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2018-tcc-sgsilva

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E 
SECRETARIADO EXECUTIVO 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
SIMONY GOMES SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVIDÊNCIA PRIVADA: ESTUDO DE OFERTAS DE PRODUTOS DE RENDAS 
DE APOSENTADORIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2018 
 
 
 
SIMONY GOMES SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVIDÊNCIA PRIVADA: ESTUDO DE OFERTAS DE PRODUTOS DE RENDAS 
DE APOSENTADORIA 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Graduação em Administração do 
Departamento de Administração da 
Universidade Federal do Ceará, como 
requisito parcial para obtenção do Título de 
Bacharel em Administração. 
 
Orientador: Professor Dr. Jocildo 
Figueiredo Correia Neto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2018 
 
 
 
SIMONY GOMES SILVA 
 
 
 
PREVIDÊNCIA PRIVADA: ESTUDO DE OFERTAS DE PRODUTOS DE RENDAS 
DE APOSENTADORIA 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Graduação em Administração do 
Departamento de Administração da 
Universidade Federal do Ceará, como 
requisito parcial para obtenção do Título de 
Bacharel em Administração. 
 
 
Aprovado em____de_____________ de 2018. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
________________________________________________- 
Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto. (Orientador) 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
 
________________________________________________- 
Prof. Me. João da Cunha Silva 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
 
________________________________________________- 
Profª. Drª. Alane Siqueira Rocha 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
FORTALEZA 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus, a minha família e amigos. 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Sou grata primeiramente a Deus. Expresso a minha gratidão aos meus 
familiares que me apoiam desde o meu início acadêmico, principalmente a minha 
mãe, Albeny. Aos meus professores que foram fundamentais para a minha formação 
acadêmica e para meu crescimento pessoal. 
Agradeço ao meu orientador Jocildo, seus ensinamentos foram essenciais 
para o desenvolvimento deste estudo. 
Por fim, sou grata aos meus amigos e ao meu namorado, Halyson, pela 
paciência, apoio, compreensão e colaboração. 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O sistema de previdência complementar tem por objetivo garantir a qualidade de vida 
do trabalhador em sua fase de inatividade, a partir da complementação de renda da 
previdência social. Este trabalho acadêmico tem como objetivo comparar produtos 
previdenciários de Entidades Abertas de Previdência Complementar, a partir de 
parâmetros definidos para a realização das projeções dos saldos dos participantes na 
data de concessão do benefício de aposentadoria. A fundamentação teórica aborda 
as principais características da previdência privada e expõe os produtos 
comercializados pelas entidades. Utilizaram-se estudos de casos múltiplos, com 
pesquisa de natureza descritiva, abordagem qualitativa, e análise dos dados de forma 
quantitativa para a resolução da problemática apontada no trabalho. Os resultados 
obtidos permitiram uma análise do comportamento dos planos de previdência privada 
de três entidades em diferentes perfis de participantes, sendo possível constatar que 
quanto mais expressivos os valores de aplicações, maiores as vantagens comerciais 
cedidas aos contratantes. As condições comerciais dos produtos das entidades em 
estudo divergiram-se em diversos aspectos, tais como taxa de carregamento de 
entrada e saída. As projeções foram essenciais para observar seu impacto ao longo 
dos anos e assim determinar o produto mais atrativo, em um perfil definido. 
 
Palavras-chaves: Previdência complementar. Previdência privada. Rendas de 
aposentadoria. EAPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The purpose of the supplementary pension system is to guarantee the worker’s quality 
of life during his / her downtime due to the supplementation of income from social 
security. This academic work aims to compare social security products of Open Entities 
of Complementary Pension Plans, based on parameters defined by the realization of 
projections of participants' balances on the date of granting the retirement benefit. The 
theoretical rationale addresses the main characteristics of private pension and 
exposes the products marketed by entities. Multiple case studies were used, with 
descriptive research, qualitative approach, and quantitative data analysis to solve the 
problems identified in the study. The results obtained made possible an analysis on 
the behavior of the private pension plans of three entities in different profiles of 
participants, and it is possible to verify that the more expressive the values of 
applications, the greater the commercial advantages given to the contractors. The 
commercial conditions of the entities’ products under study diverged in several 
aspects, such as input and output charging rate. The projections were essential to 
observe their impact over the years and thus to determine the most attractive product, 
in a defined profile. 
 
Keywords: Supplementary pension plans. Private pensions. Pension income. EAPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
FIGURA1 – Estrutura da Previdência no Brasil ....................................................................... 21 
FIGURA 2 – Distribuição de contratantes no Brasil ................................................................. 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
GRÁFICO 1 – Brasil: Expectativa de Vida ao Nascer 2000 - 2030 ........................................ 16 
GRÁFICO 2 – Entidades Abertas de Previdência Complementar .......................................... 22 
GRÁFICO 3 – Estruturação das contribuições ........................................................................ 28 
GRÁFICO 4 – Simulação A1: Contribuições mensais de R$ 120,00 por 5 anos ................... 52 
GRÁFICO 5 – Simulação A2: Contribuições mensais de R$ 120,00 por 15 anos ................. 52 
GRÁFICO 6 – Simulação A3: Contribuições mensais de R$ 120,00 por 25 anos ................. 53 
GRÁFICO 7 – Simulação B1: Contribuições mensais de R$ 360,00 por 5 anos ................... 54 
GRÁFICO 8 – Simulação B2: Contribuições mensais de R$ 360,00 por 15 anos ................. 55 
GRÁFICO 9 – Simulação B3: Contribuições mensais de R$ 360,00 por 25 anos ................. 55 
GRÁFICO 10 – Simulação C1: Contribuições mensais de R$ 1.080,00 por 5 anos .............. 56 
GRÁFICO 11 – Simulação C2: Contribuições mensais de R$ 1.080,00 por 15 anos ............ 57 
GRÁFICO 12 - Simulação C3: Contribuições mensais de R$ 1.080,00 por 25 anos ............. 57 
GRÁFICO 13 – Simulação D1: Contribuições mensais de R$ 2.400,00 por 5 anos .............. 59 
GRÁFICO 14 – Simulação D2: Contribuições mensais de R$ 2.400,00 por 15 anos ............ 59 
GRÁFICO 15 – Simulação D3: Contribuições mensais de R$ 2.400,00 por 25 anos ............ 60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1 – Planos com cobertura por sobrevivência ............................................................. 30 
Quadro 2 – Composição do FIE ............................................................................................... 31 
Quadro 3 – Planos passíveis de resgate ................................................................................. 35 
Quadro 4 – Tipos de benefícios ............................................................................................... 36 
Quadro 5 – Sistema Previdenciário Brasileiro ......................................................................... 37 
Quadro 6 – VGBL SOBMEDIDA Renda Fixa ........................................................................... 47 
Quadro7 – PGBL SOBMEDIDA Renda Fixa ........................................................................... 48 
Quadro 8 – Produtos Itaú Vida e Previdência.......................................................................... 49 
Quadro 9 – Tipos de rendas ofertadas pelas EAPC ................................................................ 63 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
TABELA 1 – Simulação de Imposto de Renda sem Previdência Complementar ................... 26 
TABELA 2 – Simulação de Imposto de Renda com Previdência Complementar ................... 27 
TABELA 3 – Parâmetros das simulações ................................................................................ 45 
TABELA 4 – Taxa de carregamento de entrada....................................................................... 50 
TABELA 5 – Características dos fundos previdenciários do Grupo A ..................................... 51 
TABELA 6 – Características dos fundos previdenciários do Grupo B ..................................... 54 
TABELA 7 – Características dos fundos previdenciários do Grupo C .................................... 56 
TABELA 8 – Características dos fundos previdenciários do Grupo D .................................... 58 
TABELA 9 – Projeções consolidadas ....................................................................................... 60 
TABELA 10 – Tabela anual de Imposto de Renda ................................................................... 62 
TABELA 11 – Alíquota Regressiva ........................................................................................... 62 
TABELA 12 – Tabela progressiva mensal de IR ...................................................................... 65 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 14 
1.1 Problema de pesquisa ..................................................................................... 15 
1.2 Objetivos da pesquisa ..................................................................................... 15 
1.2.1 Objetivo Geral................................................................................................ 15 
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 16 
1.3 Justificativa ...................................................................................................... 16 
1.4 Metodologia utilizada ....................................................................................... 17 
1.5 Organização do trabalho ................................................................................. 18 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 19 
2.1 Previdência Complementar ............................................................................. 19 
2.1.1 Previdência Complementar no Brasil .......................................................... 20 
2.1.2 Previdência Complementar Aberta .............................................................. 22 
2.2 Órgãos Normativos e Executivos ................................................................... 23 
2.2.1 CNSP .............................................................................................................. 23 
2.2.2 SUSEP ............................................................................................................ 24 
2.3 Produtos comercializados pelas EAPC .......................................................... 25 
2.3.1 PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre ................................................... 25 
2.3.2 VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre ..................................................... 27 
2.3.3 PRGP – Plano Com Remuneração Garantida e Performance .................... 28 
2.3.4 FAPI – Fundo de Aposentadoria Programada Individual ........................... 29 
2.3.5 Planos com cobertura por sobrevivência ................................................... 29 
2.4 Carteira de Investimento ................................................................................. 31 
2.5 Taxas incidentes .............................................................................................. 31 
2.5.1 Taxa de Administração ................................................................................. 31 
2.5.2 Carregamento de entrada e saída ................................................................ 32 
2.6 Tributação de Imposto de Renda .................................................................... 32 
2.6.1 Progressivo ................................................................................................... 33 
2.6.2 Regressivo ..................................................................................................... 34 
2.7 Institutos ........................................................................................................... 35 
2.7.1 Resgate .......................................................................................................... 35 
2.7.2 Portabilidade ................................................................................................. 35 
2.8 Benefícios ......................................................................................................... 36 
2.9 Tipos de rendas ................................................................................................ 38 
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 40 
 
