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ADMINISTRATIVO I - JOSÉ NETO

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Direito Administrativo I
Discente: José Andrade Soares Neto
Docente: Rafael Diniz Gonçalves Ferrero
AULA I
Provas
Primeira Unidade: 26/09/2022 (até ato administrativo)
Segunda Unidade: 28/11/2022
A prova costuma ter 3 questões teóricas e práticas. É muito importante fazer as provas
anteriores. As provas valem 10. O assunto Ato Administrativo sempre cai na prova.
Bibliografia
- Curso de Direito Administrativo - Celso Antônio Bandeira (é denso e mal
esquematizado, mas tem todo conteúdo)
- Curso de Direito Administrativo - Marçal Justen Filho (fala bem sobre ato
administrativo. É bem esquematizado)
- Curso de Direito Administrativo - Dirley da Cunha Júnior (também é
objetivo/esquemático, mas não tanto quanto o professor Marçal. Tem uma leve
preocupação com concursos públicos)
- O Novo Direito Administrativo e Governança Pública - Leandro Zannoni
- Uma Teoria do Direito Administrativo - Gustavo Binenbojm
- Maria Sylvia di Pietro - Tratado de Direito Público (oposição a Binenbojm)
- Manual de Direito Administrativo - Irene Nohara
AULA II
Direito Administrativo: Conceito e Caracteres da Administração Pública
Estado: Finalidade e Elementos
Finalidade:
- Realizar o bem comum (legislar; exercer a jurisdição, administrar/realizar
políticas públicas).
Elementos:
- Povo/População (componente humano).
- Território (base física).
- Governo soberano (elemento condutor).
Poderes/Funções do Estado
- Monarquias absolutistas.
- Montesquieu (O Espírito das Leis - 1748). Limitação dos Poderes.
- Poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário.
- Predominância da função exercida (check and balances - Sanção do PR).
- O poder executivo tem como função predominante a atividade
executiva, mas ele exerce, também, um pouco de função jurisdicional e
legislativa. Assim é com os três poderes: eles exercem
predominantemente a sua função original, mas exercem de forma
secundária as demais funções.
- Exemplo de função legislativa do executivo: decreto
regulamentar; medida provisória.
- Exemplo de função jurisdicional do executivo: processo
administrativo; indulto/graça do PR.
- O poder legislativo tem como função predominante a atividade
legislativa, mas executa função administrativa e judicial de forma
secundária.
- Função administrativa: concurso.
- Função jurisdicional: impeachment.
- O poder judiciário tem como função predominante a atividade judiciária,
mas executa função legislativa e executiva de forma secundária.
- Função executiva: concurso; conceder licença/férias aos
servidores.
- Função legislativa: quando edita normas regimentais.
- Função Legislativa; Função Jurisdicional; Função Administrativa.
Função ou Atividade Administrativa
Função ou Atividade Administrativa: não se resume à prestação de serviços públicos,
compreende:
1. Gestão da máquina estatal (licitação, concurso);
2. A prestação de serviços públicos;
3. Exercício do poder de polícia;
4. A atividade de fomento:
a. O fomento abrange a atividade administrativa de incentivo à iniciativa
privada de utilidade pública (como, p. ex., o incentivo que se dá a
entidades do terceiro setor como o SESC, SENAI, SEBRAE etc. - que
são pessoas de direito privado). Qualquer tipo de incentivo feito pelo
Estado para entes privados realizarem atividades de utilidade pública.
Conceitos da Administração Pública
Sentido subjetivo, formal ou orgânico (qual agente público/ente exerce):
- designa os entes que exercem a atividade administrativa; compreende pessoas
jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer a função
administrativa.
- leva em conta os sujeitos da administração; os entes que compõe a
administração
Sentido objetivo, material ou funcional (quais atividades aquele agente público/ente
exerce):
- designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a
Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe,
predominantemente, ao Poder Executivo.
- Carvalho Filho: atividade de caráter interno (entre órgãos) e de caráter externo
(com cidadãos).
A Origem do Direito Administrativo
- Surge na França com a formação do Estado de Direito. Revolução Francesa
(início do séc. XIX - 1800).
- Direito capaz de regular a atividade do Estado, conferindo prerrogativas para
viabilizar suas atividades e ao mesmo tempo limitando os seus poderes para
assegurar a sua atuação equilibrada em prol do bem comum.
- “A liberdade administrativa cessa onde principia a vedação legal. O executivo
opera dentro dos limites traçados pelo Legislativo, sob a vigilância do
Judiciário.”.
- No Brasil o Decreto 608/1851 cria oficialmente a cadeira de direito
administrativo nas universidades. Primeiro autor de direito administrativo
brasileiro: Vicente Pereira do Rego (Fac. Recife).
Outra Versão Sobre a Origem do Direito Administrativo (Lado B)
- Forma de consolidar o poder da burguesia e manter os cidadãos afastados do
poder.
- A criação do direito especial administrativo (com prerrogativas e derrogações)
não surgiu da vontade popular (parlamento), mas a partir de decisões
pretorianas do Conseil d’État francês que as determinou vinculantes.
- O conselho decidia, em última instância, os conflitos entre a administração e
cidadãos.
Função do Direito Administrativo:
- Criar mecanismos funcionais de poder que possibilitem a administração
pública.
Conceitos de Direito Administrativo
- “É o ramo do Direito Público que disciplina a função administrativa (seja os
poderes executivo, legislativo ou judiciário) e os órgãos que a exercem” (Celso
Antônio Bandeira de Mello, 2004).
- “Conjunto de normas jurídicas de direito público que disciplinam as atividades
administrativas necessárias à satisfação dos direitos fundamentais, a
organização e o funcionamento das estruturas estatais e não estatais
encarregadas de seu desempenho." (Marçal Justen Filho, 2016).
- "Conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público,
regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as
coletividades a que devem servir." (Carvalho Filho, 2015).
