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RECEPTORES COLINÉRGICOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
FACULDADE DE MEDICINA 
MÓDULO DE MOLÉCULAS, CÉLULAS, GÊNESE E NÍVEIS DE 
ORGANIZAÇÃO 
 
 
 
 
ANA PAULA VIEGAS NEVES 
MARCOS EDUARDO FERREIRA DOS SANTOS 
QUEREN HAPUQUE ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA 
RAISSA VIEIRA DE SOUZA 
THIAGO SOUZA LUZ 
 
 
 
 
Receptores Colinérgicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2022 
ANA PAULA VIEGAS NEVES 
MARCOS EDUARDO FERREIRA DOS SANTOS 
QUEREN HAPUQUE ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA 
RAISSA VIEIRA DE SOUZA 
THIAGO SOUZA LUZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Receptores Colinérgicos 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Universidade 
Federal do Pará – Campus Belém, sob 
orientação da prof.ª MSc. Luciana 
Fernandes Pastana Ramos, como 
requisito para obtenção de nota parcial 
na disciplina Biologia Celular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2022 
ÍNDICE 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 
2. SÍNTESE E LIBERAÇÃO DA ACETILCOLINA ..................................................... 5 
2.1 SÍNTESE ........................................................................................................ 5 
2.2 LIBERAÇÃO ................................................................................................... 5 
3. RECEPTORES COLINÉRGICOS NICOTÍNICOS ................................................ 6 
4. RECEPTORES COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS ............................................ 7 
4.2 NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) ............................................. 7 
4.3 NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) .................................................. 7 
5. SUBTIPOS DE RECEPTORES COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS (RCMS) ..... 8 
5.1 RCMS EXCITATÓRIOS: SUBTIPOS M1, M3 E M5 ....................................... 9 
5.2 RCMS INIBITÓRIOS: SUBTIPOS M2 E M4 ................................................. 10 
5.3 EXEMPLOS DE LOCALIZAÇÃO E ATUAÇÃO DOS SUBTIPOS DE RCMS 
NO ORGANISMO .................................................................................................. 10 
5.3.1 M1 (Excitatórios) .................................................................................... 10 
5.3.2 M2 (Inibitório) ......................................................................................... 11 
5.3.3 M3 (Excitatório) ...................................................................................... 11 
5.3.4 M4 (Inibitório) ......................................................................................... 11 
5.3.5 M5 (Excitatório) ...................................................................................... 11 
5.4 A bexiga e a existência de RCMs Excitatórios e Inibitórios .......................... 12 
6. REGULAÇÃO DE RECEPTORES ACOPLADOS À PROTEÍNA G .................... 12 
6.1 DESSENSIBILIZAÇÃO ................................................................................ 12 
6.2 INTERNALIZAÇÃO E RECICLAGEM .......................................................... 13 
6.3 DOWNREGULATION ................................................................................... 15 
7. DOENÇAS RELACIONADAS AO SISTEMA COLINÉRGICO ............................ 15 
7.1 DOENÇA DE ALZHEIMER .......................................................................... 15 
7.2 TABAGISMO ................................................................................................ 17 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 18 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 19 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O termo colinérgico é normalmente utilizado para definir neurônios, receptores 
ou sinapses que usam acetilcolina. Por sua vez, esta é uma molécula 
neurotransmissora - produzida do sistema nervoso central - que auxilia na contração 
cardíaca e nos músculos; ela também é responsável pela regulação do sono, da 
memória e do aprendizado. Ademais, deve-se pontuar que o Sistema de 
Neurotransmissão Colinérgica envolve a acetilcolina, os seus receptores colinérgicos 
e as enzimas responsáveis pela sua síntese e sua degradação. Ao partir desse viés, 
esse trabalho abordará a importância dos dois tipos de receptores colinérgicos (os 
nicotínicos e os muscarínicos), a sua atuação e acerca das doenças que estão 
relacionadas. 
A acetilcolina também possui funções excitatórias e inibitórias, assim facilitam 
o impulso elétrico em um neurônio ou podem inibi-lo. Em função disso, o 
funcionamento cerebral pode ser comprometido se houver déficit dele no organismo, 
o que pode causar hiperatividade, déficit de atenção, doença de Alzheimer, entre 
outros. 
 
