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MARCIA CARNEIRO VALERA
Estudo da Compatibilidade Biológica de Alguns Cimentos
Endodônticos à Base de Hidróxido de Cálcio e um Cimento de
Ionômero de Vidro. Avaliação do Selamento Marginal Apical e Análise
Morfológica por Microscopia de Força Atômica.
Tese apresentada à Faculdade de Odontologia, Campus de Araraquara,
Universidade Estadual Paulista .Júlio de Mesquita Filho., como parte
dos requisitos para a obtenção do título de DOUTOR, pelo Curso de
Pós-Graduação em ODONTOLOGIA, Área de Concentração em
ENDODONTIA.
Orientador: Prof. Dr. Mário Roberto Leonardo
Faculdade de Odontologia de Araraquara
Araraquara
1995
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Valera, Marcia Carneiro
Estudo da Compatibilidade Biológica de Alguns
cimentos Endodônticos à Base de Hidróxido de Cálcio e um
Cimento de Ionômero de Vidro. Avaliação do selamento
Marginal Apical e Análise Morfológica por Microscopia de
Força Atômica. I Marcia Carneiro Valera. Araraquara:
M.C.V., 1995.
333 f: ii.; 29,7cm
Tese (Doutorado em Endodontia) Faculdade de
Odontologia, Campos de Araraquara, Universidade Estadual
Paulista "Júlio de Mesquita Filho".
Orientador: Prof. Dr. Mário Roberto Leonardo
Black D24
Dl5
CDD 617.634
Meu maior agradecimento:
.... ~as os que esperam no Senhor renovarão as
suas forças, subirão com asas como águias;
con-erão, e não se cansarão; caminharão e
não se fatigarão ..
Is. 40:3/.
A Deus, por meio de Jesus Cristo,
seja dada toda a honra, toda glória
e todo o louvor.
Obrigada Senhor!
(;! uando eu era filha aos pés de meu pai, e diante de minha mãe, eles
me ensinavam e me diziam:
Retenha o teu coração as minhas palavras,
Adquire a sabedoria, adquire o entendimento; ...
Não a abandones, e ela te guardará;
Ama-a e ela te preservará.
Quando andares, não se embaraçarão os teus passos;
e se correres não tropeçarás.
Não andes pelos maus caminhos.
Evita-o, ... passe de largo .
.... Porque a vereda do justo é como a luz da aurora
que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito ..
Aos meus amados pais e familiares eu dedico este trabalho.
~ inha homenagem e agradecimento
Prof. Dr. Mário Roberto Leonardo, que dedicou
sua vida ao ensino e a pesquisa. Que deu-me a oportunidade de andar
nesse caminho, repartindo suas experiências, me orientando de forma
segura, moldando a minha aptidão e me incentivando para que eu
pudesse transformar o meu ideal em uma realização. As palavras não
são capazes de expressar o meu respeito, carinho, amizade e gratidão.
Que Deus o abençoe e lhe dê infinitamente mais.
. e4 s palavras dos sábios são como aguilhões; e como pregos bem
)veados são as palavras coligidas do mestre .....
Prof. Dr. Alberto Consolaro:
Mestre, expoente no ensino e pesquisa; lutador, corajoso e vencedor. O
seu exemplo de vida e o seu brilhantismo me estimulam a refletir e a
prosseguir.
Obrigada professor, cientista, poeta e orientador;
Obrigada amigo.
Prof. Dr. Vladimir de Jesus Trava-Airoldi:
Um grande cientista, que soube se inclinar para me ajudar a visualizar
outros horizontes, permitindo-me o convívio interdisciplinar no mundo
fascinante da ciência.
A você, que me incentivou, orientou e ainda me recebeu no interior de
sua família, meu muito obrigada.
Não existem palavras para agradecer um verdadeiro amigo.
tn:J eus sinceros agradecimentos aos, agora, amigos:
Prof, Nivaldo Antônio Parlzotto; doutorando do curso de Engenharia
Elétrica da Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP.
Prof. Dr. Mauricio Urban Kleinke; professor do Departamento de
Física Aplicada da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
Prof. Dahge Chiadin Chang; doutorando do curso de Engenharia
Elétrica da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP.
Prof. Dr. Eva/do José Corat, do Laboratório de Interfaces do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais- INPE, de São José dos Campos.
Obrigada pelos conhecimentos transmitidos, pela atenção, pela
dedicação que dispensaram durante a execução deste trabalho.
Que Deus os abençoe.
7ambém agradeço:
Aos Profs. do Departamento de Odontologia Restauradora (Dentístíca
e Endodontia), da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos
- UNESP, pelo convívio diário harmonioso e pela compreensão durante
as minhas ausências.
Em especial agradeço:
Praf. Dr. Jaime Freitas Ribeiro, professor responsável pela disciplina
de Endodontia, pela confiança em mim depositada, e apoio durante a
execução deste trabalho.
À Prof. Dra. Maria Amélia Máximo de Araújo, pelo incentivo e
exemplo de mulher lutadora.
À Prof. Dra. Rosehelene Marotta de Araújo, Chefe do Departamento
de Odontologia Restauradora, pela colaboração e atenção dispensada.
Às fUncionárias do Departamento de Odontologia Restauradora, em
especial à Senhora Tirza Garcia Durante Lopes e Maria Lúcia Silva.
c1l gradecimentos Institucionais:
À Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual
Paulista .Júlio de Mesquita Filho., UNESP, na pessoa do Senhor
Diretor Prof Dr. Luís Roberto de T. Ramalho.
À Faculdade de Odantologia de São José dos Campos da Universidade
Estadual Paulista .Júlio de Mesquita Filho., UNESP, na pessoa do
Senhor Diretor Prof Dr. José Eduardo Junho de Araújo.
À Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo,
USP, na pessoa do Prof Dr. Alberto Consolara, do Departamento
de Patologia, pela valiosa contribuição na realização de parte
deste trabalho.
À Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de
Campinas, UNICAMP, na pessoa do responsável pelo
Departamento de Dispositivos Semicondutores, Prof Dr. Vítor
Baranauskas, pela valiosa contribuição na realização de parte
deste trabalho.
Ao Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas,
UNICAMP, por meio do Coordenador do Laboratório de
Interfaces, Prof Dr. Omar Teschke, pela contribuição na
realização de parte deste trabalho.
Ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais -INPE, de São José dos
Campos, por meio do Senhor Prof Dr. Vladimir de Jesus Trava-
Airoldi, do Laboratório Associado de Sensores e Materiais, pela
valiosa contribuição na realização de parte deste trabalho.
cJI gradeço ainda:
Ao Prof Dr. Ary José Dias Mendes, pela orientação e realização da
análise estatística.
Aos Professores Doutores Roberto Miranda Esberard e Jdomeo Bonettí
Filho e Professores Renato de Toledo Leonardo, Mário Tanomaru
Filho e Fábio Berbert, da disciplina de Endodontia da Faculdade de
Odontologia de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista .Júlio
de Mesquita Filho., pela acolhida e convívio.
À minha grande amiga e colega de Faculdade, a quem posso chamar
de irmã, Mônica Fernandes Gomes, pela colaboração e incentivo nos
momentos mais difíceis.
Aos professores do curso de Pós Graduação da Faculdade de
Odontologia de Araraquara, UNESP.
Aos meus colegas do curso de Doutorado, Mário Tanomaru Filho e
Walter Antonio de Almeida, pelo companheirismo.
Às minhas amigas e companheiras de Araraquara, Patricia, Helena e
Daniele ... . Vocês, estarão sempre dentro do meu coração .. Obrigada!
Ao Senhor Edson Luis Mori, técnico de laboratório da Disciplina de
Endodontia da Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP,
pela dedicação, e valiosa colaboração durante a execução da parte
experimental do estudo da biocompatibilidade.
Ao Senhor Juracy do Nascimento, da Disciplina de Patologia da
Faculdade de Odontologia de Bauru, USP, pela atenção e dedicação
na histotécnica.
Às Funcionárias da Biblioteca da Faculdade de Odontologia de São
José dos Campos, UNESP, na pessoa da Senhora Lei/a Novaes, pela
competência e dedicação.
Às fUncionárias da Pós Graduação da Faculdade de Odontologia de
Araraquara, UNESP, Otilia Conceição Ramos de Oliveira, Mara
Cândida Munhoz do Amaral, Vera Lúcia Perruci Roque e Rosângela
Aparecida Silva dos Santos.
Aos funcionários da disciplina de Endodontia daFaculdade de
Odontologia de Araraquara, UNESP, Emília, Ivone e Pedro, pela
atenção dedicada.
À disciplina de Microbiologia da Faculdade de Odontologia de São
José dos Campos, UNESP, na pessoa do Senhor Prof Dr. Antônio
O/avo Cardoso Jorge; da Senhora. Clélia Aparecida Paiva Martins e
demais funcionários pela atenção dispensada.
Aos colegas do curso de Pós Graduação da Faculdade de Odontologia
de Araraquara da Universidade Estadual Paulista .Júlio de Mesquita
Filho., em especial as companheiras Gisela, Delani e Ana Helena.
Ao Senhor Valdir João Afonso, pelo auxílio na correção do texto.
Aos meus amigos Leonor Lima Egídio e Augusto Odécio Egídio, pelo
apoio na cidade de São José dos Campos.
Às minhas eternas e fiéis amigas Ana Paula Ferreira Caíres, Ana
Maria Nogueira e Ezilaine do Nascimento, pelo constante sustento em
orações.
À todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a execução
deste trabalho, meu muito obrigada!
LISTA DE QUADROS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE IDSTOGRAMAS
RESUMO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇA0 ............................................................................... 29
2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................... .35
2.1 Cimentos à base de resina, óxido de zinco e eugenol e outros .. .36
2.1.1 Propriedades biológicas ............................................................ 36
2.1.2 Propriedades fisicas ................................................................... 41
2.2 Hidróxido de cálcio ...................................................................... 43
2.3 Cimentos à base de hidróxido de cálcio ...................................... 52
2.3.1 Propriedades biológicas ............................................................ 52
2.3.2 Selamento marginal .................................................................. 66
2.3.3 Outras propriedades .................................................................. 82
2.4 Cimentos adesivos e de ionômero de vidro ................................ 88
2.4.1 Propriedades biológicas ........................................................... 88
2.4.2 Propriedades flsicas ................................................................... 91
2.5 Infiltração marginal: Imersão no corante; Tempo
de armazenamento ...................................................................... ! 03
3 PROPOSIÇÃ0 .............................................................................. 118
4 MATERIALEMÉTODOS ......................................................... l20
4.1 Avaliação da biocompatibilidade em tecido subcutãneo
de ratos ........................................................................................ 124
4.1.1 Metodologia experimental ..................................................... 124
4.1.2. Análises microscópicas .......................................................... 127
4.1.2.1 Infiltrado inflamatório e reações correlatas ......................... l27
4.1.2.2 Fenômenos reparatórios e reações correlatas •.................... .l28
4.1.2.3 Caracteristicas do cimento obturador .................................. l29
4.1.3 Análise estatística .................................................................... 130
4.2 Avaliação do selamento marginal apical... ............................... .l32
4.2.1 Metodologia experimental ...................................................... l32
4.2.2 Análise das infiltrações .......................................................... .l39
4.2.3 Análise estatística .................................................................... l40
4.3 Análise morfológica em aumento de alta resolução dos
cimentos após a obturação dos canais radiculares e após um
periodo de seis meses, utilizando-se da microscopia de força
atômica ....................................................................................... 141
4.3.1 Microscopia de força atômica (MFA ou AFM) ...................... l41
4.3.1.1 Teoria de funcionamento do microscópio de
força atômica ................. ..................................................... .. 144
4.3 .1.2 Cuidados na medida ............................................................. 148
4.3.2 Metodologia Experimental... ................................................... 149
4.3.2.1 Preparo das amostras ............................................................ 149
4.3.2.2 Utilização das amostras ........................................................ I 54
4.3.2.3 Armazenamento das amostras .............................................. I 55
4.3.2.4 Reutilização das amostras ..................................................... l56
5 RESULTADOS .............................................................................. 158
5.1 Avaliação da biocompatibilidade em tecido subcutãneo de
ratos ............................................................................................. 158
5.1.1 Infiltrado inflamatório e reações correlatas ........................... 159
5.1.1.1 Análise microscópica descritiva ........................................... 159
5 .1.1.1.1 Grupo experimental Sealapex ........................................... 159
5.1.1.1.2 Grupo experimental Apexit ............................................... l66
5.1.1.1.3 Grupo experimental Sealer 26 ........................................... 172
5.1.1.1.4 Grupo experimental Ketac Endo ....................................... 177
5.1.1.2 Análise estatística da magnitude geral das inflamações ..... 182
5.1.2 Fenômenos reparatórios e reações correlatas .......................... 187
5.1.2.1 Análise microscópica descritiva .......................................... 187
5.1.2.1.1 Grupo experimental Sealapex .......................................... .l87
5.1.2.1.2 Grupo experimental Apexit ............................................... 188
5.1.2.1.3 Grupo experimental Sealer 26 .......................................... .189
5.1.2.1.4 Grupo experimental Ketac Endo ...................................... .l90
5.1.2.2 Análise estatística dos fenômenos reparatórios ................... 191
5.1.2.2.1 Proliferação tibroblástica .................................................. 191
5.1.2.2.2 Proliferação angioblástica ................................................. 197
5.1.2.2.3 Densidade do fibrosamento .............................................. 203
5.1.3 Características inerentes ao material obturador ...................... 211
5 .1.3 .I Grupo experimental Sea1apex .............................................. 211
5.1.3.2 Grupo experimental Apexit .................................................. 211
5.1.3.3 Grupo experimental Sealer 26 .............................................. 212
5.1.3.4 Grupo experimental Ketac Endo .......................................... 213
5.2 Avaliação do selamento margina apical .................................... 214
5.2.1 Dados obtidos .......................................................................... 214
5.2.2 Análise estatística .................................................................... 215
5.3 Análise morfológica em aumento de alta resolução dos
cimentos após a obturação dos canais radiculares e após um
período de seis meses, utilizando-se da microscopia de força
atômica ....................................................................................... 219
5.3.1 Grupo experimental Sealapex ................................................. 219
5.3.2 Grupo experimental Apexit... .................................................. 226
5.3.3 Grupo experimental Sealer 26 ................................................. 231
5.3.4 Grupo experimental Ketac Endo ............................................. 235
-6 DISCUSSA0 ................................................................................. 242
6.1 Dos cimentos obturadores ..........................................................242
6.2 Da biocompatibilidade ............................................................... 245
6.2.1 Da metodologia ....................................................................... 245
6.2.2 Dos resultados .......................................................................... 249
6.3 Do selamento marginal apical .................................................... 257
6.3.1 Da metodologia ....................................................................... 257
6.3 .2 Dos resultados ......................................................................... 268
6.4 Da análise morfológica utilizando-se a microscopia de força
atômica ........................................................................................ 276
6.4.1 Da metodologia ....................................................................... 276
6.4.2 Dos resultados ......................................................................... 280
6.5 Considerações gerais .................................................................. 284
7 CONCLUSÕES ............................................................................. 285
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................... 288
ABSTRACT ........................................................................................ 333
LISTA DE QUADROS
Quadro I - Distribuição dos grupos experimentais para a avaliação do
selamento marginal apical.
Quadro 2 - Técnicas de microscopia, considerando a ampliação, meio
ambiente de operação, tipo de imagem e dano causado na
amostra.
Quadro 3 - Representação esquemática da metodologia utilizada com o
AFM.
Quadro 4 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas
das reações provocadas pelo cimento Sealapex no período
de 14 dias.
Quadro 5 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas
das reações provocadas pelo cimento Sealapex no período
de 90 dias.
Quadro 6 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas
das reações provocadas pelo cimento Apexit no período de
14 dias.
Quadro 7 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas
das reações provocadas pelo cimento Apexit no período de
90 dias.
Quadro 8- Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas
das reações provocadas pelo cimento Sealer 26 no período
de 14 dias.
Quadro 9 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas
das reações provocadas pelo cimento Sealer 26 no período
de 90 dias.
Quadro I O - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas
das reações provocadas pelo cimento Ketac Endo no
período de 14 dias.
Quadro II -Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas
das reações provocadas pelo cimento Ketac Endo no
período de 90 dias.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Representação esquemática do funcionamento do AFM.
Figura 2- Fotomicrografia da superficie dentinária radicular,
utilizando-se da AFM.
Figura 3 - Representação esquemática do segmento número dois da
amostra e suas identificações.
Figura 4 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealapex
após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Nestes espécimes
não se observou extravasamento do material pela luz do tubo,
restringindo-se aos limites durante a sua colocação. Aos 90
dias (B), numerosos macrófagos continham partículas de
Sealapex no seu interior, o mesmo ocorrendo com alguroas
CGMis. (aumento original: A e B = 40x; H. E.).
Figura 5 -Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealapex
após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Em ambos os
espécimes houve extravasamento pela luz do tubo, induzindo
reação granulomatosa tipo corpo estranho. Destaca-se o
grande número de macrófagos e CGMis carregados de
partículas de Sealapex no seu citoplasma (aumento original:
A e B = 40x; H.E.).
Figura 6 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Apexit
após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Aos 14 dias (A),
destaca-se a infiltração de células inflamatórias e faixa de
tecido de granulação periférica com discreto grau de
fibrosamento, embora organizado. Nota-se ainda a presença
de macrófagos contendo material obturador. Aos 90 dias (B),
tem-se ainda extensa faixa de tecido de granulação
organizado mas infiltrado por células inflamatórias e
associadas à intensa congestão vascular (aumento original: A
e B = 40x; H. E.).
Figura 7 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealer
26 após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Aos 14 dias (A),
destaca-se a estreita faixa tecidual reacional bem organizada e
pouco infiltrada por células inflamatórias. Aos 90 dias (B),
observa-se a cápsula fibrosa bem organizada e fma,
apresentando eventuais macrófagos carregados de partículas
do Sealer 26 (aumento original: A e B = 40x; H.E.).
Figura 8 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Ketac
Endo após 14 (A) e 90 (B) dias da implantação. Destaca-se
em ambos os períodos a presença exuberante das estruturas
cristalinas do material no interior dos macrófagos e CGMis.
Na interface com o material, observa-se uma fina e
organizada cápsula fibrosa (aumento original: A e B = 40x;
H.E.).
Figura 9 - Representação gráfica da magnitude geral das inflamações
provocadas pelos cimentos estudados.
A - período experimental de 14 dias;
B - período experimental de 90 dias.
Figura I O - Representação gráfica da variabilidade da proliferação
fibroblástica ocorrida entre os espécimes no período
experimental de 14 dias.
Figura 11: Representação gráfica da variabilidade da proliferação
fibroblástica ocorrida entre os espécimes no período
experimental de 90 dias.
Figura 12- Representação gráfica da variabilidade da proliferação
angioblástica ocorrida entre os espécimes no período
experimental de 14 dias.
Figura 13 - Representação gráfica da variabilidade da proliferação
angioblástica ocorrida entre os espécimes no período
experimental de 90 dias.
Figura 14 - Representação gráfica da variabilidade da densidade de
tibrosamento ocorrida entre os espécimes no período
experimental de 14 dias.
Figura 15 - Representação gráfica da variabilidade da densidade de
fibrosamento ocorrida entre os espécimes no período
experimental de 90 dias.
Figura 16 - Representação gráfica das médias dos fenômenos
reparatôrios observados após a implantação dos cimentos,
nos periodos de 14 (A) e 90 (B) dias.
Figura 17 - Representação gráfica das medidas das infiltrações apicais
ocorridas com a utilização dos quatro cimentos estudados
nos diferentes períodos experimentais.
Figura 18 - Superfície do cimento Sealapex após a obturação do canal
radicular. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x).
Figura 19 - Superfície B do cimento Sealapex após seis meses da
manutenção em plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo
AFM. (aumento 8400x).
Figura 20 - Superfície A do cimento Sealapex após seis meses de
manutenção no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo
AFM. (aumento 8400x).
Figura 21 - Superfície do cimento Apexit após a obturação do canal
radicular. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x).
Figura 22 - Superficie A do cimento Apexit após seis meses de
manutenção no plasma sangüineo. Fotomicrografia pelo
AFM. (aumento 8400x).
Figura 23 - Superficie do cimento Sealer 26 após a obturação do canal
radicular. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x).
Figura 24 - Superficie B do cimento Sealer 26 após seis meses de
manutenção no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo
AFM. (aumento 6100x).
Figura 25 - Superficie do cimento Ketac Endo após a obturação do
canal radicular. Fotomicrografia pelo AFM.(aumento
8400x).
Figura 26 - Superficie B do cimento Ketac Endo após seis meses de
manutenção no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo
AFM. (aumento 8400x ).
Figura 27 - Superficie A do cimento Ketac Endo após seis meses de
manutenção no plasma sangüíneo.Fotomicrografia pelo
AFM. (aumento 8400x).
LISTA DE TABELAS
Tabela I -Valores observados de H e de p de acordo com o cimento,
período, interações e comparações múltiplas.
Tabela 2 - Postos médios e conjuntos de acordo com o material, período
e interação material x período.
Tabela 3 - Valores observados de H e de p de acordo com o cimento,
período, interação e comparações múltiplas.
Tabela 4- Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período
e interação cimento x período.
Tabela 5 - Valores observados de H e de p de acordo com o cimento,
período, interação e comparações múltiplas.
Tabela 6 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período
e interações cimento x período.
Tabela 7 - Valores observados de H e de p de acordo com o cimento,
período, interação e comparações múltiplas.
Tabela 8 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período
e interação cimento x período.
Tabela 9 - Valores de infiltração apical de acordo com o cimento e
período de imersão no corante (mm).
Tabela 10- Análise de Variância aplicada sobre os valores das
infiltrações apicais.
Tabela li - Médias, erro-padrão e conjuntos de médias iguais para a
infiltração de acordo com o cimento, imersão e interação
cimento x imersão (mm).
LISTA DE HISTOGRAMAS
Histograma I - Referente à superficie do cimento Sealapex após a
obturação do canal radicular.
Histograma 2 - Referente à superficie B do cimento Sealapex após seis
meses de contato com o plasma sangüíneo.
Histograma 3 - Referente à superficie A do cimento Sealapex após seis
meses de contato com o plasma sangüíneo.
Histograma 4 - Referente à superficie do cimento Apexit após a
obturação do canal radicular.
Histograma 5 - Referente à superficie A do cimento Apexit após seis
meses de contato com o plasma sangüíneo.
Histograma 6 - Referente à superficie do cimento Sealer 26 após a
obturação do canal radicular.
Histograma 7 - Referente à superficie B do cimento Sealer 26 após seis
meses de contato com o plasma sangüíneo.
Histograma 8 - Referente à superficie do cimento Ketac Endo após a
obturação do canal.
Histograma 9 - Referente à superfície B do cimento Ketac Endo após
seis meses de contato com o plasma sangüíneo.
Histograma I O - Referente à superfície A do cimento Ketac Endo após
seis meses de contato com o plasma sangüíneo.
RESUMO
Este trabalho avaliou a compatibilidade biológica,
em tecido subcutâneo de ratos, e o selamento apical de canais
radiculares obturados com os cimentos endodônticos Sealapex, Apexit,
Sealer 26 e Ketac Endo. Foram também realizadas caracterizações
morfológicas de alta resolução desses cimentos, utilizando-se uma
recente técnica de microscopia de força atômica (AFM.), que permite a
observação de microestruturas não-condutoras.
No estudo da biocompatibilidade, tubos de
polietileno contendo os cimentos obturadores, foram implantados no
tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Os animais foram sacrificados
após 14 e 90 dias.
Para o estudo do selamento apical foram utilizadas
136 raízes. Após o preparo biomecânico, os canais radiculares foram
obturados pela técnica da condensação lateral ativa com os cimentos em
estudo. Metade das amostras foi imersa imediatamente na solução de
azul de metileno e a outra metade após 6 meses de armazenamento em
plasma sangüíneo humano.
Para a análise da nitra-estrutura dos cimentos, outras
16 amostras de canais radiculares obturados foram avaliadas por AFM.
•
Essas avaliações foram realizadas imediatamente após as obturações
dos canais radiculares e após seis meses de contato com o plasma
sangüineo humano.
Quanto à biocompatibilidade constatamos que
houve diferenças estatísticas entre os cimentos nos dois períodos de
avaliações. Quanto ao selamento apical, observamos diferenças
estatisticamente significantes entre os cimentos e entre os períodos
estudados. Na análise por AFM, verificamos que alguns cimentos
sofrem uma maior desintegração.
I INTRODUÇÃO
O sucesso do tratamento endodôntico está
condicionado à perfeita execução de todas as fases operatórias dessa
terapia, que devem ser realizadas de forma coerente, com o emprego de
técnicas e materiais adequados, levando em consideração os princípios
biológicos, respeitando, conseqüentemente, os tecidos apicais e
periapicais, de forma a não agredi-los ou até estimulá-los nos processos
de cicatrização.
A fase da obturação do canal radicular complementa
todo o esforço realizado nas etapas prévias como o diagnóstico, a
abertura coronária, o preparo biomecânico e a chamada fase da
desinfecção, conduzindo e contribuindo para o êxito definitivo do
tratamento endodôntico. A obturação tende a manter o canal radicular
livre de microorganismos, ou de sua proliferação, quando esses
sobrevivem na massa dentinária após a biomecânica. Impede também a
estagnação de líquidos tissulares, vedando o canal em toda a sua
extensão - quer no seu diâmetro, quer em profundidade - e assegurando
um selamento o mais hermético possível do forame apical. A
importáncia dessa fase tem sido demonstrada por vários autores que
correlacionam os fracassos endodônticos com obturações incompletas
30
(Grossman et al.89, 1964; Tamburus231 , 1983, Petersson et al. 185, 1986,
Bonetti Filho et al.28, 1988).
A obturação possui objetivos de natureza técnica,
voltados à obliteração de todo o sistema de canais radiculares. Também
tem objetivos de natureza biológica, permitindo o fechamento do
forame apical, através da deposição de tecido mineralizado por parte do
organismo (Holland et al. 101, 1971, Leonardo & Leal 139, 1991).
Para alcançar esses objetivos, além das técnicas de
obturação, os materiais obturadores têm um papel de extrema
importância.
O material obturador em estado sólido ma1s
utilizado é a guta-percha que, apesar da sua compatibilidade biológica
(Schildel03 , 1967, Holland et al. 103, 1975, Weine245 , 1982, Nguyen110,
1984, Tavares et al.233, 1994), não é capaz de selar o canal radicular
quando utilizada sozinha, devendo ser associada aos cimentos
obturadores (Limkangwalmongkol et al. 146, 1992). Esses cimentos
preenchem os espaços existentes entre a guta-percha e as paredes do
canal, e entre os cones de guta-percha, quando se emprega a técnica de
obturação com múltiplos cones (Leonardo & Leal139, 1991).
Na escolha de um material obturador em estado
plástico, cimentos e pastas, deve-se levar em consideração as
propriedades fisicas e biológicas desse material.
Segundo Branstetter & Von Fraunhofer32, 1982, o
material obturador deveria ter as seguintes características:
-não ser irritante ao coto pulpar e tecidos periapicais;
-ser impermeável;
-ter atividade bactericida ou bacteriostática;
31
-não manchar as estruturas dentárias ou tecidos moles;
-ser insolúvel nos fluidos tissulares;
-ser radiopaco;
-oferecer aderência à dentina e aos núcleos sólidos;
-apresentar tempo de presa suficiente para facilitar sua introdução
no canal radicular e presa rápida após a obturação;
-não perder o volume após a presa;
-oferecer solubilidade a solventes comerciais para facilitar sua
eventual remoção em casos de retratamento.
Essas propriedades são defendidas pelas
especificações número 57 da ADA 4 para cimentos endodônticos, mas
nenhum cimento preenche esses requisitos (Caiedo & Von
Fraunhofer'6, 1988).
Outra característica do cimento obturador seria a de
estimular a deposição de tecido mineralizado, para o fechamento
biológico do forame apical (Sonat215, 1991).
Por anos, tem havido uma progressiva melhora nas
propriedades dos cimentos, com mudanças nas fórmulas e composições
desses materiais.
Durante décadas, os cimentos mais utilizados foram
à base de óxido de zinco e eugenol que, apesar de possuírem boas
propriedades tisicas (Benatti et al. 16, 1978; Holland et al. 102, 1974),
deixam muito a desejardo ponto de vista biológico (Leonardo137,
1973). O eugenol usado em demasia nas misturas recém-preparadas
provoca necrose imediata nos tecidos seguida de anestesia local, que
desaparece com o passar do tempo. Persiste, porém, uma inflamação
aguda que, na maioria das vezes progride culminando em um processo
32
crónico nos tecidos apicais (Biven et ai.23 , 1972, Cook & Taylor49 ,
1973, Timpawat & Vajrabhayi35, 1988, Yesilsol53, 1988, Barbosa et
9 ai. ' 1993).
Esse fato levou a urna nova abordagem e a um novo
critério na definição dos materiais endodônticos, dando ênfase às
propriedades biológicas (Leonardo & Holland138, 1974, Meryon &
Brook159, 1990, Barkhordar et al. 12, 1992, Zmener"58, 1992), mantendo
- mesmo aprimorando - as propriedades fisicas e ainda com
preocupações quanto à adesão dos cimentos às estruturas dentais (Pitt
Ford189, 1979, Powis et a1. 192, 1982, Wennberg & Orstavik247, 1990,
Geiger & Weiner76, 1993, Wu et al.'51 , 1994).
Devido aos conhecidos efeitos terapêuticos do
hidróxido de cálcio (Foreman & Barnes68, 1990, Silva207, 1991, Sjõgren
et a1.208, 1991), essa substãocia foi introduzida nos cimentos
endodônticos, com a finalidade de melhorar as propriedades biológicas
desses materiais. Também, com base nos estudos de Wilson & Kent248'
249
, 1971 e 1972, surgiram os cimentos de ionômero de vidro, de
comprovado potencial de adesão tisica e quimica tanto ao esmalte
quanto à dentina (Powis et al. 192, 1982.), permitindo margens
completamente seladas (McLean & Wilson 148, 1977.) e compatibilidade
biológica (Snuggs et ai. 212, 1993).
Em 1979, Pitt Ford 189 relatou pela primeira vez o
uso desse cimento nas obturações de canais radiculares. E,
recentemente, surgiu no comércio, um cimento de ionômero de vidro
específico para endodontia.
Os efeitos fisicos e biológicos dos cimentos podem
ser avaliados de várias maneiras.
JJ
Biologicamente, realizam-se os testes primários, que
dão um perfil geral da toxicidade dos materiais. Incluem-se aí testes de
toxicidade sistêmica a curto prazo, de toxicidade sistêmica aguda,
inalação, hemólise, mutagenicidade, teste letal dominante e
citotoxicidade in vitro.
Testes secundários avaliam a toxicidade local e
incluem os implantes subcutâneos e ósseos, que avaliam a toxicidade in
vivo de materiais que terão contato prolongado com esses tecidos. Entre
os testes secundários temos ainda os de sensibilização e de irritação da
membrana da mucosa bucal.
Finalmente, temos os testes convencionais ( usage
tests ), que são propostos para avaliar a resposta da ferida pulpar e
tecidos periapicaís aos materiais endodônticos (ISO/TR 7405!19, 1984,
Watts & Paterson243, 1992, Browne33, 1994, Hõrsted-Bindslev116, 1994,
Larsson133, 1994, Mjõr162, 1994, Schmall04, 1994).
Com relação às propriedades físicas, pode-se avaliar
a força de compressão, absorção de água, solubilidade e desintegração.
Consideram-se também as alterações dimensionais, o tamanho das
partículas dos componentes do material, o tempo de endurecimento e a
espessura da película do cimento. Pode-se avaliar ainda o pH, a
radiopacidade e o escoamento, além do selamento marginal - aspecto
que tem merecido especial atenção em muitos estudos (Bransteter &
Von Fraunhofer32, 1982, Bonetti Filho et al. 27, 1987).
Vários métodos têm sido utilizados para avaliar a
capacidade de selamento dos cimentos obturadores de canais
radiculares. Os mais clàssicos utilizam a penetração de corantes, com ou
sem vácuo (Bonetti Filho et al.27 , 1987, Goldman et al.82 1989,
34
Spangberget al.217, 1989, Holland et al. 108, 1990, Limkaugwa1mongko1
et al. 147, 1991, Va1era242, 1993), ou substâncias radioativas (Going et
a!."9, 1960, Holland et al. 102, 1974), técnicas eletroquímicas (Jacobson
& Von Fraunbofer122, 1976, Barkhordar et al. 11 , 1989), modelos
transparentes (Robertson & Leeb 196, 1982, Tagger et a1.228, 1983),
penetração de bactérias ou de seus produtos (Torabinejad et al.237, 1990;
Deveaux et a!. 56, 1992, Torabinejad et al.236, 1992). A avaliação através
da microscopia eletrônica de varredura lan3bém tem sido utilizada por
alguns autores (Krell & Wefel129, 1984) e, mais recentemente, o
mecanismo de transporte de fluidos (Pashley et al. 181 , 1987;Wu et al.250,
1994) e a infiltração in vivo (Barnett et ai. 13, 1989) têm despertado o
interesse de alguns pesquisadores.
As propriedades fisicas e biológicas do Sealapex
foranJ bastante avaliadas. Por outro lado, faz-se oportuna uma revisão
da literatura pertinente, para viabilização de uma investigação quanto às
propriedades biológicas e fisicas dos novos cimentos à base de
hidróxido de cálcio - Apexit e Sealer 26 - bem como do Ketac Endo -
cin3ento de ionômero de vidro.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo, procurou-se realizar wna revisão
sintética sobre os cimentos à base de resina, óxido de zinco e eugenol e
outros que, pelas suas características ou metodologia empregada para o
seu estudo, poderiam contribuir com o presente trabalho e na discussão
dos resultados posteriormente obtidos. De forma mais abrangente,
discorreu-se sobre o hidróxido de cálcio e cimentos que contêm esta
substância na sua composição. Produziu-se uma revisão sobre os
cimentos adesivos -que levaram à utilização do cimento de ionômero de
vidro na endodontia-. Ainda, realizou-se um revisão sobre estudos de
infiltração marginal, dando ênfase ao fator tempo de armazenamento
antes da imersão no corante.
36
2.1 Cimentos à base de resina, óxido de zinco e eugenol e outros.
Até a década de oitenta, os cimentos disponíveis no
mercado especializado eram baseados em fórmulas tendo como
principais componentes o óxido de zinco e o eugenol. Após o advento
das resinas plásticas, foram incorporados também ao mercado os
cimentos de resina epóxica, resina polimérica e hidrofilica.
Diferentes trabalhos compararam esses cimentos
quanto às suas propriedades biológicas e fisicas.
2.1.1 Propriedades biológicas
Erausquin64, 1970, avaliou a resposta do tecido
periapical de dentes de ratos obturados com óxidos de: zinco, titânio,
chumbo e alumínio. Os periodos de observações foram de sete, 30 e 90
dias. Nenhum dos óxidos mostrou evidências de ser dissolvido ou
absorvido pelo organismo. Os óxidos de alumínio e titânio provocaram
o aparecimento de grande número de macrófagos que fagocitavam suas
partículas. Estes induziram uma progressiva e persistente reação
inflamatória, que foi particularmente mais severa nos espécimes onde se
usou óxido de titânio. Os óxidos de chumbo e zinco foram muito bem
tolerados pelos tecidos periapicais.
(
37
Holland et ai. "JO, 1971, estudaram o comportamento
do tecido conjuntivo subcutâneo de ratos aos cimentos de óxido de
zinco e eugeno1 e Pyocidina com su1fa, num período de observação de
30 dias. Verificaram a presença de infiltrado inflamatório intenso para
todos os cimentos testados.
Crane et al.51 , 1980, observaram que os cimentos
sem eugenol na sua composição são mais compatíveis do que cimentos
com esta substância na sua composição.
Olsson et al. 174, 1981, estudaram a compatibilidade
biológica dos cimentos Kloroperka NO, Kerr sealer e AH26. Os
períodos de observação foram de 14, 30, 90 e 180 dias. Observaram
grande presença de macrófagos e células gigantes tipo corpo estranho.
Os autores consideraram esses cimentos semelhantes com relação ao
grau de irritabilidade.
Benatti Neto et al. 14, 1982, avaliaram as reações do
tecido conjuntivo subcutâneo de ratos aos componentes do cimento
AH26. O componente éter de bisfenol A foi avaliado sozinho ou
misturado com os componentes do pó (hexametilenotetramina, óxido
de bismuto, óxido de titânio e prata pulverizada). Após os períodos de
48 e 72 h, sete, 21 e 60 dias, os animais foram sacrificados. As reações
inflamatórias observadas, em ordem decrescente foram: éter de bisfenolA, éter de bisfenol A + óxido de bismuto, éter de bisfenol A + óxido de
titânio, éter de bisfeno1 A + prata pulverizada e éter de bisfenol A +
hexametilenotetramina. O óxido de titânio foi o que mais se espalhou
pelo tecido e induziu reação macrofágica acentuada.
38
Safavi et a1.198, 1983, avaliaram a reação tecidual de
misturas frescas dos cimentos AH26 e Hydron. Os períodos de
avaliação foram de 7, 14, 30, 90 e 180 dias. Em todos os períodos de
observação, pode-se notar áreas de necrose e inflamação ao redor dos
materiais testados.
Benatti Neto et ai. 15, 1986, avaliaram os cimentos
endodônticos AH26, OZE, Fill canal e Endomethasone. Utilizaram
segundos e terceiros pré-molares inferiores de quatro cães. Após o
preparo biomecânico, os canais foram preenchidos com os cimentos e
cones de guta-percha. O período de avaliação foi de 90 dias.
Observaram um comportamento biológico mais favorável ao AH26 e
OZE, tanto junto ao coto pulpar quanto na região periapical. O Fill
canal apresentou-se mais agressivo à região periapical.
Lia et a1. 144, 1988, avaliaram as reações do tecido
subcutâneo de ratos aos componentes do cimento AH26. Os períodos de
observação foram de dois, três, sete, 21 e 60 dias. Todas as substâncias
se apresentaram irritantes na seguinte ordem decrescente de
agressividade: éter de bisfenol A, óxido de titânio, óxido de bismuto,
prata pulverizada e hexametilenotetramina. A atividade macrofágica foi
intensa principalmente para o óxido de bismuto, prata pulverizada e éter
de bisfenol A. Encapsulamento com colagenização foi permitido apenas
para a hexametilenotetramina e a prata pulverizada.
Orstavik & Mjõr176, 1988, compararam a
compatibilidade biológica de cimentos à base de óxido de zinco e
eugenol, resina e outros. Os períodos de avaliação foram de 14 e 90
dias. Verificaram pequena reação tecidual para os materiais à base de
resina. Os cimentos de óxido de zinco e eugenol apresentaram respostas
39
mrus severas. Implante de AH26 e Hydron forrun rodeados por
macrófagos fagocitando componentes metálicos pesados (Bi, Ba).
Zmener et al?64, 1988, utilizaram o método
histométrico e quantitativo em estudos de biocompatibilidade. Tubos de
silicone contendo misturas recém-espatuladas de Endogel (gel
absorvível de um composto protéico de origem bovina) ou de silicone
sólida, foram implantados em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos e
avaliados após sete, 30 e 90 dias. Os resultados mostraram que o
Endogel provocou intensa resposta inflamatória em todos os períodos
de observação com a presença de polimorfonucleares, linfócitos e
macrófagos. Puderam observar a presença de tecido fibroso bem
organizado em contato com a silicone.
Pissiotis & Spangberg187, 1990, avaliaram a reação
do tecido ósseo ao implante de hidroxiapatita, colágeno e hidróxido de
cálcio puro ou diferentes combinações destes. Os implantes foram
realizados bilateralmente em mandíbulas de porquinhos da guiné. As
reações teciduais foram avaliadas nos períodos de dois, oito e 16
semanas. Não foram observadas grandes reações inflamatórias em
nenhum dos materiais. A hidroxiapatita não foi reabsorvida após os
períodos de observação, e o hidróxido de cálcio junto com o colágeno
foram parcialmente ou totalmente reabsorvidos pelo tecido ósseo.
Hong et ai. 113, 1991 , estudaram a reação teci dual do
cimento fosfato de cálcio em dentes de macacos. Observaram resposta
tecidual suave após um mês. Míoima reação foi visualizada em
períodos mais longos. Observaram neoformação óssea ao redor do
cimento.
40
P et al 179 1991 1. ascon . , , ava ~aram a
biocompatibilidade de cimentos endodônticos. Cento e vinte e um
dentes de 21 babuinos tiveram seus canais preparados um milimetro
aquém do forame e irrigados com hipoclorito de sódio a I%. Os canais
foram obturados pela técnica da condensação lateral e os cimentos
AH26, Kerr pulp canal sealer e Kloroperka NO. As reações periapicais
foram avaliadas a um, sete, 30, 365, 730 e 1095 dias. Nos curtos
períodos de observações (um a sete dias), o AH26 causou severa reação
e o Kerr pulp canal sealere kloroperka NO, reações moderadas e leves,
respectivamente. Nos períodos de dois e três anos as reações foram:
leves, para o AH26; moderadas, para o Kerr pulp canal sealer; severas,
para a Kloroperka NO.
Gulati et a1.90, 1991, observaram a elevada
citotoxicidade de cimentos contendo eugenol, e resposta suave para
cimentos sem esta substãncia.
Orstavik & Mjõr177, 1992, avaliaram os cimentos
AH26, Endomethasone, Kloroperka NO ou Procosol. Canais radiculares
com polpa vital de dentes de macacos foram instrumentados e
obturados pela técnica de condensação lateral e os cimentos citados.
Foram realizadas avaliações radiográficas e histológicas, num período
de um e seis meses. Radiograficamente observaram patologia periapical
em seis de todas as 60 raízes. Histologicamente foram vistas
inflamações periapicais após seis meses na seguinte proporção: l-
AH26 - de nove raízes, duas com inflamação moderada e uma suave; 2-
Endomethasone - de sete raízes, uma moderada; 3- Kloroperka- de sete
raízes, mna suave; 4- Procosol - de sete raízes, uma suave. As
41
observações radiográficas e histopatológicas foram significantemente
correlacionadas no período de seis meses.
Araki et al.6, 1993, estudaram a citotoxicidade in
vitro de dois cimentos obturadores de canais radiculares. Os cimentos
continham uma mesma composição para o pó. A diferença entre eles é
que o líquido de um era constituído de eugenol e o outro de ácidos
oleosos. Ambos os materiais foram tóxicos, logo após a mistura e após
24 h de endurecimento. Após uma semana, o cimento com eugenol
continuou sendo tóxico.
