Redução de emissões de gás carbônico

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SOROCABA • TERÇA-FEIRA • 17 DE NOVEMBRO DE 2009 
A2
Sobre metas
e propostas
SSaannddrroo DDoonnnniinnii MMaanncciinnii
Na última semana, discussões sobre re-
duções na geração de gases causadores do
aquecimento global entraram na pauta da po-
lítica. O “aquecimento global” é o processo pe-
lo qual a temperatura média do planeta vem
aumentando, o que pode trazer consequências
catastróficas à vida de todos. Cada vez que
usamos o fogão, o carro ou o ônibus, por
exemplo, ocorre a queima de combustíveis e
dessa queima se origina a energia necessária
para o aquecimento de alimentos, movimento
de veículos etc.. Junto com a energia, é gerado
gás carbônico, capaz de “aprisionar” o calor do
planeta, mais ou menos como um carro fecha-
do deixado num estacionamento a céu aberto
num dia ensolarado: o vidro deixa passar a luz
do sol, esta se transforma em calor ao incidir
em partes do veículo e o vidro não deixa o ca-
lor sair. O “aquecimento global” é como se ca-
da molécula de gás carbônico (e de outros ga-
ses equivalentemente poluentes) gerada na
queima de combustíveis aumentasse a espes-
sura do vidro do carro, tornando a saída de ca-
lor mais difícil.
Ou seja, forçar a redução nas emissões de
gás carbônico é fundamental para a longevi-
dade do planeta e é isso que representa o
“Protocolo de Kyoto”, acordo internacional
firmado em 1997 em que os países desenvol-
vidos (nem todos, é verdade) se compromete-
ram em reduzir suas emissões. Este acordo
vigora até 2012, quando será substituído por
outro a ser discutido na reunião internacio-
nal chamada “15ª Conferência das Partes”,
que ocorrerá de 7 a 18 de dezembro desse
ano em Copenhagen, Dinamarca. Esta con-
ferência é revestida de enorme expectativa
principalmente com relação ao novo governo
dos Estados Unidos (o anterior foi sistemati-
camente contrário ao acordo) e à eventual
responsabilização dos países em desenvolvi-
mento, estando na mira principalmente Chi-
na e Brasil. A China porque se tornou, du-
rante o intervalo entre Kyoto e Copenhagen, o
maior emissor de gás carbônico do mundo,
tirando os Estados
Unidos desse de-
sonroso primeiro
lugar. Já o Brasil é
alvo principal-
mente por não
conseguir contro-
lar o desmatamen-
to. Sabidamente,
plantas conso-
mem gás carbôni-
co para sobreviver
e diminuem os
efeitos do aqueci-
mento global.
Antes que seja
obrigado a diminuir
suas emissões, o
Brasil vem estu-
dando formas de fa-
zê-lo de forma vo-
luntária e para isso
está elaborando
uma proposta para apresentar em Copenha-
gen mês que vem. Porém, antes da proposta
brasileira ter ficado pronta, o governo do es-
tado de São Paulo sancionou no dia 9 de no-
vembro uma lei que obriga a redução de
20% das emissões de gás carbônico no esta-
do a partir de 2011 e até 2020, com relação
ao que foi emitido em 2005. Quatro dias de-
pois, na sexta passada, o governo federal re-
velou parte da sua proposta, que já era par-
cialmente conhecida: cerca de 40% de re-
dução até 2020, mas não sobre as emissões
de 2005 e sim sobre uma tendência de au-
mento nessas emissões caso nada fosse fei-
to até então. Segundo estudiosos, isso re-
presenta 19% de redução das emissões em
relação ao emitido em 2005.
A torcida é para que haja ações concretas e
não a utilização do tema e desse jogo de nú-
meros com fins eleitorais, como já ocorreu se-
mana passada. Lei é uma ação concreta desde
que cumprida. Proposta é uma ação concreta
desde que assumida.
Entre as ações concretas listam-se a pro-
moção do desmatamento zero e do refloresta-
mento, bem como a mudança de conceitos ba-
seados em combustíveis, matérias-primas,
processos, equipamentos e produtos poluen-
tes. Os pessimistas dizem que isso pode cau-
sar desaceleração da economia, baseada em
conceitos geralmente inversos. Os otimistas
dizem que essa redução de emissões abre no-
vas oportunidades, baseadas num jeito dife-
rente, e mais próximo do correto, de explorar
os recursos naturais do planeta.
O Brasil é geralmente aplaudido por pos-
suir uma matriz energética muito menos po-
luente que a global, graças ao fato de que
cerca de 75% da nossa energia elétrica ser
proveniente de hidrelétricas e de que boa
parte da frota nacional roda com álcool,
combustível que gera menos gás carbônico
na queima que a gasolina e o diesel e por ad-
vir de plantas, ou seja, consumidores de gás
carbônico. Porém, somos apedrejados quan-
do se fala de desmatamento e de queimadas
de florestas e da notória expansão das desco-
bertas da Petrobrás, o que sugere que o pa-
pel do petróleo (da onde vem a gasolina e o
diesel, entre outros produtos), deverá ser ca-
da vez mais importante.
