Buscar

Classes Sociais no Brasil Contemporâneo


Continue navegando


Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
1 
SO165-L – TÓPICOS ESPECIAIS EM TRABALHO II 
 
PROF. SÁVIO MACHADO CAVALCANTE 
 
1º SEMESTRE/2016 
 
 
As classes sociais no Brasil Contemporâneo 
(O programa final, aula por aula, será dado no primeiro dia do curso) 
 
 
EMENTA 
 
O curso tem por objetivo apresentar, discutir e problematizar estudos e pesquisas que 
abordam o tema das classes sociais no Brasil pós-ditadura militar. Trata-se de uma proposta 
de discussão que pode ser entendida como uma sociologia política do capitalismo brasileiro 
do período recente. Ainda que o foco sejam os trabalhos desse período, algumas referências 
ao pensamento social brasileiro das décadas de 1960 e 1970 serão feitas com vistas a 
relacionar o debate contemporâneo à “clássica” discussão das especificidades do 
desenvolvimento e da constituição do capitalismo no país. 
 
O curso será dividido em quatro unidades. A primeira pretende traçar um breve balanço 
teórico sobre abordagens sociológicas de estrutura e estratificação social. A segunda 
unidade é dedicada ao estudo das reformas da década de 1990 e das inflexões desse 
processo na década de 2000 no Brasil. A terceira unidade busca identificar a dinâmica das 
relações de classe a partir das permanências e transformações do perfil e das reações das 
frações burguesas, das classes médias e das classes populares em geral no país. A quarta 
unidade pretende problematizar as atuais imbricações entre as determinações de classe, 
raça/etnia e gênero e suas repercussões na realidade brasileira. 
 
UNIDADES 
1. Bases teóricas de abordagens sobre estrutura e estratificação social 
2. O capitalismo brasileiro pós-ditadura: o neoliberalismo e a controvérsia sobre o 
neodesenvolvimentismo 
3. Relações de classe no capitalismo brasileiro recente 
3.1. As frações burguesas 
3.2. As classes médias 
3.3. Classe trabalhadora/proletariado e classes populares em geral 
4. As imbricações entre as relações de classe, raça/etnia e gênero e a desigualdade no 
Brasil. 
 
FORMAS DE AVALIAÇÃO 
1) Participação em sala de aula 
2) Trabalho final 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
2 
 
BIBLIOGRAFIA (PROVISÓRIA) 
 
