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Política Nacional de Resíduos Sólidos

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Agenda interditada
SOROCABA • TERÇA-FEIRA • 10 DE AGOSTO DE 2010 
A2
Um (bom) rumo
para os resíduos
SSaannddrroo DDoonnnniinnii MMaanncciinnii
Na segunda-feira da semana passada, o Pre-
sidente da República sancionou a Lei 12.305,
que instituiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS). Como toda legislação que se in-
titula “Política Nacional”, o aprovado para a área
de resíduos sólidos pode ser considerado pouco
específico, mas que direcionará as ações de po-
deres executivo, legislativo e judiciário de todos
os níveis, bem como as pessoas físicas e jurídi-
cas que fabriquem, distribuam, vendam e/ou
comprem produtos que vão virar resíduos. Nin-
guém escapa.
O texto é um avanço, sem dúvida, mas ain-
da há muito que ser realizado, de modo que
seus efeitos não serão sentidos imediatamen-
te. Há, inclusive, outros textos que precisam
ser escritos.
Entre regulamentos e legislações comple-
mentares que devem ser redigidos e aprovados
estão os Planos Nacional, Estaduais, Regionais
(quando for o caso) e Municipais de Resíduos
Sólidos, que devem durar por prazo indetermi-
nado e serem revistos a cada quatro anos.
A PNRS obriga esses planos a possuírem me-
tas de redução, reutilização, coleta seletiva e re-
ciclagem, visando diminuir a quantidade de lixo
encaminhados a unidades de destinação final
ambientalmente adequadas. Os planos devem
conter ainda como essas metas deverão ser
cumpridas e fiscalizadas, bem como prever a
emancipação econômica dos catadores. Devem
também conter um diagnóstico da situação dos
resíduos sólidos no município, a identificação de
áreas para a disposição final, indicadores de de-
sempenho dos serviços de limpeza pública etc..
Adicionalmente, a legislação recém-aprova-
da prevê a necessidade de indústrias, estabele-
cimentos de saúde e da construção civil, bem
como qualquer outro estabelecimento que gere
resíduos considerados perigosos a elaborar e
cumprir um plano de gerenciamento de seus re-
síduos. Com relação aos resíduos perigosos, a
nova lei proíbe sua importação, mesmo se for
para tratamento ou reciclagem no país.
Outro aspecto interessante da legislação se
dá com relação
à logística re-
versa de alguns
resíduos. Ou
seja, quando
você gerar de-
terminado resí-
duo, deve de-
volvê-lo onde
comprou e o co-
merciante a
quem fabricou
ou importou. O
fabricante ou
importador fica
então com a
responsabilida-
de de recicla-
gem e/ou dis-
posição final
adequada deste
resíduo. Atual-
mente já exis-
tem leis neste
sentido vigo-
rando para pi-
lhas, baterias,
pneus e emba-
lagens de agro-
tóxicos, mas a PNRS estende isso a embalagens
de óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes,
lâmpadas de vapor de sódio e mercúrio, lâm-
padas de luz mista, produtos eletroeletrônicos
e seus componentes. São resíduos que assus-
tam por sua periculosidade e/ou quantidade
gerada e por conta disso devem receber atenção
especial. Embora possam ser apontadas falhas
na efetiva responsabilização dos respectivos fa-
bricantes e importadores por pilhas e baterias
descartadas bem como de pneus inservíveis,
também deve ser ressaltado que já ocorreram
grandes progressos com relação à gestão des-
ses resíduos desde as primeiras legislações
neste sentido, em 1999.
Para a PNRS a queima controlada de resí-
duos é tratada como uma alternativa, pois pos-
sui uma grande capacidade de eliminar resí-
duos, inclusive gerando energia com alguns. A
legislação faz uma ressalva nesta opção que é a
de um rigoroso tratamento do efluente atmos-
férico gerado, sem o qual o problema só estaria
sendo transferido e não resolvido. A queima de-
ve ser a alternativa somente em casos em que a
reciclagem não seja possível, pois destrói para
sempre os materiais contidos nos resíduos.
Dessa forma, no caso da necessidade de se ob-
ter um produto semelhante ao descartado e
queimado, novos recursos naturais deverão ser
extraídos e podemos chegar a uma época onde
isto se torne insustentável.
Durante todo o texto da legislação fica clara
uma ordem a ser estabelecida nas ações sobre
resíduos: deve ser incentivada prioritariamen-
te a não geração, seguida de redução da quan-
tidade gerada, reutilização, reciclagem, trata-
mento e disposição final adequada. Mas talvez o
aspecto mais importante da Política Nacional de
Resíduos Sólidos foi o de colocar responsabili-
dades ao consumidor comum, nós, para que a
coisa funcione. Pela lei, o consumidor é obriga-
do, por exemplo, a participar do sistema de co-
leta seletiva e de devolver resíduos aos comer-
ciantes/fabricantes/importadores no caso de
haver logística reversa.
