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Saúde da Criança

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Reflexos primitivos do RN
1 - REFLEXO PRIMITIVO DE APOIO - (0 a 02 meses) 
- posição de teste: Criança suspensa verticalmente pelo
examinador 
- estímulo: Apoio plantar dos pés da superfície da mesa. 
- resposta: Aumento do Tônus extensor dos membros
inferiores provocando extensão de joelho e quadril. 
2 - REFLEXO DE MARCHA - (0 a 02 meses) 
- posição de teste: Criança suspensa pelo examinador,
apoiada na superfície da mesa. 
- estímulo: Inclinação anterior do tronco. 
- resposta: Passos curtos e ritmados sem haver extensão de
joelho e quadril (falsa corrida)
3 - REFLEXO DE COLOCAÇÃO DAS PERNAS (0 a 02 meses) 
- posição de teste: Criança suspensa verticalmente pelo
examinador. 
- estimulação: Tocar o dorso do pé da criança na borda da
mesa 
- resposta: tríplice flexão do membro inferior e colocação do
pé sobre a superfície, criança realiza o movimento de "subir
degraus'
4 - REFLEXO DE BUSCA (0 a 02 meses) 
- posição de teste: Qualquer (exceto em decúbito ventral) 
- estímulo: Leve toque nas comissuras labiais ou centro dos
lábios superior ou inferior.
-Resposta : língua, lábios e cabeça movem-se em direção ao
estímulo. 
5 - REFLEXO DE SUCÇÃO (0 a 5 meses) 
- posição de teste: Qualquer (exceto em decúbito ventral) 
- estímulo: Introdução do dedo do examinador entre os
lábios do bebê 
- resposta: desencadeará uma reação de sucção. 
6 - REFLEXO DE PREENSÃO PALMAR (0 a 3 - 4 meses) 
- posição de teste: Qualquer 
- estímulo: Contato do dedo do examinador na palma da
mão do bebê. 
- resposta: flexão em massa dos dedos, persistindo até a
retirada do estímulo. 
7 – REFLEXO DE PREENSÃO PLANTAR (0 a 10 - 11 meses) 
- posição de teste: Qualquer (exceto em posição ortostática) 
- estímulo: contato do dedo do examinador contra o sulco
metatarso falângico. 
- resposta: Flexão plantar dos artelhos 
8 - REFLEXO DE EXTENSÃO CRUZADA (0 a 02 meses) 
· posição de teste: criança em decúbito dorsal com a
cabeça na linha média. 
· estímulo: estímulo doloroso na planta do pé 
· resposta: flexão da perna estimulada e extensão cruzada
da contra - lateral
10 - REAÇÃO DE GALANT (0 a 2 meses) 
· posição de teste: Criança em decúbito ventral 
· estímulo : Leve toque com a ponta de um lápis na região
para - vertebral dorsal entre a l2ae a crista ilíaca. 
· resposta: Encurvamento do tronco com concavidade para o
lado estimulado. 
11- REAÇÃO CERVICAL DE RETIFICAÇÃO (0 a 6 meses) 
· posição de teste: Criança em decúbito dorsal com braços e
pernas estendidas 
· estimulo: Rotação ativa ou passiva da cabeça. 
· resposta: rotação “em bloco” do tronco. 
12 - REFLEXO TÔNICO CERVICAL SIMÉTRICO (0 a 4 meses) 
· posição de teste : criança em decúbito ventral, ligeiramente
suspensa pelo abdômem 
· estímulo: flexão ou extensão passiva ou ativa da cabeça 
· resposta : para flexão: flexão dos membros superiores e
extensão dos membros inferiores para extensão: extensão dos
membros superiores e flexão dos inferiores 
13 - REFLEXO TÔNICO CERVICAL ASSIMÉTRICO (0 a 4 meses) 
· posição de teste: Criança em decúbito dorsal com a cabeça
na linha média, braços e pernas estendidas 
· estímulo : Rotação da cabeça (90O) 
· resposta : Extensão das extremidades faciais e flexão das
extremidades occipitais 
15 - REFLEXO DE LANDAU 
· posição de teste: Criança em suspensão ventral 
· estímulo 1: extensão passiva ou ativa da cabeça 
 · resposta: desencadeamento do tônus extensor, havendo
extensão de tronco, quadril, membros superiores e inferiores. 
· estímulo 2: flexão passiva ou ativa da cabeça 
· resposta: flexão de tronco, quadril, membros superiores e
inferiores
16 - REFLEXO DE COLOCAÇÃO DAS MÃOS 
· posição de teste: Criança suspensa verticalmente pelo
examinador 
· estímulo: Tocar o dorso da mão da criança na borda da mesa 
· resposta : Flexão do punho e colocação da mão sobre a
mesa
Exame físico da criança
Cor: 
Textura: 
Temperatura: 
Turgor: 
Umidade: 
Integridade: 
Observação da aparência geral
Registra-se a primeira impressão sobre a criança a ser
examinada. Envolve a observação da fisionomia (mostra-se
alegre ou triste, calma ou agitada, assustada, irritada),
interação com o meio (atividade: hipo, normo ou hiperativa;
resposta aos estímulos ambientais e interação com as
pessoas: comunicativa , apática, interessada, desinteressada,
brincando, retraída), postura (ereta , relaxada, encolhida, de
proteção de uma área do corpo dolorida ou incômoda), se
exibe traços característicos ou deformidades físicas, estado
nutricional (obesa, emagrecida, caquética) e de hidratação
(hidratada , desidratada), condições de higiene e vestuário. 
Pele e anexos:
-Achado normal: pele corada. 
-Achados anormais: palidez, cianose, icterícia (exceto a
icterícia fisiológica do recém-nascido, que se instala cerca de
vinte e quatro horas após o parto desaparecendo na segunda
semana), pele acinzentada ou marmórea, ausência de
pigmentação (vitiligo).
