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2016-dis-imnmascarenhas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE TRANSPORTES 
 
 
 
 
 
 
ILANIA MARIA NASCIMENTO MASCARENHAS 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DE SOLOS NA REGIÃO METROPOLITANA 
DO CARIRI/CE PARA USO EM PAVIMENTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2016
 
 
ILANIA MARIA NASCIMENTO MASCARENHAS 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DE SOLOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO 
CARIRI/CE PARA USO EM PAVIMENTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
Dissertação submetida à coordenação do Programa 
de Pós-Graduação em Engenharia de Transportes da 
Universidade Federal do Ceará, como requisito para 
a obtenção do título de Mestre em Engenharia de 
Transportes. Área de Concentração: Infraestrutura de 
Transporte. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Suelly Helena de Araújo 
Barroso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2016 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
M361 Mascarenhas, Ilania.
 Caracterização geotécnica de solos na região metropolitana do Cariri/CE para uso em pavimentação /
Ilania Mascarenhas. – 2016.
 149 f. : il. color.
 Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Transportes, Fortaleza, 2016.
 Orientação: Profa. Dra. Suelly Helena de Araújo Barroso.
 1. Pavimentação. 2. Classificação AASHTO. 3. Classificação MCT. 4. Solos. 5. Região Metropolitana do
Cariri (RMC). I. Título.
 CDD 388
 
 
ILANIA MARIA NASCIMENTO MASCARENHAS 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DE SOLOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO 
CARIRI/CE PARA USO EM PAVIMENTAÇÃO 
 
 
 
 
Dissertação submetida à coordenação do Programa 
de Pós-Graduação em Engenharia de Transportes da 
Universidade Federal do Ceará, como requisito para 
a obtenção do título de Mestre em Engenharia de 
Transportes. Área de Concentração: Infraestrutura de 
Transporte. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Suelly Helena de Araújo 
Barroso. 
 
 
 
Aprovada em 31/10/2016 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_____________________________________________________ 
Profa. Suelly Helena de Araújo Barroso, D. Eng 
(Orientadora) 
 
_____________________________________________________ 
Prof. Carlos Augusto Uchôa da Silva, D. Eng 
(Examinador Interno) 
 
____________________________________________________ 
Profa. Lêda Christiane de Figueirêdo Lopes Lucena, D. Sc. 
(Examinadora Externa) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus. 
Aos meus pais, Cícero e Fátima. 
Às minhas tias, Goretti, Lucélia, Vera e 
Verônica. 
Aos meus irmãos, Cicinho e Isídio. 
À Herbene Nascimento Pereira. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 A Deus pelo dom da vida, por ter me propiciado uma família e amigos 
maravilhosos. 
À professora Suelly Helena de Araújo Barroso, pela orientação, todos os 
ensinamentos, por ter me dado a oportunidade de vim para o LMP concluir minha graduação 
e por tuda sua amizade e dedicação. 
À professora Lilian Medeiros Gondim por ter acreditado e apostado em mim e por 
sua amizade. Ao seu marido Boris por toda ajuda prestada em todos os momentos e por sua 
amizade. 
Ao Antonio Júnior Alves Ribeiro, pela ajuda na confecção dos mapas e por todas 
as suas colaborações que enriqueceram este trabalho. 
Ao meu amigo Robson por toda ajuda na coleta de solos e por todas as instruções 
para os ensaios de caracterização dos solos. 
Ao pessoal do laboratório de solos do DET, em especial a Roberto, Ciroca e 
Anselmo por toda disponibilidade em utilizar o laboratório e por toda ajuda a mim prestada. 
Ao Anselmo por ter me acompanhado nos ensaios de mini-MCV e por se disponibilizar vários 
finais de semana para me ajudar. 
À Annie e Zacarias por todo apoio administrativo e operacional que sempre me 
prestaram. 
A todos do grupo de Solos do LMP, pelo incentivo e pela troca enriquecedora de 
conhecimento. 
Agradeço aos professores do PETRAN/UFC que contribuíram para minha 
formação acadêmica e profissional durante esse curso. 
Ao Edson Radnai, por sua total disposição em disponibilizar a Asfaltos Nordeste 
para realização do ensaio de adsorção de azul de metileno. Ao Erivan e a Edilane pela 
colaboração, paciência e ensinamentos na execução do ensaio. 
Ao Professor Sasaki, Valéria e todos os bolsista do Laboratório de Raios X, pela 
realização dos ensaios de difratometria e fluorescência de Raios X e por todo conhecimento 
prestado. 
Aos professores examinadores, Uchôa e Lêda, por terem participado da banca 
examinadora e pela vasta contribuição no trabalho. 
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento 
de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. 
 
 
Aos meus pais Cícero e Fátima pelo amor, carinho, pelas dificuldades que vocês 
enfrentaram para que eu e meus irmãos tivéssemos sempre educação de qualidade, pela 
paciência, compreensão e pelos exemplos de vida que vocês são. Amo vocês. 
Aos meus irmãos Cicinho e Isídio pela amizade, pelo companheirismo, pelos 
apoios, pelas brigas, pelo carinho. 
Às minhas tias Goretti, Lucélia, Vera e Verônica pelo amor incondicional que 
vocês me deram ao longo da minha vida. 
Aos meus avós maternos (in memorian) e paternos por todos os ensinamentos que 
me deram e pelos finais de semana maravilhosos que vivi com vocês. 
Aos meus padrinhos Darci e Edmilson pelos ensinamentos e pela torcida sempre 
presente. 
À Herbene Nascimento Pereira por sua amizade, apoio ao longo desses anos e 
todo seu amor. 
Aos meus verdadeiros amigos, por todos os momentos maravilhosos que me 
proporcionaram ao longo da minha vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não viva para que sua presença seja notada, 
mas para que a sua falta seja sentida” 
 
Bob Marley. 
 
 
 
RESUMO 
 
Este estudo busca fazer um levantamento e caracterização dos tipos de solos existentes na 
Região Metropolitana do Cariri (RMC), localizada no sul do estado do Ceará, para fins de 
pavimentação. Para tanto, em uma primeira etapa, foram obtidos dados geomorfológicos da 
região e posteriormente criados mapas temáticos das características biofísicas tais como: 
clima, relevo, hidrografia, vegetação, geologia, pedologia, além da malha rodoviária 
pavimentada da área de estudo. Na segunda etapa da pesquisa, foram coletados solos que 
foram classificados pela classificação americana da AASHTO (American Association of State 
Highway and Transportation Officials) e pela classificação brasileira MCT (Miniatura, 
Compactado, Tropical). Os solos coletados também foram submetidos aos ensaios químicos, 
físicos e mecânicos para que fossem conhecidas as suas propriedades tecnológicas. De acordo 
com a classificação da AASHTO foi possível perceber que a previsão do comportamento dos 
solos é ruim para uso em pavimentação. Entretanto, os resultados dos valores de CBR 
variaram de 24% a 40%, contradizendo o que se esperaria das amostras após o uso da 
classificação americana de solos. A classificação MCT também não se adequou aos solos, 
pois os mesmos se situaram numa zona de transição entre solos de comportamento laterítico e 
não laterítico. Quando observados os demais ensaios, os solos apresentaram características 
típicas de solos de comportamento laterítico com baixa atividade da fração argila e presença 
de óxidos de ferro e alumínio. Os resultados do Módulo de Resiliência corroboraram com a 
expectativa de solos de qualidades melhorese indicaram que o modelo composto para essas 
amostras não foi o que melhor representou os materiais. Por fim, foram dimensionados vários 
pavimentos tendo como base os solos estudados e todos apresentaram possibilidade de 
aplicação em camadas granulares dos pavimentos para várias solicitações de tráfego. 
Conclui-se que os solos da RMC precisam ser melhores caracterizados para serem aplicados 
na área de pavimentação. 
 
Palavras-chave: Pavimentação, Classificação AASHTO, Classificação MCT, Solos e Região 
Metropolitana do Cariri (RMC). 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This work seeks to survey and characterization of the types of soil in the Metropolitan Region 
of Cariri (RMC), located in the southern state of Ceará, for paving purposes. Therefore, in a 
first stage, were obtained geomorphological data of the region and later created thematic maps 
of biophysical characteristics such as climate, topography, hydrography, vegetation, geology, 
soil science, beyond the paved road network of the study area. In the second stage of the 
research, soils were collected which were classified by the American classification of 
AASHTO (American Association of State Highway and Transportation Officials) and 
Brazilian MCT classification (Miniature, Compacted, Tropical). The collected soils were 
submitted to chemical, physical and mechanical tests that were known their technological 
properties. According to the classification of AASHTO was revealed that soil behavior 
forecast is bad for use in flooring. However, the results of the CBR ranged from 24% to 40%, 
contradicting what one would expect the use of the samples after the American soil 
classification. MCT classification also not adapted to the soils which stood in a transition 
zone between lateritic and non lateritic soils. When observing the other tests, the soil showed 
typical characteristics of lateritic soils with behavior such as low activity of the clay fraction 
and the presence of iron and aluminum oxides. The Resilience Module results corroborate the 
expectation of soils with good strength and indicated that the composite model for these 
samples was not what best represented the materials. Finally, they were scaled several floors 
based on the soils and all showed good support for multiple traffic requests. It is concluded 
that the MRC soils need to be better characterized to be applied in pavements. 
 
