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GST0012-WL-LC-Primeira Atividade Extraclasse Economia

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FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
1ª Atividade extraclasse 
CURSO: DIREITO 
Estabelecimento de Ensino: Universidade Estácio de Sá 
Unidade: Jacarepaguá – “CEDUC” 
Matéria: Fundamentos de Economia 
Professor: José Rocha 
 
Membros do Grupo: 
- Carlos Henrique Augusta Fernandes da Silva; e 
- Luiz Antonio Baptista Pereira 
 
Tema: uma análise dos instrumentos de política macroeconômica 
adotados nos planos econômicos: Cruzado, Bresser, Verão, Collor e Real, 
no tocante ao controle da inflação e, explique porque eles falharam. 
 
Obs.: o trabalho deverá ser digitado, no mínimo uma folha (frente e 
verso). 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
Observação: Prezado professor Rocha, antes de iniciarmos o trabalho 
gostaríamos de explicar o nosso entendimento sobre o tema proposto, em face de que 
não podemos abordar o “fracasso” do Plano Real, uma vez que, a nosso ver, este Plano 
não fracassou por estar vigendo há 18 anos. 
 
Breve Histórico: 
Com o fim da Ditadura Militar emblematicamente representada pela assunção do 
cargo de Presidente da República por José Sarney entregue pelo General João Baptista 
de Figueiredo, o Brasil que já não vinha bem economicamente, entrou numa espiral 
desenfreada de descontrole de preços gerando inflação galopante. O governo Sarney e 
os subsequentes adotaram medidas ortodoxas e heterodoxas para frear a inflação, 
naquela época representada pela mídia como um dragão. Congelamento de preços, 
“gatilhos” (aumento automático dos salários quando a inflação atingisse 20%), 
sequestro de boi no pasto, corte de “zeros” na moeda, sequestro da caderneta de 
poupança foram algumas das medidas adotadas. Ministros da Fazenda eram 
frequentemente substituídos na esperança de que mudando o comando, novas e 
definitivas soluções surgissem, assim nasceram os planos de estabilização econômica: 
Cruzado, Bresser, Verão, Collor I, Collor II e Real, que serão abordados mais 
detalhadamente a seguir. 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
 Plano Cruzado: o plano do “gatilho”. 
A primeira tentativa de estabilizar a economia brasileira foi o Plano Cruzado, 
implantado em fevereiro de 1986, combinando austera política fiscal e monetária com o 
propósito de elevar a renda dos trabalhadores. Os salários foram convertidos na base do 
poder de compra médio dos últimos seis meses em valores correntes. Todos os 
assalariados receberam um abono de 8%, sendo que o salário mínimo teve tratamento 
diferenciado com um aumento real de 16%. As datas anuais dos subsídios coletivos 
foram preservadas, quando os salários seriam corrigidos em 60% da variação do custo 
de vida, além de serem automaticamente corrigidos sempre que a inflação acumulasse a 
taxa de 20%, disparando o gatilho de reajuste, ou seja, tudo continuava indexado. 
O Plano Cruzado visava combater a inflação por meio da estabilidade da moeda, 
proporcionando melhor distribuição de renda, por meio do congelamento de preços 
também, o que resultou em elevado aumento do consumo, inclusive com recursos da 
caderneta de poupança. A política monetária e política fiscal não estabeleceram metas a 
serem atingidas. 
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O Plano Cruzado fracassou em face da contínua instabilidade econômica, do 
congelamento de preços, da desvalorização salarial, da falta de disciplina de 
alinhamento entre preços e salários, trazendo de volta a aceleração inflacionária. 
 
Plano Bresser: o plano da inflação zero. 
O plano teve este nome porque foi idealizado pelo então Ministro da Fazenda 
Luiz Carlos Bresser Pereira, que idealizou taxas inflacionárias “domesticadas” e 
próximas de zero. Implantado em 12 de junho de 1987. 
O plano Bresser foi um plano de emergência. Continuou com o sistema de 
indexação da economia. Determinou um período de três meses para o congelamento. A 
taxa de câmbio não foi congelada em razão dos baixos níveis das reservas internacionais 
(política cambial). Por ser emergencial não alterou as políticas monetária e fiscal, o que 
seria feito num segundo momento. 
O Plano Bresser também fracassou por causa dos seguintes fatores: 
- falta de apoio da população após o fracasso do Plano Cruzado; 
- a expectativa geral de que o congelamento seria apenas uma trégua passageira, e 
que após os três meses os reajustes de preços e salários seriam retomados; 
- o desequilíbrio dos preços relativos, devido tanto aos aumentos defensivos antes 
da decretação do congelamento como as majorações dos preços administrados pelo 
próprio governo; e 
- as taxas de juros reais positivas inibiram os investimentos produtivos, 
privilegiando os especulativos, embora reduzissem a explosão de consumo. 
 
Plano Verão: 
O Plano Verão, última tentativa do governo Sarney de ajustar a economia. Foi 
instituído em 1989, continha elementos ortodoxos e heterodoxos para combater a 
inflação por meio do controle do déficit público, privatização de empresas estatais, 
demissão de funcionários e contração da demanda interna. Mudou a moeda de Cruzado 
para Cruzado Novo, cortando três zeros, ou seja, um cruzado novo valia mil cruzados 
(política monetária). O plano não evitou a elevação contínua e acelerada da inflação e 
causou forte recessão. 
A contenção da inflação ocorreu de forma ilusória, porque com o congelamento 
dos preços já existia uma inflação camuflada e instalada. 
O plano fracassou, porque não atingiu nenhum resultado concreto. O déficit 
público aumentou e a inflação continuou em sua trajetória de aceleração. 
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Ressalta-se que as tentativas mal sucedidas do Plano Cruzado, Bresser e Verão 
provocaram um agravamento nas precárias condições econômicas do país, produzindo 
uma grave crise de governo. 
 
