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Crioterapia: Recurso Terapêutico

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Crioterapia
Crioterapia é a aplicação terapêutica de toda a substância que reduz a temperatura
dos tecidos e orgânicos, ou seja, ocorre a retirada do calor do corpo, ela é um
recurso muito usado tanto na fisioterapia quanto nas práticas esportivas.
Ela influencia em três processos:
● Processos hemodinâmicos.
● Processos neuromusculares.
● Processos metabólicos.
Além de ser muito usada no tratamento de lesões musculoesqueléticas agudas, é
capaz de auxiliar na recuperação pós-exercício e tratamento imediato pós lesões
esportivas, também é considerada um dos recursos mais baratos que existem.
Esse recurso está presente a milhões de anos na terra, gregos e romanos utilizam
do gelo e da neve para tratar problemas de saúde, na década de 50, os crioagentes
começaram a ser usados pelos fisioterapeutas e treinadores esportivos para o
tratamento de patologias de tecidos moles. Na década de 60, muitos estudos foram
realizados para compreender quais efeitos terapêuticos a crioterapia proporciona.
Quando se coloca uma bolsa de gelo em
contato direto com a pele, a temperatura
superficial sofre uma alta redução em °C
comparado com a temperatura de tecidos
mais profundos (temperatura
intramuscular) caindo de forma mais lenta.
O reaquecimento também será de forma lenta, mantendo a pele com a temperatura
reduzida, o gelo é considerado um bom exemplo, uma vez que ele é aplicado de 2
em 2 horas para que o reaquecimento não ocorra de forma rápida.
➢ Efeitos da crioterapia
− Efeitos hemodinâmicos
Os efeitos hemodinâmicos fazem com que ocorra
uma vasoconstrição cutânea, ou seja, ocorre a
redução inicial do fluxo sanguíneo em uma
aplicação de 15 a 20 minutos. resfriamento do
tecido é gerado pela remoção de calor do tecido que está exposto ao crioagente.
Após a redução do fluxo sanguíneo, ocorre um aumento posterior do fluxo
sanguíneo, ou seja, ocorre uma vasodilatação causada pelo resfriamento. Ele
costuma devido os seguintes fatores:
● O tempo de aplicação é longo (maior que 20 minutos).
● A temperatura o tecido é menor que 10 °C
● Há maior probabilidade de ocorrer nas extremidades distais, como dedos dos
pés e das mãos.
Os efeitos são considerados inconsistentes por não haver muitos estudos que
abordem o aumento do fluxo sanguíneo pelo resfriamento.
Outro efeito observado é a hiperemia local, ou seja, quando a região em que o
crioagente foi posicionado fica com uma cor avermelhada, isso ocorre devido ao
aumento da concentração de oxi-hemoglobina no sangue, por causa da queda da
dissociação de O2 e hemoglobina em baixas temperaturas. Quando se está
praticando algum exercício físico, a temperatura sofre um aumento fazendo com
que a hemoglobina disponibilize oxigênio para o tecido.
Com as temperaturas mais baixas, a dissociação entre o oxigênio e a hemoglobina
sofre uma redução, fazendo com que algumas regiões do corpo fiquem vermelhas.
OBS.: Heritema é quando a pele fica avermelhada após o posicionamento de um
crioagente, ou seja, é uma resposta normal do tecido ao frio.
− Efeitos neuromusculares
Um dos efeitos neuromusculares é a redução da velocidade de condução nervosa,
tanto motora quanto sensorial, onde é necessário a pele estar em uma temperatura
de 12,5 °C para que ele possa acontecer. Quando há uma redução de 2m/ms, a
cada 1 °C se perde temperatura.
O maior efeito costuma acontecer em fibras mielinizadas pequenas (por exemplo,
A-delta), isto se deve por elas serem transmissoras de dor aguda, como bater o
dedo mindinho na quina da mesa ou até mesmo uma pancada. O menor efeito
ocorre nas fibras não mielinizadas (fibras do tipo C) que também são transmissores
de dor aguda, mas por não possuírem bainha de mielina, sua condução é mais
lenta.
Quando o tempo de aplicação costuma ser superior a 5 minutos, o efeito da
velocidade de condução reverte após 15 minutos, quando essa aplicação é feita em
20 minutos, o efeito costuma ocorrer após 30 minutos, uma vez que 5 minutos é
considerado pouco tempo de aplicação.
Outro efeito presente é a redução da sensação dolorosa, no qual o resfriamento
reduz os estímulos de receptores cutâneos (fibra A-beta), bloqueando, parcialmente
ou totalmente, os impulsos dolorosos que serão transmitidos ao córtex cerebral, ou
seja, ocorre o fechamento da comporta da dor.