Keywords: Flooring, Classification AASHTO, MCT Classification, Soils and Metropolitan 
Region Cariri (RMC). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Fluxograma da metodologia resumida. ................................................................. 27 
Figura 2 - Esquema de sondagem para prospecção preliminar de materiais. ........................ 29 
Figura 3 - Mapeamento geotécnico de Caucaia..................................................................... 32 
Figura 4 - Mapa de comportamento do subleito da RMF conforme a classificação AASHTO.
 ............................................................................................................................. 33 
Figura 5 - Ábaco de plasticidade. .......................................................................................... 36 
Figura 6 - Classificação MCT. .............................................................................................. 43 
Figura 7 - Ábaco de classificação MCT-M. .......................................................................... 43 
Figura 8 - Localização da RMC no estado do Ceará e no Brasil. .......................................... 48 
Figura 9 - Mapa da Região Metropolitana do Cariri (RMC). ................................................ 49 
Figura 10 - Malha rodoviária pavimentada da RMC. .............................................................. 51 
Figura 11 - Mapa do clima da RMC. ....................................................................................... 53 
Figura 12 - Mapa do relevo da RMC. ...................................................................................... 54 
Figura 13 - Bacias hidrográficas do Ceará. ............................................................................. 56 
Figura 14 - Mapa da hidrografia da RMC. .............................................................................. 57 
Figura 15 - Mapa da vegetação da RMC. ................................................................................ 60 
Figura 16 - Mapa geológico da RMC. ..................................................................................... 62 
Figura 17 - Mapa pedológico da RMC. ................................................................................... 64 
Figura 18 - Aspecto visual dos solos coletados para estudo.................................................... 71 
Figura 19 - Clima da RMC com os pontos de coleta dos solos. .............................................. 72 
Figura 20 - Relevo da RMC com os pontos de coleta dos solos. ............................................ 72 
Figura 21 - Vegetação da RMC com os pontos de coleta dos solos. ....................................... 73 
Figura 22 - Geologia da RMC com os pontos de coleta dos solos. ......................................... 73 
Figura 23 - Pedologia da RMC com os pontos de coleta dos solos. ....................................... 74 
Figura 24 - Fluxograma detalhado do programa experimental. .............................................. 76 
Figura 25 - Deformações sofridas pela amostra submetida ao ensaio triaxial de carga repetida.
 ............................................................................................................................. 78 
Figura 26 - Equipamentos para execução do ensaio de adsorção de azul de metileno, pelo 
método da mancha. .............................................................................................. 83 
Figura 27 - Exemplos do teste da mancha de azul de metileno. ............................................... 85 
Figura 28 - Ábaco para caracterização do grau de atividade da fração argila dos solos. ......... 86 
Figura 29 - Tubos Eppendorf com Amostras a serem ensaiadas. ............................................. 87 
 
 
Figura 30 - Difratômetro de Raios X Rigaku (DMAXB). ........................................................ 87 
Figura 31 - ZSXMini II – Rigaku. ............................................................................................ 88 
Figura 32 - Execução do ensaio de MEV. ................................................................................ 90 
Figura 33 - Microscópio de mesa TM 3000 HITACHI e EDS do tipo SwiftED3000. ............ 91 
Figura 34 - Imagens microscópicas de solos que apresentam comportamento laterítico. ........ 92 
Figura 35 - Imagens microscópicas de solos que apresentam comportamento não laterítico. . 93 
Figura 36 - Curvas granulométricas dos solos coletados. ........................................................ 97 
Figura 37 - Curvas granulométricas dos solos com a Faixa F do DNIT. ................................. 99 
Figura 38 - Curvas granulométricas dos solos com a Faixa A da metodologia MCT. ........... 100 
Figura 39 - Curva granulométrica de JN com a Faixa A da metodologia MCT. ................... 100 
Figura 40 - Curvas granulométricas dos solos com a Faixa B da metodologia MCT. ........... 101 
Figura 41 - Curvas granulométricas dos solos com a Faixa C da metodologia MCT. ........... 101 
Figura 42 - Resultados de LL e IP para as amostras coletadas com inclusão dos limites 
máximos especificados em norma. .................................................................... 103 
Figura 43 - Resultados do ensaio de compactação Proctor para as amostras coletadas. ........ 104 
Figura 44 - Resultados dos valores de CBR para os solos coletados. .................................... 106 
Figura 45 - Correlaçõesdos modelos para os solos estudados. .............................................. 109 
Figura 46 - Modelo 4 para o módulo resiliente da amostra B. ............................................... 111 
Figura 47 - Modelo 4 para o módulo resiliente da amostra Cr. .............................................. 111 
Figura 48 - Modelo 4 para o módulo resiliente da amostra FB. ............................................. 112 
Figura 49 - Modelo 8 para o módulo resiliente da amostra J. ................................................ 112 
Figura 50 - Modelo 4 para o módulo resiliente da amostra JN. ............................................. 113 
Figura 51 - Modelo 4 para o módulo resiliente da amostra MV. ........................................... 113 
Figura 52 - Modelo 4 para o módulo resiliente da amostra NO. ............................................ 114 
Figura 53 - Modelo 8 para o módulo resiliente da amostra SC. ............................................. 114 
Figura 54 - Comparativo de MR. ........................................................................................... 116 
Figura 55 - Ábaco da classificação MCT com as amostras ensaiadas. .................................. 117 
Figura 56 - Ábaco da classificação MCT-M com os solos estudados. ................................... 118 
Figura 57 - Ábaco de adsorção de azul de metileno com amostras ensaiadas. ...................... 119 
Figura 58 - Difratograma da amostra B. ................................................................................. 120 
Figura 59 - Difratograma da amostra Cr. ............................................................................... 121 
Figura 60 - Difratograma da amostra FB................................................................................ 121 
Figura 61 - Difratograma da amostra J. .................................................................................. 122 
Figura 62 - Difratograma da amostra JN. ............................................................................... 122 
 
 
Figura 63 - Difratograma da amostra MV. ............................................................................. 123 
Figura 64 - Difratograma da amostra NO. .............................................................................. 123 
Figura 65 - Difratograma da amostra SC................................................................................ 124 
Figura 66 - Imagens microscópicas dos solos estudados. ...................................................... 126 
Figura 67 - Modelos constitutivos do comportamento resiliente de materiais de pavimentação 
utilizados no SisPav. ............................................................................................ 134 
Figura 68 - Mapa de Geologia da RMC com os Resultados Finais dos Ensaios. .................. 139 
Figura 69 - Mapa de Pedologia da RMC com os Resultados Finais dos Ensaios. ................. 140 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Volumes de materiais para cada quilômetro de pavimento de estrada.................. 30 
Tabela 2 - Classificação de solos conforme a SUCS.............................................................. 35 
Tabela 3 - Classificação da AASHTO. ................................................................................... 38 
Tabela 4 - Emprego de solos integrantes da MCT. ................................................................ 42 
Tabela 5 - Resumo das fontes dos dados obtidos. .................................................................. 49 
Tabela 6 - Dados de população da RMC. ............................................................................... 50 
Tabela 7 - PIB das cidades da RMC e sua relevância em relação ao estado do Ceará. ......... 52 
Tabela 8 - Ocorrência do clima na RMC. ............................................................................... 52 
Tabela 9 - Ocorrência do relevo na RMC. ............................................................................. 54 
Tabela 10 - Capacidade dos reservatórios da RMC. ................................................................ 57 
Tabela 11 - Característica do abastecimento de água na RMC. ............................................... 58 
Tabela 12 - Ocorrência da vegetação na RMC. ........................................................................ 59 
Tabela 13 - Ocorrência da geologia na RMC. .......................................................................... 61 
Tabela 14 - Ocorrência da pedologia na RMC. ........................................................................ 63 
Tabela 15 - Nomenclatura para as amostras coletadas e sua localização. ................................ 70 
Tabela 16 - Dados geomorfológicos para cada amostra coletada. ........................................... 75 
Tabela 17 - Ensaios de caracterização e suas respectivas normas. ........................................... 77 
Tabela 18 - Densidade real dos solos estudados....................................................................... 96 
Tabela 19 - Granulometria das oito amostras avaliadas. .......................................................... 96 
Tabela 20 - Resultados de Cu e Cc. .......................................................................................... 98 
Tabela 21 - Resultados do LL, IP, IG e classificação da AASHTO para os solos estudados.102 
Tabela 22 - Resumo dos resultados do ensaio de compactação Proctor. ............................... 103 
Tabela 23 - Resumo dos resultados do ensaio CBR e expansão. ........................................... 105 
Tabela 24 - Coeficientes de regressão (R²) para cada um dos modelos testados de MR. ...... 108 
Tabela 25 - Valores de MR utilizados para comparação ........................................................ 115 
Tabela 26 - Parâmetros c', d', e' e Pi das amostras ensaiadas. ................................................ 116 
Tabela 27 - Resultados da fluorescência de Raios X.............................................................. 125 
Tabela 28 - Macronutrientes presentes nos solos estudados. ................................................. 130 
Tabela 29 - Propriedades químicas dos solos estudados. ....................................................... 130 
Tabela 30 - Valores de CTC de alguns argilominerais. .......................................................... 132 
Tabela 31 - Valores de Tr para os solos estudados................................................................. 133 
 
