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GRAMÁTICA FÁCIL para falar e escrever bem Clóvis Osvaldo Gregorim Doutor em Educação pela USP (Linguística Aplicada ao Ensino do Português) e Mestre em Ciências Linguísticas pela PUC-SP (Linguística Aplicada ao Ensino do Inglês) Nova Ortografia conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Sumário Clique aqui para pular o sumário Apresentação Parte I – Ortografia Sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Alfabeto Acentuação gráfica Hífen Emprego da crase Regras para divisão silábica Emprego dos sinais de pontuação Emprego das iniciais maiúsculas Pronomes de tratamento Coletivos Parte II – Verbos Verbos Flexão verbal Regência ou predicação verbal Classificação dos verbos Estrutura do verbo Tonicidade dos verbos Tempos do verbo Verbos auxiliares Modos verbais Formas nominais do verbo Vozes do verbo Locuções verbais Conjugação de verbos regulares Emprego dos tempos e dos modos verbais Emprego das formas nominais do verbo Créditos Apresentação Para o bem da educação linguística, devemos encarar o ensino da gramática não como uma mera transmissão de conceitos, regras e exceções, porém como uma sistematização dos fatos da língua, uma construção do saber linguístico por parte do aprendiz, que deve partir sempre do aprimoramento do raciocínio, da explicação e da conscientização de sua gramática internalizada e do desenvolvimento de suas operações mentais e linguísticas. Certamente cabe ao professor o papel de motivador e orientador, isto é, elemento catalisador na organização do conhecimento. Acreditamos que o ensino assistemático da gramática, priorizando-se a obrigação de impor o certo e evitar o errado, algo que reduz a educação linguística ao conhecimento da gramática pela gramática, torna-se mecânico e sem sentido. A presente obra apresenta-se como um guia prático para estudos individuais das principais questões que envolvem a gramática da língua portuguesa. O leitor encontrará uma discussão sucinta e objetiva dos fatos linguísticos, tendo sempre como foco a linguagem dos nossos dias. Diante disso, os exemplos apresentados são “padrões linguísticos vivos”. O alvo que este trabalho busca atingir restringe necessariamente sua abrangência. Diante disso, omissões ou imprecisões podem ter ocorrido ao longo das descrições. Sua indicação pela crítica sensata certamente contribuirá para o seu aprimoramento. A presente edição desta obra está atualizada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, firmado em 1990 e vigente a partir de 2009 no Brasil. Parte I Ortografia Sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor-Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo n.º 54, de 18 de abril de 1995. Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica nesses países. Para ler o documento do Acordo Ortográfico na íntegra, acesse: http://www.academia.org.br/nossa-lingua/vocabulario-ortografico Alfabeto Depois do Acordo Ortográfico, o alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações: a) na escrita de símbolos de unidades de medida. Exemplos: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt). b) na escrita de palavras estrangeiras (e seus derivados). Exemplos: show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano. Acentuação gráfica O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Toda palavra da língua portuguesa de duas ou mais sílabas possui uma sílaba tônica. Observe as sílabas tônicas das palavras arte, gentil, táxi e mocotó. Você constatou que a tonicidade recai sobre a sílaba inicial em arte, a final em gentil, a inicial em táxi e a final em mocotó. Além disso, notou que a sílaba tônica nem sempre recebe acento gráfico. Portanto, todas as palavras com duas ou mais sílabas terão acento tônico, mas nem sempre terão acento gráfico. A tonicidade está para a oralidade (fala) assim como o acento gráfico está para a escrita (grafia). Oxítonas 1. São assinaladas com acento agudo as palavras oxítonas que terminam em a, e e o abertos, e com acento circunflexo as que terminam em e e o fechados, seguidos ou não de s. Exemplos: já, cajá, vatapá a ás, ananás, mafuás as fé, café, jacaré e pés, pajés, pontapés es pó, cipó, mocotó o nós, sós, retrós os crê, dendê, vê e freguês, inglês, lês es avô, bordô, metrô o bisavôs, borderôs, propôs os 2. São acentuados os infinitivos seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las. Exemplos: dá-lo, matá-los, vendê-la, fê-las, compô-lo, pô-los etc. 3. Nunca se acentuam as oxítonas terminadas em i e u e em consoantes. Exemplos: ali, caqui, rubi, bambu, rebu, urubu, sutil, clamor. 4. Nunca se acentuam os infinitivos em i, seguidos dos pronomes oblíquos lo, la, los, las. Exemplos: fi-lo, puni-la, reduzi-los, feri-las 5. Acentuam-se sempre as oxítonas de duas ou mais sílabas terminadas em -em e -ens. Exemplos: alguém, armazém, também, parabéns, reféns. Paroxítonas 1. Assinalam-se com acento agudo ou circunflexo as paroxítonas terminadas em i, is, ã, ãs, ão, ãos, us, l, um, uns, n, ps, r, x: Exemplos: dândi, júri, táxi i lápis, tênis, Clóvis is ímã, órfã, ímãs ã/ãs bênção, órfão, órgãos ão/ãos bônus, ônus, vírus us amável, fácil, imóvel l álbum, médium, quóruns um/uns albúmen, hífen, Nílton n bíceps, fórceps, tríceps ps César, mártir, revólver r fênix, látex, tórax x Observação As paroxítonas terminadas em -en perdem o acento no plural. Exemplos: hifens, liquens. 2. Os prefixos anti-, inter-, semi- e super-, embora paroxítonos, não são acentuados graficamente. Exemplos: inter-humano, inter-racial, anti-ibérico, anti-humano, semi- hebdomadário, semi-infantil, super-homem, super-requintado. 3. Não se acentuam graficamente as paroxítonas apenas porque apresentam vogais tônicas abertas ou fechadas. Exemplos: espelho, famosa, medo, ontem, socorro, pires, tela. 4. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento no i e no u tônicos das palavras paroxítonas quando vierem depois de um ditongo decrescente. Se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, porém, o acento permanece. Exemplos: baiuca, bocaiuva, cauila, feiura, guaíba, Guaíra. Proparoxítonas Todas as proparoxítonas são acentuadas graficamente. Exemplos: abóbora, bússola, cântaro, dúvida, líquido, mérito, nórdico, política, relâmpago, têmpora. Casos especiais 1. Acentuam-se sempre os ditongos tônicos abertos éis, éu(s) e ói(s). Exemplos: fiéis, céu, chapéus, herói, caracóis etc. 2. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas. Exemplos: alcateia, geleia, ideia, plateia, boia, joia, asteroide, heroico. 3. Acentuam-se sempre o i e o u tônicos dos hiatos, quando estes formam sílabas sozinhas ou são seguidos de s. Exemplos: aí, balaústre, baú, egoísta, faísca, heroína, saída, saúde, viúvo. 4. Acentuam-se graficamente as palavras terminadas em ditongo oral átono, seguido ou não de s. Exemplos: área, ágeis, importância, jóquei, lírios, mágoa, extemporâneo, régua, tênue, túneis. 5. Emprega-se o til para indicar a nasalização de vogais. Exemplos: afã, coração, devoções, maçã, relação. 6. Depois do Acordo Ortográfico, não é mais acentuado o primeiro o do hiato oo. Exemplos: enjoo, voo. 7. Depois do Acordo Ortográfico, não são mais acentuadas as formas verbais dissílabas terminadasem eem. Exemplos: creem, leem, veem, deem e correlatas. 8. Depois do Acordo Ortográfico, o trema não é mais utilizado. Exemplos: frequente, tranquilo. Observação O trema permanece, porém, nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano. 9. Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo do verbo arguir. O mesmo vale para o seu composto redarguir. 10. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, apaziguar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. a) Se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos: verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem. verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam. b) Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos: verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam. Observação a) A vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras. b) No Brasil, a pronúncia mais corrente é a com a e i tônicos. 11. O acento diferencial é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira. Depois do Acordo Ortográfico, passamos a usar apenas alguns acentos diferenciais. Exemplos: pode (presente do indicativo de poder) pôde (pretérito perfeito do indicativo de poder) por (preposição) pôr (verbo) tem (3.a pessoa do singular do verbo ter) têm (3.a pessoa do plural do verbo ter) vem (3.a pessoa do singular do verbo ter) vêm (3.a pessoa do plural do verbo ter) Observação a) O Acordo Ortográfico passou a aceitar a dupla grafia da palavra fôrma/forma, acentuada ou não. b) Os derivados do verbo ter (conter, deter, manter etc.) seguem a mesma regra do verbo ter. Exemplos: Eles contêm Ele contém Eles detêm Ele detém Eles mantêm Ele mantém c) Depois do Acordo Ortográfico, não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Exemplos: Ele para o carro. Ele foi ao polo Norte. Ele gosta de jogar polo. Esse gato tem pelos brancos. Comi uma pera. Hífen Uso do hífen com compostos 1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Exemplos: arco-íris, guarda-chuva, mesa-redonda, porta-bandeira segunda- feira, vaga-lume. Observação Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como aguardente, girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas. 2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: blá-blá-blá, cri-cri, corre-corre, esconde-esconde, pega-pega, pingue-pongue, tique-taque, zigue-zague. 