Planos Collor I e II: 
Quando Collor assumiu o governo, março de 1990, a inflação era de 81% ao mês. 
Em face dessa hiperinflação, implantou-se o Plano Collor, como um ambicioso 
programa de estabilização, baseado no confisco monetário por 18 meses, que atingiu as 
contas correntes, a poupança e outros tipos de aplicações financeiras. 
O Plano Collor estabeleceu que pessoas físicas ou jurídicas podiam retirar de suas 
contas correntes e/ou cadernetas de poupança um valor máximo de NCz$ 50.000,00, e 
de suas aplicações no overnight e outros fundos de curto prazo, o máximo de NCz$ 
25.000,00 ou 20%, o que fosse maior. 
Houve a reformulação dos índices de correção monetária e a mudança da moeda 
de Cruzado Novo para Cruzeiro (política monetária). 
O Plano Collor I produziu um forte choque deflacionário, reduzindo 
drasticamente a liquidez da economia com um amplo programa de privatização das 
empresas estatais e a abertura do mercado brasileiro às importações. Buscou modernizar 
o país mesmo não observando os efeitos no âmbito social, provocou uma recessão 
global e dificultou ainda mais a geração de empregos. 
Em 1991 foi lançado o Plano Collor II, caracterizado por um pacote fiscal baseado 
na restrição do crédito, no fortalecimento das finanças públicas e numa taxa de câmbio 
(política cambial), que deveria manter o valor real da moeda. O pacote também incluía 
mudanças no imposto de renda, aumento em alguns impostos das faixas de tributação 
mais elevadas, eliminação de impostos de pouca importância e elevação de alguns 
impostos diretos (política fiscal). 
A instabilidade política instalada em 1992, que forçou o impeachment do 
presidente Fernando Collor de Mello, fez com que a taxa de inflação tornasse a subir 
atingindo uma média de 25% ao mês na segunda metade daquele ano e o PIB real 
declinasse para 1%. 
 O fracasso do Plano Collor se deu pelos seguintes fatos: liberação das taxas de 
câmbio para que as empresas estrangeiras tivessem problemas de liquidez; tentativa 
frustrada de reforma estrutural do governo, incluído cortes no funcionalismo; aumento 
excessivo da carga tributária; suspensão de subsídios; aumento das importações e 
aumento dos custos de produção. Mas a componente política para o fracasso foi maior 
do que a econômica. 
 
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Plano Real: 
Em 1994 o Plano Real foi implementado. Significouuma complexa engenharia de 
combate à inflação, baseada no ajuste fiscal, na indexação plena da economia a uma 
unidade de conta, a Unidade Real de Valor (URV), que alinhou os preços relativos, e na 
reforma monetária. Além disso, também foi fundamental a aceleração do processo de 
abertura e a valorização do real, em relação ao dólar, a chamada paridade, no início do 
plano, que ampliou a oferta de bens importados, pressionando, para baixo, os preços 
internos. 
Após sua implantação, o governo intensificou o programa de privatizações das 
estatais, transferindo para o setor privado os custos de modernização, focalizando suas 
atuações nas áreas consideradas essenciais, como saúde, educação, segurança, justiça e 
tecnologia. 
A engenharia do Plano Real foi concebida por meio de três processos: 
- equilíbrio das contas do governo, através de um ajuste fiscal e combate às causas 
da inflação; 
- criação de um padrão estável de valor, a URV; e 
- emissão do valor padrão a URV como moeda - o Real. 
 
CONCLUSÃO 
Vimos que nós brasileiros nas últimas três décadas enfrentamos várias crises, 
recessões e estagnações causando transtornos a todos. 
Infelizmente tentativas elaboradas pelos governos Sarney e Collor fracassaram. 
O Plano Real conseguiu quebrar os efeitos da inflação e dotou a política 
monetária de autonomia sobre a oferta de moeda. A partir de então, a política 
econômica obteve a condução correta e passou a responder aos choques atuais e 
antecipados, sendo menos afetada pela inflação. 
Na década de 1990 o governo iniciou o processo de abertura da economia, 
caracterizado pelas privatizações e pelo surgimento de um novo sistema bancário. 
Atualmente o Brasil apresenta uma economia mais sólida, resultante das ações 
desenvolvidas, pelo governo Fernando Henrique Cardoso e seguidas por Luís Inácio 
Lula da Silva e Dilma Rousseff. 
 
 
 
 
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Referências: 
 
ANJOS, Maria Anita dos. Retrospectiva da economia brasileira nos últimos 45 anos. 
Revista FAUBUSINESS, n. 4, dez, 2002, pp. 18-21. 
 
BAER, Werner. O rumo perdido: a crise fiscal e financeira do estudo brasileiro. São 
Paulo: Paz e Terra, 1993. 
______. A economia brasileira. São Paulo: Nobel, 1996. 
 
LACERDA, Antônio Corrêa de. Plano real: Entre a estabilização duradoura e a 
vulnerabilidade externa. In: KON, Anita (org.). Planejamento no Brasil. São Paulo: 
Perspectiva, 1999.

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