2.1.2 Propriedades tísicas
Grieve & Parkholm86, 1973, avaliaram o selamento
marginal de cimentos à base de resina e de óxido de zinco e eugenol, 24
h após as obturações, e constataram melhor selamento com os à base de
resina.
Mattisson & Von Fraunhofer158, 1983, também
realizando um estudo comparativo com os mesmos materiais,
observaram um melhor selamento com os cimentos de óxido de zinco e
eugenol.
42
Orstavik, et al. 178, 1983, notaram maior capacidade
de adesão à dentina por parte dos cimentos de resina. Mas os resultados
foram melhores com os cimentos de óxido de zinco e eugenol nos casos
das infiltrações marginais.
Negm169, 1989, observou que o Tubliseal selou
melhor que o AH26, mas que este cimento à base de resina apresentou
um selamento melhor que os demais cimentos de óxido de zinco e
eugenol.
70 Ainda os estudos de Fragola et ai. , 1979,
investigaram o efeito do tamanho das partículas de um cimento
endodôntico, sobre o tempo de presa, escoamento, densidade
radiográfica e aparência microscópica desses materiais. Verificaram que
o tempo de endurecimento e a densidade do cimento podem ser
variados pela alteração no tamanho das partículas de seus componentes.
Partículas menores aceleram o endurecimento, são mais fáceis de
misturar e aumentam a densidade da mistura formando uma matriz mais
homogênea e cristalina após o endurecimento do mesmo.
Spangberg et ai. 218, 1993, avaliaram o papel da
hexametilenotetramina, presente no cimento AH26, como fonte de
liberação de formaldeído. Foram realizadas comparações com o
cimento N2. Puderam verificar que o pó e a resina do AH26 não contem
formaldeído, mas após a mistura, verificaram uma crescente presença
desta substância nos dois primeiros dias de endurecimento. A
concentração da mesma diminuiu após sete dias.
Kazemi et ai. 127, 1993, compararam as alterações
dimensionais ocorridas a longo prazo com os cimentos OZE, AH26,
Endofill e Endomethasone. Os cimentos AH26 e Endofiii apresentaram
43
expansão inicial, seguida por perda volumétrica. Os cimentos de OZE,
se contraíram nos períodos iniciais.
2.2 Hidróxido de cálcio
O hidróxido de cálciofoi introduzido na
Odontologia por Nygreen em 1838, conforme Leonardo & Lea1139,
1991, utilizado por Codman, 1851, citado por Mallo et a1. 154, 1987, mas
foi em 1920, que Hermano, empregou este medicamento no tratamento
de canais radiculares, observando o reparo 139•
Subseqüente, Zander254, 1939, utilizando o Calxyl
no tratamento de polpas vivas, observou a formação de uma ponte
calcificada recobrindo o tecido pulpar exposto.
Glass & Zander78, 1949, utilizaram o hidróxido de
cálcio e água destilada, ou o óxido de zinco e eugenol, no capeamento
pulpar de dentes permanentes jovens. Observaram que polpas expostas
e capeadas com o óxido de zinco e eugenol apresentavam reação
inflamatória crônica persistente no local de exposição do tecido pulpar,
enquanto que, polpas capeadas com hidróxido de cálcio, após 4
semanas, apresentavam reparação no local da exposição. Observaram a
formação de barreira de dentina e o aparecimento de nova camada
odontoblástica.
44
Mitchell & Shanwalker161 , 1958, observaram haver
compatibilidade biológica do hidróxido de cálcio associado à água
destilada, em tecido conjuntivo subcutâneo de ratos. Os períodos de
observação variaram de dois a 3 5 dias. V eríficaram uma zona de
necrose de coagulação ao redor do material nos períodos iniciais, e nos
períodos mais avançados, observou tecido osteoide, com reação
inflamatória moderada.
Em 1960, Matsumiya & Kitamural 156, avaliaram o
efeito da pasta de hidróxido de cálcio e água destilada em canais
infectados de dentes de cães. Ao exame microscópico, observaram
processo de reparo dos tecidos periapicais.
Também os estudos de Sciaky & Pisante03
verificaram a origem dos íons cálcio dos tecidos mineralizados após o
reparo. Concluíram que o hidróxido de cálcio é um iniciador do
processo de mineralização e que os íons cálcio advêm possivelmente de
via sangüínea.
Eda62, 1961, utilizando técnicas histoquímicas,
analisou a reação do tecido pulpar após a colocação de hidróxido de
cálcio, fluoreto de cálcio e óxido de magnésio. Observou que, após
trinta minutos de contato com o hidróxido de cálcio, havia a deposição
de carbonato de cálcio e partículas Von Kossa positiva no tecido pulpar
logo após a camada de necrose. Aos dez dias verificou a presença de
células semelhantes a odontoblastos na área de exposição, e aos 15 dias
observou a formação de uma camada de dentina.
45
Em 1964, Maisto & Capurro152 propuseram o uso
da associação de hidróxido de cálcio, iodofórmio e suspensão de meti!
celulose, como material obturador temporário para tratamento de dentes
com ápice incompleto.
Cabrini et al. 35, em 1965, realizaram exposição
pulpar em dentes molares e pré-molares humanos, e após a permanência
de cinco a dez minutos de contato com os fluidos bucais, o tecido
exposto foi recoberto com pasta de hidróxido de cálcio. As cavidades
foram seladas com óxido de zinco e eugenol e cimento de silício
fosfato. As observações foram feitas de 62 a 84 dias. O exame
microscópico revelou a presença de barreira mineralizada induzida pelo
hidróxido de cálcio.
Sampaio199, 1967, avaliou a reação do tecido pulpar
de dentes de ratos, após a colocação do hidróxido de cálcio. Polpas
dentais foram contaminadas e em seguida protegidas com pasta de
hidróxido de cálcio. O autor pode verificar reparo com formação de
barreira de tecido mineralizado.
Em 1970, Heithersa/5 utilizou pasta de hidróxido
de cálcio em suspensão de meti! celulose, como obturação temporária
para casos de dentes com reabsorção apical e grandes lesões periapicais.
Pode verificar regressão das lesões e constatou a eficácia desse material
para estes casos.
Dylewski60 1971, estudou o processo de reparo de
dentes com ápice incompleto, após a colocação de hidróxido de cálcio e
p-monocloroferol canforado. O estudo foi realizado em dentes de
macacos. Observou reparo apical com formação de tecido calcificado
tentando selar os ápices radiculares.
46
Em, 1971, Holland et al. 101 avaliaram a resposta dos
tecidos periapicais de dentes de cães, após a obturação com hidróxido
de cálcio e outros materiais, precedidos ou não pela colocação de
curativo com corticosteróide e antibiótico. Observaram que o hidróxido
de cálcio preservou a vitalidade do coto pulpar e favoreceu a deposição
de cemento na região apical. Holland et al. 99 utilizaram hidróxido de
cálcio associado ou não ao iodofórmio, em dentes de cães, que haviam
ficado expostos ao meio bucal, e com ápice aberto. Observaram a
deposição de tecido mineralizado, obliterando o ápice radicular e
isolando o material dos tecidos periapicais.
Rasmussen & Mjõr194, 1971, avaliaram os efeitos
do hidróxido de cálcio como um potencial indutor de calcificações
ectópicas. Esse material foi implantado em contato direto ou separado
por um filtro de milipore em subcutâneo e em cavidades
intraperitoneais de ratos. Os periodos de observações foram de seis a 18
semanas. Quando o hidróxido de cálcio foi colocado em contato direto
com o tecido, observaram em alguns casos a formação de uma
hiperplasia de tecido conjuntivo e numerosas células gigantes
multinucleares. Notaram ocasionais estruturas basofilicas mal definidas,
e estruturas isoladas Von Kossa positivo, semelhantes ao tecido ósseo
imaturo. Nos casos onde se utilizou a membrana de milipore, não
verificaram reações no tecido do hospedeiro
Em 1971, Boume29, verificou que o alto pH do
hidróxido de cálcio ativou a fosfatase alcalina e neutralizou a atividade
da enzima osteoclástica.
47
Em 1972, Andreasen5; Cvek52 preconizaram o
hidróxido de cálcio em dentes com rizogênese incompleta, mostrando a
ocorrência de completa formação radicular e reparação das lesões
periapicais, respectivamente.
S & Gl. h 219 pector 1mc er , 1972, mostram as
fosfoproteínas como fator iniciador da mineralização na presença do
hidróxido de cálcio.
Leonardo137, 1973, realizou um estudo clinico,
radiográfico e microscópico em dentes de humanos. Nos casos de
biopulpectomia, os canais foram obturados no terço apical com pasta de
hidróxido de cálcio e o restante com cones de guta-percha e cimento de
Rickert. Nos casos de polpas necrosadas, utilizaram-se diferentes
soluções irrigadoras e um curativo com p-monoclorofenol canforado.
Os canais foram obturados com cones de guta-percha e óxido de zinco e
eugenol. Observou que o hidróxido de cálcio preservou a vitalidade do
coto pulpar e estimulou a deposição cementária. Nos casos de
necropulpectomia, apesar do êxito clínico e radiográfico, o exame
microscópico mostrou reação inflamatória com infiltrado do tipo
crônico.
Tomeck et al.239 , 1973, avaliaram a utilização do
hidróxido de cálcio associado ao p-monoclorofenol canforado, em
dentes jovens de macacos, após a contaminação pelo meio bucal.
Observaram fechamento apical e concluíram que o hidróxido de cálcio
aumenta o potencial de reparação.
Binnie & Rowe20, 1973, avaliaram a reação apical
de dentes jovens de cães, expostos ao meio bucal, por uma semana, e
obturados com o cimento de Grossman, pasta Calxyl ou pasta de
48
hidróxido de cálcio com água destilada. Observaram sucesso clínico e
radiográfico. Microscopicamente verificaram ausência de infiltrado
inflamatório, nos tecidos em contato com o hidróxido de cálcio.
Cvek et ai. 54, 1974, avaliaram o efeito da pasta de
hidróxido de cálcio em 38 dentes humanos reimplantados, sendo 21
com rizogênese completa e 17 com rizogênese. incompleta. Observaram
que em dentes reimplantados e tratados com hidróxido de cálcio, a
reabsorção radicular associada a áreas radiolúcidas pode ser evitada.
Dentes com rizogênese incompleta, apresentaram menor porcentagem
de anquilose.
Cvek & Sunsdstrõm 53, 1974, avaliaram
microscopicamente dentes com necrose pulpar e ápice incompleto,
tratados com hidróxido de cálcio. Os dentes foram luxados, antes do
tratamentoe extraídos por razões ortodônticas. Observaram áreas de
calcificação com deposição de tecido cementóide na região apical.
Catanzaro-Guimarães & Alle41 , 1974, avaliaram a
compatibilidade do Calcidrox em tecido subcutâneo de ratos. Os
períodos de avaliação foram de seis, 12 e 24 dias. Observaram intensa
reação histoquímica para a fosfatase alcalina e para lipídios neutros do
tecido que circundava o hidróxido de cálcio. Não foram observadas
reações inflamatórias crônicas tardias, nem granulomatosa do tipo
corpo estranho.
Leonardo & Holland138, 1974, estudaram o processo
de reparo clínico e histológico em dentes de humanos com dor
espontânea após biopulpectomia e obturação com hidróxido de cálcio.
O coto pulpar foi recoberto com uma pasta de hidróxido de cálcio e
49
água destilada e o restante do canal obturado pela técnica da
condensação lateral com o cimento de Rickert.
Os períodos das avaliações foram de um a cento e
noventa dias. A avaliação clínica mostrou ausência de sintomatologia
dolorosa em todos os casos. O exame histológico permitiu observar que
o coto foi preservado em todos os casos. Nos períodos mais adiantados
houve a deposição de cemento entre o coto e o material obturador.
Holland et ai. 105, 1979, avaliaram a influência do
limite das obturações, quando se utiliza o hidróxido de cálcio como
material obturador. Os canais foram preparados e o hidróxido de cálcio
foi forçado além do ápice. Após 30 dias, metade dos canais preenchidos
com hidróxido e cálcio foi novamente aberta e reinstrumentada.
Noventa dias após o primeiro tratamento, as análises histológicas
mostraram resultados mais favoráveis aos canais reobturados. As
sobreobturações com hidróxido de cálcio estimulam a formação de
áreas de reabsorção e impedem o crescimento do tecido conjuntivo
períapical.
C G . & p . 42 atanzaro- unnarães ercmoto , 1984,
estudaram o efeito do hidróxido de cálcio, OZE e AH26, sobre o afluxo
de macrófagos e sobre a taxa de fusão destas células para formar
granulomas, nos períodos de 4, 8, 12, 24, 30 e 40 dias, em tecido
conjuntivo de ratos. Dos resultados, sugeriu-se capacidade altamente
citotóxica do óxido de zinco e eugenol, para macrófagos. O hidróxido
de cálcio não teve grande influencia sobre o processo de fusão ou taxa
de atrair fagócitos mononucleares, indicando que o hidróxido de cálcio
tem pequeno efeito citotóxico para macrófagos.
50
Schrõder205, 1985, relatou os efeitos do hidróxido
de cálcio sobre a polpa. Inicialmente formou-se uma necrose superficial
que causou pequena irritação estimulando a defesa e o reparo pulpar.
Logo após, iniciou a proliferação e migração vascular e de células
inflamatórias, células mesenquimais e a formação de colágeno. Os
odontoblastos diferenciados e o tecido formado assumiram a aparência
de dentina, normalizando a função pulpar.
A mineralização do colágeno teve IIDCIO com as
calcificações distróficas tanto da zona de necrose, como da degeneração
das células dos tecidos adjacentes, levando a deposição de minerais no
colágeno recentemente formado. A presença de íons cálcio estimulou a
precipitação de carbonato de cálcio na área ferida e talvez possa ter
contribuído para o processo de mineralização. A formação de tecido
duro em contato com cimentos de hidróxido de cálcio indicou menor
injúria química inicial, quando comparada áquela produzida pelo
hidróxido de cálcio puro. As diferentes respostas dos tecidos aos vários
cimentos de hidróxido de cálcio podem estar relacionadas com fatores
como: diferenças no pH e taxa de liberação de íons, cálcio e hidroxila.
Outros componentes dos cimentos levam a diferentes reações químicas
que podem inativar o hidróxido de cálcio ou serem nocivos aos tecidos.
Kawakami et al. 126, 1987, avaliaram os aspectos
estruturais e histoquímicos do início de calcificação em tecido
subcutâneo de ratos após a aplicação de um material obturador de canal
constituído por hidróxido de cálcio, iodofórmio e óleo de silicone
(Vitapex). As análises foram feitas pela microscopia eletrônica e por
técnicas histoquímicas. Os períodos de avaliação foram de quatro a 129
dias. Puderam observar a presença de calcificações heterotópicas
jJ
sugerindo que esse material como um excelente material obturador de
canais radiculares capaz de induzir as células mesenquimais do
ligamento periodontal a se diferenciarem em osteoblastos ou
cementoblastos.
52
2.3 Cimentos à base de hidróxido de càlcio
2.3.1 Propriedades Biológicas
Oliveira172, 1977, adicionou hidróxido de cálcio ao
pó do cimento AH26, nas proporções de cinco, dez, 20 e 40%. Quarenta
e oito horas após a espatulação, observou que o AH26 puro,
apresentava pH próximo a sete. Quando misturado ao hidróxido de
cálcio, esse pH aumentou para 9,5 a 11,6, enquanto que a pasta de
hidróxido de cálcio apresentou pH de 11,0 a 12,0. Prosseguindo,
avaliou a compatibilidade biológica do cimento original, das misturas
desse com hidróxido de cálcio e da pasta aquosa de hidróxido de cálcio,
que foram implantados em tecido subcutáneo de ratos.
O exame histopatológico dos tecidos circunvizinhos
aos materiais implantados, após períodos de oito, 30 e 60 dias, permitiu
verificar que a pasta de hidróxido de cálcio apresentou melhor
compatibilidade seguido pelo cimento AH26 com 5% de hidróxido de
cálcio, 20%, 40% e 10%. O cimento AH26 puro mostrou reação
tecidual mais intensa. Verificou também, que a pasta de hidróxido de
cálcio e os cimentos originados do AH26 contendo 20 e 40% de
hidróxido de cálcio, induziram calcificações no tecido conjuntivo
subcutâneo. Concluiu que as reações inflamatórias degenerativas frente
aos cimentos contendo AH26, guardam relação direta com a quantidade
de partículas provenientes do pó original do cimento dispersadas nos
tecidos.
53
Holland & Souza98 , !985, estudaram a capacidade
do Sealapex como estimulador da formação de tecido duro em dentes
de cães e macacos. Utilizaram 160 canais radiculares de dentes de cães.
Após as aberturas coronárias as polpas foram removidas a I mm aquém
do ápice radiográfico (pulpectomia parcial), e no limite apical
(pulpectomia total). Nas pulpectomias totais, os forames foram
arrombados, seguido de um recuo para a realização do batente apical.
Os canais obturados com pasta de hidróxido de cálcio e água destilada,
ou pela condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos
Sealapex ou Kerr pulp canal sealer.
O experimento em macacos foi realizado de forma
semelhante, em 80 canais radiculares. Os resultados observados nos
dentes de cães e macacos após 180 dias foram semelhantes e sugeriram
que o Sealapex e o hidróxido de cálcio encorajaram o fechamento
apical pela deposição de cemento. A ocorrência de fechamento do
forame foi a mesma para os dois materiais (70%) nos casos de
pulpectomias periapicais, mas para as pulpectomias totais foi de 33,3%
para o Sealapex e I 0,0% para o hidróxido de cálcio. Observaram ainda
que ambos os materiais, quando extruídos para o ligamento periodontal
provocam reação inflamatória crônica) mas que o Sealapex,
fteqüentemente estimula a deposição de tecido duro nesta região.
Zmener & Cabrini260, 1987, estudaram os efeitos de
três cimentos à base de hidróxido de cálcio, sobre o comportamento de
uma população celular mista de células humanas ( monócitos e
linfócitos). As células foram mantidas em contato direto ou próximas
aos cimentos Sealapex, CRCS e Dycal. Em ordem crescente de efeitos
tóxicos, puderam observar Sealapex, CRCS e Dycal. Os autores
54
consideraram o Dycal menos compatível devido à grande quantidade de
íons cálcio e hidroxila liberados, elevando o pH e desnaturando as
proteínas da parede celular. Os efeitos adversos do CRCS foram
devidos à presença de eugenol e eucalipto! na sua composição.
Feiglin66, 1987, estudou as respostas dos cimentos
Procosol, Tubliseal,Diaket-A e CRCS, sobre a migração celular em
granulomas experimentais. Os cimentos foram colocados sobre as
lâminas de vidro, deixados endurecer e implantados em ratos. Os
períodos de avaliação foram de 4, 8, 12, 24, 30 e 40 dias. A
citotoxicidade foi avaliada pelo afluxo das células mononucleares ou
macrófagos e sua transfonnação em células gigantes inflamatórias. O
CRCS mostrou ser o melhor cimento, seguido pelo Procosol e
Tubliseal. O cimento mais citotóxico foi o Diaket.
Tronstad et al?40, 1988, avaliaram a solubilidade e a
biocompatibílídade dos cimentos CRCS e Sealapex. A superfície
vestibular da mandíbula de quatro cães foi exposta e realizados buracos
e nestes, foram implantados tubos de teflon e obturados com os
cimentos. Utilizaram como controle óxido de zinco e eugenol e uma
pasta de hidróxido de cálcio. O período de observação foi de 90 dias.
Os espécimes contendo hidróxido de cálcio e solução salina foram
completamente obturados com tecido ósseo. O Sealapex deslocou-se
parcialmente das aberturas dos tubos e foi substituído por tecido
conjuntivo; pode-se observar macrófagos ao redor do material. Os
cimentos CRCS e OZE pennaneceram no interior dos tubos após três
meses. O CRCS pareceu ser o cimento de hidróxido de cálcio mais
estável.
55
Também Zmener et al.263, 1988, analisaram a
resposta tecidual dos cimentos Sealapex e CRCS. Tubos de silicone
contendo os cimentos experimentais e um grupo controle preenchido
com silicone, foram implantados em tecido conjuntivo subcutâneo de
trinta ratos. Após sete, 30 e 90 dias de implantação, os animais foram
sacrificados. Medidas histométricas foram realizadas, quantificando
cada célula inflamatória em três campos de visão separados para cada
peça. Os resultados revelaram que em contato com o Sealapex formou-
se um tecido granulomatoso do tipo corpo estranho, com células
gigantes multinucleadas e macrófagos com material fagocitado no seu
interior. Essa reação aumentou nos períodos de 30 e 90 dias. Com
relação os CRCS, houve uma reação inflamatória aguda em contato
com o material nos periodos inicias que foi diminuindo até os noventa
dias. Uma cápsula de tecido fibroso organizado foi observada ao redor
do grupo controle após 90 dias.
Yesilsoy et al.253, 1988, fizeram análise
histopatológica de cimentos obturadores de canais radiculares
implantando-os em tecido subcutáneo de 12 porquinhos da guiné.
Foram avaliados os cimentos de Grossman, Eucapercha, Endofil,
CRCS, Sealapex e Hypocal. Como controle, utilizou-se solução salina
estéril. Cada material foi preparado de acordo com as especificações do
fabricante ou de acordo com a utilização clínica, no caso da
Eucapercha. Estes foram imediatamente injetados no tecido subcutâneo
num sistema de rodizio quanto ao local de implantação e guardando
uma distãncia de 20 mm entre as aplicações.
56
Os animais foram sacrificados após seis, 15 e 80
dias. As respostas inflamatórias foram graduadas pela contagem do
número de células inflamatórias. Os cimentos apresentaram inflamação
significantemente maior que o controle, em todos os períodos
avaliados. O Sealapex e Endofill exibiram inflamação significantemente
menor que os demais materiais. No período de 80 dias, todos os
cimentos provocaram inflamação suave sem diferenças estatísticas entre
eles. Pode-se observar a presença de células gigantes multinucleares
próximas aos cimentos Sealapex, Endo-fi li e Eucapercha, e ao final de
80 dias visualizaram-se calcificações, para todos materiais à base de
hidróxido de cálcio.
Leal et ai. 134, 1988, estudaram a biocompatibilidade
dos cimentos CRCS, Sealapex, N-Rickert e Fill canal. Os cimentos
foram colocados no interior de tubos de polietileno e implantados em
tecido subcutâneo de ratos. Os períodos de observação foram de 7, 21 e
60 dias. De um modo geral, todos os materiais mostraram-se irritantes,
provocando reações inflamatórias de diferentes intensidades. No
período inicial o Sealapex e o N-Rickert exibiram uma reação tecidual
moderada e o CRCS e Fiii-Canal mostraram reação intensa. Na fase
final houve uma diminuição em todos os quadros inflamatórios sendo
que o Sealapex, CRCS e o N-Rickert exibiram discreta reação tecidual e
o Fiii-Cana!, reação tecidual mais acentuada.
Matsumoto et al. 157, 1989, compararam a
citotoxicidade dos cimentos endodônticos N ew A - à base de óxido de
zinco e eugenol -, New B e New B-2 - à base de hidróxido de cálcio -, e
os cimentos AH26, Diaket, Canais, Tubliseal e Sealapex. Foram
utilizadas células de polpa dental de ratos, obtidas através de cultura
57
celular primária. No experimento com os cimentos recentemente
preparados, os cimentos AH26 e Diaket mostraram forte efeito
inibitório sobre a sintese de DNA, ao passo que não foram notados estes
efeitos com os novos cimentos e o Sealapex. Com os cimentos
endurecidos, o Diaket e os novos cimentos exerceram baixa influência
sobre as células, enquanto que os demais tiveram considerável
toxicidade.
Pitt Ford & Rowe190, 1989, avaliaram o selamento e
a biocompatibilidade de um cimento experimental de hidróxido de
cálcio comparado com o cimento de Grossman. Para a análise da
compatibilidade biológica, realizaram biopulpectomia em dentes de
macacos. Os canais foram preparados e obturados pela técnica da
condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos testados.
Após seis meses, observaram tecido normal ao redor de todos os canais
obturados com o cimento experimental.
Orstavik & Kerekes175, 1989, observaram
clinicamente o efeito do cimento obmrador sobre o reparo apical. Vinte
e três dentes com evidências radiográficas de periodontite apical foram
obtutados com os cimentos Sealapex ou Procosol. Os canais foram
tratados em duas sessões, após a colocação de um curativo de demora
com hidróxido de cálcio e o estado bacteriológico dos canais foi
monitorado usando técnica de cultura anaeróbia. Os dentes foram
aleatoriamente escolhidos para a utilização de cada cimento selador.
Todos os procedimentos inclusive as radiografias foram padronizados e
os tratamentos seguidos por seis meses após as obturações. Canais
obturados com o cimento Sealapex mostraram menores evidências de
cura após seis meses (6/13) do que canais obturados com o cimento
58
Procosol (8/9). Pelos resultados não se pode afirmar que o reparo com o
Sealapex é mais ou menos rápido do que com o Procosol.
Tagger & Tagger'26, 1989, realizaram
biopulpectomias com obturações imediatas em 31 raízes de incisivos e
pré-molares do três macacos jovens. Em seis incisivos o forame apical
foi ampliado para permitir a sobreinstrumentação. Os canais foram
obturados pela técnica da compactação termomecânica da guta-percha e
os cimentos CRCS, Sealapex e AH26. Os períodos de observação foram
de 7 a 8 meses e de 14 meses. Nos canais obturados com AH26 e
CRCS, pode-se observar próximo ao forame apical reações
inflamatórias que variaram de suave a severa. Os espécimes obturados
com Sealapex não mostraram células inflamatórias, exceto macrófagos
com seus citoplasmas carregados de partículas do material obturador;
Também notaram tendências a neoformação de tecido calcificado nos
canais obturados com esse cimento. Os cimentos Sealapex e AH26
foram irritantes quando extravasados no tecido ósseo.
Wennberg246, 1989, avaliou a compatibilidade dos
cimentos Grossman, Tubli seal, Sealapex, K.loroperka NO, AH26 e
Diaket, quando implantados em cavidades no músculo de coelhos.
Após 1 , 7, 14, 60 ou 180 dias as reações teciduais foram avaliadas. O
cimento de Grossman provocou uma constante mas pequena reação
tecidual, em todos os períodos de avaliação, enquanto que para os
demais cimentos, houve uma regressão gradual, destas reações.
Zmener et al. 265 , 1990, analisaram a
biocompatibilidade do cimento Sealapex sem dióxido de titãnio. O
cimento foi colocadoem tubos de silicone e implantado em tecido
subcutãneo de 30 ratos. Os animais foram sacrificados após 7, 30 e 90
59
dias. Para verificar a presença dos componentes do Sealapex
experimental, áreas específicas foram fotografadas sob microscopia
ótica e preparados para o exame de sonda microeletrônica. Detectou-se
em contato com o material, um tecido granulomatoso contendo
numerosas células gigantes tipo corpo estranho e macrófagos
carregados de partículas. Também foram observados fibroblastos e
vasos neofonnados. Essas reações aumentaram progressivamente após
trinta e noventa dias. A análise do tecido granulomatoso com micro
sonda eletrônica, mostrou a presença de um componente pesado
constituído de bário, zinco e enxofre.
Soares et al.213, 1990, avaliaram a resposta do tecido
periapical de dentes de cães obturados com os cimentos Sealapex,
CRCS e cimento de OZE. Cento e vinte canais radiculares de dentes de
cães foram instrumentados com arrombamento do forame apical,
seguido da realização de um batente apical com o instrumento de
número 45.
Os canais radiculares foram obturados pela técnica
da condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos a serem
testados. Os animais foram sacrificados após trinta e 180 dias. Os
resultados mostraram resposta tecidual semelhante para os três
cimentos. Nos casos onde o material obturador atingiu o limite do
batente apical, foi notado o crescimento de tecido conjuntivo com
células inflamatórias crônicas. Independente do cimento utilizado,
houve deposição de novo tecido duro nas paredes laterais do canal
radicular causando parcial fechamento do forame apical.
Holland et a!. 107, 1990, realizaram um trabalho
utilizando 30 raizes de dentes de cães. Os canais foram
60
sobreinstrumentados até o instrumento número 25, e o batente apical foi
realizado I mm aquém da vértice radicular até o instrumento de número
40, Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral e os
cimentos: 1- Sealapex puro; 2- Sealapex acrescido de 30 miligramas de
iodofórmio; 3- Sealapex acrescido de 112 miligramas de iodofórmio,
Da análise microscópica após seis meses, notou-se que no grupo do
Sealapex puro, houve selamento biológico com a deposição de cemento
em 4 casos. Os grupos constituídos pelo acréscimo de iodofórrnio
exibiram resultados semelhantes sendo que dentre os vinte espécimes
destes grupos sete mostraram selamento biológico completo. Quando o
cimento pbturador ficou no nível do forame ou ligeiramente além,
;
pode-se ~bservar cemento recobrindo-o. Foi comum a observação de
partícula$ de Sealapex dispersas no tecido e no interior do citoplasma
de macrófagos. Não houve diferenças entre os grupos experimentais.
Bonetti Filho26, 1990, avaliou a biocompatibilidade,
em dent~s de cães, de quatro técnicas de obturação de canais
radicular~s: I. clássica com Fill canal; 2. biológica controlada com Fill
canal; 3. 4olocação do plug apical de hidróxido de cálcio e Fill canal; 4.
;
clássica cpm Sealapex. Os canais foram obturados na mesma sessão, e
após 180 ~ias os animais foram sacrificados. De acordo com o grau de
reparo po~e-se classificar: I. técnica clássica com Sealapex; 2. técnica
com colo~ação apical de hidróxido de cálcio e Fill canal; 3. técnica
clássica e fill canal.
Meryon & Brook159, !990, estudaram a
citotoxicidade in vitro de doze cimentos endodônticos. Em alguns
espécimes, lascas de dentina foram compactadas sob o material testado
simulando tampão apical de dentina. Os cimentos avaliados foram o
61
AH26 com prata, AH26 sem prata, Biocalex, Diaket, Endomethasone,
Forfenan, Kerr's pulp canal sealer, Kloroperka, kri paste, Sealapex,
Spad e Tubliseal. Os resultados das análises foram avaliados
estatisticamente. Na ausência de dentina, Kloroperka, Biocalex, Diaket
e Endomethasone foram levemente citotóxicos; AH26 com e sem prata,
Sealapex, Tubliseal e Kerr's pulp canal sealer foram moderadamente
citotóxicos, enquanto que Forfenan, Spad e Kri paste foram fortemente
citotóxicos. Na presença de dentina, a citotoxicidade destes materiais
foi consideravelmente reduzida, com exceção do Endomethasone,
F orfenan, Spad e Kri paste.
A resposta tecidual de canais radiculares obturados
com Sealapex, hidróxido de cálcio e guta-percha foi avaliada por Sonat
et al.215, 1990. Cinqüenta e seis canais de pré-molares de cães foram
preparados no limite CDC, irrigados com solução salina e obturados da
seguinte forma: 1- condensação lateral de cones de guta-percha; 2-
condensação lateral de cones de guta-percha e pasta de hidróxido de
cálcio ou água destilada; 3- condensação lateral de cones de guta-percha
e cimento Sealapex. Os animais foram sacrificados nos períodos de 7,
30 e 90 dias. Os resultados das análise histopatológica evidenciaram
reparo mais pronunciado nos casos de obturações com o cimento
Sealapex do que com os demais grupos experimentais. A pasta de
hidróxido de cálcio também estimulou o reparo com a deposição de
cemento. Ambos, Sealapex e pasta de hidróxido de cálcio causaram
reação inflamatória crónica quando o material foi extruído através do
ápice radicular.
62
Takahara et al.229 , 1990, avaliaram a citotoxicidade
dos cimentos New B-1, New B-5 e New B-6 (à base de hidróxido de
cálcio), New A (à base de óxido de zinco), Sealapex, Canais, Tubliseal,
Diaket e AH26, que foram aplicados em células ósseas cultivadas,
obtidas de ratos. Medidas de incorporação de timidina, atividade da
fosfatase alcalina e liberaçllo de cálcio foram realizadas após 24 e 48 h.
Nllo foram encontradas diferenças na síntese de DNA celular e na
atividade da fosfatase alcalina entre células expostas ao New B-1, New
B-5 e controle após exposição por 24 e 48h. A liberação de cálcio em
24h, foi significantemente diferente dos grupos controles quando as
células foram tratadas com New B-6 e New B-5. Após 48h, células
tratadas com New B-1, New B-5 e New B-6 mostraram diferenças
significantes dos controles mas não das células expostas ao Sealapex.
Os novos cimentos endodônticos tiveram toxicidade in vitro mais baixa
do que os cimentos convencionais.
Binnan et al.21 , 1990, estudaram as propriedades
biológicas e fisicas dos cimento Sealapex e N-Rickert. Para avaliação da
biocompatibilidade foram utilizados camundongos distribuídos em
grupos de cinco animais para cada tempo (3, 7, 15, 30 e 60 dias).
Lamínulas de vidro contendo os cimentos manipulados nas condições
usuais foi implantada no tecido conjuntivo subcutáneo dos animais. O
cimento Sealapex mostrou marcante reação inicial, persistindo uma
reação inflamatória mononuclear difusa que aos 60 dias foi
caracterizada por reações tipo corpo estranho. Não foram observados
focos de calcificações.
63
Gutmann & Fava92, 1991, relataram um caso clínico
de um incisivo central superior, com área de rarefação óssea periapical,
obturado com Sealapex, onde houve extravasamento do cimento
durante a obturação do canal radicular. Puderam constatar através do
exame radiográfico, que após doze meses, havia uma redução quase
completa da área radiolúcida, a dissolução do excesso de cimento e
subseqüente reparo ósseo no tecido periapical com sugestiva
inexistência da lesão.
Molloy et al. 163, 1992, avaliaram a resposta
inflamatória em tecido subcutãneo de ratos expostos aos cimentos:
Resina experimental, Resina experimental com prata, Sealapex, Kerr,
AH26 e Cimento de Roth. Os cimentos foram manipulados, colocados
em tubos de polietileno e em seguida implantados em tecido conjuntivo
de dez ratos. Cada animal recebeu seis implantes. Os periodos de
avaliação foram de 3, I O, 20, 30 e 60 dias. Nos períodos iniciais todos
os cimentos apresentaram inflamação suave. O cimento AH26 mostrou
uma reação inflamatória ligeiramente maior aos 1 O, 20 e 30 dias. Após
60 dias, todos os cimentos se equipararam e apresentaram boatolerância tecidual.
Utilizando dentes de cães com rizogênese
incompleta, Holland et al.lll, 1992, analisaram a capacidade de reparo
biológico apical com o uso de hidróxido de cálcio na forma de pasta e
cimento. Foram feitas as aberturas coronárias, pulpectomias, e
realizados os preparos biomecãnicos com sobreinstrumentação e
irrigação abundantemente com solução fisiológica. Os canais foram
obturados com: I. Endoapex, 2. Sealapex, 3. hidróxido de cálcio
associado ao iodofórrnio em partes iguais tendo como veículo o silicone
64
líquido e 4. pasta de Frank. Após um ano, os animais foram
sacrificados. Observaram ausência de selamento apical e células
inflamatórias em contato com o Endoapex. Com o Sealapex, três casos
mostraram selamento do forame apical com deposição de cemento
morfologicamente irregular, ligamento periodontal apical de espessura
próxima ao normal com discreto infiltrado inflamatório crônico e
macrófagos carregados de partículas. Nos demais espécimes
observaram ausência de selamento biológico com discreto infiltrado
inflamatório crônico. Os espécimes obturados com a pasta de Frank
apresentaram os melhores resultados, seguido da pasta de hidróxido de
cálcio com silicone e iodofórmio.
Leonardo143, 1992, analisou comparativamente a
biocompatibilidade dos cimentos CRCS e Sealapex. Foram utilizados
16 canais de dentes de cães. Os ápices foram arrombados 2mm com
uma lima tipo Kerr n• 30 e os canais instrumentados com uma técnica
escalonada. As irrigações foram realizadas com hipoclorito de sódio
0,5%. Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral
ativa com os cimentos CRCS ou Sealapex. Os resultados, após um ano,
mostraram que os dois materiais causaram inflamação crônica de
magnitude moderada e induziram a deposição de tecido mineralizado na
região apical. Nos canais obturados com Sealapex notou-se a deposição
de tecido fibroso entre o material e o tecido mineralizado, sendo que no
CRCS o tecido duro se depositou diretamente na superficie do material.
Sübay & Asci224, 1993, avaliaram a resposta do
Dycal e hidroxiapatita como agentes capeadores pulpares. O estudo foi
feito em humanos, e os períodos de avaliação foram de dois, rrinta e
sessenta dias. Após estes periodos, os dentes foram extraídos. Dentes
65
capeados com hidroxiapatita exibiram moderado infiltrado inflamatório
com ausência de tecido mineralizado. Com o Dycal, observaram a
formação de barreira de tecido mineralizado, com ausência ou mínima
resposta inflamatória.
Utilizando o teste de Sldn Window, Berbert &
Consolaro19, 1994, avaliaram a influência de cimentos endodônticos na
migração neutrofilica. Laminulas de vidro contendo gotículas dos
cimentos Sealapex, CRCS ou ZOE, recém-espatulados, foram levadas
sobre escarificações feitas na pele de indivíduos adultos jovens, por um
periodo de 3 h. O grupo OZE mostrou PMNs neutrófilos, de aspecto
normal, distribuídos geralmente de forma difusa na periferia da área
escarificada, porém com uma zona livre de céhúas contigua à periferia
imediata do material. No grupo do CRCS, os PMNs neutrófilos
geralmente mostravam numa relação direta com a superficie do
material, um aumento da densidade citoplasmática e preservação da
forma e estrutura celular.
No grupo do Sealapex, os PMN s neutrófilos
estavam em relação direta com a superficie do material e em geral essas
células demonstraram avidez por fagocitá-lo. Com freqüência ocorreu
ruptura da membrana celular, sendo observado em certos lugares uma
citólise neutrofilica abundante. O OZE preservou estruturalmente as
células. O Sealapex propiciou uma degranulação exuberante dos PMNs
neutrófilos. O CRCS apresentou-se entre asses dois parárnetros de
avaliação numa posição intermediária. Em ordem decrescente quanto à
agressão e migração celular dos cimentos obteve-se: Sealapex, CRCS,
ZOE.
66
Buntak-Kobler et a1. 34, 1994, verificaram a
toxicidade dos cimentos Sealapex e Apexit, comparando-os com o
cimento Diaket. Um total de 52 ratos foram usados, e 0,5ml de cimento
recém-espatulado foi injetado na região periapical dos dentes destes
animais. Os periodos de observação foram de 2, 8, 30 e 60 dias. A
análise microscópica, aos oito dias, evidenciou resposta inflamatória
mais severa para o Sealapex. Aos trinta dias, a reação mais suave foi
para o Apexit. Após 60 dias foi observada ao redor do Sealapex e
Diaket uma inflamação do tipo crónica, enquanto que ao redor do
Apexit, não foi observada a presença de inflamação.
Holland et al. 112, 1994, num estudo em dentes de
cães, observaram que canais radiculares obturados com hidróxido de
cálcio, provocou melhores resultados quando comparado a outros
cimentos, independente das condições do tecido pulpar (vital ou
necrosado)
2.3.2 Selamento marginal
Cohen et al.47 , 1985, avaliaram a capacidade de
selamento de um cimento à base de óxido de zinco e eugenol e outro à
base de hidróxido de cálcio. Canais radiculares de 34 dentes foram
instrumentados 0,5nun aquém do forame apical, até o instrumento de n°
60, e irrigados com hipoclorito de sódio a 2,5%. Os canais foram
67
obturados pela técnica da condensação lateral de cones de guta-percha
com os cimentos Procosol e CRCS. As análises das infiltrações foram
realizadas pelo método eletroquímico nos períodos de I a 14 dias. Os
padrões de infiltrações com o cimento CRCS estabilizaram ou
diminuíram com o tempo, enquanto que com o Procosol eles
estabilizaram ou aumentaram com o tempo. As médias de infiltrações
foram ligeíramente menores para o cimento à base de hidróxido de
cálcio.
Alexander & Gordon\ 1985, compararam o
selamento apical produzido por dois cimentos à base de hidróxido de
cálcio e o cimento de Grossman. Trinta raízes, tiveram seus canais
radiculares preparados a um milímetro aquém do forame, até o
instrumento de n° 60, e írrigações de hipoclorito de sódio 2,5%. As
raizes foram divididas em três grupos de dez e os canais obturados pela
técnica da condensação lateral com os cimentos Sealapex, CRCS e
Grossman.
Os cimentos foram levados aos cana1s com um
instrumento até que houvesse extravasamento foraminal e em seguída
foram realizadas as obturações. Após o endurecimento dos materiais, as
raízes foram colocadas em solução de azul de metileno 2%, a 3i'C
durante seis dias. Para análise das infiltrações as raízes foram
secionadas transversalmente em seis fatias de um em um milímetro a
partir do ápice radicular. As supemcies apical e coronal de cada fatia
foram analisadas através de microscopia, fotografadas e projetadas. As
infiltrações foram determinadas através de escores. Houve infiltração
significantemente maior com CRCS, em relação ao cimento de
6S
Grossman e Sealapex. O Sealapex infiltrou menos que o cimento de
Grossman, mas não houve significância estatística.
Um estudo realizado por Madison et al.150, 1987,
avaliou a infiltração via coronária em dentes tratados endodonticamente
e expostos a saliva artificial. Após o preparo biomecãnico dos canais os
dentes foram distribuídos em três grupos, as obturações foram feitas
pela técnica da condensação lateral com guta-percha e os cimentos
Sealapex, AH26 e de Roth. As aberturas de acesso foram seladas com
algodão e Cavit e colocados em um umidificador por 48 h. Após, as
restaurações provisórias foram removidas e os dentes imersos em saliva
artificial por 7 dias e em seguida colocados em tinta nanquim. A análise
das infiltrações indicou maior índice de infiltração para o cimento
AH26, quando comparado com o cimento de Roth e Sealapex. O
Sealapex mostrou menor índice de infiltração do que o cimento de
Roth, mas sem significância estatfstica.
