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Direito Administrativo I Discente: José Andrade Soares Neto Docente: Rafael Diniz Gonçalves Ferrero AULA I Provas Primeira Unidade: 26/09/2022 (até ato administrativo) Segunda Unidade: 28/11/2022 A prova costuma ter 3 questões teóricas e práticas. É muito importante fazer as provas anteriores. As provas valem 10. O assunto Ato Administrativo sempre cai na prova. Bibliografia - Curso de Direito Administrativo - Celso Antônio Bandeira (é denso e mal esquematizado, mas tem todo conteúdo) - Curso de Direito Administrativo - Marçal Justen Filho (fala bem sobre ato administrativo. É bem esquematizado) - Curso de Direito Administrativo - Dirley da Cunha Júnior (também é objetivo/esquemático, mas não tanto quanto o professor Marçal. Tem uma leve preocupação com concursos públicos) - O Novo Direito Administrativo e Governança Pública - Leandro Zannoni - Uma Teoria do Direito Administrativo - Gustavo Binenbojm - Maria Sylvia di Pietro - Tratado de Direito Público (oposição a Binenbojm) - Manual de Direito Administrativo - Irene Nohara AULA II Direito Administrativo: Conceito e Caracteres da Administração Pública Estado: Finalidade e Elementos Finalidade: - Realizar o bem comum (legislar; exercer a jurisdição, administrar/realizar políticas públicas). Elementos: - Povo/População (componente humano). - Território (base física). - Governo soberano (elemento condutor). Poderes/Funções do Estado - Monarquias absolutistas. - Montesquieu (O Espírito das Leis - 1748). Limitação dos Poderes. - Poderes do Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário. - Predominância da função exercida (check and balances - Sanção do PR). - O poder executivo tem como função predominante a atividade executiva, mas ele exerce, também, um pouco de função jurisdicional e legislativa. Assim é com os três poderes: eles exercem predominantemente a sua função original, mas exercem de forma secundária as demais funções. - Exemplo de função legislativa do executivo: decreto regulamentar; medida provisória. - Exemplo de função jurisdicional do executivo: processo administrativo; indulto/graça do PR. - O poder legislativo tem como função predominante a atividade legislativa, mas executa função administrativa e judicial de forma secundária. - Função administrativa: concurso. - Função jurisdicional: impeachment. - O poder judiciário tem como função predominante a atividade judiciária, mas executa função legislativa e executiva de forma secundária. - Função executiva: concurso; conceder licença/férias aos servidores. - Função legislativa: quando edita normas regimentais. - Função Legislativa; Função Jurisdicional; Função Administrativa. Função ou Atividade Administrativa Função ou Atividade Administrativa: não se resume à prestação de serviços públicos, compreende: 1. Gestão da máquina estatal (licitação, concurso); 2. A prestação de serviços públicos; 3. Exercício do poder de polícia; 4. A atividade de fomento: a. O fomento abrange a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de utilidade pública (como, p. ex., o incentivo que se dá a entidades do terceiro setor como o SESC, SENAI, SEBRAE etc. - que são pessoas de direito privado). Qualquer tipo de incentivo feito pelo Estado para entes privados realizarem atividades de utilidade pública. Conceitos da Administração Pública Sentido subjetivo, formal ou orgânico (qual agente público/ente exerce): - designa os entes que exercem a atividade administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer a função administrativa. - leva em conta os sujeitos da administração; os entes que compõe a administração Sentido objetivo, material ou funcional (quais atividades aquele agente público/ente exerce): - designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo. - Carvalho Filho: atividade de caráter interno (entre órgãos) e de caráter externo (com cidadãos). A Origem do Direito Administrativo - Surge na França com a formação do Estado de Direito. Revolução Francesa (início do séc. XIX - 1800). - Direito capaz de regular a atividade do Estado, conferindo prerrogativas para viabilizar suas atividades e ao mesmo tempo limitando os seus poderes para assegurar a sua atuação equilibrada em prol do bem comum. - “A liberdade administrativa cessa onde principia a vedação legal. O executivo opera dentro dos limites traçados pelo Legislativo, sob a vigilância do Judiciário.”. - No Brasil o Decreto 608/1851 cria oficialmente a cadeira de direito administrativo nas universidades. Primeiro autor de direito administrativo brasileiro: Vicente Pereira do Rego (Fac. Recife). Outra Versão Sobre a Origem do Direito Administrativo (Lado B) - Forma de consolidar o poder da burguesia e manter os cidadãos afastados do poder. - A criação do direito especial administrativo (com prerrogativas e derrogações) não surgiu da vontade popular (parlamento), mas a partir de decisões pretorianas do Conseil d’État francês que as determinou vinculantes. - O conselho decidia, em última instância, os conflitos entre a administração e cidadãos. Função do Direito Administrativo: - Criar mecanismos funcionais de poder que possibilitem a administração pública. Conceitos de Direito Administrativo - “É o ramo do Direito Público que disciplina a função administrativa (seja os poderes executivo, legislativo ou judiciário) e os órgãos que a exercem” (Celso Antônio Bandeira de Mello, 2004). - “Conjunto de normas jurídicas de direito público que disciplinam as atividades administrativas necessárias à satisfação dos direitos fundamentais, a organização e o funcionamento das estruturas estatais e não estatais encarregadas de seu desempenho." (Marçal Justen Filho, 2016). - "Conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir." (Carvalho