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TCC Serviço Social

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ELAINE SORAYA COSTA CARVALHO 
(TURMA- SES 0908) 
 
 
 
 
 
 
 PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: 
 
AS ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROCESSO DE 
INSERÇÃO DO ADOLESCENTE NO MERCADO DE TRABALHO: UMA 
ABORDAGEM A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO SESC NO SETOR DO 
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO LUÍS,MA 
2022
Centro Universitário Leonardo da Vinci 
 Curso Bacharelado em Serviço Social 
 
 
ALUNA:ELAINE SORAYA COSTA CARVALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AS ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROCESSO DE 
INSERÇÃO DO ADOLESCENTE NO MERCADO DE TRABALHO: UMA 
ABORDAGEM A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO SESC NO SETOR DO 
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO. 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à disciplina de TCC – do Curso de Serviço 
Social – do Centro Universitário Leonardo da 
Vinci – Uniasselvi, como exigência parcial 
para a obtenção do título de Bacharel em 
Serviço Social. 
 
 Nome da Tutora: Rita de Cássia Ayres de Holanda 
 
 
 
 
 
SÃO LUÍS,MA 
2022 
 
 
AS ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROCESSO DE 
INSERÇÃO DO ADOLESCENTE NO MERCADO DE TRABALHO: UMA 
ABORDAGEM A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO SESC NO SETOR DO 
DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO. 
 
 
ELAINE SORAYA COSTA CARVALHO 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do grau de 
Bacharel em Serviço Social, sendo-lhe atribuída à nota 
“ ” (______________________),pela banca 
Examinadora formada por: 
 
 
 
 
 
 
 _____________________________________________ 
Presidente: Prof.Rita de Cássia Ayres de Holanda - Orientadora Local 
 
 ____________________________________________ 
Membro: Daniele Costa de Oliveira Lopes - Profissional da área 
 
 ____________________________________________ 
Membro: Michelle Wilnnie Menezes Morais – Profissional da área 
 
 
 
 
 
 
São Luís,MA 
Data: 30 / 12 / 2022 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Deus que me deu 
força para vencer todos os obstáculos que 
sugiram pelo caminho e a minha família pelo 
incentivo que me deram durante todo o curso. 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me permitido ingressar na Faculdade de 
Serviço Social e realizar esse sonho. Principalmente, por ele ter me sustentado até aqui 
pois a caminhada não foi fácil . 
Agradeço aos meus pais, Edna Lúcia Lopes Costa e Eneudo Campos 
Carvalho,que me apoiaram durante toda a trajetória do meu curso para que eu 
chegasse ao final dessa formação, me dando orientações, conselhos e força para eu 
não desanimar. 
Agradeço ao meu noivo André Luís Nogueira da Cunha, que no momento que 
mais precisei , foi ele que me ajudou a finalizar meu curso, sempre me incentivando a 
estudar e a não desistir de realizar esse sonho de me formar em Serviço Social mesmo 
diante de tantas dificuldades. 
Agradeço a minha professora Rita de Cássia Ayres de Holanda, pela sua 
paciência em sala de aula, pelos conhecimentos que com muita sabedoria ela soube 
transmitir e pela atenção, orientação que ela sempre me deu quando precisei durante 
nossa trajetória no curso. 
Agradeço a minha primeira professora no curso Daniele Costa de Oliveira Lopes 
, por todo incentivo dado, mesmo pelo pouco tempo de convivência, a mesma orientou 
muito bem a turma durante as aulas e a contribuição dela foi bastante importante para a 
minha formação. 
Agradeço a Soraya Cristina de Aguiar Viana Mendes, que foi minha supervisora 
de campo no estágio realizado no Sesc/Deodoro, pelas orientações, confiança, parceria 
que tivemos não só no estágio mas depois dele também,ensinamentos que ela me 
repassou e pela amizade que criamos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mais que nunca é preciso 
coragem, é preciso ter 
esperanças para enfrentar o 
presente. É preciso resistir e 
sonhar. É necessário alimentar 
os sonhos e concretizá-los dia-a-
dia no horizonte de novos 
tempos mais humanos, mais 
justos, mais solidários. 
 
 (Marilda Vilela Iamamoto) 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho trata da importância do estágio supervisionado realizado no Sesc-
Deodoro, a partir da experiência vivenciada dentro do Projeto Adolescente Cidadão, 
que é uma iniciativa do Sesc/MA . Busca-se a partir dele, analisar os benefícios que 
esses projetos sociais trazem para jovens que vivem em áreas de vulnerabilidades 
sociais, identificar qual o papel do assistente social nesse processo de mudança na vida 
desses adolescentes, entender o funcionamento do mercado de trabalho desde o seu 
surgimento, como também desenvolver no autor (a) deste trabalho como futura 
Assistente Social, maiores conhecimentos e análise crítica para enfrentamento das 
problemáticas relacionadas ao contexto aqui abordado. O assunto foi abordado a partir 
da experiência no campo de estágio, como também através de pesquisas bibliográficas. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Projeto.Vulnerabilidades.Mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMMARY 
 
 
 
This work deals with the importance of supervised internship performed at Sesc-
Deodoro, based on the experience experienced within the Citizen Adolescent Project, 
which is an initiative of Sesc/MA. It seeks from it, analyze the benefits that these social 
projects bring to young people living in areas of social vulnerabilities, identify the role of 
social worker This process of change in the life of these adolescents, understand the 
functioning of the labor market since its emergence, as well as develop in the author (a) 
this work as future Social Worker, knowledge and critical analysis to face the problems 
related to the context addressed here. The assent was approached from the experience 
in the internship field, as well as through bibliographic research. 
 
 
KEYWORDS: Project.Vulnerabilities.Mercado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
 
CLT - Consolidação das Leis do Trabalho 
CF - Constituição Federal 
DC - Desenvolvimento Comunitário 
ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente 
FAT- Fundo de Amparo ao Trabalhador 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 
SESC - Serviço Social do Comércio 
SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTAS DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
GRÁFICO 1- População brasileira, de acordo com as divisões do mercado de 
trabalho, 2º trimestre 2022.........................................................................................31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12 
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA ............................................................................... 13 
2.1 JUVENTUDE E VULNERABIIDADES SOCIAIS ................................................ 14 
2.2 OS ASSISTENTES SOCIAIS E AS VULNERABILIDADES SOCIAIS ............... 18 
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTAO SOCIAL..22 
3.1 A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO 
PROFISSIONAL E SOCIAL......................................................................................22 
3.2 TRABALHO NA CONTEMPORANIDADE: EMPREGABILIDADE 
EMPREGO.................................................................................................................233.3 TRABALHO E JUVENTUDE EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE 
SOCIAL......................................................................................................................25 
4 JUSTIFICATIVA......................................................................................................33 
5 OBJETIVOS DA PESQUISA..................................................................................35 
5.1 OBJETIVO GERAL..............................................................................................35 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................35 
6 METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................36 
7. ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA...............................................................37 
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS........................................................................38 
7.2 ANÁLISE DOS DADOS.......................................................................................41 
7.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.....................................................................44 
8 CONCLUSÕES.......................................................................................................46 
REFERÊNCIAS.........................................................................................................48 
APÊNDICES..............................................................................................................52 
ANEXOS....................................................................................................................55 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso é fruto da experiência de estágio 
curricular obrigatório realizado no período de Outubro-2021 a Fevereiro-2022 do 
Curso de Serviço Social - UNIASSELVI, no Sesc-Serviço Social do Comércio, 
Núcleo Operacional Deodoro em São Luís , MA. 
 O tema abordado neste trabalho de conclusão de curso foi “As atribuições 
do Assistente Social no processo de inserção do adolescente no mercado de 
trabaho: Uma abordagem a partir da experiência do Sesc no setor do 
Desenvolvimento Comunitário. E a ideia em abordar esse assunto, deu-se através 
dos conhecimentos apreendidos no campo de estágio onde participamos de forma 
direta das atividades propostas pelo Projeto Adolescente Cidadão que é uma 
iniciativa do Sesc/MA que visa contribuir para o desenvolvimento multifacetário de 
adolescentes em situação de vulnerabilidades sociais; e a partir daí foi possível 
construir o projeto de intervenção voltado a melhorar algumas demandas do Projeto 
Adolescente Cidadão. Alguns conceitos serão abordados neste TCC, como: 
Aprendizagem, Emprego, Empregabilidade, Trabalho, Vulnerabilidades Sociais e 
Atribuições dos Assistentes Sociais . 
O Objetivo Geral deste trabalho consiste em estudar “ As atribuições do 
Assistente Social no processo de inserção do adolescente no mercado de trabalho: 
Uma abordagem a partir da experiência do Sesc no setor do Desenvolvimento 
Comunitário”. Ele tem como objetivos específicos, analisar os conceitos de 
aprendizagem, empregabilidade, primeiro emprego, trabalho, vulnerabilidades 
sociais e as atribuições do assistente social em meio a essas vulnerabilidades; 
identificar as dificuldades para a inserção de jovens no mercado de trabalho; 
identificar experiências exitosas de capacitações para os adolescentes e que 
contribuem para sua inserção no mercado de trabalho e identificar as ações 
realizadas pelo Assistente Social do Sesc que contribuem para a qualificação dos 
adolescentes inseridos nos projetos sociais . 
 
