o manifesto dos pioneiros da educação nova

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RESENHA: O MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO NOVA – 1932
Schandler Farias de Souza, graduando do curso de licenciatura em Geografia Universidade Federal de Alagoas.
 O manifesto dos pioneiros da educação nova – 1932, é um documento que trás a tona uma análise de 43 anos de regime republicano, denunciando o problema nacional de maior importância e que não recebe a devida atenção: a educação. Em meio à desorganização escolar, e às tentativas empíricas de solucionar, se tinha uma desorganização e uma desarticulação dos organismos da sociedade, e o manifesto vem justamente propor a reconstrução de um sistema escolar sólido, remontado de acordo com diretrizes e bases do movimento, perante o público e o governo, atribuindo o dever do Estado à construção de uma política reconhecida na constituição que assegure os meios materiais ou verbas para a educação, independentemente das crises econômicas do Estado e das diferentes intenções e interesses dos governos.
 A realidade da educação nacional exposta pelos pioneiros do manifesto da educação nova naquele tempo pode ser aplicada sem grandes distorções à realidade atual da nossa educação, onde há a falta de iniciativa e da determinação dos fins de educação (aspecto filosófico e social) e da aplicação (aspecto técnico), gerando assim a ausência de uma “cultura própria”. A escola se enquadra nesse meio como instrumento fundamental no combate ao empirismo e à falta de visão global do problema da educação. Ela então se torna um organismo vivo da sociedade, que funciona nas relações entre educadores e família promovendo uma ação extensa e intensiva sobre o indivíduo, tendo uma vertente mais humana com o fim de dirigir e desenvolver natural e integralmente o ser humano em cada etapa do seu crescimento levando em conta sua concepção de mundo.
 Essa renovação vem apoiada nos valores mutáveis e imutáveis devidamente estabelecidos no manifesto, que propõe um novo sistema que equilibre os valores e define o papel do Estado diante da educação, que é o de garantir o direito de cada indivíduo a sua educação intergral e considerar a educação uma função social, acessível a todos, a escola única. Define também os outros princípios da escola unificada: A laicidade, a gratuidade, a obrigatoriedade e a coeducação, conferindo ao Estado dever de oferecer escola gratuitamente, obrigatoriamente até os 18 anos e colocando o meio escolar acima das crenças e disputas religiosas, aconselhando as aptidões psicológicas e profissionais estabelecendo relações entre as instituições e facilitando a graduação.
 Vale ressaltar uns dos pontos fundamentais do documento que é a formação universitária que também tem diversos problemas e talvez seja o foco desse ciclo vicioso da “cultura” educacional, em migalhas, no Brasil, essa formação superior é de extrema importância, pois a partir dela saem os diversos serviços e pensamentos que regem a sociedade, e é dela também que sai a preparação de novo professores para o ensino primário e secundário. E é necessário formar corretamente os homens para garantir uma formação digna para a mocidade. A formação superior deve ser organizada para desempenhar a investigação, a docência e a popularização dos conhecimentos gerados, para todas as demais instituições desse nível. E a partir daí unificar a formação dos professores, remunerando-os igualitariamente, sem distinção de titulações (mestre, professor etc.) permitindo um trabalho eficiente e digno e o prestígio essencial aos educadores.
 Nessa concepção positiva da educação que a enxerga como órgão vital e maleável da sociedade nos seus diferentes movimentos, visa-se aumentar os limites e o alcance da ação educativa. Seu sistema deve ser organizado de maneira a integrar todos os graus de ensino e reunir em torno deles os familiares dos educandos, podendo então estimular e aproveitar as iniciativas dos pais na promoção da educação. 
 A educação tem caráter universal e a renovação de seu sistema não pode ser confundido com intenções nacionalistas, alheias, camufladas. E este documento foi desenvolvido embebido na solidariedade e com objetivo de compartilhar a necessidade do desenvolvimento da consciência humana, alicerçado na filosofia, na política, nos aspectos econômicos e sociais e sobre tudo no humanismo.