Filho, 2015). Fontes do Direito Administrativo 1. CF - Art. 37 2. Leis - ex: 8.666/93 e 14.133/21 (licitações e contratos) 3. Atos administrativos - decretos; resoluções… 4. Jurisprudência 5. Doutrina 6. Prática administrativa reiterada (costume) 7. Código de polícia administrativo Codificação do Direito Administrativo ● Não codificação ● Codificação parcial ● Codificação plena Sistemas do Direito Administrativo - Sistema do Contencioso Administrativo: regras separadas e julgamento com coisa julgada (sistema francês). - Separação entre os tipos de regra para tratamento - Regras do Direito Administrativo separadas das regras do Direito Civil com coisa julgada, ou seja, assunto já definido. - Decisões administrativas não podem ser recorridas ao judiciário. Regras separadas*: relação entre privados é regulada pelo direito civil, relações que envolvem o público são julgadas pelo direito administrativo. - Sistema de Jurisdição Única: regras unificadas e julgamento sem coisa julgada (sistema inglês). - Regras do Direito Administrativo unificadas com regras do Direito Civil. - Decisões administrativas podem ser recorridas ao judiciário. - Sistema Brasileiro (misto): regras separadas, como o francês, sem coisa julgada, como o inglês. *TalkShow próxima aula. Ler texto disponibilizado no portal. AULA III O Regime Jurídico Administrativo O que é Regime Jurídico Administrativo? Um conjunto de regras e princípios jurídicos que servem para balizar o tratamento das relações jurídicas em que a administração pública participe havendo um interesse público envolvido. Debate: O que é interesse público? (primário e secundário) 1. Interesse público primário: há interesse público primário quando a administração pública realiza alguma atividade que seja de interesse da coletividade de forma direta (há interesse direito de comunidade. Prestação de serviços públicos diretos à sociedade - escola, upa, auxílios…). 2. Interesse público secundário: é quando a administração públicanecessita realizar atividades e melhorias que não irão necessariamente atender ou satisfazer de forma direta e imediata a sociedade, mas poderão atender a necessidades da administração ou da gestão que a conduz refletindo de forma indireta nos interesses sociais. Aparelhar a administração para melhor servir (comprar computadores novos para os servidores atenderem com mais celeridade). ➔ Supremacia do interesse público sobre o particular (prerrogativas: autotutela; auto-executoriedade; desapropriação). ◆ Autotutela: permite que a administração pública cancele os seus atos se entenderem que eles são ilegais ou desnecessários, sem precisar acionar o judiciário. ◆ Desapropriação: uma forma de intervenção do Estado na propriedade privada. O Estado pode desapropriar seu bem em prol do interesse coletivo. ◆ Auto-executoriedade: a administração pública pode, independentemente do poder judiciário, realizar atos concretos de urgência para viabilizar o interesse público, ainda que cause prejuízos ao particular. ➔ Indisponibilidade do interesse público pela administração (alterar valor do imposto, multa, juros…): a administração pública, por via de regra, não pode dispor dos seus bens e dos seus interesses ao bel prazer do gestor público. Exemplo: um secretário de fazenda recebe um requerimento para que sejam abatidas dívidas de uma grande empresa do município. Por regra ele não tem essa autonomia, só pode ser autorizada por lei específica. AULA IV No geral as relações privadas são regidas pelo Direito Civil e as relações que envolvem o público são regidas pelo Direito Administrativo, salvo raras exceções. Por exemplo: o Estado quer alugar um imovel para determinada classe de funcionários tenha um camarote no carnaval, e para isso aluga o imovel de Bianca. Como não há interesse público, Bianca e o Estado estarão em uma relação de igual para igual, regida pelo Direito Civil. - Do princípio da supremacia do interesse público ao dever da proporcionalidade (Binenbojm). O princípio da supremacia do interesse público existe, mas ele precisa ser exercido de forma proporcional. - (Ex: Supremacia - Escolha de área para desapropriação); (Ex2: áreas disponíveis - comunidade ocupa uma delas). - Organicismo (Hegel). Supremacia do organismo estatal. Fomento a regimes totalitários. - É relevante tornar a olhar para os interesses individuais para a concretização do princípio da dignidade da pessoa humana. ● Utilitarismo (soma de interesses individuais). Deve prevalecer o que for mais benéfico para uma maioria de cidadãos. Pode contrariar direitos fundamentais. Exemplo: Controle de leitos hospitalares. ● Neoconstitucionalismo como proposta. Prega pela utilização dos princípios constitucionais para ponderar as situações. Normas/Regras/Princípios Leitura Principiológica no Pós-Positivismo 1. Princípios Expressos ou Explícitos (LIMPE): 1.1. Legalidade 1.1.1. Conceito: o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bem-comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato invalido. 1.1.2. Legalidade Direito Público x Direito Privado 1.1.3. Lei x Decreto x Decretos autônomos 1.1.4. Ilegalidade - nulidade x inconveniência - revogação 1.1.5. Exemplos importantes: 1.1.5.1. Questões de prova de concursos públicos (mérito x legalidade). 1.1.5.2. Edital de licitação - respeito à lei. 1.1.5.3. Tendências atuais: ampliação da legalidade (juridicidade) (constitucionalização) e restrição da discricionariedade - pois deve estar pautada nos princípios da CF. 1.2. Impessoalidade 1.2.1. Conceito: o administrador público está impedido de praticar o ato visando a alcançar interesse próprio ou de terceiros. Todo ato administrativo deve ter por meta o interesse público indicado na norma legal, sob pena de violação ao princípio da impessoalidade. 