 
 
 
13 
 
2 APRESENTAÇÃO DO TEMA 
 
A aprendizagem é uma ferramenta de inserção do jovem no mercado de 
trabalho,sendo à escola primeira instituição de ensino responsável por esta 
formação. De acordo com as idéias de Becker (1993), “ Na aula fundada o professor 
fala e o aluno escuta; o professor dita e o aluno copia; o professor decide o que 
fazer e o aluno executa; o professor ensina e o aluno aprende”. Consequentemente 
com a evolução da sociedade, da tecnologia, foram surgindo diversas escolas 
profissionalizantes e projetos sociais com o objetivo de capacitar os jovens para o 
mercado de trabalho. 
 Muitas empresas investem em projetos sociais buscando a melhoria da 
qualidade de vida dos seus frequentadores como é o caso do Sesc-Serviço Social 
do Comércio que exerce um papel bastante importante voltado para a ação 
educativa transformadora . Um dos exemplos desse trabalho realizado pelo Sesc-
MA, é o Projeto Adolescente Cidadão que tem um histórico de relevante contribuição 
para garantia de direitos dos participantes e visa contribuir para minimizar a 
exclusão social de adolescentes na faixa etária de 14 a 18 anos em 
vulnerabilidades. Foi a partir dessa experiência fazendo o estágio no Sesc-MA para 
o curso de Serviço Social da Uniasselvi, que foi amadurecida a ideia de abordar 
essa temática neste trabalho a partir do projeto de intervenção que foi baseado no 
Adolescente Cidadão. É um grande desafio incluir os jovens no mercado de trabalho 
principalmente os que vivem em áreas de vulnerabilidades sociais, pois eles sofrem 
maiores dificuldades, possuem baixa escolaridade, pouquíssimos recursos 
financeiros e essas dificuldades fazem com que eles não tenham acesso aos direitos 
básicos que lhe são garantidos: educação, saúde, lazer. 
Pretende-se com este trabalho, fazer um estudo sobre a inserção dos 
adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social no mercado de 
trabalho, identificando alguns conceitos importantes e dificuldades que influenciam 
nesse processo de inserção e analisar através de reflexões a importância da 
atuação do (a) assistente social em todo este process. Como também, visa contribuir 
para o debate teórico voltado ao tema aqui abordado e a importância de inserí - los 
em cursos de capacitações para inserção no mercado de trabalho. 
 
14 
 
2.1 JUVENTUDE E VULNERABILIDADES SOCIAIS 
 
De acordo com Léon (2005), a categoria juventude foi concebida como uma 
construção social, histórica, política, econômica, territorial, cultural e relacional e, 
assim, suas definições dependem de movimentações históricas. As Nações Unidas 
definem o termo juventude como a faixa etária que abrange pessoas entre os 15 e 
os 24 anos de idade. No Brasil, de acordo com o Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA),a juventude abrange a faixa etária dos 12 aos 18 anos. São 
diversos os conceitos que podemos encontrar sobre juventude, como o período 
antes da maturidade sexual, que abrange em uma idade de 12 anos, mas ela 
também pode compreender jovens com mais de 20 anos de idade. É na fase da 
juventude que o indivíduo irá desenvolver sua identidade, suas funções vitais são 
também desenvolvidas nesta etapa. 
No final da década de 1990, que foram criadas as primeiras políticas públicas 
voltadas para a juventude, objetivando entender as necessidades desse público e o 
acesso aos direitos. Diante desse contexto, o Congresso Nacional Brasileiro vem 
discutindo por um longo tempo sobre o Estatuto da Juventude visando estabelecer 
um marco regulatório sobre a juventude no Brasil. Em 2005, foi aprovada, no 
Congresso Nacional, a Lei 11.129/2005 que criou a Política Nacional da Juventude, 
tendo como desdobramentos a criação da Secretaria Nacional da Juventude e o 
Conselho Nacional da Juventude, órgãos com a função de propor, implementar e 
fiscalizar as políticas públicas e zelar pelos direitos da juventude. 
A criação e implementação dessas políticas públicas passam a ser um 
desafio ao poder público, pois os jovens são sujeitos de direitos. É na fase da 
juventude que a vulnerabilidade social vem crescendo entre os jovens. Segundo o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os jovens entre 15 e 29 anos 
correspondema 23% da população brasileira, somando mais de 47 milhões de 
pessoas. 
Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas essa população é uma das 
mais afetadas pelo desemprego estrutural, e ainda também é a faixa etária que 
encontra-se fora do sistema de ensino, hoje essa geração é considerada a “geração 
nem-nem”, nem estuda e nem trabalha. Como demonstra a pesquisa da Fundação 
Getúlio Vargas: 
15 
 
A percentagem de nem-nem no fim de 2020 é superior aos 23,6% 
contabilizados no fim de 2019 e está próximo do pico anterior, de 26,3% registrado 
no fim de 2016. [...] Os dados do estudo do FGV Social mostram que, além de 
aumentar em quantidade nos últimos anos, o perfil dos jovens “nem-nem” é 
composto, em grande parte, por pessoas menos privilegiadas no mercado de 
trabalho: mulheres, negros, pessoas sem instrução e que habitam nas regiões mais 
pobres do país: Norte e Nordeste [...]. Quase 67% dos jovens “nem-nem”, por 
exemplo, não têm instrução — percentual bem acima dos 56% registrados no fim de 
2014. E, mesmo nas capitais, o número de jovens que não trabalham nem estudam 
cresceu, entre 2014 e 2020, passando de 19,1% para 26,5%. (CORREIO 
BRAZILIENSE, 2022, on-line) 
Devido a população jovem ser bastante grande, é importante voltar o olhar 
para este público que geralmente é desprotegido pelo Estado e consequentemente 
sofre com o aumento da vulnerabilidade social. É na etapa da juventude que ocorre 
o desenvolvimento das potencialidades, das responsabilidades inerentes a vida 
adulta, para que isso ocorra de forma saudável, é necessário que esses jovens 
tenham uma rede de apoio para que esse trâmite funcione da melhor forma possível. 
A vulnerabilidade social pode ser entendida nesse contexto como: 
 
 o resultado negativo da relação entre a disponibilidade dos 
recursos materiais ou simbólicos dos atores, sejam eles 
indivíduos ou grupos, e o acesso à estrutura de oportunidades 
sociais, econômicas, culturais que provêem do Estado, do 
mercado e da sociedade. Esse resultado se traduz em 
debilidades ou desvantagens para o desempenho e mobilidade 
social dos atores. (ABRAMOVAY, 2002, p. 29) 
 
 Dessa forma, os jovens são os que mais sofrem com o aumento significativo 
das expressões da questão social no Brasil, devido à alguns fatores : 
 
O não-acesso a determinados insumos (educação, trabalho, saúde, 
lazer e cultura) diminui as chances de aquisição e aperfeiçoamento 
desses recursos que são fundamentais para que os jovens aproveitem 
as oportunidades oferecidas pelo Estado, mercado e sociedade para 
ascender socialmente. (ABRAMOVAY, 2002, p. 33) 
 
16 
 
Foi a partir da precarização do mercado, das relações trabalhistas no final da 
década de 90 que surge o conceito de vulnerabilidade social.” Essa precarização 
deu-se na década de 70 quando surgiu um novo liberalismo que voltou a aumentar a 
vulnerabilidade social “ (Hobsbawm, 2010, pg. 396). O termo vulnerabilidade a partir 
da década de 1970 com a crise mundial que desregulamentou o sistema monetário, 
abriu brechas para incertezas em um estado antes visto como bem-estar social e 
que acaba perdendo sua força. 
Nesse período surgiu um novo padrão para organizar a produção capitalista 
que se instalou gerando uma forte instabilidade econômica, das taxas e juros e de 
câmbio (Hobsbawm, 2010, pg. 393-420). Delimitou a função reguladora do Estado, 
limitando as diversas políticas sociais. Isso produziu grandes diferenças e 
precarização das relações de trabalho, com baixas remunerações, instabilidade de 
emprego e remuneração, e redução dos direitos sociais e trabalhistas. A partir desse 
contexto, o termo vulnerabilidade social surge como uma análise inovadora na 
medida em que abarca situações intermediárias de riscos, frente ao desemprego, a 
precariedade do trabalho, à pobreza e à falta de proteção social. 
 
Acrescenta ainda caráter dinâmico aos estudos de 
desigualdade, ao propor zonas de vulnerabilidade, que vão 
desde os setores mais marginalizados e excluídos até setores 
médios que buscam manter seu padrão de inserção e bem-
estar, como forma de proteção as ameaças de precarização do 
mercado de trabalho (CASTEL, 1998). 
 
A vulnerablidade social refere-se à condição de pessoas que vivem à 
margem da sociedade em locais insalubres, ou seja, pessoas ou famílias que 
estão em processo de exclusão social, principalmente por fatores socioeconômicos. 
Algumas características são inerentes ao estado de vulnerabilidade social como a 
falta de saneamento básico, condições precárias de moradia e ausência de um 
ambiente familiar. Essas pessoas consideradas vulneráveis sociais, normalmente 
dependem da ajuda de outras pessoas para sobreviverem,pois elas deixam de gozar 
dos mesmos direitos e deveres que os demais cidadãos, devido ao desequilíbrio 
econômico implantado, gerando essas desigualdades sociais. Vulnerabilidade 
social se refere a uma situação que se interliga com a fragilidade da situação 
17 
 
socioeconômica de determinado grupo ou indivíduo. Uma das formas para reduzir a 
vulnerabilidade social é através da escolaridade, ofertando educação e cultura de 
qualidade. Os jovens são o público alvo que mais chamam a atenção para o setor da 
economia no país para que sejam criados novos postos de trabalho, como também 
é o grupo de pessoas que mais está exposto às situações de vulnerabilidade social 
e riscos, como as altas taxas de mortalidade. 
 