 
Tabela 32 - Módulos de resiliência e valores de poisson considerados como dados de entrada 
para o dimensionamento mecanístico-empírico. ............................................... 135 
Tabela 33 - Resultados do dimensionamento realizado no SisPav. ...................................... 136 
Tabela 34 - Resumo dos resultados dos ensaios já realizados com as amostras coletadas da 
RMC. ................................................................................................................. 138 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ANA Agência Nacional de Águas 
ASTM American Society for Testing and Materials 
BPR Bureau of Public Roads 
CA Coeficiente de Atividade 
CBR California Bearing Ratio 
CBUQ Concreto betuminoso usinado a quente 
C.E. Condutividade elétrica 
COGERH Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos 
CPRM Serviço Geológico do Brasil 
CTC Capacidade de Troca Catiônica 
DER Departamento de Estradas de Rodagem 
DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem 
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes 
DRX Difratometria de Raios X 
EDS Analisadorde energia dispersiva 
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
EVA Ethil Vinil Acetat 
FUNCEME Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos 
FRX Fluorescência de Raios X 
GPS Global Position System 
H Umidade 
HÓT Umidade Ótima 
HRB Highway Research Board 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IG Índice de Grupo 
IP Índice de Plasticidade 
IPECE Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará 
ISC Índice de Suporte Califórnia 
LAMEV Laboratório de Microscopia Eletrônica por Varredura 
LL Limite de Liquidez 
 
 
LP Limite de Plasticidade 
MCT Miniatura, Compactado, Tropical 
MCT-M Classificação MCT modificada proposta por Vertamatti (1998) 
MCV Moisture Condition Value 
MES Massa Específica Seca Máxima 
MEV Microscopia Eletrônica de Varredura 
MMA Ministério do Meio Ambiente 
MO Matéria Orgânica 
MR Módulo de Resiliência 
PIB Produto Interno Bruto 
N Número de operações do eixo simples padrão 
NBR Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 
NR Não recomendado 
PVC Policloreto de vinil 
PST Porcentagem de sódio trocável 
RMC Região Metropolitana do Cariri 
RMF Região Metropolitana de Fortaleza 
RNAs Redes Neurais Artificiais 
SAFL Solo Arenoso Fino Laterítico 
SUCS Sistema Unificado de Classificação dos Solos 
TRB Transportation Research Board 
TSD Tratamento Superficial Duplo 
UFC Universidade Federal do Ceará 
UFCA Universidade Federal do Cariri 
URCA Universidade Regional do Cariri 
USACE United States Army Corps of Engineers 
V Volume de Solução Padrão de Azul de Metileno 
Va Volume de Azul de Metileno Consumido 
VLT’s Veículos Leves sobre Trilhos 
 
 
 
 
 
 LISTA DE SÍMBOLOS 
 
% Al Saturação de Alumínio 
% V Saturação de Bases 
c’ Coeficiente de deformabilidade da classificação MCT 
Cc Coeficiente de curvatura 
Cu Coeficiente de uniformidade 
d’ Coeficiente que caracteriza o ramo seco da curva de compactação obtida pelo 
método MCT 
∆pH Diferença entre pH em KCl e o pH em água 
e’ Índice da classificação MCT calculado em função de Pi e d’ 
k1 Parâmetro dos modelos de comportamento resiliente obtidos por regressão 
k2 Parâmetro dos modelos de comportamento resiliente obtidos por regressão 
k3 Parâmetro dos modelos de comportamento resiliente obtidos por regressão 
k4 Parâmetro dos modelos de comportamento resiliente obtidos por regressão 
k5 Parâmetro dos modelos de comportamento resiliente obtidos por regressão 
P Quantidade de fósforo assimilável 
Pa Pressão Atmosférica 
Pi Perda de massa por imersão 
R² Coeficiente de correlação 
S Soma de cátions trocáveis 
τoct Tensão de cisalhamento octaédrica 
Tr Atividade das argilas 
θ Primeiro Invariante de Tensões 
εr Deformação recuperável ou resiliente 
σ1 Tensão axial cíclica ou tensão principal maior 
σ3 Tensão de confinamento ou tensão principal menor 
σd Tensão desvio 
w Teor de umidade 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 23 
1.1 Contextualização .............................................................................................. 23 
1.2 Problema de Pesquisa ...................................................................................... 25 
1.3 Hipótese ............................................................................................................ 25 
1.4 Questões de Pesquisa ....................................................................................... 25 
1.5 Objetivos ........................................................................................................... 26 
1.5.1 Objetivo geral .................................................................................................... 26 
1.5.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 26 
1.6 Metodologia Resumida .................................................................................... 26 
1.7 Estrutura da Dissertação ................................................................................ 27 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 28 
2.1 Considerações Iniciais ..................................................................................... 28 
2.2 Estudos Geotécnicos ........................................................................................ 28 
2.2.1 Estudos do subleito ........................................................................................... 28 
2.2.2 Estudo das ocorrências de materiais para pavimentação ............................... 29 
2.2.3 Alguns estudos sobre o mapeamento geotécnico de solos em obras viárias... 30 
2.3 Classificações de Solos ..................................................................................... 34 
2.3.1 Sistema unificado de classificação dos solos (SUCS) ..................................... 34 
2.3.2 Classificação AASHTO .................................................................................... 36 
2.3.3 Solos tropicais ................................................................................................... 39 
2.3.3.1 Solos lateríticos ................................................................................................. 39 
2.3.3.2 Solos saprolíticos ............................................................................................... 40 
2.3.4 Classificação MCT ........................................................................................... 40 
2.4 Principais Estudos Realizados no Brasil para Identificar Solos de 
Comportamento Laterítico ............................................................................. 44 
2.5 Considerações Finais ....................................................................................... 47 
3 INFORMAÇÕES GEOAMBIENTAIS DA REGIÃO METROPOLITANA 
DO CARIRI ..................................................................................................... 48 
3.1 Considerações Iniciais...................................................................................... 48 
3.2 Informações Gerais .......................................................................................... 49 
3.3 Economia .......................................................................................................... 51 
 
 
3.4 Clima................................................................................................................. 52 
3.5 Relevo ............................................................................................................... 53 
3.5.1 Chapadas altas .................................................................................................. 54 
3.5.2 Depressão sertaneja .......................................................................................... 55 
3.5.3 Maciços e serras baixas .................................................................................... 55 
3.6 Hidrografia....................................................................................................... 56 
3.7 Vegetação .........................................................................................................59 
3.7.1 Floresta subperenifólia tropical plúvio-nebular (mata úmida) ...................... 60 
3.7.2 Floresta subcaducifólia tropical pluvial (mata seca) ...................................... 60 
3.7.3 Floresta caducifólia espinhosa (caatinga arbórea)......................................... 61 
3.7.4 Floresta subcaducifólia tropical xeromorfa (cerrado) .................................... 61 
3.8 Geologia ............................................................................................................ 61 
3.9 Pedologia .......................................................................................................... 62 
3.9.1 Latossolo vermelho-amarelo ............................................................................ 64 
3.9.2 Argissolo vermelho-amarelo ............................................................................ 65 
3.9.3 Neossolos flúvicos ............................................................................................. 66 
3.9.4 Neossolos litólicos ............................................................................................. 66 
3.9.5 Nitossolo vermelho ........................................................................................... 67 
3.9.6 Vertissolo........................................................................................................... 67 
3.10 Considerações Finais ....................................................................................... 68 
4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 69 
4.1 Considerações Iniciais ..................................................................................... 69 
4.2 Materiais Coletados ......................................................................................... 69 
4.3 Programa Experimental ................................................................................. 76 
4.3.1 Ensaios de caracterização dos solos coletados e a classificação AASHTO ... 76 
4.3.2 Ensaios de compactação................................................................................... 77 
4.3.3 Ensaios de CBR e expansão ............................................................................. 77 
4.3.4 Ensaio triaxial de cargas repetidas .................................................................. 77 
4.3.5 Ensaios da classificação MCT ......................................................................... 81 
4.3.5.1. Mini-MCV .......................................................................................................... 81 
4.3.5.2. Perda de massa por imersão ............................................................................. 81 
4.3.6 Adsorção de azul de metileno ........................................................................... 81 
4.3.6.1 Aparelhagem ..................................................................................................... 82 
 
