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FLOTAÇÃO E PROPRIEDADES 
DA INTERFACE
UNIDADE I
INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO
Elaboração
Cristiane Oliveira de Carvalho
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE I
INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO .............................................................................................................................................................5
CAPÍTULO 1
ASPECTOS GERAIS DA FLOTAÇÃO ......................................................................................................................................... 6
CAPÍTULO 2
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO .................................................................................................................................................... 10
CAPÍTULO 3
REAGENTES DE FLOTAÇÃO .................................................................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................18
5
UNIDADE IINTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO
Nesta primeira unidade do material didático, você terá uma breve introdução do processo 
de flotação. O capítulo 1 aborda a definição de um processo de flotação, como ele ocorre, 
propriedades superficiais dos minerais (hidrofobicidade e hidroficilidade) e como eles 
influenciam o processo, além de citar os minerais comuns que são concentrados por 
esse processo. O capítulo 2 é responsável por abordar os fenômenos que conduzem a 
flotação, além de explicar os requisitos básicos para flotar uma partícula (liberação, 
diferenciabilidade e separabilidade dinâmica) e o modo como o ângulo de contato 
entre a partícula e a bolha influencia para o requisito da diferenciabilidade. O capítulo 
3 trata sobre os reagentes químicos que participam do processo de flotação (coletores, 
espumantes e modificadores), explicando como esses agem e influenciam o processo.
Objetivos da unidade
 » Aprender sobre o processo de flotação.
 » Compreender as propriedades superficiais.
 » Estudar sobre os fenômenos participantes da flotação.
 » Entender sobre o ângulo de contato.
 » Conhecer os principais tipos de reagentes da flotação.
A figura abaixo mostra uma célula de flotação de um complexo mineral localizado 
ente Minas Gerais e Goiás e é responsável pela produção de concentrado fosfático 
(convencional e ultrafino).
Figura 1. Célula de Flotação. 
 
Fontes: Chaves (2005).
6
CAPÍTULO 1
ASPECTOS GERAIS DA FLOTAÇÃO
A flotação mineral é a operação unitária mais relevante e bem-sucedida aplicada na 
separação e concentração dos minerais. Esse processo já é usado por muitos séculos 
para separar os minerais de valor útil dos gangas agregados num minério (SANTANA, 
2011). É um processo ágil, eficiente e seletivo, fundamentado na utilização da química 
de superfície. 
Essa técnica foi patenteada em 1906 e possibilitou a produção de metais básicos, metais 
nobres e fosfatos (MORAIS, 2009). Oliveira (2007) explica que o crescimento no uso do 
processo de flotação na mineração aconteceu depois que foram introduzidos xantatos 
na flotação seletiva dos sulfetos.
A flotação é um processo que foi concebido para a concentração de grafita e teve um 
enorme crescimento nos anos de 1960 e 1970 em virtude dos altos investimentos em 
pesquisas (MORAIS, 2009; OLIVEIRA, 2007).
A partir daí, os procedimentos da flotação vêm se propagando, podendo ser utilizados 
na separação de sólidos e no tratamento de efluentes líquidos (separação de gorduras, 
óleos, fibras e demais) (MORAIS, 2009).
Vale ressaltar que essa técnica teve um desenvolvimento mais vagaroso para os minerais 
pertencentes ao grupo dos óxidos e ao grupo dos silicatos. Atualmente, alguns problemas 
relacionados à recuperação dos finos permanecem em estudo.
No entanto, esse cenário não perdurou na industrialização de rochas fosfáticas, de minério 
de ferro, e na recuperação parcial de quase todos os minerais com valor econômico 
agregado. 
Atualmente, aproximadamente 95% da produção do mundo de cobre, níquel, chumbo 
e zinco é atingida por meio do processo de flotação (OLIVEIRA, 2007). 
No Brasil, o método é utilizado para o tratamento de minerais de ferro, fosfato, nióbio, 
ouro, cobre zinco oxidado, chumbo-zinco, grafita, carvão, potássio, níquel, fluorita, 
magnesita, feldspato, barita, talco, tungstênio e resíduo hidrometalúrgico que contém 
prata (NASCIMENTO, 2014).