-Achados normais: a pele deve ser lisa, macia e flexível. 
-Achados anormais: pele áspera, seca, rugosa (devido banhos
frequentes, exposição ao frio, hipovitaminose A) ou
descamativa (observar descamação entre os artelhos pode ser
micose; na planta dos pés; na região perianal e perineal, pode
ocorrer após o exantema das fraldas); crianças obesas podem
apresentar estrias no abdome e nas coxas.
-Achado normal: temperatura compatível com a temperatura
ambiental. 
-Achados anormais: hipertermia ou hipotermia localizadas ou
generalizadas. 
-Achado normal: pele elástica. 
-Achado anormal: elasticidade diminuída ou aumentada. Na
presença de edemas registrar se é generalizado ou localizado
(citar a região), se é depressível ou não depressível. 
-Achados normais: presença de sudorese a partir de um mês
de vida. 
-Achados anormais: sudorese excessiva (que pode ser devido
temperatura elevada, excesso de agasalho, pelo choro ou pelo
ato de comer) ou ressecamento de pele. 
-Achado normal: Pele íntegra isenta de lesões ou sinais de
inflamação. 
-Achados anormais: presença de lesões, em primárias (mácula
, mancha, pápula, vesícula, bolha, nódulo, tumor, cisto,
equimose ou hematoma) ou secundárias (escama, crosta,
úlcera, fissura, escoriação, cicatriz ou inflamação.
Unhas: 
Pelos corporais: 
-Outros achados: xantomas, miliáreas, manchas mongólicas,
erytema toxicum neonatorum, eritema, hemangiomas.
 
-Achados normais: leitos ungueais rosados, unhas convexas,
lisas e duras, mas flexíveis; bordas cobrindo a extremidade dos
dedos. 
-Achados anormais: cianose , leitos ungueais escurecidos
(porfiria, traumatismos), unhas escavadas (onicomicose),
onicofagia, celoniquia, paroníquia (infecção ao redor da unha),
unhas em garra (característico da hanseníase), unhas
quebradiças. 
- Achados normais: presença de lanugem no recém-nascido,
surgimento dos pelos secundários com a puberdade. Devem ter
distribuição regular e serem isentos de sujidades e infestações
(piolhos, lêndeas, carrapatos, fungos). 
-Achados anormais: hisurtismo, hipertricose, tufos de pelos, pelos
acentuadamente frágeis ou ásperos, aparecimento precoce ou
retardado dos pelos secundários.
Medidas de crescimento
Para verificação da altura e perimetro cefálico (PC) deve ser
utilizado um parâmetro para interpretação. 
-Achados normais: medidas de crescimento compatíveis com o
estágio de desenvolvimento. 
-Achados anormais: desvios nos padrões normais de
desenvolvimento esperados para a idade. 
 
Sinais Vitais
Verificar os sinais vitais (frequência respiratória, pulso radial,
pressão arterial e temperatura) e comparar com os padrões
normais para idade, registrando os locais de verificação e
características.
Anotações:
Crânio: 
Face
Olhos
Cabeça 
-Achados normais: proeminências frontais, parietais e occipitais
simétricas, perímetro cefálico compatível com a idade
(normocefalia), suturas e fontanelas compatíveis com a idade.
O couro cabeludo deverá ser brilhante, sedoso, firme e
elástico, limpo e isento de infestações e lesões. Os cabelos
podem apresentar variações de cor de acordo com as
características genéticas (louros, castanhos,negros, ruivos). 
-Achados anormais: macro-microcefalia, proeminências ósseas
assimétricas, suturas abertas após o sexto mês de vida,
octusão precoce ou tardia das fontanelas, fontanelas
deprimidas ou abauladas; presença de lesões, descamações,
infestações, evidências de traumatismos (equimoses, massas
ou cicatrizes) no couro cabeludo. Cabelos pegajosos, opacos,
ressecados, quebradiços e despigmentados, calvície ou áreas
ralas, alopecia, presença de sujeira, odor desagradável e
infestações.
-Achados normais: traços fisionômicos normais, proporções
características, simetria, movimentação e tônus muscular
normais. 
-Achados anormais: assimetria, fácies típica (fácies renal, ,
acromegálica, mongoloide), testa pequena ou aumentada,
implantação anormal das orelhas. nariz em sela, lábio
leporino, micrognatia (queixo acentuadamente pequeno),
paralisias, protrusão da língua, mimica facial aumentada
(tiques nervosos) ou diminuída. 
-Achados normais: tamanho e distância proporcional. simetria;
pálpebras suficientes para fechar o olho. pestanejamento
normal, ausência de lesões e sinais de infecções e parasitos;
cílios com pigmentação, quantidade e distribuição adequadas;
lacrimejamento normal; conjuntiva palpebral rosa e acetinada,
conjuntiva bulbar transparente; esclerótica branca. ligeiramente
azulada (em recém-nascidos), levemente parda com pontos
escuros (em crianças de pele escura); córnea clara,
transparente e brilhante; pupilas iguais (isocóricas), redondas,
reagir à luz e à acomodação; movimentos oculares
coordenados. 
-Achados anormais: microflalmia, hipertelorismo, hipotelorismo,
exoftalmia, enoftalmia; ptose, ambliopia, blefaropasmoectropia,
entropia, pregas epicãnticas, edemas; ausência parcial ou total
ou distribuição irregular dos cilios; lacrimejamento ausente ou
exagerado, sinais de infecção (ardor, calor, prurido. aspecto
nodoso, edema, hiperemia, secreção serosa ou purulenta);
hordéolos, calázios ou cistos de Meibom, furúnculos, antrazes,
blefarite marginal, presença de lêndeas ou piolhOs nas
pálpebras, geralmente procedentes da cabeça, palidez na
conjuntiva palpebral, ictericia, manchas hemorrágicas;
opacidades, turvações e ulcerações; anisocoria, midríase, miose;
estrabismo convergente ou divergente; nistagmo. 
