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Instalações para Suínos e Bem-Estar Animal

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VIII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA 
IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 
26 e 27 DE SETEMBRO DE 2012 
 
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Instalações e ambiência para suínos 
Balbueno, M.A.F.1, Caldara, F. R.2, Moi, M.3, Miranda, G.A.1, Simplício, R.O.1, 
Alves,M.C.F3, Baldo G.A.A1, Santos, L.S1 
 
1Graduando do Curso de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade 
Federal da Grande Dourados- UFGD, Dourados, MS. E-mail: maiaraflores2@gmail.com. 
2 Docente da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande 
Dourados- UFGD, Dourados, MS. 
3 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Produção Animal, Faculdade de 
Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados- UFGD, Dourados, MS. 
 
Introdução 
A carne suína é a mais consumida e produzida no mundo, o Brasil é um dos 
principais exportadores, porém o consumo interno ainda é menor em relação à carne 
bovina e de frango (ABIPECS, 2012). 
Um dos principais problemas enfrentados pelos produtores no Brasil está 
relacionado ao ambiente dos animais, o suíno é um animal extremamente sensível ao 
calor, gerando preocupações em relação ao estresse térmico. Dentre os principais fatores 
ambientais, a temperatura, a umidade relativa e a velocidade do ar apresentam efeitos 
diretos sobre o bem-estar, e consequentemente, sobre a produtividade (SARTOR et al. 
2003) 
A troca de energia do suíno com o ambiente ocorre na forma de calor sensível 
(condução, radiação, convecção) e calor latente (evaporação), e a eficiência é afetada, 
principalmente, pela temperatura, pela velocidade e pela umidade relativa do ar (BRIDI, 
2006). 
É muito importante as instalações atender as necessidades térmicas dos suínos, 
de acordo com Silva et al. (2009), o uso de sistemas de arrefecimentos comprova que a 
melhoria do ambiente leva a um aumento de consumo de ração. 
Objetivou-se com esta revisão acumular informações referentes às instalações 
para suínos, bem como destacar alternativas para minimizar as altas temperaturas dentro 
das instalações. 
 
 
Desenvolvimento 
O tipo ideal de edificação deve ser definido, fazendo-se um estudo detalhado do 
clima da região e (ou) do local onde será implantada a exploração, determinando as mais 
altas e baixas temperaturas ocorridas, a umidade do ar, a direção e a intensidade do 
vento. Assim, é possível projetar instalações com características construtivas capazes de 
minimizar os efeitos adversos do clima sobre os suínos (EMBRAPA, 2003). 
Uma construção economicamente viável requer edificações projetadas de forma 
que permitam o acondicionamento térmico natural, adotando medidas simples como: 
localização, orientação solar, pé direito, materiais de cobertura, arborização, 
sombreamento e ventilação natural, antes de serem adotados os mecanismos artificiais 
(Campos et al. 2002). Os materiais de cobertura devem possuir alta refletividade solar, 
baixa emissividade térmica e baixa absortividade de calor (BRIDI, 2006). 
Embrapa (2003) sugeriu que na existência de três ou mais pavilhões, o 
afastamento seja de 10 vezes a altura da instalação entre os dois primeiros pavilhões, 
sendo que da segunda instalação em diante deverá ser de 20 a 25 vezes esta altura. 
Desta maneira, esta recomendação demandará maior área para construção. A Telha e 
paredes com cor branca têm maior reflexão e menor absorção do calor, dessa forma 
minimiza a transferência de calor dentro da instalação. 
O sombreamento produz um micro clima devido à projeção da sombra sobre o 
telhado controlando a radiação solar, a umidade relativa e a velocidade do vento. O 
emprego do sombreamento e do gramado permite reduzir a radiação solar (90% da 
radiação visível e 60% da infravermelha) e o calor refletido dentro das instalações (Bridi, 
2006). Contribui para a redução da temperatura, aumenta a umidade relativa, porém deve 
se evitar arvores que dificultem a circulação do vento. 
Em locais que a temperatura fica acima do conforto térmico é mais eficiente o uso 
de meios artificiais, apesar de ser mais caro, a ventilação artificial pode ser resumida em: 
ventilação forçada, nebulização ou aspersão de água. São dois tipos de ventilações: 
ventilação de pressão positiva e ventilação de pressão negativa. No sistema de ventilação 
de pressão positiva, os ventiladores forçam o ar externo para o interior da instalação, 
esses ventiladores podem ser posicionados de forma transversal ou longitudinal (BRIDI, 
2006). 
Os sistemas de ventilação de pressão negativa forçam a saída do ar, por meio de 
exaustores. Quanto à eficiência, Teixeira et al. (2004) encontraram resultados superiores 
em ganho de peso dos leitões em maternidade (1,62 versus 1,44 kg/semana), 
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IX ENCONTRO DE ZOOTECNIA DA UNESP – DRACENA 
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comparando ventilação forçada com ventilação natural. Segundo os autores, fêmeas em 
ventilação forçada apresentaram menores perdas de peso na segunda e terceira semana 
de lactação. 
Quanto ao tipo de resfriamento existe o Sistema Resfriamento Adiabático 
Evaporativo e o Sistema de Resfriamento Evaporativo por nebulização. O resfriamento 
adiabático evaporativo consiste na passagem do ar pelos alvéolos da placa, os quais 
úmidos evaporam adiabáticamente uma parcela desta água. A eficiência do sistema está 
relacionada diretamente com a temperatura e umidade relativa do ar. Quanto maior os 
valores da umidade relativa do ar, menor volume de água poderá ser inserido, afetando o 
resfriamento da temperatura. O sistema de nebulização consiste na formação de gotículas 
pequenas, que aumenta muito a superfície de uma gota d’agua exposta ao ar, que 
assegura evaporação rápida. Deve ser utilizado sempre que temperatura ultrapassar a do 
limite de conforto e quando a umidade relativa do ar for inferior à máxima tolerada 
(CAMPOS et al. 2002). 
O resfriamento adiabático evaporativo associado a ductos (SRAED) apresenta 
maior eficiência quanto menor for à umidade relativa do ar externo. Tolon e Nääs (2005) 
verificaram que o SRAED foi capaz de diminuir a temperatura do ar e frequência 
respiratória das fêmeas, mas não encontraram diferença no ganho de peso dos leitões 
quando comparados com ventilação forçada e natural. 
 