Quando o gelo é colocado na região em que há sensação de dor, ocorre a ativação
do interneurônio inibitório, fechando a comporta. Com isso, há redução de:
● Espasmo muscular.
● Edema pós lesão (redução do fluxo sanguíneo e da velocidade das reações
químicas inflamatórias).
● Compreensão dos nervos e tecidos periarticulares.
Muitas vezes, as pessoas sentem dor por causa do edema e isso se deve pelo
comprimento dos nervos e tecidos.
A alteração da força muscular também é um efeito neuromuscular, ele está
relacionado com tempo em que é aplicado o crioagente, em casos de aumento na
força muscular isométrica (sem variação do comprimento), o crioagente pode ser
aplicado por 5 minutos gerando uma massagem com gelo, com isso, formará os
seguintes mecanismos fisiológicos:
● Facilitação da excitabilidade de fibras motoras após o resfriamento
(motoneurônio α).
● Aumento da motivação psicológica.
OBS.: Motoneurônio α é o neurônio que inerva a musculatura.
Caso a aplicação seja de 30 minutos, haverá uma redução na força muscular
isométrica, gerando:
● Uma redução no fluxo sanguíneo para os músculos.
● Redução na condução nervosa motora.
● Aumento da viscosidade muscular e tecidos e da rigidez articular.
OBS.: É necessário o fluxo sanguíneo para que seja disponibilizado oxigênio,
nutrientes e a pessoa tenha forças.
OBS.: Sem a presença de condução nervosa, não haverá estímulo nervoso no
músculo para a realização da contração.
OBS.: O teste de força é realizado antes da aplicação do crioagente.
Outro efeito neuromuscular é a redução da espasticidade em uma aplicação de
duração de 10 a 30 minutos. Há uma hiperexcitabilidade do neurônio motor gama,
que irá inervar as fibras intrafusais do fuso neuromuscular, além da
hiperexcitabilidade das fibras aferentes sensitivas do órgão tendinoso de golgi.
Quando há ambas hiperexcitabilidades, a resposta será uma contração do músculo.
A espasticidade é o aumento da constância ao alongamento passivo dependente da
velocidade do alongamento relacionado à irritação dos reflexos tendinosos, a
crioterapia é aplicada antes do alongamento, reduzindo a velocidade de condução
nervosa. A fisioterapia neurofuncional também atua com a redução da
espasticidade.
Quando se aplica a crioterapia:
● Há menor atividade do neurônio motor gama, ou seja, ele irá inervar as fibras
intrafusais do fuso neuromuscular, além de ter uma reação reflexa aos
estímulos de receptores cutâneos.
● Menor atividade aferente sensitiva do órgão tendinoso de Golgi, ou seja, o
frio reduz a velocidade de condução nervosa, além de um relaxamento do
músculo com o frio.
Quando a hiperexcitabilidade do neuro motor gama é ativada, ocorre uma contração
do músculo, já quando o órgão tendinoso de Golgi é ativado, ocorre um aumento da
contração muscular. Quando há a espasticidade, há a presença de ambos.
− Efeitos metabólicos
A crioterapia tem como papel a redução da velocidade do metabolismo, para isso é
necessário diminuir a temperatura em 10 °C, com isso, haverá menor consumo de
oxigênio, além das células conseguirem sobreviver por mais tempo, isso se houver
uma isquemia ou uma redução parcial da circulação.
O resfriamento reduz a velocidade das reações metabólicas químicas, sendo
importante nos processos inflamatórios e nos processos de cura, reduz também a
atividade de enzimas que danificam a cartilagem (colagenase, elastase,
hialuronidase e protease), além de reduzir a demanda de oxigênio do tecido,
prevenindo-a da morte celular.
Em lesões agudas e crônicas, inflamações agudas, recuperação do tecido, doenças
inflamatórias e reumáticas, a crioterapia pode ser usada para reduzir a velocidade
do metabolismo.
OBS.: Proteaseé a quebra de proteínas.
Outro efeito metabólico é a redução do dano tecidual secundário, nele a crioterapia:
● Diminui a necessidade de oxigênio pelo tecido não lesionado próximo à
ferida, reduzindo a tendência da necrose.
● Favorece com que o tecido não foi lesionado suporte o período de hipóxia
que acontece durante a fase inflamatória.
● Redução da hipóxia secundária à lesão, reduzindo também a quantidade de
proteína livre no tecido e a pressão oncótica (responsável pelo edema).
