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MARCIA CARNEIRO VALERA 
Estudo da Compatibilidade Biológica de Alguns Cimentos 
Endodônticos à Base de Hidróxido de Cálcio e um Cimento de 
Ionômero de Vidro. Avaliação do Selamento Marginal Apical e Análise 
Morfológica por Microscopia de Força Atômica. 
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia, Campus de Araraquara, 
Universidade Estadual Paulista .Júlio de Mesquita Filho., como parte 
dos requisitos para a obtenção do título de DOUTOR, pelo Curso de 
Pós-Graduação em ODONTOLOGIA, Área de Concentração em 
ENDODONTIA. 
Orientador: Prof. Dr. Mário Roberto Leonardo 
Faculdade de Odontologia de Araraquara 
Araraquara 
1995 
r l) -" '! 
' ' (', ' ' 
\'' .~ J.~)) 
Valera, Marcia Carneiro 
Estudo da Compatibilidade Biológica de Alguns 
cimentos Endodônticos à Base de Hidróxido de Cálcio e um 
Cimento de Ionômero de Vidro. Avaliação do selamento 
Marginal Apical e Análise Morfológica por Microscopia de 
Força Atômica. I Marcia Carneiro Valera. Araraquara: 
M.C.V., 1995. 
333 f: ii.; 29,7cm 
Tese (Doutorado em Endodontia) Faculdade de 
Odontologia, Campos de Araraquara, Universidade Estadual 
Paulista "Júlio de Mesquita Filho". 
Orientador: Prof. Dr. Mário Roberto Leonardo 
Black D24 
Dl5 
CDD 617.634 
Meu maior agradecimento: 
.... ~as os que esperam no Senhor renovarão as 
suas forças, subirão com asas como águias; 
con-erão, e não se cansarão; caminharão e 
não se fatigarão .. 
Is. 40:3/. 
A Deus, por meio de Jesus Cristo, 
seja dada toda a honra, toda glória 
e todo o louvor. 
Obrigada Senhor! 
(;! uando eu era filha aos pés de meu pai, e diante de minha mãe, eles 
me ensinavam e me diziam: 
Retenha o teu coração as minhas palavras, 
Adquire a sabedoria, adquire o entendimento; ... 
Não a abandones, e ela te guardará; 
Ama-a e ela te preservará. 
Quando andares, não se embaraçarão os teus passos; 
e se correres não tropeçarás. 
Não andes pelos maus caminhos. 
Evita-o, ... passe de largo . 
.... Porque a vereda do justo é como a luz da aurora 
que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito .. 
Aos meus amados pais e familiares eu dedico este trabalho. 
~ inha homenagem e agradecimento 
Prof. Dr. Mário Roberto Leonardo, que dedicou 
sua vida ao ensino e a pesquisa. Que deu-me a oportunidade de andar 
nesse caminho, repartindo suas experiências, me orientando de forma 
segura, moldando a minha aptidão e me incentivando para que eu 
pudesse transformar o meu ideal em uma realização. As palavras não 
são capazes de expressar o meu respeito, carinho, amizade e gratidão. 
Que Deus o abençoe e lhe dê infinitamente mais. 
. e4 s palavras dos sábios são como aguilhões; e como pregos bem 
)veados são as palavras coligidas do mestre ..... 
Prof. Dr. Alberto Consolaro: 
Mestre, expoente no ensino e pesquisa; lutador, corajoso e vencedor. O 
seu exemplo de vida e o seu brilhantismo me estimulam a refletir e a 
prosseguir. 
Obrigada professor, cientista, poeta e orientador; 
Obrigada amigo. 
Prof. Dr. Vladimir de Jesus Trava-Airoldi: 
Um grande cientista, que soube se inclinar para me ajudar a visualizar 
outros horizontes, permitindo-me o convívio interdisciplinar no mundo 
fascinante da ciência. 
A você, que me incentivou, orientou e ainda me recebeu no interior de 
sua família, meu muito obrigada. 
Não existem palavras para agradecer um verdadeiro amigo. 
tn:J eus sinceros agradecimentos aos, agora, amigos: 
Prof, Nivaldo Antônio Parlzotto; doutorando do curso de Engenharia 
Elétrica da Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP. 
Prof. Dr. Mauricio Urban Kleinke; professor do Departamento de 
Física Aplicada da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. 
Prof. Dahge Chiadin Chang; doutorando do curso de Engenharia 
Elétrica da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. 
Prof. Dr. Eva/do José Corat, do Laboratório de Interfaces do Instituto 
Nacional de Pesquisas Espaciais- INPE, de São José dos Campos. 
Obrigada pelos conhecimentos transmitidos, pela atenção, pela 
dedicação que dispensaram durante a execução deste trabalho. 
Que Deus os abençoe. 
7ambém agradeço: 
Aos Profs. do Departamento de Odontologia Restauradora (Dentístíca 
e Endodontia), da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos 
- UNESP, pelo convívio diário harmonioso e pela compreensão durante 
as minhas ausências. 
Em especial agradeço: 
Praf. Dr. Jaime Freitas Ribeiro, professor responsável pela disciplina 
de Endodontia, pela confiança em mim depositada, e apoio durante a 
execução deste trabalho. 
À Prof. Dra. Maria Amélia Máximo de Araújo, pelo incentivo e 
exemplo de mulher lutadora. 
À Prof. Dra. Rosehelene Marotta de Araújo, Chefe do Departamento 
de Odontologia Restauradora, pela colaboração e atenção dispensada. 
Às fUncionárias do Departamento de Odontologia Restauradora, em 
especial à Senhora Tirza Garcia Durante Lopes e Maria Lúcia Silva. 
c1l gradecimentos Institucionais: 
À Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual 
Paulista .Júlio de Mesquita Filho., UNESP, na pessoa do Senhor 
Diretor Prof Dr. Luís Roberto de T. Ramalho. 
À Faculdade de Odantologia de São José dos Campos da Universidade 
Estadual Paulista .Júlio de Mesquita Filho., UNESP, na pessoa do 
Senhor Diretor Prof Dr. José Eduardo Junho de Araújo. 
À Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo, 
USP, na pessoa do Prof Dr. Alberto Consolara, do Departamento 
de Patologia, pela valiosa contribuição na realização de parte 
deste trabalho. 
À Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de 
Campinas, UNICAMP, na pessoa do responsável pelo 
Departamento de Dispositivos Semicondutores, Prof Dr. Vítor 
Baranauskas, pela valiosa contribuição na realização de parte 
deste trabalho. 
Ao Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas, 
UNICAMP, por meio do Coordenador do Laboratório de 
Interfaces, Prof Dr. Omar Teschke, pela contribuição na 
realização de parte deste trabalho. 
Ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais -INPE, de São José dos 
Campos, por meio do Senhor Prof Dr. Vladimir de Jesus Trava-
Airoldi, do Laboratório Associado de Sensores e Materiais, pela 
valiosa contribuição na realização de parte deste trabalho. 
cJI gradeço ainda: 
Ao Prof Dr. Ary José Dias Mendes, pela orientação e realização da 
análise estatística. 
Aos Professores Doutores Roberto Miranda Esberard e Jdomeo Bonettí 
Filho e Professores Renato de Toledo Leonardo, Mário Tanomaru 
Filho e Fábio Berbert, da disciplina de Endodontia da Faculdade de 
Odontologia de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista .Júlio 
de Mesquita Filho., pela acolhida e convívio. 
À minha grande amiga e colega de Faculdade, a quem posso chamar 
de irmã, Mônica Fernandes Gomes, pela colaboração e incentivo nos 
momentos mais difíceis. 
Aos professores do curso de Pós Graduação da Faculdade de 
Odontologia de Araraquara, UNESP. 
Aos meus colegas do curso de Doutorado, Mário Tanomaru Filho e 
Walter Antonio de Almeida, pelo companheirismo. 
Às minhas amigas e companheiras de Araraquara, Patricia, Helena e 
Daniele ... . Vocês, estarão sempre dentro do meu coração .. Obrigada! 
Ao Senhor Edson Luis Mori, técnico de laboratório da Disciplina de 
Endodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP, 
pela dedicação, e valiosa colaboração durante a execução da parte 
experimental do estudo da biocompatibilidade. 
Ao Senhor Juracy do Nascimento, da Disciplina de Patologia da 
Faculdade de Odontologia de Bauru, USP, pela atenção e dedicação 
na histotécnica. 
Às Funcionárias da Biblioteca da Faculdade de Odontologia de São 
José dos Campos, UNESP, na pessoa da Senhora Lei/a Novaes, pela 
competência e dedicação. 
Às fUncionárias da Pós Graduação da Faculdade de Odontologia de 
Araraquara, UNESP, Otilia Conceição Ramos de Oliveira, Mara 
Cândida Munhoz do Amaral, Vera Lúcia Perruci Roque e Rosângela 
Aparecida Silva dos Santos. 
Aos funcionários da disciplina de Endodontia daFaculdade de 
Odontologia de Araraquara, UNESP, Emília, Ivone e Pedro, pela 
atenção dedicada. 
À disciplina de Microbiologia da Faculdade de Odontologia de São 
José dos Campos, UNESP, na pessoa do Senhor Prof Dr. Antônio 
O/avo Cardoso Jorge; da Senhora. Clélia Aparecida Paiva Martins e 
demais funcionários pela atenção dispensada. 
Aos colegas do curso de Pós Graduação da Faculdade de Odontologia 
de Araraquara da Universidade Estadual Paulista .Júlio de Mesquita 
Filho., em especial as companheiras Gisela, Delani e Ana Helena. 
Ao Senhor Valdir João Afonso, pelo auxílio na correção do texto. 
Aos meus amigos Leonor Lima Egídio e Augusto Odécio Egídio, pelo 
apoio na cidade de São José dos Campos. 
Às minhas eternas e fiéis amigas Ana Paula Ferreira Caíres, Ana 
Maria Nogueira e Ezilaine do Nascimento, pelo constante sustento em 
orações. 
À todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a execução 
deste trabalho, meu muito obrigada! 
LISTA DE QUADROS 
LISTA DE FIGURAS 
LISTA DE TABELAS 
LISTA DE IDSTOGRAMAS 
RESUMO 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇA0 ............................................................................... 29 
2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................... .35 
2.1 Cimentos à base de resina, óxido de zinco e eugenol e outros .. .36 
2.1.1 Propriedades biológicas ............................................................ 36 
2.1.2 Propriedades fisicas ................................................................... 41 
2.2 Hidróxido de cálcio ...................................................................... 43 
2.3 Cimentos à base de hidróxido de cálcio ...................................... 52 
2.3.1 Propriedades biológicas ............................................................ 52 
2.3.2 Selamento marginal .................................................................. 66 
2.3.3 Outras propriedades .................................................................. 82 
2.4 Cimentos adesivos e de ionômero de vidro ................................ 88 
2.4.1 Propriedades biológicas ........................................................... 88 
2.4.2 Propriedades flsicas ................................................................... 91 
2.5 Infiltração marginal: Imersão no corante; Tempo 
de armazenamento ...................................................................... ! 03 
3 PROPOSIÇÃ0 .............................................................................. 118 
4 MATERIALEMÉTODOS ......................................................... l20 
4.1 Avaliação da biocompatibilidade em tecido subcutãneo 
de ratos ........................................................................................ 124 
4.1.1 Metodologia experimental ..................................................... 124 
4.1.2. Análises microscópicas .......................................................... 127 
4.1.2.1 Infiltrado inflamatório e reações correlatas ......................... l27 
4.1.2.2 Fenômenos reparatórios e reações correlatas •.................... .l28 
4.1.2.3 Caracteristicas do cimento obturador .................................. l29 
4.1.3 Análise estatística .................................................................... 130 
4.2 Avaliação do selamento marginal apical... ............................... .l32 
4.2.1 Metodologia experimental ...................................................... l32 
4.2.2 Análise das infiltrações .......................................................... .l39 
4.2.3 Análise estatística .................................................................... l40 
4.3 Análise morfológica em aumento de alta resolução dos 
cimentos após a obturação dos canais radiculares e após um 
periodo de seis meses, utilizando-se da microscopia de força 
atômica ....................................................................................... 141 
4.3.1 Microscopia de força atômica (MFA ou AFM) ...................... l41 
4.3.1.1 Teoria de funcionamento do microscópio de 
força atômica ................. ..................................................... .. 144 
4.3 .1.2 Cuidados na medida ............................................................. 148 
4.3.2 Metodologia Experimental... ................................................... 149 
4.3.2.1 Preparo das amostras ............................................................ 149 
4.3.2.2 Utilização das amostras ........................................................ I 54 
4.3.2.3 Armazenamento das amostras .............................................. I 55 
4.3.2.4 Reutilização das amostras ..................................................... l56 
5 RESULTADOS .............................................................................. 158 
5.1 Avaliação da biocompatibilidade em tecido subcutãneo de 
ratos ............................................................................................. 158 
5.1.1 Infiltrado inflamatório e reações correlatas ........................... 159 
5.1.1.1 Análise microscópica descritiva ........................................... 159 
5 .1.1.1.1 Grupo experimental Sealapex ........................................... 159 
5.1.1.1.2 Grupo experimental Apexit ............................................... l66 
5.1.1.1.3 Grupo experimental Sealer 26 ........................................... 172 
5.1.1.1.4 Grupo experimental Ketac Endo ....................................... 177 
5.1.1.2 Análise estatística da magnitude geral das inflamações ..... 182 
5.1.2 Fenômenos reparatórios e reações correlatas .......................... 187 
5.1.2.1 Análise microscópica descritiva .......................................... 187 
5.1.2.1.1 Grupo experimental Sealapex .......................................... .l87 
5.1.2.1.2 Grupo experimental Apexit ............................................... 188 
5.1.2.1.3 Grupo experimental Sealer 26 .......................................... .189 
5.1.2.1.4 Grupo experimental Ketac Endo ...................................... .l90 
5.1.2.2 Análise estatística dos fenômenos reparatórios ................... 191 
5.1.2.2.1 Proliferação tibroblástica .................................................. 191 
5.1.2.2.2 Proliferação angioblástica ................................................. 197 
5.1.2.2.3 Densidade do fibrosamento .............................................. 203 
5.1.3 Características inerentes ao material obturador ...................... 211 
5 .1.3 .I Grupo experimental Sea1apex .............................................. 211 
5.1.3.2 Grupo experimental Apexit .................................................. 211 
5.1.3.3 Grupo experimental Sealer 26 .............................................. 212 
5.1.3.4 Grupo experimental Ketac Endo .......................................... 213 
5.2 Avaliação do selamento margina apical .................................... 214 
5.2.1 Dados obtidos .......................................................................... 214 
5.2.2 Análise estatística .................................................................... 215 
5.3 Análise morfológica em aumento de alta resolução dos 
cimentos após a obturação dos canais radiculares e após um 
período de seis meses, utilizando-se da microscopia de força 
atômica ....................................................................................... 219 
5.3.1 Grupo experimental Sealapex ................................................. 219 
5.3.2 Grupo experimental Apexit... .................................................. 226 
5.3.3 Grupo experimental Sealer 26 ................................................. 231 
5.3.4 Grupo experimental Ketac Endo ............................................. 235 
-6 DISCUSSA0 ................................................................................. 242 
6.1 Dos cimentos obturadores ..........................................................242 
6.2 Da biocompatibilidade ............................................................... 245 
6.2.1 Da metodologia ....................................................................... 245 
6.2.2 Dos resultados .......................................................................... 249 
6.3 Do selamento marginal apical .................................................... 257 
6.3.1 Da metodologia ....................................................................... 257 
6.3 .2 Dos resultados ......................................................................... 268 
6.4 Da análise morfológica utilizando-se a microscopia de força 
atômica ........................................................................................ 276 
6.4.1 Da metodologia ....................................................................... 276 
6.4.2 Dos resultados ......................................................................... 280 
6.5 Considerações gerais .................................................................. 284 
7 CONCLUSÕES ............................................................................. 285 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................... 288 
ABSTRACT ........................................................................................ 333 
LISTA DE QUADROS 
Quadro I - Distribuição dos grupos experimentais para a avaliação do 
selamento marginal apical. 
Quadro 2 - Técnicas de microscopia, considerando a ampliação, meio 
ambiente de operação, tipo de imagem e dano causado na 
amostra. 
Quadro 3 - Representação esquemática da metodologia utilizada com o 
AFM. 
Quadro 4 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas 
das reações provocadas pelo cimento Sealapex no período 
de 14 dias. 
Quadro 5 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas 
das reações provocadas pelo cimento Sealapex no período 
de 90 dias. 
Quadro 6 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas 
das reações provocadas pelo cimento Apexit no período de 
14 dias. 
Quadro 7 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas 
das reações provocadas pelo cimento Apexit no período de 
90 dias. 
Quadro 8- Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas 
das reações provocadas pelo cimento Sealer 26 no período 
de 14 dias. 
Quadro 9 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas 
das reações provocadas pelo cimento Sealer 26 no período 
de 90 dias. 
Quadro I O - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas 
das reações provocadas pelo cimento Ketac Endo no 
período de 14 dias. 
Quadro II -Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas 
das reações provocadas pelo cimento Ketac Endo no 
período de 90 dias. 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 - Representação esquemática do funcionamento do AFM. 
Figura 2- Fotomicrografia da superficie dentinária radicular, 
utilizando-se da AFM. 
Figura 3 - Representação esquemática do segmento número dois da 
amostra e suas identificações. 
Figura 4 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealapex 
após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Nestes espécimes 
não se observou extravasamento do material pela luz do tubo, 
restringindo-se aos limites durante a sua colocação. Aos 90 
dias (B), numerosos macrófagos continham partículas de 
Sealapex no seu interior, o mesmo ocorrendo com alguroas 
CGMis. (aumento original: A e B = 40x; H. E.). 
Figura 5 -Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealapex 
após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Em ambos os 
espécimes houve extravasamento pela luz do tubo, induzindo 
reação granulomatosa tipo corpo estranho. Destaca-se o 
grande número de macrófagos e CGMis carregados de 
partículas de Sealapex no seu citoplasma (aumento original: 
A e B = 40x; H.E.). 
Figura 6 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Apexit 
após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Aos 14 dias (A), 
destaca-se a infiltração de células inflamatórias e faixa de 
tecido de granulação periférica com discreto grau de 
fibrosamento, embora organizado. Nota-se ainda a presença 
de macrófagos contendo material obturador. Aos 90 dias (B), 
tem-se ainda extensa faixa de tecido de granulação 
organizado mas infiltrado por células inflamatórias e 
associadas à intensa congestão vascular (aumento original: A 
e B = 40x; H. E.). 
Figura 7 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealer 
26 após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Aos 14 dias (A), 
destaca-se a estreita faixa tecidual reacional bem organizada e 
pouco infiltrada por células inflamatórias. Aos 90 dias (B), 
observa-se a cápsula fibrosa bem organizada e fma, 
apresentando eventuais macrófagos carregados de partículas 
do Sealer 26 (aumento original: A e B = 40x; H.E.). 
Figura 8 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Ketac 
Endo após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Destaca-se 
em ambos os períodos a presença exuberante das estruturas 
cristalinas do material no interior dos macrófagos e CGMis. 
Na interface com o material, observa-se uma fina e 
organizada cápsula fibrosa (aumento original: A e B = 40x; 
H.E.). 
Figura 9 - Representação gráfica da magnitude geral das inflamações 
provocadas pelos cimentos estudados. 
A - período experimental de 14 dias; 
B - período experimental de 90 dias. 
Figura I O - Representação gráfica da variabilidade da proliferação 
fibroblástica ocorrida entre os espécimes no período 
experimental de 14 dias. 
Figura 11: Representação gráfica da variabilidade da proliferação 
fibroblástica ocorrida entre os espécimes no período 
experimental de 90 dias. 
Figura 12- Representação gráfica da variabilidade da proliferação 
angioblástica ocorrida entre os espécimes no período 
experimental de 14 dias. 
Figura 13 - Representação gráfica da variabilidade da proliferação 
angioblástica ocorrida entre os espécimes no período 
experimental de 90 dias. 
Figura 14 - Representação gráfica da variabilidade da densidade de 
tibrosamento ocorrida entre os espécimes no período 
experimental de 14 dias. 
Figura 15 - Representação gráfica da variabilidade da densidade de 
fibrosamento ocorrida entre os espécimes no período 
experimental de 90 dias. 
Figura 16 - Representação gráfica das médias dos fenômenos 
reparatôrios observados após a implantação dos cimentos, 
nos periodos de 14 (A) e 90 (B) dias. 
Figura 17 - Representação gráfica das medidas das infiltrações apicais 
ocorridas com a utilização dos quatro cimentos estudados 
nos diferentes períodos experimentais. 
Figura 18 - Superfície do cimento Sealapex após a obturação do canal 
radicular. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). 
Figura 19 - Superfície B do cimento Sealapex após seis meses da 
manutenção em plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo 
AFM. (aumento 8400x). 
Figura 20 - Superfície A do cimento Sealapex após seis meses de 
manutenção no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo 
AFM. (aumento 8400x). 
Figura 21 - Superfície do cimento Apexit após a obturação do canal 
radicular. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). 
Figura 22 - Superficie A do cimento Apexit após seis meses de 
manutenção no plasma sangüineo. Fotomicrografia pelo 
AFM. (aumento 8400x). 
Figura 23 - Superficie do cimento Sealer 26 após a obturação do canal 
radicular. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). 
Figura 24 - Superficie B do cimento Sealer 26 após seis meses de 
manutenção no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo 
AFM. (aumento 6100x). 
Figura 25 - Superficie do cimento Ketac Endo após a obturação do 
canal radicular. Fotomicrografia pelo AFM.(aumento 
8400x). 
Figura 26 - Superficie B do cimento Ketac Endo após seis meses de 
manutenção no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo 
AFM. (aumento 8400x ). 
Figura 27 - Superficie A do cimento Ketac Endo após seis meses de 
manutenção no plasma sangüíneo.Fotomicrografia pelo 
AFM. (aumento 8400x). 
LISTA DE TABELAS 
Tabela I -Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, 
período, interações e comparações múltiplas. 
Tabela 2 - Postos médios e conjuntos de acordo com o material, período 
e interação material x período. 
Tabela 3 - Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, 
período, interação e comparações múltiplas. 
Tabela 4- Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período 
e interação cimento x período. 
Tabela 5 - Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, 
período, interação e comparações múltiplas. 
Tabela 6 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período 
e interações cimento x período. 
Tabela 7 - Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, 
período, interação e comparações múltiplas. 
Tabela 8 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período 
e interação cimento x período. 
Tabela 9 - Valores de infiltração apical de acordo com o cimento e 
período de imersão no corante (mm). 
Tabela 10- Análise de Variância aplicada sobre os valores das 
infiltrações apicais. 
Tabela li - Médias, erro-padrão e conjuntos de médias iguais para a 
infiltração de acordo com o cimento, imersão e interação 
cimento x imersão (mm). 
LISTA DE HISTOGRAMAS 
Histograma I - Referente à superficie do cimento Sealapex após a 
obturação do canal radicular. 
Histograma 2 - Referente à superficie B do cimento Sealapex após seis 
meses de contato com o plasma sangüíneo. 
Histograma 3 - Referente à superficie A do cimento Sealapex após seis 
meses de contato com o plasma sangüíneo. 
Histograma 4 - Referente à superficie do cimento Apexit após a 
obturação do canal radicular. 
Histograma 5 - Referente à superficie A do cimento Apexit após seis 
meses de contato com o plasma sangüíneo. 
Histograma 6 - Referente à superficie do cimento Sealer 26 após a 
obturação do canal radicular. 
Histograma 7 - Referente à superficie B do cimento Sealer 26 após seis 
meses de contato com o plasma sangüíneo. 
Histograma 8 - Referente à superficie do cimento Ketac Endo após a 
obturação do canal. 
Histograma 9 - Referente à superfície B do cimento Ketac Endo após 
seis meses de contato com o plasma sangüíneo. 
Histograma I O - Referente à superfície A do cimento Ketac Endo após 
seis meses de contato com o plasma sangüíneo. 
RESUMO 
Este trabalho avaliou a compatibilidade biológica, 
em tecido subcutâneo de ratos, e o selamento apical de canais 
radiculares obturados com os cimentos endodônticos Sealapex, Apexit, 
Sealer 26 e Ketac Endo. Foram também realizadas caracterizações 
morfológicas de alta resolução desses cimentos, utilizando-se uma 
recente técnica de microscopia de força atômica (AFM.), que permite a 
observação de microestruturas não-condutoras. 
No estudo da biocompatibilidade, tubos de 
polietileno contendo os cimentos obturadores, foram implantados no 
tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Os animais foram sacrificados 
após 14 e 90 dias. 
Para o estudo do selamento apical foram utilizadas 
136 raízes. Após o preparo biomecânico, os canais radiculares foram 
obturados pela técnica da condensação lateral ativa com os cimentos em 
estudo. Metade das amostras foi imersa imediatamente na solução de 
azul de metileno e a outra metade após 6 meses de armazenamento em 
plasma sangüíneo humano. 
Para a análise da nitra-estrutura dos cimentos, outras 
16 amostras de canais radiculares obturados foram avaliadas por AFM. 
• 
Essas avaliações foram realizadas imediatamente após as obturações 
dos canais radiculares e após seis meses de contato com o plasma 
sangüineo humano. 
Quanto à biocompatibilidade constatamos que 
houve diferenças estatísticas entre os cimentos nos dois períodos de 
avaliações. Quanto ao selamento apical, observamos diferenças 
estatisticamente significantes entre os cimentos e entre os períodos 
estudados. Na análise por AFM, verificamos que alguns cimentos 
sofrem uma maior desintegração. 
I INTRODUÇÃO 
O sucesso do tratamento endodôntico está 
condicionado à perfeita execução de todas as fases operatórias dessa 
terapia, que devem ser realizadas de forma coerente, com o emprego de 
técnicas e materiais adequados, levando em consideração os princípios 
biológicos, respeitando, conseqüentemente, os tecidos apicais e 
periapicais, de forma a não agredi-los ou até estimulá-los nos processos 
de cicatrização. 
A fase da obturação do canal radicular complementa 
todo o esforço realizado nas etapas prévias como o diagnóstico, a 
abertura coronária, o preparo biomecânico e a chamada fase da 
desinfecção, conduzindo e contribuindo para o êxito definitivo do 
tratamento endodôntico. A obturação tende a manter o canal radicular 
livre de microorganismos, ou de sua proliferação, quando esses 
sobrevivem na massa dentinária após a biomecânica. Impede também a 
estagnação de líquidos tissulares, vedando o canal em toda a sua 
extensão - quer no seu diâmetro, quer em profundidade - e assegurando 
um selamento o mais hermético possível do forame apical. A 
importáncia dessa fase tem sido demonstrada por vários autores que 
correlacionam os fracassos endodônticos com obturações incompletas 
30 
(Grossman et al.89, 1964; Tamburus231 , 1983, Petersson et al. 185, 1986, 
Bonetti Filho et al.28, 1988). 
A obturação possui objetivos de natureza técnica, 
voltados à obliteração de todo o sistema de canais radiculares. Também 
tem objetivos de natureza biológica, permitindo o fechamento do 
forame apical, através da deposição de tecido mineralizado por parte do 
organismo (Holland et al. 101, 1971, Leonardo & Leal 139, 1991). 
Para alcançar esses objetivos, além das técnicas de 
obturação, os materiais obturadores têm um papel de extrema 
importância. 
O material obturador em estado sólido ma1s 
utilizado é a guta-percha que, apesar da sua compatibilidade biológica 
(Schildel03 , 1967, Holland et al. 103, 1975, Weine245 , 1982, Nguyen110, 
1984, Tavares et al.233, 1994), não é capaz de selar o canal radicular 
quando utilizada sozinha, devendo ser associada aos cimentos 
obturadores (Limkangwalmongkol et al. 146, 1992). Esses cimentos 
preenchem os espaços existentes entre a guta-percha e as paredes do 
canal, e entre os cones de guta-percha, quando se emprega a técnica de 
obturação com múltiplos cones (Leonardo & Leal139, 1991). 
Na escolha de um material obturador em estado 
plástico, cimentos e pastas, deve-se levar em consideração as 
propriedades fisicas e biológicas desse material. 
Segundo Branstetter & Von Fraunhofer32, 1982, o 
material obturador deveria ter as seguintes características: 
-não ser irritante ao coto pulpar e tecidos periapicais; 
-ser impermeável; 
-ter atividade bactericida ou bacteriostática; 
31 
-não manchar as estruturas dentárias ou tecidos moles; 
-ser insolúvel nos fluidos tissulares; 
-ser radiopaco; 
-oferecer aderência à dentina e aos núcleos sólidos; 
-apresentar tempo de presa suficiente para facilitar sua introdução 
no canal radicular e presa rápida após a obturação; 
-não perder o volume após a presa; 
-oferecer solubilidade a solventes comerciais para facilitar sua 
eventual remoção em casos de retratamento. 
Essas propriedades são defendidas pelas 
especificações número 57 da ADA 4 para cimentos endodônticos, mas 
nenhum cimento preenche esses requisitos (Caiedo & Von 
Fraunhofer'6, 1988). 
Outra característica do cimento obturador seria a de 
estimular a deposição de tecido mineralizado, para o fechamento 
biológico do forame apical (Sonat215, 1991). 
Por anos, tem havido uma progressiva melhora nas 
propriedades dos cimentos, com mudanças nas fórmulas e composições 
desses materiais. 
Durante décadas, os cimentos mais utilizados foram 
à base de óxido de zinco e eugenol que, apesar de possuírem boas 
propriedades tisicas (Benatti et al. 16, 1978; Holland et al. 102, 1974), 
deixam muito a desejardo ponto de vista biológico (Leonardo137, 
1973). O eugenol usado em demasia nas misturas recém-preparadas 
provoca necrose imediata nos tecidos seguida de anestesia local, que 
desaparece com o passar do tempo. Persiste, porém, uma inflamação 
aguda que, na maioria das vezes progride culminando em um processo 
32 
crónico nos tecidos apicais (Biven et ai.23 , 1972, Cook & Taylor49 , 
1973, Timpawat & Vajrabhayi35, 1988, Yesilsol53, 1988, Barbosa et 
9 ai. ' 1993). 
Esse fato levou a urna nova abordagem e a um novo 
critério na definição dos materiais endodônticos, dando ênfase às 
propriedades biológicas (Leonardo & Holland138, 1974, Meryon & 
Brook159, 1990, Barkhordar et al. 12, 1992, Zmener"58, 1992), mantendo 
- mesmo aprimorando - as propriedades fisicas e ainda com 
preocupações quanto à adesão dos cimentos às estruturas dentais (Pitt 
Ford189, 1979, Powis et a1. 192, 1982, Wennberg & Orstavik247, 1990, 
Geiger & Weiner76, 1993, Wu et al.'51 , 1994). 
Devido aos conhecidos efeitos terapêuticos do 
hidróxido de cálcio (Foreman & Barnes68, 1990, Silva207, 1991, Sjõgren 
et a1.208, 1991), essa substãocia foi introduzida nos cimentos 
endodônticos, com a finalidade de melhorar as propriedades biológicas 
desses materiais. Também, com base nos estudos de Wilson & Kent248' 
249
, 1971 e 1972, surgiram os cimentos de ionômero de vidro, de 
comprovado potencial de adesão tisica e quimica tanto ao esmalte 
quanto à dentina (Powis et al. 192, 1982.), permitindo margens 
completamente seladas (McLean & Wilson 148, 1977.) e compatibilidade 
biológica (Snuggs et ai. 212, 1993). 
Em 1979, Pitt Ford 189 relatou pela primeira vez o 
uso desse cimento nas obturações de canais radiculares. E, 
recentemente, surgiu no comércio, um cimento de ionômero de vidro 
específico para endodontia. 
Os efeitos fisicos e biológicos dos cimentos podem 
ser avaliados de várias maneiras. 
JJ 
Biologicamente, realizam-se os testes primários, que 
dão um perfil geral da toxicidade dos materiais. Incluem-se aí testes de 
toxicidade sistêmica a curto prazo, de toxicidade sistêmica aguda, 
inalação, hemólise, mutagenicidade, teste letal dominante e 
citotoxicidade in vitro. 
Testes secundários avaliam a toxicidade local e 
incluem os implantes subcutâneos e ósseos, que avaliam a toxicidade in 
vivo de materiais que terão contato prolongado com esses tecidos. Entre 
os testes secundários temos ainda os de sensibilização e de irritação da 
membrana da mucosa bucal. 
Finalmente, temos os testes convencionais ( usage 
tests ), que são propostos para avaliar a resposta da ferida pulpar e 
tecidos periapicaís aos materiais endodônticos (ISO/TR 7405!19, 1984, 
Watts & Paterson243, 1992, Browne33, 1994, Hõrsted-Bindslev116, 1994, 
Larsson133, 1994, Mjõr162, 1994, Schmall04, 1994). 
Com relação às propriedades físicas, pode-se avaliar 
a força de compressão, absorção de água, solubilidade e desintegração. 
Consideram-se também as alterações dimensionais, o tamanho das 
partículas dos componentes do material, o tempo de endurecimento e a 
espessura da película do cimento. Pode-se avaliar ainda o pH, a 
radiopacidade e o escoamento, além do selamento marginal - aspecto 
que tem merecido especial atenção em muitos estudos (Bransteter & 
Von Fraunhofer32, 1982, Bonetti Filho et al. 27, 1987). 
Vários métodos têm sido utilizados para avaliar a 
capacidade de selamento dos cimentos obturadores de canais 
radiculares. Os mais clàssicos utilizam a penetração de corantes, com ou 
sem vácuo (Bonetti Filho et al.27 , 1987, Goldman et al.82 1989, 
34 
Spangberget al.217, 1989, Holland et al. 108, 1990, Limkaugwa1mongko1 
et al. 147, 1991, Va1era242, 1993), ou substâncias radioativas (Going et 
a!."9, 1960, Holland et al. 102, 1974), técnicas eletroquímicas (Jacobson 
& Von Fraunbofer122, 1976, Barkhordar et al. 11 , 1989), modelos 
transparentes (Robertson & Leeb 196, 1982, Tagger et a1.228, 1983), 
penetração de bactérias ou de seus produtos (Torabinejad et al.237, 1990; 
Deveaux et a!. 56, 1992, Torabinejad et al.236, 1992). A avaliação através 
da microscopia eletrônica de varredura lan3bém tem sido utilizada por 
alguns autores (Krell & Wefel129, 1984) e, mais recentemente, o 
mecanismo de transporte de fluidos (Pashley et al. 181 , 1987;Wu et al.250, 
1994) e a infiltração in vivo (Barnett et ai. 13, 1989) têm despertado o 
interesse de alguns pesquisadores. 
As propriedades fisicas e biológicas do Sealapex 
foranJ bastante avaliadas. Por outro lado, faz-se oportuna uma revisão 
da literatura pertinente, para viabilização de uma investigação quanto às 
propriedades biológicas e fisicas dos novos cimentos à base de 
hidróxido de cálcio - Apexit e Sealer 26 - bem como do Ketac Endo -
cin3ento de ionômero de vidro. 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
Neste capítulo, procurou-se realizar wna revisão 
sintética sobre os cimentos à base de resina, óxido de zinco e eugenol e 
outros que, pelas suas características ou metodologia empregada para o 
seu estudo, poderiam contribuir com o presente trabalho e na discussão 
dos resultados posteriormente obtidos. De forma mais abrangente, 
discorreu-se sobre o hidróxido de cálcio e cimentos que contêm esta 
substância na sua composição. Produziu-se uma revisão sobre os 
cimentos adesivos -que levaram à utilização do cimento de ionômero de 
vidro na endodontia-. Ainda, realizou-se um revisão sobre estudos de 
infiltração marginal, dando ênfase ao fator tempo de armazenamento 
antes da imersão no corante. 
36 
2.1 Cimentos à base de resina, óxido de zinco e eugenol e outros. 
Até a década de oitenta, os cimentos disponíveis no 
mercado especializado eram baseados em fórmulas tendo como 
principais componentes o óxido de zinco e o eugenol. Após o advento 
das resinas plásticas, foram incorporados também ao mercado os 
cimentos de resina epóxica, resina polimérica e hidrofilica. 
Diferentes trabalhos compararam esses cimentos 
quanto às suas propriedades biológicas e fisicas. 
2.1.1 Propriedades biológicas 
Erausquin64, 1970, avaliou a resposta do tecido 
periapical de dentes de ratos obturados com óxidos de: zinco, titânio, 
chumbo e alumínio. Os periodos de observações foram de sete, 30 e 90 
dias. Nenhum dos óxidos mostrou evidências de ser dissolvido ou 
absorvido pelo organismo. Os óxidos de alumínio e titânio provocaram 
o aparecimento de grande número de macrófagos que fagocitavam suas 
partículas. Estes induziram uma progressiva e persistente reação 
inflamatória, que foi particularmente mais severa nos espécimes onde se 
usou óxido de titânio. Os óxidos de chumbo e zinco foram muito bem 
tolerados pelos tecidos periapicais. 
( 
37 
Holland et ai. "JO, 1971, estudaram o comportamento 
do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos aos cimentos de óxido de 
zinco e eugeno1 e Pyocidina com su1fa, num período de observação de 
30 dias. Verificaram a presença de infiltrado inflamatório intenso para 
todos os cimentos testados. 
Crane et al.51 , 1980, observaram que os cimentos 
sem eugenol na sua composição são mais compatíveis do que cimentos 
com esta substância na sua composição. 
Olsson et al. 174, 1981, estudaram a compatibilidade 
biológica dos cimentos Kloroperka NO, Kerr sealer e AH26. Os 
períodos de observação foram de 14, 30, 90 e 180 dias. Observaram 
grande presença de macrófagos e células gigantes tipo corpo estranho. 
Os autores consideraram esses cimentos semelhantes com relação ao 
grau de irritabilidade. 
Benatti Neto et al. 14, 1982, avaliaram as reações do 
tecido conjuntivo subcutâneo de ratos aos componentes do cimento 
AH26. O componente éter de bisfenol A foi avaliado sozinho ou 
misturado com os componentes do pó (hexametilenotetramina, óxido 
de bismuto, óxido de titânio e prata pulverizada). Após os períodos de 
48 e 72 h, sete, 21 e 60 dias, os animais foram sacrificados. As reações 
inflamatórias observadas, em ordem decrescente foram: éter de bisfenolA, éter de bisfenol A + óxido de bismuto, éter de bisfenol A + óxido de 
titânio, éter de bisfeno1 A + prata pulverizada e éter de bisfenol A + 
hexametilenotetramina. O óxido de titânio foi o que mais se espalhou 
pelo tecido e induziu reação macrofágica acentuada. 
38 
Safavi et a1.198, 1983, avaliaram a reação tecidual de 
misturas frescas dos cimentos AH26 e Hydron. Os períodos de 
avaliação foram de 7, 14, 30, 90 e 180 dias. Em todos os períodos de 
observação, pode-se notar áreas de necrose e inflamação ao redor dos 
materiais testados. 
Benatti Neto et ai. 15, 1986, avaliaram os cimentos 
endodônticos AH26, OZE, Fill canal e Endomethasone. Utilizaram 
segundos e terceiros pré-molares inferiores de quatro cães. Após o 
preparo biomecânico, os canais foram preenchidos com os cimentos e 
cones de guta-percha. O período de avaliação foi de 90 dias. 
Observaram um comportamento biológico mais favorável ao AH26 e 
OZE, tanto junto ao coto pulpar quanto na região periapical. O Fill 
canal apresentou-se mais agressivo à região periapical. 
Lia et a1. 144, 1988, avaliaram as reações do tecido 
subcutâneo de ratos aos componentes do cimento AH26. Os períodos de 
observação foram de dois, três, sete, 21 e 60 dias. Todas as substâncias 
se apresentaram irritantes na seguinte ordem decrescente de 
agressividade: éter de bisfenol A, óxido de titânio, óxido de bismuto, 
prata pulverizada e hexametilenotetramina. A atividade macrofágica foi 
intensa principalmente para o óxido de bismuto, prata pulverizada e éter 
de bisfenol A. Encapsulamento com colagenização foi permitido apenas 
para a hexametilenotetramina e a prata pulverizada. 
Orstavik & Mjõr176, 1988, compararam a 
compatibilidade biológica de cimentos à base de óxido de zinco e 
eugenol, resina e outros. Os períodos de avaliação foram de 14 e 90 
dias. Verificaram pequena reação tecidual para os materiais à base de 
resina. Os cimentos de óxido de zinco e eugenol apresentaram respostas 
39 
mrus severas. Implante de AH26 e Hydron forrun rodeados por 
macrófagos fagocitando componentes metálicos pesados (Bi, Ba). 
Zmener et al?64, 1988, utilizaram o método 
histométrico e quantitativo em estudos de biocompatibilidade. Tubos de 
silicone contendo misturas recém-espatuladas de Endogel (gel 
absorvível de um composto protéico de origem bovina) ou de silicone 
sólida, foram implantados em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos e 
avaliados após sete, 30 e 90 dias. Os resultados mostraram que o 
Endogel provocou intensa resposta inflamatória em todos os períodos 
de observação com a presença de polimorfonucleares, linfócitos e 
macrófagos. Puderam observar a presença de tecido fibroso bem 
organizado em contato com a silicone. 
Pissiotis & Spangberg187, 1990, avaliaram a reação 
do tecido ósseo ao implante de hidroxiapatita, colágeno e hidróxido de 
cálcio puro ou diferentes combinações destes. Os implantes foram 
realizados bilateralmente em mandíbulas de porquinhos da guiné. As 
reações teciduais foram avaliadas nos períodos de dois, oito e 16 
semanas. Não foram observadas grandes reações inflamatórias em 
nenhum dos materiais. A hidroxiapatita não foi reabsorvida após os 
períodos de observação, e o hidróxido de cálcio junto com o colágeno 
foram parcialmente ou totalmente reabsorvidos pelo tecido ósseo. 
Hong et ai. 113, 1991 , estudaram a reação teci dual do 
cimento fosfato de cálcio em dentes de macacos. Observaram resposta 
tecidual suave após um mês. Míoima reação foi visualizada em 
períodos mais longos. Observaram neoformação óssea ao redor do 
cimento. 
40 
P et al 179 1991 1. ascon . , , ava ~aram a 
biocompatibilidade de cimentos endodônticos. Cento e vinte e um 
dentes de 21 babuinos tiveram seus canais preparados um milimetro 
aquém do forame e irrigados com hipoclorito de sódio a I%. Os canais 
foram obturados pela técnica da condensação lateral e os cimentos 
AH26, Kerr pulp canal sealer e Kloroperka NO. As reações periapicais 
foram avaliadas a um, sete, 30, 365, 730 e 1095 dias. Nos curtos 
períodos de observações (um a sete dias), o AH26 causou severa reação 
e o Kerr pulp canal sealere kloroperka NO, reações moderadas e leves, 
respectivamente. Nos períodos de dois e três anos as reações foram: 
leves, para o AH26; moderadas, para o Kerr pulp canal sealer; severas, 
para a Kloroperka NO. 
Gulati et a1.90, 1991, observaram a elevada 
citotoxicidade de cimentos contendo eugenol, e resposta suave para 
cimentos sem esta substãncia. 
Orstavik & Mjõr177, 1992, avaliaram os cimentos 
AH26, Endomethasone, Kloroperka NO ou Procosol. Canais radiculares 
com polpa vital de dentes de macacos foram instrumentados e 
obturados pela técnica de condensação lateral e os cimentos citados. 
Foram realizadas avaliações radiográficas e histológicas, num período 
de um e seis meses. Radiograficamente observaram patologia periapical 
em seis de todas as 60 raízes. Histologicamente foram vistas 
inflamações periapicais após seis meses na seguinte proporção: l-
AH26 - de nove raízes, duas com inflamação moderada e uma suave; 2-
Endomethasone - de sete raízes, uma moderada; 3- Kloroperka- de sete 
raízes, mna suave; 4- Procosol - de sete raízes, uma suave. As 
41 
observações radiográficas e histopatológicas foram significantemente 
correlacionadas no período de seis meses. 
Araki et al.6, 1993, estudaram a citotoxicidade in 
vitro de dois cimentos obturadores de canais radiculares. Os cimentos 
continham uma mesma composição para o pó. A diferença entre eles é 
que o líquido de um era constituído de eugenol e o outro de ácidos 
oleosos. Ambos os materiais foram tóxicos, logo após a mistura e após 
24 h de endurecimento. Após uma semana, o cimento com eugenol 
continuou sendo tóxico. 