3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação. Exemplos: camisa de força, cara de pau, dia a dia, fim de semana, olho de sogra, pé de moleque, ponto e vírgula. Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia. Observação Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Exemplos: bicho de sete cabeças, cor de burro quando foge, deus nos acuda, diz que diz que, faz de conta, leva e traz, maria vai com as outras. 4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo. Exemplos: gota-d’água, pé-d’água. 5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação. Exemplos: belo-horizontino, porto-alegrense, mato-grossense-do-sul. 6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas, tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: andorinha-da-serra, bem-te-vi, cravo-da-índia, erva-doce, pimenta-do-reino. Observação Não se usa o hífen quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Exemplos: bico de papagaio (deformação nos discos da coluna vertebral) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) olho de boi (selo postal brasileiro) olho-de-boi (espécie de peixe) Uso do hífen com prefixos As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, sub, super, ultra etc.) ou por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo etc.). Casos gerais 1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico anti-histórico macro-história mini-hotel proto-história sobre-humano super-homem ultra-humano 2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos: anti-inflacionário inter-regional micro-ondas sub-bibliotecário 3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Exemplos: aeroespacial agroindustrial antiaéreo autoescola intermunicipal semicírculo supersônico 4. Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram- se essas letras. Exemplos: antirracismo minissaia semirreta ultrassom Casos particulares 1. Com os prefixos sob e sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r. Exemplos: sob-roda sob-rojar sub-ramo sub-região 2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal. Exemplos: circum-murado circum-navegação circum-ambiência pan-mítico pan-nacionalismo pan-americano 3. Usa-se o hífen com os prefixos além, aquém, ex, pós, pré, pró, recém, sem e vice. Exemplos: além-túmulo aquém-mar ex-aluno pós-graduação pré-vestibular pró-europeu recém-nascido sem-terra vice-rei 4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h (nesse último caso, corta-se o h). Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos: coobrigação coedição coeducar cofundador coabitação coerdeiro corréu corresponsável cosseno 5. Na formação de palavras com ab, ad e ob, usa-se o hífen diante de palavras iniciadas com r. Exemplos: ab-rogante ab-rogar ad-renal ob-repção ob-reptíçio 6. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e. Exemplos: predeterminar preexistente realimentar reescrever Outros casos do uso do hífen 1. Com mal, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l. Exemplos: mal-arrumado mal-entendido mal-habituado mal-humorado mal-lavado mal-limpo Observação Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação. Exemplo: mal-francês. Se, porém, houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen. Exemplos: mal de Alzheimer, mal de Chagas, mal de Parkinson 2. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim. Exemplos: capim-açu amoré-guaçu anajá-mirim 3. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: eixo Rio-São Paulo ponte Rio-Niterói 4. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos: Na cidade, conta- -se que ele foi viajar. O diretor foi receber os ex- -alunos. 5. Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase. Exemplos: não agressão quase delito Emprego da crase Crase é o nome que se dá à fusão ou contração de duas vogais iguais. Na língua falada, a todo momento ocorrem casos de crase. Na escrita, o único caso de crase, assinaladacom acento grave (`), é o do encontro da preposição a com o artigo definido a(s) e a mesma preposição a com a vogal inicial dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: Exemplos: Vamos a + a universidade logo depois do almoço. Vamos à universidade logo depois do almoço. Observe que o verbo ir requer a preposição a e o substantivo universidade pede o artigo a. É importante mencionar que vogais idênticas são também contraídas, visto ser a crase um processo fonológico: Exemplos: leer - ler door - dor Ocorrências da crase 1. Preposição a + artigos a, as: Exemplos: Fui à feira ontem. Paulo dedica-se às artes marciais. Observação a) Quando o nome não admitir artigo, não haverá indicação de crase: Exemplos: Vou a Campinas amanhã. Estamos viajando em direção a Roma. No entanto, se houver um modificador do nome, haverá crase: Vou à Campinas das andorinhas. Estamos viajando em direção à Roma das Sete Colinas. b) Ocorre a crase somente se os nomes femininos puderem ser substituídos por nomes masculinos que admitem ao antes deles: Exemplos: Eles foram à praia. Eles foram ao campo. As crianças costumam ir à praça. As crianças costumam ir ao parque. Portanto, não haverá crase em: Ela escreveu a redação a tinta. (Ela escreveu a redação a lápis.) Compramos a TV a vista. (Compramos a TV a prazo.) 2. Preposição a + pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo: Exemplos: Maria referiu-se àquele homem de terno cinza. O palestrante se dirigiu àquelas mulheres da Associação. Nunca me referi àquilo que você disse. 3. Na indicação de horas: Exemplos: João se levanta às sete horas. Eles chegaram à meia-noite. 4. Antes de nomes que apresentam a palavra moda (ou maneira) implícita: Exemplos: Adoro bife à milanesa. Eles querem vitela à parmigiana. Ela se vestiu à cigana. Ele cortou o cabelo à Nero. 5. Antes de palavra masculina quando, diante dela, houver uma palavra feminina subentendida: Exemplos: A entrevista foi dada à Globo (isto é, à rede Globo). Fui à Melhoramentos (isto é, à Editora Melhoramentos). 6. Em locuções adverbiais constituídas de substantivo feminino plural: Exemplos: Os moleques costumam nadar no rio às escondidas. Àsvezes, preferimos viajar de carro. Eles partiram às pressas sem se despedir. 7. Em locuções prepositivas e conjuntivas constituídas de substantivo feminino: Exemplos: Eles vivem à custa do Estado. Estamos todos à mercê da violência urbana. Fica mais frio à proporção que nos aproximamos do Sul. Sentimos medo à medidaque crescia o movimento de soldados na praça. Principais casos em que não ocorre a crase 1. Antes de palavras masculinas: Exemplos: Ele leva tudo a ferro e fogo. Por favor, façam o exercício a lápis. 2. Antes de verbos no infinitivo: Exemplos: Estou decidido a comprar este carro. A pobre criança ficou a chorar o dia todo. 3. Antes de nomes de cidades: Exemplos: Vou a Curitiba visitar uma amiga. Eles chegaram a Londres ontem. 4. Antes de pronomes que não admitem artigo (pessoal, de tratamento, demonstrativo, indefinido e relativo): Exemplos: Ele se dirigiu a ela com indelicadeza. Direi a Vossa Majestade quais são os nossos planos. Onde você pensa que vai a esta hora da noite? Devolva o livro a qualquer funcionário da biblioteca. Todos os dias agradeço a Deus, a quem tudo devo. 5. Antes do artigo indefinido uma: Exemplos: O policial dirigiu-se a uma senhora vestida de vermelho. O garoto entregou o envelope a uma moça da recepção. 6. Em expressões que apresentam substantivos repetidos: Exemplos: Maria ficou cara a cara com o ladrão. Ele tomou o remédio gota a gota. 7. Antes de palavras no plural precedidas apenas de preposição: Exemplos: Nunca me associo a pessoas que falam demais. Eles costumam ir a reuniões do condomínio. 8. Antes de numerais cardinais: Exemplos: Após as enchentes, o número de desabrigados chegou a trezentos. Daqui a duas semanas, estaremos em Miami. 9. Antes de nomes célebres e nomes de santos: Exemplos: O artigo reporta-se a Carlota Joaquina de maneira desrespeitosa. Ela fez uma promessa a santa Cecília. 10. Antes da palavra casa, quando essa não apresenta adjunto adnominal: Exemplos: Estava frio, e Fernando voltou a casa para apanhar um agasalho. Antes de chegar a casa, o malandro limpou a mancha de batom do rosto. Observação Quando a palavra casa apresentar modificador, haverá crase: Exemplo: Vou à casa de Pedro. 11. Antes da palavra dona: Exemplos: O mensageiro entregou a encomenda a dona Vera. Foi só um susto. O acidente nada causou a dona Maria Helena. 12. Antes da palavra terra, como sinônimo de terra firme: Exemplos: O capitão informou que estamos quase chegando a terra. Depois de dois meses de mar aberto, regressamos finalmente a terra. Ocorrência facultativa da crase 1. Antes de nome próprio feminino: Exemplos: Entreguei o cheque à Paula. Entreguei o cheque a Paula. Júlio compôs uma canção à Fabiana. Júlio compôs uma canção a Fabiana. Observação A crase não ocorre quando o falante não usa artigo antes do nome próprio feminino. 