Fontes do Direito Administrativo
1. CF - Art. 37
2. Leis - ex: 8.666/93 e 14.133/21 (licitações e contratos)
3. Atos administrativos - decretos; resoluções…
4. Jurisprudência
5. Doutrina
6. Prática administrativa reiterada (costume)
7. Código de polícia administrativo
Codificação do Direito Administrativo
● Não codificação
● Codificação parcial
● Codificação plena
Sistemas do Direito Administrativo
- Sistema do Contencioso Administrativo: regras separadas e julgamento com
coisa julgada (sistema francês).
- Separação entre os tipos de regra para tratamento
- Regras do Direito Administrativo separadas das regras do Direito Civil
com coisa julgada, ou seja, assunto já definido.
- Decisões administrativas não podem ser recorridas ao judiciário.
Regras separadas*: relação entre privados é regulada pelo direito civil, relações que
envolvem o público são julgadas pelo direito administrativo.
- Sistema de Jurisdição Única: regras unificadas e julgamento sem coisa
julgada (sistema inglês).
- Regras do Direito Administrativo unificadas com regras do Direito
Civil.
- Decisões administrativas podem ser recorridas ao judiciário.
- Sistema Brasileiro (misto): regras separadas, como o francês, sem coisa
julgada, como o inglês.
*TalkShow próxima aula. Ler texto disponibilizado no portal.
AULA III
O Regime Jurídico Administrativo
O que é Regime Jurídico Administrativo? Um conjunto de regras e princípios
jurídicos que servem para balizar o tratamento das relações jurídicas em que a
administração pública participe havendo um interesse público envolvido.
Debate: O que é interesse público?
(primário e secundário)
1. Interesse público primário: há interesse público primário quando a
administração pública realiza alguma atividade que seja de interesse da
coletividade de forma direta (há interesse direito de comunidade. Prestação de
serviços públicos diretos à sociedade - escola, upa, auxílios…).
2. Interesse público secundário: é quando a administração públicanecessita
realizar atividades e melhorias que não irão necessariamente atender ou
satisfazer de forma direta e imediata a sociedade, mas poderão atender a
necessidades da administração ou da gestão que a conduz refletindo de forma
indireta nos interesses sociais. Aparelhar a administração para melhor servir
(comprar computadores novos para os servidores atenderem com mais
celeridade).
➔ Supremacia do interesse público sobre o particular (prerrogativas:
autotutela; auto-executoriedade; desapropriação).
◆ Autotutela: permite que a administração pública cancele os seus atos se
entenderem que eles são ilegais ou desnecessários, sem precisar acionar
o judiciário.
◆ Desapropriação: uma forma de intervenção do Estado na propriedade
privada. O Estado pode desapropriar seu bem em prol do interesse
coletivo.
◆ Auto-executoriedade: a administração pública pode,
independentemente do poder judiciário, realizar atos concretos de
urgência para viabilizar o interesse público, ainda que cause prejuízos ao
particular.
➔ Indisponibilidade do interesse público pela administração (alterar valor do
imposto, multa, juros…): a administração pública, por via de regra, não pode
dispor dos seus bens e dos seus interesses ao bel prazer do gestor público.
Exemplo: um secretário de fazenda recebe um requerimento para que sejam
abatidas dívidas de uma grande empresa do município. Por regra ele não tem
essa autonomia, só pode ser autorizada por lei específica.
AULA IV
No geral as relações privadas são regidas pelo Direito Civil e as relações que
envolvem o público são regidas pelo Direito Administrativo, salvo raras exceções. Por
exemplo: o Estado quer alugar um imovel para determinada classe de funcionários
tenha um camarote no carnaval, e para isso aluga o imovel de Bianca. Como não há
interesse público, Bianca e o Estado estarão em uma relação de igual para igual,
regida pelo Direito Civil.
- Do princípio da supremacia do interesse público ao dever da proporcionalidade
(Binenbojm). O princípio da supremacia do interesse público existe, mas ele
precisa ser exercido de forma proporcional.
- (Ex: Supremacia - Escolha de área para desapropriação); (Ex2: áreas
disponíveis - comunidade ocupa uma delas).
- Organicismo (Hegel). Supremacia do organismo estatal. Fomento a regimes
totalitários.
- É relevante tornar a olhar para os interesses individuais para a concretização do
princípio da dignidade da pessoa humana.
● Utilitarismo (soma de interesses individuais). Deve prevalecer o que for mais
benéfico para uma maioria de cidadãos. Pode contrariar direitos fundamentais.
Exemplo: Controle de leitos hospitalares.
● Neoconstitucionalismo como proposta. Prega pela utilização dos princípios
constitucionais para ponderar as situações.
Normas/Regras/Princípios
Leitura Principiológica no Pós-Positivismo
1. Princípios Expressos ou Explícitos (LIMPE):
1.1. Legalidade
1.1.1. Conceito: o administrador público está, em toda a sua atividade
funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do
bem-comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de
praticar ato invalido.
1.1.2. Legalidade Direito Público x Direito Privado
1.1.3. Lei x Decreto x Decretos autônomos
1.1.4. Ilegalidade - nulidade x inconveniência - revogação
1.1.5. Exemplos importantes:
1.1.5.1. Questões de prova de concursos públicos (mérito x
legalidade).
1.1.5.2. Edital de licitação - respeito à lei.
1.1.5.3. Tendências atuais: ampliação da legalidade (juridicidade)
(constitucionalização) e restrição da discricionariedade -
pois deve estar pautada nos princípios da CF.
1.2. Impessoalidade
1.2.1. Conceito: o administrador público está impedido de praticar o ato
visando a alcançar interesse próprio ou de terceiros. Todo ato
administrativo deve ter por meta o interesse público indicado na
norma legal, sob pena de violação ao princípio da
impessoalidade.
1.2.2. Preferência de atendimento em repartições;
1.2.3. Propaganda do governante em obra pública
1.3. Moralidade
1.3.1. Conceito: a Administração Pública e seus agentes têm o dever de
agir obedecendo a princípios éticos. Compreendem-se em seu
âmbito os princípios da lealdade e da boa fé, segundo os quais a
Administração deverá proceder em relação aos administrados
com sinceridade e transparência.
