com encosta reta de alta 
intensidade, possui lineações em feixe e em série, com ordenamento moderado, com densidade alta das 
lineações em série. 
Zona homóloga 8: Zona com uma presença marcante da rede de drenagem de padrão treliça com 
alta densidade, retilíneos, bidirecional, com assimetria forte, tipo de encosta reta de alta intensidade, grau 
de tropia moderado, densidade de lineação em série alta. 
Zona Homóloga 9: Zona com rede de drenagem Paralela de alta densidade, sinuosidade mista, 
angularidade média, unidirecional, assimetria fraca. Tipo de encosta reta de alta intensidade, grau de tropia 
moderado, densidade de lineação em série moderada. 
Zona Homóloga 10: Rede de drenagem com densidade baixa, sinuosidade curvo, angularidade 
baixa, tropia unidirecional, assimetria fraca, alguns meandros isolados e cotovelos. Tipo de encosta 
horizontal, nula, com grau de tropia nulo e lineações em série nula. 
5.2MAPA GEOLÓGICO AREA 2 
Mapa Geológico e Perfil da área 2 
 
 
15 
 
5.3 DESCRIÇÃO DE FÁCIES 
Tabela de facies: 
Grupo Formação Fácies Descrição Estruturas sedimentares Sigla 
Paranoá 
Quartzito 
inferior Quartzoarenito 
Siliciclástica de granulomertia areia média com 
textura sacaroidal 
Estratificação plano 
paralela Q 
Paranoá Ritmito inferior 
Dolomito 
Cristalino Carbonática dolomítica 
Estratificação plano 
paralela D 
Paranoá Ritmito inferior Dolomito Calcário 
Carbonática dolomito calcário com estruturas 
de tração 
Estratificação plano 
paralela Dc 
Paranoá Ritmito inferior Marga Clástica carbonática com silte Laminação plano paralela M 
Paranoá Ritmito inferior 
Quartzorenito 
com silte Siliciclástica de granulometria lama a areia fina Laminação plano paralela Qs 
Paranoá 
Unidade 
arcósio Quartzoarenito 
Siliciclástica clasto suportada de granulometria 
areia fina a média, pode ter fragmentos líticos 
Estratificação plano 
paralela, gretas de 
sinerese Ql 
Paranoá 
Unidade 
arcósio Arcóseo 
Siliciclástica cuja granulometria varia de areia 
média a grossa 
Estratificação varia de 
cruzada a revirada A 
Paranoá 
Unidade 
arcósio 
Subarcóseo 
conglomerático 
SIliciclástica clasto suportada de granulometria 
areia média a seixo Estrutura maciça Sc 
Paranoá 
Ritmito 
superior Siltito SIlicilcástica de granulometria argila Laminação plano paralela S 
Bambuí Jequitaí Diamictito 
SIliciclástica matriz suportado de granulometria 
lama a matacão Estrutura maciça Di 
Bambuí Jequitaí Siltito com areia 
Siliciclástica de granulometria lama com lentes 
de rocha clástica de granulometria areia fina Laminação plano paralela Sa 
Bambuí Sete Lagoas 
Calcilutito 
recristalizado 
Clástica carbonática de granulometria lama com 
recristalização Estratificaçao ondulada Cr 
Bambuí Sete Lagoas 
Calcarenito com 
estrutura de 
tração 
Clástica carbonática de granulometria areia fina 
com estruturas de tração 
Estratificação plano 
paralela Ct 
Bambuí Santa Helena Siltito com mica 
Siliciclástica de granulometria lama com mica 
detrítica Laminação plano paralela Sm 
Grupo Paranoá 
Separado nas quatro unidades a seguir, descritas por Guimarães, 1997; e Costa-Neto, 2006. 
Quartzito Inferior 
 Unidade estratigráfica inferior do Grupo Bambuí, encontrada em curto trecho na Área 2 que está 
relacionado à parte superior interna da Zona Homóloga 3. 
Fácies Quartzarenito (Q) 
Os principais afloramentos dessa rocha foram observados no topo do morro a oeste da área. Foi 
encontrado um afloramento de dimensão plurimétrica, alterado pelo intemperismo. A camada é contínua, 
mas não é possível observar contato com outras litologias, pois a camada está coberta por solo. 
 
 
16 
 
Rocha de textura clástica, siliciclástica, com grãos de tamanho areia muito fina a grossa, de seleção 
moderada (Figura 10). A rocha apresenta textura sacaroidal, os grãos estão envoltos por cimento silicoso, 
e, portanto, não é possível avaliar arredondamento e esfericidade. Grão suportada, composta unicamente 
por grãos de quartzo. Trata-se de um quartzarenito. Como característica marcante, a rocha é bastante friável, 
e frequentemente apresenta estratificações cruzadas tabulares. 
Figura 10 – (a) Amostra de mão da fácies Q. (b) Afloramento da fácies Q. 
Levando as características acima descritas em conta, é possível interpretar que a deposição desta 
unidade ocorreu em sistema de fluxo moderado unidirecional. 
 
Ritmito Inferior 
A unidade do Grupo Paranoá com maior frequência de afloramentos encontrados na Área 2. Pode 
ser relacionada ao restante da Zona Homóloga 3, e às Zonas Homologas 6 e 8. 
 