2.1.2 Propriedades tísicas 
Grieve & Parkholm86, 1973, avaliaram o selamento 
marginal de cimentos à base de resina e de óxido de zinco e eugenol, 24 
h após as obturações, e constataram melhor selamento com os à base de 
resina. 
Mattisson & Von Fraunhofer158, 1983, também 
realizando um estudo comparativo com os mesmos materiais, 
observaram um melhor selamento com os cimentos de óxido de zinco e 
eugenol. 
42 
Orstavik, et al. 178, 1983, notaram maior capacidade 
de adesão à dentina por parte dos cimentos de resina. Mas os resultados 
foram melhores com os cimentos de óxido de zinco e eugenol nos casos 
das infiltrações marginais. 
Negm169, 1989, observou que o Tubliseal selou 
melhor que o AH26, mas que este cimento à base de resina apresentou 
um selamento melhor que os demais cimentos de óxido de zinco e 
eugenol. 
70 Ainda os estudos de Fragola et ai. , 1979, 
investigaram o efeito do tamanho das partículas de um cimento 
endodôntico, sobre o tempo de presa, escoamento, densidade 
radiográfica e aparência microscópica desses materiais. Verificaram que 
o tempo de endurecimento e a densidade do cimento podem ser 
variados pela alteração no tamanho das partículas de seus componentes. 
Partículas menores aceleram o endurecimento, são mais fáceis de 
misturar e aumentam a densidade da mistura formando uma matriz mais 
homogênea e cristalina após o endurecimento do mesmo. 
Spangberg et ai. 218, 1993, avaliaram o papel da 
hexametilenotetramina, presente no cimento AH26, como fonte de 
liberação de formaldeído. Foram realizadas comparações com o 
cimento N2. Puderam verificar que o pó e a resina do AH26 não contem 
formaldeído, mas após a mistura, verificaram uma crescente presença 
desta substância nos dois primeiros dias de endurecimento. A 
concentração da mesma diminuiu após sete dias. 
Kazemi et ai. 127, 1993, compararam as alterações 
dimensionais ocorridas a longo prazo com os cimentos OZE, AH26, 
Endofill e Endomethasone. Os cimentos AH26 e Endofiii apresentaram 
43 
expansão inicial, seguida por perda volumétrica. Os cimentos de OZE, 
se contraíram nos períodos iniciais. 
2.2 Hidróxido de cálcio 
O hidróxido de cálciofoi introduzido na 
Odontologia por Nygreen em 1838, conforme Leonardo & Lea1139, 
1991, utilizado por Codman, 1851, citado por Mallo et a1. 154, 1987, mas 
foi em 1920, que Hermano, empregou este medicamento no tratamento 
de canais radiculares, observando o reparo 139• 
Subseqüente, Zander254, 1939, utilizando o Calxyl 
no tratamento de polpas vivas, observou a formação de uma ponte 
calcificada recobrindo o tecido pulpar exposto. 
Glass & Zander78, 1949, utilizaram o hidróxido de 
cálcio e água destilada, ou o óxido de zinco e eugenol, no capeamento 
pulpar de dentes permanentes jovens. Observaram que polpas expostas 
e capeadas com o óxido de zinco e eugenol apresentavam reação 
inflamatória crônica persistente no local de exposição do tecido pulpar, 
enquanto que, polpas capeadas com hidróxido de cálcio, após 4 
semanas, apresentavam reparação no local da exposição. Observaram a 
formação de barreira de dentina e o aparecimento de nova camada 
odontoblástica. 
44 
Mitchell & Shanwalker161 , 1958, observaram haver 
compatibilidade biológica do hidróxido de cálcio associado à água 
destilada, em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Os períodos de 
observação variaram de dois a 3 5 dias. V eríficaram uma zona de 
necrose de coagulação ao redor do material nos períodos iniciais, e nos 
períodos mais avançados, observou tecido osteoide, com reação 
inflamatória moderada. 
Em 1960, Matsumiya & Kitamural 156, avaliaram o 
efeito da pasta de hidróxido de cálcio e água destilada em canais 
infectados de dentes de cães. Ao exame microscópico, observaram 
processo de reparo dos tecidos periapicais. 
Também os estudos de Sciaky & Pisante03 
verificaram a origem dos íons cálcio dos tecidos mineralizados após o 
reparo. Concluíram que o hidróxido de cálcio é um iniciador do 
processo de mineralização e que os íons cálcio advêm possivelmente de 
via sangüínea. 
Eda62, 1961, utilizando técnicas histoquímicas, 
analisou a reação do tecido pulpar após a colocação de hidróxido de 
cálcio, fluoreto de cálcio e óxido de magnésio. Observou que, após 
trinta minutos de contato com o hidróxido de cálcio, havia a deposição 
de carbonato de cálcio e partículas Von Kossa positiva no tecido pulpar 
logo após a camada de necrose. Aos dez dias verificou a presença de 
células semelhantes a odontoblastos na área de exposição, e aos 15 dias 
observou a formação de uma camada de dentina. 
45 
Em 1964, Maisto & Capurro152 propuseram o uso 
da associação de hidróxido de cálcio, iodofórmio e suspensão de meti! 
celulose, como material obturador temporário para tratamento de dentes 
com ápice incompleto. 
Cabrini et al. 35, em 1965, realizaram exposição 
pulpar em dentes molares e pré-molares humanos, e após a permanência 
de cinco a dez minutos de contato com os fluidos bucais, o tecido 
exposto foi recoberto com pasta de hidróxido de cálcio. As cavidades 
foram seladas com óxido de zinco e eugenol e cimento de silício 
fosfato. As observações foram feitas de 62 a 84 dias. O exame 
microscópico revelou a presença de barreira mineralizada induzida pelo 
hidróxido de cálcio. 
Sampaio199, 1967, avaliou a reação do tecido pulpar 
de dentes de ratos, após a colocação do hidróxido de cálcio. Polpas 
dentais foram contaminadas e em seguida protegidas com pasta de 
hidróxido de cálcio. O autor pode verificar reparo com formação de 
barreira de tecido mineralizado. 
Em 1970, Heithersa/5 utilizou pasta de hidróxido 
de cálcio em suspensão de meti! celulose, como obturação temporária 
para casos de dentes com reabsorção apical e grandes lesões periapicais. 
Pode verificar regressão das lesões e constatou a eficácia desse material 
para estes casos. 
Dylewski60 1971, estudou o processo de reparo de 
dentes com ápice incompleto, após a colocação de hidróxido de cálcio e 
p-monocloroferol canforado. O estudo foi realizado em dentes de 
macacos. Observou reparo apical com formação de tecido calcificado 
tentando selar os ápices radiculares. 
46 
Em, 1971, Holland et al. 101 avaliaram a resposta dos 
tecidos periapicais de dentes de cães, após a obturação com hidróxido 
de cálcio e outros materiais, precedidos ou não pela colocação de 
curativo com corticosteróide e antibiótico. Observaram que o hidróxido 
de cálcio preservou a vitalidade do coto pulpar e favoreceu a deposição 
de cemento na região apical. Holland et al. 99 utilizaram hidróxido de 
cálcio associado ou não ao iodofórmio, em dentes de cães, que haviam 
ficado expostos ao meio bucal, e com ápice aberto. Observaram a 
deposição de tecido mineralizado, obliterando o ápice radicular e 
isolando o material dos tecidos periapicais. 
Rasmussen & Mjõr194, 1971, avaliaram os efeitos 
do hidróxido de cálcio como um potencial indutor de calcificações 
ectópicas. Esse material foi implantado em contato direto ou separado 
por um filtro de milipore em subcutâneo e em cavidades 
intraperitoneais de ratos. Os periodos de observações foram de seis a 18 
semanas. Quando o hidróxido de cálcio foi colocado em contato direto 
com o tecido, observaram em alguns casos a formação de uma 
hiperplasia de tecido conjuntivo e numerosas células gigantes 
multinucleares. Notaram ocasionais estruturas basofilicas mal definidas, 
e estruturas isoladas Von Kossa positivo, semelhantes ao tecido ósseo 
imaturo. Nos casos onde se utilizou a membrana de milipore, não 
verificaram reações no tecido do hospedeiro 
Em 1971, Boume29, verificou que o alto pH do 
hidróxido de cálcio ativou a fosfatase alcalina e neutralizou a atividade 
da enzima osteoclástica. 
47 
Em 1972, Andreasen5; Cvek52 preconizaram o 
hidróxido de cálcio em dentes com rizogênese incompleta, mostrando a 
ocorrência de completa formação radicular e reparação das lesões 
periapicais, respectivamente. 
S & Gl. h 219 pector 1mc er , 1972, mostram as 
fosfoproteínas como fator iniciador da mineralização na presença do 
hidróxido de cálcio. 
Leonardo137, 1973, realizou um estudo clinico, 
radiográfico e microscópico em dentes de humanos. Nos casos de 
biopulpectomia, os canais foram obturados no terço apical com pasta de 
hidróxido de cálcio e o restante com cones de guta-percha e cimento de 
Rickert. Nos casos de polpas necrosadas, utilizaram-se diferentes 
soluções irrigadoras e um curativo com p-monoclorofenol canforado. 
Os canais foram obturados com cones de guta-percha e óxido de zinco e 
eugenol. Observou que o hidróxido de cálcio preservou a vitalidade do 
coto pulpar e estimulou a deposição cementária. Nos casos de 
necropulpectomia, apesar do êxito clínico e radiográfico, o exame 
microscópico mostrou reação inflamatória com infiltrado do tipo 
crônico. 
Tomeck et al.239 , 1973, avaliaram a utilização do 
hidróxido de cálcio associado ao p-monoclorofenol canforado, em 
dentes jovens de macacos, após a contaminação pelo meio bucal. 
Observaram fechamento apical e concluíram que o hidróxido de cálcio 
aumenta o potencial de reparação. 
Binnie & Rowe20, 1973, avaliaram a reação apical 
de dentes jovens de cães, expostos ao meio bucal, por uma semana, e 
obturados com o cimento de Grossman, pasta Calxyl ou pasta de 
48 
hidróxido de cálcio com água destilada. Observaram sucesso clínico e 
radiográfico. Microscopicamente verificaram ausência de infiltrado 
inflamatório, nos tecidos em contato com o hidróxido de cálcio. 
Cvek et ai. 54, 1974, avaliaram o efeito da pasta de 
hidróxido de cálcio em 38 dentes humanos reimplantados, sendo 21 
com rizogênese completa e 17 com rizogênese. incompleta. Observaram 
que em dentes reimplantados e tratados com hidróxido de cálcio, a 
reabsorção radicular associada a áreas radiolúcidas pode ser evitada. 
Dentes com rizogênese incompleta, apresentaram menor porcentagem 
de anquilose. 
Cvek & Sunsdstrõm 53, 1974, avaliaram 
microscopicamente dentes com necrose pulpar e ápice incompleto, 
tratados com hidróxido de cálcio. Os dentes foram luxados, antes do 
tratamentoe extraídos por razões ortodônticas. Observaram áreas de 
calcificação com deposição de tecido cementóide na região apical. 
Catanzaro-Guimarães & Alle41 , 1974, avaliaram a 
compatibilidade do Calcidrox em tecido subcutâneo de ratos. Os 
períodos de avaliação foram de seis, 12 e 24 dias. Observaram intensa 
reação histoquímica para a fosfatase alcalina e para lipídios neutros do 
tecido que circundava o hidróxido de cálcio. Não foram observadas 
reações inflamatórias crônicas tardias, nem granulomatosa do tipo 
corpo estranho. 
Leonardo & Holland138, 1974, estudaram o processo 
de reparo clínico e histológico em dentes de humanos com dor 
espontânea após biopulpectomia e obturação com hidróxido de cálcio. 
O coto pulpar foi recoberto com uma pasta de hidróxido de cálcio e 
49 
água destilada e o restante do canal obturado pela técnica da 
condensação lateral com o cimento de Rickert. 
Os períodos das avaliações foram de um a cento e 
noventa dias. A avaliação clínica mostrou ausência de sintomatologia 
dolorosa em todos os casos. O exame histológico permitiu observar que 
o coto foi preservado em todos os casos. Nos períodos mais adiantados 
houve a deposição de cemento entre o coto e o material obturador. 
Holland et ai. 105, 1979, avaliaram a influência do 
limite das obturações, quando se utiliza o hidróxido de cálcio como 
material obturador. Os canais foram preparados e o hidróxido de cálcio 
foi forçado além do ápice. Após 30 dias, metade dos canais preenchidos 
com hidróxido e cálcio foi novamente aberta e reinstrumentada. 
Noventa dias após o primeiro tratamento, as análises histológicas 
mostraram resultados mais favoráveis aos canais reobturados. As 
sobreobturações com hidróxido de cálcio estimulam a formação de 
áreas de reabsorção e impedem o crescimento do tecido conjuntivo 
períapical. 
C G . & p . 42 atanzaro- unnarães ercmoto , 1984, 
estudaram o efeito do hidróxido de cálcio, OZE e AH26, sobre o afluxo 
de macrófagos e sobre a taxa de fusão destas células para formar 
granulomas, nos períodos de 4, 8, 12, 24, 30 e 40 dias, em tecido 
conjuntivo de ratos. Dos resultados, sugeriu-se capacidade altamente 
citotóxica do óxido de zinco e eugenol, para macrófagos. O hidróxido 
de cálcio não teve grande influencia sobre o processo de fusão ou taxa 
de atrair fagócitos mononucleares, indicando que o hidróxido de cálcio 
tem pequeno efeito citotóxico para macrófagos. 
50 
Schrõder205, 1985, relatou os efeitos do hidróxido 
de cálcio sobre a polpa. Inicialmente formou-se uma necrose superficial 
que causou pequena irritação estimulando a defesa e o reparo pulpar. 
Logo após, iniciou a proliferação e migração vascular e de células 
inflamatórias, células mesenquimais e a formação de colágeno. Os 
odontoblastos diferenciados e o tecido formado assumiram a aparência 
de dentina, normalizando a função pulpar. 
A mineralização do colágeno teve IIDCIO com as 
calcificações distróficas tanto da zona de necrose, como da degeneração 
das células dos tecidos adjacentes, levando a deposição de minerais no 
colágeno recentemente formado. A presença de íons cálcio estimulou a 
precipitação de carbonato de cálcio na área ferida e talvez possa ter 
contribuído para o processo de mineralização. A formação de tecido 
duro em contato com cimentos de hidróxido de cálcio indicou menor 
injúria química inicial, quando comparada áquela produzida pelo 
hidróxido de cálcio puro. As diferentes respostas dos tecidos aos vários 
cimentos de hidróxido de cálcio podem estar relacionadas com fatores 
como: diferenças no pH e taxa de liberação de íons, cálcio e hidroxila. 
Outros componentes dos cimentos levam a diferentes reações químicas 
que podem inativar o hidróxido de cálcio ou serem nocivos aos tecidos. 
Kawakami et al. 126, 1987, avaliaram os aspectos 
estruturais e histoquímicos do início de calcificação em tecido 
subcutâneo de ratos após a aplicação de um material obturador de canal 
constituído por hidróxido de cálcio, iodofórmio e óleo de silicone 
(Vitapex). As análises foram feitas pela microscopia eletrônica e por 
técnicas histoquímicas. Os períodos de avaliação foram de quatro a 129 
dias. Puderam observar a presença de calcificações heterotópicas 
jJ 
sugerindo que esse material como um excelente material obturador de 
canais radiculares capaz de induzir as células mesenquimais do 
ligamento periodontal a se diferenciarem em osteoblastos ou 
cementoblastos. 
52 
2.3 Cimentos à base de hidróxido de càlcio 
2.3.1 Propriedades Biológicas 
Oliveira172, 1977, adicionou hidróxido de cálcio ao 
pó do cimento AH26, nas proporções de cinco, dez, 20 e 40%. Quarenta 
e oito horas após a espatulação, observou que o AH26 puro, 
apresentava pH próximo a sete. Quando misturado ao hidróxido de 
cálcio, esse pH aumentou para 9,5 a 11,6, enquanto que a pasta de 
hidróxido de cálcio apresentou pH de 11,0 a 12,0. Prosseguindo, 
avaliou a compatibilidade biológica do cimento original, das misturas 
desse com hidróxido de cálcio e da pasta aquosa de hidróxido de cálcio, 
que foram implantados em tecido subcutáneo de ratos. 
O exame histopatológico dos tecidos circunvizinhos 
aos materiais implantados, após períodos de oito, 30 e 60 dias, permitiu 
verificar que a pasta de hidróxido de cálcio apresentou melhor 
compatibilidade seguido pelo cimento AH26 com 5% de hidróxido de 
cálcio, 20%, 40% e 10%. O cimento AH26 puro mostrou reação 
tecidual mais intensa. Verificou também, que a pasta de hidróxido de 
cálcio e os cimentos originados do AH26 contendo 20 e 40% de 
hidróxido de cálcio, induziram calcificações no tecido conjuntivo 
subcutâneo. Concluiu que as reações inflamatórias degenerativas frente 
aos cimentos contendo AH26, guardam relação direta com a quantidade 
de partículas provenientes do pó original do cimento dispersadas nos 
tecidos. 
53 
Holland & Souza98 , !985, estudaram a capacidade 
do Sealapex como estimulador da formação de tecido duro em dentes 
de cães e macacos. Utilizaram 160 canais radiculares de dentes de cães. 
Após as aberturas coronárias as polpas foram removidas a I mm aquém 
do ápice radiográfico (pulpectomia parcial), e no limite apical 
(pulpectomia total). Nas pulpectomias totais, os forames foram 
arrombados, seguido de um recuo para a realização do batente apical. 
Os canais obturados com pasta de hidróxido de cálcio e água destilada, 
ou pela condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos 
Sealapex ou Kerr pulp canal sealer. 
O experimento em macacos foi realizado de forma 
semelhante, em 80 canais radiculares. Os resultados observados nos 
dentes de cães e macacos após 180 dias foram semelhantes e sugeriram 
que o Sealapex e o hidróxido de cálcio encorajaram o fechamento 
apical pela deposição de cemento. A ocorrência de fechamento do 
forame foi a mesma para os dois materiais (70%) nos casos de 
pulpectomias periapicais, mas para as pulpectomias totais foi de 33,3% 
para o Sealapex e I 0,0% para o hidróxido de cálcio. Observaram ainda 
que ambos os materiais, quando extruídos para o ligamento periodontal 
provocam reação inflamatória crônica) mas que o Sealapex, 
fteqüentemente estimula a deposição de tecido duro nesta região. 
Zmener & Cabrini260, 1987, estudaram os efeitos de 
três cimentos à base de hidróxido de cálcio, sobre o comportamento de 
uma população celular mista de células humanas ( monócitos e 
linfócitos). As células foram mantidas em contato direto ou próximas 
aos cimentos Sealapex, CRCS e Dycal. Em ordem crescente de efeitos 
tóxicos, puderam observar Sealapex, CRCS e Dycal. Os autores 
54 
consideraram o Dycal menos compatível devido à grande quantidade de 
íons cálcio e hidroxila liberados, elevando o pH e desnaturando as 
proteínas da parede celular. Os efeitos adversos do CRCS foram 
devidos à presença de eugenol e eucalipto! na sua composição. 
Feiglin66, 1987, estudou as respostas dos cimentos 
Procosol, Tubliseal,Diaket-A e CRCS, sobre a migração celular em 
granulomas experimentais. Os cimentos foram colocados sobre as 
lâminas de vidro, deixados endurecer e implantados em ratos. Os 
períodos de avaliação foram de 4, 8, 12, 24, 30 e 40 dias. A 
citotoxicidade foi avaliada pelo afluxo das células mononucleares ou 
macrófagos e sua transfonnação em células gigantes inflamatórias. O 
CRCS mostrou ser o melhor cimento, seguido pelo Procosol e 
Tubliseal. O cimento mais citotóxico foi o Diaket. 
Tronstad et al?40, 1988, avaliaram a solubilidade e a 
biocompatibílídade dos cimentos CRCS e Sealapex. A superfície 
vestibular da mandíbula de quatro cães foi exposta e realizados buracos 
e nestes, foram implantados tubos de teflon e obturados com os 
cimentos. Utilizaram como controle óxido de zinco e eugenol e uma 
pasta de hidróxido de cálcio. O período de observação foi de 90 dias. 
Os espécimes contendo hidróxido de cálcio e solução salina foram 
completamente obturados com tecido ósseo. O Sealapex deslocou-se 
parcialmente das aberturas dos tubos e foi substituído por tecido 
conjuntivo; pode-se observar macrófagos ao redor do material. Os 
cimentos CRCS e OZE pennaneceram no interior dos tubos após três 
meses. O CRCS pareceu ser o cimento de hidróxido de cálcio mais 
estável. 
55 
Também Zmener et al.263, 1988, analisaram a 
resposta tecidual dos cimentos Sealapex e CRCS. Tubos de silicone 
contendo os cimentos experimentais e um grupo controle preenchido 
com silicone, foram implantados em tecido conjuntivo subcutâneo de 
trinta ratos. Após sete, 30 e 90 dias de implantação, os animais foram 
sacrificados. Medidas histométricas foram realizadas, quantificando 
cada célula inflamatória em três campos de visão separados para cada 
peça. Os resultados revelaram que em contato com o Sealapex formou-
se um tecido granulomatoso do tipo corpo estranho, com células 
gigantes multinucleadas e macrófagos com material fagocitado no seu 
interior. Essa reação aumentou nos períodos de 30 e 90 dias. Com 
relação os CRCS, houve uma reação inflamatória aguda em contato 
com o material nos periodos inicias que foi diminuindo até os noventa 
dias. Uma cápsula de tecido fibroso organizado foi observada ao redor 
do grupo controle após 90 dias. 
Yesilsoy et al.253, 1988, fizeram análise 
histopatológica de cimentos obturadores de canais radiculares 
implantando-os em tecido subcutáneo de 12 porquinhos da guiné. 
Foram avaliados os cimentos de Grossman, Eucapercha, Endofil, 
CRCS, Sealapex e Hypocal. Como controle, utilizou-se solução salina 
estéril. Cada material foi preparado de acordo com as especificações do 
fabricante ou de acordo com a utilização clínica, no caso da 
Eucapercha. Estes foram imediatamente injetados no tecido subcutâneo 
num sistema de rodizio quanto ao local de implantação e guardando 
uma distãncia de 20 mm entre as aplicações. 
56 
Os animais foram sacrificados após seis, 15 e 80 
dias. As respostas inflamatórias foram graduadas pela contagem do 
número de células inflamatórias. Os cimentos apresentaram inflamação 
significantemente maior que o controle, em todos os períodos 
avaliados. O Sealapex e Endofill exibiram inflamação significantemente 
menor que os demais materiais. No período de 80 dias, todos os 
cimentos provocaram inflamação suave sem diferenças estatísticas entre 
eles. Pode-se observar a presença de células gigantes multinucleares 
próximas aos cimentos Sealapex, Endo-fi li e Eucapercha, e ao final de 
80 dias visualizaram-se calcificações, para todos materiais à base de 
hidróxido de cálcio. 
Leal et ai. 134, 1988, estudaram a biocompatibilidade 
dos cimentos CRCS, Sealapex, N-Rickert e Fill canal. Os cimentos 
foram colocados no interior de tubos de polietileno e implantados em 
tecido subcutâneo de ratos. Os períodos de observação foram de 7, 21 e 
60 dias. De um modo geral, todos os materiais mostraram-se irritantes, 
provocando reações inflamatórias de diferentes intensidades. No 
período inicial o Sealapex e o N-Rickert exibiram uma reação tecidual 
moderada e o CRCS e Fiii-Canal mostraram reação intensa. Na fase 
final houve uma diminuição em todos os quadros inflamatórios sendo 
que o Sealapex, CRCS e o N-Rickert exibiram discreta reação tecidual e 
o Fiii-Cana!, reação tecidual mais acentuada. 
Matsumoto et al. 157, 1989, compararam a 
citotoxicidade dos cimentos endodônticos N ew A - à base de óxido de 
zinco e eugenol -, New B e New B-2 - à base de hidróxido de cálcio -, e 
os cimentos AH26, Diaket, Canais, Tubliseal e Sealapex. Foram 
utilizadas células de polpa dental de ratos, obtidas através de cultura 
57 
celular primária. No experimento com os cimentos recentemente 
preparados, os cimentos AH26 e Diaket mostraram forte efeito 
inibitório sobre a sintese de DNA, ao passo que não foram notados estes 
efeitos com os novos cimentos e o Sealapex. Com os cimentos 
endurecidos, o Diaket e os novos cimentos exerceram baixa influência 
sobre as células, enquanto que os demais tiveram considerável 
toxicidade. 
Pitt Ford & Rowe190, 1989, avaliaram o selamento e 
a biocompatibilidade de um cimento experimental de hidróxido de 
cálcio comparado com o cimento de Grossman. Para a análise da 
compatibilidade biológica, realizaram biopulpectomia em dentes de 
macacos. Os canais foram preparados e obturados pela técnica da 
condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos testados. 
Após seis meses, observaram tecido normal ao redor de todos os canais 
obturados com o cimento experimental. 
Orstavik & Kerekes175, 1989, observaram 
clinicamente o efeito do cimento obmrador sobre o reparo apical. Vinte 
e três dentes com evidências radiográficas de periodontite apical foram 
obtutados com os cimentos Sealapex ou Procosol. Os canais foram 
tratados em duas sessões, após a colocação de um curativo de demora 
com hidróxido de cálcio e o estado bacteriológico dos canais foi 
monitorado usando técnica de cultura anaeróbia. Os dentes foram 
aleatoriamente escolhidos para a utilização de cada cimento selador. 
Todos os procedimentos inclusive as radiografias foram padronizados e 
os tratamentos seguidos por seis meses após as obturações. Canais 
obturados com o cimento Sealapex mostraram menores evidências de 
cura após seis meses (6/13) do que canais obturados com o cimento 
58 
Procosol (8/9). Pelos resultados não se pode afirmar que o reparo com o 
Sealapex é mais ou menos rápido do que com o Procosol. 
Tagger & Tagger'26, 1989, realizaram 
biopulpectomias com obturações imediatas em 31 raízes de incisivos e 
pré-molares do três macacos jovens. Em seis incisivos o forame apical 
foi ampliado para permitir a sobreinstrumentação. Os canais foram 
obturados pela técnica da compactação termomecânica da guta-percha e 
os cimentos CRCS, Sealapex e AH26. Os períodos de observação foram 
de 7 a 8 meses e de 14 meses. Nos canais obturados com AH26 e 
CRCS, pode-se observar próximo ao forame apical reações 
inflamatórias que variaram de suave a severa. Os espécimes obturados 
com Sealapex não mostraram células inflamatórias, exceto macrófagos 
com seus citoplasmas carregados de partículas do material obturador; 
Também notaram tendências a neoformação de tecido calcificado nos 
canais obturados com esse cimento. Os cimentos Sealapex e AH26 
foram irritantes quando extravasados no tecido ósseo. 
Wennberg246, 1989, avaliou a compatibilidade dos 
cimentos Grossman, Tubli seal, Sealapex, K.loroperka NO, AH26 e 
Diaket, quando implantados em cavidades no músculo de coelhos. 
Após 1 , 7, 14, 60 ou 180 dias as reações teciduais foram avaliadas. O 
cimento de Grossman provocou uma constante mas pequena reação 
tecidual, em todos os períodos de avaliação, enquanto que para os 
demais cimentos, houve uma regressão gradual, destas reações. 
Zmener et al. 265 , 1990, analisaram a 
biocompatibilidade do cimento Sealapex sem dióxido de titãnio. O 
cimento foi colocadoem tubos de silicone e implantado em tecido 
subcutãneo de 30 ratos. Os animais foram sacrificados após 7, 30 e 90 
59 
dias. Para verificar a presença dos componentes do Sealapex 
experimental, áreas específicas foram fotografadas sob microscopia 
ótica e preparados para o exame de sonda microeletrônica. Detectou-se 
em contato com o material, um tecido granulomatoso contendo 
numerosas células gigantes tipo corpo estranho e macrófagos 
carregados de partículas. Também foram observados fibroblastos e 
vasos neofonnados. Essas reações aumentaram progressivamente após 
trinta e noventa dias. A análise do tecido granulomatoso com micro 
sonda eletrônica, mostrou a presença de um componente pesado 
constituído de bário, zinco e enxofre. 
Soares et al.213, 1990, avaliaram a resposta do tecido 
periapical de dentes de cães obturados com os cimentos Sealapex, 
CRCS e cimento de OZE. Cento e vinte canais radiculares de dentes de 
cães foram instrumentados com arrombamento do forame apical, 
seguido da realização de um batente apical com o instrumento de 
número 45. 
Os canais radiculares foram obturados pela técnica 
da condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos a serem 
testados. Os animais foram sacrificados após trinta e 180 dias. Os 
resultados mostraram resposta tecidual semelhante para os três 
cimentos. Nos casos onde o material obturador atingiu o limite do 
batente apical, foi notado o crescimento de tecido conjuntivo com 
células inflamatórias crônicas. Independente do cimento utilizado, 
houve deposição de novo tecido duro nas paredes laterais do canal 
radicular causando parcial fechamento do forame apical. 
Holland et a!. 107, 1990, realizaram um trabalho 
utilizando 30 raizes de dentes de cães. Os canais foram 
60 
sobreinstrumentados até o instrumento número 25, e o batente apical foi 
realizado I mm aquém da vértice radicular até o instrumento de número 
40, Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral e os 
cimentos: 1- Sealapex puro; 2- Sealapex acrescido de 30 miligramas de 
iodofórmio; 3- Sealapex acrescido de 112 miligramas de iodofórmio, 
Da análise microscópica após seis meses, notou-se que no grupo do 
Sealapex puro, houve selamento biológico com a deposição de cemento 
em 4 casos. Os grupos constituídos pelo acréscimo de iodofórrnio 
exibiram resultados semelhantes sendo que dentre os vinte espécimes 
destes grupos sete mostraram selamento biológico completo. Quando o 
cimento pbturador ficou no nível do forame ou ligeiramente além, 
; 
pode-se ~bservar cemento recobrindo-o. Foi comum a observação de 
partícula$ de Sealapex dispersas no tecido e no interior do citoplasma 
de macrófagos. Não houve diferenças entre os grupos experimentais. 
Bonetti Filho26, 1990, avaliou a biocompatibilidade, 
em dent~s de cães, de quatro técnicas de obturação de canais 
radicular~s: I. clássica com Fill canal; 2. biológica controlada com Fill 
canal; 3. 4olocação do plug apical de hidróxido de cálcio e Fill canal; 4. 
; 
clássica cpm Sealapex. Os canais foram obturados na mesma sessão, e 
após 180 ~ias os animais foram sacrificados. De acordo com o grau de 
reparo po~e-se classificar: I. técnica clássica com Sealapex; 2. técnica 
com colo~ação apical de hidróxido de cálcio e Fill canal; 3. técnica 
clássica e fill canal. 
Meryon & Brook159, !990, estudaram a 
citotoxicidade in vitro de doze cimentos endodônticos. Em alguns 
espécimes, lascas de dentina foram compactadas sob o material testado 
simulando tampão apical de dentina. Os cimentos avaliados foram o 
61 
AH26 com prata, AH26 sem prata, Biocalex, Diaket, Endomethasone, 
Forfenan, Kerr's pulp canal sealer, Kloroperka, kri paste, Sealapex, 
Spad e Tubliseal. Os resultados das análises foram avaliados 
estatisticamente. Na ausência de dentina, Kloroperka, Biocalex, Diaket 
e Endomethasone foram levemente citotóxicos; AH26 com e sem prata, 
Sealapex, Tubliseal e Kerr's pulp canal sealer foram moderadamente 
citotóxicos, enquanto que Forfenan, Spad e Kri paste foram fortemente 
citotóxicos. Na presença de dentina, a citotoxicidade destes materiais 
foi consideravelmente reduzida, com exceção do Endomethasone, 
F orfenan, Spad e Kri paste. 
A resposta tecidual de canais radiculares obturados 
com Sealapex, hidróxido de cálcio e guta-percha foi avaliada por Sonat 
et al.215, 1990. Cinqüenta e seis canais de pré-molares de cães foram 
preparados no limite CDC, irrigados com solução salina e obturados da 
seguinte forma: 1- condensação lateral de cones de guta-percha; 2-
condensação lateral de cones de guta-percha e pasta de hidróxido de 
cálcio ou água destilada; 3- condensação lateral de cones de guta-percha 
e cimento Sealapex. Os animais foram sacrificados nos períodos de 7, 
30 e 90 dias. Os resultados das análise histopatológica evidenciaram 
reparo mais pronunciado nos casos de obturações com o cimento 
Sealapex do que com os demais grupos experimentais. A pasta de 
hidróxido de cálcio também estimulou o reparo com a deposição de 
cemento. Ambos, Sealapex e pasta de hidróxido de cálcio causaram 
reação inflamatória crónica quando o material foi extruído através do 
ápice radicular. 
62 
Takahara et al.229 , 1990, avaliaram a citotoxicidade 
dos cimentos New B-1, New B-5 e New B-6 (à base de hidróxido de 
cálcio), New A (à base de óxido de zinco), Sealapex, Canais, Tubliseal, 
Diaket e AH26, que foram aplicados em células ósseas cultivadas, 
obtidas de ratos. Medidas de incorporação de timidina, atividade da 
fosfatase alcalina e liberaçllo de cálcio foram realizadas após 24 e 48 h. 
Nllo foram encontradas diferenças na síntese de DNA celular e na 
atividade da fosfatase alcalina entre células expostas ao New B-1, New 
B-5 e controle após exposição por 24 e 48h. A liberação de cálcio em 
24h, foi significantemente diferente dos grupos controles quando as 
células foram tratadas com New B-6 e New B-5. Após 48h, células 
tratadas com New B-1, New B-5 e New B-6 mostraram diferenças 
significantes dos controles mas não das células expostas ao Sealapex. 
Os novos cimentos endodônticos tiveram toxicidade in vitro mais baixa 
do que os cimentos convencionais. 
Binnan et al.21 , 1990, estudaram as propriedades 
biológicas e fisicas dos cimento Sealapex e N-Rickert. Para avaliação da 
biocompatibilidade foram utilizados camundongos distribuídos em 
grupos de cinco animais para cada tempo (3, 7, 15, 30 e 60 dias). 
Lamínulas de vidro contendo os cimentos manipulados nas condições 
usuais foi implantada no tecido conjuntivo subcutáneo dos animais. O 
cimento Sealapex mostrou marcante reação inicial, persistindo uma 
reação inflamatória mononuclear difusa que aos 60 dias foi 
caracterizada por reações tipo corpo estranho. Não foram observados 
focos de calcificações. 
63 
Gutmann & Fava92, 1991, relataram um caso clínico 
de um incisivo central superior, com área de rarefação óssea periapical, 
obturado com Sealapex, onde houve extravasamento do cimento 
durante a obturação do canal radicular. Puderam constatar através do 
exame radiográfico, que após doze meses, havia uma redução quase 
completa da área radiolúcida, a dissolução do excesso de cimento e 
subseqüente reparo ósseo no tecido periapical com sugestiva 
inexistência da lesão. 
Molloy et al. 163, 1992, avaliaram a resposta 
inflamatória em tecido subcutãneo de ratos expostos aos cimentos: 
Resina experimental, Resina experimental com prata, Sealapex, Kerr, 
AH26 e Cimento de Roth. Os cimentos foram manipulados, colocados 
em tubos de polietileno e em seguida implantados em tecido conjuntivo 
de dez ratos. Cada animal recebeu seis implantes. Os periodos de 
avaliação foram de 3, I O, 20, 30 e 60 dias. Nos períodos iniciais todos 
os cimentos apresentaram inflamação suave. O cimento AH26 mostrou 
uma reação inflamatória ligeiramente maior aos 1 O, 20 e 30 dias. Após 
60 dias, todos os cimentos se equipararam e apresentaram boatolerância tecidual. 
Utilizando dentes de cães com rizogênese 
incompleta, Holland et al.lll, 1992, analisaram a capacidade de reparo 
biológico apical com o uso de hidróxido de cálcio na forma de pasta e 
cimento. Foram feitas as aberturas coronárias, pulpectomias, e 
realizados os preparos biomecãnicos com sobreinstrumentação e 
irrigação abundantemente com solução fisiológica. Os canais foram 
obturados com: I. Endoapex, 2. Sealapex, 3. hidróxido de cálcio 
associado ao iodofórrnio em partes iguais tendo como veículo o silicone 
64 
líquido e 4. pasta de Frank. Após um ano, os animais foram 
sacrificados. Observaram ausência de selamento apical e células 
inflamatórias em contato com o Endoapex. Com o Sealapex, três casos 
mostraram selamento do forame apical com deposição de cemento 
morfologicamente irregular, ligamento periodontal apical de espessura 
próxima ao normal com discreto infiltrado inflamatório crônico e 
macrófagos carregados de partículas. Nos demais espécimes 
observaram ausência de selamento biológico com discreto infiltrado 
inflamatório crônico. Os espécimes obturados com a pasta de Frank 
apresentaram os melhores resultados, seguido da pasta de hidróxido de 
cálcio com silicone e iodofórmio. 
Leonardo143, 1992, analisou comparativamente a 
biocompatibilidade dos cimentos CRCS e Sealapex. Foram utilizados 
16 canais de dentes de cães. Os ápices foram arrombados 2mm com 
uma lima tipo Kerr n• 30 e os canais instrumentados com uma técnica 
escalonada. As irrigações foram realizadas com hipoclorito de sódio 
0,5%. Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral 
ativa com os cimentos CRCS ou Sealapex. Os resultados, após um ano, 
mostraram que os dois materiais causaram inflamação crônica de 
magnitude moderada e induziram a deposição de tecido mineralizado na 
região apical. Nos canais obturados com Sealapex notou-se a deposição 
de tecido fibroso entre o material e o tecido mineralizado, sendo que no 
CRCS o tecido duro se depositou diretamente na superficie do material. 
Sübay & Asci224, 1993, avaliaram a resposta do 
Dycal e hidroxiapatita como agentes capeadores pulpares. O estudo foi 
feito em humanos, e os períodos de avaliação foram de dois, rrinta e 
sessenta dias. Após estes periodos, os dentes foram extraídos. Dentes 
65 
capeados com hidroxiapatita exibiram moderado infiltrado inflamatório 
com ausência de tecido mineralizado. Com o Dycal, observaram a 
formação de barreira de tecido mineralizado, com ausência ou mínima 
resposta inflamatória. 
Utilizando o teste de Sldn Window, Berbert & 
Consolaro19, 1994, avaliaram a influência de cimentos endodônticos na 
migração neutrofilica. Laminulas de vidro contendo gotículas dos 
cimentos Sealapex, CRCS ou ZOE, recém-espatulados, foram levadas 
sobre escarificações feitas na pele de indivíduos adultos jovens, por um 
periodo de 3 h. O grupo OZE mostrou PMNs neutrófilos, de aspecto 
normal, distribuídos geralmente de forma difusa na periferia da área 
escarificada, porém com uma zona livre de céhúas contigua à periferia 
imediata do material. No grupo do CRCS, os PMNs neutrófilos 
geralmente mostravam numa relação direta com a superficie do 
material, um aumento da densidade citoplasmática e preservação da 
forma e estrutura celular. 
No grupo do Sealapex, os PMN s neutrófilos 
estavam em relação direta com a superficie do material e em geral essas 
células demonstraram avidez por fagocitá-lo. Com freqüência ocorreu 
ruptura da membrana celular, sendo observado em certos lugares uma 
citólise neutrofilica abundante. O OZE preservou estruturalmente as 
células. O Sealapex propiciou uma degranulação exuberante dos PMNs 
neutrófilos. O CRCS apresentou-se entre asses dois parárnetros de 
avaliação numa posição intermediária. Em ordem decrescente quanto à 
agressão e migração celular dos cimentos obteve-se: Sealapex, CRCS, 
ZOE. 
66 
Buntak-Kobler et a1. 34, 1994, verificaram a 
toxicidade dos cimentos Sealapex e Apexit, comparando-os com o 
cimento Diaket. Um total de 52 ratos foram usados, e 0,5ml de cimento 
recém-espatulado foi injetado na região periapical dos dentes destes 
animais. Os periodos de observação foram de 2, 8, 30 e 60 dias. A 
análise microscópica, aos oito dias, evidenciou resposta inflamatória 
mais severa para o Sealapex. Aos trinta dias, a reação mais suave foi 
para o Apexit. Após 60 dias foi observada ao redor do Sealapex e 
Diaket uma inflamação do tipo crónica, enquanto que ao redor do 
Apexit, não foi observada a presença de inflamação. 
Holland et al. 112, 1994, num estudo em dentes de 
cães, observaram que canais radiculares obturados com hidróxido de 
cálcio, provocou melhores resultados quando comparado a outros 
cimentos, independente das condições do tecido pulpar (vital ou 
necrosado) 
2.3.2 Selamento marginal 
Cohen et al.47 , 1985, avaliaram a capacidade de 
selamento de um cimento à base de óxido de zinco e eugenol e outro à 
base de hidróxido de cálcio. Canais radiculares de 34 dentes foram 
instrumentados 0,5nun aquém do forame apical, até o instrumento de n° 
60, e irrigados com hipoclorito de sódio a 2,5%. Os canais foram 
67 
obturados pela técnica da condensação lateral de cones de guta-percha 
com os cimentos Procosol e CRCS. As análises das infiltrações foram 
realizadas pelo método eletroquímico nos períodos de I a 14 dias. Os 
padrões de infiltrações com o cimento CRCS estabilizaram ou 
diminuíram com o tempo, enquanto que com o Procosol eles 
estabilizaram ou aumentaram com o tempo. As médias de infiltrações 
foram ligeíramente menores para o cimento à base de hidróxido de 
cálcio. 
Alexander & Gordon\ 1985, compararam o 
selamento apical produzido por dois cimentos à base de hidróxido de 
cálcio e o cimento de Grossman. Trinta raízes, tiveram seus canais 
radiculares preparados a um milímetro aquém do forame, até o 
instrumento de n° 60, e írrigações de hipoclorito de sódio 2,5%. As 
raizes foram divididas em três grupos de dez e os canais obturados pela 
técnica da condensação lateral com os cimentos Sealapex, CRCS e 
Grossman. 
Os cimentos foram levados aos cana1s com um 
instrumento até que houvesse extravasamento foraminal e em seguída 
foram realizadas as obturações. Após o endurecimento dos materiais, as 
raízes foram colocadas em solução de azul de metileno 2%, a 3i'C 
durante seis dias. Para análise das infiltrações as raízes foram 
secionadas transversalmente em seis fatias de um em um milímetro a 
partir do ápice radicular. As supemcies apical e coronal de cada fatia 
foram analisadas através de microscopia, fotografadas e projetadas. As 
infiltrações foram determinadas através de escores. Houve infiltração 
significantemente maior com CRCS, em relação ao cimento de 
6S 
Grossman e Sealapex. O Sealapex infiltrou menos que o cimento de 
Grossman, mas não houve significância estatística. 
Um estudo realizado por Madison et al.150, 1987, 
avaliou a infiltração via coronária em dentes tratados endodonticamente 
e expostos a saliva artificial. Após o preparo biomecãnico dos canais os 
dentes foram distribuídos em três grupos, as obturações foram feitas 
pela técnica da condensação lateral com guta-percha e os cimentos 
Sealapex, AH26 e de Roth. As aberturas de acesso foram seladas com 
algodão e Cavit e colocados em um umidificador por 48 h. Após, as 
restaurações provisórias foram removidas e os dentes imersos em saliva 
artificial por 7 dias e em seguida colocados em tinta nanquim. A análise 
das infiltrações indicou maior índice de infiltração para o cimento 
AH26, quando comparado com o cimento de Roth e Sealapex. O 
Sealapex mostrou menor índice de infiltração do que o cimento de 
Roth, mas sem significância estatfstica. 