OBS: O dano tecidual primário é o dano celular da morte das células causado por
uma lesão, uma doença, em uma ferida que deixa o tecido lesionado. O dano
tecidual secundário é o dano causado pelas células não lesionadas próxima à
ferida.
OBS.: Quanto maior for a quantidade de proteínas se tem fora do vaso, maior será
o extravasamento de líquido de dentro para fora do vaso, gerando assim o edema.
➢ Indicações da crioterapia
Uma das indicações da crioterapia é o controle das inflamações aguda, no qual
haverá:
● Redução da velocidade das reações químicas das respostas inflamatórias.
● Redução do calor e da dor, além de reduzir a temperatura do tecido.
● Redução do edema, do sangramento devido a vasoconstrição, redução da
vermelhidão causada pelo sangramento, além da redução da permeabilidade
capilar.
● Redução da perda função relacionada com a diminuição da dor e do edema.
Para reduzir a dor, é necessário chegar a 13,6 °C.
OBS.: Com a redução da permeabilidade capilar, haverá menos líquido saindo do
vaso, ocasionando a diminuição do edema.
A crioterapia é aplicada 5 minutos após a lesão e durante toda a fase inflamatória do
tratamento, quando a temperatura local estiver normal, a inflamação aguda estará
eliminada, sendo assim, a utilização da crioterapia é interrompida para conter o
impedimento da recuperação nos estágios finais.
Outra indicação é o controle do edema, sendo usado para:
● Redução do extravasamento de líquido para interstício (fora do vaso).
● Redução da permeabilidade vascular, fazendo com que as células fiquem
bem juntas umas das outras.
● Diminuição da hipóxia secundária à lesão, reduzindo também a quantidade
de proteína livre no tecido e a pressão oncótica (responsável pelo edema).
OSB.: Nada é eliminado, apenas reduzido.
O controle de dor é outra indicação da crioterapia, para chegar até ele é necessário
atingir a temperatura 13,6 °C, para haver:
● Bloqueio de transmissão de fibras do tipo A-delta (dor aguda).
● Controle de transmissão (ativação) de receptores térmicos cutâneos (A-beta).
● Redução do ciclo dor-espasmo-dor.
● Redução do edema e da inflamação.
O tempo de aplicação ocorre de 10 a 15 minutos controlando a dor por 1 hora ou
mais, se necessário.
A diminuição da espasticidade é mais uma indicação da crioterapia, nela há a
redução da condução da informação das fibras sensitivas, redução do órgão
tendinoso de Golgi, além do motoneurônio gama, ou seja, ocorre a redução dos
reflexos tendinosos profundos.
Há também a redução de sintomas piorados pelo calor em pacientes com esclerose
múltipla, isso ocorre devido o sistema imunológico do corpo confundir as células
saudáveis com as não saudáveis, corroendo a bainha de mielina, que tem a função
de proteger e acelerar a velocidade de condução da informação.
Pacientes com esse tipo de doença possuem aquecimento corporal maior do que o
de uma pessoa que não possui a doença, fazendo com que:
● Sintam fadiga.
● Tenham sua força muscular reduzida.
● Sua estabilidade postural reduzida.
● Função reduzida, ou seja, o paciente não consegue fazer nada.
OBS.: A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o cérebro, nervo
óptico, medula espinhal.
A criocinética e o crioalongamento são a junção do resfriamento com exercícios ou
alongamentos. Se o fisioterapeuta aplicar o agente resfriador por 20 minutos,
causará uma analgesia (dormência), ocorrendo uma diminuição na sensibilidade do
corpo podendo ser realizado exercícios de ganho de ADM, força e alongamento, de
3 a 5 minutos depois, a sensibilidade retorna, o ciclo
resfriamento-exercício-resfriamento é repetido 5 vezes. Essa prática é muito
realizada na reabilitação de atletas.
➢ Contraindicações da crioterapia
A crioterapia possui as seguintes contraindicações:
● Hipersensibilidade ao frio: alguns pacientes podem ter urticária (coceira +
manchas ou placas).
● Alergia ao frio: pacientes podem ter uma reação alérgica sêmica, como
coceira de moderada a grave, espirro.
● Intolerância ao frio: costuma ocorrer em idosos e crianças.
● Crioglobulinemia
● Hemoglobinúria paroxística fria.
● Doença e fenômeno de Raynauld.
● Não aplicar sobre nervos periféricos em regeneração: pode ocasionar
vasoconstrição, além de reduzir a velocidade dos nervos.
● Doença vascular periférica: ocorre muita vasoconstrição, além do aumento da
viscosidade sanguínea.