O processo de flotação consiste na separação de minerais em suspensão em água (polpa). 
Nesse processo, as partículas viajam por certa rota e, num dado momento, abandonam 
esse trajeto e seguem em um percurso ascendente.
7
INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO | UNIDADE I
Outra variável importante na seletividade do processo de flotação é a distribuição de 
tamanhos das partículas que são influenciadas pela hidrodinâmica da polpa a partir de 
certa faixa de tamanho.
Na flotação, a diferenciação entre os minerais ocorre pela habilidade de suas partículas 
de se prenderem, ou prenderem a si, a bolhas de gás (normalmente ar). A Figura 2 
mostra as bolhas no processo.
Quando uma partícula captura uma quantidade satisfatória de bolhas, a densidade da 
união partículas-bolhas torna-se inferior à do fluido, e esse conjunto é transportado 
verticalmente para a superfície, em que permanece aprisionado e é separado por meio 
de uma espuma. Já as partículas das outras espécies minerais continuam sem alterações 
em seu trajeto.
Esse método utiliza as diferenças de propriedades físico-químicas de superfície dos 
minerais que serão separadas, ou seja, um mineral necessita ser dotado de propriedades 
hidrofóbicas, ao passo que os outros devem ter natureza hidrofílica. 
Figura 2. Bolhas de um processo de flotação
Fonte: http://www.brastorno.com.br/produto/coluna-de-flotacao/.
Para compreender melhor a flotação, é importante explicar alguns conceitos que são 
imprescindíveis no processo (LUZ et al., 2010; MAIA, 2011; RICARDO, 2011). 
Hidrofobicidade
A hidrofobicidade é a propriedade que algumas espécies minerais apresentam e consiste 
em capturar bolhas de ar no seio da polpa. Essa propriedade representa a tendência da 
espécie mineral de ter maior afinidade com a fase gasosa do que pela fase líquida.
http://www.brastorno.com.br/produto/coluna-de-flotacao/
8
UNIDADE I | INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO
Quanto mais um mineral é considerado hidrofóbico, maior será a sua repulsão por água 
e mais elevada será a sua afinidade por substâncias apolares, tais como ar atmosférico 
e substâncias graxas.
A hidrofobicidade não é uma propriedade que abrange todo o reino mineral. É preciso 
entender que quase todas as espécies minerais (sulfetos, carbonatos, óxidos, silicatos 
e sais), quando submersas em água, possuem a tendência de molhar a superfície, e 
apenas alguns minerais (molibdenita, talco, carvão, enxofre e a grafita) são naturalmente 
hidrofóbicos e possuem caráter não polar em sua superfície.
Algumas substâncias podem ser adicionadas ao sistema e podem mudar o caráter 
hidrofílico dos minerais. Assim, é praticável inserir uma hidrofobicidade seletiva, ou 
seja, se existem duas espécies minerais, é possível induzir uma hidrofobicidade em uma 
delas e conservar o comportamento hidrofílico da outra. 
Hidrofilicidade
A hidrofilicidade é a propriedade que está presente em certas espécies minerais e consiste 
na capacidade de esses serem umectados ou molhados pela água. A hifrofilicidade 
representa a tendência da espécie mineral de ter mais afinidade pela fase líquida do 
que pela fase gasosa.
Quanto mais um mineral for considerado hidrofílico, maior será a molhabilidade da sua 
superfície pela água ou mesmo por demais líquidos apolares.
Da mesma forma que pode ser induzido um comportamento hidrofóbico no mineral, 
pode ser induzido um comportamento hidrofílico, e isso pode ser modificado por 
substâncias no sistema. Portanto, se duas espécies minerais estão presentes, é possível 
induzir,em apenas umas das substâncias, a hidrofobicidade e manter a outra hidrofílica, 
possibilitando uma hidrofobicidade seletiva.
Após entender esses conceitos, é possível explicar que a flotação é um processo destinado 
em fazer flutuar, sobre uma fase líquida, um determinado material com propriedade 
hidrofóbica e o material com natureza hidrofílica que se acumula no fundo do recipiente.