Exame da criança: Cabeça
Ouvidos: 
Nariz: 
Boca: 
-Achados normais: pavilhão auricular presente, implantação
normal, tamanho proporcional, ausência de lesões e sujeiras;
presença de cerume amarelo-claro e macio no canal auditivo
médio; ausência de sinais de infecção; reflexo de Moro presente
no recém-nascido. 
-Achados anormais: malformações (ausência de pavilhão
auriolar), orelhas em desnível, protrusão em relação ao couro
cabeludo, tamanho desproporcionalmente menor ou maior;
cerume endurecido, secreção, odor desagradável; presença de
furúnculos e corpos estranhos; ausência do reflexo de Moro no
recém-nascido, inexistência de indícios de capacidade auditiva
em crianças maiores. 
-Achados normais: localização na linha média da face, logo
abaixo dos olhos e acima dos lábios, narinas simétricas,
ausência de movimentos oscilatórios das asas do nariz,
mucosas integras e normalmente mais vermelhas que a
mucosa oral, fossas nasais permeáveis, ausência de secreções,
sujeiras e corpos estranhos. 
-Achados anormais: desvio do septo nasal, assimetria na forma
global e diâmetro das narinas, desvio de septo nasal,
batimentos de asas do nariz, edemas, secreções, ressecamento,
hemorragia, sujeiras, obstrução nasal, presença de corpos
estranhos.
 
-Achados normais: lábios úmidos, macios, lisos e rosados, com
tonalidade um pouco mais escura que a pele adjacente,
simétricos quando contraídos ou relaxados; mucosa oral rosa
brilhante, lisa, uniforme e úmida , com odor agradável; gengivas
com textura característica e firmes, lisas e rosadas, isentas de
lesões, podem apresentar áreas doloridas, edemaciadas e
esbranquiçadas devido à erupção dentária; dentição compatível
com a idade, dentes íntegros, limpos, de cor variável entre
branco ou levemente amarelados, alinhados, com oclusão
normal; língua com tamanho e mobilidade normais
(normalmente a ponta da língua deve chegar até os lábios),
presença de papilas linguais que conferem aspecto rugoso
característico, fissuras linguais transversais (língua escrotal que
se constitui numa variedade normal), freio lingual normal;
palato duro, palato mole e úvula íntegros, movimento da úvula
para cima, separando a nasofaringe da orofaringe; amígdalas
facilmente observáveis sobre os arcos palatoglóssicos,
apresentando a mesma cor que a mucosa adjacente, com
aparência mais glandular do que lisa; ausência de sinais de
inflamação e infecção. 
-Achados anormais: mucosa oral descorada, com regiões de
placas esbranquiçadas ou ulcerações, sangramento, áreas
dolorosas, halitose; dentição precoce, retardada ou ausente,
dentes quebrados, desgastados, desalinhados, mal ocluídos, sujos
e cariados; fissuras linguais longitudinais, tremores da língua,
freio lingual curto e fibroso; fenda palatina, úvula bífida,
amígdalas ausentes, sinais de inflamação e infecção, placa de
secreção recobrindo amígdalas e cercanias (placa diftérica). 
Exame da criança: Pescoço e tórax
Caixa torácica: 
Coluna vertebral: 
Mamas: 
Sistema respiratório: 
Pescoço 
-Achados normais: simétrico em todos os ângulos (nos
lactentes, curto com dobras cutâneas entre a cabeça e os
ombros, alongando-se a partir dos três ou quatro anos);
movimentação livre, sustentar a cabeça com firmeza a partir
dos três meses; traquéia palpável na linha mediana; tireóide
palpável com massa lisa e sólida que se move para cima
com a deglutição (difícil de ser palpada nos lactentes),
nódulos linfáticos não palpáveis ou pequenos, macios,
redondos e indolores à palpação, pulsações regulares. 
-Achados anormais: movimentação limitada, sustentação da
cabeça deficiente, torcicolo, opistótono, desvios da traquéia ou
presença de massas no pescoço, nódulos linfáticos
aumentados, endurecidos e doloridos, pulsações excessivas. 
Tórax
-Achados normais: nos lactentes tem forma circular, mas à
medida que a criança cresce, o tórax aumenta em direção
transversa, o que toma o diâmetro anteroposterior menor do
que o lateral; mobilidade da parede torácica bilateralmente
simétrica e coordenada; perímetro torácico (PT) compatível
com a idade. 
-Achados anormais: tórax tipico (careniforme, em funil , em
barril), rosário raquítico, perimetro torácico incompatível com a
idade da criança ou desproporcional ao perímetro cefálico. 
-Achado normal: alinhada. 
-Achados anormais: desvio lateral (escoliose), acentuação da
curva lombar (Iordose), acentuação da curva dorsal (cifose). 
-Achados normais: presença de dois mamilos com distância
menor ou igual a ~ do PT, desenvolvimento compatível com a
idade, ausência de anormalidades (massas, nódulos). 
-Achados anormais: mamilos extranumerários, distância irregular,
mamas assimétricas, presença de fissuras, inversões,
descamação, nódulos. Nas púberes adolescentes a realização
da palpação das mamas e região axilar é muito importante,
pois além de permitir identificar anormalidades, permite orientar
quanto à prática do autoexame nas mesmas.