 
 
3.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................ 40 
3.2 Instrumento de Coleta ..................................................................................... 41 
3.3 Coleta de Dados ............................................................................................... 42 
3.4 Tratamento de Dados ....................................................................................... 43 
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................ 44 
4.1 Definições dos parâmetros das simulações .................................................. 44 
4.2 Disposições sobre as EAPC ............................................................................ 45 
4.2.1 BrasilPrev Seguros e Previdência ............................................................... 45 
4.2.2 Bradesco Vida e Previdência ....................................................................... 46 
4.2.3 Itaú Vida e Previdência ................................................................................. 48 
4.3 Simulações ....................................................................................................... 50 
4.3.1 Perfil A ........................................................................................................... 51 
4.3.2 Perfil B ........................................................................................................... 53 
4.3.3 Perfil C ........................................................................................................... 56 
4.3.4 Perfil D ........................................................................................................... 58 
4.4 Resultados ........................................................................................................ 60 
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 64 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 66 
APÊNDICE A ........................................................................................................... 70 
 
 
 
 
14 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
As discursões na esfera governamental com relação à aprovação da reformana Previdência Social, no início do ano de 2018, pauta temporariamente suspensa 
pelo Presidente da República, cujo principal objetivo seria a reformulação e instituição 
de novas regras ao modelo atual vigente, evidenciaram a instabilidade no sistema 
previdenciário e, por conseguinte, a necessidade dos indivíduos buscarem, com 
recursos próprios, a contratação de uma previdência complementar em uma entidade 
privada para assegurar a tranquilidade familiar e estabilidade financeira. 
De acordo com o relatório de análise e acompanhamento de mercado, emitido 
pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP em 2017, órgão que controla e 
fiscaliza as entidades de previdência privada abertas, o mercado de produtos de 
acumulação, apresentou forte crescimento no período entre 2014 e 2016. Reforçando 
a busca pelo produto entre a população, mesmo diante de uma crise econômica que 
afeta o país. 
O governo brasileiro instituiu a Previdência Privada pela Lei 6.435, de 15 de 
julho de 1977, regulamentada pelos decretos nº 81.240/78 e nº 81.402/78. Sendo 
revogada pela Lei Complementar n° 109, de 29 de maio de 2001, que hoje encontra-
se vigente. 
São classificadas como: Entidades Abertas de Previdência Privada (EAPC) e 
Entidades Fechadas de Previdência Privada (EFPC). Os art. 26 e 31 dispõem da sua 
destinação e seu público alvo. 
Segundo o Art. 26 da Lei Complementar n° 109. 
 
Os planos de benefícios instituídos por entidades abertas poderão ser: 
I- Individuais, quando acessíveis a quaisquer pessoas físicas; ou 
II- Coletivos, quando tenham por objetivo garantir benefícios previdenciários 
a pessoas físicas vinculadas, direta ou indiretamente, a uma pessoa jurídica 
contratante. 
 
De acordo com o Art. 31 da Lei Complementar n° 109. 
 
Art. 31. As entidades fechadas são aquelas acessíveis, na forma 
regulamentada pelo órgão regulador e fiscalizador, exclusivamente: 
I - Aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas e aos servidores 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes 
denominados patrocinadores; e 
II - Aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, 
classista ou setorial, denominadas instituidores. 
 
15 
 
 
O presente estudo explana sobre as Entidades Abertas, as quais 
comercializam seus produtos a qualquer pessoa física, que tenha o interesse em 
contratar a previdência privada para constituir reserva, e utilizá-la para 
complementação à aposentadoria. 
Conforme dados estatísticos divulgados pela Federação Nacional de 
Previdência Privada e Vida – FenaPrevi, associação civil sem fins lucrativos que 
representa as entidades atuantes, houve um aumento de 7,2% nas contribuições para 
planos de previdência privada, no período compreendido entre janeiro e novembro de 
2017, quando comparado ao mesmo período de 2016. 
 
1.1 Problema de pesquisa 
 
A previdência privada tornou-se um importante aliado para assegurar o padrão 
de vida dos indivíduos no momento de sua aposentadoria, através da 
complementação da renda, pagas pelas entidades particulares. 
Identificar o plano de investimento que melhor atenda um determinado perfil, 
e que lhe propicie melhores retornos financeiros, não é uma tarefa fácil, devido ao 
elevado número e aumento de ofertas no mercado. 
Então, como diferenciar estas ofertas e identificar o melhor fundo de aplicação 
de recursos, no qual apresentará melhores retornos à curto, médio e longo prazo? 
 
1.2 Objetivos da pesquisa 
 
Tem por finalidade responder ao questionamento levantado como tema central 
deste estudo, norteando o que se almeja esclarecer nesta pesquisa. 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
Comparar fundos de previdência complementar, ofertados pelas maiores 
entidades abertas, segundo perfis delimitados, sob parâmetros comerciais e de 
rendimentos a curto, médio e longo prazo. 
 
 
 
16 
 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
a) expor as principais características da previdência complementar; 
b) apresentar os órgãos regulamentadores; 
c) dispor sobre os produtos ofertados pelas EAPC; 
d) demonstrar os tipos de rendas disponíveis para aposentadoria. 
 
1.3 Justificativa 
 
A previdência social foi instituída em um sistema de repartição simples, ou 
seja, os trabalhadores ativos custeiam os benefícios pagos aos trabalhadores que 
estão inativos. Esse tipo de sistema pode provocar um desequilíbrio ocasionado por 
problemas administrativos, conjunturais e estruturais. Dentre os problemas 
administrativos, é possível destacar a sonegação de contribuição por parte de 
empresas, e fraudes de trabalhadores para iniciar o recebimento da aposentadoria, 
sem ter os requisitos mínimos necessários. 
Os conjunturais podem ser devido a encargos sociais e aumento da economia 
informal, reduzindo a arrecadação. Quanto aos estruturais, estão a baixa fecundidade 
aliada ao aumento da expectativa de vida, que é uma realidade preocupante, e que 
gera diversas discussões sobre a necessidade de reformular a previdência social. 
Conforme o Gráfico 1, a projeção para os próximos anos é de aumento na 
expectativa de vida, fato devido às melhorias na saúde e avanços medicinais. 
 
Gráfico 1 – BRASIL: Expectativa de Vida ao Nascer 2000-2030. 
 
Fonte: IBGE (2018). 
17 
 
 
Conforme evidenciado pelo IBGE (2018), até o ano de 2030 a tendência é de 
haver redução no número de jovens de 0 a 14 anos, e aumento da população idosa 
(65 anos ou mais). Este cenário é desfavorável para a sustentabilidade do sistema 
previdenciário, os usuários ativos não serão suficientes para custar o pagamento de 
aposentadoria aos usuários inativos, ocorrendo um déficit orçamentário, que já é uma 
realidade no sistema. 
Segundo a Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda (2018), o 
déficit orçamentário na Previdência no ano de 2017, somente no INSS, subiu de 
R$ 149,73 bilhões, em 2016, para R$ 182,45 bilhões no ano de 2017, representando 
um crescimento de 21,8%. 
Outro ponto que corrobora com a necessidade da previdência complementar, 
é a defasagem salarial no momento da habilitação do benefício, que ocorre ao 
trabalhador que possui renda mensal superior ao teto da aposentadoria do INSS. Após 
a realização do cálculo de aposentadoria, conforme as regras atuais vigentes, o 
máximo que o segurado poderá receber é R$ 5.645,81, de acordo com a tabela do 
INSS de 2018. Se o indivíduo possui um padrão de vida mais elevado, este valor não 
será suficiente para mantê-lo, desta forma, a previdência privada viria para completar 
esta renda. 
Os planos disponíveis no mercado possuem diversas características como: 
modalidade de aplicação, regime de tributação, taxa de administração, taxas de 
carregamentos e fundo de aplicação. Reconhecê-los é importante para utilizá-los da 
forma mais adequada, e obter o máximo de vantagens. Pois, tais atributos irão 
influenciar diretamente na rentabilidade da reserva, identificar o mais atrativo 
representará resultados consideráveis a longo prazo. 
 
1.4 Metodologia utilizada 
 
Como procedimento de pesquisa, foram realizados estudos descritivos. 
Através de pesquisa bibliográfica, o assunto foi desenvolvido e embasado para que, 
posteriormente, as informações fossem utilizadas para realizar as análises dos objetos 
de estudo. 
Como procedimento para a obtenção dos dados necessários às 
comparações, houve estudos de casos múltiplos em três instituições. As entidades 
abertas de previdência privada foram os objetos de estudo para realizar análises, 
expor produtos e condições e, por fim, comparar seus respectivos fundos de 
18 
 
 
investimentos, levando-se em consideração o seu desempenho sob diversos 
parâmetros. 
 