O processo acontece realizando a agitação da suspensão, ou mesmo borbulhando ar 
por ela. Assim, as partículas minerais geralmente são hidrofóbicas e agregam-se às 
bolhas de ar ascendentes, que as desloca até a superfície da suspensão (MORAIS, 2009; 
SANTANA, 2011).
9
INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO | UNIDADE I
Essas bolhas são produzidas na base do equipamento com auxílio de dispositivos 
aeradores, e sua recuperação acontece na corrente de concentrado. Já as partículas de 
minerais de ganga, variavelmente hidrofílicas, permanecem na polpa e são retiradas do 
equipamento por meio da linha de rejeito.
A anexação de partículas às bolhas de ar é o mais significativo subprocesso da flotação. 
Essa adesão é que estabelece a separação seletiva entre as partículas minerais hidrofóbicas/
hidrofobizadas e partículas hidrofílicas/hidrofilizadas no equipamento que realiza o 
processo. A figura abaixo mostra as partículas hidrofóbicas e hidrofílicas.
Figura 3. Mecanismo de flotação de partículas naturalmente hidrofóbicas e hidrofílicas. 
 
 
RPM 
Ganga 
Polpa 
Bolhas de ar 
Partícula 
hidrofóbica 
Partícula 
hidrofílica Coleta de 
espuma 
Aeração 
Fonte: Veras (2010).
10
CAPÍTULO 2
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO
Silva (2015) explica que são complexos os fenômenos que regem a flotação. Neles, a 
seletividade do processo está relacionada às seguintes variáveis:
Química de superfície: 
 » interações; 
 » energia; 
 » adsorção em interfaces; 
 » molhabilidade natural de minerais; 
 » reagentes para transformar as superfícies minerais hidrofóbicas 
Hidrodinâmica: 
 » dispersão das bolhas de ar; 
 » suspensão de sólidos; 
 » colisão e adesão entre partículas minerais e bolhas de ar; 
 » estabilidade do conjunto partícula-bolha. 
Brod (2012) explica que o processo de flotação está fundamentado na energia e no 
potencial de superfície. A flotação é governada basicamente por fatores físicos e químicos. 
Os fatores químicos abrangem a química de interface (tensão interfacial e cargas presentes 
na superfície) e acontecem nas três fases do sistema (líquida, sólida e gasosa). Os reagentes 
comandam a química da interface.
Os fatores físicos abrangem o agrupamento da célula, a hidrodinâmica, a configuração 
dos bancos de flotação e os elementos operacionais (taxa de alimentação, mineralogia, 
distribuição granulométrica e densidade de polpa).
Para flotar uma partícula, é preciso que sejam atendidos requisitos básicos: liberação, 
diferenciabilidade e separabilidade dinâmica. Normalmente os minérios são constituídos 
por diversas partículas minerais, em que umas espécies serão concentradas, minerais 
de valor, e outras, com menor valor agregado, formam a ganga a ser desprezada.
É importante que o mineral tenha a exposição do seu grão mineral valioso, isto é, o grau 
de liberação é um parâmetro importantíssimo para o processo. 
11
INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO | UNIDADE I
Operações de cominuição são imprescindíveis para aumentar o grau de liberação. 
De forma geral, uma partícula deve ter de 1mm a 5 mícrons, com o tamanho máximo 
estabelecido pelo grau de liberação da partícula (BROD, 2012).
A diferenciabilidade é definida pelos vários graus de hidrofobicidade dos minerais 
e podem ser mensurados de forma indireta pelo ângulo de contato formado entre a 
partícula e a gota de ar, isto é, o ângulo formado pela deposição de uma gota sobre uma 
superfície do mineral que está imerso na água.
Figura 4. Esquema mostrando o ângulo de contato entre as fases (líquida, sólida e gasosa) em 
equilíbrio.
 
 
Sólido 
Gás Líquido 
SG 
LG 
SL 
Fonte: Luz et al. (2010).
Brod (2012) explica que a forma da bolha é variável, isto é, esférica para um sólido 
hidrofóbico; espalhada de maneira parcial na superfície do sólido, para os minerais menos 
hidrofóbicos, e, para partículas hidrofílicas, existe apenas uma fina camada de água.