Utilizando a técnica do obturação de McSpadden,
Moraes et al. 165, 1987, compararam o selamento apical dos cimentos
Sealapex e Endofill. Após o preparo biomecânico, os dentes foram
divididosem três grupos: 1- guta-percha sem cimento; 2- guta-percha e
Sealapex; 3- guta-percha e Endofill. Em todos os grupos foi realizada a
obturação com o compactador de McSpadden n• 55, seguido da
condensação vertical. Após 24 h de manutenção em umidade relativa
100% e temperatura de 37°C, os dentes foram imersos em solução de
azul de metileno a I% e mantidos a 3 7°C por mais 24 h. As infiltrações
foram avaliadas estabelecendo-se escores de O a 3. Os resultados não
mostraram diferenças significativas entre os cimentos Endofill e
Sealapex.
69
Zmenel57, 1987, comparou as propriedades
seladoras dos cimentos Sealapex, CRCS e Tubliseal. Noventa raízes
tiveram seus canais preparados até o instrumento n ° 50 a uma extensão
de 0,5 milímetros além do forame apical. As irrigações foram realízadas
com hipoclorito de sódio a 2,5%, seguido de uma irrigação final com
água destilada. Após, foram divididas em três grupos e obturadas até o
vértice apical péla técnica da condensação lateral de cones de guta-
percha e os cimentos Sealapex, CRCS e Tubliseal. Todos os espécimes
foram mantidos a 3 7"C e umidade relativa de I 00% durante 48 h e em
seguida fora impermeabilízados, mergulhados em solução de azul de
metileno a 5% e mantidos a 37"C por um, três e dez dias. As análises
das infiltrações longitudinais mostraram aumentar significantemente
com o tempo de manutenção no corante. Não houve diferenças
significativas entre os cimentos avaliados.
Rothier et al.197, 1987, avaliaram in vitro, o
potencial de infiltração de dois cimentos à base de hidróxido de cálcio e
dois à base de óxido de zinco e eugenol. Utilizaram 64 dentes
unirradiculares, que após abertura coronária foram instrumentados a
dois milímetros além do forame até o instrumento n° 55 e divididos em
quatro grupos experimentais contendo 15 dentes cada, e dois grupos
controle com dois dentes cada. Nos grupos experimentais os canais
foram obturados pela técnica da condensação lateral de cones de guta-
percha e os cimentos CRCS, Sealapex, Procosol e Kerr Pulp canal
sealer. Os dentes foram imersos em solução de Rodamina 0,2% por sete
dias. Os dados obtidos das infiltrações longitudinais mostraram não
haver diferenças significativas entre os cimentos CRCS, Sealapex e
70
Kerr pulp canal sealer. Houve significante aumento da infiltração com o
uso do Procosol.
Barkhordar et ai. 11 , 1989, estudaram o se lamento
apical de cinco cimentos endodônticos. Sessenta dentes unirradiculares,
tiveram suas coroas removidas e os canais instrumentados no limite
apical até o instrumento n° 35 e irrigados com NaOCI a 2,5%. As raízes
foram divididas em seis grupos e obturadas pela técnica da condensação
lateral e vertical da guta-percha e os cimentos Roth, AH26, Sealapex,
CRCS e Nogenol. As aberturas de acesso foram seladas e as raízes
foram deixadas num umidificador a 37°C por 48 h até o endurecimento
dos cimentos e em seguida imersas em tinta da Índia durante 24 h. As
raízes foram descalcificadas, desidratadas e colocadas, em
metilsalicilato para ficarem transparentes. A penetração do corante foi
medida através de microscopia. Não houve diferenças significativas
entre os valores de infiltração dos cimentog analisados. As médias de
infiltração para cada cimento foram: I. CRCS = 0,26 mm; 2. AH26 =
0,27 mm; 3. Nogenol = 0,33 mm; 4. Sealapex = 0,34 mm; 5. Roth =
0,45mm.
Investigando melhor a questão da infiltração
cervical, Madison & Wilcox 149, 1988, realizaram estudo in vivo,
utilizando 64 dentes posteriores de macacos. Após as aberturas
coronárias e preparo biomecãnico, os canais foram obturados pela
técnica da condensação lateral da guta-percha e os cimentos AH26,
Sealapex e Roth. As aberturas foram seladas com Cavit e foram
removidas após 72 h, deixando os canais expostos à cavidade oral por
uma semana. Os macacos foram sacrificados~ os dentes removidos e
colocados no corante. Houve penetração considerável em todos os
71
grupos não havendo diferenças estatisticamente significantes, embora
os canais obturados com o cimento Sealapex tenham exibido valores de
infiltrações ligeiramente menores.
Timpawat & Vajrabhaya235, 1988, compararam as
propriedades seladoras dos cimentos de Grossman, CRCS,
Endomethasone, cimento experimental (à base de óxido de zinco e
eugenol) e Kerr Root Canal Sealer. Noventa raízes tiveram seus canais
preparados a 0,5 mm aquém do ápice radicular, até o instnnnento de n°
60 e obturadas pela condensação lateral de guta-percha e os diferentes
cimentos a serem testados. Foi deixado um grupo controle, onde não se
utilizou cimento selador. Após 48 h, os ápices radiculares foram
mantidos mergulhados em solução aquosa de azul de metileno a 2%
durante 2 dias a 3 7°C. A análise das infiltrações longitudinais mostrou
infiltração significantemente menor para o grupo obtutado com o
cimento experimental do que os cimentos de Grossman e
Endomethasone, mas não significantemente diferente dos grupos
obturados com CRCS e Kerr Sealer.
Determinando a capacidade de selamento, in vivo,
de cimentos obturadores contendo hidróxido de cálcio Barnett et a1. 13,
1989, utilizaram 160 raizes que tiveram seus canais radiculares
instrumentados no nível do forame apical até o instrumento de n° 80.
As irrigações foram realizadas com hipoclorito de sódio a 5% e as
raizes foram esterilizadas por radiação gama. Após, os canais foram
obturados com um cone único de guta percha e os cimentos CRCS,
Sealapex e cimento de Roth 80 I. As aberturas de acesso seladas com
cimento de óxido de zinco e eugenol. Nove raízes foram obturadas sem
cimento (controles positivo), e cinco raizes serviram como controle
72
negativo uma vez que os canais foram deixados vazios. As 160 raízes
foram então implantadas subcutaneamente na região dorsal de cinco
coelhos. Ao final de noventa dias e um ano, os animais foram
sacrificados, as raizes removidas, impermeabilizadas externamente e
colocadas em tinta nanquim por 7 dias. As análises das infiltrações
longitudinais aos 90 dias, mostraram que o CRCS apresentou uma
infiltração significantemente menor do que os demais cimentos
obturadores. Não houve diferenças estatísticas significantes entre os
cimentos Sealapex e o de Roth 801. Após I ano, o Sealapex apresentou
menor infiltração que o CRCS, mas sem significância estatística.
Kaufinan et al. 124, 1989, compararam o selamento
apical de canais radiculares obturados com os cimentos Life e AH26,
utilizando duas técnicas de obturação de canais radiculares. Setenta
raizes foram preparadas e obturadas utilizando compactação mecânica
ou térmica e os cimentos a serem testados. Os dentes foram mantidos
em câmara úmida durante quatro dias para permitir o completo
endurecimento do cimento e após, foram imersos na solução traçadora.
A média das infiltrações observadas para o cimento Life foi de
0,575mm versus 1,025mm para o cimento AH26.
Pitt Ford & Rowe190, 1989, avaliaram o selamento e
a biocompatibilidade de um cimento experimental à base de hidróxido
de cálcio e do cimento de Grossman. O selamento foi avaliado pela
penetração de corante ao longo dos canais radiculares obturados com os
respectivos cimentos. Puderam constatar uma boa capacidade seladora
do cimento experimental, que foi similar ao cimento de Grossman.
73
Tanomaru Filho et al.232, 1991, realizaram wn
estudo comparativo utilizando duas diferentes proporções pó/liquido do
cimento CRCS comparando-o ao cimento de óxido de zinco e eugenol.
Trinta caninos foram instrwnentados, removidas as camadas residuais, e
os canais obturados pela técnica da condensação lateral de cones de
guta-percha e os cimentos em estudo. O cimento CRCS nas duas
proporções pó/líquido apresentou infiltrações significantemente
diferentes e maiores do que o cimento óxido de zinco e eugenol.
Limkangwalmongkol et al. 147, 1991, avaliaram a
capacidade deselamento de quatro cimentos obturadores de canais
radiculares. Cento e vinte e cinco dentes unirradiculares tiveram suas
coroas removidas e os canais preparados a um milímetro aquém do
comprimento total do dente. As irrigações foram feitas com hipoclorito
de sódio a 1% alternado com EDT A. As raizes foram divididas em 5
grupos sendo quatro grupos experimentais e um grupo controle.
Os grupos experimentais foram obturados pela
técnica da condensação lateral com cones de guta-percha e os cimentos
Apexit, Sealapex, Tubli-seal e AH26. O grupo controle foi obturado
com cones de guta-percha sem cimento obturador. As aberturas de
acesso foram seladas e as raízes colocadas em um umidificador a 37°C,
umidade relativa de I 00%, durante I a 3 semanas. Após a
impermeabilização, cada raiz foi colocada em tubos de ensaio, com os
ápices para cima, imersas em solução de azul de metileno a 2% e
centrifugadas por três minutos. Após, foram lavadas em água corrente
incluídas em resina, e secionadas transversalmente. Observou-se
infiltração de: 1- AH26 = 0,82mm; 2- Apexit = I ,67mm; 3- Tubli-Seal
= 1,95mm; 4- Sealapex = 2,28mm; 5- Grupo controle = 8,37mm.
74
Houve diferenças significantes nas infiltrações entre o AH26 e os
demais cimentos.
Holland et a!. 109, 1991 , analisaram a qualidade do
selamento marginal de diferentes cimentos à base de hidróxido de
cálcio, comparando-os ao cimento de óxido de zinco e eugenol.
Sessenta canais foram instrumentados a um milímetro além do forame
até a lima de número quarenta com escalonamento até a lima de n° 80.
Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral com
cones de guta-percha e os cimentos CRCS, Sealapex puro, Sealapex
com duas quantidades diferentes de iodofórmio, cimento experimental à
base de hidróxido de cálcio, e cimento de OZE.
Os espécimes foram mergulhados verticalmente em
solução de azul de metileno a 2% por 24 h. O cimento de OZE
evidenciou infiltração significantemente maior do que os cimentos à
base de hidróxido de cálcio. Os cimentos CRCS e experimental
mostraram magnitude de infiltrações bastante semelhantes, enquanto
que o Sealapex exibiu infiltração ligeiramente menor, embora não
significantes quando comparadas aos demais cimentos à base de
hidróxido de cálcio. O acréscimo de iodofórmio ao Sealapex não levou
a modificações expressivas.
Canalda-Sahli et a!.40, 1992, estudaram o selamento
apical de cimentos à base de resina, hidróxido de cálcio e de óxido de
zinco e eugenol. Um total de 150 dentes unirradiculares tiveram seus
canais instrumentados e foram divididos em seis grupos experimentais e
dois grupos controle. Os grupos experimentais foram obturados pela
técnica da condensação lateral da guta-percha e os cimentos
Endomethasone, Tubliseal, AH26, Diaket, Sealapex e CRCS. O grupo
75
controle positivo foi obturado com guta percha sem cimento e no
controle negativo os canais permaneceram vazios. Após as obturações
as raízes foram incubadas a 37°C em umidade relativa de 100%,
durante dez dias. Dois milímetros dos ápices radiculares foram
submersos em solução contendo radioisótopo 99TC, durante 5 h. A
obtenção das imagens de penetração do isótopo foram realízadas através
de um computador que possibilitou a quantificação das infiltrações em
milimetros. O cimento Sealapex apresentou infiltração
significantemente menor que os demais cimentos. Em ordem crescente
de infiltrações observaram-se: Sealapex, AH26, Tubliseal, Diaket,
CRCS e Endomethasone.
Oguntebi & Shen 171 , 1992, realizaram o preparo
biomecãnico dos canais radiculares de 120 raízes. Estes foram irrigados
com hipoclorito de sódio a 5,25%, a camada residual foi removida com
EDTA a 17% e a última irrigação foi realizada com hipoclorito de sódio
a 5,25%. As raízes foram divididas em 6 grupos de acordo com os
cimentos a serem utilizados: Roth's 80 I, Sealapex, Ketac-Cem, AH26,
Lee Endofil e grupo controle onde não foi usado cimento obturador. A
técnica do Thermafil foi escolhida para obturação.
Os cimentos foram levados ao interior dos canais
com o auxílio de uma lima. Cones previamente preparados com o
Thermafil foram assentadas nos canais e após, mantidos sob pressão,
em um umidificador a 37°C por 24 h. Após mais 12 h, um milímetro
apical foi secionado expondo a interface dente/cimento/Thermafil. Em
seguida as amostras armazenadas em água a 3 7°C por quatro semanas.
Decorrido este tempo, os ápices foram imersos em solução aquosa de
azul de metileno a 0,5% e mantidos por duas semanas a 37°C. O grupo
76
controle exibiu infiltração significantemente maior que os demais
grupos. Não houve diferenças significantes entre os grupos
experimentais. Os cimentos Lee Endofil e AH26 apresentaram baixos
valores de infiltração comparados com os demais cimentos.
Limkangwahnongkol et a1.146, 1992, estudaram a
infiltração apical de quatro cimentos obturadores de canais radiculares.
Cinqüenta dentes unirradiculares foram instrumentados a um milímetro
aquém do ápice radicular até os instrumentos de n' 30 e n' 50. Utilizou-
se como soluções irrigadoras o EDTA 15% com cerrimide e hipoclorito
de sódio a I%. Os dentes foram divididos em cinco grupos, sendo
quatro grupos experimentais e um grupo controle. Todos os dentes
exceto os do grupo controle foram obturados pela técnica da
condensação lateral de cones de guta-percha e os cimentos Apexit,
Sealapex, Tubliseal, e AH26. Os dentes do grupo controle foram
obturados sem cimento. Após um armazenamento por 48 h, os
espécimes foram imersos em corante azul de metileno a 2% e
centrifugados por três minutos.
As análises longitudinais das infiltrações mostraram
as seguintes infiltrações média: AH26 = 0,48mm; Apexit = 1,33mm;
Sealapex = 4,59mm; Tubliseal = 5,58mm e guta-percha sozinha =
7 ,99mm. O cimento AH26 infiltrou significantemente menos do que os
demais. O Apexit mostrou infiltração significantemente menor do que
os cimentos Sealapex e Tubliseal. Não houve diferenças significantes
entre o Sealapex e o Tubliseal.
77
Barkhordar et al. 12, 1992, avaliaram o selamento
apical produzido pelo cimento tricalciofosfato comparando-o aos de
hidróxido de cálcio e de óxido de zinco e eugenol. Todos os canais
foram obturados pela técnica da condensação lateral de cones de guta-
percha e os cimentos: Roth, Sealapex, Kerr, Apatita tipo I, Apatita tipo
ll e Apatita tipo ill, Um grupo foi obturado sem cimento e foi mantido
como controle. Os espécimes foram mantidos em umidificador durante
48 h, e em seguida imersos em nitrato de prata. O cimento Sealapex
apresentou melhor capacidade de selamento seguido pelo cimento
Apatita tipo n, porem sem significância estatística. O cimento de Roth
infiltrou significantemente mais que os demais cimentos.
Estrela et al.65 , 1993, verificaram o selamento apical
dos cimento N-Rickert e Sealapex em obturações de canais realizadas
por duas diferentes técnicas de obturação. Quarenta dentes foram
preparados a um milímetro aquém dos ápices radiculares e removida a
camada residual com EDT A. Metade dos dentes teve seus canais
obturados pela técnica da condensação lateral e a outra metade pela
técnica de Nguyen, e em cada um destes grupos, metade das obturações
foi realizada com cimento N-Rickert e metade com Sealapex, que foram
introduzidos no canal com a ajuda do cone principal de guta-percha. Os
dentes foram imersos em solução de azul de metileno a 0,5% por 72 h a
temperatura de 37°C. Os resultados das análises das infiltrações
longitudinais mostraram não haver diferenças estatísticas significantes
entre os cimentos endodônticos estudados.
78
Considerando a importância de um bom selamento
das obturações dos canais radiculares, Holland & Murata97 1993,
estudaram o comprometimento do selamento apical de canais
radiculares obturados com os cimentos Sealapex, e OZE, após a
colocação ou não de umcurativo de hldróxido de cálcio. Cem canais
foram preparados biomecanicamente sendo que 60 foram preenchldos
com três diferentes pastas de hidróxido de cálcio: I. hidróxido de cálcio
puro com soro fisiológico; 2. hidróxido de cálcio, óxido de zinco,
colofônia e propileno glicol; 3. hidróxido de cálcio e partes iguais de
paramonoclorofenol canforado e glicerina. As aberturas foram seladas
com óxido de zinco e eugenol e os dentes mantidos em câmara úmida a
37°C por sete dias. Decorrido este prazo, os canais foram novamente
irrigados, secos e obturados pela técnica da condensação lateral de
cones com guta-percha e os cimentos Sealapex ou OZE. Após vinte e
quatro horas, as raizes foram mergulhadas em solução de azul de
metileno a 2%, em ambiente de vácuo, e mantidas no corante por 12 h.
As menores infiltrações foram observadas com o Sealapex. A utilização
prévia do curativo melhorou o selamento dos canais obturados com
OZE e não houve mudanças quando se utilizou o Sealapex.
Em virtude das diferenças encontradas com os
d. d . - s al2!6 tversos corantes e tempos e tmersao nos mesmos, ouza et . ,
1994, propuseram avaliar a variabilidade da magnitude das infiltrações
com diferentes soluções traçadoras de canais radiculares obturados com
os cimentos de óxido de zinco e eugenol ou Sealapex. Cento e sessenta
dentes unirradiculares foram preparados biomecanicamente e obturados
pela técnica híbrida da termoplastificação com os cimentos citados. As
câmaras pulpares foram seladas com Lumicom, e a superfície radicular
79
externa dos dentes foi impermeabilizada. Em seguida, as amostras
foram imersas em saliva artificial veiculando os corantes: Azul de
metileno a 2%, Violeta de genciana a 2%, Fluoresceína a 2% e
Rhodamina B a I%. Todos foram mantidos em estufa a 37°C por 24 h
ou 168 h. O cimento Sealapex provocou uma menor magnitude de
infiltração que o Óxido de zinco e eugenol. Houve um aumento das
infiltrações com o decorrer do tempo de imersão dos dentes no corante.
Utilizando um sistema in vitro de transporte de
fluidos através de canais radiculares obturados, Wu et al.2S!, 1994,
avaliaram a capacidade de selamento dos cimentos AH26, Ketac Endo,
Sealapex e Tubli-Seal. Utilizaram seções de raizes bovina nos
comprimentos de 4mm e 8mm, sendo seus diâmetros internos
padronizados em 3mm. Os restos de material e resíduos foram
removidos com hipoclorito de sódio a 5,25%. Utilizaram como
penúltima irrigação o EDTA a 17% (pH 7, 7) e uma irrigação final com
hipoclorito de sódio a 5,25%. Nos espécimes a serem obturados com
Ketac Endo, o EDTA foi substituído por ácido cítrico a 40%.
Os cones de guta-percha foram preparados pela
injeção termoplástica da guta-percha, em diâmetros padronizados de
3mm, para os cilindros de 4mm de comprimento, e 2,5mm, para os
cilindros de 8mm de comprimento. Os cilindros foram obturados
somente com cimento ou com cones de guta-percha e os cimentos
obturadores, permanecendo ao final, espessuras de cimento de 0,05,
0,25 ou 3mm. O transporte de fluido foi realizado a partir de uma das
extremidades dos canais e pode-se observar ao final que: os cimentos
AH26 e Sealapex, quando usados com guta-percha, apresentaram um
selamento mais hermético que o Ketac Endo ou Tubli-seal; AH26,
80
Ketac Endo e Sealapex, selaram melhor que o Tubli-Seal quando a
espessura de cimento foi de 0,25mm, enquanto que o Ketac Endo selou
melhor que os demais quando a camada de cimento foi de 0,05mm de
espessura.
Dezan Jr. et al.57, 1994, avaliaram a qualidade do
selamento marginal de obturações após retratamento endodôntico.
Utilizaram cem raizes que tiveram seus canais radiculares preparados a
um núlimetro aquém do forame apical, com freqüentes irrigações de
água destilada. Os canais foram obturados pela técnica da condensação
lateral. Quarenta canais foram obturados com Fill canal (Fill canal I) e
40 com Sealapex (Sealapex I), que permaneceram em câmara úmida
por dez dias. Em seguida, foram desobturados por dois processos: l-
com brocas gates-glidden e limas tipo K n'3 5, utilizando irrigações com
água destilada; 2- com brocas gates-glidden, limas tipo K n°35 e
clorofórmio.
Os canais foram reinstrumentados até a lima tipo K
n'45 e reobturados ou com Fill-canal 2 ou com Sealapex 2. Os grupos
controle, após o preparo biomecânica foram obturados com Fill-canal 2
ou Sealapex 2. Os ápices radiculares foram mergulhados em água por
24 h e em seguida os espécimes foram imersos em solução de azul de
metileno a 2% em ambiente de vácuo por 24 h. O Sealapex apresentou
melhor selamento marginal do que o Fill canal após a obturação. Os
cimentos Fill canal e Sealapex apresentaram selamento semelhante após
o retratamento. Canais obturados com Sealapex 1 e reobturados com o
Fill canal 2 apresentaram uma melhora significante na qualidade
seladora do Fill canal.
81
• Holland et ai. , I 995, compararam a qualidade do
selamento marginal de quatro cimentos obturadores de canais
radiculares à base de hidróxido de cálcio. Cinqüenta canais foram
preparados biomecanicamente e obturados pela técnica da condensação
lateral de cones de guta-percha e os cimentos Sealapex, CRCS, Sealer
26, Apexit e OZE como controle. Ao Sealapex foi acrescentado 1/3 de
iodofórmio. Todas as raízes permaneceram com seus ápices
mergulhados em água durante 24 h e posteriormente foram imersas em
solução de azul de metileno a 2% em ambiente de vácuo. Após 12 h, os
espécimes foram lavados, secos e secionados longitudinalmente para
posterior análise das infiltrações ocorridas. Os cimentos de hidróxido de
cálcio exibiram melhor vedamento de que o cimento de OZE. Dentre os
cimentos à base de hidróxido de cálcio, o Sealapex, o Apexit e o Sealer
26 exibiram resultados semelhantes entre si, e urna menor infiltração do
que o cimento CRCS.
• HOLLAND, R. et ai. Análise do selamento marginal obtido com quatro cimentos obturadores à
base de hidróxido de cálcio. (Enviado para Rev. Assoe. Paul. Cir. Dent., em 24 de abril de
!992).
82
2.3.3 Outras propriedades
Goldberg & Gurfinkel81 , 1979, analisaram a
adaptação do Dycal às paredes dentinárias e à guta-percha. Avaliaram
também, a duração da alcalinidade e realizaram um acompanhamento
clínico e radiográfico pós tratamento de canal, com este cimento.
Observaram que o material apresentou uma firme aderência às paredes
dentinárias e aos cones de guta-percha. O pH se manteve alcalino e
houve uma diminuição na incidência de dor pós-operatória mesmo em
dentes com polpa necrosada e tratados em uma única sessão.
Gordon & Alexander"4, 1986, determinaram o nível
do pH dos cimentos Sealapex, CRCS e Grossman. Após a obturação
dos canais radiculares, as raízes foram colocadas em solução salina e o
nível do pH da solução foi avaliado após I e 4 h, I, 2 e 3 dias, e I
semana. Os mais altos níveis de pH da solução foram os
correspondentes ao cimento Sealapex (pH- 9,1), em todos os períodos
de observações (p<O,O l ), seguidos pelo CRCS.
Caicedo, Von Fraunhoffer36, 1988, avaliaram
algumas propriedades dos cimentos CRSC, Sealapex e Procosol.
Analisaram o tempo de endurecimento, a expansão ocorrida durante o
endurecimento, capacidade de absorção de líquido, radiopacidade, força
de compressão e a estrutura do material através da microscopia
eletrônica de varredura.
Os resultados mostraram que CRCS endureceu com
três dias tanto em ambiente seco como em ambiente úmido, enquanto
que o Procosol necessitou mais duas semanas para endurecer em
83
ambiente úmido, e o Sealapex, endureceu por volta de três semanas em
ambiente úmido, mas não endureceu em ambiente seco por quatro
semanas. O Sealapex apresentou significante expansão volumétrica
durante o endurecimento em ambiente úmido, e a expansão foi maior
com a diminuição da espessura da película. O CRCS e Procosol
apresentaram uma diminuição na força de compressãodurante a
estocagem em água por 21 dias. CRCS mostrou pequena mudança de
peso com imersão em água. Procosol mostrou constante ganbo de peso
de 0,5%, enquanto que o Sealapex mostrou ganho de peso linear de
1,5% aos 21 dias. Não houve alterações na radiopacidade do Procosol e
CRCS após três semanas em ambiente úmido, enquanto que o Sealapex
apresentou melhora da radiopacidade com o tempo.
Tagger et ai. 227, 1988, estudaram a liberação de ions
cálcio de hidroxila dos cimentos que contêm hidróxido de cálcio. Os
cimentos testados foram Sealapex, CRCS e Hermetic. Bases protetoras,
previamente testadas quanto à liberação de íons cálcio e hidroxila foram
utilizadas como comparação - Life e Dycal-. Pode-se observar
diferenças na liberação de ions para todos os cimentos, sendo que o
Sealapex liberou íons em quantidades semelhantes ao Dycal e Life. O
cimento obturador Hermetic liberou cálcio rapidamente, enquanto que a
liberação de cálcio do CRCS foi insignificante. O potencial
alcalinizante foi mantido para os três cimentos. O Sealapex se
desintegrou indicando haver solubilidade e que poderia ser responsável
pela atividade na liberação de íons e aumento do pH. Não foi possível
correlacionar o peso com a liberação de íons, pois nem todo hidróxido
de cálcio presente na amostra pode ser liberado na solução.
84
Moraes et ai. 166, 1989, verificaram o tempo de presa
e escoamento dos cimentos Sealapex e Endofill. Observou-se que o
tempo de presa do Seaiapex foi muito lento na ausência de umidade e
muito rápido na presença desta; embora a umidade tenha influído no
tempo de presa, o Endofill teve um tempo de presa compatível com o
tempo de trabalho clínico. Os cimentos obturadores tiveram um
escoamento adequado e uniforme.
Barkhordar10, 1989, analisou a propriedade
antimicrobiana de dez cimentos endodônticos e dentre estes, o Sealapex
e CRCS. Os microorganismos utilizados para o experimento foram
Streprococcus sanguis e Streptococcus mutans. Os cimentos Seaiapex e
CRCS, apresentaram efeito similar, sendo que ambos foram mais
efetivos contra o Streptococcus sanguis do que contra o Streptococcus
mutans. Canalda & Pumarola'9, 1989, em trabalho semelhante
observaram que a inibição dos microorganismos, Streptococcus B-
hemolíticos, Stafilococcus aureus, Escherichia co/i e Bacteróides
fragilis, produzida pelos cimentos de hidróxido de cálcio (Sealapex e
CRCS), foram similares às obtidas com os demais cimentos
(Endomethasone, Tubliseal e AH26).
Al-Khatib et ai?, 1990, testaram a atividade
antimicrobiana dos cimentos CRCS, Sealapex e outros. Avaliaram
também o hidróxido de cálcio puro e sua mistura com solução salina.
Os microorganismos usados foram Streprococcus mutans, Stafilococcus
aureus e Porjiromonas endodontalis. De uma maneira geral, cimentos
de oxido de zinco e eugenol tiveram maior atividade antimicrobiana do
que os cimentos de hidróxido de cálcio. Estes últimos mostraram
propriedades antimicrobianas leves.
85
Wennberg & Orstavik247 , 1990, avaliaram a união
dos cimentos, AH26, CRCS, Diaket, Sealapex, Tubli-Seal e outros, à
superficie dentinária e a guta-percba, A maior união foi conseguida com
a resina epóxica AH26, seguida pelo cimento Diaket; os piores
resultados foram obtidos com o Sealapex. O tratamento da superficie
dentinária com EDTA causou aumento significante na força de união
dos cimentos Sealapex, Tubli-Seal. A análise de microscopia eletrônica
demonstrou que a fratura parecia ocorrer na superficie de guta-percha
com os cimentos AH26 e Diaket, e na superficie dentinária com o
Tubli-Seal. O Sealapex revelou fratura no cimento e também na
superficie em contato com a guta-percha.
Birrnan et al.21 , 1990, estudaram as propriedades
físicas (escoamento e adesividade) dos cimentos Sealapex e N-Rickert.
O Sealapex apresentou menor escoamento. Este cimento também não
suportou a tração até o final do experimento. Após 168 h ocorreu a
separação das amostras, o que não foi observado com o cimento N-
Rickert.
Boiesen & Brodin25, 1991, examinaram o efeito do
CRCS e Sealapex sobre a condução nervosa no nervo frênico de ratos.
Tanto o CRCS quanto o Sealapex causaram uma rápida inibição da
propagação dos potenciais de ação, quando colocados em contato com
este nervo frênico in vitro. Os autores recomendaram que o contato
entre estes materiais e os troncos nervosos principais, como o
mandibular, deve ser evitado.
Gettleman et al. 77, 1991 , utilizaram a microscopia
eletrônica de varredura para avaliar a influência do smear layer sobre a
adesão dos cimentos Sealapex, Sultan, e AH26, às paredes dentinárias.
86
Os resultados mostraram maior adesão dos cimentos quando se faz a
remoção do smear layer. Pode-se constatar diferenças significantes
somente com relação ao cimento AH26.
Pumarola et al. 193, 1992, compararam a ação
antimicrobiana do Sea1apex e outros cimentos contra os
microorganismos Stafilococcus aweus. Embora o Sealapex não tenba
mostrado os melhores resultados, sua eficiência foi maior do que a dos
cimentos AH26 e Tubliseal.
Gasser et a1?5, 1992, estudaram a solubilidade dos
cimentos endodónticos à base de hidróxido de cálcio: Apexit, CRCS,
Calsealer e Sealapex. Utilizaram como referência o pó de hidróxido de
cálcio. Os cimentos foram preparados de acordo com as especificações
dos fabricantes e deixados endurecer a temperatura de 37°C, em
umidade relativa de 100%, durante cinco a seis dias. Após, os cimentos
foram triturados e peneirados obtendo-se um pó. A composição dos
cimentos foi avaliada por análise de absorção atómica de Raio x. Em
todos os pós, a proporção de átomos de cálcio para oxigênio e
hidrogênio foi ao redor de 0,53 e aproximou-se da proporção teórica do
pó de hidróxido de cálcio (0,50). Além disso, átomos de cálcio,
oxigênio e hidrogênio representaram aproximadamente 90% de todos
os átomos. Um aparelho automatizado com eletrodo de pH e cálcio
combinados permitiu o monitoramento contínuo do pH e da liberação
de cálcio. Quando o equilíbrio termodinâmico foi alcançado, os
produtos iónicos de cristais de hidróxido de cálcio foram determinados.
Os cimentos foram ligeiramente menos solúveis do que o pó de
hidróxido de cálcio.
87
Leonardo et al. 142, 1992, analisaram o pH e a
liberação de íons cálcio de diferentes produtos endodônticos à base de
hidrôxido de cálcio. Foram avaliadas quatro pastas e os cimentos CRCS
e Sealapex. Em relação ao pH, observaram que as pastas de hidróxido
de cálcio p.a. e Calassept, apresentaram comportamento uniforme
durante todo o período. As pastas Calen e Calen/PMCC, apresentaram
elevação do pH até as 24 h, mantendo-se estáveis a partir de então. Os
cimentos, apresentaram os menores valores médios de pH nos períodos
iniciais de cinco e trinta minutos, e uma hora. O CRCS apresentou o
menor valor de pH, mas este foi mantido constante durante todo o
experimento. Com relação à liberação de cálcio, tanto as pastas como o
Sealapex, apresentaram valores ascendentes, atingindo o máximo aos
sete dias, com declínio aos 30 e 60 dias. O CRCS apresentou-se como o
material que liberou a menor quantidade de íons cálcio, porém, com
estabilidade a partir das 72 h.
Tamburic et a1. 230, 1993, avaliaram a liberação de
íons cálcio e hidroxila de quatro pastas e três cimentos comerciais à
base de hidróxido de cálcio. Observaram liberação de íons cálcio e
hidroxila significantemente maiores com as pastas de hidróxido de
cálcio.
88
2.4 Cimentos adesivos e de ionômero de vidro
2.4.1 Propriedades biológicas
Kawahara et al. 125, 1979, estudaram as propriedades
biológicas de um cimento de ionômero de vidro comparando-as com a
dos cimentos de policarboxilato e cimento de óxido de zinco e eugenol.
Utilizaram como controle parafina e puderam observar que o cimento
de ionômero de vidro provocou reações similares às do grupo controle.Os cimentos de policarboxilato e de óxido de zinco e eugenol,
apresentaram efeito citotóxico in vitro. A reação pulpar, in vivo, ao
cimento de ionômero e vidro e óxido de zinco e eugenol foi suave. Os
autores concluíram que o cimento de ionômero de vidro pode ser
aplicado no capeamento pulpar e também poderia ser utilizado como
material obturador de canais radiculares.
Zmener & Dominguez261 , 1983, realizaram estudo
comparativo entre os cimentos ionômero de vidro e fosfato de zinco.
Tubos de polietileno contendo misturas recém-preparadas dos cimentos,
foram implantados em tíbias de 12 cães. Os animais foram sacrificados
após I O, 30, e 90 días. Os implantes contendo os tecidos ao seu redor
foram removidos e preparados para exame histológico. O cimento
ionômero de vidro pareceu provocar uma reação inflamatória mais leve,
que foi significante somente aos 10 e 30 dias de observação. Aos 90
dias, as inflamações apresentavam tendência a ser resolvidas, com
89
neoformação óssea, sugerindo que os cimentos testados não interferem
na reparação óssea.
Zmener & Cabrini259, 1986, avaliaram o efeito de
diferentes cimentos sobre populações celulares de linfócitos e
monócitos. Células foram cultivadas em contato direto ou indireto com
amostras dos cimentos de ionômero de vidro, AH26, Diaket, Tubli-seal,
e Fynal. O cimento experimental de ionômero de vidro, mostrou o
menor efeito tóxico, seguido, em ordem crescente de reações, pelos
cimentos AH26, Diaket, Tub!i-seal, e Fynal.
Callis & Santini37, 1987, compararam a resposta
tecidual de dentes de furão após a obturação com cones de guta-percha
e os cimentos Ketac fil (ionômero de vidro) e Tubliseal. Os animais
foram sacrificados aos sete e 28 dias. O cimento de ionômero de vidro
foi bem tolerado pelo tecido periapical; pode-se observar tecido ósseo
crescendo em contato com sua superficie após 28 dias.
Blackman et al?4, 1989, estudaram os efeitos
biológicos de um cimento ionômero de vidro com prata (Ketac-silver),
e um cimento de óxido de zinco e eugenol. Os materiais foram
espatulados de acordo com as recomendações do fabricante e feitas
pequenas bolinhas que foram implantadas em 30 ratos. Cada animal
recebeu quatro implantes. O lado direito recebeu dois implantes ósseos,
em tíbia, e o lado esquerdo, dois implantes em tecido conjuntivo, em
esquema de rodízio. As bolinhas de cimento de ionômero de vidro
foram recobertas com uma fina camada de verniz Copalite. Após os
períodos de 14, 30 e 80 dias os animais foram sacrificados. Nos
períodos iniciais, até trinta dias, as reações teciduais foram consideradas
suaves. Ao final de 80 dias, os cimentos apresentaram boa tolerância
90
com pequena reação inflamatória persistente. Observou-se aposição
óssea no grupo do cimento ionômero de vidro com prata e fibrose no
grupo do cimento de óxido de zinco e eugenol.
Stewart & Watson222, 1990, avaliaram a reação
ocorrida no tecido conjuntivo subcutãneo de ratos, após seis semanas da
implantação de nove materiais dentários. Dentre eles, foram incluídos a
resina composta, cimento de ionômero de vidro e o cimento de
Grossman. Observaram que a reação inflamatória provocada pelo
cimento de ionômero de vidro foi constituída de histiócitos e mínimas
células gigantes multinucleares.
Stewart223, 1990, relatou casos clínicos, com a
utilização do cimento de ionômero de vidro em endodontia. Observou
boa radiopacidade e excelente tempo de trabalho. Também verificou
compatibilidade com os tecidos, capacidade de união à dentina e a
vantagem de poderem ser utilizados nos diferentes tratamentos
endodônticos como: obturações de canais, cirurgias apicais, perfurações
e reforço em dentes com paredes frágeis.
Garib et al.74, 1993, avaliaram a atividade
antimicrobiana, dos cimentos de ionômero de vidro restauradores sobre
o Streptococcus mutans, e as concentrações de flúor por eles liberadas.
Exceto o Ceran fil após a presa, todos os cimentos em qualquer uma das
condições, liberam concentrações de flúor compatíveis com aquelas
consideradas antibacterianas para o microorganismo avaliado.
Coogan & Creaven 48, 1993, estudaram a ação
antimicrobiana do Vitrebond e Panavia Ex, comparando-os com seis
cimentos previamente testados. Foram utilizadas culturas de bactérias
de Streptococcus mutans e streptococcus sanguis. Os cimentos foram
91
testados logo após as misturas e após cinco dias de incubação. Todas as
misturas frescas tiveram ação antimicrobiana. O Vitrebond mostrou
zona de inibição significantemente maior do que os demais cimentos.
Pissiotis & Spangberg188, 1994, avaliaram a
citotoxicidade in vitro dos componentes do cimento Ketac Endo.
Utilizaram o método de liberação de radiocromo sobre células L929 e
células do ligamento periodontal. Os resultados indicaram que o
cimento Ketac Endo não libera nenhuma substãncia tóxica.
2.4.2 Propriedades tísicas
Estudando cimentos com capacidade adesiva,
Fogel67, 1977, avaliou os cimentos de po!icarboxilato e resina
composta, comparando-os a cimentos obturadores de canais radiculares
convencionais. Os cimentos AH26, OZE-B&T, Durelon, Adaptic e
Cavit foram introduzidos no interior dos canais radiculares com uma
seringa. Os grupos controle foram obturados com cones de guta-percha
e cimento Kerr. As amostras foram imersas em azul de metileno a
0,25% por, um dia, uma semana ou um mês. O cimento AH26 mostrou
mínima infiltração apical no período de 30 dias. O cimento Durelon
apresentou infiltração pequena no periodo de um dia, mas que
aumentou consideravelmente com o tempo.
92
Pitt Ford189, 1979, estudou extensivamente o
selamento marginal utilizando cimentos de ionômero de vidro e outros.
Canais radiculares foram instrumentados e irrigados com solução
salina. Em seguida, foram obturados pela técnica do cone único e os
cimentos AH26, Kerr's pulp canal sealer, Endomethasone, SPDA,
Metade Z, e os cimentos de ionômero de vidro Aspa IV B, Aspa IV Bn,
Aspa IV SnO, Aspa IV Bn SnO. Estes foram introduzidos nos canais até
que escoassem pelo forame apical. Os dentes foram estocados em
solução salina por 5 dias e em seguida imersos em solução de eosina a
5%, durante 48 h. Nenhum dos cimentos apresentou propriedades
satisfatórias de selamento hermético, mas o cimento ionômero de vidro
poderia ser utilizado como material obturador de canal pela técnica do
cone único com a vantagem de adesão química à dentina.
Causton 43, 1981, avaliou as reações ocorridas com o
cimento de ionômero de vidro durante as primeiras 48 h. A matriz de
gel formada durante a reação de endurecimento mostrou ser uma fonte
de liberação de íons quando cimento foi exposto à água. O grau de
hidratação, a taxa de liberação de fluoretos e o grau de ligações
cruzadas da matriz de gel foram afetados pelo contato com a água
durante as reações de endurecimento. Os autores concluíram que estes
cimentos precisam ser protegidos da umidade durante pelo menos uma
hora após a manipulação.
Fuks et al.73 , 1983, estudaram o efeito da adaptação
marginal de dois cimentos de ionômero de vidro (Aspa e Fuji), vistos
através de microscopia eletrônica de varredura. Os cimentos avaliados
foram adaptados em cavidades de classe II. Após o endurecimento,
93
foram observadas pequenas fendas no cimento e na interface
cimento/esmalte. O fenômeno não aumentou com a tennociclagem.
Barakat et al.8, 1988, avaliaram a força de união de
1iners de ionômero de vidro, à dentina. A superficie dentinária foi
condicionada com o àcido poliacrílico nas concentrações de 10% e
25%, durante 30 seg. Foi considerado condicionamento ativo quando o
ácido foi friccionado sobre a superficie, e condicionamento passivo
quando não foi esfregado. Após o condicionamento, as superficies
dentinárias foram lavadas por I O s, secas e as superficies fotografadas
em SEM. Após a aplicação dos liners metade das amostrasfoi estocada
em água a 37°C por 24 h e a outra metade foi tennociclada e em
seguida levadas a máquina de testes. O condicionamento ativo de ácido
a 10%, após 24 h, resultou em maior força de união do que o
condicionamento ativo de ácido a 25%. As análises qualitativas das
fotomicrografias mostraram que os túbulos dentinários estavam mais
abertos após condicionamento ativo com ácido 25% do que pelo
passivo com ácido a 10%.
Forstem69 , 1990, avaliou a liberação de fluoretos,
por um período de dois anos, do cimento de ionômero de vidro
comparando-o ao amalgama e resina composta também com fluoretos
na composição. O autor observou que a liberação destes íons diminui
com o tempo e pela diminuição do pH da solução em que o cimento se
encontra estocado.
Kartal & Dunnaz123, 1990, avaliaram a qualidade do
selamento apical de um cianoacrílato biocompativel e com propriedades
adesivas à estrutura dental. Metade das raízes foi obturada com guta-
percha e o cimento e a outra metade apenas com guta-percha. Em
94
seguida, foram estocadas a 3 7°C em umidade de 100% por 48 h, e
colocadas em solução de 131!, a 37°C por mais 24 h. A penetração
radioativa foi avaliada por uma técnica de autoradiografia. Não foram
observadas infiltrações no grupo experimental (0,09mm), constatando o
cianoacrilato como um bom selador apical.
Ray & Seltzer195, 1991, estudaram oito formulações
do cimento de ionômero de vidro para canal radicular. Vinte e oito
canais radiculares foram instrumentados (14 irrigados com solução de
hipoclorito de sódio a 2,5%, e 14 irrigados com ácido cítrico a 6%).