1.5 Organização do trabalho 
 
O trabalho está estruturado em cinco seções. Inicia-se com a introdução, 
abordando as principais informações referente ao tema em estudo, e dispondo do que 
será apresentado na monografia. 
Na segunda seção, foi abordado o referencial teórico,unindo os principais 
conceitos da previdência social e previdência privada. Foram dispostas as 
informações essenciais para o entendimento da previdência complementar, tais como 
modalidades de planos, regimes de tributações, taxas de carregamento de entrada e 
saída, tipos de fundos de investimento, tipos de aposentadoria disponíveis, prazos 
para resgates, portabilidades, além de legislações e órgão regulamentadores. 
Na terceira seção, é tratada a metodologia que foi aplicada ao presente 
trabalho, para a obtenção dos resultados. A quarta seção apresenta o estudo 
comparativo, que a partir das projeções, conclui-se a melhor alternativa para aplicação 
entre as entidades abertas de previdência privada. 
A quinta seção, expõe a conclusão e recomendações obtidas, finalizando com 
as referências bibliográficas, no qual se embasou o referencial teórico para a 
realização do presente trabalho. 
 
19 
 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Esta seção contempla os conceitos relativos ao tema proposto e objetivos 
anteriormente definidos, para fundamentar e nortear o presente estudo. 
 
2.1 Previdência Complementar 
 
Segundo a Comissão Nacional de Bolsas (2005) a previdência complementar 
consiste em um sistema de complemento das aposentadorias do serviço público, 
recebidas por trabalhadores, desde que eles tenham contribuído de forma voluntária 
para essa modalidade de previdência. As contribuições do participante constituem-se 
de uma reserva para proporcionar um benefício de aposentadoria (SILVA NETO, 
2003). 
De acordo com a ABRAPP (2018), a Previdência Complementar apresenta as 
seguintes características: 
 Caráter complementar e facultativo (voluntário), organizado de forma 
autônoma em relação aos regimes de previdência social e próprios. 
 Baseado na constituição de reservas (poupança) que garantem o benefício 
contratado. 
 É operado pelas Entidades Fechadas ou Abertas de previdência 
complementar. 
 
As entidades de previdência privada costumam oferecer diversos planos aos 
participantes, o mais conhecido é a arrecadação de parcelas mensais por certo 
período, prevendo ao final, pagamentos de benefícios ao participante. O benefício a 
ser pago é calculado de acordo com o tipo de renda definido pelo participante (ASSAF 
NETO, 2003). 
As entidades recebem contribuições dos empregados e empregadores, ou 
apenas dos participantes, e seus benefícios visam complementar aqueles oferecidos 
pela Previdência Social (ANDREZO, 2007). Sendo o objetivo básico da previdência 
privada, a manutenção do padrão de vida dos indivíduos ao deixar o mercado de 
trabalho (ASSAF NETO, 2003). 
A Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência 
Complementar – ABRAPP (2018) relata a importância de se ter um plano de 
Previdência Complementar: 
 
20 
 
 
Para que se mantenha, na inatividade, um padrão de vida igual, ou melhor, 
ao da fase laborativa, ou, simplesmente, um padrão melhor do que se 
dependesse apenas do INSS. Com a previdência complementar, em média, 
o trabalhador consegue manter cerca de 60% do nível de renda que possuía 
até o momento da aposentadoria. 
 
Segundo a Secretaria de Políticas de Previdência Complementar – SPPC 
(2011), os planos previdenciários destinam-se as pessoas físicas, com ou sem 
intermédio de pessoa jurídica, que anseiam acumular reserva financeira em um fundo 
previdenciário. Os recursos serão aplicados em Fundo de Investimento Especial – 
FIE, podendo optar por renda fixa, balanceado ou multimercado (renda fixa e variável), 
para, posteriormente, habilitar um tipo de renda mensal ou resgatar o montante, 
respeitando as carências determinadas pelas entidades (ASSAF NETO, 2003). 
 
2.1.1 Previdência Complementar no Brasil 
 
Conforme o Anuário Estatístico da SUSEP (1997), o sistema de previdência 
privada foi introduzido no Brasil em 1835 com a criação do Mongeral – Montepio Geral 
da Economia dos Servidores do Estado, instituição sem fins lucrativos que ofertava 
planos de previdência privada, aberta a qualquer pessoa física com contribuição 
facultativa. 
O surgimento da previdência complementar no Brasil foi anterior à previdência 
social. Somente em 1923 houve a aprovação da 1ª legislação da previdência social, 
mediante criação da Caixa de Pensões e Aposentadoria, conhecida como Lei Eloy 
Chaves (Lei n° 4.682), conforme dispõe a SUSEP (1997). 
 A Previdência Privada passou a ser difundida por diversas entidades sem que 
fosse legalmente reconhecida. Então, visando garantias e segurança para os 
participantes, o governo regulamentou a Previdência Privada pela Lei 6.435 em 15 de 
julho de 1977, sendo revogada pela Lei Complementar n° 109, de 29 de maio de 2001, 
como os principais objetivos: 
 
 
I - Formular a política de previdência complementar; 
II - Disciplinar, coordenar e supervisionar as atividades reguladas por esta Lei 
Complementar, compatibilizando-as com as políticas previdenciária e de 
desenvolvimento social e econômico-financeiro; 
III - Determinar padrões mínimos de segurança econômico-financeira e 
atuarial, com fins específicos de preservar a liquidez, a solvência e o equilíbrio 
dos planos de benefícios, isoladamente, e de cada entidade de previdência 
complementar, no conjunto de suas atividades; 
21 
 
 
IV - Assegurar aos participantes e assistidos o pleno acesso às informações 
relativas à gestão de seus respectivos planos de benefícios; 
V - Fiscalizar as entidades de previdência complementar, suas operações e 
aplicar penalidades; e 
VI - Proteger os interesses dos participantes e assistidos dos planos de 
benefícios. 
 
De acordo com a LC 109/2001, as entidades de previdência privada têm por 
objetivo instituir planos privados de concessão de pecúlios, ou de rendas, de 
benefícios complementares ou assemelhados aos da Previdência Social, mediante 
contribuição dos participantes. 
A Figura 1 apresenta o Sistema Previdenciário Brasileiro. A previdência social 
divide-se em Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e Regime Próprio de 
Previdência Social (RPPS), enquanto que a previdência complementar se segmenta 
em entidades abertas de previdência complementar (EAPC), e entidades fechadas de 
previdência complementar (EFPC). Diferenciam-se quanto ao público alvo de seus 
produtos. 
 
Figura 1 – Sistema Previdenciário Brasileiro 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
De acordo com Assaf Neto (2003), as EAPC são organizações de iniciativa 
privada que colocam seus planos de previdência no mercado, os quais podem ser 
adquiridos pelo público e empresas em geral, apresentado um caráter mais individual. 
Segundo a Comissão Nacional de Bolsas (2005, p. 246), as EFPC também 
denominadas fundo de pensão, são patrocinadas por uma empresa ou grupo de 
empresas, as quais apenas seus funcionários têm acesso aos planos de benefícios 
Regimes de Previdência
Regime Geral
Regime Próprio da União
Previdência Complementar
EAPC
EFPC
22 
 
 
tendo por finalidade a complementação dos benefícios oferecidos pela Previdência 
Social. 
 
2.1.2 Previdência Complementar Aberta 
 
A Lei complementar n° 109/2001 define as EAPC: 
 
Art. 36. As entidades abertas são constituídas unicamente sob a forma de 
sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de 
benefícios de caráter previdenciário concedidos em forma de renda 
continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas. 
 
Em concordância com a Secretaria de Políticas de Previdência Complementar 
(2011), as entidades abertas são sociedades anônimas com fins lucrativos de natureza 
privada, geralmente bancos e seguradoras, seu vínculo é instituído via contrato com 
filiação facultativa. 
As maiores entidades atuantes no mercado, estão relacionadas no Gráfico 1, 
classificadas de acordo com prêmios e contribuições pagas pelos participantes. 
Gráfico 2 – Entidades Abertas de Previdência Complementar 
 
Fonte: SUSEP, 2018. 
O investimento em planosde aposentadoria das EAPC será rentável ao 
participante que aplicar seus recursos com horizontes de investimento de médio e 
longo prazo. De tal forma, irá proporcionar rendimentos mais expressivos sobre o 
capital aplicado (ANDREZO; LIMA, 2007, p. 136). 
23 
 
 
A figura 2 demonstra a distribuição dos adeptos à previdência privada aberta 
no Brasil. 
 
Figura 2 – Distribuição de contratantes no Brasil 
 
Fonte: SUSEP. Outubro, 2017 
A região Norte possui o menor percentual de adeptos à previdência 
complementar aberta, em contraposição, a região Sudeste lidera o ranking, 
representando 61% da população brasileira que possui planos de previdência 
complementar. 
 