Luz et al. (2010) explicam que a hidrofobicidade do sólido pode ser analisada pelo ângulo 
de contato entre as três fases presentes acima. Esse ângulo é medido, por convecção, 
na fase líquida e é determinado um equilíbrio entre as interfaces dessas fases (sólido-
líquido, sólido-gás e gás-líquido), que estão saturadas de forma mútua. 
Caso o ângulo θ possua valores elevados, as bolhas ficam dispersas sobre a superfície, 
e, assim, o sólido não é molhado pelo líquido, considerado hidrofóbico.
A condição termodinâmica de equilíbrio entre essas fases é determinada pela equação 
de Youg, e o ângulo de contato varia de acordo com a tensão superficial ou energia livre 
superficial das três interfaces:
� � � �
SGo SL LG
cos� � Eq.1
Em que:
γSGO tensão superficial na interface sólido-gás;
γSL tensão superficial na interface sólido-líquido;
γLG tensão superficial na interface líquido-gás.
12
UNIDADE I | INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO
Já a variação da energia livre de adesão entre partículas hidrofóbicas e bolhas de ar é 
encontrada pela equação de Dupré.
�G
SG SL LG
� � �� �� � � Eq. 2
Essa equação representa o decréscimo máximo de energia livre do sistema, que tem 
como consequência o contato partícula-bolha e não leva em conta o trabalho necessário 
para deformar a bolha antes da adesão com o sólido, assim como a geometria.
Fazendo uma combinação dessas duas equações anteriores, tem-se uma equação conhecida 
como Young-Dupré, que fornece o critério termodinâmico para a flotação:
�G cos
LG
� �� �� � 1 Eq.3
Isso representa que o agregado partícula/bolha e a posterior flotação são possíveis se 
for negativa a variação da energia livre da ligação, ou seja, a maior probabilidade de 
flotação será quanto mais negativo for ΔG. 
13
CAPÍTULO 3
REAGENTES DE FLOTAÇÃO
Como explicado acima, poucos minerais extraídos da natureza são naturalmente 
hidrofóbicos, e a quantidade de materiais que são flotáveis de forma natural é muito 
limitada. O emprego da flotação em larga escala na indústria só é possível graças a 
determinados reagentes utilizados no processo (SILVA, 2005).
Silva (2016) salienta a possibilidade da utilização dos reagentes para melhoria dos 
minerais em diversas associações mineralógicas, proporcionando enorme flexibilidade 
dessa técnica.
Esses reagentes de flotação são responsáveis por modificar de forma seletiva as 
características superficiais do mineral conforme a necessidade de recuperação. É 
necessário salientar que, sem esses compostos químicos, a flotação simplesmente não 
aconteceria, portanto são variáveis significativas do processo.
Os reagentes são substâncias químicas orgânicas ou inorgânicas que são aplicados no 
processo de flotação com a finalidade de realizar o controle das caraterísticas na interface 
(BROD, 2012; MARIA, 2009).
Esses compostos químicos são acrescentados à polpa favorecendo ou intimidando as 
propriedades hidrofóbicas/hidrofílicas dos minerais. A natureza do reagente e o teor 
adicionado são de acordo com as caraterísticas mineralógicas dos minerais úteis (SILVA, 
2016).
Os reagentes empregados no processo de flotação podem ser divididos em (LUZ et al., 
2010; MARIA, 2009; SILVA, 2005; SILVA, 2016):
 » coletores: têm como finalidade basilar promover propriedades hidrofóbicas à 
superfície do mineral;
 » modificadores: também conhecidos como reguladores ou moduladores, seu emprego 
é feito para ajustar a ação efetiva do coletor e elevar a sua seletividade;
 » espumantes: possibilitam a formação de uma espuma estável dotada de bolhas 
com o tamanho ideal para carregar as partículas minerais ao concentrado.
É relevante salientar que alguns desses reagentes químicos podem ser caros ou mesmo 
não serem eficientes para a separação seletiva deminerais com baixo teor. Por isso, existe 
uma busca incessante para desenvolver reagentes com menor custo sem que influencie 
a seletividade do processo, ou seja, atenda aos limites de impurezas e de recuperação 
metalúrgica (MARIA, 2009).