 
Fácies Dolomito cristalino (D) 
Essa rocha foi mais evidente próxima à uma drenagem entre dois morros ao extremo leste da área, 
dentroda fazenda Bisnau. As camadas são de dimensão métrica a plurimétrica com continuidade lateral 
frequente, raramente ocorre como blocos rolados. 
Rocha de textura cristalina, carbonática, de composição dolomítica. Os cristais são 
submilimétricos de forma subangular. É um dolomito cristalino (Figura 11). 
 
 
17 
 
Figura 11 – (a) Amostra de mão da fácies D, com planos de fratura. (b) Afloramento da fácies D. 
Fácies Dolomito Calcáreo com estruturas de tração (Dc) 
Essa rocha foi observada próxima à onde está o dolomito cristalino, mas comumente aparece como 
bloco rolado. 
Rocha de textura clástica, categoria carbonática, de granulometria silte/argila, não sendo possível 
ver os grãos. Há uma intercalação entre lâminas plurimilimétricas de composição aparentemente diferente, 
testada pela aplicação de HCl à concentração 10%. As lâminas de composição dolomítica parecem ter 
granulometria mais fina que as de calcário. Em certos afloramentos foram encontradas estruturas de 
compactação, e estratificação plano paralela exclusiva à fração calcítica. Dolomito calcáreo com estruturas 
de tração (Figura 12). 
Figura 12 - (a) Amostra de mão da fácies Dc. (b) Afloramento da fácies Dc, onde é visto o acamamento e planos de 
fratura. 
 
Fácies Marga (M) 
Essa rocha foi observada onde tem os dolomitos cristalinos e dolomitos calcários, e também no 
morro na região central da área. São afloramentos de camadas que não apresentam continuidade. 
 
 
18 
 
Rocha clástica de categoria mista, carbonática e siliciclástica, não sendo possível separar uma parte 
da outra. Os grãos não são visíveis à lupa. Ocorre a intercalação entre lâminas milimétricas de cor 
amarelada, com lâminas centimétricas de cor bege (Figura 13), em que ambas as partes reagem ao ácido. 
A rocha foi nomeada Marga laminada. 
Figura 13– Amostra de mão da fácies M, onde é possível ver as laminações 
Fácies Quartzoarenito fino (Qf) 
Essa rocha foi observada nos 3 corpos em baixas altitudes, é comum principalmente onde há pouca 
vegetação, os afloramentos são contínuos, mas estão cobertos por solo 
Rocha clástica, de categoria siliciclástica. Grãos de tamanho areia muito fina a fina, clasto 
suportada com matriz siltosa. Seleção moderada, grãos subangulosos de baixa esfericidade. Arenito Siltoso 
(Figura 14). 
Figura 14 – (a) Amostra de mão da fácies Qf. É possível notar a diferença entre a rocha fresca e a camada 
intemperizada. (b) Afloramento da fácies Qf, onde são observadas camadas centimétricas. 
 
 
19 
 
As fácies atribuídas ao Ritmito Inferior podem ser relacionadas ao processo deposicional de 
decantação, o que significa que ocorreu em um sistema de baixa energia. Possivelmente houveram curtos 
eventos de aumento de energia, que justificam a deposição da fácies Qf. 
 
Nível Arcoseano 
Unidade litológica correspondente às Zonas Homólogas 2, 5 e 7. 
Fácies Quartzarenito (Ql) 
São rochas que aparecem principalmente como blocos rolados próximos ao topo dos corpos de 
alto relevo ao oeste, centro e leste da área. 
Rocha clástica, siliciclástica. Granulometria variando de areia fina até areia média, bem 
selecionada; os grãos são subarredondados, de alta esfericidade. Em alguns casos a rocha estava em 
processo de recristalização. Composta de quartzo e fragmentos líticos, a rocha foi classificada como um 
Arenito Médio (Figura 15). Em um afloramento apresentava gretas de sinerese. 
Figura 15– (a) Amostra de mão da fácies Ql. (b) Afloramento com estrutura sedimentar. 
 
Fácies Arcóseo (A) 
Comumente ocorre junto com as fácies Ql e Sc, mas também aparece como bloco rolado. 
Esta rocha clástica, siliciclástica, apresenta grãos com tamanho variando de areia fina até areia 
grossa, em seleção moderada. É clasto suportada, e possui grãos angulosos e de baixa esfericidade; por 
vezes apresentava alguma porosidade intergranular. Composta por quartzo e feldspato, este em quantidade 
variando de 5% a 35%, esta fácies é composta por Subarcóseos e Arcóseos, imaturos textural e 
composicionalmente. Foram vistas estruturas de tração, como laminação revirada e laminação cruzada 
acanalada (Figura 16). 
 