O direcionamento da análise do processo de vulnerabilidade 
para essa parcela da população é justificado pelo 
reconhecimento dos inúmeros riscos expostos a esse grupo e 
das consequências que essa exposição pode acarretar na vida 
adulta dos mesmos. Outra questão que não pode ser 
descartada é a influência exercida pelo ambiente social na 
capacidade ou incapacidade dos jovens se adaptarem a uma 
situação de risco (SCHUMANN, 2014, p. 6). 
 
Principalmente os jovens que moram nas periferias, eles têm mais dificuldade 
de ingresso ao mercado de trabalho devido às exigências de capacitação, estão 
mais expostos a violência, às drogas, gravidez na adolescência, todos esses 
indicadores se unem às condições de vulnerabilidade familiar e do território. Em 
outras palavras, as desigualdades sociais geram fatores que influenciam nas 
situações de vulnerabilidades sociais dos adolescentes como a falta de acesso à 
saúde, à educação, ao lazer, que são direitos previstos no Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA) Lei nº 8069/90. 
A vulnerabilidade abrange outros grupos, como os negros, indígenas e 
imigrantes, que ainda são discriminados no mercado de trabalho e em outras 
esferas da sociedade, devido às estratégias de disputa por oportunidades herdadas 
de uma sociedade colonizada, escravocrata e marcada pela desigualdade (SEADE, 
Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados,2012) . 
A vulnerabilidade social ocorre a partir de fatores culturais, políticos e 
econômicos que confere aos indivíduos menor capacidade de estarem inseridos na 
sociedade. É por essa menor capacidade de inserção na sociedade que vemos cada 
vez mais ocorrer o descumprimento e desrespeito em cumprir os direitos da criança 
e adolescente. Por exemplo, é com frequência que vimos esse público pedindo 
18 
 
esmolas nos semáforos, vendendo bombons nos ônibus, fazendo bico como 
flanelinhas, consequentemente esses fatores geram evasão escolar e muitos desses 
adolescentes acabam se envolvendo com drogas, álcool, cigarro, trabalho informal 
precoce e dificuldade de serem inseridos no mercado de trabalho. 
 
2.2 OS ASSISTENTES SOCIAIS E AS VULNERABILIDADES SOCIAIS 
 
Nesta fase é importante compreendermos um pouco sobre a trajetória 
histórica do Serviço Social. Os fatos que mais colaboraram para o surgimento do 
Serviço Social têm origem na ação católica-intelectualidade laica, estritamente ligada 
a hierarquia católica, que propugna, com visão messiânica, a recristianizaçãoda 
sociedade através de um projeto de reforma social. Como afirmam os autores 
(IAMAMOTO; CARVALHO, 1996, p. 16) “a apreensão do significado histórico da 
profissão só é desvendada em sua inserção na sociedade capitalista, pois ela se 
afirma como instituição peculiar e a partir da divisão social do trabalho”. 
Na América Latina, desde o início a igreja católica desempenhou um papel de 
extrema importância, tendo seu papel social e político reconhecido no período 
colonial. A igreja mantinha seu discurso doutrinário (romano ou vaticano) na qual 
elaborava as diretrizes gerais de compreensão dos problemas, estabelecendo 
normas para o exercício da fé católica, “prática” feita até hoje pela igreja católica . 
No período em que o Serviço Social transita para a sua profissionalização, quando 
penetra nos centros de ensino superior e se vincula a certas instâncias do Estado ou 
ingressar diretamente na Universidade as duas encíclicas papais Rerum Novarum 
de 1891 e Quadragésimo Ano de 1931; tiveram grande importância para informar o 
seu desenvolvimento.Com a forte influência da igreja católica que é a percussora 
para o surgimento do serviço social através das suas ações de caridade com os 
mais necessitados, surge então a 1ª Escola de Serviço Social em Santiago no Chile 
em 1925 fundada pelo médico Drº Alejandro Del Rio, nesse período a profissão de 
serviço social era subordinada à profissão médica, porque os médicos buscavam 
elevar sua eficiência e rendimento. 
A partir deste histórico inicial de surgimento do Serviço Social,começa a se 
desenvolver no período de 1964 a 1985 o Movimento de Reconceituação do Serviço 
Social no período da ditadura militar. Nesta fase da ditatura o Serviço Social 
19 
 
respondia às demandas que se apresentavam no cenário daquela época, ou seja, a 
profissão se apresentava como nos primórdios do seu surgimento, com práticas 
voltadas à caridade, ao assistencialismo, sob forte influência da autocracia 
burguesa. 
Conforme com Netto (2005, p. 118) 
Tudo indica que este componente atendia a duas necessidades 
distintas: a de preservar os traços subalternos do exercício 
profissional, de forma a continuar contando com um firme 
estrato de executores de políticas sociais localizadas bastante 
dócil e, ao mesmo tempo, de contrarrestar projeções 
profissionais potencialmente conflituosas com os meios e os 
objetivos que estavam alocados as estruturas organizacional - 
institucionais em que se inseriram tradicionalmente os 
assistentes sociais. 
 
O Movimento de Reconceituação foi um marco importante do Serviço Social, 
pois foi a partir dele que surgiu um novo olhar para a prática profissional, em torno 
da análise crítica da realidade social, buscando-se um melhor desempenho no 
exercício profissional. 
As transformações que foram ocorrendo na sociedade contemporânea 
influenciam diretamente na dinâmica familiar, causando o empobrecimento que afeta 
as classes menos favorecidas ou seja, mais vulneráveis a situações de pobreza. A 
partir deste cenário, que os assistentes sociais irão planejar programas e políticas 
públicas que deverão ser executados em benefício das famílias em vulnerabilidade 
social. O assistente social em meio a essa realidade de vulnerabilidade social 
deverá atuar de forma que esse público que está exposto a exclusão social, tenham 
acesso aos direitos sociais e essa ação profissional se dá através da análise crítica 
da realidade que é exatamente a mudança que o Movimento de Reconceituação 
trouxe para a prática profissional do Serviço Social, proporcionando ao profissional 
no seu cotidiano, intervir nas diversas realidades sociais, demandas que se 
apresentam na vida dos usuários para eles resolverem. 
O Serviço Social no SESC iniciou-se na mesma época que a instituição foi 
fundada em 13 de setembro de 1946. O Serviço Social surgiu primeiramente através 
das práticas de caridade realizadas pelas igrejas católicas, posteriormente foi 
surgindo os Movimentos Sociais onde a profissão do Serviço Social ganhou mais 
20 
 
força e reconhecimento.Tanto a instituição SESC como o Serviço Social tem em 
comum reconhecer os problemas sociais como sendo um problema de massa e 
enfrentá-los para reduzi-los e criar condições melhores para seu público afetado. 
Tanto é que o idealizador do SESC definia a ação do Serviço Social como 
instrumento de não apenas alívio de situações individuais desfavoráveis, mas 
também de transformação e progresso social. 
No que se refere à prática profissional do Serviço Social no Sesc-MA, 
instituição em que o estágio supervisionado foi realizado, o papel da assistente 
social no Desenvolvimento Comunitário, é de planejar ações direcionadas ao 
trabalho de organização comunitária, através da articulação e mobilização dos 
territórios, buscando parcerias internas e externas para fomentar a capacitação de 
lideranças comunitárias. A ela também compete a elaboração, a execução e a 
avaliação de projetos como: Adolescente Cidadão; Sesc Criando Arte, Elas por Elas 
e Na Real. Suas funções devem ser pautadas no projeto ético-político e teórico 
metodológico da profissão. Mas também entende-se que o assistente social em 
geral não tem tanta autonomia para desenvolver seu trabalho, com liberdade, pois 
ele depende da empresa que o contrata. 
Mas especificamente no que diz respeito ao Sesc-MA que exerce um papel 
bastante importante na elaboração e execução de projetos sociais; podemos afirmar 
que a atuação profissional do assistente social no Sesc-MA, é de extrema 
importância para a execução e resultados esperados dessas ações. Os projetos 
advindos da área de Assistência do Sesc, são formulados, executados e avaliados 
pela equipe técnica de Serviço Social dos setores de Desenvolvimento Comunitário 
e Trabalho Social com Grupos. 
Segundo Stephanou (2003, p. 11) 
Os projetos são pontes entre o desejo e a realidade. São ações 
estruturadas e intencionais, de um grupo ou organização 
social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma 
determinada problemática e buscam contribuir, em alguma 
medida, para “um outro mundo possível”. 
 
A intervenção do assistente social é imprescindível nesses projetos, que tem 
como finalidade mudar a realidade da população que se encontra em estado de 
vulnerabilidade social e risco. Para que esta intervenção alcance seus resultados 
21 
 
propostos,o assistente social se utiliza de alguns instrumentais técnicos operativos 
durante sua prática profissional, como as visitas institucionais, entrevistas, relatórios, 
acolhimento e esses instrumentos são utilizados pela equipe de Serviço Social do 
Sesc-MA que atuam no setor do desenvolvimento comunitário. É através desse 
trabalho na Assistência, que o assistente social busca assegurar o bem-estar de 
indivíduos, grupos, tanto no meio físico como psicológico ou social. Como também é 
de responsabilidade do assistente social realizar o acompanhamento e 
monitoramento do público-alvo que está sendo contemplado dentro de determinado 
projeto social. Sabemos que as desigualdades sociais atingem em massa as 
crianças e adolescentes. Diante dessa realidade,os projetos sociais surgem como 
uma forma de mudar esse cenário devastador que se encontram muitos desses 
jovens em situação de vulnerabilidade social, ou seja, fora da escola, fazendo uso 
de drogas, de álcool, na prostituição, sem qualificação para o mercado de trabalho. 
Diante dessa realidade, o assistente social vem para contribuir e garantir que 
eles saiam desse cenário de vulnerabilidade, ou seja, as atividades desenvolvidas 
pelo profissional são permeadas pelas demandas, necessidades e lutas dos 
usuários, em contrapartida aos interesses e relações de poder contidos nos seus 
espaços de trabalho. ”É nesse terreno de tensões e contradições que o profissional 
tem atuado”.(IAMAMOTO, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
3 PROBLEMATIZAÇÃO DOTEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL. 
 