 
Figura 1 - Representação do Sistema Colinérgico, blog dr. Carlos Rey, 2014. 
2. SÍNTESE E LIBERAÇÃO DA ACETILCOLINA 
 
2.1 SÍNTESE 
 
A síntese da acetilcolina deve-se por meio da acetilação da colina - esta é 
catalisada pela enzima colina-acetiltransferase (CAT) - com acetil coenzima A (acetil-
CoA). Após a sua síntese, parte da acetilcolina é transportada e armazenada em 
vesículas sinápticas, por meio de um transportador vesicular da Acetilcolina que é 
capaz de elevar a sua concentração em até 100x no interior das vesículas, dentro do 
próprio neurônio. 
 
 
Figura 2 - Acetilcolina: Síntese e reciclagem da acetilcolina na sinapse. 
 
2.2 LIBERAÇÃO 
 
Surge o potencial de ação (com cargas positivas devido à presença de íons 
Na+) que despolariza o terminal do axônio, o canal de cálcio é aberto e o cálcio entra 
na célula, em consequência disso, a acetilcolina é liberada por exocitose. Em seguida, 
parte dessa molécula neurotransmissora interage com receptores colinérgicos 
presentes nas membranas pré e pós-sinápticas, e a outra parte dela é hidrolisada pela 
enzima acetilcolinesterase (AChE) em acetato e colina. 
 
Figura 3 - Transferência de informação na sinapse (blog Arquivo Bioqui, 2015). 
 
3. RECEPTORES COLINÉRGICOS NICOTÍNICOS 
 
Os receptores colinérgicos nicotínicos estão localizados, principalmente, nas 
terminações das junções neuromusculares e nos gânglios sinápticos dos nervos 
parassimpáticos, eles são ionotrópicos, ou seja, permitem a passagem de cátions por 
dentro deles para equilibrar a diferença de potencial adquirida a partir do potencial de 
ação. Dessa maneira, a acetilcolina agirá de forma direta - transmissão excitatória 
rápida - o que promove a abertura de canais iônicos, mediante a esse 
neurotransmissor endógeno ou às moléculas exógenas, como a nicotina, e uma 
resposta rápida que ocasiona na contração muscular. Nesse âmbito, conclui-se que 
os RCNs regulam a liberação e a ativação de neurotransmissores nas regiões pré- e 
pós-sinápticas, respectivamente, podendo controlar a eficácia da transmissão 
sináptica. 
Outrossim, vale ressaltar que os RCNs apresentam diversas funções, como o 
aprendizado, a memória, o desenvolvimento neuronal e a sua participação do sistema 
de recompensa (prazer). Nesse contexto, a atuação desses receptores nos processos 
de memória e de aprendizado revela sua participação na fisiopatologia e nos 
processos inflamatórios característicos da doença de Alzheimer; além disso, o 
comprometimento da atividade cooperativa entre RCN e receptores dopaminérgicos 
na região mesoestriatal pode estar envolvido em algumas disfunções neurológicas 
que predispõem pacientes à doença de Parkinson. 
 
 
Figura 4 - Função dos receptores nicotínicos (Medicina Resumida, Youtube). 
 
4. RECEPTORES COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS 
 
4.2 NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) 
 
• Redução da frequência e força da contração cardíaca; 
• O relaxamento de vasos sanguíneos periféricos; 
• Constrição das vias respiratórias (brônquios e bronquíolos). 
 