 
20 
 
Figura 16 – (a) Amostra de mão da fácies A. Nota-se o feldspato bastante alterado. (b) Afloramento da fácies A com 
estratificação convoluta. 
Fácies Subarcóseo Conglomerático (Sc) 
Essa rocha também foi observada como blocos rolados em condições similares às das fácies QI e A. 
Rocha clástica, siliciclástica, com grãos variando de areia média até seixos, pobremente 
selecionada. O suporte é feito pelos grãos, que são subarredondados, de baixa esfericidade (Figura 17). 
Composta principalmente por quartzo, com a porcentagem de feldspato alcançando no máximo 20%. 
Subarcóseo conglomerático com areia. 
Figura 17 – (a) Amostra de mão da fácies Sc, com detalhe em grão de quartzo tamanho grânulo. (b) Afloramento da 
fácies Sc com capa de intemperismo. 
Essa associação de fácies sugere que a deposição do Nível Arcoseano ocorreu por correntes 
predominantemente unidirecionais, sob fluxo de alta energia. As eventuais laminações reviradas indicam 
que houve mudança na direção do fluxo durante a deposição da fácies A. 
 
Ritmito Superior 
 
 
21 
 
No topo do Grupo Paranoá, esta unidade só foi vista na Área 2 em um único afloramento, porém 
foi significativo o suficiente para entrar na estratigrafia descrita. 
Fácies Siltito (S) 
Essa rocha foi observada na subida do morro ao leste da área, próximo à entrada da fazenda 
Bisnau.Rocha de textura clástica, de categoria siliciclástica. Os grãos não eram visíveis, mas a sensação ao 
toque sugere que a granulometria principal é de tamanho silte, o que leva a recha a ser nomeada um Siltito 
(Figura 18). 
 
Figura 18 – (a) Amostra de mão da fácies S, com plano de fratura. (b) Afloramento da fácies S, onde é possível ver a 
conjugação de planos de fratura em padrão losangular. 
A escassez de afloramentos dessa unidade prejudica a sua interpretação, principalmente ao 
considerar que o Ritmito Superior na verdade contém uma grande variedade de fácies. Ainda assim, fazendo 
uma associação ao trabalho de Guimarães, 1997, é possível inferir que a deposição da fácies S ocorreu em 
situação de aumento da profundidade da água, com o ambiente se tornando cada vez mais calmo e profundo. 
Formação Jequitaí 
Aflorante em um único ponto, exatamente no contato com o Nível Arcoseano do Grupo Paranoá. 
Foi possível descrever duas fácies. 
Ambas fácies são do mesmo afloramento localizado no leito do rio Bisnau, próximo ao morro da 
região central do mapa. 
Fácies Siltito com lentes de areia (Sa) 
Rocha de textura clástica, siliciclástica, de granulometria silte com lentes arenosas chegando até 
areia fina, de grãos angulosos e de baixa esfericidade. Siltito com lentes de areia (Figura 19). 
Essa rocha é a mais abundante e mais evidente no afloramento com camadas de espessura 
centimétrica e com extensão plurimétrica. 
 
 
22 
 
Figura 19 – (a) Amostra de mão da fácies As. Apesar do desfoque, é possível notar a granulometria fina. (b) 
Afloramento das fácies Sa e Di, mostrando as duas direções de planos de fratura. 
Fácies Diamictito (Di) 
Rocha de textura clástica, siliciclástica, com grãos em tamanho grânulo até seixo, dispersos em 
uma matriz siltosa, portanto, é muito mal selecionada (Figura 20). Os grãos são angulosos com baixo grau 
de esfericidade, e grande variedade composicional, existindo clastos de quartzo, feldspatos, e fragmentos 
líticos tanto siliciclásticos como também carbonáticos. É matriz suportada. Pode ser classificada como um 
Diamictito. 
Essa rocha é pouco evidente no afloramento, mas as camadas são de espessura centimétrica a 
pluricentimétrica. 
Figura 20 – (a) Amostra de mão da fácies Di. (b) Afloramento que mostra as fácies Sa e Di intercaladas, com planos 
conjugados de fraturas. 
É consenso entre pesquisadores (Isotta et al, 1969; Hettich & Karfulkel, 1978;Walde, 1978; 
Dardenne & Walde, 1979; Hoppe et al, 1984; Karfulkel & Hoppe, 1988) afirmar que as fácies da Formação 
Jequitaí correspondem a processos típicos de ambientes de glaciação. As fácies Sa e D provavelmente estão 
relacionadas ao final da glaciação, resultantes dos processos de degelo. 
 
Grupo Bambuí 
 
 
23 
 
Na presente área de estudo, é representado por duas Formações, descritas a seguir. 
Formação Sete Lagoas 
Correspondente à porção leste central e oeste central da área. São, em grande parte planícies onde 
provavelmente tinha camadas de silte as quais foram intemperizadas, formando solo que cobre a rocha o 
que impossibilita a observação de afloramentos de siltito. 
Fácies Calcilutito recristalizado (Cr) 
Rocha clástica carbonática, com grãos invisíveis à lupa, se tratando de lama micrítica de composição 
calcítica. São visíveis minúsculos pontos brilhantes, que indicam um grau leve de recristalização (Figura 
21). 
Essas rochas foram observadas na planície ao leste da área em morrotes onde há poucas árvores as quais 
parecem estar queimadas durante a seca, e as camadas são de espessura centimétrica a pluricentimétrica. 
Figura 21 – (a) Amostra de mão da fácies Cr. (b) Afloramento da fácies Cr, onde é destacado o eixo de uma dobra. 
Fácies Calcarenito com estruturas de tração (Ct) 
Clástica, carbonática, grãos areia fina muito bem selecionada. Os clastos são subarredondados e 
apresentam baixa esfericidade (Figura 22). A composição é calcítica. Em diversos afloramentos, foram 
vistas estruturas de tração como estratificações plano paralelas e cruzadas. 
Essas rochas foram observadas em um morrote próximo ao do calcilutito, na porção central da 
área, as camadas são de espessura pluricentimétrica a métrica. 
 