1.3.2. Imoralidade leva a invalidação do ato, independente da
ilegalidade.
1.3.3. No geral a lei segue a moralidade, mas pode acontecer de um
agente público seguir a lei e ferir o princípio da moralidade,
tornando seu ato nulo.
1.4. Publicidade
1.4.1. Conceito: é o dever de divulgação oficial dos atos administrativos
para conhecimento público e início de seus efeitos externos.
1.4.2. Ocorre através do diário oficial;
1.4.3. Intimação pessoal (e-mail);
1.4.4. Efeito perante terceiros.
1.5. Eficiência
1.5.1. Conceito: o princípio da eficiência é o que se impõe a todo agente
público a realizar suas atribuições com presteza, perfeição,
rendimento e rapidez. NÃO basta que o administrador público
desempenhe suas atividades com a observância da lei, sendo
indispensável que as desempenhe com resultados positivos para o
serviço público e com atendimento satisfatório das necessidades
coletivas.
Norma jurídica: a interpretação que se extrai das regras ou princípios para a
aplicação nos casos concretos. A norma jurídica só existe quando interpretada. É o
que se extrai do texto legal.
AULA V
2. Princípios Implícitos (RPM):
2.1. Razoabilidade
2.1.1. Conceito: reflete a ideia de que a Administração, ao atuar no
exercício de atividade discricionária, deve observar critérios
aceitáveis do ponto de vista racional. Havendo duas ou mais
opções ao administrador, deve ser eleita a mais razoável.
2.1.2. Exemplo: agentes de saúde, trabalho de prevenção.
2.2. Proporcionalidade
2.2.1. Conceito: as competências administrativas só podem ser
validamente exercidas na extensão e intensidade proporcionais ao
que seja realmente demandado para cumprimento da finalidade
de interesse público a que estão atreladas.
2.2.2. Exemplo: Sanção Administrativa. Se o servidor faltar 1 dia não é
proporcional um afastamento de um mês sem remuneração.
2.2.3. Requisitos de aplicação: Adequação; Necessidade,
Proporcionalidade em Sentido Estrito.
2.2.4. Diferenças entre Razoabilidade e Proporcionalidade: enquanto a
proporcionalidade consiste na graduação da medida (proibição do
excesso), a razoabilidade leva em conta análises de adequação e
compatibilidade entre a medida adotada e o caso concreto.
2.3. Motivação
2.3.1. Conceito: o princípio da motivação acarreta para a Administração
o dever de justificar seus atos, apontando-lhes os fundamentos de
direito e de fato.
2.3.2. Exemplo: se o agente público faz algo ele precisa explicar o
porquê.
2.3.3. Obs: a ausência de motivação, acarreta na nulidade do ato
administrativo.
Poderes da Administração Pública
Conceito: tratam-se de poderes instrumentais da Administração, pois servem como
ferramentas conferidas aos seus prepostos para a realização das suas atividades com
vistas ao atendimento do interesse público. São os meios instituídos pelos quais a
Administração pública pode exercer seu poder.
1. Poderes: Vinculado e Discricionário
1.1. Poder Vinculado ou regrado: é aquele que a lei confere à
Administração Pública para a prática de ato de sua competência,
determinando os elementos e os requisitos necessários à sua formação.
1.2. Poder Discricionário: quando a administração pública pratica o ato
com liberdade de escolha de seu conteúdo ou objeto, de sua
conveniência, de sua oportunidade e do modo de sua realização de
maneira a considerar o interesse público, diz-se que está atuando através
do poder discricionário.
2. Poder Hierárquico
2.1. Conceito: é o que dispõe a Administração Pública para distribuir e
escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus
agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do
quadro de seu pessoal.
2.2. Exemplo: escalonamento de cargos (gerentes e funcionários
subordinados); Recurso Hierárquico (se você recorrea uma multa, por
exemplo, há mais de uma instância julgadora e uma é subordinada
hierarquicamente a outra); avocação: avocar é atrair para si as
atribuições de um funcionário de menor hierarquia.
3. Poder Disciplinar
3.1. Conceito: é a faculdade de punir internamente seus servidores e todas as
pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da administração.
3.1.1. Contraditório e ampla defesa;
3.1.2. Proporcionalidade;
3.1.3. Motivação;
3.1.4. Nullum crimen, nulla poena sine lege
3.2. O poder disciplinar não se aplica a funcionários que não são
concursados ou empresas terceirizadas contratadas pela administração.
O poder disciplinar rege a relação do servidor com a administração,
nunca a relação da administração com terceiros.
3.3. A aplicação do poder disciplinar depende do poder hierárquico.
4. Poder Regulamentar
4.1. Conceito: é a faculdade de que dispõem as autoridades competentes de
explicar a lei para a sua correta execução.
4.1.1. Decretos
4.1.2. Regulamentos
4.1.3. Regimentos
4.1.4. Resoluções
4.1.5. Instruções normativas
4.2. Normalmente disponibilizado no Diário da União Federal, Estadual ou
Municipal.
5. Poder de Polícia
5.1. Conceito: poder e polícia é a faculdade de que dispõe a Administração
Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e
direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.
5.2. O poder de polícia é o poder de fiscalização.
5.3. O Estado detém a atividade dos particulares que se revelar contrária,
nociva ou inconveniente ao bem-estar social, ao desenvolvimento e à
segurança nacional.
5.4. Características: discricionário; auto-executável; coercitivo
AULA VI
Ato Administrativo
1. Ato Administrativo
1.1. Conceito: é toda manifestação unilateral de vontade da Administração
Pública, que agindo à luz das prerrogativas inerentes ao regime jurídico
administrativo, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,
modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações aos
administrados ou a si própria. Todo ato relevante da administração é
feito através dos Atos Administrativos.