4.3 NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) 
 
• O controle da função extrapiramidal (parte automática: caminhar, falar,escrever, nadar, dirigir uma bicicleta ou automóvel; 
• Vestibular (detecta a posição e o movimento da cabeça no espaço); 
• Funções cognitivas como memória, aprendizado e atenção; 
• Respostas emocionais, na modulação do estresse, no sono e na vigília. 
O conhecimento das funções dos RCMs e 
de seus subtipos avançou consideravelmente 
após a clonagem de seus cinco genes distintos 
(M1-M5) em células de mamíferos. Todos os 
RCMs pertencem à superfamília de receptores 
acoplados à proteína G e estruturalmente são 
proteínas de membrana contendo sete domínios 
transmembranares. A diferença funcional na 
ativação dos diferentes subtipos de RCMs reside 
principalmente na constituição da alça i3 desses 
receptores, a i3 é a região dos receptores 
muscarínicos que interage com a proteína G e 
apresenta variação na sequência de 
aminoácidos entre os RCMs. A variação da 
sequência de aminoácidos na alça i3 nos dois 
grupos de receptores muscarínicos provavelmente determina o acoplamento distinto 
à proteína G, justificando os diferentes mecanismos de regulação da resposta celular. 
Os receptores muscarínicos M1, M3 e M5, quando ativados por agonistas 
colinérgicos, acoplam-se preferencialmente com a proteína Gq/11, induzem a ativação 
da fosfolipase C, que promove a hidrólise de fosfoinositídeos presentes na membrana 
e a produção de diacilglicerol e inositol trifosfato (segundos mensageiros). De forma 
diferenciada, os receptores muscarínicos M2 e M4, quando ativados, acoplam-se 
preferencialmente à proteína G inibitória, Gi/o, que inibe a atividade da adenilciclase 
e reduz os níveis intracelulares de AMP cíclico. 
 
5. SUBTIPOS DE RECEPTORES COLINÉRGICOS MUSCARÍNICOS (RCMS) 
 
Os RCMs apresentam características funcionais e de localização que permitem 
sua diferenciação e separação em cinco subtipos, (M1-M5), o RCM pertencente ao 
subtipo M5 único que ainda não possui total caracterização em nível farmacológico e 
funcional. 
 Figura 5 - Receptor colinérgico muscarínico 
mostrando os 7 domínios transmembranares e a 
alça de ligação à proteína G. Em zoom, parte da 
sequência de aminoácidos dessa alça que liga à 
proteína, revelando os homólogos entre os 
receptores M1,M3 e M5 e entre os receptores 
M1,M3 e M5 e entre M2 e M4. 
 
Os RCMs atuam principalmente nos neurônios parassimpáticos do Sistema 
Nervoso Autônomo (SNA) e no Sistema Nervoso Central (SNC). Sendo que, no SNA 
se localizam na região pós-ganglionar. É importante ressaltar a atuação do SNA 
Parassimpático na estimulação do repouso em alguns órgãos e tecidos e na digestão 
no trato gastrointestinal, o que define, consequentemente, a atuação dos RCMs no 
organismo em momentos de relaxamento, descanso e repouso. 
Antes de cada subtipo dos Receptores Muscarínicos ser especificado, é 
importante relatar a divisão deles em dois grupos: Os RCMs Excitatórios e Inibitórios. 
 
5.1 RCMS EXCITATÓRIOS: SUBTIPOS M1, M3 E M5 
 
Tais receptores recebem essa classificação por estarem acoplados à porção 
da macromolécula de proteína G, encontrada no interior da célula, do tipo Gq. A 
Proteína Gq está envolvida na ativação da enzima de Fosfolipase C, que ao entrar em 
contato com o RCMs, produz uma resposta enzimática excitatória, sinalizando uma 
maior atividade para a célula. A ativação da Proteína Gq induz ao aumento de IP3, 
que gera maior concentração e liberação de Ca²+ no interior da célula e a ativação de 
fenômenos dependentes de Ca²+, como a contração do músculo liso e a secreção de 
substâncias. O produto da reação da Fosfolipase C e do DAG (Diacilglicerol) ativa a 
proteinocinase C em conjunto com o Ca²+ e a fosfodilserina, permitindo a produção 
de diversas respostas fisiológicas. 
 
 
Figura 6 - Receptores Muscarínicos M1, M3 e M5. 
5.2 RCMS INIBITÓRIOS: SUBTIPOS M2 E M4 
 
Recebem tal classificação por estarem acoplados à porção da macromolécula 
de Proteína G intracelular, principalmente, do tipo Gi. A Proteína Gi está relacionada 
à diminuição da resposta celular. Atua inibindo a atividade da enzima Adenilato 
Ciclase, ocasionando a diminuição dos níveis de AMPc, inibindo a reação catabólica 
da célula; ativando os canais de influxo regenerador de K+ e inibindo os canais de 
Ca²+. Consequentemente, ocorre a hiperpolarização e a inibição das membranas e 
ações excitatórias na célula. 
 