Outros 28 dentes foram instrumentados através do Cavi-Endo (metade
irrigado com hipoclorito de sódio a 2,5% e a outra metade com ácido
cítrico ao final). Destes dentes, 32 foram subdividido em 8 grupos de 4
dentes cada que foram obturados com diferentes formulações do novo
cimento. Dezesseis dentes foram obturados com o cimento de
Grossman. Oito dentes restantes serviram como controle. As amostras
foram armazenadas em umidade relativa de 1 00% por 24 h, após foram
desgastadas até a interface dente/cimento obturador e analisadas em
microscopia eletrônica de varredura e pela microsonda eletrônica.
Foram constatadas radiopacidade excelente e facilidades quanto à
manipulação do material. A remoção da camada residual não melhorou
a união do material à superficie dental. O cimento de Grossman
apresentou menor adesão quando comparado ao cimento de ionômero
de vidro.
Saunders et ai. 200 , 1991 , avaliaram o selamento
apical de canais radiculares obturados com diferentes cimentos
endodônticos e submetidos a preparo para núcleos. Utilizaram 90
dentes unirradiculares que após o preparo biomecânica foram obturados
95
pela técnica da condensação lateral da guta-percha com os cimentos:
Ketac Cem (ionômero de vidro), Panavia Ex (resina composta
quimicamente ativada) e Tubliseal. Metade dos canais recebeu preparos
para núcleos e a outra metade não. Quarenta e oito horas após as
obturações e respectivos preparos para núcleos, os dentes foram
impermeabilizados e imersos em tinta nanquim durante 14 dias. Os
resultados mostraram maiores infiltrações com a utilização dos
cimentos Tubliseal e o Ketac Cem. Canais obturados com o Panavia Ex
apresentaram infiltração significantemente reduzida.
Chong et ai. 46, 1991, avaliaram a adaptação e o
selamento de um cimento de ionômero de vidro convencional, outro
fotopolimerizável e do amalgama, utilizados em cavidades retrógradas.
A capacidade do selamento do cimento ionômero de vidro
fotopolimerizável foi sigoificantemente melhor do que do amálgama.
Não houve diferenças estatísticas entre os dois cimentos de ionômero de
vidro.
Hammond & Meyerl4, 1992, estudaram a
efetividade de um agente de união associado à resina composta como
cimento obturador de canal radicular. Esta efetividade foi comparada
com a do cimento AH26 utilizando a técnica do cone único e técnica da
condensação lateral. A técnica da condensação lateral com o cimento
AH26, selou significantemente melhor do que os demais cimentos e
técnica de obturação.
Saunders & Saunders201 , 1992, estudaram o efeito
da remoção da camada residual sobre a infiltração via coronária de
canais radiculares obturados com os cimentos Tubliseal e Vitrebond
(resina contendo ionômero de vidro). Canais radiculares foram
96
preparados utilizando-se como solução irrigadora o hipoclorito de sódio
a 2%. Os dentes foram divididos em quatro grupos, sendo que dois
grupos foram tratados com ácido cítrico a 40%. Após, foram obturados
pela técnica da condensação lateral de cones de guta-percha e os
cimentos em estudo. Os dentes foram estocados por uma semana e
imersos em tinta da Índia por 90 horas. Em seguida, foram
desmineralizados, desidratados e imersos em meti! salicilato para
ficarem transparentes. Nos espécimes onde não foi removida a camada
residual, as médias de inftltrações para o Vitrebond e Tubliseal foram
de 4.26, e 6.83, respectivamente. Com a utilização do ácido cítrico, as
médias de infiltração foram de 1.13 para o Vitrebond, e 3.72 para o
Tubliseal. Houve diferenças significantes nas infiltrações obtidas entre
os dois cimentos. As infiltrações diminuíram significantemente para
ambos os cimentos após a remoção camada residual.
Friedman et al.71 , 1992, estudaram o retratamento
de canais radiculares obturados com os cimentos Ketac-Endo,
Roth's80 I e AH26. Os retratamentos foram realizados 14 dias após as
obturações dos canais, utilizando as técnicas manual ou ultra-sônica. A
contagem total de debris para o Ketac Endo foi significantemente
maior, seguida pelo AH26 e Roth's 80 I. A maior quantidade de debris
foi encontrada no terço apical. Os resultados mostraram que o Ketac
Endo pode ser facilmente e efetivamente removido do canal pela
instrumentação ultra-sônica.
Saunders et a1.202, 1992, analisaram a adesividade
do ionômero de vidro às paredes do canal, após a remoção do smear
layer; a capacidade de união da guta-percha ao cimento e a liberação de
fluoretos à dentina. Os resultados mostraram que a remoção do smear
97
layer permitiu a penetração de cimento no interior dos túbulos
dentinários e permite uma boa adaptação do material; isto foi observado
com maior freqüência no terço médio dos canais. A força de união entre
a guta-percha e o cimento não foi significante. A concentração de
fluoretos no terço cervical do canal radicular aumentou após a
obturação com guta-percha e cimento de ionômero de vidro em todos
os intervalos de tempo.
Alhadainy et 2 ai. ' 1993, realizaram estudo
comparativo do selamento marginal obtido com amálgama, guta-
percha, cimento de policarboxilato de zinco e cimento de ionômero de
vidro. As infiltrações foram medidas usando uma técnica eletroquímica.
Os resultados indicaram selamento significantemente melhor com o
cimento de ionômero de vidro do que com os demais materiais
analisados.
Geiger & Weiner76, 1993, avaliaram a natureza
mineral da interface ou camada intermediária entre o cimento de
ionômero de vidro e a dentina. A análise foi morfológica através da
microscopia eletrônica de varredura (SEM) e também utilizando
espectroscopia. A SEM mostrou forte união entre a dentina e o cimento
ionômero de vidro e a formação de uma camada intermediária entre
eles. Sucessivos espectros rastreando a interface dentinalionômero
mostraram que a camada intermediária é composta primariamente de
mineral fluoridrato carbonatoapatita. A presença deste mineral pouco
solúvel na interface entre o dente e a restauração pode dar resistência a
cáries e pode ser de grande importância clínica.
98
Friedman et al.72, 1993, avaliaram o retratamento de
canais radiculares obturados com o cimento Ketac-Endo. Os canais
foram retratados após 14 dias, utilizando-se clorofórmio e
instrumentação ultra-sônica. Foram registradosresíduos nos níveis
cervical, médio e apical .. O nível apical mostrou a presença de resíduos
significantemente maior.
Moloney et al. 164, 1993, avaliaram a capacidade de
selamento do cimento EBA, amálgama e cimento ionômero de vidro
com prata, quando colocados em perfurações radiculares laterais. Os
canais foram obturados com cones de guta-percha e cimento AH26.
Após, foi realizado o fechamento das perfurações laterais com os
materiais em estudo. As raizes foram implantadas em tecido subcutáneo
de ratos por cinco dias e em seguida foram colocadas em solução
contendo C a 45, por um período de sete dias. O cimento EBA mostrou
infiltrações significantemente menores do que o cimento ionômero de
vidro. O amalgama foi intermediário entre os dois.
Pilatti & Zardo 186, 1994, compararam o selamento
marginal de canais radiculares obturados com os cimentos Sealapex e
Ketac Endo. Canais radiculares de quarenta dentes unirradiculares
foram preparados um milímetro aquém do ápice e irrigados com
hipoclorito de sódio a 1%. As raizes foram divididas em quatro grupos
experimenrais e obturadas pela técnica da condensação lateral com os
cimentos Sealapex (grupos I e II) e Ketac Endo (grupos II e IV). Nos
grupos II e IV, após concluído o preparo biomecânico, o canal foi
inundado com uma solução de EDTA trisódico a 17% e uma irrigação
final com hipoclorito de sódio a I%. Após a obturação, as raizes foram
mantidas em água destilada por 24 h, foram impermeabilizadas
99
externamente com cera pegajosa e mergulhadas em uma solução de azul
de metileno a 2% por 48 h. Os resultados mostraram menores índices de
infiltrações nos canais obturados com o cimento Sealapex. As menores
infiltrações foram verificadas no grupo do cimento Sealapex com o uso
do EDT A. O EDT A não alterou a magnitude das infiltrações para os
canais obturados com o cimento Ketac Endo.
Tidswell et at>34, 1994, avaliaram a infiltração
coronária de canais radiculares obturados com o cimento Ketac Endo,
com ou sem a remoção do smear layer. Os canais radiculares de oitenta
dentes receberam o preparo biomecânico e irrigações com hipoclorito
de sódio a 2,2%. Na metade das amostras foi aplicado o EDTA e os
canais foram obturados ou pela técnica da condensação lateral com
cones de guta-percha ou pela técnica do cone único. Os dentes foram
estocados por seis semanas e em seguida imersos em tinta da índia
durante 90 h. Pela análise das infiltrações pode-se observar em ordem
crescente de infiltrações; técnica do cone único sem remoção do smear
layer (1,68mm); técnica do cone único com remoção do smear layer
(2,04mm); técnica da condensação lateral sem remoção do smear /ayer
(2,29mm) e técnica da condensação lateral com remoção do smear layer
(2,37mm). Apesar das diferenças nas médias de infiltrações não houve
diferenças significantes entre elas.
S 'th & s . 211 mi te1man , 1994, analisaram
comparativamente a infiltração apical de quatro cimentos endodônticos.
Canais radiculares foram instrumentados e obturados pela condensação
lateral de cones de guta-percha e os cimentos de Roth 80 I, Tubliseal
(formula velha), Tubliseal (fórmula nova), e Ketac Endo. Após a
obturação e selamento das aberturas de acesso, as raízes foram mantidas
100
em água destilada a temperatura ambiente por quatro dias. Após, foram
colocadas em tinta da Índia por oito dias. O grupo do cimento Ketac
Endo mostrou infiltração significantemente maior do que os demais
grupos experimentais.
De Gee et al.55, 1994, compararam a qualidade
selante de um cimento de ionômero de vidro, com uma resina epóxica
convencional. Determinaram também a força de adesão à dentina
Utilizaram hemicilindros feitos de dentina bovina, que tiveram prévia
remoção do smear layer. Os hemicilindros foram unidos deixando um
espaço de um milímetro entre eles, que foi preenchido pelos cimentos
Ketac-Endo e AH26 (19 cilindros para cada material). Uma das
extremidades do tubo foi conectada a um tubo preenchido por água sob
pressão. Na outra extremidade, foi medido o fluido infiltrado através da
interface cilindro-cimento. Trinta cilindros foram usados no teste de
infiltração e oito cilindros foram analisados quanto à força de adesão. O
cimento Ketac-Endo infiltrou significantemente mais que o AH26. Foi
observada uma área com falta de adesão de 88% para o Ketac-Endo, e
!5% para o AH26. A alta infiltração do Ketac-Endo foi atribuída a seu
rápido endurecimento, maior contração volumétrica e maior falha de
adesão durante o endurecimento.
Cotti et al.50, 1994, compararam a capacidade de
selamento do cimento Ketac Endo, em obturações pela técnica do cone
único e pela técnica da condensação lateral. Quarenta raízes tiveram
seus canais preparados até o instrumento tipo Kerr n" 45, com irrigações
de hipoclorito de sódio a 2,5%. Para a obturação, as raízes foram
divididas em grupos da seguinte forma: 1- Obturação pele técnica do
cone único de guta-percha e cimento Ketac Endo; 2- Obturação pela
101
técnica da condensação lateral de cones de guta-percha e cimento Ketac
Endo; 3- Obturação pela técnica da condensação lateral de cones de
guta-percha e cimento de Grossman. Todas as amostras foram estocadas
uma semana. Em seguida, foram imersas no corante azul de metileno a
2% por um período de dez dias a uma temperatura de 3TC. As
infiltrações apicais ocorridas foram avaliadas no sentido longitudinal.
Canais radiculares obturados pela técnica da condensação lateral com o
cimento Ketac Endo, apresentaram grandes índices de infiltrações. Não
foram observadas diferenças estatísticas nos demais grupos.
• • Holland et ai. , 1995, estudaram o efeito da camada
residual ou do curativo de demora sobre o selamento apical de dentes
obturados com diferentes cimentos endodônticos. Cento e quarenta
raízes tiveram seus canais preparados a um milimetro aquém do forame
apical. Os canais foram irrigados com água destilada. Sessenta canais
receberam um curativo de hidróxido de cálcio e paramonoclorofenol
canforado por 24 h, metade dos dentes foi tratada com EDTA por cinco
minutos.
Após a remoção dos curativos todos os espécimes
(120 raízes) foram obturados pela técnica da condensação lateral de
cones de guta-percha e os cimentos Ketac-Endo, Sealapex e OZE.
Outros dez dentes serviram como controle. Os ápices radiculares foram
mantidos em água por 24 h enquanto se realizava a impermeabilização.
Em seguida, foram colocados na solução corante de azul de metileno a
2% sob ambiente de vácuo e mantidos no corante por 24 h. As
infiltrações observadas com o Ketac Endo foram semelhantes às
• HOLLAND, R. et al. lnfluence of dentin surface rreatment on the apical núcroleakage ofthe
glass ionomer cement Ketac-Endo (Aceito para publicação no lnt. Endod. J. em 1994).
102
observadas com o OZE. O uso do EDTA, assim como a colocação de
curativo de hidróxido de cálcio antes da obturação, reduziram
significantemente a infiltração marginal dos canais obturados com o
cimento de ionômero de vidro e OZE. O cimento Sealapex mostrou, em
todas as situações, infiltrações significantemente menores que os
cimentos Ketac-Endo e OZE.
• Bonetti Filho et al. , 1995, avaliaram a capacidade
seladora dos cimentos Fil! canal, Ketac Endo e Sealer 26. Canais
radiculares de 39 incisivos foram instrumentados até a lima n° 50 e
irrigados com líquido de Dakin. Os canais foram obturados pela técnica
da condensação lateral e os cimentos citados. Após cinco horas os
espécimes foram imersos em solução de azul de metileno 2% a 37°C
por um período de 24 h. O cimento Sealer 26 apresentou selamento
apical estatisticamente menor (0,5!mm) do que os cimentos Fill canal
(1,45mm) e Ketac Endo (3,55mm).
• BONEffi FILHO, I. et ai. Avaliação in vitro da capacidade seladora de novos cimentos
obturadores de canais radiculares através da infiltração do corante azul de metileno a 2%.(no
prelo)
!03
2.5 Infiltração marginal: Imersão no corante; Tempo de
armazenamento
Holland et al.104, 1976, analisaram a infiltração
marginal imediatamente após o endurecimento do material obturador
ou após 15 dias. Os cimentos testados foram Endometbasone, OZE,
Diaket A, Tubliseal E AH26. Os cimentos OZE e Endomethasone
exibiram maior infiltração no período de 15 dias. O Tubliseal e AH26
exibiram menor infiltração marginal aos 15 dias do que em 24 h.
Leonardo et al. 141 , 1980, avaliaram a infiltração
ocorrida em canais radiculares obturados levando-se em consideração o
tempo de armazenamento. Canais radiculares foram
sobreinstrumentados até o instrumento de n° 55 e obturados pela técnica
da condensação lateral com os cimentos Fill canal e Alfa-canal. Os
cimentos foram levados ao canal pela técnica clássica ou biológica
controlada. Após a obturação, os dentes foram estocados em cámara
úmida a 3 7°C. Decorridos 24 h ou 15 dias de armazenagem, os dentes
foram imersos em solução de Rodamina B a 0,2%, durante 24 h. Os
resultados evidenciaram que o fator tempo de armazenamento,
condicionou maior infiltração marginal.
Hovland & Dumsha117, 1985, estudaram
quantitativamente a capacidade de selamento do cimento Sealapex.
Cento e cinco dentes foram instrumentados a aproximadamente um
milímetro do ápice radicular e irrigados com hipoclorito de sódio a
2,5%. Para obturação, os dentes foram divididos em quatro grupos e
104
obturados pela técnica da condensação lateral da guta-percha sem
cimento ou com os cimentos Tubliseal, Procosol e Sealapex. As
aberturas de acesso foram seladas e os dentes imediatamente imersos
em solução salina a 37°C. Após 24 h, sete dias e 30 dias, dez dentes dos
grupos I, II e III, e cinco dentes do grupo IV foram colocados em
solução de nitrato de prata por duas horas. Não houve diferenças
significantes nas infiltrações observadas entre os cimentos nos
diferentes períodos.
T 'dm hl45 1 ars ,
Utilizando um método eletroquimico, Lim &
1986, Compararam as infiltrações ocorridas durante 26
semanas após a obturação de canais com os cimentos Sealapex e AH26.
Canais radiculares foram preparados um milímetro aquém do
comprimento total dos dentes, irrigados com água e obturados pela
técnica da condensação lateral utilizando os cimentos citados. Dois
dentes foram usados como controles positivo e negativo.
Imediatamente após as obturações, os canais foram
preparados para receber pinos, de modo que permanecessem quatro
milímetros de material obturador nos canais. As raizes foram imersas
em solução de cloreto de potássio e através do método eletroquimico as
infiltrações foram avaliadas semanalmente até completar 26 semanas.
Durante as 12 primeiras semanas o cimento Sealapex selou
significantemente menos que o AH26, mas após este período não houve
diferenças de selamento entre os dois cimentos. Os autores
consideraram duvidosos estudos de infiltração com períodos curtos.
105
Haasch et ai?3, 1986, avaliaram a microinfiltração
de dois cimentos à base de hidróxido de cálcio e outros dois cimentos.
Utilizaodo um método eletroquímico conduzido em um período de 30
dias. Os resultados mostraram que todos os cimentos testados
infiltraram e que a infiltração aumentou com o tempo. Não houve
diferenças estatísticas entre os cimentos de hidróxido de cálcio e os
demais.
Peters 183, 1986, estudaram diferentes técnicas de
obturação de caoais radiculares e avaliaram a solubilidade após dois
aoos. Sessenta dentes foram obturados com cones de guta-percha e o
cimento Procosol. Os dentes foram montados em acrílico e secionados
horizontalmente em quatro níveis (1.5, 2.3, 4.0 e seis milimetros). As
seções foram avaliadas e fotografadas em um microscópio e colocadas
separadamente em um recipiente de acrílico contendo água destilada,
que foi removida a cada mês duraote dois aoos. Após este período, as
fatias foram reavaliadas e fotografadas. Pode-se observar dissolução do
cimento independente da técnica de obturação utilizada, sendo que na
técnica da condensação lateral um espécime perdeu a totalidade do
cimento selador. A guta-percha permaoeceu intacta.
Jacobsen et a1. 120, 1987, compararam a eficácia no
selamento do canal radicular usando dois cimentos à base de hidróxido
de cálcio e um cimento à base de óxido de zinco e eugenol. Caoais
radiculares de cem dentes foram preparados e em seguida as amostras
foram divididas em cinco grupos. Os grupos um e dois serviram como
controle e não foram obturados. Os demais (grupos 3, 4 e 5) tiveram
seus caoais radiculares obturados pela técnica da condensação lateral de
cones de guta-percha e os cimentos de Rotb, CRCS e Sealapex. As
!06
obturações foram cortadas deixando-se cinco a se1s milímetros de
material obturador, para posterior confecção de pino intrarradicular. Os
dentes foram colocados sob uma base de silicone, todos no sentido
vertical com os ápices radiculares imersos em solução salina básica. As
infiltrações foram medidas por meio de radioisótopo no interior dos
espaços para pinos (grupos I, 4 e 5) ou em contato com o silicone da
abertura de acesso (grupos I e 2). Num período de dois a 60 dias,
verificaram a passagem de radioisótopo por cintilação utilizando-se a
solução salina na qual os ápices radiculares estavam mergulhados. Os
resultados mostraram não haver diferenças estatísticas entre os grupos
obturados e os não obturados. Houve um aumento na infiltração com o
passar do tempo em todos os grupos experimentais.
Swanson & Madison225, 1987, estudaram a
microinfiltração via cervical das obturações de canais radiculares.
Setenta dentes unirradiculares foram preparados e obturados pela
técnica da condensação lateral da guta-percha com cimento obturador.
Após o endurecimento do cimento ( 48 h), as obturações foram expostas
à saliva artificial durante os períodos de 3, 7, 14, 28 ou 56 dias. Em
seguida, os dentes foram imersos em tinta nanquim. Houve
considerável penetração de corante em todos os grupos expostos a
saliva artificial e nenbuma diferença significante foi encontrada entre
eles. O grupo controle, não exposto à saliva, não exibiu infiltração.
Leal et a1. 136, 1987, realizaram um estudo onde 90
incisivos centrais superiores, após as aberturas coronárias tiveram seus
canais radiculares instrumentados a dois milímetros além do forame
apical até a lima de n° 55. As irrigações foram feitas com água
destilada. Os dentes foram divididos em três grupos de 30 dentes cada e
107
obturados com os cimentos Sealapex, Fill Canal e AH26 silver free. Os
cimentos foram levados aos canais com o auxílio de uma lima tipo
Kerr, e em seguida obturados pela técnica da condensação lateral ativa.
Cada grupo foi subdividido em dois. Uma das metades foi
impermeabilizadas, externamente e imersa no corante imediatamente
após a obturação. Na outra metade, os dentes, foram imersos em soro
fisiológico e levados a estufa a 37° C, onde permaneceram por 30 dias e
após foram imersos na solução traçadora. O corante utilizado foi a
Rodamina B a 0,2%, por um período de 7 dias a 37° C. O Fill Canal,
independente do tempo de imersão no corante, permitiu maior
infiltração média que os cimentos AH26 e Sealapex que apresentaram
infiltrações semelhantes. Houve um aumento significativo das
infiltrações após um período de 30 dias.
Kersten & Moorer128, 1989, realizaram um estudo
para verificar a infiltração de partículas do tamanho de bactérias e
grandes moléculas de proteínas, em canais radiculares obturados.
Avaliaram também se a quantidade de infiltração do corante azul de
metileno era comparável com a infiltração de um produto bacteriano de
baixo peso molecular. Canais radiculares com comprimento
padronizado foram obturados com guta-percha ou sem o cimento
AH26.
Metade dos espécimes, de cada grupo, recebeu
condensação vertical da guta-percha,e na outra metade não foi
realizada a condensação. As raízes foram montadas em tubos de acrílico
e após a obturação foram colocados nas aberturas coronárias de cada
uma das raízes uma suspensão contendo: -bolinhas de látex (com
tamanho correspondente a um microorganismo streptococcus); -
108
endotoxinas; -ácido butírico a 5%; -ácido valérico a 1% e -corante azul
de metileno a 0,1% em água e pH 7.0. Os tubos e as extremidades
apicais foram fechados com uma membrana de borracha. O reservatório
apical foi preenchido com solução aquosa de ácido velérico a O, l% e
pH 7.0. O conjunto foi mantido a 37°C por uma semana. Foram
colhidas amostras do reservatório apical através de uma seringa com
agulha, após pressão coronária. Observaram que a infiltração de
partículas com tamanho de bactérias e grandes moléculas protéicas
podem ser evitadas somente quando se utilizou cimento e condensação
vertical, para obturar os canais. A infiltração do ácido butírico
comprovou ser comparável a infiltração do corante azul de metileno.
Spangberg et al.217, 1989, avaliaram o uso de vácuo
em estudos de infiltração. Canais radiculares foram preparados e
obturados com AH26. O cimento foi levado ao interior dos canais com
instrumentos rotatórios. Em três espécimes, fios ortodônticos foram
inseridos no canal radicular antes do endurecimento do cimento (grupo
controle). Os espécimes foram mantidos a 37°C e 100% de umidade,
durante uma semana e divididos em grupos. Em um dos grupos, as
raizes foram imersas passivamente em azul de metileno 2%, durante
uma semana. A outra metade foi colocada em câmara de pressão
absoluta, o corante introduzido e o vácuo mantido. As infiltrações
foram medidas e os resultados sugeriram que o ar aprisionado produz
artefatos em técnica de imersão passiva, portanto, a amostra deve ser
submetida a vácuo antes da introdução no corante a fim de demonstrar a
completa extensão da infiltração.
109
Barnett et al. 13, 1989, realizaram um estudo in vitro
para detenninar a capacidade seladora de cimentos endodônticos em
diferentes períodos experimentais. Cento e sessenta raizes tiveram seus
canais instrumentados até o instrumento de n° 80. As irrigações foram
realizadas com hipoclorito de sódio a 5% e as raízes foram esterilizadas
através de radiação gamma. Nove raízes serviram como controle
positivo e foram obturadas com guta-percha sem cimento e cinco raízes
serviram como controle negativo e os canais não foram obturados.
Quarenta e oito raízes foram obturadas com o cimento CRCS sendo 22
analisadas após noventa dias e 26 após um ano. Quarenta e oito foram
obturadas com Sealapex sendo que 25 e 23 raízes foram analisadas após
90 dias e um ano respectivamente. Cinqüenta raizes foram obturadas
com o cimento de Roth 80 I, sendo que 24 foram analisadas após 90
dias e 26 após um ano.
As 160 raízes foram implantadas em subcutãneo de
cinco coelhos, expondo o material ao tecido vital e fluídos teciduaís. Ao
final dos períodos de observação os animais foram sacrificados, as
raízes removidas, impenneabilizadas externamente e em seguida
colocadas em tinta da índia por sete dias. Os melhores resultados foram
obtidos com o CRCS, que aos 90 dias, mostrou infiltração
significantemente menor que o Sealapex e Roth 80!. Após l ano, a
infiltração observada foi significantemente menor para os cimentos de
hidróxido de cálcio do que para o cimento de Roth 80 I.
Goldman et al.82, 1989, em estudo sobre infiltração
marginal, avaliaram o método de penetração de dentes no corante. Após
o preparo biomecânica, os canais radiculares não obturados foram
impenneabilizados em toda extensão com exceção do ápice radicular
110
e/ou abertura de acesso. Em seguida foram submersos em solução de
violeta cristal a I% na posição horizontal, com a extremidade aberta
para cima ou extremidade aberta para baixo. Metade dos espécimes foi
colocada no corante de uma forma passiva e a outra metade foi imersa
em um ambiente de vácuo por dez minutos. Todos os espécimes
permaneceram no corante por três horas. Outro grupo de dentes foi
preparado e obturado pela técnica da condensação lateral com cones de
guta-percha e o cimento de Roth. Foi deixando um defeito proposital na
abertura do canal, e em seguida as aberturas foram seladas. Os
espécimes com a extremidade aberta para baixo foram imersos em
solução de violeta cristal I% por três horas, sendo que metade em
ambiente com vácuo e a outra metade sem vácuo. A penetração foi total
nos espécimes onde se utilizou ambiente de vácuo para a imersão em
corante. Quando o ar não foi removido, a penetração não foi total.
Somente houve penetração total nos casos onde os dentes foram
colocados na posição vertical.
Holland et al. 108, 1990, compararam a infiltração
marginal apical de dentes com os canais radiculares obturados pela
técnica da condensação lateral de cones de guta-percha e cimento de
OZE. A variável utilizada foi o emprego ou não do vácuo antes da
imersão dos dentes no corante azul de metileno a 2%. Os resultados
permitiram chegar às seguintes conclusões: a- com o emprego do
vácuo, a infiltração marginal pode ser mais pronunciada do que na
ausência deste; b- as variáveis de emprego do vácuo e permanência do
dente no corante (vácuo e 24 h no corante; vácuo e três horas no
lll
corante; vácuo e uma hora no corante), não detenninaram diferenças na
profundidade alcançada pelo elemento traçador.
Pollard et al. 191 , 1990, avaliaram se o tempo de
imersão no corante tem influência sobre a infiltração marginal. Sessenta
e quatro dentes com um único canal foram instrumentados e obturados
com cones de guta-percha e o cimento de Roth. Após a obturação, 20
raízes foram imediatamente imersas em tinta da Índia (grupo I),
enquanto que outras 20 raízes foram estocadas à temperatura ambiente e
umidade de 100% por 24 h e então imersos no corante (grupo 2). Os
demais espécimes foram estocados por 7 dias à temperatura ambiente e
umidade de I 00% e depois imersos no corante. Quatro destes dentes
serviram como controles positivo e negativo. Todas as amostras foram
mantidas no corante por 7 dias e então tomadas transparentes para
posterior medida das infiltrações. Os resultados indicaram não haver
diferenças significantes entre os grupos experimentais.
O selamento marginal, a curto e longo prazo, de
vários cimentos endodônticos, foi analisado no estudo de Holland et
ai. 109, 1991, Cento e sessenta raízes, tiveram seus canais instrumentados
e irrigados com líquido de Dakin. As raizes foram divididas em oito
grupos e as obturações realizadas pela técnica da condensação lateral
com cones de guta-percha e os seguintes cimentos:
Cimentos à base de hidróxido de cálcio: Sealapex, CRCS,
Cimento experimental e New B2;
Cimentos a base de óxido de zinco e eugenol: Óxido de zinco e
eugenol, Fill Canal e Pulp canal Sealer;
Cimento à base de resina epóxi: AH26.
112
Concluídas as obturações os terços médio e apical das raízes foram
ímersos em água enquanto se procedeu a impermeabilízação das
aberturas de acesso. Decorridas 24 h, metade dos espécímes foi
totalmente imersa água por 7 5 dias, e a outra metade submetida à
solução traçadora.
Ambos os grupos, de 24 h e 75 dias, foram
mergulhados na solução de azul de metileno a 2% sob vácuo e mantidos
nessa solução por 12 h. As análises das infiltrações mostraram maior
infiltração para o cimento Fill Canal, e a menor infiltração para o
Sealapex. Após 7 5 dias todos os materiais proporcionaram um aumento
nas médias das infiltrações. Em ordem crescente das infiltrações
ocorridas no período de 24 h, pode-se relacionar: Sealapex, Cimento
experimental, AH26, New B2, CRCS, Rickert, OZE e Fill canal. No
período de 75 dias, a ordenação crescente das infiltrações foi: Sealapex,
New B2, AH26, CRCS, Cimento experimental, Rickert, OZE e Fill
canal. Na interaçãomaterial e tempo, a maior infiltração foi Fíll Canal x
7 5 dias, e a menor infiltração foi Sealapex x 24 h.
Magura et al. 151 , 1991, estudaram a infiltração de
saliva através da obturação do canal radicular, em diferentes períodos.
Canais radiculares foram preparados e obturados pela técnica da
condensação lateral e o cimento de Roth. As aberturas de acesso foram
seladas e os dentes foram mantidos em umidificador por uma semana.
Em seguida, as restaurações provisórias toram removidas e os
espécimes foram imersos em saliva durante os períodos de 2, 7, 14, 28 e
90 dias. O contato por três meses da saliva com o material obturador,
levou a um aumento significante da infiltração marginal.
113
Sleder et al.209, 1991, avaliaram a solubilidade a
longo prazo, dos cimentos Sealapex e Tubliseal. Cinqüenta e dois
dentes anteriores extraídos, após a remoção das coroas foram
instrumentados a um milímetro aquém do forame, até o instrumento de
n° 60. As irrigações foram realizadas com hipoclorito de sódio a 2%. As
raízes foram divididas em três grupos: -1: quatro raízes foram obturadas
com guta-percha sem cimento; -2: vinte e quatro raízes foram obturadas
com guta-percha e Sealapex; -3: vinte e quatro raízes foram obturadas
com guta-percha e Tubliseal. Os cimentos foram levados ao canal
através de uma lima e obturados pela técnica da condensação lateral. As
aberturas de acesso foram seladas e as raízes mantidas em solução
salina. As amostras dos grupos dois e três foram impermeabilizadas
externamente, e as raízes do grupo um serviram como controles
positivo e negativo. Após duas semanas, metade das raizes de cada
grupo, foi removida da solução para análise inicial e colocada em tinta
da Índia por aproximadamente 72 h a 37°C. Os mesmos procedimentos
foram realizados com as amostras restantes após 32 semanas em
solução salina. As raízes foram descalcificadas e tomadas transparentes
para análise da infiltração marginal que foi iniciada a partir da parede
apical da guta-percha. Os resultados revelaram não haver diferenças
estatísticas nas infiltrações ocorridas nas obturações com o Sealapex e
Tubliseal, tanto para duas ou 32 semanas. O Sealapex pode suportar
longos tempos de exposição aos fluidos sem significante aumento da
inftltração.
114
Sonat'14, 1991, comparou a infiltração apical em
canais radiculares obturados com cimentos contendo hidróxido de
cálcio, em dois diferentes períodos de observação. Cinqüenta e quatro
dentes unirradiculares extraídos foram preparados e obturados pela
técnica de condensação lateral com cones de guta-percha e os cimentos
Sealapex, CRCS e sem cimento.
Os cimentos obturadores foram levados aos canais
com limas e após a obturação as aberturas de acesso foram seladas. As
amostras foram deixadas em solução fisiológica por 48 h a 37°C e
colocadas em solução de azul de metileno a 5% a 37"C por dois
diferentes períodos (I ou 30 dias). Os resultados mostraram que canais
obturados somente com guta-percha provocaram infiltração
significantemente maior que aqueles obturados com os cimentos CRCS
e Sealapex. Não houve diferenças significantes entre os dois cimentos, e
o valor da infiltração aumentou com o tempo.
Wu et a1. 252, 1993, avaliaram o transporte de fluidos
de cervical para apical, de seções de dentes tratados endodonticamente e
obturados com o cimento AH26. Trinta dentes foram expostos a um
pequeno microorganismo ( Pseudomonas aeruginosa ), colocado em
um reservatório ligado à abertura cervical. Após 50 dias, dois espécimes
permitiram a penetração de bactérias até um reservatório ligado
colocado na região apical. Todas as raízes foram avaliadas quanto ao
transporte de água. Os resultados indicaram haver transporte de fluídos
através do canal radicular.
115
Valera 242 , 1993, avaliou a infiltração marginal
imediata e após o contato com saliva, em dentes tratados
endodonticamente e que receberam preparo para núcleos. Cento e oito
canais radiculares foram preparados biomecanicamente e obturados pela
técnica da condensação lateral com cones de guta-percha e o cimento
Sealapex. Os canais foram preparados ou não para núcleo,
imediatamente após as obturações, e imersos no corante imediatamente
ou após a manutenção em saliva artificial. Constatou-se que, a presença
da saliva aumentou significantemente a magnitude da infiltração
marginal.
Jacobsen et a1. 121 , 1993, avaliaram a efetividade a
longo prazo de quatro materiais utilizados na impermeabilização da
superfície radicular externa. Foram testados: esmalte para unhas, cera
pegajosa, resina para fimdição e resina epóxi. Canais radiculares foram
preparados a um milímetro aquém do forame até o instrumento n" 50,
tomando-se o cuidado para não obstruir o forame apical. Eles não foram
obturados e foram divididos de acordo com o material utilizado para a
impermeabilização externa: 1- três camadas de esmaltes para unhas; 2-
uma camada, de dois a três milímetros de espessura, de cera pegajosa;
3- resina para fundição; 4- resina epóxi. O grupo controle não recebeu
camada de impermeabilização (grupo 5). Foi colocado algodão e
radioisótopos no interior dos canais e as aberturas de acesso foram
seladas com Cavit. Cada raiz foi colocada individualmente em frascos
contendo solução salina e incubadas a 37°C. Amostras foram coletadas
após !, 4, 8, 12 e 36 semanas. A cera pegajosa mostrou ser o melhor
material de escolha para impermeabilização externa em estudos de
longo prazo.
116
Wu et ai. 250, 1994, compararam a sensibilidade dos
métodos de penetração de corantes com o modelo de transporte de
fluidos. Mostraram que este método é mais sensível para detectar falhas
ao longo dos canais, elíminando bolhas de ar e possibilitando a
penetração do corante mais profundamente .
• Bonetti Filho et ai. , 1995, avaliaram a capacidade
seladora, via cervical, de canais obturados levando em consideração o
tempo de armazenagem das obturações. Sessenta canais foram
instrumentados e obturados com cones de guta-percha e os címentos
Fill canal e Sealapex. Após, foram divididos em grupos: 1. os dentes
foram colocados no corante imediatamente após a obturação; 2. os
dentes foram armazenados em água por trinta dias; 3. após a
armazenagem em água por trinta dias, fez-se a remoção da obturação
cervical. Observaram que o Fill canal, independente da condição,
permitiu infiltração média estatisticamente maior que o Sealapex. O
tempo de armazenamento aumentou significantemente a infiltração
média de ambos os cimentos.
• Holland et ai. , 1995, estudaram o efeito do curativo
de demora sobre o selamento marginal após a obturação de canais
radiculares. Cento e quarenta raízes tiveram seus canais preparados a
um milímetro aquém do forame apical. As irrigações foram feitas com
• BONETTI FILHO, I., TANOMARU FILHO, M., LEONARDO, R.T. Avaliação in vitro da
capacidade seladora na região ceiVical de dentes obturados com Sealapex e Fill canal -
Influência do tempo de annazenagem e da remoção parcial da obturação. (Aceito para
publicação)
• HOLLAND, R. MURA TA, S.S., SALffiA, O. Efeito a curto e médio prazo dos resíduos de
hidróxido de cálcio na qualidade do selamento marginal após a obturação de canal. (Aceito
para publicação na Rev. Paul. Odomo!., em 20 de janeiro de 1994)
117
hipoclorito de sódio a I%. Vinte raízes servuam como controles
negativo e positivo. Sessenta raízes receberam um curativo de demora
de hidróxido de cálcio e água destilada, permanecendo em seguida em
câmara úmida por sete dias. Após, o hidróxido de cálcio foi removido
com lima e irrigações de hipoclorito de sódio a I%. Todos os
espécimes, com e sem curativo de demora, foram obturados pela técnica
da condensação lateral com cones de guta-percha e os cimentos
obturadores Fill canal, AH26 e Apexit, que foram levados ao interior
dos canais com o auxílio dos cones de guta-percha.O terço apical das raízes foi mantido mergulhado
em água. Decorridas 24 h, metade dos espécimes e os grupos controle
foram imersos na solução traçadora enquanto que os demais foram
totalmente imersos em água e assim mantidos a 3 7°C durante trinta
dias, e em seguida, imersos em solução corante de azul de metileno a
2% , sob vácuo, durante 12 horas. Observou-se que a utilízação do
hidróxido de cálcio como curativo no interior dos canais radiculares
pode determinar um melhor selamento após a obturação dos canais
radiculares; este fato foi evidente nas amostras obturadas om Fill canal
e AH26. A infiltração marginal observada aos 30 dias após a obturação
foi maior do que a observada após 24 horas. As maiores infiltrações
foram observadas com o Fill canal e as menores com o Apexit.
3 PROPOSIÇÃO
Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar
algumas propriedades físicas e efeitos biológicos dos cimentos: Sealapex,
Apexit, Sealer 26 e Ketac Endo.
Nas avaliações microscópicas em tecido conjuntivo
subcutâneo de ratos, propôs-se avaliar as reações teciduais, quanto à
magnitude:
3 .I do infiltrado inflamatório e reações correlatas;
3.2 dos fenômenos reparatórios e reações correlatas;
3.3 quanto às características inerentes do material obturador.
Em relação ao selamento marginal apical, propôs-se
verificar:
3.4 microinfiltração apical ocorrida imediatamente após as obturações dos
canais radiculares;
3.5 microinfiltração apical ocorrida após seis meses de contato com o
plasma sangüineo humano.
Com relação à análise morfológica das partículas dos
cimentos pela microscopia de força atômica, verificar:
ll9
3.6 características das partículas dos cimentos após a obturação dos
canats;
3. 7 características das partículas dos cimentos após um período de seis
meses de contato com o plasma sangüíneo humano.
4 MATERIALEMÉTODOS
Foram estudadas algumas das propriedades tisicas e
biológicas de quatro cimentos endodônticos. Assim, este capítulo foi
subdividido de acordo com as metodologias utilizadas para estas
análises:
- Avaliação da biocompatibilidade;
- Selamento marginal apical;
- Análise morfológica de alta resolução pela
Microscopia de força atômica (MFA ou AFM).
Os cimentos estudados foram:
I Sealapex, cimento obturador de canais radiculares fabricado pela
Kerr/Sybron, com a seguinte composição:
Base
Oxido de cálcio ................................................................ 54,0%
Benzeno butil sulfanilamida ............................................. 32,0%
Oxido de zinco ................................................................. 14,0%
Água ................................................................................ 0,0 I%
Catalisador
Sulfato de bário ................................................................ 40,0%
Resina de salicilato de metila ........................................... 30,0%
Salicilato de esobitrol.. ..................................................... 18,0%
Sílica pulverizada................... . . . .. .. .. .. .. .. . . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 7, 0%
Dióxido de titânio............................................................. 4,0"/o
Pigmento........................................................................... I ,0%
!21
2 Apexit, cimento obturador de canais radiculares fabricado pela
Vivadent Schaan/Liechtenstein, com a seguinte composiçilo:
Base
Hidróxido de cálcio ......................................................... 0,319g
Colofônia hidrogenizada ................................................. 0,315g
Dióxido de silicone altamente dispersado ........................ 0,08lg
Óxido de cálcio ............................................................... 0,056g
Óxido de zinco ................................................................ 0,055g
Tricalciofosfato ............................................................... 0,041 g
Polidimetilsiloxano .......................................................... 0,025g
Estearato de zinco ........................................................... 0,023g
122
Ativador
Trimetilhexanedioldisalicilato .......................................... 0,250g
Carbonato de bismuto básico .......................................... 0,182g
Óxido de bismuto ............................................................ 0,182g
Dióxido de silicone altamente dispersado ........................ 0,150g
1,3-Butanedioldisalicilato ................................................ 0,114g
Colofônia hidrogenizada ................................................. 0,054g
Tricalciofosfato ............................................................... 0,050g
Estearato de zinco ........................................................... 0,014g
3 Sealer 26, cimento obturador de canais radiculares fabricado pela
Dentsply industria e comércio Ltda, com a seguinte composição:
Pó
Hidróxido de cálcio ............................................................ 37%
Trióxido de bismuto ........................................................... 43%
Hexametileno tetramina........ .......... ........... ........................ 15%
D .. "d d . - . lOXI O e tltáOlO ............................................................. . 5%
Resina
Resina epóxi bisfenol....................................................... I 00%
4 Ketac Endo, cimento obturador de canais radiculares fabricado pela
ESPE Seefeld!Oberbay- Germany'.
~O fabricante não nos enviou a composição do Ketac Endo.
123
O pó dos cimentos de ionômero de vidro é
constituído essencialmente por um vidro de alumínio de silicato,
contendo grandes proporções de óxido de alumínio, óxido de silício e
fluoretos. O líquido é essencialmente ácido poliacrilico com aditivos,
como o ácido itacônico e tartáríco (Mount168, 1994).