-Achados normais: movimentos respiratórios e frequência
respiratória compatíveis com a idade, ritmo respiratório normal
(eupneia), ausência de sinais de desconforto respiratório;
expansibilidade torácica com movimentos simétricos das mãos
durante a verificação da expansibilidade pulmonar; frémitos
presentes, com variações nas diversas zonas do tórax;
murmúrios vesiculares audíveis por toda a superfície dos
pulmões, com exceção do espaço interescapular superior e
sobre o manúbrio; murmúrios brõnquicos audiveis sobre a
traquéia, murmúrios bronquiovesiculares ouvidos sobre a região
do brônquio principal, especificamente na região interescapular
e de cada lado do esterno. 
Sistema cardiovascular: 
-Achados anormais: movimentos respiratórios incompatíveis com
a idade, ritmo respiratório irregular (taquipnéia, bradpnéia,
respiração,ritmo de Biol.), apneia; respiração superficial ou
profunda; sinais de desconforto respiratório (dispnéia, batimentos
das asas do nariz, retrações ou tiragens nas regiões
intercostais, supraestemal, supraclavicular e diafragmática,
inquietação, prostração, palidez, cianose, ortopnéia); dor
relacionada com movimentos respiratórios, presença de tosse
(seca, produtiva) e secreção nas vias aéreas (mucosa,
purulenta), hemoptise; movimentos assimétricos na
expansibilidade torácica; frémitos torácico-vocal ausentes,
enfraquecidos ou aumentados, vibrações diferentes em áreas
simétricas do tórax; murmúrios vesiculares, brônquicos e
bronquiovesiculares fora das áreas consideradas normais;
murmúrios respiratórios diminuídos ou ausentes, presença de
ruídos adventícios estertores e roncos. 
-Achados normais: batimentos cardíacos nítidos e claros nos
quatro focos de ausculta (aórtico, pulmonar, tricúspide e
mitral), frequência compatível com a idade e com o pulso
radial, rítmico ou regular. Perfusão sanguínea periférica presente,
boas condições dos vasos sanguíneos, ausência de circulação
colateral. 
-Achados anormais: batimentos cardíacos abafados, difusos ou
distantes, frequência incompatível com a idade e com o pulso
radial (taquicardia, bradicardia), arrítmico ou irregular. Perfusão
sanguínea periférica diminuída ou ausente, presença de estase
jugular, circulação colateral, sinais de infecção vascular, sinais
de desconforto (adoção frequente da posição genupeitoral
durante o sono e de cócoras quando em atividade,
hipoatividade, cansaço aos menores esforços, palidez, cianose,
sudorese, edemas, dificuldade respiratória, retardo no
crescimento e desenvolvimento).
Anotações:
Masculina: 
Feminina: 
Abdome 
-Achados normais: movimentos respiratórios visíveis, em sincronia
com os movimentos torácicos, abdome flácido, simétrico, pele
uniformemente esticada e sem pregas, umbigo plano ou
ligeiramente protruso, cicatriz umbilical seca, epitelizada, com
formação de fossa umbilical, isento de sinais de infecção e de
sujeira; presença de peristaltismo intestinal e com caracteristicas
normais evidenciados através de ruídos que se assemelham a
curtos cliques metálicos ou borbulhas; sons caraderisticos:
macicez (sobre o lado direito, ao nível do rebordo costal,
provindo da presença do fígado) , timpanismo (à esquerda, sobre
o estômago e, em geral, no restante do abdome); abdome flácido
e relaxado, isentos de massas, órgãos dentro da normalidade, os
pulsos femorais devem ser palpados simultaneamente a fim de
certificar-se de sua sincronia e normalidade. 
-Achados anormais: assincronia entre os movimentos respiratórios
atx:lominais e torácicos, abdome globoso, volumoso, assimétrico,
com abaulamento localizado, evidências de anomalidades na
região umbilical (hémias, fístulas, umbigo cuté1neo, umbigo
amniótico, umbigo evertido, granuloma umbilical), sinais de
infecção (área periumbilical rubra, quente, endurecida, presença de
secreção pútrida, retardo na queda do coto e na cicatrização),
higiene insatisfatória; peristaltismodiminuido, ausente (íleo
paralítico), ou aumentado (hiperperistaltismo); timpanismo
exagerado assemelhando-se a batidas de um tambor, macicez
mutável (pode indicar ascite); abdome tenso, distendido, presença
de hiperestesia cutânea, presença de massas, hérnias (umbilicais
e inguinais), evidência de infartamento ganglionar na região
inguinal, órgãos aumentados de tamanho, pulsos 
Genitália
-Achados normais: órgão genital compativel com a idade, meato
urinário centralizado na glande, tamanho normal, isenta de lesões
e secreções, testículos no interior da bolsa escrotal, ambos com
o mesmo tamanho, surgimento de pêlos pubianos com a
puberdade. 
-Achados anormais: hipoplasia peniana (microfalo) ou hiperplasia
(megalopênis), fimose, parafimose, hipospádia, epispádia,
criptorquidia uni ou bitateral. ectopia testicular, testiculos
aumentados (geralmente por edema) quando ficam com a pele
lisa e brilhante; presença de pêlos lanuginosos e macios na base
do pênis, antes da puberdade, os quais podem se constituir num
sinal de maturação sexual precoce. 
-Achados normais: formação anatômica normal, pequenos lábios
compatíveis com a idade (hipertrofiados em recém-nascidos,
atrofiados na criança, desenvolvidos a partir da puberdade). canal
vaginal presente com abertura vaginal coberta pelo hímen
(ausente após as relações sexuais). surgimento dos pelos
pubianos a partir da puberdade, ausência de sangramentos
vaginais, exceto o normal advindo da menstruação, meato urinário
entre a vagina e o clitóris, ausência de sinais de infecção e
traumas. 
Exame da criança: 
Abdome, Genitália, ânus, membros e neuromuscular
-Achados anormais: formação anatômica anormal.
desenvolvimento sexual incompatível com a idade,
aparecimento precoce ou tardio dos pelos pubianos com
distribuição irregular, sangramentos anormais, sinais de infecção
(presença de secreção purulenta e fétida, hiperemia, prurido,
ardor), sinais de traumas (hematomas, sangramento, lesões,
dor). 