 
5.3 EXEMPLOS DE LOCALIZAÇÃO E ATUAÇÃO DOS SUBTIPOS DE RCMS 
NO ORGANISMO 
 
5.3.1 M1 (Excitatórios) 
 
Encontrados em grande quantidade no trato gastrointestinal e no SNC (Córtex 
Cerebral, Corpo Estriado e Hipocampo). 
No trato gastrointestinal há a predominância de receptores excitatórios. A 
Acetilcolina se liga aos RCMs M1, presentes nas células do epitélio estomacal 
(Células Oxínticas ou Parietais), atuando de forma excitatória pela necessidade da 
produção de ácido clorídrico e suco gástrico, auxiliando na digestão dos alimentos. 
No SNC, os RCMs M1 atuam principalmente no aumento da função cognitiva 
(aprendizado e memória). 
Figura 7 - Receptores Muscarínicos M2 e M4. 
5.3.2 M2 (Inibitório) 
 
Amplamente encontrados no SNC (Cérebro posterior, tálamo, córtex cerebral, 
hipocampo, corpo estriado) e no coração. 
Exercem importante função no miocárdio, pela inibição da adenilclicase e 
hiperpolarização causada pela abertura dos canais de K+. Consequentemente, ocorre 
a diminuição do potencial de ação cardíaco e ação Inotrópica e Cronotrópica Negativa. 
Inotrópica Negativa: Diminuição da contração do músculo cardíaco. 
Cronotrópica Negativa: Diminuição da frequência cardíaca. 
 
5.3.3 M3 (Excitatório) 
 
Amplamente expresso no SNC (porém, menos que outros RCMs) nas regiões 
do córtex cerebral e hipocampo. Também é encontrado nos músculos lisos e 
glândulas e no coração. 
Ao ser ativado pela Acetilcolina, promove contração do músculo esfincteriano 
da íris, ocasionando em redução da pupila, causando a redução do campo de visão 
em estado de repouso (ajustando a visão para identificar melhor imagens de perto). 
Também exerce importante função no aumento da secreção lacrimal; aumento da 
secreção gástrica (auxiliando na ingestão de alimentos) e aumento da secreção 
salivar. 
 
5.3.4 M4 (Inibitório) 
 
Localizado principalmente na região periférica do SNC, os RCMs do subtipo 
M4, ligado à proteína Gi, atua na alta inibição da secreção de Acetilcolina, ou seja, 
como um autor regulador. A Ach não utilizada retorna ao neurônio pré-sináptico e se 
conecta ao receptor M4, causando a inibição da liberação de excessos de Ach. 
 
5.3.5 M5 (Excitatório) 
 
Como dito anteriormente, o RCM do subtipo M5 é o único que ainda não possui 
uma caracterização completa e estudos totalmente embasados e confirmados sobre 
sua atuação em nível funcional e caracterização em nível farmacológico. Sendo 
assim, algumas pesquisas mostram que os RCMs M5 estão localizados na 
Substâncias Nigra e no SNC em baixos níveis. Acopla-se através da Proteína Gq, ou 
seja, a proteína de ação excitatória. Alguns estudos também estipulam que o RCM 
M5 teria como atuação funcional a mediação da dilatação nas artérias cerebrais e 
aorta. Facilitaria a liberação de dopamina, atuando na intensificação do 
comportamento de procura e recompensa (Relação com a Substância Nigra). 
 
5.4 A BEXIGA E A EXISTÊNCIA DE RCMS EXCITATÓRIOS E INIBITÓRIOS 
 
A bexiga sofre influência parassimpática por possuir RCMPs M1 e M3, que 
atuam no músculo liso da bexiga, aumentando a contração do Músculo Detrusor. 
(Ação Excitatória) 
Os Esfíncteres Vesicais localizados na bexiga possuem RCMs do subtipo M2. 
Assim, quando a Ach se liga a eles, exerce ação inibitória, promovendo seu 
relaxamento. 
O conjunto dos dois processos parassimpáticos ocorrentes na bexiga 
(Excitatório e Inibitório) promovem a micção. 
 
6. REGULAÇÃO DE RECEPTORES ACOPLADOS À PROTEÍNA G 
 
Os três mecanismos de regulação da resposta celular induzida por ativação de 
receptores acoplados à proteínaG são: a dessensibilização, a internalização ou 
sequestro de receptores, e a diminuição do número de receptores ou downregulation. 
 