Utilizando a técnica do obturação de McSpadden, 
Moraes et al. 165, 1987, compararam o selamento apical dos cimentos 
Sealapex e Endofill. Após o preparo biomecânico, os dentes foram 
divididosem três grupos: 1- guta-percha sem cimento; 2- guta-percha e 
Sealapex; 3- guta-percha e Endofill. Em todos os grupos foi realizada a 
obturação com o compactador de McSpadden n• 55, seguido da 
condensação vertical. Após 24 h de manutenção em umidade relativa 
100% e temperatura de 37°C, os dentes foram imersos em solução de 
azul de metileno a I% e mantidos a 3 7°C por mais 24 h. As infiltrações 
foram avaliadas estabelecendo-se escores de O a 3. Os resultados não 
mostraram diferenças significativas entre os cimentos Endofill e 
Sealapex. 
69 
Zmenel57, 1987, comparou as propriedades 
seladoras dos cimentos Sealapex, CRCS e Tubliseal. Noventa raízes 
tiveram seus canais preparados até o instrumento n ° 50 a uma extensão 
de 0,5 milímetros além do forame apical. As irrigações foram realízadas 
com hipoclorito de sódio a 2,5%, seguido de uma irrigação final com 
água destilada. Após, foram divididas em três grupos e obturadas até o 
vértice apical péla técnica da condensação lateral de cones de guta-
percha e os cimentos Sealapex, CRCS e Tubliseal. Todos os espécimes 
foram mantidos a 3 7"C e umidade relativa de I 00% durante 48 h e em 
seguida fora impermeabilízados, mergulhados em solução de azul de 
metileno a 5% e mantidos a 37"C por um, três e dez dias. As análises 
das infiltrações longitudinais mostraram aumentar significantemente 
com o tempo de manutenção no corante. Não houve diferenças 
significativas entre os cimentos avaliados. 
Rothier et al.197, 1987, avaliaram in vitro, o 
potencial de infiltração de dois cimentos à base de hidróxido de cálcio e 
dois à base de óxido de zinco e eugenol. Utilizaram 64 dentes 
unirradiculares, que após abertura coronária foram instrumentados a 
dois milímetros além do forame até o instrumento n° 55 e divididos em 
quatro grupos experimentais contendo 15 dentes cada, e dois grupos 
controle com dois dentes cada. Nos grupos experimentais os canais 
foram obturados pela técnica da condensação lateral de cones de guta-
percha e os cimentos CRCS, Sealapex, Procosol e Kerr Pulp canal 
sealer. Os dentes foram imersos em solução de Rodamina 0,2% por sete 
dias. Os dados obtidos das infiltrações longitudinais mostraram não 
haver diferenças significativas entre os cimentos CRCS, Sealapex e 
70 
Kerr pulp canal sealer. Houve significante aumento da infiltração com o 
uso do Procosol. 
Barkhordar et ai. 11 , 1989, estudaram o se lamento 
apical de cinco cimentos endodônticos. Sessenta dentes unirradiculares, 
tiveram suas coroas removidas e os canais instrumentados no limite 
apical até o instrumento n° 35 e irrigados com NaOCI a 2,5%. As raízes 
foram divididas em seis grupos e obturadas pela técnica da condensação 
lateral e vertical da guta-percha e os cimentos Roth, AH26, Sealapex, 
CRCS e Nogenol. As aberturas de acesso foram seladas e as raízes 
foram deixadas num umidificador a 37°C por 48 h até o endurecimento 
dos cimentos e em seguida imersas em tinta da Índia durante 24 h. As 
raízes foram descalcificadas, desidratadas e colocadas, em 
metilsalicilato para ficarem transparentes. A penetração do corante foi 
medida através de microscopia. Não houve diferenças significativas 
entre os valores de infiltração dos cimentog analisados. As médias de 
infiltração para cada cimento foram: I. CRCS = 0,26 mm; 2. AH26 = 
0,27 mm; 3. Nogenol = 0,33 mm; 4. Sealapex = 0,34 mm; 5. Roth = 
0,45mm. 
Investigando melhor a questão da infiltração 
cervical, Madison & Wilcox 149, 1988, realizaram estudo in vivo, 
utilizando 64 dentes posteriores de macacos. Após as aberturas 
coronárias e preparo biomecãnico, os canais foram obturados pela 
técnica da condensação lateral da guta-percha e os cimentos AH26, 
Sealapex e Roth. As aberturas foram seladas com Cavit e foram 
removidas após 72 h, deixando os canais expostos à cavidade oral por 
uma semana. Os macacos foram sacrificados~ os dentes removidos e 
colocados no corante. Houve penetração considerável em todos os 
71 
grupos não havendo diferenças estatisticamente significantes, embora 
os canais obturados com o cimento Sealapex tenham exibido valores de 
infiltrações ligeiramente menores. 
Timpawat & Vajrabhaya235, 1988, compararam as 
propriedades seladoras dos cimentos de Grossman, CRCS, 
Endomethasone, cimento experimental (à base de óxido de zinco e 
eugenol) e Kerr Root Canal Sealer. Noventa raízes tiveram seus canais 
preparados a 0,5 mm aquém do ápice radicular, até o instnnnento de n° 
60 e obturadas pela condensação lateral de guta-percha e os diferentes 
cimentos a serem testados. Foi deixado um grupo controle, onde não se 
utilizou cimento selador. Após 48 h, os ápices radiculares foram 
mantidos mergulhados em solução aquosa de azul de metileno a 2% 
durante 2 dias a 3 7°C. A análise das infiltrações longitudinais mostrou 
infiltração significantemente menor para o grupo obtutado com o 
cimento experimental do que os cimentos de Grossman e 
Endomethasone, mas não significantemente diferente dos grupos 
obturados com CRCS e Kerr Sealer. 
Determinando a capacidade de selamento, in vivo, 
de cimentos obturadores contendo hidróxido de cálcio Barnett et a1. 13, 
1989, utilizaram 160 raizes que tiveram seus canais radiculares 
instrumentados no nível do forame apical até o instrumento de n° 80. 
As irrigações foram realizadas com hipoclorito de sódio a 5% e as 
raizes foram esterilizadas por radiação gama. Após, os canais foram 
obturados com um cone único de guta percha e os cimentos CRCS, 
Sealapex e cimento de Roth 80 I. As aberturas de acesso seladas com 
cimento de óxido de zinco e eugenol. Nove raízes foram obturadas sem 
cimento (controles positivo), e cinco raizes serviram como controle 
72 
negativo uma vez que os canais foram deixados vazios. As 160 raízes 
foram então implantadas subcutaneamente na região dorsal de cinco 
coelhos. Ao final de noventa dias e um ano, os animais foram 
sacrificados, as raizes removidas, impermeabilizadas externamente e 
colocadas em tinta nanquim por 7 dias. As análises das infiltrações 
longitudinais aos 90 dias, mostraram que o CRCS apresentou uma 
infiltração significantemente menor do que os demais cimentos 
obturadores. Não houve diferenças estatísticas significantes entre os 
cimentos Sealapex e o de Roth 801. Após I ano, o Sealapex apresentou 
menor infiltração que o CRCS, mas sem significância estatística. 
Kaufinan et al. 124, 1989, compararam o selamento 
apical de canais radiculares obturados com os cimentos Life e AH26, 
utilizando duas técnicas de obturação de canais radiculares. Setenta 
raizes foram preparadas e obturadas utilizando compactação mecânica 
ou térmica e os cimentos a serem testados. Os dentes foram mantidos 
em câmara úmida durante quatro dias para permitir o completo 
endurecimento do cimento e após, foram imersos na solução traçadora. 
A média das infiltrações observadas para o cimento Life foi de 
0,575mm versus 1,025mm para o cimento AH26. 
Pitt Ford & Rowe190, 1989, avaliaram o selamento e 
a biocompatibilidade de um cimento experimental à base de hidróxido 
de cálcio e do cimento de Grossman. O selamento foi avaliado pela 
penetração de corante ao longo dos canais radiculares obturados com os 
respectivos cimentos. Puderam constatar uma boa capacidade seladora 
do cimento experimental, que foi similar ao cimento de Grossman. 
73 
Tanomaru Filho et al.232, 1991, realizaram wn 
estudo comparativo utilizando duas diferentes proporções pó/liquido do 
cimento CRCS comparando-o ao cimento de óxido de zinco e eugenol. 
Trinta caninos foram instrwnentados, removidas as camadas residuais, e 
os canais obturados pela técnica da condensação lateral de cones de 
guta-percha e os cimentos em estudo. O cimento CRCS nas duas 
proporções pó/líquido apresentou infiltrações significantemente 
diferentes e maiores do que o cimento óxido de zinco e eugenol. 
Limkangwalmongkol et al. 147, 1991, avaliaram a 
capacidade deselamento de quatro cimentos obturadores de canais 
radiculares. Cento e vinte e cinco dentes unirradiculares tiveram suas 
coroas removidas e os canais preparados a um milímetro aquém do 
comprimento total do dente. As irrigações foram feitas com hipoclorito 
de sódio a 1% alternado com EDT A. As raizes foram divididas em 5 
grupos sendo quatro grupos experimentais e um grupo controle. 
Os grupos experimentais foram obturados pela 
técnica da condensação lateral com cones de guta-percha e os cimentos 
Apexit, Sealapex, Tubli-seal e AH26. O grupo controle foi obturado 
com cones de guta-percha sem cimento obturador. As aberturas de 
acesso foram seladas e as raízes colocadas em um umidificador a 37°C, 
umidade relativa de I 00%, durante I a 3 semanas. Após a 
impermeabilização, cada raiz foi colocada em tubos de ensaio, com os 
ápices para cima, imersas em solução de azul de metileno a 2% e 
centrifugadas por três minutos. Após, foram lavadas em água corrente 
incluídas em resina, e secionadas transversalmente. Observou-se 
infiltração de: 1- AH26 = 0,82mm; 2- Apexit = I ,67mm; 3- Tubli-Seal 
= 1,95mm; 4- Sealapex = 2,28mm; 5- Grupo controle = 8,37mm. 
74 
Houve diferenças significantes nas infiltrações entre o AH26 e os 
demais cimentos. 
Holland et a!. 109, 1991 , analisaram a qualidade do 
selamento marginal de diferentes cimentos à base de hidróxido de 
cálcio, comparando-os ao cimento de óxido de zinco e eugenol. 
Sessenta canais foram instrumentados a um milímetro além do forame 
até a lima de número quarenta com escalonamento até a lima de n° 80. 
Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral com 
cones de guta-percha e os cimentos CRCS, Sealapex puro, Sealapex 
com duas quantidades diferentes de iodofórmio, cimento experimental à 
base de hidróxido de cálcio, e cimento de OZE. 
Os espécimes foram mergulhados verticalmente em 
solução de azul de metileno a 2% por 24 h. O cimento de OZE 
evidenciou infiltração significantemente maior do que os cimentos à 
base de hidróxido de cálcio. Os cimentos CRCS e experimental 
mostraram magnitude de infiltrações bastante semelhantes, enquanto 
que o Sealapex exibiu infiltração ligeiramente menor, embora não 
significantes quando comparadas aos demais cimentos à base de 
hidróxido de cálcio. O acréscimo de iodofórmio ao Sealapex não levou 
a modificações expressivas. 
Canalda-Sahli et a!.40, 1992, estudaram o selamento 
apical de cimentos à base de resina, hidróxido de cálcio e de óxido de 
zinco e eugenol. Um total de 150 dentes unirradiculares tiveram seus 
canais instrumentados e foram divididos em seis grupos experimentais e 
dois grupos controle. Os grupos experimentais foram obturados pela 
técnica da condensação lateral da guta-percha e os cimentos 
Endomethasone, Tubliseal, AH26, Diaket, Sealapex e CRCS. O grupo 
75 
controle positivo foi obturado com guta percha sem cimento e no 
controle negativo os canais permaneceram vazios. Após as obturações 
as raízes foram incubadas a 37°C em umidade relativa de 100%, 
durante dez dias. Dois milímetros dos ápices radiculares foram 
submersos em solução contendo radioisótopo 99TC, durante 5 h. A 
obtenção das imagens de penetração do isótopo foram realízadas através 
de um computador que possibilitou a quantificação das infiltrações em 
milimetros. O cimento Sealapex apresentou infiltração 
significantemente menor que os demais cimentos. Em ordem crescente 
de infiltrações observaram-se: Sealapex, AH26, Tubliseal, Diaket, 
CRCS e Endomethasone. 
Oguntebi & Shen 171 , 1992, realizaram o preparo 
biomecãnico dos canais radiculares de 120 raízes. Estes foram irrigados 
com hipoclorito de sódio a 5,25%, a camada residual foi removida com 
EDTA a 17% e a última irrigação foi realizada com hipoclorito de sódio 
a 5,25%. As raízes foram divididas em 6 grupos de acordo com os 
cimentos a serem utilizados: Roth's 80 I, Sealapex, Ketac-Cem, AH26, 
Lee Endofil e grupo controle onde não foi usado cimento obturador. A 
técnica do Thermafil foi escolhida para obturação. 
Os cimentos foram levados ao interior dos canais 
com o auxílio de uma lima. Cones previamente preparados com o 
Thermafil foram assentadas nos canais e após, mantidos sob pressão, 
em um umidificador a 37°C por 24 h. Após mais 12 h, um milímetro 
apical foi secionado expondo a interface dente/cimento/Thermafil. Em 
seguida as amostras armazenadas em água a 3 7°C por quatro semanas. 
Decorrido este tempo, os ápices foram imersos em solução aquosa de 
azul de metileno a 0,5% e mantidos por duas semanas a 37°C. O grupo 
76 
controle exibiu infiltração significantemente maior que os demais 
grupos. Não houve diferenças significantes entre os grupos 
experimentais. Os cimentos Lee Endofil e AH26 apresentaram baixos 
valores de infiltração comparados com os demais cimentos. 
Limkangwahnongkol et a1.146, 1992, estudaram a 
infiltração apical de quatro cimentos obturadores de canais radiculares. 
Cinqüenta dentes unirradiculares foram instrumentados a um milímetro 
aquém do ápice radicular até os instrumentos de n' 30 e n' 50. Utilizou-
se como soluções irrigadoras o EDTA 15% com cerrimide e hipoclorito 
de sódio a I%. Os dentes foram divididos em cinco grupos, sendo 
quatro grupos experimentais e um grupo controle. Todos os dentes 
exceto os do grupo controle foram obturados pela técnica da 
condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos Apexit, 
Sealapex, Tubliseal, e AH26. Os dentes do grupo controle foram 
obturados sem cimento. Após um armazenamento por 48 h, os 
espécimes foram imersos em corante azul de metileno a 2% e 
centrifugados por três minutos. 
As análises longitudinais das infiltrações mostraram 
as seguintes infiltrações média: AH26 = 0,48mm; Apexit = 1,33mm; 
Sealapex = 4,59mm; Tubliseal = 5,58mm e guta-percha sozinha = 
7 ,99mm. O cimento AH26 infiltrou significantemente menos do que os 
demais. O Apexit mostrou infiltração significantemente menor do que 
os cimentos Sealapex e Tubliseal. Não houve diferenças significantes 
entre o Sealapex e o Tubliseal. 
77 
Barkhordar et al. 12, 1992, avaliaram o selamento 
apical produzido pelo cimento tricalciofosfato comparando-o aos de 
hidróxido de cálcio e de óxido de zinco e eugenol. Todos os canais 
foram obturados pela técnica da condensação lateral de cones de guta-
percha e os cimentos: Roth, Sealapex, Kerr, Apatita tipo I, Apatita tipo 
ll e Apatita tipo ill, Um grupo foi obturado sem cimento e foi mantido 
como controle. Os espécimes foram mantidos em umidificador durante 
48 h, e em seguida imersos em nitrato de prata. O cimento Sealapex 
apresentou melhor capacidade de selamento seguido pelo cimento 
Apatita tipo n, porem sem significância estatística. O cimento de Roth 
infiltrou significantemente mais que os demais cimentos. 
Estrela et al.65 , 1993, verificaram o selamento apical 
dos cimento N-Rickert e Sealapex em obturações de canais realizadas 
por duas diferentes técnicas de obturação. Quarenta dentes foram 
preparados a um milímetro aquém dos ápices radiculares e removida a 
camada residual com EDT A. Metade dos dentes teve seus canais 
obturados pela técnica da condensação lateral e a outra metade pela 
técnica de Nguyen, e em cada um destes grupos, metade das obturações 
foi realizada com cimento N-Rickert e metade com Sealapex, que foram 
introduzidos no canal com a ajuda do cone principal de guta-percha. Os 
dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 0,5% por 72 h a 
temperatura de 37°C. Os resultados das análises das infiltrações 
longitudinais mostraram não haver diferenças estatísticas significantes 
entre os cimentos endodônticos estudados. 
78 
Considerando a importância de um bom selamento 
das obturações dos canais radiculares, Holland & Murata97 1993, 
estudaram o comprometimento do selamento apical de canais 
radiculares obturados com os cimentos Sealapex, e OZE, após a 
colocação ou não de umcurativo de hldróxido de cálcio. Cem canais 
foram preparados biomecanicamente sendo que 60 foram preenchldos 
com três diferentes pastas de hidróxido de cálcio: I. hidróxido de cálcio 
puro com soro fisiológico; 2. hidróxido de cálcio, óxido de zinco, 
colofônia e propileno glicol; 3. hidróxido de cálcio e partes iguais de 
paramonoclorofenol canforado e glicerina. As aberturas foram seladas 
com óxido de zinco e eugenol e os dentes mantidos em câmara úmida a 
37°C por sete dias. Decorrido este prazo, os canais foram novamente 
irrigados, secos e obturados pela técnica da condensação lateral de 
cones com guta-percha e os cimentos Sealapex ou OZE. Após vinte e 
quatro horas, as raizes foram mergulhadas em solução de azul de 
metileno a 2%, em ambiente de vácuo, e mantidas no corante por 12 h. 
As menores infiltrações foram observadas com o Sealapex. A utilização 
prévia do curativo melhorou o selamento dos canais obturados com 
OZE e não houve mudanças quando se utilizou o Sealapex. 
Em virtude das diferenças encontradas com os 
d. d . - s al2!6 tversos corantes e tempos e tmersao nos mesmos, ouza et . , 
1994, propuseram avaliar a variabilidade da magnitude das infiltrações 
com diferentes soluções traçadoras de canais radiculares obturados com 
os cimentos de óxido de zinco e eugenol ou Sealapex. Cento e sessenta 
dentes unirradiculares foram preparados biomecanicamente e obturados 
pela técnica híbrida da termoplastificação com os cimentos citados. As 
câmaras pulpares foram seladas com Lumicom, e a superfície radicular 
79 
externa dos dentes foi impermeabilizada. Em seguida, as amostras 
foram imersas em saliva artificial veiculando os corantes: Azul de 
metileno a 2%, Violeta de genciana a 2%, Fluoresceína a 2% e 
Rhodamina B a I%. Todos foram mantidos em estufa a 37°C por 24 h 
ou 168 h. O cimento Sealapex provocou uma menor magnitude de 
infiltração que o Óxido de zinco e eugenol. Houve um aumento das 
infiltrações com o decorrer do tempo de imersão dos dentes no corante. 
Utilizando um sistema in vitro de transporte de 
fluidos através de canais radiculares obturados, Wu et al.2S!, 1994, 
avaliaram a capacidade de selamento dos cimentos AH26, Ketac Endo, 
Sealapex e Tubli-Seal. Utilizaram seções de raizes bovina nos 
comprimentos de 4mm e 8mm, sendo seus diâmetros internos 
padronizados em 3mm. Os restos de material e resíduos foram 
removidos com hipoclorito de sódio a 5,25%. Utilizaram como 
penúltima irrigação o EDTA a 17% (pH 7, 7) e uma irrigação final com 
hipoclorito de sódio a 5,25%. Nos espécimes a serem obturados com 
Ketac Endo, o EDTA foi substituído por ácido cítrico a 40%. 
Os cones de guta-percha foram preparados pela 
injeção termoplástica da guta-percha, em diâmetros padronizados de 
3mm, para os cilindros de 4mm de comprimento, e 2,5mm, para os 
cilindros de 8mm de comprimento. Os cilindros foram obturados 
somente com cimento ou com cones de guta-percha e os cimentos 
obturadores, permanecendo ao final, espessuras de cimento de 0,05, 
0,25 ou 3mm. O transporte de fluido foi realizado a partir de uma das 
extremidades dos canais e pode-se observar ao final que: os cimentos 
AH26 e Sealapex, quando usados com guta-percha, apresentaram um 
selamento mais hermético que o Ketac Endo ou Tubli-seal; AH26, 
80 
Ketac Endo e Sealapex, selaram melhor que o Tubli-Seal quando a 
espessura de cimento foi de 0,25mm, enquanto que o Ketac Endo selou 
melhor que os demais quando a camada de cimento foi de 0,05mm de 
espessura. 
Dezan Jr. et al.57, 1994, avaliaram a qualidade do 
selamento marginal de obturações após retratamento endodôntico. 
Utilizaram cem raizes que tiveram seus canais radiculares preparados a 
um núlimetro aquém do forame apical, com freqüentes irrigações de 
água destilada. Os canais foram obturados pela técnica da condensação 
lateral. Quarenta canais foram obturados com Fill canal (Fill canal I) e 
40 com Sealapex (Sealapex I), que permaneceram em câmara úmida 
por dez dias. Em seguida, foram desobturados por dois processos: l-
com brocas gates-glidden e limas tipo K n'3 5, utilizando irrigações com 
água destilada; 2- com brocas gates-glidden, limas tipo K n°35 e 
clorofórmio. 
Os canais foram reinstrumentados até a lima tipo K 
n'45 e reobturados ou com Fill-canal 2 ou com Sealapex 2. Os grupos 
controle, após o preparo biomecânica foram obturados com Fill-canal 2 
ou Sealapex 2. Os ápices radiculares foram mergulhados em água por 
24 h e em seguida os espécimes foram imersos em solução de azul de 
metileno a 2% em ambiente de vácuo por 24 h. O Sealapex apresentou 
melhor selamento marginal do que o Fill canal após a obturação. Os 
cimentos Fill canal e Sealapex apresentaram selamento semelhante após 
o retratamento. Canais obturados com Sealapex 1 e reobturados com o 
Fill canal 2 apresentaram uma melhora significante na qualidade 
seladora do Fill canal. 
81 
• Holland et ai. , I 995, compararam a qualidade do 
selamento marginal de quatro cimentos obturadores de canais 
radiculares à base de hidróxido de cálcio. Cinqüenta canais foram 
preparados biomecanicamente e obturados pela técnica da condensação 
lateral de cones de guta-percha e os cimentos Sealapex, CRCS, Sealer 
26, Apexit e OZE como controle. Ao Sealapex foi acrescentado 1/3 de 
iodofórmio. Todas as raízes permaneceram com seus ápices 
mergulhados em água durante 24 h e posteriormente foram imersas em 
solução de azul de metileno a 2% em ambiente de vácuo. Após 12 h, os 
espécimes foram lavados, secos e secionados longitudinalmente para 
posterior análise das infiltrações ocorridas. Os cimentos de hidróxido de 
cálcio exibiram melhor vedamento de que o cimento de OZE. Dentre os 
cimentos à base de hidróxido de cálcio, o Sealapex, o Apexit e o Sealer 
26 exibiram resultados semelhantes entre si, e urna menor infiltração do 
que o cimento CRCS. 
• HOLLAND, R. et ai. Análise do selamento marginal obtido com quatro cimentos obturadores à 
base de hidróxido de cálcio. (Enviado para Rev. Assoe. Paul. Cir. Dent., em 24 de abril de 
!992). 
82 
2.3.3 Outras propriedades 
Goldberg & Gurfinkel81 , 1979, analisaram a 
adaptação do Dycal às paredes dentinárias e à guta-percha. Avaliaram 
também, a duração da alcalinidade e realizaram um acompanhamento 
clínico e radiográfico pós tratamento de canal, com este cimento. 
Observaram que o material apresentou uma firme aderência às paredes 
dentinárias e aos cones de guta-percha. O pH se manteve alcalino e 
houve uma diminuição na incidência de dor pós-operatória mesmo em 
dentes com polpa necrosada e tratados em uma única sessão. 
Gordon & Alexander"4, 1986, determinaram o nível 
do pH dos cimentos Sealapex, CRCS e Grossman. Após a obturação 
dos canais radiculares, as raízes foram colocadas em solução salina e o 
nível do pH da solução foi avaliado após I e 4 h, I, 2 e 3 dias, e I 
semana. Os mais altos níveis de pH da solução foram os 
correspondentes ao cimento Sealapex (pH- 9,1), em todos os períodos 
de observações (p<O,O l ), seguidos pelo CRCS. 
Caicedo, Von Fraunhoffer36, 1988, avaliaram 
algumas propriedades dos cimentos CRSC, Sealapex e Procosol. 
Analisaram o tempo de endurecimento, a expansão ocorrida durante o 
endurecimento, capacidade de absorção de líquido, radiopacidade, força 
de compressão e a estrutura do material através da microscopia 
eletrônica de varredura. 
Os resultados mostraram que CRCS endureceu com 
três dias tanto em ambiente seco como em ambiente úmido, enquanto 
que o Procosol necessitou mais duas semanas para endurecer em 
83 
ambiente úmido, e o Sealapex, endureceu por volta de três semanas em 
ambiente úmido, mas não endureceu em ambiente seco por quatro 
semanas. O Sealapex apresentou significante expansão volumétrica 
durante o endurecimento em ambiente úmido, e a expansão foi maior 
com a diminuição da espessura da película. O CRCS e Procosol 
apresentaram uma diminuição na força de compressãodurante a 
estocagem em água por 21 dias. CRCS mostrou pequena mudança de 
peso com imersão em água. Procosol mostrou constante ganbo de peso 
de 0,5%, enquanto que o Sealapex mostrou ganho de peso linear de 
1,5% aos 21 dias. Não houve alterações na radiopacidade do Procosol e 
CRCS após três semanas em ambiente úmido, enquanto que o Sealapex 
apresentou melhora da radiopacidade com o tempo. 
Tagger et ai. 227, 1988, estudaram a liberação de ions 
cálcio de hidroxila dos cimentos que contêm hidróxido de cálcio. Os 
cimentos testados foram Sealapex, CRCS e Hermetic. Bases protetoras, 
previamente testadas quanto à liberação de íons cálcio e hidroxila foram 
utilizadas como comparação - Life e Dycal-. Pode-se observar 
diferenças na liberação de ions para todos os cimentos, sendo que o 
Sealapex liberou íons em quantidades semelhantes ao Dycal e Life. O 
cimento obturador Hermetic liberou cálcio rapidamente, enquanto que a 
liberação de cálcio do CRCS foi insignificante. O potencial 
alcalinizante foi mantido para os três cimentos. O Sealapex se 
desintegrou indicando haver solubilidade e que poderia ser responsável 
pela atividade na liberação de íons e aumento do pH. Não foi possível 
correlacionar o peso com a liberação de íons, pois nem todo hidróxido 
de cálcio presente na amostra pode ser liberado na solução. 
84 
Moraes et ai. 166, 1989, verificaram o tempo de presa 
e escoamento dos cimentos Sealapex e Endofill. Observou-se que o 
tempo de presa do Seaiapex foi muito lento na ausência de umidade e 
muito rápido na presença desta; embora a umidade tenha influído no 
tempo de presa, o Endofill teve um tempo de presa compatível com o 
tempo de trabalho clínico. Os cimentos obturadores tiveram um 
escoamento adequado e uniforme. 
Barkhordar10, 1989, analisou a propriedade 
antimicrobiana de dez cimentos endodônticos e dentre estes, o Sealapex 
e CRCS. Os microorganismos utilizados para o experimento foram 
Streprococcus sanguis e Streptococcus mutans. Os cimentos Seaiapex e 
CRCS, apresentaram efeito similar, sendo que ambos foram mais 
efetivos contra o Streptococcus sanguis do que contra o Streptococcus 
mutans. Canalda & Pumarola'9, 1989, em trabalho semelhante 
observaram que a inibição dos microorganismos, Streptococcus B-
hemolíticos, Stafilococcus aureus, Escherichia co/i e Bacteróides 
fragilis, produzida pelos cimentos de hidróxido de cálcio (Sealapex e 
CRCS), foram similares às obtidas com os demais cimentos 
(Endomethasone, Tubliseal e AH26). 
Al-Khatib et ai?, 1990, testaram a atividade 
antimicrobiana dos cimentos CRCS, Sealapex e outros. Avaliaram 
também o hidróxido de cálcio puro e sua mistura com solução salina. 
Os microorganismos usados foram Streprococcus mutans, Stafilococcus 
aureus e Porjiromonas endodontalis. De uma maneira geral, cimentos 
de oxido de zinco e eugenol tiveram maior atividade antimicrobiana do 
que os cimentos de hidróxido de cálcio. Estes últimos mostraram 
propriedades antimicrobianas leves. 
85 
Wennberg & Orstavik247 , 1990, avaliaram a união 
dos cimentos, AH26, CRCS, Diaket, Sealapex, Tubli-Seal e outros, à 
superficie dentinária e a guta-percba, A maior união foi conseguida com 
a resina epóxica AH26, seguida pelo cimento Diaket; os piores 
resultados foram obtidos com o Sealapex. O tratamento da superficie 
dentinária com EDTA causou aumento significante na força de união 
dos cimentos Sealapex, Tubli-Seal. A análise de microscopia eletrônica 
demonstrou que a fratura parecia ocorrer na superficie de guta-percha 
com os cimentos AH26 e Diaket, e na superficie dentinária com o 
Tubli-Seal. O Sealapex revelou fratura no cimento e também na 
superficie em contato com a guta-percha. 
Birrnan et al.21 , 1990, estudaram as propriedades 
físicas (escoamento e adesividade) dos cimentos Sealapex e N-Rickert. 
O Sealapex apresentou menor escoamento. Este cimento também não 
suportou a tração até o final do experimento. Após 168 h ocorreu a 
separação das amostras, o que não foi observado com o cimento N-
Rickert. 
Boiesen & Brodin25, 1991, examinaram o efeito do 
CRCS e Sealapex sobre a condução nervosa no nervo frênico de ratos. 
Tanto o CRCS quanto o Sealapex causaram uma rápida inibição da 
propagação dos potenciais de ação, quando colocados em contato com 
este nervo frênico in vitro. Os autores recomendaram que o contato 
entre estes materiais e os troncos nervosos principais, como o 
mandibular, deve ser evitado. 
Gettleman et al. 77, 1991 , utilizaram a microscopia 
eletrônica de varredura para avaliar a influência do smear layer sobre a 
adesão dos cimentos Sealapex, Sultan, e AH26, às paredes dentinárias. 
86 
Os resultados mostraram maior adesão dos cimentos quando se faz a 
remoção do smear layer. Pode-se constatar diferenças significantes 
somente com relação ao cimento AH26. 
Pumarola et al. 193, 1992, compararam a ação 
antimicrobiana do Sea1apex e outros cimentos contra os 
microorganismos Stafilococcus aweus. Embora o Sealapex não tenba 
mostrado os melhores resultados, sua eficiência foi maior do que a dos 
cimentos AH26 e Tubliseal. 
Gasser et a1?5, 1992, estudaram a solubilidade dos 
cimentos endodónticos à base de hidróxido de cálcio: Apexit, CRCS, 
Calsealer e Sealapex. Utilizaram como referência o pó de hidróxido de 
cálcio. Os cimentos foram preparados de acordo com as especificações 
dos fabricantes e deixados endurecer a temperatura de 37°C, em 
umidade relativa de 100%, durante cinco a seis dias. Após, os cimentos 
foram triturados e peneirados obtendo-se um pó. A composição dos 
cimentos foi avaliada por análise de absorção atómica de Raio x. Em 
todos os pós, a proporção de átomos de cálcio para oxigênio e 
hidrogênio foi ao redor de 0,53 e aproximou-se da proporção teórica do 
pó de hidróxido de cálcio (0,50). Além disso, átomos de cálcio, 
oxigênio e hidrogênio representaram aproximadamente 90% de todos 
os átomos. Um aparelho automatizado com eletrodo de pH e cálcio 
combinados permitiu o monitoramento contínuo do pH e da liberação 
de cálcio. Quando o equilíbrio termodinâmico foi alcançado, os 
produtos iónicos de cristais de hidróxido de cálcio foram determinados. 
Os cimentos foram ligeiramente menos solúveis do que o pó de 
hidróxido de cálcio. 
87 
Leonardo et al. 142, 1992, analisaram o pH e a 
liberação de íons cálcio de diferentes produtos endodônticos à base de 
hidrôxido de cálcio. Foram avaliadas quatro pastas e os cimentos CRCS 
e Sealapex. Em relação ao pH, observaram que as pastas de hidróxido 
de cálcio p.a. e Calassept, apresentaram comportamento uniforme 
durante todo o período. As pastas Calen e Calen/PMCC, apresentaram 
elevação do pH até as 24 h, mantendo-se estáveis a partir de então. Os 
cimentos, apresentaram os menores valores médios de pH nos períodos 
iniciais de cinco e trinta minutos, e uma hora. O CRCS apresentou o 
menor valor de pH, mas este foi mantido constante durante todo o 
experimento. Com relação à liberação de cálcio, tanto as pastas como o 
Sealapex, apresentaram valores ascendentes, atingindo o máximo aos 
sete dias, com declínio aos 30 e 60 dias. O CRCS apresentou-se como o 
material que liberou a menor quantidade de íons cálcio, porém, com 
estabilidade a partir das 72 h. 
Tamburic et a1. 230, 1993, avaliaram a liberação de 
íons cálcio e hidroxila de quatro pastas e três cimentos comerciais à 
base de hidróxido de cálcio. Observaram liberação de íons cálcio e 
hidroxila significantemente maiores com as pastas de hidróxido de 
cálcio. 
88 
2.4 Cimentos adesivos e de ionômero de vidro 
2.4.1 Propriedades biológicas 
Kawahara et al. 125, 1979, estudaram as propriedades 
biológicas de um cimento de ionômero de vidro comparando-as com a 
dos cimentos de policarboxilato e cimento de óxido de zinco e eugenol. 
Utilizaram como controle parafina e puderam observar que o cimento 
de ionômero de vidro provocou reações similares às do grupo controle.Os cimentos de policarboxilato e de óxido de zinco e eugenol, 
apresentaram efeito citotóxico in vitro. A reação pulpar, in vivo, ao 
cimento de ionômero e vidro e óxido de zinco e eugenol foi suave. Os 
autores concluíram que o cimento de ionômero de vidro pode ser 
aplicado no capeamento pulpar e também poderia ser utilizado como 
material obturador de canais radiculares. 
Zmener & Dominguez261 , 1983, realizaram estudo 
comparativo entre os cimentos ionômero de vidro e fosfato de zinco. 
Tubos de polietileno contendo misturas recém-preparadas dos cimentos, 
foram implantados em tíbias de 12 cães. Os animais foram sacrificados 
após I O, 30, e 90 días. Os implantes contendo os tecidos ao seu redor 
foram removidos e preparados para exame histológico. O cimento 
ionômero de vidro pareceu provocar uma reação inflamatória mais leve, 
que foi significante somente aos 10 e 30 dias de observação. Aos 90 
dias, as inflamações apresentavam tendência a ser resolvidas, com 
89 
neoformação óssea, sugerindo que os cimentos testados não interferem 
na reparação óssea. 
Zmener & Cabrini259, 1986, avaliaram o efeito de 
diferentes cimentos sobre populações celulares de linfócitos e 
monócitos. Células foram cultivadas em contato direto ou indireto com 
amostras dos cimentos de ionômero de vidro, AH26, Diaket, Tubli-seal, 
e Fynal. O cimento experimental de ionômero de vidro, mostrou o 
menor efeito tóxico, seguido, em ordem crescente de reações, pelos 
cimentos AH26, Diaket, Tub!i-seal, e Fynal. 
Callis & Santini37, 1987, compararam a resposta 
tecidual de dentes de furão após a obturação com cones de guta-percha 
e os cimentos Ketac fil (ionômero de vidro) e Tubliseal. Os animais 
foram sacrificados aos sete e 28 dias. O cimento de ionômero de vidro 
foi bem tolerado pelo tecido periapical; pode-se observar tecido ósseo 
crescendo em contato com sua superficie após 28 dias. 
Blackman et al?4, 1989, estudaram os efeitos 
biológicos de um cimento ionômero de vidro com prata (Ketac-silver), 
e um cimento de óxido de zinco e eugenol. Os materiais foram 
espatulados de acordo com as recomendações do fabricante e feitas 
pequenas bolinhas que foram implantadas em 30 ratos. Cada animal 
recebeu quatro implantes. O lado direito recebeu dois implantes ósseos, 
em tíbia, e o lado esquerdo, dois implantes em tecido conjuntivo, em 
esquema de rodízio. As bolinhas de cimento de ionômero de vidro 
foram recobertas com uma fina camada de verniz Copalite. Após os 
períodos de 14, 30 e 80 dias os animais foram sacrificados. Nos 
períodos iniciais, até trinta dias, as reações teciduais foram consideradas 
suaves. Ao final de 80 dias, os cimentos apresentaram boa tolerância 
90 
com pequena reação inflamatória persistente. Observou-se aposição 
óssea no grupo do cimento ionômero de vidro com prata e fibrose no 
grupo do cimento de óxido de zinco e eugenol. 
Stewart & Watson222, 1990, avaliaram a reação 
ocorrida no tecido conjuntivo subcutãneo de ratos, após seis semanas da 
implantação de nove materiais dentários. Dentre eles, foram incluídos a 
resina composta, cimento de ionômero de vidro e o cimento de 
Grossman. Observaram que a reação inflamatória provocada pelo 
cimento de ionômero de vidro foi constituída de histiócitos e mínimas 
células gigantes multinucleares. 
Stewart223, 1990, relatou casos clínicos, com a 
utilização do cimento de ionômero de vidro em endodontia. Observou 
boa radiopacidade e excelente tempo de trabalho. Também verificou 
compatibilidade com os tecidos, capacidade de união à dentina e a 
vantagem de poderem ser utilizados nos diferentes tratamentos 
endodônticos como: obturações de canais, cirurgias apicais, perfurações 
e reforço em dentes com paredes frágeis. 
Garib et al.74, 1993, avaliaram a atividade 
antimicrobiana, dos cimentos de ionômero de vidro restauradores sobre 
o Streptococcus mutans, e as concentrações de flúor por eles liberadas. 
Exceto o Ceran fil após a presa, todos os cimentos em qualquer uma das 
condições, liberam concentrações de flúor compatíveis com aquelas 
consideradas antibacterianas para o microorganismo avaliado. 
Coogan & Creaven 48, 1993, estudaram a ação 
antimicrobiana do Vitrebond e Panavia Ex, comparando-os com seis 
cimentos previamente testados. Foram utilizadas culturas de bactérias 
de Streptococcus mutans e streptococcus sanguis. Os cimentos foram 
91 
testados logo após as misturas e após cinco dias de incubação. Todas as 
misturas frescas tiveram ação antimicrobiana. O Vitrebond mostrou 
zona de inibição significantemente maior do que os demais cimentos. 
Pissiotis & Spangberg188, 1994, avaliaram a 
citotoxicidade in vitro dos componentes do cimento Ketac Endo. 
Utilizaram o método de liberação de radiocromo sobre células L929 e 
células do ligamento periodontal. Os resultados indicaram que o 
cimento Ketac Endo não libera nenhuma substãncia tóxica. 
2.4.2 Propriedades tísicas 
Estudando cimentos com capacidade adesiva, 
Fogel67, 1977, avaliou os cimentos de po!icarboxilato e resina 
composta, comparando-os a cimentos obturadores de canais radiculares 
convencionais. Os cimentos AH26, OZE-B&T, Durelon, Adaptic e 
Cavit foram introduzidos no interior dos canais radiculares com uma 
seringa. Os grupos controle foram obturados com cones de guta-percha 
e cimento Kerr. As amostras foram imersas em azul de metileno a 
0,25% por, um dia, uma semana ou um mês. O cimento AH26 mostrou 
mínima infiltração apical no período de 30 dias. O cimento Durelon 
apresentou infiltração pequena no periodo de um dia, mas que 
aumentou consideravelmente com o tempo. 
92 
Pitt Ford189, 1979, estudou extensivamente o 
selamento marginal utilizando cimentos de ionômero de vidro e outros. 
Canais radiculares foram instrumentados e irrigados com solução 
salina. Em seguida, foram obturados pela técnica do cone único e os 
cimentos AH26, Kerr's pulp canal sealer, Endomethasone, SPDA, 
Metade Z, e os cimentos de ionômero de vidro Aspa IV B, Aspa IV Bn, 
Aspa IV SnO, Aspa IV Bn SnO. Estes foram introduzidos nos canais até 
que escoassem pelo forame apical. Os dentes foram estocados em 
solução salina por 5 dias e em seguida imersos em solução de eosina a 
5%, durante 48 h. Nenhum dos cimentos apresentou propriedades 
satisfatórias de selamento hermético, mas o cimento ionômero de vidro 
poderia ser utilizado como material obturador de canal pela técnica do 
cone único com a vantagem de adesão química à dentina. 
Causton 43, 1981, avaliou as reações ocorridas com o 
cimento de ionômero de vidro durante as primeiras 48 h. A matriz de 
gel formada durante a reação de endurecimento mostrou ser uma fonte 
de liberação de íons quando cimento foi exposto à água. O grau de 
hidratação, a taxa de liberação de fluoretos e o grau de ligações 
cruzadas da matriz de gel foram afetados pelo contato com a água 
durante as reações de endurecimento. Os autores concluíram que estes 
cimentos precisam ser protegidos da umidade durante pelo menos uma 
hora após a manipulação. 
Fuks et al.73 , 1983, estudaram o efeito da adaptação 
marginal de dois cimentos de ionômero de vidro (Aspa e Fuji), vistos 
através de microscopia eletrônica de varredura. Os cimentos avaliados 
foram adaptados em cavidades de classe II. Após o endurecimento, 
93 
foram observadas pequenas fendas no cimento e na interface 
cimento/esmalte. O fenômeno não aumentou com a tennociclagem. 
Barakat et al.8, 1988, avaliaram a força de união de 
1iners de ionômero de vidro, à dentina. A superficie dentinária foi 
condicionada com o àcido poliacrílico nas concentrações de 10% e 
25%, durante 30 seg. Foi considerado condicionamento ativo quando o 
ácido foi friccionado sobre a superficie, e condicionamento passivo 
quando não foi esfregado. Após o condicionamento, as superficies 
dentinárias foram lavadas por I O s, secas e as superficies fotografadas 
em SEM. Após a aplicação dos liners metade das amostrasfoi estocada 
em água a 37°C por 24 h e a outra metade foi tennociclada e em 
seguida levadas a máquina de testes. O condicionamento ativo de ácido 
a 10%, após 24 h, resultou em maior força de união do que o 
condicionamento ativo de ácido a 25%. As análises qualitativas das 
fotomicrografias mostraram que os túbulos dentinários estavam mais 
abertos após condicionamento ativo com ácido 25% do que pelo 
passivo com ácido a 10%. 
Forstem69 , 1990, avaliou a liberação de fluoretos, 
por um período de dois anos, do cimento de ionômero de vidro 
comparando-o ao amalgama e resina composta também com fluoretos 
na composição. O autor observou que a liberação destes íons diminui 
com o tempo e pela diminuição do pH da solução em que o cimento se 
encontra estocado. 
Kartal & Dunnaz123, 1990, avaliaram a qualidade do 
selamento apical de um cianoacrílato biocompativel e com propriedades 
adesivas à estrutura dental. Metade das raízes foi obturada com guta-
percha e o cimento e a outra metade apenas com guta-percha. Em 
94 
seguida, foram estocadas a 3 7°C em umidade de 100% por 48 h, e 
colocadas em solução de 131!, a 37°C por mais 24 h. A penetração 
radioativa foi avaliada por uma técnica de autoradiografia. Não foram 
observadas infiltrações no grupo experimental (0,09mm), constatando o 
cianoacrilato como um bom selador apical. 
Ray & Seltzer195, 1991, estudaram oito formulações 
do cimento de ionômero de vidro para canal radicular. Vinte e oito 
canais radiculares foram instrumentados (14 irrigados com solução de 
hipoclorito de sódio a 2,5%, e 14 irrigados com ácido cítrico a 6%). 