A Motivação que levou a fazer essa pesquisa voltada para a inserção de 
adolescentes no mercado de trabalho foi o papel social desenvolvido pela empresa 
Sesc-MA que busca através de seus projetos sociais resgatar a autoestima e 
dignidade de adolescentes que vivem em áreas de vulnerabilidades sociais, através 
do investimento em cursos de qualificação profissional para eles. Foi durante o 
período de estágio no Sesc-MA que foi possível identificar essa demanda para o 
TCC através dessa vivência em que fomos inseridos acompanhando de perto a 
realidade de adolescentes inscritos em um projeto social da instituição Sesc e que 
vivem em áreas vulneráveis. 
Para a realização dessas ações, o assistente social no Sesc tem um papel 
bastante importante no sentido de garantir a promoção da cidadania ativa desses 
jovens e o desenvolvimento dessa comunidade. A problemática da ”inserção de 
adolescentes no mercado de trabalho” é uma situação que preocupa muitos deles. É 
um problema social que reflete nos modos de ser de uma geração. Conforme 
Guilland e Monteiro (2010,p.148) “ o trabalho simboliza a conquista de um lugar na 
sociedade, então podemos pensar no desemprego como a falta deste lugar e muitas 
vezes visto como desocupação e marginalização do indivíduo”. 
A partir desta problemática abordada, podemos entender que o assistente 
social no Sesc-MA que desenvolve suas funções no setor do desenvolvimento 
comunitário, atua fazendo o acompanhamento social desses adolescentes em 
conjunto com os familiares dos mesmos, promovendo atividades que venham 
favorecer a reflexão coletiva de temas variados como cidadania e trabalho. O 
assistente social trabalha com as relações sociais e contribui para que a equipe 
tenha maior compreensão das expressões da questão social que afetam os 
adolescentes. 
 
3.1 A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO 
PROFISSIONAL E SOCIAL 
 
A aprendizagem é uma ferramenta de inserção do jovem no mercado de 
trabalho, sendo a escola primeira instituição de ensino responsável por esta 
23 
 
formação. Consequentemente com a evolução da sociedade, da tecnologia, foram 
surgindo diversas escolas profissionalizantes e projetos sociais com o objetivo de 
capacitar esses jovens para o mercado de trabalho. 
 
Aprendizagem é um pensar que percebe a realidade como 
processo,que capta em constante devenir e não como algo 
estático. Não se dicotomiza a si mesmo.Banha-se 
permanentemente de temporalidade cujos riscos não teme. 
FREIRE (1987,p.47). 
 
 Para Paulo Freire, aprendizagem é aquela que transforma, com diversos 
saberes reais, construídos entre educadores e educandos. “ Nas condições de 
verdadeira aprendizagem, os educandos vão se transformando em reais sujeitos da 
construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador igualmente 
sujeito do processo”(FREIRE,1996,p.26). Os educandos são passíveis de serem os 
autores principais desse processo ensino-aprendizagem para aquisição de novos 
conhecimentos. 
Segundo a teoria de Vygotsky (1997,p.56) “ As relações entre aprendizagem 
e desenvolvimento são aspectos muito importantes, pois para ele o 
desenvolvimento é promovido pela aprendizagem, e a interação entre meio e 
indivíduo é essencial nesse “.Ou seja, é no ambiente que o aluno está inserido que 
ele vai se desenvolvendo de fora para dentro, através de suas interações no meio 
em que ele se encontra e na sala de aula que o mesmo irá experimentar e vivenciar 
suas ações voltadas às concepções de mundo em que ele está inserido. 
Então é a partir da educação, dos estudos que qualquer indivíduo se prepara 
para iniciar no mercado de trabalho. Essa oportunidade de aprender algo novo, é 
proporcionado pelos projetos sociais que são ofertados pelo Sesc-MA à população 
mais carente. 
 
3.2 TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE: EMPREGABILIDADE E EMPREGO 
 
Etimologicamente falando, a palavra trabalho significa em latim: tripalium, 
instrumento na forma de um X transpassado por um outro pau ao centro, usado para 
bater cereais como, trigo, arroz. Popularmente falando, trabalho é uma forma de 
24 
 
subsistência do ser humano, através dele a pessoa em troca vai receber o salário 
devido pelo serviço prestado e poder se manter financeiramente. 
Para Hannah Arendt (2010, p. 10 ), “ o trabalho assegura não apenas a 
sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie”. 
O trabalho contribuiu para a evolução da humanidade e da natureza. 
Historicamente falando, o trabalho contribuiu para a evolução da natureza de acordo 
com as necessidades de cada época desde a Antiguidade. Nesta época o 
predominava o trabalho escravo, somente na Idade Média com o surgimento de 
novas classes sociais é que as condições do trabalho foi melhorando. O Trabalho é 
de suma importância para a dignidade da pessoa humana, além de ser uma 
necessidade de toda pessoa ter um trabalho para sua sobrevivência, ela deve se 
sentir realizada com ela mesma no que está fazendo, se sentir útil em estar através 
do seu trabalho ajudando o próximo e a sociedade em geral. 
A Política de Trabalho no Brasil, é regida pela Constituição Federal de 1988 
(CF) a partir do artigo 6º até o artigo 11º que estabelece os Direitos Sociais para 
todo o cidadão brasilero e também pela Consolidação das Leis Trabalhista (CLT) 
aprovada pelo Decreto Lei nº 5.452, de 1º de Maio de 1943, que estabelece as 
normas que regulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela 
previstas,atualmente constam modificações nesta lei. 
O mercado de trabalho atual exige um novo perfil de profissional,esta pessoa 
tem que estar no mesmo ritmo de mudança que vai ocorrendo no mercado. Além da 
experiencia profissional, o novo profissional da atualidade deve ter uma boa 
capacitação, conhecimento técnico da área que irá atuar, ter flexibilidade, saber 
trabalhar em equipe, entender de tecnologia, ter uma visão geral de tudo que 
acontece a sua volta e principalmente competência emocional para ele alinhar bem 
aquilo que ele faz como profissional em relação aquilo que ele é como pessoa, e 
partir daí ter controle emocional diante das diversas situações que ele enfrentará no 
meio profissional e que terá que ter esse equilíbrio emocional para responder bem e 
com ética determinada demanda. 
O termo empregabilidade popularmente falando, se refere à necessidade que 
o indivíduo tem de manter-se ou reinserir-se no mercado de trabalho, é a 
possibilidade dele estar empregado. 
25 
 
Segundo Hedale Rocha (2011, p.140)” A palavra empregabilidade ocupa uma 
posição de destaque na academia, no mundo empresarial e nas discussões sobre 
políticas públicas no Brasil e em outros países”. A questão da empregabilidade 
envolve a economia do país e a qualidade de vida da sua população”. 
Na empregabilidade, a pessoa está em busca de desenvolver novas 
habilidades, competências, através de conhecimentos já adquiridos. O termo 
emprego se refere à ação e ao efeito de empregar, ou seja, conceder à alguém um 
posto de trabalho e lhe delegar tarefas. O primeiro emprego é bastante importante 
para os jovens, pois trata-se do início da carreira profissional da pessoa,onde ela irá 
adquirir experiência,conhecimento, o que poderá lhe abrir portas de empregos 
maiores futuramente. Mas também é necessário que o jovem já na sua primeira 
experiência de trabalho aproveite a oportunidade para ser valorizado e assim 
podendo ser chamado para propostas melhores de empregos ou até mesmo ser 
promovido a outro cargo dentro da empresa em que trabalha. Por isso é um dos 
objetivos do Projeto Adolescente Cidadão no Sesc-MA, capacitar, ensinar, para o 
mercado de trabalho esses adolescentes de comunidades vulneráveis, a terem essa 
oportunidade de crescimento profissional. 
 