1.2.2. Preferência de atendimento em repartições; 1.2.3. Propaganda do governante em obra pública 1.3. Moralidade 1.3.1. Conceito: a Administração Pública e seus agentes têm o dever de agir obedecendo a princípios éticos. Compreendem-se em seu âmbito os princípios da lealdade e da boa fé, segundo os quais a Administração deverá proceder em relação aos administrados com sinceridade e transparência. 1.3.2. Imoralidade leva a invalidação do ato, independente da ilegalidade. 1.3.3. No geral a lei segue a moralidade, mas pode acontecer de um agente público seguir a lei e ferir o princípio da moralidade, tornando seu ato nulo. 1.4. Publicidade 1.4.1. Conceito: é o dever de divulgação oficial dos atos administrativos para conhecimento público e início de seus efeitos externos. 1.4.2. Ocorre através do diário oficial; 1.4.3. Intimação pessoal (e-mail); 1.4.4. Efeito perante terceiros. 1.5. Eficiência 1.5.1. Conceito: o princípio da eficiência é o que se impõe a todo agente público a realizar suas atribuições com presteza, perfeição, rendimento e rapidez. NÃO basta que o administrador público desempenhe suas atividades com a observância da lei, sendo indispensável que as desempenhe com resultados positivos para o serviço público e com atendimento satisfatório das necessidades coletivas. Norma jurídica: a interpretação que se extrai das regras ou princípios para a aplicação nos casos concretos. A norma jurídica só existe quando interpretada. É o que se extrai do texto legal. AULA V 2. Princípios Implícitos (RPM): 2.1. Razoabilidade 2.1.1. Conceito: reflete a ideia de que a Administração, ao atuar no exercício de atividade discricionária, deve observar critérios aceitáveis do ponto de vista racional. Havendo duas ou mais opções ao administrador, deve ser eleita a mais razoável. 2.1.2. Exemplo: agentes de saúde, trabalho de prevenção. 2.2. Proporcionalidade 2.2.1. Conceito: as competências administrativas só podem ser validamente exercidas na extensão e intensidade proporcionais ao que seja realmente demandado para cumprimento da finalidade de interesse público a que estão atreladas. 2.2.2. Exemplo: Sanção Administrativa. Se o servidor faltar 1 dia não é proporcional um afastamento de um mês sem remuneração. 2.2.3. Requisitos de aplicação: Adequação; Necessidade, Proporcionalidade em Sentido Estrito. 2.2.4. Diferenças entre Razoabilidade e Proporcionalidade: enquanto a proporcionalidade consiste na graduação da medida (proibição do excesso), a razoabilidade leva em conta análises de adequação e compatibilidade entre a medida adotada e o caso concreto. 2.3. Motivação 2.3.1. Conceito: o princípio da motivação acarreta para a Administração o dever de justificar seus atos, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato. 2.3.2. Exemplo: se o agente público faz algo ele precisa explicar o porquê. 2.3.3. Obs: a ausência de motivação, acarreta na nulidade do ato administrativo. Poderes da Administração Pública Conceito: tratam-se de poderes instrumentais da Administração, pois servem como ferramentas conferidas aos seus prepostos para a realização das suas atividades com vistas ao atendimento do interesse público. São os meios instituídos pelos quais a Administração pública pode exercer seu poder. 1. Poderes: Vinculado e Discricionário 1.1. Poder Vinculado ou regrado: é aquele que a lei confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinando os elementos e os requisitos necessários à sua formação. 1.2. Poder Discricionário: quando a administração pública pratica o ato com liberdade de escolha de seu conteúdo ou objeto, de sua conveniência, de sua oportunidade e do modo de sua realização de maneira a considerar o interesse público, diz-se que está atuando através do poder discricionário. 2. Poder Hierárquico 2.1. Conceito: é o que dispõe a Administração Pública para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do quadro de seu pessoal. 2.2. Exemplo: escalonamento de cargos (gerentes e funcionários subordinados); Recurso Hierárquico (se você recorrea uma multa, por exemplo, há mais de uma instância julgadora e uma é subordinada hierarquicamente a outra); avocação: avocar é atrair para si as atribuições de um funcionário de menor hierarquia. 3. Poder Disciplinar 3.1. Conceito: é a faculdade de punir internamente seus servidores e todas as pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da administração. 3.1.1. Contraditório e ampla defesa; 3.1.2. Proporcionalidade; 3.1.3. Motivação; 3.1.4. Nullum crimen, nulla poena sine lege 3.2. O poder disciplinar não se aplica a funcionários que não são concursados ou empresas terceirizadas contratadas pela administração. O poder disciplinar rege a relação do servidor com a administração, nunca a relação da administração com terceiros. 3.3. A aplicação do poder disciplinar depende do poder hierárquico. 4. Poder Regulamentar 4.1. Conceito: é a faculdade de que dispõem as autoridades competentes de explicar a lei para a sua correta execução. 4.1.1. Decretos 4.1.2. Regulamentos 4.1.3. Regimentos 4.1.4. Resoluções 4.1.5. Instruções normativas 4.2. Normalmente disponibilizado no Diário da União Federal, Estadual ou Municipal. 5. Poder de Polícia 5.1. Conceito: poder e polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. 5.2. O poder de polícia é o poder de fiscalização. 5.3. O Estado detém a atividade dos particulares que se revelar contrária, nociva ou inconveniente ao bem-estar social, ao desenvolvimento e à segurança nacional. 5.4. Características: discricionário; auto-executável; coercitivo AULA VI Ato Administrativo 1. Ato Administrativo 1.1. Conceito: é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, que agindo à luz das prerrogativas inerentes ao regime jurídico administrativo, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Todo ato relevante da administração é feito através dos Atos Administrativos. 