Outros 28 dentes foram instrumentados através do Cavi-Endo (metade 
irrigado com hipoclorito de sódio a 2,5% e a outra metade com ácido 
cítrico ao final). Destes dentes, 32 foram subdividido em 8 grupos de 4 
dentes cada que foram obturados com diferentes formulações do novo 
cimento. Dezesseis dentes foram obturados com o cimento de 
Grossman. Oito dentes restantes serviram como controle. As amostras 
foram armazenadas em umidade relativa de 1 00% por 24 h, após foram 
desgastadas até a interface dente/cimento obturador e analisadas em 
microscopia eletrônica de varredura e pela microsonda eletrônica. 
Foram constatadas radiopacidade excelente e facilidades quanto à 
manipulação do material. A remoção da camada residual não melhorou 
a união do material à superficie dental. O cimento de Grossman 
apresentou menor adesão quando comparado ao cimento de ionômero 
de vidro. 
Saunders et ai. 200 , 1991 , avaliaram o selamento 
apical de canais radiculares obturados com diferentes cimentos 
endodônticos e submetidos a preparo para núcleos. Utilizaram 90 
dentes unirradiculares que após o preparo biomecânica foram obturados 
95 
pela técnica da condensação lateral da guta-percha com os cimentos: 
Ketac Cem (ionômero de vidro), Panavia Ex (resina composta 
quimicamente ativada) e Tubliseal. Metade dos canais recebeu preparos 
para núcleos e a outra metade não. Quarenta e oito horas após as 
obturações e respectivos preparos para núcleos, os dentes foram 
impermeabilizados e imersos em tinta nanquim durante 14 dias. Os 
resultados mostraram maiores infiltrações com a utilização dos 
cimentos Tubliseal e o Ketac Cem. Canais obturados com o Panavia Ex 
apresentaram infiltração significantemente reduzida. 
Chong et ai. 46, 1991, avaliaram a adaptação e o 
selamento de um cimento de ionômero de vidro convencional, outro 
fotopolimerizável e do amalgama, utilizados em cavidades retrógradas. 
A capacidade do selamento do cimento ionômero de vidro 
fotopolimerizável foi sigoificantemente melhor do que do amálgama. 
Não houve diferenças estatísticas entre os dois cimentos de ionômero de 
vidro. 
Hammond & Meyerl4, 1992, estudaram a 
efetividade de um agente de união associado à resina composta como 
cimento obturador de canal radicular. Esta efetividade foi comparada 
com a do cimento AH26 utilizando a técnica do cone único e técnica da 
condensação lateral. A técnica da condensação lateral com o cimento 
AH26, selou significantemente melhor do que os demais cimentos e 
técnica de obturação. 
Saunders & Saunders201 , 1992, estudaram o efeito 
da remoção da camada residual sobre a infiltração via coronária de 
canais radiculares obturados com os cimentos Tubliseal e Vitrebond 
(resina contendo ionômero de vidro). Canais radiculares foram 
96 
preparados utilizando-se como solução irrigadora o hipoclorito de sódio 
a 2%. Os dentes foram divididos em quatro grupos, sendo que dois 
grupos foram tratados com ácido cítrico a 40%. Após, foram obturados 
pela técnica da condensação lateral de cones de guta-percha e os 
cimentos em estudo. Os dentes foram estocados por uma semana e 
imersos em tinta da Índia por 90 horas. Em seguida, foram 
desmineralizados, desidratados e imersos em meti! salicilato para 
ficarem transparentes. Nos espécimes onde não foi removida a camada 
residual, as médias de inftltrações para o Vitrebond e Tubliseal foram 
de 4.26, e 6.83, respectivamente. Com a utilização do ácido cítrico, as 
médias de infiltração foram de 1.13 para o Vitrebond, e 3.72 para o 
Tubliseal. Houve diferenças significantes nas infiltrações obtidas entre 
os dois cimentos. As infiltrações diminuíram significantemente para 
ambos os cimentos após a remoção camada residual. 
Friedman et al.71 , 1992, estudaram o retratamento 
de canais radiculares obturados com os cimentos Ketac-Endo, 
Roth's80 I e AH26. Os retratamentos foram realizados 14 dias após as 
obturações dos canais, utilizando as técnicas manual ou ultra-sônica. A 
contagem total de debris para o Ketac Endo foi significantemente 
maior, seguida pelo AH26 e Roth's 80 I. A maior quantidade de debris 
foi encontrada no terço apical. Os resultados mostraram que o Ketac 
Endo pode ser facilmente e efetivamente removido do canal pela 
instrumentação ultra-sônica. 
Saunders et a1.202, 1992, analisaram a adesividade 
do ionômero de vidro às paredes do canal, após a remoção do smear 
layer; a capacidade de união da guta-percha ao cimento e a liberação de 
fluoretos à dentina. Os resultados mostraram que a remoção do smear 
97 
layer permitiu a penetração de cimento no interior dos túbulos 
dentinários e permite uma boa adaptação do material; isto foi observado 
com maior freqüência no terço médio dos canais. A força de união entre 
a guta-percha e o cimento não foi significante. A concentração de 
fluoretos no terço cervical do canal radicular aumentou após a 
obturação com guta-percha e cimento de ionômero de vidro em todos 
os intervalos de tempo. 
Alhadainy et 2 ai. ' 1993, realizaram estudo 
comparativo do selamento marginal obtido com amálgama, guta-
percha, cimento de policarboxilato de zinco e cimento de ionômero de 
vidro. As infiltrações foram medidas usando uma técnica eletroquímica. 
Os resultados indicaram selamento significantemente melhor com o 
cimento de ionômero de vidro do que com os demais materiais 
analisados. 
Geiger & Weiner76, 1993, avaliaram a natureza 
mineral da interface ou camada intermediária entre o cimento de 
ionômero de vidro e a dentina. A análise foi morfológica através da 
microscopia eletrônica de varredura (SEM) e também utilizando 
espectroscopia. A SEM mostrou forte união entre a dentina e o cimento 
ionômero de vidro e a formação de uma camada intermediária entre 
eles. Sucessivos espectros rastreando a interface dentinalionômero 
mostraram que a camada intermediária é composta primariamente de 
mineral fluoridrato carbonatoapatita. A presença deste mineral pouco 
solúvel na interface entre o dente e a restauração pode dar resistência a 
cáries e pode ser de grande importância clínica. 
98 
Friedman et al.72, 1993, avaliaram o retratamento de 
canais radiculares obturados com o cimento Ketac-Endo. Os canais 
foram retratados após 14 dias, utilizando-se clorofórmio e 
instrumentação ultra-sônica. Foram registradosresíduos nos níveis 
cervical, médio e apical .. O nível apical mostrou a presença de resíduos 
significantemente maior. 
Moloney et al. 164, 1993, avaliaram a capacidade de 
selamento do cimento EBA, amálgama e cimento ionômero de vidro 
com prata, quando colocados em perfurações radiculares laterais. Os 
canais foram obturados com cones de guta-percha e cimento AH26. 
Após, foi realizado o fechamento das perfurações laterais com os 
materiais em estudo. As raizes foram implantadas em tecido subcutáneo 
de ratos por cinco dias e em seguida foram colocadas em solução 
contendo C a 45, por um período de sete dias. O cimento EBA mostrou 
infiltrações significantemente menores do que o cimento ionômero de 
vidro. O amalgama foi intermediário entre os dois. 
Pilatti & Zardo 186, 1994, compararam o selamento 
marginal de canais radiculares obturados com os cimentos Sealapex e 
Ketac Endo. Canais radiculares de quarenta dentes unirradiculares 
foram preparados um milímetro aquém do ápice e irrigados com 
hipoclorito de sódio a 1%. As raizes foram divididas em quatro grupos 
experimenrais e obturadas pela técnica da condensação lateral com os 
cimentos Sealapex (grupos I e II) e Ketac Endo (grupos II e IV). Nos 
grupos II e IV, após concluído o preparo biomecânico, o canal foi 
inundado com uma solução de EDTA trisódico a 17% e uma irrigação 
final com hipoclorito de sódio a I%. Após a obturação, as raizes foram 
mantidas em água destilada por 24 h, foram impermeabilizadas 
99 
externamente com cera pegajosa e mergulhadas em uma solução de azul 
de metileno a 2% por 48 h. Os resultados mostraram menores índices de 
infiltrações nos canais obturados com o cimento Sealapex. As menores 
infiltrações foram verificadas no grupo do cimento Sealapex com o uso 
do EDT A. O EDT A não alterou a magnitude das infiltrações para os 
canais obturados com o cimento Ketac Endo. 
Tidswell et at>34, 1994, avaliaram a infiltração 
coronária de canais radiculares obturados com o cimento Ketac Endo, 
com ou sem a remoção do smear layer. Os canais radiculares de oitenta 
dentes receberam o preparo biomecânico e irrigações com hipoclorito 
de sódio a 2,2%. Na metade das amostras foi aplicado o EDTA e os 
canais foram obturados ou pela técnica da condensação lateral com 
cones de guta-percha ou pela técnica do cone único. Os dentes foram 
estocados por seis semanas e em seguida imersos em tinta da índia 
durante 90 h. Pela análise das infiltrações pode-se observar em ordem 
crescente de infiltrações; técnica do cone único sem remoção do smear 
layer (1,68mm); técnica do cone único com remoção do smear layer 
(2,04mm); técnica da condensação lateral sem remoção do smear /ayer 
(2,29mm) e técnica da condensação lateral com remoção do smear layer 
(2,37mm). Apesar das diferenças nas médias de infiltrações não houve 
diferenças significantes entre elas. 
S 'th & s . 211 mi te1man , 1994, analisaram 
comparativamente a infiltração apical de quatro cimentos endodônticos. 
Canais radiculares foram instrumentados e obturados pela condensação 
lateral de cones de guta-percha e os cimentos de Roth 80 I, Tubliseal 
(formula velha), Tubliseal (fórmula nova), e Ketac Endo. Após a 
obturação e selamento das aberturas de acesso, as raízes foram mantidas 
100 
em água destilada a temperatura ambiente por quatro dias. Após, foram 
colocadas em tinta da Índia por oito dias. O grupo do cimento Ketac 
Endo mostrou infiltração significantemente maior do que os demais 
grupos experimentais. 
De Gee et al.55, 1994, compararam a qualidade 
selante de um cimento de ionômero de vidro, com uma resina epóxica 
convencional. Determinaram também a força de adesão à dentina 
Utilizaram hemicilindros feitos de dentina bovina, que tiveram prévia 
remoção do smear layer. Os hemicilindros foram unidos deixando um 
espaço de um milímetro entre eles, que foi preenchido pelos cimentos 
Ketac-Endo e AH26 (19 cilindros para cada material). Uma das 
extremidades do tubo foi conectada a um tubo preenchido por água sob 
pressão. Na outra extremidade, foi medido o fluido infiltrado através da 
interface cilindro-cimento. Trinta cilindros foram usados no teste de 
infiltração e oito cilindros foram analisados quanto à força de adesão. O 
cimento Ketac-Endo infiltrou significantemente mais que o AH26. Foi 
observada uma área com falta de adesão de 88% para o Ketac-Endo, e 
!5% para o AH26. A alta infiltração do Ketac-Endo foi atribuída a seu 
rápido endurecimento, maior contração volumétrica e maior falha de 
adesão durante o endurecimento. 
Cotti et al.50, 1994, compararam a capacidade de 
selamento do cimento Ketac Endo, em obturações pela técnica do cone 
único e pela técnica da condensação lateral. Quarenta raízes tiveram 
seus canais preparados até o instrumento tipo Kerr n" 45, com irrigações 
de hipoclorito de sódio a 2,5%. Para a obturação, as raízes foram 
divididas em grupos da seguinte forma: 1- Obturação pele técnica do 
cone único de guta-percha e cimento Ketac Endo; 2- Obturação pela 
101 
técnica da condensação lateral de cones de guta-percha e cimento Ketac 
Endo; 3- Obturação pela técnica da condensação lateral de cones de 
guta-percha e cimento de Grossman. Todas as amostras foram estocadas 
uma semana. Em seguida, foram imersas no corante azul de metileno a 
2% por um período de dez dias a uma temperatura de 3TC. As 
infiltrações apicais ocorridas foram avaliadas no sentido longitudinal. 
Canais radiculares obturados pela técnica da condensação lateral com o 
cimento Ketac Endo, apresentaram grandes índices de infiltrações. Não 
foram observadas diferenças estatísticas nos demais grupos. 
• • Holland et ai. , 1995, estudaram o efeito da camada 
residual ou do curativo de demora sobre o selamento apical de dentes 
obturados com diferentes cimentos endodônticos. Cento e quarenta 
raízes tiveram seus canais preparados a um milimetro aquém do forame 
apical. Os canais foram irrigados com água destilada. Sessenta canais 
receberam um curativo de hidróxido de cálcio e paramonoclorofenol 
canforado por 24 h, metade dos dentes foi tratada com EDTA por cinco 
minutos. 
Após a remoção dos curativos todos os espécimes 
(120 raízes) foram obturados pela técnica da condensação lateral de 
cones de guta-percha e os cimentos Ketac-Endo, Sealapex e OZE. 
Outros dez dentes serviram como controle. Os ápices radiculares foram 
mantidos em água por 24 h enquanto se realizava a impermeabilização. 
Em seguida, foram colocados na solução corante de azul de metileno a 
2% sob ambiente de vácuo e mantidos no corante por 24 h. As 
infiltrações observadas com o Ketac Endo foram semelhantes às 
• HOLLAND, R. et al. lnfluence of dentin surface rreatment on the apical núcroleakage ofthe 
glass ionomer cement Ketac-Endo (Aceito para publicação no lnt. Endod. J. em 1994). 
102 
observadas com o OZE. O uso do EDTA, assim como a colocação de 
curativo de hidróxido de cálcio antes da obturação, reduziram 
significantemente a infiltração marginal dos canais obturados com o 
cimento de ionômero de vidro e OZE. O cimento Sealapex mostrou, em 
todas as situações, infiltrações significantemente menores que os 
cimentos Ketac-Endo e OZE. 
• Bonetti Filho et al. , 1995, avaliaram a capacidade 
seladora dos cimentos Fil! canal, Ketac Endo e Sealer 26. Canais 
radiculares de 39 incisivos foram instrumentados até a lima n° 50 e 
irrigados com líquido de Dakin. Os canais foram obturados pela técnica 
da condensação lateral e os cimentos citados. Após cinco horas os 
espécimes foram imersos em solução de azul de metileno 2% a 37°C 
por um período de 24 h. O cimento Sealer 26 apresentou selamento 
apical estatisticamente menor (0,5!mm) do que os cimentos Fill canal 
(1,45mm) e Ketac Endo (3,55mm). 
• BONEffi FILHO, I. et ai. Avaliação in vitro da capacidade seladora de novos cimentos 
obturadores de canais radiculares através da infiltração do corante azul de metileno a 2%.(no 
prelo) 
!03 
2.5 Infiltração marginal: Imersão no corante; Tempo de 
armazenamento 
Holland et al.104, 1976, analisaram a infiltração 
marginal imediatamente após o endurecimento do material obturador 
ou após 15 dias. Os cimentos testados foram Endometbasone, OZE, 
Diaket A, Tubliseal E AH26. Os cimentos OZE e Endomethasone 
exibiram maior infiltração no período de 15 dias. O Tubliseal e AH26 
exibiram menor infiltração marginal aos 15 dias do que em 24 h. 
Leonardo et al. 141 , 1980, avaliaram a infiltração 
ocorrida em canais radiculares obturados levando-se em consideração o 
tempo de armazenamento. Canais radiculares foram 
sobreinstrumentados até o instrumento de n° 55 e obturados pela técnica 
da condensação lateral com os cimentos Fill canal e Alfa-canal. Os 
cimentos foram levados ao canal pela técnica clássica ou biológica 
controlada. Após a obturação, os dentes foram estocados em cámara 
úmida a 3 7°C. Decorridos 24 h ou 15 dias de armazenagem, os dentes 
foram imersos em solução de Rodamina B a 0,2%, durante 24 h. Os 
resultados evidenciaram que o fator tempo de armazenamento, 
condicionou maior infiltração marginal. 
Hovland & Dumsha117, 1985, estudaram 
quantitativamente a capacidade de selamento do cimento Sealapex. 
Cento e cinco dentes foram instrumentados a aproximadamente um 
milímetro do ápice radicular e irrigados com hipoclorito de sódio a 
2,5%. Para obturação, os dentes foram divididos em quatro grupos e 
104 
obturados pela técnica da condensação lateral da guta-percha sem 
cimento ou com os cimentos Tubliseal, Procosol e Sealapex. As 
aberturas de acesso foram seladas e os dentes imediatamente imersos 
em solução salina a 37°C. Após 24 h, sete dias e 30 dias, dez dentes dos 
grupos I, II e III, e cinco dentes do grupo IV foram colocados em 
solução de nitrato de prata por duas horas. Não houve diferenças 
significantes nas infiltrações observadas entre os cimentos nos 
diferentes períodos. 
T 'dm hl45 1 ars , 
Utilizando um método eletroquimico, Lim & 
1986, Compararam as infiltrações ocorridas durante 26 
semanas após a obturação de canais com os cimentos Sealapex e AH26. 
Canais radiculares foram preparados um milímetro aquém do 
comprimento total dos dentes, irrigados com água e obturados pela 
técnica da condensação lateral utilizando os cimentos citados. Dois 
dentes foram usados como controles positivo e negativo. 
Imediatamente após as obturações, os canais foram 
preparados para receber pinos, de modo que permanecessem quatro 
milímetros de material obturador nos canais. As raizes foram imersas 
em solução de cloreto de potássio e através do método eletroquimico as 
infiltrações foram avaliadas semanalmente até completar 26 semanas. 
Durante as 12 primeiras semanas o cimento Sealapex selou 
significantemente menos que o AH26, mas após este período não houve 
diferenças de selamento entre os dois cimentos. Os autores 
consideraram duvidosos estudos de infiltração com períodos curtos. 
105 
Haasch et ai?3, 1986, avaliaram a microinfiltração 
de dois cimentos à base de hidróxido de cálcio e outros dois cimentos. 
Utilizaodo um método eletroquímico conduzido em um período de 30 
dias. Os resultados mostraram que todos os cimentos testados 
infiltraram e que a infiltração aumentou com o tempo. Não houve 
diferenças estatísticas entre os cimentos de hidróxido de cálcio e os 
demais. 
Peters 183, 1986, estudaram diferentes técnicas de 
obturação de caoais radiculares e avaliaram a solubilidade após dois 
aoos. Sessenta dentes foram obturados com cones de guta-percha e o 
cimento Procosol. Os dentes foram montados em acrílico e secionados 
horizontalmente em quatro níveis (1.5, 2.3, 4.0 e seis milimetros). As 
seções foram avaliadas e fotografadas em um microscópio e colocadas 
separadamente em um recipiente de acrílico contendo água destilada, 
que foi removida a cada mês duraote dois aoos. Após este período, as 
fatias foram reavaliadas e fotografadas. Pode-se observar dissolução do 
cimento independente da técnica de obturação utilizada, sendo que na 
técnica da condensação lateral um espécime perdeu a totalidade do 
cimento selador. A guta-percha permaoeceu intacta. 
Jacobsen et a1. 120, 1987, compararam a eficácia no 
selamento do canal radicular usando dois cimentos à base de hidróxido 
de cálcio e um cimento à base de óxido de zinco e eugenol. Caoais 
radiculares de cem dentes foram preparados e em seguida as amostras 
foram divididas em cinco grupos. Os grupos um e dois serviram como 
controle e não foram obturados. Os demais (grupos 3, 4 e 5) tiveram 
seus caoais radiculares obturados pela técnica da condensação lateral de 
cones de guta-percha e os cimentos de Rotb, CRCS e Sealapex. As 
!06 
obturações foram cortadas deixando-se cinco a se1s milímetros de 
material obturador, para posterior confecção de pino intrarradicular. Os 
dentes foram colocados sob uma base de silicone, todos no sentido 
vertical com os ápices radiculares imersos em solução salina básica. As 
infiltrações foram medidas por meio de radioisótopo no interior dos 
espaços para pinos (grupos I, 4 e 5) ou em contato com o silicone da 
abertura de acesso (grupos I e 2). Num período de dois a 60 dias, 
verificaram a passagem de radioisótopo por cintilação utilizando-se a 
solução salina na qual os ápices radiculares estavam mergulhados. Os 
resultados mostraram não haver diferenças estatísticas entre os grupos 
obturados e os não obturados. Houve um aumento na infiltração com o 
passar do tempo em todos os grupos experimentais. 
Swanson & Madison225, 1987, estudaram a 
microinfiltração via cervical das obturações de canais radiculares. 
Setenta dentes unirradiculares foram preparados e obturados pela 
técnica da condensação lateral da guta-percha com cimento obturador. 
Após o endurecimento do cimento ( 48 h), as obturações foram expostas 
à saliva artificial durante os períodos de 3, 7, 14, 28 ou 56 dias. Em 
seguida, os dentes foram imersos em tinta nanquim. Houve 
considerável penetração de corante em todos os grupos expostos a 
saliva artificial e nenbuma diferença significante foi encontrada entre 
eles. O grupo controle, não exposto à saliva, não exibiu infiltração. 
Leal et a1. 136, 1987, realizaram um estudo onde 90 
incisivos centrais superiores, após as aberturas coronárias tiveram seus 
canais radiculares instrumentados a dois milímetros além do forame 
apical até a lima de n° 55. As irrigações foram feitas com água 
destilada. Os dentes foram divididos em três grupos de 30 dentes cada e 
107 
obturados com os cimentos Sealapex, Fill Canal e AH26 silver free. Os 
cimentos foram levados aos canais com o auxílio de uma lima tipo 
Kerr, e em seguida obturados pela técnica da condensação lateral ativa. 
Cada grupo foi subdividido em dois. Uma das metades foi 
impermeabilizadas, externamente e imersa no corante imediatamente 
após a obturação. Na outra metade, os dentes, foram imersos em soro 
fisiológico e levados a estufa a 37° C, onde permaneceram por 30 dias e 
após foram imersos na solução traçadora. O corante utilizado foi a 
Rodamina B a 0,2%, por um período de 7 dias a 37° C. O Fill Canal, 
independente do tempo de imersão no corante, permitiu maior 
infiltração média que os cimentos AH26 e Sealapex que apresentaram 
infiltrações semelhantes. Houve um aumento significativo das 
infiltrações após um período de 30 dias. 
Kersten & Moorer128, 1989, realizaram um estudo 
para verificar a infiltração de partículas do tamanho de bactérias e 
grandes moléculas de proteínas, em canais radiculares obturados. 
Avaliaram também se a quantidade de infiltração do corante azul de 
metileno era comparável com a infiltração de um produto bacteriano de 
baixo peso molecular. Canais radiculares com comprimento 
padronizado foram obturados com guta-percha ou sem o cimento 
AH26. 
Metade dos espécimes, de cada grupo, recebeu 
condensação vertical da guta-percha,e na outra metade não foi 
realizada a condensação. As raízes foram montadas em tubos de acrílico 
e após a obturação foram colocados nas aberturas coronárias de cada 
uma das raízes uma suspensão contendo: -bolinhas de látex (com 
tamanho correspondente a um microorganismo streptococcus); -
108 
endotoxinas; -ácido butírico a 5%; -ácido valérico a 1% e -corante azul 
de metileno a 0,1% em água e pH 7.0. Os tubos e as extremidades 
apicais foram fechados com uma membrana de borracha. O reservatório 
apical foi preenchido com solução aquosa de ácido velérico a O, l% e 
pH 7.0. O conjunto foi mantido a 37°C por uma semana. Foram 
colhidas amostras do reservatório apical através de uma seringa com 
agulha, após pressão coronária. Observaram que a infiltração de 
partículas com tamanho de bactérias e grandes moléculas protéicas 
podem ser evitadas somente quando se utilizou cimento e condensação 
vertical, para obturar os canais. A infiltração do ácido butírico 
comprovou ser comparável a infiltração do corante azul de metileno. 
Spangberg et al.217, 1989, avaliaram o uso de vácuo 
em estudos de infiltração. Canais radiculares foram preparados e 
obturados com AH26. O cimento foi levado ao interior dos canais com 
instrumentos rotatórios. Em três espécimes, fios ortodônticos foram 
inseridos no canal radicular antes do endurecimento do cimento (grupo 
controle). Os espécimes foram mantidos a 37°C e 100% de umidade, 
durante uma semana e divididos em grupos. Em um dos grupos, as 
raizes foram imersas passivamente em azul de metileno 2%, durante 
uma semana. A outra metade foi colocada em câmara de pressão 
absoluta, o corante introduzido e o vácuo mantido. As infiltrações 
foram medidas e os resultados sugeriram que o ar aprisionado produz 
artefatos em técnica de imersão passiva, portanto, a amostra deve ser 
submetida a vácuo antes da introdução no corante a fim de demonstrar a 
completa extensão da infiltração. 
109 
Barnett et al. 13, 1989, realizaram um estudo in vitro 
para detenninar a capacidade seladora de cimentos endodônticos em 
diferentes períodos experimentais. Cento e sessenta raizes tiveram seus 
canais instrumentados até o instrumento de n° 80. As irrigações foram 
realizadas com hipoclorito de sódio a 5% e as raízes foram esterilizadas 
através de radiação gamma. Nove raízes serviram como controle 
positivo e foram obturadas com guta-percha sem cimento e cinco raízes 
serviram como controle negativo e os canais não foram obturados. 
Quarenta e oito raízes foram obturadas com o cimento CRCS sendo 22 
analisadas após noventa dias e 26 após um ano. Quarenta e oito foram 
obturadas com Sealapex sendo que 25 e 23 raízes foram analisadas após 
90 dias e um ano respectivamente. Cinqüenta raizes foram obturadas 
com o cimento de Roth 80 I, sendo que 24 foram analisadas após 90 
dias e 26 após um ano. 
As 160 raízes foram implantadas em subcutãneo de 
cinco coelhos, expondo o material ao tecido vital e fluídos teciduaís. Ao 
final dos períodos de observação os animais foram sacrificados, as 
raízes removidas, impenneabilizadas externamente e em seguida 
colocadas em tinta da índia por sete dias. Os melhores resultados foram 
obtidos com o CRCS, que aos 90 dias, mostrou infiltração 
significantemente menor que o Sealapex e Roth 80!. Após l ano, a 
infiltração observada foi significantemente menor para os cimentos de 
hidróxido de cálcio do que para o cimento de Roth 80 I. 
Goldman et al.82, 1989, em estudo sobre infiltração 
marginal, avaliaram o método de penetração de dentes no corante. Após 
o preparo biomecânica, os canais radiculares não obturados foram 
impenneabilizados em toda extensão com exceção do ápice radicular 
110 
e/ou abertura de acesso. Em seguida foram submersos em solução de 
violeta cristal a I% na posição horizontal, com a extremidade aberta 
para cima ou extremidade aberta para baixo. Metade dos espécimes foi 
colocada no corante de uma forma passiva e a outra metade foi imersa 
em um ambiente de vácuo por dez minutos. Todos os espécimes 
permaneceram no corante por três horas. Outro grupo de dentes foi 
preparado e obturado pela técnica da condensação lateral com cones de 
guta-percha e o cimento de Roth. Foi deixando um defeito proposital na 
abertura do canal, e em seguida as aberturas foram seladas. Os 
espécimes com a extremidade aberta para baixo foram imersos em 
solução de violeta cristal I% por três horas, sendo que metade em 
ambiente com vácuo e a outra metade sem vácuo. A penetração foi total 
nos espécimes onde se utilizou ambiente de vácuo para a imersão em 
corante. Quando o ar não foi removido, a penetração não foi total. 
Somente houve penetração total nos casos onde os dentes foram 
colocados na posição vertical. 
Holland et al. 108, 1990, compararam a infiltração 
marginal apical de dentes com os canais radiculares obturados pela 
técnica da condensação lateral de cones de guta-percha e cimento de 
OZE. A variável utilizada foi o emprego ou não do vácuo antes da 
imersão dos dentes no corante azul de metileno a 2%. Os resultados 
permitiram chegar às seguintes conclusões: a- com o emprego do 
vácuo, a infiltração marginal pode ser mais pronunciada do que na 
ausência deste; b- as variáveis de emprego do vácuo e permanência do 
dente no corante (vácuo e 24 h no corante; vácuo e três horas no 
lll 
corante; vácuo e uma hora no corante), não detenninaram diferenças na 
profundidade alcançada pelo elemento traçador. 
Pollard et al. 191 , 1990, avaliaram se o tempo de 
imersão no corante tem influência sobre a infiltração marginal. Sessenta 
e quatro dentes com um único canal foram instrumentados e obturados 
com cones de guta-percha e o cimento de Roth. Após a obturação, 20 
raízes foram imediatamente imersas em tinta da Índia (grupo I), 
enquanto que outras 20 raízes foram estocadas à temperatura ambiente e 
umidade de 100% por 24 h e então imersos no corante (grupo 2). Os 
demais espécimes foram estocados por 7 dias à temperatura ambiente e 
umidade de I 00% e depois imersos no corante. Quatro destes dentes 
serviram como controles positivo e negativo. Todas as amostras foram 
mantidas no corante por 7 dias e então tomadas transparentes para 
posterior medida das infiltrações. Os resultados indicaram não haver 
diferenças significantes entre os grupos experimentais. 
O selamento marginal, a curto e longo prazo, de 
vários cimentos endodônticos, foi analisado no estudo de Holland et 
ai. 109, 1991, Cento e sessenta raízes, tiveram seus canais instrumentados 
e irrigados com líquido de Dakin. As raizes foram divididas em oito 
grupos e as obturações realizadas pela técnica da condensação lateral 
com cones de guta-percha e os seguintes cimentos: 
Cimentos à base de hidróxido de cálcio: Sealapex, CRCS, 
Cimento experimental e New B2; 
Cimentos a base de óxido de zinco e eugenol: Óxido de zinco e 
eugenol, Fill Canal e Pulp canal Sealer; 
Cimento à base de resina epóxi: AH26. 
112 
Concluídas as obturações os terços médio e apical das raízes foram 
ímersos em água enquanto se procedeu a impermeabilízação das 
aberturas de acesso. Decorridas 24 h, metade dos espécímes foi 
totalmente imersa água por 7 5 dias, e a outra metade submetida à 
solução traçadora. 
Ambos os grupos, de 24 h e 75 dias, foram 
mergulhados na solução de azul de metileno a 2% sob vácuo e mantidos 
nessa solução por 12 h. As análises das infiltrações mostraram maior 
infiltração para o cimento Fill Canal, e a menor infiltração para o 
Sealapex. Após 7 5 dias todos os materiais proporcionaram um aumento 
nas médias das infiltrações. Em ordem crescente das infiltrações 
ocorridas no período de 24 h, pode-se relacionar: Sealapex, Cimento 
experimental, AH26, New B2, CRCS, Rickert, OZE e Fill canal. No 
período de 75 dias, a ordenação crescente das infiltrações foi: Sealapex, 
New B2, AH26, CRCS, Cimento experimental, Rickert, OZE e Fill 
canal. Na interaçãomaterial e tempo, a maior infiltração foi Fíll Canal x 
7 5 dias, e a menor infiltração foi Sealapex x 24 h. 
Magura et al. 151 , 1991, estudaram a infiltração de 
saliva através da obturação do canal radicular, em diferentes períodos. 
Canais radiculares foram preparados e obturados pela técnica da 
condensação lateral e o cimento de Roth. As aberturas de acesso foram 
seladas e os dentes foram mantidos em umidificador por uma semana. 
Em seguida, as restaurações provisórias toram removidas e os 
espécimes foram imersos em saliva durante os períodos de 2, 7, 14, 28 e 
90 dias. O contato por três meses da saliva com o material obturador, 
levou a um aumento significante da infiltração marginal. 
113 
Sleder et al.209, 1991, avaliaram a solubilidade a 
longo prazo, dos cimentos Sealapex e Tubliseal. Cinqüenta e dois 
dentes anteriores extraídos, após a remoção das coroas foram 
instrumentados a um milímetro aquém do forame, até o instrumento de 
n° 60. As irrigações foram realizadas com hipoclorito de sódio a 2%. As 
raízes foram divididas em três grupos: -1: quatro raízes foram obturadas 
com guta-percha sem cimento; -2: vinte e quatro raízes foram obturadas 
com guta-percha e Sealapex; -3: vinte e quatro raízes foram obturadas 
com guta-percha e Tubliseal. Os cimentos foram levados ao canal 
através de uma lima e obturados pela técnica da condensação lateral. As 
aberturas de acesso foram seladas e as raízes mantidas em solução 
salina. As amostras dos grupos dois e três foram impermeabilizadas 
externamente, e as raízes do grupo um serviram como controles 
positivo e negativo. Após duas semanas, metade das raizes de cada 
grupo, foi removida da solução para análise inicial e colocada em tinta 
da Índia por aproximadamente 72 h a 37°C. Os mesmos procedimentos 
foram realizados com as amostras restantes após 32 semanas em 
solução salina. As raízes foram descalcificadas e tomadas transparentes 
para análise da infiltração marginal que foi iniciada a partir da parede 
apical da guta-percha. Os resultados revelaram não haver diferenças 
estatísticas nas infiltrações ocorridas nas obturações com o Sealapex e 
Tubliseal, tanto para duas ou 32 semanas. O Sealapex pode suportar 
longos tempos de exposição aos fluidos sem significante aumento da 
inftltração. 
114 
Sonat'14, 1991, comparou a infiltração apical em 
canais radiculares obturados com cimentos contendo hidróxido de 
cálcio, em dois diferentes períodos de observação. Cinqüenta e quatro 
dentes unirradiculares extraídos foram preparados e obturados pela 
técnica de condensação lateral com cones de guta-percha e os cimentos 
Sealapex, CRCS e sem cimento. 
Os cimentos obturadores foram levados aos canais 
com limas e após a obturação as aberturas de acesso foram seladas. As 
amostras foram deixadas em solução fisiológica por 48 h a 37°C e 
colocadas em solução de azul de metileno a 5% a 37"C por dois 
diferentes períodos (I ou 30 dias). Os resultados mostraram que canais 
obturados somente com guta-percha provocaram infiltração 
significantemente maior que aqueles obturados com os cimentos CRCS 
e Sealapex. Não houve diferenças significantes entre os dois cimentos, e 
o valor da infiltração aumentou com o tempo. 
Wu et a1. 252, 1993, avaliaram o transporte de fluidos 
de cervical para apical, de seções de dentes tratados endodonticamente e 
obturados com o cimento AH26. Trinta dentes foram expostos a um 
pequeno microorganismo ( Pseudomonas aeruginosa ), colocado em 
um reservatório ligado à abertura cervical. Após 50 dias, dois espécimes 
permitiram a penetração de bactérias até um reservatório ligado 
colocado na região apical. Todas as raízes foram avaliadas quanto ao 
transporte de água. Os resultados indicaram haver transporte de fluídos 
através do canal radicular. 
115 
Valera 242 , 1993, avaliou a infiltração marginal 
imediata e após o contato com saliva, em dentes tratados 
endodonticamente e que receberam preparo para núcleos. Cento e oito 
canais radiculares foram preparados biomecanicamente e obturados pela 
técnica da condensação lateral com cones de guta-percha e o cimento 
Sealapex. Os canais foram preparados ou não para núcleo, 
imediatamente após as obturações, e imersos no corante imediatamente 
ou após a manutenção em saliva artificial. Constatou-se que, a presença 
da saliva aumentou significantemente a magnitude da infiltração 
marginal. 
Jacobsen et a1. 121 , 1993, avaliaram a efetividade a 
longo prazo de quatro materiais utilizados na impermeabilização da 
superfície radicular externa. Foram testados: esmalte para unhas, cera 
pegajosa, resina para fimdição e resina epóxi. Canais radiculares foram 
preparados a um milímetro aquém do forame até o instrumento n" 50, 
tomando-se o cuidado para não obstruir o forame apical. Eles não foram 
obturados e foram divididos de acordo com o material utilizado para a 
impermeabilização externa: 1- três camadas de esmaltes para unhas; 2-
uma camada, de dois a três milímetros de espessura, de cera pegajosa; 
3- resina para fundição; 4- resina epóxi. O grupo controle não recebeu 
camada de impermeabilização (grupo 5). Foi colocado algodão e 
radioisótopos no interior dos canais e as aberturas de acesso foram 
seladas com Cavit. Cada raiz foi colocada individualmente em frascos 
contendo solução salina e incubadas a 37°C. Amostras foram coletadas 
após !, 4, 8, 12 e 36 semanas. A cera pegajosa mostrou ser o melhor 
material de escolha para impermeabilização externa em estudos de 
longo prazo. 
116 
Wu et ai. 250, 1994, compararam a sensibilidade dos 
métodos de penetração de corantes com o modelo de transporte de 
fluidos. Mostraram que este método é mais sensível para detectar falhas 
ao longo dos canais, elíminando bolhas de ar e possibilitando a 
penetração do corante mais profundamente . 
• Bonetti Filho et ai. , 1995, avaliaram a capacidade 
seladora, via cervical, de canais obturados levando em consideração o 
tempo de armazenagem das obturações. Sessenta canais foram 
instrumentados e obturados com cones de guta-percha e os címentos 
Fill canal e Sealapex. Após, foram divididos em grupos: 1. os dentes 
foram colocados no corante imediatamente após a obturação; 2. os 
dentes foram armazenados em água por trinta dias; 3. após a 
armazenagem em água por trinta dias, fez-se a remoção da obturação 
cervical. Observaram que o Fill canal, independente da condição, 
permitiu infiltração média estatisticamente maior que o Sealapex. O 
tempo de armazenamento aumentou significantemente a infiltração 
média de ambos os cimentos. 
• Holland et ai. , 1995, estudaram o efeito do curativo 
de demora sobre o selamento marginal após a obturação de canais 
radiculares. Cento e quarenta raízes tiveram seus canais preparados a 
um milímetro aquém do forame apical. As irrigações foram feitas com 
• BONETTI FILHO, I., TANOMARU FILHO, M., LEONARDO, R.T. Avaliação in vitro da 
capacidade seladora na região ceiVical de dentes obturados com Sealapex e Fill canal -
Influência do tempo de annazenagem e da remoção parcial da obturação. (Aceito para 
publicação) 
• HOLLAND, R. MURA TA, S.S., SALffiA, O. Efeito a curto e médio prazo dos resíduos de 
hidróxido de cálcio na qualidade do selamento marginal após a obturação de canal. (Aceito 
para publicação na Rev. Paul. Odomo!., em 20 de janeiro de 1994) 
117 
hipoclorito de sódio a I%. Vinte raízes servuam como controles 
negativo e positivo. Sessenta raízes receberam um curativo de demora 
de hidróxido de cálcio e água destilada, permanecendo em seguida em 
câmara úmida por sete dias. Após, o hidróxido de cálcio foi removido 
com lima e irrigações de hipoclorito de sódio a I%. Todos os 
espécimes, com e sem curativo de demora, foram obturados pela técnica 
da condensação lateral com cones de guta-percha e os cimentos 
obturadores Fill canal, AH26 e Apexit, que foram levados ao interior 
dos canais com o auxílio dos cones de guta-percha.O terço apical das raízes foi mantido mergulhado 
em água. Decorridas 24 h, metade dos espécimes e os grupos controle 
foram imersos na solução traçadora enquanto que os demais foram 
totalmente imersos em água e assim mantidos a 3 7°C durante trinta 
dias, e em seguida, imersos em solução corante de azul de metileno a 
2% , sob vácuo, durante 12 horas. Observou-se que a utilízação do 
hidróxido de cálcio como curativo no interior dos canais radiculares 
pode determinar um melhor selamento após a obturação dos canais 
radiculares; este fato foi evidente nas amostras obturadas om Fill canal 
e AH26. A infiltração marginal observada aos 30 dias após a obturação 
foi maior do que a observada após 24 horas. As maiores infiltrações 
foram observadas com o Fill canal e as menores com o Apexit. 
3 PROPOSIÇÃO 
Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar 
algumas propriedades físicas e efeitos biológicos dos cimentos: Sealapex, 
Apexit, Sealer 26 e Ketac Endo. 
Nas avaliações microscópicas em tecido conjuntivo 
subcutâneo de ratos, propôs-se avaliar as reações teciduais, quanto à 
magnitude: 
3 .I do infiltrado inflamatório e reações correlatas; 
3.2 dos fenômenos reparatórios e reações correlatas; 
3.3 quanto às características inerentes do material obturador. 
Em relação ao selamento marginal apical, propôs-se 
verificar: 
3.4 microinfiltração apical ocorrida imediatamente após as obturações dos 
canais radiculares; 
3.5 microinfiltração apical ocorrida após seis meses de contato com o 
plasma sangüineo humano. 
Com relação à análise morfológica das partículas dos 
cimentos pela microscopia de força atômica, verificar: 
ll9 
3.6 características das partículas dos cimentos após a obturação dos 
canats; 
3. 7 características das partículas dos cimentos após um período de seis 
meses de contato com o plasma sangüíneo humano. 
4 MATERIALEMÉTODOS 
Foram estudadas algumas das propriedades tisicas e 
biológicas de quatro cimentos endodônticos. Assim, este capítulo foi 
subdividido de acordo com as metodologias utilizadas para estas 
análises: 
- Avaliação da biocompatibilidade; 
- Selamento marginal apical; 
- Análise morfológica de alta resolução pela 
Microscopia de força atômica (MFA ou AFM). 
Os cimentos estudados foram: 
I Sealapex, cimento obturador de canais radiculares fabricado pela 
Kerr/Sybron, com a seguinte composição: 
Base 
Oxido de cálcio ................................................................ 54,0% 
Benzeno butil sulfanilamida ............................................. 32,0% 
Oxido de zinco ................................................................. 14,0% 
Água ................................................................................ 0,0 I% 
Catalisador 
Sulfato de bário ................................................................ 40,0% 
Resina de salicilato de metila ........................................... 30,0% 
Salicilato de esobitrol.. ..................................................... 18,0% 
Sílica pulverizada................... . . . .. .. .. .. .. .. . . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 7, 0% 
Dióxido de titânio............................................................. 4,0"/o 
Pigmento........................................................................... I ,0% 
!21 
2 Apexit, cimento obturador de canais radiculares fabricado pela 
Vivadent Schaan/Liechtenstein, com a seguinte composiçilo: 
Base 
Hidróxido de cálcio ......................................................... 0,319g 
Colofônia hidrogenizada ................................................. 0,315g 
Dióxido de silicone altamente dispersado ........................ 0,08lg 
Óxido de cálcio ............................................................... 0,056g 
Óxido de zinco ................................................................ 0,055g 
Tricalciofosfato ............................................................... 0,041 g 
Polidimetilsiloxano .......................................................... 0,025g 
Estearato de zinco ........................................................... 0,023g 
122 
Ativador 
Trimetilhexanedioldisalicilato .......................................... 0,250g 
Carbonato de bismuto básico .......................................... 0,182g 
Óxido de bismuto ............................................................ 0,182g 
Dióxido de silicone altamente dispersado ........................ 0,150g 
1,3-Butanedioldisalicilato ................................................ 0,114g 
Colofônia hidrogenizada ................................................. 0,054g 
Tricalciofosfato ............................................................... 0,050g 
Estearato de zinco ........................................................... 0,014g 
3 Sealer 26, cimento obturador de canais radiculares fabricado pela 
Dentsply industria e comércio Ltda, com a seguinte composição: 
Pó 
Hidróxido de cálcio ............................................................ 37% 
Trióxido de bismuto ........................................................... 43% 
Hexametileno tetramina........ .......... ........... ........................ 15% 
D .. "d d . - . lOXI O e tltáOlO ............................................................. . 5% 
Resina 
Resina epóxi bisfenol....................................................... I 00% 
4 Ketac Endo, cimento obturador de canais radiculares fabricado pela 
ESPE Seefeld!Oberbay- Germany'. 
~O fabricante não nos enviou a composição do Ketac Endo. 
123 
O pó dos cimentos de ionômero de vidro é 
constituído essencialmente por um vidro de alumínio de silicato, 
contendo grandes proporções de óxido de alumínio, óxido de silício e 
fluoretos. O líquido é essencialmente ácido poliacrilico com aditivos, 
como o ácido itacônico e tartáríco (Mount168, 1994). 
Os cimentos obturadores foram manipulados de 
acordo com as especificações fornecidas pelos respectivos fabricantes, 
da seguinte forma: 
• Cimentos Sealapex e Apexit: por serem cimentos do tipo pasta/pasta, 
foram colocadas partes iguais de pasta base e de pasta catalisadora 
sobre um bloco de papel, e com o auxílio de uma espátula, 
incorporou-se um ao outro até obter-se uma mistura homogênea. 