6.1 DESSENSIBILIZAÇÃO 
 
A dessensibilização relaciona-se de forma direta com a redução na geração de 
segundos mensageiros estimulada pela ativação do receptor pelo agonista e possui 
como pré-requisitos: a ativação prolongada do receptor por seu agonista, a 
fosforilação do receptor por proteínas cinases dependentes de receptores acoplados 
à proteína G (GRKs) ou dependentes de segundos mensageiros como a PKA ou PKC, 
e a ligação das arrestinas (classe de proteínas citosólicas) ao receptor. 
Na dessensibilização, a redução da capacidade de resposta do receptor 
ocupado pelo agonista pode acontecer influenciando (dessensibilização heteróloga − 
fosforilação dos receptores pelas proteínas cinases dependentes de segundos 
mensageiros) ou não (dessensibilização homóloga − ativação de GRKs) demais 
receptores não estimulados e existente na célula em questão. 
 
6.2 INTERNALIZAÇÃO E RECICLAGEM 
 
O método de internalização, também conhecido como sequestro de receptores 
acoplados à proteína G, trata-se de mais um nível de regulação da ação desses 
receptores na ocasião em que são estimulados pelo agonista. Estudos por meio do 
uso de receptor β2-adrenérgico como modelo têm revelado que a exibição ao agonista 
proporciona a translocação desses receptores da parte superficial da célula para 
seções em seu interior. 
O processo de internalização de receptores, além de um mecanismo para a 
dessensibilização, também é utilizado para sua ressensibilização desses receptores. 
O método de recuperação da atividade de receptores ocorre, preferencialmente, 
através de um processo de reciclagem dos receptores internalizados previamente, 
que parece ser constitutivo na maioria das células. Nessa reciclagem, os receptores 
que são fosforilados pelas GRKs e internalizados em vesículas intracelulares são 
defosforilados, por enzimas fosfatases, que terão sua atividade favorecida pela 
redução do pH das vesículas. Os receptores são, então, reinseridos na membrana, 
onde passam a ser aptos a um ciclo de regulação novo. 
A internalização de receptores acoplados à proteína G influencia diretamente a 
distribuição celular e subcelular desses receptores. Essa distribuição pode ser 
indicada por quatro vias de tráfego intracelular. Na maioria das vezes, os receptores 
sintetizados recentemente, resultantes do aparelho de Golgi, são orientados para a 
região de superfície da célula. Todavia, além de integrar um depósito de reserva no 
interior da célula, os receptores existentes nos endossomas são capazes de ser 
reciclados para a membrana plasmática ou seguem para a fusão com lisossomas, nos 
quais sofrerão degradação. Em células não excitadas por agonistas, esse percurso 
de receptores no interior da célula ocorre um tanto quanto lento, sendo bruscamente 
agilizado em presença de agonistas. 
A literatura apresenta dois caminhos de internalização de receptores acoplados 
à proteína G, mediados por proteínas clatrina e cavéolas. O caminho permeado por 
clatrina tem sido o mais estudado, sendo afirmado experimentalmente como 
encarregado pela internalização de vários receptores, como os receptores β2-
adrenérgicos, muscarínicos e de endotelina A. 
Goodman, 1997, observaram que a ligação da arrestina ao receptor fosforilado 
proporciona o recrutamento e a ligação da proteína clatrina a esse complexo 
(conforme ilustra a Figura 2) que se polimeriza, promovendo o recobrimento da 
membrana e a formação de vesículas intracelulares que contém complexos proteicos 
que incluem o receptor, a arrestina e proteínas cinases. Recentemente, foi 
evidenciado que a arrestina pode possibilitar o recrutamento de enzimas tirosina-
cinases da família das Src e, por conseguinte, induzir a elaboração do complexo 
receptor acoplado à proteína G-tirosina-cinase Src. A ativação da tirosina cinase Src 
é de fundamental importância para a ativação de proteínas cinases ativadas por 
mitógenos (MAPKs). 
A internalização de receptores acoplados à proteína G induzida por seus 
agonistas específicos, via proteína clatrina, supostamente regula a resposta celular 
perante o estímulo do agonista, proporcionando uma nova onda de sinalização celular 
que envolve a ativação das MAPKs. Recentemente, tem sido percebida a relação 
funcional entre a internalização e a transdução de sinal induzida por vários receptores 
de neurotransmissores, inclusive aqueles aderidos à proteína G, em menores 
invaginações vesiculares (50-100 nm) da membrana plasmática, intituladas cavéolas 
(Figura 2). Essas estruturas comportam-se como subcompartimentos da membrana 
celular especialistas no fluxo 
de proteínas e em 
mecanismos de transdução 
de sinal permeados por 
receptores. 
 