3.3 TRABALHO E JUVENTUDE EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL 
 
O Trabalho é uma necessidade básica de qualquer ser humano.É através 
dele, que a pessoa terá condições de sobreviver, recebendo seu salário. Foi na 
idade da pedra que foi surgindo as primeiras formas de trabalho pois o homem 
daquela época tinha que encontrar formas de como se alimentar, a partir daí a força 
do serviço foi usada para sobrevivência básica. Com o passar do tempo, a forma e 
ideia de se trabalhar foi sendo alterada com a evolução da sociedade. 
Posteriormente, ele pôde ser dividido de acordo com o modo de produção que foi se 
desenvolvendo ao longo do tempo pelo ser humano, ou seja, é o que chamamos de 
regime de trabalho e foram definidos da seguinte forma : 
a) Primitivo – Surgiu na idade da pedra, seu objetivo era de suprir as 
necessidades básicas e sua divisão trabalhista era igualitária, defendia que todas as 
ações eram para o bem de todos. 
26 
 
b) Escravo – Os escravos faziam seus trabalhos sem remuneração e de 
forma desumana. 
c) Feudal – Época do feudalismo, sua principal característica foi a divisão 
da sociedade em clero, nobreza e servos. Nesse regime os donos das terras 
chamados de Senhores Feudais é que detinham o poder. A responsabilidade do 
clero era a área da espiritualidade, a nobreza proviam a proteção e os servos 
serviam os senhores feudais através do trabalho braçal. 
d) Capitalista – Sua principal característica são as diversas formas de 
trabalho ou seja, diversas classes sociais. Os serviços são remunerados. Nele, 
quem tem meios de produção dá emprego pra quem não tem. 
e) Comunista – Nesse regime os lucros e produtos advindos do trabalho 
são divididos por todos de forma igualitária. Seu principal representante foi Karl 
Marx. 
Segundo Marx (1996, p.303), “ O trabalho é apropriação do natural para 
satisfazer as necessidades humanas, condição universal do metabolismo entre 
homem e a Natureza, condição natural eterna da vida humana ”. Isso quer dizer, que 
sem a existência da natureza não seria possível existir o ser humano e nem tão 
pouco qualquer tipo de sociedade. O homem modifica a natureza e se modifica a 
partir dela, através da aquisição de novas habilidades. Ele transforma a matéria 
natural criando subsídios, de modo que venha suprir suas necessidades de 
sobrevivência. 
No Brasil, o sistema econômico adotado é o capitalista, a mão de obra é 
remunerada e regida por leis trabalhistas da Consituição Federal de 1988 (CF) e 
pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). 
Com a evolução da sociedade, nas novas formas de trabalho, surge então 
uma nova configuração econômica –social chamada de Neoliberalismo. 
A partir da crise do Estado de Bem-Estar Social é que surge o Neoliberalismo, 
ele chega desfazendo com a concepção solidária na tutela do indivíduo. Para 
Emmanuel Teófilo Furtado (2004, pg 272.),” O Neoliberalismo vai propagar o 
aumento de direitos e tem uma dimensão antieconômica. Ou seja, o Neoliberalismo 
prega menos influência do Estado sobre as questões trabalhistas, outra 
consequência foram os altos índices de desempregos formais, precarização das 
condições de contratação, flexibilização das relações de trabalho, aumento da carga 
27 
 
tributária, etc. Com a vinda do Neoliberalismo, as políticas de emprego se resumem 
em ações voltadas para o mercado de trabalho, garantindo alguns direitos básicos 
como o seguro-desemprego e educação profissional. 
No Neoliberalismo, a intervenção do Estado deve ser apenas para consertar 
as falhas do mercado. No Neoliberalismo as questões mais relevantes como 
desigualdade e baixa renda presentes nas políticas keynesianas são deixadas para 
segundo plano, porque a visão das políticas de emprego liberais focam apenas nas 
falhas do mercado de trabalho. As principais mudanças que ocorreram na sociedade 
a partir do Neoliberalismo foram as fragilidades das relações trabalhistas, 
incertezas, desregulamentação, ampliação do desemprego e pauperização da 
classe trabalhadora. Todas essas transformações impactam negativamente na vida 
da população, nas condições de vida delas, no trabalho e na organização política. 
No Brasil, foi durante o governo de Collor que o país sentiu os efeitos 
negativos do projeto neoliberal sobre o mundo do trabalho e que se intensificou no 
governo de FHC. Outro fenômeno que contribuiu bastante para as mudanças no 
mundo do trabalho foi a Globalização que se disseminou ainda no processo 
Neoliberal. Ela é fruto do capitalismo em expansão.” Na era da globalização 
neoliberal,prega-se o absenteísmo estatal, o retorno ao Estado mínimo, sujeitando a 
relação capital-trabalho às leis da oferta e procura (Souza, 2009, p.2). 
Para Filgueiras e Gonçalves (2007, p.5) 
 
O neoliberalismo, no Brasil, se configura como liberal periférico. 
Liberal, pela natureza das reformas que o constituíram, 
privatização e desregulação do mercado de trabalho, e 
periférico, por ser uma forma específica de realização da 
doutrina neoliberal, sobretudo, por interferir em um país 
dependente. 
 
A Globalização causou um grande impacto nas relações de proteção social, 
alterando o perfil de empregos, ocasionando algumas mudanças: aumento do 
desemprego dos trabalhadores com menos qualificação, redução de benefícios da 
seguridade social prestados pelo Estado/Empresas, emergência de novas 
profissões/especializações, abrangência dos níveis de concentração de renda, entre 
outras consequências. A partir da globalização, houve uma diminuição nos níveis de 
28 
 
proteção trabalhista. Os sindicatos ficaram enfraquecidos sem poder de negociação, 
diminuindo assim a sua representatividade, ficando apenas voltado para a tutela de 
manutenção do emprego, os espaços para reivindicações de melhores condições no 
trabalho não existiam mais. 
 
O termo globalização tem sido usado para representar vários 
fenômenos,como o crescimento do comércio e dos negócios 
transnacionais,a interdependência entre os fluxos de capitais e 
as parcerias (joint-ventures) internacionais (RICARDO, 2000, 
p.4). 
 
Foi também a partir da globalização, que o desemprego aumentou 
absurdamente, porque ocorreu o aumento da mão-de-obra com baixa qualificação 
que muitos não conseguem trabalho, a globalização propõe ainda que os estados 
através da política neoliberal instituem leis que possam flexibilizar as leis 
trabalhistas. Sendo que alguns direitos que foram tratados na Consolidação das Leis 
do Trabalho, Decreto- lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, que é a legislação que 
rege as leis trabalhistas, define a relação de trabalho em sete modalidades que 
foram autorizadas pelo Presidente Getúlio Vargas em 1943, e foram definidas da 
seguinte forma: Estágio Profissional, Trabalho Eventual, Trabalho Autônomo, 
Trabalho temporário, Diarista, Trabalho Avulso, e Voluntário. O empregador deve 
conhecer cada um deles para que os contratos sejam feitos de forma correta,pois 
nem todos possuem vínculo empregatício. 
Foi a partir dos anos de 1930 que o mercado brasileiro foi se regulamentando 
com a elaboração das leis de proteção ao trabalhador por meio da implantação do 
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio neste mesmo ano. O objetivo do Estado 
Brasileiro com a estruturação do mercado de trabalho era de inserir o trabalhador na 
estruturação e organização das políticas de emprego. Desta forma se apresentam 
alguns marcos legais das leis de proteção aos trabalhadores: - em 1943 houve a 
implantação da Consolidação das Leis Trabalhistas,no ano de 1966 foi a criação do 
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço; em 1976 surge o Sistema Nacional de 
Emprego e em 1986 é implantado o Seguro Desemprego. 
Foi no governo de Getúlio Vargas (1930-1945), que as relaçõe entre capital e 
o trabalho foram regularizadas, regidas por leis, pela intervenção do Estado. Getúlio 
29 
 
Vargas criticava as formas de governo liberais, ele pregava um projeto de Estado 
autoritário que valorizava a propriedade privada, reconhecia o capital e a importância 
da livre iniciativaempresarial. 
A intervenção do Estado na regularização e regulamentação da legislação do 
trabalho, enquanto política pública de emprego, foi o guia referencial que 
proporcionou amparo tanto aos patrões como aos trabalhadores. O conhecimento 
das leis tornou-se fundamental para os patrões e trabalhadores, pois ambos 
estavam sujeitos às intervenções do Estado. (MOTA E OLIVEIRA, 2015, p.94) 
Desde meados do século XX, onde começou a aumentar o desemprego,o 
governo buscou soluções para enfrentar esse problema. A primeira iniciativa na 
época para combater o desemprego foi a estruturação do Sistema Público de 
Emprego a partir de um agrupamento de políticas de emprego que era mantido 
pelos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), este atuante na oferta e 
qualificação da mão de obra. As ações de emprego que são financiadas pelo FAT 
fazem parte do Programa do Seguro-Desemprego e dos Programas de Geração de 
Emprego e Renda existentes até hoje para combater o desemprego. As políticas de 
emprego atuam no melhoramento da qualificação e profissionalização do 
trabalhador, para que o mesmo consiga se recolocar no mercado de trabalho. 
Em relação ao surgimento da questão social, ela surgiu na Europa Ocidental 
do século XIX, designando o fenômeno da pobreza crescente entre os membros da 
classe operária. Ela está associada ao sistema capitalista de produção em que 
mostra como a riqueza de uma sociedade é produzida e dividida. Dessa forma, 
através do capitalismo é que surgem muitas desigualdades sociais, que é 
exatamente a área de intervenção do Serviço Social. 
As expressões da questão social chegam aos assistentes sociais como 
demandas para eles intervirem e buscarem a melhor solução de resolvê-los. É uma 
conjuntura de problemas que geram a questão social. Muitos desafios são impostos 
pela sociedade ao assistente social para que eles conduzam de forma eficaz as 
demandas que surgem oriundas das questões sociais. 
De acordo com (YASBEK, 2009 .) , 
 
 
 
30 
 
O profissional de serviço social é chamado para realizar a 
mediação constituindo seu fazer profissional e ao mesmo 
tempo se torna parte integrante da classe trabalhadora,no qual 
age em demandas constituídas socialmente que extrapolam 
sua intencionalidade e muitas vezes sua vontade”. 
 
 O Serviço Social tem na questão social a base de sua fundamentação como 
especialização do trabalho.Para Iamamoto (2003, p.27), a questão social é o : 
 
conjunto de expressões das desigualdades da sociedade 
capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção 
social cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais 
amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos 
mantém-se privada,monopolizada por uma parte da sociedade. 
 