• Sealer 26: este cimento por apresentar-se sobre a forma de um pó e 
uma resina, foi colocado sobre uma placa de vidro fina ligeiramente 
aquecida, numa quantidade, em volume, de três partes de pó para 
uma parte de resina. Com uma espátula, incorporou-se o pó à resina 
até a obtenção de uma mistura lisa e homogênea, que com uma 
espátula se levantava a uma altura de aproximadamente dois 
centímetros da placa. 
• Ketac Endo: este cimento de ionômero de vidro com apresentação 
em cápsulas individualizadas, já possui no seu interior o pó e líquido 
previamente proporcionados. Primeiramente as cápsulas foram 
colocadas em uma peça denominada ativador que rompeu a película 
de separação entre o pó e o líquido, permitindo desta forma o contato 
entre ambos. Em seguida, a cápsula foi levada ao aparelho Capmix' 
durante dez segundos para se processar a mistura do pó ao líquido. 
"ESPE-W, Gennany. 
124 
Após estes procedimentos a cápsula com o cimento já preparado e 
pronto para uso, foi colocada em uma outra peça denominada 
aplicador; o bico da cápsula foi aberto e o material impulsionado 
pelo aplicador saiu pronto para a utilização. 
4.1 Avaliação da Biocompatibilidade em tecido subcutãneo de 
ratos 
4.1.1 Metodologia experimental 
Foram utilizados quarenta ratos (Rattus Norgegicus, 
Albinos, Wistar), machos, adultos, geneticamente híbridos, com peso 
variando entre 180 a 220 gramas. Os animais foram alimentados com 
uma dieta padronizada à base de ração para ratos com água. 
Os animais foram divididos em dois grupos 
experimentais de vinte animais cada, de acordo com os períodos de 
observação de quatorze e noventa dias (ISO/TR 7405119., 1984; Watts 
& Paterson243 1992). 
Os cimentos Sealapex, Apexit, Sealer 26 e Ketac 
Endo foram manipulados de acordo com as especificações fornecidas 
pelos respectivos fabricantes, e em seguida colocados no interior de 
tubos de polietileno com I ,3 milímetros de diâmetro interno e dois 
milímetros de diâmetro externo, cortados em segmentos de dez 
125 
milímetros e tendo uma de suas extremidades fechada (ISO/TR 
7405119., 1984). Para isto. os tubos foram previamente preparados em 
condições assépticas, manipulados com luvas, lavados em álcool 
setenta, secos e colocados em estufa a 65°C, durante 15 minutos. 
Os animais foram anestesiados por inalação de éter 
sulfúrico e em seguida foi realizada a tricotomia da região dorsal, 
seguida da anti-sepsia da pele do animal com álcool iodado a 0,3%'. 
Com uma pinça foi feito o levantamento da pele da 
região dorsal do animal, e com tesoura cirúrgica, foi realizada uma 
incisão de aproximadamente dois centímetros no sentido do longo eixo 
do corpo do animal. Com uma tesoura cirúrgica de ponta fina e reta 
penetrando pela incisão foram feitas as divulsões do tecido conjuntivo 
subcutáneo abrindo o espaço até atingir os locais onde os implantes 
foram colocados. 
Os tubos contendo os materiais foram implantados, 
dois na região escapular e dois na região pélvica, de modo que os quatro 
materiais foram implantados em todos os animais sempre em sistema de 
rodízio em relação às regiões anatômicas usadas. Tomou-se o cuidado 
de realízar os implantes não paralelos à linba de incisão, no sentido de 
evitar-se a sua expulsão e mobilidade. As bordas da incisão foram 
suturadas com fio de sutura e os animais mantidos sob observação. 
Decorridos os períodos de quatorze e noventa dias, 
os ratos foram novamente anestesiados, localizados os implantes por 
sensibilidade tátil, e em seguida feita a tricotomia da área. Os implantes 
foram removidos cirurgicamente e com boa margem de tecido 
• Faculdade de Odontologia, câmpus de São José dos Campos - UNESP 
126 
envolvendo-os. As peças foram colocadas imediatamente em formalina 
neutra a I 0% e em seguida foi realizado o sacrificio dos animais. 
Para melhor fixação das peças, foram realizadas 
trocas da solução de formalina por quatro vezes até que a solução 
apresentou um aspecto transparente. Após a fixação, os blocos de tecido 
contendo os tubos de polietileno foram cortados com o objetivo de 
reduzir o tamanho das peças a dimensões adequadas e em seguida 
obedeceu à rotina laboratorial convencional até a obtenção final de 
blocos de parafina contendo cada tubo com os respectivos materiais e 
os tecidos circunjacentes a serem analisados. Os espécimes incluídos 
foram submetidos à microtomia até atingir-se o tubo de polietileno 
contendo o material obturador, e a seguir, com o uso de um bisturi e 
estilete, procedeu-se a remoção do tubo de polietileno secionando-o ao 
meio e cuidadosamente fez-se a remoção de uma das metades e depois 
a remoção da outra metade, tomando-se o cuidado para que pequena 
porção de material obturador continuasse em contato com o tecido 
conjuntivo. 
Após, procedeu-se nova inclusão em parafina e foi 
realizada a microtomia no sentido longitudinal a cortes seriados com 
espessura de seis micrometros. Para análise histopatológica, os cortes 
foram corados pela hematoxilina e eosina (HE). As análises 
microscópicas foram feitas em microscópio Carl Zeiss Jena, modelo 
Jenamed2. 
127 
4.1.2 Análises microscópicas 
A avaliação das respostas do tecido conjuntivo em 
contato com os cimentos testados foi realizada de forma descritiva, 
quantitativa subjetiva, levando-se em consideração o infiltrado 
inflamatório e fenômenos correlatas, fenômenos reparatórios e as 
características do material obturador. 
Todos os dados relativos às análises microscópicas 
foram registrados em uma ficha previamente preparada para cada 
material e período analisados. 
4.1.2.1 Infiltrado inflamatório e reações correlatas 
Procurou-se observar a magnitude do infiltrado, 
tipos celulares presentes e predominantes e sua distribuição em relação 
ao material obturador. Observaram-se também as alterações destrutivas 
como abscedeção e intensidade de alterações vasculares, principalmente 
o edema e a hiperemia. 
Foi realizada uma análise descritiva dos macrófagos 
e células gigantes multinucleares inflamatórias (CGM!s), levando-se em 
consideração os aspectos morfológicos, e utilizando-se os seguintes 
parãmetros: 
a) distribuição das células em relação ao material; 
b) tamanho celular; 
128 
c) contorno e uniformidade do citoplasma, se homogêneo, 
vacuolado ou carregado de partículas; 
d) aspectos dos núcleos celulares. Número e distribuição dos 
núcleos das CGMis. 
Os dados foram registrados em fichas e mensurados 
subjetivamente quanto à sua magnitude utilizando os escores 
demonstrados a seguir: 
a) Magnitude geral (escores) 
Ausente O 
I>iscreto I 
Moderado 2 
Intenso 3 
4.1.2.2 Fenômenos reparatórios e reações correlatas 
Analisaram-se as proliferações fibroblásticas e 
angioblásticas, fibrosamento e a presença de calcificações. 
Com relação ao fibrosamento, observou-se sua 
densidade e organização. A organização foi analisada levando-se em 
consideração se estava em formação, e se a sua disposição era ao acaso 
ou em forma capsular. 
Com relação a presença de calcificações, observou-
se sua localização, se em contato direto com o material próximo ao tubo 
ou se havia a interposição de um tecido entre ambos. -a distância-. 
!29 
Os dados da análise descritiva receberam escores 
que estão demonstrados a seguir. 
a) Proliferação fibroblástica (escores) 
Ausente O 
Discreta 
Moderada 
Intensa 
I 
2 
3 
b) Proliferação angioblástica (escores) 
Ausente O 
Discreta 
Moderada 
Intensa 
I 
2 
3 
c) Fibrosamento- densidade (escores) 
Ausente O 
Discreto 
Moderado 
Intenso 
I 
2 
3 
4.1.2.3 Características do cimento obturador 
Foi motivo de descrição as caracteristicas 
morfológicas do material, se homogêneo, granular, cristalizado, fibroso 
ou mesmo se estava presente mais de uma destas formas. 
130 
Analisou-se a presença ou não de material no 
interior de macrófagos, a fim de detectar sua capacidade de ser 
reabsorvível. 
Também levou-se em conta a localização do 
material em relação ao tubo de polietileno, se aquém, no nível do tubo 
ou extruído no tecido conjuntivo. 
Estas características foram anotadas em fichas e a 
partir das verificações observadas, fez-se a análise descritiva de cada 
material em cada um dos períodos de observação. 
4.1.3 Análise estatística 
Empregou-se um modelo estatístico não paramétrico 
H de Kruskall-Wallis para estudar se houve diferenças nas respostas 
condicionadas pelos fatores: 1- Cimento, com quatro níveis, e 2-
Período, com dois níveis, bem como os de sua interação; nas variáveis: 
magnitude geral, proliferação fibroblástica, proliferação angioblástica e 
densidade do fibrosamento. A variável magnitude geral caracterizou o 
infiltrado inflamatório e as variáveis proliferação fibroblástica, 
proliferação angioblástica e densidade do fibrosamento caracterizaram 
os fenômenos reparatórios. Usou-se esse procedimento estatístico 
porque os registras destas variáveis foram obtidos a partir de escores, e 
para responder a questões como as que se seguem: Será que não se 
levando em conta o fator período cada cimento, implicou uma 
específica magnitude geral ou uma proliferação fibroblástica ou 
13! 
angioblástica ou uma densidade? Será que em cada período de 
observação, independentemente do fator cimento, ocorreu um 
específico infiltrado e/ou fenômeno reparatório? Como ocorreu a 
primeira questão em cada período? Repetiu-se a segunda questão em 
cada cimento? 
Em relação a cada fatore não levando-se em conta a 
presença do outro fator, testou-se a hipótese de que as respostas 
condicionadas a cada uma daquelas variáveispelos correspondentes 
níveis utilizados foram iguais. Relativamente à interação cimento x 
período, verificou-se a hipótese de que a variação ocorrida entre os 
níveis de um fator na presença de todos os níveis do outro fator repetiu-
se na presença de cada nível desse outro fator. 
Se a hipótese relativa ao fator cimento no conjunto 
dos períodos ou em cada período foi rejeitada, realizou-se uma 
comparação múltipla entre seus níveis para detectar-se a diferença 
estatisticamente significante com a mesma estatística. Tal comparação 
permitiu a construção de conjuntos de materiais com comportamentos 
estatisticamente iguais frente à variável sob estudo, com os quais 
convencionou-se que se dois ou mais cimentos apresentaram 
comportamentos iguais, pertenceram ao mesmo conjunto e, caso 
contrário, pertenceram a conjuntos diferentes. Os conjuntos relativos 
aos cimentos foram anotados por letras latinas maiúsculas. 
Realizou-se também comparações múltiplas entre os 
dois períodos e cada cimento, sendo que os conjuntos derivados dessa 
comparação foram anotados por letras latinas minúsculas. 
Definiu-se o nível de significância de 0,05 para a 
região de rejeição e a regra de decisão foi adotada a partir de p = P(H > 
!32 
H,) probabilidade de que a estatística H seja maior do que seu valor 
observado H, nos dados amostrados do modo que se segue: se p foi 
maior do que 0,05, a hipótese sob teste foi não rejeitada ou houve não 
significãncia e, caso contrário, a hipótese sob teste foi rejeitada havendo 
assim, significância. 
4.2 Avaliação do selamento marginal apical 
4.2.1 Metodologia experimental 
Para esta pesquisa foram utilizados 13 6 dentes 
unirradiculares humanos, extraídos, armazenados em solução de 
formalina a 10%, sendo posteriormente limpos e novamente mantidos 
na solução até o momento de sua utilização. Os dentes selecionados 
apresentaram um único canal radicular que permitiu linha de acesso 
direto a um milímetro aquém do ápice radicular. Suas coroas foram 
seccionadas com disco de Carborundum' procurando-se padronizar o 
comprimento médio das raízes a 16 mm. 
Em seguida, o acesso cervical foi localizado em 
cada raiz e uma lima tipo Kerr foi inserida no canal radicular desde a 
cervical até o forame apical a fim de se obter o diâmetro anatômico de 
cada canal radicular da seguinte forma: 16 raízes permitiram a 
• .Double-side. separaying discs- Dedeco. 
l3J 
penetração desimpedida e justa de uma lima tipo Kerr número dez mas 
não a de uma lima tipo Kerr número 15; 24 raizes permitiram a 
penetração desimpedida e justa de uma lima tipo Kerr número 15 mas 
não a de uma lima tipo Kerr número vinte; 48 raizes permitiram a 
penetração desimpedida e justa de uma lima tipo Kerr número vinte 
mas não a de uma lima tipo Kerr número 25 e 48 raizes permitiram a 
penetração desimpedida e justa de uma lima tipo Kerr número 25 mas 
não a de uma lima tipo Kerr número trinta. Foram desprezadas as raízes 
que possuíam canais radiculares com diâmetro apical menor e maior do 
que o correspondente a uma lima tipo Kerr número dez e número 25 
respectivamente. 
A totalidade das raízes foi dividida em quatro 
grupos de acordo com o cimento a ser empregado na obturação dos 
canais radiculares, e cada um dos grupos foi subdividido em dois, 
dando um total de oito grupos de 17 raízes cada. Procurou-se 
uniformizar as amostras de cada grupo experimental, de acordo com os 
diâmetros dos canais originais previamente estabelecidos. Assim, cada 
grupo, de 17 raízes, foi formado da seguinte maneira: duas raízes com 
diâmetro original do canal correspondente ao instrumento número dez, 
três raizes com canais de diâmetro original correspondente ao 
instrumento de número 15; seis raizes com canais de diâmetro original 
correspondente ao instrumento de número vinte e seis raízes com canais 
de diâmetro original correspondente ao instrumento número 25. 
Para determinação do comprimento de cada canal, 
uma lima tipo Kerr, com um limitador de penetração, foi colocada no 
interior do canal radicular até que a ponta da lima atingisse o forame 
!34 
apical e em seguida o limitador foi ajustado na superfície cervical da 
nuz. 
Para a padronização do forarne apical, os canais de 
todas as raízes foram alargados seqüencialmente e sobreinstrumentados 
• meio milímetro até a lima tipo Kerr de calibre número trinta . O batente 
apical foi realizado a um milimetro aquém do forame apical, a partir da 
lima tipo Kerr número 35 até a lima tipo Kerr número sessenta, e em 
seguida foi realizado um escalonamento com as limas números setenta e 
oitenta. Procedeu-se a regularização das paredes do canal, no terço 
•• cervical, utilizando-se uma broca Endo-Z . 
Durante a instrumentação, a cada troca de 
instrumento, foram realizadas irrigações com três mi de hipoclorito de 
sódio a 1%. 
Terminado 
radiculares foram inundados 
o preparo biomecânica, os canais 
••• com solução de EDTA (EDTA 
dissódico- 202,8g; hidróxido de sódio- 21,7 g; água destilada- I 000 mi), 
que foi agitado no interior do canal pôr três minutos com o auxílio de 
uma lima tipo Kerr número sessenta, e com uma lima tipo kerr número 
trinta realizou-se o transpasse forarninal com o objetivo de limpeza. Foi 
realizada uma irrigação e aspiração final com dez mililítros de 
hipoclorito de sódio a I% e em seguida foi realizada a secagem dos 
canais com pontas de papel absorventes de número sessenta'. 
As raízes foram colocadas em palitos dentais, 
fixados sobre uma placa de cera, e em seguida realizou-se a 
• Maillefer ~ S.A. SWISS. 
•• ref. 152 M Maillefer- SWISS. 
••• Byofonnula Tecnophanna SJ.C. 
• Tanariman ind. L IDA 
!35 
impermeabilização da superficie radicular externa com três camadas de 
esmalte vermelho para unhas, aplicado em toda superfície radicular com 
exceção da região correspondente à abertura de acesso cervical e ao 
forame apical. Para isto, uma lima tipo Kerr número 25 foi colocada no 
forame apical de cada dente e a impermeabilização foi realizada não 
permitindo a obstrução do forame pelo agente impermeabilizador. Após 
o agente impermeabilizante estar completamente seco, procedeu-se 
nova irrigação I aspiração com Solução de Milton e secagem dos canais 
com cones de papel absorventes. 
Para a obturação, os cones principais de guta-
•• percha foram selecionados a partir do cone número sessenta e 
ajustados ao comprimento de trabalho como preconiza Herbert et al. 18, 
1980. Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral 
clássica ativa com cones de guta-percha e os cimentos Sealapex, Apexit, 
Sealer 26 e Ketac Endo. 
Os cones principais de guta-percha foram totalmente 
cobertos com os cimentos obturadores e assentados até o comprimento 
de trabalho em um único movimento. Em seguida, com o auxílio de 
uma lima tipo Kerr número trinta (Bramante et ai. 30, 1989) procedeu-se 
a abertura dos espaços para colocação dos cones secundàrios de guta-
percha até completa obturação do canal radicular. Duas raízes de cada 
grupo serviram como controle interno positivo e negativo. O controle 
positivo foi obturado apenas com guta-percha sem qualquer cimento 
obturador e o controle negativo foi obturado com guta-percha e cimento 
obturador, de forma semelhante ao grupo experimental correspondente. 
•• Dentsply industria e comércio LTDA 
!36 
Completado o preenchimento dos canais, o excesso 
de guta-percha foi removido com um instrumento aquecido, realizando-
se uma ligeira condensação vertical com os condensadores números 
dois e três. A abertura cervical e superficie radicular, com exceção do 
forame apical, foram novamente impermeabilizadas com uma camada 
• de cera pegajosa de aproximadamente três milímetros de espessura. O 
controle interno negativo foi completamente impermeabilizado com 
cera pegajosa e o controle interno positivo permaneceu com a abertura 
de acesso e forame apical sem impermeabilização. 
Em seguida,um grupo obturado com cada cimento .. 
testado foi mergulhado em plasma sangüíneo humano e mantido em 
estufa a uma temperatura de 37 ± I °C e umidade relativa de 100%, 
durante seis meses. Nesse período, o plasma sangüíneo foi renovado a 
cada sete dias em condições assépticas dentro de uma câmara de fluxo 
laminar'. A câmara de fluxo laminar foi ligada durante trinta minutos 
antes do procedimento , e desta forma, pela ação germicida da luz 
ultravioleta, proporcionou um ambiente asséptico para trabalho. Para 
esta renovação, o plasma sangüíneo já utilizado, foi desprezado e as 
amostras foram enxaguadas com solução salina estéril e em seguida 
colocadas em um novo recipiente estéril contendo plasma sangüíneo. 
Vencido o prazo de seis meses, as amostras foram 
removidas do plasma sangüineo, enxaguadas com solução salina e 
imediatamente conduzidas ao corante de azul de metileno a 2% 
solubilizado em plasma sangüíneo humano. 
Herpo produtos dentários. 
•• Hemocentro Policlin- S.J.C. S.P. 
• V eco do Brasil. 
137 
A colocação em corante foi realizada em um 
ambiente de vácuo (Goldman et al.82, I989; Spangberg et al.217, I989; 
Holland et al. 108, I 990) de vinte mmHg, proporcionado por uma bomba 
de vácuo**. conectada a uma campânula. Passou-se vaselina na tampa 
da campânula e nas áreas de conexão para impedir a entrada de ar. Em 
seguida, ligou-se a bomba de vácuo deixando-a funcionar por trinta 
minutos. As raizes permaneceram durante este período dentro da 
campânula, mas fora do corante, em pacotes de gaze sob uma pequena 
régua fixada na borda do frasco contendo o corante. Quando foi obtido 
o vácuo, com um pequeno movimento na campânula foi realizada a 
imersão dos espécimes no corante, que permaneceram no vácuo por 
mais uma hora. Após este período eliminou-se o vácuo, as raizes 
permaneceram no corante e foram levadas e mantidas em estufa a uma 
temperatura de 37 ± l°C e umidade relativa de 100%, durante I68 
horas. 
Os quatro grupos restantes, após a obturação dos 
canrus radiculares e impermeabilização externa com cera pegaJOSa, 
foram levados imediatamente ao corante azul de metileno a 2% 
solubilizado em plasma sangüíneo, de forma semelhante aos grupos 
anteriores. 
O quadro I mostra a distribuição esquemática dos 8 
grupos utilizados nesta metodologia. 
•• Dia Pump FANEM LTDA. São Paulo- Brasil, modelo CAL BF-1725. 
Quadro l - Distribuição dos grupos experimentais, para a avaliação do selamento 
a picai 
Tempo de Grupos experimentais de acordo 
avaliação com os cimentos obturadores 
Imersão Sealapex ApeJàt Sealer-26 Ketac 
Endo Imediata Grupo 
no Corante Grupo I Grupo DI Grupo V VD 
Manutenção-
6 meses 
Ketac em plasma Sealapex Apexit Sealer-26 
Bndo 
saD.gUÍDeo 
Grupo II Grupo IV Grupo • Grupo VI vm Imersão uo 
Corante 
17 raízes para cada crupo: 15 experimental [ POSITIVO 
2 controle 
REGATIVO 
138 
Decorrido o tempo de permanência no corante, todas 
as raízes foram lavadas em água corrente por aproximadamente 48 
horas. Depois de secas, foram removidas as camadas de 
impermeabilização externa e em seguida as raízes foram distribuídas 
• sobre um filme radiográfico oclusal , no sentido V-L e posteriormente 
no sentido M-D, e realizadas as tomadas radiográficas para constatação 
da qualidade das obturações dos canais radiculares. 
Os filmes foram processados manualmente em 
câmara escura e deixados fixar por trinta minutos, lavados em água 
• E0-41, size 4, Ektaspeed. Kodak company. 
!39 
corrente por trinta minutos e em seguida secos. As radiografias foram 
analisadas em um negatoscópio. 
4.2.2 Análise das infiltrações 
As raízes foram desgastadas no sentido vestibulo-
lingual utilizando-se um disco de diamante em baixa velocidade, 
seguindo a trajetória do canal radicular até o forame apical e dando 
ênfase ao terço apical da obturação dos canais radiculares. Desta forma 
uma das metades da raiz foi desprezada e a outra, contendo o canal e 
sua obturação bem evidentes, foi fixada com cera utilidade em uma 
lamina de vidro para a avaliação da infiltração linear apical ocorrida ao 
longo da interface dente/material obturador. 
Dois examinadores realizaram essa avaliação nas 
. ' . •+ margens vestibular e lingual utilizando-se um estereomiCroscopiO 
com ocular de medição micrométrica. 
As leituras das infiltrações observadas pelos 
examinadores foram registradas em uma ficha previamente preparada e 
utilizando uma regra de três simples, as medidas foram transformadas 
em milímetros. A partir destes dados obtiveram-se as médias das 
infiltrações ocorridas para os diferentes grupos experimentais. 
Tecnival Carl Ze1ss- JENA 
140 
4.2.3 Análise estatística 
Dos objetivos desta pesquisa, delinearam-se as 
hipóteses relativas aos fatores: cimento, armazenamento e interação 
entre esses fatores. Essas hipóteses foram expressas por: 
I O fator cimento, independente do fator armazenamento, 
propiciou efeitos iguais sobre a infiltração; 
2 O fator armazenamento exerceu efeitos iguais sobre a 
infiltração, não se levando em conta o fator cimento; 
3 A variabilidade ocorrida entre os cimentos no conjunto dos 
armazenamentos, repetiu-se em cada armazenamento e/ou a 
variabilidade ocorrida entre os armazenamentos no co'1iunto dos 
cimentos repetiu-se em cada cimento. 
Estas hipóteses foram colocadas à prova a partir do 
modelo estatístico de análise de variância a dois critérios fixos. 
A região de rejeição foi definida em nível de 
significância de 0,05 e a regra de decisão adotada foi determinada a 
partir de p = P(F>F a) -probabilidade da estatística F ser maior que seu 
valor observado (F a) dados da amostra - do modo que segue: se p foi 
maior do que 0,05, a hipótese sob teste não foi rejeitada e caso 
contrário, a hipótese sob teste foi rejeitada. 
Nos casos de terem sido rejeitadas uma das 
hipóteses descritas nos itens um ou três, efetuaram-se testes adicionais a 
partir do conjunto de médias estatisticamente iguais. Tais conjuntos 
foram identificados por letras latinas maiúsculas. 
4.3 Análise morfológica em aumento de alta resolução dos 
cimentos após a obturação dos canais radiculares e após um 
período de seis meses, utilizando-se da microscopia de força 
atômica. 
141 
A microscopia de força atómica (AFM) do inglês 
atomic force microscopy, tem característica de análise não destrutiva e 
também não intrusiva, permitindo avaliar amostras com a pesquisa em 
andamento (Morrís 167, 1994 ). É possível fazer análise que pode atingir 
até resolução atómica, permitindo avaliar morfologicamente os 
constituintes dos cimentos obturadores. 
4. 3. 1 Microscopia de força atômica (MF A ou AFM) 
Durante o século vinte, foram desenvolvidos 
métodos de aumento baseados na emissão de íons e elétrons. A 
microscopia de varredura do sensor, do inglês scanning probe 
microscope (SPM), é uma recente inovação para gerar imagens 
microscópicas. É uma técnica de microscopia que opera em ambiente 
líquido! ar ou vácuo e realiza as imagens em três dimensões e com 
resoluções da ordem de angstrom. 
A SPM é composta de uma sonda sensível, 
cerãmicas piezo-elétrícas, um circuito eletrónico de feedback e um 
computador para gerar e mostrar as imagens. 
142 
O desenvolvimento de piezo-elétricos com altíssima 
precisão e repetibilidade, bem como um aumento significativo na 
velocidade de processamento de sinais, em software e hardware, 
possibilitaram o surgimento de uma nova classe de microscópios, os 
microscópios de varredura do sensor (Scanning Probe Microscopy, 
SPM). Dentre os microscópios tipo SPM, os microscópios de varredura 
de força atómica (AFM) e de tunelamento (STM) têm sido utilizados na 
caracterização estrutural de macromoléculas biológicas (Arscott & 
Bloomfield 7, 1990 ). 
A microscopia de força atómica ( AFM), surgiu pela 
primeira vez para utilização científica no ano de 1990, e constitui uma 
técnica eficiente na caracterização de superficies demateriais isolantes. 
Por este método, é possível estudar superficies de materiais até o nível 
atómico, ou seja, além dos alcances das microscopias eletrónica e 
óptica, e com as vantagens de praticamente não haver necessidade de 
um preparo para tornar a amostra condutora, como acontece por 
exemplo, na microscopia eletrónica de varredura ou na técnica de 
tunelamento (Edstrom et al.63 , 1990). As análises são feitas com certa 
facilidade e as imagens são geradas na forma de um arquivo de 
computador, facilitando assim o tratamento e o transporte dos dados 
(Chang 44, 1995). 
O quadro 2 mostra comparativamente as técnicas de 
microscopia, considerando o fator aumento, meio ambiente para 
operação, tipo de imagem e dano à amostra. 
143 
Quadro 2 - Técnicas de microscopia considerando o aumento, meio ambiente de 
operação, tipo de imagem e dano causado na amostra 
Micros-copia Fator de Meio para Dano à 
aumento amostra Mensuração amostra 
-Ar 2 
Ótica 1 o' -Líquido Dimensões Nenhum 
Varredura IO' 2 
à Laser -Ar Dimensões Mínimo 
Emissão 105 2 
deíons -Vácuo Dimensões Severo 
SEM 106 2 
-Vácuo Dimensões Algum 
10
9 
-Líquido 
SPM -Vácuo 3 Mínimo ou 
-AFM -Ar Dimensões Nenhum 
As publicações das áreas biológicas concernentes ao 
uso do AFM, têm aumentado (Stemmer & Engel221 , 1990; Birrell et 
al.
22
, 1991; Morris
167
, 1994). A técnica de microscopia de força atômica 
144 
permite a obtenção de imagens de macromoléculas com resolução 
quase atômica de amostras em soluções fisiológicas de hidratação em 
meio iónico. A confiabílidade no uso dessas técnicas de microscopia em 
meios biológicos está relacionada ao protocolo utílizado na fixação da 
monocamada de polímero biológico (preferencialmente sem 
desnaturação no processo) sobre uma superficie plana (tipo cristalina). 
A fixação deve evitar a formação de agregados de moléculas espúrias 
na superficie do suporte. 
4.3.1.1 Teoria de funcionamento do) microscópio de força atômica 
I, 
O princípio de fimcionamento se baseia na varredura 
' 
' da amostra sob a ponta de um cristal. lEste cristal de forma pontiaguda é 
! 
ligado a uma microvíga com uma cohstante elástica conhecida que vai 
I 
acompanhando a variação vertical d~ amostra. O conjunto do cristal 
' 
com a microviga se chama cantilev~r. Sobre o cristal é colocado um 
' ' 
sensor de deflexão da mola que regidtra a variação vertical que ocorre 
' 
durante a varredura. Uma das técnicasi de detecção de altura da ponta é a 
' 
reflexão de um feixe de laser. 
' Incidindo-se um ~eixe de laser na face oposta do 
' cantilever, este sofrerá maior ou t(nenor deflexão dependendo do 
I 
movimento deste. Esta deflexão !)ledida em um fotodetector é 
I 
transformada em um sinal que con(rola a movimentação vertical e 
I 
horizontal do piezoelétrico. A deflexãb do feixe de laser muda o relevo 
I 
145 
da amostra. O sinal que o equipamento capta é o da força de interação 
resultante entre o cristal e a superfície da amostra durante análise do 
material. Tendo-se a velocidade de varredura e as variações verticais 
que ocorrem durante a varredura, se obtém a imagem da superfície da 
amostra. 
O cantilever, fabricado utilizando processos 
aplicados em dispositivos de microeletrônica, tem uma massa bem 
reduzida, sendo capaz de medir forças atuantes entre átomos de um 
material. O cantilever é aproximado da amostra manualmente até a uma 
distância muito próxima da superfície. Esta distância varia de acordo 
com a acuidade visual de cada operador. Em seguida, o aparelho realiza 
a aproximação final onde se tem a interação entre o ápice do cristal e a 
amostra. A figura 1 mostra esquematicamente este funcionamento. 
146 
espelho 
---
fotodetector 
FIGURA I - Desenho esquemático de funcionamento do AFM. 
Um microcomputador com os dados da varredura e 
da tensão de realimentação do piezoelétrico, trata as informações e 
gera imagens topográficas da amostra. Filtros de software e de 
hardware podem ser usados a fim de obter melhores resultados, isto é, 
livres de ruídos não pertinentes à análise .. O sofl ware de controle do 
147 
microscópio permite muitas variações na apresentação dos dados 
coletados da amostra, inclusive a apresentação em três dimensões e a 
apresentação gráfica da rugosidade da amostra (Chang 44, 1995). Para 
melhor compreensão das imagens que são mostradas nos resultados 
realizou-se uma análise por AFM, de uma estrutura conhecida pela 
SEM. Assim, a figura 2. mostra a imagem da superficie dentinária 
radicular obtida com a utilização da microscopia de força atômica. 
Observar que a imagem vem acompanhada de uma 
escala que fornece a aproximação e a altura das depressões. 
FIGURA 2 - Fotomicrografia da superficie dentinária radicular interna obtida com 
a utilização da MFA. (Aumento de 5600X). 
!48 
4.3.1.2 Cuidados na medida 
Apesar da resolução e da potencialidade, devem-se 
tomar certos cuidados no momento da interpretação das medidas. É 
preciso considerar o funcionamento da técnica e quais os problemas que 
o sistema pode acarretar, levando-se em conta as condições do 
equipamento que podem dificultar as medidas, como, má-calibração do 
equipamento, cantilever poluído. É necessário isolamento contra ruídos 
e que o sistema esteja funcionando em condições onde as forças 
resultantes não destruam as ligações interatômicas da amostra. 
Quando se utiliza a medição com células líquidas, a 
amostra é imersa em um meio líquido com a vantagem de reduzir os 
ruídos na faixa de audio e analisar amostras biológicas com maior 
facilidade. Ao operar em meio ambiente líquido, é possível eliminar 
forças de capilaridade e executar forças suficientemente baixas sem 
dano substancial. A força aplicada no cantilever por este método é da 
ordem de 10'11 a 10'13 N/m2 ao passo que para medições normais em ar, 
os valores são de 10-7 a 10'9 N/m2 (Morris167, 1994; Dietz58 et ai., 
1991). 
A metodologia aqui apresentada teve como objetivo 
um estudo pioneiro com a utilização da técnica de microscopia de força 
atômica na endodontia procurando-se analisar em princípio a interação 
entre os componentes dos cimentos endodônticos utilizando o estudo da 
morfologia das partículas desses componentes, durante um estudo de 
infiltração do plasma no material obturador. 
!49 
4.3.2 Metodologia experimental (Quadro 3) 
Foi realizado o preparo das amostras procurando-se 
conciliar a maneira habitual de uso clínico, com as condições 
necessárias para a análise utilizando-se o AFM. 
4.3.2.1 Preparo das amostras 
Foram utilizados dezesseis dentes unirradiculares 
humanos, extraídos, armazenados em solução de formalina a 10%, que 
foram limpos externamente e mantidos na solução até o momento de 
sua utilização. Após a remoção das coroas dentais, os canais radiculares 
foram preparados pela técnica de instrumentação seriada a um 
milímetro além do forame apical até a lima tipo Kerr número oitenta. 
Utilizou-se durante todo o preparo de irrigações abundantes com 
solução de hipoclorito de sódio a I%' . Após o preparo biomecânico, 
fez-se uma penúltima irrigação com EDT A" que foi agitado no interior 
do canal durante três minutos, e ao final fez-se uma irrigação com 
solução salina fisiológica139. 
Todas as raizes receberam duas marcas na superficie 
externa, sendo uma a dois milímetro aquém do ápice radicular, e a outra 
I ,5 milímetro acima da primeira marca (em direção ao terço cervical). 
• Solução de Milton· Merrel Lepetit Farmacêutica e industrial Ltda . 
.. Byofônnula Tecnopharma. S.J.C. 
!50 
Para esta marcação utilizou-se lápis preto. Em seguida, um cone de 
guta-percha de calibre número oitenta foi introduzido no interior dos 
canais radiculares até o forame apical e nivelado a este nível com uma 
lamina de bisturi, de modo que em todos os canais o cone principal 
atingiu o forame apical permanecendo travado a este nível. 
Todos os espécimes com os cones de guta-percha• foram incluídos em resina transparente . Essa resina foi preparada 
misturando cem gramas de CY 248 - base - mais dez gramas de HY 951 
- catalisador - e após, com a finalidade de se evitar a formação de 
bolhas, a mistura foi levada a um dissecador conectado a uma bomba de 
vácuo, por um período de 5 minutos. A resina foi vertida em formas 
individuais de silicone com formato de um cone e as raízes colocadas 
individualmente no interior das formas até que o ápice radicular tocasse 
o fundo da mesma, no local correspondente ao ápice do cone. As 
aberturas de acesso foram deixadas livres de resina de modo a permitir 
acesso aos canais radiculares. O tempo de cura da resina foi de 24 horas 
à temperatura ambiente e após este período os bloquinbos de resina, 
contendo as raízes no seu interior, apresentaram um aspecto 
transparente, permitindo a visualização das raízes e suas respectivas 
marcas realizadas na superficie externa. Os bloquinhos foram 
examinados na região correspondente aos ápices para certificar-se de 
que não havia penetrado resina no interior dos canais. Na maioria dos 
espécimes houve a necessidade de ser lixada a porção apical dos 
bloquinbos para soltar o cone de guta-percha aderido à resina. 
Os cones de guta-percha foram removidos e em 
seguida, procedeu-se uma nova irrigação dos canais radiculares com 
• Araldite CY 248 com endurecedor HY 951 
151 
solução salina fisiológica. Os canais foram secos com cones de papel 
• • absorventes e os cones de guta-percha foram novamente adaptados ate 
o forame apical, permanecendo travados a este nível. 
As raízes foram divididas em quatro grupos de 
quatro raízes cada e os canais radiculares obturados pela técnica da 
condensação lateral passiva e os cimentos Sealapex, Sealer 26, Apexit e 
ketac Endo. Os cimentos obturadores foram levados ao interior dos 
canais pela técnica clássica com a ajuda dos cones principais. Durante a 
condensação lateral foram utilizados apenas três cones secundários de 
guta-percha, permitindo assim que um maior espaço dos canais 
radiculares ficasse preenchido com os cimentos obturadores. Os 
excessos do material obturador na abertura de acesso foram cortados 
com um condensador aquecido, e com um outro condensador frio, foi 
realizada leve condensação vertical. As amostras foram mantidas em 
frascos fechados contendo gaze umedecida em solução salina durante 
12 horas. 
Após esse período, os blocos foram cortados 
transversalmente nos locais correspondentes ás marcas feitas com lápis . 
•• Para este corte, utilizou-se uma serra circular , com um disco de ... 
diamante de 0,015., e com abundante refrigeração à água. Obtiveram-
se assim, dois segmentos da porção apical do bloco que foram 
identificados com números sendo a parte mais apical denominada de 
número um, e a mais cervical de parte número dois. 
• Dentsply Indústria e comércio LTDA 
•• Buehler lsomet Low Speed Saw ~ BUEHLER Ltda. aparatus for rnicroestrucmres analisys. 
••• Buehler Diamond Wafering Blade. Hight Concentration. N.O. 11-42-44. 
!52 
A secção número um foi desprezada, permanecendo 
a número dois, que se constituiu na amostra de estudo. Os seus dois 
lados foram identificados como lados 2A e 2B. 
A figura 3 ilustra o segmento número dois, e suas 
respectivas identificações. 
cimento endodôntico 
guta-percha 
lado A --o~ 
dentina 
lado B 
FIGURA 3 - Desenho esquematico do segmento número dois e suas identificações 
Quadro 3 -Representação esquemática da metodologia utilizada para a análise com o AFM. 
16 raízes c=:> 
Obturação 
(condensação 
lateral passiva) 
'\..:) 1,5 mm (amostra) 
2,0 mm (desprezada) 
Inclusão 
em resina • , 
1 
transparente 
":i.....l7 • ~ 
2a Análise dos 
cimentos pela 
AJFJ}Jl~ 
1 > Sealapex 
c=:=:> Apexit 
I > Sealer-26 
I > Ketac Endo 
IIII .. 
f 
Imersão 
em plasma 
sangüíneo 
humano 
(6 meses) ...... 
V> 
w 
!54 
4.3.2.2 Utilização das amostras 
Primeiramente as amostram foram observados pela 
microscopia óptica, com um aumento de cinqüenta vezes, utilizando-se 
um estereomicroscópio' onde obteve-se um imagem macroscópica da 
superficie do material a ser estudado. As áreas correspondentes aos 
cimentos obturadores foram meticulosamente observadas para 
posteriormente serem levadas para análise no AFM" As amostras foram 
colocadas no porta-amostras do AFM, o cantilever foi aproximado até 
uma distância muito próxima da superficie da amostra. Após a 
localização da área a ser examinada foi aproximado o cantilever. Fez-se 
incidir um feixe de laser, acoplado ao microscópio, na face de cima do 
cantilever onde estava localizado o cristal sensor. As variações 
ocorridas no cantilever durante as varreduras foram registradas em um 
microcomputador, e com os dados da varredura e do deslocamento, 
obtiveram-se imagens da topografia da superficie dos cimentos. 
As medidas das aproximações foram escolhidas 
após uma série de imagens prévias que possibilitaram uma visualização 
com resoluções de 30000nm (rrinta mil nanometros), IOOOOnm (dez mil 
nanometros ), 5000nm (cinco mil nanometros) e I OOOnm (mil 
nanometros).As análises foram realizadas na superficie dos cimentos, 
nos lados 2A e 2B de cada amostra. 
• Tecnival Carl Zeiss - JENA 
•• NANO SCOPE ll - Scanning Tunneling microsoope. Digital instruments, Inc. Santa Barbara, CA. 
93ll7. 
!55 
4.3.2.3 Armazenamento das amostras 
Após as análises, os seguimentos foram novamente 
encaixados ao restante dos respectivos cones, e fixados a eles com duas 
camadas de ara! dite. Em seguida, toda a supemcie do cone de resina 
•• foi recoberta com uma espessa camada de cera pegajosa , inclusive a 
interface resina/dente na extremidade apical, mantendo apenas o 
material obturador exposto (lado 2B). O lado 2B passou a representar o 
forame apical, preenchido pelo material obturador de canal. 
As raízes incluídas foram então imersas 
individualmente em plasma sangüíneo humano, contido em tubos de 
ensaio estéreis. O plasma sangüíneo humano foi fornecido pelo 
Hemocentro do Hospital Policlin de São José dos Campos após os 
devidos exames laboratoriais de rotina. Somente o lado 2B entrou em 
contato direto com o plasma. Os tubos de ensaio foram fechados com 
uma rolha de algodão estéril e mantidos em estufa a 37±1 ° C, e umidade 
relativa de 100%, durante um período de seis meses. Neste período, o 
plasma sangüíneo foi trocado semanalmente ou a cada 15 dias, em 
ambiente asséptico, no interior de uma câmara de fluxo laminar ••• 
Para realização das trocas do plasma, a câmara foi 
ligada no ultravioleta trinta minutos antes da troca, e após este tempo, 
todos os tubos contendo as amostras incluídas bem como todo material 
• Brascola. S.A., Ciba-Geigy. .. ' . 
Herpo produtos dentanos L TDA 
••• VECO do Brasil. 
!56 
e instrumental a ser utilizado na troca foram colocados no interior da 
câmara. Para este procedimento removeu-se a rolha do tubo, foi feita a 
flambagem da abertura do tubo, e em seguida o plasma velho foi 
retirado e foi realizada uma nova flambagem da abertura do tubo. 
Tomando-se estes mesmos cuidados, as raízes incluídas foram 
enxaguadas por duas vezes consecutivas com solução salina estéril, e 
após, um plasma sangüíneo fresco foi colocado no interior de cada tubo 
contendo as amostras incluídas. 
4.3.2.4 Reutilização das amostras 
Decorrido os seis meses, as raizes incluídas foram 
retiradas do plasma, lavadas com solução salina estéril e removidas as 
camadas de cera e de araldite. Em seguida, o seguimento número dois 
foi desmembrado do cone de resina, e novamente observado pela 
microscopia óptica, e levado novamente para análise, utilizando-se o 
AFM. As observações ópticas e análises pelo AFM foram realizadas 
tanto do lado 2B que permaneceu em contato direto com o plasma 
sangüíneo, como do lado 2A. Assim, foi possível verificar as alterações 
ocorridas na superficie do material que permaneceu em contato direto 
com oplasma (lado 2B), e se estas alterações caminhavam até o lado 
2A. 
As imagens registradas nos dois períodos de análise 
foram armazenadas no compurador e posteriormente foram tratadas em 
duas e três dimensões. Procedeu-se fotografias diretas das superficies 
!57 
dos cimentos, que foram registradas pelo microscópio, diretamente do 
monitor do computador. Nas diferentes ampliações observadas, 
procurou-se avaliar as diferentes estruturas dos materiais, bem como, 
observar possíveis alterações nestas estruturas com o passar do tempo. 
As observações foram feitas de uma forma descritiva tentando-se 
também uma possível correlação com a composição química dos 
cimentos. (' ) 
• As amostras correspondentes ao cimento Sealer 26 após seis meses de conta to com o plasma 
sangüíneo foram avaliadas com um outro Microscópio de Força Atômica -Topo Metrix 2000 S.P, 
5 RESULTADOS 
5.1 Avaliação da biocompatibilidade em tecido subcutãneo de 
ratos 
Dos implantes realizados, representativos de cada 
grupo experimental, houve perda de alguns espécimes por falha na 
histotécnica ou por impossibilidade na localização dos implantes após 
decorridos os períodos de avaliação. A quantidade de espécimes 
perdidos encontra-se registrada nos quadros de avaliação de cada 
material e período. 
Os dados obtidos após as análises histológicas dos 
espécimes dos quatro grupos são baseados nos seguintes itens: 
I infiltrado inflamatório e reações correlatas, 
- análise microscópica 
- análise estatística; 
2 fenômenos reparatórios e reações correlatas, 
- análise microscópica, 
- análise estatística; 
3 características inerentes aos cimentos obturadores testados. 