1.2. É um poder-dever, isso porque o administrador exerce um munus
público.
1.2.1. Munus público é um conjunto de prerrogativas pertencentes à
Administração Pública e concedidas ao servidor que buscam a
concretização do poder-dever, dos atos administrativos de
interesse público. O Munus público é um poder-dever (um poder
que se recebe para exercer o dever.
1.3. A administração irá praticar Ato Administrativo toda vez que for atuar
precisando se valer das prerrogativas do regime jurídico administrativo.
Ato Administrativo X Ato da Administração
Ato da Administração: quando agentes públicos aplicam atos sem o poder-dever,
sem o munus público, da administração pública. Quando pratica ato de vontade sem
estar revestido do regime jurídico administrativo, sem prerrogativas de poder.
Exemplo: alugar um espaço privado sem interesse público relevante associado,
como alugar um espaço durante o carnaval para fazer um bloco para os servidores.
Não há um interesse público direto envolvido, portanto não há porquê a
Administração Pública se valer das prerrogativas inerentes ao regime jurídico
administrativo (munus público).
Nos Atos da Administração a relação do público com o privado é quase de
igual para igual.
1. Requisitos/Elementos do Ato Administrativo
1.1. Competência (ou sujeito) - V;
1.1.1. Conceito: a competência administrativa é o poder atribuído ao
agente da administração para o desempenho específico de suas
funções .
1.1.2. A competência resulta da lei e é por esta delimitada.
1.1.3. Há um Ato Administrativo que precisa ser praticado. Alguém,
algum funcionário público, precisa ser responsável por esse ato.
O responsável por praticá-lo tem a competência. Competência =
sujeito + atribuições.
1.1.4. A competência é sempre um fator vinculado ao Ato
Administrativo. A lei sempre vai dizer quem é a autoridade
competente para praticar aquele ato.
1.2. Forma - V;
1.2.1. Conceito: a forma é o meio pelo qual o ato se exterioriza e a
manifestação de vontade da administração aparece.
1.2.2. Todo ato administrativo, em princípio, é formal. A forma normal
do ato administrativo é escrita, embora existam atos
consubstanciados em ordem verbal e até mesmo em sinais
convencionais.
Atos consubstanciados*: praticados de forma verbal.
1.2.2.1. Exemplo: a forma de uma desapropriação é através de um
decreto.
1.2.2.2. Exemplo de forma verbal: agente de trânsito apitando para
carros pararem e pedestres passarem.
1.2.3. É elemento vinculado ao ato administrativo. A lei diz a forma
correta de expressar o ato.
Forma X Formalidade
- Tanto a inobservância da forma como a do procedimento (formalidade)
produzem o mesmo resultado, ou seja, a ilicitude do ato.
- Se a lei exige a forma escrita e o ato é praticado verbalmente, ele será nulo; se a
lei exige processo disciplinar (formalidade) para demissão de um funcionário, a
falta ou o vício naquele procedimento invalida a demissão ainda que esta
estivesse correta, quando isoladamente considerada.
- Forma: expressão da vontade (parte da formalidade).
- Formalidade: procedimento necessário para expressar a vontade (todo
procedimento necessário para a prática daquele ato).
1.3. Motivo - V/D;
1.3.1. Conceito: razões que justificam a edição do ato; a causa do ato;
seu motivo.
1.3.2. Pode ser vinculado ou discricionário
1.3.2.1. Será vinculado quando a lei estabelece as razões da prática
de determinado ato.
1.3.2.1.1. Exemplo: a licença prêmio somente podia ser
concedida ao funcionário que completasse 05 anos
de serviço, sem punições e sem ultrapassar número
certo de faltas justificadas.
1.3.2.1.2. Qual o motivo dessa licença prêmio? Completar 05
anos, sem punições e sem ultrapassar número de
faltas (exemplo vinculado).
1.3.2.2. Será discricionário se a lei não definir as razões para a
prática do ato, deixando-as ao inteiro critério da
Administração.
1.3.2.2.1. Exemplo: exoneração de cargo em comissão. O
Governador pode a qualquer momento contratar ou
demitir um funcionário comissionado, como um
secretário, sem motivo. A mesma coisa um
desembargador com um assessor.
1.3.2.2.2. Porque essa exoneração é discricionária? Porque
não exige um motivo.
Motivo X Motivação
Motivo: elemento do ato; causa para a prática do ato.
Motivação: o dever que a administração tem de justificar seus atos , apontando os
fundamentos de fato e de direito, além da correlação lógica entre os fatos ocorridos e
praticados, indicando a compatibilidade da conduta com a lei. A motivação é
explicitar o motivo. É, via de regra, obrigatória.
- Exemplo: determino o cancelamento do concurso público por razões de
interesse público.
- Motivo: interesse público
- Motivação: nesse caso não há. Seria a explicação do porquê o concurso
público fere o interesse público (perigo de contaminação por covid
durante a pandemia, falta de dinheiro público para realização do
concurso… A causa que fere o interesse público no ato.).
- Teoria dos Motivos Determinantes: segundo a teoria dos motivos
determinantes, a validade do ato se vincula aos motivos indicados como seu
fundamento, de modo que, se inexistentes ou falsos, acarreta a nulidade do ato,
não se admitindo a sua substituição (do motivo).
- Quando um motivo é indicado como causa de um ato, aquele motivo se
atrela ao ato e não pode ser modificado. Ele se torna determinante para a
prática do ato. Você não pode alterar o motivo daquele ato, mesmo que
por um motivo verdadeiro. O motivo atrelado ao ato permanece atrelado
ao ato até o final. A alteração do motivo no meio do ato administrativo
feriria o direito à ampla defesa.
- Exemplo: uma empresa participou de uma licitação e foi acusada
por outra empresa participante de falsificar um documento. O
Estado parou a licitação e abriu um inquérito investigativo sobre
o caso. Na investigação a Administração constatou que os
documentos foram falsificados, como punição a empresa ficou
impossibilitada de licitar durante 5 anos. O motivodo ato de
investigação foi a suposta falsificação.