Ânus
-Achados normais: orifício anal presente, integro, isento de
sinais de parasitoses, presença de reflexo esfincteriano
(contração anal). 
-Achados anormais: ânus impenurado, com hemorroidas ou
varizes perianais, fissuras ou prolapso retal, ausência de
reflexo esfincteriano, sinais de parasitoses (prurido, escoriações,
hiperemia ou presença de parasitos na região anal e
perianal). 
Membros
-Achados normais: conformação óssea normal , simétricos em
comprimento e largura, com movimentação ampla, harmoniosa
e compatível com a idade. 
-Achados anormais: evidências de fraturas, luxações, entorses,
ausência de membros, polidactilia, sindactilia , genu varum,
genu valgum, pé varo, pé valgo, pé chato ou plano, pé 
 eqüino, movimentos articulares diminuídos ou sinais de
inflamação localizada nas articulações, presença de luxação
congênita em recém-nascidos.
Sistema Neuromuscular
-Achados normais: criança alerta (resposta a estimules do
ambiente), atividade compatível com o seu padrão habitual e
a fase de desenvolvimento em que se encontra, orientada no
tempo e no espaço, reconhecendo pessoas e objetos
familiares, reflexos compatíveis com a idade; músculos 
 eutróficos, com tónus e movimentos voluntários normais. 
-Achados anormais: criança sonolenta, com diminuição do nível
de consciência ou inconsciente, hipoativa, hiperativa,
desorientada (não reconhece pessoas e objetos que lhe são
familiares), com delírios (vive situação imaginária ou falsa),
com alucinações (falsas percepções sensoriais), reflexos
incompatíveis para a idade; músculos atrofiados ou
hipertrofiados, hipotõnicos, hipertônicos, movimentos
musculares voluntários diminuidos ou ausentes, presença de
tremores ou espasmos (involuntários). 
Triagem neonatal
Prevenção primária– faz intervenção e orientações a
nível pré-concepcional;
Prevenção secundária já houve a concepção então faz
orientações de saúde com o pré-natal
Prevenção terciaria– o individuo já nasceu, só que
fazemos um acompanhamento para evitar danos e
agravos.
Os testes de triagem neonatal são muito importantes para
o diagnóstico de doenças em fase pré-sintomática, oferta
de intervenção e limitação de dano. Ele são importantes
para que seja possível haver um diagnóstico precoce para
modificar a história natural da doença grave através da
introdução de um tratamento pré-clínico necessário.
Todos os RN devem realizar a triagem neonatal. A coleta
ideal deve ser realizada entre o 2º e 5º dia de vida,
independente da história de prematuridade, alimentação, uso
de medicamentos, internação hospitalar, doenças aparente
ou transfusão, sendo necessário atentar ao fato de que
pode haver necessidade de uma recoleta.
Triagem neonatal
Teste do Pezinho
A maior parte são distúrbios metabólicos, que são os
chamados “Erros inatos do Metabolismo”
Fenilcetonúria (PKU);
Hipotireoidismo Congênito (HC);
Anemia Falciforme (AF) e outras hemoglobinopatias;
Fibrose Cística (FC);
Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC);
Deficiência de Biotinidase(DB)
Nesses erros inatos do metabolismo temos um mecanismo de
doença que compreendemos de maneira mais simples. Na via
metabólica simples temos um substrato, uma enzima, um
produto e um cofator. Então a doença metabólica vai se dar
por um erro nessa via (ex: falta de enzima que aumenta
substrato e diminui produto). Por esse motivo o diagnóstico é
mais simples porque vamos observar as alterações nesses
fatores.
A maioria desses erros inatos do metabolismo geralmente tem
influência genética, sendo a maioria dessas doenças uma
herança autossômica recessiva (HAR), Sendo assim, a detecção
de um caso deve ligar o alerta para a família para que haja
um aconselhamento genético.
Teste do olhinho ou Teste do reflexo vermelho
(TRV)
É um exame simples, rápido e indolor realizado no RN com
objetivo de detectar precocemente problemas oculares
congênitos. O TRV é uma ferramenta de alta sensibilidade
para o rastreamento de alterações oculares com risco de
causar ambliopia ou deficiência visual (cegueira e baixa visão).
É importante lembrar que essa triagem não substitui o exame
oftalmológico que deve ser feito no primeiro ano de vida.
A observação do reflexo vermelho da retina indica que as
estruturas oculares internas estão transparentes. A opacidade
desses meios pode causar com leucocoria (pupila branca) ou
perda do reflexo.
É realizado para identificar, de forma precoce, qualquer
obstrução do eixo visual como catarata congênita, glaucoma
congênito, retinoblastoma, retinopatia da prematuridade e outros
transtornos oculares congênitos e hereditários.
Teste do Coraçãozinho: Oximetria de Pulso
Deve ser realizado antes da alta em todos os recém-nascidos,
idealmente entre 24 e 48 horas de vida horas de vida.
É utilizado um oxímetro de pulso para realizar a medida da
saturacão de oxigênio pré-ductal (membro superior direito) e
pós-ductal (um dos membros inferiores). Se houver SpO2 <
95% ou diferença da saturação pré-ductal e pós-ductal, ou
seja, diferença entre saturação em membro superior e inferior ≥
3% deve-se indicar a realização de ecocardiograma e suspender
a alta hospitalar.
É um exame simples, rápido, indolor e capaz de detectar
precocemente a hipoxemia que caracteriza as cardiopatias
congênitas graves, ou seja, aquelas com risco de vida
imediato e necessidade de intervenção cirúrgica precoce.