As análises realizadas para cada espécime dos 
diferentes grupos experimentais, encontram-se registradas nos quadros 
de números 4 a 11. 
!59 
5.1.1 Infiltrado inflamatório e reações correlatas 
5.1.1.1 Análise microscópica descritiva 
5.1.1.1.1 Grupo experimental Sealapex 
14 dias (FIGURAS 4A e 5A) 
Os dados referentes a este grupo experimental 
encontram-se no quadro número quatro. 
Nesse material. observou-se a formação de 
granulomas típicos e nas áreas onde não havia granulomas, observaram-
se macrófagos dispersos. 
Os macrófagos interagiram intensamente e 
diretamente com o material obturador, fagocitando-o com bastante 
densidade. Essas células estavam distribuídas na periferia e próximas ao 
material, possuíam tamanho normal e geralmente seu citoplasma estava 
carregado de partículas do mesmo, embora em alguns casos observou-
se um citoplasma com aspecto vacuolar. Os núcleos dessas células 
apresentaram forma regular. 
Os macrófagos carregados de partículas, após a 
fagocitose, permaneciam na periferia do material ou migravam de 
forma aleatória. 
Na grande maioria dos espécimes, observou-se a 
formação de células gigantes multinucleares inflamatórias (CGMis). 
160 
Essas células estavam distribuídas próximas e na periferia do material; 
continham em média de sete a oito núcleos ora mais, ora menos. O 
citoplasma geralmente estava carregado de partículas do material, sendo 
que em alguns espécimes apresentava-se vacuolado. O contorno 
citoplasmático mostrou-se regular e por vezes irregular. Os núcleos 
estavam distribuídos ao acaso com um aspecto homogêneo e em alguns 
casos com formato irregular. 
Ocasionalmente, verificaram-se neutrófilos. E, 
perifericamente ao material, notou-se a presença quase que constante 
de eosinófilos. 
Em alguns espécimes, junto ao infiltrado 
inflamatório, pode-se observar um aglomerado de células epitelióides, e 
também ocasionais linfócitos e plasmócitos. 
Quadro 4 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações 
provocadas pelo cimento Sealapex no período de 14 dias 
(*) os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise. 
161 
162 
90 dias (FIGURAS 4B e 5B) 
Os dados referentes a esse grupo experimental se 
encontram no quadro número cinco. 
Notou-se, neste período, a formação de granulomas 
bem constituídos, densos e com CGMis, que permeavam esse material. 
Os macrófagos e as CGMis mostravam seus 
respectivos citoplasmas vacuolados ou carregados de partículas do 
material. As CGMis continham em média dez núcleos. 
Em relação à magnitude geral da inflamação, na 
maioria das vezes esta mostrou-se intensa. Urna população de 
eosinófilos localizados na periferia da área inflamatória central chamou-
nos a atenção. Ocasionalmente foram encontrados neutrófilos, linfócitos 
e plasmócitos. 
Nesse período pode-se observar na mamna dos 
espécimes a formação de uma fibrose periférica ao material 
Quadro 5 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações 
provocadas pelo cimento Sealapex no período de 90 dias 
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I• 
R lO.~ 
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I 
I I I 
(*)os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise. 
163 
= = 
FIGURA 4- Aspéctos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealapex após 14 (A) e 90 (B) 
dias da implantação. Nestes espécimes não se observou extravasamento do material 
pela luz do tubo, restringindo-se aos limites durante a sua colocação. Aos 90 dias (B), 
numerosos macrófagos continham partículas de Sealapex no seu interior, o mesmo 
ocorrendo com algumas CGMis. (aumento original: A e B = 40x; H.E.). 
164 
165 
FIGURA 5 -Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealapex após 14 (A) e 90 (B) 
dias de implantação. Em ambos os espécimes houve extravasamento pela luz do tubo, induzindo 
reação granulomatosa tipo corpo estranho. Destaca-se o grande número de macrófagos e CGMis 
carregados de partículas de Sealapex no seu citoplasma. (aumento original: A e B = 40x; H.E.). 
166 
5.1.1.1.2 Grupo experimental Apexit 
14 dias (FIGURA 6A) 
Os dados analisados referentes a esse grupo 
encontram-se registrados no quadro número seis. 
Com este material os espécimes mostravam um 
infiltrado celular predominantemente mononuclear, com mamr 
presença de macrófagos que se localizavam na periferia e próximos ao 
mesmo. 
Os macrófagos apresentavam-se morfologicamente 
norma1s, com citoplasma carregado de partículas e muitas vezes 
vacuolado. Essas células se dispunham ao redor do material. Em 
algumas lâminas observou-se que macrófagos carregados de partículas 
se aglomeravam formando granulomas típicos em regiões distantes da 
abertura do tubo. 
As CGMis quando presentes, localizavam-se 
próximas ao material e estavam com seu citoplasma carregado de 
partículas, tendo em média de cinco a seis núcleos com aspecto 
homogêneo e algumas vezes de formato irregular. 
Ao redor do material, observaram-se áreas de fibrose 
quase sempre capsular e algumas vezes não organizados desta forma. 
Ocasionalmente, podem-se visualizar neutrófilos e 
linfócitos junto ao material obturador. 
!61 
Observaram-se vasos hiperêmicos nos vários 
espécimes, sendo que em alguns deles a congestão vascular era intensa. 
Quadro 6 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações 
provocadas pelo cimento Apexit no período de 14 dias 
~~ 
I PO . 
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NÚ 
168 
169 
90 dias (FIGURA 6B) 
As observações referentes a este grupo experimental 
encontram-se registradas no quadro número sete. 
Os resultados histológicos observados nesse período 
mostravam-se semelhantes aos observados aos 14 dias, com 
predominância de macrófagos dispostos próximos e na periferia do 
material. Essas células possuíam tamanho normal, com seu citoplasma 
ou carregado de partículas do material ou com aspecto vacuolado. 
As CGMis, quando presentes, estavam próximas ao 
material. Apresentavam seu citoplasma carregado de partículas, e 
continham em médiade cinco a dez núcleos. 
Na proximidade do material pode-se freqüentememe 
notar a presença de neutrófilos. Em três dos espécimes, detectaram-se 
eosinófilos e ocasionalmente linfócitos. 
Também verificou-se a formaçao de capsula fibrosa 
e em vários espécimes esta fibrose não mostrava organização capsular. 
Quadro 7 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações 
provocadas pelo cimento Apexit no período de 90 dias 
o 
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A 
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o 
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I I 
(*)os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise. 
170 
171 
I 
FIGURA 6 -Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Apexit após 14 (A) e 90 (B) dias 
da implantação. Aos 14 dias (A), destaca-se a infiltração de células inflamatórias e faixa de tecido de 
granulação periférica com discreto grau de fibrosamento, embora organizado. Nota-se ainda a 
presença de macrófagos contendo material obturador. Aos 90 dias (B), tem-se ainda extensa faixa de 
tecido de granulação organizado mas infiltrado por células inflamatórias e associadas à intensa 
congestão vascular. (aumento original: A e B = 40x; H.E.). 
!72 
5.1.1.1.3 Grupo experimental Sealer 26 
14 dias (FIGURA 7 A) 
As observações referentes a esse grupo experimental 
encontram-se registradas no quadro número oito. 
Neste material, a intensidade da inflamação foi 
discreta e limitou-se a uma estreita faixa próxima ao material. 
Os macrófagos foram as células que predominaram 
e esses se dispunham nas proximidades do material e apresentavam 
citoplasma com aspecto homogêneo mas carregados de partículas. 
Observou-se também em todos os espécimes a 
presença de CGMis contendo em média de oito a dez núcleos, e 
estavam relacionadas com a superfície do material. 
Muitas vezes, as células macrofágicas se 
apresentavam invadindo os espaços existentes entre o material; e em um 
espécime pode-se observar a formação de uma típica reação 
granulomatosa do tipo corpo estranho. 
A presença de neutrófilos foi eventual e em apenas 
um espécime notou-se a presença de linfócitos. 
Observaram-se vasos hiperêmicos na maioria dos 
espécimes, entretanto a intensidade de congestão foi discreta. 
Observou-se a formação de uma cápsula fibrosa, 
geralmente organizada e abundante. 
173 
Quadro 8 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações 
provocadas pelo cimento Sealer-26 no período de 14 dias 
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(*) os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise 
174 
90 dias (FIGURA 7B) 
As observações realizadas nesse grupo experimental 
estão registradas no quadro número nove. 
Nesse período, pode-se observar praticamente uma 
ausência de reação inflamatória. Os raros macrófagos presentes 
possuíam aspecto homogêneo, citoplasma com partículas do material, 
dispostos na periferia da abertura do tubo. 
Observaram-se também CGM!s que continham em 
média cinco núcleos e mostravam aspecto homogêneo embora com 
partículas do material no seu citoplasma. 
Quadro 9 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações 
provocadas címento Sealer-26 no período de 90 dias 
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( *) os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise. 
175 
176 
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FIGURA 7 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealer 26 após 14 (A) e 90 (B) 
dias da implantação. Aos 14 dias (A), destaca-se a estreita faixa tecidual reacional bem organizada e 
pouco infiltrada por células inflamatórias. Aos 90 dias (B), observa-se a cápsula fibrosa bem 
organizada e fma, apresentando eventuais macrófagos carregados de partículas do Sealer 26. 
(aumento original: A e B = 40x; H.E.). 
B 
177 
5.1.1.1.4 Grupo experimental Ketac Eodo 
14 dias (FIGURA 8A) 
As observações realizadas nesse grupo experimental 
encontram-se registradas no quadro número dez. 
Esse material provocou uma reação inflamatória de 
mesma magnitude nos diferentes espécimes. Granulomas tipo corpo 
estranho foram formados com macrófagos em aglomerados na periferia 
do material. Seus citoplasmas mostravam-se vacuolados ou carregados 
de partículas do material e por vezes estas células mostravam um 
aspecto espumoso. 
Em alguns espécimes verificou-se junto ao material 
uma delgada fibrose capsular. 
Quadro 1 O - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações 
provocadas pelo cimento Ketac Endo no período de 14 dias 
., 
' 
; 
' ;- I ME- ; 
; I I I 
., 
("')os espécimes correspondentes não propiciou condições para análise 
178 
. 
179 
90 dias (FIGURA 8B) 
As observações realizadas nesse grupo experimental 
estão registradas no quadro número onze. 
Nesse período de observação, a reação 
granulomatosa ao material foi menor em extensão, e em contato direto 
com o material. Os macrófagos possuiam tamanho normal e 
apresentavam seu citoplasma carregado de partículas. 
As CGMis estavam presentes em todos os 
espécimes e apresentavam seu citoplasma carregado de partículas do 
material contendo em média cinco núcleos. 
A fibrose dispunha-se na forma capsular. A capsula 
presente mostrava-se bastante espessa e estava localizada ao redor do 
material. 
Quadro 11 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações 
provocadas pelo cimento Ketac Endo no periodo de 90 dias 
F CE MN 
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I 
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(*) os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise. 
180 
181 
FIGURA 8 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Ketac Endo após 14 (A) e 90 (B) 
dias da implantação. Destaca-se em ambos os periodos a presença exuberante das estruturas 
cristalinas do material no interior dos macrófagos e CGMis. Na interface com o material, observa-se 
uma ftna e organizada cápsula fibrosa. (aumento original: A e B= 40x; H.E.). 
!82 
5.1.1.2 Análise estatística da magnitude geral das inflamações 
Os dados obtidos nas observações microscópicas 
dos quadros de 4 a li foram analisados estatisticamente. 
Para a análise estatística os cimentos também 
receberam as seguintes denominações: 
Cimento Sealapex .............................................. Material I (MI) 
Cimento Apexit... ............................................... Material 2 (M2) 
Cimento Sealer 26 ............................................. Material 3 (M3) 
Cimento Ketac Endo .......................................... Material4 (M4) 
Os períodos de 14 dias e 90 dias foram denominados 
de período I e 2, respectivamente. 
Aplicando-se a estatística H aos dados da variável 
Magnitude Geral obtiveram-se as tabelas I e 2. 
Tabela I -Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, período, 
interação e comparações múltiplas 
Fonte de Variação G.L. H. u 
Material 3 37,079* 0,000 
M1 vsM2 1 4,580* 0,032 
Ml vsM3 1 25,516"' 0,000 
MI vsM4 1 0,024n 0,876 
M2vsM3 I 16,419* 0,000 
M2vsM4 I 4,144* 0,042 
M3vsM4 I 25,102* 0,000 
Período I 5,341* 0,021 
Interação: 
Material/Periodo I 3 27,072* 0,000 
MI vsM2 1 0,062n 0,803 
MI vs M3 I 6,527* 0,011 
Ml vsM4 I 9,387* 0,002 
M2vsM3 1 8,021* 0,004 
M2vsM4 I 14,700* 0,000 
M3 vsM4 I 21,503* 0,000 
Material/Período 2 3 27,241* 0,000 
MI vsM2 1 8,458* 0,004 
M1 vsM3 I 18,579* 0,000 
M1 vsM4 I 9,336* 0,002 
M2vsM3 I 7,973* 0,005 
M2vsM4 I 0,025n 0,874 
M3vsM4 I 12,141*0,000 
Periodo/MI I 2,451n 0,117 
Periodo/M2 I 2,087n 0,149 
Periodo/M3 I 2,452n 0,117 
Periodo/M4 I 19,820* 0,000 
-* - valor stgmficante; n - valor não Sigmficante. 
Verificou-se, na tabela l, que: 
183 
1- o fator cimento apresentou um valor significante 
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, houve 
amostra representativa para rejeitar-se a hipótese de que os cimentos 
estudados tenham promovido respostas iguais em relação à magnitude 
geral do infiltrado inflamatório. Os valores da estatística H, relativos 
aos testes de comparação entre cimentos no conjunto dos períodos, 
permitiram a construção dos conjuntos A, B e C. No conjunto A, ficou 
!84 
contido o cimento Sealer 26 que provocou a menor resposta em relação 
a magnitude geral da inflamação. O conjunto B conteve o cimento 
Apexit que provocou uma maior reação inflamatória sobre os tecidos do 
que o verificado pelo Sealer 26. No conjunto C, ficaram os cimentos 
Sealapex e Ketac Endo, que apresentaram respostas estatisticamente 
iguais entre si e maiores do que as dos outros dois cimentos. Estes 
conjuntos e os postos médios relativos aos cimentos são mostrados na 
tabela 2 em suas 6" e 7" colunas. 
2- o fator período apresentou um valor significante 
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, a amostra 
evidenciou subsídios para afirmar -se que, nos períodos de 14 e de 90 
dias, ocorreram diferentes reações tecíduais em relação a magnitude 
geral do infiltrado inflamatório. Na tabela 2, em suas II • e 12" linhas, 
observa-se que no período de 14 dias ocorreu uma maior reação 
inflamatória (conjunto b ), do que a verificada no período de 90 dias 
(conjunto a). 
Tabela 2 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período 
e interação material x período 
------------ Período ---------- ) P. médios 
Material 14 dias Cj 90 dias Cj i Material Cj 
Sealapex 34,4 B 48,7 C [ 82,5 c 
Cj a a : 
B ·.' Apexit 33,1 B 31,9 
Cj a a f 
65,5 B 
Sealer26 17,7 A 15,1 Ai 32,9 A 
Cj a a i 
KetacEndo 53,3 C 33,1 B [ 81,6 c 
C" b a i _____ !. ______________________ ) 
P. md. Per. 73,7 58,9 
C' b a 
185 
3- a interação cimento x período foi significante 
porque uma análise descrita na tabela 2, na parte superior direita e entre 
linhas pontilhadas, permitiu verificar os efeitos dos níveis de um desses 
fatores em presença dos níveis do outro fator, mostrando haver 
interferência de um fator sobre o outro. De fato, notou-se que o fator 
período interferiu no comportamento do fator material, isto é, nos 
períodos de 14 dias e de 90 dias a variação ocorrida entre as respostas 
dos cimentos, descrita pelos conjuntos das 3 a e 5 a colunas da tabela 2, 
foi diferente da variação ocorrida na presença de ambos os períodos, 
que foi descrita pelos conjuntos da 7 • coluna dessa tabela 2. O fator 
cimento interferiu no comportamento do fator período, pois somente 
para o cimento Ketac Endo a variação ocorrida entre os períodos, e que 
foi descrita na I O a linha da tabela 2, foi idêntica à que ocorreu em 
presença de todos os cimentos, que foi descrita pelos conjuntos a e b na 
12 a linha da tabela 2. 
A figura 9 (A, B). representa graficamente 
magnitude das médias das inflamações ocorridas para os diferentes 
cimentos nos dois períodos de avaliação. 
14DIAS 
90DIAS 
Sealer26 Sealapex 
Apexit 
Sealer26 Apexit 
Ketac Endo 
Ketac Endo 
Sealapex 
FIGURA 9 - Representação gráfica da magnitude geral das inflamações provocadas pelos 
186 
cimentos estudados. A - período experimental de 14 dias; B - período experimental de 
90 dias. 
187 
5.1.2 Fenômenos reparatórios e reações correlatas 
5.1.2.1 Análise microscópica descritiva 
5.1.2.1.1 Grupo experimental Sealapex 
14 dias (FIGURAS 4A e 5A) 
As observações referentes a estes grupos, 
encontram-se no quadro número quatro. 
Observou-se moderada proliferação fibroblástica e 
angioblástica. A fibrose apresentava-se na fonna capsular e também 
disposta ao acaso. 
90 dias (FIGURAS 4B e 5B) 
Os dados observados neste grupo experimental 
constam no quadro número cinco. 
Pode-se observar que houve uma diminuição na 
proliferação fibroblástica em relação ao período inicial, enquanto que a 
proliferação angioblástica pennaneceu moderada. 
188 
A fibrose observada apresentou-se de fonna 
capsular, bem organizada e intensa em todos os espécimes. 
5.1.2.1.2 Grupo experimental Apexit 
14 dias (FIGURA 6A) 
Os dados referentes a estas observações são 
apresentados no quadro número seis. 
Quanto aos fenômenos reparatórios em relação a 
este material observou-se que, tanto a proliferação fibroblástica como a 
angioblástica, eram moderadas. 
Quanto ao fibrosamento, observou-se densidade 
moderada, fonna capsular, que se dispunba ao redor do material. Em 
muitos espécimes, pode-se verificar sua disposição ao acaso. 
90 dias (FIGURA 6B) 
Os dados referentes às observações deste grupo 
experimental constam no quadro número sete. 
Observou-se que, tanto a proliferação fibroblástica 
como a angioblástica, apresentavam-se moderadas. 
189 
O fibrosamente apresentou uma densidade de 
moderada a intensa, formando uma cápsula ao redor do material em 
muitos dos espécimes. Em outros, verificou-se a formação de áreas de 
fibrose ao acaso. 
5.1.2.1.3 Grupo experimental Sealer 26 
14 dias (FIGURA 7A) 
Os dados referentes a estas observações constam no 
quadro número oito. 
Neste grupo, observou-se discreta proliferação 
fibroblástica e angioblástica, sendo que esta última, mostrou-se 
moderada em alguns espécimes. 
Quanto à fibrose, observou-se uma densidade 
moderada com organização predominantemente capsular. 
90 dias (FIGURA 7B) 
Os dados referentes a estas observações constam no 
quadro número nove. 
Neste periodo, a proliferação fibroblástica também 
apresentou-se discreta, semelhante ao observado nos periodos iniciais. 
190 
A proliferação angioblástica praticamente não foi observada neste 
grupo experimental. 
A fibrose, na forma capsular, mostrou intensa 
densidade em praticamente todos os espécimes. 
Chamou-nos atenção a observação de indícios de 
calcificações em contato com o material obturador. 
5.1.2.1.4 Grupo experimental Ketac Endo 
· 14 dias (FIGURA 8A) 
Os dados referentes às observações deste grupo 
constam no quadro número dez. 
Neste periodo a proliferação fibroblástica mostrou-
se discreta em todos os espécimes. A proliferação angioblástica 
mostrou-se moderada. 
A fibrose observada foi discreta e geralmente 
localizada ao acaso. 
90 dias (FIGURA 8B) 
Os dados referentes a este grupo experimental 
constam no quadro número onze. 
191 
Observou-se que a proliferaçllo fibroblástica, 
quando comparada com o período de observação inicial, passou de 
discreta a moderada em alguns espécimes. 
Na maioria dos espécimes, a proliferação 
angioblástica foi moderada, sendo que alguns exibiram quase ausência 
deste fenômeno. 
O fibrosamento apresentou-se ma•s organizado 
quando comparado com o período de 14 dias. Apresentava-se na forma 
de cápsula ao redor do material e com densidade moderada ou intensa. 
5.1.2.2 Análise estatística dos fenômenos reparatórios 
5.1.2.2.1 Proliferação Fibroblástica. 
Aplicando-se a estatística H aos dados da variável 
Proliferação Fibroblástica obtiveram-se as tabelas 3 e 4. 
Verificou-se na tabela 3, que: 
1- o fator cimento apresentou um valor significante 
para H0 porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, houve 
evidência amostral para rejeitar-se a hipótese de que os cimentos 
estudados tenham promovido respostas iguais em relação à proliferaçllo 
fibroblástica. A tabela 4 mostra esses efeitos em termos de postos 
médios obtidos com os cimentos utilizados, não levando em conta o 
192 
fator período observado em sua 6• coluna, onde se verificou que os 
cimentos Sealer 26 e Ketac Endo proporcionaram respostas 
estatisticamente iguais entre si (pertencem ao mesmo col\iunto A) e 
menores do queas proporcionadas pelos cimentos Sealapex e Apexit, 
que foram estatisticamente iguais entre si (pertencem ao mesmo 
conjunto B). 
2- o fator período apresentou um valor significante 
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, a amostra 
evidenciou subsídios para afirmar-se que nos períodos de 14 e de 90 
dias ocorreram diferentes reações em relação à proliferação 
fibroblástica. Na tabela 4, em suas II • e 12• linhas, notou-se que no 
período de 14 dias ocorreu uma maior reação ( coJ\iunto b) do que o 
verificado no período de 90 dias (conjunto a). 
3- a ínteração cimento x período foi significante, 
isto é, houve amostra representativa para rejeitar-se a hipótese de que 
não existe interferéncia de um fator sobre o comportamento do outro 
fator dessa interação, ou seja, em relação à resposta que cada cimento 
em cada um dos períodos, proporcionou em relação a proliferação 
fibroblástica. 
Tabela 3 -Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, 
período, interação e comparações múltiplas 
Fonte de Variaç!o G.L. H p 
Material 3 17,282* 0,000 
MI vsM2 1 0,218n 0,640 
MI vs M3 1 6,907* 0,008 
MI vsM4 1 5,268* 0,022 
M2vsM3 1 11,921* 0,000 
M2vsM4 1 9,777* 0,001 
M3vsM4 1 0,272n 0,602 
Perlodo 1 6,644* 0,009 
Interação: 
Material/Período l 3 22,972* 0,000 
MI vsM2 1 0,297n 0,586 
MI vsM3 1 6,172* 0,013 
MI vsM4 1 14,565* 0,000 
M2vsM3 1 5,349* 0,021 
M2vsM4 1 14,650* 0,000 
M3 vsM4 1 4,461* 0,035 
Materiai/Perfodo 2 3 8,114* 0,044 
MI vsM2 1 !,948n 0,!63 
MI vsM3 I 3,983* 0,046 
MI vsM4 I 1,252n 0,263 
M2vsM3 I 7,250* 0,007 
M2vsM4 l 0,125n 0,696 
M3 vsM4 I 12,141* 0,000 
Período/MI I 7,492* 0,006 
Período/M2 I 2,660n 0,103 
Período/M3 I 3,461n 0,063 
Periodo/M4 I 5 926* o 015 
* - valor sigmficante; n -valor não s1gmficante. 
193 
De fato, examinando-se a tabela 4 verificou-se que 
da mesma forma que o fator período interferiu na variação das reações 
proporcionadas pelos quatro cimentos, o fator cimento interferiu no 
aparecimento de variações nas respostas observadas nos dois períodos. 
Na tabela 4, para certificar-se da interferência do fator período sobre os 
níveis do fator cimento basta comparar a disposição dos conjuntos 
designados por letras latinas maiúsculas, onde na presença dos dois 
194 
períodos, na coluna 7, observou-se que o Sealapex e o Apexit 
pertenceram ao conjunto B e o Sealer 26 e o Ketac Endo pertenceram 
ao conjunto A; aos 14 dias, o Sealapex e o Apexit formaram o conjunto 
C, o Sealer 26 o conjunto B e o Ketac Endo formou o conjunto A com 
menor efeito. Comparando-se os conjuntos designados por letras 
latinas minúsculas, certificou-se da interferência do fator cimento sobre 
os níveis do fator período, pois em presença de qualquer um dos 
cimentos não se observou a disposição ocorrida entre os períodos de 14 
dias (conjunto b) e de 90 dias (conjunto a). 
Tabela 4 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, 
período e ínteração cimento x período 
--------------Período----------- ) P. médios 
Material 14 dias Cj 90 dias Cj ) Material 
Sealap~~ 43,~ C 32,; B I 74,3 
Apexit 41,6 C 37,9 B f 79,9 
Cj a a A:,i 
Sealer 26 28,3 B 25,5 53,3 
Cj a a J 
Ketac Endo 20,0 A 35,8 B i 56,3 
C' b a : _____ l ______________________ . 
P. md.Per. 73,3 59,2 
C' b a 
Cj 
B 
B 
A 
A 
As figuras I O e II representam graficamente a 
proliferação fibroblástica provocada com os cimentos nos períodos 
experimentais de 14 e 90 dias, respectivamente. 
Observa-se nestas figuras a vatiabilidade da 
proliferação fibroblástica no conjunto dos espécimes em cada um dos 
grupos experimentais. 
196 
1 2 3 4 ' • 7 8 9 10 11 12 13 14 15 18 17 18 19 20 Seai;oe-; 1 1 1 1 1 3 1 1 3 1 1 1 ' 1 1 1 Apex" 2 1 2 1 2 2 1 2 2 ' 1 1 1 1 1 Sealer26 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 
Ketac Endo 2 2 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 2 1 
FIGURA 11 - Representação gráfica da variabilidade da proliferação fibroblástica 
ocorrida entre os espécimes no período experimental de 90 dias 
197 
5.1.2.2.2 Proliferação Angioblástica 
Aplicando-se a estatística H aos dados da variável 
proliferação angioblástica obtiveram-se as tabelas 5 e 6. 
Verificou-se, na tabela 5, que: 
I. o fator cimento apresentou um valor significante 
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, houve 
amostra representativa para rejeitar-se a hipótese de que os cimentos 
estudados tenham promovido reações iguais em relação à proliferação 
angioblástica. 
A tabela 6 mostrou estas reações em termos de 
postos médios obtidos com os cimentos utilizados, não se levando em 
conta o fator período. Em sua 6 a coluna verificou-se que o Sealer 26 
(conjunto A) proporcionou respostas estatisticamente menores do que 
as observadas para os cimentos Sealapex, Apexit e Ketac Endo, que 
foram estatisticamente iguais entre si (pertenceram ao mesmo conjunto 
B). 
2. o fator período apresentou um valor significante 
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, a amostra 
proporcionou subsídios para afirmar-se que nos períodos de 14 e de 90 
dias ocorreram diferentes respostas em relação à proliferação 
angioblástica. Na tabela 6, em suas 11 a e !2 a linhas, notou-se que no 
período de 14 dias ocorreu uma maior reação (conjunto b) do que a 
ocorrida no período de 90 dias (conjunto a). 
Tabela 5- Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, 
período, interação e comparações múltiplas 
Fonte de Variação G.L. !L p 
Material 3 32,151* 0,000 
Ml vsM2 I 1,653n 0,198 
Ml vsM3 I 25,068* 0,000 
MI vsM4 I 3,528n 0,060 
M2vsM3 I 18,773* 0,000 
M2vsM4 I 0,294n 0,588 
M3 vsM4 I 13,516* 0,000 
Período I 4,998* 0,025 
lnteração: 
Material/Período I 3 5,218n 0,156 
MateriaVPeríodo 2 3 32,560* 0,000 
Ml vsM2 I 0,386n 0,534 
MI vs M3 I 28,286* 0,000 
MI vsM4 l 1,959n 0,172 
M2vsM3 I 20,994* 0,000 
M2vsM4 1 1,946n 0,163 
M3 vsM4 l 13,041* 0,000 
Período/MI I 0,045n 0,832 
Período/M2 I 0,307n 0,576 
Perlodo/M3 1 17,708* 0,000 
Periodo/M4 I 3 346n o 067 
"' -valor stgmficante; n :::: valor não stgmficante. 
198 
3 a interação cimento x período foi significante, 
isto é, houve amostra representativa para rejeitar-se a hipótese de que 
não existe interferência de um fator sobre o comportamento do outro 
fator, dessa interação, com relação à resposta que cada cimento 
proporcionou em relação à proliferação angioblástica. 
Dessa interação, a tabela 6 revelou que: 
i. o fator período interferiu no comportamento dos 
cimentos, pois em cada um dos períodos essa variação foi diferente da 
observada para os mesmos em ambos os períodos; de fato, no período 
de 14 dias os cimentos apresentaram respostas iguais sobre a 
199 
proliferação angioblástica (mesmo conjunto A) e no período de 90 dias 
o Sealer 26 apresentou uma menor resposta (conjunto A), seguido pelo 
Ketac Endo (conjunto B), Sealapex e Apexit que apresentaram reações 
maiores e estatisticamente iguais entre si (conjunto C). Em ambos os 
períodos a variação dos cimentos foi estudada no item número um, 
anteriormente. 
Tabela 6 -Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, 
período e interaçilo cimento x periodo 
--------------Período----------- ) P. médios 
Material 14 dias Cj 90 dias c· ' M te . I Cj 
~I a sr::s Sealapex 38,7 A 44,1 B 
q a a 
Apexit 33,3 A 42,9 C 73,7 B 
q a a 
Sealer26 26,5 A 11,9 A 36,2 A 
Cj b a r 
Ketac Endo 39,5 A 32,3 B i 68,9 B 
C a a ! _____ l. ______________________ , 
P. md. Per. 73,1 59,5 
b a 
ii. o fator cimento interferiu no comportamento da 
ocorrência da proliferação angioblástica nos periodos estudados, porque 
para cada um dos cimentos a proliferação angioblástica ocorrida entre 
os períodos foi diferente da que ocorreu no conjunto de todos os 
cimentos; de fato, notou-se que na presença do Sealer 26, houve maior 
resposta angioblástica (conjunto b) do que a ocorrida no período de 90 
dias, e que na presença do Sealapex, Apexit e do Ketac Endo ocorreram 
respostas estatisticamente iguais nos períodos estudados(conjunto a). 
200 
As figuras 12 e 13 representam graficamente a 
proliferação angioblástica provocada com os diferentes cimentos nos 
períodos experimentais de 14 e 90 dias, respectivamente. 
Verifica-se também a variabilidade da proliferaçao 
angioblástica no conjunto dos espécimes dos diferentes grupos 
experimentais. 
201 
7 8 9 10 ii ,, " " 11 " 201 
IA!>e><it : 
~ ' 1 1 1 1 
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-2 por. Méd. Móv. (Sealapex) ' 
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-2 por. Mêd. Móv. {Apexit) 
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I Sealer 281 --sealer26 I -2 por. Méd. M6v. (Sealer 26) 
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I Ketac Endo I -+-Ketac EnCSo 
-2 por. Méd. Móv. (Ketac Endo) 
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o ' • ' • " " .. " " 
FIGURA 12- Representação gráfica da variabilidade da proliferação angioblástica 
ocorrida entre os espécimes no período experimental de 14 dias. 
202 
I ,. 1: 1: 1• 1i " 11 " 201 --; 
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lsoal"26 I o.< li I o~' lo:; rc; I n' I o.• lo:!io.s\ns~J:: ' 
FIGURA 13 -Representação gráfica da variabilidade da proliferação angioblástica 
ocorrida entre os espécimes no período experimental de 90 dias 
203 
5.1.2.23 Densidade do fibrosamento 
Aplicando-se a estatística H aos dados da variável 
densidade, obtiveram-se as tabelas 7 e 8. 
Verificou-se, na tabela 7, que: 
I. o fator cimento apresentou um valor significante 
para H0 porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, houve 
amostra representatíva para rejeitar-se a hipótese de que os cimentos 
estudados tenham proporcionado reações iguais em relação à densidade 
do fibrosamento 
A tabela 8 mostra essas respostas em termos de 
postos médios obtidos com os cimentos utilizados, não levando em 
conta o fator período. Em sua 6• coluna, verificou-se que o Sealer 26 
(conjunto B) proporcionou resposta estatisticamente maior do que as 
observadas para os cimentos Sealapex, Apexit e Ketac Endo, que foram 
estatisticamente iguais entre si (pertencem ao mesmo conjunto A). 
Tabela 7- Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, 
período, interação e comparações múltiplas 
Fonte de Va~o G.L. H p 
Material 3 9,829* 0,020 
MI vsM2 I 0,074n 0,785 
MI vsM3 I 4,031* 0,043 
MI vsM4 I I ,209n 0,271 
M2vsM3 I 6,264* 0,012 
M2 vsM4 I l,770n O,I83 
M3vsM4 I 8,72I* 0,003 
Período I 41,423* 0,000 
Interação: 
MateriaVPeríodo 1 3 22,048* 0,000 
Ml vsM2 I 1,828n O,I76 
MI vsM3 I 5,757* O,OI6 
MI vsM4 I 4,038* 0,044 
M2vsM3 I 5,341 * 0,020 
M2 vsM4 I 16,704* 0,000 
M3 vsM4 I I8,125* 0,000 
Material/Período 2 3 3,053n 0,383 
Periodo/MI I 14,066* 0,000 
Periodo/M2 I 7,379* 0,006 
Periodo/M3 I 4,169* 0,041 
Periodo/M4 I 20 690* o 000 
-* = valor Significante; n - valor não stgmficante. 
204 
2. o fator período apresentou um valor significante 
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, a amostra 
forneceu subsídios para afirmar-se que nos períodos de 14 e de 90 dias 
ocorreram diferentes respostas em relação a densidade do fibrosamento. 
Na tabela 8, em suas 11 • e 12" linhas, notou-se que no período de 14 
dias ocorreu uma menor reação de fibrose (conjunto a) do que a 
ocorrida no período de 90 dias (conjunto b ). 
3. a interação cimento x período foi significante, 
isto é, houve amostra representativa para rejeitar-se a hipótese de não 
interferência de um fator sobre o comportamento do outro fator dessa 
205 
interação, ou seja, a resposta que cada um proporcionou em relação a 
densidade do fibrosamento. 
De fato, na tabela 8 verificou-se que: 
1. a variação ocorrida entre as respostas 
proporcionadas pelos cimentos em relação à densidade do fibrosamento 
em ambos os períodos (7 • coluna) não se repetiu em presença de 
nenhum período (3a e 5a colunas respectivamente) período sobre o 
fator cimento. 
Tabela 8 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, 
período e interação cimento x período 
------------Período---- ) P. médios 
Material 14 dias Cj 90 dias cq Material Cj 
Sealapex 31,2 B 36,3 A 66,1 A 
Cj a b 
Apexit 39,3 B 28,3 A 63,8 A 
Cj b a 
Sealer 26 48,1 C 35,4 A 82,9 B 
Cj b a 
Ke!ac Endo 18,5 A 30,2 A 54,9 A 
C' a b _____ L _____________________ _ 
P. md. Per. 46,9 87,3 
c· a b 
ii. a variação das respostas ocorridas nos períodos 
estudados no conjunto dos cimentos, descrita na I 1 a linha, repetiu-se 
somente em presença do Sealapex e do Ketac Endo, conforme descrição 
nas 3a 9 a e linhas, respectivamente; esse fato caracterizou a 
interferência do fator cimento sobre o fator período. 
206 
As figuras 14 e 15 representam graficamente a 
densidade do fibrosamento provocada com os diferentes cimentos nos 
períodos experimentais de 14 e 90 dias, respectivamente. 
Verifica-se nestas figuras, a variabilidade da 
densidade do fibrosamento no conjunto dos espécimes. 
207 
" 11 ' 1: ' 13 14 " ,. 1'7 18 18 !21 ' 1 1 1 c 1.- -, 1 : : ---: - : ' ~ ' ' _1 1 
' ' ' i ... , .... , I --sealapex li 
' 
-2 por. Méd. Mõv. (Sealapex) 
' 'T I ,, j 
' ' 
11,5l 
' ' 
' I 0,5 f 
I , 
' o ' • ' ' ' " " 
.. " " 
IApexltl ) --Apexit -2 por. Méd. Móv. {Apexit) I 
---' 
2,:1 
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1,: i 
' 0,5 + 
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I I, Sealer 261 I --sealer26 ll 
' ' I L -2 por. Méd. Móv. (Seafar 26) ' ' ' ' '- • • 
' ~ ? • ,, I ': 1 ' • ' '·' ' ,.: I I • ' ' 
o~ I 
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, 
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! j Ketac Endo I --+--- Ketaç Endo 
' 
I 
-2 por. Méd. Móv. (KeiBc Endo) 
'-
' 0,8! ' I I o.a 1 
' 0,4 + ' ' c.d I 
' o L---' o ~) ' ' • ' ' " " .. " " 
FIGURA 14 - Representação gráfica da variabilidade da densidade do 
fibrosamente ocorrida entre os espécimes no período 
experimental de 14 dias 
208 
1 2 3 4 • 6 7 8 • 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 
SealaDE!~ 3 3 3 3 3 1 3 3 1 3 3 3 3 2 3 3 
IA~m 3 3 1 3 1 2 3 3 3 3 2 2 2 3 2 
lseater26 3 3 2 3 3 3 2 2 2 3 3 3 3 3 3 
Ketac Endo 1 1 2 3 3 3 3 3 1 3 3 3 2 3 3 2 2 3 
I 
'T 
' 
' ' ' I Sealapex ( ' ' ' I I 2,5 t 
,d ' ' 
' ' I 1 1,51 -+-Sealapex 
I , I -2 por. Méd. Móv. (Sealapex) ' ' 
' ' 
' 
1 0,5 f ' ' 
' ' ' I o ' ' 
' 
o • • • " " " " " 20 i L_ 
' ! Apexlt I ' ' ' i --Apexit --2 por. Méd. Móv. {Apexil) ' I ' 
' 2,~ t ' ' ' I ·:f ' ' ' o.• I oj___ 
' 
o , • ' ' " " " " " ~ , ___ 
lsearer26J -+-Sealer 26 
-2 por. Méd. Móv. (Sealer 26) 
'' • ~ 
• 
~ ? • • • • ': t 
'·' ,j 
o.• 
o 
o , • ' ' " " " " " 
' i ......... , -+-- Katac: Emto ' ' ' -2 por. Méd. Móv. (Katac Endo) I 
' 
:j! ' ' I 
' ' ••• ' ' • I • , • ' ' " " " " " ro ~ 
FIGURA 15 Representação gráfica da variabilidade da densidade do 
fibrosamente ocorrida entre os espécimes no período 
experimental de 90 dias 
209 
A figura 16, representa graficamente as médias dos 
fenômenos reparatórios observados após a implantação dos cimentos 
endodônticos estudados, nos períodos experimentais de 14 (A) e 90 (B) 
dias, respectivamente. 
ESCORES 
DENSIDADE DO 
FIBROSAMENTO 
DENSIDADE DO 
FIBROSAMENTO 
14 DIAS 
PROLIFERAÇÃO 
ANGIOBLÁSTICA 
90 DIAS 
PROLIFERAÇÃO 
ANGIOBLÁSTICA 
PROLIFERAÇÃO 
FIBROBLÁSTICA 
PROLIFERAÇÃO 
FIBROBLÁSTICA 
210 
.. SEALAPEX 
.. APEXIT 
SEALER26 
.. KEATAC ENDO 
FIGURA 16 - Representação gráfica das médias dos fenômenos reparatórios observados após a 
implantação dos cimentos nos periodos de 14 (A) e 90 (B) dias. 
211 
5.1.3 Características inerentes ao material obturador 
5.1.3.1 Grupo experimental Sealapex 
Morfologicamente, o Sealapex apresentou-se 
basicamente na forma de granulações finas e negras. Os macrófagos 
interagiam intensamente com esse material, e alguns ficavam negros 
devido aos grânulos do material no interior do seu citoplasma. Essas 
células formavam verdadeiros granulomas do tipo corpo estranho. 
Com relação ao tubo de polietileno, o cimento 
permaneceu nonível da sua abertura e em apenas dois casos, no período 
de 14 dias, o material ficou ligeiramente aquém. 
5.1.3.2 Grupo experimental Apexit 
A estrutura desse material mostrou-se de diferentes 
formas. Uma cristalóide e alaranjada e outra irregular, de cor roxa, mais 
grosseira e de aspecto um pouco maior. Entretanto, a maior parte do 
cimento era formada por uma estrutura escura grosseiramente granular e 
disposta em grumos. 
A parte escura e granular era fagocitavel e estava 
localizada mais na luz do tubo, enquanto que a parte cristalóide 
mostrava localização mais periférica, junto à parede do tubo. Próximo a 
212 
esta parte cristalóide alaranjada não se observavam células 
inflamatórias. 
Uma outra característica foi uma melhor delimitação 
entre o material e o tecido periférico. Nessa interface, havia uma 
pequena faixa com acúmulo predominante de neutrófilos. 
Imediatamente após esta estreita faixa, observou-se um tecido de 
granulação permeado por macrófagos vacuolados ou com partículas do 
material no seu interior. Em continuidade, e perifericamente a esta área, 
observou-se um grande número de macrófagos formando um 
granuloma do tipo corpo estranho, cujas células se apresentavam 
vacuoladas e ricas em partículas e grânulos do material. 
Morfologicamente, tinha-se a impressão de que os 
macrófagos saturavam-se do material e aglomeravam-se próximos a ele. 
5.1.3.3 Grupo experimental Sealer 26 
Este cimento apresentou um arcabouço ou matriz 
hialina rósea, irregular, amorfa, cujos espaços por ela delineados 
mostravam-se preenchidos por um material negro, que se apresentava 
na forma de grumos irregulares e poliédricos. Às vezes, parte deste 
cimento apresentava-se na forma de granulações grosseiras 
impregnando esta matriz. Em alguns dos espaços observados, notaram-
se formações de cor púrpura ou lilás e de aspecto grosseiramente 
granular. 
213 
Em determinadas regiões arroxeadas deste cimento, 
observaram-se pequenas partículas cristalóides e birrefringentes. A 
parte fagocitável do material parecia corresponder a essas granulações. 
Perifericamente ao material, notaram-se formações 
cristalóides de cor alaranjada e contorno irregular. Essas formações 
cristalóides guardavam certa semelhança com os cristais do cimento 
Apexit. 
Nos espaços entre as partes constituintes do 
material, às vezes, encontrava-se rede de fibrina e invasão celular. 
Tanto os macrófagos como as CGM!s presentes ao 
redor do cimento pareciam alongar-se na tentativa de recobrir a porção 
não fagocitavel do material. Contornando a região acima descrita, pode-
se observar uma cápsula fibrosa. 
5.1.3.4 Grupo experimental Ketac Endo 
Este cimento era formado por partículas 
aparentemente soltas, cristalóides, de tamanho variado, birrefringentes e 
grosseiramente esféricas. 
De acordo com a refringência apresentada, 
observou-se que essas partículas eram poliédricas, semelhantes ao 
diamante facetado, e estavam incluídas em uma espécie de matriz de 
aspecto hialino e mais basofilico. Partes desta matriz se particulava e 
apresentava macrófagos vacuolados e com pedaços de partículas no seu 
214 
interior, delimitando-a. Ela também apresentava imagens negativas de 
estruturas cristalóides. 
5.2 Avaliação do selamento marginal apical 
5.2.1 Dados obtidos 
Os dados obtidos experimentalmente nas 
mensurações das infiltrações apicais figuram na tabela 9. 
