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CRIAÇÃO E DESTRUIÇÃO DA LIQUIDEZ

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DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA 
@Mateus Mendes
Criação e Destruição de Liquidez
	A determinação da base monetária e dos meios de pagamento, através dos balancetes da Autoridade Monetária e do Sistema Monetário Consolidado, é fato consumado.
	Ainda melhor, é saber que podemos traduzir os balancetes em simples expressões algébricas, que determinam os valores da base monetária e dos meios de pagamento na forma de resíduos.
Vejamos:
	A variação na base monetária é resultado de variações no ativo do balancete do Banco Central ou em seu passivo não monetário. A elevação do ativo e a redução do passivo não monetário aumentaram a base monetária.
	O aumento nos meios de pagamento é resultado ou do aumento do ativo do balancete do sistema monetário consolidado, ou da redução do passivo não monetário do mesmo.
	Outras duas conclusões são essenciais à análise:
	 Haverá variação na base monetária apenas quando um dos lados da operação for a autoridade monetária.
	Por exemplo, quando o Banco Central adquire títulos públicos, ele aumenta a base monetária. Nesta operação, obrigatoriamente deve estar de um lado o Banco Central e do outro lado o setor bancário ou não bancário.
	Outro exemplo ocorre quando o Banco Central eleva as reservas internacionais, aumentando o ativo do balancete e, consequentemente, a base monetária. Ao elevar a quantidade de reservas internacionais, o banco central adquire moeda internacional em troca de moeda doméstica, acarretando no aumento da base monetária. Inversamente, quando o banco central toma empréstimos externos, ele remete moeda ao exterior, reduzindo a base monetária.
	 Haverá variação nos meios de pagamento sempre que o setor bancário trocar ativos monetários com ativos não monetários, ou vice-versa, com o setor não bancário. Assim, quando o banco comercial adquire ativos não monetários (títulos privados, por exemplo) do setor não bancário, ele provoca elevação no ativo do setor bancário e, consequentemente, elevação dos meios de pagamento; esta operação chama-se monetização.
	Analogamente, quando o setor bancário adquire haveres monetários do setor privado em troca de haveres não monetários, ele destrói meios de pagamento.
	Como já dissemos, variações na base monetária e nos meios de pagamento permitem compreender o tipo de política monetária praticada na economia. Se expansionista, a base monetária se eleva, assim como a oferta de moeda. Se contracionista, ocorre o contrário.
	Abaixo seguem exemplos de operações entre o setor bancário e o não bancário, implicando em modificações nos meios de pagamento.
	Em resumo, as variações ativas nos meios de pagamento prescindem da elevação das operações ativas do setor monetário ou pela queda do passivo não monetário do setor bancário.
	Do mesmo modo, variações passivas dos meios de pagamento demandam ou a redução das operações ativas do setor monetário, ou o aumento do passivo não monetário do setor bancário.
	Seguem abaixo alguns exemplos ilustrativos:
a) Um indivíduo deposita a prazo no banco comercial $10 >> há destruição de meios de pagamento; a operação aumenta o passivo não monetário.
b) O banco compra títulos do público >> há criação de meios de pagamento, tendo em vista a elevação do ativo do sistema bancário.
c) O indivíduo faz um depósito à vista no banco >> nada ocorre, pois há uma transferência dentro das contas de meios de pagamento.
d) O governo paga servidores, sacando seus depósitos no banco central >> há criação de meios de pagamento, pois o passivo não monetário varia negativamente.
e) O governo deposita o superávit orçamentário no BACEN >> há destruição de meios de pagamento; o saldo da conta depósitos do Tesouro Nacional aumenta (aumento do passivo não monetário).
	
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