- Posteriormente se constata que o documento não foi falsificado,
mas houveram erros no mesmo. A Administração pública pode
aproveitar esse ato modificando o motivo de “falsificação” para
“erro”? Não. É necessário criar um novo ato administrativo que
tenha como motivo o erro, já que o motivo permanece atrelado ao
ato até o final.
1.4. Objeto - V/D;
1.4.1. Conceito: é o efeito jurídico imediato que o ato produz, o que
este decide, certifica, opina, atesta.
1.4.1.1. Exemplo: ato de demolição. Qual o objeto? a demolição.
1.4.1.2. Exemplo²: ato de nomeação. Objeto: a nomeação
1.4.1.3. Exemplo³: ato de desapropriação. Objeto: a
desapropriação.
1.4.2. Discricionariedade e Vinculação do Objeto:
1.4.2.1. O objeto, nos atos administrativos discricionários, fica na
dependência da escolha do Poder Público.
1.4.2.1.1. Demissão ou advertência.
1.4.2.2. Será vinculado quando a lei estabelecer apenas um objeto
como possível para atingir determinado fim.
1.4.2.2.1. Exemplo: licença para construir. A autoridade
competente tem que expedir a licença se todos
requisitos forem satisfeitos por quem a requer.
1.5. Finalidade - V.
1.5.1. Conceito: é o resultado prático que se propõe alcançar com o ato.
É o bem jurídico que pretende proteger.
1.5.1.1. Finalidade geral: interesse público
1.5.1.2. Finalidade específica: aquela prevista em lei para aquele
ato específico.
1.5.1.2.1. Diferença entre finalidade específica e motivo:
1.5.1.2.1.1. Abrir vaga para concurso: motivo
1.5.1.2.1.2. Preencher as vagas: finalidade específica
Exemplo prático:
O SECRETÁRIO de desenvolvimento urbano, através de uma PORTARIA, determina
a DEMOLIÇÃO de uma casa que estava com as ESTRUTURAS
COMPROMETIDAS, para EVITAR UM DESASTRE.
- Competência (V): o Secretário da secretaria de desenvolvimento urbano
- Forma (V): portaria
- Motivo (V/D): estrutura comprometida
- Objeto (V/D): demolição
- Finalidade geral (V): interesse público
- Finalidade específica: evitar um desastre
ATO VINCULADO: quando todos elementos do ato estiverem vinculados na lei.
ATO DISCRICIONÁRIO: quando o motivo ou o objeto forem discricionários.
- Mérito do Ato Administrativo (motivo; objeto): parte discricionária do ato.
Aquela parte que cabe ao gestor analisar e decidir. Via de regra o judiciário não
pode intervir.
AULA VII
Perfeição, Validade e Eficácia
- O ato administrativo é perfeito quando esgotadas as fases necessárias à sua
execução (ex: requisitos para expedição do Decreto Expropriatório).
- O ato administrativo é válido quando foi expedido em absoluta conformidade
com as exigências do sistema normativo (ex: tombamento de bem para
proteção histórica, cultural ou paisagística).
- O ato administrativo é eficaz quando está disponível para a produção de seus
efeitos próprios; (ex: condição, termo ou ato controlar de outra autoridade -
homologação).
Vícios do Ato Administrativo
● Vícios de competência:
○ Usurpação de função (art. 328 do CP): é quando um agente público
usurpa uma atribuição que não é dele. Ex: um oficial de justiça que senta
na cadeira do juiz e emite uma sentença. Ex²: um agente fazendário, da
secretaria da fazenda, faz uma autuação à empresa, sem ter essa
atribuição, que é típica do auditor fiscal. A usurpação de função não é
convalidado porque é crime.
○ Excesso de poder: quando o agente público pratica um ato para o qual
ele tem atribuição, mas com excesso. Ex: um policial pode realizar
determinada prisão, mas apenas com expedição prévia de mandato, mas
ele realiza mesmo assim. Ex²: um fiscal exercendo sua função de rotina
com a atribuição de autuar, desarmando e recolhendo mercadorias, mas
sem apreender a mercadoria. Mesmo assim o agente apreender a
mercadoria, excedendo o seu poder.
● Vícios de objeto: é elemento básico que se confunde com seu conteúdo. Ex:
desapropriação - o objeto é a desapropriação; realização de concurso - o objeto
é a realização do concurso. A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado
do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo.
○ Proibido pela lei: um Município que desaproprie bem imóvel da União;
○ Impossível, porque os efeitos pretendidos são irrealizáveis, de fato ou de
direito; por exemplo: a nomeação para um cargo inexistente;
○ Imoral, por exemplo: parecer emitido sob encomenda, apesar de
expressar o exato entendimento de quem o profere e de acordo com a
Lei.
○ Incerto em relação ao destinatário, às coisas, ao tempo, ao lugar; por
exemplo: desapropriação de bem não definido com precisão.
● Vício de forma: vício de forma consiste na omissão ou na observância
incompleta ou irregular de forma ou formalidades indispensáveis à existência
ou seriedade do ato.
○ Se a lei expressamente diz como o ato deve ser praticado e o ato é
praticado de outra forma, se tem um vício de forma. Se for possível
convalidar pode-se consertar, senão não.
○ Exemplo: o decreto expropriatório é a forma que deve revestir o ato do
Chefe do Poder Executivo; o edital é a única forma possível para
convocar os interessados em participar da concorrência.
● Vício quanto ao motivo: ocorre quando a matéria de fato ou de direito, em que
se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada
ao resultado obtido.
○ Exemplo: se a Administração pune um funcionário, mas este não
pratica qualquer infração, o motivo é inexistente; se ele praticou uma
infração, mas não praticou ESTA infração, o motivo é falso.
● Vício quanto a finalidade: trata-se do desvio de finalidade, definido pela Lei
n° 7.717/65 como aquele que se verifica quando “o agente pratica o ato visando
a fim diverso daquele previsto, explícita implicitamente, na regra de
competência''.