 
4.3.6.2 Preparação da amostra ..................................................................................... 83 
4.3.6.3 Execução do ensaio ........................................................................................... 83 
4.3.6.4 Resultados ......................................................................................................... 85 
4.3.7 Raios X .............................................................................................................. 86 
4.3.7.1 Difratometria de Raios X .................................................................................. 87 
4.3.7.2 Fluorescência de Raios X .................................................................................. 88 
4.3.8 Microscopia Eletrônica de Varredura ............................................................. 88 
4.3.9 Caracterização química .................................................................................... 93 
4.4 Considerações Finais ....................................................................................... 94 
5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................... 95 
5.1 Considerações Iniciais ..................................................................................... 95 
5.2 Ensaios de Caracterização .............................................................................. 95 
5.2.1 Densidade real .................................................................................................. 95 
5.2.2 Granulometria .................................................................................................. 96 
5.2.3 Limite de liquidez, índice de plasticidade, índice de grupo e classificação da 
AASHTO ......................................................................................................... 102 
5.3 Resultados do Ensaio de Proctor ................................................................. 103 
5.4 Resultados do Ensaio CBR ........................................................................... 105 
5.5 Resultados de MR .......................................................................................... 107 
5.6 Resultados da Classificação MCT ............................................................... 116 
5.7 Resultados de Adsorção de Azul de Metileno ............................................. 119 
5.8 Raios X............................................................................................................ 119 
5.8.1 Difratometria de Raios X ............................................................................... 119 
5.8.2 Fluorescência de Raios X ............................................................................... 125 
5.9 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ............................................ 125 
5.10 Caracterização Química ............................................................................... 128 
5.11 Avaliação Estrutural das Amostras ............................................................. 133 
5.12 Resultados Finais ........................................................................................... 137 
5.13 Considerações Finais ..................................................................................... 140 
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................... 141 
6.1 Principais Conclusões.................................................................................... 141 
6.2 Principais Constatações ................................................................................ 142 
6.2.1 Quanto aos ensaios de caracterização ........................................................... 142 
6.2.2 Quanto aos ensaios mecânicos ...................................................................... 142 
 
 
6.2.3 Quanto aos ensaios aplicados aos solos de comportamento laterítico ........ 143 
6.2.4 Quanto aos ensaios adicionais ....................................................................... 144 
6.3 Sugestões para Trabalhos Futuros .............................................................. 144 
 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 146 
 
 
 
23 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 Contextualização 
 
A Região Metropolitana do Cariri (RMC) está localizada ao sul do estado do Ceará e é 
a segunda maior aglomeração urbana do estado do Ceará, ficando atrás apenas da Região 
Metropolitana de Fortaleza (RMF). Desenvolvem-se naquele espaço atividades comerciais, 
industriais e serviços os mais variados. Assim, o Governo e a sociedade local criam condições 
socioeconômicas e sociopolíticas necessárias à geração de empregos com oportunidades para 
as pessoas que residem na região do Cariri. 
No aspecto político-administrativa, a RMC compreende as cidades de Barbalha, 
Caririaçu, Crato, Farias Brito, Jardim, Juazeiro do Norte, MissãoVelha, Nova Olinda e 
Santana do Cariri. A RMC é uma região importante do Nordeste e se destaca pela riqueza do 
solo, recursos hídricos e minerais. A agricultura é diversificada e proporcionou o 
desenvolvimento de agroindústrias de derivados da cana-de-açúcar, algodão e couro, além de 
atividades na metalurgia, ourivesaria, agropecuária orgânica, avicultura, produção têxtil, 
produção de calçados e de medicamentos. 
Segundo o IPECE (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará) (2013), a 
economia cearense, de 2002 a 2010, cresceu impulsionada principalmente pelas economias da 
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e da macrorregião do Cariri/Centro Sul. Em 2010, 
essas regiões representaram 74,71 % do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará, o equivalente 
a R$ 58,17 bilhões. 
Naturalmente, o ramo que se destaca na região do Cariri é o do turismo religioso, 
porém há um plano integrado de turismo entre várias cidades da região do Cariri, 
destacando-se também os fósseis, os Geopark, as belezas naturais da Chapada do Araripe, a 
cultura e a história do Cariri. Juazeiro por ser a maior cidade da região e ter a melhor 
infraestrutura é a preferida dos turistas. Um dado que comprova o crescimento do turismo na 
região é o fato de que o Aeroporto Regional do Cariri situado em Juazeiro obteve o maior 
crescimento percentual do Brasil em 2006. Observa-se, então, que a RMC está em pleno 
crescimento e desenvolvimento. 
O desenvolvimento de uma região tem grande dependência do número e da qualidade 
das suas estradas, estas têm a importância de servir de acesso e interligar regiões, onde haverá 
24 
 
escoamento de produção e a circulação da população. Essas estradas, que tem como 
característica geralmente um pavimento flexível, são constituídas por camadas (revestimento, 
base, sub-base e reforço de subleito) de diferentes materiais que tem como objetivo proteger o 
subleito natural e resistir à ação do tráfego. O revestimento é a camada geralmente de origem 
asfáltica que fica exposta à ação do tráfego. Já as demais camadas ficam abaixo do 
revestimento, tendo o solo como seu principal constituinte. 
A utilização de materiais granulares nas bases e sub-bases de pavimentos flexíveis é 
uma prática bastante difundida. Entretanto, muitas vezes, há escassez de materiais de melhor 
qualidade em algumas regiões o que pode resultar em grandes distâncias de transporte e 
consequente inviabilidade da execução de uma obra rodoviária. 
Em algumas regiões do Brasil, quando aplicados conceitos de mecânica dos solos para 
solução dos problemas ligados à construção rodoviária, ocorrem contradições entre o previsto 
e o comportamento real dos solos nas obras. Essas discrepâncias são atribuídas às 
singularidades dos solos brasileiros como: ocorrência, constituição, formação, propriedades 
índices e condições ambientais. 
Em geral, as normas "ditas" tradicionais limitam o Limite de Liquidez (LL) em 25% e 
o Índice de Plasticidade (IP) em 6%. Porém, esses valores não são aplicados aos solos 
tropicais de comportamento laterítico. Existem vários exemplos de solos tropicais com 
elevados LL e que se expandem muito pouco quando compactados e imersos em água, 
contrariando as normas tradicionais. Mas também existem solos que se expandem além do 
tolerado, apesar de apresentarem LL e IP de acordo com os limites recomendados em normas. 
O conhecimento das potencialidades e das limitações dos solos ocorrentes em uma 
dada região favorece a possibilidade da escolha de soluções mais econômicas para a 
construção das camadas do pavimento. Na região do Cariri, não existe nenhum estudo que 
caracterize os solos que lá ocorrem, bem como não existe nenhuma aplicação de métodos não 
convencionais, como por exemplo, o método MCT (Miniatura, Compactado, Tropical) para 
caracterização desses solos, além do fato dos estudos que se utilizaram de métodos 
convencionais também são escassos e pouco difundidos. 
 
 
 
25 
 
1.2 Problema de Pesquisa 
 
A ausência de estudos geotécnicos provoca um desconhecimento do comportamento 
dos solos na Região do Cariri para aplicação em obras viárias. Desta forma, os materiais 
locais empregados em camadas granulares podem estar sendo subutilizados, proporcionando 
projetos pouco eficientes do ponto de vista técnico, econômico e ambiental. 
 
1.3 Hipótese 
 
A caracterização dos solos da RMC pode ser bem representada tendo como 
fundamentação: (i) o levantamento dos parâmetros geofísicos mais importantes para a 
formação do solo, (ii) a avaliação do uso de classificações de solos convencionais (AASHTO- 
American Association of State Highway and Transportation Officials e não convencionais 
(MCT-Miniatura, Compactado, Tropical) e (iii) realização de ensaios mecanísticos para 
determinação das propriedades tecnológicas dos solos. 
 
1.4 Questões de Pesquisa 
 
 A classificação AASHTO é adequada aos solos da RMC? 
 Existem solos de comportamento laterítico, caracterizados pela classificação MCT, na 
RMC? 
 Qual o tipo de subleito típico da RMC? 
 É possível elaborar um mapa geotécnico para finalidades rodoviárias para a RMC? 
 Os solos da RMC podem ser utilizados em camadas granulares de pavimento? 
 
 
 
 
 
 
26 
 
1.5 Objetivos 
 
1.5.1 Objetivo geral 
 
Realizar a caracterização geotécnica dos solos existentes na Região Metropolitana do 
Cariri para fins de pavimentação. 
 
1.5.2 Objetivos específicos 
 
 Analisar a aplicação da classificação AASHTO aos solos da RMC; 
 Testar se a classificação MCT pode ser aplicada aos solos da RMC; 
 Realizar um estudo dos parâmetros biofísicos por meio da elaboração de mapas da 
RMC; 
 Realizar e analisar os resultados de diferentes ensaios ainda não usados nos solos 
da RMC para fins rodoviários. 
 Elaborar um mapa final com parâmetros biofísicos da RMC e os resultados obtidos 
em laboratório. 
 