A questão social está bem vinculada às desigualdades sociais, ambas 
contribuíram para a criação do Terceiro Setor na sociedade, com o objetivo de criar 
projetos e programas para ajudar os necessitados. 
As questões sociais desencadeiam vários problemas como o desemprego, 
violência, sequestros, desequilíbrios no ambiente político, raça, pobreza, e etnia, etc. 
O desemprego trata-se de uma situação social de não emprego, onde o 
cidadão não possui algum trabalho remunerado. Para a Organização Mundial do 
Trabalho, o desemprego significa como uma situação em que o indivíduo, não está 
economicamente ocupado, mas está disponível para trabalhar e tomou alguma 
providência para procurar um trabalho remunerado, ou seja, a pessoa está sem 
trabalho. As principais causas que ocasionam o desemprego são; crise econômica, 
falta de qualificação profissional, redução do posto de trabalho. Importante salientar 
que o significado de trabalho diz respeito a qualquer atividade desenvolvida pelo 
indivíduo para sua subsistência, o significado de emprego é uma atividade que o 
indivíduo realiza e recebe salário em troca; pois ambos os termos confundem-se. 
Para jovens em vulnerabilidade social, as dificuldades são ainda maiores para 
a inserção dos mesmos no mercado de trabalho, devido principalmente a falta de 
condições financeiras de suas famílias para uma melhor condição e qualidade de 
vida. Então esse público fica a mercê do poder público, dependendo de projetos, 
ajuda financeira vinda por parte dos governantes, e ainda assim muitos ainda não 
31 
 
conseguem ter acesso ao básico desse serviços prestados como educação, saúde, 
lazer, etc. Na maioria das vezes essa falta de acesso se dá até mesmo pela 
burocracia imposta pelo próprio governo dentro desses planos e projetos elaborados 
para prestar assistência para essas comunidades mais carentes. 
De acordo com dados do IBGE, a taxa de pessoas desempregadas no Brasil 
de acordo com as informações coletadas pela PNAD, só em 2021 o país teve 12,0 
milhões de desempregados,11,1% de taxa de desemprego e na Região Nordeste a 
porcentagem de pessoas na força de trabalho desempregadas em 2021 foi de 15%, 
a mais alta do país.A pandemia foi um dos fatores para a elevação da taxa de 
desemprego em todo o país desde o ano de 2020. 
 
 
Gráfico 1: População brasileira, de acordo com as divisões do mercado de 
trabalho, 2º trimestre 2022. Fonte: : <https:://www.ibge.gov.br>. 
 
 O desemprego é uma questão social que tráz diversas consequências para 
esses jovens em vulnerabilidade social, mas também para todos de forma geral que 
ficam desempregados, não somente consequências sociais, mas também 
psicológicas, afetando o modo de vida das pessoas.Outra causa que o desemprego 
ocasiona são os problemas voltados para a saúde física, mental, do indivíduo como 
por exemplo: autoestima, bem-estar, frustração, mudança de humor, insatisfação. O 
desemprego causa também problemas sociais na vida da pessoa, aumento da 
pobreza, com a diminuição da renda familiar, gerando com isso a falta de acesso a 
determinados bens, serviços e aumentando assim a desigualdade social. Ou seja, a 
qualidade de vida da pessoa, grupo social ou família passa a ser reduzida. Todas 
32 
 
essas consequências que o desemprego gera, pesam bem mais na vida de jovens 
com menos condições financeiras, em que sua família vive à margem da pobreza 
dependendo das iniciativas do poder público e do Terceiro Setor. 
Segundo GUIMARÃES e ALMEIDA (2013), 
 
A política de emprego para os jovens é de fundamental 
importância considerando que além de democratizar as 
possibilidades de elevação social e minimizar as 
desigualdades, ainda depara-se com uma parcela que durante 
décadas sucessivas será integrante primordial da força de 
trabalho do país,gerando impactos para o potencial produtivo e 
competitivo. 
 
A realização de Políticas Públicas é necessária para mudar a realidade 
desses jovens, de modo que garantam o acesso e permanência deles no mercado 
de trabalho. Então a partir de toda essa realidade de inclusão, a oferta que o Sesc-
MA demanda de capacitação profissional para esses adolescentes proporciona a 
eles crescimento, autoconfiança, aprendizado e desperta neles a responsabilidade 
pessoal e profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
4 JUSTIFICATIVA 
 
A questão social referente à inserção, inclusão do jovem no mercado de 
trabalho, que está sendo trabalhada neste projeto de TCC foi fruto da elaboração do 
projeto de intervenção que teve como tema “Projeto Adolescente Cidadão: Jovens 
em processo de qualificação”, que foi o produto final no campo de estágio, onde 
foram feitas algumas propostas de intervenções para melhorar algumas demandas 
que o Projeto Adolescente Cidadão apresentava. 
O público-alvo a ser contemplado pelas ações definidas no projeto de 
intervenção, a partir da demanda identificada“o planejamento das atividades 
sistemáticas do projeto como oficinas”, foram todos os adolescentes na faixa etária 
de 14 a 18 anos inscritos no projeto Adolescente Cidadão, que é idealizado pelo 
Sesc-MA, que surgiu devido aescassez de Políticas Públicas direcionadas aos 
adolescentes de comunidades em situação de vulnerabilidade social. A demanda 
que foi trabalhada no projeto de intervenção foi justamente para garantir as 
capacitações técnicas para esses adolescentes se qualificarem para o mercado de 
trabalho. Sendo que, o projeto Adolescente Cidadão oferta para esses jovens alguns 
cursos profissionalizantes pelo Senac. 
A motivação para se trabalhar neste projeto essa temática voltada para a 
inserção dos jovens em vulnerabilidade social no mercado de trabalho, foi a 
convivência durante o estágio com adolescentes de baixa renda, testemunhando o 
sofrimento que eles passam até chegar na fase conclusiva do projeto para agregar 
mais oportunidades e assim, conquistarem uma melhor qualidade de vida. É 
importante abordar essa questão social que é a inserção de jovens para o mercado 
de trabalho, na qual é uma problemática recorrente nos dias atuais. Tendo em vista 
que esses jovens em vulnerabilidade social estão mais suscetíveis para a situação 
de desemprego, o que gera necessidade de políticas públicas voltadas para o 
público jovem. A relevância que o estudo deste tema pode trazer para a área da 
assistência social, como também para os adolescentes, seus familiares, é o 
fortalecimento das ações de qualificação nos projetos sociais em que o Sesc-MA 
investe, fortalecendo também a intermediação feita pelos assistentes sociais 
inseridos nesses projetos em busca do desenvolvimento intelectual desses jovens 
34 
 
mais vulneráveis e melhoria da qualidade de vida desse público. Esse tema também 
tem o intuito de estimular a empresa Sesc-MA a manter o investimento nos 
Projetos já existentes que objetivam a mudança de vida dos jovens em 
vulnerabilidade social. 
Todas as atividades realizadas nesse período de estágio, tiveram como locais 
de intervenções para o projeto de intervenção o Sesc/Deodoro e o Senac. Sendo 
que no Sesc/Deodoro foram realizadas oficinas temáticas, rodas de conversas, 
dinâmicas, voltadas para os jovens inseridos na edição de 2021 do Projeto 
Adolescente Cidadão, onde foram abordados diversos temas voltados à área 
profissional como Mercado de Trabalho, Competências Profissionais. No Senac 
eram ofertados os cursos de Introdução à Informática, Operador de Computador e 
Web Designer. Eram realizadas também as visitas técnicas no Senac para monitorar 
as turmas, para saber sobre o desempenho de cada aluno, se estavam 
frequentando mesmo as aulas,além de fortalecer o vínculo entre as instituições e 
com os alunos também. Reuniões com os pais dos adolescentes também foram 
feitas com o objetivo de organizar informações importantes sobre os cursos, 
desistência de alunos dentro do projeto por questões financeiras. O público alvo 
contemplado nessas atividades foram os adolescentes selecionados para 
participarem do Projeto Adolescente Cidadão juntamente com seus responsáveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
5 OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
5.1 OBJETIVO GERAL 
 
Estudar sobre as atribuições do assistente social no processo de inserção do 
adolescente no mercado de trabalho: uma abordagem a partir da experiência do 
Sesc no setor do desenvolvimento comunitário. 
 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
Analisar os conceitos de aprendizagem, empregabilidade e primeiro emprego, 
trabalho, vulnerabilidades sociais e as atribuições do assistente social em meio a 
essas vulnerabilidades, para melhor conduzir o processo de qualificação profissional 
desses adolescentes. 
a) Identificar as dificuldades para a inserção de jovens no mercado de 
trabalho. 
b) Identificar experiências exitosas de capacitações para os adolescentes 
e que contribuem para sua inserção no mercado de trabalho. 
c) Identificar as ações realizadas pelo Assistente Social do Sesc que 
contribuem para a qualificação dos adolescente inseridos nos projetos sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
6 METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
Como metodologia utilizada neste TCC, decidimos pela pesquisa do tipo 
básica, sendo esta mais comum na área acadêmica. É orientada para o 
aprofundamento de um conhecimento científico que já foi estudado. Normalmente, o 
pesquisador que faz um estudo com essa finalidade busca complementar algum 
aspecto ou alguma particularidade da pesquisa anteriormente feita. 
Esse é um tipo de pesquisa teórica, que requer obrigatoriamente uma revisão 
bibliográfica e idéias apresentadas de modo padrão. 
 Quanto à abordagem deste trabalho,trata-se de uma pesquisa qualitativa, 
nesse tipo de pesquisa, o responsável por fazer a análise das informações 
coletadas é o próprio pesquisador. Ela se caracteriza por coletar e interpretar as 
respostas subjetivas dos entrevistados. As técnicas e os métodos estatísticos são 
dispensados nesse modelo, visto que o investigador se foca em características mais 
complexas e não-quantificáveis, como o comportamento, as expressões, os 
sentimentos, etc. 
Quanto aos objetivos, trata-se de uma pesquisa bibliográfica em que consiste 
na coleta de informações a partir de textos, livros, artigos e demais materiais de 
caráter científico. Esses dados são usados no estudo sob forma de citações e 
referências, e servem de embasamento para o desenvolvimento do assunto 
pesquisado. 
 Trata-se, ainda de uma pesquisa descritiva que é focada em descrever um 
estudo ou conhecimento já existente. Uma pesquisa é descritiva quando o objetivo 
é esclarecer ao máximo um assunto que já é conhecido, descrevendo tudo sobre 
ele. Nesse caso, o pesquisador deve fazer uma forte revisão teórica envolvendo o 
seu objeto de estudo, e deve analisar e comparar as informações. 
 Trata-se de uma pesquisa exploratória, ela busca identificar algo, ou seja, um 
possível objeto de estudo ou uma problematização que poderá ser alvo de futuras 
pesquisas. A pesquisa exploratória é útil quando não há muita informação disponível 
sobre o objeto de estudo, e faz com que o investigador misture o máximo de 
referências bibliográficas com outros métodos, como entrevistas, pesquisa 
documental, etc. 
37 
 