● Pacientes hipertensos: possui o risco de provocar o crescimento transitório
da pressão arterial ao resfriar grandes áreas e/ou muitos locais.
● Diabetes avançada.
● Pele anestesiada.
Para saber se o paciente é alérgico ao frio, é realizado o teste do cubo de gelo, no
qual pegará o mesmo e massageará a pele do paciente por 3 minutos, após 5
minutos, será observado se aquela região ficou vermelha ou um vergão (elevação).
Caso tenha aparecido a elevação, o resultado é positivo para alergia.
Pacientes com diabetes avançada e pele anestesiada não conseguem informar a
sensação quanto ao crioagente.
OBS.: Crioglobulinemia é o acúmulo de proteínas do plasma na circulação distal
(mão, pé e perna) em extremidades distais, podendo gerar uma isquemia ou uma
gangrena. A hemoglobinúria paroxística fria é quando a hemoglobina é lançada na
urina quando a pessoa sente frio, ou seja, a pessoa elimina a urina com sangue.
OBS.: Doença e fenômeno de Raynauld é quando a pessoa possui cianose digital
paroxística, ou seja, os dedos das mãos ficam roxos e com isso, o paciente sente
dor muito forte, dormência, arroxeamento.
OBS.: O aumento da viscosidade faz com que ocorra um bloqueio na circulação
sanguínea.
➢ Precauções da crioterapia
A crioterapia tem como precauções:
● Nunca colocar em cima do ramo principal superficial de um nervo como, os
nervos, radial e fibular, por gerar uma parestesia e dormência, e
consequentemente, lesionar e gerar neuropatia transitória.
● Nunca aplicar em lesão aberta profunda, pois agride os tecidos subcutâneos.
● Pacientes com baixa sensibilidade ou baixa atividade mental podem gerar
risco de complicações durante a aplicação da crioterapia, fazendo com que
os efeitos não sejam atingidos.
● Pacientes com idades extremas (crianças e idosos) podem fazer com que a
aplicação não ocorra no tempo previsto.
Pacientes com aumento da rigidez articular e diminuição da extensibilidade do
colágeno, necessitam de uma maior precaução da crioterapia.
Quando se faz uso da crioterapia, há uma sequência de sensações como resultado:
1. Frio intenso
2. Queimação
3. Dor
4. Analgesia
5. Dormência
É necessário perguntar ao paciente o que ele está sentindo para que os sintomas
sejam controlados.
➢ Técnicas de aplicação
As técnicas de aplicação usadas são, a compressa fria e a bolsa de gel e/ou gelo.
- Bolsa de gelo ou mistura (água + álcool)
Algumas clínicas fisioterapêuticas usam a mistura para que não se solidifique.
Possuem alta intensidade e velocidade no resfriamento que as bolsas de gel, devido
o gel não ter um calor específico podendo atingir uma temperatura abaixo de 0 °C
(necessário o uso de uma toalha nos primeiros 5
minutos de aplicação para evitar queimação na pele
e consequentemente, ulceração), diferentemente do
gelo.
As bolsas resfriam de modo superficial, uma vez que
atingem até 2 centímetros de profundidade, sendo
necessário fazer o uso de uma interface de proteção,
como uma toalha fina. O tempo de aplicação é de 10 a 20 minutos, sendo 30
minutos com o intuito de controlar a espasticidade.
- Protocolo PRICE
É considerado o protocolo efetivopara o controle do edema e da inflamação pós
lesão, sendo usado na fase inicial da lesão (do 2° ao 4° dia após a lesão), mais
conhecida como a fase aguda. Cada letra que compõem o nome do protocolo
possui uma denominação.
● P (protection-proteção e posicionamento anatômico): o membro lesionado é
posicionado na posição anatômica, evitando contato e movimentos
excessivos, com o intuito de preservar músculos, tendões e ligamentos na
posição relaxada.
● R (rest-descanso): facilita a recuperação.
● I (ice-gelo): benefícios relatados na crioterapia.
● C (compression-compressão): auxilia na redução do edema.
● E (elevation-elevação): facilita a drenagem, tanto venosa quanto a linfática,
reduzindo o edema.
O benefício da compressão do gelo é a redução do fluxo sanguíneo, mantendo o
tecido resfriado por mais tempo e, consequentemente, demorando a retornar a
temperatura anterior.
- Massagem com gelo
Também conhecida como uma técnica de aplicação, ela consiste em congelar
garrafas, copinhos com água e um palito (semelhante a um picolé) e aplicar na área
lesionada fazendo movimentos circulares de 5 a 10 minutos, até o paciente relatar
uma analgesia (dormência). Em pacientes que possuem dores na região plantar, é
colocado uma garrafinha congelada em seu pé e fazendo movimentos de vai e
volta.