1.6 Metodologia Resumida 
 
A fim de atender todos os objetivos específicos foi traçada uma metodologia resumida 
que vai desde o levantamento dos dados para elaboração dos mapas geofísicos da RMC até 
um programa experimental robusto que será detalhado no capítulo 4. Tudo isto segue indicado 
na Figura 1. 
27 
 
Figura 1 - Fluxograma da metodologia resumida. 
 
Fonte: Próprio Autor. 
 
1.7 Estrutura da Dissertação 
 
Este trabalho está dividido em seis capítulos. No capítulo 1 é apresentada uma 
contextualização geral do trabalho, além dos objetivos e justificativa da pesquisa. No capítulo 
2, é realizada uma revisão bibliográfica que norteia toda a pesquisa, com uma abordagem de 
como são feitos os estudos geotécnicos, quais as classificações de solos existentes e principais 
trabalhos publicados para identificar solos de comportamento laterítico. No capítulo 3 é 
descrita a área de estudo. No capítulo 4 é apresentado o programa experimental. Os resultados 
e as discussões estão expostos no capítulo 5. No capítulo 6 são apresentadas as conclusões e 
as recomendações para trabalhos futuros. 
 
Metodologia Resumida 
Programa Experimental 
Tradicional 
Ensaios de 
Caracterização 
Ensaios 
Mecânicos 
Alternativo 
MCT 
Adsorção 
de Azul de 
Metileno 
Adicionais 
Raios X 
MEV 
Caracterização 
Química 
Elaboração de Mapas 
RMC 
Malha 
Rodoviária 
Clima 
Relevo 
Hidrografia 
Vegetação 
Geologia 
Pedologia 
28 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 Considerações Iniciais 
 
Neste capítulo é apresentada a revisão de literatura e serão abordados temas como: 
estudos geotécnicos, classificações de solos, solos tropicais, metodologia MCT e estudos 
realizados no Brasil para identificar solos de comportamento laterítico. 
 
2.2 Estudos Geotécnicos 
 
Para a elaboração de bons projetos de pavimentação é essencial o conhecimento dos 
materiais de uma região. É importante se entender sobre qual subleito será assentado um 
pavimento e quais materiais disponíveis podem ser utilizados em camadasgranulares do 
pavimento. Os estudos geotécnicos para o projeto de pavimentação são divididos em estudos 
do subleito e estudos de ocorrências de materiais para pavimentação. Esses estudos são 
melhores explicitados, por exemplo, no manual de pavimentação do DNIT (2006). 
 
2.2.1 Estudos do subleito 
 
O estudo do subleito tem com o objetivo o reconhecimento dos solos para a 
caracterização das diversas camadas e posterior traçado dos perfis dos solos para efeito do 
projeto do pavimento (DNIT, 2006). O reconhecimento dos solos do subleito é feito em duas 
etapas: (i) sondagem do eixo e dos bordos da plataforma da rodovia para identificação dos 
diversos horizontes de solos por intermédio de uma inspeção expedita do campo e de coleta 
de amostras e (ii) realização dos ensaios (granulometria, limites de liquidez e plasticidade, 
compactação, CBR, expansão, etc) para posterior traçado dos perfis de solo. 
Na identificação das diversas camadas dos solos são realizados sondagens no eixo e 
nos bordos da pista, distando 3,5 metros do eixo. Os furos no sentido longitudinal devem ter 
espaçamento de no máximo 100 m a 200 m, porém para locais com grande variação de tipos 
de solos este espaçamento deve ser menor. A profundidade dos furos de sondagem deve ser 
em média de 0,60 m a 1,00 m abaixo do greide projetado para a regularização do subleito. 
 
29 
 
2.2.2 Estudo das ocorrências de materiais para pavimentação 
 
O estudo das ocorrências é feito para identificar as ocorrências de materiais que 
apresentam algum potencial de aproveitamento em camadas granulares dos pavimentos, tendo 
em vista a qualidade do material, sua localização e seu volume aproximado. Esse estudo é 
realizado em duas fases de prospecção: preliminar e definitiva. 
A prospecção preliminar é a inspeção em campo dos materiais a serem investigados 
conforme enumerado a seguir e esquematizado na Figura 2: (i) delimita-se a área em que há a 
ocorrência de material e faz-se 4 a 5 furos de sondagem, na profundidade necessária, sendo 
esses na periferia e no interior da área demarcada; (ii) coleta-se, para cada furo e para cada 
camada, uma quantidade de amostra suficiente para realização dos ensaios desejados e (iii) 
faz-se a amarração dos furos de sondagem, anotando-se as distâncias entre esses e a posição 
da ocorrência em relação à rodovia em estudo. 
Para todos os furos realizados recomenda-se a obtenção das coordenadas GPS para 
possibilitar a criação de um banco de dados geográficos. 
 
Figura 2 - Esquema de sondagem para prospecção preliminar de materiais. 
 
Fonte: DNIT (2006). 
 
Uma vez verificada a possibilidade de aproveitamento técnico-econômico de uma 
ocorrência, com base nos ensaios de laboratório realizados na prospecção preliminar, será 
feito o estudo definitivo da mesma e sua cubagem. A prospecção definitiva das ocorrências de 
materiais compreende: (i) sondagens e coleta de amostras; (ii) ensaios de laboratório e (iii) 
avaliação do volume da ocorrência. 
30 
 
Para a coleta de amostras lança-se um reticulado com malha de 30 m ou mais de lado, 
dentro dos limites da ocorrência selecionada, onde serão feitos os furos de sondagem. Assim 
como para a prospecção preliminar recomenda-se o georreferenciamento dos pontos de coleta 
para a prospecção definitiva. 
Em cada furo da malha ou no seu interior é retirada amostras para realização de 
ensaios de granulometria por peneiramento, de Limite de Liquidez (LL), de Limite de 
Plasticidade (LP), de equivalente de areia, de compactação e determinação do Índice Suporte 
Califórnia (ISC). 
Com a rede de furos lançada (de 30 em 30m) e com a profundidade de cada furo e 
cada horizonte, pode-se calcular o Volume (V) de cada tipo de material encontrado na jazida. 
As quantidades mínimas dos materiais da ocorrência a serem reconhecidas, para cada 
quilômetro de pavimento de estrada, são explicitadas na Tabela 1. 
 
Tabela 1 - Volumes de materiais para cada quilômetro de pavimento de 
estrada. 
Camadas V (m³) 
Regularização e reforço de subleito 2500 
Subbase 2000m³ 
Base 2000m³ 
Areia 300m³ 
Revestimento (Pedreiras) 500m³ 
Fonte: MARQUES (2012). 
 
2.2.3 Alguns estudos sobre o mapeamento geotécnico de solos em obras viárias 
 
Há poucos estudos, no Brasil, que tratam sobre a elaboração de mapas geotécnicos 
para finalidades rodoviárias. Devido a esta lacuna, ressalta-se a importância deste estudo, 
principalmente para etapa preliminar da concepção de um projeto rodoviário. No estado do 
Ceará tem se desenvolvido algumas pesquisas para contribuir com o planejamento prévio de 
obras rodoviárias. 
RIBEIRO (2010) estimou características geotécnicas a partir das variáveis biofísicas 
(pedologia, geologia, vegetação e geomorfologia) para o município de Caucaia, localizado na 
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Para isso, foram utilizadas técnicas de 
geoprocessamento com a finalidade de cruzar as variáveis biofísicas com a classificação 
31 
 
geotécnica de solos proposto pela AASHTO. O objetivo desse trabalho foi auxiliar no 
processo de tomada de decisão quanto à utilização de solos para fins de pavimentação sem a 
realização de ensaios em laboratório. Como resultado foi obtido um mapa neuro-geotécnico 
de classificação da AASHTO para o município de Caucaia (Figura 3). 
32 
 
Figura 3 - Mapeamento geotécnico de Caucaia. 
 
Fonte: RIBEIRO (2010). 
33 
 
Posteriormente, RIBEIRO (2013) ampliou o estudo para a Região Metropolitana de 
Fortaleza com o uso de geoprocessamento e de Redes Neurais Artificiais (RNAs), utilizando 
as variáveis biofísicas (pedologia, geologia, geomorfologia, vegetação, altimetria e posição 
geográfica). As características pesquisadas se correlacionaram às variáveis geotécnicas 
estimadas: classificação AASHTO e CBR (California Bearing Ratio). Como resultados, foram 
gerados três modelos para CBR, nas energias de compactação normal e intermediária, assim 
como para a classificação da AASHTO. Essas estimativas possibilitaram a elaboração de 
mapas geotécnicos neurais estratificados para previsão dos valores de CBR. A Figura 4 
exemplifica um dos mapas resultantes deste estudo. 
 
Figura 4 - Mapa de comportamento do subleito da RMF conforme a classificação AASHTO. 
 
Fonte: RIBEIRO (2013). 
 