2. Antes do pronome possessivo feminino: Exemplos: Ele fez uma crítica séria à sua mãe. Ele fez uma crítica séria a sua mãe. Convidei-o a vir à minha casa. Convidei-o a vir a minha casa. Observação A crase não ocorre quando o falante não usa artigo antes do pronome possessivo. 3. Depois da preposição até: Exemplos: Vou caminhar até à praia. Vou caminhar até a praia. Ele pode acompanhá-la até à porta. Ele pode acompanhá-la até a porta. Observação A crase não ocorre quando o falante não usa a preposição a depois de até. Regras para divisão silábica Na modalidade escrita, indicamos a divisão silábica com o hífen. Essa separação obedece às regras de silabação. Não se separam: a) as letras com que representamos os dígrafos ch, lh e nh. Exemplos: ca-cha-ça pa-lho-ça ama-nhe-cer b) os encontros consonantais que iniciam sílaba. Exemplos: a-blu-ção a-cla-rar re-gra-do a-bran-dar sa-la-man-dra ca-tra-ca c) a consoante inicial seguida de outra consoante. Exemplos: gno-mo mne-mô-ni-co psi-có-ti-co d) as letras com que representamos os tritongos. Exemplos: a-guen-tar sa-guão Pa-ra-guai ar-guiu en-xa-guam Separam-se: a) as letras com que representamos os dígrafos rr, ss, sc, sç e xc. Exemplos: car-ro pás-sa-ro des-ci-da cres-ça ex-ce-len-te b) as letras com que representamos os hiatos. Exemplos: sa-ú-de cru-el gra-ú-na re-cu-o vo-o c) as consoantes seguidas que pertencem a sílabas diferentes. Exemplos: ab-di-car cis-mar ab-dó-men bis-ca-te sub-lo-car as-pec-to Observação a) Não separamos as vogais dos ditongos decrescentes. Exemplos: or-dei-ro, ju-deu, mau. b) As vogais dos ditongos crescentes aceitam dupla partição. Exemplos: cá-rie/cá-ri-e, sá-bio/sá-bi-o. Emprego dos sinais de pontuação Vírgula Emprega-se a vírgula (uma breve pausa): a) para separar os elementos mencionados numa relação: Exemplos: A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas de sistemas e secretárias. O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros. Observação Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da enumeração, a vírgula deve ser empregada. Exemplo: Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as unhas. b) para isolar o vocativo: Exemplos: Cristina, desligue já esse telefone! Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete. c) para isolar o aposto: Exemplos: Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no elevador. Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino. d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.): Exemplos: Gastamos R$ 20.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos economizado durante anos. Eles viajaram para a Américado Norte, aliás, para o Canadá. e) para isolar o adjunto adverbial antecipado: Exemplos: Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas. Ontem à noite, fomos todos jantar fora. f) para isolar elementos repetidos: Exemplos: O palácio, o palácio está destruído. Estão todos cansados, cansados de dar dó! g) para isolar, nas datas, o nome do lugar: Exemplos: São Paulo, 22 de maio de 1995. Roma, 13 de dezembro de 2005. h) para isolar os adjuntos adverbiais: Exemplos: A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio. Os candidatos serão atendidos, das sete às onze horas, pelo próprio gerente. i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e: Exemplos: Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança. Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir. Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente. j) para indicar a elipse de um elemento da oração: Exemplos: Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal. Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um acidente. k) para separar o paralelismo de provérbios: Exemplos: Ladrão de tostão, ladrão de milhão. Ouvir cantar o galo, sem saber onde. l) após a saudação em correspondência (social e comercial): Exemplos: Com muito amor, Respeitosamente, m) para isolar as orações adjetivas explicativas: Exemplos: Marina, que é uma pessoa maravilhosa, levou todas as crianças para passear. Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos. n) para isolar orações intercaladas: Exemplos: Não lhe posso garantir nada, respondi secamente. O filme, disse ele, é fantástico. Ponto 1. Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de uma frase declarativa de um período simples ou composto. Nesse caso, ele recebe o nome de ponto-final. Exemplos: Desejo-lhe uma feliz viagem. A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado com primor. 2. O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas. Exemplos: fev. = fevereiro hab. = habitante rod. = rodovia. Ponto e vírgula Utiliza-se o ponto e vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma pausa intermediária entre o ponto-final e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto e vírgula para: a) separar orações coordenadas que tenham certo sentido ou aquelas que já apresentam separação por vírgula: Exemplo: Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas. b) separar vários itens de uma enumeração: Exemplo: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III – pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV – gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; (Constituição da República Federativa do Brasil) Dois-pontos Os dois-pontos são empregados para: a) uma enumeração: Exemplo: Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível. (Machado de Assis) b) uma citação: Exemplo: Visto que ela nada declarasse, o marido indagou: – Afinal, o que houve? c) um esclarecimento: Exemplo: Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila. Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de observações, notas ou exemplos. Exemplos: Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, longinho, melhorzinho, pouquinho etc. Nota: a preposição per, considerada arcaica, somente é usada na expressão de per si (= cada um por sua vez, isoladamente). Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplo: descriminar/discriminar. Observação A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois- pontos ou de vírgula. Exemplos: Querida amiga: Prezados senhores, Ponto de interrogação O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta. Exemplos: – O senhor não precisa de mim? – Não, obrigado. A que horas janta-se? Ponto de exclamação 1. O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, indignação etc. Exemplos: – Viva o meu príncipe! – Que bom que você veio! 2. O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas: Exemplos: Oh! Valha-me Deus! Reticências As reticências são empregadas para: a) assinalar interrupção do pensamento: Exemplo: – Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá... (Júlio Dinis) b) indicar trechos que foram suprimidos de um texto: Exemplo: O primeiro e crucial problema de linguística geral que Saussure focalizou dizia respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um sistema de signos (...). Considerava a linguística, portanto, com um aspecto de uma ciência mais geral, a ciência dos signos. (Mattoso Camara Jr.) c) marcar aumento de emoção: Exemplo: As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da turvação do infeliz, foram estas: “Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino... Perdi-te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... e morro, porque não posso, nem poderei jamais resgatar-te”. (Camilo Castelo Branco) Aspas As aspas são empregadas: a) antes e depois de citações textuais: Exemplo: Roulet afirma que “o gramático deveria descrever a língua em uso em nossa época, pois é dela que os alunos necessitam para a comunicação quotidiana”. b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares ou vulgares: Exemplos: O “lobby” para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado. (Veja) Na semana passada, o senador republicano Charles Grassley apresentou um projeto de lei que pretende “deletar” para sempre dos monitores de crianças e adolescentes as cenas consideradas obscenas. (Veja) Preso no “xilindró”, o prefeito perdeu o apoio da população. Com a chegada da polícia, os três suspeitos “puxaram o carro” rapidamente. c) para realçar uma palavra ou expressão: Exemplos: Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro. Aquela “vertigem súbita” na vida financeira de Ricardo afastou-lhe os amigos dissimulados. Travessão Emprega-se o travessão para: a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo: Exemplo: — Que gente é aquela, seu Alberto? — São japoneses. — Japoneses? E... é gente como nós? — É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos. — Mas, então não são índios? (Ferreira de Castro) b) colocar em relevo certas palavras ou expressões: Exemplos: Maria José sempre muito generosa — sem ser artificial ou piegas — a perdoou sem restrições. Um grupo de turistas estrangeiros — todos muito ruidosos — invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados. c) substituir a vírgula ou os dois-pontos: Exemplo: Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana — acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase. (Raul Pompeia) Parênteses Os parênteses são empregados para: a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário: Exemplo: Todo signo linguístico é formado de duas partes associadas e inseparáveis, isto é, o significante (unidade formada pela sucessão de fonemas) e o significado (conceito ou ideia). b) incluir informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.): Exemplo: Mattoso Camara (1977:91) afirma que, às vezes, os preceitosda gramática e os registros dos dicionários são discutíveis: consideram erro o que já poderia ser admitido e aceitam o que poderia, de preferência, ser posto de lado. c) indicar marcações cênicas numa peça de teatro: Exemplo: Abelardo I – Que fim levou o americano? João – Decerto caiu no copo de uísque! Abelardo I – Vou salvá-lo. Até já! (sai pela direita). (Oswald de Andrade) d) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões: Exemplo: Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas. Asterisco O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, é um recurso empregado para: a) remissão a uma nota no pé da página ou no fim de um capítulo de um livro: Exemplo: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que esse afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em bruxaria, gritaria, patifaria etc. * É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras palavras. b) substituição de um nome próprio que não se deseja mencionar: Exemplo: O dr.