A área em que está sendo tratada pode ser observada durante o procedimento, uma
vez que não há envolvimento de ataduras ou toalhas. Essa massagem é feita de
forma contínua, em pequenas áreas do corpo, como dedos dos pés, das mãos e
pés.
- Sprays congelantes
O spray congelante (ou refrigerante) é uma aplicação tópica, muito usado para:
● Controle da dor e pontos gatilhos.
● Restrição de movimento.
● Espasmo muscular.
● Lesões esportivas de pouca gravidade.
● Dor lombar.
● Torcicolo.
● Entorse de tornozelo.
É necessário ter cuidado durante a aplicação para que não haja inalação dos
vapores do produto, a aplicação é de 2 a 5 jatos. Os sprays são usados para dor,
dessa forma, eles não são capazes de reduzir edema e a temperatura corporal.
- Banheiras de gelo
A banheira de gelo é uma técnica muito usada por lutadores de MMA e jogadores
de futebol, tanto antes da atividade física quanto após a atividade física.
● Antes da atividade física:
○ Demora na elevação da temperatura do corpo
○ Redução da fadiga muscular.
○ Redução da atuação relacionado a hipertermia.
● Após a atividade física:
○ Redução da dor muscular tardia.
○ Redução da inflamação muscular
○ Redução o dano ao tecido conectivo ocasionado pelo exercício
A banheira possui temperatura de 5 a 10°C, com duração de 10 a 15 minutos. A
técnica não queima a pele dos usuários por não estar abaixo de 0°C.
- Banho de contraste
O banho de contraste é uma técnica que consiste na alternância entre dois
recipientes, uma com água quente e a outra com água gelada, onde ocorre a
dilatação dos vasos e a vasoconstrição, respectivamente. O paciente irá ficar por 3
minutos no recipiente com água quente e 1 minuto no com água gelada, onde a
aplicação total será de 20 minutos, essa técnica é usada para edemas crônicos
persistentes, além de lesões musculoesqueléticas com maior dificuldade de
tratamento.
- Trauma agudo
O trauma agudo possui duração de até 3 dias, onde a crioterapia é usada de forma
imediata, ou seja, de 2 em 2 horas por 20 minutos, após o 3° dia, ela pode ser feita
3 vezes ao dia. Ela tem o objetivo de:
● Reduzir a dor e metabolismo.
● controlar o processo inflamatório.
- Trauma crônico
A aplicação também possui duração de 20 minutos, com o objetivo de:
● Reduzir a dor.
● Reduzir o espasmo muscular.
● Controlar o processo inflamatório após as atividades.
Sua aplicação é feita 1 vez ao dia.
➢ Procedimentos para aplicação
Antes de realizar a aplicação da crioterapia, é necessário:
● Avaliar o paciente e indicar os objetivos do tratamento.
● Avaliar se a crioterapia é a intervenção adequada.
● Verificar se ela não é contra-indicada ao paciente.
● Escolher o agente de resfriamento apropriado baseado na parte do corpo a
ser tratada e o objetivo desejado.
● Explicar ao paciente os procedimentos, os objetivos e sensações.
○ Estar sempre ao lado paciente, do primeiro ao último dia, verificando o
que ele está sentindo.
● Aplicar o agente de resfriamento.
● Avaliar os resultados obtidos.
● Anotar os resultados após a intervenção.
Geralmente, a aplicação é de 10 a 30 minutos, podendo ser estendido, uma vez
que, quanto maior o tempo de aplicação, menor será o tempo de resfriamento. Em
pacientes mais magros, a aplicação possui duração de 10 minutos, em pacientes
mais obesos, a aplicação será de 30 minutos.
Por ser responsável pela redução das respostas, muscular e sensório motora, além
da analgesia, o paciente não pode voltar às suas atividades do dia a dia, pois há um
menor recrutamento muscular, fazendo com que o risco de lesões seja muito
elevado.
É necessário pensar na temperatura do gelo, uma vez que ocorrerá uma redução da
temperatura corporal do paciente, a aplicação
diretamente na pele é considerada ideal pois
ocorre essa redução, diferentemente da toalha
seca, que impedirá que a pele tenha a
temperatura reduzida, consequentemente, não
haverá os efeitos benefícios. Tanto a toalha
gelada quanto a úmida, chegam a reduzir a temperatura, porém, não reduzem ao °C
necessário.

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