Ampliando seu estudo, RIBEIRO (2016) com o uso de técnicas de inteligência 
artificial e ensaios geotécnicos convencionais (analise granulométrica e compactação) gerou 
modelos destinados a estimar MR de solos, a fim de que sejam utilizados nos métodos de 
34 
 
dimensionamento empírico-mecanístico de pavimentos. Com os resultados obtidos foi 
possível perceber que as RNA são capazes de prever com boa precisão os valores de MR dos 
solos, corroborando com a utilização destes modelos no dimensionamento de pavimentos, 
quando os recursos financeiros para projeto rodoviário forem escassos ou na ausência de 
informações técnicas. 
Baseado em mapeamento geotécnico na porção oeste de Santa Catarina, ABITANTE 
et al. (1998) mostraram que com a individualização dos solos da região em unidades 
geotécnicas reduziu-se o coeficiente de variação dos resultados laboratoriais, permitindo uma 
melhor particularização do comportamento geomecânico de cada material para aplicação 
rodoviária. ZEGHAL e KHOGALI (2005) modelaram o Módulo de Resiliência (MR), a partir 
de dados de materiais granulares (densidade, estado de tensões e umidade) e com o auxílio da 
técnica de RNA. Os resultados obtidos confirmaram o potencial da técnica de RNA para 
prever o MR das amostras estudadas, representando uma alternativa promissora para os 
ensaios laboratoriais em departamentos rodoviários pequenos com limitações de pessoas e de 
orçamento. 
VIANA (2007), com o auxílio de redes neurais artificiais, modelou o MR de solos 
tropicais do interior do estado de São Paulo. O autor concluiu que as RNAs podem prever, 
com alta eficiência, o Módulo de Resiliência dos solos tropicaisde comportamento laterítico e 
não laterítico a partir das propriedades dos solos tais como: composição granulométrica, LL, 
IP, umidade ótima e resultados dos ensaios de compressão simples. 
JOHARI et al. (2011) modelaram o comportamento mecânico de solos não saturados 
por meio de ensaios triaxiais a partir dos seguintes dados: densidade seca, deformação axial, 
grau de saturação, tensão desvio e tensão média. Os autores usaram como ferramentas redes 
neurais e algoritmos genéticos e concluíram que os resultados foram satisfatórios. 
 
2.3 Classificações de Solos 
 
2.3.1 Sistema unificado de classificação dos solos (SUCS) 
 
O sistema Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS ou USCS) é o 
aperfeiçoamento da classificação de Casagrande para utilização em aeroportos, adaptada para 
uso no laboratório e no campo pelas agências americanas "Bureau of Reclamation" e "U.S. 
35 
 
Corps of Engenneers", com simplificações que permitem a classificação sistemática. Esse 
sistema foi proposto originalmente por Arthur Casagrande no início da década dos anos 40. 
 O SUCS possui como parâmetros para a determinação da classificação dos solos a 
granulometria e os limites de Atterberg (LL e IP).Os solos são reunidos em quinze grupos 
distintos representados por duas letras, sendo que a primeira é relativa à granulometria e a 
segunda à plasticidade (SANTOS, 2006). A Tabela 2 referente a essa classificação apresenta 
as três principais divisões dos solos: solos de granulometria grossa, solos de granulometria 
fina e solos altamente orgânicos. 
 
Tabela 2 - Classificação de solos conforme a SUCS. 
 
Fonte: ASTM (1990) apud SANTOS (2006). 
 
Para a fração de solo com fração granulométrica inferior a 0,42mm são determinados 
os limites de Atterberg, servindo essencialmente para classificar a fração fina do solo por 
meio do ábaco de plasticidade (LL × IP). A Figura 5 apresenta o ábaco de plasticidade no qual 
o eixo das abscissas apresenta o valor do Limite de Liquidez e no eixo das ordenadas o valor 
do Índice de Plasticidade do solo analisado. 
36 
 
Figura 5 - Ábaco de plasticidade. 
 
Fonte: ASTM (1990) apud SANTOS (2006). 
 
A carta de plasticidade é subdividida em regiões pelas linhas “A”, “B” e “U”. A linha 
“A” separa os solos em inorgânicos, siltes e argilas. Os solos de alta e baixa 
compressibilidade são separados pela linha “B”, localizados, respectivamente, à direita e à 
esquerda. A linha “U” determina empiricamente o limite superior aproximado para solos 
naturais. 
 
2.3.2 Classificação AASHTO 
 
 A classificação AASHTO, antes denominada de classificação HRB (Highway 
Research Board) e TRB (Transportation Research Board), é resultante de alterações da 
classificação do Bureau of Public Roads (BPR), originalmente apresentada em 1929. A 
proposta desta classificação é estabelecer uma hierarquização para os solos do subleito a partir 
da realização de ensaios realizados de forma corriqueira nos laboratórios. 
O procedimento de classificação é simples e usa como base dados de ensaios de 
granulometria, limites de liquidez e plasticidade. Com esses resultados consulta-se a tabela de 
37 
 
classificação da AASHTO (Tabela 3), sempre da esquerda para a direita, e de cima para 
baixo, obtendo-se assim o grupo a que pertence o solo ensaiado. 
A classificação nesse sistema se inicia pela constatação da porcentagem de material 
que passa na peneira n° 200. Nesta são considerados solos de granulação grossa os que têm 
menos de 35% passando nesta peneira (solos do grupo A-1, A-2 e A-3). Os solos com mais de 
35% passando na peneira n° 200 formam os grupos A-4, A-5, A-6 e A-7. A classificação da 
AASHTO classifica o solo como de excelente a bom e mau a ruim, para seu uso em subleito 
de rodovias, e serve para prever o comportamento preliminar de solos. 
 
 
38 
 
Tabela 3 - Classificação da AASHTO. 
CLASSIFICAÇÃO 
GERAL 
MATERIAIS GRANULARES 35% (ou menos) passando na 
peneira N° 200 
MATERIAIS SILTO - ARGILOSOS 
CLASSIFICAÇÃO 
EM GRUPOS 
A-1 
A-3 
A-2 
A-4 A-5 A-6 
A-7 
A-7-5 
A-7-6 A-1-a A-1-b A-2-4 A-2-5 A-2-6 A-2-7 
Granulometria - % 
passando na peneira 
 
 
 
N° 10 50 máx. 
N° 40 30 máx. 30 máx. 51 mín. 
N° 200 15 máx. 25 máx. 10 máx. 35 máx. 35 máx. 35 máx. 35 máx. 36 mín. 36 mín. 36 mín. 36 mín. 
Características da 
fração passando na 
peneira N° 40: 
 
 
 
 
Limite de Liquidez 40 máx. 41 mín. 40 máx. 41 mín. 40 máx. 41 mín. 40 máx. 41 mín. 
Índice de 
Plasticidade 
6 máx. 6 máx. NP 10 máx. 10 máx. 11 mín. 11 mín. 10 máx. 10 máx. 11 mín. 11 mín.* 
Índice de Grupo 0 0 0 0 0 4 máx. 4 máx. 8 máx. 12 máx. 16 máx. 20 máx. 
Materiais 
constituintes 
Fragmentos de pedras, 
pedregulho fino e areia 
Pedregulho ou areias siltosos ou 
argilosos 
Solos siltosos Solos argilosos 
Comportamento 
como subleito 
Excelente a bom Sofrível a mau 
* solos do grupo A-7: se 𝐼𝑃 ≤ 𝐿𝐿 − 30 será A-7-5; se 𝐼𝑃 > 𝐿𝐿 − 30 será A-7-6. 
Fonte: DNIT (2006).
39 
 
2.3.3 Solos tropicais 
 
No Brasil, do ponto de vista geográfico, predominam os solos sob domínio climático 
tropical, que ocorrem na faixa que se estende desde o extremo norte do Estado de Roraima 
(aproximadamente 5° N de latitude) até a cidade de São Paulo aproximadamente 23,5° S de 
latitude. Mais ao sul desta latitude de São Paulo ocorrem solos muito semelhantes, porém sob 
domínio climático subtropical compreendendo parte do estado de São Paulo, Paraná, Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul (EMBRAPA, 2015). 
A ideia de que os solos tropicais ou solos dos trópicos são vermelhos, profundamente 
intemperizados e de baixa fertilidade natural. A realidade, entretanto, é bem diferente. São 
solos muito heterogêneos, em decorrência das condições ambientais onde se originam (clima, 
relevo, material de origem e cobertura vegetal) apresentando características típicas que lhes 
conferem diferentes potenciais e limitações para uso e manejo agropecuário e florestal 
sustentável. Sua preservação como a de outros recursos naturais, é vital para garantir 
inúmeros bens e serviços ambientais à humanidade (EMBRAPA, 2015). 
Para que um solo possa ser considerado como tropical, não basta ter sido formado 
numa faixa astronômica tropical ou em região de clima tropical úmido, mas possuir 
peculiaridades de interesse geotécnico. Existem duas grandes classes de solos tropicais: os 
solos lateríticos e os solos saprolíticos (NOGAMI; VILLIBOR, 1995). 
 