2.2 Órgãos Normativos e Executivos 
 
Conforme a Lei Complementar 109/2001, as funções do órgão regulador e do 
órgão fiscalizador serão exercidas pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. 
Por intermédio do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), e da 
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), em relação, respectivamente, à 
regulação e fiscalização das entidades abertas. 
 
2.2.1 CNSP 
De acordo com o Banco Central do Brasil, o Conselho Nacional de Seguros 
Privados (CNSP) é um órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política 
de seguros privados, tendo como funções: 
24 
 
 
 
1. Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados; 
2. Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que 
exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, 
bem como a aplicação das penalidades previstas; 
3. Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência 
privada aberta, capitalização e resseguro; 
4. Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; 
5. Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB; 
6. Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de 
Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, 
com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações; 
7. Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor. 
 
É composto pelo Ministro da Fazenda (Presidente), representante do 
Ministério da Justiça, representante do Ministério da Previdência Social, 
Superintendente da SUSEP, representante do Banco Central do Brasil, e 
representante da Comissão de Valores Mobiliários. 
 
2.2.2 SUSEP 
 
Conforme o Relatório de Gestão do Ministério da Fazenda (2003), a 
Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, autarquia especial vinculada ao 
Ministério da Fazenda, tem por finalidade, na qualidade de executora da política 
traçada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP, exercer as atribuições 
previstas nos Decretos-Leis nº 73, de 21 de novembro de 1966, e 261, de 28 de 
fevereiro de 1967, na Lei Complementar nº 109, de 29 de maio de 2001, e demais 
atos normativos aplicáveis, tendo como principais atribuições: 
 
1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das 
Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência 
Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política 
traçada pelo CNSP; 
2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se 
efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de 
capitalização e resseguro; 
3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados 
supervisionados; 
4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos 
operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema 
Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização; 
5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando 
sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem; 
6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; 
7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em 
especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; 
8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades 
que por este forem delegadas; 
25 
 
 
9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.¹ 
 
As entidades de previdência complementar aberta, somente poderão atuar no 
mercado se autorizadas pela SUSEP. 
 
2.3 Produtos comercializados pelas EAPC 
 
Segundo a ABRAAP (2018), os planos previdenciários podem ser contratados 
de forma individual por pessoa física ou coletiva por pessoa jurídica, na modalidade 
averbada ou instituída. 
A SUSEP (2018) esclarece em seu site, a diferença entre as duas 
modalidades; na modalidade averbada, a empresa possui o papel apenas de 
representação, as contribuições são pagas exclusivamente pelos funcionários que 
adquirem ao produto. Na modalidade instituída, há a participação da empresa nas 
contribuições à previdência, o percentual de participação é definido na abertura do 
contrato, a empresa poderá deduzir as contribuições no seu Imposto de Renda, na 
declaração de Lucro Real. 
 
2.3.1 PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre 
 
Conforme a SUSEP (2018), o plano tem por objetivo conceder os benefícios 
da previdência complementar aberta. Durante o período de diferimento, intervalo 
compreendido entre a data de início de contratação, até a data definida para 
recebimento do benefício, não há garantia de remuneração mínima, a rentabilidade 
do fundo será determinada pela carteira de investimentos do FIE (Fundo de 
Investimento) que constitui o plano. Fortuna (2004, p. 413) “o modelo do PGBL é 
inspirado no Plano 401K dos EUA, sem garantia mínima de rendimento, e que permite 
ao cliente escolher o perfil do risco desejado em função de seu horizonte de 
investimento” Sua carteira de investimentos pode ser estruturada nas modalidades: 
soberano, renda fixa e ou composto (CNB, 2005). 
É indicado as pessoas contribuintes da Previdência Oficial (INSS), que 
declaram seu Imposto de Renda na opção completa, pois poderão deduzir o valor das 
contribuições à previdência complementar em sua declaração do IR até o limite 
máximo de 12% da renda bruta anual. Estabelecido pela Lei n° 9.532/97: 
 
26 
 
 
Art. 11. As deduções relativas às contribuições para entidades de previdência 
privada, a que se refere à alínea e do inciso II do art. 8o da Lei no 9.250, de 
26 de dezembro de 1995, e às contribuições para o Fundo de Aposentadoria 
Programada Individual - Fapi, a que se refere a Lei no 9.477, de 24 de julho 
de 1997, cujo ônus seja da própria pessoa física, ficam condicionadas ao 
recolhimento, também, de contribuições para o regime geral de previdência 
social ou, quando for o caso, para regime próprio de previdência social dos 
servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito 
Federal ou dos Municípios, observada a contribuição mínima, e limitadas a 
12% (doze por cento) do total dos rendimentos computados na determinação 
da base de cálculo do imposto devido na declaração de rendimentos. 
As Tabelas 1 e 2 comparam hipóteses de tributação de imposto de renda de 
um contribuinte, que possui renda mensal de R$ 15.000,00. Será necessário realizar 
a declaração de imposto de renda na modalidade completa, pois excede o limite 
estipulado pela Receita Federal. Pode-se observar que, se o contribuinte possui 
previdência privada, irá pagar R$ 3.960,00 de IR a menos na declaração. 
Tabela 1 – Simulação de Imposto de Renda sem Previdência Complementar 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
 
 
 
 
 
 
180.000,00R$ 
4.550,16R$ 
6.850,56R$ 
168.599,28R$ 
Alíquota Valor do Imposto
1ª Faixa 22.847,76 Isento 0
2ª Faixa 11.072,04 7,5% 830,4
3ª Faixa 11.092,80 15,00% 1.663,92
4ª Faixa 10.963,56 22,50% 2.466,80
5ª Faixa 112.623,12 27,50% 30.971,36
Total 168.599,28 --- 35.932,48
Renda bruta anual
( - )Dependentes (2*189,59*12)
( - )INSS (570,88*12)
( = )Salário Base Cálculo IR
CONTRIBUINTE SEM PREVIDÊNCIA
Faixa da Base de Cálculo
Demonstrativo da Apuração do Imposto27 
 
 
Tabela 2 – Simulação de Imposto de Renda com Previdência Complementar 
 
Fonte: Elaborado pela autora. 
No momento do resgate ou habilitação da aposentadoria, haverá a incidência 
de Imposto de Renda sobre o valor total, conforme opção do regime de tributação do 
IR. 
Na contratação do plano o participante pode optar por contribuir ao plano com 
pagamento único ou pagamentos mensais. O valor aplicado será rentabilizado até o 
prazo determinado para concessão do benefício. 
 
2.3.2 VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre 
 
Este é um plano similar ao PGBL, que permite ao contratante a acumulação 
de reserva, que poderá ser habilitada para a sua aposentadoria ou resgatar em 
qualquer período de sua vida, uma parte ou a totalidade do montante aplicado com 
seus rendimentos, após um período de carência definido pela EAPC (ASSAF NETO, 
2003). 
As contribuições durante o período de diferimento ao produto VGBL não são 
dedutíveis do Imposto de Renda. No momento da habilitação do benefício de 
aposentadoria, ou resgate da reserva, será cobrado imposto de renda apenas sobre 
os rendimentos (CNB, 2005). 
O plano é indicado a pessoas físicas, em especial a quem é isento de 
declaração de imposto de renda, que utiliza a declaração simplificada de IR (CNB, 
2005), ou que declara na modalidade completa, porém já utiliza o limite máximo de 
180.000,00R$ 
4.550,16R$ 
6.850,56R$ 
14.400,00R$ 
154.199,28R$ 
Alíquota Valor do Imposto
1ª Faixa 22.847,76 Isento 0
2ª Faixa 11.072,04 7,5% 830,4
3ª Faixa 11.092,80 15,00% 1.663,92
4ª Faixa 10.963,56 22,50% 2.466,80
5ª Faixa 98.223,12 27,50% 27.011,36
Total 154.199,28 --- 31.972,48
Demonstrativo da Apuração do Imposto
Faixa da Base de Cálculo
Renda bruta anual
( - )Dependentes (2*189,59*12)
( - )INSS (570,88*12)
( - )Previdência Privada
( = )Salário Base Cálculo IR
CONTRIBUINTE COM PREVIDÊNCIA
28 
 
 
dedução de 12% da renda bruta anual do PGBL, ou outro plano de previdência 
complementar. 
Segundo o relatório de acompanhamento de mercado da SUSEP (2018), 
entre janeiro a novembro de 2017, 91% dos recursos aplicados em fundos da 
previdência complementar estão em VGBL, enquanto que apenas 8% encontram-se 
em PGBL. 
Gráfico 3 – Estruturação das contribuições 
 
Fonte: SUSEP (2017). 
O participante poderá realizar aportes em sua proposta de inscrição, 
obedecendo ao limite mínimo determinado por cada instituição, quando houver 
disponibilidade para tal, poderá reduzir o valor de contribuição mensal ou paralisar as 
contribuições sem perdas, pois a proposta continuará ativa. 
Difere-se do PGBL na forma de cobrança do Imposto de Renda, no PGBL a 
alíquota do imposto incidirá sobre o valor total do resgate ou valor da aposentadoria, 
enquanto que no VGBL haverá a incidência do imposto apenas sobre os rendimentos. 
No VGBL não há o benefício fiscal, as contribuições realizadas não poderão ser 
utilizadas para dedução da base de cálculo do Imposto de Renda (CNB, 2005). 
 