 
Conclusão 
A utilização de sistemas naturais ou artificiais de resfriamento nas instalações de 
suínos são alternativas eficazes, pois melhoram o conforto térmico e o ganho de peso dos 
animais. 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORA 
DE CARNE SUÍNA - ABIPECS. Estatísticas. Disponível em: <http://www.abipecs.org.br>. 
Acesso em: 25/08/2012. 
Bridi, A. M. 2006.Instalações e ambiência em produção animal.2006. In: II Curso 
sobre qualidade da carne suína. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Anais... 
Londrina, 2006. 
Campos, A.T., Klosowski, E.S., Gasparino, E., Campos, A.T. 2002. Estudo do 
potencial de redução da temperatura do ar por meio de sistema de resfriamento 
adiabático evaporativo na região de Maringá, Estado do Paraná. Acta Scientirum. n.5, 
24:1575-1581. 
 
Embrapa. 2003. Construções. Produção de Suínos. Embrapa Suínos e Aves. 
[Fonte:< http://www.cnpsa.embrapa.br/SP/suinos/construcao.html>]. 
 
Sartor, V; Baêta, F. C.; Ferreira, I. F.; Tinôco, M. L. L. 2003. Efeito do resfriamento 
evaporativo no desempenho de suínos em fase de terminação. Engenharia na 
agricultura, Viçosa, v.11, n.1-4, jan./dez., 2003. 
 
Silva B.A.N., Oliveira R.F.M., Donzele J.L., Fernandes H.C., Lima A.L., Renaudeau 
D. & Noblet, J. 2009. Effect of floor cooling and dietary amino acids content on 
performance and behaviour of lactating primiparous sows during summer. Livestock 
Science. 120: 25-34. 
 
Teixeira, V.H, Teixeira, A.S., Lopes, S.P. 2004. Efeito do resfriamento adiabático 
evaporativo e da ventilação forçada no desempenho de porcas lactantes e suas 
leitegadas. Engenhariana Agricultura, Viçosa, v12, n.1. jan/mar.p.51-56. 
 
Tolon, Y.; Nääs I. A. 2005. Avaliação de tipos de ventilação em maternidade de 
suínos Engenharia Agrícola. v.25 n.3, p.565-574.

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