 
24 
 
Figura 22 – (a) Amostra de mão da fácies Ct. (b) Afloramento da fácies Ct com uma dobra em foco. 
Sugere-se que a deposição destas fácies da Formação Sete lagoas tenha ocorrido em ambiente de 
águas rasas, com predomínio de baixa circulação, porém as estruturas de tração mostram associação com 
condições de energia um pouco mais alta. 
Formação Serra de Santa Helena 
Condiz com a parte do extremo leste da área. 
Fácies Siltito com mica detrítica (Sm) 
 
Rocha de textura clástica, siliciclástica, caracterizada por uma intercalação entre lâminas 
submilimétricas a milimétricas com variação granulométrica entre silte e argila (Figura 23). Ao fim de cada 
ciclo encontram-se planos de micra detrítica. 
Essas rochas estão cobertas por solo no extremo oeste da área, mas é possível observar 
afloramentos em áreas com alteração antropológica que o solo foi cavado para armazenar água para gado. 
As camadas são milimétricas a centimétricas e é bem evidente a cor rósea. 
 
 
25 
 
Figura 23– (a) Amostra de mão da fácies Sm. É possível ver as laminações. (b) Afloramento da fácies Sm no chão. 
A interpretação dada a esta fácies é que a sua deposição ocorreu por processo de decantação sob 
águas tranquilas, com ritmicidade sazonal. 
 
5.4 CORRELAÇÃO ESTRATIGRÁFICA 
 
Após as descrição e classificação das fácies foi possível interpretar as relações estratigráficas e 
associar essas fácies às formações do Grupo Paranoá, Bambuí e à formação Jequitaí com base no trabalho 
de Guimarães 1997. Em relação ao grupo Paranoá, a fácies Q foi associada à formação Quartzito Inferior 
por se tratar de um quartzo arenito e estar abaixo de uma camada de ritmito, enquanto as fácies D, Dc, M e 
Qs foram definidas como parte da formação Ritmito inferior, visto que essas rochas estão presentes onde 
há pouca vegetação, pela presença de dolomito associado ao carbonato e pelo arenito com silte que é 
diferente do quartzo arenito. 
 
O principal indício que as fácies Ql, A e Sc fazem parte da unidade nível arcoseano é que as rochas 
dessas fácies apresentam feldspato na composição e frequentemente afloram com diversas estruturas 
sedimentares evidentes, como: estratificação plano paralela, estratificação cruzada acanalada, estratificação 
revirada e convolutas. Já a fácies S foi associada ao ritmito superior por apresentar camadas de silte em 
contato acima do nível arcoseo e que não estavam associadas a arenito como no ritmito inferior. 
 
Em relação à formação de jequitaí, foram incorporadas as fácies Dm e Sa principalmente por conta 
da presença de uma rocha composta por fragmentos líticos angulosos, indicando um ambiente de alta 
energia, e também por ter siltito com lentes de areia média que é diferente do observado no ritmito 
inferior. Outro fator importante é o contato com rochas da Unidade nível arcóseo. 
 
Por fim, em relação ao Grupo Bambuí, as fácies Cr e Ct foram associadas à formação Sete Lagoas, 
por estar acima estratigraficamente, em relação ao nível Arcóseo, e por ser rochas clásticas 
 
 
26 
 
predominantemente carbonáticas. Já a fácies Sm foi associada à formação Serra da Santa Helena por conta 
da presença de mica detrítica e por estar acima, estratigraficamente, em relação a Fm. Sete Lagoas. 
 