Figura 8 - Regulação do receptor 
muscarínico acoplado à proteína 
G, ressaltando os mecanismos de 
dessensibilização (1), 
internalização via clatrina (2), 
ressensibilização (3) e 
internalização via cavéolas (4). 
 
6.3 DOWNREGULATION 
 
A downregulation nada mais é do que a redução de receptores por intermédio 
da diminuição da síntese, da internalização com degradação em lisossomos ou 
degradação não lisossômica de receptores. A downregulation pode ser estimulada por 
diferentes mecanismos, dentre estes, a modulação da expressão gênica. 
Experimentos indicam que o número de receptores existentes em uma célula pode 
ser regulado através do nível de expressão gênica, tal como o de biossíntese e de 
degradação destes. Ademais, nota-se a redução dos receptores M2 e M4 existentes 
nos dendritos, como, ainda, a redução de receptores M2 aderidos à membrana, depois 
de uma estimulação neuronal colinérgica crônica, revelando que esses receptores 
sofreram downregulagem. A redução do RNAm de receptores M2 no núcleo basal de 
Meynart e em neurônios estriatais de camundongo, nos quais os níveis de ACh são 
altos de maneira crônica, explica em parte a perda dos receptores M4 dos dendritos. 
A downregulation pode ter como resultado uma elevação da proteólise de proteínas 
G acopladas a receptores. Para os receptores β2-adrenérgicos, supõe-se que a 
proteólise é o principal mecanismo de downregulation. 
 
7. DOENÇAS RELACIONADAS AO SISTEMA COLINÉRGICO 
 
A conexão direta de certas doenças com o sistema colinérgico destaca a 
importância do bom funcionamento de tal sistema. Dentro dessa perspectiva, é 
possível abordar patologias que comprometem diferentes eixos de funcionamento do 
corpo humano ligadas aos receptores colinérgicos muscarínicos e aos nicotínicos. 
Dessa maneira, é crucial entender os níveis e consequências das doenças, assim 
como conhecer os agentes farmacológicos utilizados no tratamento e seus respectivos 
efeitos colaterais, para ter uma compreensão ampla dos mecanismos abordados 
anteriormente. 
 
7.1 DOENÇA DE ALZHEIMER 
 
Desde os anos 1980, a relação entre o sistema colinérgico e a demência do 
tipo Alzheimer tem sido explorada, visto que esta é uma doença definida como 
degenerativa e progressiva. Partindo disso, são observadas modificações 
neuroquímicas primárias no sistema colinérgico de pacientes, o que sugere uma 
disfunção neurológica a qual promove alterações de memória, atenção, aprendizagem 
e outros processos cognitivos comuns como, por exemplo, a dificuldade na atividade 
de planejamento. Tais mudanças são geradas por meio de alterações na quantidade 
de receptores muscarínicos em diversas regiões cerebrais e na sinalização induzida 
por esses receptores, é importante destacar também a presença de altas 
concentrações de uma proteína chamada de inibidor endógeno de baixo peso 
molecular(IEBP); essa proteína, por sua vez, exerce antagonismo endógeno aos 
receptores colinérgicos muscarínicos nos pacientes em que são observadas a 
neuropatia degenerativa do Alzheimer. 
Além do mais, a manifestação da doença de Alzheimerpode ser separada em 
três estágios, são eles: inicial, intermediário e avançado. Os primeiros sinais da 
doença são geralmente confundidos com estresse e/ou envelhecimento, eles se dão 
com a alteração na memória de curto prazo, empobrecimento do vocabulário e 
dificuldade em movimentos coordenados. Na fase intermediária o paciente necessita 
de suporte para realizar atividades diárias, os problemas de memória se intensificam 
e a memória de longo prazo começa a se deteriorar, há oscilações de humor mais 
intensas e dificuldades motoras e na linguagem falada também passam a ser 
apresentadas. Por fim, na fase avançada da doença o indivíduo torna-se 
completamente dependente de cuidados, a comunicação oral é gravemente 
comprometida, a apatia e a exaustão são constantes, há significativa perda do peso 
corporal e o paciente passa a não reconhecer familiares próximos. Após o diagnóstico, 
pessoas com a doença de Alzheimer tem a expectativa média de vida de 3 a 4 anos, 
no entanto o período pode oscilar e o paciente pode superar este tempo estimado em 
até 12 anos. 
Atualmente, o tratamento do Alzheimer requer intervenções farmacológicas 
que visam a fisiopatologia específica de tal, ele inclui o uso de fármacos que trazem 
melhoria para sintomas específicos e ainda intervenções comportamentais que 
possam melhorar os sintomas e as atividades diárias do paciente. Os inibidores da 
tacrina e donepezil permitem um aumento dos níveis cerebrais de acetilcolina e mais 
recentemente um antagonista não competitivo de receptor memantina, que está 
indicado para as fases iniciais a avançada da doença, são esses os únicos agentes 
farmacológicos atualmente aprovados pelo FDA (U.S Food and Drug Administration). 
 