Os cimentos obturadores foram manipulados de
acordo com as especificações fornecidas pelos respectivos fabricantes,
da seguinte forma:
• Cimentos Sealapex e Apexit: por serem cimentos do tipo pasta/pasta,
foram colocadas partes iguais de pasta base e de pasta catalisadora
sobre um bloco de papel, e com o auxílio de uma espátula,
incorporou-se um ao outro até obter-se uma mistura homogênea.
• Sealer 26: este cimento por apresentar-se sobre a forma de um pó e
uma resina, foi colocado sobre uma placa de vidro fina ligeiramente
aquecida, numa quantidade, em volume, de três partes de pó para
uma parte de resina. Com uma espátula, incorporou-se o pó à resina
até a obtenção de uma mistura lisa e homogênea, que com uma
espátula se levantava a uma altura de aproximadamente dois
centímetros da placa.
• Ketac Endo: este cimento de ionômero de vidro com apresentação
em cápsulas individualizadas, já possui no seu interior o pó e líquido
previamente proporcionados. Primeiramente as cápsulas foram
colocadas em uma peça denominada ativador que rompeu a película
de separação entre o pó e o líquido, permitindo desta forma o contato
entre ambos. Em seguida, a cápsula foi levada ao aparelho Capmix'
durante dez segundos para se processar a mistura do pó ao líquido.
"ESPE-W, Gennany.
124
Após estes procedimentos a cápsula com o cimento já preparado e
pronto para uso, foi colocada em uma outra peça denominada
aplicador; o bico da cápsula foi aberto e o material impulsionado
pelo aplicador saiu pronto para a utilização.
4.1 Avaliação da Biocompatibilidade em tecido subcutãneo de
ratos
4.1.1 Metodologia experimental
Foram utilizados quarenta ratos (Rattus Norgegicus,
Albinos, Wistar), machos, adultos, geneticamente híbridos, com peso
variando entre 180 a 220 gramas. Os animais foram alimentados com
uma dieta padronizada à base de ração para ratos com água.
Os animais foram divididos em dois grupos
experimentais de vinte animais cada, de acordo com os períodos de
observação de quatorze e noventa dias (ISO/TR 7405119., 1984; Watts
& Paterson243 1992).
Os cimentos Sealapex, Apexit, Sealer 26 e Ketac
Endo foram manipulados de acordo com as especificações fornecidas
pelos respectivos fabricantes, e em seguida colocados no interior de
tubos de polietileno com I ,3 milímetros de diâmetro interno e dois
milímetros de diâmetro externo, cortados em segmentos de dez
125
milímetros e tendo uma de suas extremidades fechada (ISO/TR
7405119., 1984). Para isto. os tubos foram previamente preparados em
condições assépticas, manipulados com luvas, lavados em álcool
setenta, secos e colocados em estufa a 65°C, durante 15 minutos.
Os animais foram anestesiados por inalação de éter
sulfúrico e em seguida foi realizada a tricotomia da região dorsal,
seguida da anti-sepsia da pele do animal com álcool iodado a 0,3%'.
Com uma pinça foi feito o levantamento da pele da
região dorsal do animal, e com tesoura cirúrgica, foi realizada uma
incisão de aproximadamente dois centímetros no sentido do longo eixo
do corpo do animal. Com uma tesoura cirúrgica de ponta fina e reta
penetrando pela incisão foram feitas as divulsões do tecido conjuntivo
subcutáneo abrindo o espaço até atingir os locais onde os implantes
foram colocados.
Os tubos contendo os materiais foram implantados,
dois na região escapular e dois na região pélvica, de modo que os quatro
materiais foram implantados em todos os animais sempre em sistema de
rodízio em relação às regiões anatômicas usadas. Tomou-se o cuidado
de realízar os implantes não paralelos à linba de incisão, no sentido de
evitar-se a sua expulsão e mobilidade. As bordas da incisão foram
suturadas com fio de sutura e os animais mantidos sob observação.
Decorridos os períodos de quatorze e noventa dias,
os ratos foram novamente anestesiados, localizados os implantes por
sensibilidade tátil, e em seguida feita a tricotomia da área. Os implantes
foram removidos cirurgicamente e com boa margem de tecido
• Faculdade de Odontologia, câmpus de São José dos Campos - UNESP
126
envolvendo-os. As peças foram colocadas imediatamente em formalina
neutra a I 0% e em seguida foi realizado o sacrificio dos animais.
Para melhor fixação das peças, foram realizadas
trocas da solução de formalina por quatro vezes até que a solução
apresentou um aspecto transparente. Após a fixação, os blocos de tecido
contendo os tubos de polietileno foram cortados com o objetivo de
reduzir o tamanho das peças a dimensões adequadas e em seguida
obedeceu à rotina laboratorial convencional até a obtenção final de
blocos de parafina contendo cada tubo com os respectivos materiais e
os tecidos circunjacentes a serem analisados. Os espécimes incluídos
foram submetidos à microtomia até atingir-se o tubo de polietileno
contendo o material obturador, e a seguir, com o uso de um bisturi e
estilete, procedeu-se a remoção do tubo de polietileno secionando-o ao
meio e cuidadosamente fez-se a remoção de uma das metades e depois
a remoção da outra metade, tomando-se o cuidado para que pequena
porção de material obturador continuasse em contato com o tecido
conjuntivo.
Após, procedeu-se nova inclusão em parafina e foi
realizada a microtomia no sentido longitudinal a cortes seriados com
espessura de seis micrometros. Para análise histopatológica, os cortes
foram corados pela hematoxilina e eosina (HE). As análises
microscópicas foram feitas em microscópio Carl Zeiss Jena, modelo
Jenamed2.
127
4.1.2 Análises microscópicas
A avaliação das respostas do tecido conjuntivo em
contato com os cimentos testados foi realizada de forma descritiva,
quantitativa subjetiva, levando-se em consideração o infiltrado
inflamatório e fenômenos correlatas, fenômenos reparatórios e as
características do material obturador.
Todos os dados relativos às análises microscópicas
foram registrados em uma ficha previamente preparada para cada
material e período analisados.
4.1.2.1 Infiltrado inflamatório e reações correlatas
Procurou-se observar a magnitude do infiltrado,
tipos celulares presentes e predominantes e sua distribuição em relação
ao material obturador. Observaram-se também as alterações destrutivas
como abscedeção e intensidade de alterações vasculares, principalmente
o edema e a hiperemia.
Foi realizada uma análise descritiva dos macrófagos
e células gigantes multinucleares inflamatórias (CGM!s), levando-se em
consideração os aspectos morfológicos, e utilizando-se os seguintes
parãmetros:
a) distribuição das células em relação ao material;
b) tamanho celular;
128
c) contorno e uniformidade do citoplasma, se homogêneo,
vacuolado ou carregado de partículas;
d) aspectos dos núcleos celulares. Número e distribuição dos
núcleos das CGMis.
Os dados foram registrados em fichas e mensurados
subjetivamente quanto à sua magnitude utilizando os escores
demonstrados a seguir:
a) Magnitude geral (escores)
Ausente O
I>iscreto I
Moderado 2
Intenso 3
4.1.2.2 Fenômenos reparatórios e reações correlatas
Analisaram-se as proliferações fibroblásticas e
angioblásticas, fibrosamento e a presença de calcificações.
Com relação ao fibrosamento, observou-se sua
densidade e organização. A organização foi analisada levando-se em
consideração se estava em formação, e se a sua disposição era ao acaso
ou em forma capsular.
Com relação a presença de calcificações, observou-
se sua localização, se em contato direto com o material próximo ao tubo
ou se havia a interposição de um tecido entre ambos. -a distância-.
!29
Os dados da análise descritiva receberam escores
que estão demonstrados a seguir.
a) Proliferação fibroblástica (escores)
Ausente O
Discreta
Moderada
Intensa
I
2
3
b) Proliferação angioblástica (escores)
Ausente O
Discreta
Moderada
Intensa
I
2
3
c) Fibrosamento- densidade (escores)
Ausente O
Discreto
Moderado
Intenso
I
2
3
4.1.2.3 Características do cimento obturador
Foi motivo de descrição as caracteristicas
morfológicas do material, se homogêneo, granular, cristalizado, fibroso
ou mesmo se estava presente mais de uma destas formas.
130
Analisou-se a presença ou não de material no
interior de macrófagos, a fim de detectar sua capacidade de ser
reabsorvível.
Também levou-se em conta a localização do
material em relação ao tubo de polietileno, se aquém, no nível do tubo
ou extruído no tecido conjuntivo.
Estas características foram anotadas em fichas e a
partir das verificações observadas, fez-se a análise descritiva de cada
material em cada um dos períodos de observação.
4.1.3 Análise estatística
Empregou-se um modelo estatístico não paramétrico
H de Kruskall-Wallis para estudar se houve diferenças nas respostas
condicionadas pelos fatores: 1- Cimento, com quatro níveis, e 2-
Período, com dois níveis, bem como os de sua interação; nas variáveis:
magnitude geral, proliferação fibroblástica, proliferação angioblástica e
densidade do fibrosamento. A variável magnitude geral caracterizou o
infiltrado inflamatório e as variáveis proliferação fibroblástica,
proliferação angioblástica e densidade do fibrosamento caracterizaram
os fenômenos reparatórios. Usou-se esse procedimento estatístico
porque os registras destas variáveis foram obtidos a partir de escores, e
para responder a questões como as que se seguem: Será que não se
levando em conta o fator período cada cimento, implicou uma
específica magnitude geral ou uma proliferação fibroblástica ou
13!
angioblástica ou uma densidade? Será que em cada período de
observação, independentemente do fator cimento, ocorreu um
específico infiltrado e/ou fenômeno reparatório? Como ocorreu a
primeira questão em cada período? Repetiu-se a segunda questão em
cada cimento?
Em relação a cada fatore não levando-se em conta a
presença do outro fator, testou-se a hipótese de que as respostas
condicionadas a cada uma daquelas variáveispelos correspondentes
níveis utilizados foram iguais. Relativamente à interação cimento x
período, verificou-se a hipótese de que a variação ocorrida entre os
níveis de um fator na presença de todos os níveis do outro fator repetiu-
se na presença de cada nível desse outro fator.
Se a hipótese relativa ao fator cimento no conjunto
dos períodos ou em cada período foi rejeitada, realizou-se uma
comparação múltipla entre seus níveis para detectar-se a diferença
estatisticamente significante com a mesma estatística. Tal comparação
permitiu a construção de conjuntos de materiais com comportamentos
estatisticamente iguais frente à variável sob estudo, com os quais
convencionou-se que se dois ou mais cimentos apresentaram
comportamentos iguais, pertenceram ao mesmo conjunto e, caso
contrário, pertenceram a conjuntos diferentes. Os conjuntos relativos
aos cimentos foram anotados por letras latinas maiúsculas.
Realizou-se também comparações múltiplas entre os
dois períodos e cada cimento, sendo que os conjuntos derivados dessa
comparação foram anotados por letras latinas minúsculas.
Definiu-se o nível de significância de 0,05 para a
região de rejeição e a regra de decisão foi adotada a partir de p = P(H >
!32
H,) probabilidade de que a estatística H seja maior do que seu valor
observado H, nos dados amostrados do modo que se segue: se p foi
maior do que 0,05, a hipótese sob teste foi não rejeitada ou houve não
significãncia e, caso contrário, a hipótese sob teste foi rejeitada havendo
assim, significância.
4.2 Avaliação do selamento marginal apical
4.2.1 Metodologia experimental
Para esta pesquisa foram utilizados 13 6 dentes
unirradiculares humanos, extraídos, armazenados em solução de
formalina a 10%, sendo posteriormente limpos e novamente mantidos
na solução até o momento de sua utilização. Os dentes selecionados
apresentaram um único canal radicular que permitiu linha de acesso
direto a um milímetro aquém do ápice radicular. Suas coroas foram
seccionadas com disco de Carborundum' procurando-se padronizar o
comprimento médio das raízes a 16 mm.
Em seguida, o acesso cervical foi localizado em
cada raiz e uma lima tipo Kerr foi inserida no canal radicular desde a
cervical até o forame apical a fim de se obter o diâmetro anatômico de
cada canal radicular da seguinte forma: 16 raízes permitiram a
• .Double-side. separaying discs- Dedeco.
l3J
penetração desimpedida e justa de uma lima tipo Kerr número dez mas
não a de uma lima tipo Kerr número 15; 24 raizes permitiram a
penetração desimpedida e justa de uma lima tipo Kerr número 15 mas
não a de uma lima tipo Kerr número vinte; 48 raizes permitiram a
penetração desimpedida e justa de uma lima tipo Kerr número vinte
mas não a de uma lima tipo Kerr número 25 e 48 raizes permitiram a
penetração desimpedida e justa de uma lima tipo Kerr número 25 mas
não a de uma lima tipo Kerr número trinta. Foram desprezadas as raízes
que possuíam canais radiculares com diâmetro apical menor e maior do
que o correspondente a uma lima tipo Kerr número dez e número 25
respectivamente.
A totalidade das raízes foi dividida em quatro
grupos de acordo com o cimento a ser empregado na obturação dos
canais radiculares, e cada um dos grupos foi subdividido em dois,
dando um total de oito grupos de 17 raízes cada. Procurou-se
uniformizar as amostras de cada grupo experimental, de acordo com os
diâmetros dos canais originais previamente estabelecidos. Assim, cada
grupo, de 17 raízes, foi formado da seguinte maneira: duas raízes com
diâmetro original do canal correspondente ao instrumento número dez,
três raizes com canais de diâmetro original correspondente ao
instrumento de número 15; seis raizes com canais de diâmetro original
correspondente ao instrumento de número vinte e seis raízes com canais
de diâmetro original correspondente ao instrumento número 25.
Para determinação do comprimento de cada canal,
uma lima tipo Kerr, com um limitador de penetração, foi colocada no
interior do canal radicular até que a ponta da lima atingisse o forame
!34
apical e em seguida o limitador foi ajustado na superfície cervical da
nuz.
Para a padronização do forarne apical, os canais de
todas as raízes foram alargados seqüencialmente e sobreinstrumentados
• meio milímetro até a lima tipo Kerr de calibre número trinta . O batente
apical foi realizado a um milimetro aquém do forame apical, a partir da
lima tipo Kerr número 35 até a lima tipo Kerr número sessenta, e em
seguida foi realizado um escalonamento com as limas números setenta e
oitenta. Procedeu-se a regularização das paredes do canal, no terço
•• cervical, utilizando-se uma broca Endo-Z .
Durante a instrumentação, a cada troca de
instrumento, foram realizadas irrigações com três mi de hipoclorito de
sódio a 1%.
Terminado
radiculares foram inundados
o preparo biomecânica, os canais
••• com solução de EDTA (EDTA
dissódico- 202,8g; hidróxido de sódio- 21,7 g; água destilada- I 000 mi),
que foi agitado no interior do canal pôr três minutos com o auxílio de
uma lima tipo Kerr número sessenta, e com uma lima tipo kerr número
trinta realizou-se o transpasse forarninal com o objetivo de limpeza. Foi
realizada uma irrigação e aspiração final com dez mililítros de
hipoclorito de sódio a I% e em seguida foi realizada a secagem dos
canais com pontas de papel absorventes de número sessenta'.
As raízes foram colocadas em palitos dentais,
fixados sobre uma placa de cera, e em seguida realizou-se a
• Maillefer ~ S.A. SWISS.
•• ref. 152 M Maillefer- SWISS.
••• Byofonnula Tecnophanna SJ.C.
• Tanariman ind. L IDA
!35
impermeabilização da superficie radicular externa com três camadas de
esmalte vermelho para unhas, aplicado em toda superfície radicular com
exceção da região correspondente à abertura de acesso cervical e ao
forame apical. Para isto, uma lima tipo Kerr número 25 foi colocada no
forame apical de cada dente e a impermeabilização foi realizada não
permitindo a obstrução do forame pelo agente impermeabilizador. Após
o agente impermeabilizante estar completamente seco, procedeu-se
nova irrigação I aspiração com Solução de Milton e secagem dos canais
com cones de papel absorventes.
Para a obturação, os cones principais de guta-
•• percha foram selecionados a partir do cone número sessenta e
ajustados ao comprimento de trabalho como preconiza Herbert et al. 18,
1980. Os canais foram obturados pela técnica da condensação lateral
clássica ativa com cones de guta-percha e os cimentos Sealapex, Apexit,
Sealer 26 e Ketac Endo.
Os cones principais de guta-percha foram totalmente
cobertos com os cimentos obturadores e assentados até o comprimento
de trabalho em um único movimento. Em seguida, com o auxílio de
uma lima tipo Kerr número trinta (Bramante et ai. 30, 1989) procedeu-se
a abertura dos espaços para colocação dos cones secundàrios de guta-
percha até completa obturação do canal radicular. Duas raízes de cada
grupo serviram como controle interno positivo e negativo. O controle
positivo foi obturado apenas com guta-percha sem qualquer cimento
obturador e o controle negativo foi obturado com guta-percha e cimento
obturador, de forma semelhante ao grupo experimental correspondente.
•• Dentsply industria e comércio LTDA
!36
Completado o preenchimento dos canais, o excesso
de guta-percha foi removido com um instrumento aquecido, realizando-
se uma ligeira condensação vertical com os condensadores números
dois e três. A abertura cervical e superficie radicular, com exceção do
forame apical, foram novamente impermeabilizadas com uma camada
• de cera pegajosa de aproximadamente três milímetros de espessura. O
controle interno negativo foi completamente impermeabilizado com
cera pegajosa e o controle interno positivo permaneceu com a abertura
de acesso e forame apical sem impermeabilização.
Em seguida,um grupo obturado com cada cimento ..
testado foi mergulhado em plasma sangüíneo humano e mantido em
estufa a uma temperatura de 37 ± I °C e umidade relativa de 100%,
durante seis meses. Nesse período, o plasma sangüíneo foi renovado a
cada sete dias em condições assépticas dentro de uma câmara de fluxo
laminar'. A câmara de fluxo laminar foi ligada durante trinta minutos
antes do procedimento , e desta forma, pela ação germicida da luz
ultravioleta, proporcionou um ambiente asséptico para trabalho. Para
esta renovação, o plasma sangüíneo já utilizado, foi desprezado e as
amostras foram enxaguadas com solução salina estéril e em seguida
colocadas em um novo recipiente estéril contendo plasma sangüíneo.
Vencido o prazo de seis meses, as amostras foram
removidas do plasma sangüineo, enxaguadas com solução salina e
imediatamente conduzidas ao corante de azul de metileno a 2%
solubilizado em plasma sangüíneo humano.
Herpo produtos dentários.
•• Hemocentro Policlin- S.J.C. S.P.
• V eco do Brasil.
137
A colocação em corante foi realizada em um
ambiente de vácuo (Goldman et al.82, I989; Spangberg et al.217, I989;
Holland et al. 108, I 990) de vinte mmHg, proporcionado por uma bomba
de vácuo**. conectada a uma campânula. Passou-se vaselina na tampa
da campânula e nas áreas de conexão para impedir a entrada de ar. Em
seguida, ligou-se a bomba de vácuo deixando-a funcionar por trinta
minutos. As raizes permaneceram durante este período dentro da
campânula, mas fora do corante, em pacotes de gaze sob uma pequena
régua fixada na borda do frasco contendo o corante. Quando foi obtido
o vácuo, com um pequeno movimento na campânula foi realizada a
imersão dos espécimes no corante, que permaneceram no vácuo por
mais uma hora. Após este período eliminou-se o vácuo, as raizes
permaneceram no corante e foram levadas e mantidas em estufa a uma
temperatura de 37 ± l°C e umidade relativa de 100%, durante I68
horas.
Os quatro grupos restantes, após a obturação dos
canrus radiculares e impermeabilização externa com cera pegaJOSa,
foram levados imediatamente ao corante azul de metileno a 2%
solubilizado em plasma sangüíneo, de forma semelhante aos grupos
anteriores.
O quadro I mostra a distribuição esquemática dos 8
grupos utilizados nesta metodologia.
•• Dia Pump FANEM LTDA. São Paulo- Brasil, modelo CAL BF-1725.
Quadro l - Distribuição dos grupos experimentais, para a avaliação do selamento
a picai
Tempo de Grupos experimentais de acordo
avaliação com os cimentos obturadores
Imersão Sealapex ApeJàt Sealer-26 Ketac
Endo Imediata Grupo
no Corante Grupo I Grupo DI Grupo V VD
Manutenção-
6 meses
Ketac em plasma Sealapex Apexit Sealer-26
Bndo
saD.gUÍDeo
Grupo II Grupo IV Grupo • Grupo VI vm Imersão uo
Corante
17 raízes para cada crupo: 15 experimental [ POSITIVO
2 controle
REGATIVO
138
Decorrido o tempo de permanência no corante, todas
as raízes foram lavadas em água corrente por aproximadamente 48
horas. Depois de secas, foram removidas as camadas de
impermeabilização externa e em seguida as raízes foram distribuídas
• sobre um filme radiográfico oclusal , no sentido V-L e posteriormente
no sentido M-D, e realizadas as tomadas radiográficas para constatação
da qualidade das obturações dos canais radiculares.
Os filmes foram processados manualmente em
câmara escura e deixados fixar por trinta minutos, lavados em água
• E0-41, size 4, Ektaspeed. Kodak company.
!39
corrente por trinta minutos e em seguida secos. As radiografias foram
analisadas em um negatoscópio.
4.2.2 Análise das infiltrações
As raízes foram desgastadas no sentido vestibulo-
lingual utilizando-se um disco de diamante em baixa velocidade,
seguindo a trajetória do canal radicular até o forame apical e dando
ênfase ao terço apical da obturação dos canais radiculares. Desta forma
uma das metades da raiz foi desprezada e a outra, contendo o canal e
sua obturação bem evidentes, foi fixada com cera utilidade em uma
lamina de vidro para a avaliação da infiltração linear apical ocorrida ao
longo da interface dente/material obturador.
Dois examinadores realizaram essa avaliação nas
. ' . •+ margens vestibular e lingual utilizando-se um estereomiCroscopiO
com ocular de medição micrométrica.
As leituras das infiltrações observadas pelos
examinadores foram registradas em uma ficha previamente preparada e
utilizando uma regra de três simples, as medidas foram transformadas
em milímetros. A partir destes dados obtiveram-se as médias das
infiltrações ocorridas para os diferentes grupos experimentais.
Tecnival Carl Ze1ss- JENA
140
4.2.3 Análise estatística
Dos objetivos desta pesquisa, delinearam-se as
hipóteses relativas aos fatores: cimento, armazenamento e interação
entre esses fatores. Essas hipóteses foram expressas por:
I O fator cimento, independente do fator armazenamento,
propiciou efeitos iguais sobre a infiltração;
2 O fator armazenamento exerceu efeitos iguais sobre a
infiltração, não se levando em conta o fator cimento;
3 A variabilidade ocorrida entre os cimentos no conjunto dos
armazenamentos, repetiu-se em cada armazenamento e/ou a
variabilidade ocorrida entre os armazenamentos no co'1iunto dos
cimentos repetiu-se em cada cimento.
Estas hipóteses foram colocadas à prova a partir do
modelo estatístico de análise de variância a dois critérios fixos.
A região de rejeição foi definida em nível de
significância de 0,05 e a regra de decisão adotada foi determinada a
partir de p = P(F>F a) -probabilidade da estatística F ser maior que seu
valor observado (F a) dados da amostra - do modo que segue: se p foi
maior do que 0,05, a hipótese sob teste não foi rejeitada e caso
contrário, a hipótese sob teste foi rejeitada.
Nos casos de terem sido rejeitadas uma das
hipóteses descritas nos itens um ou três, efetuaram-se testes adicionais a
partir do conjunto de médias estatisticamente iguais. Tais conjuntos
foram identificados por letras latinas maiúsculas.
4.3 Análise morfológica em aumento de alta resolução dos
cimentos após a obturação dos canais radiculares e após um
período de seis meses, utilizando-se da microscopia de força
atômica.
141
A microscopia de força atómica (AFM) do inglês
atomic force microscopy, tem característica de análise não destrutiva e
também não intrusiva, permitindo avaliar amostras com a pesquisa em
andamento (Morrís 167, 1994 ). É possível fazer análise que pode atingir
até resolução atómica, permitindo avaliar morfologicamente os
constituintes dos cimentos obturadores.
4. 3. 1 Microscopia de força atômica (MF A ou AFM)
Durante o século vinte, foram desenvolvidos
métodos de aumento baseados na emissão de íons e elétrons. A
microscopia de varredura do sensor, do inglês scanning probe
microscope (SPM), é uma recente inovação para gerar imagens
microscópicas. É uma técnica de microscopia que opera em ambiente
líquido! ar ou vácuo e realiza as imagens em três dimensões e com
resoluções da ordem de angstrom.
A SPM é composta de uma sonda sensível,
cerãmicas piezo-elétrícas, um circuito eletrónico de feedback e um
computador para gerar e mostrar as imagens.
142
O desenvolvimento de piezo-elétricos com altíssima
precisão e repetibilidade, bem como um aumento significativo na
velocidade de processamento de sinais, em software e hardware,
possibilitaram o surgimento de uma nova classe de microscópios, os
microscópios de varredura do sensor (Scanning Probe Microscopy,
SPM). Dentre os microscópios tipo SPM, os microscópios de varredura
de força atómica (AFM) e de tunelamento (STM) têm sido utilizados na
caracterização estrutural de macromoléculas biológicas (Arscott &
Bloomfield 7, 1990 ).
A microscopia de força atómica ( AFM), surgiu pela
primeira vez para utilização científica no ano de 1990, e constitui uma
técnica eficiente na caracterização de superficies demateriais isolantes.
Por este método, é possível estudar superficies de materiais até o nível
atómico, ou seja, além dos alcances das microscopias eletrónica e
óptica, e com as vantagens de praticamente não haver necessidade de
um preparo para tornar a amostra condutora, como acontece por
exemplo, na microscopia eletrónica de varredura ou na técnica de
tunelamento (Edstrom et al.63 , 1990). As análises são feitas com certa
facilidade e as imagens são geradas na forma de um arquivo de
computador, facilitando assim o tratamento e o transporte dos dados
(Chang 44, 1995).
O quadro 2 mostra comparativamente as técnicas de
microscopia, considerando o fator aumento, meio ambiente para
operação, tipo de imagem e dano à amostra.
143
Quadro 2 - Técnicas de microscopia considerando o aumento, meio ambiente de
operação, tipo de imagem e dano causado na amostra
Micros-copia Fator de Meio para Dano à
aumento amostra Mensuração amostra
-Ar 2
Ótica 1 o' -Líquido Dimensões Nenhum
Varredura IO' 2
à Laser -Ar Dimensões Mínimo
Emissão 105 2
deíons -Vácuo Dimensões Severo
SEM 106 2
-Vácuo Dimensões Algum
10
9
-Líquido
SPM -Vácuo 3 Mínimo ou
-AFM -Ar Dimensões Nenhum
As publicações das áreas biológicas concernentes ao
uso do AFM, têm aumentado (Stemmer & Engel221 , 1990; Birrell et
al.
22
, 1991; Morris
167
, 1994). A técnica de microscopia de força atômica
144
permite a obtenção de imagens de macromoléculas com resolução
quase atômica de amostras em soluções fisiológicas de hidratação em
meio iónico. A confiabílidade no uso dessas técnicas de microscopia em
meios biológicos está relacionada ao protocolo utílizado na fixação da
monocamada de polímero biológico (preferencialmente sem
desnaturação no processo) sobre uma superficie plana (tipo cristalina).
A fixação deve evitar a formação de agregados de moléculas espúrias
na superficie do suporte.
4.3.1.1 Teoria de funcionamento do) microscópio de força atômica
I,
O princípio de fimcionamento se baseia na varredura
'
' da amostra sob a ponta de um cristal. lEste cristal de forma pontiaguda é
!
ligado a uma microvíga com uma cohstante elástica conhecida que vai
I
acompanhando a variação vertical d~ amostra. O conjunto do cristal
'
com a microviga se chama cantilev~r. Sobre o cristal é colocado um
' '
sensor de deflexão da mola que regidtra a variação vertical que ocorre
'
durante a varredura. Uma das técnicasi de detecção de altura da ponta é a
'
reflexão de um feixe de laser.
' Incidindo-se um ~eixe de laser na face oposta do
' cantilever, este sofrerá maior ou t(nenor deflexão dependendo do
I
movimento deste. Esta deflexão !)ledida em um fotodetector é
I
transformada em um sinal que con(rola a movimentação vertical e
I
horizontal do piezoelétrico. A deflexãb do feixe de laser muda o relevo
I
145
da amostra. O sinal que o equipamento capta é o da força de interação
resultante entre o cristal e a superfície da amostra durante análise do
material. Tendo-se a velocidade de varredura e as variações verticais
que ocorrem durante a varredura, se obtém a imagem da superfície da
amostra.
O cantilever, fabricado utilizando processos
aplicados em dispositivos de microeletrônica, tem uma massa bem
reduzida, sendo capaz de medir forças atuantes entre átomos de um
material. O cantilever é aproximado da amostra manualmente até a uma
distância muito próxima da superfície. Esta distância varia de acordo
com a acuidade visual de cada operador. Em seguida, o aparelho realiza
a aproximação final onde se tem a interação entre o ápice do cristal e a
amostra. A figura 1 mostra esquematicamente este funcionamento.
146
espelho
---
fotodetector
FIGURA I - Desenho esquemático de funcionamento do AFM.
Um microcomputador com os dados da varredura e
da tensão de realimentação do piezoelétrico, trata as informações e
gera imagens topográficas da amostra. Filtros de software e de
hardware podem ser usados a fim de obter melhores resultados, isto é,
livres de ruídos não pertinentes à análise .. O sofl ware de controle do
147
microscópio permite muitas variações na apresentação dos dados
coletados da amostra, inclusive a apresentação em três dimensões e a
apresentação gráfica da rugosidade da amostra (Chang 44, 1995). Para
melhor compreensão das imagens que são mostradas nos resultados
realizou-se uma análise por AFM, de uma estrutura conhecida pela
SEM. Assim, a figura 2. mostra a imagem da superficie dentinária
radicular obtida com a utilização da microscopia de força atômica.
Observar que a imagem vem acompanhada de uma
escala que fornece a aproximação e a altura das depressões.
FIGURA 2 - Fotomicrografia da superficie dentinária radicular interna obtida com
a utilização da MFA. (Aumento de 5600X).
!48
4.3.1.2 Cuidados na medida
Apesar da resolução e da potencialidade, devem-se
tomar certos cuidados no momento da interpretação das medidas. É
preciso considerar o funcionamento da técnica e quais os problemas que
o sistema pode acarretar, levando-se em conta as condições do
equipamento que podem dificultar as medidas, como, má-calibração do
equipamento, cantilever poluído. É necessário isolamento contra ruídos
e que o sistema esteja funcionando em condições onde as forças
resultantes não destruam as ligações interatômicas da amostra.
Quando se utiliza a medição com células líquidas, a
amostra é imersa em um meio líquido com a vantagem de reduzir os
ruídos na faixa de audio e analisar amostras biológicas com maior
facilidade. Ao operar em meio ambiente líquido, é possível eliminar
forças de capilaridade e executar forças suficientemente baixas sem
dano substancial. A força aplicada no cantilever por este método é da
ordem de 10'11 a 10'13 N/m2 ao passo que para medições normais em ar,
os valores são de 10-7 a 10'9 N/m2 (Morris167, 1994; Dietz58 et ai.,
1991).
A metodologia aqui apresentada teve como objetivo
um estudo pioneiro com a utilização da técnica de microscopia de força
atômica na endodontia procurando-se analisar em princípio a interação
entre os componentes dos cimentos endodônticos utilizando o estudo da
morfologia das partículas desses componentes, durante um estudo de
infiltração do plasma no material obturador.
!49
4.3.2 Metodologia experimental (Quadro 3)
Foi realizado o preparo das amostras procurando-se
conciliar a maneira habitual de uso clínico, com as condições
necessárias para a análise utilizando-se o AFM.
4.3.2.1 Preparo das amostras
Foram utilizados dezesseis dentes unirradiculares
humanos, extraídos, armazenados em solução de formalina a 10%, que
foram limpos externamente e mantidos na solução até o momento de
sua utilização. Após a remoção das coroas dentais, os canais radiculares
foram preparados pela técnica de instrumentação seriada a um
milímetro além do forame apical até a lima tipo Kerr número oitenta.
Utilizou-se durante todo o preparo de irrigações abundantes com
solução de hipoclorito de sódio a I%' . Após o preparo biomecânico,
fez-se uma penúltima irrigação com EDT A" que foi agitado no interior
do canal durante três minutos, e ao final fez-se uma irrigação com
solução salina fisiológica139.
Todas as raizes receberam duas marcas na superficie
externa, sendo uma a dois milímetro aquém do ápice radicular, e a outra
I ,5 milímetro acima da primeira marca (em direção ao terço cervical).
• Solução de Milton· Merrel Lepetit Farmacêutica e industrial Ltda .
.. Byofônnula Tecnopharma. S.J.C.
!50
Para esta marcação utilizou-se lápis preto. Em seguida, um cone de
guta-percha de calibre número oitenta foi introduzido no interior dos
canais radiculares até o forame apical e nivelado a este nível com uma
lamina de bisturi, de modo que em todos os canais o cone principal
atingiu o forame apical permanecendo travado a este nível.
Todos os espécimes com os cones de guta-percha• foram incluídos em resina transparente . Essa resina foi preparada
misturando cem gramas de CY 248 - base - mais dez gramas de HY 951
- catalisador - e após, com a finalidade de se evitar a formação de
bolhas, a mistura foi levada a um dissecador conectado a uma bomba de
vácuo, por um período de 5 minutos. A resina foi vertida em formas
individuais de silicone com formato de um cone e as raízes colocadas
individualmente no interior das formas até que o ápice radicular tocasse
o fundo da mesma, no local correspondente ao ápice do cone. As
aberturas de acesso foram deixadas livres de resina de modo a permitir
acesso aos canais radiculares. O tempo de cura da resina foi de 24 horas
à temperatura ambiente e após este período os bloquinbos de resina,
contendo as raízes no seu interior, apresentaram um aspecto
transparente, permitindo a visualização das raízes e suas respectivas
marcas realizadas na superficie externa. Os bloquinhos foram
examinados na região correspondente aos ápices para certificar-se de
que não havia penetrado resina no interior dos canais. Na maioria dos
espécimes houve a necessidade de ser lixada a porção apical dos
bloquinbos para soltar o cone de guta-percha aderido à resina.
Os cones de guta-percha foram removidos e em
seguida, procedeu-se uma nova irrigação dos canais radiculares com
• Araldite CY 248 com endurecedor HY 951
151
solução salina fisiológica. Os canais foram secos com cones de papel
• • absorventes e os cones de guta-percha foram novamente adaptados ate
o forame apical, permanecendo travados a este nível.
As raízes foram divididas em quatro grupos de
quatro raízes cada e os canais radiculares obturados pela técnica da
condensação lateral passiva e os cimentos Sealapex, Sealer 26, Apexit e
ketac Endo. Os cimentos obturadores foram levados ao interior dos
canais pela técnica clássica com a ajuda dos cones principais. Durante a
condensação lateral foram utilizados apenas três cones secundários de
guta-percha, permitindo assim que um maior espaço dos canais
radiculares ficasse preenchido com os cimentos obturadores. Os
excessos do material obturador na abertura de acesso foram cortados
com um condensador aquecido, e com um outro condensador frio, foi
realizada leve condensação vertical. As amostras foram mantidas em
frascos fechados contendo gaze umedecida em solução salina durante
12 horas.
Após esse período, os blocos foram cortados
transversalmente nos locais correspondentes ás marcas feitas com lápis .
•• Para este corte, utilizou-se uma serra circular , com um disco de ...
diamante de 0,015., e com abundante refrigeração à água. Obtiveram-
se assim, dois segmentos da porção apical do bloco que foram
identificados com números sendo a parte mais apical denominada de
número um, e a mais cervical de parte número dois.
• Dentsply Indústria e comércio LTDA
•• Buehler lsomet Low Speed Saw ~ BUEHLER Ltda. aparatus for rnicroestrucmres analisys.
••• Buehler Diamond Wafering Blade. Hight Concentration. N.O. 11-42-44.
!52
A secção número um foi desprezada, permanecendo
a número dois, que se constituiu na amostra de estudo. Os seus dois
lados foram identificados como lados 2A e 2B.
A figura 3 ilustra o segmento número dois, e suas
respectivas identificações.
cimento endodôntico
guta-percha
lado A --o~
dentina
lado B
FIGURA 3 - Desenho esquematico do segmento número dois e suas identificações
Quadro 3 -Representação esquemática da metodologia utilizada para a análise com o AFM.
16 raízes c=:>
Obturação
(condensação
lateral passiva)
'\..:) 1,5 mm (amostra)
2,0 mm (desprezada)
Inclusão
em resina • ,
1
transparente
":i.....l7 • ~
2a Análise dos
cimentos pela
AJFJ}Jl~
1 > Sealapex
c=:=:> Apexit
I > Sealer-26
I > Ketac Endo
IIII ..
f
Imersão
em plasma
sangüíneo
humano
(6 meses) ......
V>
w
!54
4.3.2.2 Utilização das amostras
Primeiramente as amostram foram observados pela
microscopia óptica, com um aumento de cinqüenta vezes, utilizando-se
um estereomicroscópio' onde obteve-se um imagem macroscópica da
superficie do material a ser estudado. As áreas correspondentes aos
cimentos obturadores foram meticulosamente observadas para
posteriormente serem levadas para análise no AFM" As amostras foram
colocadas no porta-amostras do AFM, o cantilever foi aproximado até
uma distância muito próxima da superficie da amostra. Após a
localização da área a ser examinada foi aproximado o cantilever. Fez-se
incidir um feixe de laser, acoplado ao microscópio, na face de cima do
cantilever onde estava localizado o cristal sensor. As variações
ocorridas no cantilever durante as varreduras foram registradas em um
microcomputador, e com os dados da varredura e do deslocamento,
obtiveram-se imagens da topografia da superficie dos cimentos.
As medidas das aproximações foram escolhidas
após uma série de imagens prévias que possibilitaram uma visualização
com resoluções de 30000nm (rrinta mil nanometros), IOOOOnm (dez mil
nanometros ), 5000nm (cinco mil nanometros) e I OOOnm (mil
nanometros).As análises foram realizadas na superficie dos cimentos,
nos lados 2A e 2B de cada amostra.
• Tecnival Carl Zeiss - JENA
•• NANO SCOPE ll - Scanning Tunneling microsoope. Digital instruments, Inc. Santa Barbara, CA.
93ll7.
!55
4.3.2.3 Armazenamento das amostras
Após as análises, os seguimentos foram novamente
encaixados ao restante dos respectivos cones, e fixados a eles com duas
camadas de ara! dite. Em seguida, toda a supemcie do cone de resina
•• foi recoberta com uma espessa camada de cera pegajosa , inclusive a
interface resina/dente na extremidade apical, mantendo apenas o
material obturador exposto (lado 2B). O lado 2B passou a representar o
forame apical, preenchido pelo material obturador de canal.
As raízes incluídas foram então imersas
individualmente em plasma sangüíneo humano, contido em tubos de
ensaio estéreis. O plasma sangüíneo humano foi fornecido pelo
Hemocentro do Hospital Policlin de São José dos Campos após os
devidos exames laboratoriais de rotina. Somente o lado 2B entrou em
contato direto com o plasma. Os tubos de ensaio foram fechados com
uma rolha de algodão estéril e mantidos em estufa a 37±1 ° C, e umidade
relativa de 100%, durante um período de seis meses. Neste período, o
plasma sangüíneo foi trocado semanalmente ou a cada 15 dias, em
ambiente asséptico, no interior de uma câmara de fluxo laminar •••
Para realização das trocas do plasma, a câmara foi
ligada no ultravioleta trinta minutos antes da troca, e após este tempo,
todos os tubos contendo as amostras incluídas bem como todo material
• Brascola. S.A., Ciba-Geigy. .. ' .
Herpo produtos dentanos L TDA
••• VECO do Brasil.
!56
e instrumental a ser utilizado na troca foram colocados no interior da
câmara. Para este procedimento removeu-se a rolha do tubo, foi feita a
flambagem da abertura do tubo, e em seguida o plasma velho foi
retirado e foi realizada uma nova flambagem da abertura do tubo.
Tomando-se estes mesmos cuidados, as raízes incluídas foram
enxaguadas por duas vezes consecutivas com solução salina estéril, e
após, um plasma sangüíneo fresco foi colocado no interior de cada tubo
contendo as amostras incluídas.
4.3.2.4 Reutilização das amostras
Decorrido os seis meses, as raizes incluídas foram
retiradas do plasma, lavadas com solução salina estéril e removidas as
camadas de cera e de araldite. Em seguida, o seguimento número dois
foi desmembrado do cone de resina, e novamente observado pela
microscopia óptica, e levado novamente para análise, utilizando-se o
AFM. As observações ópticas e análises pelo AFM foram realizadas
tanto do lado 2B que permaneceu em contato direto com o plasma
sangüíneo, como do lado 2A. Assim, foi possível verificar as alterações
ocorridas na superficie do material que permaneceu em contato direto
com oplasma (lado 2B), e se estas alterações caminhavam até o lado
2A.
As imagens registradas nos dois períodos de análise
foram armazenadas no compurador e posteriormente foram tratadas em
duas e três dimensões. Procedeu-se fotografias diretas das superficies
!57
dos cimentos, que foram registradas pelo microscópio, diretamente do
monitor do computador. Nas diferentes ampliações observadas,
procurou-se avaliar as diferentes estruturas dos materiais, bem como,
observar possíveis alterações nestas estruturas com o passar do tempo.
As observações foram feitas de uma forma descritiva tentando-se
também uma possível correlação com a composição química dos
cimentos. (' )
• As amostras correspondentes ao cimento Sealer 26 após seis meses de conta to com o plasma
sangüíneo foram avaliadas com um outro Microscópio de Força Atômica -Topo Metrix 2000 S.P,
5 RESULTADOS
5.1 Avaliação da biocompatibilidade em tecido subcutãneo de
ratos
Dos implantes realizados, representativos de cada
grupo experimental, houve perda de alguns espécimes por falha na
histotécnica ou por impossibilidade na localização dos implantes após
decorridos os períodos de avaliação. A quantidade de espécimes
perdidos encontra-se registrada nos quadros de avaliação de cada
material e período.
Os dados obtidos após as análises histológicas dos
espécimes dos quatro grupos são baseados nos seguintes itens:
I infiltrado inflamatório e reações correlatas,
- análise microscópica
- análise estatística;
2 fenômenos reparatórios e reações correlatas,
- análise microscópica,
- análise estatística;
3 características inerentes aos cimentos obturadores testados.