6 ESTRUTURAL 
 
A área de mapeamento está inserida porção externa da Faixa de Dobramentos Brasília 
(Fig.4).Nesse contexto compressivo ,as rochas dessa porção costumam se encontrar em baixo grau de 
metamorfismo com dobras assimétricas , apresentando vergência para leste ,em direção ao Cráton São 
Francisco. 
Serras alinhadas na direção padrão NNW e SSE se destacam na região pelos tamanhos e forma 
alongadas. As serras foram identificadas nesse estudo como sendo grandes anticlinais .Entre as serras 
ocorrem baixadas planas que foram identificadas como grandes sinclinais. 
Os grandes anticlinais são formados por metassedimentos predominantemente terrígenos da 
porção superior do grupo Paranoá. Uma unidade descrita como Arenito Arcóseo sustenta o relevo serrano 
apresentando uma boa resistência à erosão . 
Já os grandes sinclinais são formados pelos metassedimentos terrígenos e carbonáticos o grupo 
Bambuí e Fm. Jequitaí. As rochas dessas unidades possuem no geral, uma baixa resistência à erosão e 
intemperismo configurando relevos planos. 
De uma forma geral, todas as unidades na Área apresentam-se em dobras normais abertas 
assimétricas, com flancos mergulhando aproximadamente, para Leste e Oeste. Os flancos Leste possuem 
maior mergulho variando 50°-75° já os flancos Oeste menor mergulho variando entre 30°-45°.O eixo é 
orientado NNW-SSE com baixo mergulho para NNW , na porção norte da área, e com baixo mergulho 
para SSE na porção sul. 
Por definição, diferentes tipos de rochas respondem de maneira distinta os esforços compressivos. 
Os fatores que controlam a deformação e geometria das dobras depende: Das propriedades mecânicas das 
litologias, do contraste de competência, da espessura entre as camadas adjacentes e do volume de material 
envolvido. Dentre esses fatores o que mais se destaca é a Competência. Camadas mais competentes 
respondem de maneira rígida e se deformam com mais dificuldade, estando mais sujeitas a falhamentos e 
fraturas, quando o limite de plasticidade é excedido. Por outro lado, camadas incompetentes respondem 
de maneira mais plástica deformando com mais facilidade e dobrando-se mais intensamente. 
Dessa forma uma ordem de competência decrescente pode ser atribuída as Formações geológicas 
da área: Quartzito inferior > Nível Arcóseo > Fm. Jequitaí > Ritmito Inferior > Fm. Sete Lagoas > Fm. 
Serra de Santa Helena > Ritmito Superior. No entanto, tal ordem pode variar localmente com a mudança 
de fácies de cada unidade. 
A partir do contraste de competência, durante o dobramento pode ocorrer o deslizamento flexural, 
quando os estratos mais competentes deslizam sobre outros menos competentes. O deslizamento flexural 
produz, lineações nas camadas (Sliken lines), Dobras parasíticas (2° ordem) e espações vazios nas zonas 
de charneira. 
 
 
27 
 
6.1ESTRUTURAS OBSERVADAS 
Com base nos conceitos de competência e deslizamentoflexural acima, pode-se apresentar as 
diferenças entre os padrões de dobras nas rochas da região. 
Quartzito inferior- Apenas um afloramento encontrado dessa unidade, um quartzo-arenito 
apresentavam-se como uma charneira curva de uma dobra normal aberta anticlinal assimétrica, de 
primeira ordem, com vergência para leste. Medidas aproximadas dos flancos foram aferidas. Flanco oeste: 
245°/25° Flanco Leste: 064°/42. É um tanto raro encontrar as charneiras bem preservadas dessas unidades, 
por serem mias competentes fraturamentos costumam ocorrer tornando a charneira mais susceptível à 
erosão. 
Nível Arcóseo: Diversos afloramentos foram descritos, sempre se encontrava apenas um dos 
flancos, com uma certa dificuldade de encontrar planos preservados e aferíveis e “in situ”. No entanto 
com as medidas aproximadas dos flancos foi possível classificar as dobras dessa unidade em: Dobra 
normal aberta, assimétrica de primeira ordem. 
Fm. Jequitaí: O único afloramento dessa unidade exibia o contato concordante com o Nível 
Arcóseo. Foi identificado apenas um flanco com atitude 180°/30, próximo a região de charneira e 
fechamento de uma dobra anticlinal. Fraturas com strike 070°/83° e 350°/80°, também foram observadas. 
Ritmito Inferior: Foram vistos vários afloramentos, no geral as fácies terrígenas de camadas 
intercaladas de silte e areia fina apresentavam um padrão de dobras parasíticas normais, apertadas ou 
abertas com sliken lines interestratais devido à diferença de competência entre o siltito e o arenito fino, 
caracterizando o deslizamento flexural. Já as lentes carbonáticas apresentavam um padrão de dobras 
parasíticas predominantemente abertas. 
Fm. Sete Lagoas: Os Calcilutitos e Calcarenitos desta unidade apresentavam num contexto 
sinclinal um padrão de dobras Parasíticas normais apertadas e charneiras angulosas, com espaços vazios 
na região de charneira, evidência de dobramento flexural. 
Fm. Serra de Santa Helena: No único afloramento visto dessa litologia inserido num contexto 
sinclinal, foram vistas camadas de silte mergulhando 242°/70°. 
Figura 24-Perfil estrutural da Area 2 , mostrando dobras parasíticas nas camadas menos competentes. 
 
 
28 
 
Fm. Ritmito Superior: No único afloramento visto desta litologia, próximo ao contato com o 
nível Arcóseo, Siltitos em dobras parasíticas, normais, isoclinais com flancos mergulhando 
250°/82°. 
Figura 25-A-Dobra apertada com charneira angular e vacância indicada pela seta em 
Calcilutito da Fm. Sete Lagoas.B-Sliken sides interestratais em siltito intercalado com arenito 
fino do ritmito inferior.C-Charneira curva em quartzo-arenito do Quartzito inferior. 
 