2.3.3 PRGP – Plano Com Remuneração Garantida e Performance 
 
Em conformidade com a SUSEP (2018), os planos denominados 
PRGP garantirão, durante o período de diferimento, remuneração dos recursos da 
29 
 
 
provisão matemática de benefícios a conceder, por taxa de juros efetiva anual e índice 
de atualização de valores, os quais deverão estar previstos em seu regulamento. 
Segundo Fortuna (2004, p. 416) o objetivo PRGP “é garantir uma taxa de 
remuneração, associada a uma correção por índices de preços além do excedente 
financeiro”. A concessão dos excedentes financeiros é facultativa, podendo ser 
utilizado o mesmo Fundo de Investimento do período de diferimento. O percentual de 
reversão de resultados financeiros estará previsto no regulamento, assim como a data 
de concessão de benefícios escolhida pelo participante (SUSEP, 2018). 
O valor do benefício será calculado em função da provisão matemática de 
benefícios a conceder na data da concessão do benefício e do tipo de benefício 
contratado, de acordo com os fatores de renda apresentados na proposta de inscrição. 
(SUSEP, 2018). 
 
2.3.4 FAPI – Fundo de Aposentadoria Programada Individual 
 
O Plano apresenta similaridades ao PGBL. Em ambos, as contribuições 
desembolsadas, com teto de 12% da renda bruta anual, poderão ser deduzidas na 
declaração de Imposto de Renda (ASSAF NETO, 2003). 
O fundo de pecúlio para aposentadoria que tem como objetivo a acumulação 
de recursos, instituído pela Lei 9.477 em 24/07/1997, possui características em 
comum com os demais planos de previdência privada, a tributação de imposto de 
renda poderá ser progressiva ou regressiva, dependendo do caso em questão. 
O FAPI pode ser instituído e administrado por instituições financeiras, por 
sociedades seguradoras e corretoras autorizadas pela SUSEP (ASSAF NETO, 2003). 
É aplicado diretamente em um fundo de investimento, sem incidência de taxa 
de carregamento (TOLEDO FILHO, 2006), porém diferentes dos demais produtos, no 
FAPI há a cobrança de imposto de renda sobre os ganhos de capital (ASSAF NETO, 
2003). 
 
2.3.5 Planos com cobertura por sobrevivência 
 
Conforme a Fl. 2 da Circular SUSEP n° 339, de 31 de janeiro de 2007, em seu 
Art. 2, os planos com cobertura por sobrevivência serão dos seguintes tipos: 
 
 
30 
 
 
Quadro 1 – Planos com cobertura por sobrevivência 
PLANO CARACTERÍSTICAS 
VRGP 
Vida com Remuneração Garantida e Performance: planos que garantam aos 
segurados, durante o período de diferimento, remuneração por meio da 
contratação de índice de atualização de valores e de taxa de juros e a reversão, 
parcial ou total, de resultados financeiros; 
VAGP 
Vida com Atualização Garantida e Performance: planos que garantam aos 
segurados, durante o período de diferimento, por meio da contratação de índice 
de preços, apenas a atualização de valores e a reversão, parcial ou total, de 
resultados financeiros; 
VRSA 
Vida com Remuneração Garantida e Performance sem Atualização: planos que, 
sempre estruturados na modalidade de contribuição variável, garantam aos 
segurados, durante o período de diferimento, remuneração por meio da 
contratação de taxa de juros e a reversão, parcial ou total, de resultados 
financeiros; 
Dotal Puro 
Planos que, sempre estruturados na modalidade de benefício definido e no 
regime financeiro de capitalização, garantam aos segurados, durante o período 
de diferimento, remuneração por meio da contratação de índice de atualização 
de valores, taxa de juros e, opcionalmente, tábua biométrica, sem reversão de 
resultados financeiros, sendo o capital segurado pago ao segurado sobrevivente 
ao término do período de diferimento; 
Dotal Misto 
Planos que, sempre estruturados na modalidade de benefício definido e no 
regime financeiro de capitalização, garantam aos segurados, durante o período 
de diferimento, remuneração por meio da contratação de índice de atualização 
de valores, taxa de juros e, opcionalmente, tábua biométrica, sem reversão de 
resultados financeiros, sendo o capital segurado pago em função da 
sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou de sua morte ocorrida 
durante aquele período; 
Dotal Misto 
com 
Performance 
Planos que, sempre estruturados na modalidade de benefício definido e no 
regime financeiro de capitalização, garantam aos segurados, durante o período 
de diferimento, remuneração por meio da contratação de índice de atualização 
de valores, taxa de juros e, opcionalmente, tábua biométrica, com reversão, 
parcial ou total, de resultados financeiros, sendo o capital segurado pago em 
função da sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou de sua morte 
ocorrida durante aquele período; 
VRI 
Vida com Renda Imediata: Planos que, mediante prêmio único, garantam o 
pagamento de capital segurado sob a forma de renda imediata. 
Fonte: SUSEP (2018). 
31 
 
 
2.4 Carteira de Investimento 
 
As reservas constituídaspelos participantes, mediantes suas contribuições, 
são aplicadas em fundos de investimentos e os rendimentos auferidos são creditados 
aos participantes (ASSAF NETO, 2003). 
Os Fundos de Investimento Especialmente Constituídos – FIE podem ser 
divididos em três grupos que compõem a carteira de investimento: soberano, renda 
fixa e composto, este último não poderá ultrapassar o percentual de 49% em renda 
variável (CNB, 2005). 
Quadro 2– Composição do FIE 
Soberano 
Unicamente composto por títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Banco 
Central do Brasil e créditos securitizados do Tesouro Nacional. 
Renda Fixa 
Composto por títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Banco Central do 
Brasil, por créditos securitizados do Tesouro Nacional e por investimentos de renda 
fixa, nas modalidades e dentro dos critérios, diversificação e diversidade admitidos 
pela regulamentação vigente. 
Composto 
Nas modalidades, critérios de diversificação, diversidade e demais aspectos 
contidos na regulamentação vigente, sendo estabelecidos percentuais mínimos e 
máximos para aplicação em renda variável. 
Fonte: SUSEP (2018). 
2.5 Taxas incidentes 
 
Sobre os valores aplicados na previdência complementar aberta, haverá a 
cobrança de taxas pelas entidades aos participantes. Sendo elas: taxa de 
administração do fundo, taxa de carregamento de entrada, e taxa de carregamento de 
saída. 
 
2.5.1 Taxa de Administração 
 
A taxa de administração consiste na remuneração de administrador pela 
administração de um fundo de investimento. “É uma taxa anual, provisionada como 
uma despesa diária do fundo e debitada mensalmente, o valor publicado diariamente 
sobre as cotas dos fundos já é líquido desta taxa” (BRUNI, 2005), portanto afeta a 
rentabilidade do fundo. 
32 
 
 
A taxa de administração incide sobre o patrimônio líquido do fundo, a cobrança 
será independentemente da rentabilidade. 
 
2.5.2 Carregamento de entrada e saída 
 
De acordo com a Resolução Nº 29, de 31 de agosto de 2009 do CGPC 
(Conselho de Gestão da Previdência Complementar), a taxa de carregamento é o 
percentual incidente sobre a soma das contribuições, e dos benefícios dos planos no 
exercício a que se referir. 
A Circular n° 339, de 31 de janeiro de 2007 da SUSEP, no capítulo II 
determina: 
 
Art. 11. O valor ou percentual de carregamento, o critério e a forma de 
cobrança deverão constar na proposta de contratação e adesão, no 
regulamento, na nota técnica atuarial e, no caso de planos coletivos, no 
contrato. 
 
O carregamento de entrada é o percentual que incide sobre as contribuições 
pagas, para atender as despesas administrativas, de corretagem e colocação do 
plano, descontado diretamente no valor das contribuições e aportes. 
O carregamento na saída incide no resgate ou portabilidade, sobre o valor 
nominal dos prêmios pagos, sendo reduzido a zero quando o segurado completar a 
carência de permanência no Plano. 
A SUSEP (2007) afirma que o percentual máximo de carregamento permitido 
pela legislação vigente é de 10%, para os planos estruturados na modalidade de 
contribuição variável, e de 30% para aqueles estruturados na modalidade de benefício 
definido. 
 