As análises realizadas para cada espécime dos
diferentes grupos experimentais, encontram-se registradas nos quadros
de números 4 a 11.
!59
5.1.1 Infiltrado inflamatório e reações correlatas
5.1.1.1 Análise microscópica descritiva
5.1.1.1.1 Grupo experimental Sealapex
14 dias (FIGURAS 4A e 5A)
Os dados referentes a este grupo experimental
encontram-se no quadro número quatro.
Nesse material. observou-se a formação de
granulomas típicos e nas áreas onde não havia granulomas, observaram-
se macrófagos dispersos.
Os macrófagos interagiram intensamente e
diretamente com o material obturador, fagocitando-o com bastante
densidade. Essas células estavam distribuídas na periferia e próximas ao
material, possuíam tamanho normal e geralmente seu citoplasma estava
carregado de partículas do mesmo, embora em alguns casos observou-
se um citoplasma com aspecto vacuolar. Os núcleos dessas células
apresentaram forma regular.
Os macrófagos carregados de partículas, após a
fagocitose, permaneciam na periferia do material ou migravam de
forma aleatória.
Na grande maioria dos espécimes, observou-se a
formação de células gigantes multinucleares inflamatórias (CGMis).
160
Essas células estavam distribuídas próximas e na periferia do material;
continham em média de sete a oito núcleos ora mais, ora menos. O
citoplasma geralmente estava carregado de partículas do material, sendo
que em alguns espécimes apresentava-se vacuolado. O contorno
citoplasmático mostrou-se regular e por vezes irregular. Os núcleos
estavam distribuídos ao acaso com um aspecto homogêneo e em alguns
casos com formato irregular.
Ocasionalmente, verificaram-se neutrófilos. E,
perifericamente ao material, notou-se a presença quase que constante
de eosinófilos.
Em alguns espécimes, junto ao infiltrado
inflamatório, pode-se observar um aglomerado de células epitelióides, e
também ocasionais linfócitos e plasmócitos.
Quadro 4 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações
provocadas pelo cimento Sealapex no período de 14 dias
(*) os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise.
161
162
90 dias (FIGURAS 4B e 5B)
Os dados referentes a esse grupo experimental se
encontram no quadro número cinco.
Notou-se, neste período, a formação de granulomas
bem constituídos, densos e com CGMis, que permeavam esse material.
Os macrófagos e as CGMis mostravam seus
respectivos citoplasmas vacuolados ou carregados de partículas do
material. As CGMis continham em média dez núcleos.
Em relação à magnitude geral da inflamação, na
maioria das vezes esta mostrou-se intensa. Urna população de
eosinófilos localizados na periferia da área inflamatória central chamou-
nos a atenção. Ocasionalmente foram encontrados neutrófilos, linfócitos
e plasmócitos.
Nesse período pode-se observar na mamna dos
espécimes a formação de uma fibrose periférica ao material
Quadro 5 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações
provocadas pelo cimento Sealapex no período de 90 dias
I PO
N
F CE
I LU
L
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=I ,~oo
I•
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i I
I
I I I
(*)os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise.
163
= =
FIGURA 4- Aspéctos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealapex após 14 (A) e 90 (B)
dias da implantação. Nestes espécimes não se observou extravasamento do material
pela luz do tubo, restringindo-se aos limites durante a sua colocação. Aos 90 dias (B),
numerosos macrófagos continham partículas de Sealapex no seu interior, o mesmo
ocorrendo com algumas CGMis. (aumento original: A e B = 40x; H.E.).
164
165
FIGURA 5 -Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealapex após 14 (A) e 90 (B)
dias de implantação. Em ambos os espécimes houve extravasamento pela luz do tubo, induzindo
reação granulomatosa tipo corpo estranho. Destaca-se o grande número de macrófagos e CGMis
carregados de partículas de Sealapex no seu citoplasma. (aumento original: A e B = 40x; H.E.).
166
5.1.1.1.2 Grupo experimental Apexit
14 dias (FIGURA 6A)
Os dados analisados referentes a esse grupo
encontram-se registrados no quadro número seis.
Com este material os espécimes mostravam um
infiltrado celular predominantemente mononuclear, com mamr
presença de macrófagos que se localizavam na periferia e próximos ao
mesmo.
Os macrófagos apresentavam-se morfologicamente
norma1s, com citoplasma carregado de partículas e muitas vezes
vacuolado. Essas células se dispunham ao redor do material. Em
algumas lâminas observou-se que macrófagos carregados de partículas
se aglomeravam formando granulomas típicos em regiões distantes da
abertura do tubo.
As CGMis quando presentes, localizavam-se
próximas ao material e estavam com seu citoplasma carregado de
partículas, tendo em média de cinco a seis núcleos com aspecto
homogêneo e algumas vezes de formato irregular.
Ao redor do material, observaram-se áreas de fibrose
quase sempre capsular e algumas vezes não organizados desta forma.
Ocasionalmente, podem-se visualizar neutrófilos e
linfócitos junto ao material obturador.
!61
Observaram-se vasos hiperêmicos nos vários
espécimes, sendo que em alguns deles a congestão vascular era intensa.
Quadro 6 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações
provocadas pelo cimento Apexit no período de 14 dias
~~
I PO .
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F
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I G
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L
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A
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I
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G
MN i ..
·;;;:
NÚ
168
169
90 dias (FIGURA 6B)
As observações referentes a este grupo experimental
encontram-se registradas no quadro número sete.
Os resultados histológicos observados nesse período
mostravam-se semelhantes aos observados aos 14 dias, com
predominância de macrófagos dispostos próximos e na periferia do
material. Essas células possuíam tamanho normal, com seu citoplasma
ou carregado de partículas do material ou com aspecto vacuolado.
As CGMis, quando presentes, estavam próximas ao
material. Apresentavam seu citoplasma carregado de partículas, e
continham em médiade cinco a dez núcleos.
Na proximidade do material pode-se freqüentememe
notar a presença de neutrófilos. Em três dos espécimes, detectaram-se
eosinófilos e ocasionalmente linfócitos.
Também verificou-se a formaçao de capsula fibrosa
e em vários espécimes esta fibrose não mostrava organização capsular.
Quadro 7 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações
provocadas pelo cimento Apexit no período de 90 dias
o
L
A
M
A
T
ó
R
o
MEN.
' I
I I
(*)os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise.
170
171
I
FIGURA 6 -Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Apexit após 14 (A) e 90 (B) dias
da implantação. Aos 14 dias (A), destaca-se a infiltração de células inflamatórias e faixa de tecido de
granulação periférica com discreto grau de fibrosamento, embora organizado. Nota-se ainda a
presença de macrófagos contendo material obturador. Aos 90 dias (B), tem-se ainda extensa faixa de
tecido de granulação organizado mas infiltrado por células inflamatórias e associadas à intensa
congestão vascular. (aumento original: A e B = 40x; H.E.).
!72
5.1.1.1.3 Grupo experimental Sealer 26
14 dias (FIGURA 7 A)
As observações referentes a esse grupo experimental
encontram-se registradas no quadro número oito.
Neste material, a intensidade da inflamação foi
discreta e limitou-se a uma estreita faixa próxima ao material.
Os macrófagos foram as células que predominaram
e esses se dispunham nas proximidades do material e apresentavam
citoplasma com aspecto homogêneo mas carregados de partículas.
Observou-se também em todos os espécimes a
presença de CGMis contendo em média de oito a dez núcleos, e
estavam relacionadas com a superfície do material.
Muitas vezes, as células macrofágicas se
apresentavam invadindo os espaços existentes entre o material; e em um
espécime pode-se observar a formação de uma típica reação
granulomatosa do tipo corpo estranho.
A presença de neutrófilos foi eventual e em apenas
um espécime notou-se a presença de linfócitos.
Observaram-se vasos hiperêmicos na maioria dos
espécimes, entretanto a intensidade de congestão foi discreta.
Observou-se a formação de uma cápsula fibrosa,
geralmente organizada e abundante.
173
Quadro 8 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações
provocadas pelo cimento Sealer-26 no período de 14 dias
I
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c ,~;;,
G ~·;;;,
c; "'
; I
,.
(*) os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise
174
90 dias (FIGURA 7B)
As observações realizadas nesse grupo experimental
estão registradas no quadro número nove.
Nesse período, pode-se observar praticamente uma
ausência de reação inflamatória. Os raros macrófagos presentes
possuíam aspecto homogêneo, citoplasma com partículas do material,
dispostos na periferia da abertura do tubo.
Observaram-se também CGM!s que continham em
média cinco núcleos e mostravam aspecto homogêneo embora com
partículas do material no seu citoplasma.
Quadro 9 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações
provocadas címento Sealer-26 no período de 90 dias
~
I ii, PMN
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T
R
A
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I
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( *) os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise.
175
176
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FIGURA 7 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Sealer 26 após 14 (A) e 90 (B)
dias da implantação. Aos 14 dias (A), destaca-se a estreita faixa tecidual reacional bem organizada e
pouco infiltrada por células inflamatórias. Aos 90 dias (B), observa-se a cápsula fibrosa bem
organizada e fma, apresentando eventuais macrófagos carregados de partículas do Sealer 26.
(aumento original: A e B = 40x; H.E.).
B
177
5.1.1.1.4 Grupo experimental Ketac Eodo
14 dias (FIGURA 8A)
As observações realizadas nesse grupo experimental
encontram-se registradas no quadro número dez.
Esse material provocou uma reação inflamatória de
mesma magnitude nos diferentes espécimes. Granulomas tipo corpo
estranho foram formados com macrófagos em aglomerados na periferia
do material. Seus citoplasmas mostravam-se vacuolados ou carregados
de partículas do material e por vezes estas células mostravam um
aspecto espumoso.
Em alguns espécimes verificou-se junto ao material
uma delgada fibrose capsular.
Quadro 1 O - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações
provocadas pelo cimento Ketac Endo no período de 14 dias
.,
'
;
' ;- I ME- ;
; I I I
.,
("')os espécimes correspondentes não propiciou condições para análise
178
.
179
90 dias (FIGURA 8B)
As observações realizadas nesse grupo experimental
estão registradas no quadro número onze.
Nesse período de observação, a reação
granulomatosa ao material foi menor em extensão, e em contato direto
com o material. Os macrófagos possuiam tamanho normal e
apresentavam seu citoplasma carregado de partículas.
As CGMis estavam presentes em todos os
espécimes e apresentavam seu citoplasma carregado de partículas do
material contendo em média cinco núcleos.
A fibrose dispunha-se na forma capsular. A capsula
presente mostrava-se bastante espessa e estava localizada ao redor do
material.
Quadro 11 - Ficha utilizada para o registro das análises microscópicas das reações
provocadas pelo cimento Ketac Endo no periodo de 90 dias
F CE MN
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I•
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I
~
(*) os espécimes correspondentes não propiciaram condições para análise.
180
181
FIGURA 8 - Aspectos microscópicos da reação tecidual frente ao Ketac Endo após 14 (A) e 90 (B)
dias da implantação. Destaca-se em ambos os periodos a presença exuberante das estruturas
cristalinas do material no interior dos macrófagos e CGMis. Na interface com o material, observa-se
uma ftna e organizada cápsula fibrosa. (aumento original: A e B= 40x; H.E.).
!82
5.1.1.2 Análise estatística da magnitude geral das inflamações
Os dados obtidos nas observações microscópicas
dos quadros de 4 a li foram analisados estatisticamente.
Para a análise estatística os cimentos também
receberam as seguintes denominações:
Cimento Sealapex .............................................. Material I (MI)
Cimento Apexit... ............................................... Material 2 (M2)
Cimento Sealer 26 ............................................. Material 3 (M3)
Cimento Ketac Endo .......................................... Material4 (M4)
Os períodos de 14 dias e 90 dias foram denominados
de período I e 2, respectivamente.
Aplicando-se a estatística H aos dados da variável
Magnitude Geral obtiveram-se as tabelas I e 2.
Tabela I -Valores observados de H e de p de acordo com o cimento, período,
interação e comparações múltiplas
Fonte de Variação G.L. H. u
Material 3 37,079* 0,000
M1 vsM2 1 4,580* 0,032
Ml vsM3 1 25,516"' 0,000
MI vsM4 1 0,024n 0,876
M2vsM3 I 16,419* 0,000
M2vsM4 I 4,144* 0,042
M3vsM4 I 25,102* 0,000
Período I 5,341* 0,021
Interação:
Material/Periodo I 3 27,072* 0,000
MI vsM2 1 0,062n 0,803
MI vs M3 I 6,527* 0,011
Ml vsM4 I 9,387* 0,002
M2vsM3 1 8,021* 0,004
M2vsM4 I 14,700* 0,000
M3 vsM4 I 21,503* 0,000
Material/Período 2 3 27,241* 0,000
MI vsM2 1 8,458* 0,004
M1 vsM3 I 18,579* 0,000
M1 vsM4 I 9,336* 0,002
M2vsM3 I 7,973* 0,005
M2vsM4 I 0,025n 0,874
M3vsM4 I 12,141*0,000
Periodo/MI I 2,451n 0,117
Periodo/M2 I 2,087n 0,149
Periodo/M3 I 2,452n 0,117
Periodo/M4 I 19,820* 0,000
-* - valor stgmficante; n - valor não Sigmficante.
Verificou-se, na tabela l, que:
183
1- o fator cimento apresentou um valor significante
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, houve
amostra representativa para rejeitar-se a hipótese de que os cimentos
estudados tenham promovido respostas iguais em relação à magnitude
geral do infiltrado inflamatório. Os valores da estatística H, relativos
aos testes de comparação entre cimentos no conjunto dos períodos,
permitiram a construção dos conjuntos A, B e C. No conjunto A, ficou
!84
contido o cimento Sealer 26 que provocou a menor resposta em relação
a magnitude geral da inflamação. O conjunto B conteve o cimento
Apexit que provocou uma maior reação inflamatória sobre os tecidos do
que o verificado pelo Sealer 26. No conjunto C, ficaram os cimentos
Sealapex e Ketac Endo, que apresentaram respostas estatisticamente
iguais entre si e maiores do que as dos outros dois cimentos. Estes
conjuntos e os postos médios relativos aos cimentos são mostrados na
tabela 2 em suas 6" e 7" colunas.
2- o fator período apresentou um valor significante
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, a amostra
evidenciou subsídios para afirmar -se que, nos períodos de 14 e de 90
dias, ocorreram diferentes reações tecíduais em relação a magnitude
geral do infiltrado inflamatório. Na tabela 2, em suas II • e 12" linhas,
observa-se que no período de 14 dias ocorreu uma maior reação
inflamatória (conjunto b ), do que a verificada no período de 90 dias
(conjunto a).
Tabela 2 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento, período
e interação material x período
------------ Período ---------- ) P. médios
Material 14 dias Cj 90 dias Cj i Material Cj
Sealapex 34,4 B 48,7 C [ 82,5 c
Cj a a :
B ·.' Apexit 33,1 B 31,9
Cj a a f
65,5 B
Sealer26 17,7 A 15,1 Ai 32,9 A
Cj a a i
KetacEndo 53,3 C 33,1 B [ 81,6 c
C" b a i _____ !. ______________________ )
P. md. Per. 73,7 58,9
C' b a
185
3- a interação cimento x período foi significante
porque uma análise descrita na tabela 2, na parte superior direita e entre
linhas pontilhadas, permitiu verificar os efeitos dos níveis de um desses
fatores em presença dos níveis do outro fator, mostrando haver
interferência de um fator sobre o outro. De fato, notou-se que o fator
período interferiu no comportamento do fator material, isto é, nos
períodos de 14 dias e de 90 dias a variação ocorrida entre as respostas
dos cimentos, descrita pelos conjuntos das 3 a e 5 a colunas da tabela 2,
foi diferente da variação ocorrida na presença de ambos os períodos,
que foi descrita pelos conjuntos da 7 • coluna dessa tabela 2. O fator
cimento interferiu no comportamento do fator período, pois somente
para o cimento Ketac Endo a variação ocorrida entre os períodos, e que
foi descrita na I O a linha da tabela 2, foi idêntica à que ocorreu em
presença de todos os cimentos, que foi descrita pelos conjuntos a e b na
12 a linha da tabela 2.
A figura 9 (A, B). representa graficamente
magnitude das médias das inflamações ocorridas para os diferentes
cimentos nos dois períodos de avaliação.
14DIAS
90DIAS
Sealer26 Sealapex
Apexit
Sealer26 Apexit
Ketac Endo
Ketac Endo
Sealapex
FIGURA 9 - Representação gráfica da magnitude geral das inflamações provocadas pelos
186
cimentos estudados. A - período experimental de 14 dias; B - período experimental de
90 dias.
187
5.1.2 Fenômenos reparatórios e reações correlatas
5.1.2.1 Análise microscópica descritiva
5.1.2.1.1 Grupo experimental Sealapex
14 dias (FIGURAS 4A e 5A)
As observações referentes a estes grupos,
encontram-se no quadro número quatro.
Observou-se moderada proliferação fibroblástica e
angioblástica. A fibrose apresentava-se na fonna capsular e também
disposta ao acaso.
90 dias (FIGURAS 4B e 5B)
Os dados observados neste grupo experimental
constam no quadro número cinco.
Pode-se observar que houve uma diminuição na
proliferação fibroblástica em relação ao período inicial, enquanto que a
proliferação angioblástica pennaneceu moderada.
188
A fibrose observada apresentou-se de fonna
capsular, bem organizada e intensa em todos os espécimes.
5.1.2.1.2 Grupo experimental Apexit
14 dias (FIGURA 6A)
Os dados referentes a estas observações são
apresentados no quadro número seis.
Quanto aos fenômenos reparatórios em relação a
este material observou-se que, tanto a proliferação fibroblástica como a
angioblástica, eram moderadas.
Quanto ao fibrosamento, observou-se densidade
moderada, fonna capsular, que se dispunba ao redor do material. Em
muitos espécimes, pode-se verificar sua disposição ao acaso.
90 dias (FIGURA 6B)
Os dados referentes às observações deste grupo
experimental constam no quadro número sete.
Observou-se que, tanto a proliferação fibroblástica
como a angioblástica, apresentavam-se moderadas.
189
O fibrosamente apresentou uma densidade de
moderada a intensa, formando uma cápsula ao redor do material em
muitos dos espécimes. Em outros, verificou-se a formação de áreas de
fibrose ao acaso.
5.1.2.1.3 Grupo experimental Sealer 26
14 dias (FIGURA 7A)
Os dados referentes a estas observações constam no
quadro número oito.
Neste grupo, observou-se discreta proliferação
fibroblástica e angioblástica, sendo que esta última, mostrou-se
moderada em alguns espécimes.
Quanto à fibrose, observou-se uma densidade
moderada com organização predominantemente capsular.
90 dias (FIGURA 7B)
Os dados referentes a estas observações constam no
quadro número nove.
Neste periodo, a proliferação fibroblástica também
apresentou-se discreta, semelhante ao observado nos periodos iniciais.
190
A proliferação angioblástica praticamente não foi observada neste
grupo experimental.
A fibrose, na forma capsular, mostrou intensa
densidade em praticamente todos os espécimes.
Chamou-nos atenção a observação de indícios de
calcificações em contato com o material obturador.
5.1.2.1.4 Grupo experimental Ketac Endo
· 14 dias (FIGURA 8A)
Os dados referentes às observações deste grupo
constam no quadro número dez.
Neste periodo a proliferação fibroblástica mostrou-
se discreta em todos os espécimes. A proliferação angioblástica
mostrou-se moderada.
A fibrose observada foi discreta e geralmente
localizada ao acaso.
90 dias (FIGURA 8B)
Os dados referentes a este grupo experimental
constam no quadro número onze.
191
Observou-se que a proliferaçllo fibroblástica,
quando comparada com o período de observação inicial, passou de
discreta a moderada em alguns espécimes.
Na maioria dos espécimes, a proliferação
angioblástica foi moderada, sendo que alguns exibiram quase ausência
deste fenômeno.
O fibrosamento apresentou-se ma•s organizado
quando comparado com o período de 14 dias. Apresentava-se na forma
de cápsula ao redor do material e com densidade moderada ou intensa.
5.1.2.2 Análise estatística dos fenômenos reparatórios
5.1.2.2.1 Proliferação Fibroblástica.
Aplicando-se a estatística H aos dados da variável
Proliferação Fibroblástica obtiveram-se as tabelas 3 e 4.
Verificou-se na tabela 3, que:
1- o fator cimento apresentou um valor significante
para H0 porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, houve
evidência amostral para rejeitar-se a hipótese de que os cimentos
estudados tenham promovido respostas iguais em relação à proliferaçllo
fibroblástica. A tabela 4 mostra esses efeitos em termos de postos
médios obtidos com os cimentos utilizados, não levando em conta o
192
fator período observado em sua 6• coluna, onde se verificou que os
cimentos Sealer 26 e Ketac Endo proporcionaram respostas
estatisticamente iguais entre si (pertencem ao mesmo col\iunto A) e
menores do queas proporcionadas pelos cimentos Sealapex e Apexit,
que foram estatisticamente iguais entre si (pertencem ao mesmo
conjunto B).
2- o fator período apresentou um valor significante
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, a amostra
evidenciou subsídios para afirmar-se que nos períodos de 14 e de 90
dias ocorreram diferentes reações em relação à proliferação
fibroblástica. Na tabela 4, em suas II • e 12• linhas, notou-se que no
período de 14 dias ocorreu uma maior reação ( coJ\iunto b) do que o
verificado no período de 90 dias (conjunto a).
3- a ínteração cimento x período foi significante,
isto é, houve amostra representativa para rejeitar-se a hipótese de que
não existe interferéncia de um fator sobre o comportamento do outro
fator dessa interação, ou seja, em relação à resposta que cada cimento
em cada um dos períodos, proporcionou em relação a proliferação
fibroblástica.
Tabela 3 -Valores observados de H e de p de acordo com o cimento,
período, interação e comparações múltiplas
Fonte de Variaç!o G.L. H p
Material 3 17,282* 0,000
MI vsM2 1 0,218n 0,640
MI vs M3 1 6,907* 0,008
MI vsM4 1 5,268* 0,022
M2vsM3 1 11,921* 0,000
M2vsM4 1 9,777* 0,001
M3vsM4 1 0,272n 0,602
Perlodo 1 6,644* 0,009
Interação:
Material/Período l 3 22,972* 0,000
MI vsM2 1 0,297n 0,586
MI vsM3 1 6,172* 0,013
MI vsM4 1 14,565* 0,000
M2vsM3 1 5,349* 0,021
M2vsM4 1 14,650* 0,000
M3 vsM4 1 4,461* 0,035
Materiai/Perfodo 2 3 8,114* 0,044
MI vsM2 1 !,948n 0,!63
MI vsM3 I 3,983* 0,046
MI vsM4 I 1,252n 0,263
M2vsM3 I 7,250* 0,007
M2vsM4 l 0,125n 0,696
M3 vsM4 I 12,141* 0,000
Período/MI I 7,492* 0,006
Período/M2 I 2,660n 0,103
Período/M3 I 3,461n 0,063
Periodo/M4 I 5 926* o 015
* - valor sigmficante; n -valor não s1gmficante.
193
De fato, examinando-se a tabela 4 verificou-se que
da mesma forma que o fator período interferiu na variação das reações
proporcionadas pelos quatro cimentos, o fator cimento interferiu no
aparecimento de variações nas respostas observadas nos dois períodos.
Na tabela 4, para certificar-se da interferência do fator período sobre os
níveis do fator cimento basta comparar a disposição dos conjuntos
designados por letras latinas maiúsculas, onde na presença dos dois
194
períodos, na coluna 7, observou-se que o Sealapex e o Apexit
pertenceram ao conjunto B e o Sealer 26 e o Ketac Endo pertenceram
ao conjunto A; aos 14 dias, o Sealapex e o Apexit formaram o conjunto
C, o Sealer 26 o conjunto B e o Ketac Endo formou o conjunto A com
menor efeito. Comparando-se os conjuntos designados por letras
latinas minúsculas, certificou-se da interferência do fator cimento sobre
os níveis do fator período, pois em presença de qualquer um dos
cimentos não se observou a disposição ocorrida entre os períodos de 14
dias (conjunto b) e de 90 dias (conjunto a).
Tabela 4 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento,
período e ínteração cimento x período
--------------Período----------- ) P. médios
Material 14 dias Cj 90 dias Cj ) Material
Sealap~~ 43,~ C 32,; B I 74,3
Apexit 41,6 C 37,9 B f 79,9
Cj a a A:,i
Sealer 26 28,3 B 25,5 53,3
Cj a a J
Ketac Endo 20,0 A 35,8 B i 56,3
C' b a : _____ l ______________________ .
P. md.Per. 73,3 59,2
C' b a
Cj
B
B
A
A
As figuras I O e II representam graficamente a
proliferação fibroblástica provocada com os cimentos nos períodos
experimentais de 14 e 90 dias, respectivamente.
Observa-se nestas figuras a vatiabilidade da
proliferação fibroblástica no conjunto dos espécimes em cada um dos
grupos experimentais.
196
1 2 3 4 ' • 7 8 9 10 11 12 13 14 15 18 17 18 19 20 Seai;oe-; 1 1 1 1 1 3 1 1 3 1 1 1 ' 1 1 1 Apex" 2 1 2 1 2 2 1 2 2 ' 1 1 1 1 1 Sealer26 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Ketac Endo 2 2 2 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 2 2 1
FIGURA 11 - Representação gráfica da variabilidade da proliferação fibroblástica
ocorrida entre os espécimes no período experimental de 90 dias
197
5.1.2.2.2 Proliferação Angioblástica
Aplicando-se a estatística H aos dados da variável
proliferação angioblástica obtiveram-se as tabelas 5 e 6.
Verificou-se, na tabela 5, que:
I. o fator cimento apresentou um valor significante
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, houve
amostra representativa para rejeitar-se a hipótese de que os cimentos
estudados tenham promovido reações iguais em relação à proliferação
angioblástica.
A tabela 6 mostrou estas reações em termos de
postos médios obtidos com os cimentos utilizados, não se levando em
conta o fator período. Em sua 6 a coluna verificou-se que o Sealer 26
(conjunto A) proporcionou respostas estatisticamente menores do que
as observadas para os cimentos Sealapex, Apexit e Ketac Endo, que
foram estatisticamente iguais entre si (pertenceram ao mesmo conjunto
B).
2. o fator período apresentou um valor significante
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, a amostra
proporcionou subsídios para afirmar-se que nos períodos de 14 e de 90
dias ocorreram diferentes respostas em relação à proliferação
angioblástica. Na tabela 6, em suas 11 a e !2 a linhas, notou-se que no
período de 14 dias ocorreu uma maior reação (conjunto b) do que a
ocorrida no período de 90 dias (conjunto a).
Tabela 5- Valores observados de H e de p de acordo com o cimento,
período, interação e comparações múltiplas
Fonte de Variação G.L. !L p
Material 3 32,151* 0,000
Ml vsM2 I 1,653n 0,198
Ml vsM3 I 25,068* 0,000
MI vsM4 I 3,528n 0,060
M2vsM3 I 18,773* 0,000
M2vsM4 I 0,294n 0,588
M3 vsM4 I 13,516* 0,000
Período I 4,998* 0,025
lnteração:
Material/Período I 3 5,218n 0,156
MateriaVPeríodo 2 3 32,560* 0,000
Ml vsM2 I 0,386n 0,534
MI vs M3 I 28,286* 0,000
MI vsM4 l 1,959n 0,172
M2vsM3 I 20,994* 0,000
M2vsM4 1 1,946n 0,163
M3 vsM4 l 13,041* 0,000
Período/MI I 0,045n 0,832
Período/M2 I 0,307n 0,576
Perlodo/M3 1 17,708* 0,000
Periodo/M4 I 3 346n o 067
"' -valor stgmficante; n :::: valor não stgmficante.
198
3 a interação cimento x período foi significante,
isto é, houve amostra representativa para rejeitar-se a hipótese de que
não existe interferência de um fator sobre o comportamento do outro
fator, dessa interação, com relação à resposta que cada cimento
proporcionou em relação à proliferação angioblástica.
Dessa interação, a tabela 6 revelou que:
i. o fator período interferiu no comportamento dos
cimentos, pois em cada um dos períodos essa variação foi diferente da
observada para os mesmos em ambos os períodos; de fato, no período
de 14 dias os cimentos apresentaram respostas iguais sobre a
199
proliferação angioblástica (mesmo conjunto A) e no período de 90 dias
o Sealer 26 apresentou uma menor resposta (conjunto A), seguido pelo
Ketac Endo (conjunto B), Sealapex e Apexit que apresentaram reações
maiores e estatisticamente iguais entre si (conjunto C). Em ambos os
períodos a variação dos cimentos foi estudada no item número um,
anteriormente.
Tabela 6 -Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento,
período e interaçilo cimento x periodo
--------------Período----------- ) P. médios
Material 14 dias Cj 90 dias c· ' M te . I Cj
~I a sr::s Sealapex 38,7 A 44,1 B
q a a
Apexit 33,3 A 42,9 C 73,7 B
q a a
Sealer26 26,5 A 11,9 A 36,2 A
Cj b a r
Ketac Endo 39,5 A 32,3 B i 68,9 B
C a a ! _____ l. ______________________ ,
P. md. Per. 73,1 59,5
b a
ii. o fator cimento interferiu no comportamento da
ocorrência da proliferação angioblástica nos periodos estudados, porque
para cada um dos cimentos a proliferação angioblástica ocorrida entre
os períodos foi diferente da que ocorreu no conjunto de todos os
cimentos; de fato, notou-se que na presença do Sealer 26, houve maior
resposta angioblástica (conjunto b) do que a ocorrida no período de 90
dias, e que na presença do Sealapex, Apexit e do Ketac Endo ocorreram
respostas estatisticamente iguais nos períodos estudados(conjunto a).
200
As figuras 12 e 13 representam graficamente a
proliferação angioblástica provocada com os diferentes cimentos nos
períodos experimentais de 14 e 90 dias, respectivamente.
Verifica-se também a variabilidade da proliferaçao
angioblástica no conjunto dos espécimes dos diferentes grupos
experimentais.
201
7 8 9 10 ii ,, " " 11 " 201
IA!>e><it :
~ ' 1 1 1 1
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I ! Sealapex J ' -+-Sêalape)(
I
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-2 por. Méd. Móv. (Sealapex) '
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I Sealer 281 --sealer26 I -2 por. Méd. M6v. (Sealer 26)
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I Ketac Endo I -+-Ketac EnCSo
-2 por. Méd. Móv. (Ketac Endo)
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'·' j
• • v • • • • • • ·t
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o
o ' • ' • " " .. " "
FIGURA 12- Representação gráfica da variabilidade da proliferação angioblástica
ocorrida entre os espécimes no período experimental de 14 dias.
202
I ,. 1: 1: 1• 1i " 11 " 201 --;
IA,.,, I o.!
lsoal"26 I o.< li I o~' lo:; rc; I n' I o.• lo:!io.s\ns~J:: '
FIGURA 13 -Representação gráfica da variabilidade da proliferação angioblástica
ocorrida entre os espécimes no período experimental de 90 dias
203
5.1.2.23 Densidade do fibrosamento
Aplicando-se a estatística H aos dados da variável
densidade, obtiveram-se as tabelas 7 e 8.
Verificou-se, na tabela 7, que:
I. o fator cimento apresentou um valor significante
para H0 porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, houve
amostra representatíva para rejeitar-se a hipótese de que os cimentos
estudados tenham proporcionado reações iguais em relação à densidade
do fibrosamento
A tabela 8 mostra essas respostas em termos de
postos médios obtidos com os cimentos utilizados, não levando em
conta o fator período. Em sua 6• coluna, verificou-se que o Sealer 26
(conjunto B) proporcionou resposta estatisticamente maior do que as
observadas para os cimentos Sealapex, Apexit e Ketac Endo, que foram
estatisticamente iguais entre si (pertencem ao mesmo conjunto A).
Tabela 7- Valores observados de H e de p de acordo com o cimento,
período, interação e comparações múltiplas
Fonte de Va~o G.L. H p
Material 3 9,829* 0,020
MI vsM2 I 0,074n 0,785
MI vsM3 I 4,031* 0,043
MI vsM4 I I ,209n 0,271
M2vsM3 I 6,264* 0,012
M2 vsM4 I l,770n O,I83
M3vsM4 I 8,72I* 0,003
Período I 41,423* 0,000
Interação:
MateriaVPeríodo 1 3 22,048* 0,000
Ml vsM2 I 1,828n O,I76
MI vsM3 I 5,757* O,OI6
MI vsM4 I 4,038* 0,044
M2vsM3 I 5,341 * 0,020
M2 vsM4 I 16,704* 0,000
M3 vsM4 I I8,125* 0,000
Material/Período 2 3 3,053n 0,383
Periodo/MI I 14,066* 0,000
Periodo/M2 I 7,379* 0,006
Periodo/M3 I 4,169* 0,041
Periodo/M4 I 20 690* o 000
-* = valor Significante; n - valor não stgmficante.
204
2. o fator período apresentou um valor significante
para H, porque o valor de p foi menor do que 0,05. Assim, a amostra
forneceu subsídios para afirmar-se que nos períodos de 14 e de 90 dias
ocorreram diferentes respostas em relação a densidade do fibrosamento.
Na tabela 8, em suas 11 • e 12" linhas, notou-se que no período de 14
dias ocorreu uma menor reação de fibrose (conjunto a) do que a
ocorrida no período de 90 dias (conjunto b ).
3. a interação cimento x período foi significante,
isto é, houve amostra representativa para rejeitar-se a hipótese de não
interferência de um fator sobre o comportamento do outro fator dessa
205
interação, ou seja, a resposta que cada um proporcionou em relação a
densidade do fibrosamento.
De fato, na tabela 8 verificou-se que:
1. a variação ocorrida entre as respostas
proporcionadas pelos cimentos em relação à densidade do fibrosamento
em ambos os períodos (7 • coluna) não se repetiu em presença de
nenhum período (3a e 5a colunas respectivamente) período sobre o
fator cimento.
Tabela 8 - Postos médios e conjuntos de acordo com o cimento,
período e interação cimento x período
------------Período---- ) P. médios
Material 14 dias Cj 90 dias cq Material Cj
Sealapex 31,2 B 36,3 A 66,1 A
Cj a b
Apexit 39,3 B 28,3 A 63,8 A
Cj b a
Sealer 26 48,1 C 35,4 A 82,9 B
Cj b a
Ke!ac Endo 18,5 A 30,2 A 54,9 A
C' a b _____ L _____________________ _
P. md. Per. 46,9 87,3
c· a b
ii. a variação das respostas ocorridas nos períodos
estudados no conjunto dos cimentos, descrita na I 1 a linha, repetiu-se
somente em presença do Sealapex e do Ketac Endo, conforme descrição
nas 3a 9 a e linhas, respectivamente; esse fato caracterizou a
interferência do fator cimento sobre o fator período.
206
As figuras 14 e 15 representam graficamente a
densidade do fibrosamento provocada com os diferentes cimentos nos
períodos experimentais de 14 e 90 dias, respectivamente.
Verifica-se nestas figuras, a variabilidade da
densidade do fibrosamento no conjunto dos espécimes.
207
" 11 ' 1: ' 13 14 " ,. 1'7 18 18 !21 ' 1 1 1 c 1.- -, 1 : : ---: - : ' ~ ' ' _1 1
' ' ' i ... , .... , I --sealapex li
'
-2 por. Méd. Mõv. (Sealapex)
' 'T I ,, j
' '
11,5l
' '
' I 0,5 f
I ,
' o ' • ' ' ' " "
.. " "
IApexltl ) --Apexit -2 por. Méd. Móv. {Apexit) I
---'
2,:1
d
1,: i
' 0,5 +
o ~
o ' • ' ' " " " " " ~
,--
I I, Sealer 261 I --sealer26 ll
' ' I L -2 por. Méd. Móv. (Seafar 26) ' ' ' ' '- • •
' ~ ? • ,, I ': 1 ' • ' '·' ' ,.: I I • ' '
o~ I
o ' • ' ' " " " " "
,
'
! j Ketac Endo I --+--- Ketaç Endo
'
I
-2 por. Méd. Móv. (KeiBc Endo)
'-
' 0,8! ' I I o.a 1
' 0,4 + ' ' c.d I
' o L---' o ~) ' ' • ' ' " " .. " "
FIGURA 14 - Representação gráfica da variabilidade da densidade do
fibrosamente ocorrida entre os espécimes no período
experimental de 14 dias
208
1 2 3 4 • 6 7 8 • 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
SealaDE!~ 3 3 3 3 3 1 3 3 1 3 3 3 3 2 3 3
IA~m 3 3 1 3 1 2 3 3 3 3 2 2 2 3 2
lseater26 3 3 2 3 3 3 2 2 2 3 3 3 3 3 3
Ketac Endo 1 1 2 3 3 3 3 3 1 3 3 3 2 3 3 2 2 3
I
'T
'
' ' ' I Sealapex ( ' ' ' I I 2,5 t
,d ' '
' ' I 1 1,51 -+-Sealapex
I , I -2 por. Méd. Móv. (Sealapex) ' '
' '
'
1 0,5 f ' '
' ' ' I o ' '
'
o • • • " " " " " 20 i L_
' ! Apexlt I ' ' ' i --Apexit --2 por. Méd. Móv. {Apexil) ' I '
' 2,~ t ' ' ' I ·:f ' ' ' o.• I oj___
'
o , • ' ' " " " " " ~ , ___
lsearer26J -+-Sealer 26
-2 por. Méd. Móv. (Sealer 26)
'' • ~
•
~ ? • • • • ': t
'·' ,j
o.•
o
o , • ' ' " " " " "
' i ......... , -+-- Katac: Emto ' ' ' -2 por. Méd. Móv. (Katac Endo) I
'
:j! ' ' I
' ' ••• ' ' • I • , • ' ' " " " " " ro ~
FIGURA 15 Representação gráfica da variabilidade da densidade do
fibrosamente ocorrida entre os espécimes no período
experimental de 90 dias
209
A figura 16, representa graficamente as médias dos
fenômenos reparatórios observados após a implantação dos cimentos
endodônticos estudados, nos períodos experimentais de 14 (A) e 90 (B)
dias, respectivamente.
ESCORES
DENSIDADE DO
FIBROSAMENTO
DENSIDADE DO
FIBROSAMENTO
14 DIAS
PROLIFERAÇÃO
ANGIOBLÁSTICA
90 DIAS
PROLIFERAÇÃO
ANGIOBLÁSTICA
PROLIFERAÇÃO
FIBROBLÁSTICA
PROLIFERAÇÃO
FIBROBLÁSTICA
210
.. SEALAPEX
.. APEXIT
SEALER26
.. KEATAC ENDO
FIGURA 16 - Representação gráfica das médias dos fenômenos reparatórios observados após a
implantação dos cimentos nos periodos de 14 (A) e 90 (B) dias.
211
5.1.3 Características inerentes ao material obturador
5.1.3.1 Grupo experimental Sealapex
Morfologicamente, o Sealapex apresentou-se
basicamente na forma de granulações finas e negras. Os macrófagos
interagiam intensamente com esse material, e alguns ficavam negros
devido aos grânulos do material no interior do seu citoplasma. Essas
células formavam verdadeiros granulomas do tipo corpo estranho.
Com relação ao tubo de polietileno, o cimento
permaneceu nonível da sua abertura e em apenas dois casos, no período
de 14 dias, o material ficou ligeiramente aquém.
5.1.3.2 Grupo experimental Apexit
A estrutura desse material mostrou-se de diferentes
formas. Uma cristalóide e alaranjada e outra irregular, de cor roxa, mais
grosseira e de aspecto um pouco maior. Entretanto, a maior parte do
cimento era formada por uma estrutura escura grosseiramente granular e
disposta em grumos.
A parte escura e granular era fagocitavel e estava
localizada mais na luz do tubo, enquanto que a parte cristalóide
mostrava localização mais periférica, junto à parede do tubo. Próximo a
212
esta parte cristalóide alaranjada não se observavam células
inflamatórias.
Uma outra característica foi uma melhor delimitação
entre o material e o tecido periférico. Nessa interface, havia uma
pequena faixa com acúmulo predominante de neutrófilos.
Imediatamente após esta estreita faixa, observou-se um tecido de
granulação permeado por macrófagos vacuolados ou com partículas do
material no seu interior. Em continuidade, e perifericamente a esta área,
observou-se um grande número de macrófagos formando um
granuloma do tipo corpo estranho, cujas células se apresentavam
vacuoladas e ricas em partículas e grânulos do material.
Morfologicamente, tinha-se a impressão de que os
macrófagos saturavam-se do material e aglomeravam-se próximos a ele.
5.1.3.3 Grupo experimental Sealer 26
Este cimento apresentou um arcabouço ou matriz
hialina rósea, irregular, amorfa, cujos espaços por ela delineados
mostravam-se preenchidos por um material negro, que se apresentava
na forma de grumos irregulares e poliédricos. Às vezes, parte deste
cimento apresentava-se na forma de granulações grosseiras
impregnando esta matriz. Em alguns dos espaços observados, notaram-
se formações de cor púrpura ou lilás e de aspecto grosseiramente
granular.
213
Em determinadas regiões arroxeadas deste cimento,
observaram-se pequenas partículas cristalóides e birrefringentes. A
parte fagocitável do material parecia corresponder a essas granulações.
Perifericamente ao material, notaram-se formações
cristalóides de cor alaranjada e contorno irregular. Essas formações
cristalóides guardavam certa semelhança com os cristais do cimento
Apexit.
Nos espaços entre as partes constituintes do
material, às vezes, encontrava-se rede de fibrina e invasão celular.
Tanto os macrófagos como as CGM!s presentes ao
redor do cimento pareciam alongar-se na tentativa de recobrir a porção
não fagocitavel do material. Contornando a região acima descrita, pode-
se observar uma cápsula fibrosa.
5.1.3.4 Grupo experimental Ketac Endo
Este cimento era formado por partículas
aparentemente soltas, cristalóides, de tamanho variado, birrefringentes e
grosseiramente esféricas.
De acordo com a refringência apresentada,
observou-se que essas partículas eram poliédricas, semelhantes ao
diamante facetado, e estavam incluídas em uma espécie de matriz de
aspecto hialino e mais basofilico. Partes desta matriz se particulava e
apresentava macrófagos vacuolados e com pedaços de partículas no seu
214
interior, delimitando-a. Ela também apresentava imagens negativas de
estruturas cristalóides.
5.2 Avaliação do selamento marginal apical
5.2.1 Dados obtidos
Os dados obtidos experimentalmente nas
mensurações das infiltrações apicais figuram na tabela 9.
