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MARCIA CARNEIRO VALERA Estudo da Compatibilidade Biológica de Alguns Cimentos Endodônticos à Base de Hidróxido de Cálcio e um Cimento de Ionômero de Vidro. Avaliação do Selamento Marginal Apical e Análise Morfológica por Microscopia de Força Atômica. Tese apresentada à Faculdade de Odontologia, Campus de Araraquara, Universidade Estadual Paulista .Júlio de Mesquita Filho., como parte dos requisitos para a obtenção do título de DOUTOR, pelo Curso de Pós-Graduação em ODONTOLOGIA, Área de Concentração em ENDODONTIA. Orientador: Prof. Dr. Mário Roberto Leonardo Faculdade de Odontologia de Araraquara Araraquara 1995 r l) -" '! ' ' (', ' ' \'' .~ J.~)) Valera, Marcia Carneiro Estudo da Compatibilidade Biológica de Alguns cimentos Endodônticos à Base de Hidróxido de Cálcio e um Cimento de Ionômero de Vidro. Avaliação do selamento Marginal Apical e Análise Morfológica por Microscopia de Força Atômica. I Marcia Carneiro Valera. Araraquara: M.C.V., 1995. 333 f: ii.; 29,7cm Tese (Doutorado em Endodontia) Faculdade de Odontologia, Campos de Araraquara, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". Orientador: Prof. Dr. Mário Roberto Leonardo Black D24 Dl5 CDD 617.634 Meu maior agradecimento: .... ~as os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águias; con-erão, e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão .. Is. 40:3/. A Deus, por meio de Jesus Cristo, seja dada toda a honra, toda glória e todo o louvor. Obrigada Senhor! (;! uando eu era filha aos pés de meu pai, e diante de minha mãe, eles me ensinavam e me diziam: Retenha o teu coração as minhas palavras, Adquire a sabedoria, adquire o entendimento; ... Não a abandones, e ela te guardará; Ama-a e ela te preservará. Quando andares, não se embaraçarão os teus passos; e se correres não tropeçarás. Não andes pelos maus caminhos. Evita-o, ... passe de largo . .... Porque a vereda do justo é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito .. Aos meus amados pais e familiares eu dedico este trabalho. ~ inha homenagem e agradecimento Prof. Dr. Mário Roberto Leonardo, que dedicou sua vida ao ensino e a pesquisa. Que deu-me a oportunidade de andar nesse caminho, repartindo suas experiências, me orientando de forma segura, moldando a minha aptidão e me incentivando para que eu pudesse transformar o meu ideal em uma realização. As palavras não são capazes de expressar o meu respeito, carinho, amizade e gratidão. Que Deus o abençoe e lhe dê infinitamente mais. . e4 s palavras dos sábios são como aguilhões; e como pregos bem )veados são as palavras coligidas do mestre ..... Prof. Dr. Alberto Consolaro: Mestre, expoente no ensino e pesquisa; lutador, corajoso e vencedor. O seu exemplo de vida e o seu brilhantismo me estimulam a refletir e a prosseguir. Obrigada professor, cientista, poeta e orientador; Obrigada amigo. Prof. Dr. Vladimir de Jesus Trava-Airoldi: Um grande cientista, que soube se inclinar para me ajudar a visualizar outros horizontes, permitindo-me o convívio interdisciplinar no mundo fascinante da ciência. A você, que me incentivou, orientou e ainda me recebeu no interior de sua família, meu muito obrigada. Não existem palavras para agradecer um verdadeiro amigo. tn:J eus sinceros agradecimentos aos, agora, amigos: Prof, Nivaldo Antônio Parlzotto; doutorando do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP. Prof. Dr. Mauricio Urban Kleinke; professor do Departamento de Física Aplicada da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Prof. Dahge Chiadin Chang; doutorando do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Prof. Dr. Eva/do José Corat, do Laboratório de Interfaces do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais- INPE, de São José dos Campos. Obrigada pelos conhecimentos transmitidos, pela atenção, pela dedicação que dispensaram durante a execução deste trabalho. Que Deus os abençoe. 7ambém agradeço: Aos Profs. do Departamento de Odontologia Restauradora (Dentístíca e Endodontia), da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos - UNESP, pelo convívio diário harmonioso e pela compreensão durante as minhas ausências. Em especial agradeço: Praf. Dr. Jaime Freitas Ribeiro, professor responsável pela disciplina de Endodontia, pela confiança em mim depositada, e apoio durante a execução deste trabalho. À Prof. Dra. Maria Amélia Máximo de Araújo, pelo incentivo e exemplo de mulher lutadora. À Prof. Dra. Rosehelene Marotta de Araújo, Chefe do Departamento de Odontologia Restauradora, pela colaboração e atenção dispensada. Às fUncionárias do Departamento de Odontologia Restauradora, em especial à Senhora Tirza Garcia Durante Lopes e Maria Lúcia Silva. c1l gradecimentos Institucionais: À Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista .Júlio de Mesquita Filho., UNESP, na pessoa do Senhor Diretor Prof Dr. Luís Roberto de T. Ramalho. À Faculdade de Odantologia de São José dos Campos da Universidade Estadual Paulista .Júlio de Mesquita Filho., UNESP, na pessoa do Senhor Diretor Prof Dr. José Eduardo Junho de Araújo. À Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, USP, na pessoa do Prof Dr. Alberto Consolara, do Departamento de Patologia, pela valiosa contribuição na realização de parte deste trabalho. À Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, na pessoa do responsável pelo Departamento de Dispositivos Semicondutores, Prof Dr. Vítor Baranauskas, pela valiosa contribuição na realização de parte deste trabalho. Ao Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, por meio do Coordenador do Laboratório de Interfaces, Prof Dr. Omar Teschke, pela contribuição na realização de parte deste trabalho. Ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais -INPE, de São José dos Campos, por meio do Senhor Prof Dr. Vladimir de Jesus Trava- Airoldi, do Laboratório Associado de Sensores e Materiais, pela valiosa contribuição na realização de parte deste trabalho. cJI gradeço ainda: Ao Prof Dr. Ary José Dias Mendes, pela orientação e realização da análise estatística. Aos Professores Doutores Roberto Miranda Esberard e Jdomeo Bonettí Filho e Professores Renato de Toledo Leonardo, Mário Tanomaru Filho e Fábio Berbert, da disciplina de Endodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista .Júlio de Mesquita Filho., pela acolhida e convívio. À minha grande amiga e colega de Faculdade, a quem posso chamar de irmã, Mônica Fernandes Gomes, pela colaboração e incentivo nos momentos mais difíceis. Aos professores do curso de Pós Graduação da Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP. Aos meus colegas do curso de Doutorado, Mário Tanomaru Filho e Walter Antonio de Almeida, pelo companheirismo. Às minhas amigas e companheiras de Araraquara, Patricia, Helena e Daniele ... . Vocês, estarão sempre dentro do meu coração .. Obrigada! Ao Senhor Edson Luis Mori, técnico de laboratório da Disciplina de Endodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP, pela dedicação, e valiosa colaboração durante a execução da parte experimental do estudo da biocompatibilidade. Ao Senhor Juracy do Nascimento, da Disciplina de Patologia da Faculdade de Odontologia de Bauru, USP, pela atenção e dedicação na histotécnica. Às Funcionárias da Biblioteca da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, UNESP, na pessoa da Senhora Lei/a Novaes, pela competência e dedicação. Às fUncionárias da Pós Graduação da Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP, Otilia Conceição Ramos de Oliveira, Mara Cândida Munhoz do Amaral, Vera Lúcia Perruci Roque e Rosângela Aparecida Silva dos Santos. Aos funcionários da disciplina de Endodontia daFaculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP, Emília, Ivone e Pedro, pela atenção dedicada. À disciplina de Microbiologia da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, UNESP, na pessoa do Senhor Prof Dr. Antônio O/avo Cardoso Jorge; da Senhora. Clélia Aparecida Paiva Martins e demais funcionários pela atenção dispensada. Aos colegas do curso de Pós Graduação da Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista .Júlio de Mesquita Filho., em especial as companheiras Gisela, Delani e Ana Helena. Ao Senhor Valdir João Afonso, pelo auxílio na correção do texto. Aos meus amigos Leonor Lima Egídio e Augusto Odécio Egídio, pelo apoio na cidade de São José dos Campos. Às minhas eternas e fiéis amigas Ana Paula Ferreira Caíres, Ana Maria Nogueira e Ezilaine do Nascimento, pelo constante sustento em orações. À todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a execução deste trabalho, meu muito obrigada! LISTA DE QUADROS LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS LISTA DE IDSTOGRAMAS RESUMO SUMÁRIO 1 INTRODUÇA0 ............................................................................... 29 2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................... .35 2.1 Cimentos à base de resina, óxido de zinco e eugenol e outros .. .36 2.1.1 Propriedades biológicas ............................................................ 36 2.1.2 Propriedades fisicas ................................................................... 41 2.2 Hidróxido de cálcio ...................................................................... 43 2.3 Cimentos à base de hidróxido de cálcio ...................................... 52 2.3.1 Propriedades biológicas ............................................................ 52 2.3.2 Selamento marginal .................................................................. 66 2.3.3 Outras propriedades .................................................................. 82 2.4 Cimentos adesivos e de ionômero de vidro ................................ 