Sandro Donnini Mancini (mancini@sorocaba.unesp.br) é pro-
fessor da Unesp de Sorocaba (www.sorocaba.unesp.br) e es-
creve a cada duas semanas, às terças-feiras, neste espaço.
Forçar a
redução nas
emissões de
gás carbônico
é fundamental
para a
longevidade
do planeta 
Vai se desenhando no horizonte o seguinte cenário:
o governo quer fazer da eleição presidencial um plebis-
cito em que só uma escolha é lícita, a outra é golpista.
Pretende que o eleitor compare o governo Lula com a
administração anterior, de Fernando Henrique Cardo-
so, alimenta até o cotejo entre os dois governantes,
mas reivindica exclusividade na prerrogativa do ata-
que. A recíproca é sempre tida como ofensa pessoal.
Se FH analisa o quadro e conclui que o Brasil cami-
nha para um “subperonismo”, está movido pela “inve-
ja”. Se Caetano Veloso fala do analfabetismo de espírito
e critica o modo de se expressar do presidente - “cafona,
grosseiro” - é um deselegante agente do preconceito. 
Já os governistas - Lula à frente com seus discur-
sos que corroboram a constatação de Caetano - podem
chamar os adversários de “nazistas”, “patéticos” e ven-
dilhões do Estado sem que isso pareça minimamente
inadequado.
Ainda que o sucessor não te-
nha mexido na estrutura de go-
verno montada pelo sucedido e
a ela apenas acrescentado uma
bem arquitetada estrutura de
assistencialismo, vai sendo pos-
to para efeito de embate eleito-
ral que o confronto de 2010 se-
rá sobre dois projetos inteira-
mente diferentes de País. 
Será, na definição da minis-
tra Dilma Rousseff, “o confron-
to entre dois Brasis”. Por sete
anos Lula governou conforme os
preceitos da “Carta aos Brasilei-
ros”. Quer dizer, dentro das li-
nhas gerais da cartilha herdada,
só recuperando o discurso dito
esquerdista quando foi conve-
niente à ocasião. Na campanha
pela reeleição, por exemplo.
Por “esquerda”, entenda-se
a contraposição ao “neolibera-
lismo”, expressão desprovida de
sentido real, mas perfeita para atender aos ditames do
simbolismo e pôr um tapume diante das alianças con-
servadoras e da celebração aos setores atrasados, que
não são meros coadjuvantes, mas o centro da ação po-
lítica do governo.
Prática cujo emblema mais recente foi a submissão
da linha de atuação do PT no Congresso aos interes-
ses do presidente do Senado, José Sarney, e, por ex-
tensão, à conveniência do PMDB, que precisava se des-
viar da pecha de má companhia e salvar seu cacife co-
mo parceiro cobiçado por governo e oposição.
Por essa e muitas outras já notórias, o PT não pode
retomar o discurso da ética. Até porque ficou combi-
nado com seus aliados e simpatizantes que “política se
faz com as mãos sujas” e ponto final, o Brasil é um pa-
ís condenado ao limbo moral.
Fazer, o quê, então? Repetir o truque que deu cer-
to em 2006 dizendo que conservadores são os outros e
despertar nos espíritos a impressão de que só o atual
governo será capaz de preservar os verdadeiros valo-
res da Nação. Não se sabe quais são eles, mas a exacer-
bação da mística do Estado provedor em embalagem
de competente propaganda dá conta do recado.
Deu em 2006, quando o PT insinuou que o PSDB
venderia a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Eco-
nômica Federal na bacia das almas se Geraldo Alck-
min fosse eleito presidente. Segundo relato de Marce-
lo Moraes na edição de ontem do Estado, o PT se pre-
para de novo para usar a mesma tática, de maneira
mais escancarada.
É o “bem”, representadono “projeto democrático, po-
pular, nacionalista e internacionalista”, contra o “mau”
concentrado no manual do “consenso de Washington”
que levou o mundo à crise e seria o modelo de governo,
na eventualidade de vitória dos tucanos. Guardadas as
proporções e adaptadas as si-
tuações, é uma espécie de lógica
da guerra fria no sentido facili-
tador de raciocínios.
Pode dar certo? Tem tudo
para dar. Primeiro porque na-
da mais reconfortante que um
maniqueísmo para simplificar
as escolhas. Em segundo, há o
fato de o discurso estar sendo
construído com a devida ante-
cedência, sem contraponto e
vocalizado por um arauto per-
feito: o presidente Lula que a
todos ataca, mas por ninguém
pode ser atacado.
Se na eleição anterior o
PSDB mostrou que não sabe se
defender de acusações falsas, é
de se supor que não consiga
também contraditar as verda-
deiras. Goste-se ou não do tru-
que de Lula de firmar a imagem
de que representa os ideais do
bem e da caridade universal que atende aos anseios dos
pobres, aplaca a consciência dos ricos e faz certa casta
de pensantes se sentir muito bem por “fechar” com o la-
do do oprimido, é um caminho bem definido de acesso
ao objetivo pretendido.