* afirmou que a causa da infecção hospitalar na Casa de Saúde Municipal está ligada à falta de produtos adequados para assepsia. Emprego das iniciais maiúsculas Emprega-se a letra inicial maiúscula: a) No início de período, citação direta ou verso: Exemplos: Quatro anos e meio vivi com essa mulher. Mas vivi de me trancar com ela, de café na cama, de telefone fora do gancho, de não dar as caras na rua. (Chico Buarque) Disse Arthur da Távola “A educação não é finalidade específica da televisão. A educação cabe à escola. A televisão é um eletrodoméstico do século XX, que entre outras finalidades e vocação pode ter – em parte – a educativa”. Amor é um fogo que arde sem se ver: É ferida que dói e não se sente: É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; (Camões) Observação No começo de versos que não iniciam período, usa-se normalmente a letra minúscula: Exemplo: Vive como em sonho, antes de nascido, quando a vida e a morte estavam consigo. (Cecília Meireles) b) Nos substantivos próprios (nomes de pessoas, cognomes, topônimos, denominações religiosas e políticas, nomes sagrados e ligados a religiões, entidades mitológicas e astronômicas): Exemplos: Carlos; Margarida; Ricardo, Coração de Leão; Catarina, a Grande; Paraná; São Paulo; Campinas; Curitiba; oceano Atlântico; lago Paraná; Igreja Católica Apostólica Romana; Igreja Ortodoxa Russa; Partido Democrata; União Democrática Nacional; Deus; Cristo; Buda; Alá; Baco; Zeus; Afrodite; Júpiter; Via Láctea etc. c) Nos nomes de períodos históricos, festas religiosas ou datas e fatos políticos importantes: Exemplos: Idade Média, Renascimento, Natal, Páscoa, Ressurreição de Cristo, Dia do Trabalho, Dia das Mães, Independência do Brasil, Proclamação da República etc. d) Nos nomes de logradouros públicos (avenidas, ruas, travessas, praças, largos, viadutos, pontes etc.): Exemplos: Avenida Paulista, Rua do Ouvidor, Travessa do Comércio, Praça da República, Largo do Arouche, Viaduto da Liberdade, Ponte Eusébio Matoso etc. e) Nos nomes de repartições públicas, agremiações culturais ou esportivas, edifícios e empresas públicas ou privadas: Exemplos: Ministério do Trabalho, Delegacia de Ensino, Academia Brasileira de Letras, Sociedade Esportiva Palmeiras, Teatro Municipal, Edifício Itália, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Editora Melhoramentos etc. f) Nos nomes de escolas em geral: Exemplos: Escola Técnica Estadual de São Paulo; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo; Escola Superior de Economia do Rio de Janeiro; Escola de Arte Dramática Cacilda Becker; Universidade Federal de São Carlos etc. g) Nos nomes dos pontos cardeais quando indicam regiões: Exemplos: os povos do Oriente, o falar do Nordeste etc. h) Nas expressões de tratamento: Exemplos: Vossa Alteza, Vossa Majestade, Vossa Santidade, Vossa Excelência, Vossa Senhoria, Magnífico Reitor, Sr. Diretor, Sra. Coordenadora etc. i) Nos nomes comuns sempre que personificados ou individualizados: Exemplos: o Amor, o Ódio, a Virtude, a Morte, o Lobo, o Cordeiro, a Cigarra, a Formiga, a Capital, a República, a Transamazônica, a Indústria, o Comércio etc. Pronomes de tratamento Autoridades de Estado Civis Pronome de tratamento Abreviatura Usado para Vossa Excelência V. Ex.ª Presidente da República, senadores da República, ministros de Estado, governadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, embaixadores, vereadores, cônsules, chefes das Casas Civis e Casas Militares Vossa Magnificência V. M. Reitores de Universidade Vossa Senhoria V. S.ª Diretores de autarquias federais, estaduais e municipais Judiciárias Pronome de tratamento Abreviatura Usado para Vossa Excelência V. Ex.ª Desembargadores da Justiça, curadores, promotores Meritíssimo Juiz M. Juiz Juízes de Direito Militares Pronome de tratamento Abreviatura Usado para Vossa Excelência V. Ex.ª Oficiais generais (até coronéis) Vossa Senhoria V. S.ª Outras patentes militares Autoridades Eclesiásticas Pronome de tratamento Abreviatura Usado para Vossa Santidade V. S. Papa Vossa Eminência Reverendíssima V. Em.ª Revm.ª Cardeais, arcebispos e bispos Vossa Reverendíssima V. Revm.ª Abades, superiores de conventos, outras autoridades eclesiásticas e sacerdotes em geral Autoridades Monárquicas Pronome de tratamento Abreviatura Usado para Vossa Majestade V. M. Reis e imperadores Vossa Alteza V. A. Príncipes Coletivos Os substantivos coletivos podem referir-se especificamente a um grupo de seres, como boiada (bois), arvoredo (árvores), ramalhete (flores) etc., ou a diferentes espécies de seres, como bando (aves, crianças, bandidos), manada (bois, cavalos, elefantes), cacho (cabelos, bananas, uvas) etc. Substantivos coletivos usuais de selos, de fotografias álbum de feras (lobos, javalis, panteras, hienas etc.) alcateia de navios de guerra armada de ilhas arquipélago de armas e munições arsenal de árvores arvoredo de pessoas reunidas assembleia de mapas reunidos em livro atlas de utensílios de mesa baixela de examinadores banca de pessoas em geral, de aves, de bandidos bando de soldados batalhão de livros catalogados biblioteca de bois boiada de árvores bosque de flores buquê de bananas, de uvas, de cabelos cacho de camelos em comboio cáfila de vadios ou malandros cambada de canções ou cantigas cancioneiro de viajantes caravana de peixes cardume de casas casario de pessoas pagas para aplaudir claque de sacerdotes ou religiosos em geral clero de leis código de eleitores, de cardeais colégio de textos escolhidos coletânea de abelhas colmeia de bispos em assembleia concílio de cientistas, de cardeais reunidos para eleger o papa conclave de religiosos, de professores congregação de deputados, de senadores, de estudiosos de determinado tema congresso de astros, de estrelas constelação de montanhas cordilheira de bandidos, de desordeiros, de malandros, de assassinos corja de anjos, de cantores coro de alunos, de professores, de jurados corpo de discos ordenados discoteca de artistas, de profissionais elenco de abelhas, de insetos enxame de roupas enxoval de navios de guerra esquadra de aviões esquadrilha de animais de uma região fauna de lenha, de raios luminosos feixe de plantas de uma região flora de pães, de coisas assadas ou cozidas no forno, ao mesmo tempo fornada de navios, de veículos pertencentes à mesma empresa frota de animais criados em fazendas (bois, vacas, novilhos) gado de objetos de arte em geral (esculturas, quadros etc.) galeria de pessoas, de coisas em geral grupo de periódicos (jornais, revistas etc.) hemeroteca de selvagens, de invasores horda de dois bois, de médicos,de examinadores, de governantes junta de pessoas que têm a função de julgar júri de soldados, de anjos, de demônios legião de presos, de recrutas, de pessoas em geral leva de ladrões, de desordeiros malta de bois, de burros, de cavalos, de búfalos, de elefantes manada de cães de caça matilha de chaves, de verdura molho de pessoas, de animais, de coisas multidão de animais (aves ou mamíferos) ninhada de gafanhotos, de mosquitos, de pernilongos nuvem de soldados pelotão de quadros de pintura pinacoteca de animais de raça, de atletas plantel de espectadores plateia de artistas, de pessoas ilustres plêiade de árvores frutíferas pomar de filhos de um casal, humano ou não prole de ladrões, de bandidos quadrilha de flores ramalhete de bois, de ovelhas, de carneiros, de cabras rebanho de alhos, de cebolas réstia de aves voando revoada de policiais ou vigias em patrulha ronda de trechos literários selecionados seleta de pessoas que trabalham num navio ou num avião tripulação de soldados, de pessoas, de animais tropa de estudantes, de trabalhadores turma de porcos vara de palavras vocabulário Parte II Verbos Verbos Verbo é uma palavra variável que exprime um processo, quer se trate de ação, estado, mudança de estado ou fenômeno da natureza. Exemplos: Eles partiram logo ao amanhecer. Joaquim está nervoso. O macaquinho parece estar melhor da pneumonia. Choveu muito lá no Pantanal. É importante notar que o verbo geralmente se refere a um acontecimento representado no tempo, esteja ele expresso ou implícito. Exemplos: Elas