Convalidação ou Saneamento
- A convalidação é o suprimento da invalidade de um ato, com efeitos
retroativos. A providência corretamente tomada no presente tem o condão de
valer para o passado.
- A Administração não pode convalidar um ato viciado se este já foi impugnado,
administrativa ou judicialmente.
- A convalidação serve para que um ato não precise ser anulado. Um ato
acessório vai corrigir o vício do ato viciado.
- Perante atos inválidos o Agente Público não tem discricionariedade
administrativa que lhe permita escolher com liberdade se convalida um ato
viciado ou deixa de fazê-lo. Se for possível, deve convalidar-lo.
- Ressalvada a hipótese: tratando-se de vício de competência em ato de conteúdo
discricionário. Caberá à autoridade competente decidir.
- Formas de convalidação:
- quanto ao sujeito, se o ato for praticado com vício de incompetência,
admite-se a convalidação.
- Ratificação, desde que não se trate de competência outorgada
com exclusividade (só determinado agente pode praticar esse
ato).
- quanto à forma: a convalidação é possível se ele não for essencial à
validade do ato.
- quanto ao motivo, à finalidade e ao objeto: não há possibilidade de
convalidação
Atributos do Ato Administrativo
● PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE (decretos e atos de acordo com a lei.
Quem está certo em relação à lei?. Exemplo: quando um agente de trânsito diz
que seu carro está estacionado em lugar indevido deve-se assumir aquilo como
verdadeiro, mesmo que eventualmente não esteja); E VERACIDADE (fatos de
acordo com a verdade.Quem está certo em relação à verdade? Exemplo: um
agente de trânsito diz que você estava falando no celular e você diz que não
estava. A palavra do servidor tem a veracidade presumida.).
● IMPERATIVIDADE: submissão ao ato administrativo, de todos que estejam
sob a sua incidência, independentemente de sua concordância. DIF. De multa
contratual privada em que há prévio consentimento. Exemplo: forma de
pagamento de tributo. Formulário… data…
● AUTOEXECUTORIEDADE: o poder que a administração pública tem de
realizar alguns atos com coerção direta ou indireta, independentemente de
autorização judicial, quando há previsão legal ou situações urgentes. Exemplo:
a Administração precisar barrar uma obra que está sendo feita em área de
proteção ambiental, ele não precisade autorização judicial para isso.
○ Exigibilidade - meios indiretos de coerção. Exemplo: cobrança de
multa vinculada ao licenciamento do veículo.
○ Executoriedade - meios diretos de coerção. Exemplo: demolição de
construção em área pública (prevista em lei), ou de imóvel ameaçado de
desabamento (situação urgente).
AULA VIII
Classificação do Ato Administrativo
1. Quanto aos seus destinatários (quem será atingido pelo ato)
a. Atos gerais (instruções normativas):
i. Conceito: tem uma abstração e generalidade genuína, atingindo à
uma gama indefinida de destinatários. Não se pensa em um
sujeito específico. Não atinge a todas as pessoas, mas atinge de
forma indiscriminada todos aqueles que se submetem a
determinada situação prevista no ato.
ii. Exemplo: instrução normativa de coleta de imposto.
b. Atos individuais ou especiais (decretos de desapropriação, de
nomeação):
i. Conceito: são Atos Administrativos com destinatários
específicos.
ii. Exemplo: na nomeação em concurso público aparecem os nomes
específicos de todos os aprovados.
iii. Exemplo²: em um decreto de desapropriação
2. Quanto ao seu alcance (os efeitos do ato são internos à administração?)
a. Atos internos (ato punitivos, circulares internas)
b. Atos externos (licença, autorização)
3. Quanto ao seu objeto
a. Atos de império (utiliza supremacia e são impostos aos particulares):
i. Conceito: são aqueles impostos aos particulares, em que é
utilizada a supremacia do interesse público.
ii. Exemplo: desapropriação; requisição
b. Atos de gestão (não utiliza a supremacia; servem à gestão da máquina
pública):
i. Conceito:
ii. Exemplo:
c. Atos de expediente:
i. Não tem conteúdo decisório relevante
ii. Exemplos: despachos; andamento dos procedimentos;
movimentação do processo de um setor para o outro
4. Quanto ao regramento
a. Atos vinculados:
i. Sem margem de escolha do agente público
b. Atos discricionários:
i. Com margem discricionária (de escolha) do agente no motivo ou
no objeto
5. Quanto a formação do ato
a. Ato simples:
i. Conceito: resulta da manifestação de um único órgão, unipessoal
ou colegiado (nomeação/decisão órgão colegiado)
1. Unipessoal: juiz
2. Colegiado: turma dos desembargadores (exemplo do
judiciário). No ato colegiado, por mais que mais de um
agente participe da decisão, a decisão é feita de forma
única pelo mesmo órgão.
b. Ato complexo:
i. Conceito: é aquele que se forma pela conjugação de vontade de
mais de um órgão administrativo.
ii. Exemplo: decreto presidencial/ministério. Um decreto sobre a
pandemia vem assinado pelo presidente e pelo ministro da saúde
c. Ato composto:
i. Conceito: é o ato que se forma pela vontade única de um órgão,
embora dependa do referendo por parte do outro, para se tornar
exequível.
ii. Exemplo: nomeação de Ministro do STF. O ato administrativo de
indicação é feito pelo PR, mas só produzirá efeitos se for
referendada pelo Senado.
iii. O ato existe desde quando o PR manifestou sua vontade
AULA IX
Espécies de Atos Administrativos
1. Atos Normativos:
a. Conceito: são aqueles que têm um certo grau de abstração e
generalidade e servem para regulamentar determinadas normas no
âmbito administrativo. Se assemelha ao texto de uma lei (genérico,
abstrato, regulamentação ampla). Normalmente servem para
regulamentar o cumprimento de uma lei.
b. Decretos (Individual ou Geral: normativo ou regulamentar. Chefe do
executivo). *Apenas Decretos Gerais são Atos Normativos.
c. Resoluções (efeito interno-órgão colegiado. Ex: Dia das Sessões adm.
do TJ).
d. Deliberações (efeito externo) normativos ou decisórios emanados de
órgãos colegiados. Ex: Vestimenta dos Advogados em sessões do TJ.