1.2. É um poder-dever, isso porque o administrador exerce um munus público. 1.2.1. Munus público é um conjunto de prerrogativas pertencentes à Administração Pública e concedidas ao servidor que buscam a concretização do poder-dever, dos atos administrativos de interesse público. O Munus público é um poder-dever (um poder que se recebe para exercer o dever. 1.3. A administração irá praticar Ato Administrativo toda vez que for atuar precisando se valer das prerrogativas do regime jurídico administrativo. Ato Administrativo X Ato da Administração Ato da Administração: quando agentes públicos aplicam atos sem o poder-dever, sem o munus público, da administração pública. Quando pratica ato de vontade sem estar revestido do regime jurídico administrativo, sem prerrogativas de poder. Exemplo: alugar um espaço privado sem interesse público relevante associado, como alugar um espaço durante o carnaval para fazer um bloco para os servidores. Não há um interesse público direto envolvido, portanto não há porquê a Administração Pública se valer das prerrogativas inerentes ao regime jurídico administrativo (munus público). Nos Atos da Administração a relação do público com o privado é quase de igual para igual. 1. Requisitos/Elementos do Ato Administrativo 1.1. Competência (ou sujeito) - V; 1.1.1. Conceito: a competência administrativa é o poder atribuído ao agente da administração para o desempenho específico de suas funções . 1.1.2. A competência resulta da lei e é por esta delimitada. 1.1.3. Há um Ato Administrativo que precisa ser praticado. Alguém, algum funcionário público, precisa ser responsável por esse ato. O responsável por praticá-lo tem a competência. Competência = sujeito + atribuições. 1.1.4. A competência é sempre um fator vinculado ao Ato Administrativo. A lei sempre vai dizer quem é a autoridade competente para praticar aquele ato. 1.2. Forma - V; 1.2.1. Conceito: a forma é o meio pelo qual o ato se exterioriza e a manifestação de vontade da administração aparece. 1.2.2. Todo ato administrativo, em princípio, é formal. A forma normal do ato administrativo é escrita, embora existam atos consubstanciados em ordem verbal e até mesmo em sinais convencionais. Atos consubstanciados*: praticados de forma verbal. 1.2.2.1. Exemplo: a forma de uma desapropriação é através de um decreto. 1.2.2.2. Exemplo de forma verbal: agente de trânsito apitando para carros pararem e pedestres passarem. 1.2.3. É elemento vinculado ao ato administrativo. A lei diz a forma correta de expressar o ato. Forma X Formalidade - Tanto a inobservância da forma como a do procedimento (formalidade) produzem o mesmo resultado, ou seja, a ilicitude do ato. - Se a lei exige a forma escrita e o ato é praticado verbalmente, ele será nulo; se a lei exige processo disciplinar (formalidade) para demissão de um funcionário, a falta ou o vício naquele procedimento invalida a demissão ainda que esta estivesse correta, quando isoladamente considerada. - Forma: expressão da vontade (parte da formalidade). - Formalidade: procedimento necessário para expressar a vontade (todo procedimento necessário para a prática daquele ato). 1.3. Motivo - V/D; 1.3.1. Conceito: razões que justificam a edição do ato; a causa do ato; seu motivo. 1.3.2. Pode ser vinculado ou discricionário 1.3.2.1. Será vinculado quando a lei estabelece as razões da prática de determinado ato. 1.3.2.1.1. Exemplo: a licença prêmio somente podia ser concedida ao funcionário que completasse 05 anos de serviço, sem punições e sem ultrapassar número certo de faltas justificadas. 1.3.2.1.2. Qual o motivo dessa licença prêmio? Completar 05 anos, sem punições e sem ultrapassar número de faltas (exemplo vinculado). 1.3.2.2. Será discricionário se a lei não definir as razões para a prática do ato, deixando-as ao inteiro critério da Administração. 1.3.2.2.1. Exemplo: exoneração de cargo em comissão. O Governador pode a qualquer momento contratar ou demitir um funcionário comissionado, como um secretário, sem motivo. A mesma coisa um desembargador com um assessor. 1.3.2.2.2. Porque essa exoneração é discricionária? Porque não exige um motivo. Motivo X Motivação Motivo: elemento do ato; causa para a prática do ato. Motivação: o dever que a administração tem de justificar seus atos , apontando os fundamentos de fato e de direito, além da correlação lógica entre os fatos ocorridos e praticados, indicando a compatibilidade da conduta com a lei. A motivação é explicitar o motivo. É, via de regra, obrigatória. - Exemplo: determino o cancelamento do concurso público por razões de interesse público. - Motivo: interesse público - Motivação: nesse caso não há. Seria a explicação do porquê o concurso público fere o interesse público (perigo de contaminação por covid durante a pandemia, falta de dinheiro público para realização do concurso… A causa que fere o interesse público no ato.). - Teoria dos Motivos Determinantes: segundo a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato se vincula aos motivos indicados como seu fundamento, de modo que, se inexistentes ou falsos, acarreta a nulidade do ato, não se admitindo a sua substituição (do motivo). - Quando um motivo é indicado como causa de um ato, aquele motivo se atrela ao ato e não pode ser modificado. Ele se torna determinante para a prática do ato. Você não pode alterar o motivo daquele ato, mesmo que por um motivo verdadeiro. O motivo atrelado ao ato permanece atrelado ao ato até o final. A alteração do motivo no meio do ato administrativo feriria o direito à ampla defesa. - Exemplo: uma empresa participou de uma licitação e foi acusada por outra empresa participante de falsificar um documento. O Estado parou a licitação e abriu um inquérito investigativo sobre o caso. Na investigação a Administração constatou que os documentos foram falsificados, como punição a empresa ficou impossibilitada de licitar durante 5 anos. O motivodo ato de investigação foi a suposta falsificação. - Posteriormente se constata que o documento não foi falsificado, mas houveram erros no mesmo. A Administração pública pode aproveitar esse ato modificando o motivo de “falsificação” para “erro”? Não. É necessário criar um novo ato administrativo que tenha como motivo o erro, já que o motivo permanece atrelado ao ato até o final. 