Teste da Orelhinha: triagem auditiva
Realizado ainda na maternidade, no 2° ou 3° dia de vida
do bebê. Consiste na produção de um estímulo sonoro e
na captação do seu retorno por meio de uma delicada
sonda introduzida na orelhinha do recém-nascido. Para o
teste, usam-se emissões otoacústicas evocadas durante o
sono natural do bebê, identificando-se uma possível
deficiência auditiva.
Se identificada alguma alteração, o bebê deve ser
encaminhado para uma avaliação com fonoaudiólogo e
otorrinolaringologista.
A Primeira Consulta do Recém-Nascido
Nos serviços de atenção básica, os profissionais que realizam o
pré-natal frequentemente são os que seguirão acompanhando a
família durante a puericultura da criança. Sendo assim, o vínculo
entre a equipe de saúde e a família do recém-nascido.
A época ideal para a primeira consulta
A primeira consulta do recém-nascido deverá ocorrer na sua
primeira semana de vida que constitui um momento propício para
estimular e auxiliar a família nas dificuldades do aleitamento
materno exclusivo, para orientar e realizar imunizações, para
verificar a realização da triagem neonatal (teste do pezinho) e
para estabelecer ou reforçar a rede de apoio à família, lembra
ainda da importância da verificação da Caderneta de Saúde da
Criança, da identificação de riscos e vulnerabilidades ao nascer e
da avaliação da saúde da puérpera. 
Anamnese
A partir da anamnese, procura-se avaliar principalmente as
condições do nascimento da criança (tipo de parto, local do parto,
peso ao nascer, idade gestacional, índice de Apgar, intercorrências
clínicas na gestação, no parto, no período neonatal e nos
tratamentos realizados) e os antecedentes familiares (as
condições de saúde dos pais e dos irmãos, o número de
gestações anteriores, o número de irmãos).
O índice de Apgar – também reconhecido popularmente pelos pais
como a “nota” que o bebê recebe logo após nascer – no quinto
minuto entre 7 e 10 é considerado normal. Apgar 4, 5 ou 6 é
considerado intermediário e relaciona-se, por exemplo, com
prematuridade, medicamentos usados pela mãe, malformação
congênita, o que não significa maior risco para disfunção
neurológica. Índices de 0 a 3 no quinto minuto relacionam-se a
maior risco de mortalidade e leve aumento de risco para paralisia
cerebral. No entanto, um baixo índice de Apgar, isoladamente, não
prediz disfunção neurológica tardia.
Exame físico completo
A Primeira Consulta do Recém-Nascido
Entre as situações familiares consideradas de vulnerabilidade,
encontram-se as seguintes: gravidez de alto risco ou eventos
traumáticos para a mãe durante a gestação, presença de
rupturas e conflitos do casal quando da descoberta da
gravidez, separações e lutos na família, mãe em situação de
sofrimento agudo ou diagnóstico de doença mental, parto difícil
ou traumático, pais com dificuldades de assumir a
parentalidade (tornar-se pai e tornar-se mãe) e famílias com
problemas múltiplos (drogadição, alcoolismo, pobreza, condições
crônicas)
Aleitamento materno exclusivo e
fortalecimento do vínculo entre os pais e o
bebê.
A criança que é alimentada somente com leite materno até os
6 meses de vida apresenta menor morbidade. Por isso, maiores
são os efeitos benéficos à sua saúde. Estimule a amamentação,
orientando a livre demanda (frequência e duração), e não
prescreva suplementação desnecessária com outros leites. Estas
são algumas das orientações que serão mais bem abordadas
em capítulo específico sobre a alimentação saudável. 
 A formação ou o fortalecimento do vínculo entre os pais e o
bebê é importante também para auxiliar os pais na percepção
das necessidades do bebê e para estimulá-los a prover os
cuidados necessários a ele. Os profissionais devem ainda
propiciar espaço para o esclarecimento de dúvidas e
manifestações de sentimentos do cuidador em relação ao bebê.
O procedimento de orientar os pais sobre o desenvolvimento
social do bebê pode promover maior vínculo entre eles. 
Orientações gerais sobre os cuidados com o
recém-nascido 
Algumas orientações são importantes e devem ser fornecidas
aos pais, como, por exemplo: 
•A lavagem de mãos por todas as pessoas que têm contato
com o bebê deve ser orientada em todas as visitas de
puericultura, com o objetivo de evitar a propagação de micro-
organismos causadores de doenças respiratórias.
•Oriente a família de modo a não permitir que pessoas fumem
dentro de casa. 
•Oriente-os a respeito do banho e sobre os cuidados com o
coto umbilical, que deve cair nas primeiras duas semanas.
Oriente-os também sobre a troca de fraldas, a prevenção de
assaduras, os hábitos de sono e os diferentes tipos de choro.
•Na troca de fraldas, a fim de evitar as assaduras, os
cuidadores devem secar bem o bebê após o banho e não
podem utilizar talcos. 
•Existem também boas evidências para o aconselhamento
antecipado referente ao choro noturno e aos diferentes
significados do choro: fome, desconforto, dor 
•Em relação ao uso de chupetas (“bicos”), atualmente, a
introdução desse hábito tem sido desaconselhada pela
possibilidade de interferir negativamente na duração do
aleitamento materno.
Além disso é importante orientar sobre prevenção de acidentes,
realização do teste do pezinho, imunização e calendário de
consultas.
 Situações de vulnerabilidade [D]: 
Avaliações e orientações
•Criança residente em área de risco; 
•Baixo peso ao nascer (inferior a 2.500g); 
•Prematuridade (menos de 37 semanas gestacionais); 
•Asfixia grave ou Apgar menor do que 7 no 5º minuto; 
•Internações/intercorrências; 
•Mãe com menos de 18 anos de idade; 
•Mãe com baixa escolaridade (menos de oito anos de estudo); 
• História familiar de morte de criança com menos de 5 anos
de idade. 