Tabela 9- Valores da infiltração apical de acordo com o cimento 
e período de imersão no corante (mm) 
corante 1,584 1,860 
0,072 0,648 
0,780 1,332 
apôs6meses 0,660 1,260 
1,146 1,416 
1,452 1,344 
de contam 0,438 0,852 
0,528 1,128 
2,088 2,280 
como plasma 2,064 2,006 
sangüíneo 1,524 1,656 
0,600 1,188 
0,840 1,344 
0,276 1,260 
Imersao 0,300 0,984 1,386 
0,480 1,032 1,464 
0,960 1,584 1,908 
imediata 0,000 0,564 0,648 
0,156 0,696 1,080 
0,288 0,960 1,260 
no corante 0,396 1,008 1.452 
0,504 1,104 1,524 
0,516 1,116 0,720 1,641 
0,864 I ,260 I ,320 \,824 
0,120 0,588 0,000 1,080 
0,228 0,840 0,144 1,080 
0,336 0,984 0,360 1,392 
5.2.2 Análise estatística 
215 
Aos dados da tabela 9, aplicou-se o modelo 
estatístico de análise de variância, originando as tabelas I O e 11. 
216 
Tabela 1 O - Análise de variância realizada a partir dos 
I das . fi! va ores lD trações a tcats 
Fonte de 
Variação G.L. S.Q. Q.M. F p 
Cimento 3 10,982 3,661 13,872* 0,000 
Imersão 1 5,978 5,978 22,653* 0,000 
Cim. xlm. 3 1,878 0,626 2,372n 0,074 
Residual 112 29,554 0,264 
• -valor stgnificante; n- valor mlo stgnificante. 
Examinando as tabelas I O e II pode-se verificar 
que: 
I O fator cimento apresentou um valor significante 
para F 0 porque o valor de p foi menor do que o nível de significância 
adotado de 0,05. Assim, houve evidência amostral para rejeitar-se a 
hipótese de que esse fator tenha propiciado efeitos iguais sobre a 
infiltração, independentemente do fator imersão. Na 6•e ?•colunas da 
tabela li notou-se que os cimentos Sealapex e Sealer 26 permitiram 
infiltrações médias estatisticamente iguais, porque ambas pertenceram 
ao mesmo conjunto A, ( 0,772mm e 0,737 mm, respectivamente) e 
menores do que as observadas para os cimentos Apexit e Ketac Endo. 
Esses também foram estatisticamente iguais entre si porque 
pertenceram ao mesmo conjunto B ( 1,277 mm e I ,423 mm, 
respectivamente). 
Tabela 11 -Médias, erro-padrão e conjuntos de médias iguais para a 
infiltração de acordo com o cimento, imersão e interação 
cimento x imersão (mm) 
-- lmernão -- ' Cimenlo Após 6 m. Cj. Imediata Cj ! Md./Cim. 
Sealapex 
Apexit 
Sealer 26 
Ketac Endo 
1,146 A 0,397 
1,563 B 0,991 
0,933 A 0,542 
1,459 B 1,387 
' Ai 
' Bi 
Af 
si 
' E.P.= l 
~m I --------------------------' 
Md./lm. 1,275 0,829 
E.P.= 
0,066 
0,772 
1,277 
0,737 
1,423 
Cj. 
A 
B 
A 
B 
E.P. 
0,094 
2!7 
2 O fator imersão apresentou um valor significante 
para F 0 porque o valor de p foi menor do que o nível de significância 
adotado de 0,05. Assim, houve evidência amostral para rejeitar-se a 
hipótese de que com esse fator tenha ocorrido efeitos iguais sobre a 
infiltração, independentemente do fator cimento. Na 8 • linha da tabela 
II notou-se que com a imersão no corante após 6 meses de contato com 
o plasma sangüíneo, ocorreu uma infiltração média (1,275 mm) maior 
do que a ocorrida na imersão imediata (0,829 mm). 
3 o valor de F 0 relativo à interação cimento x 
imersão não foi significante porque o valor de p foi menor do que o 
nível de significância adotado de 0,05. Esse fato indicou que a 
variabilidade ocorrida entre os cimentos e descrita nas 6•e 7•colunas 
da tabela 11 ocorreu também em cada uma das imersões aplicadas no 
experimento e que a variabilidade ocorrida entre as imersões e descritas 
218 
na 8 a linha da tabela 11 ocorreu também na presença de cada cimento. 
Os efeitos médios ocorridos na interação entre os fatores estudados 
foram dados na parte superior esquerda da tabela 11 , entre as linhas 
pontilhadas. 
A figura 17, representa graficamente as infiltrações 
médias ocorridas com os cimentos avaliados nos dois períodos de 
imersão no corante. 
O Imediato 
• Após 6 meses 
Sealapex Apexit Sealer 26 Ketac 
Endo 
FIGURA 17 -Representação gráfica das médias das infiltrações apicais ocorridas 
com a utilização dos cimentos estudados, nos diferentes períodos 
experimentais 
5.3 Análise morfológica em aumento de alta resolução dos 
cimentos após a obturação dos canais radiculares e após um 
período de seis meses, utilizando-se da microscopia de força 
atômica 
5.3.1 Grupo experimental Sealapex 
219 
No período inicial, após a obturação, este cimento 
apresentou-se com aspecto granular. A maioria dos grãos possuía 
tamanho pequeno tendo em média de 334 a 1307mn'. Alguns destes 
eram mais salientes e pontiagudos. Em determinadas regiões observou-
se os grãos bem próximos uns dos outros, dando a impressão de uma 
estrutura mais plana. Observaram-se também,pequenas depressões na 
superfície do material, que pareciam constituir a substância ligante do 
cimento. 
A figura 18 mostra a superfície do cimento 
Sealapex, lado B, no período inicial de observação. 
• nm é abreviatura de nanometro~ 
l 000 nrn corresponde a um micrometro. 
220 
FIGURA 18 - Superficie do cimento Sealapex após a obturação do canal. 
Fotomicrografia pelo AFM. (aumento: 8400x). 
Uma avaliação quantitativa das dimensões dos grãos 
foi feita a partir de análises morfológicas via AFM, usando a 
distribuição de freqüência de variação de altura das partículas 
(histograma), na superfície do material. 
No histograma, observa-se um valor máximo de 
freqüência das partículas na superfície da amostra, onde se localiza um 
número máximo de partículas com altura correspondente. 
A largura a meia altura do histograma caracteriza em 
média a medida dos grãos da superfície do cimento avaliado. 
221 
O histograma 1 é um indicativo da morfologia da 
superfície do cimento Sealapex no período inicial de avaliação. 
m 
depth [nmJ 
per centage 
1023. 05 
0.89 
~ +----------+--------~ 
t3o .o ru 0 . 5 perce n tage 
1.0 
HISTOGRAMA 1 - Referente a superficie do cimento Sealapex após a obturação 
do canal radicular 
Observa-se a partir do histograma que a variação no 
tamanho das partículas deste cimento foi muito grande. 
Após 6 meses de imersão no plasma sangüíneo, 
tanto para o lado B quanto para o lado A, observou-se uma superfície 
mais lisa, ainda mantendo a característica granular, mostrando menor 
222 
rugosidade, isto é, sugerindo uma alteração no tamanho médio das 
partículas constituintes do cimento. 
Embora tenha havido uma diminuição na 
rugosidade superficial, não houve dificuldades na obtenção das imagens 
da superficie que permaneceu em contato direto com o plasma 
sangüíneo humano (lado B). 
A figura 19 mostra a superfície B do cimento 
Sealapex após seis meses de contato com o plasma sangüíneo humano. 
FIGURA 19 - Superfície B do cimento Sealapex após seis meses de manutenção 
em plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (awnento: 
8400x). 
223 
O histograma 2 é um indicativo da morfologia da 
superfície B do cimento Sealapex após seis meses de contato com o 
plasma sangüíneo. 
.c 
+> a.. 
QJ 
-u 
depth[nmJ 
percentage 
196 . 67 
0.88 
0 . 7 
per·centage 
1.3 
HISTOGRAMA 2 - Referente à superfície B do cimento Sealapex após seis meses 
de contato com o plasma sangüíneo 
Observa-se neste histograma que as partículas da 
superfície do cimento que se mantiveram em contato direto com o 
plasma, passaram a ter um tamanho médio entre 116 e 215nm. Isto 
mostra que houve uma diminuição no tamanho das mesmas. 
224 
A figura 20 mostra a superfície A da amostra, com o 
cimento Sealapex após seis meses de manutenção em plasma sangüíneo 
humano. 
FIGURA 20 - Superfície A do cimento Sealapex após seis meses de manutenção no 
plasma. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento: 8400x). 
O histograma 3 é um indicativo da morfologia da 
superfície do lado A do cimento Sealapex após a manutenção das 
amostras durante seis meses em plasma sangüíneo. 
CJ 
depth [nmJ 
percenta ge 
270 . 59 
1.11 
Hí s tcgram 
~ .,._------+----'""---i 
l/)0 . 0 0 . 6 1. 2 
perce ntage 
225 
HISTOGRAMA 3 - Referente à superficie A do cimento Sealapex após seis meses 
de contato com o plasma sangüineo 
A partir do histograma 3, observa-se que a maioria 
dos grãos, em média, possuía um tamanho aproximado entre 201 e 
345nm. Isto mostra que com o passar do tempo, ocorreu uma mudança 
na superfície do cimento em contato com o plasma e que estas 
caminham até a superfície do lado A. 
226 
5.3.2 Grupo experimental Apexit 
Na análise imediata, as imagens obtidas mostraram 
que este cimento era constituído de estruturas predominantemente 
granulares de diferentes tamanhos e irregulares. Isto culminou em uma 
superfície também irregular. 
A figura 21 mostra as características da superfície do 
cimento Apexit no período inicial de análise. 
FIGURA 21 - Superfície do cimento Apexit após a obturação do canal. 
Fotomicrografia pelo AFM. (aumento: 8400x). 
227 
O histograma 4 é um indicativo da morfologia da 
superfície do cimento Apexit no período inicial de avaliação. 
g 
(T) 
..,. 
depth(nmJ 
percentage 
385.23 
0 .88 
~ +---------+---------4 
~0 . 0 0 .5 
percentage 
0.9 
HISTOGRAMA 4 - Referente à superficie do cimento Apexit após a obturação do 
canal radicular 
Notou-se, a partir do histograma uma maior variação 
do tamanho dos grãos nesta superfície. A maioria das partículas deste 
cimento possuía granulações com tamanho médio distribuído na faixa 
entre 286 a 606nm. 
228 
Após 6 meses de imersão no plasma, a superfície do 
lado B, sofreu desintegração das partículas impossibilitando sua análise 
pelo AFM Este lado, quando visualizado na microscopia óptica, 
mostrou grandes alterações na superfície do cimento, deixando assim, a 
guta-percha mais saliente, e impedindo uma boa aproximação da ponta 
da sonda escaneadora do AFM 
Observando as imagens obtidas do lado A, podem-
se verificar as alterações ocorridas na estrutura do material. Notou-se 
uma uniformidade maior nos tamanhos dos grãos na superfície. 
Possivelmente, os grãos mais salientes tenham se solubilizado o que 
determinou uma superfície mais regular. 
A figura 22 mostra as características da superfície A 
do cimento Apexit após seis meses de manutenção das amostras em 
plasma sangüíneo humano. 
229 
FIGURA 22 - Superfície A do cimento Apexit após seis meses de manutenção no 
plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). 
O histograma 5 é um indicativo da morfologia da 
superfície A do cimento Apexit após seis meses de manutenção das 
amostras em contato com o plasma sangüíneo humano. 
.!: 
+J 
a. 
OJ 
"'O 
depth[nm] 
percentage 
138 . 87 
0 . 99 
Histcgram 
o ~----------------~.-. o 
(T) 
00 +-----------------~~~ (T) ..... 
IJl 
IJl +----------+--------~ 
ftjo .o 0 . 6 
percentage 
1.1 
230 
HISTOGRAMA 5 - Referente à superfície A do cimento Apexit após seis meses de 
contato com o plasma sangüíneo 
Nota-se a partir do histograma que o tamanho médio 
das partículas sofreu uma grande variação, apesar desta superfície não 
ter entrado em contato direto com o plasma sangüíneo. O tamanho 
médio das partículas variou entre 90,6 e 189nm. 
231 
5.3.3 Grupo experimental Sealer 26 
As imagens obtidas da superficie deste cimento no 
período inicial mostraram que o mesmo é constituído de uma estrutura 
granular e homogênea. As medidas das partículas deste cimento 
mostraram granulações com tamanho médio entre 193 a 324nm. 
A figura 23 mostra as características da superficie do 
cimento Sealer 26 no período inicial de avaliação. 
FIGURA 23 - Superficie do cimento Sealer 26 após a obturação do canal. 
Fotomicrografia pelo AFM.(aumento: 8400x). 
232 
O histograma 6 é um indicativo da morfologia da 
superficie do cimento Sealer 26 no período inicial de avaliação. 
depth[nml 
percentage 
295. 31 
1. 3 4 
Histogram 
o ~--------------~--~ o 
(T) 
00 +---------4----
[Ro .o 0 . 8 
pe r c entage 
1. 6 
HISTOGRAMA 6 - Referente à superfície do cimento Sealer 26 após a obturação 
do canal radicular 
Observa-se a partir do histograma que existe maior 
regularidade no tamanho das partículas, pois a largura a meia altura é 
bastante estreita. O tamanho médio se encontra entre 195 e 324nm. 
233 
Após seis meses de imersão no plasma sangüíneo, 
verificou-se pouca alteração na superfície do Sealer 26, sendo que estas 
alterações não ocorreram no lado A. Em alguns pontos, observaram-se 
áreas de desintegração e grãos com maior irregularidade. Também o 
tamanho médio destas granulações foi um pouco maior, quando 
comparado ao período inicial. Isto pode ser verificado no histograma 7, 
referente ao lado B da amostra. 
A figura 24 mostra as características da superfície B 
do cimento Sealer 26 no períodoexperimental após seis meses de 
contato com plasma sangüíneo humano. 
FIGURA 24 - Superfície B do cimento Sealer 26 após seis meses de manutenção no 
plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento: 6100x). 
o 
depth (nm)- 445 
percentage 0.80 
Data Hiatogram 
234 
895.35 nm 
HISTOGRAMA 7 - Referente à superficie B do cimento Sealer 26 após seis meses 
de contato com o plasma sangüíneo 
A partir do histograma verificou-se que a mawr 
parte das partículas possuía em média tamanho entre 390 e 650nm. 
Também notou-se semelhança na superficie do material com o período 
inicial que é visto graficamente comparando-se os histogramas 6 e 7. 
235 
5.3.4 Grupo experimental Ketac Endo 
As imagens obtidas da superfície deste cimento no 
período inicial evidenciaram um material constituído de pequenas 
granulações. Pode-se perceber que estas granulações eram esféricas, 
pequenas e uniformes, com poucas partículas mais salientes. Esta 
uniformidade de tamanho caracterizou uma maior regularidade da 
superfície do cimento. 
Apesar da uniformidade das partículas e da 
superfície, observaram-se pequenas depressões na forma de pequenas 
fendas. 
A figura 25 mostra as características da superfície do 
cimento Ketac Endo no período inicial. 
236 
FIGURA 25 - Superfície do cimento Ketac Endo após a obturação do canal. 
Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x). 
O histograma 8 é um indicativo da morfologia da 
superfície do cimento Ketac Endo no período inicial de observação. 
depth(nmJ 
per~centage 
176.56 
0.20 
Hís;tcgram 
o ~~----------------~ o 
1.0 
percentage 
2.0 
237 
IDSTOGRAMA 8 - Referente à superficie do cimento Ketac Endo após a 
obturação do canal 
A partir deste histograma, observa-se a regularidade 
das partículas constituintes deste cimento. A maioria dos grão possuía 
tamanho médio que variou entre 73 e 135nm. 
Decorridos seis meses de manutenção no plasma 
sangüíneo, o lado B, apresentou-se bastante irregular. Foi possível a 
visualização de uma maior depressão entre as partículas granulares. 
238 
A figura 26 mostra as características da superfície B 
do cimento Ketac Endo após seis meses de contato com plasma 
sangüíneo humano. 
FIGURA 26 - Superficie B do cimento Ketac Endo após seis meses de manutenção 
no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento: 
8400x). 
239 
O histograma 9 é um indicativo da morfologia da 
superfície do lado B do cimento Ketac Endo após seis meses de contato 
com o plasma sangüíneo humano. 
CD 
depth[nm] 
percentage 
47.09 
0.70 
~ +---------4-~------~ 
f.rlO. O 0.5 
percentage 
1.1 
HISTOGRAMA 9 - Referente à superfície B do cimento Ketac Endo após seis 
meses de contato com o plasma sangüíneo 
Nesta superfície foi visível a alteração provocada 
pelo plasma sangüíneo. O histograma 9 mostra esta alteração. A maior 
parte destas partículas possuía um tamanho médio entre 37,8 e 71nm. 
Estas alterações caminharam até a superfície 
correspondente ao lado A. 
240 
A figura 27 mostra as características da superfície A 
do cimento Ketac Endo após seis meses de manutenção das amostras no 
plasma sangüíneo humano. 
FIGURA 27 - Superfície A do cimento Ketac Endo após seis meses de manutenção 
no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento: 
8400x). 
241 
O histograma 1 O é um indicativo da morfologia da 
superfície do lado A do cimento Ketac Endo após seis meses de contato 
com o plasma sangüíneo humano. 
..c 
+) 
0.. 
QJ 
"'O 
ru 
depth[nmJ 
percentage 
Histogram 
48.30 
1.00 
~ +---------+-----~--4 
0'10.0 0.6 1.3 
percentage 
HlSTOGRAMA 1 O - Referente à superfície A do cimento Ketac Endo após seis 
meses de contato com o plasma sangüíneo 
Observa-se a partir deste histograma, que a 
superfície do lado A também mostrou maior irregularidade mesmo não 
tendo entrado em contato direto com o plasma sangüíneo humano. A 
maioria dos grãos possuía um tamanho médio entre 22,9 e 55nm. 
6 DISCUSSÃO 
6.1 Dos cimentos obturadores 
A busca para se conseguir um cimento obturador de 
canal radicular com propriedades biológicas ideais, reativou a atenção dos 
pesquisadores após os resultados obtidos nas pesquisas com o uso do 
hidróxido de cálcio. Essa substância, quando colocada em contato com o 
tecido pulpar inflamado ou não, induziu a formação de uma barreira de 
tecido mineralizado (Zander254, 1939; Glass & 
1961; Cabrini35 et ai., 1965; Sampaio199, 1967). 
78 62 Zander , 1949; Eda , 
Rasmussen & Mjõr194, 1971, verificaram que após 18 
semanas, o contato do hidróxido de cálcio com o tecido conjuntivo 
favoreceu o aparecimento de estruturas isoladas através da reação de Von-
Kossa. Heithersay96, desde 1975, dizia que o hidróxido de cálcio poderia 
atuar como uma solução tampão sobre os produtos ácidos do processo 
inflamatório, favorecendo o reparo. 
O mecanismo exalo da atuação do hidróxido de cálcio 
no processo de reparo, não é conhecido. Possivelmente, o aumento do pH, 
243 
resultado da liberação de íons hidroxila, possa favorecer a mineralização 
(Bourne29, 1971; Tronstad et al.241 , 1981). Tomeck et al.238, em 1983, 
salientaram que a presença de grandes quantidades de íons cálcio foi 
mitogênica para fibrob1astos pulpares. Ainda de acordo com Foreman & 
Bames68, 1990, o pH alcalino poderia neutralizar o ácido láctico secretado 
pelos osteoclastos evitando a destruição do tecido mineralizado. Holland & 
Souza98, 1985, mostraram que no início da mineralização, o cálcio advém 
do hidróxido de cálcio e não do tecido. Assim, o alto pH combinado com a 
disponibilidade de íons cálcio, teria efeito favorável sobre a mineralização. 
Ainda os trabalhos de Leonardo 137, 1973; Leonardo & 
Holland138, 1974; Holland et al. 105, 1979, observaram em humanos que a 
colocação de hidróxido de cálcio em contato com o coto pulpar, após as 
biopulpectomias, preservou a vitalidade deste tecido, e em seguida, houve 
a deposição de tecido mineralizado obliterando o forame apical. 
Devido às dificuldades e até mesmo às limitações do 
hidróxido de cálcio quanto às propriedades fisicas para um material 
obturador permanente, os pesquisadores passaram a pensar na 
incorporação desta substância aos cimentos endodônticos. 
Oliveira172, 1977, realizou um trabalho em que 
associou diferentes porcentagens de hidróxido de cálcio ao cimento AH26. 
Verificou haver um aumento do pH que atingiu valores de 9,5 até 11,6; 
valores estes acima dos observados com o cimento original. Notou ainda 
que o acréscimo de 20 a 40% de hidróxido de cálcio a este cimento, 
favoreceu o aparecimento de calcificações, quando o mesmo foi 
244 
implantado em tecido conjuntivo de ratos. Utilizando um outro modelo 
experimental, Berbere7, 1978 e Passarinbo182, 1984, confirmaram estes 
resultados. 
Na década de oitenta, começaram a surgir no mercado 
especializado os primeiros cimentos à base de hidróxido de cálcio e, 
seqüencialmente, pesquisas sobre as suas propriedades biológicas e tisico-
químicas. 
Ainda no intuito de obter um cimento endodôntico 
ideal, Fogel67, 1977; Kartal & Durmaz123, 1990, realizaram obturações de 
canais radiculares utilizando materiais restauradores com propriedades 
adesivas à estrutura dental. 
Pitt Ford189, 1979; Saunders et al. 200, 1991, em estudos 
de infiltração marginal obturaram canais radiculares com guta-percha e 
cimentos de ionômero de vidro restaurador. Enquanto que, Saunders & 
Saunders201, 1992, e Saunders et al.202, 1992, avaliaram uma resma 
composta associada ao ionômero de vidro. 
Recentemente surgiu no comércio especializado um 
cimento de ionômero de vidro específico para endodontia -Ketac Endo. 
Tidswell et al. 234, 1994, Pilatti & Zardo186, 1994, Smith & Steiman211 , 
• 1994., Holland et ai., 1995; avaliaram o selamento apical deste cimento. 
E, Pissiotis & Spangberg188, 1994, avaliaram a citotoxicidade de seus 
componentes. 
* HOLLAND. R. et al. Influence of dentin surface treatment on the apicalmicroleakage ofthe glass 
ionomercement Ketac Endo. (Aceito para publicação nolnt. Endod. J., em 1994.) 
245 
Na revisão da literatura por nós realizada, verificaram-
se estudos controversos sobre as propriedades biológicas e fisico-químicas 
de cimentos endodôntícos à base de hidróxido de cálcio. Notaram-se 
também, poucos trabalhos sobre os novos cimentos à base de hidróxido de 
cálcio - Apexit e Sealer 26 -, e sobre o cimento Ketac Endo - ionômero de 
vidro. 
Assim, achamos conveniente o estudo da 
biocompatibilidade e de algumas propriedades fisicas dos cimento 
Sealapex, Apexit, Sealer 26 e Ketac Endo. 
6.2 Da Biocompatibilidade 
6.2.1 Da metodologia 
Uma das propriedades mais importantes de um cimento 
endodôntico é que o mesmo seja bem tolerado pelos tecidos que com ele, 
eventualmente, entrarão em contato. 
O implante de cimentos em tecido subcutâneo de 
animais avalia a compatibilidade in vivo de materiais que serão utilizados 
em contato prolongado com o tecido conjuntivo (ISO/TR 7405 119, 1984). 
Os resultados deste método podem ser usados como fonte preliminar de 
informação sobre a biocompatibilidade de cimentos endodônticos (Zmener 
263 et ai. , 1988). 
246 
Assim, os trabalhos de Holland100 et ai., 1971, Benatti 
Neto et al. 14, 1982; Zmener & Domingues261 , 1983; Kawakami et at. 126, 
1987; Zmenei63 , et al., 1988; Leal et al. 134, 1988; Zmener et al.264, 1988; 
Zmener. et ai?65, 1990; Molloy et at. 163, 1992., avaliaram a 
compatibilidade biológica de diferentes materiais endodônticos, 
implantando-os no tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. 
No presente trabalho, os cimentos Sealapex, Apexit, 
Sealer 26 e Ketac Endo, também foram implantados no tecido conjuntivo 
subcutâneo de ratos, possibilitando uma análise comparativa da 
biocompatibilidade destes cimentos. Entretanto, é importante considerar 
que esta metodologia possui limitações próprias do modelo experimental 
utilizado, e que os resultados obtidos neste trabalho, como em qualquer 
outro trabalho utilizando diferentes animais, não devem ser extrapolados 
diretamente para as condições clínicas reais em humanos. 
Um outro aspecto que merece considerações sobre a 
metodologia empregada, diz respeito aos tubos de polietileno. Tubos de 
diferentes composições podem ser utilizados para abrigar os cimentos a 
serem testados possibilitando que estes sejam implantados nos tecidos dos 
animais. Gutierrez et al. 91 , 1969 e Zanoni et at.255, 1988, utilizaram tubos 
de dentina, enquanto que Zmener & Domingues262, 1985; e Zmener et 
al.264, 1988, utilizaram tubos de silicone. Já, Leal 122 et al., 1988; Holland et 
al93, 1971 e Makkes et al153 ., 1977, empregaram tubos de polietileno e o 
consideraram como um modelo adequado. 
247 
Assim, como neste trabalho, Malloy et al163., 1992, 
utilizaram tubos de polietileno para implantação de cimentos endodônticos 
em tecido subcutâneo. Consideraram que além de um modelo adequado, a 
superficie lateral do tubo pode ser utilizada como controle. Esta afirmação 
está de acordo com a ISO/Tr 7405119, 1984, que indica a realização de 
análises comparativas entre as reações ocorridas nesta superficie e àquelas 
ocorridas nos tecidos da extremidade do tubo, em contato com o material 
em teste. 
Os resultados desta pesquisa mostraram a boa 
tolerància tecidual destes tubos. Verificou-se a formação de intensa capsula 
fibrosa em contato com a parede externa dos mesmos e ao redor desta, um 
tecido com caracteristicas de normalidade, isento de células inflamatórias. 
Ainda com relação aos tubos de polietileno, de acordo 
com a ISOffR 7405119, 1984, os mesmos devem ter medidas conhecidas. 
Já em 1969, Langeland et al 132., diziam que a padronização dessas medidas 
permitiria controlar facilmente a quantidade de material a ser colocado em 
contato com os tecidos. Olsson et al 174., 1981, verificaram que tubos 
longos (com mais de sete milímetros de comprimento), possibilitam a 
obtenção de uma superficie lateral suficiente para servir como controle. 
Utilizamos nesse experimento, tubos com dez 
milímetros de comprimento e com I ,3 milímetros de diâmetro interno. 
Pôde-se confirmar as constatações acima citadas. Verificou-se também que 
o comprimento do tubo facilitou o seccionamento e a remoção dos 
mesmos durante os procedimentos da histotécnica, sem danificar as peças. 
248 
Quanto ao estado dos cimentos no momento de 
implantação, Olsson et al174., 1981, consideraram deficiente o método de 
realizar os implantes com o cimento ainda não endurecido por acreditarem 
que o mesmo sofra extravasamento provocando uma resposta tecidual 
alterada. Orstavik & Mjõr176, 1988; Sonat et al215 ., 1990, concordam com 
estes autores e dizem que, após um período de 24 h de endurecimento não 
existe o risco de extrusão do material, mas também ressaltam que os 
cimentos urna vez endurecidos provavelmente serão menos irritantes para 
os tecidos. 
Portanto, neste trabalho, os cimentos foram 
implantados imediatamente após sua manipulação tomando-se o cuidado 
de evitar extravasamento. Acreditamos que o implante logo após a 
manipulação dos cimentos reflete melhor as condições clínicas usuais. Em 
nossos resultados, observou-se mínimo extravasamento sendo que, na 
quase totalidade dos espécimens, o material estava contido na luz do tubo. 
A implantação dos quatro materiais em teste num 
mesmo animal, em sistema de rodízio, possibilitou um equilíbrio entre 
regiões e animais, evitando interferência das condições anatômicas, 
sistêmicas e nutritivas, nas avalíações comparativas dos cimentos. 
Durante as análises microscópicas, cada grupo 
experimental recebeu um código, para impedir possíveis avaliações 
tendenciosas por parte dos examinadores. 
Ainda devem-se ressaltar os critérios utilizados para as 
análises microscópicas das reações teciduais provocadas pelos cimentos. 
249 
Procurou-se avaliar as reações tanto quantitativalsubjetiva quanto 
qualitativa. De acordo com Leonardo 143, 1992; Molloy et a1163., 1992; 
Camargo38, 1993; Berbert & Consolaro19, 1994, as análises 
quantitativalsubjetiva dos fenômenos inflamatórios, fenômenos 
reparatórios e reações correlatas, desde que efetuadas por observadores 
experientes, determinam resultados confiáveis para serem utilizados na 
avaliação dos cimentos estudados. 
6.2.2 Dos resultados 
Neste trabalho, aos 14 dias pode-se verificar que o 
Sealapex provocou uma reação inflamatória com predomínio de células 
macrofágicas. Estas células interagiam intensamente e diretamente com o 
material e apresentavam seus citoplasmas carregados de partículas negras 
oriundas, provavelmente, do material obturador. Reações semelhantes 
foram observadas por Leal. et ae34., 1988; Birman. et al21 ., 1990; Molloy. 
et al163., 1992, enquanto que Holland & Souza98, 1985, só observaram esta 
reação quando este cimento extravasava para os tecidos periapicais em 
obturações de canais radiculares de dentes de cães. 
Em 1988, Tronstad. et al.240 verificaram que o Sealapex 
foi removido do interior dos tubos de polietileno e foi substituído por um 
tecido conjuntivo contendo macrófagos. Estas células encontravam-se 
carregados de partículas do material no interior de seus citoplasmas. Já em 
nossos experimentos, verificamos que este cimento permaneceu no interior 
250 
dos tubos, onde apenas as partículas fagocitadas foram carreadas pelos 
macrófagos. 
No período inicial de nossos experimentos, os cimentos 
Apexit e Sealapex apresentaram respostas inflamatórias semelhantes. 
Entretanto, Buntak-Kobler et.al34., 1994, não verificaram reações iguais 
entre estes cimentos, visto que, a resposta inflamatória ao Sealapex foi 
mais severa nos períodos iniciais de observação. 
Com relação ao Ketac Endo, verificou-se que, aos 14 
dias, as reações inflamatórias provocadas por esse cimento foram 
significantemente maiores que as reações observadas com os demais. 
Dos quatro cimentosestudados, o Sealer 26 foi o que 
provocou a menor resposta inflamatória. Esta reação apresentou grau 
discreto ou moderado. Procurou-se observar a presença de necrose tecidual 
em contato com este cimento que, de acordo com Spangberg et a!'18., 
1993; Berbere7, 1978, a presença da hexametilenotetramina, presente neste 
cimento, pode liberar formaldeído levando a esta alteração tecidual. 
Acreditamos que esta modificação não tenha sido por nós verificada pois 
ainda de acordo com Spangberg et a1218., 1993, esta reação somente ocorre 
nos períodos iniciais pós manipulação do cimento e em pequenas 
concentrações, desaparecendo com o endurecimento do material . 
Analisando a tabela um, verifica-se que aos 14 dias, a 
menor reação inflamatória foi provocada pelo Sealer 26, seguido pelo 
Sealapex e Apexit que apresentaram magnitude de inflamação semelhante. 
251 
O cimento Ketac Endo provocou reação tecidual significantemente maior 
do que os demais cimentos. 
Aos 90 dias, notou-se que o grupo experimental 
Sealapex provocou uma reação inflamatória maior que a observada no 
periodo inicial. Estes resultados estão de acordo com os estudos de 
Zmener, et al263, 1988, e Zmener, et al265., 1990, que notaram haver um 
aumento da resposta inflamatória com o tempo. Já Leal et.ae34., 1988; 
Birman et. al21 ., 1990, e Molloy et. al163 ., 1992, não verificaram diferenças 
nas reações inflamatórias provocadas por este cimento em diferentes 
periodos experimentais avaliados. Entretanto, Yelsilsoy et at'53., 1988, 
observaram o aparecimento de calcificações, no tecido conjuntivo, após 
injeção subcutânea deste material em porquinhos da Guiné. 
Provavelmente, as respostas obtidas no presente 
trabalho, expliquem-se pela grande interação que os macrófagos têm com 
o Sealapex. De acordo com Herbert & Consolaro19, 1994, os PMNs em 
contato com o Sealapex liberam enzimas para o meio extracelular, 
destruindo as proteínas estruturais do tecido. É possível, que esta lise 
teci dual possa atrair macrófagos para esta região e segundo Camargo 38, 
1993, este cimento interage com os macrófagos, propiciando uma 
renovação celular constante requisitada e estimulada pela morte celular 
presente. 
Na análise microscópica comparativa dos cimentos, os 
gráficos das figuras 10, I I, 12, 13, 14 e 15 mostram a relatividade da 
comparação direta. Em cada grupo, especialmente no que tange à 
252 
densidade de fibrosamento, proliferação angioblástica e proliferação 
fibroblástica, a variabilidade entre os espécimes foi extremamente 
marcante no grupo Sealapex, seguido pelo Apexit. Embora a proliferação 
fibroblástica e angioblástica tenha sido intensa aos 14 dias no grupo 
Sealapex, havia espécimes onde estes fenômenos se apresentavam 
discretos, o mesmo ocorrendo com relação à densidade de fibrosamento. 
No parágrafo anterior, valorizou-se a variabilidade 
interespécies ocorrida, especialmente no grupo Sealapex, seguido do 
Apexit. 
Na figura 9A, observa-se que o grupo Sealapex 
apresentou uma indução inflamatória moderada, tal como o Apexit, mas 
aos 90 dias o grupo Sealapex apresentou-se com uma atividade 
comparativamente maior que os demais (figura 9B). 
Numa avaliação microscópica comparativa do processo 
inflamatório, não se deve priorizar aspectos quantitativos, mas também 
relevar os aspectos qualitativos. As respostas inflamatórias induzidas 
foram predominantemente macrofágicas em decorrência do tempo 
experimental escolhido. 
Nota-se pelos resultados do AFM, que o Sealapex, 
apresentou uma grande desintegração que foi vista após seis meses. Esta 
propriedade do Sealapex implica em decorrente liberação de produtos 
desta desintegração. Confirmam estes resultados os estudos de Tagger et 
al227., 1988 e Leonardo et al 142., 1992, que verificaram uma alta 
solubilização deste cimento. 
253 
Em paralelo, acumula-se ao redor deste cimento uma 
maior concentração de macrófagos carregados de partículas do material, 
ampliando a área inflamatória, mas não dificultando o fibrosamento e a 
proliferação fibroblástica como se vê aos 90 dias nas figuras 4B e 5B. 
Nos granulomas de baixa renovação celular ou do tipo 
corpo estranho, o encapsulamento periférico decorrente do fibrosamento é 
estimulado pelas citocinas e fatores de crescimento liberados pelos 
macrófagos em plena fagocitose; por extrapolação o mesmo pode estar 
ocorrendo nesta situação em relação ao Sealapex. Embora com uma área 
considerável de inflamação, os fenômenos reparatórios ocorrem 
simultaneamente. 
Esta instabilidade estrutural e constante liberação dos 
produtos, preservando um processo inflamatório macrofágico ao seu redor 
pôde ser confirmada pelas análises no AFM, do Sealapex. Aos seis meses a 
aparência era diferente e totalmente modificada. 
Quando se obtura o canal radicular com um cimento à 
base de hidróxido de cálcio, é desejável que ocorra a dissociação de íons 
cálcio e hidroxila, que são estimuladores do processo de selamento 
biológico apical. 
Por outro lado, para que ocorra o selamento hermético 
do canal, é importante que o cimento não sofra desintegração. Observa-se 
pelos resultados do AFM, ao comparar os histogramas 1, 2 e 3 e as figuras 
18, 19 e 20, que a perda de integridade verificada na estrutura do Sealapex 
após seis meses tornou-o com uma superficie mais uniforme. Ainda se 
254 
notarmos os dados obtidos no selamento apical, verificamos que o 
Sealapex, juntamente com o Sealer 26, infiltraram significantemente 
menos que os demais, mesmo após um período de seis meses. 
Portanto, é possível que este cimento tenba sofrido uma 
maior desintegração apenas nos primeiros meses, e com o passar do tempo 
esta desintegração tenba diminuído gradativamente, não chegando a 
interferir nestes resultados. No entanto, para se confirmar esta hipótese é 
necessário que se realizem estudos sobre as alterações ocorridas com este 
cimento a longo prazo. 
No período de 90 dias, o cimento Apexit provocou uma 
pequena diminuição na resposta inflamatória, o que não foi observado por 
Buntak-Kobler et al34., 1994, pois em seus estudos verificaram ausência de 
reação inflamatória com o Apexit num período experimental de 60 dias. 
Nas tabelas um e dois, pode-se verificar que não houve 
diferenças significantes entre as reações inflamatórias com o Apexit nos 
diferentes períodos experimentais avaliados. Pela análise com o AFM, 
verificou-se que este cimento apresentou qrande desintegração. Também 
observou-se que pela grande irregularidade da estrutura deste cimento, o 
processo de perda de integridade do Apexit continuará ocorrendo por 
longos períodos. Isto implica no acúmulo de macrófagos manteodo uma 
resposta inflamatória de longa duração. 
Nas tabelas um e dois, também foi verificado que no 
periodo experimental de 90 dias as reações inflamatórias provocadas pelo 
Apexit e Ketac Endo foram iguais entre si, menores do que as observadas 
255 
com o Sealapex e significantemente maiores do que as verificadas com o 
Sealer 26. 
De fato, dos quatro cimentos estudados, o Sealer 26 
provocou a menor resposta inflamatória nos dois períodos experimentais. 
Com este cimento, observou-se que as reações inflamatórias eram mínimas 
ou até mesmo ausentes após 90 dias de avaliação (Quadro 9). Já em 1978, 
Berbere7, ao adicionar hidróxido de cálcio ao cimento AH26 (à base de 
resina epóxica), verificou, em dentes de cães, a boa tolerància deste 
cimento. Estes resultados foram confirmados por Passarinho182, 1984. 
Nossos resultados mostraram que as partículas 
fagocitadas (partículas negras) no período inicial, após 90 dias já haviam 
sido digeridas pelas células macrofágicas ou levadas à distància. A porção 
não fagocitável, de aspecto hialino róseo (que provavehnente corresponda 
ao componente resinoso), ainda estava presente, porém se manteve inerte. 
Esta característica do material é satisfatória pois de acordo com 
Camargo38, 1993,o desejável para o cimento endodôntico é que ele 
desempenhe satisfatoriamente seu papel fisico e que biologicamente as 
células do organismo nem sequer o reconheçam como elemento a ser 
fagocitado. O ideal entretanto, se houver interação, é que o material 
contenha elementos indutores de diferenciação celular e de síntese de 
matriz orgânica osteocementária. 
Com o cimento Sealer 26, verificou-se que após 90 
dias houve a formação de uma intensa cápsula de tecido fibroso e indícios 
de calcificação no tecido conjuntivo próximo a este material. Esta mesma 
256 
reação foi observada por Oliveira 172, 1977, ao adicionar hidróxido de 
cálcio ao cimento AH26. 
Entretanto, não verificamos na literatura trabalhos 
sobre a atuação do hidróxido de cálcio do cimento Sealer 26. De acordo 
com Tagger et al227., 1988, a porcentagem de liberação de íons do 
hidróxido de cálcio depende das propriedades intrínsecas do material ou 
seja, o tipo de base que a ele está associado. 
Verificamos na análise por AFM, que o Sealer 26 
possw uma estrutura que sofre pouca desintegração. Sendo assim, 
possivelmente o hidróxido de cálcio, presente neste cimento, só teria ação 
em períodos mais curtos, até a exaustão da alcalinidade da superficie do 
cimento. 
Entretanto, outros estudos devem ser realizados para 
avaliação exata dos componentes deste cimento e sobre as reações 
químicas que ocorrem com o mesmo logo após a sua manipulação e após 
longos períodos. 
Já com o cimento Ketac Endo, inicialmente pudemos 
verificar uma intensa resposta inflamatória que diminuiu signicantemente 
aos noventa dias. De acordo com Pissiotis & Spangberg"8, 1994, os 
componentes deste cimento não são citotóxicos quando analisados 
separadamente. Também Zmener & Cabrini259, 1986, utilizando cultura de 
células, observaram menores efeitos tóxicos com um cimento de ionômero 
de vidro do que com os cimentos AH26, Diaket, Tubliseal e Fynal. 
257 
De acordo com Causton43 , 1981, o cimento de 
ionômero de vidro ao entrar em contato com a umidade, nas primeiras 
horas de endurecimento, sofre uma quebra nas ligações cruzadas da matriz 
de gel, com conseqüente desintegração do mesmo. Pudemos confirmar esta 
desintegração na análise por AFM. 
Entretanto, verificamos que os processos reparatórios 
prosseguiram, e após 90 dias, pode-se observar a formação de uma espessa 
cápsula fibrosa em contato com o material obturador. 
Numa avaliação global dos processos inflamatórios, 
além da intensidade dos fenômenos e dos aspectos qualitativos entre os 
quais se incluem aspectos relacionados ao exsudato e infiltrado, seus 
componentes e extensão de comprometimento, há de se relevar ainda os 
aspectos relacionados à manipulação, consistência e outras características 
dos cimentos avaliados que podem influenciar os resultados. 
6.3 Do Selamento marginal apical 
6.3.1 Da metodologia 
Uma das propriedades tisicas mrus estudadas dos 
cimentos endodônticos é a avaliação do selamento marginal apical. Para 
isto são utilizados diferentes métodos. Jacobson & Von Fraunhofer122, 
1976, desenvolveram o método eletroquímico que resulta em um caminho 
eletrolítico contínuo onde a corrente elétrica que passa pelo defeito 
258 
existente na obturação, pode ser medida quantitativamente. Douglas & 
Zacariasen59, 1981; Ichesco et al118., 1991, analisaram quantitativamente o 
corante infiltrado utilizando espectrofotometria. Wu et ae50., 1994, 
utilizaram o mecanismo de transporte de fluidos, onde uma solução é 
pressionada na abertura cervical de dentes tratados endodonticamente, para 
verificar a passagem de fluidos pelo interior da obturação. Outro método é 
a mensuração linear utilizando-se de radioisótopos (Going et aC9., 1960; 
Holland et al 102., 1974; Hoping et al114., 1986), e de corantes (Bonetti 
Filho et ae7., 1987; Holland et al108., 1990; Valeri42, 1993), sendo este 
último o mais usual. 
A mensuração com o uso de corantes baseia-se na 
suposição de que a penetração linear do traçador pode indicar o 
comprimento do espaço existente entre a obturação e as paredes do canal. 
Preferimos estudar o selamento marginal apical 
utilizando a penetração de corantes por ser um método simples, seguro e 
apresentar resultados definidos. 
No que diz respeito ao corpo de prova utilizado, parece 
que existe um consenso entre os pesquisadores para a escolha de dentes 
extraídos (Leonardo et a1141 ., 1980; Bonetti filho et ae'., 1987; Madison et 
a1 150., 1987; Holland et a1' ., 1995; Holland & Murata97, 1993; Valeri42, 
216 *• 1993; Souza et ai ., 1994 Holland et ai ., 1995.). Com relação ao dente 
• HOLLAND, R. et al. Análise do selamento marginal obtido com quatro cimentos obturadores à base de 
hidróxido de cálcio. (Enviado para a Rev. Assoe. Paul. C ir. Dent.) 
•• HOLLAND, R., MURA TA, S. S., SALffiA, O. Efeito a curro e médio prazo dos resíduos de 
hidróxido de cálcio na qualidade do selamento marginal após a obturação de canal. (Aceito para 
publicação na Rev. Paul. Odontol., em 20 de janeiro de 1994.) 
259 
de escolha, a preferência está baseada naqueles que possuem o menor 
número possível de variáveis anatômicas, permitindo padronizar o máximo 
possível a metodologia, possibilitando comparações mais confiáveis dos 
resultados obtidos. 
Neste experimento, foram selecionados dentes que 
possuíssem raízes com anatomia radicular semelhante dando preferência 
àquelas em que o forame apícal possuía o mínimo desvio do vértice 
radicular. As coroas dentais foram removidas e as raízes desgastadas no 
terço cervical até se obterem comprimentos radiculares padronizados que 
permitiram iguais condições de trabalho em todos os espécimes. 