1.4. Objeto - V/D; 1.4.1. Conceito: é o efeito jurídico imediato que o ato produz, o que este decide, certifica, opina, atesta. 1.4.1.1. Exemplo: ato de demolição. Qual o objeto? a demolição. 1.4.1.2. Exemplo²: ato de nomeação. Objeto: a nomeação 1.4.1.3. Exemplo³: ato de desapropriação. Objeto: a desapropriação. 1.4.2. Discricionariedade e Vinculação do Objeto: 1.4.2.1. O objeto, nos atos administrativos discricionários, fica na dependência da escolha do Poder Público. 1.4.2.1.1. Demissão ou advertência. 1.4.2.2. Será vinculado quando a lei estabelecer apenas um objeto como possível para atingir determinado fim. 1.4.2.2.1. Exemplo: licença para construir. A autoridade competente tem que expedir a licença se todos requisitos forem satisfeitos por quem a requer. 1.5. Finalidade - V. 1.5.1. Conceito: é o resultado prático que se propõe alcançar com o ato. É o bem jurídico que pretende proteger. 1.5.1.1. Finalidade geral: interesse público 1.5.1.2. Finalidade específica: aquela prevista em lei para aquele ato específico. 1.5.1.2.1. Diferença entre finalidade específica e motivo: 1.5.1.2.1.1. Abrir vaga para concurso: motivo 1.5.1.2.1.2. Preencher as vagas: finalidade específica Exemplo prático: O SECRETÁRIO de desenvolvimento urbano, através de uma PORTARIA, determina a DEMOLIÇÃO de uma casa que estava com as ESTRUTURAS COMPROMETIDAS, para EVITAR UM DESASTRE. - Competência (V): o Secretário da secretaria de desenvolvimento urbano - Forma (V): portaria - Motivo (V/D): estrutura comprometida - Objeto (V/D): demolição - Finalidade geral (V): interesse público - Finalidade específica: evitar um desastre ATO VINCULADO: quando todos elementos do ato estiverem vinculados na lei. ATO DISCRICIONÁRIO: quando o motivo ou o objeto forem discricionários. - Mérito do Ato Administrativo (motivo; objeto): parte discricionária do ato. Aquela parte que cabe ao gestor analisar e decidir. Via de regra o judiciário não pode intervir. AULA VII Perfeição, Validade e Eficácia - O ato administrativo é perfeito quando esgotadas as fases necessárias à sua execução (ex: requisitos para expedição do Decreto Expropriatório). - O ato administrativo é válido quando foi expedido em absoluta conformidade com as exigências do sistema normativo (ex: tombamento de bem para proteção histórica, cultural ou paisagística). - O ato administrativo é eficaz quando está disponível para a produção de seus efeitos próprios; (ex: condição, termo ou ato controlar de outra autoridade - homologação). Vícios do Ato Administrativo ● Vícios de competência: ○ Usurpação de função (art. 328 do CP): é quando um agente público usurpa uma atribuição que não é dele. Ex: um oficial de justiça que senta na cadeira do juiz e emite uma sentença. Ex²: um agente fazendário, da secretaria da fazenda, faz uma autuação à empresa, sem ter essa atribuição, que é típica do auditor fiscal. A usurpação de função não é convalidado porque é crime. ○ Excesso de poder: quando o agente público pratica um ato para o qual ele tem atribuição, mas com excesso. Ex: um policial pode realizar determinada prisão, mas apenas com expedição prévia de mandato, mas ele realiza mesmo assim. Ex²: um fiscal exercendo sua função de rotina com a atribuição de autuar, desarmando e recolhendo mercadorias, mas sem apreender a mercadoria. Mesmo assim o agente apreender a mercadoria, excedendo o seu poder. ● Vícios de objeto: é elemento básico que se confunde com seu conteúdo. Ex: desapropriação - o objeto é a desapropriação; realização de concurso - o objeto é a realização do concurso. A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo. ○ Proibido pela lei: um Município que desaproprie bem imóvel da União; ○ Impossível, porque os efeitos pretendidos são irrealizáveis, de fato ou de direito; por exemplo: a nomeação para um cargo inexistente; ○ Imoral, por exemplo: parecer emitido sob encomenda, apesar de expressar o exato entendimento de quem o profere e de acordo com a Lei. ○ Incerto em relação ao destinatário, às coisas, ao tempo, ao lugar; por exemplo: desapropriação de bem não definido com precisão. ● Vício de forma: vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de forma ou formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato. ○ Se a lei expressamente diz como o ato deve ser praticado e o ato é praticado de outra forma, se tem um vício de forma. Se for possível convalidar pode-se consertar, senão não. ○ Exemplo: o decreto expropriatório é a forma que deve revestir o ato do Chefe do Poder Executivo; o edital é a única forma possível para convocar os interessados em participar da concorrência. ● Vício quanto ao motivo: ocorre quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido. ○ Exemplo: se a Administração pune um funcionário, mas este não pratica qualquer infração, o motivo é inexistente; se ele praticou uma infração, mas não praticou ESTA infração, o motivo é falso. ● Vício quanto a finalidade: trata-se do desvio de finalidade, definido pela Lei n° 7.717/65 como aquele que se verifica quando “o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita implicitamente, na regra de competência''. Convalidação ou