2.6 Tributação de Imposto de Renda 
 
A Lei n° 11.053 de 29 de dezembro de 2004. Dispõe sobre a tributação dos 
planos de benefícios de caráter previdenciário: 
 
Art. 1o É facultada aos participantes que ingressarem a partir de 1o de janeiro 
de 2005 em planos de benefícios de caráter previdenciário, estruturados nas 
modalidades de contribuição definida ou contribuição variável, das entidades 
de previdência complementar e das sociedades seguradoras, a opção por 
regime de tributação no qual os valores pagos aos próprios participantes ou 
aos assistidos, a título de benefícios ou resgates de valores 
acumulados, sujeitam-se à incidência de imposto de renda na fonte. 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.053-2004?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.053-2004?OpenDocument
33 
 
 
 
 
Os participantes que fazem contribuições para a previdência privada (PGBL), 
ou Fundo de Aposentadoria Programada Individual (FAPI), e que também contribuem 
com o INSS ou RPPS, podem deduzir essas contribuições na declaração do imposto 
de renda, respeitando o limite de 12% do total dos rendimentos considerados para 
base de cálculo, de acordo com a LEI N° 10.887 de 18 de junho de 2004: 
 
“... o contribuinte só poderá deduzir da base de cálculo do Imposto de Renda 
as contribuições para entidades de previdência privada e para o FAPI se 
recolher, também, as contribuições para o regime geral de Previdência Social 
(INSS) ou, no caso dos servidores públicos, para o regime próprio de 
previdência social” 
 
A Receita Federal disponibiliza duas modalidades ao contribuinte para a 
declaração anual de ajuste do Imposto de Renda pessoa física: simples ou completa. 
A simplificada, de acordo com o disposto no site da Receita Federal, é a declaração 
em que um desconto de 20% da renda bruta anual, limitado a R$ 16.754,34 
(calendário de 2018) substitui todas as deduções legais, sem a necessidade de 
comprovação. Nesta declaração, não é possível deduzir as contribuições feitas à 
Previdência Privada (PGBL e FAPI). 
Segundo a Receita Federal (2018), a declaração na modalidade completa é 
utilizada quando o valor das despesas comprovadas ultrapassam 20% da renda bruta 
anual, ou quando a soma dos rendimentos tributáveis supera o valor de R$ 28.559,70, 
definido pela Receita Federal para o ano de 2018. Nesta modalidade, podem ser 
utilizadas as deduções e incentivos legais, desde que comprovados. É permitido 
deduzir as contribuições feitas à Previdência Privada, PGBL e FAPI, até o limite de 
12% da renda bruta (CNB, 2005). 
 
2.6.1 Progressivo 
 
Conforme a Lei n° 11.053 de 29 de dezembro de 2004, os participantes de 
planos de previdência complementar têm duas opções de tributação, e podem 
escolher a que for mais adequada às suas necessidades. 
O progressivo compensável é um regime com antecipação de Imposto de 
Renda, de acordo com a Lei n° 11.053, os valores resgatados são tributados na fonte 
em 15% no ato do resgate, podendo ser compensável na declaração anual do imposto 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.053-2004?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.053-2004?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.053-2004?OpenDocument
34 
 
 
de renda ou ser ajustado conforme tabela progressiva de IR vigente na época, com 
base na lei n° 11.053, art. 3°: 
 
Art. 3o A partir de 1o de janeiro de 2005, os resgates, parciais ou totais, de 
recursos acumulados relativos a participantes dos planos mencionados no 
art. 1o desta Lei que não tenham efetuado a opção nele mencionada sujeitam-
se à incidência de imposto de renda na fonte à alíquota de 15% (quinze por 
cento), como antecipação do devido na declaração de ajuste da pessoa física, 
calculado sobre: 
I - os valores de resgate, no caso de planos de previdência, inclusive FAPI; 
II - os rendimentos, no caso de seguro de vida com cláusula de cobertura por 
sobrevivência. 
 
2.6.2 Regressivo 
 
Conforme a Lei 11.053/2014, a alíquota de tributação de imposto de renda 
será definida, de acordo com o tempo decorrido de cada aporte até o momento de seu 
resgate. Essa alíquota incidirá sobre os valores pagos aos próprios participantes ou 
aos assistidos, a título de benefícios ou resgates de valores acumulados, o 1° artigo 
da lei 11.053/2014 define: 
 
I - 35% (trinta e cinco por cento), para recursos com prazo de acumulação 
inferior ou igual a 2 (dois) anos; 
II - 30% (trinta por cento), para recursos com prazo de acumulação superior 
a 2 (dois) anos e inferior ou igual a 4 (quatro) anos;III - 25% (vinte e cinco por cento), para recursos com prazo de acumulação 
superior a 4 (quatro) anos e inferior ou igual a 6 (seis) anos; 
IV - 20% (vinte por cento), para recursos com prazo de acumulação superior 
a 6 (seis) anos e inferior ou igual a 8 (oito) anos; 
V - 15% (quinze por cento), para recursos com prazo de acumulação superior 
a 8 (oito) anos e inferior ou igual a 10 (dez) anos; e 
VI - 10% (dez por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 
10 (dez) anos. 
 
A presente Lei afirma que, nos casos de portabilidade e transferência de 
planos, será computado o prazo de acumulação do Plano originário. A opção pelo 
Regime de Tributação é irretratável. A antecipação de 15% não se aplica aos planos 
da modalidade regressiva definitiva, o imposto retido na fonte é definitivo, ou seja, não 
existe compensação na declaração anual de ajuste. Os valores pagos serão 
calculados em função do prazo de acumulação, ponderado entre o aporte e o 
pagamento da renda. 
No Regime Regressivo, haverá 25% de tributação máxima na reserva paga 
ao beneficiário, no caso de falecimento do participante (Lei 11.196/2005 – art. 95). 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2011.053-2004?OpenDocument
35 
 
 
2.7 Institutos 
A Lei Complementar n° 109, em seu art. 14, determina que os planos de 
benefícios devem, observadas as normas estabelecidas pelo órgão regulador e 
fiscalizador, prever os seguintes institutos: 
 
2.7.1 Resgate 
O resgate consiste na retirada dos valores aplicados no plano de previdência 
complementar, antes do evento gerador, respeitando o período de carência, com os 
devidos rendimentos decorrentes do período em que a reserva esteve ativa, 
descontadas as taxas e tributações de IR previstas na proposta de contratação. 
Segundo a SUSEP (2018) não são todos os benefícios que proporcionam ao 
participante o direito ao resgate. 
Quadro 3 – Planos passíveis de resgate 
 
BENEFÍCIOS 
Repartição Simples 
Repartição de Capitais de 
Cobertura 
Capitalização 
Direito a Resgate? Direito a Resgate? Direito a Resgate? 
Pecúlio por Morte NÃO NÃO EXISTE FACULTATIVO 
Pecúlio por Invalidez NÃO NÃO EXISTE FACULTATIVO 
Renda de Aposentadoria NÃO EXISTE NÃO EXISTE OBRIGATÓRIO 
Renda de Pensão NÃO EXISTE NÃO FACULTATIVO 
Renda por Invalidez NÃO EXISTE NÃO FACULTATIVO 
Fonte: SUSEP (2018). 
Conforme indicado, se o plano for estruturado no regime financeiro de 
repartição, não há o direito ao resgate. Porém, se o plano for instituído no regime 
financeiro de capitalização, haverá a possibilidade de resgate, obrigatoriamente, nos 
planos de renda por sobrevivência (aposentadoria). Será somente devido nos planos 
de pecúlio, pensão e invalidez se estiver previsto no contrato. 
 
2.7.2 Portabilidade 
 
A SUSEP (2018) denomina como um instituto que, durante o período de 
diferimento, e na forma regulamentada, permite a movimentação de recursos da 
provisão matemática de benefícios a conceder. Pode ser realizada entre produtos de 
uma entidade ou entre entidades. O prazo máximo de carência será de 60 (sessenta) 
dias, de acordo com o estabelecido no regulamento. 
36 
 
 
A LC 109, no art. 2, determina que, no processo de portabilidade, os recursos 
financeiros não transitem pelos participantes, e proíbe a transferência de recursos 
entre participantes. Afirma também que a portabilidade não caracteriza resgate. Logo, 
sobre as portabilidades de reservas técnicas, fundos e provisões dos planos de 
benefícios de entidades de previdência complementar, não haverá incidência de 
tributação e contribuições de qualquer natureza. 
2.8 Benefícios 
 
Os bancos e seguradoras podem oferecer, juntos ou separadamente, aos 
produtos de previdência, benefícios que serão devidos ao participante, ao fim do prazo 
determinado na proposta de contratação, ou em decorrência de invalidez ou morte do 
participante (SUSEP, 2018). Os tipos básicos são: 
Quadro 4 – Tipos de benefícios 
TIPO DE BENEFÍCIO CARACTERÍSTICAS 
Renda por sobrevivência Renda a ser paga ao participante do plano que sobreviver ao prazo 
de diferimento contratado, geralmente denominada de 
aposentadoria. 
Renda por invalidez Renda a ser paga ao participante em decorrência de sua invalidez 
total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e 
depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano. 
Pensão por morte Renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de 
inscrição em decorrência da morte do participante ocorrida durante 
o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência 
estabelecido no plano 
Pecúlio por morte Importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao(s) 
beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição, em 
decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de 
cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido 
no plano. 
Pecúlio por invalidez Importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio 
participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente 
ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o 
período de carência estabelecido no plano. 
Fonte: SUSEP (2018), adaptado. 
A SUSEP (2018), determina que o resgate seja obrigatório nos planos de 
benefício por sobrevivência, denominado aposentadoria, que poderá ser concedido 
37 
 
 
ao participante que desistir do plano, no valor correspondente ao montante acumulado 
em sua provisão matemática de benefícios a conceder. Nos demais benefícios, o 
resgate é facultativo, será determinado pela entidade, que deverá dispor tal 
informação na proposta de contratação do plano. 
Para cada tipo de benefício existente, há um regime financeiro de sustentação 
das reservas técnicas necessárias ao atendimento das obrigações. O quadro 5 
detalha estes sistemas financeiros, em conformidade com a SUSEP (2018). 
Quadro 5 – Regimes financeiros 
BENEFÍCIOS 
REPARTIÇÃO 
SIMPLES 
REPARTIÇÃO DE CAPITAIS 
DE COBERTURA 
CAPITALIZAÇÃO 
Pecúlio por Morte SIM NÃO SIM 
Pecúlio por Invalidez SIM NÃO SIM 
Renda de Aposentadoria NÃO NÃO SIM 
Renda de Pensão NÃO SIM SIM 
Renda por Invalidez NÃO SIM SIM 
Fonte: SUSEP, 2018. 
A SUSEP (2018), define os regimes financeiros como: 
 