88 2.4.1 Propriedades biológicas ........................................................... 88 2.4.2 Propriedades flsicas ................................................................... 91 2.5 Infiltração marginal: Imersão no corante; Tempo de armazenamento ...................................................................... ! 03 3 PROPOSIÇÃ0 .............................................................................. 118 4 MATERIALEMÉTODOS ......................................................... l20 4.1 Avaliação da biocompatibilidade em tecido subcutãneo de ratos ........................................................................................ 124 4.1.1 Metodologia experimental ..................................................... 124 4.1.2. Análises microscópicas .......................................................... 127 4.1.2.1 Infiltrado inflamatório e reações correlatas ......................... l27 4.1.2.2 Fenômenos reparatórios e reações correlatas •.................... .l28 4.1.2.3 Caracteristicas do cimento obturador .................................. l29 4.1.3 Análise estatística .................................................................... 130 4.2 Avaliação do selamento marginal apical... ............................... .l32 4.2.1 Metodologia experimental ...................................................... l32 4.2.2 Análise das infiltrações .......................................................... .l39 4.2.3 Análise estatística .................................................................... l40 4.3 Análise morfológica em aumento de alta resolução dos cimentos após a obturação dos canais radiculares e após um periodo de seis meses, utilizando-se da microscopia de força atômica ....................................................................................... 141 4.3.1 Microscopia de força atômica (MFA ou AFM) ...................... l41 4.3.1.1 Teoria de funcionamento do microscópio de força atômica ................. ..................................................... .. 144 4.3 .1.2 Cuidados na medida ............................................................. 148 4.3.2 Metodologia Experimental... ................................................... 149 4.3.2.1 Preparo das amostras ............................................................ 149 4.3.2.2 Utilização das amostras ........................................................ I 54 4.3.2.3 Armazenamento das amostras .............................................. I 55 4.3.2.4 Reutilização das amostras ..................................................... l56 5 RESULTADOS .............................................................................. 158 5.1 Avaliação da biocompatibilidade em tecido subcutãneo de ratos ............................................................................................. 158 5.1.1 Infiltrado inflamatório e reações correlatas ........................... 159 5.1.1.1 Análise microscópica descritiva ........................................... 159 5 .1.1.1.1 Grupo experimental Sealapex ........................................... 159 5.1.1.1.2 Grupo experimental Apexit ............................................... l66 5.1.1.1.3 Grupo experimental Sealer 26 ........................................... 172 5.1.1.1.4 Grupo experimental Ketac Endo ....................................... 177 5.1.1.2 Análise estatística da magnitude geral das inflamações ..... 182 5.1.2 Fenômenos reparatórios e reações correlatas .......................... 187 5.1.2.1 Análise microscópica descritiva .......................................... 187 5.1.2.1.1 Grupo experimental Sealapex .......................................... .l87 5.1.2.1.2 Grupo experimental Apexit ............................................... 188 5.1.2.1.3 Grupo experimental Sealer 26 .......................................... .189 5.1.2.1.4 Grupo experimental Ketac Endo ...................................... .l90 5.1.2.2 Análise estatística dos fenômenos reparatórios ................... 191 5.1.2.2.1 Proliferação tibroblástica .................................................. 191 5.1.2.2.2 Proliferação angioblástica ................................................. 197 5.1.2.2.3 Densidade do fibrosamento .............................................. 203 5.1.3 Características inerentes ao material obturador ...................... 211 5 .1.3 .I Grupo experimental Sea1apex .............................................. 211 5.1.3.2 Grupo experimental Apexit .................................................. 211 5.1.3.3 Grupo experimental Sealer 26 .............................................. 212 5.1.3.4 Grupo experimental Ketac Endo .......................................... 213 5.2 Avaliação do selamento margina apical .................................... 214 5.2.1 Dados obtidos .......................................................................... 214 5.2.2 Análise estatística .................................................................... 215 5.3 Análise morfológica em aumento de alta resolução dos cimentos após a obturação dos canais radiculares e após um período de seis meses, utilizando-se da microscopia de força atômica ....................................................................................... 219 5.3.1 Grupo experimental Sealapex ................................................. 219 5.3.2 Grupo experimental Apexit... .................................................. 226 5.3.3 Grupo experimental Sealer 26 ................................................. 231 5.3.4 Grupo experimental Ketac Endo ............................................. 235 -6 DISCUSSA0 ................................................................................. 242 6.1 Dos cimentos obturadores ..........................................................242 6.2 Da biocompatibilidade ............................................................... 245 6.2.1 Da metodologia ....................................................................... 245 6.2.2 Dos resultados .......................................................................... 249 6.3 Do selamento marginal apical .................................................... 257 6.3.1 Da metodologia ....................................................................... 257 6.3 .2 Dos resultados ......................................................................... 268 6.4 Da análise morfológica utilizando-se a microscopia de força atômica ........................................................................................ 276 6.4.1 Da metodologia ....................................................................... 276 6.4.2 Dos resultados ......................................................................... 280 6.5 Considerações gerais .................................................................. 284 7 CONCLUSÕES ............................................................................. 285 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................... 288 ABSTRACT ........................................................................................ 333 LISTA DE QUADROS Quadro I - Distribuição dos grupos experimentais para a avaliação do selamento marginal apical. Quadro 2 - Técnicas de microscopia, considerando a ampliação, meio ambiente de operação, tipo de imagem e dano causado na amostra. Quadro 3 - Representação esquemática da metodologia utilizada com o AFM. Quadro 4 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações provocadas pelo cimento Sealapex no período de 14 dias. Quadro 5 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações provocadas pelo cimento Sealapex no período de 90 dias. Quadro 6 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações provocadas pelo cimento Apexit no período de 14 dias. Quadro 7 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações provocadas pelo cimento Apexit no período de 90 dias. Quadro 8- Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações provocadas pelo cimento Sealer 26 no período de 14 dias. Quadro 9 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações provocadas pelo cimento Sealer 26 no período de 90 dias. Quadro I O - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações provocadas pelo cimento Ketac Endo no período de 14 dias. Quadro II -Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações provocadas pelo cimento Ketac Endo no período de 90 dias. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Representação esquemática do funcionamento do AFM. Figura 2- Fotomicrografia da superficie dentinária radicular, utilizando-se da AFM. Figura 3 - Representação esquemática do segmento número dois da amostra e suas identificações. Figura 4 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealapex após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Nestes espécimes não se observou extravasamento do material pela luz do tubo, restringindo-se aos limites durante a sua colocação. Aos 90 dias (B), numerosos macrófagos continham partículas de Sealapex no seu interior, o mesmo ocorrendo com alguroas CGMis. (aumento original: A e B = 40x; H. E.). Figura 5 -Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealapex após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Em ambos os espécimes houve extravasamento pela luz do tubo, induzindo reação granulomatosa tipo corpo estranho. Destaca-se o grande número de macrófagos e CGMis carregados de partículas de Sealapex no seu citoplasma (aumento original: A e B = 40x; H.E.). Figura 6 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Apexit após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Aos 14 dias (A), destaca-se a infiltração de células inflamatórias e faixa de tecido de granulação periférica com discreto grau de fibrosamento, embora organizado. Nota-se ainda a presença de macrófagos contendo material obturador. Aos 90 dias (B), tem-se ainda extensa faixa de tecido de granulação organizado mas infiltrado por células inflamatórias e associadas à intensa congestão vascular (aumento original: A e B = 40x; H. E.). Figura 7 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealer 26 após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Aos 14 dias (A), destaca-se a estreita faixa tecidual reacional bem organizada e pouco infiltrada por células inflamatórias. Aos 90 dias (B), observa-se a cápsula fibrosa bem organizada e fma, apresentando eventuais macrófagos carregados de partículas do Sealer 26 (aumento original: A e B = 40x; H.E.). Figura 8 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Ketac Endo após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Destaca-se em ambos os períodos a presença exuberante das estruturas cristalinas do material no interior dos macrófagos e CGMis. Na interface com o material, observa-se uma fina e organizada cápsula fibrosa (aumento original: A e B = 40x; H.E.). Figura 9 - Representação gráfica da magnitude geral das inflamações provocadas pelos cimentos estudados. A - período experimental de 14 dias; B - período experimental de 90 dias. Figura I O - Representação gráfica da variabilidade da proliferação fibroblástica ocorrida entre os espécimes no período experimental de 14 dias. Figura 11: Representação gráfica da variabilidade da proliferação fibroblástica ocorrida entre os espécimes no período experimental de 90 dias. Figura 12- Representação gráfica da variabilidade da proliferação angioblástica ocorrida entre os espécimes no período experimental de 14 dias. Figura 13 - Representação gráfica da variabilidade da proliferação angioblástica ocorrida entre os espécimes no período experimental de 90 dias. Figura 14 - Representação gráfica da variabilidade da densidade de tibrosamento ocorrida entre os espécimes no período experimental de 14 dias. Figura 15 - Representação gráfica da variabilidade da densidade de fibrosamento ocorrida entre os espécimes no período experimental de 90 dias. Figura 16 - Representação gráfica das médias dos fenômenos reparatôrios observados após a implantação dos cimentos, nos periodos de 14 (A) e 90 (B) dias. Figura 17 - Representação gráfica das medidas das infiltrações apicais ocorridas com a utilização dos quatro cimentos estudados nos diferentes períodos experimentais. Figura 18 - Superfície do cimento Sealapex após a obturação do canal radicular. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). Figura 19 - Superfície B do cimento Sealapex após seis meses da manutenção em plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). Figura 20 - Superfície A do cimento Sealapex após seis meses de manutenção no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). Figura 21 - Superfície do cimento Apexit após a obturação do canal radicular. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). Figura 22 - Superficie A do cimento Apexit após seis meses de manutenção no plasma sangüineo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). Figura 23 - Superficie do cimento Sealer 26 após a obturação do canal radicular. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). Figura 24 - Superficie B do cimento Sealer 26 após seis meses de manutenção no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 6100x). Figura 25 - Superficie do cimento Ketac Endo após a obturação do canal radicular. Fotomicrografia pelo AFM.(aumento 8400x). Figura 26 - Superficie B do cimento Ketac Endo após seis meses de manutenção no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x ). Figura 27 - Superficie A do cimento Ketac Endo após seis meses de manutenção no plasma sangüíneo.Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). LISTA DE TABELAS Tabela I -Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, período, interações e comparações múltiplas. Tabela 2 - Postos médios e conjuntos de acordo com o material, período e interação material x período. Tabela 3 - Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, período, interação e comparações múltiplas. Tabela 4- Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período e interação cimento x período. Tabela 5 - Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, período, interação e comparações múltiplas. Tabela 6 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período e interações cimento x período. Tabela 7 - Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, período, interação e comparações múltiplas. Tabela 8 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período e interação cimento x período. Tabela 9 - Valores de infiltração apical de acordo com o cimento e período de imersão no corante (mm). Tabela 10- Análise de Variância aplicada sobre os valores das infiltrações apicais. Tabela li - Médias, erro-padrão e conjuntos de médias iguais para a infiltração de acordo com o cimento, imersão e interação cimento x imersão (mm). LISTA DE HISTOGRAMAS Histograma I - Referente à superficie do cimento Sealapex após a obturação do canal radicular. Histograma 2 - Referente à superficie B do cimento Sealapex após seis meses de contato com o plasma sangüíneo. Histograma 3 - Referente à superficie A do cimento Sealapex após seis meses de contato com o plasma sangüíneo. Histograma 4 - Referente à superficie do cimento Apexit após a obturação do canal radicular. Histograma 5 - Referente à superficie A do cimento Apexit após seis meses de contato com o plasma sangüíneo. Histograma 6 - Referente à superficie do cimento Sealer 26 após a obturação do canal radicular. Histograma 7 - Referente à superficie B do cimento Sealer 26 após seis meses de contato com o plasma sangüíneo. Histograma 8 - Referente à superficie do cimento Ketac Endo após a obturação do canal. Histograma 9 - Referente à superfície B do cimento Ketac Endo após seis meses de contato com o plasma sangüíneo. Histograma I O - Referente à superfície A do cimento Ketac Endo após seis meses de contato com o plasma sangüíneo. RESUMO Este trabalho avaliou a compatibilidade biológica, em tecido subcutâneo de ratos, e o selamento apical de canais radiculares obturados com os cimentos endodônticos Sealapex, Apexit, Sealer 26 e Ketac Endo. Foram também realizadas caracterizações morfológicas de alta resolução desses cimentos, utilizando-se uma recente técnica de microscopia de força atômica (AFM.), que permite a observação de microestruturas não-condutoras. No estudo da biocompatibilidade, tubos de polietileno contendo os cimentos obturadores, foram implantados no tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Os animais foram sacrificados após 14 e 90 dias. Para o estudo do selamento apical foram utilizadas 136 raízes. Após o preparo biomecânico, os canais radiculares foram obturados pela técnica da condensação lateral ativa com os cimentos em estudo. Metade das amostras foi imersa imediatamente na solução de azul de metileno e a outra metade após 6 meses de armazenamento em plasma sangüíneo humano. Para a análise da nitra-estrutura dos cimentos, outras 16 amostras de canais radiculares obturados foram avaliadas por AFM. • Essas avaliações foram realizadas imediatamente após as obturações dos canais radiculares e após seis meses de contato com o plasma sangüineo humano. Quanto à biocompatibilidade constatamos que houve diferenças estatísticas entre os cimentos nos dois períodos de avaliações. Quanto ao selamento apical, observamos diferenças estatisticamente significantes entre os cimentos e entre os períodos estudados. Na análise por AFM, verificamos que alguns cimentos sofrem uma maior desintegração. I INTRODUÇÃO O sucesso do tratamento endodôntico está condicionado à perfeita execução de todas as fases operatórias dessa terapia, que devem ser realizadas de forma coerente, com o emprego de técnicas e materiais adequados, levando em consideração os princípios biológicos, respeitando, conseqüentemente, os tecidos apicais e periapicais, de forma a não agredi-los ou até estimulá-los nos processos de cicatrização. A fase da obturação do canal radicular complementa todo o esforço realizado nas etapas prévias como o diagnóstico, a abertura coronária, o preparo biomecânico e a chamada fase da desinfecção, conduzindo e contribuindo para o êxito definitivo do tratamento endodôntico. A obturação tende a manter o canal radicular livre de microorganismos, ou de sua proliferação, quando esses sobrevivem na massa dentinária após a biomecânica. Impede também a estagnação de líquidos tissulares, vedando o canal em toda a sua extensão - quer no seu diâmetro, quer em profundidade - e assegurando um selamento o mais hermético possível do forame apical. A importáncia dessa fase tem sido demonstrada por vários autores que correlacionam os fracassos endodônticos com obturações incompletas 30 (Grossman et al.89, 1964; Tamburus231 , 1983, Petersson et al. 185, 1986, Bonetti Filho et al.28, 1988). A obturação possui objetivos de natureza técnica, voltados à obliteração de todo o sistema de canais radiculares. Também tem objetivos de natureza biológica, permitindo o fechamento do forame apical, através da deposição de tecido mineralizado por parte do organismo (Holland et al. 101, 1971, Leonardo & Leal 139, 1991). Para alcançar esses objetivos, além das técnicas de obturação, os materiais obturadores têm um papel de extrema importância. O material obturador em estado sólido ma1s utilizado é a guta-percha que, apesar da sua compatibilidade biológica (Schildel03 , 1967, Holland et al. 103, 1975, Weine245 , 1982, Nguyen110, 1984, Tavares et al.233, 1994), não é capaz de selar o canal radicular quando utilizada sozinha, devendo ser associada aos cimentos obturadores (Limkangwalmongkol et al. 146, 1992). Esses cimentos preenchem os espaços existentes entre a guta-percha e as paredes do canal, e entre os cones de guta-percha, quando se emprega a técnica de obturação com múltiplos cones (Leonardo & Leal139, 1991). Na escolha de um material obturador em estado plástico, cimentos e pastas, deve-se levar em consideração as propriedades fisicas e biológicas desse material. Segundo Branstetter & Von Fraunhofer32, 1982, o material obturador deveria ter as seguintes características: -não ser irritante ao coto pulpar e tecidos periapicais; -ser impermeável; -ter atividade bactericida ou bacteriostática; 31 -não manchar as estruturas dentárias ou tecidos moles; -ser insolúvel nos fluidos tissulares; -ser radiopaco; -oferecer aderência à dentina e aos núcleos sólidos; -apresentar tempo de presa suficiente para facilitar sua introdução no canal radicular e presa rápida após a obturação; -não perder o volume após a presa; -oferecer solubilidade a solventes comerciais para facilitar sua eventual remoção em casos de retratamento. Essas propriedades são defendidas pelas especificações número 57 da ADA 4 para cimentos endodônticos, mas nenhum cimento preenche esses requisitos (Caiedo & Von Fraunhofer'6, 1988). Outra característica do cimento obturador seria a de estimular a deposição de tecido mineralizado, para o fechamento biológico do forame apical (Sonat215, 1991). Por anos, tem havido uma progressiva melhora nas propriedades dos cimentos, com mudanças nas fórmulas e composições desses materiais. Durante décadas, os cimentos mais utilizados foram à base de óxido de zinco e eugenol que, apesar de possuírem boas propriedades tisicas (Benatti et al. 16, 1978; Holland et al. 102, 1974), deixam muito a desejardo ponto de vista biológico (Leonardo137, 1973). O eugenol usado em demasia nas misturas recém-preparadas provoca necrose imediata nos tecidos seguida de anestesia local, que desaparece com o passar do tempo. Persiste, porém, uma inflamação aguda que, na maioria das vezes progride culminando em um processo 32 crónico nos tecidos apicais (Biven et ai.23 , 1972, Cook & Taylor49 , 1973, Timpawat & Vajrabhayi35, 1988, Yesilsol53, 1988, Barbosa et 9 ai. ' 1993). Esse fato levou a urna nova abordagem e a um novo critério na definição dos materiais endodônticos, dando ênfase às propriedades biológicas (Leonardo & Holland138, 1974, Meryon & Brook159, 1990, Barkhordar et al. 12, 1992, Zmener"58, 1992), mantendo - mesmo aprimorando - as propriedades fisicas e ainda com preocupações quanto à adesão dos cimentos às estruturas dentais (Pitt Ford189, 1979, Powis et a1. 192, 1982, Wennberg & Orstavik247, 1990, Geiger & Weiner76, 1993, Wu et al.'51 , 1994). Devido aos conhecidos efeitos terapêuticos do hidróxido de cálcio (Foreman & Barnes68, 1990, Silva207, 1991, Sjõgren et a1.208, 1991), essa substãocia foi introduzida nos cimentos endodônticos, com a finalidade de melhorar as propriedades biológicas desses materiais. Também, com base nos estudos de Wilson & Kent248' 249 , 1971 e 1972, surgiram os cimentos de ionômero de vidro, de comprovado potencial de adesão tisica e quimica tanto ao esmalte quanto à dentina (Powis et al. 192, 1982.), permitindo margens completamente seladas (McLean & Wilson 148, 1977.) e compatibilidade biológica (Snuggs et ai. 212, 1993). Em 1979, Pitt Ford 189 relatou pela primeira vez o uso desse cimento nas obturações de canais radiculares. E, recentemente, surgiu no comércio, um cimento de ionômero de vidro específico para endodontia. Os efeitos fisicos e biológicos dos cimentos podem ser avaliados de várias maneiras. JJ Biologicamente, realizam-se os testes primários, que dão um perfil geral da toxicidade dos materiais. Incluem-se aí testes de toxicidade sistêmica a curto prazo, de toxicidade sistêmica aguda, inalação, hemólise, mutagenicidade, teste letal dominante e citotoxicidade in vitro. Testes secundários avaliam a toxicidade local e incluem os implantes subcutâneos e ósseos, que avaliam a toxicidade in vivo de materiais que terão contato prolongado com esses tecidos. Entre os testes secundários temos ainda os de sensibilização e de irritação da membrana da mucosa bucal. Finalmente, temos os testes convencionais ( usage tests ), que são propostos para avaliar a resposta da ferida pulpar e tecidos periapicaís aos materiais endodônticos (ISO/TR 7405!19, 1984, Watts & Paterson243, 1992, Browne33, 1994, Hõrsted-Bindslev116, 1994, Larsson133, 1994, Mjõr162, 1994, Schmall04, 1994). Com relação às propriedades físicas, pode-se avaliar a força de compressão, absorção de água, solubilidade e desintegração. Consideram-se também as alterações dimensionais, o tamanho das partículas dos componentes do material, o tempo de endurecimento e a espessura da película do cimento. Pode-se avaliar ainda o pH, a radiopacidade e o escoamento, além do selamento marginal - aspecto que tem merecido especial atenção em muitos estudos (Bransteter & Von Fraunhofer32, 1982, Bonetti Filho et al. 27, 1987). Vários métodos têm sido utilizados para avaliar a capacidade de selamento dos cimentos obturadores de canais radiculares. Os mais clàssicos utilizam a penetração de corantes, com ou sem vácuo (Bonetti Filho et al.27 , 1987, Goldman et al.82 1989, 34 Spangberget al.217, 1989, Holland et al. 108, 1990, Limkaugwa1mongko1 et al. 147, 1991, Va1era242, 1993), ou substâncias radioativas (Going et a!."9, 1960, Holland et al. 102, 1974), técnicas eletroquímicas (Jacobson & Von Fraunbofer122, 1976, Barkhordar et al. 11 , 1989), modelos transparentes (Robertson & Leeb 196, 1982, Tagger et a1.228, 1983), penetração de bactérias ou de seus produtos (Torabinejad et al.237, 1990; Deveaux et a!. 56, 1992, Torabinejad et al.236, 1992). A avaliação através da microscopia eletrônica de varredura lan3bém tem sido utilizada por alguns autores (Krell & Wefel129, 1984) e, mais recentemente, o mecanismo de transporte de fluidos (Pashley et al. 181 , 1987;Wu et al.250, 1994) e a infiltração in vivo (Barnett et ai. 13, 1989) têm despertado o interesse de alguns pesquisadores. As propriedades fisicas e biológicas do Sealapex foranJ bastante avaliadas. Por outro lado, faz-se oportuna uma revisão da literatura pertinente, para viabilização de uma investigação quanto às propriedades biológicas e fisicas dos novos cimentos à base de hidróxido de cálcio - Apexit e Sealer 26 - bem como do Ketac Endo - cin3ento de ionômero de vidro. 2 REVISÃO DA LITERATURA Neste capítulo, procurou-se realizar wna revisão sintética sobre os cimentos à base de resina, óxido de zinco e eugenol e outros que, pelas suas características ou metodologia empregada para o seu estudo, poderiam contribuir com o presente trabalho e na discussão dos resultados posteriormente obtidos. De forma mais abrangente, discorreu-se sobre o hidróxido de cálcio e cimentos que contêm esta substância na sua composição. Produziu-se uma revisão sobre os cimentos adesivos -que levaram à utilização do cimento de ionômero de vidro na endodontia-. Ainda, realizou-se um revisão sobre estudos de infiltração marginal, dando ênfase ao fator tempo de armazenamento antes da imersão no corante. 36 2.1 Cimentos à base de resina, óxido de zinco e eugenol e outros. Até a década de oitenta, os cimentos disponíveis no mercado especializado eram baseados em fórmulas tendo como principais componentes o óxido de zinco e o eugenol. Após o advento das resinas plásticas, foram incorporados também ao mercado os cimentos de resina epóxica, resina polimérica e hidrofilica. Diferentes trabalhos compararam esses cimentos quanto às suas propriedades biológicas e fisicas. 2.1.1 Propriedades biológicas Erausquin64, 1970, avaliou a resposta do tecido periapical de dentes de ratos obturados com óxidos de: zinco, titânio, chumbo e alumínio. Os periodos de observações foram de sete, 30 e 90 dias. Nenhum dos óxidos mostrou evidências de ser dissolvido ou absorvido pelo organismo. Os óxidos de alumínio e titânio provocaram o aparecimento de grande número de macrófagos que fagocitavam suas partículas. Estes induziram uma progressiva e persistente reação inflamatória, que foi particularmente mais severa nos espécimes onde se usou óxido de titânio. Os óxidos de chumbo e zinco foram muito bem tolerados pelos tecidos periapicais. ( 37 Holland et ai. "JO, 1971, estudaram o comportamento do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos aos cimentos de óxido de zinco e eugeno1 e Pyocidina com su1fa, num período de observação de 30 dias. Verificaram a presença de infiltrado inflamatório intenso para todos os cimentos testados. Crane et al.51 , 1980, observaram que os cimentos sem eugenol na sua composição são mais compatíveis do que cimentos com esta substância na sua composição. Olsson et al. 174, 1981, estudaram a compatibilidade biológica dos cimentos Kloroperka NO, Kerr sealer e AH26. Os períodos de observação foram de 14, 30, 90 e 180 dias. Observaram grande presença de macrófagos e células gigantes tipo corpo estranho. Os autores consideraram esses cimentos semelhantes com relação ao grau de irritabilidade. Benatti Neto et al. 14, 1982, avaliaram as reações do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos aos componentes do cimento AH26. O componente éter de bisfenol A foi avaliado sozinho ou misturado com os componentes do pó (hexametilenotetramina, óxido de bismuto, óxido de titânio e prata pulverizada). Após os períodos de 48 e 72 h, sete, 21 e 60 dias, os animais foram sacrificados. As reações inflamatórias observadas, em ordem decrescente foram: éter de bisfenolA, éter de bisfenol A + óxido de bismuto, éter de bisfenol A + óxido de titânio, éter de bisfeno1 A + prata pulverizada e éter de bisfenol A + hexametilenotetramina. O óxido de titânio foi o que mais se espalhou pelo tecido e induziu reação macrofágica acentuada. 