Saneamento - A convalidação é o suprimento da invalidade de um ato, com efeitos retroativos. A providência corretamente tomada no presente tem o condão de valer para o passado. - A Administração não pode convalidar um ato viciado se este já foi impugnado, administrativa ou judicialmente. - A convalidação serve para que um ato não precise ser anulado. Um ato acessório vai corrigir o vício do ato viciado. - Perante atos inválidos o Agente Público não tem discricionariedade administrativa que lhe permita escolher com liberdade se convalida um ato viciado ou deixa de fazê-lo. Se for possível, deve convalidar-lo. - Ressalvada a hipótese: tratando-se de vício de competência em ato de conteúdo discricionário. Caberá à autoridade competente decidir. - Formas de convalidação: - quanto ao sujeito, se o ato for praticado com vício de incompetência, admite-se a convalidação. - Ratificação, desde que não se trate de competência outorgada com exclusividade (só determinado agente pode praticar esse ato). - quanto à forma: a convalidação é possível se ele não for essencial à validade do ato. - quanto ao motivo, à finalidade e ao objeto: não há possibilidade de convalidação Atributos do Ato Administrativo ● PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE (decretos e atos de acordo com a lei. Quem está certo em relação à lei?. Exemplo: quando um agente de trânsito diz que seu carro está estacionado em lugar indevido deve-se assumir aquilo como verdadeiro, mesmo que eventualmente não esteja); E VERACIDADE (fatos de acordo com a verdade.Quem está certo em relação à verdade? Exemplo: um agente de trânsito diz que você estava falando no celular e você diz que não estava. A palavra do servidor tem a veracidade presumida.). ● IMPERATIVIDADE: submissão ao ato administrativo, de todos que estejam sob a sua incidência, independentemente de sua concordância. DIF. De multa contratual privada em que há prévio consentimento. Exemplo: forma de pagamento de tributo. Formulário… data… ● AUTOEXECUTORIEDADE: o poder que a administração pública tem de realizar alguns atos com coerção direta ou indireta, independentemente de autorização judicial, quando há previsão legal ou situações urgentes. Exemplo: a Administração precisar barrar uma obra que está sendo feita em área de proteção ambiental, ele não precisade autorização judicial para isso. ○ Exigibilidade - meios indiretos de coerção. Exemplo: cobrança de multa vinculada ao licenciamento do veículo. ○ Executoriedade - meios diretos de coerção. Exemplo: demolição de construção em área pública (prevista em lei), ou de imóvel ameaçado de desabamento (situação urgente). AULA VIII Classificação do Ato Administrativo 1. Quanto aos seus destinatários (quem será atingido pelo ato) a. Atos gerais (instruções normativas): i. Conceito: tem uma abstração e generalidade genuína, atingindo à uma gama indefinida de destinatários. Não se pensa em um sujeito específico. Não atinge a todas as pessoas, mas atinge de forma indiscriminada todos aqueles que se submetem a determinada situação prevista no ato. ii. Exemplo: instrução normativa de coleta de imposto. b. Atos individuais ou especiais (decretos de desapropriação, de nomeação): i. Conceito: são Atos Administrativos com destinatários específicos. ii. Exemplo: na nomeação em concurso público aparecem os nomes específicos de todos os aprovados. iii. Exemplo²: em um decreto de desapropriação 2. Quanto ao seu alcance (os efeitos do ato são internos à administração?) a. Atos internos (ato punitivos, circulares internas) b. Atos externos (licença, autorização) 3. Quanto ao seu objeto a. Atos de império (utiliza supremacia e são impostos aos particulares): i. Conceito: são aqueles impostos aos particulares, em que é utilizada a supremacia do interesse público. ii. Exemplo: desapropriação; requisição b. Atos de gestão (não utiliza a supremacia; servem à gestão da máquina pública): i. Conceito: ii. Exemplo: c. Atos de expediente: i. Não tem conteúdo decisório relevante ii. Exemplos: despachos; andamento dos procedimentos; movimentação do processo de um setor para o outro 4. Quanto ao regramento a. Atos vinculados: i. Sem margem de escolha do agente público b. Atos discricionários: i. Com margem discricionária (de escolha) do agente no motivo ou no objeto 5. Quanto a formação do ato a. Ato simples: i. Conceito: resulta da manifestação de um único órgão, unipessoal ou colegiado (nomeação/decisão órgão colegiado) 1. Unipessoal: juiz 2. Colegiado: turma dos desembargadores (exemplo do judiciário). No ato colegiado, por mais que mais de um agente participe da decisão, a decisão é feita de forma única pelo mesmo órgão. b. Ato complexo: i. Conceito: é aquele que se forma pela conjugação de vontade de mais de um órgão administrativo. ii. Exemplo: decreto presidencial/ministério. Um decreto sobre a pandemia vem assinado pelo presidente e pelo ministro da saúde c. Ato composto: i. Conceito: é o ato que se forma pela vontade única de um órgão, embora dependa do referendo por parte do outro, para se tornar exequível. ii. Exemplo: nomeação de Ministro do STF. O ato administrativo de indicação é feito pelo PR, mas só produzirá efeitos se for referendada pelo Senado. iii. O ato existe desde quando o PR manifestou sua vontade AULA IX Espécies de Atos Administrativos 1. Atos Normativos: a. Conceito: são aqueles que têm um certo grau de abstração e generalidade e servem para regulamentar determinadas normas no âmbito administrativo. Se assemelha ao texto de uma lei (genérico, abstrato, regulamentação ampla). Normalmente servem para regulamentar o cumprimento de uma lei. b. Decretos (Individual ou Geral: normativo ou regulamentar. Chefe do executivo). *Apenas Decretos Gerais são Atos Normativos. c. Resoluções (efeito