chegaram ontem de manhã. Luísa sente-se muito cansada hoje. As crianças estão brincando no jardim. Os verbos que indicam fenômenos naturais são chamados verbos impessoais (chover, ventar, nevar, anoitecer etc.). Exemplos: Choveu muito no fim do verão. Está ventando forte. Nevou demais no último sábado. Anoitece bem mais cedo no inverno. Flexão verbal O verbo é um tipo de palavra com uma variação flexional muito abrangente: número (singular ou plural), pessoa (1.a, 2.a, 3.a), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo), tempo (presente, passado ou futuro), voz (ativa, passiva ou reflexiva). Número O número pode ser singular ou plural. Exemplos: Ele enviou a encomenda por via aérea. (sing.) Eles enviaram a encomenda por via aérea. (pl.) Pessoa O verbo possui três pessoas gramaticais que lhe servem de sujeito. Exemplos: Euestou bem. (1.a pessoa/aquela que fala) Tuestás bem. (2.a pessoa/aquela com quem se fala) Elesestão bem. (3.a pessoa/aquela de quem se fala) Modo Chamam-se modos as diferentes formas que o verbo tem para indicar a atitude do falante em relação ao fato que anuncia. Exemplos: Ela dançava como ninguém quando era jovem. (indicativo – exprime, em geral, um fato real ou certo) Talvez ele venha passar o Natal conosco. (subjuntivo – exprime um fato incerto, duvidoso ou irreal) Feche a janela, por favor. (imperativo – exprime uma ordem, um comando ou um pedido) Tempo Tempo é a variação indicativa do momento a que se refere o fato expresso pelo verbo. Exemplos: As crianças vão à escola de ônibus. (presente – exprime atualidade) As crianças foram à escola de ônibus. (passado – exprime uma ação que ocorreu num momento anterior) As crianças irão à escola de ônibus. (futuro – exprime uma ação que deverá ocorrer num momento posterior) Voz Voz é a forma com que o verbo indica a ação praticada pelo sujeito (voz ativa), ou por ele recebida (voz passiva), ou praticada e recebida pelo sujeito ao mesmo tempo (voz reflexiva). Exemplos: Marília acariciou o cachorro. (voz ativa – ação praticada pelo sujeito) O cachorro foi acariciado por Marília. (voz passiva – ação sofrida pelo sujeito) Marília cortou-se com a tesoura de jardinagem. (voz reflexiva – ação praticada e recebida pelo sujeito) Regência ou predicação verbal Regência ou predicação verbal é a relação de dependência entre os termos de uma oração. Nessa relação, há o termo regente, que rege outro termo, regido, que lhe completa o sentido. Exemplos: A menina comeu(regente)uma maçã(regido). Tivemos de assistir(regente)ao filme(regido) de pé. Observe que os termos regentes são verbos e a relação que se estabelece entre o regente e o regido constitui o que se denomina regência ou predicação verbal. Os termos regidos são exigidos pelos verbos. A regência verbal, ligação do verbo com o seu complemento, pode se realizar de maneira direta (verbo transitivo direto), sem o auxílio de preposição. Esse complemento é denominado objeto direto. Exemplos: Juliana vendeu a casa. Paulo trouxe os livros. Pode também ocorrer de maneira indireta (verbo transitivo indireto), com o emprego de preposição. Nesse caso, o complemento é denominado objeto indireto. Exemplos: Pedro conversou com os grevistas. Elas gostam de filmes românticos. Alguns verbos regem dois objetos, direto e indireto, pois necessitam de dois termos ao mesmo tempo para completar-lhes o sentido. Um termo se liga ao verbo de modo direto e outro, por meio de preposição. Nesse caso, os complementos do verbo são denominados objeto direto e indireto. Exemplos: Entreguei o chequeà secretária. Dei o recadoao chefe. Há verbos que não necessitam de complemento, os verbos intransitivos, pois apresentam significação completa. Exemplos: Os meninos gritavam muito alto. Eles dormem cedo. Além desses verbos, existem também os verbos de ligação, que não apresentam significação em si mesmos, pois apenas estabelecem ligação entre o sujeito e um termo (predicativo do sujeito), que expressa atributo, definição, estado, mudança de estado, continuidade de estado ou dúvida de estado. Exemplos: A filha deles é realmente bonita. A Lua é o satélite natural da Terra. Ele está doente. Carla ficou triste com a demissão do amigo. O tempo permaneceu nublado. Ela parecia nervosa. Classificação dos verbos Classificação dos verbos quanto à flexão Quanto à flexão, o verbo classifica-se em regular, irregular, anômalo, defectivo e abundante. 1. Verbos regulares Verbos regulares são aqueles que se flexionam de acordo com o paradigma de sua conjugação. É importante notar que o radical desses verbos permanece invariável. Exemplos: amar, cantar, bater, vender, decidir, partir etc. 2. Verbos irregulares São irregulares os verbos que, em algumas formas, se afastam do paradigma de sua conjugação, apresentando variações no radical ou na flexão. Exemplos: dar, estar, caber, fazer, pedir, sentir etc. 3. Verbos anômalos Verbos anômalos são aqueles que se afastam completamente do paradigma de sua conjugação e são extraordinariamente irregulares em sua formação. Exemplos: haver, ser, ter, ir, vir, pôr etc. 4. Verbos defectivos São defectivos os verbos que não têm todos os tempos, todos os modos ou certas formas. Exemplos: precaver-se, reaver, colorir, falir etc. 5. Verbos abundantes Verbos abundantes são aqueles que têm duas ou mais formas equivalentes. Geralmente são as formas do particípio. Exemplos: aceitar (aceitado, aceito, aceite), matar (matado, morto), prender (prendido, preso), nascer (nascido, nato ou nado) etc. Classificação dos verbos quanto à função Quanto à função, o verbo pode ser principal ou auxiliar. 1. Verbo principal Verbo principal é aquele que possui significado completo. Exemplos: Fomos ao cinema ontem. Não virei à aula amanhã. Há algum dinheiro na gaveta. 2. Verbo auxiliar Verbo auxiliar é aquele que se esvazia de sua significação própria e toma parte na formação dos tempos compostos. Os auxiliares de uso mais frequente são: ser, estar, ter e haver. Exemplos: O grupo é dirigido por uma mulher dinâmica. Estou lendo um romance de Guimarães Rosa. Tenho tido dores de cabeça. Há de haver alguém que possa me ajudar. Classificação dos verbos quanto ao sujeito Quanto à existência ou não do sujeito, o verbo pode ser pessoal ou impessoal. 1. Verbos pessoais Verbos pessoais são aqueles que apresentam sujeito claro ou determinado. Exemplos: Elesviajaramde navio. (Sujeito claro.) Cheguei da aula ao meio-dia. (Sujeito determinado.) 2. Verbos impessoais Verbos impessoais são aqueles que não apresentam sujeito concebível. Os principais verbos impessoais são: a) aqueles que denotam fenômenos da natureza (chover, nevar, trovejar, amanhecer etc.). Exemplos: Choveu muito ontem de manhã. No inverno, amanhece por volta das sete horas. b) o verbo haver no sentido de existir ou acontecer. Exemplos: Há alguns carros atolados na lama. Houve uma campanha em favor da educação gratuita para todos os níveis. c) o verbo fazer nas indicações de tempo ou de fenômenos meteorológicos. Exemplos: Faz meia hora que estou à espera de Maria. Fez muito calor no verão passado. Classificação dos verbos quanto à conjugação Conjugação é a propriedade que o verbo tem de indicar, através de suas flexões, as relações de modo, tempo, pessoa, número e voz. Conjugar um verbo é apresentá-lo em todas as suas flexões. A forma representativa do verbo é o infinitivo, que se caracteriza por uma das três terminações: cantar, beber, partir. Há, portanto, em português três conjugações, que são identificadas pelas terminações do infinitivo. A 1.a conjugação compreende os verbos terminados em -ar: amar, baixar, carregar, dar, falar etc. A 2.a conjugação concentra os verbos terminados em -er: beber, ceder, escrever, ler, mexer, vender etc. A 3.a conjugação abrange os verbos terminados em -ir: cair, dormir, mentir, partir, reunir, sentir etc. Nota O verbo pôr e seus compostos (compor, propor, supor, transpor etc.) pertencem à 2.a conjugação, pois a forma antiga do verbo era poer, que se contraiu, transformando-se mais tarde em pôr. Estrutura do verbo Toda forma verbal compõe-se de elementos estruturais: radical e terminação. Radical O radical do verbo é o seu principal elemento, visto que expressa a sua significação. O radical de uma forma verbal é tudo o que resta ao retirarmos as terminações -ar, -er e -ir do seu infinitivo. Exemplos: cant- (radical de cantar) beb- (radical de beber) part- (radical de partir) Terminação A terminação é o elemento do verbo que se presta à flexão. As diversas variações na terminação dos verbos são expressas através da vogal temática, da desinência modo-temporal e da desinência número-pessoal. 