Sandro Donnini Mancini (mancini@sorocaba.unesp.br) é pro-
fessor da Unesp-Sorocaba (www.sorocaba.unesp.br) e escre-
ve, a cada duas semanas, às terças-feiras, neste espaço.
Talvez o aspecto
mais importante
da Política
Nacional de
Resíduos Sólidos
foi o de colocar
responsabilidades
ao consumidor
comum, nós,
para que a coisa
funcione
HOJE
Nesta terça-feira, áreas de
instabilidade associadas a
uma frente fria deixam o tem-
po fechado com chuva o dia
todo no litoral de São Paulo,
no Rio de Janeiro, no centro-
sul do Espírito Santo e na Zo-
na da Mata de Minas Gerais.
Em Sorocaba, sol com muitas
nuvens durante o dia e perío-
dos de céu nublado. A tempe-
ratura oscila entre 12 e 21ºC.
(Fonte: Climatempo)
DORA KRAMER
“Terceirizada pelos
tucanos, a
candidatura de
Fernando Gabeira
ao governo do Rio
tem pelo menos uma
virtude: é
biodegradável”
Fernando Ferro, líder da
bancada do PT na Câmara, a
propósito das reclamações do
candidato verde sobre a falta de
recursos para sua campanha.
(9/8/2010)
“A ideia é que a
educação financeira
perpasse todas as
matérias já existentes
na grade de ensino.
O conteúdo será um
tema transversal nas
diferentes disciplinas
e não algo específico
do conteúdo de
matemática,
tampouco uma
disciplina a mais”
Superintendente de proteção
e orientação a investidores da
Comissão de Valores Imobiliá-
rios (CVM), José Alexandre Vas-
co, sobre o projeto-piloto de
Educação Financeira nas esco-
las públicas. (9/8/2010)
“70% das
reclamações são de
compradores que
não receberam a
moradia no prazo
combinado”
José Geraldo Tardin, presi-
dente do Instituto Brasileiro de
Estudo e Defesa do Consumidor
(Ibedec), sobre um “boom” de
atrasos na entrega dos imóveis
comprados na planta dois anos
atrás, quando houve um pico de
lançamentos. (9/8/2010)
A pane seca (falta de combustível) é uma
infração média prevista no Código de
Trânsito Brasileiro (CTB), sujeito à multa e
remoção do veículo. O flagrante feito pelo
repórter fotográfico Aldo V. Silva, na avenida
Afonso Vergueiro, mostra outras duas
infrações de trânsito cometidas pelo
condutor: o estacionamento em local
proibido e ainda sobre a calçada.
Há 100 anos, o CCrruu--zzeeiirroo ddoo SSuull publi-cava artigo sobre as
preferências gastronômicas
dos monarcas. O czar Nicolau,
da Rússia, apreciava pastéis
de salmão. O imperador da
Áustria comia carne fria no
café da manhã e não dispen-
sava um copo de cerveja no al-
moço e no jantar. O rei da Es-
panha tomava seu desjejum
às oito da manhã, com choco-
late, carne fria, bolos secos e
outras gulodices.
DEPARTAMENTO JORNALÍSTICO
Editor Responsável
Eugênio Araújo
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(48) 3025-2930-3025.6308 PORTO ALEGRE/RS - tel/fax
(51) 3366-0400.
Há 100 anos
TRIPLA
INFRAÇÃO
DE TRÂNSITO
A
L
D
O
 V
. S
IL
VA
PRÓXIMOS DIAS
Em Sorocaba
aammaannhhãã
Sol com algu-
mas nuvens.
Não chove
qquuiinnttaa--ffeeiirraa
Sol com algu-
mas nuvens.
Não chove
sseexxttaa--ffeeiirraa
Sol com mui-
tas nuvens
durante o dia
e períodos de
céu nublado
(Fonte: Climatempo)
FASES DA LUA
MINGUANTE
Começou dia 3/8,
às 4h59
NOVA
Começa HOJE, às
3h09
CRESCENTE
Começa dia 17/8,
às 18h16
CHEIA
Começa dia 24/8,
às 17h05
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente: Laelso Rodrigues
Vice-presidente:José Augusto Marinho Mauad
1º tesoureiro:Francisco Antonio Pinto 
2º tesoureiro: Mauro Antonio Correa da Silva 
1º secretário: José Roberto Alves
2º secretário: José Oswair Drigo 
Diretor de patrimônio: Rubens Cury Basso 
Conselho Editorial: Laelso Rodrigues, Paulo Virgílio
Guariglia, Hélio Sola Aro, Luiz Antonio Zamuner e
Carlos Hingst Corrá
CONSELHO SUPERIOR
Presidente: Tiberany Ferraz dos Santos
Vice-presidente: José Antonio Fasiaben
Secretário: João Roberto Muller
Diário matutino
fundado em 1903
Saúde, educação, segurança pública, em-
prego, tudo isso é da maior importância, assun-
tos sem sombra de solução à vista e, portanto,
com presença garantida nas agendas de todos
os candidatos a presidente, governador, depu-
tado ou senador.