 
29 
 
 
Analisando os estereogramas das 3 áreas na Fig. 26, é possível notar que as camadas mergulham 
pra NE-SW. Já o eixo é sub-horizontal e o mergulho varia, entre as áreas. Na área 1 o eixo mergulha 
levemente para NW, na área 2 o eixo é horizontal, já na área 3 o eixo mergulha levemente para SW.O 
padrão dos polos indica uma dobra aberta como na Fig.28, também indica uma assimetria com flanco SW 
mergulhando em ângulo mais baixo que o flanco NE. 
Afim de entender a geometria exótica dos sinclinais em visão de planta, na porção sudoeste do 
mapa , falhas Transcorrentes Dextrais e Sinistrais foram fotointerpretadas seguindo grandes lineamentos 
e a relação com as litologias. No entanto não houve nenhuma evidência concreta da presença de tais 
estruturas nos caminhamentos realizados. 
O estereograma de fraturas da área 2 (Fig. 27), apesar de conter baixa amostragem mostrou um 
padrão de fraturas condizente com as direções de esforços principais, Sigma 1,2 e 3. 
 
 
Figura 26-Mapa Geológico e estereogramas salientando a variação do caimento do eixo e 
camadas na porção norte, centro e sul da região de mapeamento. 
Figura 28-Associação do 
padrao de polos no 
estereograma com o 
ângulo interflancos e 
curvatura de charneira. 
(R. J. Lisle) and P. R. 
Leyshon 2004). 
Figura 27- Estereograma 
de fraturas na área 2, com 
os vetores de esforços 
indicados. 
 
 
30 
 
7 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO 
 
Na área de mapeamento ocorrem rochas pertencentes a porção superior do grupo Paranoá, 
Formação Jequitaí e porção inferior do Grupo Bambuí. Foram identificas 14 Fácies correlacionadas 
estratigraficamente com as mesmas descritas e interpretadas por Guimarães,1997. 
As serras e baixadas orientadas NW-SE são compostas por dobras normais assimétricas com 
vergência para leste sendo 3 grandes anticlinais (serras) e 2 grandes sinclinais (baixadas). A partir da 
análise de estereogramas das atitudes de camadas de todas áreas, foi possível observar uma variação no 
caimento do eixo NW-SE sub horizontal. Na área 1 o eixo apresenta mergulho de 8 graus para NW, na 
área 2 o eixo é horizontal e na área 3 apresenta leve mergulho de 3 ° para SW o que indica uma linha de 
charneira levemente curva. Além disso, nas sequências de menor competência foram identificadas 
estruturas de dobramento flexural caracterizadas por dobras parasíticas apertadas, sliken lines iterestratais 
e vacâncias nas zonas de charneira. 
Na porção SW do mapa geológico, com o intuito de interpretar a geometria exótica (em visão de 
planta) dos anticlinais fragmentados, falhas transcorrentes foram fotointepretadas seguindo grandes 
lineamentos geomorfológicos, porém não houve evidências em campo da existência dessas estruturas. 
Os afloramentos das formações Serra de Santa helena, Jequitaí e Siltito Superior, ocorrem 
raramente na Area. 
A formação serra de santa helena, por ser composta de siltitos que formam espessas camadas de 
solo, aflorando apenas em cortes de estradas, o contato entre essa unidade e a Fm. Sete Lagoas foi foto 
interpretado seguindo um grande lineamento e diferenças bruscas nos padrões de drenagem. 
A Fm. Jequitaí o Ritmito inferior, apresentam- se em raros afloramentos sem muita continuidade 
lateral, por estarem em contato erosivo com as rochas do grupo Paranoá e Bambuí. 
Na porção extremo Leste da área 3, atribuídas ao Ritmito Inferior (anexo 1) predominavam 
camadas espessas e compridas (NW-SE) de dolomito (Dc) e lentes de siltito intercalado com 
quartzoarenito fino (Qs). Guimarães,1997 descreve a unidade como: “constituída por Ritmitos finos, que 
contem, localmente, lentes carbonáticas”. Tal relação entre as fácies, contradiz em parte a literatura, pois 
o esperado seria encontrar lentes de dolomito ou carbonatos em meio a extensa camada de siltito 
intercalado com arenito fino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALVARENGA, Carlos J.S. et al. Meso-Neoproterozoic isotope stratigraphy on 
carbonates platforms in the Brasilia Belt of Brazil. Precambrian Research 251 (2014), [S. l.], p. 
164–180, 20 jun. 2014. http://dx.doi.org/10.1016/j.precamres.2014.06.011 
 
ALVARENGA, Carlos J.S. et al. Estratigrafia da borda ocidental da Bacia do São 
Francisco. B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1/2 (2011/2012), [S. l.], p. 145-164, 20 
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https://doi.org/10.1016/j.jsames.2019.102397
 
 
33 
 
ANEXOS 
ANEXO 1- MAPA GEOLÓGICO INTEGRADO 
 
 
34 
 
 
 ANEXO 2- MAPA DE PONTOS 
 
 
 ANEXO 3- TABELA DE PONTOS 
Tabela de pontos de amostragem:anexo 
PONTOS X Y LITOLOGIA DESCRIÇÃO/ESTRUTURAS ATITUDES 
1 267577.74 8302645.24 solo 
2 267704.16 8303227.12 sollo leve mudança de cor do solo 
3 267840.55 8303650.69 solo solo com laterita 
4 268259.68 8304095.7 silte 
textura clástica, silte, camadas milimétricas, mica 
detrítica camada : 242/70 
5 269411.17 8303903.02 
arenito (blocos 
rolados) 
variação de granulometria em diferentes fácies, 
estruturas convolutas, plano paralelas e de revirada 
6 269678.75 8304076.11 arenito textura clástica granulometria areia fina 
7 269707.61 8304073.41 silte 
8 269763.03 8304117.58 
9 269994.93 8304162.08 slte + arenito clástica, granulometria lama, bem selecionada 
camadas: 295/25 220/25 
230/25 245/38 248/25 230/35 
10 270023.76 8304157.21 silte + arenito afloramento de extensão métrica com dobra 
flancos de dobra: 115/23 e 
260/30 
11 270186.09 8304239.89 arcóseo 
clástica, granulometria fina com quartzo e feldspato, 
testuralmente bem selecionada e composicionalmente 
moderadamente selecionada, apresenta estratificação 
convoluta (ondulada) 
 