 
7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA 
 
Nesta seção serão apresentadas as informações prestadas pelas mulheres 
do grupo de convivência do CRAS São José que participaram da entrevista 
sendo estruturadas para uma maior compreensão, elas foram organizadas em 
gráficos com sub-temas específicos, para em seguida, analisá-los de forma 
individual, como também relacionando-os . 
Nesta seção será apresentado os dados referentes ao tema proposto: As 
atribuições do assistente social no processo de inserção do adolescente no mercado 
de trabalho: uma abordagem a partir da experiência do Sesc no Setor do 
Desenvolvimento Comunitário. É neste tópico que será possível fazer a 
apresentação dos dados da pesquisa,analisá-los e discutí-los. 
 
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS 
 
Nesta pesquisa foi utilizado como procedimento para coleta de dados, a 
aplicação do questionário com a assistente social responsável pelo Projeto 
Adolescente Cidadão, pesquisa bibliográfica a partir de livros, sites, documentos e 
dados estatísticos do IBGE por meio de gráfico. Esses dados da pesquisa foram 
avaliados de forma qualitativa. A apresentação e organização dos dados coletados 
nesta pesquisa teve a finalidade de responder o objetivo proposto pela pesquisa. 
Em relação ao gráfico apresentado nesta pesquisa, que consta na página 29, 
este se refere à divisão do mercado de trabalho no Brasil para o 2º trimestre de 
2022, números levantados pela Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios, mas 
conhecida por PNAD, que é feita pelo IBGE, mostrou que o Brasil em 2022 terá em 
média 98.269 mil pessoas ocupadas, ou seja, empregadas; 10.080 mil pessoas 
desocupadas, ou seja, desempregadas; 64.719 mil pessoas fora da força de 
trabalho ou seja, são pessoas que não estão empregadasmas também não podem 
ser consideradas desempregadas como é o caso do estudante universitário que 
dedica seu tempo aos estudos e a dona de casa que exerce seu trabalho em seu lar; 
e por último temos 40.872 mil pessoas que ainda estão abaixo da idade para 
38 
 
trabalhar.Esses números mostram que teremos 10,1 milhões de desempregados, 
com uma taxa de desemprego de 9,3% de acordo com o IBGE. 
Outros dados importantes de se pontuar neste trabalho foi a situação de 
vulnerabilidade social que afeta um número expressivos de brasileiros, e 
significativamente atinge o segmento de adolescentes e jovens sendo estes 
afetados pelas expressões da questão social, como falta de acesso a formação 
profissional. 
Como destaca Abramovay (2002, p. 33) 
O não-acesso a determinados insumos (educação, trabalho, 
saúde, lazer e cultura) diminui as chances de aquisição e 
aperfeiçoamento desses recursos que são fundamentais para 
que os jovens aproveitem as oportunidades oferecidas pelo 
Estado, mercado e sociedade para ascender socialmente. 
 
A falta de acesso a educação é um dos fatores que mais afeta o processo de 
profissionalização de adolescentes e jovens para futura inserção no mercado de 
trabalho. 
Durante a pesquisa verificou-se que a população de adolescentes e jovens 
entre 15 a 29 anos correspondem a 23% da população brasileira, somando mais de 
47 milhões de pessoas. Apontamos ainda que essa população também representa 
um percentual expressivo de jovens fora do mercado de trabalho e também sem 
estudos, chamados de “geração nem-nem, apontados pelos dados da pesquisa 
realizada pela Fundação Getúlio Vargas que apresentou que o número de jovens 
que não trabalham nem estudam cresceu, entre 2014 e 2020, passando de 19,1% 
para 26,5%. 
A partir das discussões dos (as) autoras podemos verificar que o conceito de 
trabalho está relacionado ao direito social e condiz com o princípio da dignidade 
humana, conforme diz Hannah Arendt (2010, p. 10 ), “ o trabalho assegura não 
apenas a sobrevivência do indivíduo, mas a vida da espécie”. O trabalho além de ser 
uma necessidade básica de qualquer ser humano para sobreviver, ele é também 
questão de dignidade do ser humano. A partir do momento que a pessoa possui um 
trabalho, ela se sente útil para o seu próximo,ela realiza sonhos pessoais,ela se 
sente importante naquilo que ela está fazendo. 
39 
 
Durante o período de estágio podemos observar algumas ações e serviços 
realizados pelo Serviço Social do Comercio (SESC), através do eixo da 
responsabilidade social, para o desenvolvimento do protagonismo juvenil e de 
profissionalização e inserção no mercado de trabalho. Desta forma, buscamos 
através de um questionário informações sobre o impacto do Projeto Adolescente 
Cidadão do Sesc-MA, onde a assistente social responsável prestou as seguintes 
informações: 
 sobre o quantitativo de adolescentes capacitados pelo Projeto 
Adolescente Cidadão informou que: 
 Ao longo dos 24 anos de sua execução o projeto Adolescente Cidadão 
já capacitou aproximadamente 1.300 adolescentes entre 14 e 18 anos. 
 Em 2021 o projeto oportunizou cursos na área de informática à 88 
participantes. 
Em 2021 foram registradas 13 evasões que foram imediatamente substituídas 
por outros adolescentes do Banco de Reserva. 
 
Questionamos sobre o surgimento do Projeto e a Assistente social referiu 
que: 
“ O projeto surge no Sesc no final da década de 90 (1998) como uma 
proposta de oportunizar formação pré-profissionalizante aos adolescentes residentes 
em comunidades do entorno do Sesc Deodoro e Turismo. As primeiras edições 
ofereceram cursos na área de cabeleireiro, artes manuais, serigrafia e outros.” 
(Assistente Social entrevistada) 
Sobre o quantitativo de adolescentes e jovens inseridos no mercado de 
trabalho após o Projeto a entrevistada nos respondeu que: 
“O que podemos registrar é que a cada ano cerca de 10% dos inscritos são 
inseridos formalmente ou informalmente no mercado. O objetivo maior do projeto, 
não é a inserção ao mercado, mas sim despertar nos participantes um novo olhar 
sobre suas perspectivas”. 
 
Sobre as contribuições do Assistente social no processo de participação do 
adolescente e do jovem no Projeto Adolescente cidadão, a resposta foi: 
40 
 
O projeto Adolescente Cidadão é ação do programa Assistência no SESC, ele 
é formulado, executado e avaliado pela equipe técnica de Serviço Social dos setores 
de Desenvolvimento Comunitário e Trabalho Social com Grupos. 
As assistentes sociais realizam diversas ações complementares aos cursos 
ofertados pelo Projeto, a fim de motivar a permanência dos adolescentes durante os 
04 meses de execução, estas ações compreendem reuniões mensais, rodas de 
conversa e oficinas dinamizadas. 
Sobre as contribuições do assitente Social do Sesc no enfrentamento da 
situação de vulnerabilidade social de adolescentes e jovens, a entrevista referiu que: 
No Sesc Maranhão as assistentes sociais estão lotadas nos municípios de 
São Luís e Caxias distribuídas nos Programas de Saúde e de 
Assistência.(Assistente Social entrevistada) 
 
Programa Saúde 
 
a) Setor de Educação em Saúde 
Realiza campanhas, encontros e projetos direcionados ao calendário do 
Ministério da Saúde. Podendo ser realizadas nas Unidades do Sesc ou nos 
comércios/empresas. 
 
b) Unidade Móvel Sesc Saúde Mulher 
Realiza o mesmo trabalho de Educação em Saúde, mas direcionado para as 
mulheres que buscam os serviços de exame preventivo e de mamografia. 
 