I.Regime Financeiro de Capitalização: a estrutura técnica em que as 
contribuições são determinadas de modo a gerar receitas capazes de serem 
capitalizadas durante o período de cobertura, produzir montantes 
equivalentes aos valores atuais dos benefícios a serem pagos aos 
beneficiários no respectivo período; 
II.Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura: a estrutura 
técnica em que as contribuições pagas por todos os participantes do plano, 
em um determinado período, deverão ser suficientes para constituir as 
provisões matemáticas de benefícios concedidos, decorrentes dos eventos 
ocorridos neste período; 
III.Regime Financeiro de Repartição Simples: a estrutura técnica em que as 
contribuições pagas por todos os participantes do plano, em um determinado 
período, deverão ser suficientes para pagar os benefícios decorrentes dos 
eventos ocorridos nesse período. 
 
A previdência social é constituída em um sistema de repartição simples, em 
que as rendas de aposentadoria dos indivíduos inativos são pagas pelos contribuintes 
ativos. Na previdência complementar que visa a aposentadoria, vigora o sistema de 
capitalização, ao qual todos os valores investidos pelo participante serão pagos no 
período determinado com os devidos rendimentos (SUSEP, 2018). 
 
 
 
38 
 
 
2.9 Tipos de rendas 
 
Os planos VGBL e PGBL possuem a característica em comum de transformar 
a reserva acumulada, no período de deferimento, em rendas mensais. No ato da 
subscrição do produto, somente será comercializada a renda vitalícia. Porém, quando 
o participante entrar no período de concessão de benefício, data definida pelo 
participante na contratação do produto, poderá optarpor qualquer uma das rendas 
disponíveis, que segundo a SUSEP (2018) poderá ser: 
 
I. Renda Vitalícia (atuarial): Consiste em uma renda paga vitaliciamente 
ao participante, a partir da data de concessão do benefício (mínimo 50 anos). 
II. Renda Temporária (atuarial): Consiste na renda paga temporária e 
exclusivamente ao participante. O benefício cessa com o seu falecimento ou 
o fim da temporariedade contratada. O prazo de recebimento deste benefício 
poderá ser de: 60, 120, 180 e 240 meses. 
III. Renda Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido (atuarial): Consiste 
em uma renda vitalícia paga ao participante a partir da data de concessão do 
benefício (mínimo de 50 anos), sendo garantida aos beneficiários conforme o 
segue: No momento da inscrição, o Participante escolherá um prazo mínimo 
de garantia que deve ser de 60, 120, 180 e 240 meses. - Se durante o período 
de recebimento do benefício, ocorrer o falecimento do participante, antes de 
ter completado o prazo mínimo de garantia escolhido, o benefício será pago 
aos beneficiários conforme os percentuais indicados na proposta de 
inscrição, pelo período restante do prazo mínimo de garantia. No caso de um 
dos beneficiários falecer antes de ter sido completado o prazo mínimo de 
garantia, o valor da renda será rateado entre os beneficiários remanescentes 
até o vencimento do prazo mínimo garantido. Não havendo qualquer 
beneficiário remanescente, a renda será paga aos sucessores legítimos do 
participante, pelo prazo restante da garantia. 
IV. Renda Vitalícia Reversível ao Beneficiário Indicado (atuarial): 
Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data 
de concessão do benefício escolhido. Ocorrendo o falecimento do 
participante, durante o recebimento dessa renda, o percentual do seu valor 
estabelecido na proposta de inscrição será revertido vitaliciamente ao 
beneficiário indicado (beneficiário é de livre indicação do participante). Esse 
percentual poderá ser de 50%, 60%, 70% e 80%. No caso de o beneficiário 
falecer, antes do participante e durante o período de recebimento da renda, a 
reversibilidade do benefício estará extinta. 
V. Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Cônjuge com Continuidade 
aos Menores (atuarial): Consiste em uma renda mensal a ser paga 
vitaliciamente ao segurado, reversível ao cônjuge ou companheira (o), após 
o seu falecimento, e na falta deste, reversível temporariamente ao(s) menor 
(es) até que completem a idade de 24 anos, conforme o percentual de 
reversão estabelecido. O participante indicará, nominalmente, 1 (um) ou 
mais, menores de 24 anos e o seu cônjuge ou companheira (o) reconhecida 
(o) legalmente. Ocorrendo o falecimento do segurado durante o recebimento 
da indenização sob a forma de renda, o percentual do seu valor estabelecido 
será revertido vitaliciamente ao cônjuge ou companheira (o) indicado. Caso o 
falecimento do cônjuge ou companheira (o) ocorra antes do falecimento do 
segurado, a continuidade a este estará extinta, permanecendo apenas a 
reversão ao(s) menor (es) indicado (s), no percentual estabelecido, desde 
que este(s) não tenha(m) atingido a idade limite de 24 anos. - Ocorrendo o 
falecimento do cônjuge ou companheira (o) durante o recebimento da 
39 
 
 
indenização, sob a forma de renda, e após o menor mais jovem ter atingido a 
idade de 24 anos, a renda estará extinta. 
VI. Renda Mensal por Prazo Certo (financeira): Consiste em uma renda 
mensal a ser paga por prazo certo escolhido pelo participante no momento 
da concessão do benefício. O prazo certo não poderá ser inferior a 12 meses. 
Caso o participante venha a falecer no período de recebimento do benefício, 
a renda continuará a ser paga ao(s) beneficiário(s) pelo prazo restante. Com 
o término do prazo escolhido, a renda é extinta. Não há limite máximo de 
prazo certo estipulado pelo cliente, sabendo que, quanto maior o prazo, 
menor a renda a ser paga. 
 
40 
 
 
3. METODOLOGIA 
 
Esta seção dispõe sobre os procedimentos metodológicos utilizados para a 
obtenção dos resultados. Metodologia, literalmente, refere-se ao estudo sistemático e 
lógico dos métodos empregados nas ciências, seus fundamentos, sua validade e sua 
relação com as teorias científicas (OLIVEIRA, 2011, p. 8). 
 
3.1 Caracterização da pesquisa 
 
O estudo realizado é caracterizado como de natureza descritiva, nesse tipo 
de pesquisa, os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e 
interpretados, sem a interferência do pesquisador (ANDRADE, 2010, p. 112). 
Gil (2008, p.28), destaca o objetivo das pesquisas descritivas: 
 
As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das 
características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento 
de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser 
classificados sob este título e uma de suas características mais significativas 
está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. 
 
Segundo Rodrigues (2006, p. 90), na pesquisa descritiva, o pesquisador 
estuda as relações entre as variáveis de um determinado fenômeno, realiza a 
avaliação das relações à medida que as variáveis se manifestam espontaneamente. 
Procura descobrir também a frequência com que um fato ocorre, sua natureza, 
características, causas e relações com outros fatos (PRADANOV, 2013, p. 52). 
Como procedimento para a obtenção dos dados necessários, é utilizado o 
estudo de caso, de acordo com Yin (2005, p. 32), é um estudo empírico que investiga 
um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade. O autor complementa que 
quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas, o 
estudo de caso utiliza várias fontes de evidência para a compreensão do objeto de 
estudo. 
Gil (2002, p. 54), define os diferentes propósitos para a utilização do estudo 
de caso, são eles: explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente 
definidos, descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada 
investigação, formular hipóteses ou desenvolver teorias. 
Alves-Mazzotti (2006, p. 640) afirma que pode haver estudos de casos 
múltiplos, nos quais vários estudos são conduzidos simultaneamente. Em um estudo 
41 
 
 
de casos múltiplos, um dos objetivos que se tem em mente é elaborar uma explanação 
geral que sirva a todos os casos, particularmente, embora possam variar em seus 
detalhes (YIN, 2005, p. 142). 
O levantamento bibliográfico preliminar irá possibilitar que a área de estudo 
seja delimitada e que o problema possa finalmente ser definido (GIL, 2002). 
A abordagem metodológica do estudo é qualitativa, utilizada para investigar 
problemas que os procedimentos estatísticos não podem alcançar ou representar, em 
virtude de sua complexidade, cabendo ao pesquisador, descrever a complexidade de 
uma determinada hipótese, analisar a interação entre as variáveis e ainda interpretar 
os dados fatos e teorias (RODRIGUES, 2006, p. 90). 
Para delimitar o universo do estudo de caso, foram definidos três perfis de 
clientes que irão contribuir para a previdência complementar, os produtos analisados 
são o PGBL e VGBL. O melhor fundo de investimento é definido com base na maior 
provisão matemática de benefício a conceder para cada perfil na data de concessão 
do benefício. 
 Foram escolhidas, como objetos de estudos, as três maiores instituições 
financeiras em volume de recursos aplicados pelos participantes, para realizar a 
comparação e definir a melhor alternativa disponível no mercado, conforme o relatório 
de acompanhamento de mercado emitido pela SUSEP em 2017 disponibilizado no 
item 2.1.2, sendo elas: BrasilPrev Seguros e Previdência, Bradesco Vida e 
Previdência LTDA e Itaú Vida e Previdência LTDA. 
 