38 Safavi et a1.198, 1983, avaliaram a reação tecidual de misturas frescas dos cimentos AH26 e Hydron. Os períodos de avaliação foram de 7, 14, 30, 90 e 180 dias. Em todos os períodos de observação, pode-se notar áreas de necrose e inflamação ao redor dos materiais testados. Benatti Neto et ai. 15, 1986, avaliaram os cimentos endodônticos AH26, OZE, Fill canal e Endomethasone. Utilizaram segundos e terceiros pré-molares inferiores de quatro cães. Após o preparo biomecânico, os canais foram preenchidos com os cimentos e cones de guta-percha. O período de avaliação foi de 90 dias. Observaram um comportamento biológico mais favorável ao AH26 e OZE, tanto junto ao coto pulpar quanto na região periapical. O Fill canal apresentou-se mais agressivo à região periapical. Lia et a1. 144, 1988, avaliaram as reações do tecido subcutâneo de ratos aos componentes do cimento AH26. Os períodos de observação foram de dois, três, sete, 21 e 60 dias. Todas as substâncias se apresentaram irritantes na seguinte ordem decrescente de agressividade: éter de bisfenol A, óxido de titânio, óxido de bismuto, prata pulverizada e hexametilenotetramina. A atividade macrofágica foi intensa principalmente para o óxido de bismuto, prata pulverizada e éter de bisfenol A. Encapsulamento com colagenização foi permitido apenas para a hexametilenotetramina e a prata pulverizada. Orstavik & Mjõr176, 1988, compararam a compatibilidade biológica de cimentos à base de óxido de zinco e eugenol, resina e outros. Os períodos de avaliação foram de 14 e 90 dias. Verificaram pequena reação tecidual para os materiais à base de resina. Os cimentos de óxido de zinco e eugenol apresentaram respostas 39 mrus severas. Implante de AH26 e Hydron forrun rodeados por macrófagos fagocitando componentes metálicos pesados (Bi, Ba). Zmener et al?64, 1988, utilizaram o método histométrico e quantitativo em estudos de biocompatibilidade. Tubos de silicone contendo misturas recém-espatuladas de Endogel (gel absorvível de um composto protéico de origem bovina) ou de silicone sólida, foram implantados em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos e avaliados após sete, 30 e 90 dias. Os resultados mostraram que o Endogel provocou intensa resposta inflamatória em todos os períodos de observação com a presença de polimorfonucleares, linfócitos e macrófagos. Puderam observar a presença de tecido fibroso bem organizado em contato com a silicone. Pissiotis & Spangberg187, 1990, avaliaram a reação do tecido ósseo ao implante de hidroxiapatita, colágeno e hidróxido de cálcio puro ou diferentes combinações destes. Os implantes foram realizados bilateralmente em mandíbulas de porquinhos da guiné. As reações teciduais foram avaliadas nos períodos de dois, oito e 16 semanas. Não foram observadas grandes reações inflamatórias em nenhum dos materiais. A hidroxiapatita não foi reabsorvida após os períodos de observação, e o hidróxido de cálcio junto com o colágeno foram parcialmente ou totalmente reabsorvidos pelo tecido ósseo. Hong et ai. 113, 1991 , estudaram a reação teci dual do cimento fosfato de cálcio em dentes de macacos. Observaram resposta tecidual suave após um mês. Míoima reação foi visualizada em períodos mais longos. Observaram neoformação óssea ao redor do cimento. 40 P et al 179 1991 1. ascon . , , ava ~aram a biocompatibilidade de cimentos endodônticos. Cento e vinte e um dentes de 21 babuinos tiveram seus canais preparados um milimetro aquém do forame e irrigados com hipoclorito de sódio a I%. Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral e os cimentos AH26, Kerr pulp canal sealer e Kloroperka NO. As reações periapicais foram avaliadas a um, sete, 30, 365, 730 e 1095 dias. Nos curtos períodos de observações (um a sete dias), o AH26 causou severa reação e o Kerr pulp canal sealere kloroperka NO, reações moderadas e leves, respectivamente. Nos períodos de dois e três anos as reações foram: leves, para o AH26; moderadas, para o Kerr pulp canal sealer; severas, para a Kloroperka NO. Gulati et a1.90, 1991, observaram a elevada citotoxicidade de cimentos contendo eugenol, e resposta suave para cimentos sem esta substãncia. Orstavik & Mjõr177, 1992, avaliaram os cimentos AH26, Endomethasone, Kloroperka NO ou Procosol. Canais radiculares com polpa vital de dentes de macacos foram instrumentados e obturados pela técnica de condensação lateral e os cimentos citados. Foram realizadas avaliações radiográficas e histológicas, num período de um e seis meses. Radiograficamente observaram patologia periapical em seis de todas as 60 raízes. Histologicamente foram vistas inflamações periapicais após seis meses na seguinte proporção: l- AH26 - de nove raízes, duas com inflamação moderada e uma suave; 2- Endomethasone - de sete raízes, uma moderada; 3- Kloroperka- de sete raízes, mna suave; 4- Procosol - de sete raízes, uma suave. As 41 observações radiográficas e histopatológicas foram significantemente correlacionadas no período de seis meses. Araki et al.6, 1993, estudaram a citotoxicidade in vitro de dois cimentos obturadores de canais radiculares. Os cimentos continham uma mesma composição para o pó. A diferença entre eles é que o líquido de um era constituído de eugenol e o outro de ácidos oleosos. Ambos os materiais foram tóxicos, logo após a mistura e após 24 h de endurecimento. Após uma semana, o cimento com eugenol continuou sendo tóxico. 2.1.2 Propriedades tísicas Grieve & Parkholm86, 1973, avaliaram o selamento marginal de cimentos à base de resina e de óxido de zinco e eugenol, 24 h após as obturações, e constataram melhor selamento com os à base de resina. Mattisson & Von Fraunhofer158, 1983, também realizando um estudo comparativo com os mesmos materiais, observaram um melhor selamento com os cimentos de óxido de zinco e eugenol. 42 Orstavik, et al. 178, 1983, notaram maior capacidade de adesão à dentina por parte dos cimentos de resina. Mas os resultados foram melhores com os cimentos de óxido de zinco e eugenol nos casos das infiltrações marginais. Negm169, 1989, observou que o Tubliseal selou melhor que o AH26, mas que este cimento à base de resina apresentou um selamento melhor que os demais cimentos de óxido de zinco e eugenol. 70 Ainda os estudos de Fragola et ai. , 1979, investigaram o efeito do tamanho das partículas de um cimento endodôntico, sobre o tempo de presa, escoamento, densidade radiográfica e aparência microscópica desses materiais. Verificaram que o tempo de endurecimento e a densidade do cimento podem ser variados pela alteração no tamanho das partículas de seus componentes. Partículas menores aceleram o endurecimento, são mais fáceis de misturar e aumentam a densidade da mistura formando uma matriz mais homogênea e cristalina após o endurecimento do mesmo. Spangberg et ai. 218, 1993, avaliaram o papel da hexametilenotetramina, presente no cimento AH26, como fonte de liberação de formaldeído. Foram realizadas comparações com o cimento N2. Puderam verificar que o pó e a resina do AH26 não contem formaldeído, mas após a mistura, verificaram uma crescente presença desta substância nos dois primeiros dias de endurecimento. A concentração da mesma diminuiu após sete dias. Kazemi et ai. 127, 1993, compararam as alterações dimensionais ocorridas a longo prazo com os cimentos OZE, AH26, Endofill e Endomethasone. Os cimentos AH26 e Endofiii apresentaram 43 expansão inicial, seguida por perda volumétrica. Os cimentos de OZE, se contraíram nos períodos iniciais. 2.2 Hidróxido de cálcio O hidróxido de cálciofoi introduzido na Odontologia por Nygreen em 1838, conforme Leonardo & Lea1139, 1991, utilizado por Codman, 1851, citado por Mallo et a1. 154, 1987, mas foi em 1920, que Hermano, empregou este medicamento no tratamento de canais radiculares, observando o reparo 139• Subseqüente, Zander254, 1939, utilizando o Calxyl no tratamento de polpas vivas, observou a formação de uma ponte calcificada recobrindo o tecido pulpar exposto. Glass & Zander78, 1949, utilizaram o hidróxido de cálcio e água destilada, ou o óxido de zinco e eugenol, no capeamento pulpar de dentes permanentes jovens. Observaram que polpas expostas e capeadas com o óxido de zinco e eugenol apresentavam reação inflamatória crônica persistente no local de exposição do tecido pulpar, enquanto que, polpas capeadas com hidróxido de cálcio, após 4 semanas, apresentavam reparação no local da exposição. Observaram a formação de barreira de dentina e o aparecimento de nova camada odontoblástica. 44 Mitchell & Shanwalker161 , 1958, observaram haver compatibilidade biológica do hidróxido de cálcio associado à água destilada, em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Os períodos de observação variaram de dois a 3 5 dias. V eríficaram uma zona de necrose de coagulação ao redor do material nos períodos iniciais, e nos períodos mais avançados, observou tecido osteoide, com reação inflamatória moderada. Em 1960, Matsumiya & Kitamural 156, avaliaram o efeito da pasta de hidróxido de cálcio e água destilada em canais infectados de dentes de cães. Ao exame microscópico, observaram processo de reparo dos tecidos periapicais. Também os estudos de Sciaky & Pisante03 verificaram a origem dos íons cálcio dos tecidos mineralizados após o reparo. Concluíram que o hidróxido de cálcio é um iniciador do processo de mineralização e que os íons cálcio advêm possivelmente de via sangüínea. Eda62, 1961, utilizando técnicas histoquímicas, analisou a reação do tecido pulpar após a colocação de hidróxido de cálcio, fluoreto de cálcio e óxido de magnésio. Observou que, após trinta minutos de contato com o hidróxido de cálcio, havia a deposição de carbonato de cálcio e partículas Von Kossa positiva no tecido pulpar logo após a camada de necrose. Aos dez dias verificou a presença de células semelhantes a odontoblastos na área de exposição, e aos 15 dias observou a formação de uma camada de dentina. 