 
35 
 
12 270294.64 8304268.82 arcóseo 
clástica, gráo suportada, granulometria média, 
composicionalmente imaturo (quartzo + feldpato) 
13 270234.97 8304290.47 quartzoarenito charneira dedobra 
14 270118.84 8304300.9 silte + arenito clástica, granulometria lama, bem selecionada 
15 270006.17 8304309.54 silte 
laminações milimétricas e centimétricas de silte e argila 
e presença de fraturas 
16 269828.34 8304376.42 arenito fino 
variação de granulometria de silte para areia com 
fraturas 020 e 310 
17 269629.22 8304279.07 silte 
predominentemente rocha de granulometria fina com 
camadas de silte e argila com dobra fratura 230/60 
18 269294.17 8304330.55 arcóseo (arenito) 
rocha bem selecionada de granullometria media a 
grossa e com estratificação de revirada e ondulada 
19 269272.98 8304315.25 arcóseo camadas centimétricas de arenito fino 
20 268874.3 8304354.61 arenito com estratificação plano paralela 
21 268256.46 8304219.83 silte 
22 273198.89 8302329.25 arcóseo 
rocha clástica, vom variação de granulometria e de 
composição 
23 273093 8302252.29 
nivel arcoseano + 
jequitaí 
contato entre camadas do nível arcoseano 
(pluricentimpetricas) e camadas de silte com camadas 
de diamictito (centimétricas) 
camadas: 180/30 180/30 
193/24 174/30 fraturas: 70/85 
350/subvertical 70/subvertical 
(lineamento) 
24 273131.78 8302378.94 arenito 
acósio mais imaturo composicionalmente e 
texturalmente 
25 273624.58 8302848.63 calcilutito 
clástica carbonática, composta por lama micrítica (não 
é possivel ver grãos), apresenta veios por consequência 
de dobras. 
flancos de dobras: 1° par de 
flancos = 35/63 e 237/60 2° par 
= 255/58 e 15/28; 235/66 e 
35/38 
eixo: 310/23 
26 273509.11 8303042.89 calcilutito 
clástica carbonática com lama micrítica com poucas 
estruturas sedimentares 
flancos: 1° = 230/70 e 36/20 
com eixo 323 2° =30/32 e 
232/subvertical com eixo 
328/25 
27 273473.2 8303130.82 calcarenito 
rocha clástica carbonática de granulometria areia fina e 
com estrutura de estratificação plano paralela 
28 273440.68 8303193.56 calcarenito 
dobras são pouco evidentes, mas há estruturas 
sedimentares de tração camadas: 240/70 
29 274009.85 8303289.32 arenito + silte 
clástica de granulometria silte e dobras pouco 
evidentes 
camada: 250/82 (silte) e 240/60 
(silte com areia fina) com 
fratura 75/subvertical 
30 274011.66 8303443.28 arenito 
camadas centimétricas de silte com mica detritica 
com camdas pluricentimétricas de arenito fino 
camada com lentes espessas: 
175/30 e 158/35 e fratura de 
60 de srtike 
31 274026.37 8303710.73 
blocos de arenito 
fino (arcósio) 
fácies com variação de granulometria e variam 
conforme estruturas sedimentares observadas 
(laminação revirada, laminação cruzada acanalada, 
estratificação plano paralela) 
32 273380.74 8303395.78 calcarenito camada com dobra e com estruturas de tração 
flancos de dobra: 70/44 e 
235/50 
33 273137.12 8303384.62 arcósio 
rocha com variação de composição e granulometria e 
estruturas de estratificação cruzada e convoluta 
34 271330.55 8303987.68 calcarenito 
aloramento em estrada de terra de camadas estreitas 
de rocha cçástica arbonática de granulometria areia camada: 065/65 e 068/56 
35 271094.74 8303903.53 calcarenito 
camadas contimétricas de rocha clástica carrbonatica 
de granulometria areia intercaladas com camadas de 
silte, apresenta estrutura sedimentar ondulada camada: 265/35 
 