ALMEIDA, Lúcio Flávio. Entre o nacional e o neonacional-desenvolvimentismo: poder 
político e classes sociais no Brasil contemporâneo. Serviço Social e Sociedade, n.112, 
2012. 
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2002. 
ANTUNES, Ricardo e BRAGA, Ruy (Orgs.). Infoproletários: degradação real do trabalho 
virtual. São Paulo: Boitempo, 2009. 
BARTELT, Dawid Danilo (Org.). A “nova classe média” no Brasil como conceito e projeto 
político. Rio de Janeiro: Fundação Heinrich Böll, 2013. 
BELL, Daniel. O Advento da sociedade pós-industrial. São Paulo: Cultrix, 1977. 
BERLINCK, Manoel. Marginalidade e relações de classe em São Paulo. Petrópolis: 
Vozes, 1977. 
BIANCHI, Alvaro. Um ministério dos industriais: a Federação das Indústrias de São Paulo 
na crise das décadas de 1980 e 1990. Campinas: Ed. Unicamp, 2010. 
BOITO JR., Armando. Estado, política e classes sociais. São Paulo: Editora Unesp, 2007. 
BOITO JR., Armando e GALVÃO, Andréia. Política e classes sociais no Brasil dos anos 
2000. São Paulo: Alameda, 2012. 
BONETTI, Alinne e ABREU, Maria Aparecida (Orgs.). Faces da desigualdade de gênero e 
raça no Brasil. Brasília: Ipea, 2011. 
BOURDIEU, Pierre. What makes a social class? On the theoretical and practical existence 
of groups. Berkeley Journal of Sociology, vol. 32, 1987. 
_____. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989 
_____. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: EDUSP/Porto Alegre: Zouk, 
2008. 
BRAGA, Ruy. A política do precariado: do populismo à hegemonia lulista. São Paulo: 
Boitempo, 2012. 
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. O novo desenvolvimentismo e a ortodoxia 
convencional. São Paulo em Perspectiva, v. 20, n. 3, jul./set. 2006. 
CARDOSO, Adalberto. A construção da sociedade do trabalho no Brasil: uma 
investigação sobre a persistência secular das desigualdades. Rio de Janeiro: Ed. 
FGV/Faperj, 2010. 
CARDOSO, Fernando Henrique; FALETTO, Enzo. Dependência e desenvolvimento na 
América Latina: ensaio de interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Guanabara, 1970. 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
3 
COSTA PINTO. Sociologia e desenvolvimento: temas e problemas de nosso tempo. Rio de 
Janeiro: Civilização Brasileira, 1963. 
DAHRENDORF, Ralf. As classes e seus conflitos na sociedade industrial. Brasília: UNB, 
1982. 
DEVINE, Fiona; SAVAGE, Mike; SCOTT, John; CROMPTON, Rosemary. Rethinking 
class: culture, identities and lifestyles. New York: Palgrave Macmillan, 2005. 
EDER, Klaus. A nova política de classes. Bauru: EDUSC, 2002. 
EHRENREICH, Barbara. O medo da queda: ascensão e crise da classe média. São Paulo: 
Scritta, 1994. 
ESPING-ANDERSEN, Gøsta. Changing classes. Stratification and mobility in post-industrial 
societies. London: SAGE/ISA, 1993. 
ESTANQUE, Elísio. A classe média – Ascensão e declínio. Lisboa: Fund. Francisco Manuel 
dos Santos, 2012. 
____. Classe média e lutas sociais: ensaio sobre sociedade e trabalho em Portugal e no Brasil. 
Campinas: Ed. Unicamp, 2015. 
FALQUET, Jules. Repensar as relações sociais de sexo, classe e “raça” na globalização 
neoliberal. Mediações, vol. 13, (1/2), 2008. 
FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: 
Ática, 1978. 
____. A revolução burguesa no Brasil. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987. 
____. Sociedade de classes e subdesenvolvimento. São Paulo: Globo, 2008. 
____. Capitalismo dependente e classes sociais na América Latina. São Paulo: Globo, 
2008. 
FIGUEIREDO SANTOS, José Alcides. Estrutura de posições de classe no Brasil: 
mapeamento, mudanças e efeitos na renda. Belo Horizonte: Ed. UFMG; Rio de 
Janeiro: IUPERJ, 2002. 
_____. Uma classificação socioeconômica para o Brasil. Revista brasileira de ciências 
sociais, vol. 20, n. 58, 2005. 
GIDDENS, Anthony. A estrutura de classes das sociedades avançadas. Rio de Janeiro: 
Zahar, 1975. 
GOLDTHORPE, John. On sociology. Numbers, narratives, and the integration of research 
and theory. Oxford/New York: Oxford University Press, 2000. 
GONÇALVES, Reinaldo. Governo Lula e o nacional-desenvolvimentismo às avessas. Revista 
Sociedade Brasileira Economia Política. São Paulo, n. 31, 2012. 
GUIMARÃES, Nadya Araujo. Os desafios da equidade: reestruturação e desigualdades de 
gênero e raça no Brasil. Cadernos Pagu, 17-18, 2002. 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
