Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Planejamento de Sistemas Agroflorestais com Frutíferas Nativas Dr. José Ribamar Gusmão Araujo Dr. Ernesto Gomez Cardozo Dra. Ariadne Enes Rocha Dr. Guillaume Xavier Rousseau GUIA BÁSICO Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais CURSO MÓDULO 3 Reitor Gustavo Pereira da Costa Vice-Reitor Walter Canales Sant´ana Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Estudantis Paulo Henrique Aragão Catunda Núcleo de Tecnologias para Educação Ilka Márcia Ribeiro S. Serra - Coordenadora Geral Coordenação do Setor de Divisão de Design Educacional Cristiane Peixoto - Coord. Administrativa Danielle Martins Fernandes - Coord. Pedagógica Professores Conteudistas Dr. José Ribamar Gusmão Araujo Dr. Ernesto Gomez Cardozo Dra. Ariadne Enes Rocha Dr. Guillaume Xavier Rousseau Designers de Linguagem Aurileia Cabral Cantanhede Lucirene Ferreira Lopes Designers Pedagógicas Erica Sousa Costa Lidiane Saraiva Ferreira Lima Projeto Gráfico Nayana Gatinho da Silva Diagramação Tonho Lemos Martins UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA Os materiais produzidos para os cursos ofertados na Plataforma Eskada e intermediados pelo UEMAnet/UEMA são licenciados nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhada, podendo a obra ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 3 Apresentação Olá, cursista! Neste módulo, apresentaremos com mais detalhes o planejamento e desenho de SAF’s com fruteiras nativas tropicais de maior interesse para a agricultura familiar. Como se justifica a inserção de frutíferas nativas enquanto componentes arbóreos nos SAFs em razão da possibilidade de uso múlti- plo das espécies e pela obtenção de produtos nobres como as frutas. Será abordado também os tipos de serviços ecossistêmicos que tomam parte nos SAFs e de que maneira esses benefícios afetam os ecossistemas naturais, a vida das pessoas e da sociedade em geral. Com isso, desejamos uma excelente leitura e que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto. Bons estudos! CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 4 Sumário Módulo III - Planejamento de Sistemas Agroflorestais com Frutíferas Nativas... 5 Introdução............................................................................................................................................................................... 5 1 Frutíferas Nativas para SAF Biodiverso............................................................................................................. 9 1.1 Diversidade de Frutíferas nativas, características e potencial de utilização das principais espécies.................................................................................................................................................................................... 9 1.2 Princípios e passos para o desenho/redesenho de agroecossistemas biodiversos ........................ 35 1.3 Uso e manejo das espécies............................................................................................................................................ 40 2 Serviços Ecossistêmicos dos Sistemas Agroflorestais ................................................................................ 44 2.1 Definição e Classificação ............................................................................................................................................... 44 2.2 Serviços ecossistêmicos providos pelos SAFs.................................................................................................... 46 CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 5 Planejamento de Sistemas Agroflorestais com Frutíferas Nativas01 MÓDULO OBJETIVOS Conhecer a diversidade de espécies de frutí- feras nativas do Maranhão e da Amazônia, sua inclusão em sistemas agroflorestais e potencial de uso (social/alimentar) e esquemas de manejo; Entender os princípios e premissas que norteiam o desenho e redesenho de agroe- cossistemas biodiversos, visando aproximar a “imagem” com os ecossistemas naturais em termos de diversidade e funcionamento; Entender a importância e impactos dos servi- ços ecossistêmicos nos ecossistemas naturais, nos agroecossistemas e na vida das pessoas. INTRODUÇÃO O Brasil possui um dos principais centros de diversidade genética de espécies frutíferas nativas e naturalizadas. Estima-se que 250 mil espécies de plantas já foram descritas em âm- bito mundial e cerca de 60 mil espécies têm origem no Brasil, o que corresponde a 22% do total, incluindo-se entre elas, aproximadamen- te 500 espécies frutíferas, que em sua maioria são pouco estudadas (ARAGÃO et al., 2002). Em razão das condições climáticas favo- ráveis e avanços no conhecimento científico e CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 6 tecnológico, o Brasil se transformou no terceiro maior produtor mundial de frutas, respondendo por aproximadamente 10% do volume total produzido, especialmente com frutas tropicais e subtropicais, com uma área plantada de 2,8 milhões de hectares e com uma produção de 42,1 milhões de toneladas ao ano (OECD/FAO, 2015). Mais recentemente, cresceu o extrativismo e cultivo de frutíferas nativas, sendo destaque nas regiões norte e nordeste as culturas de açaí, cupuaçu, pupunha, bacuri, castanha do Brasil, mangaba, pequi e murici. As regiões Norte e Nordeste do país detêm uma série destas frutíferas de excelentes caracte- rísticas comerciais e propriedades nutricionais, tornando importante o investimento de cultivos e pes- quisas técnico-científicas nestas regiões. Ainda assim, muitas espécies são subaproveitadas e poucas assumem lugar de destaque na mesa dos consumidores, como é o caso do bacuri (LEDERMAN et al., 2000; MOURA et al., 2000). Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são formas de uso ou manejo da terra, nos quais se combi- nam espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) e palmeiras com cultivos agrícolas e/ou criação de animais, de forma simultânea ou em sequência temporal e que promovem benefícios econômicos, ecológicos/ecossistêmicos e sociais (LOVISON et al., 2021). Estes agroecossistemas, normalmente bio- diversos, possibilitam a recuperação de áreas degradadas, gerando benefícios para a fauna e flora lo- cal, geram renda para as famílias agricultoras e promovem a interdisciplinaridade de conhecimentos populares e científicos entre os indivíduos (MICHELS, 2022). As práticas de manejo sustentável listadas CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 7 por Altieri e Nicholls (2003) como adubação verde, cobertura morta, compostagem e consórcio de diferentes espécies, podem ser encontradas nesse sistema. No Maranhão, especialmente na região Centro-Norte do estado (trópico úmido), os indicadores sociais de pobreza e de problemas ambientais no campo ainda são elevados. A pressão sobre os re- cursos naturais é crescente, enquanto o nível tecnológico e rentabilidade dos sistemas agrícolas não consegue alterar essa realidade social, gerando um círculo de pobreza e degradação ambiental. Na região Centro-Norte do Maranhão, bem como em áreas de Cerrado, onde predominam os sistemas de agricultura familiar baseado na derrubada e queima da vegetação (FERRAZ JR., 2004; MOURA et al., 2010), as frutíferas nativas, ao lado de espécies florestais, sofrem processo de erosão da sua diversidade (ARAUJO et al., 2007), aliado aos frequentes desmatamentos e expansão da fronteira agrícola com monoculturas. Na assim chamada “Amazônia Maranhense”, com faixas de transição de cerrado e com predo- minância de matas secundárias (capoeiras), ocorre grandediversidade de espécies de frutíferas na- tivas, potencialmente importantes para os agricultores, os quais via de regra, realizam o extrativismo de frutos para o autoconsumo e, secundariamente, para a comercialização de polpas. Nesse sentido, são necessárias formas de proteger e conhecer as espécies frutíferas nativas e incentivar a explora- ção sustentável. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 8 Por outro lado, como as diversas espécies frutíferas estão naturalmente associadas às outras árvores e arbustos dos ecossistemas naturais, são passíveis de sofrer degradação, perdas e erosão genética quando os ambientes naturais são atingidos por perturbações antrópicas recorrentes. As- sim, muitos recursos valiosos são perdidos antes de serem conhecidos e racionalmente explorados. Da mesma forma, muitas dessas espécies, por carências de pesquisas e geração de conhecimentos, ainda não completaram o processo de domesticação que lhes permita recomendar a melhor forma de uso e manejo. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 9 1 Frutíferas Nativas para SAF Biodiverso 1.1 Diversidade de Frutíferas nativas, características e potencial de utilização das principais espécies O Brasil abriga quase 19% da flora mundial, com notoriedade para as frutíferas nativas, que ocu- pam lugar de destaque nos vários ecossistemas em que vegetam. As frutíferas nativas ocupam lugar de destaque nos ecossistemas da Amazônia e região de transição, em função da comercialização dos frutos, em muitos casos, com grande aceitação regional (VILLACHICA, 1996; LORENZI, 1998). No entanto, muitas espécies importantes estão ameaçadas ou sob grande risco de extinção, face ao forte antropismo, especialmente os desmatamentos frequentes, queimadas e expansão da fronteira agrícola (CAVALCANTE, 2010). De uma forma geral, toda a biodiversidade é impactada pelas ativida- des humanas fora do propósito da sustentabilidade ecológica, social e econômica. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 10 SAIBA MAIS Acesse o link, a seguir, e veja algumas sugestões de vídeos/filmes que per- mitirão a você, algumas reflexões sobre a preservação das florestas, incluin- do os danos causados ao ar, à água, ao solo e à produção de alimentos. Destacam-se os vídeos como: “Amazônia em chamas”, “Os sem florestas” e “A lei da água”.Disponível em: https://www.ung.br/noticias/4-filmes-que-te-fazem-refletir-sobre- -preservacao-das-florestas As inúmeras possibilidades de exploração, de forma sustentável dos recursos naturais e a ocu- pação dos recursos humanos nas múltiplas atividades da fruticultura, como produção de polpa, do- ces cristalizados, compotas, sucos, licores, vinhos e outras iguarias, possibilitando a geração de renda e alimento, são factíveis (BETEMPS et al., 2013). https://www.ung.br/noticias/4-filmes-que-te-fazem-refletir-sobre-preservacao-das-florestas CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 11 O link abaixo exibe a publicação “Agroambientes de Transição entre o Trópico Úmido e o Semiárido do Brasil”, do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia, parceria com o IICA (2004). O capítulo 8 aborda o tema “FRUTÍFERAS NATIVAS - OCORRÊNCIA E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO NA AGRICULTURA FAMILIAR DO MARANHÃO” (ARAUJO et al., 2004). Sugere-se consultar. Espécies como Bacuri, Cacau, Cupuaçu, Açaí, Pequi, Mangaba, Murici e Cajá (Taperebá), entre outras, são frutíferas nativas de importância alimentar, econômica e social que podem ser utilizadas em combinações de cultivos em sistemas agroflorestais. Na sequência, discorremos sobre a importância ecológica, econômica, social e alimentar dessas espécies. https://repositorio.iica.int/bitstream/handle/11324/10382/BVE20067720p. pdf?sequence=1&isAllowed=y https://repositorio.iica.int/bitstream/handle/11324/10382/BVE20067720p.pdf?sequence=1&isAllowed=y CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 12 1.1.1 Bacuri O bacurizeiro (Platonia insignis Mart.) (Figura 1), pertencente à família Clusiaceae, é uma espécie arbórea nativa da Amazônia, sendo o seu provável centro de origem o estado do Pará, espalhando-se aos estados do Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Piauí e Maranhão (CAVALCANTE, 2010), que tem o bacuri como fruto da espécie de enorme importância econômica, social e ambiental nos ecossistemas naturais do Norte e Nordeste do Brasil. O gênero Platonia é monotipo, e na Amazônia, a família está representada por 17 gêneros, e número de espécies superior a 50. Figura 1 - Árvore de bacurizeiro em área de conservação in situ da Comunidade Santa Filomena, município de Santa Rita, MA Fonte: Araujo (2021). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 13 O bacurizeiro quando componente da vegetação primária apresenta porte médio a grande, geralmente, com altura entre 15 e 25m, podendo atingir, nos indivíduos mais desenvolvidos, altura superior a 35m. Nessa situação ocupa o dossel superior da floresta e o diâmetro na altura do peito varia entre 90 e 120cm, enquanto a copa apresenta diâmetro superior de 20m. O tronco é retilíneo, de forma circular e com ramificações somente no seu terço terminal. A copa é aberta, com forma aproximada de cone invertido. Quando propagado por enxertia, a arquitetura da planta é bastante diferente, em decorrência de que os garfos ou gemas são retirados de ramos plagiotrópicos, pois a espécie apresenta crescimento monopodial e, em função dessa característica somente a gema apical tem crescimento ortotrópico. O bacurizeiro é uma espécie de crescimento lento e o período de juvenilidade pode durar de 10 a 12 anos, quando as plantas são propagadas a partir de sementes (MORAES et al., 1994; CARVALHO et al., 1998a; CARVALHO et al., 1998b). O bacurizeiro é uma planta que se desenvolve em regiões de clima úmido e subúmido, assim como em regiões de cerrado e cerradão. No caso do Maranhão, a ocorrência é maior nas áreas de transição entre o Cerrado e a Amazônia. O desenvolvimento em ecossistemas totalmente diferentes, a exemplo da floresta tropical úmida e do cerrado, confere ao bacurizeiro alta plasticidade de adaptação e relativa diversidade genética (SOUZA et al., 2000; ARAUJO et al., 2004). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 14 Para as condições do Maranhão, Araujo et al. (2007) relatam que o bacurizeiro é a frutífera de maior ocorrência natural nas diferentes regiões do Estado, apresentando elevado potencial de exploração. Por não constituir ainda uma cultura comercialmente estabelecida, a produção de frutos é decorrente, na quase totalidade, do extrativismo da floresta e em capoeiras sob regeneração de brotações, não havendo informação de pomares com essa espécie. Os tratos culturais praticamente não existem, sendo realizada apenas uma limpeza próxima das árvores para facilitar a coleta dos frutos. Villachica et al. (1996) relatam que em condições de cultivo, uma planta madura pode produzir até 500 frutos. Em condições silvestres, existem casos isolados de plantas produzindo até 1.000 frutos. Na densidade de 100 plantas por hectare, a provável produção de frutos seria de 20 a 25 t.ha- 1, com 2,0 a 2,5 t de polpa e 5,0 a 6,2 t de sementes. No entanto, não há estudos sistemáticos com coleta controlada de frutos, que possam expressar a produtividade e se há estabilidade produtiva ou alternância de produção. O fruto é uma baga volumosa, de tamanho e formato variáveis, com diâmetro variando entre 7 e 15cm e peso médio entre 350 e 400g, alguns podem alcançar até 900 a 1000g (CAVALCANTE, 2010; CARVALHO et al., 2003). Os frutos geralmente atingem o ponto de colheita em torno de 120 a 150 dias após a floração/frutificação, sendo normalmente coletadosapós sua queda natural. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 15 O bacurizeiro apresenta autoincompatibilidade esporofítica, flor hermafrodita e acentuada alogamia, os insetos visitantes florais foram considerados pilhadores de pólen e néctar. Isso traz implicações para o manejo racional do bacurizeiro, indicando que o manejo das plantas em condições naturais seria vantajoso, considerando a efetiva presença dos polinizadores no ambiente e a necessária diversidade de clones introduzidos na área. Os dados da produção de frutos do bacuri no Maranhão e na Amazônia, em geral, são escassos e não atualizados, presume-se que a totalidade da produção seja oriunda do extrativismo da floresta. Segundo o IBGE (2018), a produção nacional de bacuri se concentra nas regiões Norte (33,43%) e Nordeste (66,23%), sendo o Maranhão e o Pará os maiores produtores do fruto. O fruto de bacuri é um dos mais populares e apreciados nos mercados e feiras de Belém/PA e São Luís /MA, sendo utilizado para o consumo in natura e para o processamento de polpa, sorvetes e derivados. Apesar da multiplicidade de uso, a polpa tem sido utilizada de forma econômica, assim como a comercialização, informalmente em estradas e BR, de frutos in natura. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 16 SAIBA MAIS No link abaixo você encontrará um importante estudo sobre o bacuri que foi realizado no Maranhão, intitulado “CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE BACURI (Platonia insignis Mart.) EM VEGETAÇÃO SECUNDÁRIA NO BIO- MA AMAZÔNIA MARANHENSE” (Tese de doutorado de Larissa de Paula Viana da Silva, PPG-Agroecologia/UEMA, 2020). http://www.agroecologia.uema.br/?p=2189 1.1.2 Açaí O açaizeiro Euterpe oleracea Mart. (Figura 2) pertence à ordem Arecales, família Arecaceae (Palmae) e a subfamília Arecoidae (HENDERSON; GALEANO, 1996). O gênero possui 27 espécies, das quais cinco são nativas do Brasil, dentre elas as espécies mais importantes são E. oleracea (açaí do Pará ou juçara do Maranhão) e E. precatoria (açaí solteiro) (HENDERSON, 2000). A família possui file:///C:/Users/User/Downloads/TESE-Larissa-de-Paula.pdf CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 17 3.400 espécies pertencentes a 236 gêneros, sendo que na região Amazônica se concentra a maior diversidade de palmeiras com aproximadamente 250 espécies estudadas (LORENZI et al., 2010; apud SANTOS, 2019). Figura 2 - Açaizal nativo de Euterpe oleracea em zona litorânea do município de Alcântara, MA Fonte: Araujo (2017). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 18 O fruto do açaizeiro tem grande importância socioeconômica e cultural para a região da Amazônia, fazendo parte da dieta alimentar da população diariamente, além de contribuir para a renda das populações ribeirinhas (PALACIO, 2008; apud SANTOS, 2019). O consumo do açaí durante as refeições como complemento ou prato principal é um hábito comum e que está incorporado no dia a dia dos povos locais da Amazônia, justificando a necessidade de elevar a produção desse produto (HOMMA, 2014). Seu consumo, no entanto, não se restringe apenas aos moradores do norte brasileiro, mas se expandiu também pelo sul, nordeste e sudeste brasileiro e está sendo exportado para países da Europa, Estados Unidos, Japão e China (POMPEU et al., 2009). O açaí é considerado uma “superfruta”, em função da sua composição nutricional, rica em fibras, lipídeos, fenóis, minerais, ácidos graxos e as antocianinas que podem estar relacionados à prevenção de doenças cardiovasculares (PACHECOPALENCIA et al., 2011; YAMAGUCHI et al., 2015). DICA DE VÍDEO Clique no link e veja a entrevista realizada com o prof. Gusmão explicitando a diferença entre açaí do Pará e a juçara do Maranhão. https://globoplay.globo.com/v/11039283/ https://globoplay.globo.com/v/11039283/ CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 19 1.1.3 Cupuaçu O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflo- rum (Willd ex. Spreng) Schumm.) (Figura 3) é uma espécie arbórea perene da família Mal- vaceae, subfamília Byttnerioideae, tribo Theo- bromae (CHAVES, 2022). Trata-se de uma es- pécie frutíferas intimamente relacionada com a tradição e cultura amazônica que remonta a épocas pré-colombianas. Corrobora com essa afirmativa a dispersão da espécie ao longo das margens dos rios amazônicos, a partir de seu suposto centro de origem, no Sul e Su- deste Paraense e Noroeste Maranhense, pos- sivelmente uma ação antrópica dos primeiros habitantes da região, atraídos pelo aroma e sabor da polpa de seu fruto, o cupuaçu (CHA- VES, 2022). Figura 3 - Árvore e fruto de cupuaçu cultivado em quintal doméstico em São Luís Fonte: Araujo (2018). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 20 O cupuaçuzeiro é um exemplo de frutífera nativa que vem ganhando destaque. Desde meados de 1980, a espécie é alvo do programa de melhoramento da Embrapa, que visa obter genótipos produtivos e resistentes ao fungo Moniliophthora perniciosa Stahel & Phillips-Mora, agente etiológico da vassoura-de-bruxa, de grande importância no gênero Theobroma (ALVES et al., 2020; PATROCÍNIO et al., 2017; CHAVES, 2022). Alguns clones e cultivares foram lançados e recomendados aos produtores desde então. Ao lado do açaizeiro, o cupuaçuzeiro é uma das frutíferas mais utilizadas em sistemas biodiversos como SAFs e quintais agroflorestais ou home gardens. O cupuaçuzeiro pode medir de 6 a 10 metros de altura, e quando não podadas, podem atingir de 15 a 20 metros. Possuem tronco marrom-escuro com fissuras, seguido de ramificações tricotômicas. Suas folhas são de cor rosa e com pelos, mas quando maduras, apresentam-se verde. Suas flores crescem pelos ramos, com pétalas que podem ser brancas ou vermelhas (SOUZA, 2007), são hermafroditas e geneticamente são autoincompatíveis (COSTA, et al., 2022). O fruto do cupuaçu é um dos mais relevantes, com grande importância socioeconômica e cultural na região norte do Brasil, devido aos múltiplos usos da polpa e amêndoas (FRANKLIN & NASCIMENTO, 2020). O cupuaçu caracteriza-se como uma baga drupácea, com casca lisa, coloração verde recoberta por pelos castanhos, com dimensões que variam de 10 a 30cm de comprimento e 9 a 15 cm de diâmetro, pesando em média 1.200g e produzindo em torno de 30 sementes por fruto. (VIEIRA et al., 2022). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 21 Os primeiros frutos ocorrem por volta dos quatro anos, tendo em média oito unidades. É apartir dos oito anos que a produção aumenta para 25 a 40 frutos por planta; a floração ocorre no período de seca na região amazônica, de julho a setembro, a frutificação na época das chuvas, de novembro a maio, e o pico da safra de janeiro a março (SOUZA et al., 1996; COSTA, et al., 2022), ou de fevereiro a abril (YUYAMA et al., 2013). A polpa é a parte economicamente mais importante do cupuaçu, encontra-se de forma abundante e sua cor pode ser branca, amarela ou creme; ela é ácida, com sabor e odor muito agradáveis (COSTA et al., 2022). Na região Norte do Brasil, ela é usada para a confecção e comercialização de diversos produtos como suco, creme, sorvetes, néctar, geleia, compota, doce, gelatina, pudim, biscoito, licor, entre outros. Tal comercialização pode ser atribuída ao fato desse fruto possuir ótimas características organolépticas, o que lhe confere potencial na agroindústria e também na indústria de alimentos. 1.1.4 Mangaba A mangabeira Hancornia speciosa var. speciosa Gomes (Figura 4), pertence à família Apocynaceae, compreende seis variedades botânicas de mangaba: H. speciosa var. speciosa, H. speciosa var. maximiliani, H.speciosa var. cuyabensis, H. speciosa var. lundii, H. speciosa var. gardneri e H. speciosavar. pubescens descrita por Monachino (1945). (GANGA et al., 2010). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 22 A mangabeira possui frutos do tipo baga, de tamanho, formato e cores variados, podendo ser elipsoidais ou arredondados, com variações de coloração amareladas ou esverdeadas, com pigmentação vermelha ou sem, polpa amarela adocicada (FRANCO et al., 2010). Suas sementes são achatadas e discóides, com coloração castanho-clara (LEDERMAN et al., 2000). Segundo Barros et al. (2006) a extração das sementes pode ser manual ou mecânica, desde que sejam utilizados frutos sadios e maduros, apresentando casca amarela ou verde-amarelada, com manchas avermelhadas e consistência macia ou mole, coletados logo depois da sua queda ao chão. O fruto da mangabeira é constituído de polpa (77 %), casca (11 %) e semente (12 %). Apresenta teor protéico (0,7g.100 g-1 de polpa) superior ao da maioria das espécies frutíferas e possui vitaminas A, B1, B2 e C, além de ferro, fósforo e cálcio. Chama atenção o elevado teor de ferro (28mg.100 g-1 de polpa) no fruto, fazendo com que a mangaba seja uma das frutas mais ricas neste nutriente, além de ser fonte de ácido ascórbico. O valor energético, em cada 100 g de fruta, é de 43 calorias (SOARES et al., 2010). Figura 4 - Área natural de mangabeiras no município de Morros, MA Fonte: Silva (2014). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 23 Segundo Rocha e Silva (2018), a região do Munim, especialmente o município de Morros, é a principal área de ocorrência de mangaba no Maranhão e foi verificado que os frutos de mangaba tinham um diâmetro médio entre 28,66mm e 37,31mm, com peso médio dos frutos variando entre 15,8 a 36,7g, o número de sementes por fruto foi de 5,6 a 21 unidades e o peso médio por semente variou entre 1,69 a 5,85 gramas. Enquanto Ganga et at. (2010) sob as fitofisionomias de cerradão, cerrado sentido restrito, campo sujo ou campo rupestre, obtiveram frutos de mangaba com 3,73cm de comprimento e 3,40 cm de diâmetro, e peso médio de 27,88g. Soares et al., (2010) determinaram a produção média estimada por planta é de 2,14kg. No que diz respeito às exigências nutricionais da mangabeira Vieira Neto et al. (2002), afirmaram que a mesma não é exigente em fertilidade, já que vegeta bem em solos pobres e ácidos. Seu sistema radicular explora grande volume de solo, absorvendo água e nutrientes em camadas profundas do perfil do solo. No aspecto ecológico a persistência de populações de mangabeiras em paisagens fragmentadas é dependente da manutenção da conectividade entre fragmentos, o que diminuiria o isolamento das populações. Assim, quando considerados em conjunto, os fragmentos pequenos podem manter uma parcela significativa da biodiversidade regional. A manutenção de pequenos fragmentos (menores que 100 ha), embora não mantenham todas as espécies de uma região, podem servir como pontos de parada ou alimentação para várias espécies da fauna, representando a heterogeneidade espacial original da região e desempenhando papel fundamental na conexão entre fragmentos maiores e áreas contínuas, contribuindo para o fluxo de genes entre populações (GANGA et al., 2010). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 24 O estado de Sergipe é considerado o maior produtor de mangaba do Brasil, com produção girando em torno de 4,5 mil toneladas ao ano, onde 3.500 famílias vivem do cultivo extrativista da mangaba num universo de 300 hectares plantados da cultura. Quase toda a produção é destinada à agroindústria que adquire a fruta a um preço de R$ 1,20 o quilo (Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe, 2009). Embora a exploração de produtos na forma de extrativismo de coleta não tenha um reflexo atuante no comércio em massa, estes circulam estritamente em mercados locais e regionais e, mesmo assim, satisfazem às necessidades de subsistência de numerosos grupos na América Latina, além de desempenhar papel vital no comércio local e na reprodução social de grupos em desvantagem como mulheres e crianças (SHANLEY et al., 2002). 1.1.5 Murici Na região Amazônica, é comum encontrar-se as espécies a Byrsonima crassifolia (L.) Kunth (Figura 5), denominado murici-do-campo, murici-da-praia e murici-da-restinga e Byrsonima verbascifolia (L.) DC, conhecida popularmente por murici-do-cerrado e murici-de-folha-grande, em que estas espécies são cultivadas tanto nos estados do Pará, Amapá e Roraima (DIAS, 2022). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 25 Figura 5 - Árvore de murici-da-praia na Comunidade Iguaíba, município de Paço do Lumiar - MA Fonte: Silva (2014). O murici-da-praia ou murici verdadeiro pertence à família Malpighiaceae que possui aproximadamente 71 gêneros e 1.250 espécies, que se distribuem em florestas tropicais, subtropicais e savanas, onde estão localizadas 85% das espécies (ANICETO, 2017). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 26 No Brasil, o murici existe principalmente em Estados do Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins) e do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Sergipe, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), mas também nas demais regiões (ARAÚJO et al., 2018). As árvores do murici apresentam altura de até 15m, com galhos tortuosos de coloração cinza e com folhas até 20cm de comprimento, que podem mudar de cor na estação seca, de verde para amarelada (ANICETO, 2017). A floração do murici ocorre durante todo o ano, em que a colheita manual é feita a partir do início da senescência, a planta pode ser utilizada para recomposição de áreas degradadas e arborização urbana, suas flores atraem diversos organismos, como formigas e abelhas, estimulando a polinização e a dispersão de suas sementes. Quando maduros, os frutos do murici são drupas, com mesocarpo fino e carnoso e apresentam forma arredondada, ligeiramente achatada, com uma fina pele de coloração amarelo-alaranjado intenso, a polpa suculenta exala um aroma peculiar de sabor exótico e agradável (SANTOS et al., 2018). O consumo do fruto em forma de suco comumente utilizado pela população é uma maneira saudável de associar a fruta como fonte primária de nutrientes e compostos funcionais, já que contém ingredientes benéficos para a saúde humana e os sabores são bem aceitos (ANICETO, 2017). O consumo in natura e na preparação de alimentos é atividade precípua com espécimes do gênero Byrsonima, justificado pelo contínuo período de plantio, podendo gerar frutos durante todo o ano (SILVA, 2020). O murici também se destaca por seu valor nutricional, pois pode contribuir para suprir as necessidades CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 27 nutricionais diárias, em especial a fibra dietética e a vitamina C, salientando que o fruto também contém pró-vitamina A (SANTOS, 2018). A planta produz entre 100 a 500 frutos por indivíduo, podendo chegar a uma quantidade maior. Os frutos de murici possuem características físico-químicas atrativas para o mercado de frutas frescas quanto para o de frutas processadas, uma vez que possuem alto conteúdo de sólidos totais, baixa acidez e chegam a serem ricos em compostos bioativos (DIAS, 2022). 1.1.6 Pequi O pequizeiro (Caryocar brasiliense Cambess.) (Figura 6) é uma espécie nativa do Cerrado brasileiro, pertencente à família Caryocaraceae. O pequizeiro, na região de cerrado, compreende as espécies Caryocar brasiliense Cambess., C. coriaceum Wittm., e C. cuneatum Wittm., sendo a primeira de maior importância socioeconômica, ocorrendo nos estados de Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará e São Paulo (LOPES et al., 2010). É uma árvore frutífera de médio porte, podendo atingirmais de 10 m de altura, caducifólia, com folhas compostas por três folíolos recortados, recobertos por uma espessa cutícula, comum em espécies xeromórficas. Os folíolos também apresentam tricomas ao longo das nervuras e da superfície CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 28 abaxial (OLIVEIRA JR., 2022). Suas flores são grandes, actinomorfas, hermafroditas, possuem coloração branca amarelada e são reunidas em cachos contendo até 30 flores. O pequizeiro é uma espécie alógama, na qual a polinização é realizada à noite por morcegos (quiróptera), e a frutificação ocorre a partir do oitavo ano de desenvolvimento da planta. Por ser alógama, o pequizeiro apresenta uma ampla variabilidade genética podendo assim apresentar alto grau de variabilidade em suas características morfológicas. O fruto do pequizeiro é uma drupa, contendo geralmente de um a quatro caroços (putâmens), com epicarpo coriáceo, carnoso de coloração verde-claro, mas de tom branco, amarelado ou alaranjado quando maduro. Os putâmens possuem o endocarpo espinhoso, com dimensões entre Figura 6 - Árvore de pequi no cerrado em pleno florescimento Fonte: (MERLIN, R., 2018). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 29 4-7cm de altura e 6-8cm de diâmetro, com massa média de 120g. O putâmen é uma unidade de dispersão, composto pela semente, envolta por um endocarpo rígido e espinhoso e pelo mesocarpo interno que recobre o endocarpo, sendo essa a parte comestível (LUZ et al., 2011; OLIVEIRA JR., 2022). Os frutos do pequizeiro são utilizados como fonte de renda para comunidades nativas e extrativistas da região do Centro-Oeste do Brasil, e também no cerrado e baixo Parnaíba do Maranhão, sendo necessários estudos que envolvam a conservação ou recuperação de áreas degradadas utilizadas por essas populações (ROCHA et al., 2015). Os frutos do pequizeiro são utilizados por populações como fonte de alimento ou podem ser processados e, posteriormente, comercializados. Esses produtos, durante o período de colheita (novembro a março), correspondem a uma importante fonte de renda para essas populações, demonstrando assim sua importância social. Devido à alta demanda por frutos de espécies nativas e a redução de suas populações em ambientes naturais, estudos envolvendo a propagação e produção de mudas são essenciais na manutenção da viabilidade dessas espécies no futuro (OLIVEIRA JR., 2022). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 30 1.1.7 Cacau O cacaueiro Theobroma cacao L. (Figura 7) é uma planta da família Malvaceae, originada na região da Bacia Amazônica, o interesse em seu cultivo está relacionado ao aproveitamento de suas sementes (amêndoas) para produção de manteiga de cacau e de chocolate (ALVES, 2002). Trazido para a região Sul da Bahia durante o século XVIII, é uma das culturas agrícolas regionais de grande marco econômico, político e social, sobretudo no período histórico do coronelismo (SENAR, 2018). É uma planta perene de porte arbóreo, podendo atingir alturas de 5 a 15m, dependendo da forma e do seu cultivo (ARAÚJO et al., 2016). Atualmente, com os diversos materiais genéticos existentes, é possível programar um cronograma de cultivo de forma a obter frutos durante todo o ano. O cacau está presente em todo o mundo. De acordo com dados do The International Cocoa Organization - ICCO (2020), para a safra 2019/20, Figura 7 - Árvore de cacau no Pará em frutificação Fonte: Venturieri (2022). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 31 foram produzidas no mundo 4,7 milhões de toneladas de cacau. Esse valor é a soma da produção dos principais países produtores de cacau, sendo eles: Costa do Marfim, Gana, Nigéria, Indonésia e Brasil. De acordo com dados da FAOSTAT (2021), no Brasil, no ano de 2019, foi colhida uma área de 581 mil ha, com produção de 259 mil toneladas, obtendo-se uma produtividade calculada de 0,44 t/ha. Esses são valores de produtividade bastante inferior a outras culturas agrícolas. Um dos fatores que ocasionam esse baixo número está relacionado com a desuniformidade de plantio nos Estados produtores. Dentro desse tópico, pode-se incluir: baixo número de plantas por hectare, problemas como falta de correção e adubação do solo, falta de controle de pragas e doenças, plantios muito antigos, entre outros. A Bahia é um dos maiores estados produtores de cacau do Brasil, concorrendo diretamente com o Pará, atual líder da produção nacional. De acordo com o SENAR (2020), em 2019, a área cultivada do Pará foi de 146.918 hectares, atingindo produção de 133.489 mil toneladas, equivalendo a 52% da produção nacional. O fruto do cacaueiro contém entre 30-40 sementes, as quais se encontram envoltas em uma polpa mucilaginosa. De maneira geral, internamente os cotilédones das sementes apresentam tonalidade violácea, característica conferida pelo conteúdo de antocianinas (WOLLGAST & ALKLAM, 2000). Com o processamento, os cotilédones adquirem uma tonalidade marrom devido a inúmeras reações bioquímicas, as quais são essenciais para a formação dos precursores do sabor e cor do chocolate. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 32 A polpa que envolve as sementes é de tonalidade branca, composta por 10-15% de açúcares (frutose, glicose e sacarose). Seu pH é baixo (3.3-4.0), principalmente em função do alto teor de ácido cítrico e sua viscosidade é conferida pelo alto teor de pectina (FERRÃO, 2002; NIELSEN, 2006). Embora a composição físico-química do cacau (teor de gordura, proteína, carboidrato, cor e pH) sejam critérios frequentemente utilizados para avaliação da qualidade das amêndoas secas, o critério final de qualidade é o sabor após o processamento. O sabor além de estar fortemente relacionado à variedade é bastante influenciado pelas técnicas de pré-processamento; porém, o desenvolvimento potencial do sabor depende principalmente dos processos de fermentação e secagem (FERRÃO, 2002). SAIBA MAIS No link abaixo você poderá acessar a pesquisa SUSTENTABILIDADE DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS NO SUL DA BAHIA: UMA ANÁLISE DO CA- CAUEIRO EM CABRUCA (Dissertação de mestrado de Núbia Aparecida Pinto Coelho, UESC, 2015). http://www.biblioteca.uesc.br/biblioteca/bdtd//201360258D.pdf http://www.biblioteca.uesc.br/biblioteca/bdtd//201360258D.pdf CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 33 1.1.8 Cajá ou Taperebá A cajazeira (Spondias mombin L.) (Figura 8) pertence à família Anacardiaceae, sendo comum nas florestas úmidas do sul do México até o Peru; é nativa da América tropical e distribuída no território brasileiro (MORTON, 1987). Nos estados de São Paulo e Minas Gerais essa frutífera é conhecida como cajazeira miúda ou cajá pequeno, no Nordeste e Norte como cajá-mirim ou taperebá, na região Sul do Brasil é conhecida como cajazeira. A ocorrência do cajá (taperebá) está concentrada na região nordeste do país (PINTO et al., 2003). A planta se desenvolve bem em clima quente e úmido e resiste a longos períodos de seca, devido ao acúmulo de fotoassimilados e reservas nutritivas no caule e nas raízes. A predominância de cajazeira ocorre principalmente nas regiões onde os solos são profundos, férteis e ricos em matéria orgânica. Figura 8 - Árvore de cajá (taperebá) cultivada em pomar doméstico no município de São Luís, MA Fonte: Araujo (2016). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 34 A cajazeira é uma árvore de porte médio a elevado, com copa variando de 8 a 24m de diâmetro A planta pode atingir uma altura de 20 a 30m, e possui o tronco com diâmetro entre 0,5 a 2,0m. As folhas são dispostas em inflorescências do tipo panículas terminais piramidaiscom numerosas flores; as árvores são usadas como sombreamento, planta ornamental e como fonte de alimentação para o gado (EMBRAPA, 2009), além de uso em sistemas biodiversos como os SAFs e pomares domésticos. O fruto apresenta tamanho de 3 a 6 cm de comprimento, a cor varia de amarelo a laranja, com formato ovoide, casca lisa, sabor agridoce e polpa com coloração variando do amarelo ao laranja (SANTANA, 2010). A polpa do cajá vem sendo exportada para diversas regiões brasileiras, sendo que a sua comercialização é feita através de sucos e sorvetes (MOURA et al., 2011). Também apresenta caráter nutritivo com um valor de vitamina A superior ao do caju, manga, goiaba e mamão; contém entre 21,8 a 70 calorias, em torno de 100 mg/100 g de polpa de vitamina C (variável de 11 a 166 mg/100 g de polpa) e fibras em torno de 1,0 a 1,2 g/100 g de polpa. A cajazeira também é utilizada na medicina popular por apresentar várias características farmacológicas, e utilizada nas indústrias de processamento de polpa, devido ao seu sabor e aroma e rendimento de polpa acima de 60% (CASSIMIRO et al., 2009). A produção comercial da cajazeira em média é cerca de 500 frutos por pé e se inicia entre dois a quatro anos (propagação vegetativa), e no caso de sementes para propagação levam de oito a dez anos para planta ter uma boa produção de frutos, e a colheita feita manualmente com os frutos maduros caídos no chão. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 35 No Maranhão, a cajazeira ocorre extensivamente nas diferentes regiões do estado e sua exploração é predominantemente extrativa, realizada por pequenos produtores, sem controle da qualidade de frutos e da polpa, que é muito valorizada no mercado. Não há evidências de pomares comerciais voltados para elevada produtividade e boa qualidade dos frutos, e nem uso de clones e/ou cultivares recomendados pela pesquisa, produzidos localmente ou introduzidos. 1.2 Princípios e passos para o desenho/redesenho de agroecossistemas biodiversos Os agroecossistemas podem ser desenhados para alcançar características semelhantes às dos ecossistemas naturais, levando em conta as seguintes características: Aumentar diversidade de espécies; Favorecer a ciclagem de nutrientes (sistema “fechado”); Aumentar a heterogeneidade de habitats (propiciar a regulação de pragas e doenças); Aumentar a estabilidade (resiliência) e manter a produtividade no tempo; Reduzir o uso de insumos externos; ser adaptado localmente (fora da lógica tecnológica-mercadológica); Resgatar, respeitar e conservar os saberes e culturas locais. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 36 Ao se propor construir um novo sistema de produção deve-se basear num princípio geral: quan- to mais um agroecossistema se parecer com o ecossistema natural da região biogeográfica em que se encontra, em relação à sua estrutura e função, maior serão as condições desse agroecossistema ser sus- tentável (FEIDEN, 2005). A busca de se projetar a “imagem” da natureza pode ser vista na figura abaixo. Figura 9 - Diversidade de um agroecossistema e um fragmento florestal CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 37 Existem diferentes opções para diver- sificar os sistemas de cultivo, os quais de- pendem das atuais monoculturas que serão modificadas baseadas em componentes anuais ou perenes, de acordo com a Figura 10, extraída de Altiere e Nicholls (2010). Princípios ecológicos básicos para o desenho de agroecossistemas diversifica- dos e sustentáveis (REINJNTJES et al., 1992; ALTIERE; NICHOLLS, 2010): I. Aumentar as espécies de plantas e a diversidade genética, no tempo (rotação) e no espaço (policultivos, SAFs); II. Aumentar a produção e reciclagem de biomassa e otimizar a disponibilidade e fluxo de nutrientes; Figura 10 - Estratégias de diversificação de agroecossistemas modernos baseados em cultivos anuais ou perenes Fonte: Altiere e Nicholls (2010). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 38 III. Assegurar condições do solo favoráveis para o crescimento das plantas (manejo da M.O e aumento da atividade biológica); IV. Minimizar as perdas devido o fluxo de radiação solar, água e ar, mediante o manejo do microclima (cobertura viva e morta, quebra-ventos); V. Aumentar as interações biológicas e os sinergismos entre os componentes da biodiversidade, promovendo processos e serviços ecológicos/ambientais. A partir desses princípios Feiden (2005) elenca alguns passos para a construção de um novo sistema de produção agroecológico: I. Planejar para reduzir a dependência de insumos comerciais (FBN, micorrizas, fosfatos natu- rais, inseticidas/fungicidas biológicos e naturais); II. Utilizar recursos renováveis e disponíveis no local (restos culturais, estercos, cinzas, resíduos caseiros e agroindustriais limpos); III. Priorizar a reciclagem de nutrientes (controle de erosão e lixiviação, uso de espécies recicla- doras com sistema radicular profundo, adubos verdes, leguminosas arbóreas); CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 39 IV. Introduzir espécies que criem diversidade funcional no agroecossistema (FBN, recicladoras de nutrientes, estimuladoras de predadores e parasitas de pragas, polinizadoras, estimuladoras de micor- rizas, solubilizadores de fosfatos, promotoras de crescimento ...); V. Desenhar sistemas que sejam adaptados às condições locais (aproveitar os microambientes das unidades de produção e inserir espécies vegetais e animais adaptados); VI. Manter a diversidade, a continuidade espacial e temporal da produção (estabilidade); VII. Otimizar e até elevar os rendimentos, sem ultrapassar a capacidade produtiva do ecossistema original (sustentabilidade); buscar a produtividade ótima do sistema como um todo, e não a produtivida- de máxima de uma única cultura e/ou criação; VIII. Resgatar e conservar a diversidade genética local (as espécies e cultivares tradicionais estão adaptadas às condições ambientais e edáficas. Ex.: variedades crioulas, frutas nativas, hortaliças não con- vencionais, PANCs, plantas medicinais...); IX. Resgatar e conservar os conhecimentos e a cultura local (etnoconhecimento: conhecimen- tos e experiências dos agricultores podem ser úteis aos pesquisadores na perspectiva de se construir sistemas compartilhados e participativos). Estabelecer diálogo e parceria com os “agricultores-experi- mentadores”. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 40 1.3 Uso e manejo das espécies “Agrofloresta” ou “Sistemas Agroflorestais (SAFs)” é um nome coletivo para todos os sistemas e práticas do uso de terras, onde espécies perenes lenhosas são deliberadamente plantadas na mesma unidade de manejo de terra com cultivos agrícolas e/ou animais, tanto em mistura espacial ou sequên- cia temporal, com interações ecológicas e econômicas significativas entre os componentes lenhosos e não lenhosos.” (TORQUEBIAU, 1990). Os sistemas agroflorestais devem incluir, pelo menos, uma espécie florestal arbórea ou arbusti- va. Essa espécie pode ser combinada com uma ou mais espécies agrícolas e ou animais. Nos sistemas agroflorestais, a árvore desempenha várias funções. Uma dessas funções é a de produção, por exem- plo, de frutas de madeira, de forragem, de adubo verde etc. Outro grupo de funções inclui os “servi- ços” produzidos pelas árvores, como: proporcionar sombra para as plantas sensíveis à luz; controlar a erosão; fixar nitrogênio da atmosfera, no caso das leguminosas; indicar os limites da propriedade como cercas vivas, entre outros (MACEDO, 2007). Primeiramente, tem-se a escolha das espécies frutíferas que irão compor o SAF biodiverso e que depois serão manejadas, e para tal devem ser considerados os aspectosinerentes a cada espécie (biologia, ecologia e fenologia), às condições ambientais, ao desenho do sistema agroflorestal (espa- CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 41 ços e arranjo das plantas), aos de ordem cultural (hábitos alimentares, materiais e crendices) e aos de ordem econômica (mercado - comercialização e preço). As informações sobre biologia e ecologia das espécies indicam as necessidades nutricionais, de temperatura, luz e água, sistemas radiculares, porte, dando uma ideia da densidade de plantio e das associações possíveis. Em segundo lugar, importa justificar o porquê da inclusão das frutíferas nativas em sistemas biodiversos, como os SAFs?: I. São plantas perenes e atuam como componente arbóreo no sistema; II. Possibilidade de aproveitamento de recursos genéticos locais - frutíferas e outros grupos (re- cursos da sociobiodiversidade); III. Espécies adaptadas a sistemas de longa maturidade e duração, no caso das arbóreas e arbustivas; IV. Garantia de alimentação a longo prazo e diversificação de produtos (segurança alimentar); V. Meio de subsistência e comercialização de produtos (componente lucrativo); VI. Suporte alimentar para avifauna local + serviços ecossistêmicos (estoque de carbono, produ- ção de biomassa e reciclagem de nutrientes etc.). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 42 Em terceiro lugar, deve-se dar atenção ao arranjo espacial. Há uma tendência em se plantar as espécies nos SAFs em fileiras ou faixas, pois permite uma melhor ocupação da área e facilita a siste- matização dos tratos culturais e da colheita. É possível estabelecer os SAFs a partir da introdução de cultivos agrícolas ou animais em áreas de vegetação natural arbustiva ou do componente arbóreo em sistemas agrícolas estabelecidos. Para ilustrar e considerando o SAF com Frutíferas Nativas do NEAPO/Agroecologia/UEMA, partiu-se de um bananal improdutivo, cultivado em monocultura, mas com o solo em bom estado de conservação e em condições para estabelecimento de novas espécies e variedades. Foram estabele- cidos três arranjos ou sequências de plantas nas fileiras principais, conforme demonstrado abaixo no desenho da Figura 11: Sequência 1: banana (remanescente do bananal), associada ao açaí (juçara) e cupuaçu, planta- das no espaçamento de 5,0m. As bananeiras fornecem sombra inicial ao cupuaçu e ao açaí, além de ofertarem cachos/frutos e biomassa de cobertura; Sequência 2: bordão de velho, andiroba e gliricídia, mais pimenta-do-reino, plantadas no espaça- mento de 6,0 m. Bordão de velho e andiroba, árvores florestais, serão utilizados como tutor vivo para pimenta-do-reino; foram intercaladas duas plantas de gliricídia entre bordão e andiroba. Gliricídia é planta adubadora e está sujeita a podas frequentes para produção de biomassa; CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 43 Sequência 3: cajá (taperebá), ingá facão, abiu e gliricídia, planta- dos no espaçamento de 4,0 m. Mu- das dos clones de cajá e gliricídia foram obtidos de estacas. Foi inter- calada uma planta de gliricídia entre as frutíferas, com manejo de poda e função semelhante à sequência 2. Em todos os casos, são apli- cados os tratos culturais específicos de cada espécie de forma a oferecer as melhores condições de estabele- cimento, interações, sinergismos e produção. Figura 11 - Croqui do redesenho do SAF com Frutíferas Nativas/NEAPO Fonte: Araujo (2021). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 44 2 Serviços Ecossistêmicos dos Sistemas Agroflorestais 2.1 Definição e Classificação De acordo com a Avaliação dos Ecossistemas do Milênio - MEA (2005), os serviços ecossistê- micos ou serviços ambientais são benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas naturais, os quais são produzidos pelas interações dentro do ecossistema. Esses serviços são classificados em quatro categorias (MEA, 2005): I. serviços de provisão; II. serviços de regulação; III. serviços culturais; IV. serviços de suporte. A degradação ou perda desses serviços afeta o bem-estar humano, por meio da diminuição da capacidade de fornecer as necessidades básicas como: alimento, saúde, segurança, relações sociais, liberdade de escolha e ação, como ilustrado na Figura 12, a seguir. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 45 Figura 12 - Relação entre os serviços ecossistêmicos e os determinantes do bem-estar humano Fonte: (MEA, 2005). Conforme a Figura 12, os serviços ecossistêmicos em cada categoria são compostos de: Provisão – Relação com a matéria-prima utiliza- da pelo homem como alimentos, água, madeira, fibras, biocombustíveis e recursos genéticos; Regulação – Relação com as condições am- bientais que sustentam a humanidade como a regulação climática, controle de pragas e do- enças, polinização, controle da erosão e purifi- cação da água; Suporte – Relação com os processos naturais necessários para que os outros serviços possam existir como a formação do solo, ciclagem dos materiais e nutrientes e produção de oxigênio; Cultural – Relação com o turismo ecológico, por exemplo, trazendo benefícios vinculados ao lazer, educação, valores estéticos, inspira- ção, espiritualidade e herança cultural. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 46 2.2 Serviços Ecossistêmicos providos pelos SAFs Os principais serviços ecossistêmicos fornecidos pelos sistemas agroflorestais são: oferta de produtos de provisão, conservação da biodiversidade, conservação do solo e sequestro de carbono (CARDOZO et al., 2022). SAIBA MAIS Para maiores detalhes e significados destes serviços sugere-se consultar o link do artigo de Cardozo et al. (2022). https://link.springer.com/article/10.1007/s10457-022-00754-7 https://link.springer.com/article/10.1007/s10457-022-00754-7 CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 47 Resumo Neste material você pôde conhecer a diversidade de espécies de frutíferas nativas do Maranhão e da Amazônia, suas características, potencial de utilização das principais espécies e de que forma elas são trabalhadas em sistemas agroflorestais. Apresentamos os princípios que norteiam o desenho e rede- senho de agroecossistemas biodiversos, a fim de que você entenda a importância e os impactos dos serviços ecossistêmicos nos ecossistemas naturais, nos agroecossistemas e na vida das pessoas. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 48 Referências ALTIERI, M.A., NICHOLLS, C.I. Diseños agroecologicos para incrementar la biodiversidad de entomo- fauna benefica en agroecosistemas. Medellín: SOCLA, 2010. 80p. ANICETO, A. Desenvolvimento e caracterização físico-química e sensorial de bebidas à base de murici e Taperebá. 2017. 107 f. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. ALVES, S.A.M. Epidemiologia da vassoura de bruxa (Crinipellis perniciosa (STAHEL) SINGER) em cacaueiros enxertados em Uruçuca, Ba. 2002. Dissertação (Mestrado em Agronomia). Universidade de São Paulo. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Piracicaba – SP, 2002. ALTIERI, M.; NICHOLLS, C.. Agroecologia: resgatando a agricultura orgânica apartir de um modelo in- dustrial de produção e distribuição. Ciência & Ambiente, Santa Maria, v. 14, n. 27, p. 141-152, jul. /dez. 2003. ALVES, R. M.; SEBBENN, A. M.; ARTERO, A. S.; CLEMENT, C.; FIGUEIRA, A. High levels of genetic diver- gence and inbreeding in populations of cupuassu (Theobroma grandiflorum). Tree Genetics & Geno- mes, v. 3, n. 4, p. 289–298, 2007. AZEVEDO, H.S. Estudo da diversidade genética de populações naturais de açaizeiro(Euterpre pre- catória Mart.). 2019. Tese (Doutorado em e Biodiversidade e Biotecnologia) – Fundação Osvaldo Cruz, Porto Velho - RO, 2019. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 49 ARAGÃO, W.M. et al. Recursos genéticos de fruteiras nativas e naturalizadas potenciais dos tabuleiros costeiros e da baixada litorânea nordestinos. In: VIEIRA NETO, R. D. (org.). Frutíferas potenciais para os tabuleiros costeiros e baixadas litorâneas. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2002. p.10-20. ARAUJO, J.R.G.; CARVALHO, J.E.U.; MARTINS, M.R. Porta-enxertos para o bacurizeiro: Situação e Pers- pectivas. In: Bacuri: Agrobiodiversidade. 1.ed. São Luís: Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura. 2007. p.47-63. ARAÚJO, R.R. et al. Espécies alimentícias nativas da região Nordeste: Byrsonima crassifolia e B. verbas- cifolia. In: CORADIN, L.; CAMILLO, J.; PAREYN, F. G. C. (orgs.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro: região Nordeste. 1. ed. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2018. p. 137-146. BOUIZ, C.P.S.; BRAGA, L.G.S.; RAMOS.A. Manejo da irrigaão em cacaueiros na região sul da Bahia. Bra- zilian Journal of Development. Curitiba, v.8, n.4, p. 22820-22877, apr., 2022. CASSIMIRO, C.M.; MACÊDO, L.S.; MENINO, I.B. Avaliação de acessos de cajazeiras (Spondias mombim L) do banco ativo de germoplasma da Emepa, PB. Tecnologia e Ciência Agropecuária, João Pessoa, v.3, n.3, p.01-06, set. 2009. CARVALHO, J.E.U. O pomar do silvestre. In: SILVA, S. Frutas da Amazônia Brasileira. 1. ed. São Paulo: Metalivros, 2011. 280 p. COPOTTI, M. V. Microbiota do cacau: fungos e microtoxinas do cacau ao chocolate. 2009. Tese (dou- torado em Tecnologia de Alimentos). Universidade Estadual de Campinas.Campinas - SP. 2009. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 50 CARVALHO, J.E.U., NAZARÉ, R.F.R., NASCIMENTO, W. M. A. Características físicas e físico-químicas de um tipo de bacuri (Platonia insignis Mart.) com rendimento industrial superior. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 25, n.2, p. 326-328, 2003. CARVALHO, J. E. U., MÜLLER, C. H., ALVES, R. M., & NAZARÉ, R. F. R. Cupuaçuzeiro. [Comunicado Téc- nico, Embrapa Amazônia Oriental, 115). 2004. CARVALHO, J.E.U.; NASCIMENTO, W.M.O.; MÜLLER, C.H. Características físicas e de germinação de sementes de espécies frutíferas nativas da Amazônia. Belém: Embrapa-CPATU, 1998a. 18p. (Embra- pa-CPATU. Boletim de Pesquisa, 203). CARVALHO, J.E.U.; MÜLLER, C.H.; LEÃO, N.V.M. Cronologia dos eventos morfológicos associados à ger- minação e sensibilidade ao dessecamento em sementes de bacuri (Platonia insignis Mart. – Clusiaceae). Revista Brasileira de Sementes, Campinas, v.20, n.2, p. 475-479, 1998b. CAVALCANTE, P.B. Frutas comestíveis da Amazônia. 7.ed.rev.ampl. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 2010. 282p. CIÊNCIA HOJE. Planta brasileira mais eficaz do que medicamentos no combate à hipertensão. Dispo- nível em: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=39061&op=all. Acessado: 1 jun. 2010. COLEÇÃO SENAR (Brasília). Cartilha 215. Cacau: Produção, manejo e colheita. Brasília: Senar, 2018. COSTA, C.M.; SILVA, K.A ; SANTOS, I.V.; YAMAGUCHI, K.K.L. Aproveitamento integral do cupuaçu na área de panificação. Research, Society and Development, v, 11, n. 5, DOI: http://dx.doi.org/10.33448/28176. Disponí- vel em: file:///C:/Users/Arilson/Downloads/28176-Article-327697-1-10-20220409.pdf. Acesso em: 4 set. 2022. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 51 COSTA, D. A. Crescimento do Açaizeiro solteiro e desempenho agronômico da bananeira comprida consorciados em diferentes espaçamentos. 2019. Tese (Doutorado em Produção Vegetal). Universi- dade Federal do Acre. Rio Branco – AC, 2019. CHAVES,S.F da SILVA. Modelos para análise de medidas repetidas aplicados no melhoramento do cupuaçuzeiro. 2022. Dissertação (Mestre em genética e Melhoramento). Universidade Federal de Vi- çosa. Viçosa-MG. 2022. DIAS, D. S. Levantamento de estudos do gênero Byrsonima no Brasil e aspectos socioeconômicos que influenciam o uso, manejo e comercialização do murici no semiárido alagoano. 2022. Disserta- ção (Mestre em Geografia). Universidade Federal de Alagoas. Maceió – AL, 2022. EMBRAPA. Amazônia é berço de frutas nativas de alto potencial comercial. Disponível em: https:// www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/14818376/amazonia-e-berco-de-frutas-nativas-de-alto- -potencial-comercial. 27/07/16. Acesso em: 2 set. 2022. FAOSTAT – Compare Data Production-crops: Cocoa, beans. Disponível em: http://www.fao.org/faos- tat/en/#compare. Acesso em: 16 fev. 2021. FARIS, L.F.; SOARES, J.P.G.; ALVES,D.; JUNQUEIRA, A.M.R. Manejo sustentável da produção orgânica em sistemas agroflorestais (SAFs) na agricultura familiar. COLÓQUIO – Revista do Desenvolvimento Regional - Faccat - Taquara/RS - v. 19, Ed. Especial (SOBER), 2022. p. 292-309. FEIDEN, A. Agroecologia: introdução e conceitos. In: AQUINO, A. M. de; ASSIS, R. L. de. (Ed.). Agroeco- logia: princípios e técnicas para uma agricultura orgânica sustentável. Brasília, DF: Embrapa Informa- ção Tecnológica; Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2005. p.50-70. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 52 FERRAZ JÚNIOR, A.S.L. O cultivo em aléias como alternativa para a produção de alimentos na agri- cultura familiar do trópico úmido. In: MOURA, E.G. (Ed.). Agroambientes de transição: entre o trópico úmido e o semi-árido do Brasil. Atributos; alterações; uso na produção familiar. São Luís: Universidade Estadual do Maranhão, 2004. 312 p. GANGA, R. M. D., FERREIRA, G. A., CHAVES, L. J. et al. .Caracterização de frutos e árvores de popula- ções naturais de Hancornia speciosa Gomes do cerrado. Revista Brasileira Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 32, n. 1, p. 101-113. março 2010. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2018. Censo agropecuário 2017.450. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 31 ago. 2022. INTERNATIONAL COCOA OF ORGANIZATION. Summary of revised forecasts and estimates. Acesso em: 16 fev. 2021. Disponível em: August 2020 Quarterly Bulletin of Cocoa Statistics - International Cocoa Organization (icco.org) LEDERMAN, I.E.; SILVA JÚNIOR, J.F.; BEZERRA, J.E.F.; ESPÍNDOLA, A.C.M. Mangaba (Hancornia spe- ciosa Gomes). Jaboticabal: Funep, 2000. 35 p. LIMA, J. P. et al. Climacteric pattern of mangaba fruit (Hancornia speciosa Gomes) andits 454 respon- ses to temperature. Scientia Horticulturae, v. 59, n. 9, p. 1-5, 2015. LOVISON, J.; GEHRKE, L.D.; VIEIRA, M. Proposta de implantação de um sistema silvipastoril no municí- pio de restinga seca. 13º SIEPE: Salão Internacional de ensino, pesquisa e extensão, v. 13, n. 1, 2021. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 53 LUZ, G. R. et al. Caracterização física de frutos e putâmens e taxa de ataque por Carmenta sp. a pequi- zeiros (Caryocar brasiliense Camb.) no norte de Minas Gerais. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 33, n. 3, p. 746-756, 2011. MACÊDO, J.L.V. Cultivo de fruteiras em sistemas agroflorestais. In: I Encontro de Frutas Nativas do Norte e Nordeste do Brasil. São Luís: UEMA, 2007. 29p. MARTIM, S. R. Características físico-químicas e atividade da peroxidase e polifenoloxidase em ge- nótipos de cupuaçu (Theobroma grandiflorum Willd ex-Spreng Schum) submetidos ao congela- mento. 2013. [Dissertação, Universidade Federal do Amazonas]. MEA, Millenium Ecossystem Assessment. Ecosystems and Human Well-being: A Framework for As- sessment. New York: Island Press, 948p, 2005. MENEZES, A.J. E. A. Do Extrativismo à Domesticação: o Caso dos Bacurizeiros (Platonia insignis Mart.) do Nordeste Paraense e da Ilha do Marajó. Pelotas, 2010.-196f. il. Tese (Doutorado em Sistemas de Produção Agrícola Familiar) – Universidade Federal de Pelotas. MENEZES,A. J. E. A. de et al. A comercialização do fruto de bacuri pela agricultura familiar no nordeste paraense e Ilha de Marajó, no Pará. In: VI SOBER Nordeste. Petrolina, 2011. MICHELS, E. T. P. Implantação de um sistema agroflorestam em Frederico Westhalen. Monografia (Engenharia Florestal). Universidade Federal de Santa Maria, Frederico Westphalen, RS. 2022. Disponí- vel: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/26004/Michels_Edilen_Tamar_Popsin_2022_TCC. pdf?sequence=1. Acesso em: 2 set. 2022. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 54 MORTON, J. Yellow mombin. In: MORTON, J. Fruits of warm climates. Miami, 1987. p. 245-248. MORAES, V.H.F.; MÜLLER, C. H.; SOUZA, A. G. C.; ANTÔNIO, I. C. Native fruits pecies of economic po- tential from the brazilian Amazon. AngewandteBotanik, Hamburg, v.68, p.47-52, 1994. MOURA, E.G.; ARAUJO, J.R.G; MONROE, P. H. M; NASCIMENTO, I.O; ALANA C. F. AGUIAR, A.C.F. Patents on periphery of the Amazon rainforest. RecentPatentsonFood, Nutrition & Agriculture, v.1, p.142-148, 2010. MOURA, C. L. A. ; PINTO,G. A. S, FIGUEIREDO, R. W, Processamento e Utilização da Polpa de Cajá (Spondias mombin L.), REVISTA B.CEPPA, Curitiba, v. 29, n. 2, jul./dez. 2011. 243p. MOURA, C. H. (org.); ALVES, R. E.; FIGUEIRA, H. A. C. Caracterização de frutas nativas da América Latina. Série Frutas Nativas. Jaboticabal: UNESP/ SBF, 2000. 66p. NOGUEIRA, D. H. Qualidade e potencial de utilização de frutos de genótipos de 474 carnaubeira (Copernicia prunifera) oriundos do estado do Ceará. 2009. 111f. Tese 475 (Doutorado em Agronomia) – Universidade Federal da Paraíba. 2009. OECD/FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations. OECD-FAO Agricultural Outlook 2015-2024. 143p. OECD Publishing, Paris, 2015. PINTO, G. C. P. Recursos genéticos de fruteiras nativas na região Nordeste do Brasil. In: Simpósio Na- cional de Recursos Genéticos de Fruteiras Nativas, 1., 1992, Cruz das Almas. Anais... Cruz das Almas: EMBRAPA-CNPMF, 1993. p. 81-83. PINTO, W. da S.; DANTAS, A. C. V. L.; FONSECA, A. A. O.; LEDO, C. A. da S.; JESUS, S. C. de.; CALAFAN- GE, P. L. P.; ANDRADE, E. M. Caracterização física, físico-química e química de frutos de genótipos de cajazeiras. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.38, n.9, p.1059-1066, set. 2003. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 55 REIJNTJES, C.B., HAVERKORT, A., WATERS-BAYER. Farming for the future: an introduction to low-ex- ternal-input and sustainable agriclture. MacMillan Press Ltd., London, 1992. ROCHA, A. E., SILVA, L. P. V. Mangaba maranhense: “coisa boa de comer”. São Luís: Editora UEMA, 2018. 76p. ROCHA, L. B. et al. Gallic acid as the major antioxidant in pequi (Caryocar brasiliense Camb.) fruit peel. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 17, n. 4, p. 592-598, 2015. SANTANA, F. F. Caracterização de genótipos de cajazeiras. Jaboticabal: Universidade Estadual Pau- lista, 2010. (Tese - Doutorado em Agronomia). SANTOS, R. F. Caracterização de seleçõs de bacurizeiro (Platonia insignis Mart) e manejo de bro- tações naturais por sobre-enxertia. São Luís, 2018. 57p. Dissertação. (Mestrado em Agroecologia). Universidade Estadual do Maranhão, 2018. SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Dia do cacau: Pará é o maior produtor do país. Co- nheça os benefícios do fruto. 2020. Disponível em: https://www.cnabrasil.org.br/noticias/26-de-marco- -dia-do-cacau-para-e-o-maior produtor-do-pais-conheca-os-beneficios-do-fruto. SHANLEY, P.; LUZ, L.; SWINGLAND, I. A frágil promessa de um mercado distante: um levantamento sobre o comércio de produtos florestais não-madeireiros em Belém. Belém: CIFOR, 2002. 24p. (mi- meografado). Original: Shanley, P.; Luz, L.; Swingland, I. The faint promisse of a distant market: a survey of Belém’s trade in non-timber forest products. Biodiversity and Conservation, 11:615-636, 2002. CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 56 SILVA, R.A.; SOUZA, G.; LEMOS, L.S.L.; LOPES, U.V.; PATROCÍNIO, N.G R.; ALVES, R.M.; MARCELLINO, L.H.; CLEMENT, D.; MICHELI, F.; GRAMACHO, K.P. Genome size, cytogenetic data and transferability of EST-SSRs markers in wild and cultivated species of the genus Theobroma L. (Byttnerioideae, Malvace- ae). PLOS ONE, v.12, n. 2, p. e0170799, 2017. SILVA, A.B.C.; MARQUES, E.L.S.; REZENDE, R.LP. A fermentação do cacau e o uso de inóculos levedu- riformes. Brazilian Journal of Desenopment. Curitiba, v.8, n.4, p.26456-26471, apr., 2022. SOARES, F. P., PAIVA, R. NOGUEIRA, R. C. et al.. Cultura da mangabeira. Boletim Agropecuário - n.º67. Lavras/MG: p. 1-12. Disponível em: www.editora.ufla.br/BolTecnico/pdf/bol_67.pdf. Acesso em: 2 de set. 2022. SOUZA, A. G. C. (2007). Boas práticas agrícolas da cultura do cupuaçuzeiro. [Cartilha] Manaus: Embra- pa Amazônia Ocidental. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAA-2009- 09/18684/1/Livro_BPA.pdf. Acesso em: 2 set. 2022. SOUZA, B. N. O. et al. Diversidade e uso das plantas cultivada na comunidade Cinturão 500 colina ver- de, Cuiabá - Mt, Brasil. Revista Biodiversidade, v. 14, n. 3, p. 84-93, 2015. SOUZA, V. A. B.; ARAÚJO, E.C.E.; VASCONCELOS, L.F.L.; ALVES, R.E. Bacurizeiro (Platoniainsignis- Mart.). Jaboticabal: Funep, 2000. 72p. (Série Frutas Nativas, 11). TORQUEBIAU, E. Introduction to the concepts of agroforestry. ICRAF: Kenya. 121p. 1990. (ICRAF, Working Paper, 59). CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 2 Restauração Ecológica e Sistemas Agroflorestais | MÓDULO 3 57 VILLACHICA, H.;CARVALHO, J. E.U.; MÜLLER, C.H.; DIAZ, C.S.;ALMANZA,M. Frutales y hortalizas pro- missorios de la Amazonia. Lima: Tratado de CooperaccionAmazonica. Secretaria Pro-tempore, 1996, 367p. (TCA – SPT, 044). ZUGAIB, A.C.C; BARRETO, R.C.S. et al. Fatores que influenciam a oferta e demanda do cacau no mer- cado internacional. Agrotrópica, Ilhéus, v. 27, n.1, p. 67 - 78. Jan./abr. 2015.
Compartilhar