interno-órgão colegiado. Ex: Dia das Sessões adm. do TJ). d. Deliberações (efeito externo) normativos ou decisórios emanados de órgãos colegiados. Ex: Vestimenta dos Advogados em sessões do TJ. 2. Atos Ordinatórios a. Sem conteúdo decisório relevante. Tem alguma relevância interna ou externa, mas não decisória. b. Instruções: orientação interna das repartições c. Circulares: também para orientações internas, mas com menor abrangência que as instruções d. Portaria: transmitir decisões de efeitos internos; designações; instaurar inquérito administrativo e. Ordens de Serviços: início de obras ou serviços públicos f. Ofícios: comunicação dos agentes entre si g. C.I: Comunicações Internas h. Despachos: transmitem decisões em geral, de caráter simples, sem conteúdo decisório relevante. Ex: solicitar uma perícia, solicitar um documento 3. Atos Negociais: a. Conceito: aquele Ato Administrativo que é praticado pela adm. pública de forma unilateral, porém com a solicitação ou anuência do administrado. Ocorre em decorrência da solicitação ou anuência de quem sofrerá os efeitos do ato. Todos são atos unilaterais. b. Se é solicitado pelo administrado porque é um ato unilateral? Porque apenas a administração decide. i. Ex: um popular solicita abrir uma banquinha de revista na calçada. c. Autorização: ato unilateral, discricionário (analisar a conveniência e a oportunidade) e precário - atividade material - Ex: porte de arma i. Precariedade: pode ser revogado a qualquer momento e não gera indenização d. Permissão: ato unilateral, discricionário e precário - serviço público; uso de bem público - Ex: transporte público; banca de jornal; quiosque na praia i. Tem um pouco mais de estabilidade do que a Autorização, é um pouco menos precário e. Licença: ato unilateral e vinculado (não há margem de escolha do órgão público); gera um dir. subjetivo ao cidadão. Conferência dos requisitos legais e autorização. Ex: alvará f. Aprovação: discricionário - verifica o mérito de outro ato - Ex: parecer técnico emitido para avaliar área a ser desapropriada. Aprova o mérito de determinado ato g. Admissão: vinculado - defere situação jurídica - Ex: aprovação em concurso público h. Visto: vinculado - ato de ciência sem exame do mérito - Ex: empréstimo de servidor para auxiliar em outra área da adm. Quando terminar o prazo do empréstimo é emitido um Visto dando ciência que o servidor voltará a sua função original i. Homologação: ato negocial final - vinculado - ato de controle sobre a legalidade/conveniência e oportunidade - autoridade superior aprova ou reprova j. Dispensas: discricionário - liberação de dever legal - Ex: dispensa do serviço militar 4. Atos Punitivos a. Poder Disciplinar b. Advertência (já é um ato punitivo em si) c. Sempre de natureza formal d. Afastamento do cargo ou função (suspensão) até 30 dias - infração média e. Demissão - vinculadas - ato punitivo que rompe o vínculo do servidor com a administração - infração grave i. *Exoneração: desligamento não punitivo do servidor. Ex: desligamento de assessores; quando o servidor pede a exoneração f. Aposentadoria compulsória - proporcional ao tempo de serviço - normalmente aplicado a cargos vitalícios. i. Para haver demissão de determinados servidores (vitalícios) é preciso haver sentença criminal transitada em julgado, por isso se aposenta compulsoriamente ii. O processo criminal segue, e se for julgado procedente poderá haver a cassação da aposentadoria compulsória (determinação do juiz) _____________________________________________________________________ g. Contratual/Poder de Polícia h. Multa/advertência i. Rescisão unilateral do contrato j. Interdição de atividade 5. Atos Enunciativos a. Conceito: são atos que verificam uma constatação ou emissão de opinião. Não possui caráter decisório. b. Certidões (livros e arquivos): qualquer cidadão pode requerer certidão de fatos que dizem respeito a sua pessoa c. Pareceres (opinativos): atos enunciativos. A autoridade administrativa quem ir deferir a decisão, seguindo o parecer ou não i. Vinculantes: não dá uma discricionariedade para o agente que irá decidir. Mesmo quando é vinculante a autoridade pode pedir outro. É vinculante mas enunciativo. ii. Não vinculantes (maioria): opinativos. Extinção do Ato Administrativo ● Execução material (Ex: demolição de uma casa); ● Implemento de condição resolutiva ou termo final (Ex: autorizações de ambulantes no carnaval) ○ Termo: prazo final AULA X Organização Administrativa do Estado ● Administração Pública Direta: - A União fragmentaseu poder para melhor atender as necessidades administrativas. O Ente maior se divide em alguns órgãos para poder melhor cumprir suas funções. A também chamada Administração Pública Centralizada é composta pelos Entes políticos da Federação: - União; - Estado; - Municípios; - Distrito Federal; - Órgãos integrados na estrutura administrativa do Poder Executivo (Ministérios, Secretarias, etc). ● Administração Pública Indireta: - Entes criados pela Adm Pública Direta para realizar determinadas atividades. - A Administração Pública Indireta é composta pelos Entes que integram a Administração Pública Descentralizada, quais sejam: - Autarquias (autônomas. Ex: UFBA; INSS…); - Fundações Públicas (Fiocruz); - Sociedades de Economia Mista (Petrobras); - Empresas Públicas (Caixa Econômica Federal). - Por que a Administração Pública DIRETA não exerce essas funções? Para entregar autonomia a determinados serviços (Federais) ou em caso de serviços muito específicos (INSS) ● Características da Administração Pública Direta: - São entes autônomos e possuem personalidade jurídica de Direito Público Interno (a União tem personalidade jurídica de Direito Público externo, sendo a representante do país no exterior); - Controladores dos