14
UNIDADE I | INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO
Luz et al. (2010) e Maria (2009) ressaltam que, em um processo de flotação, dispende-
se muito tempo, energia e investimentos para selecionar reagentes que sejam eficientes 
no que tange à concentração. 
Esses autores ainda esclarecem que, na fase inicial de implantação da tecnologia de 
flotação, os maiores progressos científicos/tecnológicos foram para a produção de novos 
reagentes. 
Coletores
A substância que tem a capacidade de adsorver a superfície do mineral transformando-o 
em hidrofóbico é conhecida como coletor, e a coleta é o termo empregado ao mecanismo 
de adsorção e geração de hidrofobicidade. Para que os minerais tornem-se hidrofóbicos, 
é preciso que o reagente se deposite de forma seletiva na superfície mineral, formando 
uma película da substância por toda superfície. 
Para que isso se torne possível, é preciso que a molécula da substância desloque-se do 
interior da solução até a superfície da partícula e, então, deposite-se. Portanto, quando 
surgem as bolhas de ar, a superfície apresentada a essas não é mais a originária da 
partícula mineral, e sim a superfície que foi recoberta com a substância hidrofóbica.
Um coletor possui uma estrutura peculiar constituída de uma fração molecular (não 
iônica) e outra parte de natureza polar (iônica). A figura abaixo mostra um esquema 
de um coletor.
Figura 5. (a) Estrutura heteropolar e iônica do coletor; (b) revestimento do coletor na superfície 
mineral.
 
 
Polar apolar Mineral 
(a) (b) 
Fonte: Oliveira (2016).
A parte polar dos coletores é ionizada quando em solução. A fração molecular que não 
é ionizável, de acordo com as características elétricas das ligações covalentes, possui 
mais intimidade com a fase gasosa do que com a fase líquida. 
15
INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO | UNIDADE I
Portanto, existindo no sistema uma interface sólido-gás, a molécula do coletor buscará 
uma posição nessa interface, guiada de forma que a sua parte não polar fique em contato 
com o gás e a parcela iônia em contato com a água.
Figura 6. Sistemas com e sem coletor mostrando o contato bolha de ar/superfície do mineral. 
 
 
Sem Coletor Com Coletor 
Água 
Retentor Retentor 
Superfície 
mineral 
Superfície 
mineral 
Solução 
coletora 
  
Fonte: Luz et al. (2010).
A figura acima mostra o contato da bolha de ar e da superfície do mineral em um sistema 
em que o coletor não está presente e outro em que está. 
É possível observar que, no sistema que não possui o coletor, as bolhas de ar formam 
um ângulo de contato (θ) pequeno com a superfície do mineral, não promovendo uma 
adsorção considerável. 
Já o sistema que possui o reagente coletor forma um ângulo de contato (θ) considerável, 
facilitando as condições para que aconteça a flotação do mineral. 
A figura abaixo mostra esquema com um resumo dos tipos de coletores.
Figura 7. Classificação dos coletores.
 
 
Coletores 
Ionizáveis Não ionizáveis 
Coletores Aniônicos 
o grupo polar é um ânion de 
composição variada 
Coletores Catiônicos 
o grupo polar é um cátion baseado 
no nitrogênio pentavalente 
Coletores baseados em ácidos 
orgânicos e ânions sulfo ácidos 
Coletores baseados no 
enxofre divalente 
Coletor com grupo 
carboxila 
Coletor com 
ânion sulfúrico 
Coletor tipo 
xantogenato 
Coletor tipo 
ditiofosfato 
Fonte: Luz et al. (2010).
16
UNIDADE I | INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO
Espumantes
São reagentes tensoativos que podem ser adicionados à polpa e têm como objetivo a 
produção de uma espuma estável, consistente e correta para as necessidades do processo. 
Os espumantes são compostos orgânicos heteropolares e com a estrutura bem similar 
à dos coletores (SILVA, 2016; LUZ et al., 2010). A diferença desses reagentes para os 
coletores está no caráter funcional da parte polar. 