1. Vogal temática É a vogal que indica a conjugação a que pertence o verbo. Exemplos: cantar – vogal temática a (verbo da 1.a conjugação) beber – vogal temática e (verbo da 2.a conjugação) partir – vogal temática i (verbo da 3.a conjugação) 2. Desinência modo-temporal É o elemento que indica o modo e o tempo do verbo. desinência modo-temporal do imperfeito do indicativo da 1.a conjugação (cantávamos) desinência modo-temporal do imperfeito do indicativo da 2.a e da 3.a conjugações (bebia e partia) desinência modo-temporal do futuro do pretérito (cantaria, beberia, partiria) 3. Desinência número-pessoal É o elemento que indica sempre a pessoa do discurso – 1.a, 2.a ou 3.a – à qual a forma verbal se refere e o número dessa pessoa – singular ou plural. Exemplos: canto, bebo, parto = a desinência -o indica que o verbo está na 1.a pessoa do singular cantaremos , beberemos, partiremos = a desinência -mos indica que o verbo está na 1.a pessoa do plural Tonicidade dos verbos Formas rizotônicas Formas verbais rizotônicas são aquelas que apresentam o acento tônico numa das sílabas do radical. Exemplos: canto, cantas, canta, cantam quero, queres, quer, querem Formas arrizotônicas Formas verbais arrizotônicas são aquelas que apresentam o acento tônico fora do radical, isto é, na terminação. Exemplos: cantamos, cantais queremos, quereis Tempos do verbo A categoria de tempo situa a ação em determinado momento ou época, em relação ao momento em que se fala. São três os tempos do verbo: 1. presente (canto, bebo, parto) 2. pretérito imperfeito (cantava, bebia, partia) perfeito (cantei, bebi, parti) mais-que-perfeito (cantara, bebera, partira) 3. futuro do presente (cantarei, beberei, partirei) do pretérito (cantaria, beberia, partiria) Tempos simples e compostos Quanto à forma, os tempos verbais dividem-se em simples e compostos. Os tempos simples constituem-se de uma só palavra (forma simples): canto, bebi, partirei etc. Os tempos compostos são formados com verbos auxiliares e apresentam formas compostas: tenho cantado, havia bebido, teriam partido etc. Tempos primitivos e derivados Quanto à formação, os tempos verbais dividem-se em primitivos e derivados. São tempos primitivos: o presente do indicativo, o pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal. Os demais tempos são todos derivados. Formação dos tempos simples 1. Derivados do presente do indicativo a) Pretérito imperfeito do indicativo É formado do radical do presente do indicativo + as terminações -ava, -avas, - ava, -ávamos, -áveis, -avam para os verbos da 1.a conjugação e as terminações - ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, -iam para os verbos das demais conjugações. Exemplos: 1.ª conjug.: cantar Radical pres. ind. Termin. cant- ava cant- avas cant- ava cant- ávamos cant- áveis cant- avam 2.ª conjug.: beber Radical pres. ind. Termin. beb- ia beb- ias beb- ia beb- íamos beb- íeis beb- iam 3.ª conjug.: partir Radical pres. ind. Termin. part- ia part- ias part- ia part- íamos part- íeis part- iam Exceções Os verbos ser, ter, vir e pôr são exceções, pois apresentam as formas era, tinha, vinha e punha no pretérito imperfeito do indicativo. b) Presente do subjuntivo É formado do radical da 1.a pessoa do presente do indicativo + as terminações - e, -es, -e, -emos, -eis, -em para os verbos da 1.a conjugação e as terminações -a, -as, -a, -amos, -ais, -am para os verbos das demais conjugações. Exemplos: 1.ª conjug.: cantar Radical pres. ind. Termin. cant- e cant- es cant- e cant- emos cant- eis cant- em 2.ª conjug.: beber Radical pres. ind. Termin. beb- a beb- as beb- a beb- amos beb- ais beb- am 3.ª conjug.: partir Radical pres. ind. Termin. part- a part- as part- a part- amos part- ais part- am Exceções Os verbos ser, estar, dar, haver, ir, querer e saber constituem exceções, pois apresentam as formas seja, esteja, dê, haja, vá, queira e saiba no presente do subjuntivo. c) Imperativo Há dois tipos de imperativo: afirmativo e negativo. O imperativo afirmativo só possui formas próprias para as segundas pessoas, derivadas das formas correspondentes do presente do indicativo, com a eliminação do -s final. Para as demais pessoas, usamos as mesmas formas do presente do subjuntivo. As formas do imperativo negativo são as mesmas utilizadas para o presente do subjuntivo. Exemplos: Presente do indicativo Imperativo afirmativo falas fala tu fala fale você falamos falemos nós falais falai vós falam falem vocês Presente do subjuntivo Imperativo negativo fales não fales fale não fale falemos não falemos faleis não faleis falem não falem Observação 1. Não se usa o imperativo na 1.a pessoa do singular. 2. O imperativo afirmativo do verbo ser apresenta as formas sê tu e sede vós. 3. Para fazer o imperativo negativo, usa-se o advérbio de negação não antes da forma verbal. 2. Derivados do pretérito perfeito do indicativo a) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo Forma-se o mais-que-perfeito do indicativo do tema do pretérito perfeito (radical + vogal temática) acrescido das terminações -ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram. Exemplos: 1.ª conjug.: cantar Tema do perfeito Termin. canta -ra canta -ras canta -ra cantá -ramos cantá -reis canta -ram 2.ª conjug.: beber Tema do perfeito Termin. bebe -ra bebe -ras bebe -ra bebê -ramos bebê -reis bebe -ram 3.ª conjug.: partir Tema do perfeito Termin. parti -ra parti -ras parti -ra partí -ramos partí -reis parti -ram b) Pretérito imperfeito do subjuntivo O imperfeito do subjuntivo é formado do tema do pretérito perfeito + as terminações -sse, -sses, -sse, -ssemos, -sseis,-ssem. Exemplos: 1.ª conjug.: cantar Tema do perfeito Termin. canta -sse canta -sses canta -sse cantá -ssemos cantá -sseis canta -ssem 2.ª conjug.: beber Tema do perfeito Termin. bebe -sse bebe -sses bebe -sse bebê -ssemos bebê -sseis bebe -ssem 3.ª conjug.: partir Tema do perfeito Termin. parti -sse parti -sses parti -sse partí -ssemos partí -sseis parti -ssem c) Futuro do subjuntivo O futuro do subjuntivo é formado do tema do pretérito perfeito + as terminações -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem. Exemplos: 1.ª conjug.: cantar Tema do perfeito Termin. canta -r canta -res canta -r canta -rmos canta -rdes canta -rem 2.ª conjug.: beber Tema do perfeito Termin. bebe -r bebe -res bebe -r bebe -rmos bebe -rdes bebe -rem 3.ª conjug.: partir Tema do perfeito Termin. parti -r parti -res parti -r parti -rmos parti -rdes parti -rem 3. Derivados do infinitivo impessoal a) Futuro do presente O futuro do presente do indicativo é formado do infinitivo impessoal + as terminações -ei, -ás, -á, -emos, -eis, -ão. Exemplos: 1.ª conjug.: cantar Infinitivo impessoal Termin. cantar -ei cantar -ás cantar -á cantar -emos cantar -eis cantar -ão 2.a conjug.: beber Infinitivo impessoal Termin. beber -ei beber -ás beber -á beber -emos beber -eis beber -ão 3.a conjug.: partir Infinitivo impessoal Termin. partir -ei partir -ás partir -á partir -emos partir -eis partir -ão Exceções Os verbos dizer, fazer e trazer apresentam as formas direi, farei e trarei no futuro do presente. b) Futuro do pretérito O futuro do pretérito do indicativo é formado do infinitivo impessoal + as terminações -ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, -iam. Exemplos: 1.a conjug.: cantar Infinitivo impessoal Termin. cantar -ia cantar -ias cantar -ia cantar -íamos cantar -íeis cantar -iam 2.a conjug.: beber Infinitivo impessoal Termin. beber -ia beber -ias beber -ia beber -íamos beber -íeis beber -iam 3.a conjug.: partir Infinitivo impessoal Termin. partir -ia partir -ias partir -ia partir -íamos partir -íeis partir -iam Exceções Os verbos dizer, fazer e trazer apresentam as formas diria, faria e traria no futuro do pretérito. c) Infinitivo pessoal O infinitivo pessoal é formado do infinitivo impessoal + as terminações -es (para a 2.a pessoa do singular), -mos, -des, -em (para a 1.a, a 2.a e a 3.a pessoa do plural, respectivamente). Exemplos: 1.a conjug.: cantar Infinitivo impessoal Termin. cantar cantar -es cantar cantar -mos cantar -des cantar -em 2.a conjug.: beber Infinitivo impessoal Termin. beber beber -es beber beber -mos beber -des beber -em 3.a conjug.: partir Infinitivo impessoal Termin. partir partir -es partir partir -mos partir -des partir -em d) Gerúndio O gerúndio é formado substituindo-se o sufixo -r do infinitivo impessoal pelo sufixo -ndo. Exemplos: 1.a conjug.: cantar Infinitivo impessoal – sufixo -r Sufixo canta -ndo 2.a conjug.: beber Infinitivo impessoal – sufixo -r Sufixo bebe -ndo 3.a conjug.: partir Infinitivo impessoal – sufixo -r Sufixo parti -ndo e) Particípio O particípio é formado substituindo-se o sufixo -r do infinitivo impessoal pela desinência -do. Observe que a vogal temática dos verbos da 2.a conjugação passa de e para i antes de receber a desinência. Essa mudança ocorre por influência da vogal temática dos verbos da 3.a conjugação. 