Por motivos ainda obscuros, a oposição não infor-
ma ao eleitorado qual será a trilha escolhida. Se a
razão for estratégica, corre o risco de, quando chegar a
hora que considerar adequada, encontrar todo o espa-
ço ocupado pelo discurso do adversário.
Se a motivação é escapar da armadilha do plebiscito,
conviria então que começasse a expor qual é mesmo a sua
visão das coisas. Se não disser, o público acabará por con-
cluir que os pretendentes oposicionistas não sabem o que
querem ou, se sabem, não conseguem (ou pior, não que-
rem) estabelecer com a sociedade um diálogo simples e ob-
jetivo a respeito do projeto de Brasil que têm em mente.
Se FH analisa o quadro e
conclui que o Brasil caminha
para um ‘subperonismo’,
está movido pela ‘inveja’.
Se Caetano Veloso fala do
analfabetismo de espírito e
critica o modo de se expressar
do presidente - ‘cafona,
grosseiro’ - é um deselegante
agente do preconceito
HOJE 
Nesta terça-feira, uma
frente fria deixa o tempo chu-
voso no Espírito Santo, no
norte do Rio de Janeiro e no
centro-leste de Minas Gerais.
O céu fica com muitas nuvens
e ocorre chuvisco e chuva leve
nas demais área do Rio e na
zona da mata de Minas. Em
Sorocaba, sol com muitas nu-
vens durante o dia e períodos
de céu nublado. Noite com
muitas nuvens. A temperatu-
ra oscila entre 19 e 29ºC.
(Fonte: Climatempo)
DORA KRAMER
Teatro do oprimido
“Seguindo esses dados
podemos ter mais ou
menos 3.600 pessoas com
o vírus, mas temos 1.500
pessoas em
acompanhamento na
clínica. Então, podemos
falar que metade dos
portadores do vírus não
sabem”
Coordenadora do programa mu-
nicipal DST/ Aids, Maria Tereza Mo-
rales Dib, justificando que em Soroca-
ba estima-se que 50% dos portadores
de HIV não saibam que carregam o ví-
rus causador da Aids. (16/11/2009)
“Engarrafamento? Ué,
eu cheguei na hora sem
nenhum problema. Vocês
estão contra o prefeito?”
Ex-presidente Fernando Henri-
que, ponderando que ainda aguardava
a chegada de seu ex-ministro Luiz
Carlos Mendonça de Barros, um dos
palestrantes no auditório do iFHC, em
São Paulo, lotado para um seminário
sobre o Brasil pós-crise. (16/11/2009)
“Talvez agora, diante do
ocorrido no Rodoanel, a
oposição pense duas vezes
antes de fazer ataques
irresponsáveis, como fez
nas horas que se
seguiram ao blecaute”
Deputado Henrique Fontana (PT-
RS), comparando a reação da opo-
sição ao apagão de terça-feira à regis-
trada após o acidente de sexta à noite
no Rodoanel, uma das principais
obras da gestão do governador José
Serra (PSDB). (16/11/2009)
Muitos caminhões circulam pelas ruas
e rodovias transportando carga acima
do permitido. Às vezes o problema não
é o excesso de peso, mas sim as
dimensões dos materiais que vão mui-
to além dos limites da carroceria. É o
que mostra o flagrante do repórter
fotográfico Luiz Setti, feito na rodovia
Raposo Tavares, Km 130. Apesar de
aparentemente bem presa, a carga
poderia se soltar e cair na pista. 
Há 100 anos, o CCrruu--zzeeiirroo ddoo SSuull publi-cava anúncio do
“Coliseu Smart”, cinema re-
cém-inaugurado na cidade,
que apresentaria programa
com fitas variadas, como “O
palhaço Brahmn” (trágica) e
“Furioso foot-ball” (cômica).
Para a semana seguinte, o
Smart anunciava imagens
de Santos Dumont com o
seu avião Demoiselle, em Pa-
ris. O anúncio prometia:
“Antes do espectaculo have-
rá projecção para a rua.”
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Há 100 anos
EXCESSO
DE CARGA
L
U
IZ
 S
E
T
T
I
PRÓXIMOS DIAS
Em Sorocaba
aammaannhhãã
Sol e aumento
de nuvens de
manhã. Panca-
das de chuva à
tarde e à noite
qquuiinnttaa--ffeeiirraa
Sol com algu-
mas nuvens.
Chove rápido
durante o dia e à
noite
sseexxttaa--ffeeiirraa
Sol com muitas
nuvens durante
o dia. Períodos
de nublado, com
chuva a qual-
quer hora
(Fonte: Climatempo) 
FASES DA LUA
NOVA
Começou dia
ONTEM, às 19h14
CRESCENTE
Começa dia
24/11, às 21h40
CHEIA
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MINGUANTE
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