2. Atos Ordinatórios
a. Sem conteúdo decisório relevante. Tem alguma relevância interna ou
externa, mas não decisória.
b. Instruções: orientação interna das repartições
c. Circulares: também para orientações internas, mas com menor
abrangência que as instruções
d. Portaria: transmitir decisões de efeitos internos; designações; instaurar
inquérito administrativo
e. Ordens de Serviços: início de obras ou serviços públicos
f. Ofícios: comunicação dos agentes entre si
g. C.I: Comunicações Internas
h. Despachos: transmitem decisões em geral, de caráter simples, sem
conteúdo decisório relevante. Ex: solicitar uma perícia, solicitar um
documento
3. Atos Negociais:
a. Conceito: aquele Ato Administrativo que é praticado pela adm. pública
de forma unilateral, porém com a solicitação ou anuência do
administrado. Ocorre em decorrência da solicitação ou anuência de
quem sofrerá os efeitos do ato. Todos são atos unilaterais.
b. Se é solicitado pelo administrado porque é um ato unilateral?
Porque apenas a administração decide.
i. Ex: um popular solicita abrir uma banquinha de revista na
calçada.
c. Autorização: ato unilateral, discricionário (analisar a conveniência e a
oportunidade) e precário - atividade material - Ex: porte de arma
i. Precariedade: pode ser revogado a qualquer momento e não gera
indenização
d. Permissão: ato unilateral, discricionário e precário - serviço público;
uso de bem público - Ex: transporte público; banca de jornal; quiosque
na praia
i. Tem um pouco mais de estabilidade do que a Autorização, é um
pouco menos precário
e. Licença: ato unilateral e vinculado (não há margem de escolha do órgão
público); gera um dir. subjetivo ao cidadão. Conferência dos requisitos
legais e autorização. Ex: alvará
f. Aprovação: discricionário - verifica o mérito de outro ato - Ex: parecer
técnico emitido para avaliar área a ser desapropriada. Aprova o mérito
de determinado ato
g. Admissão: vinculado - defere situação jurídica - Ex: aprovação em
concurso público
h. Visto: vinculado - ato de ciência sem exame do mérito - Ex: empréstimo
de servidor para auxiliar em outra área da adm. Quando terminar o prazo
do empréstimo é emitido um Visto dando ciência que o servidor voltará
a sua função original
i. Homologação: ato negocial final - vinculado - ato de controle sobre a
legalidade/conveniência e oportunidade - autoridade superior aprova ou
reprova
j. Dispensas: discricionário - liberação de dever legal - Ex: dispensa do
serviço militar
4. Atos Punitivos
a. Poder Disciplinar
b. Advertência (já é um ato punitivo em si)
c. Sempre de natureza formal
d. Afastamento do cargo ou função (suspensão) até 30 dias - infração
média
e. Demissão - vinculadas - ato punitivo que rompe o vínculo do servidor
com a administração - infração grave
i. *Exoneração: desligamento não punitivo do servidor. Ex:
desligamento de assessores; quando o servidor pede a exoneração
f. Aposentadoria compulsória - proporcional ao tempo de serviço -
normalmente aplicado a cargos vitalícios.
i. Para haver demissão de determinados servidores (vitalícios) é
preciso haver sentença criminal transitada em julgado, por isso se
aposenta compulsoriamente
ii. O processo criminal segue, e se for julgado procedente poderá
haver a cassação da aposentadoria compulsória (determinação do
juiz)
_____________________________________________________________________
g. Contratual/Poder de Polícia
h. Multa/advertência
i. Rescisão unilateral do contrato
j. Interdição de atividade
5. Atos Enunciativos
a. Conceito: são atos que verificam uma constatação ou emissão de
opinião. Não possui caráter decisório.
b. Certidões (livros e arquivos): qualquer cidadão pode requerer certidão
de fatos que dizem respeito a sua pessoa
c. Pareceres (opinativos): atos enunciativos. A autoridade administrativa
quem ir deferir a decisão, seguindo o parecer ou não
i. Vinculantes: não dá uma discricionariedade para o agente que irá
decidir. Mesmo quando é vinculante a autoridade pode pedir
outro. É vinculante mas enunciativo.
ii. Não vinculantes (maioria): opinativos.
Extinção do Ato Administrativo
● Execução material (Ex: demolição de uma casa);
● Implemento de condição resolutiva ou termo final (Ex: autorizações de
ambulantes no carnaval)
○ Termo: prazo final
AULA X
Organização Administrativa do Estado
● Administração Pública Direta:
- A União fragmentaseu poder para melhor atender as necessidades
administrativas. O Ente maior se divide em alguns órgãos para poder melhor
cumprir suas funções. A também chamada Administração Pública Centralizada
é composta pelos Entes políticos da Federação:
- União;
- Estado;
- Municípios;
- Distrito Federal;
- Órgãos integrados na estrutura administrativa do Poder Executivo
(Ministérios, Secretarias, etc).
● Administração Pública Indireta:
- Entes criados pela Adm Pública Direta para realizar determinadas atividades.
- A Administração Pública Indireta é composta pelos Entes que integram a
Administração Pública Descentralizada, quais sejam:
- Autarquias (autônomas. Ex: UFBA; INSS…);
- Fundações Públicas (Fiocruz);
- Sociedades de Economia Mista (Petrobras);
- Empresas Públicas (Caixa Econômica Federal).