1.a conjug.: cantar Infinitivo impessoal – sufixo -r Desin. canta -do 2.a conjug.: beber Infinitivo impessoal – sufixo -r Desin. bebe/ i -do 3.a conjug.: partir Infinitivo impessoal – sufixo -r Desin. parti -do Nota Os verbos dizer, escrever, fazer, ver, abrir, cobrir, vir, pôr e seus compostos possuem particípios irregulares, a saber: dito, escrito, feito, visto, aberto, coberto, vindo e posto. Verbos auxiliares Como mencionado, verbos auxiliares são aqueles que tomam parte na formação dos tempos compostos. Os auxiliares são: ser, estar, ter e haver. Devemos salientar que ir, vir, andar e ficar, normalmente usados como verbos principais, podem também ser empregados como auxiliares. Exemplos: As crianças vão à escola a pé. (verbo principal) As crianças vão jogar futebol. (verbo auxiliar) Maria vem ao escritório todos os dias. (verbo principal) Maria vem chegando atrasada todos os dias. (verbo auxiliar) João anda muito depressa. (verbo principal) João anda criticando todos nós. (verbo auxiliar) Ela ficou em casa ontem. (verbo principal) Ela ficou trabalhando até tarde. (verbo auxiliar) Conjugação do verbo auxiliar ser Modo indicativo Presente eu sou tu és ele é nós somos vós sois eles são Pretérito imperfeito eu era tu eras ele era nós éramos vós éreis eles eram Pretérito perfeito eu fui tu foste ele foi nós fomos vós fostes eles foram Pretérito perfeito composto eu tenho sido tu tens sido ele tem sido nós temos sido vós tendes sido eles têm sido Pretérito mais-que-perfeito eu fora tu foras ele fora nós fôramos vós fôreis eles foram Pretérito mais-que-perfeito composto eu tinha sido tu tinhas sido ele tinha sido nós tínhamos sido vós tínheis sido eles tinham sido Futuro do presente eu serei tu serás ele será nós seremos vós sereis eles serão Futuro do presente composto eu terei sido tu terás sido ele terá sido nós teremos sido vós tereis sido eles terão sido Futuro do pretérito eu seria tu serias ele seria nós seríamos vós seríeis eles seriam Futuro do pretérito composto eu teria sido tu terias sido ele teria sido nós teríamos sido vós teríeis sido eles teriam sido Modo subjuntivo Presente eu seja tu sejas ele seja nós sejamos vós sejais eles sejam Pretérito imperfeito eu fosse tu fosses ele fosse nós fôssemos vós fôsseis eles fossem Pretérito perfeito eu tenha sido tu tenhas sido ele tenha sido nós tenhamos sido vós tenhais sido eles tenham sido Pretérito mais-que-perfeito eu tivesse sido tu tivesses sido ele tivesse sido nós tivéssemos sido vós tivésseis sido eles tivessem sido Futuro eu se eu for tu se tu fores ele se ele for nós se nós formos vós se vós fordes eles se eles forem Futuro composto eu tiver sido tu tiveres sido ele tiver sido nós tivermos sido vós tiverdes sido eles tiverem sido Modo imperativo Afirmativo sê tu seja você sejamos nós sede vós sejam vocês Negativo não sejas tu não seja você não sejamos nós não sejais vós não sejam vocês Formas nominais Infinitivo pessoal (flexionado) simples eu ser tu seres ele ser nós sermos vós serdes eles serem Infinitivo pessoal (flexionado) composto eu ter sido tu teres sido ele ter sido nós termos sido vós terdes sido eles terem sido Gerúndio Simples: sendo Composto: tendo sido Particípio Sido Conjugação do verbo auxiliar estar Modo indicativo Presente eu estou tu estás ele está nós estamos vós estais eles estão Pretérito imperfeito eu estava tu estavas ele estava nós estávamos vós estáveis eles estavam Pretérito perfeito eu estive tu estiveste ele esteve nós estivemos vós estivestes eles estiveram Pretérito perfeito composto eu tenho estado tu tens estado ele tem estado nós temos estado vós tendes estado eles têm estado Pretérito mais-que-perfeito eu estivera tu estiveras ele estivera nós estivéramos vós estivéreis eles estiveram Pretérito mais-que-perfeito composto eu tinha estado tu tinhas estado ele tinha estado nós tínhamos estado vós tínheis estado eles tinham estado Futuro do presente eu estarei tu estarás ele estará nós estaremos vós estareis eles estarão Futuro do presente composto eu terei estado tu terás estado ele terá estado nós teremos estado vós tereis estado eles terão estado Futuro do pretérito eu estaria tu estarias ele estaria nós estaríamos vós estaríeis eles estariam Futuro do pretérito composto eu teria estado tu terias estado eleteria estado nós teríamos estado vós teríeis estado eles teriam estado Modo subjuntivo Presente eu esteja tu estejas ele esteja nós estejamos vós estejais eles estejam Pretérito imperfeito eu estivesse tu estivesses ele estivesse nós estivéssemos vós estivésseis eles estivessem Pretérito perfeito eu tenha estado tu tenhas estado ele tenha estado nós tenhamos estado vós tenhais estado eles tenham estado Pretérito mais-que-perfeito eu tivesse estado tu tivesses estado ele tivesse estado nós tivéssemos estado vós tivésseis estado eles tivessem estado Futuro eu se eu estiver tu se tu estiveres ele se ele estiver nós se nós estivermos vós se vós estiverdes eles se eles estiverem Futuro composto eu tiver estado tu tiveres estado ele tiver estado nós tivermos estado vós tiverdes estado eles tiverem estado Modo imperativo Afirmativo está tu esteja você estejamos nós estai vós estejam vocês Negativo não estejas tu não esteja você não estejamos nós não estejais vós não estejam vocês Formas nominais Infinitivo pessoal (flexionado) simples eu estar tu estares ele estar nós estarmos vós estardes eles estarem Infinitivo pessoal (flexionado) composto eu ter estado tu teres estado ele ter estado nós termos estado vós terdes estado eles terem estado Gerúndio Simples: estando Composto: tendo estado Particípio Estado Conjugação do verbo auxiliar ter Modo indicativo Presente eu tenho tu tens ele tem nós temos vós tendes eles têm Pretérito imperfeito eu tinha tu tinhas ele tinha nós tínhamos vós tínheis eles tinham Pretérito perfeito eu tive tu tiveste ele teve nós tivemos vós tivestes eles tiveram Pretérito perfeito composto eu tenho tido tu tens tido ele tem tido nós temos tido vós tendes tido eles têm tido Pretérito mais-que-perfeito eu tivera tu tiveras ele tivera nós tivéramos vós tivéreis eles tiveram Pretérito mais-que-perfeito composto eu tinha tido tu tinhas tido ele tinha tido nós tínhamos tido vós tínheis tido eles tinham tido Futuro do presente eu terei tu terás ele terá nós teremos vós tereis eles terão Futuro do presente composto eu terei tido tu terás tido ele terá tido nós teremos tido vós tereis tido eles terão tido Futuro do pretérito eu teria tu terias ele teria nós teríamos vós teríeis eles teriam Futuro do pretérito composto eu teria tido tu terias tido ele teria tido nós teríamos tido vós teríeis tido eles teriam tido Modo subjuntivo Presente eu tenha tu tenhas ele tenha nós tenhamos vós tenhais eles tenham Pretérito imperfeito eu tivesse tu tivesses ele tivesse nós tivéssemos vós tivésseis eles tivessem Pretérito perfeito eu tenha tido tu tenhas tido ele tenha tido nós tenhamos tido vós tenhais tido eles tenham tido Pretérito mais-que-perfeito eu tivesse tido tu tivesses tido ele tivesse tido nós tivéssemos tido vós tivésseis tido eles tivessem tido Futuro eu se eu tiver tu se tu tiveres ele se ele tiver nós se nós tivermos vós se vós tiverdes eles se eles tiverem Futuro composto eu tiver tido tu tiveres tido ele tiver tido nós tivermos tido vós tiverdes tido eles tiverem tido Modo imperativo Afirmativo tem tu tenha você tenhamos nós tende vós tenham vocês Negativo não tenhas tu não tenha você não tenhamos nós não tenhais vós não tenham vocês Formas nominais Infinitivo pessoal (flexionado) simples eu ter tu teres ele ter nós termos vós terdes eles terem Infinitivo pessoal (flexionado) composto eu ter tido tu teres tido ele ter tido nós termos tido vós terdes tido eles terem tido Gerúndio Simples: tendo Composto: tendo tido Particípio Tido Conjugação do verbo auxiliar haver Modo indicativo Presente eu hei tu hás ele há nós havemos vós haveis eles hão Pretérito imperfeito eu havia tu havias ele havia nós havíamos vós havíeis eles haviam Pretérito perfeito eu houve tu houveste ele houve nós houvemos vós houvestes eles houveram Pretérito perfeito composto eu tenho havido tu tens havido ele tem havido nós temos havido vós tendes havido eles têm havido Pretérito mais-que-perfeito eu houvera tu houveras ele houvera nós houvéramos vós houvéreis eles houveram Pretérito mais-que-perfeito composto eu tinha havido tu tinhas havido ele tinha havido nós tínhamos havido vós tínheis havido eles tinham havido Futuro do presente eu haverei tu haverás ele haverá nós haveremos vós havereis eles haverão Futuro do presente composto eu terei havido tu terás havido ele terá havido nós teremos havido vós tereis havido eles terão havido Futuro do pretérito eu haveria tu haverias ele haveria nós haveríamos vós haveríeis eles haveriam Futuro do pretérito composto eu teria havido tu terias havido ele teria havido nós teríamos havido vós teríeis havido eles teriam havido Modo subjuntivo Presente eu haja tu hajas ele haja nós hajamos vós hajais eles hajam Pretérito imperfeito eu houvesse tu houvesses ele houvesse nós houvéssemos vós houvésseis eles houvessem Pretérito perfeito eu tenha havido tu tenhas havido ele tenha havido nós tenhamos havido vós tenhais havido eles tenham havido Pretérito mais-que-perfeito eu tivesse havido tu tivesses havido ele tivesse havido nós tivéssemos havido vós tivésseis havido eles tivessem havido Futuro eu se eu houver tu se tu houveres ele se ele houver nós se nós houvermos vós se vós houverdes eles se eles houverem Futuro composto eu tiver havido tu tiveres havido ele tiver havido nós tivermos havido vós tiverdes havido eles tiverem havido Modo imperativo Afirmativo há tu haja você hajamos nós havei vós hajam vocês Negativo não hajas tu não haja você não hajamos nós não hajais vós não hajam vocês Formas nominais Infinitivo pessoal (flexionado) simples eu haver tu haveres ele haver nós havermos vós haverdes eles haverem Infinitivo pessoal (flexionado) composto eu ter havido tu teres havido ele ter havido nós termos havido vós terdes havido eles terem havido Gerúndio Simples: havendo Composto: tendo havido Particípio Havido Formação dos tempos compostos Os tempos compostos da voz ativa são formados pelos auxiliares ter e haver, seguidos do particípio do verbo principal. Modo indicativo a) Pretérito