2.3.3.1 Solos lateríticos 
 
Solos lateríticos (later=cor de tijolo) são aqueles que passaram por um processo de 
laterização. Tal processo consiste na lixiviação de sílicas e catiônicos com consequente 
concentração de hidróxidos de ferro e alumínio. O clima tropical favorece esse processo no 
solo devido ao seu intemperismo intenso e rápido. Após sofrer o processo de laterização, o 
solo se torna menos susceptível à ação da água, sofrendo menos erosão e com finos mais 
estáveis se comparado aos solos não lateríticos, além de adquirir uma cimentação que lhe dá 
bom desempenho mecânico para a aplicação em bases de pavimentos (RESCHETTI, 2008). 
 Conforme pode ser encontrado em NOGAMI e VILLIBOR (1995), os solos lateríticos 
pertencem aos horizontes A e B de perfis bem drenados, sendo desenvolvidos sob atuação de 
clima tropical úmido. Esses solos apresentam coloração geralmente vermelha ou amarela 
devido à presença de óxidos de ferro e alumínio hidratados. A espessura da camada desses 
solos podem ser desde a ordem de centímetros até cerca de 10 metros. 
40 
 
NOGAMI e VILLIBOR (1995) afirmam que esses solos constituem perfis naturais 
caracterizados pedologicamente por conterem horizontes B texturais que integram perfis 
denominados Latossolos, Solos Podzólicos e TerrasRoxas Estruturadas. Podem-se encontrar 
nos trabalhos as seguintes denominações pedológicas: oxisols, ferralsols, phinthosols, 
ferrallitic soils. É também comum algumas encontrar-se as seguintes denominações em 
trabalhos de engenharia: solo residual maduro, argila vermelha tropical, etc. 
 
2.3.3.2 Solos saprolíticos 
 
 As características dos solos saprolíticos (sapro=podre), conforme NOGAMI e 
VILLIBOR (1995), estão diretamente relacionadas com a decomposição da rocha matriz, 
herdando suas feições. São solos autenticamente residuais que apresentem espessura da 
camada da ordem de dezenas de metros e diferentes comportamentos e cores. Algumas 
denominações em trabalhos de engenharia: solo residual jovem, solo de alteração de rocha. 
Esses solos são identificados macroscopicamente por apresentarem manchas, 
xistosidades, vazios e outras características inerentes à rocha matriz. Sua composição 
mineralógica é muito variada, sendo resultante do intemperismo da rocha, depende, portanto, 
do grau de alteração e do tipo de rocha (FUTAI, 1999). 
 
2.3.4 Classificação MCT 
 
 O uso de materiais granulares com frações mais finas (que passam na peneira Nº 200) 
tradicionalmente são limitados como materiais de construção de pavimentos. Isso ocorre 
devido à quantidade de finos, que na maior parte das vezes reduzem a permeabilidade dos 
materiais e sua rigidez, aumentam sua deformabilidade e, principalmente, aumentam a 
expansão volumétrica em presença de água, o que causa também uma redução da sua 
resistência. Ocorre que essas características indesejadas dos finos podem não ser observadas 
em solos tropicais, cuja natureza, estrutura e propriedades mecânicas podem diferir 
substancialmente dos solos finos que ocorrem nas regiões de clima frio e temperado, locais 
onde a maior parte da tecnologia mundial da pavimentação foi concebida e desenvolvida 
(RIBEIRO, 2013). 
 No fim da década dos anos 60 e inicio da década dos anos 70, as limitações dos 
procedimentos tradicionais ficaram comprovadas, por meio do excelente desempenho de 
vários trechos experimentais executados com solos arenosos finos lateríticos. Esses solos 
41 
 
eram considerados impróprios pelos critérios tradicionais. Portanto verificou-se a necessidade 
de desenvolver critérios mais apropriados que relacionassem mais propriedades mecânicas e 
hidráulicas dos solos brasileiros compactados. No inicio da década dos anos 80 foi 
desenvolvida uma nova metodologia de origem brasileira denominada MCT (Miniatura, 
Compactado, Tropical) e que inclui também uma nova classificação de solos tropicais 
(NOGAMI; VILLIBOR, 1995). 
NOGAMI e VILLIBOR (1981) publicaram no I Simpósio Brasileiro de Solos 
Tropicais a metodologia MCT. Essa nova metodologia de estudo e classificação geotécnica, 
baseia-se nas propriedades mecânicas e hidráulicas dos solos, incluindo ensaios de 
compactação, perda de massa por imersão, permeabilidade, infiltrabilidade, contração e mini-
CBR. Esses ensaios tentam reproduzir as condições reais das camadas dos solos tropicais 
compactadas. 
A classificação MCT tem se mostrado apta para identificar solos de comportamento 
laterítico ou não. Desde a sua publicação, a classificação MCT vem sendo aperfeiçoada, tendo 
em vista a sua dificuldade no que diz respeito ao processo de ensaio e à interpretação dos seus 
resultados. Os autores dessa classificação e os estudiosos da área vêm promovendo estudos 
que objetivam simplificar o método de classificação para solos tropicais (BARROSO, 2002). 
A classificação MCT, apresentada na Figura 6, é considerada uma sistemática de 
caracterização e classificação de solos tropicais. Essa classificação é baseada em ensaios de 
laboratório, com compactação e imersão em água, a partir de corpos de prova compactados de 
dimensões reduzidas. Esses corpos de prova representam as situações a que os solos são 
submetidos quando compactados e utilizados em obras viárias (SANTOS, 2006). 
Para que os solos sejam classificados pelo sistema MCT são necessários a realização 
dos ensaios de Mini-MCV e perda de massa por imersão. De posse dos resultados desses 
ensaios são determinados os parâmetros c’, d’, e’ e Pi que permitem que o solo seja 
classificado de acordo com o método proposto por NOGAMI e VILLIBOR (1981). A 
previsão e a aplicação de cada classe de solo MCT na área rodoviária pode ser entendida a 
partir da consulta da Tabela 4. 
A Tabela 4 foi organizada para orientar a utilização rodoviária dos solos da 
classificação MCT. Entretanto, esta recomendação só é valida para a área em que o 
comportamento dos grupos foi efetivamente examinado. Alguns fatores influenciam para esse 
comportamento, com destaque para: o clima, a topografia, a geologia, a pedologia, a técnica 
construtiva e a classe da rodovia (NOGAMI; VILLIBOR, 1995). 
42 
 
VERTAMATTI (1988) apud BARROSO (2002) apresentou uma nova proposta de 
modificação da classificação MCT, incluindo no ábaco da classificação, o grupo de solos 
Transicionais (T), conforme pode ser visto na Figura 7. O ábaco apresentado por 
VERTAMATTI (1988) foi denominado de MCT-M (M de modificado). No ábaco, os solos 
transicionais ocupam uma faixa intermediária entre os solos que apresentam comportamento 
laterítico e não laterítico. 
 
Tabela 4 - Emprego de solos integrantes da MCT. 
Recomendações de utilização em obras viárias 
Comportamento N= não laterítico L= laterítico 
Grupo MCT NA NA' NS' NG' LA LA' LG' 
Base de pavimento 
de vias de baixo 
volume de tráfego 
NR 4° NR NR 2° 1° 3° 
Reforço do subleito 4° 5° NR NR 2° 1° 3° 
Subleito 
compactado 
4° 5° 7° 6° 2° 1° 3° 
Corpo de aterro 
compactado 
4° 5° 6° 7° 2° 1° 3° 
Camada de 
proteção à erosão 
NR 3° NR NR NR 2° 1° 
Revestimento 
primário 
5° 3° NR NR 4° 1° 2° 
Granulometrias 
típicas 
Argilas 
Siltes 
Areias 
siltosas 
Siltes 
Siltes 
arenos
os 
Argilas 
Argilas 
arenosas 
Argilas 
siltosas 
Siltes 
argilosos 
Areias 
siltosas 
Areias 
argilos
as 
Argilas 
Argilas 
arenosas 
Argilas 
siltosas 
Siltes 
argilosos 
Grupos prováveis das classificações tradicionais de solos 
Classificação 
Unificada de Solos SP 
SM 
MS 
SC 
ML 
SM 
CL 
ML 
MH 
MH 
CH 
SP 
SC 
SC 
MH 
ML 
CH 
Classificação 
Rodoviária A-2 
A-2 
A-4 
A-7 
A-4 
A-5 
A-7-5 
A-6 
A-7-5 
A-7-6 
A-2 
A-2 
A-4 
A-6 
A-7-5 
Fonte: NOGAMI e VILLIBOR (1995). 
 
43 
 
Figura 6 - Classificação MCT. 
 
Fonte: NOGAMI e VILLIBOR (1995). 
 
Figura 7 - Ábaco de classificação MCT-M. 
 
Fonte: VERTAMATTI (1988) apud BARROSO (2002). 
 