Tabela 9- Valores da infiltração apical de acordo com o cimento
e período de imersão no corante (mm)
corante 1,584 1,860
0,072 0,648
0,780 1,332
apôs6meses 0,660 1,260
1,146 1,416
1,452 1,344
de contam 0,438 0,852
0,528 1,128
2,088 2,280
como plasma 2,064 2,006
sangüíneo 1,524 1,656
0,600 1,188
0,840 1,344
0,276 1,260
Imersao 0,300 0,984 1,386
0,480 1,032 1,464
0,960 1,584 1,908
imediata 0,000 0,564 0,648
0,156 0,696 1,080
0,288 0,960 1,260
no corante 0,396 1,008 1.452
0,504 1,104 1,524
0,516 1,116 0,720 1,641
0,864 I ,260 I ,320 \,824
0,120 0,588 0,000 1,080
0,228 0,840 0,144 1,080
0,336 0,984 0,360 1,392
5.2.2 Análise estatística
215
Aos dados da tabela 9, aplicou-se o modelo
estatístico de análise de variância, originando as tabelas I O e 11.
216
Tabela 1 O - Análise de variância realizada a partir dos
I das . fi! va ores lD trações a tcats
Fonte de
Variação G.L. S.Q. Q.M. F p
Cimento 3 10,982 3,661 13,872* 0,000
Imersão 1 5,978 5,978 22,653* 0,000
Cim. xlm. 3 1,878 0,626 2,372n 0,074
Residual 112 29,554 0,264
• -valor stgnificante; n- valor mlo stgnificante.
Examinando as tabelas I O e II pode-se verificar
que:
I O fator cimento apresentou um valor significante
para F 0 porque o valor de p foi menor do que o nível de significância
adotado de 0,05. Assim, houve evidência amostral para rejeitar-se a
hipótese de que esse fator tenha propiciado efeitos iguais sobre a
infiltração, independentemente do fator imersão. Na 6•e ?•colunas da
tabela li notou-se que os cimentos Sealapex e Sealer 26 permitiram
infiltrações médias estatisticamente iguais, porque ambas pertenceram
ao mesmo conjunto A, ( 0,772mm e 0,737 mm, respectivamente) e
menores do que as observadas para os cimentos Apexit e Ketac Endo.
Esses também foram estatisticamente iguais entre si porque
pertenceram ao mesmo conjunto B ( 1,277 mm e I ,423 mm,
respectivamente).
Tabela 11 -Médias, erro-padrão e conjuntos de médias iguais para a
infiltração de acordo com o cimento, imersão e interação
cimento x imersão (mm)
-- lmernão -- ' Cimenlo Após 6 m. Cj. Imediata Cj ! Md./Cim.
Sealapex
Apexit
Sealer 26
Ketac Endo
1,146 A 0,397
1,563 B 0,991
0,933 A 0,542
1,459 B 1,387
' Ai
' Bi
Af
si
' E.P.= l
~m I --------------------------'
Md./lm. 1,275 0,829
E.P.=
0,066
0,772
1,277
0,737
1,423
Cj.
A
B
A
B
E.P.
0,094
2!7
2 O fator imersão apresentou um valor significante
para F 0 porque o valor de p foi menor do que o nível de significância
adotado de 0,05. Assim, houve evidência amostral para rejeitar-se a
hipótese de que com esse fator tenha ocorrido efeitos iguais sobre a
infiltração, independentemente do fator cimento. Na 8 • linha da tabela
II notou-se que com a imersão no corante após 6 meses de contato com
o plasma sangüíneo, ocorreu uma infiltração média (1,275 mm) maior
do que a ocorrida na imersão imediata (0,829 mm).
3 o valor de F 0 relativo à interação cimento x
imersão não foi significante porque o valor de p foi menor do que o
nível de significância adotado de 0,05. Esse fato indicou que a
variabilidade ocorrida entre os cimentos e descrita nas 6•e 7•colunas
da tabela 11 ocorreu também em cada uma das imersões aplicadas no
experimento e que a variabilidade ocorrida entre as imersões e descritas
218
na 8 a linha da tabela 11 ocorreu também na presença de cada cimento.
Os efeitos médios ocorridos na interação entre os fatores estudados
foram dados na parte superior esquerda da tabela 11 , entre as linhas
pontilhadas.
A figura 17, representa graficamente as infiltrações
médias ocorridas com os cimentos avaliados nos dois períodos de
imersão no corante.
O Imediato
• Após 6 meses
Sealapex Apexit Sealer 26 Ketac
Endo
FIGURA 17 -Representação gráfica das médias das infiltrações apicais ocorridas
com a utilização dos cimentos estudados, nos diferentes períodos
experimentais
5.3 Análise morfológica em aumento de alta resolução dos
cimentos após a obturação dos canais radiculares e após um
período de seis meses, utilizando-se da microscopia de força
atômica
5.3.1 Grupo experimental Sealapex
219
No período inicial, após a obturação, este cimento
apresentou-se com aspecto granular. A maioria dos grãos possuía
tamanho pequeno tendo em média de 334 a 1307mn'. Alguns destes
eram mais salientes e pontiagudos. Em determinadas regiões observou-
se os grãos bem próximos uns dos outros, dando a impressão de uma
estrutura mais plana. Observaram-se também,pequenas depressões na
superfície do material, que pareciam constituir a substância ligante do
cimento.
A figura 18 mostra a superfície do cimento
Sealapex, lado B, no período inicial de observação.
• nm é abreviatura de nanometro~
l 000 nrn corresponde a um micrometro.
220
FIGURA 18 - Superficie do cimento Sealapex após a obturação do canal.
Fotomicrografia pelo AFM. (aumento: 8400x).
Uma avaliação quantitativa das dimensões dos grãos
foi feita a partir de análises morfológicas via AFM, usando a
distribuição de freqüência de variação de altura das partículas
(histograma), na superfície do material.
No histograma, observa-se um valor máximo de
freqüência das partículas na superfície da amostra, onde se localiza um
número máximo de partículas com altura correspondente.
A largura a meia altura do histograma caracteriza em
média a medida dos grãos da superfície do cimento avaliado.
221
O histograma 1 é um indicativo da morfologia da
superfície do cimento Sealapex no período inicial de avaliação.
m
depth [nmJ
per centage
1023. 05
0.89
~ +----------+--------~
t3o .o ru 0 . 5 perce n tage
1.0
HISTOGRAMA 1 - Referente a superficie do cimento Sealapex após a obturação
do canal radicular
Observa-se a partir do histograma que a variação no
tamanho das partículas deste cimento foi muito grande.
Após 6 meses de imersão no plasma sangüíneo,
tanto para o lado B quanto para o lado A, observou-se uma superfície
mais lisa, ainda mantendo a característica granular, mostrando menor
222
rugosidade, isto é, sugerindo uma alteração no tamanho médio das
partículas constituintes do cimento.
Embora tenha havido uma diminuição na
rugosidade superficial, não houve dificuldades na obtenção das imagens
da superficie que permaneceu em contato direto com o plasma
sangüíneo humano (lado B).
A figura 19 mostra a superfície B do cimento
Sealapex após seis meses de contato com o plasma sangüíneo humano.
FIGURA 19 - Superfície B do cimento Sealapex após seis meses de manutenção
em plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (awnento:
8400x).
223
O histograma 2 é um indicativo da morfologia da
superfície B do cimento Sealapex após seis meses de contato com o
plasma sangüíneo.
.c
+> a..
QJ
-u
depth[nmJ
percentage
196 . 67
0.88
0 . 7
per·centage
1.3
HISTOGRAMA 2 - Referente à superfície B do cimento Sealapex após seis meses
de contato com o plasma sangüíneo
Observa-se neste histograma que as partículas da
superfície do cimento que se mantiveram em contato direto com o
plasma, passaram a ter um tamanho médio entre 116 e 215nm. Isto
mostra que houve uma diminuição no tamanho das mesmas.
224
A figura 20 mostra a superfície A da amostra, com o
cimento Sealapex após seis meses de manutenção em plasma sangüíneo
humano.
FIGURA 20 - Superfície A do cimento Sealapex após seis meses de manutenção no
plasma. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento: 8400x).
O histograma 3 é um indicativo da morfologia da
superfície do lado A do cimento Sealapex após a manutenção das
amostras durante seis meses em plasma sangüíneo.
CJ
depth [nmJ
percenta ge
270 . 59
1.11
Hí s tcgram
~ .,._------+----'""---i
l/)0 . 0 0 . 6 1. 2
perce ntage
225
HISTOGRAMA 3 - Referente à superficie A do cimento Sealapex após seis meses
de contato com o plasma sangüineo
A partir do histograma 3, observa-se que a maioria
dos grãos, em média, possuía um tamanho aproximado entre 201 e
345nm. Isto mostra que com o passar do tempo, ocorreu uma mudança
na superfície do cimento em contato com o plasma e que estas
caminham até a superfície do lado A.
226
5.3.2 Grupo experimental Apexit
Na análise imediata, as imagens obtidas mostraram
que este cimento era constituído de estruturas predominantemente
granulares de diferentes tamanhos e irregulares. Isto culminou em uma
superfície também irregular.
A figura 21 mostra as características da superfície do
cimento Apexit no período inicial de análise.
FIGURA 21 - Superfície do cimento Apexit após a obturação do canal.
Fotomicrografia pelo AFM. (aumento: 8400x).
227
O histograma 4 é um indicativo da morfologia da
superfície do cimento Apexit no período inicial de avaliação.
g
(T)
..,.
depth(nmJ
percentage
385.23
0 .88
~ +---------+---------4
~0 . 0 0 .5
percentage
0.9
HISTOGRAMA 4 - Referente à superficie do cimento Apexit após a obturação do
canal radicular
Notou-se, a partir do histograma uma maior variação
do tamanho dos grãos nesta superfície. A maioria das partículas deste
cimento possuía granulações com tamanho médio distribuído na faixa
entre 286 a 606nm.
228
Após 6 meses de imersão no plasma, a superfície do
lado B, sofreu desintegração das partículas impossibilitando sua análise
pelo AFM Este lado, quando visualizado na microscopia óptica,
mostrou grandes alterações na superfície do cimento, deixando assim, a
guta-percha mais saliente, e impedindo uma boa aproximação da ponta
da sonda escaneadora do AFM
Observando as imagens obtidas do lado A, podem-
se verificar as alterações ocorridas na estrutura do material. Notou-se
uma uniformidade maior nos tamanhos dos grãos na superfície.
Possivelmente, os grãos mais salientes tenham se solubilizado o que
determinou uma superfície mais regular.
A figura 22 mostra as características da superfície A
do cimento Apexit após seis meses de manutenção das amostras em
plasma sangüíneo humano.
229
FIGURA 22 - Superfície A do cimento Apexit após seis meses de manutenção no
plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x).
O histograma 5 é um indicativo da morfologia da
superfície A do cimento Apexit após seis meses de manutenção das
amostras em contato com o plasma sangüíneo humano.
.!:
+J
a.
OJ
"'O
depth[nm]
percentage
138 . 87
0 . 99
Histcgram
o ~----------------~.-. o
(T)
00 +-----------------~~~ (T) .....
IJl
IJl +----------+--------~
ftjo .o 0 . 6
percentage
1.1
230
HISTOGRAMA 5 - Referente à superfície A do cimento Apexit após seis meses de
contato com o plasma sangüíneo
Nota-se a partir do histograma que o tamanho médio
das partículas sofreu uma grande variação, apesar desta superfície não
ter entrado em contato direto com o plasma sangüíneo. O tamanho
médio das partículas variou entre 90,6 e 189nm.
231
5.3.3 Grupo experimental Sealer 26
As imagens obtidas da superficie deste cimento no
período inicial mostraram que o mesmo é constituído de uma estrutura
granular e homogênea. As medidas das partículas deste cimento
mostraram granulações com tamanho médio entre 193 a 324nm.
A figura 23 mostra as características da superficie do
cimento Sealer 26 no período inicial de avaliação.
FIGURA 23 - Superficie do cimento Sealer 26 após a obturação do canal.
Fotomicrografia pelo AFM.(aumento: 8400x).
232
O histograma 6 é um indicativo da morfologia da
superficie do cimento Sealer 26 no período inicial de avaliação.
depth[nml
percentage
295. 31
1. 3 4
Histogram
o ~--------------~--~ o
(T)
00 +---------4----
[Ro .o 0 . 8
pe r c entage
1. 6
HISTOGRAMA 6 - Referente à superfície do cimento Sealer 26 após a obturação
do canal radicular
Observa-se a partir do histograma que existe maior
regularidade no tamanho das partículas, pois a largura a meia altura é
bastante estreita. O tamanho médio se encontra entre 195 e 324nm.
233
Após seis meses de imersão no plasma sangüíneo,
verificou-se pouca alteração na superfície do Sealer 26, sendo que estas
alterações não ocorreram no lado A. Em alguns pontos, observaram-se
áreas de desintegração e grãos com maior irregularidade. Também o
tamanho médio destas granulações foi um pouco maior, quando
comparado ao período inicial. Isto pode ser verificado no histograma 7,
referente ao lado B da amostra.
A figura 24 mostra as características da superfície B
do cimento Sealer 26 no períodoexperimental após seis meses de
contato com plasma sangüíneo humano.
FIGURA 24 - Superfície B do cimento Sealer 26 após seis meses de manutenção no
plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento: 6100x).
o
depth (nm)- 445
percentage 0.80
Data Hiatogram
234
895.35 nm
HISTOGRAMA 7 - Referente à superficie B do cimento Sealer 26 após seis meses
de contato com o plasma sangüíneo
A partir do histograma verificou-se que a mawr
parte das partículas possuía em média tamanho entre 390 e 650nm.
Também notou-se semelhança na superficie do material com o período
inicial que é visto graficamente comparando-se os histogramas 6 e 7.
235
5.3.4 Grupo experimental Ketac Endo
As imagens obtidas da superfície deste cimento no
período inicial evidenciaram um material constituído de pequenas
granulações. Pode-se perceber que estas granulações eram esféricas,
pequenas e uniformes, com poucas partículas mais salientes. Esta
uniformidade de tamanho caracterizou uma maior regularidade da
superfície do cimento.
Apesar da uniformidade das partículas e da
superfície, observaram-se pequenas depressões na forma de pequenas
fendas.
A figura 25 mostra as características da superfície do
cimento Ketac Endo no período inicial.
236
FIGURA 25 - Superfície do cimento Ketac Endo após a obturação do canal.
Fotomicrografia pelo AFM. (aumento 8400x).
O histograma 8 é um indicativo da morfologia da
superfície do cimento Ketac Endo no período inicial de observação.
depth(nmJ
per~centage
176.56
0.20
Hís;tcgram
o ~~----------------~ o
1.0
percentage
2.0
237
IDSTOGRAMA 8 - Referente à superficie do cimento Ketac Endo após a
obturação do canal
A partir deste histograma, observa-se a regularidade
das partículas constituintes deste cimento. A maioria dos grão possuía
tamanho médio que variou entre 73 e 135nm.
Decorridos seis meses de manutenção no plasma
sangüíneo, o lado B, apresentou-se bastante irregular. Foi possível a
visualização de uma maior depressão entre as partículas granulares.
238
A figura 26 mostra as características da superfície B
do cimento Ketac Endo após seis meses de contato com plasma
sangüíneo humano.
FIGURA 26 - Superficie B do cimento Ketac Endo após seis meses de manutenção
no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento:
8400x).
239
O histograma 9 é um indicativo da morfologia da
superfície do lado B do cimento Ketac Endo após seis meses de contato
com o plasma sangüíneo humano.
CD
depth[nm]
percentage
47.09
0.70
~ +---------4-~------~
f.rlO. O 0.5
percentage
1.1
HISTOGRAMA 9 - Referente à superfície B do cimento Ketac Endo após seis
meses de contato com o plasma sangüíneo
Nesta superfície foi visível a alteração provocada
pelo plasma sangüíneo. O histograma 9 mostra esta alteração. A maior
parte destas partículas possuía um tamanho médio entre 37,8 e 71nm.
Estas alterações caminharam até a superfície
correspondente ao lado A.
240
A figura 27 mostra as características da superfície A
do cimento Ketac Endo após seis meses de manutenção das amostras no
plasma sangüíneo humano.
FIGURA 27 - Superfície A do cimento Ketac Endo após seis meses de manutenção
no plasma sangüíneo. Fotomicrografia pelo AFM. (aumento:
8400x).
241
O histograma 1 O é um indicativo da morfologia da
superfície do lado A do cimento Ketac Endo após seis meses de contato
com o plasma sangüíneo humano.
..c
+)
0..
QJ
"'O
ru
depth[nmJ
percentage
Histogram
48.30
1.00
~ +---------+-----~--4
0'10.0 0.6 1.3
percentage
HlSTOGRAMA 1 O - Referente à superfície A do cimento Ketac Endo após seis
meses de contato com o plasma sangüíneo
Observa-se a partir deste histograma, que a
superfície do lado A também mostrou maior irregularidade mesmo não
tendo entrado em contato direto com o plasma sangüíneo humano. A
maioria dos grãos possuía um tamanho médio entre 22,9 e 55nm.
6 DISCUSSÃO
6.1 Dos cimentos obturadores
A busca para se conseguir um cimento obturador de
canal radicular com propriedades biológicas ideais, reativou a atenção dos
pesquisadores após os resultados obtidos nas pesquisas com o uso do
hidróxido de cálcio. Essa substância, quando colocada em contato com o
tecido pulpar inflamado ou não, induziu a formação de uma barreira de
tecido mineralizado (Zander254, 1939; Glass &
1961; Cabrini35 et ai., 1965; Sampaio199, 1967).
78 62 Zander , 1949; Eda ,
Rasmussen & Mjõr194, 1971, verificaram que após 18
semanas, o contato do hidróxido de cálcio com o tecido conjuntivo
favoreceu o aparecimento de estruturas isoladas através da reação de Von-
Kossa. Heithersay96, desde 1975, dizia que o hidróxido de cálcio poderia
atuar como uma solução tampão sobre os produtos ácidos do processo
inflamatório, favorecendo o reparo.
O mecanismo exalo da atuação do hidróxido de cálcio
no processo de reparo, não é conhecido. Possivelmente, o aumento do pH,
243
resultado da liberação de íons hidroxila, possa favorecer a mineralização
(Bourne29, 1971; Tronstad et al.241 , 1981). Tomeck et al.238, em 1983,
salientaram que a presença de grandes quantidades de íons cálcio foi
mitogênica para fibrob1astos pulpares. Ainda de acordo com Foreman &
Bames68, 1990, o pH alcalino poderia neutralizar o ácido láctico secretado
pelos osteoclastos evitando a destruição do tecido mineralizado. Holland &
Souza98, 1985, mostraram que no início da mineralização, o cálcio advém
do hidróxido de cálcio e não do tecido. Assim, o alto pH combinado com a
disponibilidade de íons cálcio, teria efeito favorável sobre a mineralização.
Ainda os trabalhos de Leonardo 137, 1973; Leonardo &
Holland138, 1974; Holland et al. 105, 1979, observaram em humanos que a
colocação de hidróxido de cálcio em contato com o coto pulpar, após as
biopulpectomias, preservou a vitalidade deste tecido, e em seguida, houve
a deposição de tecido mineralizado obliterando o forame apical.
Devido às dificuldades e até mesmo às limitações do
hidróxido de cálcio quanto às propriedades fisicas para um material
obturador permanente, os pesquisadores passaram a pensar na
incorporação desta substância aos cimentos endodônticos.
Oliveira172, 1977, realizou um trabalho em que
associou diferentes porcentagens de hidróxido de cálcio ao cimento AH26.
Verificou haver um aumento do pH que atingiu valores de 9,5 até 11,6;
valores estes acima dos observados com o cimento original. Notou ainda
que o acréscimo de 20 a 40% de hidróxido de cálcio a este cimento,
favoreceu o aparecimento de calcificações, quando o mesmo foi
244
implantado em tecido conjuntivo de ratos. Utilizando um outro modelo
experimental, Berbere7, 1978 e Passarinbo182, 1984, confirmaram estes
resultados.
Na década de oitenta, começaram a surgir no mercado
especializado os primeiros cimentos à base de hidróxido de cálcio e,
seqüencialmente, pesquisas sobre as suas propriedades biológicas e tisico-
químicas.
Ainda no intuito de obter um cimento endodôntico
ideal, Fogel67, 1977; Kartal & Durmaz123, 1990, realizaram obturações de
canais radiculares utilizando materiais restauradores com propriedades
adesivas à estrutura dental.
Pitt Ford189, 1979; Saunders et al. 200, 1991, em estudos
de infiltração marginal obturaram canais radiculares com guta-percha e
cimentos de ionômero de vidro restaurador. Enquanto que, Saunders &
Saunders201, 1992, e Saunders et al.202, 1992, avaliaram uma resma
composta associada ao ionômero de vidro.
Recentemente surgiu no comércio especializado um
cimento de ionômero de vidro específico para endodontia -Ketac Endo.
Tidswell et al. 234, 1994, Pilatti & Zardo186, 1994, Smith & Steiman211 ,
• 1994., Holland et ai., 1995; avaliaram o selamento apical deste cimento.
E, Pissiotis & Spangberg188, 1994, avaliaram a citotoxicidade de seus
componentes.
* HOLLAND. R. et al. Influence of dentin surface treatment on the apicalmicroleakage ofthe glass
ionomercement Ketac Endo. (Aceito para publicação nolnt. Endod. J., em 1994.)
245
Na revisão da literatura por nós realizada, verificaram-
se estudos controversos sobre as propriedades biológicas e fisico-químicas
de cimentos endodôntícos à base de hidróxido de cálcio. Notaram-se
também, poucos trabalhos sobre os novos cimentos à base de hidróxido de
cálcio - Apexit e Sealer 26 -, e sobre o cimento Ketac Endo - ionômero de
vidro.
Assim, achamos conveniente o estudo da
biocompatibilidade e de algumas propriedades fisicas dos cimento
Sealapex, Apexit, Sealer 26 e Ketac Endo.
6.2 Da Biocompatibilidade
6.2.1 Da metodologia
Uma das propriedades mais importantes de um cimento
endodôntico é que o mesmo seja bem tolerado pelos tecidos que com ele,
eventualmente, entrarão em contato.
O implante de cimentos em tecido subcutâneo de
animais avalia a compatibilidade in vivo de materiais que serão utilizados
em contato prolongado com o tecido conjuntivo (ISO/TR 7405 119, 1984).
Os resultados deste método podem ser usados como fonte preliminar de
informação sobre a biocompatibilidade de cimentos endodônticos (Zmener
263 et ai. , 1988).
246
Assim, os trabalhos de Holland100 et ai., 1971, Benatti
Neto et al. 14, 1982; Zmener & Domingues261 , 1983; Kawakami et at. 126,
1987; Zmenei63 , et al., 1988; Leal et al. 134, 1988; Zmener et al.264, 1988;
Zmener. et ai?65, 1990; Molloy et at. 163, 1992., avaliaram a
compatibilidade biológica de diferentes materiais endodônticos,
implantando-os no tecido conjuntivo subcutâneo de ratos.
No presente trabalho, os cimentos Sealapex, Apexit,
Sealer 26 e Ketac Endo, também foram implantados no tecido conjuntivo
subcutâneo de ratos, possibilitando uma análise comparativa da
biocompatibilidade destes cimentos. Entretanto, é importante considerar
que esta metodologia possui limitações próprias do modelo experimental
utilizado, e que os resultados obtidos neste trabalho, como em qualquer
outro trabalho utilizando diferentes animais, não devem ser extrapolados
diretamente para as condições clínicas reais em humanos.
Um outro aspecto que merece considerações sobre a
metodologia empregada, diz respeito aos tubos de polietileno. Tubos de
diferentes composições podem ser utilizados para abrigar os cimentos a
serem testados possibilitando que estes sejam implantados nos tecidos dos
animais. Gutierrez et al. 91 , 1969 e Zanoni et at.255, 1988, utilizaram tubos
de dentina, enquanto que Zmener & Domingues262, 1985; e Zmener et
al.264, 1988, utilizaram tubos de silicone. Já, Leal 122 et al., 1988; Holland et
al93, 1971 e Makkes et al153 ., 1977, empregaram tubos de polietileno e o
consideraram como um modelo adequado.
247
Assim, como neste trabalho, Malloy et al163., 1992,
utilizaram tubos de polietileno para implantação de cimentos endodônticos
em tecido subcutâneo. Consideraram que além de um modelo adequado, a
superficie lateral do tubo pode ser utilizada como controle. Esta afirmação
está de acordo com a ISO/Tr 7405119, 1984, que indica a realização de
análises comparativas entre as reações ocorridas nesta superficie e àquelas
ocorridas nos tecidos da extremidade do tubo, em contato com o material
em teste.
Os resultados desta pesquisa mostraram a boa
tolerància tecidual destes tubos. Verificou-se a formação de intensa capsula
fibrosa em contato com a parede externa dos mesmos e ao redor desta, um
tecido com caracteristicas de normalidade, isento de células inflamatórias.
Ainda com relação aos tubos de polietileno, de acordo
com a ISOffR 7405119, 1984, os mesmos devem ter medidas conhecidas.
Já em 1969, Langeland et al 132., diziam que a padronização dessas medidas
permitiria controlar facilmente a quantidade de material a ser colocado em
contato com os tecidos. Olsson et al 174., 1981, verificaram que tubos
longos (com mais de sete milímetros de comprimento), possibilitam a
obtenção de uma superficie lateral suficiente para servir como controle.
Utilizamos nesse experimento, tubos com dez
milímetros de comprimento e com I ,3 milímetros de diâmetro interno.
Pôde-se confirmar as constatações acima citadas. Verificou-se também que
o comprimento do tubo facilitou o seccionamento e a remoção dos
mesmos durante os procedimentos da histotécnica, sem danificar as peças.
248
Quanto ao estado dos cimentos no momento de
implantação, Olsson et al174., 1981, consideraram deficiente o método de
realizar os implantes com o cimento ainda não endurecido por acreditarem
que o mesmo sofra extravasamento provocando uma resposta tecidual
alterada. Orstavik & Mjõr176, 1988; Sonat et al215 ., 1990, concordam com
estes autores e dizem que, após um período de 24 h de endurecimento não
existe o risco de extrusão do material, mas também ressaltam que os
cimentos urna vez endurecidos provavelmente serão menos irritantes para
os tecidos.
Portanto, neste trabalho, os cimentos foram
implantados imediatamente após sua manipulação tomando-se o cuidado
de evitar extravasamento. Acreditamos que o implante logo após a
manipulação dos cimentos reflete melhor as condições clínicas usuais. Em
nossos resultados, observou-se mínimo extravasamento sendo que, na
quase totalidade dos espécimens, o material estava contido na luz do tubo.
A implantação dos quatro materiais em teste num
mesmo animal, em sistema de rodízio, possibilitou um equilíbrio entre
regiões e animais, evitando interferência das condições anatômicas,
sistêmicas e nutritivas, nas avalíações comparativas dos cimentos.
Durante as análises microscópicas, cada grupo
experimental recebeu um código, para impedir possíveis avaliações
tendenciosas por parte dos examinadores.
Ainda devem-se ressaltar os critérios utilizados para as
análises microscópicas das reações teciduais provocadas pelos cimentos.
249
Procurou-se avaliar as reações tanto quantitativalsubjetiva quanto
qualitativa. De acordo com Leonardo 143, 1992; Molloy et a1163., 1992;
Camargo38, 1993; Berbert & Consolaro19, 1994, as análises
quantitativalsubjetiva dos fenômenos inflamatórios, fenômenos
reparatórios e reações correlatas, desde que efetuadas por observadores
experientes, determinam resultados confiáveis para serem utilizados na
avaliação dos cimentos estudados.
6.2.2 Dos resultados
Neste trabalho, aos 14 dias pode-se verificar que o
Sealapex provocou uma reação inflamatória com predomínio de células
macrofágicas. Estas células interagiam intensamente e diretamente com o
material e apresentavam seus citoplasmas carregados de partículas negras
oriundas, provavelmente, do material obturador. Reações semelhantes
foram observadas por Leal. et ae34., 1988; Birman. et al21 ., 1990; Molloy.
et al163., 1992, enquanto que Holland & Souza98, 1985, só observaram esta
reação quando este cimento extravasava para os tecidos periapicais em
obturações de canais radiculares de dentes de cães.
Em 1988, Tronstad. et al.240 verificaram que o Sealapex
foi removido do interior dos tubos de polietileno e foi substituído por um
tecido conjuntivo contendo macrófagos. Estas células encontravam-se
carregados de partículas do material no interior de seus citoplasmas. Já em
nossos experimentos, verificamos que este cimento permaneceu no interior
250
dos tubos, onde apenas as partículas fagocitadas foram carreadas pelos
macrófagos.
No período inicial de nossos experimentos, os cimentos
Apexit e Sealapex apresentaram respostas inflamatórias semelhantes.
Entretanto, Buntak-Kobler et.al34., 1994, não verificaram reações iguais
entre estes cimentos, visto que, a resposta inflamatória ao Sealapex foi
mais severa nos períodos iniciais de observação.
Com relação ao Ketac Endo, verificou-se que, aos 14
dias, as reações inflamatórias provocadas por esse cimento foram
significantemente maiores que as reações observadas com os demais.
Dos quatro cimentosestudados, o Sealer 26 foi o que
provocou a menor resposta inflamatória. Esta reação apresentou grau
discreto ou moderado. Procurou-se observar a presença de necrose tecidual
em contato com este cimento que, de acordo com Spangberg et a!'18.,
1993; Berbere7, 1978, a presença da hexametilenotetramina, presente neste
cimento, pode liberar formaldeído levando a esta alteração tecidual.
Acreditamos que esta modificação não tenha sido por nós verificada pois
ainda de acordo com Spangberg et a1218., 1993, esta reação somente ocorre
nos períodos iniciais pós manipulação do cimento e em pequenas
concentrações, desaparecendo com o endurecimento do material .
Analisando a tabela um, verifica-se que aos 14 dias, a
menor reação inflamatória foi provocada pelo Sealer 26, seguido pelo
Sealapex e Apexit que apresentaram magnitude de inflamação semelhante.
251
O cimento Ketac Endo provocou reação tecidual significantemente maior
do que os demais cimentos.
Aos 90 dias, notou-se que o grupo experimental
Sealapex provocou uma reação inflamatória maior que a observada no
periodo inicial. Estes resultados estão de acordo com os estudos de
Zmener, et al263, 1988, e Zmener, et al265., 1990, que notaram haver um
aumento da resposta inflamatória com o tempo. Já Leal et.ae34., 1988;
Birman et. al21 ., 1990, e Molloy et. al163 ., 1992, não verificaram diferenças
nas reações inflamatórias provocadas por este cimento em diferentes
periodos experimentais avaliados. Entretanto, Yelsilsoy et at'53., 1988,
observaram o aparecimento de calcificações, no tecido conjuntivo, após
injeção subcutânea deste material em porquinhos da Guiné.
Provavelmente, as respostas obtidas no presente
trabalho, expliquem-se pela grande interação que os macrófagos têm com
o Sealapex. De acordo com Herbert & Consolaro19, 1994, os PMNs em
contato com o Sealapex liberam enzimas para o meio extracelular,
destruindo as proteínas estruturais do tecido. É possível, que esta lise
teci dual possa atrair macrófagos para esta região e segundo Camargo 38,
1993, este cimento interage com os macrófagos, propiciando uma
renovação celular constante requisitada e estimulada pela morte celular
presente.
Na análise microscópica comparativa dos cimentos, os
gráficos das figuras 10, I I, 12, 13, 14 e 15 mostram a relatividade da
comparação direta. Em cada grupo, especialmente no que tange à
252
densidade de fibrosamento, proliferação angioblástica e proliferação
fibroblástica, a variabilidade entre os espécimes foi extremamente
marcante no grupo Sealapex, seguido pelo Apexit. Embora a proliferação
fibroblástica e angioblástica tenha sido intensa aos 14 dias no grupo
Sealapex, havia espécimes onde estes fenômenos se apresentavam
discretos, o mesmo ocorrendo com relação à densidade de fibrosamento.
No parágrafo anterior, valorizou-se a variabilidade
interespécies ocorrida, especialmente no grupo Sealapex, seguido do
Apexit.
Na figura 9A, observa-se que o grupo Sealapex
apresentou uma indução inflamatória moderada, tal como o Apexit, mas
aos 90 dias o grupo Sealapex apresentou-se com uma atividade
comparativamente maior que os demais (figura 9B).
Numa avaliação microscópica comparativa do processo
inflamatório, não se deve priorizar aspectos quantitativos, mas também
relevar os aspectos qualitativos. As respostas inflamatórias induzidas
foram predominantemente macrofágicas em decorrência do tempo
experimental escolhido.
Nota-se pelos resultados do AFM, que o Sealapex,
apresentou uma grande desintegração que foi vista após seis meses. Esta
propriedade do Sealapex implica em decorrente liberação de produtos
desta desintegração. Confirmam estes resultados os estudos de Tagger et
al227., 1988 e Leonardo et al 142., 1992, que verificaram uma alta
solubilização deste cimento.
253
Em paralelo, acumula-se ao redor deste cimento uma
maior concentração de macrófagos carregados de partículas do material,
ampliando a área inflamatória, mas não dificultando o fibrosamento e a
proliferação fibroblástica como se vê aos 90 dias nas figuras 4B e 5B.
Nos granulomas de baixa renovação celular ou do tipo
corpo estranho, o encapsulamento periférico decorrente do fibrosamento é
estimulado pelas citocinas e fatores de crescimento liberados pelos
macrófagos em plena fagocitose; por extrapolação o mesmo pode estar
ocorrendo nesta situação em relação ao Sealapex. Embora com uma área
considerável de inflamação, os fenômenos reparatórios ocorrem
simultaneamente.
Esta instabilidade estrutural e constante liberação dos
produtos, preservando um processo inflamatório macrofágico ao seu redor
pôde ser confirmada pelas análises no AFM, do Sealapex. Aos seis meses a
aparência era diferente e totalmente modificada.
Quando se obtura o canal radicular com um cimento à
base de hidróxido de cálcio, é desejável que ocorra a dissociação de íons
cálcio e hidroxila, que são estimuladores do processo de selamento
biológico apical.
Por outro lado, para que ocorra o selamento hermético
do canal, é importante que o cimento não sofra desintegração. Observa-se
pelos resultados do AFM, ao comparar os histogramas 1, 2 e 3 e as figuras
18, 19 e 20, que a perda de integridade verificada na estrutura do Sealapex
após seis meses tornou-o com uma superficie mais uniforme. Ainda se
254
notarmos os dados obtidos no selamento apical, verificamos que o
Sealapex, juntamente com o Sealer 26, infiltraram significantemente
menos que os demais, mesmo após um período de seis meses.
Portanto, é possível que este cimento tenba sofrido uma
maior desintegração apenas nos primeiros meses, e com o passar do tempo
esta desintegração tenba diminuído gradativamente, não chegando a
interferir nestes resultados. No entanto, para se confirmar esta hipótese é
necessário que se realizem estudos sobre as alterações ocorridas com este
cimento a longo prazo.
No período de 90 dias, o cimento Apexit provocou uma
pequena diminuição na resposta inflamatória, o que não foi observado por
Buntak-Kobler et al34., 1994, pois em seus estudos verificaram ausência de
reação inflamatória com o Apexit num período experimental de 60 dias.
Nas tabelas um e dois, pode-se verificar que não houve
diferenças significantes entre as reações inflamatórias com o Apexit nos
diferentes períodos experimentais avaliados. Pela análise com o AFM,
verificou-se que este cimento apresentou qrande desintegração. Também
observou-se que pela grande irregularidade da estrutura deste cimento, o
processo de perda de integridade do Apexit continuará ocorrendo por
longos períodos. Isto implica no acúmulo de macrófagos manteodo uma
resposta inflamatória de longa duração.
Nas tabelas um e dois, também foi verificado que no
periodo experimental de 90 dias as reações inflamatórias provocadas pelo
Apexit e Ketac Endo foram iguais entre si, menores do que as observadas
255
com o Sealapex e significantemente maiores do que as verificadas com o
Sealer 26.
De fato, dos quatro cimentos estudados, o Sealer 26
provocou a menor resposta inflamatória nos dois períodos experimentais.
Com este cimento, observou-se que as reações inflamatórias eram mínimas
ou até mesmo ausentes após 90 dias de avaliação (Quadro 9). Já em 1978,
Berbere7, ao adicionar hidróxido de cálcio ao cimento AH26 (à base de
resina epóxica), verificou, em dentes de cães, a boa tolerància deste
cimento. Estes resultados foram confirmados por Passarinho182, 1984.
Nossos resultados mostraram que as partículas
fagocitadas (partículas negras) no período inicial, após 90 dias já haviam
sido digeridas pelas células macrofágicas ou levadas à distància. A porção
não fagocitável, de aspecto hialino róseo (que provavehnente corresponda
ao componente resinoso), ainda estava presente, porém se manteve inerte.
Esta característica do material é satisfatória pois de acordo com
Camargo38, 1993,o desejável para o cimento endodôntico é que ele
desempenhe satisfatoriamente seu papel fisico e que biologicamente as
células do organismo nem sequer o reconheçam como elemento a ser
fagocitado. O ideal entretanto, se houver interação, é que o material
contenha elementos indutores de diferenciação celular e de síntese de
matriz orgânica osteocementária.
Com o cimento Sealer 26, verificou-se que após 90
dias houve a formação de uma intensa cápsula de tecido fibroso e indícios
de calcificação no tecido conjuntivo próximo a este material. Esta mesma
256
reação foi observada por Oliveira 172, 1977, ao adicionar hidróxido de
cálcio ao cimento AH26.
Entretanto, não verificamos na literatura trabalhos
sobre a atuação do hidróxido de cálcio do cimento Sealer 26. De acordo
com Tagger et al227., 1988, a porcentagem de liberação de íons do
hidróxido de cálcio depende das propriedades intrínsecas do material ou
seja, o tipo de base que a ele está associado.
Verificamos na análise por AFM, que o Sealer 26
possw uma estrutura que sofre pouca desintegração. Sendo assim,
possivelmente o hidróxido de cálcio, presente neste cimento, só teria ação
em períodos mais curtos, até a exaustão da alcalinidade da superficie do
cimento.
Entretanto, outros estudos devem ser realizados para
avaliação exata dos componentes deste cimento e sobre as reações
químicas que ocorrem com o mesmo logo após a sua manipulação e após
longos períodos.
Já com o cimento Ketac Endo, inicialmente pudemos
verificar uma intensa resposta inflamatória que diminuiu signicantemente
aos noventa dias. De acordo com Pissiotis & Spangberg"8, 1994, os
componentes deste cimento não são citotóxicos quando analisados
separadamente. Também Zmener & Cabrini259, 1986, utilizando cultura de
células, observaram menores efeitos tóxicos com um cimento de ionômero
de vidro do que com os cimentos AH26, Diaket, Tubliseal e Fynal.
257
De acordo com Causton43 , 1981, o cimento de
ionômero de vidro ao entrar em contato com a umidade, nas primeiras
horas de endurecimento, sofre uma quebra nas ligações cruzadas da matriz
de gel, com conseqüente desintegração do mesmo. Pudemos confirmar esta
desintegração na análise por AFM.
Entretanto, verificamos que os processos reparatórios
prosseguiram, e após 90 dias, pode-se observar a formação de uma espessa
cápsula fibrosa em contato com o material obturador.
Numa avaliação global dos processos inflamatórios,
além da intensidade dos fenômenos e dos aspectos qualitativos entre os
quais se incluem aspectos relacionados ao exsudato e infiltrado, seus
componentes e extensão de comprometimento, há de se relevar ainda os
aspectos relacionados à manipulação, consistência e outras características
dos cimentos avaliados que podem influenciar os resultados.
6.3 Do Selamento marginal apical
6.3.1 Da metodologia
Uma das propriedades tisicas mrus estudadas dos
cimentos endodônticos é a avaliação do selamento marginal apical. Para
isto são utilizados diferentes métodos. Jacobson & Von Fraunhofer122,
1976, desenvolveram o método eletroquímico que resulta em um caminho
eletrolítico contínuo onde a corrente elétrica que passa pelo defeito
258
existente na obturação, pode ser medida quantitativamente. Douglas &
Zacariasen59, 1981; Ichesco et al118., 1991, analisaram quantitativamente o
corante infiltrado utilizando espectrofotometria. Wu et ae50., 1994,
utilizaram o mecanismo de transporte de fluidos, onde uma solução é
pressionada na abertura cervical de dentes tratados endodonticamente, para
verificar a passagem de fluidos pelo interior da obturação. Outro método é
a mensuração linear utilizando-se de radioisótopos (Going et aC9., 1960;
Holland et al 102., 1974; Hoping et al114., 1986), e de corantes (Bonetti
Filho et ae7., 1987; Holland et al108., 1990; Valeri42, 1993), sendo este
último o mais usual.
A mensuração com o uso de corantes baseia-se na
suposição de que a penetração linear do traçador pode indicar o
comprimento do espaço existente entre a obturação e as paredes do canal.
Preferimos estudar o selamento marginal apical
utilizando a penetração de corantes por ser um método simples, seguro e
apresentar resultados definidos.
No que diz respeito ao corpo de prova utilizado, parece
que existe um consenso entre os pesquisadores para a escolha de dentes
extraídos (Leonardo et a1141 ., 1980; Bonetti filho et ae'., 1987; Madison et
a1 150., 1987; Holland et a1' ., 1995; Holland & Murata97, 1993; Valeri42,
216 *• 1993; Souza et ai ., 1994 Holland et ai ., 1995.). Com relação ao dente
• HOLLAND, R. et al. Análise do selamento marginal obtido com quatro cimentos obturadores à base de
hidróxido de cálcio. (Enviado para a Rev. Assoe. Paul. C ir. Dent.)
•• HOLLAND, R., MURA TA, S. S., SALffiA, O. Efeito a curro e médio prazo dos resíduos de
hidróxido de cálcio na qualidade do selamento marginal após a obturação de canal. (Aceito para
publicação na Rev. Paul. Odontol., em 20 de janeiro de 1994.)
259
de escolha, a preferência está baseada naqueles que possuem o menor
número possível de variáveis anatômicas, permitindo padronizar o máximo
possível a metodologia, possibilitando comparações mais confiáveis dos
resultados obtidos.
Neste experimento, foram selecionados dentes que
possuíssem raízes com anatomia radicular semelhante dando preferência
àquelas em que o forame apícal possuía o mínimo desvio do vértice
radicular. As coroas dentais foram removidas e as raízes desgastadas no
terço cervical até se obterem comprimentos radiculares padronizados que
permitiram iguais condições de trabalho em todos os espécimes.