Possuem um radical liofílico que possui elevada afinidade com água, enquanto o radical 
dos coletores é considerado ativo quimicamente e é capaz de exercer uma interação, 
elétrica ou química, com a superfície do material a ser coletado.
Essa disparidade comportamental entre essas classes de reagentes faz com que o coletor 
migre para a interface sólido-gás e os espumantes migrem para interface líquido-gás. 
Não é um reagente que deve adsorver nas partículas minerais, pois, se esse for agir como 
coletor, a seletividade do coletor será minimizada. 
Esse tipo de reagente é aplicado na flotação a fim de minimizar a tensão interfacial 
líquido-gás e possibilitar maior estabilidade das bolhas de ar, e, como resultado, acontecer 
a separação. 
Brod (2012) explica que a função basilar desse reagente é produzir um agregado de bolhas 
de ar que se mantenha satisfatoriamente estável, para que as partículas hidrofóbicas sejam 
sequestradas por elas. Logo, a polpa se torna aerada, as partículas minerais hidrofóbicas 
se aderem às bolhas de ar e são deslocadas por elas para a superfície da polpa.
Os reagentes do tipo espumantes aplicados na flotação são álcoois alquílicos ou arílicos 
(radical hidroxila), alguns aldeídos orgânicos (radical carboxila), alguns aldeídos e 
acetonas (radical carbonila), aminas (radical NH2) e nitrilos (radical CN) (SILVA, 2005).
Modificadores
Esses reagentes podem ser orgânicos ou inorgânicos e têm como objetivos principais 
favorecer ou intimidar a ação dos coletores na superfície de um mineral, regular o pH 
da polpa e a dispersão de partículas. 
Esses modificadores agem na superfície mineral, promovem a precipitação do coletor e 
impedem a ação de outros íons no sistema (BROD, 2012; LUZ et al., 2010). Nesse grupo, 
os principais reagentes são (LUZ et al., 2010; MARIA, 2009; SILVA, 2005):
 » Depressores: conhecidos como depressor, esses reagentes auxiliares enfraquecem 
a ação do coletor nas partículas que não são desejadas, isto é, são os reagentes que 
elevam a afinidade da partícula pela água.
17
INTRODUÇÃO A FLOTAÇÃO | UNIDADE I
 » Ativadores: existem casos que acontece o inverso, quer dizer, o coletor não adere 
em nenhuma das espécies minerais que se fazem presentes na polpa, e, então, é 
acrescentada uma substância, conhecida como ativador, que é responsável por 
ativar de forma seletiva a superfície da espécie requerida, fazendo com que se 
torne atrativo ao coletor, ou seja, favorece a adsorção do coletor sobre o mineral.
 » Desativadores: são reagentes químicos acrescentados aos sistemas com o objetivo 
de remover um ativador da superfície mineral, reduzindo a possibilidade de reagir 
com o coletor. 
 » Regulador de pH: utilizado para realizar o controle do pH, pois esse é considerado 
uma relevante variável de processo e afeta a coleta, portanto é importante realizar 
os ajustes necessários. Esse controle é feito com o uso de ácidos e bases. 
Brod (2012) resume os tipos de reagentes modificadores no fluxograma abaixo:
Figura 8. Classificação dos modificadores.
 
 
Reagentes Modificadores 
Inorgânico 
Ácidos Álcalis Sais 
Ácidos Orgânicos 
Polímeros orgânicos 
Polímeros 
não iônicos 
Polímeros 
catiônicos 
Polímeros 
anfotéricos 
Polímeros 
Com o grupo carboxil 
Polímeros 
aniônicos 
Polímeros com o grupo 
sulfo 
Fonte: Bulatovic (2007) apud Brod (2012).
18
REFERÊNCIAS
BROD, Emanuela Reis. Circuito alternativo para flotação de minério de ferro. 2012. Dissertação 
(Mestrado em Engenharia de Minas) – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.
CHAVES, A. P. Flotação: o estado da arte no Brasil Ed: Signus – Apoio: Clariant. São Paulo SP 2006 
(Coleção: Teoria e prática do tratamento de minérios; V4).