- Por que a Administração Pública DIRETA não exerce essas funções? Para
entregar autonomia a determinados serviços (Federais) ou em caso de serviços
muito específicos (INSS)
● Características da Administração Pública Direta:
- São entes autônomos e possuem personalidade jurídica de Direito Público
Interno (a União tem personalidade jurídica de Direito Público externo, sendo a
representante do país no exterior);
- Controladores dos entes da Administração Pública Indireta (são criados
pela Adm. Pública Direta). Os entes da Adm. Indireta são autônomos, mas há
um vínculo de controle com a Direta. É um controle finalístico das atividades
exercidas;
- Gozam de imunidade tributária recíproca (não pagam imposto entre si -
impostos diretos). Ex: carros do município, Estado e União, não pagam IPVA
para o município, os imóveis idem. Imposto sobre consumo paga normalmente;
- Gozam de prerrogativas do regime jurídico administrativo. Tem
personalidade jurídica de direito público (autoexecutoriedade, presunção de
veracidade…)
- Possuem foro privilegiado. Instância específica do judiciário para processar e
julgar os processos dos quais esses Entes fazem parte. Se eu processo um
colega esse processo é julgado na vara cível comum, se eu processo um Ente da
Adm Direta ele será julgado em um tribunal especial, como vara da fazenda
pública. Processos que envolvem a União são julgados pela justiça federal;
- Responsabilidade civil objetiva em relação aos atos que pratica. Não é
necessário provar dolo ou culpa para ser responsabilizado por dano a terceiro.
Deve-se indenizar o prejudicado independentemente da comprovação de dolo
ou culpa pelos entes da Adm Pública Direta;
- *Responsabilidade civil subjetiva (a mais comum): o sujeito só é
responsabilizado se for comprovado dolo ou culpa
- Seus bens são inalienáveis; impenhoráveis; imprescritíveis. Os bens da
Adm. Pública Direta tem tratamento especial, via de regra não pode vender
seus bens (inalienáveis), principalmente se tratando de bens imóveis (precisa
haver justificativa da venda e lei - uma ou duas - que desafete aquele bem a
atividade que ele exerce e autorize a licitação e venda. Bens móveis também
são inalienáveis, mas não necessita de lei para autorizar a venda;
- Alienação: termo genérico. Significa transferência da titularidade (Ex:
venda; doação; permuta…)
- Venda: espécie de alienação
- Impenhoráveis: um bem da Adm Pública não pode ser dado como
garantia em processos judiciais ou penhorados no mesmo.
- Imprescritíveis: não sofrem prescrição aquisitiva (usucapião)
- Pagamentos de sentença por precatório: deve ser pago em até 1,5 ano após
trânsito em julgado de sentença condenatória. Tem haver com a
impenhorabilidade, pois não é necessário penhorar bens já que as sentenças
serão pagas através dos precatórios;
- Obrigatoriedade de licitação: tem que realizar concurso público; pode sofrer
fiscalização do MP e do Tribunal de contas.
● Características da Administração Pùblica Indireta
- Autarquias: são pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente
administrativa, criadas por lei específica, para realização de atividades, obras
ou serviços descentralizados da entidade estatal que as criou.
- Descentralização: nova pessoa jurídica é criada
- Desconcentração: as atividades de um mesmo Ente são
redistribuídas internamente. Ex: União cria um ministério
- Tem que haver lei ESPECÍFICA para se criar uma autarquia. Não pode
ser criada no artigo de uma lei que trata de outro assunto, mesmo que do
mesmo tema.
- Podem desempenhar atividades:
- Econômicas (Banco Central);
- Educacionais (Universidades Federais e Estaduais);
- Previdenciárias (INSS), etc
- Principais características:
- Instituídas por lei;
- São entes autônomos;
- Estão sujeitas ao controle estatal;
- Gozam de imunidade tributária;
- Gozam de prerrogativas estatais;
- Possuem foro privilegiado;
- Responsabilidade civil objetiva;
- Bens (inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis);
- Pagamento de sentença por precatórios;
- Obrigatoriedade de licitação; tem que realizar concurso público;
pode sofrer fiscalização do MP e do Tribunal de contas
- Praticamente um clone da Administração Pública Direta
- Fundações Públicas: a fundação instituída pelo Poder Público, caracteriza-se
por ser um patrimônio público, a que a lei atribui personalidade jurídica de
direito público ou privado, para consecução de fins públicos. Também é um
clone da Administração Pública Direta.
- A administração pública destina um orçamento para determinado fim e
personifica um Ente para isso, a Fundação Pública.
- Características das fundações públicas:
- Instituídas por lei (Criação x Autorização);
- São entes autônomos;
- Sujeitas ao controle estatal;
- Dotação patrimonial pelo poder público;
- Formada através de recurso público (dinheiro ou bens)
para criação dela
- Gozam de imunidade tributária;
- Administração pública indireta gozam de prerrogativas estatais;
- Possuem foro privilegiado;
- Responsabilidade civil objetiva;
- Bens (inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis);
- Pagamento de sentença por precatórios;
- Obrigatoriedade de licitação; tem que realizar concurso público;
pode sofrer fiscalização do MP e do Tribunal de contas
- Praticamente um clone da Administração Pública Direta
- Fundações Públicas de Direito Privado:
- São instituídas por lei específica, cabendo a lei
complementar a especificação das suas áreas de atuação
(art. 37, XIX, CF)
- Seguem, pois, regime geral das pessoas privadas: CLT;
Registro de Estatutos, etc
- *Se a atividade que você vai criar precisa de mais
agilidade, dar-se-á a criação de Fundação Pública de
Direito Privado, pois o concurso é mais ágil, a lei que a
institui é mais simples… etc
- Características:
- Exigência de concurso público;
- Proibição de acumular cargos;
- Procedimento licitatório;
- Prestação de contas ao Tribunal de Contas;
- Prescrição quinquenal;
- Os atos dos dirigentes são equiparados a atos de
autoridade para fins de mandado de segurança e,
quando lesivos do patrimônio da entidade,
sujeitam-se a anulação por ação popular
- Sociedades de Economia Mista:
- Empresas Públicas:

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