Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FONOGRAMA: qualquer fixação exclusivamente sonora de sons provenientes de uma execução ou de outros sons. O fonógrafo, inventado por Thomas Edison, em 1877, foi o primeiro aparelho a possibilitar a gravação e reprodução de sons. No fonógrafo, os sons eram registrados em cilindros metálicos fixos, não sendo possível removê-los do aparelho. O graphophone foi criado e patenteado por Graham Bell e Charles Tainter, em 1886. Esse aparelho possuía algumas inovações em relação ao fonógrafo: O cilindro removível era produzido em cera, havia a facilidade de movimentar a agulha de gravação e um raspador que possibilitava a reutilização do cilindro para uma nova gravação. Em 1888, Emile Berliner desenvolveu e patenteou o gramofone, com funcionamento similar aos seus sucessores, que utilizava discos de ebonite (borracha vulcanizada) com diâmetro de 7 polegadas, que giravam a 78 RPM. O tempo máximo de registro sonoro nesses discos era de 3 a 4 minutos. No final da década de 1940 foi desenvolvido o Long-Play ou LP, que, por meio do registro em microssulcos, permitia que se registrasse de 15 a 20 minutos em ambos os lados (Lado A e Lado B). Os LPs eram executados por toca-discos em rotação de 33 1/3 RPM (alguns aparelhos permitiam também a seleção para 45 e 78 RPM). Esse avanço tecnológico, em relação ao tempo de duração da gravação sonora de seu antecessor (o gramofone), permitiu a gravação de várias faixas musicais em um único suporte midiático. Na década de 1930, foi desenvolvido o registro sonoro em fitas magnéticas na Alemanha. Esse meio de gravação foi muito utilizado na década de 1970, por intermédio da fita K-7 (Cassete) que era uma mídia compacta, portátil e de baixo custo, e permitia a gravação e reprodução em uma grande quantidade de aparelhos comercializados para o público em geral (o Tape-Deck). O CD ou Compact Disc foi lançado como um concorrente dos discos de vinil. As principais mudanças foram o tamanho menor e a falta de um sulco visível. Os dados musicais do CD são gravados de seu centro para a sua borda. Ele possui a capacidade de registrar 74 minutos — mais do que LPs de vinil, porém, menos do que o registro sonoro de uma fita K-7 de 90 minutos. • A partir do conceito de fonograma, as grandes gravadoras definiram e praticaram, ao longo do tempo, uma relação com os cantores e compositores, por meio de um contrato de cessão remunerada de direitos, ou seja, os intérpretes e os autores cedem suas obras, em exclusividade, para fazerem parte de fonogramas que pertencerão aos produtores fonográficos (gravadoras), em troca de uma remuneração (royalties) sobre sua comercialização (vendidos em formato de discos/álbuns ou individualmente/singles). • Cada fonograma, ao ser produzido, recebe um número (código ISRC), por meio do qual a comercialização e execução pública (em rádio, TV, festas, shows, eventos, entre outros) são cadastradas, controladas e devidamente remuneradas. • O código ISRC no Brasil é gerado pelas sociedades arrecadadoras (Socinpro, Abramus, UBC, Amar etc.). Todas as pessoas envolvidas diretamente na produção de um fonograma precisam estar cadastradas ou associadas a uma sociedade arrecadadora para receber seus direitos, tanto na comercialização do fonograma como na sua execução pública. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA NO BRASIL: De acordo com Silva (2001), a indústria fonográfica brasileira está estabelecida como uma cadeia de produção e distribuição da música gravada, considerado um dos principais insumos da indústria cultural. Em 1879, o primeiro fonógrafo foi apresentado no Brasil, no Rio Grande do Sul, em 1889. Segundo Silva (2001), D. Pedro II assistiu a uma sessão de gravação e no mesmo ano, seu neto, filho caçula da Princesa Isabel e do Conde d’Eu, seria o primeiro brasileiro a ter sua voz registrada, cantando uma música. Em 1891, o tcheco Frederico Figner, chegou a Belém, no Pará. Vindo dos Estados Unidos, Figner havia adquirido um fonógrafo, produzido por Thomas Edison. Após o sucesso de sua apresentação para o público da região, ele seguiu para se apresentar em outras cidades do Brasil, sempre com a utilização do fonógrafo. Figner mudou-se para o Rio de Janeiro, que era a capital da República, e, em 1900, fundou a Casa Edison, localizada na Rua do Ouvidor nº 107, que recebeu esse nome em homenagem a Thomas Edison. A loja, que inicialmente importava e comercializava cilindros para fonógrafos e discos gramofones, foi a primeira empresa de gravação de discos brasileira. O primeiro disco brasileiro foi gravado em 1902, pelo cantor Baiano, na Casa Edison, com a música Isto é Bom, do compositor Xisto Bahia. Alguns marcos importantes da indústria fonográfica brasileira: • Em 1913, Figner, em associação com o grupo que controlava a gravadora Odeon, estabeleceu a primeira fábrica para produção (prensagem) de discos no Brasil, construída na Tijuca, no Rio de Janeiro; • No final da década de 1930, chegaram ao mercado brasileiro as gravadoras Columbia e RCA-Victor; • No final da década de 1950, a Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD) foi fundada no Rio de Janeiro; • Na década de 1960, foi promulgada a primeira lei de incentivo fiscal à cultura e também criada a campanha Disco é Cultura, pela ABPD, que orientava sobre a colocação do selo na contracapa dos discos lançados; • Em meados da década de 1970, foram construídos os estúdios das gravadoras RCA- Victor e EMI-Odeon no Brasil; • Na década de 1970, os selos WEA (Warner Music), Polygram, Capitol e Ariola estabelecem-se no Brasil.
Compartilhar