4 
HIRATA, Helena. Gênero, classe e raça: interseccionalidade e consubstancialidade das 
relações sociais. Tempo Social, v. 26, n. 1, 2014. 
HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. A classe trabalhadora tem dois sexos. Estudos 
Feministas, 2 (3), 1994. 
IANNI, Octavio. Raças e classes sociais no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1987. 
MARTUSCELLI, Danilo. Crises políticas e capitalismo neoliberal no Brasil. Curitiba: 
CRV, 2015. 
MAURIN, Éric. La peur du déclassement: une sociologie des récesssions. Paris: La 
Republique des Idees et Ed. Seuil, 2009. 
MORAIS, Lecio e SAAD-FILHO, Alfredo. Da economia política à política econômica: o 
novo-desenvolvimentismo e o governo Lula. Revista de Economia Política, vol. 31, 
nº 4 (124), pp. 507-527, 2011. 
NERI, Marcelo (Org.). Miséria, desigualdade e políticas de renda: o Real do Lula. Rio de 
Janeiro: FVG/IBRE, CPS, 2007. 
NOBRE, Marcos. Imobilismo em movimento: da abertura democrática ao governo Dilma. São 
Paulo: Companhias das Letras, 2013. 
OLIVEIRA, Francisco. Crítica à razão dualista/O ornitorrinco. São Paulo:Boitempo, 2003. 
______. Hegemonia às avessas. Piauí, n.4, 2007. 
OLIVEIRA, Tiago. Trabalho e padrão de desenvolvimento: uma reflexão sobre a 
reconfiguração do mercado de trabalho brasileiro. Tese de Doutorado, Campinas, 
Unicamp, 2015. 
PAULANI, Leda. Brasil Delivery: Servidão financeira e estado de emergência econômico. 
São Paulo: Boitempo, 2008. 
PEREIRA, Luiz. Trabalho e desenvolvimento no Brasil. São Paul: Difusão Europeia do 
Livro, 1965. 
____. Estudos sobre o Brasil contemporâneo. São Paulo: Pioneira, 1978. 
PEUGNY, Camille. Le déclassement. Paris: Grasset, 2009. 
POCHMANN, Márcio. Nova classe média? O trabalho na base da pirâmide social brasileira. 
São Paulo: Boitempo, 2012. 
POULANTZAS, Nicos. As classes sociais. In ZENTENO, R. (Org.), As classes sociais na 
América Latina, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977. 
_____. Poder político e classes sociais. São Paulo, Martins Fontes, 1977. 
_____. As classes sociais no capitalismo de hoje. Rio de Janeiro, Zahar, 1978. 
QUADROS, Waldir; MAIA, Alexandre Gori. Estrutura sócio-ocupacional no Brasil. 
Revista de Economia Contemporânea, v. 14, 2010. 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
5 
_____. Dinâmica das ocupações no Brasil em duas décadas de baixo crescimento 
econômico. Revista da ABET, v. 9, 2010. 
SAES, Décio. Classe média e políticas de classe (uma nota teórica). Contraponto, n. 2, 
1977. 
____. Classe média e sistema político no Brasil. São Paulo: T. A. Queiroz, 1985. 
____. República do capital. São Paulo: Boitempo, 2001. 
___. Considerações sobre a análise dos sistemas de classe. In: Marxismo e ciências 
humanas. São Paulo, Xamã, 2003. 
____. Classe média e escola capitalista. Crítica Marxista, n. 21, 2005. 
____. As frações da classe dominante no capitalismo: uma reflexão teórica. In: PINHEIRO, 
Milton (Org.). Ditadura: o que resta da transição. São Paulo: Boitempo, 2014. 
SAFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. São Paulo: 
Petrópolis: Vozes, 1976. 
SALLUM JR., Brasílio. Classes, cultura e ação coletiva. Lua Nova, n. 65, 2005. 
SINGER, A. Os sentidos do lulismo: reforma gradual e pacto conservador. São Paulo: 
Companhia das Letras, 2012. 
SINGER, Paul. Dominação e desigualdade. Estrutura de classes e repartição da renda no 
Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. 
SOUZA, Amaury e LAMOUNIER, Bolívar. A classe média brasileira: ambições, valores e 
projetos de sociedade. Rio de Janeiro: Elsevier; Brasília: CNI, 2010. 
SOUZA, Jessé. Ralé brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2009. 
_____. Os batalhadores brasileiros: nova classe média ou nova classe trabalhadora? Belo 
Horizonte: Ed. UFMG, 2010. 
____. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade 
periférica. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2012. 
STANDING, Guy. O precariado: a nova classe perigosa. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. 
WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 
1980. 
WRIGHT, Eric Olin. The debate on classes. London /New York: Verso, 1989a. 
____. Class counts (Student Edition). Cambridge: Cambridge University Press, 2000. 
____. Understanding class: Towards an Integrated Analytical Approach. New Left Review, 
n. 60, 2009.