45 Em 1964, Maisto & Capurro152 propuseram o uso da associação de hidróxido de cálcio, iodofórmio e suspensão de meti! celulose, como material obturador temporário para tratamento de dentes com ápice incompleto. Cabrini et al. 35, em 1965, realizaram exposição pulpar em dentes molares e pré-molares humanos, e após a permanência de cinco a dez minutos de contato com os fluidos bucais, o tecido exposto foi recoberto com pasta de hidróxido de cálcio. As cavidades foram seladas com óxido de zinco e eugenol e cimento de silício fosfato. As observações foram feitas de 62 a 84 dias. O exame microscópico revelou a presença de barreira mineralizada induzida pelo hidróxido de cálcio. Sampaio199, 1967, avaliou a reação do tecido pulpar de dentes de ratos, após a colocação do hidróxido de cálcio. Polpas dentais foram contaminadas e em seguida protegidas com pasta de hidróxido de cálcio. O autor pode verificar reparo com formação de barreira de tecido mineralizado. Em 1970, Heithersa/5 utilizou pasta de hidróxido de cálcio em suspensão de meti! celulose, como obturação temporária para casos de dentes com reabsorção apical e grandes lesões periapicais. Pode verificar regressão das lesões e constatou a eficácia desse material para estes casos. Dylewski60 1971, estudou o processo de reparo de dentes com ápice incompleto, após a colocação de hidróxido de cálcio e p-monocloroferol canforado. O estudo foi realizado em dentes de macacos. Observou reparo apical com formação de tecido calcificado tentando selar os ápices radiculares. 46 Em, 1971, Holland et al. 101 avaliaram a resposta dos tecidos periapicais de dentes de cães, após a obturação com hidróxido de cálcio e outros materiais, precedidos ou não pela colocação de curativo com corticosteróide e antibiótico. Observaram que o hidróxido de cálcio preservou a vitalidade do coto pulpar e favoreceu a deposição de cemento na região apical. Holland et al. 99 utilizaram hidróxido de cálcio associado ou não ao iodofórmio, em dentes de cães, que haviam ficado expostos ao meio bucal, e com ápice aberto. Observaram a deposição de tecido mineralizado, obliterando o ápice radicular e isolando o material dos tecidos periapicais. Rasmussen & Mjõr194, 1971, avaliaram os efeitos do hidróxido de cálcio como um potencial indutor de calcificações ectópicas. Esse material foi implantado em contato direto ou separado por um filtro de milipore em subcutâneo e em cavidades intraperitoneais de ratos. Os periodos de observações foram de seis a 18 semanas. Quando o hidróxido de cálcio foi colocado em contato direto com o tecido, observaram em alguns casos a formação de uma hiperplasia de tecido conjuntivo e numerosas células gigantes multinucleares. Notaram ocasionais estruturas basofilicas mal definidas, e estruturas isoladas Von Kossa positivo, semelhantes ao tecido ósseo imaturo. Nos casos onde se utilizou a membrana de milipore, não verificaram reações no tecido do hospedeiro Em 1971, Boume29, verificou que o alto pH do hidróxido de cálcio ativou a fosfatase alcalina e neutralizou a atividade da enzima osteoclástica. 47 Em 1972, Andreasen5; Cvek52 preconizaram o hidróxido de cálcio em dentes com rizogênese incompleta, mostrando a ocorrência de completa formação radicular e reparação das lesões periapicais, respectivamente. S & Gl. h 219 pector 1mc er , 1972, mostram as fosfoproteínas como fator iniciador da mineralização na presença do hidróxido de cálcio. Leonardo137, 1973, realizou um estudo clinico, radiográfico e microscópico em dentes de humanos. Nos casos de biopulpectomia, os canais foram obturados no terço apical com pasta de hidróxido de cálcio e o restante com cones de guta-percha e cimento de Rickert. Nos casos de polpas necrosadas, utilizaram-se diferentes soluções irrigadoras e um curativo com p-monoclorofenol canforado. Os canais foram obturados com cones de guta-percha e óxido de zinco e eugenol. Observou que o hidróxido de cálcio preservou a vitalidade do coto pulpar e estimulou a deposição cementária. Nos casos de necropulpectomia, apesar do êxito clínico e radiográfico, o exame microscópico mostrou reação inflamatória com infiltrado do tipo crônico. Tomeck et al.239 , 1973, avaliaram a utilização do hidróxido de cálcio associado ao p-monoclorofenol canforado, em dentes jovens de macacos, após a contaminação pelo meio bucal. Observaram fechamento apical e concluíram que o hidróxido de cálcio aumenta o potencial de reparação. Binnie & Rowe20, 1973, avaliaram a reação apical de dentes jovens de cães, expostos ao meio bucal, por uma semana, e obturados com o cimento de Grossman, pasta Calxyl ou pasta de 48 hidróxido de cálcio com água destilada. Observaram sucesso clínico e radiográfico. Microscopicamente verificaram ausência de infiltrado inflamatório, nos tecidos em contato com o hidróxido de cálcio. Cvek et ai. 54, 1974, avaliaram o efeito da pasta de hidróxido de cálcio em 38 dentes humanos reimplantados, sendo 21 com rizogênese completa e 17 com rizogênese. incompleta. Observaram que em dentes reimplantados e tratados com hidróxido de cálcio, a reabsorção radicular associada a áreas radiolúcidas pode ser evitada. Dentes com rizogênese incompleta, apresentaram menor porcentagem de anquilose. Cvek & Sunsdstrõm 53, 1974, avaliaram microscopicamente dentes com necrose pulpar e ápice incompleto, tratados com hidróxido de cálcio. Os dentes foram luxados, antes do tratamentoe extraídos por razões ortodônticas. Observaram áreas de calcificação com deposição de tecido cementóide na região apical. Catanzaro-Guimarães & Alle41 , 1974, avaliaram a compatibilidade do Calcidrox em tecido subcutâneo de ratos. Os períodos de avaliação foram de seis, 12 e 24 dias. Observaram intensa reação histoquímica para a fosfatase alcalina e para lipídios neutros do tecido que circundava o hidróxido de cálcio. Não foram observadas reações inflamatórias crônicas tardias, nem granulomatosa do tipo corpo estranho. Leonardo & Holland138, 1974, estudaram o processo de reparo clínico e histológico em dentes de humanos com dor espontânea após biopulpectomia e obturação com hidróxido de cálcio. O coto pulpar foi recoberto com uma pasta de hidróxido de cálcio e 49 água destilada e o restante do canal obturado pela técnica da condensação lateral com o cimento de Rickert. Os períodos das avaliações foram de um a cento e noventa dias. A avaliação clínica mostrou ausência de sintomatologia dolorosa em todos os casos. O exame histológico permitiu observar que o coto foi preservado em todos os casos. Nos períodos mais adiantados houve a deposição de cemento entre o coto e o material obturador. Holland et ai. 105, 1979, avaliaram a influência do limite das obturações, quando se utiliza o hidróxido de cálcio como material obturador. Os canais foram preparados e o hidróxido de cálcio foi forçado além do ápice. Após 30 dias, metade dos canais preenchidos com hidróxido e cálcio foi novamente aberta e reinstrumentada. Noventa dias após o primeiro tratamento, as análises histológicas mostraram resultados mais favoráveis aos canais reobturados. As sobreobturações com hidróxido de cálcio estimulam a formação de áreas de reabsorção e impedem o crescimento do tecido conjuntivo períapical. C G . & p . 42 atanzaro- unnarães ercmoto , 1984, estudaram o efeito do hidróxido de cálcio, OZE e AH26, sobre o afluxo de macrófagos e sobre a taxa de fusão destas células para formar granulomas, nos períodos de 4, 8, 12, 24, 30 e 40 dias, em tecido conjuntivo de ratos. Dos resultados, sugeriu-se capacidade altamente citotóxica do óxido de zinco e eugenol, para macrófagos. O hidróxido de cálcio não teve grande influencia sobre o processo de fusão ou taxa de atrair fagócitos mononucleares, indicando que o hidróxido de cálcio tem pequeno efeito citotóxico para macrófagos. 50 Schrõder205, 1985, relatou os efeitos do hidróxido de cálcio sobre a polpa. Inicialmente formou-se uma necrose superficial que causou pequena irritação estimulando a defesa e o reparo pulpar. Logo após, iniciou a proliferação e migração vascular e de células inflamatórias, células mesenquimais e a formação de colágeno. Os odontoblastos diferenciados e o tecido formado assumiram a aparência de dentina, normalizando a função pulpar. A mineralização do colágeno teve IIDCIO com as calcificações distróficas tanto da zona de necrose, como da degeneração das células dos tecidos adjacentes, levando a deposição de minerais no colágeno recentemente formado. A presença de íons cálcio estimulou a precipitação de carbonato de cálcio na área ferida e talvez possa ter contribuído para o processo de mineralização. A formação de tecido duro em contato com cimentos de hidróxido de cálcio indicou menor injúria química inicial, quando comparada áquela produzida pelo hidróxido de cálcio puro. As diferentes respostas dos tecidos aos vários cimentos de hidróxido de cálcio podem estar relacionadas com fatores como: diferenças no pH e taxa de liberação de íons, cálcio e hidroxila. Outros componentes dos cimentos levam a diferentes reações químicas que podem inativar o hidróxido de cálcio ou serem nocivos aos tecidos. Kawakami et al. 126, 1987, avaliaram os aspectos estruturais e histoquímicos do início de calcificação em tecido subcutâneo de ratos após a aplicação de um material obturador de canal constituído por hidróxido de cálcio, iodofórmio e óleo de silicone (Vitapex). As análises foram feitas pela microscopia eletrônica e por técnicas histoquímicas. Os períodos de avaliação foram de quatro a 129 dias. Puderam observar a presença de calcificações heterotópicas jJ sugerindo que esse material como um excelente material obturador de canais radiculares capaz de induzir as células mesenquimais do ligamento periodontal a se diferenciarem em osteoblastos ou cementoblastos. 