 
36 
 
36 271013.97 8303867.03 calcarenito 
rocha clástica carbonatica de granulometria areia com 
matriz de silte (imaturidade textural e composicional) camada: 250/15 
37 270873.98 8303858.75 arenito 
rocha clástica siliciclástica moderadamente 
selecionada, mas composicionalmente matura 
38 270678.86 8303740.99 blocos rolados fácies variadas de mesma composição (quartzo) 
39 270643.37 8303684.04 subarcósio 
rocha clástica siliciclástica de granulometria média a 
grossa, com quartzo, pouco fedspato e poros. 
Imaturidade textural e composicional 
40 270630.16 8303642.1 quartzoarenito 
rocha clástica siliciclástica friável, de granulometria 
areia grossa e a textura tembém é sacaroidal 
41 270501.07 8303627.46 arenito com silte 
camadas de rocha clástica de granulometria variando 
de silte a areia fina camada: 98/55 
42 270482.68 8303785.31 
arenito e 
calciarenito com 
silte 
camadas de arenito com sile próximas a camadas de 
calciarenito com silte camada: 280/67 e 275/72 
43 270516.58 8303887.76 
arenito (arcósio) e 
siltito 
cotato entre camada de arenitos do nível arcosiano 
com camadas de siltito 
44 270478.58 8304090.17 silte 
aforamento em trilha de rocha clástica de 
granulometria silte, muito friável e as camadas variam 
de espessura centimétricas a pluricentimétricas camada: 282/90 
45 270469.06 8304161.6 blocos rolados ponto de controle 
46 270480.16 8303266.01 silte com areia 
"brecha de falha" rocha clástica de granulometria areia 
fina com silte 
47 270447.15 8303002.7 calcarenito 
rocha clástica carbonática de granulometria areia fina e 
com estrutura de estratificaçãoplano paralela camada: 95/50 
48 270408.88 8302981.62 
silte intercalado 
com arenito 
intercalação de camadas de arenito com siltito e há 
fechamento de dobra 
flancos de dobra: 88/47 e 
250/42 
49 270478.05 8302704.76 
carbonato com 
silte carbonático 
rocha clástica carbonática com silte carbonático, 
camadas centimétricas camada: 250/40 e 240/40 
50 271610.18 8304071.56 calcilutito 
rocha clastica carbonática intercalada com camadas 
centimétricas de silte 
flancos de dobra: 58/60 e 
58/60 
51 271892.63 8304121.35 calcilutito 
afloramento no flanco oeste da dobra assimétricaem 
uma drenagem com camadas centimétricas de 
calcilutito intercaladas com camadas milimétricas de 
siltito 
camada: 250/70 (flanco oeste 
de dobra) 
52 271975.21 8304187.22 arcóseo 
blocos rolados de rocha clástica siliciclástica de 
granulometria média, bem selecionada, mas imatura 
composicionalmente, pois tem feldspato 
53 274190.02 8304036.52 arenito + silte 
afloramento de camada de arenito intercalado com 
siltito camada: 255/18 
54 275273.83 8302501.87 dolomito com veios 
rocha carbonática dolomítica com laminações 
milimétricas de silte carbonático e a camada concorda 
com o fechamento da dobra camada: 125/22 (charneira) 
55 274558.62 8303830.71 dolomito 
afloramento de paredão de rocha carbonática 
dolomítica com várias estruturas tectônicas e pós-
tectônicas (Sn +1) 
camada: 70/72 e 70/65. Sn +1: 
015/20 
56 274808.37 8303168.33 arenito 
boco in situ de dimensões plurimétricas de rocha 
clástica siliciclástica de granulometria areia média com 
quarzto, mas sem feldspato Sn + 1: 015/32 
57 274921.97 8303059.65 dolomito 
afloramento de rocha carbonática dolomítica com 
estrutura pós-tectônica Sn+1 camada: 245/80 Sn+1: 70/25 
58 274956.37 8302633.27 dolomito + silte 
camadas de rocha carbonática dolomítica intercaladas 
com camadas de silte (ambos de espessura 
centimétrica) camada: 205/50 e 205/52 
59 274864.81 8302689.12 dolomito 
afloramento de camada de rocha carbonática 
dolomítica dobrada camada: 120/55 100/50 
 
 
37 
 
60 274793.57 8302739.82 Dolomito e calcário 
alfloramentos de dolomito e de calcário, próximos um 
do outro, apenas nas rochas de calcário foram 
observadas estruturas sedimentares de estratuficasão 
cruzada, cruzada acanalada e de revirada 
camada dolomito: 135/25 
125/28 140/22 105/28 camada 
calcário: 232/30 e 200/20 
61 274583.87 8303040.24 Dolomito + calcário 
intercaladação entre camadas de rocha carbonática 
dolomítica com calcário, ambos com silte camada: 230/40 245/42 
62 274331.25 8303348.52 Dolomito 
afloramento de camada de rocha carbonática 
dolomítica camada: 245/55 
63 275537.34 8302370.12 Calcário calcário com dissolução 
64 275965.93 8302185.75 Arcóseo 
afloramento de camada de rocha arcóseo próxima a 
um rio camada: 230/75 e 235/80 
65 276057.33 8302209.86 
Arenito + 
conglomerado 
blocos rolados de arenito médio/grosso (bem 
selecionado) com gradação para um conglomerado de 
clastos subcentimétricos, os ciclos são de 5 cm camada: 053/77 
66 276084.84 8302234.95 Arenito 
Arenito médio bem selecionado, clasto suportado, 
com grãos subarredondados de baixa esfericidade. 
Apresenta gretas de sinérese (escape de fluidos). camada: 055/75 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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