Quando se avaliam os dados relativos à infiltração, a 
idade do dente ou a quantidade de dentina esclerosada devem ser levadas 
em consideração. Portanto, procurou-se realizar uma distribuição simétrica 
dos dentes nos diferentes grupos experimentais, de acordo com o diãmetro 
original dos canais. Pashley180, 1990, diz que dentes jovens teriam os 
canalículos dentinários mais amplos e em maior quantidade, permitindo 
uma melhor adesividade, em profundidade, dos cimentos à dentina com 
conseqüente melhora no selamento marginal. Ainda Ischeco et ae"., 1991, 
sugeriram que dentes de indivíduos jovens tendem a apresentar maior 
infiltração do que os idosos. Também de acordo com Kuttler130, 1955, com 
o avançar da idade há uma diminuição progressiva do diãmetro do canal 
radicular no limite cemento-dentina-canal (C.D.C.). 
Neste trabalho, procurou-se realizar a distribuição das 
raizes de forma simétrica quanto ao diâmetro original dos canais 
260 
radiculares. Sabemos que o ideal seria selecionar dentes de origem e 
condições clínicas conhecidas, e realizar avaliação microscópica do ápice 
radicular. Esta seleção, nos dias atuais, é bastante dificil. Portanto, foi feita 
toda a tentativa de padronização das condições dos dentes utilizados, 
evitando discrepância entre os resultados obtidos nos diferentes grupos 
experimentais. 
A sobreinstrumentação dos canais, ampliando o forame 
até o instrumento nº 30, possibilitou que todos os espécimes tivessem 
condições semelhantes para a penetração do corante, com uma área de 
contato de igual diâmetro entre o material obturador e a solução traçadora, 
em todas as raízes. Alguns autores preferem realizar a instrumentação e 
obturação de toda a extensão do canal radicular (Leonardo et al141 ., 1980; 
Bonetti Filho et ae7., 1987; Holland. et al 110., 1991). Outros como Slender 
et ae09., 1991; Tanomaru Filho. et al232., 1991, realizaram a padronização 
do forame seguido de um recuo para a confecção do batente, de forma 
semelhante ao realizado no presente trabalho. 
Nossa metodologia também toma como base os estudos 
de Kuttler130, 1955, que verificou que o forame apical não acaba 
exatamente no vértice radicular de forma que, a ampliação do forame com 
instrumentos do maior diâmetro,favoreceria a formação de zip ou 
transporte do mesmo. Portanto, o batente apical foi confeccionado a partir 
do instrumento nº 35 e realizado até a lima nº 60, possibilitando um 
anteparo definido e suficiente para o material obturador. Isto facilitou as 
medidas das infiltrações a partir deste limite, concordes com os trabalhos 
261 
de Slender et al209 ., 1991; Tanomaru Filho et al232., 1991; Holland & 
Murata97, 1993. Também pode-se verificar no presente trabalho, que 
durante as análises das infiltrações não houve dificuldade na localização do 
batente apical e conseqüentemente das leituras das infiltrações a partir 
deste. 
Ainda em relação ao preparo dos canais, o 
escalonamento e a regularização das paredes internas do canal no terço 
cervical, permitiram melhores condições de acesso ao terço apical com 
conseqüente melhora na qualidade das obturações (Leonardo & Leal139, 
1991 ). Este fato foi constatado pela qualidade das obturações vistas 
radiograficamente em todos os grupos experimentais. 
Para que houvesse um maior contato do cimento 
obturador com as paredes dos canais, a camada residual foi removida 
utilizando-se a solução de EDTA durante três minutos, período durante o 
qual esta solução foi agitada com o instrumento memória. O smear layer, é 
formado nas paredes dos canais radiculares após a biomecânica podendo 
invadir o interior dos túbulos dentináríos. A remoção da camada residual, 
possibilita uma maior penetração do material obturador no interior dos 
túbulos dentinários com conseqüente melhora no selamento marginal das 
obturações (Goldberg & Abramouich80, 1977; Wayrnan.et al244., 1979; 
Gettleman et al77., 1991). Holland et al 106., 1988, utilizaram o EDTA 
durante 3 minutos após o preparo biomecânico e observaram melhor 
limpeza das paredes dos canais, favorecendo a obturação de suas 
ramificações. 
262 
Para que o corante penetrasse apenas pelo forame 
apical, realizamos a impermeabilização de toda a superficie radicular 
externa. Existem várias substâncias que podem ser utilizadas com esta 
finalidade. Rothier et ai197., 1987, utilizaram somente esmalte para unhas; 
Valera242, 1993; Souza et ai216., 1994, utilizaram araldite e esmalte para 
unhas. Jacobsen et ai 121 ., 1993, avaliaram a efetividade do esmalte para 
unhas, cera pegajosa, resina epóxica e resina para fundição, como agentes 
impermeabilizantes em estudos de infiltração de curto e longo prazo. 
Verificaram que a curto prazo todos os impermeabilizantes testados são 
bons mas em estudos de longa duração a cera pegajosa demonstrou 
resultados mais satisfatórios. 
Neste trabalho, foram realizadas avaliações do 
selamento apical imediato e mediato, após um periodo de 6 meses de 
armazenamento em plasma sangüíneo humano. Portanto, utilizaram-se 
para a impermeabilização externa, três camadas de esmalte para unhas e 
sobre estas uma espessa camada de cera pegajosa. Pudemos constatar a 
efetividade desta impermeabilização nas 13 6 raízes utilizadas. Após a 
remoção do corante, as raízes foram lavadas em água corrente e as 
camadas de impermeabilização foram removidas. Pode-se verificar que as 
superficies radiculares estavam isentas de corante, que foi observado 
apenas na extremidade apical da raiz, no forame apical, que ficou exposto à 
solução traçadora. 
263 
Um outro ponto que merece considerações sobre a 
metodologia empregada diz respeito ao corante, veículo e método de 
imersão dos espécimes na solução traçadora. 
Dentre os vários elementos traçadores para as medidas 
de infiltrações, a maioria dos autores prefere a utilização de corantes 
(Leonardo et al 141 ., 1980; Gomes de Moraes83, 1984; Bonnetti Filho et 
al27., 1987; Holland et al108., 1990; Sleder et ae09., 1991; Holland et 
al109.,1991; Valera242, 1993). Neste esrudo, foi utilizado o corante azul de 
metileno a 2% solubilizado em plasma sangüíneo humano. Matloff et 
al155., 1982, compararam o corante azul de metileno e três compostos de 
radioisótopo e observaram maior uniformidade na penetração com este 
corante; Souza et ae16., 1994, comparando corantes fluorescentes com o 
azul de metileno a 2% observaram variabilidade mais coerente com o azul 
de metileno. Kersten & Moorer128, 1989, sugerem que o azul de metileno 
tem infiltração comparável com o ácido butírico, que é um produto 
metabólico dos microorganismos. Além disto, a utilização deste corante, 
apresenta uma boa resolução, é de fácil manuseio e é econômico. 
Existem divergências entre os pesquisadores em 
relação ao tempo em que os dentes devem permanecer imersos na solução 
traçadora. Para o azul de metileno a 2% Holland et al110., 1991, 
mergulharam os dentes por 24 h; Holland et al109., 1991, mantiveram os 
espécimes imersos por 12 h após um período de lO min de imersão em 
ambiente de vácuo. Estrela et al65., 1993, imergiram os dentes em azul de 
metileno a 0,5% mantendo-os assim por 70 h. Zmener257, 1987, avaliando 
264 
o selamento apical de cimentos endodônticos à base de hidróxido de 
cálcio, utilizou o azul de metileno a 5%, e manteve os dentes imersos na 
solução por um período de I, 3 e I O dias. Observou que com o tempo 
houve aumento significante das infiltrações com todo o material avaliado. 
Souza et al216 ., 1994, utilizaram o azul de metileno a 2%, nos períodos de 
24 e 168 h de imersão. Encontraram uma avaliação mais precisa no 
período de 168 h. Assim, neste trabalho optou-se pela imersão dos 
espécimes no corante azul de metileno a 2% durante 7 dias ( 168 h). 
Quanto ao veículo utilizado para a solubilização do 
corante, Grossman88, 1978, sugeriu a utilização de meios de cultura 
diluídos a fim imitar o exsudato inflamatório ou os fluidos teciduais. 
Valera, 1993, utilizou a saliva artificial como veículo do elemento 
traçador, em estudo de infiltração cervical. Negm"9, 1989, avaliou o efeito 
do sangue humano sobre o selamento apical de cimentos endodônticos. 
Neste trabalho, utilizou-se o plasma sangüíneo humano, que possui 
viscosidade mais próximas do fluido teci dual. 
O plasma sangüíneo foi trocado semanalmente, 
mantido em condições de temperatura próximas à do corpo humano e em 
ambiente asséptico para evitar a deterioração do mesmo. 
Um detalhe importante na presente metodologia foi o 
emprego do vácuo no momento da imersão dos espécimes na solução 
traçadora. Kwan & Harrington 131 , 1989, num estudo sobre selamento 
apical, após preparos para núcleos, observaram a presença de espaços 
vazios nas obturações de canais radiculares, principalmente em áreas de 
i I 
• I 
I I 
• I 
265 
curvatura apical. Verificaram que apesar da existência desses espaços, não 
houve a penetração de corante. Spradling & Senia220, 1982, observaram 
que o ar aprisionado no interior de canais radicu1ares vazios, muitas vezes 
impedia uma completa penetração de corante. Outros autores como 
Spangberg et al217., 1989, avaliaram o efeito do ar aprisionado sobre a 
capacidade da solução corante em preencher completamente os canais 
radiculares com obturações contendo espaços vazios previamente 
conhecidos. Só observaram completa penetração do corante quando 
utilizaram um ambiente com vácuo. 
Também em 1989, Goldman et al.82 realizaram um 
estudo de penetração de corante utilizando canais vazios e canais 
obturados com guta-percha que apresentavam um defeito conhecido nessas 
obturações. Observaram penetração total do corante somente com a 
remoção prévia do ar aprisionado, utilizando uma bomba de vácuo. 
Concluíram que para os estudos de infiltração serem significativos é 
108 necessária a remoção prévia do ar aprisionado. Holland et ai .,1990, 
realizaram um estudo de infiltração marginal de canais radiculares 
obturados, onde compararam o uso ou não do vácuo antes da imersão dos 
dentes no corante. Observaram maior infiltração marginal quando se utiliza 
o vácuo. Estes resultados justificam a metodologia empregada e a 
confiabilidade dos resultadospor nós obtidos. 
Outro fator que merece discussão na metodologia 
empregada diz respeito aos controles utilizados. Canalda-Sabli et al.40, 
1992; Swanson & Madison225, 1987, realizaram um estudo de infiltração 
I 
, I 
266 
utilizando controles positivo e negativo. No controle positivo, os canais 
foram obturados com cones de guta-percha sem cimento e as aberturas 
cervical e apical foram mantidas sem agente impermeabilizante. No 
controle negativo, os canais foram obturados com cimento e cones de guta-
percha e as superficies radiculares externas foram totalmente 
impermeabilizadas. Observaram completa penetração do corante e 
ausência total de penetração em cada um dos respectivos controles. 
Neste estudo, preferiu-se incluir dentro de cada grupo 
experimental, uma raiz como controle positivo (CP) e outra como negativo 
(CN) com o objetivo de monitorar internamente cada grupo. Pudemos 
verificar em todos os grupos experimentais, a total penetração do corante 
no CP e uma superficie radicular isenta de qualquer resíduo do corante no 
CN. 
Uma importante observação diz respeito à utilização de 
avaliações das infiltrações a curto e a longo prazo. Holland et ai. 104, 1976, 
notaram maior infiltração apical no periodo imediatamente após a 
obturação; enquanto que Leonardo et ai. 141, 1980, observaram aumento 
significante da infiltração após 15 dias. 
Os estudos de Haache et al.93, 1986, mostraram 
aumento da infiltração com o tempo em periodos que variavam de um a 
trinta días, sendo que Lim & Tid-Marsh145, 1986, notaram que o aumento 
destas infiltrações ocorria em até 12 semanas e que após 26 semanas havia 
uma melhora do selamento das obturações. Por outro lado, eles não 
encontraram diferenças estatisticamente relevantes em comparação com os 
267 
períodos iniciais. Barnett et al.I3, 1989, avaliaram a infiltração in vivo. Os 
períodos de observação foram de noventa dias e um ano. Os resultados 
apontaram uma melhora significativa do selamento marginal apical de 
cimentos à base de hidróxido de cálcio após um ano. Sleder et al.Z09, 1991, 
também não observaram diferenças significantes no selamento apical após 
duas ou trinta semanas de armazenamento. Peters183, 1986, verificou haver 
dissolução dos cimentos endodônticos após um período de dois anos em 
contato com a água. 
Leonardo et al. 141, 1980; Leal et a1. 136, 1987; 
Holland et al. 109, 1991; Sonat214, 1991; Holland et ai.' , 1995; Bonetti 
•• Filho et ai. , 1995, constataram também um aumento significativo das 
infiltrações com o passar do tempo. Entretanto, Hovland & Dumsha117, 
1985, avaliando as infiltrações imediatas e após 30 dias, não enconttaram 
diferenças significantes em suas magnitudes. Valera242, 1993, registrou que 
obturações expostas à saliva artificial por períodos de sete a 14 dias, 
apresentavam um aumento significativo da infiltração marginal. 
Com base na possibilidade de dissolução dos 
cimentos com o passar do tempo e nas diferenças entre as avaliações das 
infiltrações imediatas e após um período de armazenamento, achamos 
conveniente a realização desta pesquisa comparando o selamento apical 
• HOLLAND, R., MURA TA, S. S., SALffiA, O. Efeito a cuno e médio prazo dos resíduos de hidróxido 
de cálcio na qualidade do selamemo marginal após a obturação de canal. (Aceito para publicação na 
Rev. Paul. Odontol., em 20 de janeiro de 1994.} 
•• BONETTI FILHO, L, TANOMARU FILHO, M., LEONARDO, R. T. Avaliação in vitro da 
capacidade seladora na região cervical de dentes obrurados com Sealapex e Fill Canal - Influência 
do tempo de armazenagem e da remoção parcial da obturação. (Aceito para publicação) 
268 
imediato e após um período de manutenção das raízes por seis meses em 
plasma sangüíneo humano. 
6.3.2 Dos resultados 
Observando os dados da tabela nove, verificamos que 
no período inicial o cimento Sealapex mostrou infiltração média menor do 
que os demais cimentos. 
Estes resultados estão coerentes com os obtidos nos 
trabalhos de Alexander & Gordon\ 1985; Canalda-Sahli et al.40, 1992; 
Barkhordar. et al. 12, 1992; que comparam o selamento marginal do 
Sealapex com outros cimentos endodônticos e constataram as menores 
infiltrações com este cimento. Já os estudos de Zmener257, 1987; Moraes et 
al. 165, 1987; Rothier et al. 197, 1987; Barkholdar et al.ll, 1989; Estrela et 
a!. 65, 1993, comparando o Sealapex com cimentos à base de resina e de 
óxido de zinco e eugenol e não encontraram diferenças nas infiltrações 
médias obtidas. 
Os bons resultados no selamento apical com o cimento 
Sealapex imediatamente após a obturação dos canais são esperados, pois 
apesar da solubilização presente neste cimento (Tagger et al.227, 1988; 
Leonardo et al. 142, 1992), o mesmo apresenta uma estrutura porosa que 
absorve a umidade causando uma expansão inicial (Caicedo & Von 
Fraunbofer36, 1988). Holland & Murata97, 1993; em seu trabalho, 
observaram que o contato do cimento obturador com o hidróxido de cálcio 
determina uma expansão do material obturador com conseqüente melhora 
269 
no selamento marginal. Como o Sealapex contém óxido de cálcio na sua 
composição ocorre expansão durante a reação de endurecimento, 
concordes com Wu et af51 ., 1994. 
Ainda com base na tabela nove, observou-se que no 
período inicial as infiltrações aumentaram na seguinte ordem: Sealapex, 
• Sealer 26, Apexit e Ketac Endo. Holland et ai , 1995, comparando o 
selamento obtido com os cimentos Sealapex, Apexit e Sealer 26, 
observaram as menores infiltmções com o Sealapex mas sem diferenças 
significantes daquelas verificadas com os demais. Os cimentos Apexit e 
Sealer 26 exibiram infiltmções semelhantes entre si. Estes resultados são 
contrários aos observados por Limkangwalmongkol et al. 147, 1991; 
Linkangwalmongkol et a1. 146, 1992, que compararam o Sealapex ao Apexit 
e observaram maiores infiltmções com o Sealapex. As divergências obtidas 
entre estes trabalhos podem ser devidas a uma série de variáveis como a 
técnica de imersão dos dentes no corante, método de análise das 
infiltmções e outras. 
Pela tabela 11, verificou-se que o Sealapex provocou a 
menor média de infiltração mas sem diferenças estatísticas daquelas 
registradas com o Sealer 26. 
Se observarmos a tabela nove, notamos que houve uma 
variabilidade muito gmnde entre a maior e a menor infiltração ocorrida 
com a utilização do Sealer 26. Durante as leituras das infiltmções, 
observou-se que as amostras que apresentaram maior penetmção de 
• HOLLAND., R. et ai. Análise do selamento marginal obtido com quatro cimentos obturadores à base 
de hidróxido de cálcio. (Enviado para a Rev. Paul. Cir. Dent.). 
270 
corante no sentido longitudinal, possuíam bolhas na união entre o cimento 
e as paredes do canal e entre o cimento e os cones de guta-percha. Isto 
pode ser atribuído ao pequeno escoamento por nós observado ou ser 
devido ao stress de contração durante a polimerização observado também 
por Wu et al251 ., 1994, utilizando o cimento AH26. 
Notamos algumas dificuldades durante a inserção do 
cimento no interior dos canais. Provavelmente uma melhora no 
escoamento deste cimento poderia eliminar a ocorrência de bolhas durante 
as obturações. Concorda com nossa observação o trabalho de Wu et al251 ., 
1994, que correlacionou o baixo escoamento com o aparecimento de 
bolhas durante a inserção do cimento obturador. 
Verificando a tabela 11, nota-se que os cimentos 
Sealapex e Sealer 26 apresentaram infiltrações significantemente menores 
do que as observadas com o Apexit e Ketac Endo. Entre estes dois últimos 
cimentos, as maiores infiltrações foram registradas com o Ketac Endo 
embora sem diferenças estatísticas entre eles. Já os estudos de Holland et 
• ai. , 1995, verificaram haver semelhanças nas infiltrações entre os 
cimentos Apexit e Sealer 26. Estas diferenças podem estar relacionadas 
com o tempo em que os espécimes permanecem imersos no corante. 
Os trabalhosde Pilatti & Zardo186, 1994, e Homing & 
!IS Kessler , 1995, estão de acordo com os nossos resultados, observados na 
tabela três. Estes autores compararam o selamento obtido com o Sealapex 
HOLLAND., R. et al. Análise do selamento margmal obtido com quatro cimentos obturadores à base 
de hidróxido de cálcio. (Enviado para a Rev. Paul. C ir. Dent.). 
27l 
e com o Ketac Endo. Observaram menores infiltrações com o Sealapex. 
Também, Wu et al251 ., 1994, verificaram haver maior transporte de fluidos 
no interior de canais obturados com o Ketac Endo. 
Realmente, pode-se verificar no presente trabalho, que 
o cimento de ionômero de vidro infiltra mais e também apresenta grande 
desintegração, confirmada pelo AFM. De acordo com Causton43, 1981, 
quando este cimento é exposto a umidade ocorre uma quebra nas ligações 
cruzadas do mesmo. Também o trabalho de Olson et al. 173, 1990, citam a 
umidade como um fator que pode impedir a adequada adaptação do 
cimento de ionômero às paredes dentinárias. 
Porém, nos estudos de infiltração in vitro, após a 
obturação existe um pequeno periodo em que o cimento fica exposto ao ar 
e de acordo com Smith & Steiman211 , 1994, este cimento também é muito 
sensível ao ressecamento durante o endurecimento, devendo-se tomar o 
cuidado de não deixa-lo desidratar. É possível que pequenas exposições ao 
ar em condições in vitro levem à desidratação podendo influenciar nos 
resultados da infiltração. A utilização do cimento de ionômero de vidro em 
trabalhos clínicos e in vitro deve ser criteriosa, evitando o contato direto 
com a umidade e também o ressecamento deste cimento. 
Realmente existem muitas dúvidas em relação ao uso 
do ionômero de vidro na endodontia. Esperava-se com este cimento, obter 
melhores propriedades seladoras, pois de acordo com Geiger & Weiner76, 
1993, existe uma forte união entre a dentina e o cimento de ionômero de 
272 
vidro, inclusive com a formação de uma camada intermediária entre eles. 
Entretanto não foi o que observamos. 
Em nossos estudos utilizou-se a técnica de obturação 
pela condensação lateral ativa com cones de guta-percha. Cotti et al.50, 
1994, verificaram com esta técnica, que canais obturados com cimento de 
ionômero de vidro, apresentavam maiores índices de infiltrações quando 
comparados com a técnica do cone único. Tidswell et al.234, 1994, também 
observaram menores infiltrações com a técnica do cone único mas, sem a 
remoção do smear layer. Powis et al. 192, 1982, verificaram que o EDTA 
reduz a força de adesão deste cimento à dentina. Contrário aos estudos de 
Saunders et al.201 , 1992, que verificaram penetração do cimento de 
ionômero de vidro no interior dos túbulos dentinários apôs a remoção do 
smear layer. Enquanto que o trabalho de Pilatti & Zardo186, 1994, 
verificou que o uso do EDTA, não alterou a capacidade de selamento do 
Ketac Endo, mas diminuiu a infiltração apical do Sealapex. 
Já o estudo de Barakat et al.8, 1988, avaliou o efeito de 
duas concentrações de ácido poliacrílico por um período de 30 segundos, 
para a remoção do smear layer. Consideraram também o condicionamento 
ativo (friccionando o ácido na superfície) e o passivo (sem friccionar o 
ácido na superfície). Observaram que os túbulos estavam mais abertos apôs 
o condicionamento ativo, entretanto, relataram que é indesejável 
superatacar a dentina, o que leva a uma remoção dos grupos químicos 
( íons de cálcio ou fosfato), que serão envolvidos na adesão do ionômero de 
vidro às paredes dentinárias. 
273 
• Interessante que nos experimentos de Holland et a!. , 
1995, foram realizadas comparações entre o selarnento obtido com o Ketac 
Endo e Sealapex, tendo como variáveis a camada residual ou a colocação 
prévia de um curativo de hidróxido de cálcio e PMCC. O uso do EDTA e o 
uso do curativo de hidróxido de cálcio diminuíram significantemente a 
infiltração nos canais obturados com Ketac Endo, mas o Sealapex exibiu, 
em todas as situações, infiltrações significantemente menores. 
De Gee et a!. 55, 1994, compararam a capacidade selante 
do Ketac Endo com a Resina epóxica -AH26-. Observaram que o Ketac 
Endo infiltrou significantemente mais que o AH26. Estes autores 
atribuíram a alta infiltração do Ketac Endo, ao seu rápido endurecimento 
que permite uma maior contração volumétrica e maior falha de adesão 
durante o endurecimento. Os estudos de Chong et al.46 1993, estão de 
acordo com esta afirmação. .. 
Também os experimentos de Bonetti Filho. et ai. 
1995, avaliaram a capacidade seladora do Ketac Endo, Sealer 26 e Fill 
canal. Verificaram que o cimento Ketac Endo infiltrou significativamente 
mais que os demais. 
Os resultados obtidos após seis meses de contato com o 
plasma sangüineo mostraram uma modificação na seqüência das 
infiltrações observadas. Em ordem crescente de infiltrações verificou-se 
Sealer 26, Sealapex, Ketac Endo e Apexit. Apesar disto, os cimentos 
• HOLLAND, R. et ai. Influence of dentin surface treatment on the apical microleakage ofthe glass 
ionomer cement Ketac Endo. (Aceito para publicação no lnt. Endod. J., em 1994.) 
•• BONETTI FILHO,l et ai. Avaliação in vitro da capacidade seladora de novos cimentos obturadores 
de canais radiculares através da infdtração do corante azul de metileno a 2%. (no prelo). 
274 
Sealapex e Sealer 26 continuaram a exibir infiltrações significantemente 
menores e estatisticamente iguais entre si. Também com os cimentos 
Apexit e Ketac Endo, apesar deste último ter apresentado uma média de 
infiltração menor, não houve diferenças significantes entre ambos. 
Comparando estes dados com os resultados obtidos 
com a análise por AFM, podemos verificar que existe uma correlação entre 
ambos. Observou-se a menor perda de superficie com o cimento Sealer 
26. Com o Sealapex, observou-se grande perda de estrutura mas ao final 
de seis meses este se mostrou com uma caracteristica mais uniforme e 
resistente à desintegração. 
Já o cimento Apexit apresentou a maior altemção com 
grande perda de estrutura, seguido pelo Ketac Endo. Também na 
infiltração, observou-se pior selamento com o cimento Apexit seguido pelo 
Ketac Endo. Como já ressaltamos, o cimento Apexit possui uma variedade 
muito grande de componentes em sua formulação e provavelmente uma 
pobre matriz unindo suas partículas constituintes, o que causa uma maior 
facilidade de desintegração com perda do selamento marginal. 
As infiltrações observadas com o cimento Ketac Endo 
aumentaram significantemente após seis meses. Diferente dos resultados 
de Horning & Kessler115, 1995, que verificaram após nove meses de 
estocagem em solução salina, um aumento das infiltrações com o uso do 
cimento Ketac Endo, mas sem diferenças significantes das observadas nos 
periodos iniciais. 
275 
Em nossos estudos, as infiltrações médias aumentaram 
significantemente com o tempo, para todos os cimentos (p < 0,05%). 
Também os estudos de Leonardo et al128., 1980; Gomes de Moraes
83
, 
1984; Haach et ai. 93, 1986; Leal et al136., 1987; Holland, et al. 109, 1991; 
Sonat214, 1991; Holland et a!.' , 1995, Bonetti Filho et ai. .. , 1995, 
verificaram aumento das infiltrações com o tempo. 
Num aspecto global dos resultados das infiltrações por 
nós verificadas, os melhores resultados foram obtidos com os cimentos 
Sealapex e Sealer 26, enquanto que os piores foram verificados com o 
Apexit. Na interação cimento versus tempo, notou-se que a menor 
infiltração foi observada com o cimento Sealapex aos 14 dias e a maior 
infiltração foi verificada com o cimento Apexit após seis meses de imersão 
no plasma sangüíneo humano. 
A avaliação por nós realizada e pelos demais trabalhos 
da literatura aqui mencionados, mostra a importância da realização de 
estudos de infiltração a longo prazo. Resta ainda saber se períodos maiores 
do que este por nós estudado não provocariam alterações ainda maiores no 
selamento marginal dos cimentos endodõnticos. 
HOLLAND,R., MURA TA, S. S., SALIBA, O. Efeito a cuno e méd1o prazo dos resíduos de hidróxido 
de cálcio na qualidade do selamento marginal após a obturação de canal. (Aceito para publicação 
naRev. Paul. Odontol., em 20 de janeiro de 1994.) 
BONETTI FILHO, L, TANOMARU FILHO, M., LEONARDO, R. T. Avaliação in vttro da 
capacidade seladora na região cervical de dentes obturados com Sealapex e Fill Canal- Influência 
do tempo de armazenagem e da remoção parcial da obturação. (Aceito para publicação) 
6.4 Da análise morfológica utilizando-se a microscopia de força 
atómica 
6.4.1 Da metodologia 
276 
Tem-se observado, que na última década houve um 
aumento nos estudos sobre infiltração marginal, que avaliam o selamento 
obtido na interface entre a estrutura dental e o material obturador de canal 
radicular. Porém, de acordo com Wu251 et ai., 1994, a capacidade de 
selamento marginal apical dos cimentos é explicada por outras 
propriedades físicas destes materiais, como por exemplo, o escoamento, 
tempo de endurecimento, contração volumétrica durante o endurecimento, 
solubilidade ou absorção de água dos fluidos orais ou teciduais ou ainda, 
de acordo com Gossman87, 1976, pelo tamanho das partículas constituintes 
dos cimentos. Mesmo assim, são poucas as pesquisas sobre estas 
propriedades dos cimentos endodônticos. 
Ao se estudar a micro-estrutura de um cimento pode-se 
obter informações que expliquem o comportamento físico e biológico 
destes cimentos e que também possibilitem a realização de modificações 
na composição dos mesmos com conseqüente melhora nas suas 
propriedades. 
Acreditando nisto, Fragola et al.70, 1979, estudaram os 
efeitos na variação do tamanho das partículas dos componentes do cimento 
de Grossman. Utilizou para a sua pesquisa a análise pela microscopia 
eletrônica de varredura. Caicedo & Von Fraunhofel6, 1988, avaliaram a 
277 
superfície de cimentos endodônticos, também utilizando-se da microscopia 
eletrônica de varredura e por difração de Raio X. Enquanto que, 
Economides & Tziafas61 , 1994, apenas observaram a superfície de 
cimentos endodônticos, utilizando a microscopia eletrônica de varredura. 
Também em 1994, Chern Lin et al45 • estudaram as 
alterações morfológicas na estrutura da hidroxiapatita (HA), vidro bioativo 
(BG) e uma série de compostos de HA!BG, após imersão destas 
substâncias em solução fisiológica de Hanlc Para esta análise, os autores 
utilizaram difração de Raio X e microscopia eletrônica de varredura. 
No presente estudo, pretendeu-se observar as prováveis 
alterações ocorridas na micro-estrutura dos cimentos após o contato com o 
plasma sangüíneo humano. Assim, optou-se pela utilização da técnica de 
microscopia de força atômica, e não de SEM. 
Com relação ao preparo dos canais radiculares, foi 
realizada uma padronização da técnica empregada para todas as amostras. 
Procurou-se conciliar as condições clínicas usuais com as condições 
necessárias para a realização das análises pelo AFM. 
Durante o preparo dos canais, o forame apical foi 
arrombado criando um maior diâmetro do canal radicular. Isto, aliado à 
técnica de condensação lateral passiva com apenas três cones secundários 
de guta-percha, possibilitou a obtenção de uma maior quantidade de 
cimento. Desta forma, não houve dificuldades para localizar e analisar a 
superfície do material. 
278 
As raízes foram incluídas em resina para facilitar o 
manuseio da amostra e também para que, após o primeiro período de 
análise, o seguimento radicular avaliado pudesse ser readaptado ao seu 
seguimento radicular correspondente. Pudemos constatar que após a 
análise inicial do cimento, a porção radicular foi novamente fixada ao 
restante da raíz e o ajuste exato das partes só foi possível pela existência de 
um suporte de resina. Esta inclusão também facilitou a impermeabilização 
externa e possibilitou a manutenção de todo o conjunto imerso no plasma 
por um longo período sem que houvesse o deslocamento das partes. 
Optou-se pelo primeiro corte a dois milímetros do 
vértice radicular pois em um estudo piloto observou-se que apesar do 
arrombamento do forame e da técnica de obturação utilizados, cortes de 
menor extensão proporcionavam uma área de cimento muito pequena 
dificultando a sua localização no microscópio de força atômica. O 
segundo corte foi realizado a 1,5mm em direção cervical da primeira 
seção. Com isto pode-se verificar se as alterações ocorridas no cimento em 
contato com o plasma foram capazes de caminhar em direção cervical. 
Pelos resultados obtidos, pudemos verificar esta ocorrência. 
Provavelmente, estas alterações possam dar-se em 
níveis maís profundos e que não foram avaliados neste trabalho. Peters183, 
1986, numa análise semelhante utilizando microscopia óptica realizou 
cortes em quatro niveis (1.5, 2.3, 4, e 6mm), e avaliou a solubilização após 
dois anos do cimento Procosol e da guta-percha utilizando quatro 
279 
diferentes técnicas de obturação. Observou que as alterações caminham em 
direção cervical, podendo atingir uma extensão de até quatro milímetros. 
Os cortes foram realizados 12 horas após as obturações 
a fim de que os cimentos endurecessem. Se o seccionamento fosse 
realizado antes do endurecimento dos materiais teria ocorrido uma 
dissolução dos mesmos, como observou-se num estudo piloto. 
A utilização da cera pegajosa como agente 
impermeabilizador externo se justifica pelos mesmos motivos descritos 
para a metodologia 2, sobre o selamento apical. 
As raizes foram imersas individualmente em plasma 
sangüineo contido em tubos de ensaio permitindo a identificação de cada 
amostra e as datas de realização da primeira análise. E de acordo com 
Grossman88, 1978, a avaliação da solubilidade e outras propriedades dos 
cimentos endodônticos deve ser realizada em meios que tenham a maior 
semelhança possível com os fluidos tissulares. 
As trocas semanais do plasma sangüíneo e o método de 
realização das mesmas foram sugeridos pelo Prof. Dr. Antônio Olavo 
Cardoso Jorge, da disciplina de microbiologia da Faculdade de 
Odontologia de São José dos Campos - UNESP. Com isto evitou-se o 
desenvolvimento de fungo e a precipitação de complexos protéicos 
plasmáticos que poderiam interferir nos resultados obtidos. Entretanto, 
outros estudos devem ser realizados que analisem o plasma a cada troca 
bem como os compostos químicos da superficie dos cimentos, antes e após 
o contato com o plasma sangüineo. 
280 
A escolha do tempo de seis meses foi para que se 
pudessem correlacionar estas alterações ocorridas na estrutura do cimento 
com a perda do selamento apical destes cimentos. De fato, pôde-se 
verificar que os cimentos que mais infiltraram foram os que sofreram 
maiores modificações na sua micro-estrutura. 
6.4.2 Dos resultados 
Na análise imediata do cimento Sealapex, evidenciou-
se a presença de pequenos grãos contornados por uma estrutura que 
provavelmente corresponda à matriz do cimento (substância ligante). Os 
locais mais profundos observados nessa superficie podem ter favorecido o 
acúmulo do plasma sangüíneo que aí infiltrado, deslocou as partículas do 
cimento provocando uma diminuição da rugosidade superficial. Estas 
alterações caminharam até o lado A. 
Já as áreas de maior regularidade, após a obturação e 
decorridos seis meses, sugerem ser locais menos propensos à 
desintegração. Estas áreas dificultam o acúmulo de substâncias fluidas e 
conseqüentemente de seus precipitados na intimidade do cimento. 
O trabalho de Caicedo & Von Fraunhofer36, em 1988, 
avaliou as características do Sealapex utilizando a microscopia eletrônica 
de varredura. Observaram que quando o Sealapex entrava em contato com 
a umidade durante o endurecimento, havia expansão do material. 
Atribuíram isto à capacidade de absorção de água devido à porosidade do 
mesmo. 
281 
Já os estudos de Kazemi et ai. 127, 1993, sugerem que a 
água absorvida leva a uma degradaçãodos cimentos. Ainda correlacionam 
estas alterações com sua instabilidade dimensional durante o 
endurecimento e após longos períodos. 
Comparando os histogramas imediato (histograma- I) 
e após seis meses(histograrnas -2 e 3), podem-se verificar claramente as 
alterações ocorridas na superflcie do Sealapex. Também observamos que 
esta perda de integridade atingiu a superflcie A da amostra. Tagger et 
al.227, 1988, verificaram a solubilização deste cimento e relataram a sua 
capacidade de desintegração. Observaram também a liberação de íons 
cálcio e hidroxila, decorridos sessenta minutos de sua manipulação. Ainda 
verificaram o aumento do pH com o passar do tempo, que atingiu um valor 
de 10,70 após 120 minutos. Leonardo et ai. 142, 1992, concordaram com 
estes resultados e observaram que a liberação de íons do Sealapex é 
elevada e muito rápida. 
Entretanto, a solubilidade com elevação do pH, pode 
ser benéfica pois de acordo com Leonardo 143, 1992, é possível que estes 
fatores isoladamente ou em interação com algum componente dos 
cimentos à base de hidróxido de cálcio, possam estimular as células 
mesenquimais do periodonto apical a se diferenciarem e/ou a estimularem 
a deposição de tecido mineralizado na região apical. 
Se compararmos os histogramas obtidos da superflcie 
deste cimento nos dois períodos de avaliação, verificamos que houve 
grandes alterações estruturais com o passar do tempo. Entretanto, após seis 
282 
meses a superficie do material atingiu uma caracteristica mais uniforme 
sugerindo que a desintegração sofrida pelo cimento possa ter diminuído ou 
até mesmo estacionado. 
Numa análise comparativa do Apexit com o Sealapex, 
pode-se também observar uma grande irregularidade na superficie do 
Apexit. 
As grandes depressões observadas na superficie deste 
cimento, aliadas à irregularidade das suas partículas, provavelmente 
tenham facilitado a estagnação de plasma sangüineo com conseqüente 
desintegração do Apexit. 
Esta desintegração foi tão acentuada que após se1s 
meses, não foi possível analisar a superficie que permaneceu em contato 
direto com o plasma sangüineo humano. Estas alterações caminharam até o 
lado A, provocando uma perda da integridade visível também nessa 
superficie. Certamente, estas alterações possam caminhar mais 
coronalmente, o que pode ser comprovado realizando estudos com cortes 
seriados mais para cervical. 
Comparando os histogramas quatro e cinco, verifica-se 
que a irregularidade da superficie após seis meses, é sugestiva de um 
cimento que continuará sofrendo alterações com o tempo. Isto explica a 
intensidade das respostas inflamatórias ocorridas com este cimento. 
Explica também, os resultados obtidos no selamento apical. O Apexit 
apresentou a maior infiltração após seis meses de contato com o plasma 
283 
sangüíneo. Provavelmente estudos de longa duração confirmem a 
tendência de aumento constante das infiltrações com este cimento. 
Dentre todos os cimentos estudados, o Sealer 26 
mostrou-se mais uniforme e sofreu menor desintegração. Ao se comparar 
os histogramas imediato e após seis meses, nota-se que as partículas deste 
cimento mantiveram-se uniformes e preservaram a estrutura do material. 
Também, Grossman88, em 1978, estudando vários cimentos endodônticos 
concluiu que o cimento à base de resina epóxica (AH26), foi o que 
apresentou melhor adesão à estrutura dental e menor solubilidade. 
Entretanto, como mencionamos anteriormente, é 
desejável a ionização quando se utiliza um cimento contendo hidróxido de 
cálcio. Verificamos pequena desintegração deste cimento com o AFM e 
excelente tolerãncia tecidual com indícios de calcificações, na análise da 
biocompatibilidade. Possivelmente, estejamos a caminho de conseguir um 
cimento com baixa desintegração, mas que permita a ionização do 
hidróxido de cálcio presente com conseqüente estímulo no processo de 
reparação apical. 
Já o cimento Ketac Endo mostrou um comportamento 
quase inverso ao dos demais cimentos. No período inicial, verificou-se 
regularidade no tamanho das partículas. Devido a esta homogeneidade 
visualizaram-se poucos pontos que pudessem acumular fluidos. Apesar 
disto, após seis meses, houve um aumento da irregularidade. Estas 
alterações demonstraram uma contínua desintegração deste cimento. 
Provavelmente, isto se deva à pobre matriz formada durante o 
284 
endurecimento deste cimento. Horning & Kessler115, 1995, estudando o 
efeito da umidade sobre o Ketac Endo, diz que no período inicial de 
endurecimento do cimento, partículas de vidro que não reagiram ficam 
rodeadas por um gel de sílica e uma matriz amorfa de polissais de alumínio 
e de cálcio. Com a umidade, os cátions que fornam a matriz podem ser 
dissolvidos inibindo a formação de polissais de alumínio necessários para 
o seu endurecimento final, levando ao enfraquecimento do cimento. Esta 
reação provavelmente possa explicar as grandes alterações observadas e 
que são verificadas ao se comparar os histogramas obtidos nos dois 
períodos de avaliação. 
6.5 Considerações Gerais 
Pelas metodologias por nós utilizadas, verificamos 
coerência entre os resultados apresentados. Acreditamos entretanto, que 
são necessárias futuras investigações com objetivos bem definidos para 
identificar os componentes dos cimentos que sofrem uma maior 
desintegração ou que interagindo com outros componentes do meio em 
que são colocados, provoquem alteração nas suas propriedades. Também, 
faz-se necessária a verificação dos fatores que interferem no 
comportamento biológico principalmente sobre os estimuladores da 
reparação tecidual. Possivelmente, a identificação destes componentes 
poderá permitir que se chegue a um cimento que tenha união molecular 
com a estrutura dental contra a microinfiltração e adequada 
compatibilidade biológica. 
7- CONCLUSÕES 
Considerando os resultados e sua discussão, e 
enfatizando as condições e limitações experimentais específicas deste 
trabalho, pôde-se verificar que: 
7.1 Quanto às avaliações microscópicas em tecido conjuntivo subcutâneo 
de ratos: 
- Todos os cimentos apresentaram uma diminuição das 
reações inflamatórias decorrido os 90 dias de avaliação, exceto o Sealapex; 
- A menor resposta inflamatória foi verificada com o Sealer 
26 nos dois períodos de avaliação; 
- Todos os cimentos permitiram a deposição de cápsula de 
tecido fibroso em contato com a abertura do tubo contendo os materiais; 
- Aos 90 dias, a proliferação fibroblástica diminuiu em todos 
os grupos experimentais, enquanto que a proliferação angioblàstica 
diminuiu somente nos grupos Sealer 26 e Ketac Endo. 
286 
Todos os cimentos testados são parcial ou totalmente 
fagocitáveis. 
7.2 Quanto ao selamento marginal apical: 
- No período imediato, em ordem crescente das infiltrações, 
pode-se verificar: Sealapex, Sealer 26, Apexit e Ketac Endo; 
- Após seis meses de armazenamento em plasma sangüíneo 
humano, em ordem crescente das infiltrações, pode-se verificar: Sealer 26, 
Sealapex, Ketac Endo e Apexit; 
- Nos dois períodos de avaliação, as infiltrações observadas 
com o Sealapex e Sealer 26 foram estatisticamente iguais entre si, e 
menores do que as verificadas com os cimentos Apexit e Ketac Endo; 
-Nos dois períodos de avaliações as infiltrações verificadas com os 
cimentos Apexit e Ketac Endo, foram estatisticamente iguais entre si; 
- O fator tempo aumentou significantemente as magnitudes 
das infiltrações, independente do fator cimento; 
- Na interação tempo I período a menor infiltração foi 
observada com o Sealapex aos 14 dias, e a maior com o Apexit aos 90 dias. 
7.3 Quanto à análise morfológica por AFM: 
- O conrato com o plasma sangüíneo humano provocou 
alterações na estrutura dos cimentos; 
287 
- O Sealer 26 apresentou desintegração mínima após sets 
meses de contato com o plasma sangüíneo humano; 
- De todos os cimentos avaliados, o Apexit apresentou a 
maior perdade estrutura. 
A partir destas verificações concluiu-se que: 
1 - Dentre os cimentos avaliados, o Sealer 26 apresentou uma 
compatibilidade biológica melhor; 
2 - O contato do plasma sangüíneo com os cimentos 
estudados provocou desintegração com conseqüente aumento nas 
infiltrações apicais; 
3 - Considerando as propriedades estudadas, o Sealer 26 
apresentou os melhores resultados. 
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ABSTRACT 
The biologic compatibility of root canal cements 
Sealapex, Apexit, Sealer 26 and Ketac Endo was compared in rats 
subcutaneous tissue and in apical sealing. 
High resolution morphological characterisation of 
these cements was also evaluated, using atomic force microscopy 
(AFM) technique. 
For the compatibility study, polyetbylene tubes 
containing the root canal cements were implanted in the subcutaneous 
connective tissue ofthe rats, that were killed after 14 and 90 days. 
The apicalsealing of 136 dental roots was studied, 
after biomechanical preperation and lateral condensation filling. Half of 
lhe roots was immersed in methilen blue and the other half was stored 
in human blood plasma. 
The AFM evaluation used 16 samples that were 
analysed immediately and 6 months after filling. 
The biocompatibility evaluation showed statistically 
significant differences among cements in both experimental periods. 
The same results were observed with the apical sealing tests. 
The AFM analyses showed that some cements suffer 
a higher degree of desintegration. 
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