Fala-se também do meio ambiente, dos
transportes, dos juros, da reforma agrária, fa-
la-se até das forças revolucionárias da Colôm-
bia, de Hugo Chávez e do carinho que nosso
presidente da República nutre pelo ensandeci-
do tirano do Irã.
Só não se falou até agora nessa campanha de
corrupção, de mau uso de recursos públicos, da
insuficiência de decoro no exercício do mandato
delegado pelo voto.
É como se fossem dois mundos: no real há
desconforto com os desvios de conduta e um re-
buliço legal que pode alterar os modos da política
por causa de um tema que a
sociedade impôs ao Con-
gresso; no ideal dos marque-
teiros não existe roubalhei-
ra, fichas sujas nem parece
que o Ministério Público pe-
diu a impugnação de milha-
res de candidatos e que par-
te delas foi aceita pelos tri-
bunais regionais eleitorais. 
Outra parte foi rejeitada,
há contestações a serem re-
solvidas no Tribunal Supe-
rior Eleitoral e mais adiante
o Supremo Tribunal Federal
será chamado a se pronun-
ciar a respeito
Muita gente notória (no
bom e no mau sentido) caiu na malha fina, mui-
ta gente ainda pode cair. Ou não. Dependendo da
decisão do STF - que dificilmente ocorrerá antes
da eleição - , pode mudar muita coisa na cena po-
lítica brasileira ou pode haver uma profunda
frustração.
Seja como for, a Lei da Ficha Limpa tirada a
fórceps de um Congresso reticente mexeu e mexe
com pessoas e estruturas. O debate não termi-
nou e sob nenhum aspecto pode ser considerado
trivial. 
Mesmo assim os candidatos, de um modo ge-
ral, por alguma razão resolveram não incluir na
agenda eleitoral nem a tão falada corrupção que
rendeu tantas CPIs, nem a lei que provocou ines-
perada e radical mudança na posição do Parla-
mento e terminou aprovada por unanimidade.
Qual será a razão da hesitação, constrangi-
mento? Os partidos estariam com vergonha de
si? Não se sentiriam em condições morais de
abrir os debates a respeito? Teriam receio de
morrer do mesmo veneno no contra-ataque do
adversário?
Pode ser que seja conselho dos marqueteiros.
Do mesmo jeito como são fidalgos entre si na
combinação das regras mais restritivas possíveis
nos debates de televisão para proteger seus con-
tratantes de imprevistos, pasteurizam a pauta de
assuntos.
E os candidatos ficam rodando sobre o mes-
mo eixo com medo de desobedecer às fórmulas
engendradas pelos gênios do horário eleitoral.
Ainda que isso atenue suas diferenças natu-
rais, os tornem escravos de um roteiro elabora-
do a partir de pesquisas para fazer efeito em ou-
tras pesquisas. Ainda que permita que qual-
quer um seja qualquer coisa, pois ninguém sen-
do de verdade e com recursos todo mundo po-
dendo ser inventado, ao
fim e ao cabo os bons e os
ruins parecem mais ou me-
nos iguais.
NÃO CONTABILIZADOS
Três vezes prefeito do
Rio e agora candidato a se-
nador, Cesar Maia tem
uma explicação para a re-
sistência dos partidos em
declarar o nome dos finan-
ciadores no decorrer da
campanha.
“A perseguição. Depois
de passada a eleição os ner-
vos se acalmam. Quem está
no governo e vence esquece. Se perder desapare-
ce o poder de perseguir”.
Isso vale para os partidos na oposição, mas,
em tese, não deveria valer para os que estão no
governo que igualmente se recusam a revelar os
nomes dos doadores a não ser no fim do proces-
so, como manda a lei.
“Vai ver que os financiadores não querem ver
seus nomes divulgados para não parecer que dis-
criminam a oposição”.
COLEGAS
Fernando Henrique Cardoso e Plínio Arru-
da Sampaio foram colegas de curso primário,
na década dos 40, em São Paulo. Frequenta-
vam o colégio Perdizes com medalhas no peito:
FH por causa das boas notas e Plínio pelo bom
comportamento.
Seja como for, a Lei da
Ficha Limpa tirada a
fórceps de um Congresso
reticente mexeu e mexe
com pessoas e estruturas.
O debate não terminou e
sob nenhum aspecto pode
ser considerado trivial

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