3.2 Instrumento de Coleta 
 
O instrumento de coleta de dados utilizado, foi o Registro Institucional (Análise 
Documental), segundo Pimentel (2001, p. 2) são estudos baseados em documentos 
como material primordial, que extraemdeles toda a análise, organizando-os e 
interpretando-os segundo os objetivos da investigação proposta. A análise documental 
nessas instituições foi realizada com o intuito de descobrir as seguintes informações 
sobre os produtos previdenciários em estudo para comparações posteriores: 
a) limite técnico operacional 
b) taxa administrativa do fundo 
c) taxa de carregamento de entrada 
d) taxa de carregamento de saída 
42 
 
 
e) rentabilidade nos últimos 12 meses 
f) tipo de carteira de investimentos 
g) confiabilidade da instituição 
h) transparência 
i) facilidade de acesso às informações 
O instrumento de coleta foi definido em concordância os objetivos definidos 
no presente estudo acadêmico. 
 
3.3 Coleta de Dados 
 
Os dados necessários ao estudo comparativo foram coletados no site das 
entidades, ao qual o público possui livre acesso e, a partir do material disponibilizado 
pelas EAPC nas agências bancárias que dispõem das principais características e 
condições comerciais dos produtos previdenciários que não estão detalhados em sua 
página na internet. 
Na Bradesco Vida e Previdência, os dados foram coletados durante uma 
semana, em arquivos internos e documentos disponíveis no site da seguradora. Ao 
selecionar o produto Previdência Privada, em seu site, foi possível ter acesso às 
principais informações relativas aos seus produtos, sendo complementada com 
manuais internos que dispõem sobre as condições comerciais de seus fundos 
previdenciários. 
No Itaú Vida e Previdência, os dados imprescindíveis à análise foram 
coletados inicialmente no site da entidade, posteriormente foi necessário deslocar-se 
à uma agência bancárias para ter acesso a dados adicionais, uma vez que as 
informações contidas no site não foram suficientes para a realização do estudo, todo 
o processo foi realizado por um período de uma semana. 
Por fim, buscou-se os dados dos produtos previdenciários da BrasilPrev, 
assim como no Itaú, além da coleta dos dados na página da internet, foi necessário 
desloca-se a uma agência bancária para buscar mais informações, esta última 
empresa foi a mais deficiente em relação a facilidade de acesso à informação. Assim 
como as demais o período para coleta foi de uma semana. 
Os dados obtidos foram agrupados e analisados de forma quantitativa a partir 
dos conceitos levantados na pesquisa bibliográfica. 
43 
 
 
3.4 Tratamento de Dados 
 
A análise foi realizada após a tabulação dos dados e utilização de projeções, 
disponíveis para consulta no Apêndice A, com finalidade de avaliar o desempenho dos 
fundos como base na provisão matemática de benefícios a conceder para o período 
de concessão do benefício estabelecido a cada perfil de contribuinte. Utilizaram-se 
gráficos para uma melhor disposição dos resultados e análise dos dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
Nesta seção, estão os resultados dos estudos de caso, realizados com as 
Entidades Abertas de Previdência Complementar selecionadas, conforme objetivos 
inicialmente traçados. 
 
4.1 Definições dos parâmetros das simulações 
 
Os estudos de casos múltiplos, realizados com as instituições BrasilPrev, 
Bradesco Vida e Previdência, e Itaú Vida e Previdência, limitaram-se de acordo com 
perfis de cliente definidos. Desta forma, os produtos selecionados para a realização 
de projeções e comparações, são os que se enquadram nestes perfis. 
O primeiro perfil (A) é de indivíduos que possuem renda mensal de 
R$ 1.000,00, que desejam realizar a contribuição de 12% de seu salário bruto à 
previdência complementar em uma carteira de renda fixa, por todo o período de 
contribuição. Nesse perfil, há 3 grupos, indivíduos que contribuirão por 5 anos (A1), 
indivíduos que contribuirão por 15 anos (A2), e indivíduos que contribuirão por 25 anos 
(A3). 
O segundo perfil (B) é constituído por indivíduos que possuem renda mensal 
do R$ 3.000,00, e que desejam realizar a contribuição de 12% de seu salário bruto à 
previdência complementar em uma carteira de renda fixa, por todo o período de 
contribuição. Nesse perfil, há 3 grupos, indivíduos que contribuirão por 5 anos (B1), 
indivíduos que contribuirão por 15 anos (B2), e indivíduos que contribuirão por 25 anos 
(B3). 
O terceiro perfil (C) é formado por indivíduos que possuem renda mensal de 
R$ 9.000,00, que desejam realizar a contribuição de 12% de seu salário bruto à 
previdência complementar em uma carteira de renda fixa, por todo o período de 
contribuição. Nesse perfil, há 3 grupos, indivíduos que contribuirão por 5 anos (C1), 
indivíduos que contribuirão por 15 anos (C2), e indivíduos que contribuirão por 25 anos 
(C3). 
O quarto perfil (D) é de indivíduos que possuem renda mensal de 
R$ 20.000,00, que desejam realizar a contribuição de 12% de seu salário bruto à 
previdência complementar em uma carteira de renda fixa, por todo o período de 
contribuição. Nesse perfil, há 3 grupos, indivíduos que contribuirão por 5 anos (D1), 
45 
 
 
indivíduos que contribuirão por 15 anos (D2), e indivíduos que contribuirão por 25 anos 
(D3). 
O valor de contribuição mensal, 12% da renda bruta, foi assim estabelecido, 
pois é o valor máximo que o participante poderá utilizar para a dedução da base do 
Imposto de Renda na declaração anual. 
Os parâmetros definidos são apresentados na tabela abaixo: 
 
Tabela 3 – Parâmetros das simulações 
PERFIL RENDA BRUTA 
CONTRIBUIÇÃOMENSAL 
À PREVIDÊNCIA PRIVADA 
PERÍODO EM ANOS 
1 2 3 
A R$ 1.000,00 R$ 120,00 5 15 25 
B R$ 3.000,00 R$ 360,00 5 15 25 
C R$ 9.000,00 R$ 1.080,00 5 15 25 
D R$ 20.000,00 R$ 2.400,00 5 15 25 
Fonte: Elaborado pela autora. 
 
4.2 Disposições sobre as EAPC 
 
As Entidades de Previdência Complementar, autorizadas pela SUSEP a 
comercializar produtos previdenciários, assim como os fundos de cada uma dessas 
instituições, que atendem aos perfis dos participantes traçados, são descritos nos 
itens a seguir. As informações foram extraídas das páginas institucionais. 
 
4.2.1 BrasilPrev Seguros e Previdência 
 
Com 24 anos de atividades, e situada em São Paulo, a BrasilPrev é líder do 
mercado de previdência privada no Brasil. A companhia assumiu seu protagonismo 
fazendo lançamentos pioneiros no setor em que atua, como fundos diferenciados e 
produtos inovadores. 
Com 1,98 milhão de clientes, a empresa tem como principal canal de 
distribuição as agências do Banco do Brasil, que contam com o suporte especializado 
de 130 consultores espalhados pelo país. É o maior banco do país, com mais de dois 
séculos de experiência no mercado financeiro nacional. Dispõe de uma rede de mais 
de 4 mil agências, e quase 40 mil caixas eletrônicos distribuídos em território nacional, 
e presença em 20 países. O banco administra uma carteira de ativos que ultrapassa 
R$ 1 trilhão. 
46 
 
 
Líder global em gestão de investimentos financeiros, com US$ 668,6 bilhões 
em recursos sob sua administração. Está presente em 19 países e tem participação 
no capital social da BrasilPrev desde 1999. A BrasilPrev possui 16 administradores e 
conselheiros de administração, e cada um deles possui uma ação ordinária. 
Em 2017, os ativos sob gestão da BrasilPrev indicaram um crescimento de 
18,7%, quando a companhia geriu R$236,4 bilhões em comparação aos R$199,1 
bilhões, durante o ano de 2016. Montante que garante a liderança de mercado neste 
segmento, com 30,5% de participação. 
Esse desempenho, fez com que a empresa apresentasse um lucro líquido 
ajustado de R$1.09 bilhão, valor 8,1% superior ao registrado em 2016. 
 
Produtos em estudo 
 
Os produtos da BrasilPrev, que atendem aos perfis definidos, são 
pertencentes a família BRASILPREV RT FIX Renda Fixa, que, conforme as condições 
gerais dos produtos, tem os recursos alocados taticamente em exposições, em papéis 
prefixados e inflação.

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