52 2.3 Cimentos à base de hidróxido de càlcio 2.3.1 Propriedades Biológicas Oliveira172, 1977, adicionou hidróxido de cálcio ao pó do cimento AH26, nas proporções de cinco, dez, 20 e 40%. Quarenta e oito horas após a espatulação, observou que o AH26 puro, apresentava pH próximo a sete. Quando misturado ao hidróxido de cálcio, esse pH aumentou para 9,5 a 11,6, enquanto que a pasta de hidróxido de cálcio apresentou pH de 11,0 a 12,0. Prosseguindo, avaliou a compatibilidade biológica do cimento original, das misturas desse com hidróxido de cálcio e da pasta aquosa de hidróxido de cálcio, que foram implantados em tecido subcutáneo de ratos. O exame histopatológico dos tecidos circunvizinhos aos materiais implantados, após períodos de oito, 30 e 60 dias, permitiu verificar que a pasta de hidróxido de cálcio apresentou melhor compatibilidade seguido pelo cimento AH26 com 5% de hidróxido de cálcio, 20%, 40% e 10%. O cimento AH26 puro mostrou reação tecidual mais intensa. Verificou também, que a pasta de hidróxido de cálcio e os cimentos originados do AH26 contendo 20 e 40% de hidróxido de cálcio, induziram calcificações no tecido conjuntivo subcutâneo. Concluiu que as reações inflamatórias degenerativas frente aos cimentos contendo AH26, guardam relação direta com a quantidade de partículas provenientes do pó original do cimento dispersadas nos tecidos. 53 Holland & Souza98 , !985, estudaram a capacidade do Sealapex como estimulador da formação de tecido duro em dentes de cães e macacos. Utilizaram 160 canais radiculares de dentes de cães. Após as aberturas coronárias as polpas foram removidas a I mm aquém do ápice radiográfico (pulpectomia parcial), e no limite apical (pulpectomia total). Nas pulpectomias totais, os forames foram arrombados, seguido de um recuo para a realização do batente apical. Os canais obturados com pasta de hidróxido de cálcio e água destilada, ou pela condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos Sealapex ou Kerr pulp canal sealer. O experimento em macacos foi realizado de forma semelhante, em 80 canais radiculares. Os resultados observados nos dentes de cães e macacos após 180 dias foram semelhantes e sugeriram que o Sealapex e o hidróxido de cálcio encorajaram o fechamento apical pela deposição de cemento. A ocorrência de fechamento do forame foi a mesma para os dois materiais (70%) nos casos de pulpectomias periapicais, mas para as pulpectomias totais foi de 33,3% para o Sealapex e I 0,0% para o hidróxido de cálcio. Observaram ainda que ambos os materiais, quando extruídos para o ligamento periodontal provocam reação inflamatória crônica) mas que o Sealapex, fteqüentemente estimula a deposição de tecido duro nesta região. Zmener & Cabrini260, 1987, estudaram os efeitos de três cimentos à base de hidróxido de cálcio, sobre o comportamento de uma população celular mista de células humanas ( monócitos e linfócitos). As células foram mantidas em contato direto ou próximas aos cimentos Sealapex, CRCS e Dycal. Em ordem crescente de efeitos tóxicos, puderam observar Sealapex, CRCS e Dycal. Os autores 54 consideraram o Dycal menos compatível devido à grande quantidade de íons cálcio e hidroxila liberados, elevando o pH e desnaturando as proteínas da parede celular. Os efeitos adversos do CRCS foram devidos à presença de eugenol e eucalipto! na sua composição. Feiglin66, 1987, estudou as respostas dos cimentos Procosol, Tubliseal,Diaket-A e CRCS, sobre a migração celular em granulomas experimentais. Os cimentos foram colocados sobre as lâminas de vidro, deixados endurecer e implantados em ratos. Os períodos de avaliação foram de 4, 8, 12, 24, 30 e 40 dias. A citotoxicidade foi avaliada pelo afluxo das células mononucleares ou macrófagos e sua transfonnação em células gigantes inflamatórias. O CRCS mostrou ser o melhor cimento, seguido pelo Procosol e Tubliseal. O cimento mais citotóxico foi o Diaket. Tronstad et al?40, 1988, avaliaram a solubilidade e a biocompatibílídade dos cimentos CRCS e Sealapex. A superfície vestibular da mandíbula de quatro cães foi exposta e realizados buracos e nestes, foram implantados tubos de teflon e obturados com os cimentos. Utilizaram como controle óxido de zinco e eugenol e uma pasta de hidróxido de cálcio. O período de observação foi de 90 dias. Os espécimes contendo hidróxido de cálcio e solução salina foram completamente obturados com tecido ósseo. O Sealapex deslocou-se parcialmente das aberturas dos tubos e foi substituído por tecido conjuntivo; pode-se observar macrófagos ao redor do material. Os cimentos CRCS e OZE pennaneceram no interior dos tubos após três meses. O CRCS pareceu ser o cimento de hidróxido de cálcio mais estável. 55 Também Zmener et al.263, 1988, analisaram a resposta tecidual dos cimentos Sealapex e CRCS. Tubos de silicone contendo os cimentos experimentais e um grupo controle preenchido com silicone, foram implantados em tecido conjuntivo subcutâneo de trinta ratos. Após sete, 30 e 90 dias de implantação, os animais foram sacrificados. Medidas histométricas foram realizadas, quantificando cada célula inflamatória em três campos de visão separados para cada peça. Os resultados revelaram que em contato com o Sealapex formou- se um tecido granulomatoso do tipo corpo estranho, com células gigantes multinucleadas e macrófagos com material fagocitado no seu interior. Essa reação aumentou nos períodos de 30 e 90 dias. Com relação os CRCS, houve uma reação inflamatória aguda em contato com o material nos periodos inicias que foi diminuindo até os noventa dias. Uma cápsula de tecido fibroso organizado foi observada ao redor do grupo controle após 90 dias. Yesilsoy et al.253, 1988, fizeram análise histopatológica de cimentos obturadores de canais radiculares implantando-os em tecido subcutáneo de 12 porquinhos da guiné. Foram avaliados os cimentos de Grossman, Eucapercha, Endofil, CRCS, Sealapex e Hypocal. Como controle, utilizou-se solução salina estéril. Cada material foi preparado de acordo com as especificações do fabricante ou de acordo com a utilização clínica, no caso da Eucapercha. Estes foram imediatamente injetados no tecido subcutâneo num sistema de rodizio quanto ao local de implantação e guardando uma distãncia de 20 mm entre as aplicações. 56 Os animais foram sacrificados após seis, 15 e 80 dias. As respostas inflamatórias foram graduadas pela contagem do número de células inflamatórias. Os cimentos apresentaram inflamação significantemente maior que o controle, em todos os períodos avaliados. O Sealapex e Endofill exibiram inflamação significantemente menor que os demais materiais. No período de 80 dias, todos os cimentos provocaram inflamação suave sem diferenças estatísticas entre eles. Pode-se observar a presença de células gigantes multinucleares próximas aos cimentos Sealapex, Endo-fi li e Eucapercha, e ao final de 80 dias visualizaram-se calcificações, para todos materiais à base de hidróxido de cálcio. Leal et ai. 134, 1988, estudaram a biocompatibilidade dos cimentos CRCS, Sealapex, N-Rickert e Fill canal. Os cimentos foram colocados no interior de tubos de polietileno e implantados em tecido subcutâneo de ratos. Os períodos de observação foram de 7, 21 e 60 dias. De um modo geral, todos os materiais mostraram-se irritantes, provocando reações inflamatórias de diferentes intensidades. No período inicial o Sealapex e o N-Rickert exibiram uma reação tecidual moderada e o CRCS e Fiii-Canal mostraram reação intensa. Na fase final houve uma diminuição em todos os quadros inflamatórios sendo que o Sealapex, CRCS e o N-Rickert exibiram discreta reação tecidual e o Fiii-Cana!, reação tecidual mais acentuada. Matsumoto et al. 157, 1989, compararam a citotoxicidade dos cimentos endodônticos N ew A - à base de óxido de zinco e eugenol -, New B e New B-2 - à base de hidróxido de cálcio -, e os cimentos AH26, Diaket, Canais, Tubliseal e Sealapex. Foram utilizadas células de polpa dental de ratos, obtidas através de cultura 57 celular primária. No experimento com os cimentos recentemente preparados, os cimentos AH26 e Diaket mostraram forte efeito inibitório sobre a sintese de DNA, ao passo que não foram notados estes efeitos com os novos cimentos e o Sealapex. Com os cimentos endurecidos, o Diaket e os novos cimentos exerceram baixa influência sobre as células, enquanto que os demais tiveram considerável toxicidade. Pitt Ford & Rowe190, 1989, avaliaram o selamento e a biocompatibilidade de um cimento experimental de hidróxido de cálcio comparado com o cimento de Grossman. Para a análise da compatibilidade biológica, realizaram biopulpectomia em dentes de macacos. Os canais foram preparados e obturados pela técnica da condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos testados. Após seis meses, observaram tecido normal ao redor de todos os canais obturados com o cimento experimental. Orstavik & Kerekes175, 1989, observaram clinicamente o efeito do cimento obmrador sobre o reparo apical. Vinte e três dentes com evidências radiográficas de periodontite apical foram obtutados com os cimentos Sealapex ou Procosol. Os canais foram tratados em duas sessões, após a colocação de um curativo de demora com hidróxido de cálcio e o estado bacteriológico dos canais foi monitorado usando técnica