Quando se avaliam os dados relativos à infiltração, a
idade do dente ou a quantidade de dentina esclerosada devem ser levadas
em consideração. Portanto, procurou-se realizar uma distribuição simétrica
dos dentes nos diferentes grupos experimentais, de acordo com o diãmetro
original dos canais. Pashley180, 1990, diz que dentes jovens teriam os
canalículos dentinários mais amplos e em maior quantidade, permitindo
uma melhor adesividade, em profundidade, dos cimentos à dentina com
conseqüente melhora no selamento marginal. Ainda Ischeco et ae"., 1991,
sugeriram que dentes de indivíduos jovens tendem a apresentar maior
infiltração do que os idosos. Também de acordo com Kuttler130, 1955, com
o avançar da idade há uma diminuição progressiva do diãmetro do canal
radicular no limite cemento-dentina-canal (C.D.C.).
Neste trabalho, procurou-se realizar a distribuição das
raizes de forma simétrica quanto ao diâmetro original dos canais
260
radiculares. Sabemos que o ideal seria selecionar dentes de origem e
condições clínicas conhecidas, e realizar avaliação microscópica do ápice
radicular. Esta seleção, nos dias atuais, é bastante dificil. Portanto, foi feita
toda a tentativa de padronização das condições dos dentes utilizados,
evitando discrepância entre os resultados obtidos nos diferentes grupos
experimentais.
A sobreinstrumentação dos canais, ampliando o forame
até o instrumento nº 30, possibilitou que todos os espécimes tivessem
condições semelhantes para a penetração do corante, com uma área de
contato de igual diâmetro entre o material obturador e a solução traçadora,
em todas as raízes. Alguns autores preferem realizar a instrumentação e
obturação de toda a extensão do canal radicular (Leonardo et al141 ., 1980;
Bonetti Filho et ae7., 1987; Holland. et al 110., 1991). Outros como Slender
et ae09., 1991; Tanomaru Filho. et al232., 1991, realizaram a padronização
do forame seguido de um recuo para a confecção do batente, de forma
semelhante ao realizado no presente trabalho.
Nossa metodologia também toma como base os estudos
de Kuttler130, 1955, que verificou que o forame apical não acaba
exatamente no vértice radicular de forma que, a ampliação do forame com
instrumentos do maior diâmetro,favoreceria a formação de zip ou
transporte do mesmo. Portanto, o batente apical foi confeccionado a partir
do instrumento nº 35 e realizado até a lima nº 60, possibilitando um
anteparo definido e suficiente para o material obturador. Isto facilitou as
medidas das infiltrações a partir deste limite, concordes com os trabalhos
261
de Slender et al209 ., 1991; Tanomaru Filho et al232., 1991; Holland &
Murata97, 1993. Também pode-se verificar no presente trabalho, que
durante as análises das infiltrações não houve dificuldade na localização do
batente apical e conseqüentemente das leituras das infiltrações a partir
deste.
Ainda em relação ao preparo dos canais, o
escalonamento e a regularização das paredes internas do canal no terço
cervical, permitiram melhores condições de acesso ao terço apical com
conseqüente melhora na qualidade das obturações (Leonardo & Leal139,
1991 ). Este fato foi constatado pela qualidade das obturações vistas
radiograficamente em todos os grupos experimentais.
Para que houvesse um maior contato do cimento
obturador com as paredes dos canais, a camada residual foi removida
utilizando-se a solução de EDTA durante três minutos, período durante o
qual esta solução foi agitada com o instrumento memória. O smear layer, é
formado nas paredes dos canais radiculares após a biomecânica podendo
invadir o interior dos túbulos dentináríos. A remoção da camada residual,
possibilita uma maior penetração do material obturador no interior dos
túbulos dentinários com conseqüente melhora no selamento marginal das
obturações (Goldberg & Abramouich80, 1977; Wayrnan.et al244., 1979;
Gettleman et al77., 1991). Holland et al 106., 1988, utilizaram o EDTA
durante 3 minutos após o preparo biomecânico e observaram melhor
limpeza das paredes dos canais, favorecendo a obturação de suas
ramificações.
262
Para que o corante penetrasse apenas pelo forame
apical, realizamos a impermeabilização de toda a superficie radicular
externa. Existem várias substâncias que podem ser utilizadas com esta
finalidade. Rothier et ai197., 1987, utilizaram somente esmalte para unhas;
Valera242, 1993; Souza et ai216., 1994, utilizaram araldite e esmalte para
unhas. Jacobsen et ai 121 ., 1993, avaliaram a efetividade do esmalte para
unhas, cera pegajosa, resina epóxica e resina para fundição, como agentes
impermeabilizantes em estudos de infiltração de curto e longo prazo.
Verificaram que a curto prazo todos os impermeabilizantes testados são
bons mas em estudos de longa duração a cera pegajosa demonstrou
resultados mais satisfatórios.
Neste trabalho, foram realizadas avaliações do
selamento apical imediato e mediato, após um periodo de 6 meses de
armazenamento em plasma sangüíneo humano. Portanto, utilizaram-se
para a impermeabilização externa, três camadas de esmalte para unhas e
sobre estas uma espessa camada de cera pegajosa. Pudemos constatar a
efetividade desta impermeabilização nas 13 6 raízes utilizadas. Após a
remoção do corante, as raízes foram lavadas em água corrente e as
camadas de impermeabilização foram removidas. Pode-se verificar que as
superficies radiculares estavam isentas de corante, que foi observado
apenas na extremidade apical da raiz, no forame apical, que ficou exposto à
solução traçadora.
263
Um outro ponto que merece considerações sobre a
metodologia empregada diz respeito ao corante, veículo e método de
imersão dos espécimes na solução traçadora.
Dentre os vários elementos traçadores para as medidas
de infiltrações, a maioria dos autores prefere a utilização de corantes
(Leonardo et al 141 ., 1980; Gomes de Moraes83, 1984; Bonnetti Filho et
al27., 1987; Holland et al108., 1990; Sleder et ae09., 1991; Holland et
al109.,1991; Valera242, 1993). Neste esrudo, foi utilizado o corante azul de
metileno a 2% solubilizado em plasma sangüíneo humano. Matloff et
al155., 1982, compararam o corante azul de metileno e três compostos de
radioisótopo e observaram maior uniformidade na penetração com este
corante; Souza et ae16., 1994, comparando corantes fluorescentes com o
azul de metileno a 2% observaram variabilidade mais coerente com o azul
de metileno. Kersten & Moorer128, 1989, sugerem que o azul de metileno
tem infiltração comparável com o ácido butírico, que é um produto
metabólico dos microorganismos. Além disto, a utilização deste corante,
apresenta uma boa resolução, é de fácil manuseio e é econômico.
Existem divergências entre os pesquisadores em
relação ao tempo em que os dentes devem permanecer imersos na solução
traçadora. Para o azul de metileno a 2% Holland et al110., 1991,
mergulharam os dentes por 24 h; Holland et al109., 1991, mantiveram os
espécimes imersos por 12 h após um período de lO min de imersão em
ambiente de vácuo. Estrela et al65., 1993, imergiram os dentes em azul de
metileno a 0,5% mantendo-os assim por 70 h. Zmener257, 1987, avaliando
264
o selamento apical de cimentos endodônticos à base de hidróxido de
cálcio, utilizou o azul de metileno a 5%, e manteve os dentes imersos na
solução por um período de I, 3 e I O dias. Observou que com o tempo
houve aumento significante das infiltrações com todo o material avaliado.
Souza et al216 ., 1994, utilizaram o azul de metileno a 2%, nos períodos de
24 e 168 h de imersão. Encontraram uma avaliação mais precisa no
período de 168 h. Assim, neste trabalho optou-se pela imersão dos
espécimes no corante azul de metileno a 2% durante 7 dias ( 168 h).
Quanto ao veículo utilizado para a solubilização do
corante, Grossman88, 1978, sugeriu a utilização de meios de cultura
diluídos a fim imitar o exsudato inflamatório ou os fluidos teciduais.
Valera, 1993, utilizou a saliva artificial como veículo do elemento
traçador, em estudo de infiltração cervical. Negm"9, 1989, avaliou o efeito
do sangue humano sobre o selamento apical de cimentos endodônticos.
Neste trabalho, utilizou-se o plasma sangüíneo humano, que possui
viscosidade mais próximas do fluido teci dual.
O plasma sangüíneo foi trocado semanalmente,
mantido em condições de temperatura próximas à do corpo humano e em
ambiente asséptico para evitar a deterioração do mesmo.
Um detalhe importante na presente metodologia foi o
emprego do vácuo no momento da imersão dos espécimes na solução
traçadora. Kwan & Harrington 131 , 1989, num estudo sobre selamento
apical, após preparos para núcleos, observaram a presença de espaços
vazios nas obturações de canais radiculares, principalmente em áreas de
i I
• I
I I
• I
265
curvatura apical. Verificaram que apesar da existência desses espaços, não
houve a penetração de corante. Spradling & Senia220, 1982, observaram
que o ar aprisionado no interior de canais radicu1ares vazios, muitas vezes
impedia uma completa penetração de corante. Outros autores como
Spangberg et al217., 1989, avaliaram o efeito do ar aprisionado sobre a
capacidade da solução corante em preencher completamente os canais
radiculares com obturações contendo espaços vazios previamente
conhecidos. Só observaram completa penetração do corante quando
utilizaram um ambiente com vácuo.
Também em 1989, Goldman et al.82 realizaram um
estudo de penetração de corante utilizando canais vazios e canais
obturados com guta-percha que apresentavam um defeito conhecido nessas
obturações. Observaram penetração total do corante somente com a
remoção prévia do ar aprisionado, utilizando uma bomba de vácuo.
Concluíram que para os estudos de infiltração serem significativos é
108 necessária a remoção prévia do ar aprisionado. Holland et ai .,1990,
realizaram um estudo de infiltração marginal de canais radiculares
obturados, onde compararam o uso ou não do vácuo antes da imersão dos
dentes no corante. Observaram maior infiltração marginal quando se utiliza
o vácuo. Estes resultados justificam a metodologia empregada e a
confiabilidade dos resultadospor nós obtidos.
Outro fator que merece discussão na metodologia
empregada diz respeito aos controles utilizados. Canalda-Sabli et al.40,
1992; Swanson & Madison225, 1987, realizaram um estudo de infiltração
I
, I
266
utilizando controles positivo e negativo. No controle positivo, os canais
foram obturados com cones de guta-percha sem cimento e as aberturas
cervical e apical foram mantidas sem agente impermeabilizante. No
controle negativo, os canais foram obturados com cimento e cones de guta-
percha e as superficies radiculares externas foram totalmente
impermeabilizadas. Observaram completa penetração do corante e
ausência total de penetração em cada um dos respectivos controles.
Neste estudo, preferiu-se incluir dentro de cada grupo
experimental, uma raiz como controle positivo (CP) e outra como negativo
(CN) com o objetivo de monitorar internamente cada grupo. Pudemos
verificar em todos os grupos experimentais, a total penetração do corante
no CP e uma superficie radicular isenta de qualquer resíduo do corante no
CN.
Uma importante observação diz respeito à utilização de
avaliações das infiltrações a curto e a longo prazo. Holland et ai. 104, 1976,
notaram maior infiltração apical no periodo imediatamente após a
obturação; enquanto que Leonardo et ai. 141, 1980, observaram aumento
significante da infiltração após 15 dias.
Os estudos de Haache et al.93, 1986, mostraram
aumento da infiltração com o tempo em periodos que variavam de um a
trinta días, sendo que Lim & Tid-Marsh145, 1986, notaram que o aumento
destas infiltrações ocorria em até 12 semanas e que após 26 semanas havia
uma melhora do selamento das obturações. Por outro lado, eles não
encontraram diferenças estatisticamente relevantes em comparação com os
267
períodos iniciais. Barnett et al.I3, 1989, avaliaram a infiltração in vivo. Os
períodos de observação foram de noventa dias e um ano. Os resultados
apontaram uma melhora significativa do selamento marginal apical de
cimentos à base de hidróxido de cálcio após um ano. Sleder et al.Z09, 1991,
também não observaram diferenças significantes no selamento apical após
duas ou trinta semanas de armazenamento. Peters183, 1986, verificou haver
dissolução dos cimentos endodônticos após um período de dois anos em
contato com a água.
Leonardo et al. 141, 1980; Leal et a1. 136, 1987;
Holland et al. 109, 1991; Sonat214, 1991; Holland et ai.' , 1995; Bonetti
•• Filho et ai. , 1995, constataram também um aumento significativo das
infiltrações com o passar do tempo. Entretanto, Hovland & Dumsha117,
1985, avaliando as infiltrações imediatas e após 30 dias, não enconttaram
diferenças significantes em suas magnitudes. Valera242, 1993, registrou que
obturações expostas à saliva artificial por períodos de sete a 14 dias,
apresentavam um aumento significativo da infiltração marginal.
Com base na possibilidade de dissolução dos
cimentos com o passar do tempo e nas diferenças entre as avaliações das
infiltrações imediatas e após um período de armazenamento, achamos
conveniente a realização desta pesquisa comparando o selamento apical
• HOLLAND, R., MURA TA, S. S., SALffiA, O. Efeito a cuno e médio prazo dos resíduos de hidróxido
de cálcio na qualidade do selamemo marginal após a obturação de canal. (Aceito para publicação na
Rev. Paul. Odontol., em 20 de janeiro de 1994.}
•• BONETTI FILHO, L, TANOMARU FILHO, M., LEONARDO, R. T. Avaliação in vitro da
capacidade seladora na região cervical de dentes obrurados com Sealapex e Fill Canal - Influência
do tempo de armazenagem e da remoção parcial da obturação. (Aceito para publicação)
268
imediato e após um período de manutenção das raízes por seis meses em
plasma sangüíneo humano.
6.3.2 Dos resultados
Observando os dados da tabela nove, verificamos que
no período inicial o cimento Sealapex mostrou infiltração média menor do
que os demais cimentos.
Estes resultados estão coerentes com os obtidos nos
trabalhos de Alexander & Gordon\ 1985; Canalda-Sahli et al.40, 1992;
Barkhordar. et al. 12, 1992; que comparam o selamento marginal do
Sealapex com outros cimentos endodônticos e constataram as menores
infiltrações com este cimento. Já os estudos de Zmener257, 1987; Moraes et
al. 165, 1987; Rothier et al. 197, 1987; Barkholdar et al.ll, 1989; Estrela et
a!. 65, 1993, comparando o Sealapex com cimentos à base de resina e de
óxido de zinco e eugenol e não encontraram diferenças nas infiltrações
médias obtidas.
Os bons resultados no selamento apical com o cimento
Sealapex imediatamente após a obturação dos canais são esperados, pois
apesar da solubilização presente neste cimento (Tagger et al.227, 1988;
Leonardo et al. 142, 1992), o mesmo apresenta uma estrutura porosa que
absorve a umidade causando uma expansão inicial (Caicedo & Von
Fraunbofer36, 1988). Holland & Murata97, 1993; em seu trabalho,
observaram que o contato do cimento obturador com o hidróxido de cálcio
determina uma expansão do material obturador com conseqüente melhora
269
no selamento marginal. Como o Sealapex contém óxido de cálcio na sua
composição ocorre expansão durante a reação de endurecimento,
concordes com Wu et af51 ., 1994.
Ainda com base na tabela nove, observou-se que no
período inicial as infiltrações aumentaram na seguinte ordem: Sealapex,
• Sealer 26, Apexit e Ketac Endo. Holland et ai , 1995, comparando o
selamento obtido com os cimentos Sealapex, Apexit e Sealer 26,
observaram as menores infiltmções com o Sealapex mas sem diferenças
significantes daquelas verificadas com os demais. Os cimentos Apexit e
Sealer 26 exibiram infiltmções semelhantes entre si. Estes resultados são
contrários aos observados por Limkangwalmongkol et al. 147, 1991;
Linkangwalmongkol et a1. 146, 1992, que compararam o Sealapex ao Apexit
e observaram maiores infiltmções com o Sealapex. As divergências obtidas
entre estes trabalhos podem ser devidas a uma série de variáveis como a
técnica de imersão dos dentes no corante, método de análise das
infiltmções e outras.
Pela tabela 11, verificou-se que o Sealapex provocou a
menor média de infiltração mas sem diferenças estatísticas daquelas
registradas com o Sealer 26.
Se observarmos a tabela nove, notamos que houve uma
variabilidade muito gmnde entre a maior e a menor infiltração ocorrida
com a utilização do Sealer 26. Durante as leituras das infiltmções,
observou-se que as amostras que apresentaram maior penetmção de
• HOLLAND., R. et ai. Análise do selamento marginal obtido com quatro cimentos obturadores à base
de hidróxido de cálcio. (Enviado para a Rev. Paul. Cir. Dent.).
270
corante no sentido longitudinal, possuíam bolhas na união entre o cimento
e as paredes do canal e entre o cimento e os cones de guta-percha. Isto
pode ser atribuído ao pequeno escoamento por nós observado ou ser
devido ao stress de contração durante a polimerização observado também
por Wu et al251 ., 1994, utilizando o cimento AH26.
Notamos algumas dificuldades durante a inserção do
cimento no interior dos canais. Provavelmente uma melhora no
escoamento deste cimento poderia eliminar a ocorrência de bolhas durante
as obturações. Concorda com nossa observação o trabalho de Wu et al251 .,
1994, que correlacionou o baixo escoamento com o aparecimento de
bolhas durante a inserção do cimento obturador.
Verificando a tabela 11, nota-se que os cimentos
Sealapex e Sealer 26 apresentaram infiltrações significantemente menores
do que as observadas com o Apexit e Ketac Endo. Entre estes dois últimos
cimentos, as maiores infiltrações foram registradas com o Ketac Endo
embora sem diferenças estatísticas entre eles. Já os estudos de Holland et
• ai. , 1995, verificaram haver semelhanças nas infiltrações entre os
cimentos Apexit e Sealer 26. Estas diferenças podem estar relacionadas
com o tempo em que os espécimes permanecem imersos no corante.
Os trabalhosde Pilatti & Zardo186, 1994, e Homing &
!IS Kessler , 1995, estão de acordo com os nossos resultados, observados na
tabela três. Estes autores compararam o selamento obtido com o Sealapex
HOLLAND., R. et al. Análise do selamento margmal obtido com quatro cimentos obturadores à base
de hidróxido de cálcio. (Enviado para a Rev. Paul. C ir. Dent.).
27l
e com o Ketac Endo. Observaram menores infiltrações com o Sealapex.
Também, Wu et al251 ., 1994, verificaram haver maior transporte de fluidos
no interior de canais obturados com o Ketac Endo.
Realmente, pode-se verificar no presente trabalho, que
o cimento de ionômero de vidro infiltra mais e também apresenta grande
desintegração, confirmada pelo AFM. De acordo com Causton43, 1981,
quando este cimento é exposto a umidade ocorre uma quebra nas ligações
cruzadas do mesmo. Também o trabalho de Olson et al. 173, 1990, citam a
umidade como um fator que pode impedir a adequada adaptação do
cimento de ionômero às paredes dentinárias.
Porém, nos estudos de infiltração in vitro, após a
obturação existe um pequeno periodo em que o cimento fica exposto ao ar
e de acordo com Smith & Steiman211 , 1994, este cimento também é muito
sensível ao ressecamento durante o endurecimento, devendo-se tomar o
cuidado de não deixa-lo desidratar. É possível que pequenas exposições ao
ar em condições in vitro levem à desidratação podendo influenciar nos
resultados da infiltração. A utilização do cimento de ionômero de vidro em
trabalhos clínicos e in vitro deve ser criteriosa, evitando o contato direto
com a umidade e também o ressecamento deste cimento.
Realmente existem muitas dúvidas em relação ao uso
do ionômero de vidro na endodontia. Esperava-se com este cimento, obter
melhores propriedades seladoras, pois de acordo com Geiger & Weiner76,
1993, existe uma forte união entre a dentina e o cimento de ionômero de
272
vidro, inclusive com a formação de uma camada intermediária entre eles.
Entretanto não foi o que observamos.
Em nossos estudos utilizou-se a técnica de obturação
pela condensação lateral ativa com cones de guta-percha. Cotti et al.50,
1994, verificaram com esta técnica, que canais obturados com cimento de
ionômero de vidro, apresentavam maiores índices de infiltrações quando
comparados com a técnica do cone único. Tidswell et al.234, 1994, também
observaram menores infiltrações com a técnica do cone único mas, sem a
remoção do smear layer. Powis et al. 192, 1982, verificaram que o EDTA
reduz a força de adesão deste cimento à dentina. Contrário aos estudos de
Saunders et al.201 , 1992, que verificaram penetração do cimento de
ionômero de vidro no interior dos túbulos dentinários apôs a remoção do
smear layer. Enquanto que o trabalho de Pilatti & Zardo186, 1994,
verificou que o uso do EDTA, não alterou a capacidade de selamento do
Ketac Endo, mas diminuiu a infiltração apical do Sealapex.
Já o estudo de Barakat et al.8, 1988, avaliou o efeito de
duas concentrações de ácido poliacrílico por um período de 30 segundos,
para a remoção do smear layer. Consideraram também o condicionamento
ativo (friccionando o ácido na superfície) e o passivo (sem friccionar o
ácido na superfície). Observaram que os túbulos estavam mais abertos apôs
o condicionamento ativo, entretanto, relataram que é indesejável
superatacar a dentina, o que leva a uma remoção dos grupos químicos
( íons de cálcio ou fosfato), que serão envolvidos na adesão do ionômero de
vidro às paredes dentinárias.
273
• Interessante que nos experimentos de Holland et a!. ,
1995, foram realizadas comparações entre o selarnento obtido com o Ketac
Endo e Sealapex, tendo como variáveis a camada residual ou a colocação
prévia de um curativo de hidróxido de cálcio e PMCC. O uso do EDTA e o
uso do curativo de hidróxido de cálcio diminuíram significantemente a
infiltração nos canais obturados com Ketac Endo, mas o Sealapex exibiu,
em todas as situações, infiltrações significantemente menores.
De Gee et a!. 55, 1994, compararam a capacidade selante
do Ketac Endo com a Resina epóxica -AH26-. Observaram que o Ketac
Endo infiltrou significantemente mais que o AH26. Estes autores
atribuíram a alta infiltração do Ketac Endo, ao seu rápido endurecimento
que permite uma maior contração volumétrica e maior falha de adesão
durante o endurecimento. Os estudos de Chong et al.46 1993, estão de
acordo com esta afirmação. ..
Também os experimentos de Bonetti Filho. et ai.
1995, avaliaram a capacidade seladora do Ketac Endo, Sealer 26 e Fill
canal. Verificaram que o cimento Ketac Endo infiltrou significativamente
mais que os demais.
Os resultados obtidos após seis meses de contato com o
plasma sangüineo mostraram uma modificação na seqüência das
infiltrações observadas. Em ordem crescente de infiltrações verificou-se
Sealer 26, Sealapex, Ketac Endo e Apexit. Apesar disto, os cimentos
• HOLLAND, R. et ai. Influence of dentin surface treatment on the apical microleakage ofthe glass
ionomer cement Ketac Endo. (Aceito para publicação no lnt. Endod. J., em 1994.)
•• BONETTI FILHO,l et ai. Avaliação in vitro da capacidade seladora de novos cimentos obturadores
de canais radiculares através da infdtração do corante azul de metileno a 2%. (no prelo).
274
Sealapex e Sealer 26 continuaram a exibir infiltrações significantemente
menores e estatisticamente iguais entre si. Também com os cimentos
Apexit e Ketac Endo, apesar deste último ter apresentado uma média de
infiltração menor, não houve diferenças significantes entre ambos.
Comparando estes dados com os resultados obtidos
com a análise por AFM, podemos verificar que existe uma correlação entre
ambos. Observou-se a menor perda de superficie com o cimento Sealer
26. Com o Sealapex, observou-se grande perda de estrutura mas ao final
de seis meses este se mostrou com uma caracteristica mais uniforme e
resistente à desintegração.
Já o cimento Apexit apresentou a maior altemção com
grande perda de estrutura, seguido pelo Ketac Endo. Também na
infiltração, observou-se pior selamento com o cimento Apexit seguido pelo
Ketac Endo. Como já ressaltamos, o cimento Apexit possui uma variedade
muito grande de componentes em sua formulação e provavelmente uma
pobre matriz unindo suas partículas constituintes, o que causa uma maior
facilidade de desintegração com perda do selamento marginal.
As infiltrações observadas com o cimento Ketac Endo
aumentaram significantemente após seis meses. Diferente dos resultados
de Horning & Kessler115, 1995, que verificaram após nove meses de
estocagem em solução salina, um aumento das infiltrações com o uso do
cimento Ketac Endo, mas sem diferenças significantes das observadas nos
periodos iniciais.
275
Em nossos estudos, as infiltrações médias aumentaram
significantemente com o tempo, para todos os cimentos (p < 0,05%).
Também os estudos de Leonardo et al128., 1980; Gomes de Moraes
83
,
1984; Haach et ai. 93, 1986; Leal et al136., 1987; Holland, et al. 109, 1991;
Sonat214, 1991; Holland et a!.' , 1995, Bonetti Filho et ai. .. , 1995,
verificaram aumento das infiltrações com o tempo.
Num aspecto global dos resultados das infiltrações por
nós verificadas, os melhores resultados foram obtidos com os cimentos
Sealapex e Sealer 26, enquanto que os piores foram verificados com o
Apexit. Na interação cimento versus tempo, notou-se que a menor
infiltração foi observada com o cimento Sealapex aos 14 dias e a maior
infiltração foi verificada com o cimento Apexit após seis meses de imersão
no plasma sangüíneo humano.
A avaliação por nós realizada e pelos demais trabalhos
da literatura aqui mencionados, mostra a importância da realização de
estudos de infiltração a longo prazo. Resta ainda saber se períodos maiores
do que este por nós estudado não provocariam alterações ainda maiores no
selamento marginal dos cimentos endodõnticos.
HOLLAND,R., MURA TA, S. S., SALIBA, O. Efeito a cuno e méd1o prazo dos resíduos de hidróxido
de cálcio na qualidade do selamento marginal após a obturação de canal. (Aceito para publicação
naRev. Paul. Odontol., em 20 de janeiro de 1994.)
BONETTI FILHO, L, TANOMARU FILHO, M., LEONARDO, R. T. Avaliação in vttro da
capacidade seladora na região cervical de dentes obturados com Sealapex e Fill Canal- Influência
do tempo de armazenagem e da remoção parcial da obturação. (Aceito para publicação)
6.4 Da análise morfológica utilizando-se a microscopia de força
atómica
6.4.1 Da metodologia
276
Tem-se observado, que na última década houve um
aumento nos estudos sobre infiltração marginal, que avaliam o selamento
obtido na interface entre a estrutura dental e o material obturador de canal
radicular. Porém, de acordo com Wu251 et ai., 1994, a capacidade de
selamento marginal apical dos cimentos é explicada por outras
propriedades físicas destes materiais, como por exemplo, o escoamento,
tempo de endurecimento, contração volumétrica durante o endurecimento,
solubilidade ou absorção de água dos fluidos orais ou teciduais ou ainda,
de acordo com Gossman87, 1976, pelo tamanho das partículas constituintes
dos cimentos. Mesmo assim, são poucas as pesquisas sobre estas
propriedades dos cimentos endodônticos.
Ao se estudar a micro-estrutura de um cimento pode-se
obter informações que expliquem o comportamento físico e biológico
destes cimentos e que também possibilitem a realização de modificações
na composição dos mesmos com conseqüente melhora nas suas
propriedades.
Acreditando nisto, Fragola et al.70, 1979, estudaram os
efeitos na variação do tamanho das partículas dos componentes do cimento
de Grossman. Utilizou para a sua pesquisa a análise pela microscopia
eletrônica de varredura. Caicedo & Von Fraunhofel6, 1988, avaliaram a
277
superfície de cimentos endodônticos, também utilizando-se da microscopia
eletrônica de varredura e por difração de Raio X. Enquanto que,
Economides & Tziafas61 , 1994, apenas observaram a superfície de
cimentos endodônticos, utilizando a microscopia eletrônica de varredura.
Também em 1994, Chern Lin et al45 • estudaram as
alterações morfológicas na estrutura da hidroxiapatita (HA), vidro bioativo
(BG) e uma série de compostos de HA!BG, após imersão destas
substâncias em solução fisiológica de Hanlc Para esta análise, os autores
utilizaram difração de Raio X e microscopia eletrônica de varredura.
No presente estudo, pretendeu-se observar as prováveis
alterações ocorridas na micro-estrutura dos cimentos após o contato com o
plasma sangüíneo humano. Assim, optou-se pela utilização da técnica de
microscopia de força atômica, e não de SEM.
Com relação ao preparo dos canais radiculares, foi
realizada uma padronização da técnica empregada para todas as amostras.
Procurou-se conciliar as condições clínicas usuais com as condições
necessárias para a realização das análises pelo AFM.
Durante o preparo dos canais, o forame apical foi
arrombado criando um maior diâmetro do canal radicular. Isto, aliado à
técnica de condensação lateral passiva com apenas três cones secundários
de guta-percha, possibilitou a obtenção de uma maior quantidade de
cimento. Desta forma, não houve dificuldades para localizar e analisar a
superfície do material.
278
As raízes foram incluídas em resina para facilitar o
manuseio da amostra e também para que, após o primeiro período de
análise, o seguimento radicular avaliado pudesse ser readaptado ao seu
seguimento radicular correspondente. Pudemos constatar que após a
análise inicial do cimento, a porção radicular foi novamente fixada ao
restante da raíz e o ajuste exato das partes só foi possível pela existência de
um suporte de resina. Esta inclusão também facilitou a impermeabilização
externa e possibilitou a manutenção de todo o conjunto imerso no plasma
por um longo período sem que houvesse o deslocamento das partes.
Optou-se pelo primeiro corte a dois milímetros do
vértice radicular pois em um estudo piloto observou-se que apesar do
arrombamento do forame e da técnica de obturação utilizados, cortes de
menor extensão proporcionavam uma área de cimento muito pequena
dificultando a sua localização no microscópio de força atômica. O
segundo corte foi realizado a 1,5mm em direção cervical da primeira
seção. Com isto pode-se verificar se as alterações ocorridas no cimento em
contato com o plasma foram capazes de caminhar em direção cervical.
Pelos resultados obtidos, pudemos verificar esta ocorrência.
Provavelmente, estas alterações possam dar-se em
níveis maís profundos e que não foram avaliados neste trabalho. Peters183,
1986, numa análise semelhante utilizando microscopia óptica realizou
cortes em quatro niveis (1.5, 2.3, 4, e 6mm), e avaliou a solubilização após
dois anos do cimento Procosol e da guta-percha utilizando quatro
279
diferentes técnicas de obturação. Observou que as alterações caminham em
direção cervical, podendo atingir uma extensão de até quatro milímetros.
Os cortes foram realizados 12 horas após as obturações
a fim de que os cimentos endurecessem. Se o seccionamento fosse
realizado antes do endurecimento dos materiais teria ocorrido uma
dissolução dos mesmos, como observou-se num estudo piloto.
A utilização da cera pegajosa como agente
impermeabilizador externo se justifica pelos mesmos motivos descritos
para a metodologia 2, sobre o selamento apical.
As raizes foram imersas individualmente em plasma
sangüineo contido em tubos de ensaio permitindo a identificação de cada
amostra e as datas de realização da primeira análise. E de acordo com
Grossman88, 1978, a avaliação da solubilidade e outras propriedades dos
cimentos endodônticos deve ser realizada em meios que tenham a maior
semelhança possível com os fluidos tissulares.
As trocas semanais do plasma sangüíneo e o método de
realização das mesmas foram sugeridos pelo Prof. Dr. Antônio Olavo
Cardoso Jorge, da disciplina de microbiologia da Faculdade de
Odontologia de São José dos Campos - UNESP. Com isto evitou-se o
desenvolvimento de fungo e a precipitação de complexos protéicos
plasmáticos que poderiam interferir nos resultados obtidos. Entretanto,
outros estudos devem ser realizados que analisem o plasma a cada troca
bem como os compostos químicos da superficie dos cimentos, antes e após
o contato com o plasma sangüineo.
280
A escolha do tempo de seis meses foi para que se
pudessem correlacionar estas alterações ocorridas na estrutura do cimento
com a perda do selamento apical destes cimentos. De fato, pôde-se
verificar que os cimentos que mais infiltraram foram os que sofreram
maiores modificações na sua micro-estrutura.
6.4.2 Dos resultados
Na análise imediata do cimento Sealapex, evidenciou-
se a presença de pequenos grãos contornados por uma estrutura que
provavelmente corresponda à matriz do cimento (substância ligante). Os
locais mais profundos observados nessa superficie podem ter favorecido o
acúmulo do plasma sangüíneo que aí infiltrado, deslocou as partículas do
cimento provocando uma diminuição da rugosidade superficial. Estas
alterações caminharam até o lado A.
Já as áreas de maior regularidade, após a obturação e
decorridos seis meses, sugerem ser locais menos propensos à
desintegração. Estas áreas dificultam o acúmulo de substâncias fluidas e
conseqüentemente de seus precipitados na intimidade do cimento.
O trabalho de Caicedo & Von Fraunhofer36, em 1988,
avaliou as características do Sealapex utilizando a microscopia eletrônica
de varredura. Observaram que quando o Sealapex entrava em contato com
a umidade durante o endurecimento, havia expansão do material.
Atribuíram isto à capacidade de absorção de água devido à porosidade do
mesmo.
281
Já os estudos de Kazemi et ai. 127, 1993, sugerem que a
água absorvida leva a uma degradaçãodos cimentos. Ainda correlacionam
estas alterações com sua instabilidade dimensional durante o
endurecimento e após longos períodos.
Comparando os histogramas imediato (histograma- I)
e após seis meses(histograrnas -2 e 3), podem-se verificar claramente as
alterações ocorridas na superflcie do Sealapex. Também observamos que
esta perda de integridade atingiu a superflcie A da amostra. Tagger et
al.227, 1988, verificaram a solubilização deste cimento e relataram a sua
capacidade de desintegração. Observaram também a liberação de íons
cálcio e hidroxila, decorridos sessenta minutos de sua manipulação. Ainda
verificaram o aumento do pH com o passar do tempo, que atingiu um valor
de 10,70 após 120 minutos. Leonardo et ai. 142, 1992, concordaram com
estes resultados e observaram que a liberação de íons do Sealapex é
elevada e muito rápida.
Entretanto, a solubilidade com elevação do pH, pode
ser benéfica pois de acordo com Leonardo 143, 1992, é possível que estes
fatores isoladamente ou em interação com algum componente dos
cimentos à base de hidróxido de cálcio, possam estimular as células
mesenquimais do periodonto apical a se diferenciarem e/ou a estimularem
a deposição de tecido mineralizado na região apical.
Se compararmos os histogramas obtidos da superflcie
deste cimento nos dois períodos de avaliação, verificamos que houve
grandes alterações estruturais com o passar do tempo. Entretanto, após seis
282
meses a superficie do material atingiu uma caracteristica mais uniforme
sugerindo que a desintegração sofrida pelo cimento possa ter diminuído ou
até mesmo estacionado.
Numa análise comparativa do Apexit com o Sealapex,
pode-se também observar uma grande irregularidade na superficie do
Apexit.
As grandes depressões observadas na superficie deste
cimento, aliadas à irregularidade das suas partículas, provavelmente
tenham facilitado a estagnação de plasma sangüineo com conseqüente
desintegração do Apexit.
Esta desintegração foi tão acentuada que após se1s
meses, não foi possível analisar a superficie que permaneceu em contato
direto com o plasma sangüineo humano. Estas alterações caminharam até o
lado A, provocando uma perda da integridade visível também nessa
superficie. Certamente, estas alterações possam caminhar mais
coronalmente, o que pode ser comprovado realizando estudos com cortes
seriados mais para cervical.
Comparando os histogramas quatro e cinco, verifica-se
que a irregularidade da superficie após seis meses, é sugestiva de um
cimento que continuará sofrendo alterações com o tempo. Isto explica a
intensidade das respostas inflamatórias ocorridas com este cimento.
Explica também, os resultados obtidos no selamento apical. O Apexit
apresentou a maior infiltração após seis meses de contato com o plasma
283
sangüíneo. Provavelmente estudos de longa duração confirmem a
tendência de aumento constante das infiltrações com este cimento.
Dentre todos os cimentos estudados, o Sealer 26
mostrou-se mais uniforme e sofreu menor desintegração. Ao se comparar
os histogramas imediato e após seis meses, nota-se que as partículas deste
cimento mantiveram-se uniformes e preservaram a estrutura do material.
Também, Grossman88, em 1978, estudando vários cimentos endodônticos
concluiu que o cimento à base de resina epóxica (AH26), foi o que
apresentou melhor adesão à estrutura dental e menor solubilidade.
Entretanto, como mencionamos anteriormente, é
desejável a ionização quando se utiliza um cimento contendo hidróxido de
cálcio. Verificamos pequena desintegração deste cimento com o AFM e
excelente tolerãncia tecidual com indícios de calcificações, na análise da
biocompatibilidade. Possivelmente, estejamos a caminho de conseguir um
cimento com baixa desintegração, mas que permita a ionização do
hidróxido de cálcio presente com conseqüente estímulo no processo de
reparação apical.
Já o cimento Ketac Endo mostrou um comportamento
quase inverso ao dos demais cimentos. No período inicial, verificou-se
regularidade no tamanho das partículas. Devido a esta homogeneidade
visualizaram-se poucos pontos que pudessem acumular fluidos. Apesar
disto, após seis meses, houve um aumento da irregularidade. Estas
alterações demonstraram uma contínua desintegração deste cimento.
Provavelmente, isto se deva à pobre matriz formada durante o
284
endurecimento deste cimento. Horning & Kessler115, 1995, estudando o
efeito da umidade sobre o Ketac Endo, diz que no período inicial de
endurecimento do cimento, partículas de vidro que não reagiram ficam
rodeadas por um gel de sílica e uma matriz amorfa de polissais de alumínio
e de cálcio. Com a umidade, os cátions que fornam a matriz podem ser
dissolvidos inibindo a formação de polissais de alumínio necessários para
o seu endurecimento final, levando ao enfraquecimento do cimento. Esta
reação provavelmente possa explicar as grandes alterações observadas e
que são verificadas ao se comparar os histogramas obtidos nos dois
períodos de avaliação.
6.5 Considerações Gerais
Pelas metodologias por nós utilizadas, verificamos
coerência entre os resultados apresentados. Acreditamos entretanto, que
são necessárias futuras investigações com objetivos bem definidos para
identificar os componentes dos cimentos que sofrem uma maior
desintegração ou que interagindo com outros componentes do meio em
que são colocados, provoquem alteração nas suas propriedades. Também,
faz-se necessária a verificação dos fatores que interferem no
comportamento biológico principalmente sobre os estimuladores da
reparação tecidual. Possivelmente, a identificação destes componentes
poderá permitir que se chegue a um cimento que tenha união molecular
com a estrutura dental contra a microinfiltração e adequada
compatibilidade biológica.
7- CONCLUSÕES
Considerando os resultados e sua discussão, e
enfatizando as condições e limitações experimentais específicas deste
trabalho, pôde-se verificar que:
7.1 Quanto às avaliações microscópicas em tecido conjuntivo subcutâneo
de ratos:
- Todos os cimentos apresentaram uma diminuição das
reações inflamatórias decorrido os 90 dias de avaliação, exceto o Sealapex;
- A menor resposta inflamatória foi verificada com o Sealer
26 nos dois períodos de avaliação;
- Todos os cimentos permitiram a deposição de cápsula de
tecido fibroso em contato com a abertura do tubo contendo os materiais;
- Aos 90 dias, a proliferação fibroblástica diminuiu em todos
os grupos experimentais, enquanto que a proliferação angioblàstica
diminuiu somente nos grupos Sealer 26 e Ketac Endo.
286
Todos os cimentos testados são parcial ou totalmente
fagocitáveis.
7.2 Quanto ao selamento marginal apical:
- No período imediato, em ordem crescente das infiltrações,
pode-se verificar: Sealapex, Sealer 26, Apexit e Ketac Endo;
- Após seis meses de armazenamento em plasma sangüíneo
humano, em ordem crescente das infiltrações, pode-se verificar: Sealer 26,
Sealapex, Ketac Endo e Apexit;
- Nos dois períodos de avaliação, as infiltrações observadas
com o Sealapex e Sealer 26 foram estatisticamente iguais entre si, e
menores do que as verificadas com os cimentos Apexit e Ketac Endo;
-Nos dois períodos de avaliações as infiltrações verificadas com os
cimentos Apexit e Ketac Endo, foram estatisticamente iguais entre si;
- O fator tempo aumentou significantemente as magnitudes
das infiltrações, independente do fator cimento;
- Na interação tempo I período a menor infiltração foi
observada com o Sealapex aos 14 dias, e a maior com o Apexit aos 90 dias.
7.3 Quanto à análise morfológica por AFM:
- O conrato com o plasma sangüíneo humano provocou
alterações na estrutura dos cimentos;
287
- O Sealer 26 apresentou desintegração mínima após sets
meses de contato com o plasma sangüíneo humano;
- De todos os cimentos avaliados, o Apexit apresentou a
maior perdade estrutura.
A partir destas verificações concluiu-se que:
1 - Dentre os cimentos avaliados, o Sealer 26 apresentou uma
compatibilidade biológica melhor;
2 - O contato do plasma sangüíneo com os cimentos
estudados provocou desintegração com conseqüente aumento nas
infiltrações apicais;
3 - Considerando as propriedades estudadas, o Sealer 26
apresentou os melhores resultados.
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ABSTRACT
The biologic compatibility of root canal cements
Sealapex, Apexit, Sealer 26 and Ketac Endo was compared in rats
subcutaneous tissue and in apical sealing.
High resolution morphological characterisation of
these cements was also evaluated, using atomic force microscopy
(AFM) technique.
For the compatibility study, polyetbylene tubes
containing the root canal cements were implanted in the subcutaneous
connective tissue ofthe rats, that were killed after 14 and 90 days.
The apicalsealing of 136 dental roots was studied,
after biomechanical preperation and lateral condensation filling. Half of
lhe roots was immersed in methilen blue and the other half was stored
in human blood plasma.
The AFM evaluation used 16 samples that were
analysed immediately and 6 months after filling.
The biocompatibility evaluation showed statistically
significant differences among cements in both experimental periods.
The same results were observed with the apical sealing tests.
The AFM analyses showed that some cements suffer
a higher degree of desintegration.
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