 Programa Assistência 
 
c) Setor do Desenvolvimento Comunitário: 
A assistente social de DC planeja ações direcionadas ao trabalho de 
organização comunitária, através da articulação e mobilização dos territórios, 
buscando parcerias internas e externas para fomentar a capacitação de 
lideranças comunitárias. A ela também compete a elaboração, a execução e a 
avaliação de projetos: Adolescente Cidadão; Sesc Criando Arte Elas por Elas 
e Na Real. 
41 
 
 
d) Setor do Trabalho Social com Grupos/Trabalho Social com Idosos: 
Planejam e desenvolvem ações direcionadas ao bem estar do Idoso, 
estimulando a psicomotricidade, memorização, atividades de lazer e cultura. Além 
de articular com Conselhos, Promotoria e outros organismos, seminários, fóruns, 
palestras que abordem os aspectos sociais, emocionais e jurídicos, enfim, ações 
que oportunizem o máximo de informações possíveis ao idoso e sua família. 
 
e) Segurança Alimentar e Nutricional 
 
 A assistente social do Programa Mesa Brasil, articula, mobiliza instituições 
sociais que atuam como escolas e creches comunitárias e, casas de apoio à Idosos; 
afim de oportunizar seu cadastro no referido programa para que recebam doações 
de alimentos, que complementem as refeições que estas escolas servem à seus 
alunos. 
Finalizando esse tópico,óutro procedimento adotado foram as pesquisas 
bibliográficas realizadas, elas foram de extrema importância para o estudo do objeto 
principal desse trabalho que são “As atribuições do assistente social no processo de 
inserção do adolescente no mercado de trabalho: uma abordagem a partir da 
experiência do Sesc no Setor do Desenvolvimento Comunitário. Cada referência 
pesquisada, citações mencionadas nesta pesquisa, trouxeram informações e dados 
relevantes e importantes para cada conceito abordado. 
 
 7.2 ANÁLISE DOS DADOS 
 
Tendo em vista todos os conceitos estudados, observou-se a grande 
importância que os assistentes sociais têm na sociedade, dando prioridade àqueles 
que mais necessitam, mas expostos às situações de vulnerabilidades. 
São diversas as áreas que o assistente social pode atuar. Por tratar-se de um 
profissional que possui conhecimento específico sobre o aspecto social, tem papel 
fundamental na elaboração, coordenação e desenvolvimento de políticas, programas 
e projetos sociais, bem como na inclusão de pessoas a quem deles necessitar.42 
 
Em qualquer área que o assistente social for atuar ele irá se deparar com 
diversos desafios, em especial quando se fala em inclusão nos projetos sociais, 
acesso aos direitos sociais para esses adolescentes/jovens que vivem em áreas 
vulneráveis, esse profissional vai sempre se deparar com as burocracias do sistema 
o que sempre atrasa e dificulta a resolução desses problemas que deveriam ser 
sanados de forma rápida para esse público atendido. 
Podemos afirmar que é de grande relevância o trabalho do assistente social 
na Política de Educação, ou seja, no programa de aprendizagem, pois nesta área o 
papel principal do assistente social é contribuir para a formação do 
adolescente/jovem para o mundo do trabalho, e desenvolvimento de competências. 
A pesquisa mostrou que os jovens constituem um dos grupos mais 
vulneráveis do Brasil. Podemos dizer que a desocupação e a subutilização, trazem 
para os jovens sentimentos de frustração e desânimo. São diversos os fatores que 
dificultam o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. Dentre os principais estão 
a falta de experiência, o alto custo dos encargos sociais, famílias de baixa renda, 
jovens sem qualificação profissional.O desemprego é uma realidade que pode durar 
por um bom tempo na realidade de jovens em vulnerabilidade social. Daí a 
importãncia de políticas púbicas voltadas para atender as demandas desse público 
específico. 
Segundo GUIMARÃES e ALMEIDA (2013), a política de emprego para os 
jovens é de fundamental importância considerando que além de democratizar as 
possibilidades de elevação social e minimizar as desigualdades, ainda depara-se 
com uma parcela que durante décadas sucessivas será integrante primordial da 
força de trabalho do país, gerando impactos para o potencial produtivo e 
competitivo. 
A partir desta citação, podemos entender o quanto é importante a política de 
emprego no Brasil, a partir dos programas sociais que dão oportunidades de 
qualificar esses jovens de áreas vulneráveis para o mercado de trabalho, elevando 
neles sua autoestima e melhor perspectiva para o futuro. 
 Os jovens em geral, independente da classe social, almejam serem inseridos 
no mercado de trabalho. A inclusão no mercado de trabalho, proporciona 
crescimento, aprendizado, autoconfiança e, principalmente, responsabilidade 
profissional e pessoal. 
43 
 
 
Segundo Stephanou (2003, p. 11) 
 
Os projetos sociais nascem do desejo de mudar uma realidade. 
Os projetos são pontes entre o desejo e a realidade. São ações 
estruturadas e intencionais, de um grupo ou organização 
social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma 
determinada problemática e buscam contribuir, em alguma 
medida, para “um outro mundo possível. 
 
 A pesquisa demonstrou que os projetos sociais idealizados pelo Sesc-MA, 
em especial, o projeto Adolescente Cidadão, propicia oportunidade de qualificação 
profissional para adolescentes que vivem em vulnerabilidade social, abrindo-lhes 
portas para inserção deles no mercado de trabalho a partir dos cursos profissionais 
ofertados no projeto, mas seu maior objetivo não é a inserção deste jovem ao 
mercado de trabalho, mas sim despertar neles um novo olhar sobre suas 
perspectivas. 
Durante a pesquisa foi possível identificar as ações realizadas pelo Assistente 
Social do Sesc que contribuem para a qualificação dos adolescentes inseridos nos 
projetos sociais. Como foi destacado nas respostas referidas pela assistente social 
responsável pelo Projeto Adolescente Cidadão, foi possível identificar algumas 
ações pertinentes ao trabalho do serviço social no Sesc-MA em todas as áreas, tais 
como: Oficinas temáticas, palestras, reuniões,rodas de conversas com os 
participantes dos projetos, sendo que estas ações contribuem para fomentar as 
expectativas e perspectivas do adolescente e do jovem para o mercado de trabalho, 
como pode ser percebido pela fala da entrevistada; 
“O que podemos registrar é que a cada ano cerca de 10% dos inscritos são 
inseridos formalmente ou informalmente no mercado. O objetivo maior do projeto, 
não é a inserção ao mercado, mas sim despertar nos participantes um novo olhar 
sobre suas perspectivas”. (Assistente Social entrevistada) 
Diante da atual conjuntura onde temos uma crescente exclusão social dos 
segmentos mais vulneráveis como os adolescentes e jovens, onde há crescimento 
de uma geração sem perspectivas de estudo e trabalho, devido a precarização do 
ensino e pelo estreitamento do mercado de trabalho, o Projeto Adolescente Cidadão 
44 
 
pode contribuir para estimular novas perspectivas e a continuidade dos 
estudos.Podemos observar durante à aplicação do questionário com a assistente 
social do Sesc-MA, que o projeto Adolescente Cidadão já passou por algumas 
mudanças em sua metodologia durante esses 24 anos de existência, pois no início 
ele ofertava alguns cursos diferentes da atualidade: 
“O projeto surge no Sesc no final da década de 90 (1998) como uma proposta 
de oportunizar formação pré-profissionalizante aos adolescentes residentes em 
comunidades do entorno do Sesc Deodoro e Turismo. As primeiras edições 
ofereceram cursos na área de cabeleireiro, artes manuais, serigrafia e outros.” 
(Assistente Social entrevistada) 
Hoje em dia, os cursos ofertados pelo projeto são mais modernos e exigidos 
no atual mercado de trabalho como: introdução à informática, webdesigner, conserto 
e manutenção de celulares; introdução à fotografia, e são cursos que chamam 
bastante a atenção dos adolescentes, despertando neles o interesse em ingressar 
no projeto. 
 Inserir a intervenção do Serviço Social no contexto das desigualdades 
sociais ou seja, da questão social é indiscutível. O Serviço Social no Sesc participa 
desde a formulação até a execução dos projetos sociais. As ações sociais que 
envolvem os projetos sociais desenvolvidos pelo Sesc-MA, com a atuação das 
assistentes sociais, buscam o desenvolvimento econômico, social, cultural das 
comunidades, incentivando sua participação, integração e desenvolvimento de 
valores. São ações sistemáticas e/ou permanentes que o Sesc –MA desenvolve em 
comunidades que apresentam indicadores de vulnerabilidade social ou situações de 
risco elevadas. 
Garantir o acesso desses jovens em vulnerabilidade no projeto, torna-se 
também um desafio para as Assistentes Sociais que tem por competência formular, 
executar e avaliar esses projetos, como destaca Iamamoto (2012); É nesse terreno 
de tensões e contradições que o profissional tem atuado. 
 
7.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
Está relacionado ao objetivo geral desta pesquisa que é de “Estudar sobre as 
atribuições do assistente social no processo de inserção do adolescente no mercado 
45 
 
de trabalho: uma abordagem a partir da experiencia do Sesc no setor do 
desenvolvimento comunitário. 
A partir da coleta de dados através das pesquisas bibliográficas, do 
questionário aplicado com a assistente social responsável pelo Projeto Adolescente 
Cidadão e do gráfico extraído da pesquisa do IBGE, foi possível identificar a 
importância desse profissional, pois é de sua responsabilidade realizar as ações 
complementares aos cursos ofertados pelo Projeto, a fim de motivar a permanência 
dos adolescentes durante os 04 meses de execução; estas ações compreendem 
reuniões mensais, rodas de conversa e oficinas dinamizadas. Além dessa ações 
voltadas para o público jovem, o serviço social no Sesc-MA participa também de 
outros programas da assistência.Importante compreender também ,que o papel da 
assistência social no Sesc,é atuar desde a formulação até a execução dos projetos 
sociais elaborados pela instituição. Nada passa despercebido aos olhos do Serviço 
Social. Diante da experiência vivenciada no período de estágio no Sesc-MA, como 
também através de experiências após a conclusão do estágio, por meio da 
prestação de serviços no Sesc-MA na participação das oficinas

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