perfeito composto O pretérito perfeito composto é formado do presente do indicativo do verbo ter + o particípio do verbo principal. Exemplos: cantar eu tenho cantado tu tens cantado ele tem cantado nós temos cantado vós tendes cantado eles têm cantado beber eu tenho bebido tu tens bebido ele tem bebido nós temos bebido vós tendes bebido eles têm bebido partir eu tenho partido tu tens partido ele tem partido nós temos partido vós tendes partido eles têm partido b) Pretérito mais-que-perfeito composto O pretérito mais-que-perfeito composto é formado do imperfeito do indicativo do verbo ter ou do verbo haver + o particípio do verbo principal. Exemplos: cantar eu tinha cantado tu tinhas cantado ele tinha cantado nós tínhamos cantado vós tínheis cantado eles tinham cantado beber eu tinha bebido tu tinhas bebido ele tinha bebido nós tínhamos bebido vós tínheis bebido eles tinham bebido partir eu tinha partido tu tinhas partido ele tinha partido nós tínhamos partido vós tínheis partido eles tinham partido c) Futuro do presente composto O futuro do presente composto é formado do futuro do presente simples do verbo ter ou do verbo haver + o particípio do verbo principal. Exemplos: cantar eu terei cantado tu terás cantado ele terá cantado nós teremos cantado vós tereis cantado eles terão cantado beber eu terei bebido tu terás bebido ele terá bebido nós teremos bebido vós tereis bebido eles terão bebido partir eu terei partido tu terás partido eleterá partido nós teremos partido vós tereis partido eles terão partido d) Futuro do pretérito composto O futuro do pretérito composto é formado do futuro do pretérito simples do verbo ter ou do verbo haver + o particípio do verbo principal. Exemplos: cantar eu teria cantado tu terias cantado ele teria cantado nós teríamos cantado vós teríeis cantado eles teriam cantado beber eu teria bebido tu terias bebido ele teria bebido nós teríamos bebido vós teríeis bebido eles teriam bebido partir eu teria partido tu terias partido ele teria partido nós teríamos partido vós teríeis partido eles teriam partido Modo subjuntivo a) Pretérito perfeito composto O pretérito perfeito é formado do presente do subjuntivo do verbo ter ou do verbo haver + o particípio do verbo principal. Exemplos: cantar eu tenha cantado tu tenhas cantado ele tenha cantado nós tenhamos cantado vós tenhais cantado eles tenham cantado beber eu tenha bebido tu tenhas bebido ele tenha bebido nós tenhamos bebido vós tenhais bebido eles tenham bebido partir eu tenha partido tu tenhas partido ele tenha partido nós tenhamos partido vós tenhais partido eles tenham partido b) Pretérito mais-que-perfeito composto O pretérito mais-que-perfeito composto é formado do imperfeito do subjuntivo do verbo ter ou do verbo haver + o particípio do verbo principal. Exemplos: cantar eu tivesse cantado tu tivesses cantado ele tivesse cantado nós tivéssemos cantado vós tivésseis cantado eles tivessem cantado beber eu tivesse bebido tu tivesses bebido ele tivesse bebido nós tivéssemos bebido vós tivésseis bebido eles tivessem bebido partir eu tivesse partido tu tivesses partido ele tivesse partido nós tivéssemos partido vós tivésseis partido eles tivessem partido c) Futuro composto O futuro composto é formado do futuro simples do subjuntivo do verbo ter ou do verbo haver + o particípio do verbo principal. Exemplos: cantar eu tiver cantado tu tiveres cantado ele tiver cantado nós tivermos cantado vós tiverdes cantado eles tiverem cantado beber eu tiver bebido tu tiveres bebido ele tiver bebido nós tivermos bebido vós tiverdes bebido eles tiverem bebido partir eu tiver partido tu tiveres partido ele tiver partido nós tivermos partido vós tiverdes partido eles tiverem partido Formas nominais a) Infinitivo impessoal composto O infinitivo impessoal composto é formado do infinitivo impessoal do verbo ter ou do verbo haver + o particípio do verbo principal. Exemplos: cantar ter cantado beber ter bebido partir ter partido b) Infinitivo pessoal composto O infinitivo pessoal composto é formado do infinitivo pessoal do verbo ter ou do verbo haver + o particípio do verbo principal. Exemplos: cantar eu ter cantado tu teres cantado ele ter cantado nós termos cantado vós terdes cantado eles terem cantado beber eu ter bebido tu teres bebido ele ter bebido nós termos bebido vós terdes bebido eles terem bebido partir eu ter partido tu teres partido ele ter partido nós termos partido vós terdes partido eles terem partido c) Gerúndio composto O gerúndio composto é formado do gerúndio do verbo ter ou do verbo haver + o particípio do verbo principal. Exemplos: cantar tendo cantado beber tendo bebido partir tendo partido Modos verbais O modo verbal exprime a atitude do falante em relação ao fato expresso pelo verbo. Os modos são as diferentes formas flexionais dos verbos, que indicam a maneira como se realiza o fato. A língua portuguesa possui três modos: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo. Em geral, os modos expressam algumas atitudes mentais do falante em relação ao conteúdo da ação. Às vezes, a escolha do modo é determinada pelo relacionamento sintático entre uma oração subordinada e a oração principal. Modo indicativo O modo indicativo traduz uma constatação, uma realidade. O fato verbal é enunciado de maneira positiva e categórica. Exemplos: Ela trabalha numa agência de turismo. Faremos uma viagem de navio. Tenho trabalhado muito nos últimos meses. Modo subjuntivo O modo subjuntivo indica que o fato é duvidoso, irreal ou hipotético. O fato verbal está condicionado a circunstâncias outras para que se concretize. Exemplos: Espero que chova nos próximos dias. Caso ela venha até o escritório, daremos o seu recado. Quando eu for liberado pelo médico, vou viajar para a praia. Modo imperativo O modo imperativo exprime uma ordem ou um comando, um pedido ou uma súplica. Em geral, o imperativo expressa o desejo do falante em influenciar o comportamento do seu interlocutor. Exemplos: Saia daqui, imediatamente. Feche a porta, por favor. Não faça isso comigo, pelo amor de Deus. Formas nominais do verbo Chamam-se formas nominais do verbo o infinitivo, o gerúndio e o particípio. São formas nominais porque apresentam determinadas categorias que são próprias do substantivo, do adjetivo e, até mesmo, do advérbio. Infinitivo O infinitivo exprime uma ideia de ação. Exemplos: Fumar é prejudicial à saúde. Acho melhor irmos a pé. Há dois tipos de infinitivo: impessoal (não flexionado) e pessoal (flexionado). Empregos mais comuns do infinitivo impessoal (não flexionado) O infinitivo permanece invariável, ou seja, não é flexionado, quando: a) é impessoal, pois não se refere a nenhum sujeito. Exemplos: Caminhar todos os dias é ótimo para manter a forma. Guardar segredos não é fácil. b) tem valor de imperativo. Exemplos: Está na hora, pessoal. Trabalhar! Marchar! Todos muito bem alinhados. c) é precedido da preposição de (funciona como complemento nominal). Exemplos: São problemas difíceis desolucionar. Gil é uma pessoa fácil decontentar. d) é regido pela preposição a (pode ser substituído por um gerúndio). Exemplos: João está atocar violão. Paula permanece imóvel aler o jornal. e) faz parte de uma locução verbal. Exemplos: No próximo domingo, vamosfazer um churrasco na chácara da Célia. Iremosvisitar o Museu Nacional na próxima excursão. f) o sujeito do infinitivo é um pronome oblíquo, e o verbo principal depende de um auxiliar. Exemplos: Mande-aentrar. Deixe-osconsultar os relatórios. Empregos mais comuns do infinitivo pessoal (flexionado) O infinitivo é flexionado quando: a) apresenta o sujeito claramente expresso. Exemplos: Divulgue o calendário de provas antes de os alunossaírem para o recreio. Acho romântico tuchorares por amor. b) se pretende enfatizar a desinência verbal, com um sujeito não expresso. Exemplos: Seria melhor irmos de metrô. Considero orgulho não aceitares a ajuda de Mário. c) se pretende indeterminar o sujeito (na 3.a pessoa do plural): Exemplos: Ouvi comentarem que Juliano está envolvido naquela grande confusão. Margarida escutou gritarem por socorro. Gerúndio O gerúndio apresenta duas formas: simples (bebendo, comendo, estudando) e composto (tendo ou havendo bebido, tendo ou havendo comido, tendo ou havendo estudado). A forma simples expressa uma ação em progresso, que pode ser anterior, posterior ou concomitante àquela do verbo principal. Exemplos: Gritando com todos, iniciou um quebra-quebra geral. Vovô ficou vários dias de cama, tossindo e escarrando muito. O gerúndio composto indica uma ação concluída anteriormente àquela que exprime o verbo da oração principal. Exemplos: Não tendo dormido direito, ela cochilou durante quase toda a conferência. Havendo dito tudo o que era necessário, Maurício retirou-se apressadamente. Particípio O particípio pode acompanhar um verbo auxiliar ou ser empregado isoladamente. Exemplos: Tínhamospreparado uma recepção especial para os visitantes estrangeiros. João haviaquebrado a vidraça da vizinha. Concluída a tarefa, foram todos tomar uma cervejinha. Terminada a cirurgia, a família suspirou aliviada. Posposto a um substantivo, o particípio desempenha o papel de um adjetivo. Exemplos: As roupasmanchadas vão para a lavanderia. O chaveiroencontrado
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