entes da Administração Pública Indireta (são criados pela Adm. Pública Direta). Os entes da Adm. Indireta são autônomos, mas há um vínculo de controle com a Direta. É um controle finalístico das atividades exercidas; - Gozam de imunidade tributária recíproca (não pagam imposto entre si - impostos diretos). Ex: carros do município, Estado e União, não pagam IPVA para o município, os imóveis idem. Imposto sobre consumo paga normalmente; - Gozam de prerrogativas do regime jurídico administrativo. Tem personalidade jurídica de direito público (autoexecutoriedade, presunção de veracidade…) - Possuem foro privilegiado. Instância específica do judiciário para processar e julgar os processos dos quais esses Entes fazem parte. Se eu processo um colega esse processo é julgado na vara cível comum, se eu processo um Ente da Adm Direta ele será julgado em um tribunal especial, como vara da fazenda pública. Processos que envolvem a União são julgados pela justiça federal; - Responsabilidade civil objetiva em relação aos atos que pratica. Não é necessário provar dolo ou culpa para ser responsabilizado por dano a terceiro. Deve-se indenizar o prejudicado independentemente da comprovação de dolo ou culpa pelos entes da Adm Pública Direta; - *Responsabilidade civil subjetiva (a mais comum): o sujeito só é responsabilizado se for comprovado dolo ou culpa - Seus bens são inalienáveis; impenhoráveis; imprescritíveis. Os bens da Adm. Pública Direta tem tratamento especial, via de regra não pode vender seus bens (inalienáveis), principalmente se tratando de bens imóveis (precisa haver justificativa da venda e lei - uma ou duas - que desafete aquele bem a atividade que ele exerce e autorize a licitação e venda. Bens móveis também são inalienáveis, mas não necessita de lei para autorizar a venda; - Alienação: termo genérico. Significa transferência da titularidade (Ex: venda; doação; permuta…) - Venda: espécie de alienação - Impenhoráveis: um bem da Adm Pública não pode ser dado como garantia em processos judiciais ou penhorados no mesmo. - Imprescritíveis: não sofrem prescrição aquisitiva (usucapião) - Pagamentos de sentença por precatório: deve ser pago em até 1,5 ano após trânsito em julgado de sentença condenatória. Tem haver com a impenhorabilidade, pois não é necessário penhorar bens já que as sentenças serão pagas através dos precatórios; - Obrigatoriedade de licitação: tem que realizar concurso público; pode sofrer fiscalização do MP e do Tribunal de contas. ● Características da Administração Pùblica Indireta - Autarquias: são pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente administrativa, criadas por lei específica, para realização de atividades, obras ou serviços descentralizados da entidade estatal que as criou. - Descentralização: nova pessoa jurídica é criada - Desconcentração: as atividades de um mesmo Ente são redistribuídas internamente. Ex: União cria um ministério - Tem que haver lei ESPECÍFICA para se criar uma autarquia. Não pode ser criada no artigo de uma lei que trata de outro assunto, mesmo que do mesmo tema. - Podem desempenhar atividades: - Econômicas (Banco Central); - Educacionais (Universidades Federais e Estaduais); - Previdenciárias (INSS), etc - Principais características: - Instituídas por lei; - São entes autônomos; - Estão sujeitas ao controle estatal; - Gozam de imunidade tributária; - Gozam de prerrogativas estatais; - Possuem foro privilegiado; - Responsabilidade civil objetiva; - Bens (inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis); - Pagamento de sentença por precatórios; - Obrigatoriedade de licitação; tem que realizar concurso público; pode sofrer fiscalização do MP e do Tribunal de contas - Praticamente um clone da Administração Pública Direta - Fundações Públicas: a fundação instituída pelo Poder Público, caracteriza-se por ser um patrimônio público, a que a lei atribui personalidade jurídica de direito público ou privado, para consecução de fins públicos. Também é um clone da Administração Pública Direta. - A administração pública destina um orçamento para determinado fim e personifica um Ente para isso, a Fundação Pública. - Características das fundações públicas: - Instituídas por lei (Criação x Autorização); - São entes autônomos; - Sujeitas ao controle estatal; - Dotação patrimonial pelo poder público; - Formada através de recurso público (dinheiro ou bens) para criação dela - Gozam de imunidade tributária; - Administração pública indireta gozam de prerrogativas estatais; - Possuem foro privilegiado; - Responsabilidade civil objetiva; - Bens (inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis); - Pagamento de sentença por precatórios; - Obrigatoriedade de licitação; tem que realizar concurso público; pode sofrer fiscalização do MP e do Tribunal de contas - Praticamente um clone da Administração Pública Direta - Fundações Públicas de Direito Privado: - São instituídas por lei específica, cabendo a lei complementar a especificação das suas áreas de atuação (art. 37, XIX, CF) - Seguem, pois, regime geral das pessoas privadas: CLT; Registro de Estatutos, etc - *Se a atividade que você vai criar precisa de mais agilidade, dar-se-á a criação de Fundação Pública de Direito Privado, pois o concurso é mais ágil, a lei que a institui é mais simples… etc - Características: - Exigência de concurso público; - Proibição de acumular cargos; - Procedimento licitatório; - Prestação de contas ao Tribunal de Contas; - Prescrição quinquenal; - Os atos dos dirigentes são equiparados a atos de autoridade para fins de mandado de segurança e, quando lesivos do patrimônio da entidade, sujeitam-se a anulação por ação popular - Sociedades de Economia Mista: - Empresas Públicas:
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