CHAVES, Fábio Almeida. Seleção de sistemas de transportes industriais para um projeto de 
mineração em superfície: mineroduto, caminhões fora de estrada e transportadores de correia. 2015. 
Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica).Universidade Santa Cecília, Santos, 2015.
LUZ, A. B.; Sampaio, J. A.; FRANÇA, S. C. A. Tratamento de minérios. 5. ed. Rio de Janeiro: CETEM/
CNPq, 2010. 932 p. 
NASCIMENTO, Herynson Nunes. Caracterização tecnológica de materiais estéreis com elevado 
teor de PPC e P da Mina de Alegria da Samarco Mineração S.A. 2014. Dissertação (Mestre em 
Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 
2014.
OLIVEIRA, Amanda Carvalho de. A importância da escolha racional do reagente regulador de 
pH em processos alcalinos de flotação. 2016. Dissertação (Mestrado em Engenharia mineral) – 
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016. 
OLIVEIRA, José Farias. Flotação. In: Fernandes, Francisco Rego et al. Tendências Tecnológicas 
Brasil 2015: Geociências e Tecnologia Mineral. Eds. Francisco R. C. Fernandes, Adão B. da Luz, 
Gerson M. M. Matos, Zuleica C. Castilhos. – Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2007. p. 133-156;
MARIA, Robert Cruzoaldo. Otimização Técnico-Econômica de Circuitos de Flotação. 2009. Dissertação 
(Mestre em Engenharia de Minas) – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2009.
MAIA, Eduardo Silva. Pelotização e Redução de Concentrado Magnetítico. 2011. Dissertação 
(Mestrado em Engenharia de Materiais e de Processos Químicos e Metalúrgicos) – Pontifícia Universidade 
Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
MORAIS, Alessandra Gorette de. Estudo da recuperação do chumbo proveniente de escória metalúrgica 
por flotação com lauril sulfato de sódio (LSS). 2009. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mineral) – 
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009.
REIS, Angelica da Silva. Estudo da geração de bolhas de diversos tamanhos em coluna de flotação. 
Dissertação (Mestrado Mestre em Engenharia Química) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 
2015.
SANTANA, Ricardo Corrêa de. Efeito da Altura da Coluna na Flotação de Minério Fosfático 
em Diferentes Granulometrias. 2011. Tese (Doutorado em Engenharia Química) – Universidade 
Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2011.
SEPÚLVEDA, Marcelle Prates. Estudo da caulinita como adsorvente de xantato no efluente 
de flotação da galena. 2016. Dissertação (mestrado Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas) 
– Universidade Federal de Minas Gerais,
19
REFERÊNCIAS
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processo de concentração da apatita. 2015. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – 
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2005.
SILVA, Angelo Quintiliano Nunes da. Modelagem da relação teor-recuperação da célula de 
flotação pneumática. 2015. Dissertação (Mestrado Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas) – 
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
SOUSA, Débora Nascimento. Depressores alternativos na flotação catiônica reversa de minério 
de ferro. 2016. Dissertação (Mestrado em Gestão Organizacional) – Universidade Federal de Goiás, 
Catalão, 2016.
ULIANA, Alexandro. A célula pneumática e sua aplicabilidade à flotação reversa do minério 
de ferro Itabirítico. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade de São Paulo, São 
Paulo, 2017.
VERAS, Moacir Ribeiro. Influência do tipo de espumante nas características de espuma 
produzida na flotação. 2010. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Universidade Federal de 
Pernambuco, Recife, 2010.
Referências Ilustrativas
Figura 2
Fonte: http://www.brastorno.com.br/produto/coluna-de-flotacao/.
Figura 11
Fonte: https://betaeq.com.br/index.php/2015/08/28/adsorcao/.
http://www.brastorno.com.br/produto/coluna-de-flotacao/
https://betaeq.com.br/index.php/2015/08/28/adsorcao/
	UNIDADE I
	Introdução a Flotação
	Capítulo 1
	Aspectos Gerais da Flotação
	Capítulo 2
	Princípios da Flotação
	Capítulo 3
	Reagentes de flotação
	Referências

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