de cultura anaeróbia. Os dentes foram aleatoriamente escolhidos para a utilização de cada cimento selador. Todos os procedimentos inclusive as radiografias foram padronizados e os tratamentos seguidos por seis meses após as obturações. Canais obturados com o cimento Sealapex mostraram menores evidências de cura após seis meses (6/13) do que canais obturados com o cimento 58 Procosol (8/9). Pelos resultados não se pode afirmar que o reparo com o Sealapex é mais ou menos rápido do que com o Procosol. Tagger & Tagger'26, 1989, realizaram biopulpectomias com obturações imediatas em 31 raízes de incisivos e pré-molares do três macacos jovens. Em seis incisivos o forame apical foi ampliado para permitir a sobreinstrumentação. Os canais foram obturados pela técnica da compactação termomecânica da guta-percha e os cimentos CRCS, Sealapex e AH26. Os períodos de observação foram de 7 a 8 meses e de 14 meses. Nos canais obturados com AH26 e CRCS, pode-se observar próximo ao forame apical reações inflamatórias que variaram de suave a severa. Os espécimes obturados com Sealapex não mostraram células inflamatórias, exceto macrófagos com seus citoplasmas carregados de partículas do material obturador; Também notaram tendências a neoformação de tecido calcificado nos canais obturados com esse cimento. Os cimentos Sealapex e AH26 foram irritantes quando extravasados no tecido ósseo. Wennberg246, 1989, avaliou a compatibilidade dos cimentos Grossman, Tubli seal, Sealapex, K.loroperka NO, AH26 e Diaket, quando implantados em cavidades no músculo de coelhos. Após 1 , 7, 14, 60 ou 180 dias as reações teciduais foram avaliadas. O cimento de Grossman provocou uma constante mas pequena reação tecidual, em todos os períodos de avaliação, enquanto que para os demais cimentos, houve uma regressão gradual, destas reações. Zmener et al. 265 , 1990, analisaram a biocompatibilidade do cimento Sealapex sem dióxido de titãnio. O cimento foi colocadoem tubos de silicone e implantado em tecido subcutãneo de 30 ratos. Os animais foram sacrificados após 7, 30 e 90 59 dias. Para verificar a presença dos componentes do Sealapex experimental, áreas específicas foram fotografadas sob microscopia ótica e preparados para o exame de sonda microeletrônica. Detectou-se em contato com o material, um tecido granulomatoso contendo numerosas células gigantes tipo corpo estranho e macrófagos carregados de partículas. Também foram observados fibroblastos e vasos neofonnados. Essas reações aumentaram progressivamente após trinta e noventa dias. A análise do tecido granulomatoso com micro sonda eletrônica, mostrou a presença de um componente pesado constituído de bário, zinco e enxofre. Soares et al.213, 1990, avaliaram a resposta do tecido periapical de dentes de cães obturados com os cimentos Sealapex, CRCS e cimento de OZE. Cento e vinte canais radiculares de dentes de cães foram instrumentados com arrombamento do forame apical, seguido da realização de um batente apical com o instrumento de número 45. Os canais radiculares foram obturados pela técnica da condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos a serem testados. Os animais foram sacrificados após trinta e 180 dias. Os resultados mostraram resposta tecidual semelhante para os três cimentos. Nos casos onde o material obturador atingiu o limite do batente apical, foi notado o crescimento de tecido conjuntivo com células inflamatórias crônicas. Independente do cimento utilizado, houve deposição de novo tecido duro nas paredes laterais do canal radicular causando parcial fechamento do forame apical. Holland et a!. 107, 1990, realizaram um trabalho utilizando 30 raizes de dentes de cães. Os canais foram 60 sobreinstrumentados até o instrumento número 25, e o batente apical foi realizado I mm aquém da vértice radicular até o instrumento de número 40, Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral e os cimentos: 1- Sealapex puro; 2- Sealapex acrescido de 30 miligramas de iodofórmio; 3- Sealapex acrescido de 112 miligramas de iodofórmio, Da análise microscópica após seis meses, notou-se que no grupo do Sealapex puro, houve selamento biológico com a deposição de cemento em 4 casos. Os grupos constituídos pelo acréscimo de iodofórrnio exibiram resultados semelhantes sendo que dentre os vinte espécimes destes grupos sete mostraram selamento biológico completo. Quando o cimento pbturador ficou no nível do forame ou ligeiramente além, ; pode-se ~bservar cemento recobrindo-o. Foi comum a observação de partícula$ de Sealapex dispersas no tecido e no interior do citoplasma de macrófagos. Não houve diferenças entre os grupos experimentais. Bonetti Filho26, 1990, avaliou a biocompatibilidade, em dent~s de cães, de quatro técnicas de obturação de canais radicular~s: I. clássica com Fill canal; 2. biológica controlada com Fill canal; 3. 4olocação do plug apical de hidróxido de cálcio e Fill canal; 4. ; clássica cpm Sealapex. Os canais foram obturados na mesma sessão, e após 180 ~ias os animais foram sacrificados. De acordo com o grau de reparo po~e-se classificar: I. técnica clássica com Sealapex; 2. técnica com colo~ação apical de hidróxido de cálcio e Fill canal; 3. técnica clássica e fill canal. Meryon & Brook159, !990, estudaram a citotoxicidade in vitro de doze cimentos endodônticos. Em alguns espécimes, lascas de dentina foram compactadas sob o material testado simulando tampão apical de dentina. Os cimentos avaliados foram o 61 AH26 com prata, AH26 sem prata, Biocalex, Diaket, Endomethasone, Forfenan, Kerr's pulp canal sealer, Kloroperka, kri paste, Sealapex, Spad e Tubliseal. Os resultados das análises foram avaliados estatisticamente. Na ausência de dentina, Kloroperka, Biocalex, Diaket e Endomethasone foram levemente citotóxicos; AH26 com e sem prata, Sealapex, Tubliseal e Kerr's pulp canal sealer foram moderadamente citotóxicos, enquanto que Forfenan, Spad e Kri paste foram fortemente citotóxicos. Na presença de dentina, a citotoxicidade destes materiais foi consideravelmente reduzida, com exceção do Endomethasone, F orfenan, Spad e Kri paste. A resposta tecidual de canais radiculares obturados com Sealapex, hidróxido de cálcio e guta-percha foi avaliada por Sonat et al.215, 1990. Cinqüenta e seis canais de pré-molares de cães foram preparados no limite CDC, irrigados com solução salina e obturados da seguinte forma: 1- condensação lateral de cones de guta-percha; 2- condensação lateral de cones de guta-percha e pasta de hidróxido de cálcio ou água destilada; 3- condensação lateral de cones de guta-percha e cimento Sealapex. Os animais foram sacrificados nos períodos de 7, 30 e 90 dias. Os resultados das análise histopatológica evidenciaram reparo mais pronunciado nos casos de obturações com o cimento Sealapex do que com os demais grupos experimentais. A pasta de hidróxido de cálcio também estimulou o reparo com a deposição de cemento. Ambos, Sealapex e pasta de hidróxido de cálcio causaram reação inflamatória crónica quando o material foi extruído através do ápice radicular. 62 Takahara et al.229 , 1990, avaliaram a citotoxicidade dos cimentos New B-1, New B-5 e New B-6 (à base de hidróxido de cálcio), New A (à base de óxido de zinco), Sealapex, Canais, Tubliseal, Diaket e AH26, que foram aplicados em células ósseas cultivadas, obtidas de ratos. Medidas de incorporação de timidina, atividade da fosfatase alcalina e liberaçllo de cálcio foram realizadas após 24 e 48 h. Nllo foram encontradas diferenças na síntese de DNA celular e na atividade da fosfatase alcalina entre células expostas ao New B-1, New B-5 e controle após exposição por 24 e 48h. A liberação de cálcio em 24h, foi significantemente diferente dos grupos controles quando as células foram tratadas com New B-6 e New B-5. Após 48h, células tratadas com New B-1, New B-5 e New B-6 mostraram diferenças significantes dos controles mas não das células expostas ao Sealapex. Os novos cimentos endodônticos tiveram toxicidade in vitro mais baixa do que os cimentos convencionais. Binnan et al.21 , 1990, estudaram as propriedades biológicas e fisicas dos cimento Sealapex e N-Rickert. Para avaliação da biocompatibilidade foram utilizados camundongos distribuídos em grupos de cinco animais para cada tempo (3, 7, 15, 30 e 60 dias). Lamínulas de vidro contendo os cimentos manipulados nas condições usuais foi implantada no tecido conjuntivo subcutáneo dos animais. O cimento Sealapex mostrou marcante reação inicial, persistindo uma reação inflamatória mononuclear difusa que aos 60 dias foi caracterizada por reações tipo corpo estranho. Não foram observados focos de calcificações. 63 Gutmann & Fava92, 1991, relataram um caso clínico de um incisivo central superior, com área de rarefação óssea periapical, obturado com Sealapex, onde houve extravasamento do cimento durante a obturação do canal radicular. Puderam constatar através do exame radiográfico, que após doze meses, havia uma redução quase completa da área radiolúcida, a dissolução do excesso de cimento e subseqüente reparo ósseo no tecido periapical com sugestiva inexistência da lesão. Molloy et al. 163, 1992, avaliaram a resposta inflamatória em tecido subcutãneo de ratos expostos aos cimentos: Resina experimental, Resina experimental com prata, Sealapex, Kerr, AH26 e Cimento de Roth. Os cimentos foram manipulados, colocados em tubos de polietileno e em seguida implantados em tecido conjuntivo de dez ratos. Cada animal recebeu seis implantes. Os periodos de avaliação foram de 3, I O, 20, 30 e 60 dias. Nos períodos iniciais todos os cimentos apresentaram inflamação suave. O cimento AH26 mostrou uma reação inflamatória ligeiramente maior aos 1 O, 20 e 30 dias. Após 60 dias, todos os cimentos se equipararam e apresentaram boa