7.2 TABAGISMO 
 
A nicotina presente no tabaco é um agonista seletivo de receptores colinérgicos 
nicotínicos (RCN). Assim, quando a nicotina se liga aos receptores nicotínicos, tem 
rápido efeito estimulante, seguido de efeito depressor duradouro. Em razão ao fato de 
estimular e posteriormente bloquear os receptores nicotínicos em nível 
comportamental, a nicotina produz uma mistura de efeitos inibitórios e excitatórios. E 
assim como outras drogas capazes de causar dependência, ela está diretamente 
ligada à liberação de dopamina na região mesolímbica. 
A tolerância à nicotina observada em fumantes, assim como os sintomas de 
abstinência ocorre por dessensibilização após a exposição crônica. A nicotina chega 
às sinapses neurais através da barreira hematoencefálica e alcança concentrações 
de 50-600 nM, que são muito pequenas se comparadas às concentrações de ACh. 
No entanto, a nicotina persiste por não ser degradada pela pela AChE e é, justamente, 
tal exposição prolongada que pode estimular a dessensibilização. O uso crônico da 
nicotina pode causar o aumento do número de receptores associado a uma 
desativação funcional, que compete aos efeitos de dependência à nicotina. 
Ademais, a prática do fumo tem sua justificativa baseada no fato de que quem 
fuma, o faz por prazer, hábito ou dependência. Dependência explicada a cima pelas 
interações da nicotina com receptores específicos do cérebro, como resultado disso a 
ausência de tal fator agonista gera resistência ao abandono da substância, seguida 
de sintomas de abstinência, como náuseas, dor de cabeça e irritabilidade. Atualmente, 
são aprovados três medicamentos para o tratamento do tabagismo: a nicotina, a 
bupropiona e a vareniclina. Há cinco produtos para a reposição de nicotina, são eles: 
goma de mascar, pastilhas e comprimidos sistemas adesivos transdérmicos, inalador 
e spray. A bupropiona pode ser comercializada como antidepressivo e associada ao 
uso do adesivo de nicotina. No entanto, apesar de evidências mostrarem a eficácia 
desses medicamentos, a maioria dos pacientes não adere completamente ao 
tratamento, sendo, assim, necessárias novas opções terapêuticas. 
Levando em consideração os danos gerados pelo tabagismo, é válido destacar 
alguns benefícios possíveis a partir do tratamento da doença. Entre eles estão a 
redução gradual do risco de neoplasias, a redução gradual do risco cardiovascular, a 
melhora de sintomas respiratórios, o declínio menos acentuado da função pulmonar e 
o aumento da expectativa de vida. 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A importância do sistema de neurotransmissão colinérgica tem 
sido significativamente evidenciada, visto sua relação com algumas 
doenças do SNC. As alterações neuropsiquiátricas que envolvem disfunções desse 
sistema podem ser observadas em quadros patológicos 
atualmente de considerável incidência, como doença de Alzheimer e o tabagismo. 
Neste trabalho, procurou-se fazer uma revisão sobre os conceitos básicos sobre 
os receptores colinérgicos, a fim de elucidar as vias de sinalização celular do 
neurotransmissor acetilcolina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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