Outras situaçõesreconhecidas de vulnerabilidade: aleitamento
materno ausente ou não exclusivo, gestação gemelar,
malformação congênita, mais do que três filhos morando
juntos, ausência de pré-natal, problemas familiares e
socioeconômicos que interfiram na saúde da criança, problemas
específicos da criança que interfiram na sua saúde, não
realização de vacinas, identificação de atraso no
desenvolvimento e suspeita ou evidência de violência. 
Exame Físico e Consultas Subsequentes
Ao se pactuar com os pais o calendário de consultas,
deve-se sempre levar em consideração o contexto familiar,
as necessidades individuais, as vulnerabilidades e a
resiliência. Durante todas as consultas, é muito importante o
preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança. Além
disso, deve-se explicar para os pais como buscar as
informações nela. A Caderneta de Saúde da Criança é um
documento que deve ficar de posse da família e que, se
devidamente preenchido pelos profissionais de saúde, contém
informações valiosas sobre vários aspectos de saúde da
criança, que podem ser utilizadas por diversos profissionais
e serviços.
A frequência de consultas por faixa etária 
O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina
no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º mês,
4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas
consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e, a
partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês
do aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas porque
representam momentos de oferta de imunizações e de
orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças.
As crianças que necessitem de maior atenção devem ser
vistas com maior frequência.
Anamnese 
É fundamental que o profissional de saúde, a família e a
criança estabeleçam uma relação de confiança ao longo do
acompanhamento da criança. A atitude de estabelecer
canais de comunicação que permitam a construção de
parcerias entre eles é importante e facilita as relações, a
divisão de tarefas e as responsabilidades. O procedimento
de aprimorar as habilidades de comunicação tem sido
considerado uma ação fundamental. Perguntas abertas
facilitam a compreensão dos motivos para a consulta, além
de permitirem que o profissional explore condições que não
tenham sido bem explicadas. Exemplos: “o que você gostaria
de me contar hoje?” ou “ocorreu alguma mudança importante
na família desde a nossa última consulta?” ou, ainda, “existe
algo no comportamento do fulano que os preocupa?”. É
importante ainda evitar abordagens intrusivas ou
interpretativas que não propiciem a descrição natural dos
fatos: “ele está dormindo mal?” ou “por que você não o
trouxe antes?”. Além disso, vale lembrar habilidades que
facilitam a comunicação: saber ouvir, ter empatia,
demonstrar interesse, valorizar questionamentos, informar
claramente, certificar-se de ter sido entendido, resumir o que
foi combinado até a próxima consulta.
Exame físico 
Dados antropométricos 
Ausculta cardíaca 
Aferição da pressão arterial 
 Um exame físico completo da criança deve ser realizado na
primeira consulta com um(a) médico(a) ou um(a) enfermeiro(a).
A repetição do exame completo em todas as consultas não
está justificada. Merecem discussão alguns procedimentos
específicos que são frequentemente recomendados para o
exame físico da criança nos primeiros 10 anos de vida:
A monitorização do crescimento de forma rotineira é
amplamente aceita por profissionais de saúde e é um
componente da consulta para a criança no mundo inteiro. Os
registros do peso, da estatura e do comprimento, bem como do
perímetro cefálico da criança, aferidos nos gráficos de
crescimento, são recomendáveis para todas as consultas, para
crianças de risco ou não, até os 2 anos de idade. 
Entre os 2 e os 10 anos de idade, deve-se aferir o peso e a
altura e plotá-los no gráfico nas consultas realizadas. A altura
para a idade é o melhor indicador de crescimento da criança e,
no Brasil, representa o déficit antropométrico mais importante. 
O índice de massa corporal (IMC) teve seu uso validado em
crianças como bom marcador de adiposidade e sobrepeso, além
do fato de que seu valor na infância pode ser preditivo do IMC
da vida adulta. Recomenda-se a plotagem de peso,
estatura/comprimento nas curvas de IMC por idade e gênero
desde o nascimento. 
Os valores das frequências cardíaca e respiratória considerados
normais podem ser observados a seguir. 
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença frequente
no adulto. Recomenda-se o uso desta para instruções sobre a
técnica correta de aferição e avaliação da PA em crianças. O
quadro a seguir apresenta a classificação da PA em menores
de 18 anos.
Importante também orientar sobre a posição para dormir,
prevenção de infecção viral respiratória, aconselhamento para
realizar atividade física, em relação a hábitos alimentares e
prevenção de lesões não intencionais.
Imunização
Monitoração do crescimento
A vigilância nutricional e o monitoramento do crescimento
objetivam promover e proteger a saúde da criança e, quando
necessário, por meio de diagnóstico e tratamento precoce para
sub ou sobrealimentação, evitar que desvios do crescimento
possam comprometer sua saúde atual e sua qualidade de
vida futura. Estudos sobre a epidemiologia do estado
nutricional têm dado mais atenção ao peso e ao índice de
massa corpórea do que à altura, porém a altura também tem
sido associada a vários desfechos e causas de mortalidade. O
deficit estatural representa atualmente a característica
antropométrica mais representativa do quadro epidemiológico
da desnutrição no Brasil. O melhor método de
acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico
do peso, da estatura e do IMC da criança na Caderneta de
Saúde da Criança.
A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros
para avaliação do crescimento de crianças (menores de 10
anos) os seguintes gráficos: perímetro cefálico (de zero a 2
anos), peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e
de 5 a 10 anos), comprimento/estatura para a idade (de zero
a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), índice de massa
corporal (IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos
e de 5 a 10 anos).
As tabelas a seguir apresentam os pontos de corte para a
avaliação do crescimento da criança que podem ser avaliados
a partir do registro dos dados antropométricos nas curvas
disponíveis na Caderneta de Saúde da Criança e pelo Sistema
de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do MS.