44 
 
2.4 Principais Estudos Realizados no Brasil para Identificar Solos de Comportamento 
Laterítico 
 
ARANOVICH (1985) acompanhou o desempenho de alguns pavimentos não 
convencionais de baixo custo no Norte, Oeste e Sudoeste do Estado do Paraná. As bases de 
solo arenoso fino tiveram bom comportamento para tráfegos médios, com espessuras de até 
15 cm, desde que o subleito fosse também de solo arenoso fino. Para esse autor, as 
classificações clássicas de solos, tais como AASHTO e classificação unificada, tem-se 
demonstrado quase inúteis na definição dos solos arenosos finos. 
FABBRI (1994) caracterizou a fração fina de solos tropicais de 297 amostras por meio 
da adsorção de azul de metileno e os resultados foram comparados com a previsão de 
comportamento dada pela MCT. Das amostras avaliadas, 128 foram de solos que 
apresentaram comportamento laterítico. Além disto, este trabalho também mostrou que existe 
uma boa concordância entre os graus de atividade determinados pela adsorção de azul de 
metileno e a previsão de comportamento da classificação MCT. 
SOUSA et al. (1997) utilizaram sensoriamento remoto e técnicas de processamento de 
imagens para analisar uma área do estado de São Paulo, próximo à cidade de Campinas. Essas 
ferramentas foram utilizadas paraa caracterização e extração de feições associadas aos solos 
lateríticos. Os resultados mostraram que as técnicas de processamento digital de imagens 
serviram para identificar diferentes unidades de solos, especificamente os solos lateríticos 
com maior teor de ferro. Além desta identificação, foi possível gerar um mapa. Apresentou-se 
uma opção viável economicamente, com análise visual, minimização de erros inerentes ao 
mapeamento e redução de visitas de campo. 
SANTOS (1998), com o intuito de comprovar o comportamento laterítico dos solos 
granulares, selecionou trechos de rodovias federais do estado de Mato Grosso onde foram 
realizadas as caracterizações tradicionais dos solos e as caracterizações pelas metodologias 
MCV de Parsons e MCT. Nesse estudo, a classificação MCT não se mostrou muito 
apropriada para os solos, pois a maioria deles foram considerados de comportamento não 
laterítico. Esse autor propõe uma nova sistemática de laboratório para os solos, 
recomendando: (i) adotar a curva de deformabilidade de MCV=12 para a determinação do 
coeficiente c´ e (ii) adotar o ramo seco da curva de compactação correspondente a 24 golpes 
para a determinação do coeficiente d´. 
COSTA JÚNIOR (2001) desenvolveu um estudo na área noroeste de São José de 
Pinhais, município pertencente à Região Metropolitana de Curitiba, com o objetivo de 
45 
 
apresentar um mapa de estimativa de unidades geotécnicas utilizando mapa geológico e 
pedológico desta região, adsorção de azul de metileno, a caracterização conforme as unidades 
geológicas e a caracterização pelo ensaio de MCT. Para a classificação MCT foram ensaiadas 
80 amostras de solo das quais apenas 23 apresentaram comportamento laterítico. 
BARROSO (2002) estudou 60 amostras de solo pertencentes à Região Metropolitana 
de Fortaleza (RMF) com o objetivo inicial de transpor o método MCT para a realidade dos 
solos ocorrentes na RMF. A autora verificou que para a aplicação da classificação MCT na 
RMF é necessário uma adaptação para as condições da região, pois a maioria dos solos 
ensaiados foram posicionados na interface entre solos de comportamento laterítico e não 
laterítico. 
Baseado na experiência desenvolvida inicialmente no estado de São Paulo, 
MARANGON (2004) buscando construir pavimentos com o uso de solos finos lateríticos 
coletou 48 amostras de solos em uma região do estado de Minas Gerais. Os solos foram 
analisados seguindo características de pedologia, o sistema de classificação MCT e a 
metodologia MCT simplificada, também proposta por Nogami e Villibor, que adota uma nova 
conceituação do coeficiente c’ a partir de uma série mais simples de golpes. Dos solos 
investigados, 33 apresentaram comportamento laterítico. Ao comparar os resultados do 
procedimento tradicional ao simplificado não apresentaram diferenças significativas para as 
classificações. Esse trabalho apresentou também propostas de alteração da metodologia MCT 
de classificação dos solos, dentre estas: (i) a adoção de fatores de redução intermediários para 
a determinação da perda de massa por imersão; (ii) a proposição para os solos siltosos e 
arenosos, quando apresentam valores elevados para o Mini-MCV acima de Mini-MCV=10, 
da obtenção do parâmetro c` pelo cálculo do coeficiente angular da reta “assimilável” à 
inclinação das retas típicas do comportamento da deformabilidade do solo ou daquelas que 
mais se aproximarem da curva Mini-MCV igual a 10 e (iii) a obtenção do parâmetro Pi, para 
o caso em que não é possível a interpolação, a partir do prolongamento do traçado até 
encontrar a condição de Mini-MCV correspondente à densidade verificada. 
FELTEN (2005) investigou se os solos pertencentes à planície costeira do sul do RS 
possuíam características de solos arenosos finos lateríticos. Para isto os solos de sete jazidas 
foram classificados pela metodologia MCT. Dos solos estudados, cinco apresentaram 
comportamento laterítico, mas nenhum passou por todos os critérios estabelecidos nesta 
metodologia. 
SANTOS (2006) fez um estudo comparativo de sistemas de classificações geotécnicas 
aplicadas a solos tropicais para 38 solos do interior paulista. Foi verificada uma concordância 
46 
 
de 81,6% do método das pastilhas de Nogami e Villibor (1994) com a classificação MCT e de 
92,1% dos ensaios de azul de metileno (FABBRI, 1994) com a MCT. 
BASTOS et al.(2008) determinaram as propriedades geotécnicas de um solo arenoso 
fino costeiro encontrado no litoral sul do Rio Grande do Sul. O solo foi submetido a 
caracterização geotécnica tradicional, a metodologia MCT, a difratometria de raios X e aos 
ensaios de adsorção de azul de metileno. O solo apresentou-se na interface entre as duas 
classes: solo arenoso laterítico (LA’) e solo argiloso laterítico (LG’). 
QUINTANS (2008) estudou as propriedades mineralógicas, físicas e mecânicas de um 
solo tropical proveniente da obra do Complexo Aeroportuário da Grande Natal, localizado no 
município de São Gonçalo do Amarante – RN. A composição química dos solos apresentou 
silício, ferro e alumínio. Esse solo foi classificado pelo método MCT como pertencente à 
classe dos arenosos lateríticos (LA’), sendo sugerido que o mesmo fosse considerado 
adequado para utilização em camadas de base e sub-base de pavimentos aeroportuários e 
rodoviários, desde que sejam manipulados corretamente. 
MEDRADO (2009) buscou em seu estudo avaliar a possibilidade de utilização de um 
solo superficial fino da região norte de Minas Gerais em camada de base de pavimentos de 
rodovias de baixo volume de trafego. Amostras de solo foram coletadas no município de 
Campo Azul no trecho que liga este a rodovia MG-202. Os resultados apontaram que segundo 
a classificação MCT os solos não tem comportamento laterítico. 
SILVA et al. (2010) coletaram amostras deformadas em uma rodovia não 
pavimentada, no município de Viçosa no estado de Minas Gerais. Dos 12 solos ensaiados, 7 
apresentaram comportamento laterítico quando submetidos à metodologia MCT. 
MÉLO (2011) investigou solos da Paraíba e do Rio Grande do Norte a fim de estudar 
as características químicas, físicas e mecânicas desses solos para classificá-los nas diversas 
metodologias (AASHTO, USCS, MCT). Os solos quando avaliados quimicamente 
apresentaram Si, Fe e Al típicos de solos de comportamento de natureza laterítica. E diante da 
metodologia MCT também foram considerados de comportamento lateríticos, um arenoso 
laterítico e o outro argiloso laterítico. 
BORRÉ et al. (2013) estudaram um solo argiloso da cidade de Ijuí, região noroeste do 
Rio Grande do Sul, e seguindo a MCT classificaram o solo estudado como solo de 
comportamento laterítico argiloso (LG’). O solo apresentou uma resistência CBR de 10% na 
energia normal e expansão de 0,22%, para a energia intermediária e modificada os valores de 
CBR e expansão foram de 21% e 0,30% e 28% e 0,54%, respectivamente. O solo foi 
47 
 
classificado como A-7-5 pela classificação da AASHTO, apresentando valores de LL e IP 
iguais a 65% e 26%, respectivamente. 
LIMA (2013) avaliou materiais utilizando os ensaios e classificação de solos 
lateríticos desenvolvida por Rodrigues et al. (2010). Três jazidas, situadas no Rio Grande do 
Norte, Pernambuco e Piauí, foram escolhidas por apresentarem tendência de solos com 
comportamento laterítico. Essa tendência foi observada em função do conhecimento das 
características dos materiais e de estudos prévios sobre a localização geográfica e da geologia 
da região. Os três solos foram classificados como solos lateríticos arenosos. Além disto, a 
nova proposta de classificação se mostrou satisfatória. A composição química e a gênese dos 
solos lateríticos constituem as bases fundamentais desta proposta de classificação. Os ensaios 
de análise química convencional, o ensaio de difração de Raios X e a Microscopia Eletrônica 
de Varredura (MEV) são suficientes para identificar os minerais constitutivos desses solos.

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