à criança uma alimentação mais adequada.
•Verifique as atividades de lazer das crianças.
•Encaminhe a criança para o Nasf, se tal possibilidade estiver
disponível.
•Realize a avaliação clínica da criança.
Magreza ou peso baixo para a idade para crianças menores de
2 anos:
•Investigue possíveis causas, com atenção especial para o
desmame.
•Oriente a mãe sobre a alimentação complementar adequada
para a idade.
•Se a criança não ganhar peso, solicite seu acompanhamento
no Nasf.
•Oriente o retorno da criança no intervalo máximo de 15 dias.
Para crianças maiores de 2 anos:
•Investigue possíveis causas, com atenção especial para a
alimentação, para as intercorrências infecciosas, os cuidados
com a criança, o afeto e a higiene.
•Trate as intercorrências clínicas, se houver.
•Solicite o acompanhamento da criança no Nasf.
•Encaminhe a criança para o serviço social.
•Oriente a família para que a criança realize nova consulta
com intervalo máximo de 15 dias.
Magreza acentuada ou peso muito baixo para a idade
•Investigue possíveis causas, com atenção especial para o
desmame (especialmente para os menores de 2 anos), a
alimentação, as intercorrências infecciosas, os cuidados com a
criança, o afeto e a higiene.
•Trate as intercorrências clínicas, se houver.
•Encaminhe a criança para atendimento no Nasf.
•Encaminhe a criança para o serviço social, se este estiver
disponível.
•Oriente a família para que a criança realize nova consulta
com intervalo máximo de 15 dias.
Particularidades da criança prematura ou com
restrição do crescimento intrauterino
O acompanhamento docrescimento de crianças pré-termo ou
com baixo peso para a idade gestacional exige um cuidado
maior, pois elas não tiveram seu crescimento intrauterino
adequado. O acompanhamento ideal das crianças pré-termo
exige a utilização de curvas específicas ou que se corrija a
idade cronológica até que completem 2 anos de idade para a
utilização das curvas-padrão. Considerando-se que o ideal seria
nascer com 40 semanas de idade gestacional, deve-se
descontar o número de semanas que faltaram para o feto
atingir essa idade gestacional, ou seja, para uma criança
nascida com 36 semanas, o peso aos 2 meses será registrado
na idade de um mês. A maioria dos autores recomenda utilizar
a idade corrigida na avaliação do crescimento e
desenvolvimento de crianças pré-termo no mínimo até os 2
anos de idade, para não subestimá-los na comparação com a
população de referência.
Situações de desvio no crescimento
A seguir, serão apresentadas algumas considerações sobre o
manejo de situações de desvio no crescimento da criança com
até 5 anos de idade.
Sobrepeso ou obesidade
• Verifique a existência de erros alimentares, identifique a dieta
da família e oriente a mãe ou o cuidador a administrar a 
Acompanhamento do desenvolvimento
O conceito de desenvolvimento é amplo e refere-se a uma
transformação complexa, contínua, dinâmica e progressiva, que
inclui, além do crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos
psíquicos e sociais.
Costuma-se falar em desenvolvimento de forma distinta entre
desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial, como uma
forma de facilitar o estudo do desenvolvimento humano. Mas
cabe apontar que tais aspectos estão interligados e influenciam-
se mutuamente durante a vida do indivíduo.
Nos anos pré-escolares, diferentes dimensões e estilos paternos
têm efeitos sobre diferentes aspectos do desenvolvimento social
e das personalidades das crianças: autoestima, desenvolvimento
moral, conduta pró-social, autocontrole etc. Além da família, não
podemos nos esquecer da escola, que se transforma
rapidamente em um importante contexto de socialização, que se
encarrega, principalmente, da transmissão do saber organizado,
que é o produto do desenvolvimento cultural.
Acompanhamento e avaliação do desenvolvimento 
O acompanhamento do desenvolvimento da criança na atenção
básica objetiva sua promoção, proteção e a detecção precoce
de alterações passíveis de modificação que possam repercutir
em sua vida futura. Isso ocorre principalmente por meio de
ações educativas e de acompanhamento integral da saúde da
criança.
A criança deve atravessar cada estádio segundo uma sequência
regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento cognitivo são
sequenciais. Se a criança não for estimulada ou motivada no
devido momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu
desenvolvimento. Afinal, o desenvolvimento infantil se dá à
medida que a criança vai crescendo e vai se desenvolvendo de
acordo com os meios onde vive e os estímulos deles recebido.
Distúrbios no desenvolvimento
Os fatores de risco para problemas de desenvolvimento podem
ser classificados em genéticos (por exemplo: síndrome de
Down), biológicos (por exemplo: prematuridade, hipóxia neonatal,
meningites) e/ou ambientais (fatores familiares, de ambiente
físico, fatores sociais). No entanto, a maior parte dos traços de
desenvolvimento da criança é de origem multifatorial e
representa a interação entre a herança genética e os fatores
ambientais. O baixo peso ao nascer e a prematuridade são
eventos que aumentam o risco da criança para alterações
globais em seu desenvolvimento (tais como: distúrbios de
linguagem, de motricidade, de aprendizagem e atraso
neuropsicomotor), podendo, contudo, evoluir durante os primeiros
dois anos de vida para padrões de normalidade na maioria dos
casos. No entanto, as maiores taxas de deficiência ocorrem nas
menores faixas de peso e idade gestacional, tendo correlação
com a incidência de complicações no período neonatal Estudos
revelam que as crianças com baixo peso ao nascer tiveram
quatro vezes mais chances de apresentar problemas em
relação àquelas com maior peso. Além disso, o fator
prematuridade teve mais chances (60%) de evidenciar
problemas no desenvolvimento

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